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OS BAKONGO DE ANGOLA NA FONTE, CENTRO E NA INCOGNITA DO REPERTÓRIO POLÍTICO

Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

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OS BAKONGO DE ANGOLANA FONTE, CENTRO E NA

INCOGNITADO REPERTÓRIO POLÍTICO

NSIMBA JOANI DIAS*

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INTRODUCAO

Não se procura por áqui isolar a vida e as orientações de um povo

para incentivar reacções absurdas. Não procura-se oferecer aos

bakongo um estatuto especial dando-lhes um lugar privilegiado

no seio desta nação que luta para a sua unidade e reconciliação

nacional, senão analisar factores estimulantes desta parte de um

todo angolano que procura inserrir-se nos profundos da vida

política e contribuir como dever de cidadãos. Não é que na

democracia, cada cidadão tem direito de eleger e possívelmente

ser eleito, desde que reune as condições estipuladas pela

Constituição da nação?

Como em todas as comunidades, organizações, sociedade e em

torno de um povo há sempre elementos com boas qualidades

humanas e como também não faltem os medíocros e os bakongo

não estão vacinados contra esta regra. Procura-se narrar e expor

certos factos duma forma generalizada, sabendo também que

não existem regras sem excepções.

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Nesta dissertação, descreve-se em forma analítica como a política

é visualizada e como tem-se desenvolvido das utopias a

democracia angolana. Faz-se uma reflexão sobre os factores que

influencem os bakongo de Angola de mergulhar profundamente

neste empreendimento de politiqueiros. Aborda-se sobre as

características do homem do norte e suas nobres qualidades que

ajudem-lhe trabalhar com eficiência na liderânça política de

qualquer partidos, organização ou instituição. Visualisa-se como

as regalias entre outras condições adicionais funcionam como

estímulos a esta profissão ou como ímano que atrae os angolanos

para aventurar-se nesta nova profissão formando uma nova

classe social dominante, uma elite de influência, uma

nomeklatura dura vivendo nos vultos duma concha impenetrável

etc

Este trabalho é o resultado de vários inquerítos, análises,

questionários distribuidos aos angolanos de diferentes opiniões,

classes, profissões, locações, etnias etc adicionando as realidades

que se vivem no solo angolano. Este trabalho é baseado por um

estudo reflexivo e não especulativo ou polémico. Para chegar a

esta exposição fez-se uma profunda observação de longas datas

de certos individuos, vizinhos, familias bakongo de diferente base

cultural, tradicional, com diferente nível de instrução etc. Fez-se

um estudo sociológico e análises psicológicas de comportamentos

e hábitos deste ou daquele. Analisou-se atravez cassettes e

videos as reacções, concepções e visões políticas de certos

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bakongo na religião, na sociedade cívica, política e debateu-se

com certos estudantes. Preferiu-se não colocar certos materiais

na bibliografia pelo respeito da confidencialidade.

Este tema é puramente um verdadeiro sujeito de reflexão e uma

pedrinha na edificação da unidade angolana mas também uma

peça radio-activa a arquivar no museu histórico de Angola que vai

emanando luzes para aclarar a visão frustrada de bakongo e

complexada de outros.

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OS ESTIMULOS A VONTADE DOS BAKONGO NA POLITICA

A política é definida como arte de governar os estados. Sistema e

estilo particular aplicado por cada governo. Politica é decidir a sua

adesão a uma ala tendenciosa com opiniões, decisões e

estrategias dominantes. É o ganho e uso de poder para governar

sociedade de forma contrária a velha concepção dos bakongo que

a definiam como luvunu lwa luyalu muna kimbumba kia nsi (a

mentira do governo no seio de segredo do estado). Ela é uma

ciência ou arte de aplicar regras dominantes para dirigir um povo.

A política é um conjunto de linhas estratégicas traçadas pelo

governo, coroadas pelo sucesso, já que como ciência, ela não

conjugue com insucesso, e que não admite tempos perdidos fora

do progresso.

Sabendo que recebe-se uma arte como inspiração, herdeiro ou

pode-se aprender mas o seu aperfeçoamento vem sempre

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atravez de uma aprendizagem téorica e prática desde escolas ou

treinos juntos aqueles que são professionais na materia. Falando

de governar, diria-se que é possuir qualidade de dirigir, a

abilidade de amar (o povo, a terra e as estruturas), ter uma visão

e formular meios para concretizar-la, e finalmente possuir o

leadership spirit que facilita usar correctamente o poder para

servir, portanto governar não deixa de ser a abilidade de

discursar. Governar é procurar vias, métodos e soluções para

conduzir o destino dum povo com visão de sucesso, em paz e

para o desenvolvimento social, cultural, político e económico.

