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Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

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Poemas de Nós

2010/2011

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Poemas de Nós

Ficha Técnica

Título: Poemas de Nós

Editor: Escola Secundária Padre Benjamim Salgado

Autores: Alunos da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado

Coordenação: Equipa Educativa da BE/CRE - “A Casa de Camilo”

Capa: Prof.Susana Nogueira

Ilustração: Profs. Patrícia Pereira e Susana Nogueira (Coordenação)

Alunos do 8º e 10º anos

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Poemas de Nós

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No sentir de cada pessoa há sempre um poeta que sente, que sofre, que quer transmitir as

suas emoções, que procura e se procura. Em geral faltam-lhes palavras ou não as sabe usar

como gostaria. Muitas vezes, receia desnudar-se, pensando que podem ver no que diz ou no que

escreve uma fraqueza que não deseja revelar; outras vezes, tem medo de corar quando os que

o cercam vêm projecções do que é, sente ou pensa.

Cada povo tem a sua própria cultura, adquirida nas tradições, nos princípios, nos costumes e nos

modos de ser. Mas por ser relacional e intersubjectiva, a cultura é, como o povo, constantemente

actualizada, aperfeiçoada pela cultura de elite.

Uma das expressões da cultura encontra-se na literatura. É esta que melhor expressa a sua

riqueza, mas também as suas complexidade e diversidade. A poesia apresenta-se como uma

manifestação cultural que presentifi ca a realidade humana, a vida, os seus valores, necessidades

e confl itos. Arte e linguagem, a literatura apresenta funções ligadas ao espírito estético e ao

sentido e momento sócio-histórico, verdadeiras manifestações de uma cultura, de um povo.

Naturalmente, nem tudo o que se publica com intenções estéticas possui um verdadeiro carácter

literário e a perfeição das artes gramatical e linguística. Mas o que pode desmerecer esteticamente

é, frequentemente, merecedor de atenção a nível sociológico e cultural.

Penso que a poesia não se confi na, longe disso, ao objecto que é o poema. Parece-me razoável

pensar que a poesia funda a arte, ao mesmo tempo que será também o que toda a arte visa; e, não

raro, podemos defi nir muitas formas de vida sem arte como poesia: a impressão de um olhar ou

de um gesto que se descobre. Também aqui, e decerto particularmente aqui, se preserva a poesia

como início de sentido. Como uma esfera da sua pregnância. Mas é sobretudo desta vontade de

poesia que respiram todos aqueles que aqui deixaram a sua marca, o seu olhar, o seu gesto, o

seu sentido, que, assim como todo o ser humano em geral, no esplendor e nos momentos menos

bons da sua condição, não recusaram a aventura de o ser. É talvez essa lição que esta singela

mas marcante antologia poética nos pode, caso tivermos sensibilidade e predisposição sufi ciente

para a reclamarmos como tal, querer começar por recordar.

É de facto meritória a vontade de dar sentido ao que se vê, olha, cheira, saboreia e sente através

de palavras com forças e signifi cados diferentes! Podemos assistir a refl exos da própria arte

literária quer na tarefa – difícil, dolorosa, secreta e solitária – na sua construção, quer na busca

Prefácio

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Poemas de Nós

O Director, Dr. José Alfredo Mendes

da perfeição estética.

Esta é uma colectânea de poesia de jovens que se revela agradável, interessante e que nos

presenteia com mais uma prova da capacidade de comunicação dos nossos alunos, quer pelos

traços das palavras deixadas quer pelos traços das imagens marcadas ao longo destes anos.

Nestas composições há toda uma energia de jovens que buscam a concretização de ideais

diversos ou se sentem deprimidos por não assistirem à sua desmaterialização. Muitos destes

poemas dão conta de uma energia amorosa, com todos os poderes inimagináveis que o amor

tem. Há espanto e medo; sente-se a alegria e a frustração; observa-se a sensação de posse e

da ausência; verifi ca-se a vontade da experiência e o reconhecimento da vulnerabilidade e da

fragilidade.

Esta antologia poética é prova que o jovem está sempre a procurar o encanto e a viver no

sobressalto do que acontece. Aceita os desafi os e as brincadeiras, gosta das alegrias, da diversão

e das festas; sem pensar muito nas consequências arrisca na busca do impossível e do distante;

abre-se, continuamente à novidade, embora aceite o imutável; interroga-se sobre o verdadeiro

sentido da vida.

O jovem ama e (en)canta a vida mas reconhece também que a desilusão, o sofrimento são

experiências que podem, ao mesmo tempo, ser vivenciadas.

Esta colectânea traduz comportamentos e estados de espírito que marcaram outros quer dentro

da escola quer fora dela e deve, sem dúvida, constituir um incentivo para todos os que aspiram a

dar forma e corpo à poesia que vai no seu espírito. É um contributo para a formação de pessoas

cada vez mais sensíveis ao palpitar da beleza pelas palavras e também uma marca de que é

importante o estímulo para que jovens como estes possam revelar a sua subjectividade individual

e pessoal desta forma tão mágica! É com muito orgulho que a esta escola apoia estes jovens que

tantas alegrias a todos oferecem.

Todos quanto deixaram aqui sua marca, através da arte da palavra, da arte da imagem e aos

que apoiam e colaboram nos “bastidores” a dar vida à criatividade destes jovens, cito pais e

encarregados de educação e professores ao longo destes anos, revelaram-se grandes poetas

da vida, onde o mais difícil não é escrever muito: é dizer tudo, escrevendo pouco, é deixar que

o sentimento que sobra ao coração saia pela mão de uma forma fi rme mas sensível e delicada

ao longo do tempo.

Parabéns poetas...da vida desta escola!

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Poemas de Nós

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«A poesia é um apelo à criação e, em primeiro lugar, à criação da

própria pessoa»

Georges Jean

Poemas de Nós é uma pequena amostra do muito que se faz na Escola Secundária Padre

Benjamim Salgado. É o talento dos nossos jovens, a veia poética daqueles que por cá passaram

e daqueles que por cá passam.

Poemas de Nós é, sem pretensiosismo e na sua simplicidade, uma justa e merecida homenagem

a todos eles. Serve ainda, para mostrar à comunidade o real valor dos nossos jovens, tantas vezes

maltratados, incompreendidos e que tanto têm para nos dar!

