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ANGÉLICA SCHMITZ HEINZEN QUALIDADE DE AMEIXAS ‘LAETITIA’ FRIGOCONSERVADAS E SUBMETIDAS AO ESTRESSE INICIAL POR BAIXO OXIGÊNIO, TRATAMENTO TÉRMICO E VAPOR DE ETANOL LAGES - SC 2016 Dissertação apresentada ao Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dr. Cristiano André Steffens

qualidade de ameixas 'laetitia

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Page 1: qualidade de ameixas 'laetitia

ANGÉLICA SCHMITZ HEINZEN

QUALIDADE DE AMEIXAS ‘LAETITIA’

FRIGOCONSERVADAS E SUBMETIDAS AO ESTRESSE

INICIAL POR BAIXO OXIGÊNIO, TRATAMENTO TÉRMICO

E VAPOR DE ETANOL

LAGES - SC

2016

Dissertação apresentada ao Centro de

Ciências Agroveterinárias da Universidade

do Estado de Santa Catarina, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Produção Vegetal.

Orientador: Prof. Dr. Cristiano André

Steffens

Page 2: qualidade de ameixas 'laetitia

Schmitz Heinzen, Angélica

Qualidade de ameixas ‘Laetitia’

frigoconservadas e submetidas ao estresse inicial

por baixo oxigênio, tratamento térmico e vapor de

etanol / Angélica Schmitz Heinzen. – 2016.

126 p.: il.; 21 cm

Orientador: Cristiano André Steffens

Bibliografia: p. 110-126

Dissertação (mestrado) – Universidade do

Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências

Agroveterinárias, Programa de Pós-Graduação em

Produção Vegetal, Lages, 2016.

1. Prunus salicina L. 2. Pós colheita. 3. Escurecimento da polpa. 4. Estresse oxidativo. I.

Heinzen, Angélica Schmitz. II. Steffens,

Cristiano André. III. Universidade do Estado de

Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em

Produção Vegetal. IV. Qualidade de ameixas

‘Laetitia’ frigoconservadas e submetidas ao

estresse inicial por baixo oxigênio, tratamento

térmico e vapor de etanol

.

Ficha catalográfica elaborada pelo aluno.

Page 3: qualidade de ameixas 'laetitia

ANGELICA SCHMITZ HEINZEN

QUALIDADE DE AMEIXAS ‘LAETITIA’

FRIGOCONSERVADAS E SUBMETIDAS AO ESTRESSE

INICIAL POR BAIXO OXIGÊNIO, TRATAMENTO TÉRMICO

E VAPOR DE ETANOL

Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal do Programa de Pós-graduação em Ciências

Agrárias do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do

Estado de Santa Catarina.

Banca Examinadora:

Orientador:________________________________________

Prof. Dr. Cristiano André Steffens

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Membro:

Dra. Aquidauana Miqueloto

Fundação Universidade do Tocantins (Unitins)

Membro:___________________________________________

Dra. Ana Paula Pereira Schunemann

Universidade do Estado de Santa Catarina

Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV/ UDESC

Lages, 28 de julho de 2016

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Page 5: qualidade de ameixas 'laetitia

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida e por me guiar no caminho do conhecimento;

Aos meus pais, Luiz e Zélia, e minha irmã Priscila, que sempre

me incentivaram estudar e nunca desistir dos meus objetivos;

Ao meu Orientador, Professor Dr. Cristiano André Steffens, pela

orientação, dedicação, incentivo, disposição, paciência,

confiança e por partilhar seu tempo e sabedoria;

A empresa Schio e ao produtor Leandro Schmitz pela concessão

dos frutos para realização do projeto;

Aos colegas do laboratório, bolsistas e colegas de mestrado e

doutorado, pela amizade e contribuição para a realização das

análises deste trabalho;

Aos amigos, que perto ou longe, sempre incentivaram com uma

palavra amiga.

À Universidade do Estado de Santa Catarina pelo ensino,

oportunidade e assistência necessária para a realização deste

trabalho;

Aos professores do Centro de Ciência Agroveterinárias –

CAV/UDESC pela dedicação na transferência de conhecimento;

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior) pelo apoio financeiro;

MUITO OBRIGADA!

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Page 7: qualidade de ameixas 'laetitia

RESUMO

HEINZEN, Angélica Schmitz. Qualidade de ameixas

‘Laetitia’ frigoconservadas e submetidas ao estresse inicial

por baixo oxigênio, tratamento térmico e vapor de etanol.

2016, 66 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal – Área

de Fisiologia Pós-Colheita) -Universidade do Estado de Santa

Catarina. Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal,

Lages, 2016.

Ameixas ‘Laetitia’ desenvolvem escurecimento de polpa

durante o armazenamento refrigerado e a severidade do distúrbio

está associada a fatores como ponto de colheita, tempo de

armazenamento, estresse oxidativo, entre outros. A ocorrência

deste distúrbio e o rápido amadurecimento dos frutos durante o

armazenamento caracterizam os principais desafios para a pós-

colheita de ameixas. Tratamentos como o estresse inicial por

baixo oxigênio (ILOS), tratamento térmico e o etanol podem ser

alternativas para o controle do escurecimento de polpa e retardo

do amadurecimento dos frutos. O objetivo deste trabalho foi

avaliar o efeito do estresse por baixo oxigênio, do tratamento

térmico e da aplicação de vapor de etanol sobre o

amadurecimento e o escurecimento de polpa em ameixas

‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração, bem como sobre o

estresse oxidativo no tecido da polpa dos frutos. Os frutos foram

provenientes de pomares comerciais situados nos municípios de

Urubici, SC, nas safras 2014/15 e 2015/16, e Vacaria, RS, na

safra de 2014/15. No experimento 1, os tratamentos avaliados

foram controle, aplicação de vapor de etanol (0,15%),

tratamento térmico (37ºC/24 h), tratamento térmico (40ºC/6 h),

tratamento térmico (37°C/24 h) + vapor de etanol (0,15%) e

tratamento térmico (40ºC/6 h) + vapor de etanol (0,15%). Para o

experimento 2, os tratamentos avaliados foram manutenção dos

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Page 9: qualidade de ameixas 'laetitia

frutos em condições ambiente por 48 horas (20±5ºC/UR de

63±2%) e cinco períodos de ILOS (1,0 kPa O2) (0, 12, 24, 48,

72 horas) em condições ambiente. Cada tratamento foi composto

de quatro repetições e unidade experimental constituída de 20

frutos. Os frutos foram armazenados (1±0,2°C e 92±2% de UR)

durante 35 dias. No experimento 1 o tratamento térmico, em

ambas as temperaturas, resultou em menor incidência de

escurecimento de polpa. A combinação de tratamento térmico

40°C por 6 horas mais aplicação de vapor de etanol reduziu a

taxa de produção de etileno, a severidade do escurecimento de

polpa e a concentração de compostos fenólicos e atividade

antioxidante e manteve maior firmeza da polpa e atividade da

POD e SOD. No experimento 2 os frutos dos tratamentos com

ILOS, safra 2014/15, apresentaram menor taxas de produção de

etileno e respiratória e menor incidência de escurecimento da

polpa, bem como maior atividade da enzima SOD. Os frutos

com cor da epiderme menos vermelha e maior força para

compressão do fruto e firmeza de polpa foram observados em

ILOS por 48 e 72 horas. Menor quantidade de H2O2, e maior

atividade da SOD foram obtidos nos tratamentos com ILOS por

12 e 24 horas. Em frutos da safra 2015/16, o tratamento com

ILOS por 12 horas proporcionou maior força para compressão

do fruto e firmeza de polpa e menor taxa de produção de etileno,

incidência de escurecimento da polpa, peroxidação de lipídios e

atividade da POD e SOD.

Palavras-chave: Prunus salicina L. Pós-colheita.

Escurecimento da polpa. Estresse oxidativo.

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ABSTRACT

HEINZEN, Angélica Schmitz. Quality of ‘Laetitia’ plums cold

stored and submitted to initial low oxygen stress, heat

treatment and ethanol vapor. 2016. 126 f. Master

(Dissertation in Vegetable Production – Area: Biology and Post-

Harvest) – University of de Santa Catarina State. Graduate

Program in Vegetable Production, Lages, 2016.

‘Laetitia’ plums develop internal browning during cold storage.

The severity of this disorder is associated with factors such as

harvest time, storage time, and oxidative stress. The occurrence

of this disorder and rapid ripening of fruits during storage are the

main challenges after harvesting plums. Methods such as initial

low oxygen stress (ILOS) and heat treatments and ethanol vapor

application can be alternatives for controlling internal browning

and delaying ripening of fruits. The aim of this study was to

evaluate the effect of ILOS, heat treatments and ethanol vapor

application on both ripening of fruits and internal browning in

‘Laetitia’ plums cold stored, as well as on the oxidative stress on

fruit pulp tissues. The fruits used in the experiments were from

commercial orchards located in the municipalities of Urubici,

Santa Catarina, 2014/15 and 2015/16 seasons and Vacaria, Rio

Grande do Sul, 2014/15. In experiment 1, the following

treatments were evaluated: control, ethanol vapor application

(0.15%), heat treatment (37ºC/24 h), heat treatment (40ºC/6 h),

heat treatment (37°C/24 h) + ethanol vapor application (0.15%),

and heat treatment (40ºC/6 h) + ethanol vapor application

(0.15%). In experiment 2, the following treatments were

evaluated: maintenance of the fruits for 48 h under

environmental conditions (20°C ± 5°C/63% ± 2% RH), and five

periods of ILOS (1.0 kPa O2) (0, 12, 24, 48, and 72 h) under

environmental conditions. Each treatment was performed four

times, and an experimental unit comprised 20 fruits. Fruits were

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stored (1±0.2°C e 92±2% de RH) during 35 days. In experiment

1, heat treatment at both temperatures resulted in a lower

incidence of internal browning. The combination of heat

treatment at 40°C for 6 h plus ethanol vapor application reduced

the ethylene production rate, severity of internal browning,

concentration of phenolic compounds, and antioxidant activity.

It also maintained greater flesh firmness and POD and SOD

activities. In experiment 2, fruits from the treatments with ILOS,

at 2014/15, showed lower ethylene production and respiratory

rates, less internal browning, as well as greater SOD enzyme

activity. Fruits that presented a reddish epidermis color and had

a greater fruit compression force and flesh firmness during the

48 and 72 h of ILOS treatment. ILOS treatment for 12 and 24 h

led to decreased H2O2 production and greater SOD activity. In

fruits from 2015/16, ILOS treatment for 12 h provided greater

fruit compression force and flesh firmness and lower ethylene

production rate, with less internal browning, lipid peroxidation,

and POD and SOD activities.

Key words: Prunus salicina L.. Postharvest. Internal browning.

Oxidative stress.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Aspecto externo do fruto da cultivar Laetitia.

Urubici, SC, janeiro/2015.................................36

Figura 2 - Modelo esquemático conceitual proposto para

explicar o papel da peroxidação lipídica em danos

pelo frio e outros distúrbios de membrana de

tecido vegetal....................................................38

Figura 3 - Sintoma de fitotoxidez observada em ameixas

‘Laetitia’ colhidas em Urubici, SC, safra

2014/15, submetidas ao tratamento térmico a

37°C durante 24 horas simultaneamente à

exposição ao vapor de etanol (0,15%) e

armazenados por 35 dias a 1±0,2°C e 92±2% de

UR....................................................................54

Figura 4 - Escurecimento da polpa em ameixa ‘Laetitia’

armazenadas sob refrigeração (1±0,2°C e 92±2%

de UR) durante 35 dias seguidos por mais três

dias em condições ambiente (20±5°C e 63±2% de

UR). Fruto proveniente da safra 2014/15 do

município de Vacaria, RS.................................56

Tabela 5 - Na figura estão representados os tratamentos do

experimento 1, sendo estes: T1- controle; T2 -

etanol na concentração (0,15%); T3 - tratamento

térmico á 37°C no período de 24 horas; T4 -

tratamento térmico á 40°C no período de seis

horas; T5 - tratamento térmico á 37°C no período

de 24 horas simultaneamente a exposição dos

frutos ao etanol durante 24 horas na concentração

de 0,15%; T6 - tratamento térmico á 40°C no

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período de seis horas e simultaneamente a

exposição dos frutos ao etanol durante 24 horas

na concentração 0,15%.....................................66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Taxas de produção de etileno e respiratória de

ameixas ‘Laetitia’ colhidas em Urubici,

SC,submetidas a diferentes tratamentos pós

colheita e armazenadas sob refrigeração

(temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de UR) durante

35 dias seguidos de três dias em condições

ambiente (temperatura 20±5°C e 63±2% de

UR)....................................................................59

Tabela 2 - Cor da casca (h°) na região mais e menos

vermelha em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) durante 35 dias

seguidos de três dias em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR).........61

Tabela 3 - Forças para ruptura de casca (N), força para

Forças para ruptura de casca (N), penetração da

polpa (N) e compressão do fruto (N) e firmeza de

polpa (N) em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e

armazenadas sob refrigeração (temperatura

de1±0,2°C e 92±2% de UR) durante 35 dias

seguidos de três dias em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR).........63

Tabela 4 - Incidência (%) e severidade (L) de escurecimento

em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

tratamentos pós-colheita e armazenadas sob

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Page 21: qualidade de ameixas 'laetitia

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de

UR) durante 35 dias seguidos por mais três dias

em condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR)...................................................68

Tabela 5 - Valores de peroxidação de lipídios (MDA; nmol g-

1 MF), conteúdo de compostos fenólicos totais

(CFT; mg EAG.100 g-1) e atividade antioxidante

total (AAT; quantificada pelos métodos DPPH e

ABTS, expressa em μg de equivalente Trolox.g-1

de massa fresca), em ameixas ‘Laetitia’ submetidas

a diferentes tratamentos pós-colheita e

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) durante 35 dias seguidos

de três dias em condições ambiente (temperatura

20±5°C e 63±2% de UR)....................................71

Tabela 6 - Atividade das enzimas peroxidase (POD; μmo-

1min-1mgl proteína) superóxido dismutase (SOD;

μmo-1min-1mgl proteína) e peroxido de hidrogênio

(H2O2; µmol g-1), em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes tratamentos pós-colheita

e armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e temperatura de 92±2% de UR) durante

35 dias seguidos de três dias em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de

UR)....................................................................75

Tabela 7 - Taxas de produção de etileno e respiratória após

35 dias de armazenamento e mais três dias em

condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse

inicial por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em

condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR) e após armazenadas sob

