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O COPISTA Autor : Prof. Alzir Fourny Marinhos No início dos anos 80 eu cursava Matemática na UFRJ. Na disciplina de Cálculo II estava sendo dado integrais trigonométricas. Neste mesmo período eu lecionava num Curso de pré-vestibular, no Município de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro. Num dia, que antecedia uma prova de Cálculo II, estudando, desenvolvi várias integrais trigonométricas. Houve uma, de grande complexidade, que não consegui fazer. À noite, saí para lecionar no pré-vestibular, pensando naquela integral que ficou sem solução. Desenvolvi a aula, no pré-vestibular, com tranqüilidade. Num momento em que aguardava a resolução de um exercício que havia passado para os alunos, tive a visualização da solução daquela integral que tanto me angustiava. Com rapidez, fui ao canto do quadro e fiz, meio escondido e rabiscado, a resolução da integral. Consegui. Que alegria! Retornando à aula, fiz o exercício que havia passado, ficando, no quadro, os rabiscos da resolução da integral. No encontro seguinte, no pré-vestibular, ao iniciar a aula, solicitei o caderno de um aluno para verificar o conteúdo dado anteriormente. Fui surpreendido, ao abrir o caderno. Aquele aluno tinha copiado todo o quadro. Copiou, também, todos os rabiscos da resolução da integral que só eu poderia entender.

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O COPISTA

Autor : Prof. Alzir Fourny Marinhos

No início dos anos 80 eu cursava Matemática na UFRJ. Na disciplina de Cálculo

II estava sendo dado integrais trigonométricas. Neste mesmo período eu lecionava num

Curso de pré-vestibular, no Município de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro.

Num dia, que antecedia uma prova de Cálculo II, estudando, desenvolvi várias

integrais trigonométricas. Houve uma, de grande complexidade, que não consegui fazer.

À noite, saí para lecionar no pré-vestibular, pensando naquela integral que ficou

sem solução.

Desenvolvi a aula, no pré-vestibular, com tranqüilidade. Num momento em que

aguardava a resolução de um exercício que havia passado para os alunos, tive a

visualização da solução daquela integral que tanto me angustiava. Com rapidez, fui ao

canto do quadro e fiz, meio escondido e rabiscado, a resolução da integral.

Consegui. Que alegria!

Retornando à aula, fiz o exercício que havia passado, ficando, no quadro, os

rabiscos da resolução da integral.

No encontro seguinte, no pré-vestibular, ao iniciar a aula, solicitei o caderno de

um aluno para verificar o conteúdo dado anteriormente. Fui surpreendido, ao abrir o

caderno. Aquele aluno tinha copiado todo o quadro. Copiou, também, todos os rabiscos

da resolução da integral que só eu poderia entender.