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TALVANE SOBREIRA PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL EM PACIENTES DO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO – JOÃO PESSOA/PB. UNIVERSIDADE FEDRAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA João Pessoa – PB 2004

PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

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TESE APRESENTADA PRA OBTENSAO DO TITULO DE MESTRE EM DIAGNOSTICO

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Page 1: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

TALVANE SOBREIRA

PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

EM PACIENTES DO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO –

JOÃO PESSOA/PB.

UNIVERSIDADE FEDRAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA

João Pessoa – PB 2004

Page 2: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

TALVANE SOBREIRA

PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE

BUCAL EM PACIENTES DO HOSPITAL NAPOLEÃO

LAUREANO - JOÃO PESSOA/PB

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia, da Universidade Federal da Paraíba em cumprimento às exigências para obtenção do Título de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Diagnóstico Bucal.

Orientador: Prof. Dr. Lino João da Costa

João Pessoa

2004

Page 3: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

Dados Internacionais de Catalogação na Publicaçao (CIP) Biblioteca Setorial de Odontologia - UFPB

Bibliotecária Responsável Izabel França de Lima

CRB 4/ 1098

Sobreira, Talvane.

Prevalência de lesões benignas na cavidade bucal em pacientes do Hospital Napoleão Laureano - João Pessoa/PB/ Talvane Sobreira. João Pessoa: UFPB, 2004.

75p.

Dissertação (mestrado em Odontologia) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal da Paraíba.

1 Lesões bucais 2 Neoplasias Benignas 3 Biopsia I Titulo

CDU 616.31-006(043)S677p

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TALVANE SOBREIRA

PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

EM PACIENTES DO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO –

JOÃO PESSOA/PB.

Data da defesa 27/02/2004

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Dr. Lino João de Costa

Orientador- UFPB

_______________________________________ Prof. Dr. Ítalo Honorato Alfredo Gandelmann

Examinador – UFRJ

_______________________________________ Profa. Rita de Cássia Cavalcanti Gonçalves

Examinador - UFPB

João Pessoa - PB 2004

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele nada seria possível. Aos meus pais, pois sem eles eu não teria tido esta oportunidade. À minha esposa, pois sem ela eu não teria esta conquista. Aos Meus filhos, pois sem eles não haveria razão nisto tudo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram para a finalização deste trabalho, mas agradeço especialmente: Ao amigo Dr. João Batista Simões pelo seu empenho demonstrado para que esta pesquisa fosse realizada. Ao Prof. Lino João da Costa pela maneira amiga e sincera que conduziu a orientação. À minha turma de mestrado, pela convivência amistosa e solidária no período em que passamos juntos. Aos meus amigos Gustavo, Luciana, Sheila, Marcelo, Neto, Conceição pelas sempre presentes palavras de incentivo e amizade. Aos professores, que sempre demonstraram interesse e vontade em nos transmitir seus conhecimentos, em particular ao Prof. Fábio Sampaio, pela sua extrema capacidade e competência. Aos funcionários que conviveram conosco neste período de nossas vidas se fazendo úteis e solidários. Ao meu amigo Jayro Nyelles, pelo seu incentivo e apoio nesta empreitada. À Vanda, chefe do Serviço de Arquivo médico do HNL, núcleo da pesquisa Ao Prof. Wilton Padilha, pelos seus ensinamentos e estímulo, sem os quais eu não teria terminado este trabalho. Aos meus alunos e amigos Gaião e Waldson, pessoas especiais que sem sua ajuda e dedicação este trabalho não seria possível. À Profa. Izabel França de Lima pela sua extrema paciência, dedicação e ajuda na conclusão deste trabalho.

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DE NOVO

Se caíste em serviço,

Levanta-te e caminha.

Por nada te envergonhes

Começar outra vez...

Nem te humilhe rogar

Auxilio companheiro.

Ainda moras na Terra

Não no país dos Anjos

Toma a charrua e lavra

O solo que te espera.

De novo planta o bem

Deus te protegerá

Emmanuel

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RESUMO

Este trabalho objetivou descrever a prevalência de lesões benignas que se

desenvolveram na cavidade bucal, bem como a sua localização anatômica,

hipótese diagnóstica, laudo de exame radiográfico, diagnóstico histopatológico

e tratamento realizado. Como metodologia utilizou-se uma abordagem indutiva,

com procedimento descritivo estatístico e técnica de pesquisa documental

indireta. O universo do estudo compreendeu os prontuários de pacientes de

ambos os gêneros que buscaram atendimento no Serviço de Cirurgia de

Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano – João Pessoa / PB, no

período de Janeiro de 1990 a Dezembro de 2000. A amostra compreendeu os

pacientes dos quais os prontuários indicavam a presença de lesões benignas

na cavidade bucal. Os resultados encontrados quanto ao perfil dos pacientes

revelou maior prevalência no gênero feminino (52,8%); idade média de 39

anos; e etnia branca predominante (56%). Quanto a presença da lesão, o

hemangioma foi a mais prevalente (47,2%); e a língua foi a região anatômica

mais acometida (36%), seguida da mucosa labial inferior (16%); sendo que o

blastoma foi a hipótese diagnóstica inicial de maior relevância (45,6%); o

tratamento eleito foi cirúrgico em 100% dos casos. Pode-se concluir que houve

uma equivalência na frequência das lesões em relação ao gênero dos

pacientes; o hemangioma foi a lesão com maior frequência e a língua foi a área

anatômica mais afetada. Houve expressiva discordância entre a hipótese

diagnóstica e o resultado do exame anátomo-patológico.

DESCRITORES: Lesões bucais, Neoplasias benignas, Biópsia.

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ABSTRACT

This work aimed to describe the prevalence of benign lesions that they grew in

the buccal cavity, as well as your anatomical location, diagnostics hypothesis,

X-Ray analysis, histopatological diagnosis and accomplished treatment. The

analysis was an inductive approach, with statistical descriptive procedure and

indirect documental technique research. The universe includes the patients'

records attended at the Head and Neck service in Napoleão Laureano Hospital

- João Pessoa / PB, includes a period among January, 1990 and December,

2000. The sample consists in patients who were present any benign lesions in

the buccal cavity. The results found, with relationship to the patients' profile

(male and female) revealed larger prevalence at female gender (52,8%);

medium age 39 years old; and predominant white ethnic (56%). The

hemangioma was the more relevant lesion (47,2%); and the tongue was the

anatomical area more affected (36%), followed by the lower lip mucous

membrane (16%); and the blastoma was the hypothesis more relevant (45,6%);

the elect treatment was surgical in 100% of the cases. It’s can be concluded

that there was equivalence in the lesions frequency in comparison to patients'

gender; the hemangioma was the lesion more frequent and the tongue was the

more affected anatomical area. There was expressive disagreement between

the diagnostic hypothesis and the result of the pathologic anatomy exam.

Key words: Buccal lesions, benign Neoplasm, Biopsy.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Distribuição dos pacientes em número e porcentagem segundo o

gênero...........................................................................................42

TABELA 2 - Distribuição das idades dos pacientes por média e amplitude, em

relação ao gênero.........................................................................42

TABELA 3 - Distribuição de etnia dos pacientes em número e porcentagem

conforme encontradas na amostra..............................................42

TABELA 4 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e

porcentagem de acordo com o diagnóstico histopatológico.........43

TABELA 5 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e

porcentagem segundo o ano de ocorrência.................................43

TABELA 6 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e

porcentagem conforme região anatômica de ocorrência..............44

TABELA 7 - Distribuição dos casos de hemangioma da cavidade bucal em

número e porcentagem conforme região anatômica de

ocorrência....................................................................................44

TABELA 8 - Distribuição dos casos de papiloma da cavidade bucal em número

e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência...........45

Page 11: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

TABELA 9 - Distribuição dos casos de ameloblastoma na cavidade bucal em

número e porcentagem segundo região anatômica de

ocorrência.....................................................................................45

TABELA 10 - Distribuição dos casos de hemangioma na cavidade bucal em

número e porcentagem segundo gênero e faixa etária dos

pacientes...................................................................................45

TABELA 11 - Distribuição dos casos de papiloma em número e porcentagem

segundo gênero e faixa etária dos pacientes............................46

TABELA 12 - Distribuição do ameloblastoma em número e porcentagem

segundo o gênero e a faixa etária dos pacientes...................46

TABELA 13 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número

e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica

estabelecida.............................................................................47

TABELA 14 - Distribuição dos casos de hemangiomas da cavidade bucal em

número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica,

confirmada pelo exame histopatológico...................................48

TABELA 15 - Distribuição dos casos de papiloma da cavidade bucal em

número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica

confirmada pelo exame histopatológico...................................48

Page 12: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

TABELA 16 - Distribuição dos casos de ameloblastoma em número e

porcentagem, segundo a hipótese diagnóstica confirmada pelo

exame histopatológico............................................................49

TABELA 17 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade

bucal em número e porcentagem segundo o diagnóstico

radiográfico.............................................................................49

TABELA 18 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade

bucal em número e porcentagem segundo tratamento

realizado.................................................................................49

TABELA 19 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade

bucal em número e porcentagem segundo ocorrência de

recidivas da lesão...................................................................49