Poemas de Nós é o nosso muito obrigado! Sem eles, o nosso trabalho não faria sentido. Sem

eles, sem a sua poesia, o mundo seria sério, grave; triste e soturno!

Com Poemas de Nós também agradecemos a todos aqueles que, em cerca de vinte e cinco

anos, seduziram os alunos para a magia da poesia. A todos eles, o nosso muito obrigado.

Poemas de Nós será, talvez, o grito de alma, a voz dos nossos alunos que, ao longo da existência

desta Escola, têm vindo a ganhar notoriedade, em concursos que ultrapassaram estas paredes.

A todos, por tudo o que nos têm dado, bem hajam!

A Equipa da BE “A Casa de Camilo”

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Poemas de Nós

AMORAMOR

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Poemas de Nós

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Como o vento que teima em soprar

Também o meu coração teima em amar.

Teimam e sem eu querer

Apenas me fazem sofrer.

E como a chuva teima em cair

Também o meu amor teima em sair.

Na alma me refugio,

À procura de encontrar,

Alguém que me possa amar.

Então volto a olhar

A chuva e o vento

Que teimam em fi car.

Visões

Tânia Fernandes e Sandra Costa, 12º F - 2000

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Poemas de Nós

José Machado, 10º G - 2006

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Poemas de Nós

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Eras Tu

Eras tu quem eu queria

Era amor o que eu sentia

Era contigo que eu sonhava

Era em ti que eu pensava

Ao teu lado era petiz

Assim me sentia feliz

A nossa amizade

Passou a ser intimidade

Agora! Não te consigo esquecer

E não consigo entender

A tua forma de me enfrentar

Era a ti que eu queria

Era contigo que eu sorria

Era em ti que pensava

E às vezes também chorava.

Ana Helena, 12ºI - 2005

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Poemas de Nós

Não Posso Adiar o Coração

Não posso adiar o amor

Para o outro século

Não posso

Ainda que o grito sufoque

Na garganta

Ainda que o ódio estale

E crepite e arda

Sol montanhas cinzentas

Não, não posso adiar este abraço

Que é uma arma de dois gumes

Amor e ódio

Não posso adiar

Ainda que a noite pese

Séculos sobre costas

E a aurora indecisa demore,

Não posso adiar

Para outro século

Minha vida

Nem o meu amor

Nem o meu grito de

Libertação

Não posso adiar o coração.

Liliana Cardoso da Silva, 9ºC – 1999/2000

Menção honrosa no Concurso “Uma Aventura… Literária 2000”

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Poemas de Nós

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Um dia olhei-te nos olhos,

Vi-te como realmente eras.

Senti por ti algo

Que nunca havia sentido tão intensamente.

Derrubaste o meu orgulho,

Apoderou-se de mim

Uma vontade forte de amar,

De fazer felizes os outros.

Um dia olhei-te de novo nos olhos,

Tal como na primeira vez,

Desviaste o olhar para

Aquela que hoje é tua.

Não mais vi a luz do sol,

Não mais vi a Primavera

Trazida por ti naquele dia tão especial.

Senti o Inverno, forte como nunca ninguém viu.

As nuvens choram por mim.

A neve gelada gerada por ti

Apaga agora o fogo desta minha paixão obsessiva por ti.

Não quero olhar-te mais,

Não quero amar-te mais,

Quero apenas esquecer este sentimento e morrer.

Aos teus olhos morrer.

Rosa Maria Lopes Ribeiro – 12ºB – 1999/2000

Menção honrosa no Concurso “Uma Aventura… Literária 2000”

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Poemas de Nós

No Final

Gostava de ter-te por perto

Ouvir a tua respiração a meu lado.

A solidão está a invadir a minha vida

Não sei se devo aguentar ou gritar a dor

Mas há qualquer coisa que me diz

Que estou melhor sozinha...

No entanto não acredito nisso,

A minha alma está tão fria

Os meus braços estão vazios

Ninguém para abraçar ou sentir!

Espero a noite mais uma vez

E procuro coisas que não consigo ver,

Finjo estar bem assim

Acreditar que consigo viver sem ti,

Mas o tempo prova o contrário!

Porque semeaste esta dor?

Quando pensas abdicar do teu tempo?

Onde está o amor que procuras?

Não vês que está em mim?

Ainda ouço a tua voz...

Nunca mais ouvirei esse som...

Andreia Pimenta, 12º F – 2002/2003

Menção honrosa no Concurso “Uma Aventura… Literária 2003”

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Poemas de Nós

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Este Inverno vou passá-lo assim,

Sem ti.

Já me habituei ao teu abandono,

Sei viver só, com muito custo

Aprendi a caminhar de mãos dadas com a solidão,

E esta é para mim a única amiga nesta viagem que é a vida.

Oiço o corvo

Canta para mim.

É tenebroso o seu som, e

No entanto atrai-me

A minha vida esvai-se por entre os meus dedos

Ele chama e eu não resisto.

Quero partir com ele,

Quero deixar a mão da solidão

E partir com ele para a escuridão.

Deixo também o teu olhar gélido,

Não mais me atrai.

Sinto aberta ainda a ferida que me provocaste,

Esses teus olhos de tempestade

Cobriram a primavera do meu coração.

Rosa Maria Lopes Ribeiro, 12ºB – 1999/2000

2º prémio no Concurso “Amor…” da ESPBS – Dia dos Namorados

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Poemas de Nós

Paula Oliveira, 8ºE - 2006

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Poemas de Nós

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Não Sei...Hoje digo “Adeus”A esse amor sem saída,Aos olhos azuis que eram teusE nos quais me sentia perdida.Sou livre...Finalmente me soltei!Durante uns tempos mantiveA esperança de que amei!Não sei...Se um dia irei perceberO porquê de aplicar a leiSó no que nos apetecer...Devia era ter paradoAntes de chegar a esta situação.Agora o namoro está acabadoE despedaçado está o meu coração.Minha alma chora,Meu coração grita de dorAssim como a fl ora,Também morre o amor!Acabou...Resta o sofrimento.E depois de tudo o que se falou...... Até de casamento!Que loucura a dos jovens enamorados!Tanto amam como odeiam...Ao princípio são muito dadosMas logo depois se chateiam!A vida é mesmo assim...Cheia de altos e baixos!Pelo menos para mim,Que vivo de encantos e desencantos.“És maluca” – é o que me dizem...E com razão!Pior diziam se abrissemA porta do meu coração...Nele escondo tudoQuantos segredos tem que guardar!Quem será o sortudoQue a sua chave irá encontrar?Não sei...Ninguém o sabe.Mas esperarei...O futuro a Deus cabe!

