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Entrevista: Denise, Soraia, Rui Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria Email: [email protected] Novembro - nº 03 Caros leitores, Os tempos são, agora, de mudança. Novo ano (para a escola, Janeiro acontece sempre em Setembro!), no- vos alunos, novos professores, novos cargos, novas funções, novos desafios! Nem todos surpreendentes e, naturalmente, nem todos agradáveis, como é típico de uma transição. Este ano, particularmente, impõe-se- -nos, a todos que vivemos grande parte dos nossos dias na Martins Sarmento, uma grande missão: a de con- tribuirmos para fazer do nosso velho Liceu uma escola nova. Nem tudo serão rosas. Os Romanos, povo lendariamente invencível, perderam muitas batalhas e muitos exércitos, foram acorrentados e submetidos às humilhantes Forcas Caudinas. No en- tanto, souberam ser contemporizadores, persistentes, olhar distante e, fruto da vontade de vencer, tornaram- -se uma das maiores e mais marcantes civilizações pas- sadas com reflexos e marcas que ainda hoje não perece- ram em grande parte da Europa, e não só. Saibamos também nós, colher deste momento de pas- sagem, de ansiosa espera, de talvez dolorosas adap- tações, aproveitar o belo que coabita cada momento, saibamos ser transmissores do epicurista princípio do “carpe diem” e, tranquilamente, esperar por algo que será, sem dúvida, compensador. Teremos um novo espaço, uma nova imagem, uma nova estrutura, ou seja, uma nova escola, que não é mais que a continuidade da nossa casa: aí, nos senti- remos mais confortáveis, mais bem instalados e, certa- mente, mais felizes. Por isso, sem nos cobrirmos com o rosto do Velho do Restelo, saibamos todos pensar no resultado final. Pen- semos, com os olhos no amanhã que “valeu a pena”. E, sem poder deixar de evocar um grande mestre luso, sempre presente nas nossas mentes, com os olhos pos- tos no imenso céu azul, cantemos em uníssono: “Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena./ Deus ao mar o perigo e o abismo deu/Mas nele é que espelhou o céu.” Prof.ª Glória Manuela Machado Editorial Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Agosto a Outubro de 2010 Individualidades: Pascal p. 02 p. 4 p. 15 p. 10 p. 12 p. 16 Reportagem: ‘Destination: The Trip of our Lives’ Reportagem: Reviver Camões… em Constância Opinião Jornadas Culturais Exposição Pinturas Digitais Fotografias do projecto Em Destaque - p. 18 Em destaque NOVA MARTINS SARMENTO apresentado projecto de remodelação fascículo especial república

O Pregão - Edição 3

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O Pregão - Edição 3. Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento

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Page 1: O Pregão - Edição 3

Entrevista: Denise, Soraia, Rui

Propriedade: Escola Secundária Martins SarmentoAlameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães

Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163Código da Escola: 402187

Director: José Manuel TeixeiraCoordenação Geral: Glória Manuela MachadoGrafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria

Email: [email protected] Novembro - nº 03

Caros leitores,

Os tempos são, agora, de mudança. Novo ano (para a escola, Janeiro acontece sempre em Setembro!), no-vos alunos, novos professores, novos cargos, novas funções, novos desafios! Nem todos surpreendentes e, naturalmente, nem todos agradáveis, como é típico de uma transição. Este ano, particularmente, impõe-se--nos, a todos que vivemos grande parte dos nossos dias na Martins Sarmento, uma grande missão: a de con-tribuirmos para fazer do nosso velho Liceu uma escola nova. Nem tudo serão rosas.

Os Romanos, povo lendariamente invencível, perderam muitas batalhas e muitos exércitos, foram acorrentados e submetidos às humilhantes Forcas Caudinas. No en-tanto, souberam ser contemporizadores, persistentes, olhar distante e, fruto da vontade de vencer, tornaram--se uma das maiores e mais marcantes civilizações pas-sadas com reflexos e marcas que ainda hoje não perece-ram em grande parte da Europa, e não só.

Saibamos também nós, colher deste momento de pas-sagem, de ansiosa espera, de talvez dolorosas adap-tações, aproveitar o belo que coabita cada momento, saibamos ser transmissores do epicurista princípio do “carpe diem” e, tranquilamente, esperar por algo que será, sem dúvida, compensador.

Teremos um novo espaço, uma nova imagem, uma nova estrutura, ou seja, uma nova escola, que não é mais que a continuidade da nossa casa: aí, nos senti-remos mais confortáveis, mais bem instalados e, certa-mente, mais felizes.

Por isso, sem nos cobrirmos com o rosto do Velho do Restelo, saibamos todos pensar no resultado final. Pen-semos, com os olhos no amanhã que “valeu a pena”. E, sem poder deixar de evocar um grande mestre luso, sempre presente nas nossas mentes, com os olhos pos-tos no imenso céu azul, cantemos em uníssono: “Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena./ Deus ao mar o perigo e o abismo deu/Mas nele é que espelhou o céu.”

Prof.ª Glória Manuela Machado

Editorial

Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Agosto a Outubro de 2010

Individualidades:Pascal

p. 02

p. 4

p. 15

p. 10

p. 12

p. 16

Reportagem: ‘Destination: The Trip of our Lives’

Reportagem:Reviver Camões… em Constância

OpiniãoJornadas Culturais

ExposiçãoPinturas Digitais

Fotografias do projecto Em Destaque - p. 18

Em destaque

NOVA MARTINS SARMENTO apresentado projecto de remodelação

fascículo

especialrepública

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2Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Entrevista

Na vossa perspectiva, existe algum se-gredo especial para o sucesso?

Denise: Não diria que existe um segredo es-pecial, mas considero que, como em todas as coisas que fazemos, para atingir o sucesso é ne-cessário empenho e dedicação. Mais importan-te do que isso é gostarmos daquilo que esta-mos a fazer, ter objectivos e “trabalharmos, de modo a que nos sintamos bem. Não devemos trabalhar para uma nota, mas sim por gosto! Pode ser interessante aprender determinadas coisas, mas é verdade que existem algumas matérias em que todos pensamos “para que é que quero saber isto?”. Tudo faz parte da vida de um estudante e quando se gosta do que se faz torna-se tudo mais fácil. Outro aspecto fun-damental é ter o apoio das pessoas de que mais gostamos.

Soraia: Penso que não existe um segredo especial para se alcançar o sucesso. Atenção e empenho são talvez os “pós especiais” que nos facilitam muito o estudo.

Como geríeis a tua vida? Tínheis activi-dades para além da escola?

Denise: Ao contrário do que muitas pessoas pensam, para se conseguir ter boas notas, não é necessário passar muito tempo a estudar, só temos de aprender a gerir o nosso tempo. Po-demos continuar a ter actividades extra-curri-culares, a sair com os amigos e a ir a festas, é tudo uma questão de organização.

Soraia: Fazia a minha vida normalmente, saía com os amigos, frequentava os escuteiros. Há sempre tempo para aquilo que queremos fazer, basta haver vontade.

Éreis alvo de atenção especial em rela-ção aos vossos professores?

Denise: Nunca me considerei alvo de aten-ção especial; acho que me tratavam da mesma maneira que tratavam os meus colegas, o que me parece ser o mais correcto.

Soraia: Não, era tratada da mesma forma que todos os meus colegas de turma.

Alunas homenageadas no dia 16 de Setembro

Prémios de mérito

No sentido de servirem de exemplo às gerações vindouras, fomos em busca do testemunho de duas jovens, a Denise Magalhães e a Soraia Oliveira, que embora seguindo vertentes diferentes do ensino; uma a área de ciências e tecnologias; outra a área profissional, conseguiram alcançar aquilo que muitos desejam, mas que poucos conseguem … o sucesso académico! Terá sido um elixir milagroso de sabedoria? Uma estratégia secreta? Eis o segredo desvendado….

Denise Magalhães Soraia Oliveira

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Entrevista

Orgulho desportivo da nossa escola

Rui SilvaSentíeis-vos segregadas pelos

alunos da vossa turma? Conside-ravam-vos uma espécie de “marro-nas”?

Denise: Tive sempre uma relação muito boa com todos os alunos da mi-nha turma; nunca achei que me consi-derassem uma “marrona”, antes pelo contrário sempre senti muito apoio da parte deles.

Soraia: Sim, às vezes era considera-da como “marrona”.

Alguma vez recorrestes a apoios extra-escola para alcançardes o sucesso?

Denise: Não, nunca tive qualquer espécie de apoio extra-escola.

Soraia: Não, nunca frequentei ou recorri a apoios extra-escola para al-cançar o sucesso académico. Quando estudava, gostava de o fazer em gru-po, aprende-se bastante com a troca de opiniões e conhecimentos.

Se tivésseis de voltar atrás no tempo, escolheríeis de novo a Se-cundária Martins Sarmento para fazerdes o secundário? Porquê?

Denise: Claro que voltaria a esco-lher esta escola para fazer o secun-dário: foi aqui que consegui alcançar algumas metas e, como é de prever, o mérito não foi só meu. Encontrei professores óptimos, que sempre se mostraram disponíveis para me ajudar, colegas que se tornaram verdadeiros amigos e que sempre me apoiaram em tudo. Passei 6 anos aqui e penso que me ajudaram bastante.

Quereis deixar aos vossos cole-gas, alunos da escola, mais novos, alguma mensagem especial?

Aproveitem bem a escola e tudo o que ela tem para vos oferecer. Não se cinjam só as aulas, a escola pode ser um espaço de convívio e aprendiza-gem sem se excluírem mutuamente.

Obrigada, parabéns e muitas fe-licidades!