TABELA 20 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade

bucal em número e porcentagem que recidivaram.................50

TABELA 21 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade

bucal em número e porcentagem de acordo com o diagnóstico

histopatológico dos pacientes que não possuíam registro no

arquivo do hospital..................................................................50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................15

2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................17

2.1 LESÕES BENIGNAS.............................................................................19

2.2 TUMORES ODONTOGÊNICOS............................................................20

2.3 HEMANGIOMA......................................................................................22

2.4 PAPILOMA............................................................................................24

2.5 AMELOBLASTOMA..............................................................................25

2.6 LIPOMA..................................................................................................27

2.7 FIBROMA...............................................................................................28

2.8 NEUROFIBROMA..................................................................................29

2.9 OSTEOMA.............................................................................................30

2.10 MIXOMA...............................................................................................31

2.11 OSTEOBLATOMA...............................................................................32

2.12 LINFAGIOMA.......................................................................................34

2.13 ADENOMA PLEOMÓRFICO (TUMOR MISTO BENIGNO)................35

2.14 HISTIOCITOMA...................................................................................36

3 PROPOSIÇÃO .........................................................................................37

4 METODOLOGIA ......................................................................................38

5 RESULTADOS .........................................................................................41

Page 14: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

6 DISCUSSÃO ............................................................................................51

7 CONCLUSÕES ........................................................................................57

REFERÊNCIAS ...........................................................................................58

ANEXO A – Ficha de coleta / Prevalência de neoplasias benignas............64

ANEXO B - “Assim nasceu a fundação laureano”.......................................65

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1 INTRODUÇÃO

O termo neoplasia significa novo crescimento e, biologicamente significa

uma massa anormal de tecido, com crescimento excedente e descoordenado

daquele dos tecidos normais, persistindo da mesma forma excessiva após a

cessação dos estímulos que desencadearam a alteração, havendo a perda de

resposta aos controles de crescimento normal. O termo tumor empregado

atualmente refere-se quase que exclusivamente a massas neoplásicas que

podem causar tumefação na superfície corporal, mas, literalmente, um tumor é

uma tumefação que também pode ser ocasionado por edema ou hemorragia

em um determinado tecido (KUMAR; COTRAN; ROBBINS, 1994).

Caracterizam-se como crescimentos descontrolados, que tendem a se

desenvolver em pacientes fisicamente debilitados, e apresentam um certo grau

de autonomia, não possuindo, contudo, uma autonomia completa. Aumentam

de tamanho, de forma mais ou menos constante, ocupando uma determinada

extensão. Comumente sabe-se que a maioria dos tumores benignos cresce

lentamente e que a maioria dos cânceres cresce muito mais rápido, para,

afinal, disseminar-se no local e / ou para locais distantes. No entanto, existem

várias exceções a esta generalização, como no caso dos leiomiomas, tumores

benignos do músculo liso do útero, que é influenciado pelos níveis circulantes

de estrogênio, podendo aumentar rapidamente no período de gravidez e,

inversamente, parar o seu crescimento ou até mesmo atrofiar, tornando-se

fibro-calcificado após a menopausa (KUMAR; COTRAN; ROBBINS, 1994).

Segundo Kumar; Cotran; Robbins (1994) todos os tumores, até mesmo

os benignos podem causar morbidade e mortalidade, portanto, cada novo

crescimento tumoral deve ser cuidadosamente acompanhado, a fim de se

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16

identificar o tipo de lesão, sendo conveniente destacar que os tumores

benignos são mais freqüentes do que os cânceres e, devido à localização e

invasão das estruturas adjacentes, síntese hormonal, sangramentos e

infecções secundárias, podem provocar desde complicações sistêmicas até

resultar em morte do paciente.

Este trabalho objetivou descrever a prevalência de lesões benignas que

se desenvolveram na cavidade bucal, bem como a sua localização anatômica

nas estruturas orais; hipótese diagnóstica; laudo de exame radiográfico;

diagnóstico histopatológico e tratamento realizado e ocorrência de recidivas em

pacientes do Hospital Napoleão Laureano.

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17

2 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Tommasi 1977, a boca constitui um conjunto de estruturas

“banhadas” pela saliva, contendo uma microflora própria em íntimo contato com

o meio externo e, além das agressões que sofre no desempenho de suas

funções, é sede de inúmeros fatores modificadores de sua higidez. Possui um

incrível potencial defensivo que mantém seu equilíbrio biológico, mesmo sob

condições bastante desfavoráveis. As estruturas histológicas da mucosa bucal,

a microflora, saliva e metabolismo de todo o conjunto, são alguns dos

elementos responsáveis por sua alta capacidade de defesa.

O aspecto morfológico e funcional da mucosa bucal varia conforme a

região ou parede da boca. A mucosa que reveste o palato duro e gengiva

inserida é extremamente queratinizada e denominada mucosa mastigatória. O

dorso da língua é recoberto por epitélio semelhante, porém funcionalmente

especializado em decorrência da presença de diversas papilas linguais. A

mucosa que recobre as demais estruturas é denominada de revestimento.

Essas diferenças são bem evidenciadas quando se realiza uma citologia

esfoliativa nas diversa localizações anatômicas. Clinicamente, essas variações

regionais da mucosa bucal serão de importância na interpretação de diversos

estados patológicos; a própria interpretação da citologia esfoliativa depende da

região em que as células são obtidas (TOMMASI, 1977).

O diagnóstico consiste em obter dados através de exames do paciente

para coleta dos sinais e sintomas, conduzem e orientam o clínico a determinar

uma doença. O diagnóstico clínico inicia-se com a observação dos indícios,

dados clínicos que, isolados, não podem definir nem estabelecer uma doença,

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18

podendo apenas sugeri-la ou indicar uma conduta a ser seguida. Quando os

dados clínicos são insuficientes para montar as hipóteses de diagnóstico ou

ainda não se pode levantar hipótese devido à pobreza de sintomatologia,

tornam-se necessários procedimentos clínicos (semiotécnicos) que auxiliem a

formação do diagnóstico provisório, como as raspagens nos casos de lesões

brancas. Se a área branca em questão destacar-se, pode sugerir uma lesão

ulcerada que com freqüência se apresenta recoberta por pseudomembrana ou

uma candidíase pseudomembranosa, o que não define necessariamente a

lesão. Portanto, a semiologia é o estudo dos sinais e sintomas.

Os sintomas consistem de manifestações clínicas subjetivas relatadas

pelo paciente, como as dores, as coceiras, a sensibilidade gustativa e outras,

enquanto o sinal é observado pelo clínico e representa manifestações

objetivas, como manchas e elevações de mucosa. Assim, o conjunto de sinais

e sintomas compõe o quadro clínico ou sintomatologia do paciente, sendo

utilizado para descrever em conjunto todas as informações que se extraiu do

relato e do exame físico. Já o sinal patognomônico é exclusivo de uma doença

e indica de maneira absoluta a sua existência, especificando-lhe o diagnóstico

(BORAKS, 2001).

Segundo o supracitado autor, a semiologia compõe três partes:

semiogênese, que é o estudo da formação dos sinais e sintomas de acordo

com o ponto de vista clínico; semiotécnica, que é a técnica de colheita dos

sinais e sintomas, utilizando os sentidos naturais do examinador, e a

propedêutica clínica, a qual analisa e interpreta os dados coletados pela

semiotécnica atribuindo-lhes valores clínicos.

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19

Com relação ao tratamento, temos que considerar que, apesar do

crescente desenvolvimento da terapêutica moderna, muitas doenças

permanecem com seus fundamentos etiológicos desconhecidos, e para outras

ainda não foi possível desenvolver um recurso efetivo. As bases da terapêutica

moderna são fundamentadas em pesquisa e experiência clínica, porém, nem

mesmo todo conhecimento científico acumulado até o momento pode superar o

bom senso profissional (TOMMASI, 1977).

2.1 LESÕES BENIGNAS

Um tumor benigno é um crescimento tecidual de causa desconhecida,

inútil ao organismo, contínuo, de progressão lenta e autolimitada. Apesar de,

na grande maioria dos casos, não ter origem definida, não é incomum o

aparecimento de lesões tumorais benignas estimuladas por fator traumático

mecânico. Como são de curso lento, em geral, as células que compõem os

tumores benignos são semelhantes às do tecido que lhes deu origem, estando

aumentadas quantitativamente, e, clinicamente, os tumores, na maioria das

vezes não são ulcerados, sendo representados em geral por nódulos com

contorno nítido e bem definido. A coloração é geralmente a mesma da mucosa

que o recobre, ou pode se alterar, dependendo do conteúdo de sua massa

(BORAKS, 2001).

Segundo Kumar; Cotran; Robbins (1994) um tumor é considerado

benigno quando suas características citológicas e macroscópicas indicam, de

Page 20: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

20

certa forma, que este se localiza no sítio de origem, sem que haja

disseminação para estruturas adjacentes ou à distância, sendo sensível à

remoção cirúrgica local.

Shafer; Hine; Levy (1987) afirmam que um tumor pode ser definido como

o aumento de volume de tecido, e, no sentido estrito, a palavra não sugere um

processo neoplásico.

Enquanto cisto verdadeiro é uma cavidade atapetada por um epitélio,

podendo estar situado inteiramente dentro de tecidos moles ou profundamente

no interior de ossos, ou ainda localizar-se sobre uma superfície óssea

produzindo uma área depressível por compressão. Dentro dos maxilares, este

epitélio pode ter sua origem no epitélio odontogênico, e a proliferação e

degeneração cística deste formará os cistos odontogênicos (BORAKS, 2001).