A actual vida em Africa gira a volta da política porque ela ainda é

o sitema respiratório do movimento de desenvolvimento nos

países em vias de desenvolvimento. Este é o factor imperativo e

vital para o progresso socio-económico de qualquer sistema,

sociedade e movimento histórico de um povo. A própria natureza

histórica de Africa deste século determina que a política seja

ainda o principal utensilo para projetar o continente ao

desenvolvimento porque ela foi a crucial area que reforçou o

empobrecimento total deste. Querer como não, o africano esta

obrigatóriamente submetido a política e deve se preocupar deste

sector que condena-lhe a miseria. Independentemente das

conexões ou das auxiliaridades que esta ciência forma, oferece e

apresenta em relação as outras, a política obriga aos africanos de

diferentes ideologias, creênças, opções e opiniões de praticar-la

mesmo inconscientemente.

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A política ou kimbumba kia nsi era no seio dos povos do Reino de

bakongo um sujeito reservado aos velhos escolhidos mas hoje

não é um sujeito dogmático que todavia pertence ao dia-a-dia de

todo angolano. Diria-se mesmo que todo africano; todo o

angolano vive concretamente na política.

Os bakongo de Angola são localizados nas três provincias

nórdicas de Angola (Cabinda, Zaire e Uige), onde ocupam um

territorio de 105 911 km², tendo uma população estimada a 2 000

000 de hab. Esta etnia que pertence entre as três maiores da

nação exprime-se em língua kikongo que pode ser subdividida por

várias pequenas idiomas que se diferenciam somente por acentos

ligeiros. Esta etnia sofreu mais os efeitos da colonização

portuguesa, eis a razão que tem o maior contigente de refugiados

angolanos no exterior. Visto que a resistência angolana anti-

colonialismo partiu do norte de Angola, e, visto que a intensidade

da riposta portuguesa foi mais cruel no norte. Finalmente, visto

que a vizinha República do Congo/Kinshasa já era nesta altura de

1961 independente (1960) e oferecia mais segurança em relação

a Zambia ou Namibia etc.

Existe uma decepção e frustração de carácter separatista criadas

pela dupla Mobutu-Ngwabi no isolamento dos Kabindas, já

indiferentes com uma mentalidade enclaveada, ao restante de

bakongo. O capitalista Mobutu e o marxista Marien Ngwabi (Este

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último foi o primeiro presidente marxista da República Popular do

Congo/Brazaville, depois de Massamba Deba. Foi assassinado em

1977), querendo monopolizar a riqueza de Cabinda empregaram,

cada no seu lado, uma estrategia isoladora manipulando certos

líderes para uma desmarcação completa dos bakongo de

Cabinda. Foi o mesmo Mobutu (Antigo Presidente da República do

Zaïre de 1965 até 1997) que catalizou a friagem na política da

FNLA em relação aos Kabindas tribo-conservadores.

A maioria dos bakongo que hoje pratica a política tem vocação de

servir a nação. Esses se sacrificam para ver seus compatriotas

beneficar seus direitos como filhos da nação, e cuja vão servindo

com uma consciência livre, procurando ameliorar suas próprias

qualidades para prestar um serviço positivo. Esta carisma de

políticos bakongo demostra sua chamada vocaçional. A mesma

vocação carismática se manifesta somente naqueles que

possuem a liberdade de actuar ou expressar-se

professionalmente no seio deste partido, governo ou movimento.

A EXPERIENCIA HISTORICA NO REINO DO KONGO

A história do povo africano prova que o povo kikongo teve o

primeiro contacto com aventureiros europeus (Diego Cao e

companheiros) mas que foi também o primeiro povo de Africa a

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reclamar a independência do seu Reino, que viria posteriormente

ser dividido por Kongo francês (República do Congo/Brazaville),

Kongo belga (RD Congo/Kinshasa) e Kongo português (Angola). Os

factos históricos também provam que este grande Reino foi o

mais organizado nas suas estruturas económicas, políticas,

administrativas, culturais, sociais etc.

Angola, que pertence entre as últimas nações africanas a obter

suas independências, onde tem-se verificado um apetitoso dos

bakongo na participação ou na colaboração de forma activa na

plataforma política. Esta predilecção não só se justifica pela

quantidade; em termo númerico mas também pela qualidade em

termo de boa participação na liderânça no governo, partidos,

oposição, nos sectores económicos e na religiâo.

Entre as causas do início para o declínio do Reino do Kongo em

1665 evoca-se “Os Princes que queriam todos possuir armas de

fogo lutavam entre si para conseguir mais escravos” De Munck

1971/36. Como neste Reino cada Prince tinha que possuir um

território para dirigir “a primeira causa era o excesso númerico de

candidato ao trono do Rei” Idem/63. Os europeus aproveitavam

destas relações com estes Princes, fornecendo-lhes armas de

fogo para lutar entre si. Factos estes que provocaram a

debilidade e fregmentação do Reino, “nesta luta de Mbwila

(Ambuila) e finalmente a morte de Rei Antonio Iº” Idem/37. Estas

lutas internas entre políticos herdeiros do Reino do Kongo podem

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talvez hoje justificar esta cobiça? ou são simplesmente pre-

sintomas de um desenvolvimento que vai abalar as terras de

Nguxi?

