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AGRUPAMENTO VALLIS LONGUS VALONGO
Projecto de Intervenção
2009-2013
Artur José Alves de Oliveira
PROJECTO DE INTERVENÇÃO 2009-2013
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Artur José Alves de Oliveira Página 2
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
2. CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO VERTICAL VALLIS LONGUS ...................... 6
2.1 Localização ................................................................................................................................ 6 2.2 O contexto físico e social ........................................................................................................... 8 2.3 O contexto humano .................................................................................................................. 11 2.4 O contexto financeiro ............................................................................................................... 14 2.5 O contexto organizacional e de gestão ..................................................................................... 14
2.5.1 Estruturas de gestão .......................................................................................................... 14
2.5.2 Gestão pedagógica ............................................................................................................ 15
2.5.3. Procedimentos de auto-avaliação institucional ................................................................ 17
2.6 Ligação à Comunidade ............................................................................................................. 17
2.6.1 Articulação e participação dos pais e encarregados de educação na vida do AVVL ....... 17
2.6.2 Articulação e participação das autarquias ......................................................................... 18
2.6.3 Articulação e participação das instituições locais - empresas, instituições sociais e
culturais. ..................................................................................................................................... 18
2.7 Clima e ambiente educativos ................................................................................................... 19
2.7.1 Disciplina e comportamento cívico................................................................................... 19
2.7.2 Motivação e empenho ....................................................................................................... 19
2.8. RESULTADOS ....................................................................................................................... 20 2.8.1. Resultados académicos .................................................................................................... 20
2.8.2 Resultados sociais da educação ......................................................................................... 20
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 21
4. A PROBLEMÁTICA ................................................................................................................. 23
4.1 Sobre o insucesso escolar ......................................................................................................... 25 4.2 Sobre a sobrelotação das Escolas ............................................................................................. 30
4.3 Sobre Pais e Encarregados de Educação .................................................................................. 31 4.4 Sobre o Pessoal Não Docente .................................................................................................. 32
4.5 Sobre a Comunicação............................................................................................................... 33 4.5 Sobre a Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação ................................................................... 35
5. METAS A ATINGIR NO FINAL DO PROJECTO ...................................................................... 36
5.1 Sobre o insucesso escolar ......................................................................................................... 36 5.2 Sobre a sobrelotação das Escolas ............................................................................................. 37
5.3 Sobre Pais e Encarregados de Educação .................................................................................. 37 5.4 Sobre o Pessoal Não Docente .................................................................................................. 37 5.5 Sobre a comunicação ............................................................................................................... 38
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5.6 Sobre a Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação ................................................................... 38
6. ESTRATÉGIAS A ADOPTAR E RECURSOS A AFECTAR ..................................................... 39
6.1 No âmbito da diminuição do insucesso escolar ....................................................................... 39 5.2 No âmbito da redução/eliminação da sobrelotação das Escolas .............................................. 40 5.3 No âmbito dos Pais e Encarregados de Educação .................................................................... 40
5.4 No âmbito do Pessoal Não Docente ......................................................................................... 41 5.5 No âmbito do aumento da comunicação .................................................................................. 42 5.6 No âmbito da Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação .......................................................... 42
7. ACTIVIDADES A IMPLEMENTAR ........................................................................................... 43
7.1 No âmbito da diminuição do insucesso escolar ....................................................................... 43 7.2 No âmbito da redução/eliminação da sobrelotação das Escolas .............................................. 45
7.3 No âmbito dos Pais e Encarregados de Educação .................................................................... 46 7.4 No âmbito do Pessoal Não Docente ......................................................................................... 48
7.5 No âmbito do aumento da comunicação .................................................................................. 49 7.6 No âmbito da Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação .......................................................... 50
8. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 51
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 53
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 54
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1. INTRODUÇÃO
Este projecto insere-se no âmbito da candidatura ao desempenho das funções de Director e
tem como principal objectivo que o Agrupamento Vertical Vallis Longus venha a afirmar-se como
uma instituição que:
Se organiza em função do interesse da formação dos alunos;
Promove uma cultura de inclusão;
Prepara os seus alunos para a definição dos percursos pessoais futuros, sejam eles académicos e/ou
profissionais;
Valoriza o desenvolvimento dos profissionais que nela trabalham;
Procura avaliar e melhorar sistematicamente os seus serviços;
Valoriza a manutenção e a melhoria das suas instalações;
Promove a utilização das novas tecnologias;
Forma cidadãos dotados dos valores estruturantes da nossa sociedade, com espírito democrata e
pluralista, respeitadores dos outros e das suas ideias, abertos ao diálogo e à livre troca de opiniões,
capazes de julgarem com espírito crítico e criativo a sociedade em que se integram e de se
empenharem na sua transformação progressiva.
A elaboração do Projecto de Intervenção no Agrupamento não foi um processo fácil. Não
era aceitável a ideia de construir um documento que fosse um mero conjunto de orientações
pedagógicas, organizacionais e administrativas pelo que optei, pelo contrário, pela elaboração de
um documento que traduza a realidade, diferente de todas as outras, e conduza no sentido dos
resultados que são esperados.
Na perspectiva de Macedo, B. (1995), as escolas, como organizações, têm características
específicas que as diferenciam umas das outras e encerram em si potencialidades e capacidades de
desenvolvimento. Muitas vezes, as dificuldades colocam-se ao nível da distinção dessa
especificidade própria e até da sua assumpção.
Neste projecto tentou traduzir-se as aspirações de toda a comunidade educativa,
identificando-se as situações problemáticas e propondo-se objectivos e estratégias para as superar,
sem contudo deixar de olhar e equacionar as limitações.
O diagnóstico feito, as prioridades de acção e a definição de estratégias de acção que
potenciem os recursos existentes conduzem a um processo que terá de envolver os docentes, as
famílias e o pessoal não docente em laços de cooperação, numa partilha de experiências e saberes,
que rompa com o individualismo que, por razões de ordem histórica e cultural, caracterizam, muitas
vezes, os diferentes membros da Comunidade Educativa.
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A análise e a reflexão que conduziram à elaboração deste projecto foi um processo que valeu
por si próprio, independentemente do produto final conseguir ou não traduzir as riquezas desse
processo.
Se, como diz Macedo (1995), a autonomia “é a escola conhecer-se e organizar-se com o
objectivo de resolver os próprios problemas e identificar novas metas a atingir”, este projecto dá
alguns pequenos passos nesse sentido. Pode não se conseguir resolver todos os problemas
identificados, nem atingir os objectivos que são traçados, mas os momentos de reflexão feitos à
volta das questões educativas, as divergências de pensamento, as diferentes perspectivas de
abordagem poderão conduzir a caminhos que se tornem, por si só, irreversíveis. Olhemos as nossas
práticas, observemos o nosso Agrupamento e aspiremos a produzir mudanças.
A reflexão sobre os valores que presidem ao acto educativo, as influências interpessoais, as
situações de compromisso e de negociação conduzem à mudança das práticas, com vista à resolução
das situações problemáticas que existam.
Como diz António Nóvoa “a construção do Projecto corresponde verdadeiramente a um
processo lento, difícil, mas imprescindível”.
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2. CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO VERTICAL VALLIS LONGUS
2.1 Localização
O Agrupamento Vertical Vallis Longus é constituído por seis Escolas do 1º Ciclo e
respectivos Jardins-de-Infância (E.B.1/JI - 1ºde Maio, E.B.1/JI – Calvário, E.B.1/JI – Ilha, E.B.1/JI
– Susão, E.B.1/JI – Boavista e E.B.1/JI - Nova de Valongo), o JI André Gaspar e a sede do
Agrupamento - a E.B.2,3 de Valongo.
Situa-se…
… na cidade de Valongo a 11 km do Porto, num centro urbano inserido na Área
Metropolitana do Porto, sede do concelho com o mesmo nome, constituído pelas freguesias de
Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo.
… num dos Municípios que apresenta maior crescimento demográfico dentro da Região
Norte e da Área Metropolitana do Porto (AMP) devido aos fluxos migratórios resultantes da
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descentralização da população residente na AMP em direcção aos concelhos da periferia, bem como
à deslocação das populações do interior em direcção ao litoral. Atendendo à evolução da população
residente e à projecção para 2011, por freguesia, prevê-se um crescimento populacional semelhante
ao registado no período compreendido entre os dois últimos momentos censitários.
Comparativamente à variação registada nesse momento, de acordo com os valores projectados,
prevê-se um crescimento ligeiramente mais acentuado nas freguesias de Alfena, Campo, Ermesinde
e Sobrado e um pouco inferior na freguesia de Valongo, que, ainda assim, regista a maior taxa de
crescimento do Concelho.
…na “terra do pão e da lousa”. Contudo, do tradicional uso da ardósia como material de
construção, no que se refere ao revestimento de pavimentos, edificação de muros e coberturas dos
telhados, pouco resta em Valongo. Nos últimos anos tem, no entanto, sido valorizada a aplicação
deste material numa perspectiva de modernidade.
…num vasto património natural. As serras de Valongo circundam o centro da cidade,
contrastando com o desenvolvimento urbanístico que a caracteriza. As Serras de Santa Justa
envolvem a paisagem da região e formam uma vasta mancha verde que constitui o “pulmão” da
Área Metropolitana do Porto. Nestas serras podemos ainda encontrar variadíssimas espécies
animais e vegetais, já raras nos dias de hoje. Além disso, nos confortes montanhosos, reside ainda
uma rede de galerias subterrâneas, local de inúmeros achados arqueológicos.
…num Concelho que, em termos educacionais, apresenta uma situação semelhante à dos
restantes concelhos da AMP. No que se refere ao analfabetismo, o Concelho regista uma taxa de
analfabetismo residual, de apenas 5%, valor inferior à média dos concelhos da AMP, do Norte e da
média nacional. No entanto a população residente possui, na generalidade, baixos níveis de
escolaridade, com 61,5% da população com habilitações iguais ou inferiores ao 2.º Ciclo do Ensino
Básico. Comparativamente, estamos perante níveis de escolaridade semelhantes aos da generalidade
da população portuguesa, ligeiramente superiores aos da Região Norte mas ligeiramente inferiores
aos da média dos concelhos da AMP. Relativamente a indicadores como as taxas de retenção,
abandono, saída antecipada e saída precoce, o Concelho de Valongo apresenta valores ligeiramente
superiores à média dos concelhos da AMP. Ainda de acordo com os estabelecimentos escolares, a
maioria das situações de abandono verifica-se no 3.º Ciclo (37), sendo que este fenómeno se faz
sentir com maior expressão nas escolas da freguesia de Ermesinde que registam, em média, os mais
elevados índices de insucesso no 2.º Ciclo.
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2.2 O contexto físico e social
No Agrupamento Vertical Vallis Longus todas as escolas estão situadas na freguesia de
Valongo, onde coexistem os núcleos populacionais antigos e a recente construção “massificada”.
No entanto, apesar de Valongo se ter tornado um pólo “atractivo” em termos residenciais, não
conseguiu resolver os problemas de oferta de trabalho para os seus residentes. Daqui resulta uma
proliferação de bairros sociais com reflexo directo na realidade socioeconómica da Comunidade
Educativa do Agrupamento.
A população escolar não é uniforme em todas as Escolas, diferindo por influência do espaço
geográfico onde se inserem. A escola E.B.1/JI Boavista é a escola onde a influência da situação
socioeconómica das famílias mais se nota, sendo também a que recebe as crianças a cargo da
Instituição “Mãe d’Água” que acolhe, temporariamente, crianças e jovens em risco. A existência de
núcleos populacionais muito diferenciados também se repercute no tipo de apoio familiar que serve
de retaguarda aos alunos. O Agrupamento Vertical Vallis Longus tem sido sensível a todas estas
situações, promovendo o prolongamento de horários, em especial para o JI e 1º Ciclo, em conjunto
com a Autarquia.
O facto do Agrupamento Vertical Vallis Longus se situar na “terra da lousa” contribuiu para
a grande oportunidade de criação, na EB2,3, da disciplina de Artes da Ardósia - disciplina artística
de opção, no 3º Ciclo. O desejo de que os alunos possam desenvolver uma componente artística tão
enraizada na História local de Valongo, determinou esta opção. Além de ser parte integrante da
cultura do Concelho, passou também a integrar a cultura do Agrupamento.
A distância entre as escolas do Agrupamento Vertical Vallis Longus, não sendo
significativa, não constitui qualquer ameaça, pelo contrário, constitui um ponto forte do
Agrupamento.
O maior problema é a dimensão das escolas não ser a adequada, já há muito tempo, ao
número de alunos que as frequentam, sendo a situação da EB2,3 a mais preocupante. A falta de
espaços físicos inviabiliza, assim, a concretização de projectos determinantes para a motivação,
apoio e promoção de uma verdadeira inclusão de todos os alunos. O elevado número de turmas
existentes e o número de alunos por turma constituem, por si só, um forte constrangimento à
adopção de práticas de ensino tão individualizadas quanto o necessário.
