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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA DA AMAZÔNIA DOCENTE: MOIRAH MENEZES DISCENTES: ADRIANA PORTELA CAMILA SOARES MARIELLY CORRÊA PATRÍCIA MELO Projeto Jari

Projeto jari

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA DA AMAZÔNIA

DOCENTE: MOIRAH MENEZESDISCENTES:

ADRIANA PORTELACAMILA SOARES

MARIELLY CORRÊAPATRÍCIA MELO

Projeto Jari

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BREVE HISTÓRIA DO PROJETO JARI

O Projeto Jari foi um projeto iniciado no final dos anos 1960 na região do Jari, situada ao norte da Amazônia brasileira com o objetivo de criar um pólo agroindustrial para a produção de arroz e celulose e a criação de búfalos, além de agrovilas e do distrito de Monte Dourado;

1882 - Fugindo da seca no ceará, chega ao Vale do Jari José Júlio de Andrade, seringueiro e castanheiro que se tornou um dos maiores latifundiários do mundo, além de senador pelo Pará;

1948 - Enfraquecido pela Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, o agora “coronel” José Júlio vendeu sua propriedade no Vale do Jari a um grupo de comerciantes portugueses comandados por Joaquim Nunes de Almeida.

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1967 - O bilionário americano Daniel Ludwig compra o Projeto Jari dos portugueses com uma área de 1,7 milhão de hectares no Pará e no Amapá;

Instala um pólo agroindustrial para a produção de arroz e celulose e a criação de búfalos, além de agrovilas e do distrito de Monte Dourado;

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1978 - Para a instalação do empreendimento, ele mandou construir no Japão uma fábrica de celulose. Foram feitas duas plataformas flutuantes, uma para a produção de celulose e a outra para a produção de energia. Após o término da construção da fábrica, as duas plataformas foram rebocadas do Japão para a região Amazônica;

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1980 - Ludwig envia carta ao general Golbery do Couto e Silva, então ministro chefe da casa civil, pedindo que o governo assuma a infraestrutura do Projeto Jari, que acumulava prejuízos ano após ano.

1982 - Decepcionado com a falta de ajuda do governo militar e as críticas de nacionalistas, o magnata americano vende o Jari a um consórcio de 24 grandes empresas brasileiras, liderado pela CAEMI (Companhia Auxiliar de Empresas de Mineração).

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1996 - Morre o dono da CAEMI, Augusto Trajano de Azevedo Antunes. Seus netos Mario e Guilherme Frering assumem o controle do Jari e decidem vender a deficitária companhia;

2000 - O BNDES e o BB negociam a venda do Jari à Saga investimento e Participações, do empresário Sérgio Amoroso, dono do Grupo Orsa. Da dívida total de US$ 415 milhões, Amoroso compromete-se com uma garantia de US$ 112 milhões, que é liquidada em 2010;

2004 - O FSC concede certificação a uma área de manejo florestal de 545.000 hectares no lado Paraense do Projeto Jari.

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PROJETO JARI

A região escolhida pra implantar o projeto não era dotada de nenhuma forma de infraestrutura;

Construção de portos, ferrovia e 9 mil quilômetros de estradas;

Planejamento incluía a implantação de um projeto de reflorestamento;

Perspectivas de atividades com mineração, pecuária e agricultura, porém a fábrica atuou apenas na produção da celulose.

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VANTAGENS DO PROJETO JARI Abertura econômica e o desenvolvimento

demográfico da região; A área foi beneficiada pela instalação da fábrica,

através de: Geração de empregos; Construções de casas para os trabalhadores; Escola; Posto médico; Ginásio de esportes e áreas de lazer.

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O PROJETO TINHA TUDO PARA DAR CERTO, SE NÃO FOSSEM...

Falta de estudos sobre as peculiaridades da Amazônia Improdutividade das plantações;

O fluxo migratório que a implantação da fábrica traria para a região;

Super confiança no poder da máquina e desprezo pelas forças naturais.

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IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJETO

Desmatamento de grandes superfícies de floresta nativa em ambos os lados do rio Jari (140.000 hectares no total);

Formação de uma favela nas margens do projeto

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BREVE PANORAMA DO CONFLITO PELA TERRA ENTRE EMPRESA E ESTADO NA HISTÓRIA DO PROJETO JARI

Toda dificuldade do conflito reside em sua historicidade;

Com o fim da ditadura, o novo governo do Amapá viu-se legalmente intitulado a reclamar a reintegração no estado nacional;

O Estado do Amapá decidiu criar nos anos 1990 duas áreas protegidas: a Reserva Extrativista (RESEX) Cajari, em 1990 e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Iratapuru, em 1997.

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Áreas habitadas por comunidades extrativistas e da RESEX Cajari;

Enquanto isso, a questão da legalização das terras da empresa do lado paraense permanece irresolvida;

Acordo assinado entre o Grupo ORSA e o governo do Pará em 2008 ainda permanece em espera;

Como se apresenta a reação das próprias populações nesse contexto?