A história demostra que além das consequências que findaram

com este Reino poderoso, os bakongo especialmente de Angola

onde se encontrava a capital política, económica e financeira

dominavam esta arte há bastante. Nele, o poder político era

respeitoso com uma influência que se expandia até aos reinos

vizinhos. A diplomacia deste Reino era forte na abordagem de

assuntos internos e externos, aperfeçoada com uma linguagem

apetrechada com proverbios, parábolas, adágios e uma sabedoria

africana de alta cultura. Sabendo também que a língua dos

bakongo tem uma estrutura gramática completa que prova que é

uma das ricas no continente.

O sucesso da política no Reino da Kongo enraizou-se nas

estrategias de compatividade da familia. O poder patriarcal era

forte no seio da familia, onde não havia conflitos de sexo, luta

hierárquica entre o marido e a esposa assim como as crianças

tinham uma posição definida. A ordem e disciplina na familia

eram supervisadas; a noção de respeito era muito acentuada.

Estas normas se extendiam da familia a tribo passando pelos clãs:

de uma casa a aldeia, do N’lambu (localidade) a comuna etc não

havia conflito de gerações. Os conflitos políticos ou religiosos

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eram economisados num círculo muito fechado, por isso se

chamou kimbumba.

O povo kongo foi sempre calejado na politica desde a época dos

Reinos, onde tiveram uma participação activa e influente.

Acredita-se neste século moderno, da técnologia e da democracia

que praticar a politica é saudável mas quando esta participação é

exagerada, então surgem questões! O facto de haver muitos

partidos políticos de bakongo não é saudável na prisma

organizacional porque prova a debilidade do sistema político

nacional na interpretação e aplicação a democracia demostrando

o grau de conflitos entre liberdade e libertinagem, patriotismo e

oportunismo, vocacionados e cobiçosos etc. Angola necessita

quadros em todos sectores económicos para colmatar as infinitas

vagas nas estruturas industriais, socio-culturais, administrativas

no seu espaço terrotorial. Esta nação vive hoje um excesso de

“homens de canturas” nas cidades e um exagero de partidos sem

poder real, partidos sátelites e partidos sem visões.

CARACTERISTICAS SOCIAIS DE BAKONGO

“Os bakongo são tradicionalmente agricultores. Porém entre eles,

alguns mostram-se com grande apetência para o negocio

(comercio), outros para a confecção de mabelas (tecidos de rafia)

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em tear e outros ainda foram exímios mestres na manufatura de

tecidos acetinados e aveludados, ornados e policrómicos”

comenta Obalumbi. Outros factores que estimulam os bakongo a

penetrar a cena política estão baseados nas próprias

características fisionómicas, sociais, culurais etc

Nas suas características gerais o kikongo não é tribalista mas

realista. Ele é muito reservado e cauteloso nas suas actividades e

adapta-se rápidamente as condições a sua volta. Os bakongo são

bons trabalhadores que sabem respeitar a hierarquia social.

Portanto não aceitam muito a dependência, nem gostam de

pressões, por isso lutam silenciosamente trabalhando com

eficácia a procura de promoções. O kikongo nunca se satisfaz

com nenhuma promoção mas procura-la constantemente. Os

bakongo são alegres mas silenciosos e gostam de expressar o seu

orgulho numa forma gesticulativa de andar vaidosamente.

Embora da sua experiência a política, acredita-se pouco que o

kikongo é político por natureza embora que seja mais pacífico e

que não gosta de agressividade. Não se pretende áqui dizer que o

kikongo não é bom político. Qualquer que seja a sua profissão, o

kikongo combina-la sempre com a religião e negócio comercial. A

falta de carácter dictatorial no leadership impede ao kikongo de

ser bom dirigente durante épocas turvas da revolução. O

leadership e entreneurship qualidades de bakongo não são

sempre bem interpredas pelos outros, que ironizam-las até

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tornar-las por ponto de frustração. Os bakongo de todo o

continente são religiosos por tradição, comerciantes por natureza

que vivem numa profunda hipocresia. O kikongo de Angola que

naturalmente é medroso viveu numas seriais de agressões, lutas,

torturas, massacres e assistiu a várias cenas de horror que dele

fizeram um revoluto.

Os bakongo de Africa são geralmente intelectuais e seus

compadres angolanos são poliglotas. Os pais bakongo estimulam

sempre seus filhos a estudar e possuir uma formação elevada,

que constitue um orgulho da familia e honra aos parentes. Seus

parentes se sacrificam em tudo para ver a prosperidade dos

filhos. Os bakongo de Angola tiveram sempre grandes abilidades

empresáriais e nunca beneficiaram duma ajuda externa mas que

procurem sempre criar suas condições sem depender a alguém.

Independentemente da localização, o kikongo procura sempre

criar condições para sua sobrevivência e criar uma pequena

fortuna a sua volta. Infelizmente a sua riqueza não cresce devido

o seu carácter tradicional porque depois da morte de um homem

com boas condições financeiras, o kimvuama (fortuna) é dividido

pela familia paterna que desbanja-lo sem remorsos. O kikongo

que nunca herda dos seus pais, procura não só trabalhar para si

mas também para os filhos, tios, netos, primos já que possue

sempre uma familia muito alargada. Este factor faz dele um

elemento social não egoísta mas que não deixa de ser um

elemento perspicaz. Este cíclo na pobreza resta contínua devido a

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pilhagem e a ingerência nos assuntos internos da familia restrita

pelos familiares que controlam até suas capacidades criativas e

entrepreneurship.