Menção honrosa no Concurso “Uma

Aventura… Literária 2003”

Joana Pinto, 12ºH – 2002/2003

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Poemas de Nós

Já Não me Amas...

Nas noites frias chamo por ti,

Mas tu não vens!

Não sei o porquê de não vires,

Não sei porque não dás notícias.

Será que já não gostas de mim?

Será que eu já não sou aquela que queres a teu lado?

Será isso, e não me queres dizer?

Espera... talvez seja outra coisa,

Talvez tu não possas falar-me.

Talvez alguma força desconhecida te tenha aprisionado,

Não te deixando vir ao meu encontro!

É impossível não ser essa a resposta à minha questão.

Eu não acredito,

Eu não quero acreditar, e,

Não posso acreditar que tu...

Simplesmente,

Deixaste de me amar!

Rosália Gonçalves, 12º H – 2002/2003

Menção honrosa no Concurso “Uma Aventura… Literária 2003”

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Poemas de Nós

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Amor

Um dia uma fl or desabrochou num estéril jardim,

Linda, fresca, sonhadora!

E a fl or brilhava ao sol, seu companheiro

E contava-lhe todos os seus segredos.

A brisa era o seu carteiro e as suas cartas

Eram as partículas do seu pólen.

Que lindas cartas de amor a fl or escrevia!...

Certa manhã a fl or acordou e sentiu-se velha.

As suas pétalas amareladas, gastas, caíam como lágrimas.

Então, a fl or, ao longo do dia, foi reparando no seu triste fado:

Crescer, viver, amar e morrer.

“Que vida cruel”, pensava ela!

“Porque terei que morrer se tenho em mim a força que move o mundo?

Porque terá essa força que morrer incessantemente?”

E com este pensamento a fl or adormeceu.

Adormeceu, para nunca mais acordar...

Ricardo Fonseca, 12ºF - 2005

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Poemas de Nós

AMOR, a Coisa Mais Linda do Mundo!

Amor é neve num dia de Verão

É um rio que corre para o mar

É a vida numa canção

É um segredo ao luar.

É o som da Primavera

É um sorriso da aurora

É um adeus à fantasia

É a poesia naquela hora.

É ser fi el à escuridão

É querer cantar à luz do dia

É gritar para o céu essa paixão

É mostrar aos homens a nossa alegria.

Só um sentimento puro e profundo

Nos faz viver com seriedade

Amor, a coisa mais linda do mundo.

Claúdia Sofi a Machado Rodrigues, 9º L – 1994

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Poemas de Nós

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Meu Coração

Meu coração tão pequeno,

Onde cabe tanta dor

Está pensativo e sereno,

Com tanto sofrimento e dor.

Meu coração sonhador

Porque estás a sofrer?

Ele responde: é o amor,

Que não me deixa viver.

1º prémio concurso literário “Amor …” ESPBS – Dia dos Namorados 2003

Ana Pereira, 11º E – 2002/2003

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Poemas de Nós

Joana Correia, 8º E - 2006

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Poemas de Nós

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Princípio de Tudo ou Nada

Este mar que nos divide,

Este princípio de tudo ou nada.

O mar é que decide,

De ti manter-me afastada.

Este princípio de tudo ou nada,

Nada vale para mim,

Como posso de ti afastada,

Conseguir viver assim?

Paixão Vertiginosa

Esta paixão vertiginosa,

Sobe, sobe sem parar

Vai como um balão, é perigosa,

E a queda pode matar.

Matar-me de amores,

Talvez por quem não merece.

No fi nal sofrer as dores,

De que meu coração sempre padece.

Ana Pereira, 11ºF - 2001/02

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Poemas de Nós

Ivo Almeida, 10º G - 2006

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Poemas de Nós

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Vais recordar-te de mim!

Mesmo que queiras esquecer-me,

Sempre estarei junto a ti

Por muitos anos que vivas,

Vais recordar-te...

Do meu sorriso, do meu rosto,

Da minha maneira de ser,

Do meu mundo, das minhas coisas.

Vais recordar-te de mim!

Porque tenho sido para ti;

Cada minuto, cada instante

Muito mais que uma boa amiga,

Uma boa amante,

Companheira tenho sido sempre,

Inseparável de ti.

Vais recordar-te de mim!

Da loucura da minha paixão,

Da doçura do meu amor,

Da ternura da minha voz

E dos meus beijos.

Beijos que jamais

Encontrarás outros iguais.

Vais recordar-te de mim!

Quando estiveres em outros braços,

Quando te falarem de amor

E quando beijares outros lábios

Vais recordar-te de mim!

1º prémio concurso literário “Amor …” ESPBS – Dia dos Namorados 2003

Isabel Couto, 12º A – 2002/2003

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Poemas de Nós

Amor

Quando uma leve brisa

Tocar nos teus lábios

Não te assustes.

É o meu pensamento

Que te beija em silêncio.

A hora passa…

A noite escurece…

O dia clareia…

Mas um verdadeiro amor…

Esse permanece e, nunca se esquece.

Amo-te muito.

O amor que sinto por ti

É anónimo.

É anónimo porque…

Não sei de quem é.

3º lugar concurso literário de Língua Portuguesa da ESPBS – 2004

Rui Paulo Ramos, 7ºB – 2004

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Poemas de Nós

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Amor

Amor é chama incandescente,

Que arde mas não consome,

Engana mas não mente!

Amor é para quem está disposto a amar...

Amor é pra compartilhar.

É sentir o perfume sem a fl or,

É sentir a luz sem sol,

É sentir amparo na dor!

Sentir cada momento de forma especial,

Ver que tudo nos sorri, nada é banal.

Amor é pensar com o coração,

Sentir de forma diferente,

Dar largas à imaginação...!

É uma droga de vício puro!

Derrete até o coração mais duro.

É dar tudo em troca de nada,

Estar preso em liberdade,

Ter anseio, desejo, saudade!