2.2 TUMORES ODONTOGÊNICOS

Os tumores odontogênicos como grupos de tumores de comportamento

neoplásico ou blastomatóide são raros. A natureza e origem de muitas das

lesões odontogênicas mais raras seguem sendo obscuras e a patologia

comparativa dos tumores odontogênicos constitui um problema complexo,

portanto o seu reconhecimento e interpretação são de fundamental importância

para se chegar a uma terapêutica apropriada (GORLIN; GOLDMAN, 1980).

Enquanto que para Lu et al. (1998); Mosqueda-Taylor (1997) Regezi; Sciubba

(2000) os tumores odontogênicos são lesões provenientes dos tecidos

Page 21: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

21

epiteliais ou mesenquimais, que fazem parte do mecanismo de composição do

elemento dentário e são encontrados quase exclusivamente na mandíbula e

maxila, portanto tais localizações devem ser consideradas quando se realiza

diagnóstico diferencial e o conhecimento das características básicas típicas,

como a idade, localização e aspecto radiográfico dos diversos tumores

odontogênicos pode ser muito importante na composição de um diagnóstico

diferencial. Sugerem a classificação dos tumores odontogênicos em:

Tumores epiteliais – Ameloblastoma, tumor odontogênico escamoso,

tumor epitelial odontogênico calcificante, tumor odontogênico de células claras

e tumor odontogênico adenomatóide.

Tumores mesenquimais – Mixoma odontogênico, fibroma odontogênico

central, fibroma cementificante, cementoblastoma, displasia cemento-óssea

periapical.

Tumores mistos (epiteliais e mesenquimais) – Odontoma, fibroma

ameloblástico e fibrodontoma ameloblástico.

E tumores benignos não-odontogênicos: fibroma ossificante, displasia

fibrosa, fibroma desmoplástico, osteoblastoma, osteoma osteóide,

osteoblastoma, condroma, osteoma, granuloma central de células gigantes,

tumor de células gigantes, hemangioma do osso, doença da célula de

Langherans, toros, exostoses e hiperplasia da coronóide.

Page 22: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

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2.3 HEMANGIOMA

O hemangioma é uma lesão benigna dos vasos sanguíneos, sendo

um tumor comum em recém-nascidos e da infância, embora alguns casos se

desenvolvam em adultos. Em algumas situações, a lesão representa

provavelmente um hamartoma e não um neoplasma verdadeiro, sendo

reconhecido vários tipos, que incluem: hemangioma capilar, hemangioma

juvenil, hemangioma cavernoso e o hemangioma arteriovenoso. O

hemangioma capilar é o tipo mais comum, sendo de três a cinco vezes mais

freqüente no gênero feminino que no masculino, iniciando na pele como uma

área plana e avermelhada, observada no nascimento ou nas primeiras

semanas de vida, proliferando rapidamente entre seis e doze meses. Também

produz massa elevada e freqüentemente lobulada, que varia do vermelho ao

roxo. O hemangioma juvenil refere-se ao estado imaturo altamente celular de

um hemangioma capilar, sendo comum na região parotídea, constituindo o

tumor mais comum de glândula parótida na infância. O hemangioma cavernoso

possui este nome devido ao grande diâmetro dos vasos sanguíneos

proliferantes, mostrando características clínicas semelhantes ao hemangioma

capilar, incluindo a ocorrência na infância e a preferência pelo gênero feminino

e pela região da cabeça e do pescoço. Já os hemangiomas arteriovenosos são

malformações vasculares causadas por uma comunicação anormal entre a

circulação arterial e venosa, transpassando o leito capilar (NEVILLE et al.,

1998).

Estudos realizados por Barrett; Speight (2000), mostram que, das

470 lesões vasculares observadas, 36 lesões de 35 pacientes (19 feminino e

Page 23: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

23

16 masculino) tinham as características do hemangioma arteriovenoso

superficial. Todas as lesões estavam situadas no interior da cavidade bucal ou

no vermelhão do lábio, e a idade média dos pacientes acometidos pelo

hemangioma foi de 59 anos. É importante destacar que todas as lesões

ocorriam solitárias, em 17 dos 35 pacientes; lábios e comissuras labiais foram

afetados. Estes autores concluíram em seu estudo que o hemangioma

arteriovenoso superficial de mucosa oral é incomum, de etiologia multifatorial, é

uma lesão benigna e a completa excisão parece ser curativa na maioria dos

casos.

A respeito do hemangioendotelioma epitelióide, Pigadas et al. (2000)

afirma que é bastante incomum e com um curso clínico imprevisível. O termo

hemangioendotelioma epitelióide é utilizado para diferenciar aquelas lesões

vasculares de epitélio de células endoteliais dos hemangiomas benignos ou

aqueles altamente agressivos, como os angiossarcomas. A localização

preferida é nos pulmões, fígado, ossos, tecidos moles e pele, podendo ocorrer

na cavidade bucal. O termo hemangioendotelioma também tem sido usado

para designar hemangiomas das glândulas salivares. Esta lesão ocorre em

pacientes com idade avançada, aproximadamente na sétima década de vida e

afeta homens e mulheres. Quando ocorre na cavidade bucal, afeta mais a

gengiva, mucosa alveolar, língua e palato. Não apresenta etiologia conhecida,

podendo-se associar a lesão ao trauma, à radioterapia e a fatores hormonais.

O tratamento de eleição é a excisão dos linfonodos regionais.

Page 24: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

24

2.4 PAPILOMA

O papiloma escamoso oral é uma proliferação benigna do epitélio

escamoso estratificado, presumivelmente induzido pelo papiloma vírus humano

(HPV), o qual encerra um grupo de viroses de filamento duplo de DNA do

subgrupo A de papovavírus, que pode estar completamente integrado ao DNA

da célula hospedeira. O modo de transmissão é desconhecido. Em oposição a

outras lesões induzidas por HPV, as viroses, nessa lesão, parecem ter uma

virulência e uma taxa de infectuosidade extremamente baixas (MAO, 1995;

MILLER; WHITE, 1993).

O papiloma é uma lesão nodular, globosa, filiforme ou papilífera,

pediculada, de coloração esbranquiçada, de superfície opaca, de textura

áspera, verrucosa de pequenas dimensões, de 1 a 5 mm de diâmetro em geral,

podendo ocorrer em qualquer área da mucosa bucal, sendo prevalente na

semimucosa labial, dorso da língua e palato duro, ou seja, em áreas bastante

queratinizadas. Pode está associada a traumatismo mecânico crônico de baixa

intensidade. Os papilomas orais são mais comumente diagnosticado em

pessoas de 30 a 50 anos de idade e aparece, com a mesma frequência, em

homens e mulheres (GERSON, 1990; PINDBORG, 1980; WARD et al. 1995).

A maioria dos patologistas orais considera o papiloma como um

tumor benigno de superfície epitelial bem definida. A etiologia do papiloma oral

é desconhecida, sendo um tumor que se origina com freqüência a partir de

uma mucosa de aspecto completamente normal, com ausência de sinais de

traumatismos, infecções ou outras causas prováveis que contribuam para sua

Page 25: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

25

ocorrência (GORLIN; GOLDMAN, 1980; PREMOLI-DE-PERCOCO; RAMIREZ;

GALINDO, 1998).

2.5 AMELOBLASTOMA

O ameloblastoma é o tumor odontogênico epitelial mais comum, que

causa pouca ou nenhuma indução dos derivados mesodérmicos. Tem uma

freqüência relativamente baixa e tem-se postulado várias origens: o

revestimento epitelial do cisto dentígero, os restos da lâmina dental e órgão do

esmalte, além da lâmina basal da mucosa bucal. Manifesta-se em geral na

mandíbula em região de molares. Desenvolve-se de maneira assintomática,

apresentando crescimento lento e progressivo a partir da infância ou da

adolescência evoluindo, clinicamente imperceptível, até atingir dimensões que

possam induzir expansão da cortical óssea e conseqüente abaulamento

provocando assimetria facial, sem outra sintomatologia com até vinte anos de

evolução (GARDNER, 1996). Boraks (2001) relata que o ameloblastoma

manifesta-se clinicamente como osteolítica de crescimento lento e progressivo

promovendo aumento consistente à palpação geralmente com abaulamento da

cortical óssea. Podendo em alguns casos, apresentar aspecto exofítico, nos

casos onde há rompimento da cortical óssea, exteriorizando-se para a

cavidade bucal. Os primeiros sinais clínicos costumam aparecer a partir da

terceira década da vida sem preferência por gênero e mais comumente na

mandíbula. Podem provocar deslocamento e mobilidade dental.

Page 26: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

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Os Ameloblastomas ocorrem em três diferentes situações: Sólido

convencional multicístico 86%, unicístico 13% (NEVILLE et al., 1997; SAID,

1998).

O aspecto radiográfico é característico de uma lesão multilocular

radiotransparente, muitas vezes descrito como aspecto de bolhas de sabão,

quando as loculações são grandes e como favos de mel quando são pequenas

(GARDNER, 1996).