Como o ovimbundu, o kikongo é muito ligado a tradicão que

herdeu dos seus antepassados; por isso, sendo conservador

espera viver sempre no tradicionalismo africano. Ele respeita a

sua cultura e tradição hereditárias. Este tradicionalismo africano

acidentado as ideologias do passado de Angola faz que este seja

relegado no segundo plano da ficção política como um povo

atrazado, portanto este sente-se orgulhoso da sua condição.

Muitos vizinhos dos bakongo não conseguem explicar como estes

chamam por tios, tias até pai ou mãe aos desconhecidos (sem

conexão familiar) com uma aparência mais idosa. O kikongo,

como o ovimbundu, dogmatisou a sua rica tradição sem portanto

balançar-la com o progresso da sociedade.

Entre as qualidades negativas deste povo, o kikongo metroplitano

é muito fácil a ser corrompido assim como tem grandes capacides

de corromper outros. Este fenómeno alheio nunca existiu no

Reino do Kongo e actualmente não existe nas aldeias dos

bakongo osquais são generosos e que se entre-ajudem

mútuamente. O kikongo tem um excesso de paciência que

tornou-lhe passivo. Infelizmente o crente kikongo é também

muito distraido pelas creênças afro-místicas, gastando seu tempo

e energia valorizando nkisi (feiticho) e kindoki (brucharia).

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A decisão e determinação de um kikongo faz dele um bom

estudante, bom trabalhador, bom político, activo em qualquer

outra profissão. O respeito, a sabedoria e inteligência faz deste

um homem de alta qualidade socio-moral, receptivo e apreciado.

Um kikongo sabe sacrificar-se caso necessita conseguir algo ou

atingir alvo e procura sempre o melhor, isto é a megalomania dos

bakongo. O kikongo é muito esquemático mas também gosta de

ser lógico, isto tem causado muitos inter-conflitos no seu

comportamento e de imprevisibilidades.

Entre as etnias de Angola os homens bakongo são reconhecidos

como os mais ambienceurs. Esta característica é quase de todos

os africanos já que muitos crescem numa atmosfera da poligamia

e vivem numas indefinidas políticas sociais onde a questão da

poligamia no seio da familia é ignorada. A continuação desta

utopia na política tem dizimado a qualidade de bons homens e

líderes. Uma vez tem “algo no bolso”, qualquer kikongo gosta de

“viver o luzingo (a vida)” perdendo muitas das vezes o controlo

de tudo. Porém sabe-se muitíssimo bem que um viveur

poligámico nunca foi um bom político.

EXPERIENCIAS POLITICAS DA EPOCA DA INSTALACAO IDEOLOGICA

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Os bakongo tiveram como outros povo a liberdade de decidir

sobre a sua escolha ao qualquer movimento de libertação de

Angola. Nenhuma lei ou obrigação ligava-lhes com este ou aquele

movimento, por isso muitos exerceram actividades políticas ou

militares no seio do MPLA (Movimento Popular da Libertação de

Angola), da UNITA (União Nacional para a Independência Total de

Angola) ou da FNLA (Front Nacional de Libertação de Angola).

Porém muitos bakongo foram usados pelo MPLA e UNITA, que

sobretudo aproveitaram as qualidades destes na hora de

“cozinhar” sem portanto contar com estes na hora de

“merendar”. Esta utilização sistemática causou um certo

scepticismo aos bakongo que hoje preferem criar seus próprios

partidos para evitar esta marginalização noutras organizações. Os

bakongo são ainda marginalizados, dominados e descriminados

nestes, de mesmo como os poucos kimbundu e ovimbundos eram

no seio da FNLA.

A grande maioria de bakongo tem notado uma completa

mudança aqueles que participaram no seio da UNITA ou MPLA.

Esses tomaram uma atitude fora do tradicionalismo kikongo;

muitos deles sofrem um complexo ou vivem numa dupla

hipocresia em relação a identidade cultural. Os bakongos

acreditam que esses legendários partidários optaram por

metamorfosear-se culturalmente em mpuku-mu-nuni (morcegos).

Esses aventurados muitas vezes são enterrados no m’pambu-a-

nzila (cruzamento)[expressão kikongo definindo estes como

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defuntos não honrados por choros tradicionais dignos dos

bakongo]. Os bakongo que rejeitam esta tradição ou cultura

sofrem um auto-isolamento silêncioso que é muito doloroso e são

vistos como perdidos. Uma vez mortos, esses aventurados

deixem pel’atraz orfãos considerados de avidi (perdidos), que

pagam muito caro este isolamento.