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refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2%

de UR) em atmosfera normal............................90

Tabela 8 – Cor da casca (h°) na região mais e menos

vermelha após 35 dias de armazenamento e mais

três dias em condições ambiente em ameixas

‘Laetitia’ submetidas a diferentes períodos de

estresse inicial por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de

O2) em condições ambiente (temperatura de

20±5°C e 63±2% de UR) e após armazenadas sob

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2%

de UR) em atmosfera normal............................93

Tabela 9 - Força de compressão do fruto (N) e firmeza de

polpa (N) após 35 dias de armazenamento e mais

três dias em condições ambiente em ameixas

‘Laetitia’ submetidas a diferentes períodos de

estresse inicial por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de

O2) em condições ambiente (temperatura de

20±5°C e 63±2% de UR) e após armazenadas sob

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de

UR) em atmosfera normal.................................95

Tabela 10 - Sólidos solúveis (°Brix) e acidez titulável (%)

após 35 dias de armazenamento e mais três dias

em condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse

inicial por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em

condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR) e após armazenadas sob

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de

UR) em atmosfera normal.................................97

Tabela 11 - Incidência de escurecimento de polpa (%) e

peróxido de hidrogênio (µmol g -1) após 35 dias

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de armazenamento e mais três dias em condições

ambiente em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes períodos de estresse inicial por baixo

O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR) e após

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera

normal...............................................................99

Tabela 12 - Atividade das enzimas peroxidase (POD; μmo-

1min-1mgl proteína) superóxido dismutase (SOD;

μmo-1min-1mgl proteína) após 35 dias de

armazenamento e mais três dias em condições

ambiente em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes períodos de estresse inicial por baixo

O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR) e após

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera

normal.............................................................101

Tabela 13 - Valores de peroxidação de lipídios (TBARS;

nmol g-1) compostos fenólicos totais (CFT; mg

EAG.100 g-1) e atividade antioxidante total

(AAT; quantificada pelos métodos DPPH e

ABTS, expressa em μg de equivalente Trolox.g-1

de massa fresca), após 35 dias de armazenamento

e mais três dias em condições ambiente em

ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

períodos de estresse inicial por baixo O2 (ILOS;

1,0 kPa de O2) em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR) e após

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera

normal.............................................................105

Page 26: qualidade de ameixas 'laetitia
Page 27: qualidade de ameixas 'laetitia

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

AAT Atividade antioxidante total

ABTS 2,2-azinobis-3-etilbenzotiazolin-6-ácido sulfônico

AC Atmosfera controlada

ACC Ácido 1- aminociclopropano-1-carboxílico

ADH Álcool desidrogenase

APX Enzima peroxidase do ascorbato

AR Armazenamento refrigerado

AT Acidez titulável

°Brix Graus Brix

CAT Enzima catalase

°C Graus celsius

CFT Compostos fenólicos totais

CO2 Gás carbônico

DPPH 2,2-difenil-1-picril hidrazil

EROs Espécies reativas de oxigênio

g Gramas

HCl Ácido clorídrico

H2O2 Peróxido de hidrogênio

HPSs Heat shock prot (proteínas de choque térmico)

h

Ângulo ‘hue’

Horas

ICV Índice de cor vermelha

ILOS Estresse inicial por baixo oxigênio

kg Quilograma

kPa Quilo Pascal

mm Milímetro

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mg Miligrama

mL Mililitro

N Newton

ns Não significativo

O Oeste

O2 Oxigênio

O2- Radical superóxido

p Probabilidade

POD Enzima peroxidase

RS Estado do Rio Grande do Sul

S

s

Sul

Segundos

SC Estado de Santa Catarina

SS Sólidos solúveis

SOD Enzima superóxido dismutase

TBARS Ácido tiobarbitúrico

UR Umidade relativa do ar

UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

UV Radiação ultravioleta

µL Microlitro

λ Comprimento de onda

ƞmol Nanomolar

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL ................................................ 35

2 TRATAMENTO TÉRMICO E VAPOR DE ETANOL

RETARDAM O AMADURECIMENTO E O

ESCURECIMENTO DA POLPA EM AMEIXAS

‘LAETITIA’ ARMAZENADAS ................................... 42 2.1 RESUMO .......................................................................... 42

2.2 INTRODUÇÃO ................................................................ 43

2.3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................. 46

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................... 53

2.5 CONCLUSÕES ................................................................ 76

3 ESTRESSE INICIAL POR BAIXO OXIGÊNIO REDUZ

O ESCURECIMENTO DA POLPA E RETARDA O

AMADURECIMENTO DE AMEIXAS

‘LAETITIA’.......................................................................77

3.1 RESUMO .......................................................................... 77

3.2 INTRODUÇÃO ................................................................ 78

3.3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................. 80

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................... 88

3.5 CONCLUSÕES .............................................................. 108

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................... 108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................. 110

Page 32: qualidade de ameixas 'laetitia
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35

1 INTRODUÇÃO GERAL

A ameixeira é uma frutífera pertencente à família das

Rosaceas do gênero Prunus, sendo originária do meio e extremo

oriente, compreendendo várias espécies. As duas espécies mais

importantes são a Prunus domestica L., conhecida como ameixa

europeia, e a Prunus salicina L., denominada ameixa asiática

(NAKASU; RASEIRA; CASTRO, 1997). A procura dos

consumidores por frutas de caroço tem aumentado ao longo dos

anos, um exemplo seria a ameixa, que representa perfeitamente

esse incremento na demanda. Esse fato reflete na expansão da

produção, principalmente por cultivares tardias, como ameixas

‘Laetitia’, com a intenção de oferecer frutos após o período de

oferta das cultivares atualmente em produção no Brasil, as quais

são menos tardias (ZANETTE; BIASI, 2004).

A ameixa da cultivar Laetitia é a mais plantada nos

estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devido à boa

produtividade e qualidade dos frutos, e à baixa suscetibilidade a

doenças (especialmente Xantomonas) (DUCROQUET;

ANDRADE; HICKEL, 2001). Além disso, é uma cultivar de

maturação tardia, proporcionando boa remuneração ao produtor,

especialmente quando os frutos são armazenados. O fruto é

bastante atrativo (Figura 1), de tamanho médio a grande e

formato ovalado (FIORAVANÇO; NACHTIGALL;

ANDOLFATO, 2015). A coloração da epiderme é vermelho-

púrpura e da polpa é amarela (Figura 1).

Page 34: qualidade de ameixas 'laetitia

36

Figura 1 - Aspecto externo do fruto da cultivar Laetitia.

Urubici, SC, janeiro/2015.

Fonte: produção do próprio autor, 2016.

O sistema de armazenamento mais utilizado atualmente

para a ameixa é o armazenamento refrigerado (AR), que consiste

somente na redução da temperatura e controle da umidade

relativa do ar do ambiente onde os frutos são armazenados. Esta

prática é a mais utilizada para conservação dos frutos, pois a

redução da temperatura é o principal fator responsável pela

manutenção da qualidade durante o armazenamento

(STEFFENS et al., 2007). Segundo Brackmann et al. (2001), sob

esse sistema, o período máximo de conservação é de 30 dias,

pois acima deste período de armazenamento pode ocorrer grande

comprometimento da qualidade. Apesar de não existir uma

recomendação sobre a melhor condição para o armazenamento

da ameixa ‘Laetitia’, sabe-se que o AR prolongado resulta em

frutos com baixa firmeza de polpa e elevada incidência de

escurecimento da polpa (ARGENTA et al., 2003, 2011; ALVES

Page 35: qualidade de ameixas 'laetitia

37

et al., 2009; STEFFENS et al., 2014a, b), o que pode reduzir a

aceitabilidade pelo consumidor.

O escurecimento da polpa é um distúrbio fisiológico

causado pela exposição do fruto a baixas temperaturas (SINGH;

SHINGH; SWINNY, 2009; SINGH; SINGH, 2013b). Nas

empresas que armazenam ameixas ‘Laetitia’, os fatores

limitantes para o armazenamento são a rápida perda de firmeza

de polpa e, principalmente, o escurecimento da polpa (SINGH;

SINGH, 2013a; STANGER et al., 2014; STEFFENS et al.,

2014a, b).

As ameixas ‘Laetitia’ desenvolvem escurecimento mais

severo nos tecidos da polpa próximo ao caroço, semelhante ao

sintoma de dano por frio descrito por Crisosto et al. (2004). Os

sintomas de dano por frio em frutas de caroço (Prunus spp.)

variam em função da espécie e cultivar, e são identificados pela

perda da capacidade de amadurecer após a refrigeração e por

alterações indesejáveis da textura como polpa endurecida,

‘lanosa’, farinácea ou gelatinosa, com perda da suculência e da

aparência (polpa escurecida, avermelhada ou translúcida, e

descoloração irregular da região vermelha da epiderme)

(CRISOSTO, 2004). Tem sido proposto que o distúrbio é

decorrente de um processo oxidativo (Figura 2) relacionado à

produção de espécies reativas de oxigênio e à redução na

eficiência dos sistemas antioxidantes, com consequente danos às

membranas celulares (SINGH; SINGH, 2012; 2013a, b). Vários

são os fatores que predispõe o fruto a maior suscetibilidade ao

distúrbio, contudo a incidência e a severidade do distúrbio são

intensificados pela ação do etileno (CANDAN; GRAELL;

LARRIGAUDIÈRE, 2008; 2011). Assim, é fundamental o uso

de tecnologias pós-colheita adicionais ao AR para reduzir a

perda de firmeza de polpa dos frutos e minimizar as perdas

decorrentes do escurecimento da polpa.

Page 36: qualidade de ameixas 'laetitia

38

Figura 2 - Modelo esquemático conceitual proposto para

explicar o papel da peroxidação lipídica em danos

pelo frio e outros distúrbios de membrana de tecido

vegetal.

Fonte: SHEWFELT; DEL ROSARIO (2000).

O estresse oxidativo ocorre quando a geração de espécies

reativas de oxigênio (EROS) excede a capacidade da planta para

manter a homeostase celular, ou, quando a produção de espécies

reativas de oxigênio excede a capacidade da planta para eliminá-

los (HODGES, 2003). Espécies reativas de oxigênio, tais como

superóxido (O2-), H2O2, e radical hidroxila (.OH) são

subprodutos do metabolismo celular normal (HODGES, 2003).

A produção de EROS resulta na peroxidação de lipídios da

membrana (MEAD, 1976) e inativação de enzimas (BRAWN e

FRIDOVICH, 1981). Os principais locais de produção de EROS

na célula são os cloroplastos e mitocôndrias. As enzimas

superóxido dismutase (SOD) são metaloenzimas de um grupo

que protege as células de O2- radicais por catalisar a dismutação

de O2- a O2 molecular e H2O2 (HODGES, 2003). Atividade SOD

tem sido associada a estresses fisiológicos, tais como a baixa

temperatura, luz de alta intensidade, o estresse hídrico e estresse

oxidativo (BOWLER; MONTAGU; INZE, 1992). As enzimas

Page 37: qualidade de ameixas 'laetitia

39

peroxidades (PODs) têm muitos substratos que agem como

doadores de hidrogênio na presença de H2O2. Devido a ampla

especificidade de substrato e a presença de muitas isoformas,

tem sido difícil atribuir uma função específica para a isoforma

associada para um determinado compartimento ou tecido celular

(HODGES et al., 2004). As PODs estão envolvidas em muitos

processos relacionados com o crescimento, incluindo a extensão

da parede celular, lignina, biogênese e catabolismo de auxina

(HODGES et al., 2004). Além disso, eles estão envolvidos em

processos relacionados com o estresse tais como o ferimento e a

resistência a doenças (MOERSCHBACHER, 1980).

O tratamento térmico, por inibir o amadurecimento e

induzir a resistência a danos por frio e auxiliar na manutenção

da aparência externa dos frutos durante a armazenagem

(AGHDAM et al., 2013; WU et al., 2015), pode contribuir para

a redução das perdas pós-colheita e o aumento do período de

armazenamento. Estudos preliminares demonstraram que o

tratamento térmico durante 24 horas em temperaturas entre 35 e

40°C reduz a incidência do escurecimento da polpa de ameixas

‘Laetitia’. O tratamento térmico estimula os mecanismos de

defesa antes dos frutos serem submetidos ao frio, o que

estabelece uma resistência cruzada, com as respostas

decorrentes da exposição a temperaturas moderadas ou altas,

permanecendo atuantes durante a exposição a temperaturas mais

baixas (WANG; VINOCUR; ALTMAN, 2003; Kluge et al.,

2006). Os principais mecanismos de defesa envolvidos no

estabelecimento de maior resistência de frutos tratados

termicamente incluem o estímulo à biossíntese de poliaminas e

ao aumento da expressão de genes que codificam para enzimas

antioxidantes e de proteínas de choque térmico (WANG et al.,

2004).

Estudos demonstram que o vapor de etanol pode ser

adotado como tratamento complementar à refrigeração visando

à conservação da qualidade dos frutos (LICHTER; GABLER;

SMILANICK, 2006). O etanol apresenta efeito sobre diversos

Page 38: qualidade de ameixas 'laetitia

40

frutos climatéricos, podendo melhorar a manutenção dos

atributos de qualidade, dependendo da espécie (PESIS, 2005).

Ritenour et al. (1997) descobriram que as respostas ao

tratamento parecem ser dependentes de fatores que

provavelmente incluem espécie, cultivar, maturidade,

concentração aplicada, modo de aplicação e duração de

exposição. Liu et al. (2012) verificaram que a aplicação pós-

colheita de etanol pode reduzir a concentração interna de etileno,

retardar a senescência de melões doces e melhorar os níveis de

compostos aromáticos voláteis, especialmente os ésteres

etílicos. Adicionalmente, tem sido sugerido que o etanol pode

regular o sistema antioxidante, resultando em um atraso na

senescência de brócolis (HAN et al., 2006). O tratamento com

vapor de etanol apresentou resultados positivos no retardo do

amadurecimento de melão (JIN et al., 2013) e tomate

(TZORTZAKIS; ECONOMAKIS, 2007), e da senescência de

brócolis (ASODA et al., 2009; XU et al., 2012). O efeito do

vapor de etanol sobre retardo da senescência em brócolis

decorreu da supressão da síntese e resposta ao etileno (ASODA

et al., 2009). Além do retardo da senescência, o tratamento com

vapor de etanol, em brócolis, incrementou o conteúdo de

compostos fenólicos e da atividade antioxidante total, bem como

das enzimas superóxido dismutase, ascorbato peroxidase e

catalase (XU et al., 2012).

Assim como para o tratamento térmico, em trabalhos

preliminares foi observado que o etanol reduz a incidência e a

severidade do escurecimento da polpa, além de contribuir para a

manutenção da firmeza de polpa de ameixas ‘Laetitia’

armazenadas. Todavia, até o momento, se desconhece o efeito

do uso combinado do tratamento térmico e da aplicação de vapor

de etanol sobre a qualidade e a ocorrência de escurecimento de

polpa em ameixas ‘Laetitia’.