Rui Silva é atleta na modalidade de Andebol, representante do extinto Desportivo Francisco Holanda durante onze anos e do actual Xico An-debol durante uma época desportiva. Recebeu o Prémio de Atleta do Ano, atribuído na Gala do Desporto, realizada no Pavilhão Multiusos, em Junho 2010 e promovido pela Tempo Livre e Câmara Municipal de Guimarães. Em Julho deste ano, assinou um contrato profissional, com o Sporting Clube de Portugal para representar a equipa sénior, apenas com 17 anos. Frequentou a nossa escola durante dois anos lectivos e assumiu deixá-la com saudades devido aos seus compro-missos profissionais. Neste sentido, foi-lhe realizada uma entrevista com o intuito de nos falar das dificuldades que sentiu em conciliar os estudos com os compromissos desportivos e sobre o que pensa da nossa escola.

Tiveste dificuldades em conciliar os estu-dos com o desporto?

Não foi fácil, principalmente devido ao número de horas de treino, aos jogos de fim-de-semana e ao cansaço que proporcionavam.

No entanto, para minimizar este problema, ab-diquei um pouco da minha vida pessoal normal de um jovem da minha idade.

Gostaste de frequentar esta escola e tives-

te as condições necessárias que te permitis-sem continuar com a tua carreira no ande-bol?

Gostei muito de frequentar esta escola, porque me proporcionou os conhecimentos necessários para evoluir como pessoa. Tive um bom ambien-te com os colegas e sempre o apoio necessário, quando dele precisei, quer dos professores, quer dos colegas.

Vais sentir saudades, agora que vais para um ambiente diferente?

É óbvio que vou sentir saudades desta escola, principalmente do ambiente nela existente e das amizades que estabeleci com os meus colegas da turma e do resto da escola. Vou também sentir saudades das amizades feitas com os professores, principalmente, e, que me desculpem os restan-tes, da professora Fátima Aguiar, do professor Rui Machado e da minha tutora, a professora Berta, pois sei que Lisboa vai ser um meio totalmente diferente e não sei o que me vai esperar...

Apesar de ser desportivamente um sonho que vou realizar, não esquecerei os momentos que esta escola me proporcionou e as amizades que aqui vou deixar.

Prof. Rui Faria e Prof. Ricardo Lopes

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4Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

“O sucesso costuma apare-cer repentinamente, depois de um discreto longo esforço.” (Catherine Ponder)

Estávamos em Dezembro de 2009. Surgiu uma ideia: concretizar as I Jornadas Culturais em Junho de 2010. Da ideia concebeu-se um projecto. Formou-se uma equipa. Havia caminhos a “desbravar” por-que teríamos que partir do “zero”.

Solicitou-se a participação de toda a comunidade escolar que prontamente aderiu com a apre-sentação de actividades variadas. À comunidade local solicitaram-se patrocínios, nem todos a desejada com resposta positiva: a crise era a culpada! Foram poucos, mas bons!

Fizeram-se telefonemas, escre-veram-se cartas e emails porque, para além de convites, confirma-ção das individualidades e estabe-lecimento de parcerias, havia que solicitar equipamentos, procurar técnicos, descobrir alunos, elaborar documentos, adquirir lembranças…

O plano das Jornadas incluía dois dias de actividades na escola e o Sarau, fora dela. A escolha do local para a sua realização foi o S. Mame-de. Formaram-se equipas especiali-zadas para a sua concretização, não só para a selecção dos participantes e sua sequência no espectáculo, mas também para gravação e a apresentação multimédia das acti-vidades. E aqui foram brilhantes.

E após meses de árduo, mas gratificante trabalho, eis que che-gou o dia 7 de Junho. A sessão de abertura, os convidados para as palestras, as exposições, o jantar…Melhor era impossível!

No dia 8 continuaram as pales-tras, as exposições e foi a vez da visita de cerca de 300 alunos das escolas básicas da cidade. Tudo correu muito bem.

E no dia 9, depois dos ensaios e da preparação da sala de espec-táculos, chegou a hora do Sarau. Eram 21h. As pessoas faziam fila à porta, parecia que se iria realizar

o concerto dos U2!Mas até estas celebridades se teriam rendido pe-rante a parada de “estrelas” que iriam “ brilhar”!

O recinto encheu-se por com-pleto com os convidados, profes-sores, alunos e familiares. E surgiu a magia! Ficámos todos estupe-factos. Revelou-se o talento dos “nossos” participantes. O espec-táculo foi de verdadeiros profis-sionais. Estávamos nas nuvens!

As expectativas foram superadas. O sonho tornou-se possível! Sim-plesmente genial!

Não posso deixar de enaltecer o empenho e disponibilidade de toda a equipa de que fiz parte. Foi o espírito de coesão que deu “cor-po” a este projecto e permitiu que ele se concretizasse com o sucesso alcançado.

Deixo os parabéns a todos os que estiveram envolvidos na concretização de excelência das I Jornadas, deixando a imagem de que a escola pode ser um lugar de convívio e de sucesso quando se consegue a participação activa de toda a comunidade escolar.

Confirmámos o pensamento célebre de Benjamin Disraeli: “O segredo do sucesso é a cons-tância para o objectivo.”

Valeu a pena! Mesmo!

Prof.ª Rosa Manuela Machado

Opinião

Deixo os parabéns a todos os que estiveram envolvidos na concretização de excelência das I Jornadas deixando a imagem de que a escola pode ser um lugar de convívio e de sucesso quando se consegue a participação activa de toda a comunidade escolar.

Jornadas Culturais 2010Da vontade nasce o sucesso…

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Opinião

Voar em palco...Carolina Amaral, 12º LH2

Luzes apagadas. Uma música distante. Um último suspiro. Os três segundos após na-vegar no palco são profundos. Divinos até. Há o encontro entre o EU e o Sentido, uma comunhão que me leva ao êxtase..

Após tantos espectáculos, en-contro-me de novo sozinha, aqui, no palco. E não há forma de negar, somos sempre engolidos e preci-pitamo-nos em emoções fortíssi-mas. É assim que o vivo.

Ao longo do Sarau da nossa es-cola, encontrei toda a comunidade escolar absorvida em música, tea-tro, dança, performances, concer-tos e houve algo que nos uniu a todos, instantaneamente: a cum-plicidade de tanta comoção.

Enquanto uns contavam o tem-po que faltava para brilharem e se desfaziam em nervosismo e exci-tação, outros aplaudiam entusias-ticamente comentando: “Não sa-bia que eles dançavam tão bem!”, outros carregavam no play para a próxima música, cosiam um figu-rino ou maquilhavam o próximo intérprete.

Não sei se durou cinco horas, cinco dias ou um mês, mas sei que a experiência a que a nossa escola foi submetida vai acontecer para sempre no nosso espírito.

Perdi-me na imensidão dos corredores escuros do backstage, encontrei um tripé do microfone no chão, alguém ficou meu amigo pois leu-me o desespero na face e ajudou-me a despir o fato. Co-lhi 127 sorrisos, uns animadores, outros admiradores, outros mais apertados ao coração… Fiquei tonta com as luzes dos camarins onde pairava o aroma a baunilha, gloss e laca; tropecei numa garra-fa de água que peguei enquanto me equilibrava nos meus pilares interiores para entrar, regressar. A voar. Não mais voltei…

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6Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

“Os problemas que, na actualidade, enfrentamos na acção edu-cativa na família e na escola têm muito que ver com o tipo de so-ciedade em que vivemos. Nas sociedades democráticas, abertas, pluralistas, mas também individualistas, hiper-consumistas e al-tamente mediatizadas, é muito mais difícil e complicado basear a acção educativa em ideais, valores e objectivos aceites por todos ou mesmo pela maioria. Este clima cultural sente-se fortemente na escola e na sala de aula. A desorientação é geral, porque, basi-camente, “cada um está na sua”, pouco disposto a conciliar pers-pectivas, atitudes e estratégias com os outros. A desorientação é ainda mais nítida ao nível da relação entre gerações, relação que é o eixo de qualquer acção educativa. Adultos e jovens – pais e filhos, professores e alunos – estão cada vez mais separados, como se vivessem em mundos diferentes. Mas o diálogo pode ser restabelecido se aceitarmos a ideia de que não há crise de valores e referências para orientar a educação e o ensino, há, isso sim, uma profunda crise da nossa relação com determinados valores essenciais. E depois, por causa disso, muito isolamento e indivi-dualismo, que torna muito mais difícil construir uma escola mais equilibrada, mais calma e mais feliz. Mas há “soluções”! Só que não são soluções mágicas! Implicam consensos, partilhas, muito trabalho colectivo, e muito espírito de verdadeira comunidade educativa…”

Professor Doutor Carlos Gomes

Com o objectivo de reflectir sobre o problema acima citado, o Clube de Psicologia e o Dr. Vítor Mariano convidaram o Professor Doutor Carlos Alberto Gomes, Auxiliar do Departamento de So-ciologia da Educação e Administração Educacional do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, que realizou uma palestra, no dia 8 de Junho, subordinada ao tema “A Escola Desorientada na Sociedade Pós-Autoritária: que respostas da co-munidade educativa?”, inserida no programa das I Jornadas Cultu-rais 2010 da Escola Secundária Martins Sarmento.

O Professor, através da sua excelente capacidade oratória, con-seguiu cativar alunos e professores, e estes, por sua vez, tiveram oportunidade de formular questões no âmbito da temática ex-posta.

A palestra despertou, no auditório, um interesse notório no sentido de se promoverem novos momentos de debate abrangen-do a problemática da indisciplina na sala de aula.

Clube de Psicologia

Em destaque - Jornadas Culturais

jornadas culturais - palestra

“a escola desorientada na sociedade pós-autoritária: que respostas da comunidade educativa?”

jornadas culturais - palestra

saudadesO silêncio, o escuro e os conflitos

postos de parte…As conversas continuavam acesas

e as luzes não se calavam, mas tinha chegado a hora: as cortinas abriam…

Os camarins explodiam de gente colorida; palavras cantadas saíam das bocas, trazendo um novo ânimo aos rostos cansados após um ano trabalhoso.