Olhar como quem beija!

Beijar como quem ama...!

1º prémio do Concurso Literário “O Amor” promovido pelo Departamento de Língua Portuguesa

Hélder Guimarães - 2001/2002

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Poemas de Nós

Alice Marinho, 8º A - 2006

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Poemas de Nós

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EUEU

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Poemas de Nós

Seria tão diferente…

Se os nossos sonhos não terminassem

Tão de repente.

Seria tão diferente…

Se os bons momentos da vida

Durassem eternamente.

Seria tão diferente…

Se de quem a gente gosta,

Gostasse um pouco da gente.

Seria tão diferente…

Se quando chorássemos,

Fosse só de contente.

Seria tão diferente…

Se quem amamos,

Sentisse o que a gente sente.

Mas, é tudo tão diferente!

Os sonhos que a gente gosta

Terminam tão de repente!

A gente que a gente gosta

Nem sempre gosta da gente!

E das vezes que a gente chora, poucas vezes são de contente!

E a quem a gente ama

Não sente o mesmo que a gente!

Mas…nós podemos fazer a vida

E o mundo diferente!!!

Tem é de começar, dentro da gente!!!

Verónica Machado, 10º I – 2004

Tão Diferente

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Poemas de Nós

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O Frio

O frio que invade

Este corpo quente

Com alma descontente

Gélida, trémula…

O frio que quebra o coração,

Que sem amor trabalha,

Que sem amor falha,

Que vive em vão

O frio que arrepia

Os poros da pele jovem

Que cansada de viver

Procura a razão

De existir, de ser…

Este frio, quente gélido

Que sem dó nem piedade

Procura acordar,

A vida que cá existe

Teima em fi car no frio do corpo enregelado

Que habita em mim

E assim,

Aquecer o Inverno do ser,

Quem sem saber,

Vive para morrer.

Tânia Fernandes, 12ºF - 2000/01

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Poemas de Nós

carlos, 10º G - 2006

Page 32: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Sensações

Este terror que me aperta,

Que me sufoca…

Esta dor persistente,

Profunda, paciente…

Esta transparência, espelhada

Pelo negro de meus olhos…

Grito sem voz,

Sangro sem feridas

Procuro e não encontro,

Vivo neste desalento,

Morro neste descontentamento.

Luto e não vejo

O que me atormenta,

A agonia em que vivo,

A solidão que me alimenta…

Procuro e não encontro.

Luto e não vejo.

E vou vivendo neste pranto,

Escondendo o que sinto,

Mas vou mentindo,

E no espelho em que me miro, além da imagem alcanço.

Tânia Fernandes, 12º F – 2000/2001

Page 33: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Helena Pinheiro, 8º A - 2006

Page 34: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Hoje, olhei-me ao espelho

E senti um arrepio

Em todo o meu corpo,

Sinto que não estou bem comigo própria,

Tenho medo de amar,

Tenho medo de me magoar,

Entreguei-me vezes sem conta

Em relações sem sentido,

Todas elas,

Deixaram-me marcas

E feridas profundas

Dentro do meu coração,

Não sei se algum dia

Elas cicatrizarão,

Tenho medo, muito medo,

De me entregar novamente,

Se te fi z sonhar com nós os dois,

Desculpa, mil vezes

Te peço desculpa,

Quem sabe se um dia

Os nossos caminhos

Se voltam a cruzar. Sim, quem sabe

Se em outra hora

E em outro local,

Posso vir a amar-te,

A entregar-me completamente,

Só te peço, um grande favor,

Pensa em ti, e sempre em ti,

Nunca tomes uma decisão

A pensar em mim.

Menção honrosa no concurso “Uma Aventura… Literária 2002

Isabel Couto, 11º A - 2001/2002

Page 35: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Ângela Vaz e Sara Machado, 12º F - 2005

1º prémio no concurso “Uma Aventura… Literária 2005”

Ser um Bom Aluno

Ser bom aluno

Não é ser igual,

É ter um lema,

É seguir um ideal!

Sempre a estudar,

Sem nunca desistir

Olhar o céu

Como meta a atingir!

Eu não vou falhar

Vou cumprir o meu dever,

E como bom estudante

Isto não vou esquecer;

De olhos fechados

Não quero fi car

Não vou estar à espera

A ver o tempo passar.

Quero aprender

Sempre mais e melhor

Para ser na vida

Alguém com valor.

Page 36: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Quem Sou?

Quem sou?

Sou o sol

Sem brilho.

Sou a espiga

Sem milho.

Sou um campo

Sem fl or.

Alguém sem amor!

Mas quem sou eu afi nal?

A noite fria,

Coração sem alegria,

Sou o céu cinzento,

Noite triste,

De alguém a quem mentiste.

Mas tudo mudará

Pois um dia

Irei recomeçar a

Crescer, sorrir, sonhar,

Viver, confi ar, acreditar

E amar.

Quem sou?

Alguém que amou,

Morreu e ressuscitou.

E como o tempo cura

Posso voltar a ser feliz!!

Isabel Ferreira, 11º E – 2005

2º prémio no concurso literário ESPBS

Page 37: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Ana Castro, 8º E - 2006

Page 38: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Vou caminhando pela praia,

Deserta e silenciosa...

Apenas escuto o batalhar

Das ondas nas rochas...

Olho no horizonte,

Aquela linha imaginária

Que nos oculta a beleza

Escondida além do mar.

Sento-me na areia,

Olho as estrelas!

Descubro Cassiopeia,

Vénus e Andrómeda

Estou triste e tão sozinha!...

Não tenho mais as tuas carícias,

Os teus lábios molhados

Cheios do fogo da paixão!

Como pudeste ser tão cruel

E tão vazio de sentimentos?

Eu entreguei-te o meu coração

E tu apunhalaste-o...

Ofereci-te o meu amor e carinho

Tu aceitaste-o, usaste-o

E depois deitaste-o fora,

Como se fosse algo impuro.

Se depois de tanto amor,

Tu consegues destruí-lo

Com uma simples palavra

Ou um simples gesto,

Para que existe a palavra amor?

Existirá só para me fazer sofrer???...

Menção honrosa no concurso “Uma Aventura… Literária 2003

Isabel Couto, 12º A – 2002/2003

Page 39: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Tiago Mendes, 10º G - 2006

Page 40: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Acho que Cresci...