Como o etanol atua reduzindo a síntese e ação do etileno

(ASODA et al., 2009; XU et al., 2012; JIN et al., 2013), além da

aplicação de vapor de etanol, a indução da produção de etanol

Page 39: qualidade de ameixas 'laetitia

41

pelo próprio fruto em condições de estresse inicial por baixo O2

(ILOS; 1 kPa) pode contribuir para o retardo do amadurecimento

dos frutos e para a redução do escurecimento de polpa em

ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração. O ILOS

provoca um período de anaerobiose nos frutos, intensificando a

via fermentativa e culminando na produção de etanol, que, em

pequenas concentrações, pode ser benéfico para manutenção da

qualidade dos mesmos durante o armazenamento (BOTH et al.,

2014). De acordo com Lara et al. (2011), condições de

anaerobiose podem ocorrer naturalmente durante o

amadurecimento em partes internas da polpa dos frutos. Dessa

forma, o ILOS induz a síntese das enzimas piruvato

descarboxilase (PDC) e álcool desidrogenase (ADH), que

ajudam a destoxificar o acetaldeído, normalmente produzido

durante o amadurecimento dos frutos, formando etanol

(POLENTA; BUDDE; MURRAY, 2005).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do

tratamento térmico e da aplicação de etanol, isoladamente ou em

combinação, e do ILOS sobre o amadurecimento e o

escurecimento de polpa em ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob

refrigeração, bem como sobre o estresse oxidativo no tecido da

polpa dos frutos.

As hipóteses deste trabalho são: 1) A aplicação pós-

colheita de etanol e o tratamento térmico retardam o

amadurecimento e reduzem o escurecimento de polpa em

ameixas ‘Laetitia’, armazenadas sob refrigeração. 2) A

combinação da aplicação de etanol e do tratamento térmico

apresentam sinergia no retardo do amadurecimento e controle do

escurecimento de polpa em ameixas ‘Laetitia’, armazenadas sob

refrigeração. 3) O estresse inicial por baixo oxigênio retarda o

amadurecimento e reduz o desenvolvimento do escurecimento

de polpa em ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração. 4)

A redução do escurecimento de polpa em ameixas ‘Laetitia’

frigoconservadas pelo tratamento térmico, aplicação de vapor de

Page 40: qualidade de ameixas 'laetitia

42

etanol e pelo estresse por baixo oxigênio está relacionada ao

menor estresse oxidativo nos tecidos da polpa.

2 TRATAMENTO TÉRMICO E VAPOR DE ETANOL

RETARDAM O AMADURECIMENTO E O

ESCURECIMENTO DA POLPA EM AMEIXAS

‘LAETITIA’ ARMAZENADAS

2.1 RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito, isolado e em

combinação, do tratamento térmico e da aplicação de vapor de

etanol sobre o os atributos de qualidade e o escurecimento da

polpa em ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração, bem

como sobre o estresse oxidativo no tecido da polpa dos frutos.

Os tratamentos utilizados consistiram em controle, aplicação de

vapor de etanol (0,15%), tratamento térmico (37ºC/24 h),

tratamento térmico (40ºC/6 h), tratamento térmico (37°C/24 h)

+ vapor de etanol (0,15%) e tratamento térmico (40ºC/6 h) +

vapor de etanol (0,15%). Após a aplicação dos tratamentos os

frutos foram acondicionados em atmosfera refrigerada 1 ± 0,2°C

e 92 ± 2% de UR por 35 dias. Na saída do armazenamento

seguido de mais três dias em exposição ambiente os frutos foram

avaliados quanto aos atributos físico-químicos e incidência de

podridões, incidência e severidade de escurecimento da polpa,

teor de compostos fenólicos totais (CFT), atividade antioxidante

total (AAT; pelos métodos DPPH e ABTS), atividade

enzimática da peroxidase (POD) e superóxido dismutase (SOD).

A aplicação de etanol se mostrou eficiente na redução da

severidade do escurecimento da polpa, porém o efeito não foi

recorrente entre as safras e entre frutos de municípios diferentes,

apresentou também maior firmeza de polpa em todas as safras.

De maneira geral, o tratamento térmico reduziu a incidência do

escurecimento da polpa em ameixas ‘Laetitia’. Houve efeito

sinérgico entre o tratamento térmico a 40°C por 6 horas em

Page 41: qualidade de ameixas 'laetitia

43

conjunto com aplicação de vapor de etanol, reduzindo a

severidade do escurecimento da polpa, retardando o

amadurecimento e mantendo a qualidade de ameixas ‘Laetitia’.

Palavras-chave: Prunus salicina, estresse oxidativo, distúrbio

fisiológico, armazenamento refrigerado

2.2 INTRODUÇÃO

A ameixa, comparativamente a outros frutos, possui um

curto período de vida pós-colheita, mesmo em armazenamento

refrigerado, devido a rápida perda de firmeza e ao escurecimento

da polpa (ALVES et al., 2009; SINGH; SINGH, 2013a;

STANGER et al., 2014; STEFFENS et al., 2014a, b). O

escurecimento da polpa é um distúrbio fisiológico causado pela

baixa temperatura de armazenamento (SINGH; SINGH e

SWINNY, 2009). O início ou o agravamento do distúrbio tem

sido relacionado a um sistema antioxidante ineficiente no tecido

da polpa, mas a relação de causa-efeito ainda não está bem

estabelecida (SINGH; SINGH, 2013b). O estresse oxidativo tem

sido proposto ser a resposta inicial ao desenvolvimento de dano

por frio durante o armazenamento de muitos frutos (ZHAO et

al., 2009). O estresse oxidativo se desenvolve como

consequência de uma produção de espécies reativas de oxigénio

(EROS) superior a capacidade do sistema antioxidante na célula

(HODGES et al., 2004). A redução ou falha dos antioxidantes

enzimáticos e não enzimáticos em proteger contra a EROS pode

causar dano oxidativo, levando a um aumento na peroxidação

lipídica e a perda de integridade da membrana no tecido

(HODGES et al., 2004; SEVILLANO et al., 2009).

Em ameixas ‘Laetitia’ foi verificado que a presença do etileno

influencia na qualidade dos frutos, causando rápida perda de

firmeza de polpa, redução na acidez e aumento na incidência e

severidade do escurecimento da polpa (ALVES et al., 2009). Em

frutos de caroço esse escurecimento pode resultar no

Page 42: qualidade de ameixas 'laetitia

44

comprometimento da permeabilidade seletiva das membranas,

levando a interação entre fenóis e oxidases de fenóis, associado

à senescência de tecidos (LURIE; CRISOSTO, 2005).

O tratamento térmico pode promover a manutenção da

integridade da membrana, melhorando a relação ácidos graxos

insaturados/acidos graxos saturados; aumento da expressão de

genes e o acúmulo de proteínas de choque térmico térmico (Heat

Shock Protein-HSP); aumento da atividade do sistema

antioxidante; aumento das vias de arginina, que levam ao

acumulo de moléculas de sinalização envolvidas pela tolerância

à refrigeração, tais como poliaminas, óxido nítrico, e prolina; e

alteração na atividade enzimática da fenilalanina amônia-liase

(PAL) e polifenol oxidase (PPO) (AGHDAM; BODBODAK,

2014). Estas respostas podem variar em função de diversos

fatores como espécie e cultivar, idade fisiológica, tempo e

temperatura de exposição. Esses tipos de tratamentos estimulam

os mecanismos de defesa antes dos frutos serem submetidos ao

frio, o que estabelece uma resistência cruzada com as respostas

decorrentes da exposição a temperaturas moderadas ou altas,

permanecendo atuante durante a exposição a temperaturas mais

baixas (KLUGE et al., 2006).

O etanol também é capaz de retardar a senescência,

devido a inibição da produção de etileno em plantas (PESIS,

2005). Asoda et al. (2009) observaram que a aplicação de etanol

exógeno inibiu a senescência de brócolis, decorrente da redução

da biossíntese de etileno e da supressão da capacidade de

resposta ao etileno. Liu et al. (2012) verificaram que a aplicação

pós-colheita de etanol pode reduzir a concentração interna de

etileno e retardar a senescência de melões, além de melhorar os

níveis de compostos aromáticos voláteis, especialmente os

ésteres etílicos. Adicionalmente, tem sido sugerido que o etanol

pode regular o sistema antioxidante, resultando em um atraso na

senescência de brócolis e aumento na atividade das enzimas

peroxidase, catalase e superóxido dismutase durante o

armazenamento (HAN et al., 2006).

Page 43: qualidade de ameixas 'laetitia

45

Devido à facilidade de uso e ao baixo custo, a eficiência

da aplicação de vapor de etanol para promover ou inibir o

amadurecimento de frutos climatéricos e consequentemente a

redução de distúrbios fisiológicos depende de inúmeros fatores

que incluem espécies, cultivares, concentração do álcool, modo

de aplicação e duração do período de exposição (RITENOUR et

al., 1997). O tratamento com vapor de etanol, suprime a indução

da expressão de genes de resposta ao etileno, o que sugere que o

etanol suprime a resposta de etileno ao nível molecular. O

tratamento com etanol reduziu o acúmulo de ACC e inibiu a

atividade da enzima formadora de etileno (WU et al., 1992). A

atividade de ACC sintase e ACC oxidase são inibidos por etanol,

devido à supressão no nível de transcrição (ASODA et al.,

2009). Tratamentos com vapor de etanol suprimiram a expressão

de CM-ACO1, CM-ACO2, CM-ACO3 e CM-ACS1, CM-

ACS2, CM-ACS3 em melões durante o armazenamento (JIN et

al., 2013).

Como o etileno possui envolvimento com a manifestação

do escurecimento de polpa e o etanol reduz a síntese de etileno

(ASODA et al., 2009; JIN et al., 2013), é possível fazer uma

relação do uso do etanol como uma ferramenta para o controle

do distúrbio. Todavia, seu efeito também pode estar relacionado

a menor produção de espécies reativas de oxigênio, maior

capacidade antioxidante (enzimática e não enzimática) e/ou

estabilidade de membranas. Possivelmente, o tratamento

térmico também deve atuar sobre esse aspecto, pois em muitos

frutos ele induz a produção de proteínas que conferem proteção

das membranas ao dano por altas temperaturas, como proteínas

chaperronas, que também conferem proteção das mesmas ao

dano por baixa temperatura (estresse oxidativo).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do

tratamento térmico, da aplicação de etanol e o possível efeito

sinérgico desses dois tratamentos sobre o retardo do

amadurecimento e o escurecimento de polpa em ameixas

Page 44: qualidade de ameixas 'laetitia

46

‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração, bem como sobre o

estresse oxidativo no tecido da polpa dos frutos.

2.3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado com ameixas ‘Laetitia’

provenientes de um pomar comercial do município de Urubici,

SC (28° 02’ 85”S de latitude, 49° 27’ 85” O de longitude e 990

m de altitude), colhidas nas safras 2014/2015 e 2015/2016, e

provenientes de um pomar comercial do município de Vacaria,

RS (28° 31’51” S de latitude, 50°48’31” O de longitude e 970 m

de altitude), colhidas na safra 2014/2015. Os frutos foram

colhidos, e conduzidos até o laboratório para a homogeneização

das amostras experimentais e posteriormente a aplicação dos

tratamentos. Antes da homegeneização das amostras os frutos

com danos físicos, podridões, rachaduras e coloração

(totalmente vermelha ou com coloração menor que 30 % de cor

vermelha) foram eliminados.

Os tratamentos consistiram em controle (sem tratamento

pós-colheita); vapor de etanol (0,15%); tratamento térmico a

37°C durante 24 horas; tratamento térmico a 40°C durante seis

horas; tratamento térmico a 37°C durante 24 horas com

exposição dos frutos ao vapor de etanol (0,15%); e tratamento

térmico a 40°C durante seis horas com exposição dos frutos ao

vapor de etanol (0,15%).

Para a aplicação dos tratamentos térmicos os frutos

foram acondicionados em temperatura de 37 ou 40°C em

câmaras incubadora tipo B.O.D. (marca Eletrolab) por 6 ou 24

horas (h) de acordo com tratamento. Para aplicação do vapor de

etanol, os frutos de cada amostra foram pesados e

acondicionados no interior de recipientes de 4100 mL que

permitiram o fechamento hermético. O volume de etanol

líquido, necessário para atingir a concentração de 0,15% foi

adicionado em placas de Petri de 35 mL (diâmetro de 50 mm),

que foram acondicionadas no interior dos recipientes, antes do

Page 45: qualidade de ameixas 'laetitia

47

fechamento dos mesmos. A relação volume de etanol/kg de fruto

média foi de 5 mL kg-1. A exposição dos frutos ao vapor de

etanol foi durante 24 horas em condições ambiente (20±5ºC e

UR de 63±2%). Após a aplicação dos tratamentos os frutos

foram armazenados durante 35 dias a 1 ± 0,2°C e 92 ± 2% de

UR.

Após o período de armazenamento seguidos de mais

três dias em exposição a condições ambiente, para simular o

período de comercialização, os frutos foram avaliados quanto

aos atributos de qualidade. Na saída do armazenamento foram

avaliados incidência de podridões, cor da epiderme e taxas

respiratória e de produção de etileno. Após os três dias em

condições ambiente os frutos foram avaliados quando a firmeza

de polpa, força para compressão do fruto, cor da epiderme, taxas

respiratória (CO2) e de produção de etileno (C2H4), acidez

titulável (AT), sólidos solúveis (SS), incidência de podridões,

incidência e severidade de escurecimento da polpa, teor de

compostos fenólicos totais (CFT) e atividade antioxidante total

(AAT; pelos métodos DPPH e ABTS), atividade enzimática da

peroxidase (POD) e superóxido dismutase (SOD), espécies

reativas de oxigênio (EROs) para peróxido de hidrogênio (H2O2)

e radical superóxido e peroxidação de lipídios. Além destas

variáveis, na safra 2014/2015 também foram realizadas as

avaliações de forças de ruptura da casca e penetração da polpa.

Atributos de Qualidade

A cor da epiderme foi avaliada em termos de valores de

ângulo ‘hue’ (hº) com o auxílio de um colorímetro Minolta®

modelo CR 400 (Konica, Tóquio, Japão). Os valores de hº

apresentam as seguintes correspondências quanto às cores da

superfície do tecido vegetal: 0º/vermelho, 90º/amarelo,

180º/verde e 270º/azul. As leituras foram realizadas em dois

pontos opostos na região equatorial dos frutos, uma na região

com maior e outra com menor cobertura da coloração vermelha

do fruto.

Page 46: qualidade de ameixas 'laetitia

48

A incidência de podridões (%) foi avaliada pela

contagem dos frutos afetados com características de infecção por

patógenos.