A população local está dividida em dois partidos: aceitação (a comunidade do Braço) e resistência;

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O PROJETO JARI HOJE

o Em 2000- O grupo Orsa compra o projeto Jari com uma dívida de 415 mi.

o Acordo com o BNDES e BB – Pagar 112 mi e o restante seria perdoado se cumprissem 2 clausulas do contrato ( custo de produção e preço da celulose).

o Após 11 anos a divida é quitada.

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O PROJETO JARI HOJEo Capacidade de produção atual –

350.000 t/ano de celulose branqueada de eucalipto;

o Área ocupada – 1,365 mi/hectares;

o Em 2011 foi anunciado os planos de expansão do projeto para 1,5 milhão de t/ano – sócio estratégico ou oferta publica de ações, o que deve ocorrer a partir de 2015;o União dos negócios de celulose com

os de embalagens e papelão – Jari celulose – Papel e embalagens

o Jari celulose- papel e embalagem, a ouro verde (beneficia produtos não madereiros - castanha do Pará) e a Orsa florestal;

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O PROJETO JARI HOJEo O grupo Orsa tem como tática atrativa o bom relacionamento com

ao comunidades que vivem na floresta amazônica – Organizações ambientais e trabalhadores (unidades de geração de energia, 70 k de ferrovias, portos, aeroportos e uma cidade planejada - Ludwing);

“ Se não levarmos desenvolvimento à região e não oferecermos condições de permanência das comunidades não poderemos continuar ali.”

Sergio Amoroso

o Certificado FSC (forest stewardship council – Conselho de Manejo Florestal) em 2004 – Manejo florestal de 800 mil hectares de floresta = Manejo Florestal certificado = 545.000 mil hec. Pará – sendo que o projeto total é de 1,3 mi/ hec. – 60% da area de Sergipe.

o Manutenção do selo• Redução de impactos na floresta;• Segurança dos trabalhadores – equipamentos• 2 rotas de fuga com sentidos inversos a da queda da arvore;• Código de rastreamento na madeiras

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Mas como tornar rentável um negócio que custa 30% mais que a exploração convencional?

o Crise econômica 2009 – Celulose (recursos que mantém o manejo sustentável – 19 mi/ano);

o Manejo sustentável no Jari é visto como um dos mais bem conduzidos no mundo – 25 modelos de excelência em manejo florestal da América latina e caribe em 2010 - FAO;

o Retorno financeiro ???????

o Solução: seleção de espécies de maior retorno econômico no mercado europeu ( angelin-vermelho, cumaru, jatobá, e maçaranduba.)

o Caiu para 2º plano a inserção de espécies novas – Aumento da area de manejo para porções mais internas da floresta;

o Aumento do faturamento e diminuição do custo da tora para a serraria – 25%.

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Outras soluções Redução do turno noturno; destinação de 30% ao mercado interno;

Outro lado do rio jario 2014 – FSC 246.000 hec. – Laranjal do jari-

Ap;o Compensação socioambientais – maior parte

da mão de obra qualificada do grupo Orsa (Laranjal do jari e vitória do jari);

O PROJETO JARI HOJE

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Lanranjal do Jari - Amapá

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Ouro verdeo Aumento em 1 mi na renda de 100 famílias de

castanheiros – quebra do vinculo com os atravessadores;

o Efeitos nos preços;

o Inclusão social – Formação profissional de jovens (vila de Munguba) – Fruteiras de sobras de madeiras certificadas para a Tramontina;

o Grande procura – pisos, portas e etc... Por jovens da cooperativa de artefatos naturais do Rio das Castanhas (Coopnharin) 2005;

O PROJETO JARI HOJE

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A extração de eucalipto seria paralisada – Busca por uma alternativa mais rentável;

Acordo com a IP (international paper) – Orsa internacional – Papelão ondulado (embalagens);

Negócios separados- negocio já nasce com capacidade de produção de 365.000 t/ano – 952 mi investimentos 1º trimestre de 2013;

Acordo Anuncio da paralisação das atividades da empresa -

revolta dos funcionários - Modernização do parque da jari; Janeiro/ 2013 – IP 75% da operação e a Orsa 25%;

O PROJETO JARI HOJE

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REFERÊNCIAS

http://www.grupoorsa.com.br/revista_globo/Grupo_Orsa_Madeira_Legal_Globo_Rural.pdf

http://www.thegreenclub.com.br/projetos-urbanos/o-projeto-jari-celulose-monte-dourado/

http://www.thegreenclub.com.br/projetos-urbanos/o-projeto-jari-celulose-monte-dourado/

http://jornalagazetaap.com/portal/?p=2&i=10862&t=Grupo_Orsa_fecha_projeto_Jari_e_transfere_ativos_para_empresa_americana

http://candidoneto.blogspot.com.br/2011/05/sem-dividas-projeto-jari-quer-expansao.html

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/jari-vai-parar-producao-de-celulose-na-amazonia