Quando é que me lembrei de acordar?

Estava tão bem adormecida.

Era uma criança... sonhava...

Agora sou “grande” e estou perdida.

Quando me perguntaram

Pela última vez que sorri

Comecei a refl ectir

E a ver o mundo não é aqui.

Queria poder voltar atrás,

Corrigir meus erros que me envergonham

Mas não sou capaz...

E tento...

Mas é vão esse desejo

Pois tudo o que anseio

É sonho, é devaneio...

E jamais pode voltar a acontecer.

Queria tornar a poder ser livre,

Voltar a ser criança,

Tornar a aprender,

Estar em segurança,

Ter um ombro onde me apoiar,

Saber sempre que alguém está comigo,

Mas não sei,

Porque já cresci...

Dalila Fernandes, 11º F - 2005/2006

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Poemas de Nós

Esquecida

Tornei-me passado de ti.

Tornei-me passado de tudo.

Friamente me tornei lápide.

Tornei-me memória!

Sou nem mais que uma sombra,

Nem menos que uma história.

Sou um pedaço do teu mundo.

Talvez uma perda!

Talvez uma vitória!

Sou meramente um borrão na tua tela,

No meio de tantos traços pintados.

Tornei-me marca do teu caminho.

Marca do teu destino.

Agora sombra do teu passado.

Sou em ti marcas de outra vida.

Complementos da tua história.

Sou meramente um borrão de tinta,

Na tela da tua vida,

Marcas da tua memória.

Dalila Fernandes, 11º F - 2005/2006

2º prémio no Concurso Literário 2007 - promovido pelo Departamento de Língua Portuguesa

Page 42: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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POESIAPOESIA

Page 43: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Poema é...

Poema é...

A solidão permanente

O abraço terno desejado

A lágrima de uma criança

Que vê o mundo um alvo falhado

Poema com linhas

Da vida e da morte

Para uns o azar para outros a sorte

É o despejar de sentimentos

O alívio profundo

Um espelho mágico

Que refl ecte o meu mundo

E poemas???

São palavras escritas

Infl uência do nosso conhecimento

Palavras baseadas na nossa vida

Que vão correndo pelas veias do nosso pensamento

Poema é a marca do sorriso

O calor da tristeza

A sensação perdida no papel

Sentimentos que o coração não despreza

Poema é algo que sai com naturalidade

Água que escorre na mente

Que vai sem controlo e com vontade

É uma surpresa

Forma de expressar

Sentimentos, surpresas

Refl ectindo o nosso olhar

É um silêncio interrompido

Pela voz calada.

Um suspiro escondido

Uma tela inacabada.

Ana Helena, 12ºI - 2005

Page 44: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

44

Papel

Os meus sentidos,

O meu passaporte,

A minha voz,

É o papel...

Papel onde escrevo, leio e desenho;

O remédio para este mundo horrível!

Através do papel, lendo nele,

Voo para outro mundo mais bonito;

Através do papel, desenhando nele,

Liberto o meu mundo,

Através do papel, escrevendo nele

Cito factos para tirar conclusões...

É a minha salvação,

PAPEL!!!!

2ª Menção Honrosa Concurso de Poesia 2005 – ESPBS

Alice Marinho, 7ºB – 2005

Page 45: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Tiago Oliveira, 10ºG - 2006

Page 46: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Sophia

Seu nome era Sophia

Nome Comum

Nome sem graça

Mas sua pessoa era única

Amava o melhor da vida

Não, não era luxo!

Era o mar, as fl ores...

Toda a natureza!

Adorava as crianças

Adorava rir

Adorava brincar

Sophia foi criança

Foi esposa

Foi mãe

Foi a nossa poetisa!

Ana Vieira, 9ºB – 2005

Poema seleccionado para a acção de formação sobre Bibliotecas Escolares

Page 47: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Ser Poeta

Ser poeta

É encarar a eternidade,

Como o momento que passa.

É ter uma relação necessária com o mundo,

Fazer a poesia nascer do mais belo sentimento humano.

É dum poema,

Fazer uma revolução possível e necessária contra a literatura.

É a transformação,

Da essência para a existência,

É olhar a poesia,

Como uma forma de viver intensa,

Talvez como o amor,

Ou a morte.

É transformar um poema,

Num simples bailado de palavras.

Ser poeta,

É por fi m ,

Reconhecer, que nenhum verso,

É capaz de vencer a morte!

Luís Fernandes, 12º J - 2006/2007

1º prémio no Concurso Literário , promovido pelo Departamento de Língua Portuguesa da ESPBS

Page 48: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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GUERRA E PAZGUERRA E PAZ

Page 49: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Paz

Guerra, guerra e guerra

Palavra que é pequena

Mas que tem um efeito terrível.

Destrói, faz sofrer,...

Mas ninguém é capaz de a vencer.

Ninguém...

Ninguém sabe dizer:

“Vamos acabar com isto!”

“Isto não nos leva a nada.”

Só sabem colaborar,

E querem vencer

Custe o que custar....

Não pensam que,

Existe uma outra palavra.

Uma palavra,

Mais pequena ainda

Mas com muito mais valor.

Palavra que traz Carinho,

Alegria e Amor.

Essa palavra é: PAZ!

Sónia e Carla, 12º G

Page 50: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Venceu a Liberdade

Santa Cruz: este triste, bárbaro episódio

Abriu os olhos ao mundo, até então,

Alegre e profundamente adormecido.

As opiniões são unânimes, total indignação!

Timor, foi-te assim dado a escolher,

Nesse momento de raríssima bondade,

Liberdade ou mentira? Viver ou morrer?

Demonstraste-nos, com coragem, a tua vontade.

Eis que surge a pura vingança: Dili a arder,

Acto maldoso, terrível, selvagem

Dos cobardes demoníacos com mau perder.

E os infelizes timorenses?! Não reagem!?

Não reajas Timor, humilha-te, vais-te submeter...

Quem se exalta agora, será humilhado,

E no fi nal, por fi m, acabaremos por vencer,

Pois quem se humilha, será depois, exaltado!

Eurico Lemos de Oliveira 12º B – 1999-2000

Menção honrosa no concurso “Uma Aventura… Literária 2000”

Page 51: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Susana Carvalho, 8º A - 2006

Page 52: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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A Paz e a Guerra

O Mundo todo em confl itos…

Já não há como explicar!