Raramente são encontrados ameloblastomas extra-ósseos, os quais

aparecem na gengiva e na mucosa jugal, sendo vistos em adultos mais velhos,

geralmente entre 40 e 60 anos de idade. Podem surgir a partir do epitélio de

recobrimento ou dos restos de Seres, e exibem um curso benigno não

agressivo. Em geral, lesões extra-ósseas não invadem o osso subjacente e

recidivam ocasionalmente (GARDNER, 1996; REGEZI; SCIUBBA, 2000).

Em estudos realizados no Laboratório de Patologia Oral da

Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

no período de 1970 a 1999, foram diagnosticadas 5289 lesões dos maxilares e

destas, 127 eram tumores odontogênicos confirmados histologicamente, sendo

o ameloblastoma a segunda lesão mais prevalente, com 30,7% dos casos

(SANTOS et al., 2001).

Um dos questionamentos importantes sobre o ameloblastoma é o

mecanismo pelo qual ele invade os tecidos circunjacentes, pois entre os fatores

que modulam a invasividade local de uma neoplasia são as metaloproteínas da

matriz (MMPs), pois estas enzimas podem clivar a maioria dos componentes

da matriz extracelular (PINHEIRO, 2002).

Page 27: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

27

O prognóstico do ameloblastoma é favorável desde que sejam

mantidas as normas de ressecção com a margem de segurança preconizada.

(SACHS, 1998).

O ameloblastoma é um tumor benigno que raramente assume formas

malignas, além de a recidiva não ser rara. Muitas teorias têm surgido no que

diz respeito à melhor forma de tratamento dos ameloblastomas, baseados

principalmente nas suas características comportamento, levando vários autores

a discordarem quanto ao tipo de tratamento ideal (GREMPEL et al. 2003).

2.6 LIPOMA

Segundo Gorlin; Goldman (1980) o lipoma é um neoplasma benigno,

composto por células adiposas maduras.

Apresenta crescimento lento, indolor e acomete muito raramente a

cavidade oral, e quando isto acontece localiza-se mais freqüentemente na

língua, assoalho de boca, mucosa jugal e fundo de sulco do vestíbulo

(GARCIA, 1999).

Pode apresentar-se séssil ou pedunculado, de consistência mole e

superfície lisa e é freqüentemente encontrado em pacientes com mais de 40

anos e não há predileção por gênero. O tratamento é excisão cirúrgica e o

prognóstico é excelente (ALLEGRA, 2001; NEVILLE et al., 1998; THOMA,

1946)

Page 28: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

28

Sarah et al. (1985) realizaram análise de 46 lipomas intrabucais num

período de 20 anos, no Departamento de Patologia Oral da Faculdade de

Odontologia da Universidade do Chile e observaram que esta lesão acometeu

mais freqüentemente mulheres entre 50 e 70 anos e teve maior prevalência de

localização para a mucosa jugal. A variante histológica mais comum foi o

fibrolipoma, que é um tumor caracterizado pela presença de tecido adiposo e

fibroso, sendo sua aparição no assoalho bucal muito rara, apesar de Chaparro

et al. (2001) relatar o seu aparecimento em paciente de 72 anos de idade com

uma base de implantação no assoalho bucal de 1cm e microscopicamente

foram observadas células poligonais dispostas em ninho com citoplasma

2.7 FIBROMA

O fibroma ossificante periférico é uma lesão nodular, pediculada na

maioria dos casos, de coloração avermelhada entremeada de áreas

esbranquiçadas. Algumas vezes sangra quando se toca na lesão ou até

espontaneamente, principalmente quando é traumatizada. Possui superfície

brilhante e opaca em alguns pontos, às vezes ulcerada, apresentando textura e

contorno irregulares e pode atingir grandes dimensões. Já o fibroma central é

uma lesão fibrótica intra-óssea que possui algumas características do fibroma

ossificante periférico, como o conteúdo da sua massa com o mínimo de tecido

inflamatório e pode ser vista numa tomada radiográfica como uma área pouco

Page 29: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

29

radiopaca, circular e uniforme, podendo também apresentar calcificações em

meio à massa, visível aos raios-X (PEREZ-ORDONEZ et al. 1999).

O fibroma ossificante é caracterizado como um neoplasma bem

delimitado e ocasionalmente encapsulado, formado de tecido fibroso que

possui quantidades variadas de tecido calcificado lembrando osso, cemento ou

ambos e o fibroma ossificante juvenil sujeita à controvérsia, distinguida de um

grande número de fibromas ossificantes com base na idade dos pacientes,

locais de envolvimento e comportamento clínico mais freqüentes (NEVILLE et

al., 1998).

De acordo com Gorlin; Goldman (1980), o fibroma não-osteogênico

surge em pacientes com idade entre 15 e 38 anos; é caracterizado por

crescimento lento, gradual e indolor, aparecendo com maior freqüência na

mandíbula. Radiograficamente a lesão é bem definida, sendo pouco menos

radiotransparente do que um cisto.

2.8 NEUROFIBROMA

O Neurofibroma é uma neoplasia benigna de origem nervosa, sendo a

mais comum dentre todas as neoplasias que envolvem os tecidos nervosos e

se origina das células de Schwann e de fibroblastos perineurais, embora sua

origem seja controversa. São mais comuns nos adultos, apresentando-se como

lesões moles, indolores, de crescimento lento e aumento de tamanho, desde

pequenos nódulos a grandes massas. São tumores não-encapsulados,

Page 30: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

30

passando axônios, diretamente através dos neurofibromas e normalmente

envolvem múltiplas lesões, sendo as mudanças regressivas desta lesão,

menos comum. Podem ser encontrados na pele e sua incidência na cavidade

oral é comum, mas quando ocorrem são encontrados na língua e mucosa

gengival e quando se desenvolvem dentro do osso são radiolúcidos podendo

ser uni ou multiloculares (CHRYSOMALI et al. 1997; NEVILLE et al. 1998;

KOSAKA et al. 2002; STAFNE; GIBILSCO, 1982;).

Os neurofibromas são normalmente observados em associação com a

doença de Von Recklinhausen`s (DUGAR; SHARP, 1999; HEHAR; OSEBOLD;

MAXWELL, 195; MOORE, 1979).

Sua ocorrência na região de parótida é bastante rara e somente oito

casos foram registrados na literatura (KOSAKA et al. 2002). Quando se

apresentam solitários podem ser tratados por excisão cirúrgica e a recidiva é

rara (THOMA, 1946).

2.9 OSTEOMA

O osteoma é uma neoplasia benigna que se caracteriza pela

proliferação do osso compacto ou esponjoso que acomete apenas o crânio e

ossos da face. (ALLEGRA, 2001; GORLIN; GOLDMAN, 1980).

Neville et al. (1998) refere dúvidas quanto ao fato dos osteomas serem

entidades únicas, muitas vezes estas lesões são associadas a traumatismos ou

processos inflamatórios do estágio final do processo hamartomatoso.

Page 31: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

31

O osteoma pode surgir na superfície do osso como uma massa

polipóide ou sinal (periósteo) e ainda localizado no espaço medular (endósteo).

É mais comum em adultos jovens, acomete mais a mandíbula e é constituído

de lesões isoladas e assintomáticas. Não há predileção por gênero, e são de

aumento lento, podendo se elevar de tamanho, causando deformação

(NEVILLE et al., 1998).

Radiograficamente apresenta-se como lesão esclerótica, circunscrita e

difícil de se diferenciar de processos não patológicos do osso esclerótico,

podendo ser confundida com odontoma complexo (STAFNE; GIBILISCO,

1982).

Estudos realizados no laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de

Odontologia da UFRGS estabeleceram que o osteoma é uma lesão de

crescimento lento e aparece com mais freqüência na mandíbula.

Radiograficamente pode ser observado em localização central exclusivamente

se for do tipo compacto e histologicamente é constituído por tecido ósseo

compacto ou esponjoso, com características histológicas semelhantes ao

tecido ósseo normal, sendo que o diagnóstico histológico correto só pode ser

obtido quando associados a achados clínicos e radiográficos (BARBACHAN,

1985).

2.10 MIXOMA

O mixoma é um tumor benigno, raro, que preferencialmente ocorre na

mandíbula, apresentando crescimento lento, assintomático e com alto grau de

infiltração local (ELISSALDE; AGUIRRE, 1993; GONÇALES et al. 1999).

Page 32: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

32

É constituído por tecido semelhante ao mesênquima odontogênico

primitivo. São encontrados em adultos jovens, mas podem ocorrer em qualquer

idade, porém a média de idade é de 25 a 30 anos. Não há predileção por

gênero e a mandíbula é mais afetada do que a maxila. A lesão é geralmente

indolor, sendo descoberta através de radiografias de rotina, que revelam uma

área radiolúcida ou multilocular e suas margens são irregulares. Nas lesões

radiotransparentes podem estar presentes finas trabéculas de osso. O

diagnóstico diferencial é o ameloblastoma do ponto de vista radiográfico

(ALLEGRA, 2001; GORLIN; GOLDMAN, 1980; NEVILLE et al., 1998).

Panella (1987) afirma que a radiografia panorâmica é o exame de

eleição para a correta elaboração das hipóteses diagnósticas. As técnicas

radiográficas periapicais e oclusais, que à primeira instância, chamam a

atenção do clínico para a alteração do padrão de normalidade óssea, também

são incluídas.