Relativamente ao 1º Ciclo, a entrada em funcionamento da Nova Escola, permitiu melhorar
a situação dos alunos da EB1/JI do Susão, passando ambas funcionar em regime normal. No
entanto, por erros de planeamento alheios ao Agrupamento, nos próximos anos lectivos é previsível
que passem a existir, novamente, turmas em regime duplo, dado que as duas Escolas já se
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encontram superlotadas, no momento actual. Nas restantes escolas, a sobrelotação implica a
adopção do regime duplo, com uma ocupação plena dos espaços. Esta situação é geradora de
desigualdades, já que inviabiliza que os alunos do 1º Ciclo deste Agrupamento possuam igualdade
de acesso às Actividades de Enriquecimento Curricular. Sublinhe-se, de novo, que a
responsabilidade deste facto não pode ser atribuída ao Agrupamento Vertical Vallis Longus.
Há ainda a salientar a situação precária da EB1/JI 1ºde Maio, cujo encerramento, por falta
de condições, já devia ter ocorrido. No entanto, continua a funcionar por falta de capacidade das
outras escolas para acolher os seus alunos. Prevê-se que, em breve, sejam concluídas as duas novas
escolas do 1º Ciclo, Estação e Valado, que resolverão os problemas de sobrelotação das escolas do
1º Ciclo.
A Escola-sede está equipada com cinco pavilhões, um dos quais Gimnodesportivo, com
espaços de recreio, zonas verdes e campos desportivos. No Verão de 2008, com vista a fazer face à
sobrelotação, a DREN alugou e colocou, neste estabelecimento, um contentor com duas salas de
aulas. Esta medida revelou-se, no entanto, como era previsível, insuficiente para cobrir todas as
reais necessidades.
Um dos aspectos mais visíveis da insuficiência quantitativa e qualitativa dos espaços é o das
áreas de trabalho específicas, sobretudo no que se refere a gabinetes. Não existem laboratórios,
havendo, unicamente, um pequeno espaço adaptado a essas funções. As disciplinas de índole
tecnológica desenvolvem as suas actividades nas salas de aula normais. Salas disponíveis para apoio
a alunos com dificuldades de aprendizagem não existem, o que obriga a que o apoio necessário
tenha de ser dado em contexto de sala de aula.
Os horários dos apoios, salas de estudo e clubes estão sempre dependentes dos espaços
disponíveis, o que implica um grande esforço organizativo.
A sobrelotação da escola tem contribuído para algum desgaste e degradação, sobretudo do
espaço exterior. O piso, em geral, encontra-se muito irregular e granuloso, tornando-se perigoso, e a
grande área envidraçada é também fonte de perigo para as crianças. De todas as situações descritas
têm conhecimento as entidades competentes para a sua resolução, nomeadamente a Direcção
Regional de Educação do Norte e a Autarquia.
Apesar de todos estes problemas, o que pode ser preservado tem-no sido. O nível de
qualidade e segurança das instalações foi sempre uma preocupação desta escola. Nas escolas há
controlo de entradas e saídas e, na EB 2,3, vigilância proporcionada por câmaras viradas para o
exterior e utilização do cartão electrónico. Como facilmente se depreende, os recursos financeiros
do Agrupamento são parcialmente canalizados para a resolução das situações descritas.
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A parceria estabelecida com o programa Escola Segura, da PSP, tem-se revelado bastante
eficaz. É de realçar que, no início dos anos lectivos, a segurança dos alunos tem ficado
comprometida pela colocação tardia dos Auxiliares de Acção Educativa, em todo o Agrupamento.
A utilização de forma eficaz dos espaços com uma finalidade pedagógica constitui uma
preocupação permanente. Muitas vezes têm de ser estabelecidas prioridades, concretizando-se em
directrizes realistas. Por exemplo, as reuniões dos Conselhos de Turma, dos Departamentos e dos
Grupos Disciplinares, em período lectivo, só podem realizar-se a partir das 18.30h, quando termina
o turno da tarde.
A Biblioteca/Centro de Recursos está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
constituindo-se um espaço mais moderno, mais funcional e mais digno, como há muito se desejava,
embora seja ainda exíguo para a população escolar.
As salas da Matemática e das Línguas são exíguas e servem, muitas vezes, para facultar
apoios aos alunos.
O “Laboratório” de Ciências é um espaço adaptado a estas funções, onde se procura
desenvolver o ensino experimental a pequenos grupos de alunos. É utilizado, muitas vezes, para
apoios e para aulas de EMRC, quando as turmas são reduzidas.
A sala de Informática é utilizada essencialmente para o desenvolvimento de actividades
curriculares, no domínio específico do ensino e prática das TIC. Existe uma outra sala, mais
pequena, de apoio à Informática que funciona como Centro de Recursos para outras disciplinas,
sempre que se justifica a sua utilização. Com a implementação da Plataforma de Aprendizagem
Moodle, prevê-se que estas salas se tornem insuficientes para cumprir estas funções.
As salas específicas de Educação Visual, Trabalhos Manuais, Ardósia e Música destinam-se,
na medida do possível, a actividades lectivas e de complemento educativo no âmbito dessas
disciplinas. No entanto, muitas vezes são utilizadas para outras actividades.
O Pavilhão Gimnodesportivo necessita de intervenção urgente no piso, devido ao desgaste
pela utilização excessiva. Saliente-se que o seu aluguer à Comunidade constitui uma das fontes de
receitas próprias que se têm revelado essenciais para a renovação dos equipamentos e
melhoramento dos espaços.
Para concluir, há ainda a referir a inexistência de um Auditório que tanta falta faz para a
realização de Conferências, Acções de Formação, projecção de filmes, sessões de sensibilização e
esclarecimento para audiência mais alargadas. Para estas actividades existe, apenas, o Polivalente e
o próprio Pavilhão Gimnodesportivo.
A Escola E.B.2,3 está relativamente bem apetrechada de equipamentos actualizados e
materiais didácticos. Nesta data encontra-se em fase de implementação o Plano Tecnológico para a
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Doutoramento0,15% Mestrado
0,47%
Licenciatura12,76%
Bacharelato1,90%
Pós-graduação0,09%
Secundário15,70%
Básico (3º ciclo)19,80%
Básico (2º ciclo)29,62%
Básico (1º ciclo)16,24%
Sem Habilitações0,15%
Outra3,12%
Habilitações - Pais e Enc. Educação
S/ ASE56,53%
Esc.A24,40%
Esc. B19,07%
ASE - 1ºCiclo
S/ Ase58,89%
Esc.A21,85%
Esc. B19,27%
ASE - 2ºe 3ºCiclos
Educação que vai permitir que a maioria das salas vá estar equipada com videoprojectores e que em
cada pavilhão existam três salas equipadas com quadros interactivos.
2.3 O contexto humano
Este Agrupamento é frequentado por 293 crianças no pré-escolar, 1049 alunos no 1º ciclo,
1007 nos 2º e 3º ciclos (incluindo curso CEF), 26 nos cursos de Educação e Formação de Adultos,
totalizando 2375 alunos, abrangendo todos os estratos socioeconómicos. Os referidos alunos estão
distribuídos por 12 salas no pré-escolar, 48 turmas nas escolas do 1º ciclo e 46 turmas na E.B. 2,3
Vallis Longus.
No Agrupamento verifica-se uma grande heterogeneidade na população escolar. Por um
lado, há alunos que pertencem à classe média e média alta e por outro, há aqueles cuja situação
familiar é muito instável a que acresce um baixo nível de escolaridade.
A população escolar pode ser considerada carenciada, uma vez que, no ano lectivo
2008/2009, 41 % dos alunos da EB 2,3 são subsidiados, 21% no Escalão A e 20% no escalão B.
Dos alunos do 1º ciclo, cerca de 46% beneficiam de auxílios económicos, 26% no escalão A e 20%
no escalão B. Nos últimos tempos, os professores têm vindo a detectar situações de carências
alimentares às quais o Agrupamento tem procurado e conseguido dar resposta.
No que se refere à
escolarização, cerca de 66%
dos Encarregados de Educação
frequentaram apenas o ensino
básico. É de destacar que quase
metade destes apenas
completou o segundo ciclo,
sendo também de realçar que
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ainda existem famílias com pais que não sabem ler nem escrever. Daqui se depreende que a muito
baixa escolaridade das famílias dificulta o acompanhamento escolar dos seus educandos e promove
uma desvalorização da Escola.
Nos últimos anos notou-se uma integração cada vez mais acentuada de comunidades
provenientes do Leste e do Brasil. O ingresso, no Agrupamento, de alunos de nacionalidades
diversas levou à implementação de medidas suplementares de apoio, sobretudo ao nível da língua
portuguesa.
Embora a taxa de Abandono Escolar seja considerado como tendo um valor residual, para
prevenir o abandono e o insucesso escolar, o Agrupamento implementou os Percursos Escolares
Alternativos com duas turmas – uma de 5º e outra de 6º ano, e um Curso de Educação e Formação
Tipo 3. No sentido de proporcionar uma oferta formativa cada vez mais diversa e abrangente,
criaram-se, também, Cursos de Educação e Formação de Adultos, estando quatro turmas a
funcionar na EB2,3.
A assiduidade dos alunos, é, de um modo geral, satisfatória e não se têm registado casos de
abandono escolar. Para isso tem contribuído uma forma de actuar preventiva, tanto por parte dos
Directores de Turma/Professores Titulares de Turma, como do Conselho Executivo, numa estreita
colaboração com a Psicóloga do Agrupamento e a Escola Segura.
O Serviço de Apoio Educativo apoia, neste momento, 38 alunos. Além destes, existem 51
alunos com Necessidades Educativas Especiais de carácter prolongado com os quais é desenvolvido
um trabalho que visa facilitar o desenvolvimento da identidade pessoal e a construção de um
projecto de vida.
O Agrupamento Vertical Vallis Longus tem 208 professores, dos quais 22% são Professores
Titulares do Quadro, 38% são professores do Quadro do Agrupamento, 22% dos Quadros de Zona
Pedagógica e 18% são contratados. Em termos de antiguidade, 72% estão há menos de cinco anos
no Agrupamento. Quanto à caracterização etária dos docentes é de salientar que 60% dos
professores têm mais de 40 anos, na maioria com uma experiência profissional superior a 18 anos
de serviço.
Apesar dos números relativos à antiguidade dos professores no Agrupamento Vertical Vallis
Longus, ainda se pode afirmar que, de uma forma global, o quadro de professores apresenta uma
considerável estabilidade e representatividade, apesar de existirem alguns grupos de docência (1º e
2º Ciclos) em que o número de docentes diminuiu, devido ao elevado número de aposentações.
Porém, o corpo docente continua, na sua maioria, a caracterizar-se pela experiência, competência
pedagógica e capacidade de intervenção.
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0%
10%
20%
30%
40%
50%
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 12º Ano + 12º ano
22,54%
15,49%
43,66%
16,90%
1,41%
Habilitações Académicas PND
Os docentes são, na generalidade, assíduos e as permutas de aulas dentro do mesmo
Conselho de Turma são incentivadas e estão consolidadas. Existem também actividades preparadas
para situações de faltas imprevistas que são cada vez menos frequentes.
O rácio de aluno por professor na Educação Pré-Escolar, 1º Ciclo e 2º e 3º Ciclos é de,
respectivamente, 19.33, 17.56 e 8.82, sendo sempre superior ao rácio concelhio que é de 15.8, 15.3
e 8.2, respectivamente.
O Serviço de Apoio Educativo integra 5 docentes efectivos do Grupo 910, 3 docentes
destacados no Grupo 910, 4 docentes de crédito de horas para apoio a alunos com Dificuldades de
Aprendizagem e 2 docentes em mobilidade especial. Estes últimos estão colocados até 31-08-2007,
sendo que um exerce funções de Intervenção Precoce em instituições particulares da comunidade
Do Pessoal Não Docente do Agrupamento fazem parte 33 Auxiliares de Acção Educativa, 4
Cozinheiras, 1 Guarda-nocturno, 10 Assistentes da Administração Escolar, sendo 1 Técnica de
Acção Social Escolar. Quanto ao vínculo, o número de Auxiliares de Acção Educativa afecto aos
Quadros tem vindo a diminuir, sendo apenas de 40% e os POCs (trabalhadores colocados ao abrigo
do programa ocupacional do IEFP) a aumentar, sendo já 23% em 2009. Como o número de
Auxiliares de Acção Educativa é manifestamente insuficiente, há cada vez mais necessidade de
recorrer a este tipo de trabalhadores que, muitas vezes, não se identificam com o serviço que têm de
prestar nas escolas nem são qualificados para o efeito. O facto de alguns alunos da EB 2,3 se terem
queixado (nos inquéritos da avaliação interna) do atendimento por parte dos Auxiliares de Acção
Educativa poderá ser uma causa para esta situação. Assim, continuam a faltar funcionários, em
todas as escolas, para uma maior vigilância e acompanhamento aos alunos.
Os serviços de Administração Escolar
trabalham no sistema de gestão de processos –
tendo contacto com as diferentes áreas, à
excepção da Contabilidade e dos Vencimentos,
por serem áreas mais sensíveis.
O Pessoal Não Docente, na sua maioria, é
assíduo e tem tido uma postura de colaboração
com o CE, no sentido de ultrapassar as muitas
dificuldades que vão surgindo ao longo do ano.
Entre os AAE, o maior problema é a baixa escolaridade - 38% dos funcionários têm apenas o 1º ou
o 2º ciclo do ensino básico. Por isso, a escola tem procurado aumentar a sua qualificação através
dos Cursos EFA.
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Na Escola-sede contamos, há já alguns anos, com a colaboração de um funcionário que sofre
de paralisia cerebral e que se encontra colocado ao abrigo de uma parceria com a Segurança Social,
de quem recebe o respectivo Subsídio.