Os trágicos acontecimentos que o povo kikongo sofreu como

manobra política em Luanda desde 1975 a 2002 e que a nação

procura ignorar como se nada acontecera tem também um efeito

muito negativo aos bakongo. A maquinação ideopolítica de 1975

em Kazenga que selou-os por canibais, a agressão física de 1981

que se escalou desde uma pequena confrontação no mercado de

Prenda e a famosa sexta feira sangrenta, uma vez ignoradas,

ficarão eternamente marcante na história do povo kikongo. Essas

intimidações não só condicionaram o scéptismo de bakongo mas

também de muitas etnias angolanas; sabendo que o silêncio não

resolve nada. A indiferênça do actual governo em relação as duas

provincias nórdicas (Zaire e Uige) é um sinal muito marcante

nesta maratona da democracia angolana.

Os bakongo de Angola conheceram decepções sucessivas que

frustraram suas posições políticas. A grande maioria de bakongo

já não acredita na política angolana. Este povo foi massivamente

mobilizado pelo Movimento dos irmãos, que o decepcionou com

as concurrências internas entre os uigenses e os san-salvadores,

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com a mentira orquestrada desde a perda do poder no 11 de

Novembro 1975, e finalmente pela estrategia de Mfuengue

(raposa) que a COMIRA (Comite Militar da Revolução em Angola)

aplicou no norte de Angola antes que aparecesse seus quebra-

cabeças da Caça-bandidos. O Movimento dos camaradas que

também surgiu com uma política de paz, metamorfoseou-se com

o tempo decepcionando este povo com uma ditadura marxista

baseada nas promessas venenosas e estrategias mentirosas

manipulando-lhe. O Movimento dos maninhos pecou, utilizando

forças quanto não teve tempo duma mobilização ideológica.

Chegou ao norte empregando acções barbáricas já que trouxe a

mesma política da raposa, anteriormente usada pela Fnla. Na

realidade a Unita não soube como aproximar-se deste povo. O

povo bakongo pagou esta fatura com torturas físicas e morais,

imposta pelos três colossos da revolução causando um sceptismo

e um entrofiamento do cérebro político do homem do norte. As

falhas políticas ocoridas até áqui roubaram o zelo do nortense

pela política. Os partidos e movimentos políticos não conseguem

até agora cativar o coração ferido dos bakongo. Eis a razão pela

qual o “monte” de partidos de bakongo não tem influência nem

peso.

Muitos bakongo foram refugiados, onde conheceram experiências

amargas e hoje em Angola não se sentem a vontade já que são

ainda vistos como estrangeiros. O tratamento que estes recebem

não corresponde aquilo que tantos outros angolanos refugiados

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na Zambia, em Portugal ou mesmo no Congo /Brazaville tem

recebidos. Esta indiferênca não só se limitou a aqueles que foram

refugiados mas foi-se alastrando a todos os nortenses como se

todos viessem noutras planetas. Em 1978 os bakongo foram

humiliados quando foram todos obrigados de possuir um “cartão

de refugiado” dentro da pátria. Isto não aconteceu com os povos

de centro ou do sul de Angola. Vamos orgulhosamente admitir

que estas condições influênciaram o comportamento de muitos

bakongo, impedindo muitos para readaptar-se culturalmente.

Os bakongo de Angola conheceram uma trajetória histórica que

permitiu-lhes diferenciar-se com bakongo de outros países do

continente. Eles viveram mais tempo numa colonização mais

dura, agressiva e repressiva. Eles participaram numa longa

guerra de libertação que outros talvez não conheceram. Eles

passaram mais tempo nas preparações ideológicas diversivas,

que oferecem-lhes longas horas de reflexão política, de escolha

de um rumo socio-político. Eles combateram lado ao lado com

povos de diferentes culturas mas também de diferentes raças

tomando em conjunto a responsabilidade do destino duma Angola

multicultural e multiracial.

DISPOSTAS OPURTUNIDADES DA SOCIEDADE

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Angola não foi somente um palco de lutas armadas mas também

de lutas tradicionais e culturais. O veneno de fofocas políticas e

contraditórias entre raças, etnias, culturas, ideologias, partidos e

visões continuam ainda hoje impedindo a unificação coesa dos

angolanos.

Os bakongo tem uma facilidade natural que permite-lhes adaptar-

se com o ambiente socio-cultural da sua circunferência por isso

reajustem-se rapidamente na sociedade. Inexplicalvelmente a

sociedade angolana não oferece ainda muitas oportunidades ao

seu povo mas o kikongo não espera pelas condições, e tenta

criar-las ou vai ao seu encontro quando outros assistem

criticando.

O kikongo, como todo o angolano que em algo aspira torna-se

oportunista, não deixe de aproveitar tudo de bom que a geografia

social oferece-lhe. Junto com seus compatriotas kimbundus e

ovimbundus, os bakongo não querem distrair-se contínuamente

conforme as imposições ideológicas do tribalismo angolano

confissado pelas lutas de partagem do poder. Este prise de

consciênce do homem africano é decisivo para o progresso total

do continente

A participação a política para os bakongo é uma forma de

declarar a alta voz que: “Angola é nossa porque somos uma etnia

de Angola. Angola pertenceu aos nossos antepassados que por

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esta pátria heroicamente tombaram, Ela pertence aos nossos

filhos que lutaram para a sua libertação”. A contribuição deste

povo para o bem-estar nacional é também uma forma de

reclamar o seu lugar histórico no seio desta pátria ao lado de

outras etnias angolanas. Ser angolano não é um mérito, nem uma

escolha mas um direito natural para os umbundos tal para os

kimbundos e assim para os bakongo, nhanekas, ganguelas,

tchokwes etc...