A perda de massa (%) foi avaliada pesando cada amostra

dos frutos antes e após a saída da câmara de refrigeração, sendo

determinada pela diferença de massa entre a colheita e a saída

da câmara.

As taxas respiratórias (ƞmol CO2 kg-1 s-1) e de produção

de etileno (ƞmol etileno kg-1 s-1) foram quantificadas

acondicionando os frutos de cada amostra r em um recipiente de

4100 mL, que permite o fechamento hermético. Após 30

minutos foram retiradas três alíquotas de 1 mL de volume de

cada amostra e injetadas em um cromatógrafo a gás Varian®,

modelo CP-3800 (Palo Alto, CA, EUA) para quantificar as

concentrações de CO2 e C2H4. O cromatógrafo Varian® era

equipado com coluna Porapak N® de 3 m de comprimento (80-

100 mesh), metanador e detector de ionização de chama. As

temperaturas da coluna, detector, metanador e injetor foram de

45, 120, 300 e 110 °C, respectivamente. Os fluxos de nitrogênio,

hidrogênio e ar sintético foram de 70, 30 e 300 mL min-1,

respectivamente.

A firmeza da polpa foi determinada na região equatorial

do fruto com auxílio de um penetrômetro eletrônico (GÜSS

Manufacturing Ltd., África do Sul) equipado com uma ponteira

de 7.9 mm de diâmetro e expressa em Newton (N).

As forças para ruptura da casca, penetração da polpa e

compressão do fruto foram avaliadas com texturômetro

eletrônico TAXT-Plus® (Stable Micro Systems Ltd, Surrey,

Reino Unido). Para compressão do fruto utilizou-se uma

plataforma plana, modelo P/75, com 75 mm de diâmetro, que

exerceu uma força de compressão até uma deformação de 3 mm

na superfície do fruto. Para as forças necessárias para a ruptura

da casca e penetração da polpa utilizou-se a ponteira modelo PS2

com 2 mm de diâmetro, a qual foi introduzida na polpa a uma

Page 47: qualidade de ameixas 'laetitia

49

profundidade de 10 mm. Os resultados foram expressos em

Newton (N).

Os valores de AT (% ácido cítrico) foram obtidos por

meio de uma amostra de 10 ml de suco diluída em 90 mL de

água destilada e titulada com solução de NaOH 0,1 N até pH 8,1

utilizando um titulador automático (TitroLine Easy® (Schott

Instruments, Mainz, Rheinland-Pfalz, Alemanha). Os teores de

SS (%) foram determinados com um refratômetro digital

(modelo PR201α, Atago, Tókio, Japão) com correção do efeito

da temperatura (20 °C), utilizando uma alíquota do suco obtido

para a AT.

A análise de incidência e severidade de escurecimento de

polpa foi avaliada por meio de um corte na secção transversal

dos frutos. A incidência de escurecimento da polpa foi avaliada

por meio da contagem das ameixas que apresentaram regiões

internas da polpa com qualquer tipo de escurecimento, sendo

determinada a proporção de frutos afetados (%). A severidade

do escurecimento da polpa foi determinada por meio dos valores

de ‘L’ (Lightness), com um colorímetro modelo CR 400 da

Konica Minolta®, sendo que quanto menor o valor de ‘L’, mais

escurecida estaria a polpa. Foram realizadas duas leituras por

fruto, após um corte na região mediana dos mesmos.

Compostos fenólicos totais (CFT) e Atividade Antioxidante total

(AAT)

Para a quantificação de compostos fenólicos totais (CFT)

e da atividade antioxidante total (AAT) foram obtidos extratos

da polpa de ameixa, utilizando-se uma amostra de 5 g de polpa

triturada em mixer vertical, marca Philips Walita, modelo

RI1364 (Varginha, Brasil). A amostra foi homogeneizada com

10 mL de etanol (Synth, Diadema, Brasil) acidificado (0,01% de

HCl), seguido de centrifugação a temperatura de 4 ºC por 10

minutos, a 10000 rpm em centrífuga eppendorf, modelo 5810R,

(Hamburgo, Alemanha). Após a filtragem, o sobrenadante foi

reservado para análise de CFT e AAT.

Page 48: qualidade de ameixas 'laetitia

50

A determinação de CFT foi realizada empregando o

reagente Folin-Ciocalteau. A curva padrão foi obtida com ácido

gálico (BIOTEC, Pinhais, Brasil), nas concentrações de 0, 10,

30, 50, 70, 90 e 100 ppm. Para análise foram adicionados 2,5 mL

de Folin-Ciocalteau (SIGMA-ALDRICH, St. Louis, USA)

(1:3), 0,5 mL de amostra diluída (1:20) e 2,0 mL da solução de

carbonato de sódio (Vetec, Duque de Caxias, Brasil) 10%. Os

tubos foram agitados em vortex incubados por uma hora em

ausência de luz. Realizou-se a leitura no comprimento de onda

() de 765 nm em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA). Os resultados foram expressos em mg de

equivalentes de ácido gálico por 100 g de massa fresca da

amostra (mg EAG.100 g-1).

A determinação da AAT foi baseada na extinção da

absorção dos radicais DPPH (2,2-difenil-1-picril hidrazil) e

ABTS (2,2-azinobis-3-etilbenzotiazolin-6-ácido sulfônico). O

método DPPH foi analisado de acordo com Vizzotto et al.

(2012). Em ambiente escuro, foram pipetados 200 µL de

amostra e misturados com 3.800 µL de radical DPPH (SIGMA-

ALDRICH, St. Louis, USA) em tubos de 15 mL com tampa. Os

tubos foram agitados e deixados para reagir por 24 horas. A

leitura foi realizada em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 525 nm, e os resultados expressos em μg

de equivalente Trolox.g-1 de massa fresca da amostra. O método

ABTS foi analisado conforme descrito por Rufino et al. (2007)

com adaptações. Em ambiente escuro, foram pipetados 30 µL de

amostra e misturados com 3.000 µL de radical ABTS (SIGMA-

ALDRICH, St. Louis, USA). A leitura foi realizada após reação

de 6 minutos em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 734 nm, e os resultados expressos em μg

de equivalente Trolox.g-1 de massa fresca da amostra.

Peroxido de Hidrigênio (H2O2)

A quantidade de peróxido de hidrogênio (H2O2) foi

determinado de acordo com o método proposto por Gay, Collins

Page 49: qualidade de ameixas 'laetitia

51

e Gebicki (1999) e Hermes- Lima, Willmore Storey (1995), com

modificações. Um grama da amostra foi macerada em nitrogênio

líquido e homogeneizado em 10 ml de metanol (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil) a 0°C, com auxílio de ultraturrax Heidolph,

modelo D-91126 (Schwabach, Alemanha). Após a completa

homogeneização as amostras foram centrifugadas a temperatura

de 4 ºC por 10 minutos, a 10000 rpm com auxílio de uma

centrífuga eppendorf, modelo 5810R, (Hamburgo, Alemanha).

Em seguida retirou-se uma alíquota de 35µL do sobrenadante,

à qual foi pipetado em um recipiente contendo 500 µL de sulfato

de amônio ferroso Fe(NH4)2(SO4)2 1 mM (Vetec, Duque de

Caxias, Brasil) e 200 µL de ácido sulfúrico H2SO4 250 mM

(MERCK, Darmstadt, Alemanha) que permaneceu em reação

por 5 minutos no escuro. Em seguida adicionou-se 100 µL de

xylenol laranja 1 mM (SIGMA-ALDRICH, St. Louis, USA) e a

mistura foi mantida no escuro por 20 minutos quando então

procedeu-se à leitura da absorbância das amostras a 560 nm em

leitora de microplacas, modelo EnSpire (PerkinElmer, USA). As

leituras foram comparadas com uma curva padrão com

concentrações conhecidas de peróxido de hidrogênio (Vetec,

Duque de Caxias, Brasil) e expressas e (µmol g-1).

Atividade enzimática: Peroxidase (POD) e Superoxido

dismutase (SOD)

A atividade da peroxidase (POD) foi determinada de

acordo com o método proposto por Kar e Mishra (1976), com

modificações. Para obtenção do extrato enzimático foi macerado

0,3 g do tecido da polpa com 3 mL do meio de extração

composto de tampão fosfato de potássio 0,1 M (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil), pH 6,8, ácido etilenodiaminotetracético

(EDTA) 0,1 mM (Dinâmica, Diadema, Brasil), fluoreto de

fenilmetilsulfônico (PMSF) 1 mM (SIGMA, St. Louis, USA). A

atividade da peroxidase (POX) foi determinada pela adição de 600 µL

do extrato enzimático em um tampão fosfato de potássio 25 mM, pH

6,8, guaiacol 20 mM e H2O2 20 mM. O decréscimo na absorbância a

Page 50: qualidade de ameixas 'laetitia

52

420 nm, na temperatura de 25 °C, foi medida durante 1 minuto da

reação com auxílio de uma leitora de microplacas modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 420 nm, durante 1 minuto.. A atividade das

POX foi determinada com base na inclinação da reta no intervalo de 0

a 1 minutos e expressa em μmol min-1mg proteína-1 uma centrífuga

eppendorf, modelo 5810R, (Hamburgo, Alemanha).

A atividade da superóxido dismutase (SOD) foi

determinada de acordo com o método proposto por Del Longo

et al. (1993), com modificações. Para obtenção no meio de

extração, o tecido vegetal foi macerado em Nitrogênio líquido,

posteriormente foi utilizado 0,3 g do tecido vegetal, e

posteriormente adicionado 3 mL do meio de extração, composto

de tampão fosfato de sódio 0,1 M (Vetec, Duque de Caxias,

Brasil), pH 6,8, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) 0,1

mM (Dinâmica, Diadema, Brasil), fluoreto de

fenilmetilsulfônico (PMSF) 1 mM (SIGMA, St. Louis, USA).

Após a homogeneização em almoxafariz, mantido em gelo

picado, as amostras foram acondicionados em eppendorfs e

centrifugadas a temperatura de 4 ºC por 15 minutos, a 10000 rpm

com auxílio de uma centrífuga eppendorf, modelo 5810R,

(Hamburgo, Alemanha). Posteriormente retirou-se uma alíquota

de 50 µL do sobrenadante que foi adicionada a 2,95 mL do meio

de reação, composto de tampão de fosfato de sódio 50 mM

(Vetec, Duque de Caxias, Brasil), pH 7,8, metionina 13 mM

(Vetec, Duque de Caxias, Brasil), azul de p-nitro tetrazólio

(NBT) 75 µM (Vetec, Duque de Caxias, Brasil), EDTA 0,1 mM

(Dinâmica, Diadema, Brasil) e riboflavina 2 µM (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil) que estavam acondiocionados em recipientes

de vidro recobertos com e sem papel alumínio e que em seguida

foram mantidas a exposição a luz por 10 minutos. A

quantificação da atividade enzimática foi determinada no

comprimento de onda de 560 nm com auxílio de uma leitora de

microplacas, modelo EnSpire (PerkinElmer, USA) e expressa

em expressa em μmol min-1mg proteína-1.

Page 51: qualidade de ameixas 'laetitia

53

Peroxidação de Lipídeos (MDA)

A quantificação da peroxidação de lipídeos nas

membranas celulares foi realizada conforme procedimento

descrito por Heath e Packer (1968) com modificações. Para isso,

0,3 g de tecido da polpados frutos foram macerados em 2 mL de

ácido tricloroacético (TCA; 0,1%), colocados em eppendorfs e

centrifugados a 10.000 rpm C [centrífuga eppendorf, modelo

5810R, (Hamburgo, Alemanha)] por 15 minutos a 4 °. Em

seguida, foi retirada uma alíquota de 350 µL do sobrenadante e

adicionado em um tubo (eppendorf) contendo 1,5 mL de TCA

(20%) e 0,5% de ácido tiobarbitúrico (MERCK, Darmstadt,

Alemanha). As amostras foram incubadas por 25 minutos à

temperatura de 90-95 °C e, em seguida, acondicionadas em

banho de gelo para deter a reação. Após isso, as amostras foram

centrifugadas a 3.000 rpm por 10 minutos e quantificadas nos

comprimentos de onda de 400, 532 e 600 nm com auxílio de um

leitor de microplacas (modelo EnSpire, PerkinElmer, USA). A

determinação da integridade de membrana (peroxidação de

lipídeos) foi expressa em nmol g-1 MF de MDA formado.

O delineamento experimental utilizado foi o

inteiramente casualizado. Cada tratamento foi composto de

quatro repetições, sendo cada unidade experimental constituída

de 25 frutos. Os valores em % foram previamente transformados

pela fórmula arco seno [(x+0,5)/100]1/2. Os dados foram

submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Tukey (p<0,05), com o auxílio do programa SAS (SAS

Institute, Cary, NC, EUA).

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na colheita os frutos os frutos de Vacaria, RS, safra

2014/15, apresentaram porcentagem de cor vermelha de 12%,

cor da casca no lado mais e menos vermelho (h°) de 36,3 e 88,99

respectivamente, e firmeza de polpa de 53,84 N. Em relação aos

frutos provenientes do município de Urubici, SC, na safra

Page 52: qualidade de ameixas 'laetitia

54

2014/15 a porcentagem de cor vermelha foi de 48%, cor da casca

no lado mais e menos vermelho (h°) 38,12 e 90,15

respectivamente e firmeza de polpa 50,31 N e safra 2015/16 a

cor da casca no lado mais e menos vermelho (h°) 32,39 e 94,89

respectivamente e firmeza de polpa 48,31 N.

Os frutos submetidos ao tratamento térmico a 37°C

durante 24 horas simultaneamente à exposição ao vapor de

etanol (0,15%) a apresentaram sintoma de fitotoxidez,

caracterizado por lesões na epiderme de coloração marrom

(figura 3), com escurecimento total da polpa e escurecimento

parcial da epiderme, tanto em frutos colhidos em Vacaria, RS,

quanto em frutos colhidos em Urubici, SC, em ambas as safras.

Figura 3 – Sintoma de fitotoxidez observada em ameixas

‘Laetitia’ colhidas em Urubici, SC, safra 2014/15,

submetidas ao tratamento térmico a 37°C durante

24 horas simultaneamente à exposição ao vapor de

etanol (0,15%) e armazenados por 35 dias a

1±0,2°C e 92±2% de UR.

Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Page 53: qualidade de ameixas 'laetitia

55

A incidência deste dano em frutos de Urubici, SC, foi de

100%, em ambas as safras (Figura 4) (dados não apresentados).