2.4 O contexto financeiro
Quando se gere um Agrupamento com mais de 2300 alunos, o orçamento é sempre escasso e
mais curto fica quando tem de suportar muitas das despesas relativas às EB1, nomeadamente com a
manutenção do equipamento de reprografia (muitas delas antigas e que, pelo enorme desgaste,
sofrem frequentes avarias) e dos computadores pois deles depende o desenvolvimento de vários
projectos em curso nas escolas. Face a estas despesas muitos pais têm ajudado através de donativos,
para se poder facultar um ensino com mais qualidade aos seus filhos. Um dos compromissos dos
órgãos de gestão para com os pais é o de dispensar esta contribuição logo que a Autarquia (como
está prometido) assuma as despesas com o parque informático e fotocopiadoras das EB1.
É de salientar que o Agrupamento tem conseguido angariar e mobilizar recursos financeiros
e materiais para dar resposta às suas necessidades. Assim, tem-se envolvido em projectos que
trazem como contrapartida equipamentos de vária ordem e tem como maior fonte de receitas
próprias o aluguer do Gimnodesportivo. No entanto, estamos cientes que a escola necessita de uma
intervenção de fundo a nível das instalações, destacando-se entre as obras mais urgentes, a
cobertura e o chão do Ginásio que estão cada vez mais degradados e para a qual não existe
capacidade financeira. Quando chove a prática desportiva no seu interior fica comprometida, com
prejuízo para os alunos e para a própria escola que vê assim diminuir as receitas que provêm do seu
aluguer.
As opções orçamentais têm sido assumidas com as orientações do Conselho Geral
Transitório. Os mecanismos que têm permitido criar prioridades relativamente aos investimentos a
realizar têm por base os objectivos do Projecto Educativo, o Plano Anual de Actividades e os
Projectos Curriculares de Turma.
2.5 O contexto organizacional e de gestão
2.5.1 Estruturas de gestão
Este Agrupamento foi constituído no ano lectivo de 2003/04. Da sua Comissão Instaladora
faziam parte dois elementos que ainda hoje permanecem no Conselho Executivo e que já
pertenciam ao Conselho Executivo da EB2,3 desde 1998. Assim, tem havido uma grande
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estabilidade neste Órgão. O Conselho Geral Transitório, e anteriormente a Assembleia de Escola, o
Conselho Pedagógico e o Conselho Executivo têm funcionado de forma concertada e colaborativa,
no âmbito das respectivas competências, sendo analisadas e discutidas as diferentes perspectivas,
trabalhando no sentido de atingir as metas comuns estabelecidas. Este é um dos factores mais
importantes para que, neste Agrupamento, se viva um clima de alguma serenidade e confiança nos
órgãos de gestão. Além disso, o Conselho Executivo tem procurado sempre dar resposta às
solicitações da Comunidade Educativa, com disponibilidade plena.
Apesar desta estabilidade interna, este AVVL tem sofrido alterações consecutivas que têm
prejudicado o seu bom funcionamento. Depois de se ter constituído e de se terem elaborado todos
os documentos legais - Regulamento Interno, Projecto Curricular e Projecto Educativo - teve de
começar tudo de novo, no ano de 2006/07, devido à integração do Agrupamento Horizontal do
Susão. No último ano, devido à legislação que tem sido enviada para as escolas, os documentos que
tinham sido reformulados há pouco tempo, tiveram de ser, novamente, alterados. Todo este
processo tem sido desgastante, principalmente para os Órgãos de Gestão que sentem o tempo
escassear para avaliar processos e estabelecer Planos de Melhoria.
Quanto ao funcionamento das estruturas de orientação educativa, cabe realçar o papel que
tem sido desempenhado pelo professor titular de turma/director de turma, sendo esta uma das áreas
que a escola reconhece como ponto forte, principalmente a partir da avaliação feita pelos alunos e
pelas famílias. Além destas, há a realçar o trabalho articulado e colaborativo que se desenvolve ao
nível dos Departamentos, dos Conselhos de Turma/Docentes e da Coordenação de Directores de
Turma.
2.5.2 Gestão pedagógica
A equidade e a justiça têm sido uma prioridade na gestão pedagógica. Os critérios aprovados
para a elaboração das turmas, horários e distribuição do serviço lectivo vão intencionalmente ao
encontro desses princípios. Assim, procura-se constituir turmas homogéneas, respeitar as opções
dos alunos e atribuir, sempre que possível, manchas horárias semelhantes em todas as turmas do
mesmo ano lectivo. Infelizmente, a questão da sobrelotação e da falta de espaços condiciona
algumas dessas opções. No entanto, há a preocupação de, de um ano para o outro, não serem as
mesmas turmas a serem prejudicadas com os “tempos mortos”. Em relação ao facto das turmas se
manterem sempre no mesmo turno, nas transições de ano e ciclo, deverá ser lançada uma discussão
alargada para que surjam propostas que alterem esta situação, para que todos os alunos, num ano ou
num Ciclo, possam ter acesso ao, tão desejado, turno da manhã.
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A escola organiza diferentes modalidades de apoio educativo e socioeducativo. No entanto,
a falta de espaços condiciona a oferta de apoios mais diversificados. A consistência do trabalho
desenvolvido com alunos com Necessidades Educativas Especiais, reconhecido pelas respectivas
famílias e pelos diferentes parceiros educativos, tem assumido um papel primordial na construção
de uma escola solidária, justa e integradora. Lamenta-se, todavia, que o Pessoal Docente
Especializado seja em número insuficiente para as necessidades reais dos nossos alunos e que a
falta de espaços condicione o trabalho que se realiza com eles. A contratação de uma psicóloga tem
possibilitado a orientação vocacional dos alunos do 9º Ano, o acompanhamento individual de
alunos e o apoio ao grupo de Educação Especial.
A supervisão pedagógica é assegurada pelos Departamentos/Conselhos de
Docentes/Disciplina, onde são realizadas tarefas conjuntas, definindo e monitorizando os
instrumentos e os critérios de avaliação. Os professores, geralmente do mesmo ciclo, trabalham em
equipa e elaboram as planificações e testes, sendo alguns deles com matriz comum, no sentido de
aferir os resultados e as competências, bem como outros materiais de natureza pedagógica e
didáctica. Em situações de possíveis desconformidades (a maior parte das vezes comunicadas pelos
Directores de Turma, e, com menos frequência, pelos Encarregados de Educação), o Conselho
Executivo intervém como mediador, desencadeando a intervenção dos coordenadores de
departamento. Algumas situações pontuais, de maior complexidade, são acompanhadas
directamente pelo Conselho Pedagógico.
Os resultados escolares e académicos dos alunos são monitorizados ao nível dos diferentes
órgãos e estruturas de orientação educativa, identificando-se situações problema e procurando-se
soluções. No final de cada período lectivo são apresentados mapas estatísticos da evolução do
aproveitamento dos alunos em cada disciplina, por turma e por ano de escolaridade.
A elaboração conjunta das planificações didácticas, dos critérios de avaliação, bem como a
troca de materiais didácticos e de instrumentos de avaliação permitem que, no seio do grupo
disciplinar, exista um acompanhamento, embora indirecto, do trabalho desenvolvido em sala de
aula por cada professor. Não está prevista uma intervenção mais directa que passe, nomeadamente,
pela assistência a aulas, a não ser a pedido do próprio professor.
A qualidade científica e pedagógica é assegurada, em primeiro lugar, pelos docentes que
procuram frequentar acções de formação, cursos de especialização e mestrados. A gestão dessa
qualidade é feita durante todo o ano lectivo, nas reuniões de conselho de turma/conselho de
docentes, nos departamentos, grupos disciplinares e em reuniões do Conselho Pedagógico.
Relativamente aos professores com mais dificuldades no seu desempenho, compete ao
respectivo Coordenador de Departamento assegurar o apoio necessário, o que efectivamente
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acontece, identificando-se, no entanto, como obstáculo à implementação desta dinâmica, a
relutância de alguns docentes em aceitarem esta colaboração. Muitas vezes é nas reuniões de
Conselho de Disciplina/Ano ou Turma que há lugar à partilha de experiências e procura de
soluções.
2.5.3. Procedimentos de auto-avaliação institucional
O Agrupamento preocupou-se sempre em obter indicadores que lhe permitissem avaliar o
seu desempenho, com especial atenção aos resultados escolares. Periodicamente, o Conselho
Pedagógico faz um balanço detalhado e remete os resultados para os Departamentos/Conselhos de
Docentes/professores titulares de turma/Conselhos de turma, para que estes possam definir
estratégias de remediação. Todos esses relatórios são alvo de reflexão pelas diferentes estruturas
enunciadas.
No entanto, só no ano lectivo 2007/08 foi possível desencadear uma avaliação interna mais
sistemática, através da implementação do modelo CAF. Como não tivemos apoio externo, foi a
secção de auto-avaliação do Conselho Pedagógico, com o apoio do Conselho Executivo e alguns
elementos da então Assembleia de Agrupamento que desenvolveram todo o processo. Após análise
cuidada dos resultados, foram estabelecidos os pontos fortes e fracos e elaborados Planos de
Melhoria para as áreas mais sensíveis. Todos os resultados constam dos respectivos documentos
divulgados e, quanto a mim, considero estarem de acordo com a caracterização elaborada.
2.6 Ligação à Comunidade
2.6.1 Articulação e participação dos pais e encarregados de educação na vida do AVVL
Tendo em conta que o esforço de articulação deve partir da escola, no início de cada ano
lectivo, são feitas, em todo o AVVL, reuniões com os EE. Por falta de um espaço amplo e
condigno, o CE delega a apresentação da escola e principais informações nos titulares/directores de
turma. Ao longo do ano lectivo, no âmbito do Plano Anual de Actividades, são realizadas diversas
actividades que solicitam os pais e EE e os envolvem na vida da Escola. No entanto, na EB 2,3,
estes deslocam-se em maior número à escola no final de cada período lectivo, por razões que se
prendem, sobretudo, com os resultados escolares. Apesar disso, nota-se que a participação dos EE
na vida da escola tem aumentado significativamente ao longo destes últimos anos. Em todo o caso,
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realça-se que os EE dos alunos mais problemáticos são os que menos comparecem de forma
voluntária.
O AVVL dispõe de uma página Web onde estão inseridos todos os documentos
orientadores, assim como os critérios de avaliação. Além disso, o GIAE online permite aos EE,
através de um código fornecido pelos Serviços Administrativos, ter acesso a partir de casa à vida
escolar dos seus educandos. Também o Conselho Executivo está sempre disponível para receber os
EE.
No AVVL, existem quatro Associações de Pais que, apesar dos Agrupamentos Horizontais e
a EB2,3 se terem agrupado, decidiram continuar independentes. É sua convicção que, deste modo,
defendem melhor os interesses das escolas onde estudam os filhos. As Associações têm sofrido
constantes alterações nos elementos que as presidem, o que tem dificultado uma maior colaboração
com os órgãos de gestão.
2.6.2 Articulação e participação das autarquias
Pode afirmar-se que há uma boa relação institucional e de cooperação com a Junta de
Freguesia e a Câmara Municipal de Valongo, destacando-se a participação activa dos representantes
desta última na Assembleia do AVVL.
A colaboração dos órgãos autárquicos tem-se verificado, sobretudo, na cedência temporária
de recursos físicos e no apoio a iniciativas culturais e acções promovidas pelas escolas do AVVL. A
CMV cede, também, a Piscina Municipal para a prática da natação e organiza as AECs de acordo
com o protocolo estabelecido. A sua intervenção tem, no entanto, sido deficitária ao nível da
actualização e manutenção de fotocopiadoras e computadores, assim como na compra de material
didáctico para as EB1 e JI.
2.6.3 Articulação e participação das instituições locais - empresas, instituições sociais e culturais.
O AVVL tem celebrado parcerias e protocolos com diversas entidades. Muitas delas têm em
vista a concretização do PAA e a operacionalização do PE, mas outras têm, apenas, o objectivo de
colaborar com a Comunidade onde está inserido. Neste sentido, muitas vezes, cedemos as nossas
instalações para a realização dos mais diversos eventos. As instituições que mais colaboram com o
AVVL são as seguintes: o Centro de Formação, o Centro de Acolhimento “Mãe d’ Água”, a
Biblioteca Municipal, o Centro de Emprego, a CPCJ, a PSP, os Bombeiros, o Centro de Saúde de
Valongo, a RBEP, a ESE do Porto, a Escola Secundária de Valongo e a Lipor.
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2.7 Clima e ambiente educativos
2.7.1 Disciplina e comportamento cívico
A promoção de uma escola inclusiva onde haja igualdade de oportunidades com vista à
construção do sucesso educativo é um dos objectivos do PE, havendo, por isso, uma cultura de
responsabilização, de espírito de entreajuda e um bom relacionamento entre todos os elementos da
comunidade educativa, comprovado pelas respostas aos inquéritos da avaliação interna. Na EB 2,3,
no entanto, nota-se uma maior conflitualidade entre pares, principalmente nos recreios e nos
balneários do Ginásio. Como já foi referido, o facto dos espaços se encontrarem sobrelotados pode
explicar esse fenómeno pois nas salas de aula os casos de indisciplina são esporádicos. Este ano está
a ser implementado, pela primeira vez, na escola sede, um projecto que visa o aumento do civismo,
por parte dos alunos. A “Patrulha Cívica”, constituída por alunos, já conseguiu diminuir o barulho
que se verificava durante o almoço, na cantina.