Actualmente, muitos tenores políticos da midia angolana

interpretam o desaparecimento físico de “Holden Roberto sendo

último grande icone desta etnia” (Semanario 13.08.2007) como o

fim de reinato desta etnia no cume do politic’s power angolano.

Esquecendo a dialética que demostra “o que é realidade num

partido pode não a ser noutro ou mesmo em Angola” por isso

tentam encurtar uma cronometragem que ainda não culminou

com a sua velocidade máxima. Esses vão procurando colocar um

ponto final no curriculum e participação política de bakongo,

negando mesmo que o ponto oferece a possibilidade de iniciar

um novo parágrafo ou mesmo novo capítulo. Certamente

R.Holden tinha iniciado um novo episódio histórico e político de

Angola e dos bakongo que também finalizou. Ele tinha continuado

o que já tinha sido antecipado por Nzinga Nkuvu, Nsimba Kimpa

Vita, Nzinga Mbandi e outros mas no percurso deste deixou

espaços para que outros possam inserrir-se politicamente. Eis

então esta brecha que viu a evolução de Lukoki, Mfulupinga, Nzita

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Tiago e outros. Lendo atenciosamente o capítulo do Holden,

entende-se que finalizou a sua narração com três pontos de

retícências. Isto explica a predisposição para o nascimento e

surgimento de mais Holdens, Lukokis, Mfulupingas, Nlanvus,

Ndembos, Tulenganas, Noes, Pedales etc, Não é avantajoso (para

não dizer inteligente) terminar a evolução política de bakongo (ou

de qualquer outra etnia) no seio do governo. Pode-se-lhe batotar,

mas tendo a chave do funcionamento administrativo de Angola,

os bakongo ficarão sempre uma força silenciosa. Aceita-se talvez

a perda de posição no “círculo da influência” do aparatchik pois já

não fazem parte no “imano do poder” Caso esta preocupação for

o fulcro dos objetivos da governação, Angola poderá

provalvélmente bascular na sombra de si pois quem fala da

história de Angola pensa no poderoso Reino do Kongo. O decorrer

da história de Angola já provou que esta não se apaga como não

se troca. Ela é uma bola cheia que não pode se manter

megulhada eternamente. A morte de R. Holden ou de outrem não

podem desvaziar este esférico de Ntotila. A morte de Neto não

acabou com o poderio do MPLA como a de Savimbi não liquidou o

seu movimento mas abriram outras alternativas, e, como pode

ser absurdo advinhar hoje estas gaguejandeiradinhas?

A REMUNERACAO

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A política como profissão é na actual sociedade africana a melhor

que garante as melhoríssimas condições sociais na vida dos

praticantes. Ela garante uma segurança em bens materiais,

relações e estabilidade duradoura. Os políticos aliados ao partido

no poder encontrem facilidade na obtenção de necessidades, são

facilmente aceites e recebidos com honras. Recebem do governo

equipamentos professionais que permitem-lhes exprimir-se

perante os constantes imperativos da vida e da profissão. Eles

são os únicos que rolam e rebolam nas red carpets.

Um político tem possibilidade de conseguir com mais facilidade

um alojamente, transporte do serviço ou pessoal em relacao a um

professional qualificado de qualquer outro ramo. Ele tem sempre

um salário mais compatível, independetemente da localização e

escala hierárquica, vários prémios e outros valores adicionais. Na

nossa sociedade o político tem sucesso antecipado, poder e fama.

Os nossos políticos são mais “super-star” que músicos e

desportistas, só que são mais conscientes e actuam com mais

cautelas que estes mas muitos não deixem de ser escandalosos.

Esta profissão não exige muitos prerequisitos como noutras.

Praticar-la não necessita diplomas ou certificados de grandes

instituições académicas porque não depende de altos níveis da

escolaridade. Um político não precisa um curriculum vitae (CV)

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Page 24: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

riquíssimo e para encontrar “furros” no sistema não precisa

apresentar-se ou registar-se no centro do emprego.

Na política africana o que mais conta é a arte de saber falar, ou

possuir verbos: uma terminologia que não se explica, uma

fraseologia orneada e uma eloquência ditatorial. Esta condição

não deixa de ser a grande causa de reprovação na qualidade

desta e decepção pelos resultados. É uma condição que provoca

a grande debilidade e fragilidade na qualidade de políticos que

não usam correctamente esta ciência preferindo limitar-se na

manipulação da consciência do povo. Como existem poucas

regras que definem o comportamento dos políticos na nossa

sociedade, os famosos políticos não são muitas vezes fieis as

instituições, a familia, a própria lei e a sociedade. Por isso muitas

vezes obstaculizam o progresso, o próprio desenvolvimento, a

unificação e o sucesso.