Já em frutos de Vacaria, RS, a incidência de fitotoxidez foi de

57% (dados não apresentados). É evidente que este dano foi

decorrente da combinação dos efeitos causados pelo álcool e o

tratamento térmico sobre a fluidez das membranas celulares. Em

maçãs, a aplicação de altas concentrações de acetaldeído

(VIDRIH; ZAVRTANIK; HRIBAR, 1997) e vapor de etanol

(WEBER et al., 2016) resultou, respectivamente, em

escurecimento da epiderme e polpa. A escolha de temperaturas

e tempo de tratamento adequados depende da cultivar, estádio

de maturação do fruto, tamanho do fruto, e das condições

durante a estação de crescimento (LURIE, 2008). Segundo

Valero e Serrano (2010), os danos pelo tratamento térmico

podem ser tanto externos como internos, envolvendo o

escurecimento da casca e polpa.

Page 54: qualidade de ameixas 'laetitia

56

Figura 4 – Na figura estão representados os tratamentos do

experimento 1, sendo estes: T1- controle; T2 - etanol

na concentração (0,15%); T3 - tratamento térmico á

37°C no período de 24 horas; T4 - tratamento térmico

á 40°C no período de seis horas; T5 - tratamento

térmico á 37°C no período de 24 horas

simultaneamente a exposição dos frutos ao etanol

durante 24 horas na concentração de 0,15%; T6 -

tratamento térmico á 40°C no período de seis horas e

simultaneamente a exposição dos frutos ao etanol

durante 24 horas na concentração 0,15%.

Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Em frutos colhidos em Vacaria- RS, a perda de massa foi

superior apenas no tratamento térmico a 37°C combinado com a

Page 55: qualidade de ameixas 'laetitia

57

aplicação de vapor de etanol (3,3%), em relação ao tratamento

controle (0,4%) (dados não apresentados). Em frutos de Urubici,

SC, na safra 2014/15, a perda de massa foi superior no

tratamento térmico a 37°C combinado com a aplicação de vapor

de etanol (3,1%), tratamento térmico a 40°C sem (2,3%) e com

(2,1%) a combinação com vapor de etanol, em relação ao

controle (1,4%), (dados não apresentados). Na safra 2015/16 não

houve diferença entre tratamentos para perda de massa (dados

não apresentados)

Em frutos colhidos em Urubici, SC, submetidos ao

tratamentos com vapor de etanol, excetuando o tratamento

térmico a 37°C durante 24 horas simultaneamente à exposição

ao vapor de etanol (0,15%) que foi descartado por apresentar

sintoma de fitotoxidez (Figura 3), proporcionaram menor taxa

de produção de etileno em comparação ao controle para os dois

anos de avaliação. Já para os frutos provenientes de Vacaria, RS,

não foram verificadas diferenças significativas entre os

tratamentos para a produção de etileno (dados não

apresentados). Para Bai et al. (2004), o mecanismo de ação do

etanol está relacionado a concentração endógena de acetaldeído,

que é um fator biologicamente ativo e que afeta a produção de

etileno. Em brócolis e melões foi observado que o vapor de

etanol inibiu a produção de etileno pela forte redução na

atividade das enzimas ACC sintase e ACC oxidase, devido à

redução na expressão dos genes BO-ACO1, BO-ACO2 e BO-

ACS1 em brócolis (ASODA et al., 2009), e CM-ACO1, CM-

ACO2, CM-ACO3, CM-ACS1, CM-ACS2 e CM-ACS3 em

melões (JIN et al., 2013). Na safra 2015/16, os frutos submetidos

ao tratamento térmico a 37°C por 24 horas e 40°C por 6 horas

também apresentaram menor taxa de produção de etileno em

relação ao controle (Tabela 1). Nesse ano, a menor taxa de

produção de etileno foi observada em frutos submetidos a 40°C

por 6 horas combinado com a aplicação do vapor de etanol por

24 horas, sem diferir dos frutos submetidos apenas ao tratamento

térmico a 40°C. O efeito do tratamento térmico na redução da

Page 56: qualidade de ameixas 'laetitia

58

produção de etileno foi verificado em pêssegos (BUDDE et al.,

2006; VITTI et al., 2007) e Myrica rubra (LUO et al., 2009),

sendo relacionado à inibição da enzima ACC oxidase durante a

exposição dos frutos a temperaturas superiores a 35 °C (BUDDE

et al., 2006).

A taxa respiratória apresentou diferença entre o controle

e os demais tratamentos em frutos colhidos em Urubici, SC,

somente na safra 2014/15, onde o tratamento com aplicação de

vapor de etanol e vapor de etanol juntamente com tratamento

térmico a 40°C por 6 horas tiveram menor taxa respiratória, em

relação ao controle (Tabela 1). A exposição dos frutos e

hortaliças, como tomate e brócolis, aos produtos da fermentação

(etanol ou aldeído acético), em doses não tóxicas, pode diminuir

a taxa respiratória (ASODA et al., 2009). Provavelmente, a

diminuição da taxa respiratória deve-se a supressão da produção

de etileno (SUZUKI; UJI; TERAI, 2004). Nos demais

experimentos não foram observados diferenças significativas

entre tratamentos para a taxa respiratória (dados não

apresentados).

Page 57: qualidade de ameixas 'laetitia

59

Tabela 1 – Taxas de produção de etileno e respiratória de

ameixas ‘Laetitia’ colhidas em Urubici, SC,

submetidas a diferentes tratamentos pós colheita e

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) durante 35 dias seguidos

de três dias em condições ambiente (temperatura

20±5°C e 63±2% de UR).

Tratamentos

Taxa de produção de

etileno

(ƞmol kg-1 s-1)

Taxa

respiratória

(ƞmol kg-1 s-1)

2014/15 2015/16 2014/15

Controle 0,82 a 1,51 a 252,3 a

Etanol 0,08 b 0,98 b 174,6 bc

37°C/24h 0,34 ab 0,82 bc 211,3 ab

40°C/6h 0,49 ab 0,66 cd 201,5 abc

37°C/24h + Etanol - . .

40°C/6h + Etanol 0,03 b 0,45 d 141,3 c

CV (%) 62,6 12,2 16,1

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração

de 0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Em relação à cor da epiderme, na saída da câmara, não

houve diferença entre o controle e os demais tratamentos, em

frutos de ambas as regiões de produção e safras avaliadas (dados

não apresentados). Todavia, após três dias de exposição dos

frutos em condição ambiente, o tratamento térmico, em ambas

as temperaturas, associado ao vapor de etanol, em frutos

colhidos em Vacaria, RS, o tratamento vapor de etanol, em

ambas as safras no município de Urubici, SC, e o tratamento

térmico a 40°C associado ao vapor de etanol, em frutos colhidos

em Urubici, SC, na safra 2014/15, mantiveram a epiderme dos

frutos menos vermelha (Tabela 2). A cor da epiderme é um

importante indicador do estádio de amadurecimento dos frutos

Page 58: qualidade de ameixas 'laetitia

60

(PALAPOL et al., 2009). A menor evolução da coloração da

epiderme nas ameixas ‘Laetitia’ (maior ho da epiderme)

submetidas ao tratamento com vapor de etanol, associado ou não

ao tratamento térmico, deve estar relacionada, em parte, à menor

taxa de produção de etileno, pois a mudança na cor, durante o

amadurecimento de ameixas, é um processo dependente da ação

deste fitormônio (STANGER et al., 2014). Além disso, em

brócolis, a aplicação de vapor de etanol diminuiu a atividades de

enzimas clorofilases e Mg-dequelatase e reduziu a degradação

de clorofilas (XU et al., 2012), bem como reduziu a síntese de

etileno (ASODA et al., 2009).

Page 59: qualidade de ameixas 'laetitia

61

Tabela 2 – Cor da casca (h°) na região mais e menos vermelha

em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

tratamentos pós-colheita e armazenadas sob

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de

UR) durante 35 dias seguidos de três dias em

condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR). hº (Região + vermelha)

Tratamento Vacaria Urubici 2014/15 2014/15 2015/16

Controle 26,2 c 10,9 b 19,6 b

Etanol 28,8 bc 24,1 a 23,5 a

37°C/24h 26,5 c 19,1 b 19,4 b

40°C/6h 26,9 c 17,8 b 21,1 ab

37°C/24h + Etanol 35,1 a . .

40°C/6h + Etanol 31,9 ab 26,4 a 20,9 ab

CV (%) 6,0 6,0 8,1

hº (Região - vermelha)

Controle 38,2 b 42,0 c 45,3ns

Etanol 46,6 b 59,4 ab 44,0

37°C/24h 44,4 b 48,9 bc 40,5

40°C/6h 44,8 b 44,1 c 42,8

37°C/24h + Etanol 66,8 a . .

40°C/6h + Etanol 57,8 a 68,8 a 46,6

CV (%) 8,8 10,0 12,6

38,2 b 42,0 c 45,3ns

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração

de 0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Para os atributos de textura e firmeza de polpa, os

tratamentos com a aplicação de vapor de etanol isolado ou em

associação com o tratamento térmico proporcionaram maiores

valores, em relação ao controle, para ambos locais e safras

(Tabela 3). Há divergências na literatura quanto ao efeito de

produtos alternativos sobre o amadurecimento de frutos, como

Page 60: qualidade de ameixas 'laetitia

62

exemplo, foi verificado que vapor de etanol reduziu a atividade

de enzimas pectnolíticas (pectina) em goiabas e manteve a

firmeza da polpa por mais tempo, no entanto, acelerou o

amadurecimento de bananas (SIDDIQUI et al., 2005). Todavia,

em tomates e melões também foi observado retardo na redução

da firmeza de polpa em frutos submetidos ao vapor de etanol

(TZORTZAKIS; ECONOMAKIS, 2007; JIN et al., 2013). Jin et

al. (2013) atribuíram a maior firmeza de polpa em melões

tratados com vapor de etanol ao retardo da senescência. Com o

avanço do amadurecimento, os frutos vão se tornando mais

macios devido à diminuição da turgescência e à hidrólise das

substâncias pécticas que compõem a parede celular

(MALGARIM et al., 2007). Em geral, as alterações na

consistência dos frutos durante o amadurecimento resultam,

predominantemente, da desestruturação da parede celular, que

envolve a interação complexa de várias enzimas hidrolíticas

(ALI et al., 2004). O avanço no amadurecimento promove a

degradação de protopectina da lamela média e da parede celular

primária e o aumento da pectina solúvel nos tecidos da polpa do

fruto (JACOMINO et al., 2002).

Segundo Argenta et al. (2003), ameixas com firmeza de

polpa menores de 9 N são consideradas impróprias ao consumo.

A aplicação do vapor de etanol se mostrou eficiente na

manutenção da firmeza de polpa, uma vez que em todos os

tratamentos que continham aplicação de vapor de etanol,

independentemente do local de produção ou safra, a firmeza de

polpa ficou acima de 9 N, mesmo depois de três dias em

temperatura ambiente (Tabela 3). O tratamento controle

proporcionou firmeza de polpa superior 9 N apenas em frutos

colhidos em Vacaria, RS, na safra 2014/15 (Tabela 3). O

tratamento térmico, embora não tenha diferido do controle,

propiciou firmeza de polpa superior a 9 N em ameixas colhidas

em Vacaria, RS, tanto a 37 °C quanto a 40 °C, e levemente

superior em ameixas colhidas em Urubici, SC, na temperatura

Page 61: qualidade de ameixas 'laetitia

63

de 37°C (10,5 N), na safra 2014/15, e a 40 °C (9,5 N), na safra

2015/16 (Tabela 3).

Tabela 3 – Forças para ruptura de casca (N), penetração da polpa

(N) e compressão do fruto (N) e firmeza de polpa (N)

em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

tratamentos pós-colheita e armazenadas sob

refrigeração (temperatura de1±0,2°C e 92±2% de UR)

durante 35 dias seguidos de três dias em condições

ambiente (temperatura de20±5°C e 63±2% de UR).

(Continua)

Força para ruptura da casca (N)

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16 Controle 5,9 c 5,1 c . Etanol 7,9 b 8,7 b . 37°C/24h 6,1 c 5,5 c . 40°C/6h 6,5 c 5,7 c . 37°C/24h + Etanol 9,1 a . . 40°C/6h + Etanol 10,1 a 11,4 a . CV (%) 5,0 10,3 .

Força para penetração da polpa (N)

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 1,1 c 0,7 c . Etanol 1,5 b 1,3 b . 37°C/24h 1,1 c 0,8 c . 40°C/6h 0,9 c 0,7 c . 37°C/24h + Etanol 2,2 a . . 40°C/6h + Etanol 1,9 a 2,1 a . CV (%) 10,8 13,7 .

Page 62: qualidade de ameixas 'laetitia

64

Tabela 3 – Forças para ruptura de casca (N), penetração da polpa

(N) e compressão do fruto (N) e firmeza de polpa (N)

em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

tratamentos pós-colheita e armazenadas sob

refrigeração (temperatura de1±0,2°C e 92±2% de UR)

durante 35 dias seguidos de três dias em condições

ambiente (temperatura de20±5°C e 63±2% de UR).

(Conclusão)

Força para compressão do fruto (N)

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 45,8 c 31,9 d 29,1 b Etanol 58,4 b 58,9 bc 50,1 a 37°C/24h 43,1 c 33,5 cd 30,7 b 40°C/6h 47,6 c 61,7 b 31,6 b 37°C/24h + Etanol 71,6 a . . 40°C/6h + Etanol 66,9 ab 141,6 a 47,7 a CV (%) 8,1 17,1 8,6

Firmeza (N)

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 14,5 c 7,5 b 8,6 b Etanol 22,9 b 20,2 a 15,1 a 37°C/24h 14,9 c 10,5 b 8,6 b 40°C/6h 14,3 c 8,6 b 9,5 b 37°C/24h + Etanol 33,1 a . . 40°C/6h + Etanol 29,8 a 25,1 a 15,2 a

CV (%) 8,6 20,2 15,1 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração de

0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Não houve diferença entre os tratamentos para os sólidos

solúveis (dados não apresentados). A acidez titulável, em

relação ao controle, foi superior nas ameixas submetidas ao

tratamento térmico a 40°C por 6 horas, em frutos colhidos em

Page 63: qualidade de ameixas 'laetitia

65

Vacaria, RS, safra 2014/15, e ao tratamento térmico a 37°C por

24 horas e tratamento térmico a 40°C por 6 horas mais aplicação

de vapor de etanol, em frutos colhidos em Urubici, SC, na safra

2014/15 (dados não apresentados).