Em determinados casos o tumor apresenta tendência para formar fibras

colágenas, sendo denominadas de fibromixomas ou mixofibromas, portanto

não existem evidências de que estas formas devam ser consideradas

entidades separadas, admitindo-se apenas como variação do mixoma

(NEVILLE et al. 1998).

2.11 OSTEOBLASTOMA

O osteoblastoma benigno é uma lesão rara, que acomete os ossos da

fíbula, coluna vertebral, fêmur, mandíbula e maxila. Pode ser confundido com

Page 33: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

33

um tumor maligno. Ocorre mais comumente em pessoas jovens, abaixo dos

vinte anos, mas pode ocorrer também em adultos mais velhos (SHAFER;

HINE; LEVY, 1987; SLOOTWEG, 1992).

Tem origem osteoblástica e caracteriza-se como uma lesão de

crescimento lento, assintomática, podendo, algumas vezes, sofrer

transformação sarcomatosa e consiste de uma massa de tecido hipocelular

mineralizado, podendo formar grande massa de trabeculado irregular. Esta

matriz mineralizada contém numerosos osteoblastos hipercromáticos e um

estroma fibroso ricamente vascularizado (NOWPARAST et al., 1979;

SLOOTWEG, 1992).

Somente 58 casos de osteoblastoma em maxila e mandíbula foram

previamente registrados pela literatura inglesa até o ano de 1992, com idades

variando entre 5 e 59 anos (SLOOTWEG, 1992).

Estudos de Guerrero et al. (1998), através de revisão da literatura,

encontraram 44 casos documentados, destes 32 (73%) localizavam-se na

mandíbula e 12 (27%) em maxila, as idades variaram entre 5 e 38 anos.

Clinicamente se caracteriza por dor na região envolvida com tumefação

no local. Uma sintomatologia dolorosa aparece geralmente ‘a noite,

radiograficamente a lesão se apresenta bem definida, com áreas radiolúcidas

e radiopacas, podendo ser diferenciado clinicamente da infecção periapical,

pela radiopacidade já referida e também pela expansão óssea observada. O

tratamento na maioria dos casos é por excisão cirúrgica, sendo o prognóstico

bom e a recidiva rara. (GORDON; MACINTOSH; WESLEY, 2001; THOMA,

1946; STAFNE; GIBILSCO, 1982).

Page 34: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

34

2.12 LINFANGIOMA

Os linfagiomas são lesões tumorais benignas dos vasos linfáticos, as

quais se localizam em 95% dos casos nas regiões do pescoço e axila, os

outros 5% ocorrem esporadicamente nos ossos, pulmões, rins, mediastino e

glândulas adrenais (PERRY, 2001).

Existem controvérsias de que sejam neoplasmas verdadeiros (NEVILLE

et al., 1998; ALLEGRA, 2001) e classificam-se em linfagioma simples,

cavernoso e cístico (higroma cístico). O linfagioma simples ou capilar consiste

em vasos pequenos, o cavernoso é composto por vasos grandes e dilatados e

o cístico é composto de grandes espaços císticos macroscópicos.

Tem predileção pela cabeça e pescoço e podem ocorrer tanto em

crianças como em adultos. Quando acometem a cavidade oral, são mais

freqüentes na língua, mas também é observado na mucosa jugal e palato. Por

ser a língua a região mais afetada pode ser confundido com macroglossia, e

quando acomete o lábio pode ser confundido com uma macroqueilia (GORLIN;

GOLDMAN, 1980).

Os Linfagiomas se apresentam de forma superficial e seu aspecto se

assemelha a vesículas transparentes (ovos de rã), afetando mais o gênero

masculino na proporção de 2:1. A hemorragia para dentro das vesículas pode

dar uma coloração arroxeada, e os mais profundos apresentam-se como uma

massa mole e mal definida. (NEVILLE et al. 1998; SHAFER; HINE; LEVY,

1987).

Page 35: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

35

As recidivas são comuns, quando tratados os linfagiomas cavernosos, e

mesmo nos linfagiomas capilares a regressão espontânea é rara (NEVILLE et

al., 1998).

2.13 ADENOMA PLEOMORFO (TUMOR MISTO BENIGNO)

O adenoma pleomórfico é o tumor benigno mais freqüente das glândulas

salivares e a parótida é a mais afetada, porém é pouco freqüente na glândula e

sua incidência é de 1% de todas as neoplasias das glândulas salivares

(FAUBEL et al. 1997).

Figueiredo et al. (2001) realizaram um estudo epidemiológico de 196

tumores de glândulas salivares maiores e menores em dois Serviços de

Anatomia Patológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no

período de 1970 a 1999 e observaram que o adenoma pleomórfico foi a lesão

benigna mais prevalente, a variação entre os gêneros masculino e feminino foi

de 1,47: 1, sendo a glândula parótida a mais acometida pela lesão.

Estudos do Departamento de Cirurgia do Hospital Clínico da

Universidade do Chile mostram que dos 62 casos analisados de tumores de

parótida entre 1977 e 1982, o tumor mais freqüente foi o adenoma pleomórfico

benigno, com 40 dos 49 casos estudados (CANU, 1986).

Para o tratamento desta lesão, a excisão cirúrgica é o tratamento

eleito, devendo-se evitar a enucleação local, pois há o risco de não se remover

o tumor por completo ou a cápsula pode ser rompida, permitindo-se assim a

Page 36: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

36

permanência de células na base do tumor (FONSECA; MARTINS; SOARES,

1991).

2.14 HISTIOCITOMA

O fibrohistiocitoma é formado por histiócitos e células semelhantes a

fibroblastos produtoras de colágeno, caracterizados por crescimento

encapsulado e abundantemente vascularizado. São relativamente raros na

cavidade oral e nesta sua localização mais comum é na mucosa jugal e

vestíbulo bucal. Ocorrem na meia idade ou em adultos mais velhos,

apresentando-se como uma massa nodular indolor podendo variar de alguns

milímetros a alguns centímetros. Podem ocorrem em qualquer parte do corpo e

mais freqüentemente na derme. Foram relatados achados intra-ósseos nos

maxilares (NEVILLE et al., 1998).

Blanco et al. (2001) afirma que são lesões de tecidos moles,

classificadas como benigna, tumores localmente agressivos e neoplasias

malignas invasivas. Podem aparecer em qualquer parte do corpo e tem grande

prevalência na região periorbitária.

Shafer; Hine; Levy (1987) referiu que o tumor é mais freqüente em

crianças e adultos jovens e que sua localização inclui o lábio e a língua.

Page 37: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

37

3 PROPOSIÇÃO

Este estudo se propôs a realizar uma análise dos prontuários dos

portadores de neoplasias benignas da cavidade bucal diagnosticadas e

tratadas no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa/PB, num período de

onze anos, bem como uma avaliação do diagnóstico clínico, radiográfico,

tratamento e prognóstico destas neoplasias.

Page 38: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

38

4 METODOLOGIA

Utilizou-se uma abordagem indutiva, com procedimento descritivo

estatístico e técnica de pesquisa documental indireta.

4.1. UNIVERSO E AMOSTRA

O universo do estudo compreendeu os prontuários de pacientes do

Hospital Napoleão Laureano – João Pessoa / PB, de ambos os gêneros que

buscaram atendimento do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, no

período de Janeiro de 1990 a Dezembro de 2000.

A amostra do estudo compreendeu todos os prontuários de pacientes

que indicaram lesões benignas na cavidade bucal.

4.2. COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados foi dividida em duas etapas:

Primeira etapa - Identificação dos prontuários de pacientes portadores

de lesões benignas de cavidade bucal.

Utilizando o arquivo do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital

Napoleão Laureano, selecionou-se a partir do exame anátomo-patológico dos

pacientes, apenas aqueles prontuários de pacientes que foram atendidos pelo

Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e que o referido exame indicava

Page 39: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

39

presença de lesão benigna na cavidade bucal. Para tanto foi necessário

analisar exames solicitados por todos os Serviços do Hospital, pois tais exames

não se encontravam separados por especialidade, mas sim pelo ano em que

foi realizado. As informações necessárias para a identificação dos prontuários

foram registradas em planilha específica, a saber: o número do exame; o

resultado do anátomo-patológico e o número de registro do prontuário.

Segunda etapa – Análise dos prontuários

Após identificação e acesso aos prontuários contendo lesões benignas

da cavidade bucal, a pesquisa seguiu com a etapa da análise onde foram

retiradas informações sobre o paciente e sobre a lesão.

Estas informações também foram registradas em planilha específica e

as informações sobre o paciente, organizadas da seguinte maneira:

• O ano em que procurou o serviço do Hospital pela primeira vez;

• O gênero

• A cor

• A idade

Informações sobre a lesão:

• Diagnóstico

Hipótese diagnóstica;

Histopatológico;

• Laudo radiográfico;

• O tratamento realizado;

• A região da lesão;

• Presença de recidiva (evolução)

Page 40: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

40

4.4. ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados foi utilizado o programa Epinfo, versão 5.1, com

a distribuição dos dados em tabelas de freqüência, porcentagens e médias

(Estatística Descritiva).