Um foco, um amigo. Uma ami-zade tinha sido composta durante todo um ano, para depois, naquele palco, ser tocada, penetrando todos os presentes, sendo bradada muito além do que qualquer arco-íris.

Juntaram-se depois outros focos, uma família.

Acolhendo o seu próprio reflexo, as emoções iam construindo algo único, sem precedente e irrepetí-vel. Sorrisos e lágrimas, encantos e fantasias, muitos espíritos e boas energias.

Em apenas uma noite foi demons-trado que a força está no querer, e que, muitas vezes, olhamos as estre-las com óculos escuros e não con-seguimos ver o seu próprio brilho. Brilho este que até poderia chegar aos calcanhares do sol, mas quase sempre é intersectado e alienado. Fecham-se-nos os horizontes e não conseguimos ver para além do que é visível.

Para muitos, sob aquele luar bri-lhante, terminou um capítulo. Para outros foi uma saga incompleta. Para os restantes, um diário de outrem aberto à espera de ser folheado.

Vozes e almas uniram-se. Cada corpo uma nota, cada vontade um som. Assim se foi tocando um espe-táculo.

No final juntou-se toda a orques-tra e não foi preciso maestro. Har-moniosamente se foi tocando a mais bela das melodias, sem que nenhum instrumento desafinasse. Terminava assim a primeira música de uma ban-da sonora que se espera não findar.

Sob um dos maiores telhados da cidade, os aplausos indomáveis sen-tiam-se já apertados de tão grande ser a velocidade a que se multiplicavam.

De repente, todas as feições da sala se ergueram demonstrando sor-risos de orelha a orelha. Por todas as frinchas da sala saía o barulho ensur-decedor da alegria e da comoção.

Em apenas algumas horas tinha nascido, vivido, e sido enterrado nos nossos corações o Sarau que se espera pai, avô, bisavô, e por aí em diante, de muitos outros.

Tal como a vida, tinha passado, esperando agora a eternidade me-recida.

Saudade…Nuno Meneses

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No dia 7 de Junho de 2010, pelas 17h, decorreu na sala de estudo da escola, no âmbito das Jornadas Cul-turais, uma palestra intitulada “Desafios da Biologia no séc. XXI”, orientada pelo Prof. Dr. Cláudio Sunkel, pro-fessor catedrático no Instituto de ciências biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e Director do Instituto de Biologia Celular e Molecular da Universidade do Porto. Esta con-tou com a presença de inúmeros professores e alunos de diversos anos lectivos, predominantemente alunos de 12º ano.

A pertinência e actualidade temática, assim como a claridade de exposição do orador, asseguraram uma as-sistência atenta e interessada no decorrer da dita pre-lecção.

O professor começou por fazer uma introdução de alguns marcos históricos da Biologia para fazer a ponte com o presente e o futuro. Referiu que o futuro passa por perceber o que está escrito no DNA e como ele se transforma, salientando a importância de se perceber que contributo poderão dar as células estaminais na te-rapêutica, sobretudo na área da neurogeneração e do-enças tardias.

Afirmou também que um dos grandes desafios será também o de suprir as necessidades de saúde individu-alizadas, uma vez que cada pessoa tem características únicas que resultam em diferentes formas de desenvol-verem doenças, diferentes reacções à administração de fármacos e terapias, e diferentes susceptibilidades aos efeitos secundários ou tóxicos dessas terapias. Assim, idealmente seria desejável fazer uma avaliação do pa-ciente que permitisse administrar a droga certa na con-centração certa. Em suma, é preciso apostar na genética e na sua predisposição preventiva.

Sendo grande parte do público-alvo alunos do 12º ano, esta prelecção poderá ter servido para, de alguma forma, os elucidar quanto aos potenciais campos de ac-ção no futuro desta ciência e na definição de um possível percurso académico por parte destes.

Prof.ª Elizabeth Mendes

Dar a conhecer à Comunidade Escolar, particularmente aos alunos do 12º ano, vertentes de cursos superiores muitas ve-zes desconhecidas, e motivá-los, através de retratos de percursos académicos na primeira pessoa, foram os objectivos pro-postos para o painel “Vivências”. Retratos de percursos que, tantas vezes, envolvem sacrifícios e força de vontade, curiosidade e persistência, sensação do dever cumpri-do ou inacabado, que culminam em muitas alegrias e realização profissional.

Para a sua concretização, no dia 7 de Junho de 2010, o Departamento de Mate-mática e Ciências Experimentais assinalou o Dia das Ciências, integrado nas Jornadas Culturais, com a presença de seis ex-alunas da Escola que, com projectos de relevo na comunidade científica portuguesa, foram convidadas para apresentar o seu percurso académico e experiência profissional:

• Doutora Arminda Manuela Gonçalves (Doutoramento em Estatística e Investiga-ção Operacional), professora na Universi-dade do Minho;

• Doutora Maria Helena Guimarães Bas-tos de Carvalho (Doutoramento em Ciên-cias Biológicas), investigadora no Instituto de Biologia Molecular e Celular;

• Doutora Ana Júlia Malheiro Viamonte Figueira de Sousa (Doutoramento em Ci-ências, Área de Matemática), professora na Universidade Portucalense;

• Doutora Susana Abreu Ribeiro (Dou-toramento em Biologia Celular), a fazer o PostDoc na Universidade de San Francisco;

• Doutora Raquel Silva (Doutoramento em Química Têxtil na Universidade do Mi-nho);

• Doutora Maria João Leão (Doutora-mento em Biomedicina); a trabalhar no Ins-tituto Gulbenkian de Ciência.

A este propósito, não podemos deixar de transcrever, aqui, o seguinte testemunho:

Foi uma honra e um prazer ter sido con-vidada para estar presente na sessão “Vi-vências” no Dia das Ciências da Escola Se-cundária Martins Sarmento, antigo Liceu Nacional de Guimarães.

Partilhar com professores e com uma nova geração de estudantes a minha car-reira científica, foi também uma forma de agradecer aos meus Professores daquela Escola o importante contributo que tive-ram na minha formação e no meu percurso científico.

Os caminhos que percorri, desde o Se-cundário até ao doutoramento na área do cancro, realizado no Imperial College, em Londres são bem a demonstração do quão importantes foram os alicerces da minha formação académica no Liceu de Guima-rães.

Por isso, o meu agradecimento a todos quantos para isso contribuíram.

Maria João Leão

Exemplos como este constituem um es-tímulo para acreditarmos que continua a valer a pena ser PROFESSOR.

Prof.ª Ana Maria Machado

Em destaque - Jornadas Culturais

jornadas culturais

vivênciasjornadas culturais - palestra

os desafios da biologia no séc. xxi

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8Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Em destaque - Jornadas Culturais

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10Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Reportagem

Destination: The trip of our lives

Londres

A recompensa pelo nosso trabalho. Porém, este sonho quase se esfumou diante dos nossos olhos, quando, após tantos bolos e tantas rifas vendidos, o vulcão da Islândia “espirrou” e im-possibilitou a viagem que estava prevista para odia 15 de Abril. Mas, como diz o ditado, «Fe-cha-se uma porta, abre-se uma janela», surgiu outra oportunidade. E a 21 de Maio, às 8:50 da manhã o 11ºCT3, agradavelmente acompanha-do pelos alunos Ana Filipa, Marta Xavier, Pedro, Peter Anderson, de outras turmas, e a D. Dalila, uma assistente operacional da nossa escola, o seu marido e filho, aterraram em solo londrino e começámos aquilo a que podemos chamar de “a melhor visita de estudo de sempre!”

Transfers, viagem, hotel, musical, visitas…tudo tratado num ápice para começarmos a co-nhecer uma das mais belas cidades do mundo que, durante três dias se tornou o nosso recreio pessoal. Fizemos tudo, desde oferecer abraços grátis em frente à Torre de Londres, a cantar à noite no meio da rua para quem quisesse (e não quisesse) ouvir.

1º Dia1ªparagem: O metro de Londres – um labirinto

de túneis fascinante que nos conduz a qualquer parte da cidade. Mas, é claro, que se quiserem também o podem utilizar para outras activida-des mais animadas como os habitantes locais pa-recem fazer. Que tal uma dança indiana no meio do metro? Para nós resultou lindamente! E outra

nota: se alguma vez andarem no metro não se esqueçam de prestar atenção à frase mais re-petida: “Please mind the gap between the train and the station”.

2ª paragem: Tower of London- a melhor for-ma de conhecer a história inglesa. Aquelas celas e armaduras dão arrepios de tão reais que são, e têm curiosidades muito interessantes. Por exem-plo: sabiam que a armadura de Henrique VIII tem protecções baixas tão grandes porque o rei tinha sífilis e por isso era muito sensível ao toque?

3ª paragem: Tower Bridge – monumento belíssimo que tem a melhor vista da cidade por cima do rio Tamisa. Deslumbrante!

Imprevisto! Como sempre o 11ºCT3 não sabe ser pontual e, por isso, perdemos o cruzeiro pelo Tamisa. Assim, aproveitamos para ver as Houses of Parliament, o Big Ben e a Abadia de West-minster, três fantásticos exemplos das origens inglesas.

Última paragem: The Victoria Palace The-atre - Musical Billy Elliot – a melhor forma de acabar o dia. Este musical retrata a história de um rapazinho, com muito talento, que se apai-xona pela dança e que faz sucesso em tempos de crise. Aconselhamos vivamente!

2º Dia1ªparagem: Camden Town Market – o me-

lhor lugar para comprar recordações e para quem gosta de regatear. Também é o melhor sítio para conseguirem tirar fotos com um punk.

Agora que comprámos as recordações esta-mos prontos para um pouco de cultura.