A incidência de escurecimento da polpa (Figura 5), em

frutos de Vacaria, RS, safra 2014/15, foi menor quando

submetidos ao tratamento térmico (37°C e 40°C) e ao tratamento

térmico a 40°C por 6 horas combinado com a aplicação de vapor

de etanol, e de Urubici, SC, safra 2015/16, somente nos

tratamentos térmicos (37°C e 40°C) incidência do

escurecimento da polpa foi menor, ambos em relação ao controle

(Tabela 4). O tratamento térmico vem sendo utilizado para

aumentar a resistência dos frutos à baixa temperatura e para

aumentar o benefício da refrigeração. A resposta ao estresse

térmico é caracterizada por uma larga atenuação na atividade de

transcrição e tradução, com a exceção das proteínas de choque

térmico (heat shock protein – HPSs), as quais acumulam de

forma dose-dependente e parecem responder na maior parte pela

termotolerância (QUEITSCH et al., 2000). As HSPs contribuem

para a tolerância ao estresse abiótico devido ao seu papel de

estabilização de membranas celulares (HORVÁTH et al., 2008).

As HSP’s podem auxiliar na manutenção da fluidez e

integridade das membranas celulares em frutas e legumes

submetidos ao estresse por frio (HORVÁTH et al., 2008).

Sevillano et al. (2009) relataram que o tratamento com ar quente

reduziu a injuria por frio em graviola e que este efeito ocorreu

associado à indução da expressão de genes que codificam para

HSPs. He et al. (2012) também observaram que o tratamento

com ar quente reduziu a injuria por frio em banana. Os autores

sugeriram que o tratamento com calor causou aumento da

resistência à injuria por frio por estimular a expressão de genes

que codificam para proteínas HSPs durante o armazenamento

refrigerado (AGHDAM; BODBODAK, 2014). Em contra

partida, em frutos de Vacaria, RS, o tratamento térmico a 37°C

por 24 horas combinado com a aplicação de vapor de etanol

Page 64: qualidade de ameixas 'laetitia

66

aumentou a incidência de escurecimento da polpa (Tabela 4), o

que deve estar relacionado ao efeito fitotóxico do vapor de

etanol quando aplicado em alta temperatura. Já nos frutos de

Urubici, SC, submetidos o tratamento térmico a 37°C por 24

horas combinado com a aplicação de vapor de etanol, em ambas

as safras, não foi possível avaliar o escurecimento de polpa dos

frutos após três dias de exposição dos frutos em condições

ambiente, pois já na saída da câmara 100% dos frutos

apresentavam escurecimento da epiderme e da polpa (dados não

apresentados).

Figura 5 – Escurecimento de polpa em ameixa ‘Laetitia’

armazenadas sob refrigeração (temperatura

de1±0,2°C e 92±2% de UR) durante 35 dias

seguidos de três dias em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR). Fruto

proveniente da safra 2014/15 do município de

Vacaria, RS.

Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Page 65: qualidade de ameixas 'laetitia

67

Em frutos de Urubici, SC, na safra 2014/15, em relação

ao controle, a aplicação de etanol isoladamente ou em conjunto

com o tratamento térmico a 40°C por 6 horas reduziu a

severidade do escurecimento da polpa (Tabela 4). Em ameixas

tem sido proposto que o escurecimento da polpa é decorrente de

um processo oxidativo relacionado à produção de espécies

reativas de oxigênio, que causam a peroxidação de lipídeos, com

consequente danos às membranas celulares (SINGH; SINGH,

2013a). Quando o fruto está sob estresse e o equilíbrio entre a

produção de EROs e a atividade antioxidante é rompido a favor

dos compostos oxidantes, ocorrem danos oxidativos nas

estruturas celulares (KIM; KWAK, 2010). As enzimas

antioxidantes estão presentes em diferentes compartimentos

celulares e contribuem para o controle das EROs em plantas, o

que confere um estado de homeostase celular (BARBOSA et al.,

2014). Além disso, o escurecimento de polpa em frutos pode ser

decorrente da redução do metabolismo energético e do conteúdo

de fosfolipídios, com consequente descompartimentalização

intracelulares (PEDRESCHI et al., 2009). Para Stanger et al.

(2014), na cultivar ‘Laetitia’, embora não tenha ocorrido

diferença entre os estádios de maturação para a incidência de

escurecimento da polpa, os frutos colhidos no estádio de

maturação 45 a 50% de cor vermelha apresentaram polpa com

coloração mais clara (indicado pelo maior valor de L) do que os

frutos colhidos nos estádios 20 a 25% de cor vermelha e 70 a

75% de cor vermelha. Estes resultados concordam com os

resultados obtidos no presente trabalho, pois os frutos colhidos

em Vacaria, RS, na safra 2014/15, foram colhidos com menos

de 25% de cor vermelha da epiderme e apresentaram a polpa

mais escura do que os frutos de Urubici, SC, na safra 2014/15.

A colheita precoce de frutos pode prejudicar a sua aparência,

pois reduz a pigmentação de cor vermelha da epiderme

(CASQUERO; GUERRA, 2009). De acordo com Nunes et al.

(2009), a cor da epiderme e da polpa são atributos importantes

Page 66: qualidade de ameixas 'laetitia

68

para a qualidade de ameixas que desenvolvem pigmentação na

epiderme e na polpa.

Tabela 4 – Incidência (%) e severidade (L) de escurecimento em

ameixas ‘Laetitia’ submetidas a diferentes

tratamentos pós-colheita e armazenadas sob

refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de

UR) durante 35 dias seguidos por mais três dias em

condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR). Incidência (%)

Tratamento Vacaria Urubici 2014/15 2014/15 2015/16

Controle 46,7 b 35,9ns 91,3 a

Etanol 40,8 b 37,6 91,3 a

37°C/24h 27,7 c 58,2 61,3 b

40°C/6h 21,3 c 58,8 71,3 b

37°C/24h + Etanol 72,8 a . .

40°C/6h + Etanol 28 c 36,7 89,9 a

CV (%) 18,0 16,1 12,1

Severidade (L)

Controle 41,2 abc 44,3 c 46,4ns

Etanol 42,1 ab 54,4 a 46,4

37°C/24h 42,2 ab 50,2 ab 46,4

40°C/6h 40,4 bc 46,3 bc 45,2

37°C/24h + Etanol 38,2 c . .

40°C/6h + Etanol 44,3 a 53,4 a 46,5

CV (%) 3,6 4,3 4,1

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração

de 0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Não foram observadas diferenças significativas para a

peroxidação de lipídios em frutos provenientes de Vacaria, RS.

Já para os frutos de Uribici, SC, as ameixas submetidas ao

tratamento térmico a 37 °C por 24 horas, na safra 2014/15, e ao

Page 67: qualidade de ameixas 'laetitia

69

tratamento térmico a 40°C por 6 horas mais vapor de etanol, na

safra 2015/16, apresentaram menores valores de peroxidação de

lipídios (Tabela 5). Aghdam e Bodbodam (2014) sugeriram que

o tratamento com ar quente aumenta a manutenção da

integridade da membrana e a tolerância a injúria por frio, por

meio da diminuição significativa de fosfolipase D e atividade da

enzima lipoxigenase (LOX). Essa maior resistência pode estar

relacionada à manutenção da estrutura, à permeabilidade das

membranas e ao incremento na atividade de sistemas

antioxidantes, que auxiliam na remoção de substâncias tóxicas

acumuladas durante o período de exposição à baixa temperatura

(YAHIA et al., 2007).

O teor de compostos fenólicos totais (CFT), em frutos de

Vacaria, RS, foi menor nos tratamentos com vapor de etanol,

tratamento térmico a 37°C por 24 horas mais vapor de etanol e

tratamento térmico 40° C por 6 horas mais vapor de etanol. Em

frutos de Urubici, SC, na safra 2014/15, vapor de etanol,

tratamento térmico a 40°C por 6 horas e tratamento térmico a

40°C por 24 horas mais vapor de etanol causaram menor teor de

compostos fenólicos. O comportamento dos frutos de Urubici,

SC, na safra 2015/16 foi semelhante, onde o tratamento com

vapor de etanol e o tratamento térmico a 40°C por 6 horas mais

vapor de etanol tiveram menor teor de CFT em relação ao

controle (Tabela 5). Os compostos fenólicos são metabólitos

secundários sintetizados por plantas durante o desenvolvimento

normal, e em resposta a condições de estresse tais como

infecções, ferimentos, radiação ultravioleta (UV), entre outras.

As plantas contêm fenóis simples, ácidos fenólicos (derivados

do ácido benzóico e cinâmico), cumarinas, flavonoides,

estilbenos, taninos, lignanas e ligninas. Estes compostos

fenólicos podem atuar atraindo polinizadores, contribuindo na

pigmentação, como antioxidantes, e como agentes protetores

contra luz ultravioleta, patógenos, predadores, entre outras

funções (NACZK; SHAHIDI, 2006). O estresse causado aos

frutos, em razão do armazenamento refrigerado, pode ativar o

Page 68: qualidade de ameixas 'laetitia

70

metabolismo secundário das células, que é uma das rotas

formadoras de compostos fenólicos (DING et al., 2001), o que

explica o incremento no teor de fenóis totais, presentes em frutos

de nêspera ao longo do armazenamento (EDAGI et al., 2009).

Da mesma forma pode explicar o fato de o tratamento térmico

ter sido maior em relação a tratamentos com aplicação de etanol,

para os experimentos de Vacaria, RS, safra 2014/15, e Urubici,

SC, safra 2015/16, mostrando que em tratamentos com etanol

isolado ou em conjunto com tratamento térmico, os compostos

fenólicos se mostraram menores em relação ao controle e ao

tratamento térmico, quando utilizado de forma isolada.

A atividade antioxidante total (ATT), determinada pelo

método ABTS, na safra 2014/15, não apresentou diferença entre

o controle e os demais tratamentos, em frutos de ambas as

regiões de produção (Tabela 5). Já na safra 2015/16 com frutos

provenientes de Urubici, SC, os tratamentos que tiveram menor

atividade antioxidante, pelo método ABTS, foram vapor de

etanol e tratamento térmico a 40 °C por 6 horas mais aplicação

de vapor de etanol (Tabela 5). Já pelo método DPPH, na safra

2014/15 com frutos provenientes de Vacaria, RS, a menor

atividade antioxidante foi no tratamento térmico a 40°C mais

aplicação de vapor de etanol (Tabela 5). Para os frutos

provenientes de Urubici, SC, na safra 2014/15, não houve

diferença entre o tratamento controle e os demais tratamentos.

Na safra 2015/16 o tratamento com aplicação de vapor de etanol

apresentou menor atividade antioxidante (Tabela 5). Kristl et al.

(2011) observaram que a evolução da maturação resultou em

aumento na ATT de ameixas. A redução nos CFT e AAT em

ameixas ‘Laetitia’ tratadas com vapor de etanol pode estar

relacionada ao fato deste tratamento ter reduzido a taxa de

produção de etileno e consequentemente o amadurecimento. Em

geral, ameixas tem uma atividade antioxidante mais elevada do

que as nectarinas e pêssegos (GIL et al., 2002). De acordo com

Rotili et al. (2013), a atividade antioxidante em frutos é

decorrente da ação de uma variedade de compostos que são

Page 69: qualidade de ameixas 'laetitia

71

degradados ou sintetizados durante o armazenamento, em

resposta a estresses bióticos e abióticos.

Tabela 5 - Valores de peroxidação de lipídios (MDA; nmol g-1

MF), conteúdo de compostos fenólicos totais (CFT;

mg EAG.100 g-1) e atividade antioxidante total

(AAT; quantificada pelos métodos DPPH e ABTS,

expressa em μg de equivalente Trolox.g-1 de massa

fresca), em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e armazenadas

sob refrigeração (temperatura de1±0,2°C e 92±2%

de UR) durante 35 dias seguidos de três dias em

condições ambiente (temperatura 20±5°C e 63±2%

de UR). (Continua)

MDA

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16 Controle 1,8 ns 2,1 a 5,6 a Etanol 2,3 1,9 a 5,7 a 37°C/24h 2,5 1,1 b 4,7 ab 40°C/6h 2,9 2,3 a 5,4 ab 37°C/24h + Etanol 2,7 . . 40°C/6h + Etanol 2,8 1,8 ab 4, 2 b CV (%) 29,8 19,4 12,5

CFT

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 203,3 a 168,7 a 161,6 a Etanol 134,7 c 129,1 d 122,5 b 37°C/24h 166,9 ab 161,5 ab 160,5 a 40°C/6h 181,0 ab 147,0 bc 176,1 a 37°C/24h + Etanol 124,2 c . . 40°C/6h + Etanol 134,8 c 136,7 cd 122,3 b CV (%) 8,2 4,8 9,8

Page 70: qualidade de ameixas 'laetitia

72

Tabela 5 - Valores de peroxidação de lipídios (MDA; nmol g-1

MF), conteúdo de compostos fenólicos totais (CFT;

mg EAG.100 g-1) e atividade antioxidante total

(AAT; quantificada pelos métodos DPPH e ABTS,

expressa em μg de equivalente Trolox.g-1 de massa

fresca), em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e armazenadas

sob refrigeração (temperatura de1±0,2°C e 92±2%

de UR) durante 35 dias seguidos de três dias em

condições ambiente (temperatura 20±5°C e 63±2%

de UR). (Conclusão)

ABTS

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 9,9 ab 9,0 ab 11,8 a Etanol 8,4 b 9,3 ab 6,1 b 37°C/24h 10,7 ab 10,7 a 11,0 a 40°C/6h 10,7 ab 9,5 a 10,7 a 37°C/24h + Etanol 8,6 b . . 40°C/6h + Etanol 12,2 a 6,6 b 6,7 b CV (%) 13,2 13,5 13,6

DPPH

Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 6170 a 6098 ab 3403 ab Etanol 6136,7 a 5831 b 2628 c 37°C/24h 6353,1 a 6170 a 3531 ab 40°C/6h 6335,6 a 5955 ab 3961 a 37°C/24h + Etanol 6130 a . . 40°C/6h + Etanol 4877,5 b 5876 ab 2991 bc CV (%) 3,0 2,3 8,2

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração

de 0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

Page 71: qualidade de ameixas 'laetitia

73

Em frutos de Vacaria, RS, na safra 2014/15, o tratamento

com aplicação de vapor de etanol e o tratamento com vapor de

etanol mais tratamento térmico a 37°C por 24 horas

proporcionaram maior atividade da POD (Tabela 6). Em frutos

de Urubici, SC, safra 2014/15, o tratamento térmico, em ambas

as temperaturas, e tratamento com vapor de etanol mais 40°C

por 6 horas apresentaram maior atividade da POD (Tabela 6).

No experimento realizado na safra 2015/16 os frutos submetidos

ao vapor de etanol mais tratamento térmico a 40°C apresentaram

maior atividade da POD (Tabela 6). A POD desempenha um

papel importante no crescimento das plantas, desenvolvimento,

e diferenciação, pois catalisa a oxidação de vários substratos

(por exemplo, fenóis, aminas aromáticas), utilizando H2O2.

