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A NÃO PERDER... A NÃO PERDER Espaço Cidadão – exposições do Museu Municipal de Palmela O Espaço Cidadão, situado no Largo do Mercado, em Palmela, acolhe uma exposição permanente que aborda a importância histórica e arqueológica do edicio. Na sala de exposições temporárias, é apresentado o ocio de relojoeiro que, durante décadas, prestou um serviço à população do Centro Histórico da vila e arredores. Contar o Tempo é tulo dessa mostra da coleção do Sr. Alno Bernardes. Horário: 2.ª, 3.ª, 5.ª e 6.ª feira, 8h30-17h30 | 4.ªfeira 8h30-18h30 (horário de funcionamento da Junta de Freguesia de Palmela) Entrada gratuita Org.: Câmara Municipal de Palmela Museu Municipal no facebook Sabe que o Museu gere uma página de facebook? Acompanhe o nosso dia-a-dia, através nossa página. nº 45 fevereiro 2016 nocias do Museu Municipal de Palmela Relógio da Torre da Igreja de Sanago do Castelo de Palmela, 2015 Fotografia: Paulo Nobre

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A NÃO PERDER...

A NÃO PERDER

Espaço Cidadão – exposições do Museu Municipal de PalmelaO Espaço Cidadão, situado no Largo do Mercado, em Palmela, acolhe uma exposição permanente que aborda a importância histórica e arqueológica do edifício. Na sala de exposições temporárias, é apresentado o ofício de relojoeiro que, durante décadas, prestou um serviço à população do Centro Histórico da vila e arredores.Contar o Tempo é título dessa mostra da coleção do Sr. Altino Bernardes.

Horário: 2.ª, 3.ª, 5.ª e 6.ª feira, 8h30-17h30 | 4.ªfeira 8h30-18h30 (horário de funcionamento da Junta de Freguesia de Palmela)Entrada gratuitaOrg.: Câmara Municipal de Palmela

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nº 45 fevereiro 2016

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Relógio da Torre da Igreja de Santiago do Castelo de Palmela, 2015 Fotografia: Paulo Nobre

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MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL

MUSEUS E PAISAGENS CULTURAIS

O Carnaval, festa milenar, situa-se na passagem de uma paisagem para outra. O Inverno vai perdendo vigor, e a paisagem, gradualmente, vai-nos dando conta da Primavera que se aproxima. É uma etapa fundamental nas sociedades rurais. As celebrações carnavalescas refletem esta metamorfose. As comunidades, por meio de excessos e desgovernos, procuram libertar-se do que têm de impuro, numa espécie de ritual de apaziguamento da(s) Divindade(s). Neste culto de libertação, a desmesura atinge o clímax e a rotina dá lugar a práticas performativas que, no espaço rua, se exibem em toda a sua pujança.Atualmente, em Palmela, continuam a ser as Sociedades Recreativas as grandes mobilizadoras da comunidade.

«Cem e um. Fiz os cem e agora fiz o um. (…) Os Loureiros tinham, no Largo da Igreja, um coreto. Faziam-se as festas. Grandes arraiais. (…) A gente a pôr a flor nos virados dos casacos dos senhores cavalheiros. Outras iam para a quermesse. Eram umas festas muito bonitas. E os caceteiros [Sociedade Filarmónica Humanitária] tinham o coreto no Chafariz. A gente ia, passeava pela estrada dos Chitas, pela estrada de Quinta do Anjo. Eu achava tudo bonito. Agora foi o Carnaval, no meu tempo era muito mais bonito. A gente ia para a janela, eles deitavam canecos de água para cima da gente. Eles queriam enfarinhar. Agarravam-se à grade e a gente a cantar cantigas para eles estarem zangados. E eram paródias muito lindas. Lindas paródias!

Hoje é moda a saia curta, e a gravata e colarinho E cabelo à garçon E [...?] à Joãozinho.

Cantávamos estas cantigas. (…) Olha, um ano fui vestida à paz. E depois um senhor disse, lá nos Loureiros, [que] se houvesse prémios era eu que ganhava. Por causa do meu traje.»

Firmina Santos (1908 – 2010), Palmela, fevereiro de 2009

Firmina Augusta dos Santos (1908 – 2010), Palmela, início do século XX

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PEÇA DO MÊS

Designação: BúzioProveniência: Castelo de Palmela, Galeria 1Inventário: CAST.PAL.181 (MATRIZ 1995.01.1276)Cronologia: Período IslâmicoDimensões: comprimento 186 mm; largura 128 mm

Búzio, perfurado, que funcionava como instrumento de sopro, talvez de co-municação, idêntico a outros dois recolhidos no castelo de Palmela durante as escavações arqueológicas que decorreram entre 1992 e 1997. Dada a sua versatilidade, é provável que tenham sido usados como apoio a vigia territo-rial e militar, dando o sinal de rebate sempre que necessário; como forma de chamar os fiéis à oração na religião islâmica; e/ou na prática do pastoreio/guarda de animais e da pesca, identificando a chegada de embarcações, do pescado ou de perigo. A utilização de búzios como emissores de sinais sonoros e mensagens co-dificadas está documentada desde a Antiguidade Clássica. Plínio, o Velho, diz-nos que «uma embaixada de olisiponenses (…), anunciou ao imperador Tibério, que tinha sido visto e ouvido, numa gruta, tocando búzio, um Tritão (…)» (Guerra, 1995).

BIBLIOGRAFIA

FERNANDES, Isabel Cristina Ferreira - Nos Trilhos da Mensagem - Um per-curso pelas Transmissões Militares - Roteiro da Exposição, Palmela: Câmara Municipal/ Divisão de Património Cultural - Museu Municipal, 1997

FERNANDES, I. C. F. - O Castelo de Palmela: do Islâmico ao Cristão, Lisboa/Palmela: Edições Colibri /Câmara Municipal de Palmela, 2004, p.125

GUERRA, A. - Plínio-O-Velho e a Lusitânia, Lisboa: Edições Colibri, 2005

Fotografia: Bruno Damas, 2014

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