Tanto sangue e tanta guerra,

Já me está a enervar…

A guerra é muito má

Prefi ro paz e alegria!

Dar amor e dar carinho

Às pessoas dia-a-dia!

A paz traz alegria

A guerra só traz tristeza

A guerra é muito má

A paz é uma beleza!...

A guerra é catastrófi ca

Só se vê sangue a escorrer

As pessoas muito berram,

Por ver outras a morrer.

A paz é Santa harmonia!

Só pombas a voar…

Amor e muita beleza,

É o que se pode dar!

A guerra traz violência,

A paz traz saudade,

A guerra é inocente,

A paz é uma verdade!

Acabar com toda a guerra,

E fazer a paz subir

Quero olhar para as pessoas

e vê-las todas sorrir.

Cristiano Mendes, 8º F - 2005/2006

3º prémio Concurso Poesia 2006 – ESPBS

Page 53: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Timor até ao Fim…

Chorando cantemos

A tristeza de um povo

Que um dia viveu, noutro sofreu,

Noutro lutou pela liberdade

Que há-de nascer de novo.

Unidos salvemos

A alma que se esvai

Sempre com a vontade de ajudar Timor,

Timor Lorosae!

E em nós guardemos

A esperança que sempre há-de haver

Em busca daqueles,

Que por Timor morreram,

Para Timor viver!

E a cabeça erguemos

Para que na hora da verdade

Estejamos com Timor

Sonhando com o dia da hora fi nal

Onde com grande alegria e amizade

Choraremos a eterna saudade!

E fi nalmente a dor acabará

Quando estivermos com Timor, até ao fi m…

Helena Fernandes,11ºH - 2000

Page 54: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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O Mundo

Não sentes!?

Guerra, Guerra e mais Guerra

Neste buraco sem fundo

Que é o nosso mundo

Crianças a sofrer

Pessoas a morrer

Viste o que a guerra faz

Precisamos é de Paz

De quem será a culpa?

Será minha, será tua

Ninguém sabe, pois para mim

Todos contribuímos para um mundo assim!

Tatiana Silva, 11º E – 2005

3º prémio Concurso Poesia – ESPBS

Page 55: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Álvaro Pereira, 10ºG - 2006

Page 56: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Holocausto

Foram pessoas como eu

Como tu, como nós e como vós.

Foram pessoas inteligentes

Com estudos!

Mas tão ignorantes,

Tão desumanas,

Sem coração,

Sem amor-próprio.

Eles fi zeram de tudo

Conseguiram destruir

Um país, um povo

Eles dominaram tudo

E nós deixámos

Que eles matassem

Os nossos pais, os nossos avós,

A nossa família.

Quem cometeu mais erros?

Eles por matarem e desrespeitarem,

Ou nós, por deixarmos?

Tudo isto aconteceu.

Quem foram os culpados?

Porquê, porque deixámos nós

Isto acontecer?

1ª menção honrosa no Concurso Poesia – ESPBS

Ana Vieira, 9ºB - 2005

Page 57: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Nicole, 10ºG - 2006

Page 58: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Violência

Quando abrimos os jornais,

Quando vemos televisão,

Só se ouve e vê violência,

Até dá apetite de gritar:

Parem! Por favor mais não!

Será que o homem não pensa

Que a vida é tão bonita

Para ser desperdiçada

Na construção desmedida

De tanta arma maldita!

Morrem tantos inocentes!

Outros, talvez não...

Mas será que ao matá-los

Resolvemos os problemas

E lhe damos uma lição?

Não, isso é engano

Que nem é bom pensar

Pois não há melhor lição

Do que apenas sorrir,

Viver feliz e perdoar!

Aida Azevedo, 9º D - 2006/2007

2º prémio no Concurso Literário, promovido pelo Departamento de Língua Portuguesa da ESPBS

Page 59: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

NATUREZANATUREZA

Page 60: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Praia, Areia, Mar Salgado

Praia, areia, mar salgado,

Menina que corre para o mar

Seu coração enganado,

Vai voltar-se a apaixonar.

Praia, areia, mar salgado,

Céu, lua, estrelas cintilantes

Pobre coração apaixonado,

Entre horizontes distantes.

1º prémio no Concurso Uma Aventura… Literária 2002.

Ana Pereira – 11ºF – 2001/2002

Page 61: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

A Floresta e Eu

De muito pequenina te conheço,

Lembras-te de brincarmos ao crescer?

Tu ganhavas-me sempre…

E mais baixa fi quei eu,

Mas é assim que tem de ser!

De muito amedrontada te conheço.

Lembras-te das geadas e dos frios?

Eu ganhava-te sempre…

Porque fugia para casa

e aconchegava os arrepios.

De muito pequenina te conheço.

E se algum dia me esquecer de ti

É de mim que eu me esqueço.

Ana Cristina e Agata, 7º A – 1999/20

Page 62: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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A ÁguaO Padre Benjamim SalgadoDeu o nome à nossa escolaEu dei voz a estes versosQue transporto na sacolaFeitos de temas diversos Com a água sempre à frenteP’ra dar de beber à gente!

Fui para a beira do rioE vejo a água a correr Vai regar grandes cearasPara as fazer crescer.

A água faz verdes os campos,Faz os jardins fl orirCom todos estes encantosPõe o mundo a sorrir!

Nas ruas há fontanários,Nas escolas chafarizesTemos os rios e maresPara sermos mais felizes.

A água é fonte de vida,Sem ela não há viver É meia batalha perdidaSe deixarmos de a ter.

Se a água me faltarEu não consigo viverBasta uma gota cairE eu ganho a vida a valer.

Ter água na nossa mesaP’ra nossa sede matarA água dos nossos olhosFaz muita gente chorar.

A água tem um destinoQue não sei imaginarMata a sede ao pequeninoE faz o mundo girar.

Tem cuidado com a águaQue também pode matarÉ um bem tão preciosoSe a soubermos usar.

Nuno João, 7ºE – 1999/2000

Page 63: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Primavera

Primavera fl orida

Que tanto nos dá prazer,

Com tantas fl ores coloridas

Tão bonitas de se ver.

Campos verdejantes

Com sementes a crescer,

Tendo cores cintilantes

Que nos fazem viver.