Page 41: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

41

5 RESULTADOS

Os resultados mostraram que no período de Janeiro de 1990 a Dezembro

de 2000 houve ocorrência de 314 (trezentos e quatorze) casos de lesões

benignas na cavidade bucal atendidos no Hospital Napoleão Laureano (HNL),

destes apenas 125 (39,8%) possuíam registro no Serviço de Arquivo Médico

(SAME) do referido hospital.

As lesões benignas de boca encontradas nos exames anátomo-patológico

foram:

• Hemangioma

• Lipoma

• Osteoblastoma

• Neurofibroma

• Fibrolipoma

• Ameloblastoma

• Linfagioma

• Fibrohistiocitoma

• Fibroma

• Papiloma

• Mixoma

• Fibromixoma

• Osteoma

• Adenoma pleomórfico (tumor misto benigno)

Page 42: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

42

As tabelas de 1 a 21 mostram as prevalências na amostra estudada.

As Tabelas 1, 2 e 3 evidenciam aspectos relacionados à características gerais

da amostra estudada, considerando gênero, faixa etária e etnia.

TABELA 1 - Distribuição dos pacientes em número e porcentagem segundo o gênero. Gênero Nº %

Feminino 66 52,8

Masculino 59 47,2

Total 125 100

TABELA 2 - Distribuição das idades dos pacientes por média e amplitude, em relação ao gênero.

Gênero Média das idades Amplitude das idades

Feminino 39,01 72 (04-76)

Masculino 36,64 77 (03-80)

TABELA 3 - Distribuição de etnia dos pacientes em número e porcentagem conforme encontradas na amostra.

Etnia Nº %

Brancos 70 56,0

Não informado no prontuário 36 28,8

Negros 4 3,2

Outras 15 12,0

Total 125 100

Page 43: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

43

As Tabelas 4 e 5 distribuem as lesões de acordo com a sua prevalência e

ocorrência por ano, respectivamente.

TABELA 4 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem de acordo com o diagnóstico histopatológico.

TABELA 5 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo o ano de ocorrência.

Diagnóstico histopatológico Nº %

Hemangioma 59 47,2

Papiloma 31 24,8

Ameloblastoma 10 8,0

Lipoma 05 4,0

Neurofibroma 04 3,2

Fibrolipoma 03 2,4

Fibroma 02 1,6

Osteoma 02 1,6

Fibromixoma 02 1,6

Osteoblastoma 02 1,6

Linfagioma 02 1,6

Fibrohistiocitoma 01 0,8

Mixoma 01 0,8

Adenoma 01 0,8

Total 125 100

Ano Nº % 1990 18 14,4 1991 15 12,0 1992 13 10,4 1993 14 11,2 1994 16 12,8 1995 08 6,4 1996 12 9,6 1997 11 8,8 1998 10 8,0 1999 03 2,4 2000 05 4,0 Total 125 100

Page 44: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

44

A Tabela 6 mostra como estão distribuídas as lesões benignas de cavidade

bucal de acordo com a região anatômica, sendo que, as Tabelas 7, 8 e 9

demonstram as regiões anatômicas de ocorrência das lesões benignas mais

prevalentes na cavidade bucal.

TABELA 6 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência.

Região de lesão Nº %

Língua 45 36,0

Mucosa labial inferior 20 16,0

Mandíbula 19 15,2

Maxila 14 11,2

Mucosa labial superior 11 8,8

Gengiva 07 5,6

Palato mole 05 4,0

Mucosa jugal 03 2,4

Assoalho bucal 01 0,8

Total 125 100

TABELA 7 - Distribuição dos casos de hemangioma da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência.

Região de lesão Nº %

Língua 24 40,7

Mucosa labial inferior 16 27,1

Mucosa labial superior

Maxila (palato duro)

Mandíbula

07

05

03

11,9

8,5

5,0

Região jugal 02 3,4

Gengiva 01 1,7

Assoalho bucal 01 1,7

Total 59 100

Page 45: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

45

TABELA 8 - Distribuição dos casos de papiloma da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência.

Região de lesão Nº %

Língua 15 48,4

Maxila (palato duro) 06 19,3

Palato mole 04 12,9

Mucosa labial inferior 03 9,7

Gengiva 02 6,4

Mucosa labial superior 01 3,2

Total 31 100 TABELA 9 - Distribuição dos casos de ameloblastoma na cavidade bucal em número e

porcentagem segundo região anatômica de ocorrência.

As Tabelas 10, 11 e 12 demonstram a faixa etária segundo o gênero para as

três lesões benignas de cavidade bucal mais prevalentes.

TABELA 10 - Distribuição dos casos de hemangioma na cavidade bucal em número e porcentagem segundo gênero e faixa etária dos pacientes. Gênero Faixa etária Nº % Masculino 4 - 16 12 20,3 19 - 28 07 11,8 34 - 59 11 18,6 60 - 76 07 11,8

SubtotalFeminino 03 - 12 37

06 62,7 10,1

19 - 29 04 6,7 36 - 57 08 13,5 68 - 79 04 6,7

SubtotalTotal 22

59 37,3 100

Região de lesão Nº %

Mandíbula (corpo e ramo) 10 100

Total 10 100

Page 46: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

46

TABELA 11 - Distribuição dos casos de papiloma em número e porcentagem segundo gênero e faixa etária dos pacientes. Gênero Faixa etária Nº %

Masculino 14 - 16 04 12,9

23 - 37 04 12,9

51 - 69 04 12,9

Subtotal

Feminino 09

12

01

38,7

3,2

25 - 47 08 25,8

50 - 57 04 12,9

63 - 80 06 19,3

Subtotal

Total

19

31

61,3

100

TABELA 12 - Distribuição do ameloblastoma em número e porcentagem segundo o gênero e a faixa etária dos pacientes. Gênero Faixa etária Nº %

Masculino 35 - 38 02 20

70 - 76 02 20

Subtotal

Feminino 18 – 27

04

03

40

30

32 - 50 03 30

Subtotal

Total

06

10

60

100

Page 47: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

47

A Tabela 13 evidencia as hipóteses diagnósticas para as lesões benignas da

cavidade bucal.

TABELA 13 - Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica estabelecida.

Os aspectos ligados ao diagnóstico e tratamento das três lesões mais

prevalentes podem ser observados nas Tabela 14 a 21.

Diagnóstico inicial Nº %

Blastoma 57 45,6

Hemangioma 19 15,2

Papiloma 16 12,8

Não informado no prontuário 12 9,6

Fibroma 05 4,0

Ameloblastoma 04 3,2

Lipoma 03 2,4

Granuloma 02 1,6

Osteoblastoma 02 1,6

Carcinoma Espino-Celular 02 1,6

Odontoma 01 0,8

Linfagioma 01 0,8

Neurofibroma

Total 01

125

0,8

100

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48

TABELA 14 - Distribuição dos casos de hemangiomas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica, confirmada pelo exame histopatológico.

Diagnóstico clínico inicial Nº % Blastoma 21 35,6 Hemangioma 16 27,1 Papiloma 04 6,8 Fibroma 04 6,8 Osteoma 03 5,0 Linfagioma 02 3,4 O prontuário não informava 02 3,4 Neurofibroma 01 1,7 Fibrolipoma 01 1,7 Mixoma 01 1,7 Nevo sebáceo 01 1,7 Leiomioma 01 1,7 Osteoblastoma 01 1,7 Lipoma 01 1,7 Total 59 100

TABELA 15 - Distribuição dos casos de papiloma da cavidade bucal em número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica confirmada pelo exame histopatológico. Diagnóstico clínico inicial Nº %

Blastoma 16 51,6

Papiloma 10 32,2

Carcinoma Espino-Celular 02 6,4

Não indicado 02 6,4

Fibroma

Total

01

31

3,2

100

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49

TABELA 16 - Distribuição dos casos de ameloblastoma em número e porcentagem, segundo a hipótese diagnóstica confirmada pelo exame histopatológico. Diagnóstico clínico inicial Nº %

Blastoma 05 50,0

Ameloblastoma 04 40,0

Não indicado

Total

01

10

10,0

100

TABELA 17 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo o diagnóstico radiográfico. Diagnóstico radiográfico Nº %

Não informado no prontuário 109 87,2

Radiopaca intra-óssea 08 6,4

Aspecto normal 07 5,6

Radiotransparente multilocular

Total 01

125

0,8

100

TABELA 18 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo tratamento realizado. Tratamento Nº % Cirúrgico 122 97,6 Não informado no prontuário Total

03 125

2,4 100

TABELA 19 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo ocorrência de recidivas da lesão. Recidiva Nº %

Não houve 112 89,6

Houve 11 8,8

Não informado no prontuário

Total 02

125

1,6

100

Page 50: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

50

TABELA 20 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem que recidivaram.

TABELA 21 - Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem de acordo com o diagnóstico histo-patológico dos pacientes que não possuíam registro no arquivo do hospital.