Imprevisto! Outro pequeno atraso, desta vez para a visita ao “Shakespeare Globe Theatre”, que remarcámos para o dia seguinte. A pontuali-dade britânica a perseguir-nos…

2ªparagem: Tate Modern – galeria de arte moderna. Perfeito para apreender alguma cultu-ra artística. Para quem se interessa por arte com certeza que vai encontrar algo que goste: des-de o surrealismo à aplicação de materiais. Para quem não aprecia arte sempre pode relaxar no jardim que existe na frente da galeria, sentir a at-mosfera envolvente e subir ao último andar para vislumbrar Londres, noutra perspectiva.

3ªparagem: St. Paul’s Cathedral – um dos símbolos do Anglicanismo e também um mo-numento sublime. Para se divertirem durante o percurso, que tal fazerem-no em fila indiana? Os olhares que vão atrair, com certeza valerão umas boas gargalhadas.

Correr, correr, engano, correr, correr… Tive-mos mesmo de correr para chegarmos ao próxi-mo destino a tempo.

4ªparagem: Thames Cruise – um passeio de barco pelo Tamisa que nos dá uma ideia fantásti-ca da harmonia e dos opostos que há em Londres. Ufa! Chegámos mesmo a tempo do último barco que nos deixou a caminho da próxima paragem.

5ªparagem: St. James Park – o domínio da Natureza em Londres – e o Buckingham Pala-ce – imponente morada da família real.

A épica Londres: onde a modernidade e a elegância da arquitectura estão em harmonia com a austeridade das raízes inglesas. O local perfeito para a visita de estudo do 11ºCT3.

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Reportagem

Perdidos em Londres! Distraídos não nos apercebemos da saída das professoras e demos por nós so-zinhos. Então, e já com um certo à-vontade no Metro, encontrámo--nos noutra estação para depois seguirmos para a última paragem do dia: Piccadilly Circus, onde há boa música ao vivo em cada esqui-na. Recomendamos este lugar aos amantes de música e da dança!

3º Dia1ªparagem: Shakespeare Glo-

be Theatre – teatro reconstruído após um incêndio, mas imagem viva do teatro dos tempos de Shakespeare. Desta vez chegámos a tempo!

2ªparagem: British Museum - uma viagem na máquina do tempo pela história da Humanidade. Mú-mias, cerâmicas, estátuas, jóias…cada parte da história tem lá lugar.

3ªparagem: Hyde Park – um dos melhores sítios para relaxar, depois de tanto andar a pé e para apanhar um pouco de sol – e o Kensington Palace – o sonho de todas as meni-nas, um palácio de princesas.

Já vos dissemos que somos hábeis a perder-nos? Pois é, o entusiasmo

dá nisto…e desta vez pedimos ajuda a um londrino muito simpático que tinha o mesmo destino.

4ª paragem: Natural History Museum – se vos dizemos que o “British Museum” é o melhor sítio para se conhecer a história, não mentimos. Bem, este museu é o melhor para se conhecer a história do planeta e o próprio planeta, des-de os esqueletos de dinossauro que nos comeriam de uma só dentada até aos vulcões prontos a entrar em erupção.

5ªparagem: Chelsea Stadium. E que tal tirar um fotografia com a equipa do Chelsea? Foi o que fize-mos!

6ªparagem: Covent Garden – óptimo local para jantar e assistir a espectáculos desde a magia à músi-ca; os artistas abundam.

E, para terminar esta visita de es-tudo em grande, fomos comer um gelado à gelataria “Snog”. Humm! Delicioso!

Por fim, no dia 24 de Maio, re-gressámos a Portugal com muita vontade de voltar e repetir a via-gem da nossa vida.

Temos, e é importante referir,

que agradecer a quem lutou por nós, a quem nos fez ouvir, a quem nos deu voz. Assim, agradecemos aos pais, a todos os professores envolvidos, à Dr.ª Lúcia Pinto que fez o favor de, ainda que em cima da hora, nos acompanhar nesta aventura e à nossa directora de tur-ma, Dr.ª Maria José Menezes, que nunca nos abandonou, que acom-panhou e fortaleceu este projec-to, com corpo e alma. A todos um bem-haja.

Sentiremos sempre saudades daquela alegria que nos motivava o acordar, que nos movia e fazia querer mais por menos. Sabemos que terminou, pelo menos por ago-ra, mas ficará presente sempre nas nossas memórias como a viagem das nossas vidas, e foi-o de facto.

“The happiness of London is not to be conceived but by those who have been in it. I will ventu-re to say, there is more learning and science within the circumfe-rence of ten miles from where we now sit, than in all the rest of the world.”

JOHNSON, Samuel

Alunos do 11º CT3

Sentiremos sempre saudades daquela alegria que nos motivava o acordar, que nos movia e fazia querer mais por menos. Sabemos que terminou, pelo menos por agora, mas ficará presente sempre nas nossas memórias como a viagem das nossas vidas, e foi-o de facto.

Jorg

e Fa

ria

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12Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A partida deu-se por volta das 9h. As 5 tur-mas partiram agrupadas em 2 autocarros de excelente qualidade que proporcionaram a to-dos uma viagem bastante confortável. Durante o trajecto foram feitas duas paragens tendo chegado ao destino por volta do meio-dia.

À medida que nos aproximávamos do Sul fomos “surpreendidos” por um pormenor que nos fez sentir longe da “nossa terra”: da paisa-gem montanhosa e habitual do Norte passámos para Sul, onde as terras são mais planas, o hori-zonte é longínquo, azul, brilhante. Sentimo-nos pequenos no meio de tamanha imensidão mas, ao mesmo tempo, somos acariciados pela paz que nos “invade” a alma, nos alegra e nos leva a reflectir profundamente na natureza.

Chegámos ao nosso destino. Desembarcá-mos na Avenida das Forças Armadas, uma rua muito bonita com várias árvores e entronca-mentos ao longo do seu percurso e logo fomos pesquisar a área. O clima era ameno, com uma pequena brisa. Ao lado circulava o rio Zêzere, que alguns metros mais à frente se unia ao Tejo. A primeira coisa que fizemos foi ir até à mar-gem deixando as nossas pegadas numa mistura de terra e areia. Apreciámos a paisagem: todas as casas, apesar de antigas, não apresentavam sinais debilitantes e estavam pintadas de bran-co, tendo os cantos e as cornijas pintados de amarelo-torrado; tudo parecia deserto e as poucas pessoas que víamos eram idosas, mas

muito hospitaleiras e prestáveis – calculámos que talvez aquela seja uma área muito visita-da, e que, portanto, já estejam habituados a ver muitos estudantes de “câmaras na mão”. As ruas eram estreitas mas bem calcetadas. Perto da margem o terreno era plano, mas para o in-terior tornava-se bastante íngreme. Reparámos que quanto maior era a altitude, mais recentes eram as casas e eram evidentes os sinais que demonstravam que aquele local tinha sido lo-cal de residência, por excelência, de pescadores que se fixaram perto do rio.

Por volta das 14h, regressámos ao local de embarque para começar a nossa visita de estu-do, propriamente dita. Dirigimo-nos ao museu chamado Museu dos Rios e das Artes Maríti-mas. Era bastante pequeno e apenas entravam 20 pessoas de cada vez, por isso, tivemos de esperar bastante até que todos tivessem en-trado. No interior, estava uma guia que nos explicou tudo: os diversos tipos de redes para as várias espécies de peixes, armadilhas, bar-cos em miniatura, cestos, bonecas de perna de cana, remos, ferramentas de construção de barcos, e também uma pequena embarcação que se encontrava num estado inacabado para que pudéssemos observar todo o processo de construção. Foi-nos explicado que o rio Zêze-re e o Tejo foram as principais vias de comu-nicação e transporte daquela vila: em tempos passados, predominava a pesca, a reparação e

construção naval e o transporte fluvial. Era um local ocupado, primariamente, por pescadores que baseavam todo o seu sustento no rio, quer na pesca quer no transporte dos seus produ-tos para serem vendidos. Depois, começou por aparecer o comboio e mais tarde o automóvel, que se tornaram muito mais eficazes do que as frágeis embarcações, levando à decadência da actividade piscatória. Como consequência, os jovens mudaram-se para outros locais e, aos poucos, toda a actividade económica baseada no rio parou.

Finda a visita ao Museu, dirigimo-nos para a Igreja da Misericórdia que se situava num local altaneiro que proporcionava uma vista lindíssi-ma. Chamou-nos a atenção uma particularida-de: quase todos os espaços verdes tinham uma ou mais oliveiras – árvores muito apreciadas devido à sua simplicidade e beleza.

Começámos a descer, pelas ruas desertas, até à casa de Camões. Inicialmente, pensámos que seria um edifício imponente, no entanto, tal não se verificou. Foi então que percebemos que não podia ser ao contrário, porque Camões sempre foi uma pessoa simples, inspirada pela natureza, pela pátria, e não se importava muito com os bens materiais.

Continuámos a nossa jornada e reparámos que, nas ruas, existiam uns desenhos, em calça-da, com a forma de peixe dentro de um barco. Eram representações da pesca que foi o meio

Reportagem

Reviver Camões…em Constância

Ivan Daniel 2ºPGSI

No passado dia 12 de Março de 2010 os alunos dos Cursos Profissionais desta nossa Esco-la realizaram uma visita de estudo a Constância, uma iniciativa dos seus professores que integram o Departamento de Línguas. Os alunos tiveram, assim, uma excelente oportuni-dade: a possibilidade de visitar o local por onde se diz ter caminhado um dos homens mais emblemáticos da nossa Literatura: Luís de Camões.

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O Pregão Novembro de 2010

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Reportagem

de sustento de muitos. Um pouco mais à fren-te, vimos uma régua que servia para medir o nível das águas nas cheias, o mais espantoso é que se situava a cerca de 12 metros de altura do rio, o que mostra que o local já esteve to-talmente inundado. Descemos mais um pouco, até uma rua que passava ao lado do rio e nos permitia observar claramente a outra margem.