Apresenta importantes funções fisiológicas, que incluem,

aqueles em lignificação, remoção de espécies reativas de

oxigênio altamente tóxicas, a biossíntese de etileno e da defesa

contra agentes patogénicos (FERNÁNDEZ-TRUJILLO et al.,

2003). Tem sido sugerido que o etanol pode regular o sistema

antioxidante. Em brócolis, além de retardar a senescência, o

vapor de etanol aumentou a atividade da POD (HAN et al.,

2006). A ação da catalase (CAT) e da POD destaca a diferença

básica entre as duas principais rotas metabólicas do H2O2 nas

células. A remoção de H2O2 por peroxidases requer uma

pequena molécula redutora (ou proteínas como o citocromo c ou

tioredoxina) para agir como um cofator de regeneração e não

leva à evolução de O2, porque a água é o produto da reação

(MHAMDI; NOCTOR; BAKER, 2012). A POD utiliza o H2O2

como oxidante e composto de natureza fenólica como doadores

de elétrons. Dessa forma, o H2O2 formado pela ação da SOD

também pode ser eliminado pela POD, além da CAT e POD

(LOCATO et al., 2010).

Em frutos de Vacaria, RS, safra 2014/15, a maior

atividade da SOD foi no tratamento térmico 40°C por 6 horas,

com e sem aplicação de vapor de etanol (Tabela 6). Em frutos

provenientes de Urubici, SC, em ambas as safras, os tratamentos

Page 72: qualidade de ameixas 'laetitia

74

vapor de etanol e tratamento térmico na temperatura de 40°C por

6 horas mais aplicação de vapor de etanol proporcionaram maior

atividade da SOD (Tabela 6). A SOD é a primeira enzima

ativada em reações de peroxidação e a produção de H2O2 pode

servir como um mensageiro químico no caso de um eventual

estresse, antes de ser metabolizado pela CAT e POD. As SODs

são metalo-enzimas consideradas a primeira linha de defesa

contra as ROS e que catalisam a dismutação de dois radicais O2-

, gerando H2O2 e O2. Essas enzimas participam da modulação do

nível de H2O2 em cloroplastos, mitocôndrias, citosol e

peroxissomos (BHATTACHARJEE, 2010). Uma vez que

dismutam o O2-, agem indiretamente na redução do risco de

formação do OH- a partir do O2- (DINAKAR et al., 2012). Cao

et al. (2010) relataram que o tratamento com ar quente reduziu a

injuria por frio em pêssegos e incrementou a atividade de

enzimas antioxidantes (SOD, CAT, APX e glutationa redutase

(GR)) e reduziu a atividade LOX.

O conteúdo de H2O2 apresentou diferença apenas em

frutos de Vacaria, RS, safra 2014/15, onde o tratamento térmico

a 40°C por 6 horas mais aplicação de vapor de etanol resultou

em menor conteúdo em relação ao controle, porém sem diferir

dos demais tratamentos (Tabela 6). O H2O2 é considerado um

dos sinais envolvidos em morte celular programada (BEERS e

McDOWELL, 2001) e é produzido a partir de diferentes fontes

do metabolismo normal, mas, sob estresse abiótico, a sua

produção é bastante aumentada. Shao e Tu (2013) relataram que

o tratamento com ar quente atenuou o dano por frio em nesperas,

que foi associado com a diminuição do teor de lignina, que pode

ser atribuído à diminuição do acúmulo de H2O2. Shao e Tu

(2013) sugeriram que o tratamento térmico poderia diminuir a

acumulação de H2O2 pelo aumento da atividade de enzimas

antioxidantes (SOD, APX, GR e CAT), reduzindo a peroxidação

de ácidos graxos insaturados de membranas e mantendo uma

maior relação ácidos graxos insaturados/ácidos graxos

saturados.

Page 73: qualidade de ameixas 'laetitia

75

Tabela 6 - Atividade das enzimas peroxidase (POD; μmo-1min-

1mgl proteína) superóxido dismutase (SOD; μmo-

1min-1mgl proteína) e peroxido de hidrogênio (H2O2;

µmol g-1), em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e armazenadas

sob refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e

temperatura de 92±2% de UR) durante 35 dias

seguidos de três dias em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR). (Continua)

Peroxidase (POD) Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 3,8 b 1,6 b 1,7 bc

Etanol 9,3 a 4,9 ab 2,4 ab

37°C/24h 6,3 ab 5,2 a 1,1 c

40°C/6h 6,7 ab 5,8 a 1,3 c

37°C/24h + Etanol 9,0 a . .

40°C/6h + Etanol 6,1 ab 5,7 a 2,8 a

CV (%) 26,5 31,5 17,0

Superóxido Dismutase (SOD) Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 19,6 cd 10,4 c 5,8 c Etanol 23,7 bc 14,7 ab 12,1 a 37°C/24h 14,5 d 12,8 ab 8,3 b 40°C/6h 31,2 a 11,0 bc 8,9 b 37°C/24h + Etanol 23,4 bc . . 40°C/6h + Etanol 26,2 ab 15,5 a 13,4 a

CV (%) 9,7 13,9 8,8

Page 74: qualidade de ameixas 'laetitia

76

Tabela 6 - Atividade das enzimas peroxidase (POD; μmo-1min-

1mgl proteína) superóxido dismutase (SOD; μmo-

1min-1mgl proteína) e peroxido de hidrogênio (H2O2;

µmol g-1), em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes tratamentos pós-colheita e armazenadas

sob refrigeração (temperatura de 1±0,2°C e

temperatura de 92±2% de UR) durante 35 dias

seguidos de três dias em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR).

(Conclusão)

Peroxido de Hidrogênio (H2O2) Tratamento Vacaria Urubici

2014/15 2014/15 2015/16

Controle 23,2 a 14,6ns 20,2 ns

Etanol 21,5 ab 12,0 18,2

37°C/24h 22,6 ab 14,6 19,2

40°C/6h 20,9 ab 14,5 18,1

37°C/24h + Etanol 19,3 ab . .

40°C/6h + Etanol 17,7 b 13,9 18,7

CV (%) 10,4 11,0 16,0 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Etanol na concentração

de 0,15% v/v. Fonte: Produção do próprio autor, 2016.

2.5 CONCLUSÕES

1. A aplicação de tratamentos alternativos pós colheita, como

aplicação de etanol e tratamento térmico é eficiente no

retardo do amadurecimento de ameixas ‘Laetitia’, mas

quando esses tratamentos não são aplicados de acordo com

a concentração ideal para o fruto, pode-se ocorrer

fitotoxidez nos mesmos.

2. Houve efeito sinérgico entre o tratamento térmico a 40°C

por 6 horas em conjunto com aplicação de vapor de etanol,

de maneira geral reduzindo a severidade do escurecimento

Page 75: qualidade de ameixas 'laetitia

77

da polpa, retardando o amadurecimento e mantendo a

qualidade de ameixas ‘Laetitia’. Esse efeito sinérgico se

mostrou efetivo na redução do estresse oxidativo durante o

armazenamento.

3. A aplicação de etanol se mostrou eficiente na redução da

severidade do escurecimento da polpa, porém o efeito não

foi recorrente entre as safras e entre frutos de municípios

diferentes, o que sugere que a aplicação de etanol

proporciona bons resultados na redução do distúrbio,

apresentou também maior firmeza de polpa em todas as

safras, porém, a eficácia irá depender principalmente de

fatores como ponto de maturação dos frutos e concentração

do etanol aplicado e a quantidade absorvida pelo fruto.

Enquanto que de maneira geral, o tratamento térmico

reduziu a incidência do escurecimento da polpa em ameixas

‘Laetitia’.

3 ESTRESSE INICIAL POR BAIXO OXIGÊNIO REDUZ

O ESCURECIMENTO DA POLPA E RETARDA O

AMADURECIMENTO DE AMEIXAS ‘LAETITIA’

3.1 RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes

períodos de estresse inicial por baixo oxigênio (ILOS) sobre o

amadurecimento e a incidência do escurecimento de polpa em

ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração, bem como

sobre o estresse oxidativo no tecido da polpa dos frutos. Os

frutos foram provenientes de pomares comerciais situados nos

municípios de Vacaria, RS, e Urubici, SC, nas safras de 2014/15

e 2015/16, respectivamente. Os tratamentos consistiram em

controle (os frutos foram imediatamente armazenados sob

refrigeração), aplicação de estresse inicial por baixo oxigênio

(ILOS) por 12 horas, aplicação de ILOS por 24 horas, aplicação

de ILOS por 48 horas, aplicação de ILOS por 72 horas, e

Page 76: qualidade de ameixas 'laetitia

78

exposição dos frutos por 48 horas em condições ambiente sem

ILOS. Na safra 2014/15, os frutos dos tratamentos com ILOS

apresentaram menores taxas de produção de etileno e

respiratória e menor incidência de escurecimento da polpa, bem

como maior atividade da enzima SOD. Os frutos com cor da

epiderme menos vermelha e maior força para compressão do

fruto e firmeza de polpa foram observados em ILOS por 48 e 72

horas. Menor quantidade de H2O2, e maior atividade da

superóxido dismutase (SOD) foram obtidos nos tratamentos

com ILOS por 12 e 24 horas. A utilização de ILOS em condições

ambiente para frutos provenientes de Vacaria, RS, safra

2014/15, manteve a qualidade dos frutos, além de reduzir a

incidência do escurecimento da polpa em todos os tratamentos

com ILOS. A exposição dos frutos ao ILOS, de maneira geral,

foi eficiente na resposta do fruto reduzindo o efeito do estresse

oxidativo. Frutos provenientes de Urubici, SC, na safra 2015/16,

submetidos ao ILOS por 12 horas, tiveram melhor resposta e se

mostrou eficaz na redução do escurecimento de polpa em

ameixas ‘Laetitia’ e no retardo do amadurecimento dos frutos.

Em relação ao estresse oxidativo o ILOS proporcionou maior

atividade das enzimas POD e SOD com ILOS por 72 horas e

menor atividade sob ILOS por 12 horas.

Palavras-chave: Prunus salicina, Estresse oxidativo, Distúrbio

fisiológico, Armazenamento refrigerado.

3.2 INTRODUÇÃO

A ameixa ‘Laetitia’ por ser uma cultivar tardia, ter boa

produção, e boa qualidade de frutos, atualmente é a cultivar mais

plantada na região Sul do Brasil (ARGENTA et al., 2011).

Contudo, apresenta quando conservada em armazenamento

refrigerado a incidência do escurecimento da polpa, distúrbio

comum em ameixas e que é causado pelo frio (SINGH; SINGH;

SWINNY, 2009; SINGH; SINGH, 2013b). Atualmente, o

Page 77: qualidade de ameixas 'laetitia

79

principal sistema empregado para a conservação de ameixas é o

armazenamento refrigerado. Todavia, neste sistema de

armazenamento pode ocorrer acentuada redução da firmeza de

polpa e a manifestação do escurecimento de polpa (ALVES et

al., 2009; SINGH; SINGH, 2013a; STANGER et al., 2014;

STEFFENS et al., 2014a, b), especialmente, em períodos de

armazenamento superior a 30 dias (ARGENTA et al., 2003).

Estes problemas são intensificados pela ação do etileno

(CANDAN; GRAELL; LARRIGAUDIÈRE, 2008; 2011),

sendo primordial a redução da síntese e da ação do etileno para

manter a qualidade dos frutos.

Como o etanol atua reduzindo a síntese e ação do etileno

(ASODA et al., 2009; XU et al., 2012; JIN et al., 2013), a

indução da produção de etanol pelo próprio fruto em condições

de baixo O2 (1 a 2 kPa) pode contribuir para o retardo do

amadurecimento dos frutos e para a redução do escurecimento

da polpa em ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração

O estresse por baixo oxigênio tem como resultado a

respiração anaeróbica dos frutos, que compreende a via

fermentativa, cuja função é produzir energia em pequena

quantidade, além da utilização do piruvato e do NADH oriundos

da glicólise (WEBER, 2010). Isso ocorre quando a cadeia de

transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa estiverem

inibidas (ZABALZA et al., 2009). A síntese de etanol em

pequenas concentrações, pela via fermentativa induzida por um

curto período de anaerobiose nos frutos, pode ser benéfica para

manutenção da qualidade dos mesmos durante o armazenamento

(BOTH et al., 2014). Adicionalmente, Lieber (1988) e Burdon

et al. (1996) sugerem que curtos períodos de anaerobiose,

proporcionados por ambientes de armazenagem com baixo O2,

sejam mais eficientes no controle do amadurecimento de frutos

pela produção de etanol e acetaldeído no interior da polpa dos

frutos, enquanto que a aplicação exógena destes compostos

atinge apenas a parte externa da polpa. O desenvolvimento de

injúrias por baixo O2 é dependente do tempo de exposição à

Page 78: qualidade de ameixas 'laetitia

80

condição anaeróbica (FALLIK et al., 2003). Contudo, quando se

retorna às condições aeróbicas, a maioria das plantas, quando

não extremamente injuriadas, são capazes de reciclar os

metabólitos formados, prevenindo do aparecimento de injúrias

(BOTH, 2012).

Após o período de estresse a concentração de etanol vai

diminuindo nos frutos durante o armazenamento refrigerado. De

acordo com Nanos, Romani e Kader Raseira e Castro (1992),

peras expostas a uma atmosfera com baixo oxigênio acumulam

altos níveis de etanol e acetaldeído, no entanto, esta

concentração retorna à condição normal após a exposição ao ar,

enquanto que a atividade das enzimas álcool desidrogenase

(ADH) e piruvato descarboxilase (PDC) permanecem altas.

Aparentemente a alta atividade destas enzimas, induzidas por

um tratamento de anaerobiose, produz uma espécie de “estágio

de tolerância” que ajuda a destoxificar o etanol e acetaldeído

normalmente produzidos durante o amadurecimento

(POLENTA; BUDDE; MURRAY, 2005).

A duração do estresse ao baixo oxigênio irá determinar a

síntese de metabólitos da via fermentativa, especialmente

acetaldeído e etanol, que, em excesso, podem apresentar toxidez

nos tecidos da polpa dos frutos (PESIS, 2005; WEBER et al.,

2016).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes

períodos de estresse inicial por baixo oxigênio sobre o

amadurecimento e a incidência do escurecimento de polpa em

ameixas ‘Laetitia’ armazenadas sob refrigeração, bem como

sobre o estresse oxidativo no tecido da polpa dos frutos.