Assim, pode concluir-se que não existem situações graves de indisciplina ou de violência no
AVVL, mas que são cada vez mais frequentes as situações de indisciplina enquanto falha relativa ao
saber estar, na sala de aula e nos espaços escolares.
2.7.2 Motivação e empenho
O ambiente das escolas é acolhedor e pacífico, o que facilita a integração de novos alunos.
As estratégias específicas de recepção aos alunos que se matriculam pela primeira vez são
delineadas pelo Conselho Pedagógico e são postas em prática nos primeiros dias de aulas. Para
facilitar a transição dos alunos do 1º para o 2º Ciclo, no final do ano lectivo, as turmas do 4º ano
deslocam-se à EB 2,3, onde são acompanhados por colegas mais velhos e têm aulas com
professores de diversas áreas.
Como nos últimos anos tem havido uma maior estabilidade do corpo docente, não se tem
procedido a uma recepção formal dos novos docentes. Assim, estes começam por se apresentar ao
CE que lhes dá a primeira imagem da escola e as primeiras informações, sendo depois
encaminhados para os Coordenadores de Departamento e de Docentes que os colocam a par da
parte pedagógica.
A escola dispõe de vários meios de comunicação e informação: uma plataforma Moodle, a
página Web, o GIAE Online, correio electrónico específico do AVVL e os meios tradicionais. Este
ano foi colocada uma vitrina, no gradeamento frontal à entrada da escola sede, para facultar
informação aos Encarregados de Educação.
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2.8. RESULTADOS
2.8.1. Resultados académicos
Melhorar o sucesso dos alunos e a qualidade do sucesso dos alunos nas diversas disciplinas e
áreas curriculares não disciplinares é um dos principais objectivos. Assim, é feita uma avaliação
sistemática dos resultados, envolvendo os diferentes órgãos de gestão e as diferentes estruturas de
orientação educativa.
Verifica-se que, globalmente, os resultados ao longo dos cinco últimos anos têm melhorado,
apresentando valores, principalmente no 2º e 3º Ciclos, muito superiores à média nacional. Também
nas provas de aferição e exames nacionais, os resultados têm sido superiores à média nacional.
Relativamente aos alunos com ASE, a sua taxa de transição tem-se mantido, nos últimos anos,
acima dos 80%.
Apesar de os resultados apresentarem melhorias significativas, o AVVL estabeleceu várias
metas no sentido de continuar a caminhar para um maior e melhor sucesso.
2.8.2 Resultados sociais da educação
O AVVL carece de mecanismos que lhe permitam analisar de forma sistemática o impacto
social da sua acção educativa, embora possua informação não organizada e não analisada sobre o
percurso escolar e profissional dos seus alunos após a saída da escola.
Relativamente às estratégias de monitorização do abandono escolar, há a salientar que as
mesmas são efectuadas no seio dos Conselhos de Turma, com a supervisão do Conselho Executivo
e a colaboração dos Serviços Administrativos (Área de alunos). É preocupação do AVVL garantir
um acompanhamento dos alunos que evidenciam dificuldades de aprendizagem ou indiciam risco
de abandono. O papel dos directores de turma e da psicóloga, é determinante no esclarecimento,
aconselhamento e encaminhamento para cursos profissionais ou para cursos CEF das escolas
vizinhas. Também ao nível do 9º ano os DT e a psicóloga são o recurso mais eficaz na dinamização
de sessões de esclarecimento para os alunos que concluem este ciclo de estudos, promovendo a
realização de escolhas adequadas a cada caso, quer se trate de uma via de prosseguimento de
estudos, quer se trate de uma via mais profissionalizante ou de ingresso na vida activa.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um projecto não é mais nem menos do que a procura de uma solução inteligente para um
problema surgido, para responder, entre outras, a uma necessidade humana. Qualquer que seja a
ideia que se pretenda implementar, qualquer a alteração que se queira introduzir, qualquer a
metodologia que se queira aplicar, ela implica necessariamente a procura de propostas e
planificações coerentes.
A planificação constitui um processo mediador entre o futuro e o presente. O amanhã afecta
o hoje, porque é hoje que podemos decidir fazer algo para estar em condições de aproveitar as
oportunidades do amanhã. É por isso que em todos os projectos deve planificar-se o futuro para
assim poder determinar tanto as variáveis susceptíveis de ser medidas, como as de carácter
qualitativo de evidente incidência no desenvolvimento do projecto ao longo do tempo.
Qualquer projecto envolve sempre uma visão antecipadora dos seus resultados. Para que
atinja os objectivos propostos tem de ser planeado e concretizado cuidadosamente. Assim, num
projecto (qualquer que ele seja) podem considerar-se três momentos fundamentais: o planeamento,
a realização e a obtenção do produto desejado. Dito de outra maneira, e usando termos que a
comunidade educativa conhece bem, qualquer projecto pode ser considerado como processo
(enquanto se realiza) e como produto (depois de realizado).
A tarefa de planear um projecto não é uma tarefa fácil. Como já se disse, um projecto tem de
antecipar tudo o que possa acontecer em virtude do seu desenvolvimento. Tem de jogar com os
recursos humanos (isto é, pessoas envolvidas a nível administrativo, técnico, educativo), materiais
(por exemplo, equipamentos necessários) e financeiros (próprios ou externos) disponíveis. Tem de
considerar o tempo em que se deve desenvolver, definindo os limites de cada momento com uma
margem de segurança razoável - todo o planeamento deve ter um cronograma. Tem de escolher as
equipas de trabalho com competência para desenvolver o projecto e prever tempo para formação
adicional e produção de materiais (se se revelar necessário). Tem, finalmente, de encarar como
pretende que esse projecto seja avaliado. Não nos esqueçamos que um projecto representa sempre
um certo investimento, pelo que é importante que se preveja a sua avaliação.
Qualquer organização é caracterizada pelas relações que se estabelecem entre os seus
membros. É neste contexto que as relações interpessoais se vão aprofundando, as pessoas
convivem, trocam experiências, e ao mesmo tempo desenvolvem percepções partilhadas e
recíprocas. Essas relações dependem em grande parte da posição que cada um ocupa no universo
hierarquizado da organização. Mas a escola é uma organização especial. Com efeito, será difícil
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encontrar actividades que não sejam desenvolvidas a pensar na interacção com os outros
intervenientes no processo educativo (quer sejam professores, alunos, pais, funcionários ou outros).
Por isso, a Escola distingue-se das outras organizações empresariais, pois é nela que, por um lado,
se "cuidam de seres humanos, realizando uma acção com fortes implicações ideológicas e políticas;
por outro lado, a maior parte dos trabalhadores (alunos) têm como «objecto» o seu próprio
desenvolvimento, devendo os profissionais facilitar este trabalho de autoconstrução".
(HUTMACHER, 1992,). Também F. Ghilardi e C. Spallorossa (1989, p.40) salientam que, nas
organizações industriais, a acção é orientada para fins lucrativos, enquanto "o «processo de
produção» de uma escola diz respeito a pessoas e não a materiais".
Pretende-se uma escola que desenvolva uma cultura de participação, que saiba partilhar a
educação com a família (principal entidade responsável pela educação), com os trabalhadores não
docentes, com a comunidade envolvente e assim todos possam contribuir para o desenvolvimento
pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, tornando-os cidadãos mais responsáveis e
livres na sociedade.
Por isso, a escola de hoje exige novas posturas, novas responsabilidades de todos os que
nela intervêm e contribuem para uma melhoria do ensino, quer sejam professores, pais ou outros.
A escola é um local onde se trocam experiências, onde todos os que aí participam vivem
um pouco ou grande parte da sua vida. Por isso, é imprescindível que cada um se sinta parte
integrante dela.
Assim, a escola deve ser vista como um espaço de interacção e de participação dos seus
intervenientes. Porque compreender a acção dos que fazem a escola leva-nos a conhecer os
estatutos de cada membro e os papéis a eles associados, as normas organizacionais que orientam a
interacção e o contributo de cada um para a prossecução das actividades. É na conjugação destes
factores que se define a forma de cada um estar na escola. A escola é uma organização com uma
estrutura própria, mais ou menos formal, na qual se organiza e desenvolve todo o sistema de acções
entre os diversos intervenientes do processo educativo (professores, alunos, pais, funcionários e
outros).
A escola é um espaço de interacção orientado por normas próprias (quer as definidas pelo
sistema central quer as definidas ao nível de cada escola), que permitem a cada actor ou conjunto de
actores um certo grau de autonomia para que possam delinear estratégias de actuação em função
dos objectivos organizacionais e de acordo com os projectos pessoais. Assim, é neste contexto de
acção que cada um define as suas formas de participar e viver as actividades escolares. A forma
como se estrutura e desenvolve toda a acção estratégica dos actores está, de alguma forma,
dependente da percepção que cada um tem da organização.
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Como se pode depreender, nos dias de hoje, a direcção de uma Escola não pode ser vista
como o desenvolvimento de meros actos de gestão, ela requer, sim, uma liderança. Enquanto o
gestor serve para concretizar os objectivos da organização, o líder serve para criar novos objectivos,
renovar os velhos, ou iniciar novos planos de acção. O líder muda o “status quo” na forma mais
positiva e diplomática, com vista a uma melhoria. É ao líder que se recorre quando o “bom” não é
satisfatório.
A liderança é necessária para os problemas que não têm respostas fáceis e os problemas
que hoje se apresentam às escolas são complexos e repletos de dilemas. A liderança consiste em
“mobilizar pessoas para lidar eficazmente com problemas difíceis”.
4. A PROBLEMÁTICA
Depois de uma reflexão profunda sustentada na caracterização do Agrupamento Vallis
Longus, é possível identificar os seguintes problemas: Maior insucesso na transição de Ciclos, em
especial na transição do 2º para o 3º ciclo; Sobrelotação de algumas escolas com a consequente falta
de espaços disponíveis para o desempenho pleno das funções docentes, em especial da E.B. 2,3 de
Valongo; Baixa escolarização de uma grande parte dos Encarregados de Educação, com a
consequente dificuldade de acompanhamento dos educandos; Baixa escolarização e falta de
formação específica do pessoal não docente; Escassez de comunicação externa e interna no
Agrupamento o que conduz a que a sociedade envolvente esteja pouco informada sobre o
Agrupamento; Carência de análise sistemática do impacto educativo e social da sua acção
educativa; Pouca aproximação à Escola dos pais e encarregados de educação.
Este Projecto de Intervenção visa essencialmente criar um plano de acção que conduza a
uma possível solução para os problemas enunciados, de forma partilhada por toda comunidade
educativa, com metas bem definidas e estratégias claras. Mesmo que no seu período de aplicação,
quatro anos, não seja possível a resolução total, ao menos que seja possível atenuá-los de forma
evidente.
A situação problemática “maior insucesso na transição de Ciclos, em especial na transição
do 2º para o 3º ciclo”, encontra-se inserida numa situação mais alargada, o insucesso escolar, que,
apesar de o Agrupamento apresentar valores inferiores à média nacional, é um facto presente no seu
quotidiano. As situações insatisfatórias, “Sobrelotação de algumas escolas” e “Baixa escolarização
de uma grande parte dos Encarregados de Educação” contribuem de forma sistemática e efectiva
para a primeira, bem como a “falta de aproximação à Escola”. Também a análise sistemática do
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impacto educativo e social da acção educativa e a comunicação interna e externa dessa mesma
acção educativa são factores que contribuem para a inserção do Agrupamento na Sociedade e
consequente reconhecimento do seu valor.
Relativamente ao Pessoal não Docente a escolarização e a formação assumem especial
importância como estratégia de mudança no sentido da construção de serviços de qualidade,
centrados em novas formas de organização, desenvolvendo uma cultura de participação e de
cooperação, nomeadamente nos princípios e processos da comunicação interpessoal e na gestão de
conflitos.
A participação dos pais na vida escolar dos filhos tem representado um papel importante no
desempenho escolar. O diálogo entre a família e a escola tende a colaborar para um equilíbrio nesse
desempenho. O envolvimento dos pais com a escola deve favorecer a reflexão de diferentes
aspectos pedagógicos e psicológicos dos seus filhos, com vista a melhorar, de modo efectivo, o seu
desempenho escolar. É assim fundamental que entre a Escola e a família se fortaleça o diálogo e o
trabalho conjunto.
Problemáticasdo
Agrupamento
Insucesso escolar Maior Insucesso na transição de ciclo
Sobrelotação de algumas escolas
Baixa escolarização dos Encarregados
EducaçãoReduzida análise
sistemática do impacto educativo e social da acção
educativa
Escassez da Comunicação interna e externa da acção
educativa
Baixa escolarização e falta de formação específica do
pessoal não docente;
Falta de aproximação à Escola dos Pais e
Encarregados de Educação
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4.1 Sobre o insucesso escolar
O insucesso pode ser olhado segundo perspectivas diversas. Historicamente, foram-se
sucedendo e coexistindo, quer na literatura especializada quer nos discursos políticos e
pedagógicos, um conjunto de explicações para o fenómeno do insucesso escolar. No entanto, o
insucesso educativo como fenómeno massivo, persistente e socialmente diferenciado surge na
sequência do aparecimento da escola de massas. Preparada e habituada, pela sua estrutura e pela sua
história, a lidar com um número reduzido de alunos relativamente homogéneos quanto à sua origem
sociocultural, a escola não soube lidar com a heterogeneidade.