A poucos metros de distância, passámos pela Esplanada Pezinhos no Rio – referimos a piada desse nome: talvez devido às cheias frequen-tes, dado que o estabelecimento se situava pouco acima do nível da água.

Em frente havia um pequeno largo com al-gumas palmeiras e logo a seguir existia uma espécie de palco de teatro ao estilo romano. Admirámos a escultura composta por uma es-fera armilar e por um pequeno barco de me-tal, que continha uma inscrição em forma de poema. Finalmente chegámos ao Jardim-Horto de Camões com uma estátua erguida em sua honra e memória. Ao lado, uma parede branca onde, cronologicamente, se encontrava descri-ta a sua vida.

Depois, fomos visitar um local a cerca de 3 km de distância: Almourol. É um local de uma beleza extraordinária, com águas calmas e se-renas que banhavam um belíssimo monumen-to, o famoso Castelo de Almourol. Descemos um pouco até á margem do rio Tejo que se en-contrava calcetada e tinha algumas bancadas

construídas em cimento. Parámos um pouco para contemplar a beleza do local. Recostámo--nos às bancadas para que pudessem ser lidos alguns poemas – diga-se que se tornaram ainda mais fascinantes aquelas obras e que não po-diam combinar melhor com a excelente paisa-gem que se nos apresentava, foi maravilhoso .

Por fim, por volta das 18h, ingressámos na jornada de regresso a casa. Apenas fizemos uma paragem e chegámos à Escola por volta das 22h 30m.

Foi uma experiência fantástica e que voltaria a repetir. Infelizmente, Constância tinha sido fustigada por grandes inundações e mau tem-po, no entanto esses são factores secundários e naturais e todos os locais estão sujeitos à força da Natureza.

Como alunos, não temos nada a apontar: tudo foi bem planeado, os autocarros eram ex-celentes e os locais visitados também – apenas esperamos que as futuras visitas de estudo se-jam tão enriquecedoras quanto esta. Por últi-mo, queremos agradecer à Dra. Fátima Lopes e à Dra. Genoveva Lima que, numa demons-tração incrível de trabalho de equipa, deram o seu máximo, para que todos pudéssemos ter o privilégio de pisar a “Terra de Camões”. Muito obrigado!

Foi uma experiência fantástica e que voltaria a repetir.

Como alunos, não temos nada a apontar: tudo foi bem planeado, os autocarros eram excelentes e os locais visitados também – apenas esperamos que as futuras visitas de estudo sejam tão enriquecedoras quanto esta. (...)

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14Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Notícias

No passado dia 7 de Junho de 2010, pelas 15h30, na Escola Secundária Martins Sarmen-to, decorria a palestra organizada pelo grupo de alunas do 12º SE1, intitulada “O Mercado Municipal: Ontem e Hoje”, nome que havia sido dado ao projecto desenvolvido nas aulas de Área de Projecto, que visava dar a conhecer o lado positivo do novo Mercado Municipal. Para abrilhantar esta palestra contámos com a presença de representantes da Câmara: o Sr. Martins, o encarregado do mercado e a Enge-nheira Crisália Alves.

As alunas começaram por falar no projec-

to no seu todo, tendo como ponto de partida os dados estatísticos recolhidos e analisados, efectuados quer a consumidores, quer a ven-dedores. Estes dados revelaram que ainda não se terá feito o suficiente para potencializar a ida ao mercado. Contudo, as alunas quiseram reforçar a ideia de que a Câmara promove ini-ciativas e que, às vezes, os populares vimara-nenses não estão receptivos a elas.

Após a apresentação do produto final, foram colocadas algumas perguntas aos convidados, no sentido de mostrar aos assistentes que está a ser feito “de tudo” para melhorar o Mercado

Municipal e para o tornar numa agradável ida às compras.

No final, as alunas mostraram ainda um ví-deo realizado por elas, cujo título era “Um dia como Vendedoras”. Nas suas palavras: “reali-zar este vídeo foi bastante divertido, achamos uma experiência incrível o contacto com todos os intervenientes, pode dizer-se que foi um ex-celente acabar de ano! Esperamos cativar a população mais jovem a frequentar o mercado ou, até mesmo, a trabalhar lá!”.

Profª Genoveva Lima com a colaboração das alunas Ana Rita, Catarina Batista, Joana Carneiro e Margari-

da Carvalho do 12º SE1

Pela terceira vez consecutiva, a nossa escola ganhou o Galardão Eco-Escola “Bandeira Verde 2010” atribuído pela ABAE (Associação Bandei-ra Azul da Europa).

Este “eco-label” testemunha a existência na escola de um programa de educação para a sustentabilidade coerente, que cumpre a meto-dologia proposta pelo programa Eco-Escolas da Foundation for Environmental Education, repre-

sentado em Portugal pela ABAE.Este reconhecimento vem premiar o esforço

da equipa coordenadora, aos alunos, professo-res, pessoal auxiliar, encarregados de educação, município e restantes elementos envolvidos no programa Eco-Escola e que dão o seu contributo para um ambiente melhor.

Projecto Eco-Escola

palestra

o mercado municipal: ontem e hoje

projecto eco-escola

escola conquista mais um galardão eco-escola

Encontram-se abertas as inscrições para as seguintes modalidades existentes na nossa escola:Futsal Feminino •Natação •Orientação •Dança •Btt / CanoagemAproveita a oportunidade, melhora os teus horizontes desportivos e inscreve-te!Contacta o teu professor de Educação Física.

Desporto Escolar

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O Pregão Novembro de 2010

www.esmsarmento.pt

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Individualidades

Blaise PascalMatemático1623-1662

Foi graças à sua curiosidade rela-tiva à Matemática e por intermédio de conversas que ouvia ou da leitura de obras que passavam pela censura do pai que descobriu as maravilhas da ciência dos números. Mesmo sem professor, começou a desenvolver os seus estudos e aos 12 anos, descobre que a soma dos ângulos de um tri-ângulo é igual a dois ângulos rectos. Estavam ali, por intuição, várias das proposições da matemática de Eucli-des. Havia assim, chegado sozinho à 32ª proposição do Livro 1 dos Ele-mentos do velho sábio. Reconhecida a sua genialidade, foi dada permissão ao jovem Pascal para que estudasse matemática livremente.

Aos 16 anos apresentou vários teo-remas de Geometria Projectiva, onde constava o conhecido “Hexágono Mís-tico” e ainda escreveu “Éssai sur les coniques” (Ensaio sobre as Cónicas), baseado no estudo de Girad Desargues.

Mais tarde, dedicou-se à criação de uma máquina de calcular e ao desen-volvimento de importantes estudos. A partir de 1647, Pascal passou ao

estudo da aritmética, ao desenvolvi-mento de cálculos de probabilidade, da fórmula de geometria do acaso, do conhecido Triângulo de Pascal e do tratado sobre as potências numéricas.

Mas o trabalho excessivo minou a sua saúde, débil por natureza, ficando gravemente doente. Em 1648 fre-quentou, com a sua irmã Jacqueline, os seguidores de Saint-Cyran, que o levaram ao misticismo de Port-Royal. Depois da morte do pai, o seu fervor religioso arrefeceu um pouco, inician-do-se o chamado período mundano de Pascal, devido à proibição médica de se dedicar a trabalhos intelectuais, prejudiciais à sua saúde, e à prática de exercícios de penitência.

Faleceu à primeira hora da madru-gada de 29 de Agosto de 1662, aos 39 anos, vítima de um tumor malig-no no estômago. As suas últimas pa-lavras foram: “Que Deus jamais me abandone!”.

Aldara Macedo; Ana Filipa Rocha; Ana

Raquel Freitas; Cristina Sousa . 12º CT1

Pascal nasceu a 19 de Julho de 1623, em Clermont--Ferrand, na França, filho de Étienne Pascal e Anto-niette Bejon. Quando tinha apenas três anos, perdeu a mãe e, como era o único filho do sexo masculino, o pai encarregou-se directamente da sua educação.

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16Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

Ana Freitas

Andreia Oliveira

Claudia Martins

José Barroso

Tiago Pereira

Anita Abreu

Claudia Fernandes

Luís Costa

Sofia Leite

Cátia Fernandes

Diana Alves

Soraia Salgado

Mais trabalhos no portal de internet da escola: www.esmsarmento.pt3º PTM

Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

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O Pregão Novembro de 2010

www.esmsarmento.pt

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interesses

stress na adolescência

Universo ESMS

Já te sentes stressado?Só ao leres estas palavras já sentes a pres-

são que estas te causam?Nós sentimos... e com o objectivo de ex-

plorarmos melhor este assunto criámos um site onde tu podes expor as tuas opiniões e experiências, sem qualquer constrangimento. Neste site existirá também uma secção infor-mativa sobre o stress e o alívio do mesmo.

O objectivo deste site é explorar as situações do dia-a-dia que nos possam causar algum tipo de angústia e, no final, podermos também analisar e estudar todas estas variáveis.

Vem visitar-nos em www.stressadolescen-cia.webs.com e STRESSLESS!

Alfredo, Bruno, Maria, Priscila, (AP) 12ºCT5

EscolaSexoExamesAmigosFamíliaMédiasTestesUniversidade

Relações amorosasExclusõesAparênciasVícios FuturoDinheiroTraições

Between Teacher and Child

i have come to a frightening conclusion.i am the decisive element in the classroom.it is my personal approach that creates the cli-mate.it is my daily mood that makes the weather.as a teacher i possess tremendous power to make a child’s life miserable or joyous.i can be a tool of torture or an instrument of inspiration. i can humiliate or humour, hurt or heal.in all situations, it is my response that decides whether a crisiswill be escalated or de-escalated, and a child humanized or de-humanized.