Recidiva Nº % Ameloblastoma 03 2,4 Hemangioma 02 1,6 Osteoblastoma Papiloma Lipoma Linfagioma Fibrolipoma Total

02 01 01 01 01 11

1,6 0,8 0,8 0,8 0,8 8,8

Diagnóstico histopatológico Nº %

Hemangioma 91 48,1

Papiloma 30 15,8

Lipoma 22 11,6

Fibroma 20 10,5

Neurofibroma 10 5,2

Linfagioma 05 2,6

Ameloblastoma 03 1,5

Osteoblastoma 02 1,0

Fibrolipoma 01 0,5

Fibrohistiocitoma 01 0,5

Histiocitoma 01 0,5

Osteoma 01 0,5

Neurilenoma 01 0,5

Adenoma benigno

Total

01

189

0,5

100

Page 51: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

51

6 DISCUSSÃO

O acentuado número de casos referentes a neoplasias benignas do

complexo bucal e maxilo facial, bem como o tratamento oferecido aos

pacientes portadores destas, foram fatores determinantes para a

elaboração deste trabalho, sendo o Hospital Napoleão Laureano, centro de

referência no tratamento do câncer no Estado da Paraíba, o local eleito para

o levantamento dos dados epidemiológicos.

As características gerais dos pacientes participantes do estudo

configuram uma freqüência de equivalência quanto ao gênero (TABELA 1),

não identificando-se na literatura consultada, estudos que apresentassem

resultados semelhantes, uma vez que estes mostram distribuição do

gênero em número e porcentagem para as lesões benignas isoladas; para

lesões benignas do complexo bucal e maxilofacial ou de acordo com o tipo

da lesão, enquanto que, neste trabalho identificou-se a prevalência de

lesões benignas presentes exclusivamente na cavidade bucal.

Os resultados da Tabela 2 mostram a média e a amplitude das

idades de acordo com o gênero e a Tabela 3 distribui em número e

porcentagem, as etnias encontradas na amostra, havendo predomínio da

etnia branca, sendo que estes resultados também não podem ser

comparados com a literatura consultada pelo mesmo motivo apresentado

para a Tabela 1.

Conforme os achados (TABELA 4), a prevalência das lesões

encontradas revela predomínio de hemangioma, o que não é compatível

com resultados de Almeida; Silva; Saiki (1987), os quais realizaram

levantamento epidemiológico de lesões bucais examinadas no Serviço de

Page 52: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

52

Anatomia-Patológica do Centro de Patologia Clínica e Preventiva da cidade

de Piracicaba, num período de 10 anos, encontrando o papiloma com 65

casos, como lesão mais prevalente.

Conforme a Tabela 5 o ano de 1990, foi o de maior ocorrência das

neoplasias benignas de cavidade bucal neste hospital onde foi realizada a

pesquisa, seguido pelo ano de 1994. Nos anos subseqüentes, observou-se

variação de ocorrência.

Conforme demonstrado no GRÁFICO 1, ocorreu uma diminuição do

número de casos de tumores benignos observada nos registros do Hospital

Napoleão Laureano, no período estudado; este fato poderia ser explicada

por alterações na oferta e na prioridade do atendimento deste hospital, pois,

não há registro que justifique uma redução do número de casos reais neste

período.

0123456789

1011121314151617181920

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Ano

Núm

ero

de le

sões

Lesões por ano

FIGURA 1 –Gráfico com a Prevalência de lesões benignas na cavidade bucal segundo o ano de ocorrência

Page 53: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

53

Barret; Speight (2000) identificaram que todas as lesões encontradas

em sua amostra se encontravam localizadas no interior da cavidade bucal,

quando analisaram não só a boca, mas a região da cabeça e do pescoço.

Em nossa pesquisa, podemos observar esta ocorrência (Tabela 6), sendo

que a localização anatômica com maior prevalência foi a língua, seguida da

mucosa labial inferior.

Em relação a região de ocorrência do hemangioma, pode-se

observar nos dados da Tabela 7 que a língua foi também o local de maior

ocorrência, seguida da mucosa labial inferior, achados estes, discordantes

dos resultados encontrados por Barret; Speight (2000), os quais

encontraram maior prevalência desta lesão nos lábios e comissura labial.

No entanto, estes resultado estão em concordância com Pigadas et al.

(2000); Garcia (1999); Stafne; Gibilisco (1982); Gorlin; Goldman (1980),

quando referem-se a maior prevalência tanto de hemangiomas quanto de

outros tumores benignos na língua.

Na Tabela 8, a distribuição encontrada referente a região de

ocorrência de papiloma, permite identificar mais uma vez, a língua como

local mais prevalente desta patologia, no entanto, de acordo com Pindborg

(1980); Gerson (1990); Ward et al. (1995), a semimucosa labial, dorso da

língua e palato duro, ou seja, áreas com queratinização acentuada,

aparecem como locais de maior ocorrência da lesão.

Os casos referentes à localização anatômica do ameloblastoma

encontrados nesta pesquisa demonstram que ocorreram mais na mandíbula

e as citações de Boraks (2001); Santos et al. (2001); Bataineh (2000)

confirmam estes achados.

Page 54: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

54

Em pesquisa similar realizada por Eclalar; Rojas (1986), foi

identificada presença de dois casos de ameloblastoma localizado na maxila,

fato que não pôde ser observado neste estudo.

Durante a coleta dos dados não foi possível classificar o

ameloblastoma de acordo com sua situação clinicorradiográfica

(multicístico, unicístico e periférico), como preconizado por Neville et al.

(1998), devido à ausência desta informação no prontuário do paciente.

Quando se compara a faixa etária e o gênero dos pacientes

encontrados neste estudo, com os achados de Barret; Speight (2000),

podemos observar divergências, pois estes encontraram 19 lesões em

pacientes do gênero feminino, 16 em pacientes do gênero masculino e a

faixa etária média foi de 59, no entanto a Tabela 10 mostra uma

predominância do gênero masculino e faixa etária variando entre 04 e 76

anos de idade, sendo que o surgimento da lesão se deu conforme descrito

por Neville et al. (1998), ou seja, maior incidência em crianças de ambos os

gêneros. (o que Barret encontrou, que divergiu deste?)

Segundo Pindborg (1980); Gerson (1990); Ward et al. (1995) os

papilomas de cavidade bucal surgem mais comumente em indivíduos de 30

a 50 anos de idade e com a mesma freqüência, em homens e mulheres.

Estas afirmações contradizem com os resultados desta pesquisa, descritos

na Tabela 11, onde encontrou-se faixas etárias variáveis e freqüências

diferentes para ambos os gêneros.

Conforme podemos observar na Tabela 12, a qual evidencia

surgimento do ameloblastoma entre a terceira e sétima década de vida para

Page 55: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

55

o gênero masculino, o que está de acordo com Tanaka et al. (2001) quando

diz que a sua ocorrência é rara em crianças.

A hipótese diagnóstica para as lesões benignas na amostra estudada

está descrita na Tabela 13, sendo a hipótese diagnóstica de blastoma,

termo genérico, foi a lesão mais prevalente, seguida da hipótese

hemangioma.

A literatura consultada evidencia outras pesquisas com objetivo de

levantamento epidemiológico restrito a determinadas lesões ou grupo de

lesões, como os de Palácios et al. (2001) e Estrada (2001), o que permite a

comparação de dados destes autores com os encontrados neste trabalho,

mas não se encontraram dados semelhantes aos citados nas Tabelas 14,

15 e 16, os quais tratam do diagnóstico clínico inicial do hemangioma,

papiloma e ameloblastoma, respectivamente, havendo discordância entre a

hipótese diagnóstica e o resultado encontrado no exame anátomo-

patológico.

De acordo com o diagnóstico do exame anátomo-patológico,

apareceram 14 tipos de lesões benignas com localização na cavidade bucal

e destas, cinco tipos, totalizando 16 casos, apresentavam indicação para a

realização de exame radiográfico, conforme a Tabela 17 que mostra 16

(12,8%) casos onde foram solicitados exames radiográficos, por serem

lesões benignas que envolvem osso ou, conforme Neville et al. (1998),

derivadas do tecido ósseo primitivo.

Como proposto por Pigadas et al. (2000); Shafer; Hine; Levy (1987);

Neville et al. (1998); Allegra (2001); Thoma (1946); Gordon; Macintosh;

Wesley (2001), a respeito dos tratamentos de lesões benignas indicados, a

Page 56: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

56

Tabela 18, evidencia uma unanimidade na eleição do tratamento cirúrgico

para os tumores diagnosticados no Hospital Napoleão Laureano, onde foi

realizada esta pesquisa. Esta conduta se apresentou eficiente, pois

conforme demonstra a Tabela 19, em sua distribuição há uma reduzida

freqüência de recidivas.

Das poucas lesões que recidivaram, o ameloblastoma foi o mais

prevalente (TABELA 20), mas segundo Shafer; Hine; Levy (1987); Neville et

al. (1998); Grempel et al. (2003), esta lesão tem um prognóstico favorável,

desde que se preconize, no procedimento cirúrgico, as margens de

segurança e as normas de ressecção.

Pelo fato da viabilidade econômica da instituição e a necessidade de

se priorizar os casos de lesões malignas, os profissionais do Serviço

passaram a encaminhar pacientes portadores de lesões benignas a outros

Hospitais da cidade ou do Estado. Portanto os resultados da Tabela 21

traduzem claramente esta realidade, uma vez que neste período muitos dos

pacientes com lesões benignas de cavidade bucal foram consultados e

encaminhados a outros Serviços, sem que sua passagem fosse registrada

pelo Serviço de Arquivo Médico do HNL.

Este trabalho permitiu a análise de fatores relacionados ao

diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de lesões benignas de

cavidade bucal, mostrando-se funcional num contexto social, quando

consideramos que a partir deste estudo, propostas de melhorias e

praticidade em protocolos de atendimentos de determinados Serviços de

Saúde podem ser sugeridas e implantadas.