Desta inadequação resultou um grande conjunto de problemas com que a escola massificada
se debate:
PROBLEMAS ORGANIZATIVOS
A falta de eficácia do funcionamento dos Conselhos de Turma que se revelam incapazes de
assegurar eficazmente quer a coordenação do processo de ensino a nível da turma quer a gestão
do processo de aprendizagem dos alunos;
O papel do Director de Turma com uma forte componente burocrático-formal, em prejuízo das
suas funções de orientador educativo de turma.
PROBLEMAS COM O CURRÍCULO
Desfasamentos no currículo escolar dos alunos - Os alunos ingressam em novos ciclos sem que
possuam os pré-requisitos necessários.
Currículos demasiado extensos que não permitem que os professores utilizem metodologias
activas, onde os alunos tenham o lugar central. A necessidade de cumprir os programas
inviabiliza a adopção de estratégias mais activas, mas sobretudo retira tempo ao professor para
ultrapassar as dificuldades individuais de aprendizagem que constata nos alunos.
Desarticulação dos programas - esta situação faz, por exemplo, com que os alunos repitam os
mesmos conteúdos, de modo diverso e incoerente ao longo dos anos e das disciplinas, levando-
os a desinteressarem-se pelas matérias, e a sentirem-se confusos.
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PROBLEMAS RELATIVOS AOS PROFESSORES
Grande diversidade de formação pedagógico-didáctica dos professores.
Criação de expectativas positivas ou negativas sobre os alunos, no início do ano, que acabam por
influenciar o seu desempenho escolar. Embora não sejam os professores a inventar os bons e os
maus alunos, uma coisa parece certa, os alunos baixamente expectados são mais prejudicados do
que são favorecidos os altamente expectados.
Ausência de uma formação contínua de professores capaz de combater os hábitos rotineiros e
estimular a reflexão sobre a prática docente.
Uma tendência geral para reduzir a acção educativa à sua função instrutiva.
Algum individualismo dos docentes e a sua tendência para centrar o processo de ensino-
aprendizagem no ensino.
Ausência de hábitos de avaliação dos processos de ensino e sua eficácia, de investigação
aplicada, de trabalho de equipa e de experiências inovadoras.
PROBLEMAS RELATIVOS AOS ALUNOS
A instabilidade característica da adolescência consta entre as muitas causas individuais do
insucesso. Ela conduz muitas vezes o aluno a rejeitar a escola, a desinvestir no estudo das
matérias e, frequentemente, à indisciplina.
PROBLEMAS RELATIVOS ÀS FAMÍLIAS DOS ALUNOS
Uma imagem pouco positiva da escola.
Conflitos familiares, divórcios litigiosos, fazem parte das causas que podem levar a que o aluno
se sinta rejeitado e comece a desinteressar-se pelo seu percurso escolar, adoptando um
comportamento indisciplinado.
Alheamento em relação à escola - A demissão dos pais da educação dos filhos, é hoje uma das
causas mais referidas. Envolvidos por inúmeras solicitações quotidianas, muitas vezes sem
tempo para si próprios, menos ainda para se dedicarem à educação dos filhos. Quando se dirigem
às escolas, raramente é para colaborarem, colocando-se quase sempre na atitude de meros
compradores de serviços, exigindo eficiência e poucos incómodos na sua prestação.
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PROBLEMAS DE ÍNDOLE PEDAGÓGICA
Ausência de uma articulação plena do desenvolvimento curricular nos vários níveis de ensino.
Falta de harmonização das mensagens socializadoras, verbais e não-verbais, dos professores
dos mesmos alunos.
PROBLEMAS RELATIVOS A RECURSOS E ÀS ESCOLAS
Sobrelotação da maioria das escolas.
Inexistência de centros de documentação pedagógica e espaços que apoiem a auto-formação
dos professores e estimulem a troca de experiências e a inovação pedagógica.
Deficiente apetrechamento das escolas em equipamentos.
O elevado número de alunos por turma tende igualmente a provocar o aumento dos conflitos e
sobretudo a diminuir o rendimento individual.
A organização de turmas demasiado heterogéneas dificulta a gestão da aula pelo professor e
também a coesão do grupo, traduzindo-se no incremento de conflitos internos.
Estudos recentes mostram que o insucesso escolar se faz sentir mais nos anos de transição
entre ciclos de ensino: 5.º, 7.º e 10.º anos. Trata-se de anos de escolaridade em que os alunos se
confrontam com grandes mudanças. No entanto, embora se verifique sempre uma subida das taxas
de insucesso no 1º ano de cada ciclo, esta parece ser particularmente relevante na passagem do 6º
para o 7º ano.
No 7º ano, o número de disciplinas aumenta consideravelmente, aumentando também a
carga horária semanal. Nas disciplinas que vêm de anos anteriores, o grau de dificuldade aumenta e
a mudança de ciclo de ensino acarreta, muito frequentemente, alterações não apenas nos níveis de
exigência mas na própria forma de tratar a linguagem.
No 5º e 6º anos a relação pedagógica é mais estável, próxima e continuada, enquanto que no
3º ciclo as relações se tornam mais distanciadas. Esta situação deve-se, muitas vezes, ao facto de
muitos professores disporem apenas de 90 minutos por semana para leccionarem a sua disciplina.
Além disso, os docentes dos vários ciclos (re)constroem concepções educativas e identidades
profissionais accionando mecanismos de identificação mas também de distinção. Note-se que os
professores de 2º e 3º ciclo continuam a pertencer a grupos profissionais distintos e a caracterizar-
se, nalgumas situações, por formações diferentes.
Estamos, assim, perante um sistema de ensino com manifesta desarticulação entre os
diferentes ciclos, com patamares de exigência claramente desnivelados e com eventuais problemas
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de desadequação após a transição. Por muito boa vontade que tenham os professores durante um
ciclo em seguir um aluno e facilitar a sua aprendizagem, quanto transita para o ciclo seguinte esse
aluno volta a ser mais um número no sistema, mais um rosto anónimo sem história, mais um jovem
rodeado por professores desconhecidos. Assim, as transições constituem momentos em que as
desigualdades escolares se acentuam, sendo particularmente vulneráveis os grupos que já
apresentam habitualmente resultados escolares mais baixos. O choque com novos professores,
novas disciplinas, novos métodos, mergulham-nos, muitas vezes, numa espiral de desmotivação e
alienação. Além disso, a mudança gera um sentimento de “começar de novo”, implicando um
processo de ruptura com uma ordem estabelecida com efeitos de desestruturação identitária e social
e abertura de um campo de possibilidades para o desenvolvimento de novas identidades e relações
que se traduzem num ganho de liberdade e independência, muitas vezes consubstanciadas no
aumento da indisciplina.
Relativamente à avaliação, verifica-se que alguns professores continuam a praticar uma
avaliação do tipo clássico, que toma a classificação como procedimento único de recolha de
informação sobre a aquisição de conhecimentos dos alunos. Este é sempre um processo restrito e
redutor, pois não traduz, muitas vezes, o valor real desse aproveitamento. Isto é, o verdadeiro grau
de motivação, esforço, empenho e evolução dos alunos. A avaliação surge como algo externo, que
aparece de fora e, geralmente, não é considerada uma responsabilidade pessoal do aluno. O que
parece contar não são as intuições, as experiências e os conhecimentos que ele detém, mas antes o
seu desempenho no limitado espectro de questões apresentadas nos testes. O primeiro trabalho que
se faz é, em geral, considerado definitivo. Não há normalmente lugar para reflexões e,
consequentemente, para reformulações.
Não é pois, por acaso, que este tipo de avaliação, entendido nesta dimensão de única e mera
classificação, é hoje posto em causa, quer ao nível dos princípios normativos orientadores da
avaliação (de que é exemplo o despacho 30/2001) quer dos discursos académicos. Classificar não é,
nem pode ser, sinónimo de avaliar, mas apenas uma das suas dimensões.
A avaliação formativa está mais orientada pela intenção de gerar e melhorar as
aprendizagens, distinguindo-se do simples acto de medir, classificar ou comparar resultados –
características da avaliação sumativa.
As três ideias-chave da concretização de uma prática de avaliação formativa são: regular
(processos), reforçar (êxitos) e remediar (dificuldades). Como é evidente, para que a avaliação
formativa cumpra as intenções que a orientam, é necessário que seja sistemática e contínua, isto é,
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que acompanhe todo o processo de formação. Assim, é necessário aprender avaliando, participando
e reflectindo.
Um ambiente de aprendizagem em que se valoriza o envolvimento dos alunos, em pequenos
grupos, na resolução de situações problemáticas, em que se desenvolvem diferentes oportunidades
para aprender, exige, naturalmente, uma avaliação diferente: mais autêntica, mais participada e
mais reflexiva.
Deste modo, é necessário encontrar formas de avaliar as aprendizagens que forneçam mais
informação aos professores e que desenvolvam a responsabilidade pessoal dos alunos na reflexão e
na crítica ao seu trabalho. Ou seja, que permitam identificar o desenvolvimento dos alunos ao longo
do tempo, de forma a torná-los avaliadores conscientes das suas próprias histórias como
aprendentes.
A utilização de portfólios de trabalhos produzidos pelos alunos ao longo de um período de
aprendizagem é uma abordagem que pode ser utilizada pelos professores e pelos alunos para uma
avaliação formativa e formadora.
Por vezes, é o próprio comportamento do professor que origina a perturbação das aulas, “o
comportamento distante do professor, a despersonalização da relação originada pelo professor que
ignora o nome do aluno, a brandura quando é esperada a força, são algumas das situações que
suscitam a retaliação do aluno” (Estrela, 1994, p.80).
Há, portanto, um conjunto de factores que colaboram para aumentar as possibilidades de
surgirem problemas e incompreensões no processo de interacção professor-aluno. Problemas e
incompreensões que, se não detectados, podem comprometer definitivamente os processos de
aprendizagem e provocar graves problemas de indisciplina. Quando as relações pessoais se tornam
mais distantes, a disciplina e o trabalho são claramente afectados. Assim, é muito importante
desenvolver uma boa comunicação para que a relação pedagógica entre professores e alunos
melhore. Por sua vez, melhorando a relação pedagógica, os processos de aprendizagem serão
facilitados, dando-se um grande passo para a satisfação mútua de professores e alunos e para o tão
desejado sucesso educativo.
O sentido individual da acção do professor é um dos grandes problemas das escolas. A
programação tem de ser pensada mais em termos de escola e de equipa dos professores do que em
termos do professor singular. O esforço exigido pela manutenção de um espírito crítico e de uma
revisão permanente do que se vai fazendo, a elaboração de materiais, a procura de actividades
atractivas e congruentes com o que se pretende e a análise dos resultados implicam um trabalho em
equipa.
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Assim, exige-se um maior trabalho cooperativo entre os professores e sobretudo entre os
professores dos mesmos alunos, para se encontrarem formas de ensinar de modo a que todos
possam aprender. Isso significa concentrar-se em mudar a maneira como as pessoas pensam e
interagem e reconhecer que os estudantes aprendem de formas múltiplas e que as suas capacidades
não são fixadas no momento do nascimento. No entanto, abraçar a ideia de que todas as crianças
podem aprender não significa fechar os olhos para as suas fragilidades, é antes um desafio para
qualquer sala de aula e qualquer professor. A solução pode estar na promoção de salas de aula
aprendentes que requerem “métodos e infra-estruturas que possibilitem que todos fomentem o
sucesso uns dos outros de forma deliberada” (Senge, p.72). Um dos passos fundamentais é tratar o
aluno como pessoa, e uma pessoa com dignidade, fazendo com que todos os alunos se sintam
valorizados e úteis, ajudando-os a entender por eles próprios como aprender melhor. Desta forma
haveria muito menos rótulos, tais como “em risco”, “especiais”, “problemáticos”, aplicados aos
alunos.
Esta solução está dependente das seguintes condições:
- Da possibilidade de acesso a um maior conhecimento dos alunos, permitindo, por sua vez,
a configuração de programas educativos diferenciados. Este conhecimento será maior caso se opte
pelo modelo de continuidade na distribuição do serviço docente, se planifiquem e desenvolvam
colectivamente actividades de observação e diagnóstico e sejam partilhados, por todos os
professores, as informações e dados que cada um obtém.
- Da cooperação entre professores dos mesmos alunos que pode assegurar a coordenação do
processo de aprendizagem dos alunos, a articulação horizontal dos conteúdos e garantir a
harmonização das mensagens e das práticas de socialização comportamental e dos valores.
Ou seja, é preciso encontrar formas de organização e de execução do trabalho na escola que
quebrem o isolamento das pessoas, dos espaços e das práticas, induzam a constituição de equipas e
fomentem a reflexão individual e partilhada.