Haim GinottBetween Teacher and Child

Prof.ª Ana Maria Silva

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18Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

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informação

a nova martins sarmento

Universo ESMS

Fachada

Entrada principal

Espaço desportivo coberto

Entrada biblioteca

Refeitório

Laboratórios

Biblioteca

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Universo ESMS

Este projecto de Intercâmbio por correspon-dência é uma actividade de enriquecimento curricular que consiste na troca de correspon-dência entre alunos da mesma faixa etária, de países diferentes, mas falantes da mesma lín-gua. Assim, este processo de intercâmbio foi realizado durante dois anos (2008/2009 e 2009/2010) entre os alunos que, neste último ano lectivo, frequentaram o 12ºano, turmas AV1, CT6, LH1 e SE1, da Escola Secundária Martins Sarmento, Guimarães, Portugal e a Es-cola Estadual Dr. Orestes Diniz, Betim, Minas Gerais, Brasil.

No início do ano lectivo 2008/2009, apre-sentei o projecto aos meus alunos que se mos-traram, na generalidade, receptivos à partici-pação. Tinha cerca de trinta alunos implicados. Escreveram as respectivas cartas de apresen-tação e foram enviadas para a escola brasilei-ra, contando com a colaboração da escola na concessão do porte pago. Durante o mês de Janeiro, começaram a chegar as cartas do Brasil tão ansiosamente esperadas. Foi um entusias-mo geral, uma troca de experiências, uma cons-tatação das diferenças linguísticas, culturais e sociais que, com a continuidade, se aprofunda-ram cada vez mais. À medida que o contacto se estreitava, os alunos foram-se apercebendo da diversidade da Língua Portuguesa num país lusófono, reconheceram a pertinência da leitu-ra e escrita como actividades interactivas que permitem verificar os factores sociais e linguís-ticos dos seus correspondentes. Esta troca de culturas permitiu também aos alunos inteira-rem-se do horizonte social, cultural e histórico que os rodeia, porque tiveram que o investigar

para o dar a conhecer. Os alunos pesquisaram sobre eventos culturais da nossa cidade tais como as festas gualterianas, as festas nicoli-nas e outras; sobre os principais monumentos históricos, sobre a nossa gastronomia, a nossa escola, entre outros assuntos de interesse que dessem a conhecer o nosso meio aos alunos brasileiros. Esclareceram os colegas brasileiros sobre as formas de ingresso no ensino superior, para posteriormente as compararem com as formas de entrada na Universidade no Brasil, médias e disciplinas específicas, cursos e planos de estudo, Universidades e localidades, enfim, assuntos que povoavam a mente destes alunos de 12ºano.

Este projecto de correspondência por carta permitiu-lhes, também, consolidar as técnicas e modelos de escrita anteriormente adquiridas, permitiu-lhes desenvolver a capacidade de usar multifuncionalmente a escrita, num contexto indirectamente ligado aos conteúdos progra-máticos, além de ser um óptimo modo de es-timular o respeito pelas diversidades culturais.

Neste último ano lectivo, surgiu também a ideia de fazer um logótipo para o projecto.Foi apresentada a proposta aos alunos de artes im-plicados no projecto, que o levaram a cabo com

a ajuda do professor de Oficinas de Artes.Este projecto mantêm-se “de pedra e cal”

contra as caixas de correio electrónicas que “imediatizam” a troca de correspondência en-tre nós. Todos reconhecemos as virtualidades desse imediatismo da resposta célere mas, tal como o saborear de um livro e pegá-lo nas mãos, também a carta manuscrita tem um en-canto particular: o ritual da escrita à mão, de colocar as folhas dobradas num envelope, a caligrafia, o papel tocado por remetente e des-tinatário, o abrir o envelope, desdobrar o papel e sentir o outro ali, nas nossas mãos, nas pa-lavras que assim permanecem. O imediatismo é bom, sem dúvida, no entanto, ninguém tira o prazer de inesperadamente recebermos uma carta de alguém que, por uma ou outra razão nos escreve, só a nós. São tesouros de quem gosta verdadeiramente das palavras e lhes sabe dar valor.

Tenho sentido nos alunos esta necessidade de se dar a conhecer a alguém que o escolhe por uma razão concreta, por apresentar gos-tos ou traços de carácter em comum, de dar a conhecer a sua cidade, a sua cultura, os usos e costumes, as suas aspirações e, também, co-nhecer o que está do outro lado do Atlântico.

Com o intuito de dar a conhecer o projecto à comunidade, no final do segundo período, foi feita uma exposição dos materiais no placard da Biblioteca da escola, com a gentil colabora-ção da professora bibliotecária, Cristiana Lo-pes. Todos estes materiais (livros, jornais, re-vistas, prospectos) foram doados à Biblioteca, para quem os quiser consultar.

Prof.ª Fátima Caldas

Transformando o Atlântico num riacho de

água doce

Intercâmbio com escola brasileira de Minas Gerais

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20Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

área de projecto

educação para a saúde sexualárea de projecto

afinal, o que nos interessa?

Universo ESMS

O projecto “100 Riscos” é uma iniciativa integrada na Educação para a Saúde e para a Sexualidade nas escolas.

A fim de verificarmos o seu impacto na co-munidade escolar (docente e não docente) rea--lizámos um inquérito.

Dos vinte e oito inquiridos, a esmagadora maioria declarou não possuir ainda um conhe-cimento concreto deste projecto mostrando--se, contudo, a favor da implementação da educação sexual nas escolas.

Com vista ao esclarecimento de dúvidas re-ferentes ao projecto contactámos a sua coor-denadora, professora Frederica Sampaio.

Assim, de acordo com as suas declarações, este projecto terá início no presente ano lec-tivo, onde se espera a colaboração de toda a comunidade escolar: alunos, professores, auxi-liares da acção educativa, encarregados de edu-cação e, se possível, do Serviço de Psicologia da escola e de um elemento do Centro de Saúde.

Nós, alunos, não podemos ficar indiferen-tes a este programa, pois não é este o papel que se espera que tenhamos. De acordo com a coordenadora do projecto: “espera-se que os alunos não sejam meros agentes passivos (…) pressupõe-se que haja reflexão, diálogo e par-tilha crítica sobre as diferentes expressões da sexualidade e moralidade do ser humano e não apenas a referência puramente biológica, o que possibilita que os alunos possam crescer (…)”.

Para cativar os alunos serão abordados te-

mas do seu agrado, ou dúvidas que gostariam de ver esclarecidas com o objectivo de melho-rar comportamentos e atitudes.

“(…) Potenciar atitudes promotoras do bem--estar e valores positivos em termos de sexu-alidade não discriminatórios, (…) promover competências para o domínio e controlo de estilos de vida mais saudáveis, promovendo aptidões de autonomia e responsabilidade que permitam aos jovens ultrapassar com confiança e sucesso as dificuldades com que se deparam (…)”; são os objectivos deste programa referi-dos pela coordenadora.

A designação “100 Riscos” surgiu no âmbito da sua participação na acção de formação de-nominada: ”Fundamentos da Educação para a Saúde Sexual e Reprodutiva em Contexto Es-colar”, realizada na Universidade do Minho, em que os professores se propuseram sensibilizar para os inúmeros riscos do quotidiano, para que assim possamos todos viver sem riscos.

Para breve está prevista a implementação deste projecto que se irá realizar ao longo do ano. Vai estando atento e participa!

Adriana, Francisco, José João e Susana – (AP) 12º CT5

Na disciplina de Área de Projecto realizámos um inquérito aos alunos da escola, com o intui-to de saber qual o tema/assunto que mais gos-tariam de ver publicado no jornal – “O Pregão”.

Adivinhem lá o resultado?Inquirimos 40 alunos (20 do sexo masculino

e 20 do sexo feminino).O tema maioritariamente seleccionado pelos

alunos do sexo masculino foi desporto, segui-do de música, anedotas e adivinhas.

Quanto às alunas, concluímos que preferem música, desporto e teatro.

Alguns dos temas que não foram menciona-dos como objecto de interesse por parte dos alunos inquiridos referem-se a: ciência, dança, cinema, artigos de opinião, culinária, econo-mia, política e ambiente.

Perante estes resultados, e após a sua aná-lise detalhada, desafiamos toda a comunidade escolar a enviarem artigos interessantes e ca-tivantes sobre estas áreas para [email protected].

Mas, atenção, deixámos aqui um repto:Será que devemos escrever e ler apenas so-

bre os temas mais referidos?Não será pertinente alargar o conhecimento

para outros domínios?Devemos privilegiar apenas as áreas de inte-

resse manifestadas no presente estudo?Ficam as questões…Andreia, João, Filipe e Marta (AP) 12º CT5

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O Pregão Novembro de 2010

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Universo ESMS

Desconstruindo conceitos, en-tende-se por criança-soldado qual-quer rapaz ou rapariga que tenha menos de 18 anos e faça parte de qualquer tipo de força armada go-vernamental ou rebelde.

Umas vezes, recrutadas à força, outras vezes, vítimas de situações de abandono a que foram votadas pela própria guerra que lhes dizi-mou a família, outras ainda de ac-ções de rapto, as crianças-soldado transformaram-se em verdadeiros escravos ao serviço de recrutado-res de guerrilheiros para guerras sem regras. O recrutamento destas crianças dá-se geralmente para as linhas de batalha, mas elas podem assumir funções como espiões, mensageiros, escudos humanos, trabalhadores ou escravos sexuais.

Por todo o mundo, em mais de 20 países, estima-se que cerca de 200 a 300 mil crianças estejam envolvidas directamente em con-flitos armados. Serra Leoa, Libéria, Sudão, Afeganistão e Nepal são al-guns dos países que se encontram na lista dos países acusados de efectuarem o maior recrutamento forçado de crianças para as trans-formarem em autênticas máquinas de guerra.