Quando as andorinhas

Põem os seus ovinhos

Não nas suas casinhas

Mas sim nos outros ninhos.

Quando chega a Primavera

É tempo de alegria,

É o que toda a gente espera,

É o amor e fantasia.

Helena Marisa, Ricardo Joaquim, Teresa Raquel e Nuno Filipe, 8º M - 1993/94

Page 64: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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A Floresta

Temos que preservar a Natureza

porque ela é….

mesmo uma beleza.!

Da fl oresta devemos cuidar

se nela queremos viver,

protegendo-a,

podemos ajudá-la a crescer!

A fl oresta é muito fi xe,

muito fi xe para a malta,

para podermos respirar

é que ela nos faz falta.

Por tudo isto:

Que a paz verde da fl oresta

Vença sempre

O silêncio negro das cinzas.

Ana Cristina e Ágata, 7º A – 2002/2003

Page 65: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Cristina Araújo, 8ºE - 2006

Page 66: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Sol de Inverno

Amanhece de branco,

Qual noiva em dia

De casamento!...

É Inverno.

Pássaros teimosos

Cantam alegremente,

O sol brilha medroso

Num céu límpido

E cristalino.

Será Inverno???

Sinto que é...

Sinto o frio na alma,

O frio de não te ter,

O frio da tua perda,

O frio da dor,

O frio da tua partida...

O frio de ser eu sem ti...

Palavras???

Somente a tristeza do...

Sol de Inverno!

1º prémio no Concurso Literário 2007 - promovido pelo Departamento de Língua Portuguesa

Maria Santana, 7º D

Page 67: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Page 68: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Uma Criança

A noite já cai, escura e fria, acaba mais um dia

O sol adormece, tudo desaparece.

Na noite brumosa entre nuvens,

Aparece a lua a brilhar.

Ilumina a cidade.

Clareada pelo luar, anda pelas ruas,

Descalça e sozinha,

Aquela criancinha!

Não tem onde fi car, adormece a uma esquina

Embrulhada em jornais e sempre sozinha!

Quem passa por ela, fi nge não a ver,

Ninguém quer saber…

E porquê? Porque o mundo só vê…

Aquilo que quer ver!

Publicado no Jornal Ponto de Encontro-Dez.1999

Marta Agra, 10ºH

Page 69: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Natal

Tudo começou quandoo anjo apareceu a Mariae lhe disse: “Tu vais ser mãe”,ela não o compreendia.

Isabel, sua prima foi mãe,oh! Que milagre de luzcom isto Maria acreditou e disse:“seja eu a mãe de Jesus”.

Hoje é dia de Natal,dia de muita alegria,nasceu Deus imortal,fi lho da Virgem Maria.Jesus nasceu, é dia de Natal,celebremos teu nascimento,oh! rei imortal.

Foi a 25 de Dezembro,após uma longa caminhada,que Maria deu à luzaquela criança abençoada.Caminhada percorrida,do Egipto até Belém,em cima de uma jumentinha,sem ajuda de ninguém.Nasceu numa manjedoura,o fi lho da Virgem Maria,ora aquece, ora arrefece,o boi vento e a mula fria.

Foi uma estrela,uma estrela de imensa luz,aquela que indicou aos pastoreso caminho a Jesus.

Jesus, fi lho de Maria;Maria, esposa de José;José, pai de Jesus;família de Nazaré.

Emília Meira, 11º F - 1994

1º Prémio de poesia do escalão sénior, Concurso da ESPBS

Page 70: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Natal

Natal...Natal!

Quem és tu,

Misterioso Natal

Que nos acolhes?

És dia de receber

E de dar,

Para quem

Gosta de amar.

És razão

Para a família

Se juntar,

Como na Bíblia.

Para mim,

És um dia

De felicidade

E alegria!

1º Prémio de poesia do escalão júnior. Concurso da ESPBS - 1994

André Pinto, 8ºB

Page 71: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Um Amigo Inesquecível

Tu foste, és e serás um amigo inesquecível!

Alguém que a todos nós ensinou

Tudo o que a vida tem de incrível.

Em ti o mundo desabou

Preso no teu frágil corpo

Que em tudo te abandonou.

Neste jogo difícil que é a vida,

Encontraste forças para lutar,

Essa força que em nós estava perdida

E que em ti fomos encontrar.

A coragem avistamos

No imenso brilho do teu olhar.

Num grito silencioso

Denunciaste a tua mensagem,

Num suspiro tremoroso

Finalizaste a tua viagem.

Por nós Delfi m serás sempre recordado

E na nossa alma fi carás gravado.

Dedicado ao Delfi m AlexandreDa sua turma: 10º D

O Delfi m faleceu no ano lectivo 2001/2002

Page 72: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Maria Luísa BalaioPessoa muito importanteComo descontente estavaSeus planos levou avante.

Grande guerra houveMuito encarniçada e desastrosaMas foi com istoQue Maria da Fonte saiu vitoriosa.

Font’ ArcadaSeus sinos tocaram a rebateReunidos no cruzeiroEsperavam pelo combate.

Maria da FonteDeu nome à revoluçãoDo seu nome versões corremAs verdadeiras quais serão?

Viva a Rainha,Abaixo os Cabrais!Com Maria da FonteIsto não se passou mais.1846, rebentou a revoluçãoEm Póvoa de Lanhoso se dizMas não custou nada Chegou a todo o país.

Menção honrosa no Concurso Literário Maria da Fonte promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.

Hugo Filipe Machado da Silva, 9º F - 1995/1996

Maria da Fonte em Poesia

Homens zangados e mausPara lá viajaram

E para suas defesasFouces e varapaus levaram.

Criança abandonadaPor alguém que não a quis

Como alguém a recolheuMaria da Fonte fi cou feliz.

Póvoa de LanhosoFont’ Arcada precisamente

Foi lá que nasceuEste nome vitoriosamente.

Maria da FonteSalvadora de Lanhoso.Jamais será esquecido

Seu nome vitorioso.

Page 73: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Bruno, 10ºG - 2006

Page 74: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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À Noite... Divagando

É noite...

Céu estrelado, o dia acabado...

Música?

Notas, melodia,

Duas lágrimas, um suspiro,

Sentimento e poesia...