4.2 Sobre a sobrelotação das Escolas
Embora a sobrelotação das Escolas do 1º Ciclo esteja em vias de resolução, o mesmo não é
verdadeiro relativamente à Escola Básica 2,3 de Valongo. É por demais conhecida e reconhecida
esta problemática, por toda a comunidade educativa, pela Administração Educativa Regional, pela
Direcção Regional de Educação do Norte e pela Autarquia. A falta de espaços para os professores
desenvolverem o trabalho colaborativo, as turmas com elevado número de alunos, a falta de espaços
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para apoios individualizados ou em pequenos grupos, entre outros já referidos no ponto anterior, são
factores que muito contribuem para um menor sucesso educativo dos alunos, e uma menor
satisfação profissional do pessoal docente e não docente. Se por um lado a Autarquia está a resolver
a sobrelotação das escolas do 1º Ciclo, permitindo que sejam eliminadas as desigualdades de
oportunidade do acesso dos alunos às AEC’s, por outro lado deverá intervir activamente na
resolução desta problemática na EB 23. Não é admissível que uma escola, construída de raiz para o
ensino preparatório, albergue hoje turmas do 3º ciclo sem que tenham sido criados os espaços
específicos para algumas das disciplinas do currículo, como por exemplo, laboratórios. Toda a
Comunidade Educativa deve, sem excepção, envolver-se na”luta” pela resolução desta situação. Os
professores, alunos e pessoal não docente muito esforço têm desenvolvido para que este efeito
nefasto tenha o menor reflexo possível nos resultados escolares, internos e externos, quase sempre
superiores à média nacional.
4.3 Sobre Pais e Encarregados de Educação
O nível de escolaridade dos pais dos alunos deste agrupamento é baixo. É reduzido o
número daqueles que possuem uma formação académica de nível médio ou superior.
A baixa escolarização dos pais acaba por se repercutir no deficiente acompanhamento dos
seus educandos e numa quase inexistente intervenção na vida escolar dos mesmos, dando muitas
vezes lugar a um fosso cultural entre uma escola que se assume como a única forma de mobilidade
social e a desvalorização da escola e das suas aprendizagens para uma parte significativa dos
encarregados de educação e, por consequência dos alunos. A baixa escolaridade dos pais e falta de
expectativas em relação aos benefícios da escolarização criam uma dificuldade acrescida de
envolvimento dos Encarregados de Educação no processo educativo e originam uma deficiente
estimulação dos educandos.
O Agrupamento deve ser promotor de políticas/estratégias que promovam a maior
aproximação das famílias à escola. Os pais podem ser envolvidos de diferentes formas e cabe à
escola proporcionar uma diversidade de modalidades de envolvimento parental na escola. É
importante averiguar em que medida é proporcionado o envolvimento e reflectir se está de acordo
com as necessidades do Agrupamento e das famílias. Qualquer projecto de envolvimento parental
no Agrupamento deve começar por fortalecer a comunicação entre as famílias e as escolas. A
comunicação escola-família é o requisito básico para a existência de outras formas de envolvimento
parental na escola. Quando a escola e a família comunicam de forma eficaz, os pais têm mais
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probabilidades de estabelecer uma relação de confiança e um clima de cooperação com o professor
e com a escola, as interacções entre a escola e a família aumentam, os pais percepcionam a escola e
os seus profissionais de forma mais positiva, entendem melhor as políticas da escola e a acção dos
professores, acompanham melhor os progressos da criança.
A participação parental pode fazer a diferença. "Normalmente, os pais só contactam a escola
no final das actividades lectivas". Sublinhe-se a importância do querer saber, do perguntar, do
querer fazer parte. Estratégias e alternativas de aprendizagem são processos que não passam
despercebidos aos adultos. É importante que os pais percebam que a escola é uma continuidade da
vida dos filhos e que, nesse sentido, também têm um espaço para uma participação activa e um
maior envolvimento.
É cada vez mais importante sensibilizar os pais para participarem activamente na vida
escolar dos seus educandos. A escola faz parte do quotidiano do aluno e os pais devem estar
envolvidos em todo o processo de aprendizagem.
Pode dizer-se que a escola é um prolongamento do lar, onde o aluno se socializa com os
outros e partilha o seu dia-a-dia. Assim, a colaboração e interacção dos pais com os professores
ajuda a resolver muitos dos problemas escolares dos seus educandos, que vão surgindo ao longo do
seu percurso escolar.
Para os pais, participar na escola não deve ser só para receber informações dos seus
educandos. É preciso que apresentem sugestões, tomem algumas decisões em conjunto com os
professores, participem nas actividades da escola, ou seja, façam parte da Comunidade Educativa,
no uso pleno dos seus direitos mas também no cumprimento dos seus deveres.
Note-se que, muitas vezes, a causa da abstenção dos pais na vida escolar dos filhos passa
pelos seus horários de trabalho inflexíveis que tornam bastante difícil acompanhar o percurso
escolar do aluno. Nestas circunstâncias, o Agrupamento deve desenvolver as estratégias possíveis
para obviar esse problema.
4.4 Sobre o Pessoal Não Docente
O Pessoal não docente tem hoje um papel fundamental na Escola. Para que seja cumprido
correctamente devem estes profissionais estar preparados/formados em diversas áreas.
É importante, cada vez mais, haver contributos para uma prática relacional nas escolas. O
comportamento humano é visto como um sistema de relações do sujeito que age com as suas
circunstâncias de vida. Importa pois que a escola e todos os agentes educativos contribuam, com a
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sua prática, para aumentar o reportório de comportamentos sociais do indivíduo e assim produzir
ganhos sociais que contribuam para o seu enriquecimento.
A adolescência constitui-se como processo de desenvolvimento de potencialidades pautado
por movimentos e relações complexas, muitas vezes paradoxais e ambivalentes, geradoras de
obstáculos e angústias mas também de oportunidades únicas de crescimento e enriquecimento
pessoal e social. Esta fase de desenvolvimento influi significativamente e caracteriza um dos
momentos fulcrais do ciclo vital da família, dado que novas tarefas e funções lhe são exigidas.
Assim, perante o “desconhecido”, adolescentes, pais e Escola antecipam e confrontam-se com uma
ideia de crise, quase sempre interpretada e compreendida numa lógica patológica de conflito e
desequilíbrio(s), pelo que se impõe uma reflexão acerca das características de reconstrução e de
criação que constitui este momento específico que, actualmente, se estende até cada vez mais tarde,
implicando redes de relações cada vez mais complexas e abrangentes.
Não é admissível que o pessoal não docente, contribuinte directo no processo na
educação/formação dos alunos, possua habilitações académicas de nível inferior aos “formandos”.
Uma das problemáticas do dia-a-dia do pessoal não docente passa pela gestão de conflitos e
de relações humanas com crianças e jovens adolescentes. Assim, elevar os níveis de escolarização
de algum pessoal não docente e a formação de todos nas vertentes citadas torna-se um imperativo
do Agrupamento.
A formação não se esgota numa aprendizagem única, nem numa determinada altura, ela
deve ser feita continuamente, de acordo com a evolução da sociedade e a necessidade de actualizar
e aprofundar conhecimentos.
4.5 Sobre a Comunicação
Nenhuma organização pode ser considerada como tal sem que exista comunicação, e as
Escolas são também organizações. Pois bem, se as organizações pretendem recursos humanos
motivados para se envolverem no processo de mudança, então é necessário considerar-se os
sistemas de comunicação no interior das organizações. A comunicação eficiente na organização
caracteriza-se por ter subjacente os seguintes objectivos: descodificação, personalização e
clarificação.
Descodificação, no sentido de possibilitar a todos um entendimento claro e objectivo das
normas, das formas de organização, da missão e dos seus objectivos a atingir a curto, a médio e a
longo prazo.
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Personalização, de modo a permitir que cada elemento da organização tenha a possibilidade
de identificar o seu trabalho e o dos outros, numa perspectiva global do processo de produção.
Clarificação, de forma a tornar transparentes os objectivos organizacionais, os meios
disponíveis, os estrangulamentos e as oportunidades, e os resultados da actividade da organização.
Optar pela implantação de um sistema de comunicação que se caracterize pelos aspectos
atrás referenciados é, por certo, escolher um sistema de comunicação que conduza à participação
efectiva e afectiva dos recursos humanos, no referido processo de mudança.
Caso contrário, introduzindo nas organizações mutações exclusivamente tecnológicas, é
criar as condições internas que produzem a desafectação psicológica dos elementos da organização,
conseguindo-se desta forma não mais do que algumas “bolhas” de mudança.
A comunicação organizacional envolve a transferência de informações. Em muitos casos é
informal e em outros assume carácter formal e escrito. Esta transferência de informações é um
processo através do qual a informação é transmitida numa organização e também do qual surgem as
relações entre os indivíduos que dela fazem parte. A comunicação entre os diferentes elementos de
uma organização fazem com que a informação circule e as relações sejam criadas.
No Agrupamento deve adoptar-se uma estratégia global de comunicação eficiente e eficaz,
numa postura de sistema aberto. É urgente e necessário criar e transmitir uma imagem institucional
que não seja algo independente. Ela depende de todos os sectores da organização para que seja
plena. Ou seja, para que se tenha uma boa imagem institucional é necessário que todos os sectores
do Agrupamento estejam bem relacionados com os seus públicos.
Para que isso ocorra, dever-se-á trabalhar com uma planificação estratégica de comunicação,
desenvolvendo políticas de comunicação que administrem a produção e os fluxos de informação
dentro e fora do ambiente organizacional. Por isso, a satisfação dos “públicos” deve ser alcançada e
os diferentes órgãos, estruturas e elementos de Agrupamento devem manter o discurso uniforme.
Urge consolidar as diferentes estruturas, elevar a qualidade do desempenho e crescer com a
segurança de quem aprende continuamente a melhorar a comunicação. A vontade de desenvolver a
comunicação implica reconhecer a preocupação em comunicar com o público interno e pode
assegurar coesão, sentimento de partilha entre todos, vontade de oferecer mais qualidade no
desempenho. A fluidez da comunicação é fundamental para a transparência, a segurança, a
estabilidade, em suma, para o caminho da qualidade.
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4.5 Sobre a Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação
A auto-avaliação tem carácter obrigatório, definido na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro,
designada por “Lei do Sistema de Avaliação da Educação e do Ensino Não Superior”. A lei não
estabelece normas relativamente aos procedimentos de avaliação, mas formula a exigência de que
estes se devem submeter “a padrões de qualidade devidamente certificados” (artº7).
A avaliação interna da escola ou a auto-avaliação é um processo desenvolvido por
professores e outros actores no qual, através da recolha sistemática de informação, se diagnostica o
ponto da situação – os pontos fortes e os pontos fracos – com o objectivo de encontrar respostas
para problemas detectados e promover a melhoria da Agrupamento. Assim, os objectivos da
avaliação interna são, por um lado, melhorar o funcionamento da organização (os órgãos, as
relações, o clima...) e, por outro, melhorar o ensino e a aprendizagem (as competências profissionais
dos professores, a eficácia, as aprendizagens dos alunos).
As condições para implementar a avaliação interna incluem a partilha de normas e valores, a
centralidade das aprendizagens dos alunos e do desenvolvimento profissional dos professores, a
partilha de experiências, a procura de evidências empíricas, a existência de relações de colaboração
e de decisões consensuais. De facto, não é possível iniciar um processo de avaliação interna se a
maior parte dos professores e as lideranças não se comprometerem com a melhoria da escola. Isto
implica ter um foco claro, recolher dados sobre o grau de consecução das metas e centrar-se nas
estratégias de ensino e aprendizagem. Em síntese, a avaliação interna é um processo de
aprendizagem a partir da própria prática: crescimento e melhoria, um dispositivo para aprender,
promovendo o desenvolvimento da organização.
O Agrupamento deve ser capaz de mobilizar a capacidade interna de mudança, apoiando-se
em acções que visem uma maior qualidade e incremento dos níveis de aprendizagem, gerando
dinâmicas autónomas de mudança, implicando toda a comunidade educativa através do trabalho
colaborativo.
O Agrupamento deve existir como um nó de uma rede escolar e social, pelo que a sua
avaliação é complementar à avaliação de outros níveis dessa rede, ou seja, dos alunos, dos
profissionais, da administração educacional, das medidas de política.
A avaliação é instrumental, não substitui o debate sobre a Escola, antes deve ser um
instrumento para suportar e qualificar esse debate. Parece que quanto menos se está de acordo sobre
o que se quer da educação e da Escola, mais se receita a avaliação, como se dela viessem as
respostas aos problemas centrais ou como se constituísse, em si, uma política ou um valor. No
entanto, os processos de avaliação implicam valores e aspirações da sociedade onde o Agrupamento
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se insere. A avaliação interna exige a participação da Comunidade Educativa. Observa-se uma
tendência crescente para a participação dos diferentes elementos da Comunidade Educativa na
avaliação interna, pois entende-se que, sendo esta um instrumento importante para a melhoria, a
participação favorece a identificação dos problemas e o envolvimento nas soluções e proporciona
ainda uma análise mais completa e uma maior abertura da escola ao meio em que se insere. A
participação dos diferentes actores decorre da sua presença em diversas estruturas (Conselho Geral,
Grupo criado especificamente para a avaliação interna, Assembleias de professores ou outros
grupos formais) ou fora de qualquer órgão, no quadro de uma discussão bilateral com a direcção, de
debates, consultas ou inquéritos. Os principais tipos de implicação dos diferentes actores/órgãos na
avaliação interna ocorrem na consulta – questionário, discussão e aprovação de um relatório, na
análise pelo conjunto de actores implicados directamente no funcionamento da escola (professores,
direcção, alunos, órgãos da escola, pessoal não docente), bem como actores indirectamente ligados,
como os pais, os representantes das autoridades locais e do mundo económico e social local, etc..