Perante a situação conjurativa que se vive actualmente, o povo

kikongo não deixa de ser oportunista como o kimbundu,

umbundo, tchokwé e como o resto de angolanos. Sabendo que “o

peixe segue sempre onde a água percorre” todo o angolano tenta

da sua maneira penetrar este novo mundo de condições, de

amiguismo, de relações e pertencer talvez ao circuito da

influência. Uma vez oferecido lugar nesta posição, qualquer

homem perde o poder de negar e aceita-la de braços abertos.

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Page 25: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

O mistério resolvido que atrae milhões de angolanos (africanos)

na política encontra a melhor explicação nos voltuosos confortos

a volta da renumeração e regalias em disposição para os

pratiquantes desta nova profissão constituida por tendenciosos,

realistas, optimistas, patrióticos, patéticos, aventureiros,

revolucionários, fraudelentes, parasitários, carinhosos, fieis etc

que vão servir esta nação quer com amor e fé, íra e rancor,

paciência e confusão, sacrificando-se no espaço e tempo,

desviando o que poder e contribuindo no que dever. Contudo

alguns terão um reconhecimento nacional dando-lhes um lugar

histórico dentro do património culturo-moral desta nação e

possívelmente do continente tal como Nkrumah, Mandela,

Kimbangu, Sankara, Roger Milla etc.

CONCLUSAO

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Page 26: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

A experiência acumulada durante o período do Reino do Kongo e

do período da revolução prova que o povo kikongo herdeu e

acatou uma abilidade e capacidade de bem dirigir. Esta

experiência prova também a sua vontade política somando seu

intelectualismo e o desejo de ameliorar as condições sociais.

Muitos bakongo destacados noutros movimentos políticos

provaram as qualidades políticas deste povo. Destaca-se o

trabalho realizado por Lukoki, Ndembo, Nlamvu, Monimambu,

Nzau Puna, Cdte Noe, Tony Fernandes, Pedale, E. Mulato,

Mfulupinga etc conforme as orientações de certos movimentos

continua provando a qualidade deste povo na liderança política.

Pode a concurência entre princes no Reino do kongo justificar a

actual excesso de partidos políticos de bakongos? Os bakongo

que foram sempre bons políticos não são na verdade muitos

calientes nesta profissão mas este excesso esta condicionado

hoje com algo muito doce(remuneração) e amarga

(marginalização) que Angola oferece. Não se entende hoje como

esta existência exagerada de partidos bakongo não consegue

colocar esta etnia no polo político mas também não se justifica

como a política é em Angola vista como um bolo étnico a partilhar

em pedaços! E se for este o caso, aconselheria aos bakongo de

esperar até quando aqueles que tem padrinhos ficarem

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Page 27: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

empanturrados e diarreiços (talvez por sacrilegio). Contudo

paciência porque dia não mata dias!!!

As características de bakongo fazem deles homens com

qualidades de desempenhar um papel muito decisivo na política

angolana. Este já esteve activamente presente na maratona

política da revolução onde assumiu a posição destacada na

liderança. Pela suas características o kikongo já provou e como

ainda prova que é um bom político e bom dirigente. Tem outras

condições e lotado de qualidades suplementares que assistem-lhe

para o sucesso.

Foi da inspiração religiosa que os bakongo optaram pela política

com objectivo de ver o seu povo livre da escravatura e do

colonialismo. O kikongo não precisou de seguir ou copiar outros

para ganhar a consciência revolucionária ou política mas foi

também estimulado pelo tratamento injusto e desequilibrado em

que foi alvo pelo colonialista. Como se sabe, o colonialista

português não tratou todos os angolanos de igual modo, nem

todas as provincias de mesma maneira e os bakongo foram

maltratados até perder as papilas gostativas.

O angolano deve ser realista e deve trabalhar para correctamente

contar a sua história, isto vai mudar a sua visão vendo as coisas

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Page 28: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

mais claras que antes. A realidade histórica vai facilitar esta

cohabitação entre etnias por isso os historiadores devem ganhar

esta consciência. A história de um povo não pode se erguer numa

fundação de truques ou manipulações, sabendo que a verdade

traz sempre a liberdade. Os bakongo procurem sempre ser

aceites pela verdade e não pelas concepções.

Por experiência, verifica-se que Angola e o seu governo não

devidamente reconhecem ou valorizam o desempenho de

bakongo. A contribuição destes cai sempre no esquecimento.

Pergunta-se muito: quantos herois bakongo que a história

moderna (da revolução a democracia) de Angola reconhece?

A decisão sobre a escolha de uma ideologia política de um

movimento politico-militar para a libertação de Angola foi a

responsabilidade de um dirigente ou talvez de um colégio de

líderes deste ou daquele movimento que não reflete o

engajamento de uma inteira etnia. Os movimentos eram vários

com diferentes ideologias, partenários e como membros mas que

tinham um mesmo denominador comun, que foi: a independência

de Angola. Agora a pátria é soberana e multipartidária com um

objectivo comun que é a unidade nacional para o progresso, onde

julgamentos baseados na etnia, raça, geração, regionalismo etc

não devem existir.