Page 57: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

57

7 CONCLUSÕES

De acordo com a metodologia empregada e a análise dos resultados

encontrados, pode-se concluir que:

a) houve uma equivalência na freqüência das lesões benignas na cavidade

bucal quanto ao gênero na amostra estudada;

b) a língua foi o local de maior ocorrência de lesões benignas, e em

específico para os casos de hemangioma e papiloma;

c) o tratamento eleito foi cirúrgico para estas leões;

d) O tratamento do hemangioma inclui a ligadura de carótida e

embolização prévia, feita por cirurgião vascular.

Page 58: PREVALÊNCIA DE LESÕES BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL

58

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_____________________ NOTA Esse trabalho foi elaborado de acordo com as Normas de Documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (NBR 6023/2002 – Referência Bibliográfica; NBR 6024/2003 – Numeração Progressiva das Seções de um Documento; NBR 6027/2003 – Sumário; NBR 6028/1990 – Resumo; NBR 10520/2002 – Apresentação de citação em documentos e NBR 14724/2002 – Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação)

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ANEXO A - Ficha de coleta de dados utilizada na pesquisa

Ficha de coleta / Prevalência de Neoplasias Benignas

Registro Ano Gen. Cor Idade Diagnóstico inicial

Diagnóstico radiográfico

Diagnóstico histopatológico

Tratamento Região da

lesão

Recidiva

10º

11º

12º

13º

14º

15º

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ANEXO B - Assim nasceu a Fundação Laureano

“No dia 17 de março de 1951, na sede do jornal "Diário Carioca", no Rio

de Janeiro, realizou-se uma Mesa Redonda solicitada pelo próprio Dr.

Napoleão Rodrigues Laureano, que se esforçava para expressar o desejo de

ver construído, em João Pessoa, na Paraíba, um centro de combate ao câncer.

Naquela ocasião, estavam presentes os jornalista Danton Jobim e

Pompeu de Souza, Dr. Simões Filho, Ministro da Educação e da Saúde, os

médicos Mário Kroeff, Diretor do Serviço Nacional de Câncer, Alberto Coutinho,

Jorge de Marsillac, Osolando Machado, Antonio Pinto Vieira, Adayr Eiras de

Araújo, Sérgio de Azevedo, Turíbio Braz e Fernando Gentil, entre outras

pessoas.

Os trabalhos foram transmitidos pela Rádio Mayrink Veiga e Rádio

Nacional, que abriram uma campanha para angariar recursos destinados a luta

contra o câncer, conforme desejo do médico paraibano.

Napoleão Laureano que retornara dos Estados Unidos desenganado

pela medicina, mostrava, com o seu gesto, a grandeza do seu coração, a

magnitude de sua solidariedade aos seus semelhantes, especialmente os mais

humildes.

Iniciando os trabalhos, assim se expressou Napoleão Laureano:

"Ilustres Senhores, ninguém poderá duvidar das minhas intenções, pois

condenado como estou pela medicina, nada pretendo para mim.

Profissionalmente me faltarão as forças necessárias para qualquer iniciativa.

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Assim, não peço para mim, mas para meus patrícios, para milhares de

brasileiros que, pelo interior, são vítimas do mesmo mal que me acometeu.

Sinto forças morais para pedir, porque conheço a sensação de ser presa dessa

moléstia terrível, pedir ao povo e ao Governo que me auxiliem a morrer

tranqüilo, com o conforto de haver feito algo, ao menos pela Paraíba, neste

setor que abracei como especialidade -de luta contra o câncer. Quero,

portanto, ver fundado um centro de combate ao câncer, em João Pessoa, na

Paraíba, ainda antes de morrer, se a sorte me permitir".

O Dr. Mário Kroeff, entre outras considerações disse o seguinte: “Acho

edificante ter um homem os dias contados e estar ainda pensando no próximo.

Qualquer outro indivíduo, em melhores condições, já se encontraria no fundo

de uma cama, ditando suas últimas disposições, entregue à fatalidade. O

comum na vida é haver uma reação natural de revolta nas criaturas, em face

da dor e do infortúnio.

Este homem, já com suas forças físicas alquebradas, ainda sente forças

morais capazes de levantarem sua própria matéria para conduzir uma

campanha como esta, que serve de exemplo vivo a todos, exemplo tétrico que

ora é focalizado, e para o qual devemos chamar a atenção do público, do

governo e dos afortunados “.

Em pouco tempo as emissoras de rádio anunciavam que a população

carioca estava se manifestando inteiramente solidária com a bandeira de luta

de Napoleão Laureano e por isto a arrecadação de donativos já atingia elevado

valor financeiro. Por esta razão, foi proposta a criação de um órgão para ficar

responsável pelos recursos arrecadados.

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O Dr. Sérgio de Azevedo sugeriu a criação da Fundação Laureano ou

Fundação Napoleão Laureano. A primeira Diretoria ficou assim constituída :

Diretor Presidente- Jornalista Pompeu de Souza, Vice-Presidente - Dr. Amadeu

Fialho; Diretor Tesoureiro - Dr. Ruy Carneiro; Diretor Executivo- Dr. Mário

Kroeff; Diretor Secretário- Dr. Jorge Sampaio Marsillac. Na Presidência de

Honra foi confirmado o nome da Sra. Darcy Vargas e na Vice-presidência de

Honra o nome do Jornalista Assis Chateaubriand.

No dia 31 de Maio de 1951, às 20h30m faleceu, no Hospital Gafrée e

Guinle, o médico Napoleão Laureano. Com o correr do tempo, alguns membros

da Diretoria inicial renunciaram, a exemplo de professor Amadeu Fialho e do

Jornalista Pompeu de Souza. É bom frisar que Mário Kroeff, Jorge de Marsillac

e Ruy Carneiro permaneceram no comando da Fundação Laureano até a

concretização do ideal de Napoleão Laureano - a inauguração do Hospital de

Câncer, em João Pessoa, na Paraíba.

É indispensável registrar que o então Deputado Federal Janduhy

Carneiro foi eleito Diretor Presidente da Fundação Laureano e, na realidade,

deu uma contribuição das mais valiosas para que o nosso Hospital de Câncer

pudesse ser inaugurado. Foi ele o autor do Projeto de Lei que abriu um crédito

de 100 milhões de cruzeiros, quantia esta que foi distribuída pelo Serviço

Nacional de Câncer com as diversas entidades de combate ao câncer de nosso

País.

Aqui já podemos mostrar os bons resultados da luta encetada pelo

médico Napoleão Laureano. Foi graças ao seu desprendimento, a sua

dedicação e amor ao próximo, que se criou uma nova consciência de apoio à

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luta contra o câncer no Brasil. O eminente Presidente Getúlio Vargas, sensível

aos anseios populares, sancionou o Projeto de Lei de iniciativa do Dep.

Janduhy Carneiro, e o Serviço Nacional de Câncer passou a dispor de recursos

financeiros possibilitando, assim, a conclusão do Instituto Nacional do Câncer,

na Praça da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro, bem como numerário suficiente

para a conclusão do Hospital de Câncer de nossa Capital além da ajuda a

diversas outras entidades espalhadas pelo território brasileiro.

Acreditamos que Napoleão Laureano jamais tenha imaginado que sua

bondade pudesse resultar em tantos proveitos para a luta contra o câncer no

País. Napoleão Laureano desejava um centro de combate ao câncer em João

Pessoa e chegou a expressar o seu desejo em ver, construída uma enfermaria

no Hospital São Cristóvão, depois denominado de Newton Lacerda, onde

trabalhou ao lado do então diretor e seu colega amigo Dr. Newton Lacerda.

A idéia cresceu e resultou na construção do Hospital Napoleão

Laureano, que hoje, ocupa uma posição de destaque entre os nosocômios

especializados do Brasil. A entidade não somente está bem equipada, mas

possui uma equipe multidisciplinar do mais alto valor intelectual.

O professor Asdrúbal Oliveira, em certa ocasião se pronunciou, dando

um abalizado depoimento, quando declarou: "O atendimento ao paciente de

câncer na Paraíba tem duas fases bem distintas, uma antes e outra depois

da inauguração do Hospital Napoleão Laureano. Na primeira, o canceroso

ficava debaixo das mangueiras na Praça Caldas Brandão, em frente ao

Hospital Santa Isabel e na segunda, o canceroso passou a ser recebido,

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examinado e tratado com zelo e carinho no Hospital que Napoleão Laureano

tanto desejou edificar.

Na ocasião em que se comemora o cinqüentenário de criação da

Fundação Laureano, podemos dizer que a entidade, apesar das grandes

dificuldades vivenciadas nos longos anos de sua existência, é vitoriosa por tudo

que já conseguiu realizar. O Hospital Napoleão Laureano além de sua nobre e

árdua missão de tratar os pacientes com câncer, vem sendo um excelente

centro de ensinamento aos médicos e aos profissionais da área da saúde. Ele

tem colaborado, inclusive, com a Universidade Federal da Paraíba.

Parabéns a todos que confiaram, apoiaram e realizaram o sonho do

grande médico e mártir Napoleão Laureano”.

Dr. Antônio Carneiro Arnaud Presidente da Fundação Laureano