Mais baratas, frágeis e obedien-tes, estas crianças tornam-se, sob ponto de vista dos recrutadores de guerrilheiros, a opção preferível relativamente ao uso de adultos nos conflitos armados. Sob o efei-to de drogas, as crianças-soldado são incitadas a cometerem todo

o tipo de crimes e atrocidades na tentativa de as dessensibilizar. Desde matar membros da própria família, violar, praticar actos de ca-nibalismo com cadáveres inimigos, beber o seu próprio sangue…, tudo é usado para bloquear o apelo às emoções destas crianças face à

dor e ao sofrimento.Fruto de uma infância entranha-

da num mundo de crime e guerra, a probabilidade das crianças-soldado virem a ser adultos revoltados e criminosos é elevada, sendo por isso urgente intervir. Nesta mesma perspectiva, a UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, aposta na desmobilização destas crianças dos cenários de guerra, apelando ao países envolvidos e à comunidade internacional para a necessidade de proceder à sua cor-recta inserção social. Além disso, é essencial pôr termo à impunidade dos recrutadores de menores para os conflitos, ao mesmo tempo que se afirma a necessidade de as crianças-soldado detidas passarem a ser tratadas pelo direito interna-cional também como vítimas e não só responsáveis pelos seus próprios actos.

No entanto, acreditar que, a curto prazo, se possa pôr termo ao fim das crianças-soldado é des-conhecer a realidade dos conflitos em que elas estão envolvidas. A pobreza é ela própria geradora de conflitos miseráveis.

Ana Freitas, Ana Silva, Diana Rodri-

gues, Victor Cunha - (AP)12º CT5

No dia 13 de Setembro de 2010, realizou-se mais um dia de apresen-tação para o 10º ano que deu início a um novo ano lectivo.

Como já é habitual, alunos dos 11º e 12º anos, vêm à escola dar as “boas vindas” aos novos alunos, praxando-os.

De acordo com uma sondagem que efectuámos, no âmbito da dis-ciplina de AP, todos esses alunos sabiam da existência de praxes no liceu.

O tipo de praxes mais usual con-siste em riscar e escrever nos braços e no rosto dos caloiros e/ou, por vezes, fazendo-os a cantar o hino

nacional, bem como outras músicas conhecidas da infância.

As praxes são consideradas pela maioria destes alunos, divertidas, embora alguns as considerem um pouco abusadoras. Apesar disso, existem muito poucos alunos a de-clararem-se “anti-praxe” e a recusa-rem-se a participar nos festejos.

Assim, em conformidade com as diversas opiniões dos recém-chega-dos alunos, estas praxes constituem uma tradição que se pretende man-ter de uma forma divertida e inte-gradora.

Flávia, Pedro, Sofia, Tiago - (AP), 12ºCT5

Um retrato fiel desta realidade é o premiado filme “Blood Diamond”, que conta com a participação de actores como Leonardo Dicaprio, Djimon Hounsou, Jennifer Connelly.

área de projecto

crianças-soldado

área de projecto

praxes na esms

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22Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

em busca do amor…

Sentimento e emoção mais profundos que imagino ser possível algum humano sentir. É demasiado puro e delicado para ser relatado a mais alguém que não à pessoa amada. É o sentimento que mais aprecio nos humanos: o amor.

O meu universo, como criança, girava, principalmente, em torno dos meus pais. Os anos passam, o tempo avança, a nossa mentalidade muda até que começamos a descobrir quem realmente somos ou quem pen-samos ser. É então que começamos a reparar nos outros, nas suas qua-lidades. Pessoalmente, posso afirmar que iniciei esse desenvolvimento bastante cedo, no entanto, isso significa que a ingenuidade infantil foi perdida muito rapidamente e que a triste realidade da vida me atingiu mais velozmente do que eu próprio esperava. Amor era um sentimento que, naturalmente, já tinha experimentado, no entanto, o amor românti-co, como viria mais tarde a descobrir, foi o que mais me abalou.

A primeira experiência ocorreu, quando ainda estava na primária. Ne-nhum foi como o primeiro e em mais nenhum tomei as “atitudes drásti-cas” de antes. Importa saber que as acções passadas são a predição das futuras, apenas precisamos de aprender com elas. Desvendar os erros e cuidar para não os repetir, esta é a base da nossa aprendizagem, e, feliz-mente, funciona com tudo.

Aos doze anos, já possuía uma mentalidade sólida e tinha elegido “o perfil ideal feminino”, no entanto ninguém se enquadrava no mesmo, já que era exigente de mais. Ela teria de ter muito boa aparência, ser carinhosa, simples, prestável, amorosa, branda, responsável, exemplar… completamente diferente de tudo o resto… sabia que a rapariga perfeita era impossível, porém estava mais perto do que pensava…

Conheci a Cláudia que, desde logo, foi alvo da minha discreta aten-ção. Comecei a perceber que encontrara alguém exclusivamente raro. Alguém com todas as qualidades que previamente delineara. Fiquei apenas por aí. Nunca fiz algo disparatado ou que evidenciasse o meu desígnio. Apenas notava as suas doces qualidades, que, dia após dia, me inundavam num mar parecido com o primeiro. Apesar da intensa expe-riência anterior, nunca reprimi tais sentimentos. Era mais forte do que eu. Era uma atracção e curiosidade que se tornaram superiores a tudo, chegando ao ponto em que contava os dias até a poder contem-plar novamente.

Uma sombra me atormentava: tínhamos a mesma idade, por-tanto sabia que era a altura em que a personalidade muda e se molda “em direcção ao futuro”. Tinha medo. Receava que a pró-pria vida a mudasse e a fizesse perder todas as delicadas quali-dades, mergulhando assim no “mar da humanidade”, ou seja, na vulgaridade e esquecimento. Esta seria a prova final. Assim como o ouro é purificado através do fogo, assim o Homem é correcta-mente “moldado” para suportar adversidades e para lutar contra as suas próprias tendências. Tinha a certeza de que, se permanecesse inalterável, teria um futuro brilhante, e, por sucessão, isso teria um enorme impacto em mim.

Hoje, três anos mais tarde, posso admitir que ela modificou total-mente a minha vida, ela sim, permaneceu pura e transparente. Assim como um precioso diamante, nunca perdeu o seu excelso valor e con-tinua exactamente a mesma miúda doce e cristalina que conheci na minha juventude. Ainda observo os seus olhos sedutores, levemente acastanhados e iluminados pelos raios de sol, contemplo as suas subli-mes pupilas dilatadas pela escuridão, é como se tudo o resto deixasse de

existir. A sua pele clara e suave é diferente de tudo. O seu toque macio desperta todos os meus sentidos e faz o coração bater mais rápido. Os seus cabelos são loiros e encaracolados, ao sabor do vento tornam-se inexplicáveis e visionários. Lembram-me um belo prado doirado, que, ao pôr-do-sol, é acariciado por uma leve brisa. Recordam-me um lugar se-reno, calmo, parado. Um lugar onde nenhum mal pode algum dia entrar.

Imagino-me a correr por entre as searas de mãos dadas com a mi-nha musa inspiradora. No fim, após percorrer uma planície, chegamos a um banco de madeira onde nos sentamos e observamos o cair da noite e o aparecer das estrelas. Um pouco mais tarde, deitamo-nos na verde grama que nos rodeia e, ainda de dedos entrelaçados, observamos as estrelas eternas e brilhantes que nos abrandam os corações e nos fazem desejar uma vida eterna e perfeita. Essa visão esplêndida acaba com um amoroso beijo nos seus doces lábios. Oh! O quanto eu daria para que isso se tornasse real… Tudo o resto é passageiro, mas o amor … é eterno.

Minha preciosa Cláudia, daria tudo para que visses estas palavras pro-fundas. Não sei se serei merecedor de tal sorte. Quando te olho direc-tamente nos olhos, sinto que estou perante um ser magnífico que me respeita e ama profundamente. Quão grande é a minha ânsia de concre-tizar o meu sonho. Não é um conto de fadas, é a simples realidade no seu estado mais puro. São as expressões mais profundas que alguma vez proferi ou escrevi.

Hoje abri o meu coração até às suas extremidades. Agora fico na po-derosa expectativa de que, um dia, faças o mesmo e nos possamos unir como uma só vida. Tenho a certeza de que este amor jamais será es-quecido e se tornará a recordação mais alegre que guardarei da minha mocidade.

Nas tuas mãos, deixo a prova do meu profundo e caloroso amor, por ti. Nos teus doces lábios, deixo a marca de que nunca te abandonarei. Nos teus pensamentos, deixo um beijo puro, casto e imaculado para que nunca te esqueças de mim.

Ivan Mendes, 2º PGSI

Os cabelos ao sabor do vento, a paisagem doirada e as águas cristalinas

representam as tuas preciosas qualidades.

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O Pregão Novembro de 2010

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Multimédia

Mário FelicianoO typeface designer português

Criou as letras do BES, DN e Ex-presso, é um dos typeface designers português mais reconhecidos em Portugal e no estrangeiro.

Mário Feliciano, 41 anos, além de tipógrafo, é também o delegado lda AtypI, organização internacional de-dicada à Tipografia e design de tipos de letra, que realizou a sua 50ª Con-ferência em Lisboa.

O typedesigner português Mário Feliciano, proprietário da Felicia-no Type Foundry, tem as suas fon-tes distribuídas pela Adobe, T26, MyFonts, Village, e pela sua própria fundição tipográfica digital, a FTF.

Começou a trabalhar como gra-phic designer para o magazine Surf em 1993.

«I was affected strongly by David Carson, whom I was aware of since his early days at Surfer magazine. For years, Surfer was my favorite magazine. When Carson was hired to do RayGun magazine, that was the thing! He was was my biggest in-fluence — even more so than Emi-gre, which also influenced me a lot. I was lucky to be able to experiment a lot at Surf Portugal magazine. May-be I was able to do in a surf magazi-ne what David Carson was doing in a rock magazine!»