5. METAS A ATINGIR NO FINAL DO PROJECTO
5.1 Sobre o insucesso escolar
1. As taxas de retenção são inferiores à média nacional e diminuíram em 2%
relativamente à situação inicial.
2. Os professores dos diferentes ciclos fazem reuniões periódicas para articulação
curricular.
3. Todos os professores têm formação na área da Avaliação.
4. O trabalho colaborativo é evidente entre todos os professores, sendo as planificações
feitas em conjunto.
5. Existe e está organizado um banco de recursos partilhado por todos os professores.
6. A aferição de critérios e atitudes é feita por todos os professores.
7. Os alunos terminam o ensino básico com a auto-estima elevada.
8. Todos os Directores de Turma têm formação específica sobre a sua função.
9. O trabalho do Director de Turma está desburocratizado.
10. Existe o registo de sumários no formato electrónico.
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5.2 Sobre a sobrelotação das Escolas
1. A Administração Educativa Central, Regional e a Autarquia reconhecem a situação
problemática da Escola Básica 2,3 de Valongo e já iniciaram os procedimentos
necessários à sua resolução.
2. Tendo a Autarquia criado as condições necessárias, todas as turmas do 1º Ciclo
funcionam em regime normal.
3. Tendo a Autarquia criado as condições necessárias, a lista de espera para acesso ao
Ensino Pré-Escolar tem valores residuais e todas as crianças com quatro ou mais
anos estão a frequentá-lo.
4. São utilizados todos os espaços disponíveis, em todas as Escolas do Agrupamento,
para o desenvolvimento do trabalho colaborativo dos professores.
5.3 Sobre Pais e Encarregados de Educação
1. O número de contactos dos pais e encarregados de educação com o Agrupamento
aumentou em 25%.
2. O número de pais e encarregados de educação que participam nas Actividades do
Agrupamento aumentou em 10%.
3. Existem pais e encarregados de educação que participam activamente no dia-a-dia
das Escolas.
4. O nível de escolaridade dos pais e encarregados de educação aumentou.
5. O número de pais que concluíram o Ensino Básico aumentou em 10%.
5.4 Sobre o Pessoal Não Docente
1. Todo o Pessoal não Docente do Agrupamento concluiu o Ensino Básico.
2. Mais de 25% do Pessoal não Docente concluiu o 12º Ano ou equivalente.
3. Todos os Auxiliares de Acção Educativa têm formação no âmbito das relações
interpessoais e gestão de conflitos.
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4. Todos os Auxiliares de Acção Educativa têm formação no âmbito da Higiene, saúde
e segurança no trabalho.
5. Mais de 10% dos Auxiliares de Acção Educativa têm formação no âmbito das
necessidades educativas especiais.
5.5 Sobre a comunicação
1. Existe uma rede formal interna de comunicação, eficiente e eficaz.
2. Predomina a utilização dos suportes informáticos (TIC) para a circulação da
informação interna e externa.
3. O Agrupamento criou uma imagem institucional e transmitiu-a à sociedade em que
está inserido.
4. A Sociedade tem conhecimento das actividades e dos resultados do Agrupamento.
5.6 Sobre a Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação
1. A avaliação interna é sistemática no Agrupamento.
2. Todos os membros da Comunidade Educativa participam na Auto-Avaliação.
3. A auto-avaliação suporta-se na consulta à Comunidade Educativa.
4. Os resultados são apresentados e discutidos nos órgãos de gestão e
administração, bem como com os diferentes representantes da Comunidade
Educativa (Autarquia, Associações de Pais, parceiros do Agrupamento).
5. Os Planos de Melhoria são elaborados anualmente.
6. Os Resultados e os Planos de Melhoria são divulgados a toda a Comunidade
Educativa.
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6. ESTRATÉGIAS A ADOPTAR E RECURSOS A AFECTAR
6.1 No âmbito da diminuição do insucesso escolar
Criação de Equipas Docentes constituídas por um mesmo conjunto de docentes a quem,
simultaneamente, é atribuído o mesmo conjunto de turmas.
Aferição de critérios de avaliação por parte dos professores.
Harmonização das mensagens socializadoras, verbais e não-verbais, dos professores dos
mesmos alunos.
Utilização de estratégias diversificadas e atractivas, nas planificações, nomeadamente
em relação ao trabalho de grupo e à elaboração de projectos.
Trabalho em equipa, por parte dos professores, para a planificação dos processos de
ensino.
Trabalho em equipa, por parte dos professores, para avaliação dos processos de ensino e
respectiva eficácia.
Valorização do papel do Director de Turma, com a libertação de tarefas burocráticas.
Distribuição do serviço docente que dê prioridade à continuidade pedagógica.
Cooperação entre os professores dos mesmos alunos para que se planifiquem e
desenvolvam actividades de diagnóstico e observação, de modo a que as informações e
dados que cada um obtenha sejam partilhados por todos.
Utilização do banco de recursos por parte de todos os professores.
Valorização da formação contínua dos professores.
Melhoria da relação professor/aluno através do estabelecimento de relações mais
personalizadas com cada aluno.
Utilização frequente do elogio e do reforço positivo, principalmente aos alunos com
baixa auto-estima.
Valorização da avaliação de diagnóstico e formativa.
Utilização de estratégias motivadoras.
Recursos a afectar:
Pessoal Docente e Não Docente; Psicólogos; Técnicos Especializados convidados.
Sala de Trabalho de Grupo; Sala de Informática; Gabinete do Aluno.
Biblioteca.
Clubes/Oficinas.
Jornal do Agrupamento
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5.2 No âmbito da redução/eliminação da sobrelotação das Escolas
Informação sistemática à Administração Educativa Central, Regional e à Autarquia
sobre as condições de funcionamento das Escolas e Jardins de Infância e em especial da
Escola EB2,3.
Envolvimento de toda a comunidade educativa na resolução desta problemática.
Reivindicação sistemática, junto da Administração Educativa Central, Regional e da
Autarquia, da resolução desta problemática.
Incentivo à utilização dos espaços disponíveis em todas as Escolas do Agrupamento,
para o desenvolvimento do trabalho colaborativo dos professores.
Recursos a afectar:
Órgãos de Direcção, Gestão e Administração.
Associações de Pais e Encarregados de Educação.
Jornal do Agrupamento.
5.3 No âmbito dos Pais e Encarregados de Educação
Criação de oportunidades para que os pais demonstrem a sua competência.
Ir ao encontro das necessidades detectadas, para proporcionar aos pais o sentido de
controlo.
Audição da opinião dos pais e permissão para que eles participem nos processos de
tomada de decisões, assegurando que atinjam sucesso nas suas decisões.
Apoio às tentativas dos pais para melhorar a sua qualidade de vida.
Visão dos problemas na perspectiva dos pais.
Partilha de competências e informação.
Promoção da aproximação da Escola com os Encarregados de Educação, através de
actividades apelativas.
Promoção e fortalecimento do diálogo e do trabalho conjunto entre a escola e os pais.
Criação de instrumentos de ligação entre o Agrupamento e os denominados pais
“difíceis de alcançar”.
Fomento de sessões de esclarecimento/debates/conferências para Pais e Encarregados de
Educação.
Criação da "Escola de Pais".
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Incentivo às Associações de Pais no sentido de desenvolver actividades em consonância
com o Agrupamento e participar activamente na concretização das mesmas.
Motivação para a reflexão, a adequação e a transformação das práticas educativas
familiares.
Desenvolvimento das competências educativas dos pais.
Fomento da aquisição, pelos pais, de habilitações académicas ao nível do 9º ano.
Divulgação prioritária dos cursos de Educação e Formação de Adultos que funcionam no
Agrupamento, em horário pós-laboral.
Recursos a afectar:
Órgãos de Direcção, Gestão e Administração.
Associações de Pais e Encarregados de Educação.
Encarregados de Educação.
Directores de turma.
Professores.
Serviço de Psicologia e Orientação (SPO).
Agentes externos, quando necessários.
5.4 No âmbito do Pessoal Não Docente
Fomento da necessidade de aquisição de habilitações académicas ao nível do 9º ano pelo
Pessoal não Docente.
Divulgação prioritária dos cursos de Educação e Formação de Adultos que funcionam no
Agrupamento, em horário pós-laboral.
Promoção da formação do pessoal não docente nas áreas prioritárias definidas nas metas.
Recursos a afectar:
Pessoal Não Docente.
Órgãos de Direcção, Gestão e Administração.
Centro de Formação Sebastião da Gama.
Serviço de Psicologia e Orientação (SPO).
Agentes externos, quando necessários.
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5.5 No âmbito do aumento da comunicação
Promoção da mudança pela motivação e da motivação pela comunicação.
Fomento da comunicação interna como forma de tornar mais eficaz a relação entre os
diferentes elementos da Comunidade Educativa.
Criação de redes de comunicações eficientes e eficazes.
Criação e divulgação da imagem institucional do Agrupamento, considerando a
Comunicação como responsabilidade social.
Recursos a afectar:
Pessoal Docente e Não Docente.
Página(s) WEB.
Plataforma Moodle.
Jornal do Agrupamento.
Agentes externos, quando necessários.
5.6 No âmbito da Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação
Promoção de UMA ESCOLA DE SUCESSO E DE QUALIDADE PARA TODOS.
Promoção da Auto-avaliação sistemática como estratégia de melhoria.
Divulgação dos resultados à Comunidade Educativa.
Promoção de debates sobre a auto-avaliação e os resultados, com vista à elaboração dos
Planos de Melhoria.
Recursos a afectar:
Pessoal Docente e Não Docente.
Associações de Pais e Encarregados de Educação.
Órgãos de Direcção, Gestão e Administração.
Agentes externos, quando necessários.
Recursos informáticos.
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7. ACTIVIDADES A IMPLEMENTAR
7.1 No âmbito da diminuição do insucesso escolar
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Constituição de uma Equipa de Intervenção na Escola Docentes e Discentes
Órgão de Direcção
Coordenador de Projectos
2 Professores
1 Psicólogo
Setembro de cada ano
lectivo
Sensibilização/Informação através de desdobráveis dirigidos à
Comunidade Educativa sobre os malefícios da retenção. Comunidade Educativa
Conselho Pedagógico
Equipa de Divulgação e Informação
Início do 1º Período de
cada ano lectivo
Organização dos horários que contemple:
continuidade pedagógica.
criação de equipas docentes com o mesmo conjunto de turmas.
estabelecimento de parcerias nas turmas e disciplinas com
mais dificuldade.
horas específicas para a bolsa de Tutores, aproveitando da
melhor forma possível os tempos de trabalho de
estabelecimento.
Docentes Órgão de Direcção Julho e Setembro
Reuniões dos Conselhos de Turma/Ano para:
aferição de critérios de avaliação e promoção da avaliação
diagnóstica e formativa.
harmonização das mensagens verbais e não-
-verbais.
planificação que contemple estratégias diversificadas e
atractivas.
aferição de Critérios e Atitudes em que os alunos sejam
sistematicamente encorajados a cultivar aspirações elevadas e
a reduzir o receio de falhar, evitando a utilização de etiquetas
para categorizar os seus baixos rendimentos.
Docentes
Órgão de Direcção
Coordenador dos D.T.
Conselhos de Turma
Início do ano lectivo
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Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Criação de uma Sala de Estudo Virtual que visa promover as
aprendizagens dos alunos através da construção e disponibilização
de exercícios interactivos on-line, de correcção automática.
Alunos
Coordenador PTE
Coordenadores de Departamento
Professores das Disciplinas
Janeiro 2009
Acção de Formação sobre o Trabalho em Equipa. Docentes Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
Conselhos de Turma/Ano cíclicos para partilha dos resultados e
dados que se obtenham ao longo do ano e para reflexão sobre a
acção.
Docentes
Órgão de Direcção
Coordenadores dos D.T.
Conselhos de Turma
Ao longo do ano
lectivo
Acção de Formação sobre a Avaliação e a importância dos
Portfolios. Docentes
Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
Seminário/Debate sobre o Insucesso na transição de Ciclo Docentes Equipa de Intervenção
Formador Convidado
Reuniões dos Conselhos de Turma para coordenar a articulação
horizontal dos conteúdos e para se adoptarem estratégias comuns,
baseadas sobretudo na pedagogia diferenciada na sala de aula e na
implementação de tutorias, no sentido de resolver problemas de
insucesso e de abandono escolar.
Docentes Directores de Turma
Docentes Início do ano lectivo
Reuniões dos Docentes das disciplinas, para articulação vertical
dos conteúdos. Docentes
Sub-Coordenadores
Docentes
Oficina de Formação para Directores de Turma no sentido de
melhorarem as competências de comunicação, de gestão de
conflitos e de liderança de equipas de trabalho.
Directores de Turma
Coordenadores dos Directores de
Turma
Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
Seminário orientado para a prevenção da indisciplina, com vista à
criação de um programa sócio-afectivo a aplicar nas aulas de
Formação Cívica.