Em mim não tem lugar o sono,

A mim o sonho não pertence...

Apenas divago e escrevo

O que o pensamento no silêncio vence!

A música é cada vez mais calma

Mas eu, com a caneta frenética, escrevo

É o que me vai na alma...

Que desassossego!

As palavras saem, duas com três,

Ideias confusas... como uma primeira vez!

É noite...

Chega devagar a escuridão,

Depressa a precede a melancolia,

Vem de mão dada com a evasão,

Perseguindo-a, não desiste a sombra fugidia!

Porém minha alma acalma

Liliana Peixoto, 12º B – 1999/20003º prémio no Concurso Uma Aventura… Literária 2000

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Poemas de Nós

Haverá sempre ódio

Haverá sempre a ironia,

Haverá sempre o ruído

Haverá sempre a sintonia

Haverá sempre o amor

Haverá sempre as mentes do ofício,

Haverá sempre razões de choro

E momentos de sacrifício!

Nunca existirá o sonho

Nunca existirá a sorte,

Nunca existirá a vida

Nunca existirá a morte!

Nunca existirá a recompensa

Nunca existirá o paraíso,

Nunca existirá outro alguém

Mesmo quando é preciso!

Nunca existirá o sempre.

Ninguém precisa de alguém,

Todos serão sempre nenhuns

E o perto parece sempre muito além!

Parece contraditório o que é muito claro,

Pois na vida espera-se a morte!

Choro quando rio, porque

O fraco é sempre o meu forte!!

Haverá Sempre o Ódio

Menção honrosa no Concurso Uma Aventura… Literária 2003

Paula Ferreira, 12º F - 2002/2003

Page 76: Poema de Nós - Antologia Poética

Poemas de Nós

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Velha Amiga

Sentei-meE senti o frio do granito milenar percorrer as minhas mãos.No horizonte,Onde em tempos pensavam que começava o abismo,O sol não exita em desaparecer.Sombras surgem de todos os lados…Todo o dia esperei este momentoPara que quando chegassesTe pudesse contar todos os meus segredos.Lentamente vais-te revelando,Sinto a tua chegada e contudo não te sinto,Vejo-te e contudo nada vejo,Sei agora que estás comigo.Sabes tudo o quanto sofri.No silêncio,Contaste todas as minhas lágrimas.No silêncio, Ouviste todos os meus murmúrios,Todos os meus gritos.Viste-me sorrir quando, em tempos remotos, amei…Conheces todas as minhas fraquezas,Sabes perfeitamente onde errei.Nunca me desanimaste,Pelo contrário, fi zeste-me pensar de novo em tudo o que fi z.Tornaste-te numa amiga e confi dente,Tornaste-te na sepultura dos meus segredos,Dos meus crimes e dos meus medos,Onde gravei num epitáfi o:In pace requiescant!Não falas Mas sei que me ouves.Noutros tempos temi-teMas agora confortas-me.Vive para sempre,Minha Velha Amiga Escuridão.

António Soares, 12ºH – 2005/2006

Page 77: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Corvo Negro

Adormecida na cama de palha,

Ouço a noite, inspiração minha,

E sinto as asas baterem-me na face molhada,

De um corvo negro, companheiro de toda a vida.

Deita-se ao meu lado, este amigo, negra brisa

E ao estilo de uma música de embalar

Conta-me histórias de belas adormecidas

E dos príncipes que vêm para as salvar.

Conta-as vezes sem conta,

Até que os meus ouvidos, já cansados de escutar,

Levam-me para outro mundo, só para que as possa vislumbrar.

Mas quando a manhã acorda

E o sol ordena os seus súbditos ao dia-a-dia voltar,

Ele parte, lá para fora,

E os meus olhos queimam da luz que entra para me consolar

Porque eu sei que só à noite o voltarei a encontrar.

O dia passou

Mais alguém nasceu, mais um jogo que se perdeu.

Mas fi nalmente a noite chegou,

E com ela, o meu corvo negro,

Que me conta um outro enredo,

Deste vez com bruxas e frutos envenenados,

Com enlaces muito mal contados

E um fi m que já não consegui ouvir.

Simplesmente porque adormeci

Com um corvo negro ao pé de mim.

E foi mais uma noite feliz!

Concurso organizado pelo Departamento de Língua Portuguesa

Daniela Sousa, 11º A - 2006/2007

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Poemas de Nós

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O mapa é aquilo que a cabeça desenha

Quando estamos imóveis mas em movimento.

E estamos unidos.

E é bonito...

Será esta a minha perdição?

Ficar para sempre à deriva num mar de pessoas?

Não, eu recuso-me.

Recuso-me a não encontrar o tesouro perdido.

Não o encontrarei apenas na nossa estrada, nem no meu esboço,

Nem sequer nas vidas mentirosas!

Mas não sei onde ele se encontra,

Pois só o vejo quando fecho os olhos,

Quando a luz se manifesta no vácuo.

E tu tocas-me...

Mas eu sei que não é real,

Nada é real para mim,

Nem mesmo a minha realidade.

Tantos rostos, tantos corpos, tantas ilusões.

Falsas tentações!...

Porque insistes em tocar-me quando não tens a noção disso?

Toca-me antes aqui e agora, para sempre,

Antes que me deite, perca a alma e me esfrie o corpo.

Não...continuas a tocar-me no outro mundo.

E é feio...

Persistência da Síndroma Pós-Traumática Cardiovascular Utópica

Page 79: Poema de Nós - Antologia Poética

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Poemas de Nós

Num mundo de sonho, sem tu saberes

Vivemos os dois vidas que mentem.

Tocamo-nos sem sequer te aperceberes

E então pedes...pedes para ninguém ver.

O que fazemos é só nosso,

Ainda que seja ao contrário.

Estamos unidos.

É bonito.

Vamos os dois pela estrada fora.

Penso que será a estrada da utopia,

Pois não tens noção das nossas leis,

Nem das leis que ditam a luz.

Mas eu sinto-o mesmo que não saibas!

Sinto a tua leve brisa no meu rosto,

Ainda que não me toques.

Estamos unidos

É bonito.

Pedes e digo-te: ninguém verá!

O nosso tesouro perdido não tem ouro,

Nem referência, nem localização.

Ricardo Fonseca, 12ºE

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Poemas de Nós

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