«My work was influenced by worlds outside surfing as well: art, rock, and pop culture. This was when “fonts” came into my life. At the time, the only way to make any graphic design work that remotely

looked like David Carson’s was to design my own fonts — that’s how it all started. Curiously I came to know Carson’s work before I knew Neville Brody, let alone Erik Spieker-mann or other famous type desig-ners. This was the early 1990s…»

A família de fontes Morgan Sans foi desenvolvida em 2001, original-mente com 44 pesos. Cada versão da Morgan tem diversos pesos — por exemplo, a Morgan Big (2001) tem 12 pesos. As versões «Avec» têm serifas grossas. As variantes têm sufixos como Avec, Sans, Sans Condensed, Big, Poster, Poster Avec e Tower.

Em 2003, a FTF Morgan family foi premiada no TDC2 2003 com-petition.

Mário Feliciano viu no typeface design um negócio que pode pro-porcionar realização profissional e lucro financeiro.

Esteve algum tempo associado à fundição Enschedé.

Recentemente vendeu uma de suas fontes customizada para o novo projeto gráfico e editorial do jornal Diário de Notícias de Portugal e, em parceria com a BBDO e o estú-dio de design RMAC, desenvolveu a fonte do logotipo do Banco Espírito Santo e a fonte de texto exclusiva, BES.

http://tipografos.net/portugal/feliciano.html(Texto adaptado pelo Prof. José Faria)

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24Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

SINOPSE - A história de Julie de Hauranne, uma jovem actriz francesa que fala a língua da sua mãe, o português, apesar de nunca ter estado em Lisboa, chega pela primeira vez a esta cidade, onde vai rodar um fil-me baseado na obra “Lettres portugaises”, do século XVII – Cartas Portuguesas - da au-toria do francês Guilleragues. Rapidamente, deixa-se fascinar por uma freira que vai rezar, to-das as noites, para a capela da Nossa Senhora do Monte, na colina da Graça. No decurso da sua estada, a jovem trava uma série de conhecimentos que, à ima-gem da sua existência anterior, parecem efémeros e inconsequentes. Mas, após uma noite em que, finalmente, fala com a freira, ela conse-gue entrever o sentido da vida e do seu destino.

Ficha Técnica: Realizador: Eugène Green | Género: Drama | Ano: 2009 | Data da Estreia: 06-05-2010 | Duração: 127m | Com: Ana Moreira (I), Beatriz Batarda, Diogo Dória, Camané, Aldina Duarte, Adrien Michaux, Carloto Cotta, Leonor Baldaque

10º LH3

cinema

o melhor filme português de 2009 é francês e estreia em 2010!

Todas as novidades da Martins Sarmento em www.esmsarmento.pt

efa

a próxima paragem…

Emigrar sempre foi um grande desafio.

A vontade de alargar os hori-zontes, conhecer outros costu-mes, mas também a necessidade de ter melhores condições (casa, sustento e estudos) e de as dar aos filhos, são alguns dos moti-vos que levaram os Portugueses a aventurarem-se pelo mundo fora. Muitos foram os obstáculos com que se depararam estes Portugue-ses: não levarem nada consigo na bagagem, enfrentarem o desafio de uma língua muito diferente…

Nos séculos XV e XVI, a des-coberta dos caminhos marítimos para Índia, África e Brasil, fez com que fossem esses os princi-pais destinos de emigração, prin-cipalmente este último, o Brasil, aumentando circunstancialmente no século XVII. Contudo, a gran-de debanda do nosso país ocorre a partir do final dos anos 50, os por-tugueses viraram-se para a Euro-pa, tendo como destino a França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Lu-xemburgo, Suíça, entre outros pa-íses. O impacto deste surto emi-gratório foi tão forte que abalou toda a sociedade portuguesa. Em menos de dez anos emigraram, por exemplo, para a França, mais de um milhão de portugueses. Te-mos o exemplo dos pais da ado-lescente Maria Andrade, que dei-xou o seguinte testemunho: - “Os meus pais emigraram, porque no lugar onde residiam não podiam ganhar dinheiro suficiente. Então eles foram para França, no senti-do de ganhar dinheiro suficiente para se alimentarem e darem um melhor futuro aos filhos, com um pouco mais de dinheiro (e eles conseguiram!) “ - Maria Andrade, 14 anos.

A ideia de que a emigração aca-bou é “ilusão”. Em Espanha, o nú-mero de emigrantes portugueses quase duplicou passando de 71 mil, em 2004, para 136 mil, em 2008. No Reino Unido passou de

68 mil para 77 mil e em Angola de 17 mil, em 2006, para 23 mil, em 2008. O número de portugueses e luso-descendentes no Mundo, até à terceira geração, é superior a 31 milhões, isto segundo um es-tudo ‘Emigração: A diáspora dos portugueses’, realizado pelo em-presário Adriano Albino. Afinal, há portugueses em 140, dos 190 países do mundo, pode dizer-se “onde há vida, há Portugueses”.

Os motivos para emigrar po-derão ter mudado um pouco, re-lativamente ao passado. Agora há quem pretenda alargar conhe-cimentos ao nível de formação profissional, académica; quem vá atrás de melhores condições pro-fissionais, pois as nossas empresas vêem com bons olhos, e como um desafio, a emigração.

Em resumo, muito possivel-mente, o nosso país continuará a ter um povo lutador e aberto a no-vos horizontes, procurando um fu-turo melhor para si e para os seus, dando a conhecer também as suas origens e costumes, uma certeza permanece… é o sonho que torna cada vontade, uma realidade!

Miguel, Hélder, Lurdes e André -

Adultos do Curso EFA 4

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O Pregão Novembro de 2010

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Universo ESMS

informação

oficina de matemáticaA Oficina de Matemática já está em funcionamento.O horário encontra-se afixado junto à porta da sala 17, na Sala de

Estudo e na Biblioteca.Este ano, a Oficina de Matemática, para além de dar apoio aos alunos,

vai ser dinamizada com as seguintes actividades:- Jogos matemáticos- A Matemática e o tricôt- Campeonato MAT 12 e/ou CANGURU- Programação das calculadorasAparece e usufrui também da componente lúdica que a Matemática

tem para ti!Grupo Disciplinar de Matemática

SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 3ASSEAR; REPARO; M; ERRE; ERAS; N; PP; ARE; VAU; ME; ANO; EN; IM; LAR; REUS; C; T; COTA; OURAMA; AFORAR; SABEM; LUTAS; C; METI; IRAS; P; RR; SIN; ZAS; SA; IAM; AH; AR; PAR; ARIA; AER; ASIA; DO; BAR; IAM; AR; A; PROA; AROS; A; REASSUMIRAM; PI; A; OU.

informação

curiosidade

• Para encontrar uma mulher precisa-se de tempo e dinheiro. Então: Mulher = Tempo × Dinheiro

• “ Tempo é dinheiro “. Logo,

Tempo = Dinheiro

• Portanto,

Mulher = (Dinheiro)2

• “ Dinheiro é a raiz de todos os problemas! ”. Daí que,Mulher = ( Problemas ) 2

Mulher = Problemas

Paulo Marques; João Ribeiro; Márcia Silva; Liliana Rodrigues; Ana Rita Silva. 12º CT1

Grupo Disciplinar de Matemática

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desafio 2

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O Pregão Novembro de 2010

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Fotos

Recepção aos novos alunos - 13 de Setembro de 2010

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António Costa - [email protected]

Soluções na pág. 21

Jornal ‘O Pregão’ online em:http://issuu.com/o pregao

Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia o material para o email:[email protected]

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Equipa de ‘O Pregão’Dulce NogueiraFátima LopesGenoveva LimaGlória M. MachadoJoaquim MagalhãesJorge C. Faria José L. FariaJosé M. TeixeiraLeonor Costa

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Palavras Cruzadas 3

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http://www.cargadetrabalhos.netPublicações, procura e ofertas de trabalho na área do design, multimédia e publicidade.

H 1 Vestir-se com esmero; suporte móvel ou fixo de uma boca-de-fogo ou arma pesada automática, destinado a oferecer apoio estável ao tiro e a permitir a execução mecânica da pontaria.

2 Peque; épocas históricas.3 “Partido Popular”; unidade de medida agrária

equivalente a cem metros quadrados; ensejo; “Ministério da Educação”.

4 Período de tempo; “Estrada Nacional”; “Imposto Municipal”; parte inferior do pão.

5 Monarcas; distância de um ponto ao plano hori-zontal de projecção.

6 Muito ouro; dar ou receber por meio de foro.7 Percebem; combate, com ou sem armas, entre

pessoas ou grupos (pl.).8 Introduzi; cóleras.9 “Rádio Renascença”; prefixo que exprime a ideia

de junção; interjeição que indica acção rápida; apelido.

10 Passeavam; interjeição que exprime admiração, alegria, espanto ou lamento; figura; casal.

11 Cantiga; ontem; um dos continentes.12 Nota musical; botequim; vagueavam; chiste.13 Parte dianteira do navio; argolas.14 Readquiriram.15 Letra grega usada em Geometria e em Matemáti-

ca; alternativa.V 1 Benefício; empregada doméstica.

2 Excesso de gordura à volta da cintura (pl.); invulgar; acha graça.

3 Catedral; sentem tonturas; nota musical; planta completa.

4 Pertencia; prevês; inaugure.5 Interjeição usada para fazer as bestas andar;

internava; contracção de preposição a e artigo definido o (pl.).

6 Mostraras novamente o caminho a seguir.8 Dariam nova vida a.9 Existiam; fazer fracassar; nome masculino.

10 Cada um dos chifres dos animais; armaduras; motivo de afeição.

11 Aquelas; parte vivaz e filamentosa de certos líquenes (pl.); “Partido Socialista”; apelido.

12 Grandes quantidades; peça de vestuário, geral-mente feminino; pedra de amolar.

13 Sobrecarregar com tributos; estacionara.

Post it

“A curiosidade é mais importante do que o conhecimento.”

Albert Einstein

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