Directores de Turma Psicólogo
Técnicos especializados
Criação de espaços e tempos de reflexão conjunta. Docentes Coordenadores dos Directores de
Turma
Ao longo do ano
lectivo
Implementação do Sistema de Sumários Electrónicos. Docentes Equipa PTE Setembro 2010
Realização de inquéritos aos alunos que terminam o Ensino Básico. Alunos do 9º Ano Psicólogo
Coordenadores dos D.T. Final do ano lectivo
Criação do Banco de Recursos. Docentes
Alunos
Conselho Pedagógico
Coordenadores de Departamento Setembro 2009
Monitorização dos Resultados Escolares com produção do
respectivo relatório. Docentes Equipa de Auto-Avaliação Trimestralmente
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Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Análise e reflexão sobre os resultados escolares com vista à
elaboração de um Plano de Melhoria. Docentes
Observatório da Qualidade do Ensino
Órgão de Direcção
Conselho Pedagógico
Departamentos
Trimestralmente
7.2 No âmbito da redução/eliminação da sobrelotação das Escolas
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Informação sistemática sobre a situação das Escolas
Administração Educativa Central,
Regional e Autarquia
Comunidade Educativa
Conselho Geral
Órgão de Direcção
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Trimestralmente
Solicitação de Audiências Administração Educativa Central,
Regional e Autarquia
Conselho Geral
Órgão de Direcção
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Bianuais
Levantamento dos espaços disponíveis em todas as Escolas do
Agrupamento Agrupamento
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Início de cada ano
lectivo
Disponibilização dos espaços livres nas Escolas do Agrupamento Docentes Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento Permanente
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7.3 No âmbito dos Pais e Encarregados de Educação
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Criação da Escola de Pais Pais e Encarregados de Educação
Coordenadores DT
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Professores Voluntários
Ao longo do ano
lectivo
Criação da Equipa de Intervenção “Pais na Escola” Pais e Encarregados de Educação
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Psicóloga
Órgão de Direcção
Conselho Pedagógico
Coordenadores DT
Directores de Turma
Início de cada ano
lectivo
Animação de Recreios – 1º Ciclo Alunos 1º Ciclo
Pais e Encarregados de Educação
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Professores Titulares de Turma
Ao longo do ano
lectivo
Boletim das Associações de Pais Pais e Encarregados de Educação Associações de Pais e Encarregados
de Educação Bianual
Convite formal à participação nas Actividades Pais e Encarregados de Educação
Órgão de Direcção
Conselho Pedagógico
Coordenadores de Estabelecimento
Equipa de Divulgação e Informação
Ao longo do ano
Lectivo
Sessões de Esclarecimento Pais e Encarregados de Educação
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Equipa de Intervenção
Trimestralmente ou
sempre que se
justifique
Os Pais e as Profissões:
Os pais nas turmas para falarem sobre as suas profissões e
percursos de vida
Alunos
Directores de Turma
Professores Titulares de Turma
Pais e Encarregados de Educação
Trimestralmente, numa
Aula de Formação
Cívica
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Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Os Pais em Actividade Física e Desportiva Pais e Encarregados de Educação
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Disponibilização para apoio dos
professores de Educação Física
1 hora semanal
Acção de formação sobre a utilização da plataforma e-learning Pais e Encarregados de Educação
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Equipa PTE
Ao longo do ano
lectivo
Levantamento anual das habilitações dos Pais e Encarregados de
Educação Pais e Encarregados de Educação
Serviços de Administração Escolar
Coordenadores dos DT
Directores de Turma
Março/Abril
Reunião com os Pais com menores habilitações para informação
dos cursos EFA Pais e Encarregados de Educação
Órgão de Direcção
Conselho Pedagógico
Coordenador dos Cursos EFA
Maio/Junho
Distribuição de folheto informativo sobre os cursos EFA Pais e Encarregados de Educação Órgão de Direcção
Coordenador dos Cursos EFA No acto de matrícula
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7.4 No âmbito do Pessoal Não Docente
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Reuniões com vista à melhoria do funcionamento dos serviços Pessoal não docente Órgão de Direcção Trimestralmente
Acção de formação sobre Higiene, Saúde e Segurança Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
Interrupções das
actividades lectivas
Acção de formação sobre relações interpessoais e gestão de
conflitos Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
Interrupções das
actividades lectivas
Acção de formação sobre Necessidades Educativas Especiais Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Formador do Centro de Formação
Sebastião da Gama
SPO
Interrupções das
actividades lectivas
Acção de formação sobre a utilização da plataforma e-learning Pessoal não docente Órgão de Direcção
Equipa PTE
Interrupções das
actividades lectivas
Acções de sensibilização para a frequência dos cursos EFA para
obtenção do diploma do Ensino Básico Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Coordenador dos Cursos EFA
Maio
Acções de sensibilização para a frequência de cursos que
conduzam à obtenção do diploma do 12º Ano ou equivalente Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Coordenador dos Cursos EFA
Maio
Criação de apoio à frequência dos cursos que conduzam à
obtenção do diploma do 12º Ano ou equivalente Pessoal não docente
Órgão de Direcção
Coordenadores de Estabelecimento
Coordenador dos Cursos EFA
Professores Voluntários
Ao longo do não
lectivo
PROJECTO DE INTERVENÇÃO 2009-2013
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7.5 No âmbito do aumento da comunicação
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Criação da Equipa de Divulgação e Informação Comunidade Educativa
Órgão de Direcção
Equipa PTE
Equipa BECRE
Professores
Junho 2009
Criação de redes de Comunicação Interna e Externa Comunidade Educativa Órgão de Direcção
Equipa de Divulgação e Informação
Ao longo do ano
lectivo
Acção de formação interna sobre e-learning Professores Equipa PTE Interrupções das
actividades lectivas
Dinamização das páginas web Comunidade Educativa Equipa de Divulgação e Informação
Equipa PTE
Interrupções das
actividades lectivas
Acção de formação sobre e-learning Pais e Encarregados de Educação
Equipa PTE
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Ao longo do ano
lectivo
Jornal do Agrupamento Comunidade Educativa
Sociedade
Equipa do Jornal
Equipa PTE Trimestral
Folhetos de divulgação Comunidade Educativa
Sociedade Equipa de Divulgação e Informação
Ao longo do ano
lectivo
PROJECTO DE INTERVENÇÃO 2009-2013
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7.6 No âmbito da Avaliação Sistemática – Auto-Avaliação
Descrição das actividades Público Alvo Responsável e
Recursos Humanos Calendarização
Constituição da Equipa de Avaliação Interna Comunidade Educativa
Conselho Geral
Órgão de Direcção
Conselho Pedagógico
Professores
Pessoal não Docente
Associações de Pais e Encarregados
de Educação
Setembro 2009
Constituição do Observatório da Qualidade do Ensino Comunidade Educativa Órgão de Direcção
Equipa de Avaliação Interna Setembro 2009
Realização de Consultas de opinião Comunidade Educativa Equipa de Avaliação Interna Faseadas ao longo do
ano lectivo
Realização de Consultas no Final do Ensino Básico Alunos 9º Ano Equipa de Avaliação Interna Maio
Recolha, análise e reflexão sobre os resultados escolares Comunidade Educativa
Observatório da Qualidade do Ensino
Conselho Pedagógico
Departamentos
Trimestral
Elaboração de Planos de Melhoria Comunidade Educativa
Conselho Geral
Órgão de Direcção
Equipa de Avaliação Interna
Observatório da Qualidade do Ensino
Conselho Pedagógico
Departamentos
Anual
Divulgação dos resultados da Avaliação Interna e dos Planos de
Melhoria Comunidade Educativa
Equipa de Divulgação e Informação
Equipa de Avaliação Interna
Observatório da Qualidade do Ensino
Anual
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8. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
O Projecto de Intervenção é um plano de intenções para alcançar determinadas metas que se
concretiza através de um plano de acção e deve, como instrumento de mudança, ser objecto de um
processo avaliativo que afira as metas atingidas e a sua eficácia. O Projecto de Intervenção será
acompanhado e avaliado pelo Conselho Geral, na sua globalidade, sobre a forma como as metas
foram alcançadas e os objectivos atingidos. Serão feitas avaliações intercalares, com vista a
possíveis reajustamentos.
Avaliação Quantitativa
A Avaliação Quantitativa basear-se-á em resultados obtidos nos seguintes indicadores:
Instrumentos de Avaliação Quantitativa:
Dados estatísticos sobre:
Transição por ano de escolaridade;
Abandono por ano de escolaridade;
Assiduidade;
Participação dos pais/encarregados de educação na vida da Escola;
Frequência de acções pelo Pessoal Docente e não Docente.
outros
Avaliação Qualitativa
A Avaliação Qualitativa deverá ter o seu enfoque na análise e reflexão, quanto à eficácia,
das estratégias adoptadas relativamente à consecução dos objectivos previamente definidos.
Deverão ser tidas em conta as limitações materiais, orçamentais e organizacionais.
Instrumentos de Avaliação Qualitativa:
Relatório do Conselho Geral;
Relatórios de Actividades dos Directores de Turma, Coordenadores de
Departamento, Coordenadores de Directores de Turma, Clubes, Serviços de
Psicologia e Orientação e outros previstos no Regulamento Interno;
Relatório de Actividades do Plano Anual;
Auto-avaliação, com periodicidade pré definida, em todos os sectores;
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Questionários à Comunidade Educativa;
Serão utilizados os seguintes instrumentos de controlo, entre outros que venham a ser
criados:
Pautas de avaliação trimestral;
Pautas de Exame;
Relatório dos Directores de Turma;
Relatório dos Serviços de Psicologia e Orientação;
Relatórios das Salas Específicas;
Relatórios das Aulas de Apoio Curricular;
Registos de abandono escolar;
Actas das reuniões periódicas e das reuniões de avaliação;
Registos de assiduidade;
Outros a criar e julgados necessários;
A Avaliação deve ter em conta o processo de elaboração e de execução do Projecto de
Intervenção, a relevância dos seus objectivos e metas, o desenvolvimento das actividades e a sua
consecução.
Deve também permitir o “feedback” sobre os processos utilizados pelo Agrupamento bem
como sobre os resultados, de modo a verificar-se se deve ou não reorientar-se a acção e em que
sentidos.
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Actualmente, é difícil conceber uma escola sem projectos. O projecto é ou deve ser sempre
algo de coerente mas que ultrapasse os limites e os objectivos do presente. O objectivo final de um
projecto é o futuro e pressupõe uma intervenção no curso dos acontecimentos, a partir de uma
antecipação projectiva das alternativas tidas como possíveis. Um projecto, no entanto, implica o
pleno envolvimento dos sujeitos. Logo, um projecto só poderá ser levado a cabo se os seus sujeitos
estiverem realmente empenhados nele.
Assim, é importante acreditar numa escola em que se aprende e se intervém por projectos
centrados em problemas, em que a colaboração, o questionamento crítico e a análise reflexiva se
tornam o eixo estruturante da intervenção do professor.
Será fundamental avaliar todo o processo, a acção dos vários intervenientes, com o interesse
estratégico de compreender e de colaborar, para apoiar o desenvolvimento da acção. Mas é também
importante avaliar o produto, de forma a saber se o efeito que se pretende com a implementação do
projecto está a ser o esperado.
Ao longo da análise e reflexão que conduziram à elaboração do presente Projecto de
Intervenção, levantaram-se questões que se afiguram pertinentes e para as quais se procuraram
respostas. Para muitas delas, já o Agrupamento está a adoptar ou adoptou as medidas necessárias à
sua resolução. Muito do caminho já está percorrido, mas ainda há caminho a percorrer para que o
Agrupamento atinja a excelência e seja considerado uma referência. Todo o trabalho até agora
desenvolvido faz parte da sua cultura, pelo que nunca deverá ser desperdiçado, pelo contrário,
deverá ser continuado e considerado como referencial para todas as acções futuras.
Um dos grandes objectivos deste projecto é o de fomentar o desenvolvimento pessoal dos
alunos, num clima de entusiasmo, de comprometimento e de responsabilidade que permitirá a
construção e a aprendizagem de processos mais facilmente transferíveis. Só assim será possível
criar ambientes de aprendizagem radicalmente novos, através dos quais o aluno é colocado no
centro de toda a actividade educativa como pessoa humana. O fundamental para um ensino de
qualidade, sem insucesso e sem conflitos ou problemas disciplinares graves, passa pela existência
do respeito pelo outro, por escutar o outro e aceitar os seus pontos de vista.
De forma alguma este projecto pode ser visto como o fim de algo. O Agrupamento deverá
sentir-se compelido a continuar na busca constante de respostas ou de novas reflexões sobre a
educação e, sobretudo, sobre as práticas das escolas que o integram.
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BIBLIOGRAFIA
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DIAS, Manuela (2005), A Construção de uma Escola Eficaz, Porto, Areal Editores
DIOGO, F. (1998), Por um Projecto Educativo de Rede, Colecção Cadernos Pedagógicos, Porto, Edições Asa
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PERRENOUD, Ph., (1995), “Perspectivas sociológicas sobre a comunicação na aula” in PERRENOUD, Ph.,
Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar, Porto, Porto Editora, 169-185
SANTOS GUERRA, M.A., (2002), A escola que aprende, Porto, CRIAPAsa
SENGE, P. et all (2005), Escolas que aprendem, Porto Alegre, Artmed
TEIXEIRA, M., (1995), O professor e a Escola, Lisboa, MacGraw-Hill
Relatório da Avaliação Interna do Agrupamento Vallis Longus (2008)
Projecto Educativo do Agrupamento Vallis Longus (2007)