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Page 29: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

Como oportunistas, os bakongo aproveitam a debilidade da lei

angolana e criem inumerosos partidos políticos, coisa que se

poderia evitar ou controlar uma vez que a noção da democracia

fosse aplicada justamente. Contudo, “entre duas enfermidades

escolhe-se sempre aquela que menos dores oferece”, isto justifica

o porque todo homem procura sempre a facilidade!

As boas condições e oportunidades de trabalho postas ao serviço

de qualquer kikongo determinam a qualidade de serviço prestado

por este mas como as visões não são ainda clarificadas, dalí

Angola oferece mais o “sentido oposto” de coisas por isso muitos

quadros e políticos não conseguem demostrar suas capacidades.

A democracia é também uma bela oportunidade aos angolanos de

poder fazer parte das equipas que decidem para o melhor futuro

da nação e encontrem na política esta facilidade. Para alguns, a

política não deixa de ser um forte meio para transformar as

dificuldades da pátria numa oportunidade. Uns encontrem na

política uma propriedade para a resolução de problemas pessoais.

Outros usem a política como instrumento para cativas seus

sonhos, ou mesmo para a monoplização do poder e privatizar a

nação como propriedade privada.

Sendo “vivaços”, os bakongo gostam da boa vida como todo ser

humano. A remuneração financeira é necessária para que o

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Page 30: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

homem consegue satisfazer suas necessidades e conquistar o

bem-estar, a fama, a fortuna e exprimir-se socialmente. Não há

outra etnia em Angola que gosta de viver melhor a vida que o

kikongo mesmo sem possuir as chaves financeiras da economia

da nação. A remuneração é um convite a política para todo

homem mas acredita-se que o kikongo tem vocação na política

mas precisa um retoque para poder diferenciar esta a religião e

comercio. A efervecência dos bakongo é justificada pelo balanço

da vocação, da remuneração e a chamada ao desenvolvimento.

A remuneração (salário, estímulos e prémios) é um direito aquele

que desempenha qualquer actividade laborial mas o seu excesso

fora do contexto torna-la anormal e classifica-la como corrupção.

No mundo político africano existe muita prática de self-service de

“meios” da nação. Não é normal que: “quem trabalha na cuzinha

come tudo da cuzinha na cuzinha”. Os bakongo estão

actualmente fora da cuzinha mas muitos deles assistem outros a

entrada da cuzinha e apreciam o cheiro perfumado do bolo a

distância e sentem-se orgulhoso quando seus “conterras”

padecem com migalhas. Este acto para o crente ou intelectual

kikongo não deixa de ser o pecado de participação!!!

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QUESTIONARIO

1. Quais são os motivos que convidam os bakongo na política?...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Como se justifica a existência de muitos partidos políticos destes?...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................3. Porquê muitos bakongo encontram-se na liderânça de muitos partidos?..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................4. São bakongo tribalistas? bons políticos? Egoístas?.....................................................................................................................................................................................................................................................................5. Entre os bakongo, nomeia 6 “bons” políticos que a história de Angola conhece1......................................... 4......................................2......................................... 5......................................3......................................... 6......................................6. Entre os bakongo, nomeia 6 “mediocros” políticos que a história angolana conhece1......................................... 4......................................2......................................... 5......................................3......................................... 6......................................

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BIBLIOGRAFIA

PepetelaO cão e os CaluandasLuanda 1985

RPJ De MunckKinkulu kia nsi eto a KongoDiocese de Matadi 1971

Outras fontes

Bakongo sem representantes com poder politico realSemanario angolense 13/08http://www.club-k.netconsultado 13.08.2007

La chasse aux “regressados”http://www.politique-africaine.comconsultado 12.08.2007

Tata ObalumbiRitos de Angolawww.ritosdeangola.com.br/historico/bakongos.htmlconsultado 27.06.2007

Os bakongo de Angolahttp://dedalus.usp.brconsultado 04.08.2007

Os bakongo em Angolahttp://www.cpires.com/angola_bakongo.htmlconsultado 24.07.2007

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Page 33: Os Bakongos ou Tunkongos in Afrina

Obras do mesmo Autor (publicações www.caaei.org)

- Soldado desconhecido- Com o pe esquerdo nas terras santas do norte de Angola- Na gingubaria da dona Maquiese- O nosso Beu das fantasmas- O denominacionalismo religioso no seio do Cristianismo- O papel e a contribuicao da igreja biblica e local para...- Servidao, mensagem perigosa em circulacao- Amor infantil, amor escolar- As funcoes da industria tabaqueira na economia- Pobreza, uma heranca?- A recuperacao do empresariado da micro-empresa como...- Contraversivas permutacoes de periodos...

5682 palavras

NSIMBA JOANI DIAS (Analista e Livre Pesquisador) Licenciado em Linguas Modernas, Management e Tecnologia de Calçados

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