3.3 MATERIAL E MÉTODOS

Para realização deste trabalho foram utilizadas ameixas

‘Laetitia’ provenientes de um pomar comercial do município de

Vacaria, RS (28° 31’51” S de latitude, 50°48’31”O de longitude

e 970 m de altitude), colhidas na safra 2014/2015, e frutos

Page 79: qualidade de ameixas 'laetitia

81

provenientes do município de Urubici, SC (28° 02’ 85” S de

latitude, 49° 27’ 85” O de longitude e 990 m de altitude),

colhidos na safra 2015/2016, Após os frutos serem colhidos, os

mesmos foram levados até o laboratório para a homogeneização

das amostras experimentais e posteriormente a aplicação dos

tratamentos. Antes da homegeneização das amostras, os frutos

com danos físicos, podridões, rachaduras e coloração

(totalmente vermelha ou com coloração menor que 30 % de cor

vermelha) foram eliminados. Cada tratamento foi composto de

quatro repetições e unidade experimental constituída de 20

frutos.

Os tratamentos consistiram em controle (os frutos foram

imediatamente armazenados sob refrigeração), aplicação de

estresse inicial por baixo oxigênio (ILOS) (1,0 kPa O2) por 12

horas, aplicação de ILOS (1,0 kPa O2) por 24 horas, aplicação

de ILOS (1,0 kPa O2) por 48 horas, aplicação de ILOS (1,0 kPa

O2) por 72 horas, buscando a melhor resposta à condição de

ILOS em relação ao tempo de exposição e exposição dos frutos

por 48 horas em condições ambiente sem ILOS. Este último

tratamento foi adicionado para demonstrar que os possíveis

efeitos observados pelos tratamentos com ILOS não foram

decorrentes da manutenção dos frutos em temperatura ambiente.

Após a aplicação dos tratamentos os frutos foram armazenados

a temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de UR, por 35 dias.

A avaliação de qualidade dos frutos foi realizada na saída

do armazenamento e seguido de mais três dias de exposição dos

frutos a condição ambiente, este para simular o período de

comercialização dos frutos. Na saída do armazenamento foram

avaliados incidência de podridões, cor da epiderme e taxas

respiratória e de produção de etileno. Após os três dias em

condição ambiente, os frutos foram avaliados quanto a firmeza

de polpa, força para compressão do fruto, cor da epiderme, taxas

respiratória e de produção de etileno, acidez titulável (AT),

sólidos solúveis (SS), incidência de podridões, incidência de

escurecimento da polpa, teor de compostos fenólicos totais

Page 80: qualidade de ameixas 'laetitia

82

(CFT), atividade antioxidante total (AAT; pelos métodos DPPH

e ABTS), atividade das enzimas peroxidase (POD) e superóxido

dismutase (SOD), quantidade de peroxido de hidrogênio (H2O2)

e peroxidação de lipídios.

Atributos de qualidade

A cor da epiderme foi avaliada em termos de valores de

ângulo ‘hue’ (hº) com o auxílio de um colorímetro Minolta®

modelo CR 400 (Konica, Tóquio, Japão). Os valores de hº

apresentam as seguintes correspondências quanto às cores da

superfície do tecido vegetal: 0º/vermelho, 90º/amarelo,

180º/verde e 270º/azul. As leituras foram realizadas em dois

pontos opostos na região equatorial dos frutos, um na região

mais vermelha e outro na região menos vermelha do fruto.

As taxas respiratória (ƞmol CO2 kg-1 s-1) e de produção

de etileno (ƞmol etileno kg-1 s-1) foram quantificadas

acondicionando os frutos de cada amostra r em um recipiente de

4100 mL, que permite o fechamento hermético. Após 30

minutos foram retiradas três alíquotas de 1 mL de volume de

cada amostra e injetadas em um cromatógrafo a gás Varian®,

modelo CP-3800 (Palo Alto, CA, EUA) para quantificar as

concentrações de CO2 e C2H4. O cromatógrafo Varian® era

equipado com coluna Porapak N® de 3 m de comprimento (80-

100 mesh), metanador e detector de ionização de chama. As

temperaturas da coluna, detector, metanador e injetor foram de

45, 120, 300 e 110 °C, respectivamente. Os fluxos de nitrogênio,

hidrogênio e ar sintético foram de 70, 30 e 300 mL min-1,

respectivamente.

A firmeza da polpa foi determinada na região equatorial

do fruto, em dois pontos opostos, onde foi previamente

removida uma pequena porção da epiderme e posteriormente,

com auxílio de um penetrômetro eletrônico (GÜSS

Manufacturing Ltd., África do Sul) com ponteira de 7.9 mm de

diâmetro, determinando a firmeza de polpa que foi expressa em

Newton (N).

Page 81: qualidade de ameixas 'laetitia

83

As forças de compressão do fruto foram avaliadas com

texturômetro eletrônico TAXT-Plus® (Stable Micro Systems

Ltd, Surrey, Reino Unido). Utilizou-se uma plataforma plana,

modelo P/75, com 75 mm de diâmetro, que exerceu uma força

de compressão até uma deformação de 3 mm na superfície do

fruto. Os resultados foram expressos em Newton (N).

Os valores de AT (% ácido cítrico) foram obtidos através

de uma amostra de 10 mL de suco, obtido pelo processamento

dos frutos em uma centrífuga. Essa amostra foi diluída em 90

mL de água destilada e titulada com solução de NaOH 0,1 N até

pH 8,1. Para a titulação, utilizou-se titulador automático

TitroLine Easy® (Schott Instruments, Mainz, Rheinland-Pfalz,

Alemanha). Os teores de SS (%) foram determinados em um

refratômetro digital modelo PR201α (Atago®, Tóquio, Japão),

utilizando uma alíquota do suco obtido pelo processamento dos

frutos.

A análise de incidência de escurecimento de polpa foi

avaliada por meio de um corte na secção transversal dos frutos.

A incidência de escurecimento da polpa foi avaliada por meio da

contagem das ameixas que apresentaram regiões internas da

polpa com qualquer tipo de escurecimento, sendo determinada a

proporção de frutos afetados (%).

A incidência de podridões foi avaliada na saída do

armazenamento e aos três dias em condições ambiente,

realizando a contagem total de frutos de cada unidade

experimental, e após contabilizado os frutos com podridões e

eliminando os mesmos.

A incidência de rachaduras foi avaliada na saída do

armazenamento, realizando a contagem de frutos que durante o

armazenamento apresentaram rachadura da epiderme.

Compostos Fenólicos totais (CFT) e Atividade antioxidante

total (AAT)

Para a quantificação de compostos fenólicos totais (CFT)

e da atividade antioxidante total (AAT) foram obtidos extratos

Page 82: qualidade de ameixas 'laetitia

84

da polpa de ameixa, utilizando-se uma amostra de 5 g de polpa

triturada em mixer vertical, marca Philips Walita, modelo

RI1364 (Varginha, Brasil). A amostra foi homogeneizada com

10 mL de etanol (Synth, Diadema, Brasil) acidificado (0,01% de

HCl), seguido de centrifugação a temperatura de 4 ºC por 10

minutos, a 10000 rpm em centrífuga eppendorf, modelo 5810R,

(Hamburgo, Alemanha) Após a filtragem, o sobrenadante foi

reservado para análise de CFT e AAT.

A determinação de CFT foi realizada empregando o

reagente Folin-Ciocalteau. A curva padrão foi obtida com ácido

gálico (BIOTEC, Pinhais, Brasil), nas concentrações de 0, 10,

30, 50, 70, 90 e 100 ppm. Para análise foram adicionados 2,5 mL

de Folin-Ciocalteau (SIGMA-ALDRICH, St. Louis, USA)

(1:3), 0,5 mL de amostra diluída (1:20) e 2,0 mL da solução de

carbonato de sódio (Vetec, Duque de Caxias, Brasil) 10%. Os

tubos foram agitados em vortex incubados por uma hora em

ausência de luz. Realizou-se a leitura no comprimento de onda

() de 765 nm em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA). Os resultados foram expressos em mg de

equivalentes de ácido gálico por 100 g de massa fresca da

amostra (mg EAG.100 g-1).

A determinação da AAT foi baseada na extinção da

absorção dos radicais DPPH (2,2-difenil-1-picril hidrazil) e

ABTS (2,2-azinobis-3-etilbenzotiazolin-6-ácido sulfônico). O

método DPPH foi analisado de acordo com Vizzotto et al.

(2012). Em ambiente escuro, foram pipetados 200 µL de

amostra e misturados com 3.800 µL de radical DPPH (SIGMA-

ALDRICH, St. Louis, USA) em tubos de 15 mL com tampa. Os

tubos foram agitados e deixados para reagir por 24 horas. A

leitura foi realizada em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 525 nm, e os resultados expressos em μg

de equivalente Trolox.g-1 de massa fresca da amostra. O método

ABTS foi analisado conforme descrito por Rufino et al. (2007)

com adaptações. Em ambiente escuro, foram pipetados 30 µL de

amostra e misturados com 3.000 µL de radical ABTS (SIGMA-

Page 83: qualidade de ameixas 'laetitia

85

ALDRICH, St. Louis, USA). A leitura foi realizada após reação

de 6 minutos em leitora de microplacas, modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 734 nm, e os resultados expressos em μg

de equivalente Trolox.g-1 de massa fresca da amostra.

Peróxido de Hidrogênio (H2O2)

A quantidade de peróxido de hidrogênio (H2O2) foi

determinado de acordo com o método proposto por Gay, Collins

e Gebicki (1999) e Hermes- Lima, Willmore Storey (1995), com

modificações. Um grama da amostra foi macerada em nitrogênio

líquido e homogeneizado em 10 ml de metanol (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil) a 0°C, com auxílio de ultraturrax Heidolph,

modelo D-91126 (Schwabach, Alemanha). Após a completa

homogeneização as amostras foram centrifugadas a temperatura

de 4 ºC por 10 minutos, a 10000 rpm com auxílio de uma

centrífuga eppendorf, modelo 5810R, (Hamburgo, Alemanha).

Em seguida retirou-se uma alíquota de 35µL do sobrenadante,

à qual foi pipetado em um recipiente contendo 500 µL de sulfato

de amônio ferroso Fe(NH4)2(SO4)2 1 mM (Vetec, Duque de

Caxias, Brasil) e 200 µL de ácido sulfúrico H2SO4 250 mM

(MERCK, Darmstadt, Alemanha) que permaneceu em reação

por 5 minutos no escuro. Em seguida adicionou-se 100 µL de

xylenol laranja 1 mM (SIGMA-ALDRICH, St. Louis, USA) e a

mistura foi mantida no escuro por 20 minutos quando então

procedeu-se à leitura da absorbância das amostras a 560 nm em

leitora de microplacas, modelo EnSpire (PerkinElmer, USA). As

leituras foram comparadas com uma curva padrão com

concentrações conhecidas de peróxido de hidrogênio (Vetec,

Duque de Caxias, Brasil) e expressas e (µmol g-1).

Atividade enzimática Peroxidase (POD) e Superóxido dismutase

(SOD)

A atividade da peroxidase (POD) foi determinada de

acordo com o método proposto por Kar e Mishra (1976), com

modificações. Para obtenção do extrato enzimático foi macerado

Page 84: qualidade de ameixas 'laetitia

86

0,3 g do tecido da polpa com 3 mL do meio de extração

composto de tampão fosfato de potássio 0,1 M (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil), pH 6,8, ácido etilenodiaminotetracético

(EDTA) 0,1 mM (Dinâmica, Diadema, Brasil), fluoreto de

fenilmetilsulfônico (PMSF) 1 mM (SIGMA, St. Louis, USA). A

atividade da peroxidase (POX) foi determinada pela adição de 600 µL

do extrato enzimático em um tampão fosfato de potássio 25 mM, pH

6,8, guaiacol 20 mM e H2O2 20 mM. O decréscimo na absorbância a

420 nm, na temperatura de 25 °C, foi medida durante 1 minuto da

reação com auxílio de uma leitora de microplacas modelo EnSpire

(PerkinElmer, USA) a 420 nm, durante 1 minuto.. A atividade das

POX foi determinada com base na inclinação da reta no intervalo de 0

a 1 minutos e expressa em μmol min-1mg proteína-1 uma centrífuga

eppendorf, modelo 5810R, (Hamburgo, Alemanha).

A atividade da superóxido dismutase (SOD) foi

determinada de acordo com o método proposto por Del Longo

et al. (1993), com modificações. Para obtenção no meio de

extração, o tecido vegetal foi macerado em Nitrogênio líquido,

posteriormente foi utilizado 0,3 g do tecido vegetal, e

posteriormente adicionado 3 mL do meio de extração, composto

de tampão fosfato de sódio 0,1 M (Vetec, Duque de Caxias,

Brasil), pH 6,8, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) 0,1

mM (Dinâmica, Diadema, Brasil), fluoreto de

fenilmetilsulfônico (PMSF) 1 mM (SIGMA, St. Louis, USA).

Após a homogeneização em almoxafariz, mantido em gelo

picado, as amostras foram acondicionados em eppendorfs e

centrifugadas a temperatura de 4 ºC por 15 minutos, a 10000 rpm

com auxílio de uma centrífuga eppendorf, modelo 5810R,

(Hamburgo, Alemanha). Posteriormente retirou-se uma alíquota

de 50 µL do sobrenadante que foi adicionada a 2,95 mL do meio

de reação, composto de tampão de fosfato de sódio 50 mM

(Vetec, Duque de Caxias, Brasil), pH 7,8, metionina 13 mM

(Vetec, Duque de Caxias, Brasil), azul de p-nitro tetrazólio

(NBT) 75 µM (Vetec, Duque de Caxias, Brasil), EDTA 0,1 mM

(Dinâmica, Diadema, Brasil) e riboflavina 2 µM (Vetec, Duque

de Caxias, Brasil) que estavam acondiocionados em recipientes

Page 85: qualidade de ameixas 'laetitia

87

de vidro recobertos com e sem papel alumínio e que em seguida

foram mantidas a exposição a luz por 10 minutos. A

quantificação da atividade enzimática foi determinada no

comprimento de onda de 560 nm com auxílio de uma leitora de

microplacas, modelo EnSpire (PerkinElmer, USA) e expressa

em expressa em μmol min-1mg proteína-1.

Peroxidação de Lipídeos (MDA)

A quantificação da peroxidação de lipídeos nas

membranas celulares foi realizada conforme procedimento

descrito por Heath e Packer (1968) com modificações. Para isso,

0,3 g de tecido da polpados frutos foram macerados em 2 mL de

ácido tricloroacético (TCA; 0,1%), colocados em eppendorfs e

centrifugados a 10.000 rpm C [centrífuga eppendorf, modelo

5810R, (Hamburgo, Alemanha)] por 15 minutos a 4 °. Em

seguida, foi retirada uma alíquota de 350 µL do sobrenadante e

adicionado em um tubo (eppendorf) contendo 1,5 mL de TCA

(20%) e 0,5% de ácido tiobarbitúrico (MERCK, Darmstadt,

Alemanha). As amostras foram incubadas por 25 minutos à

temperatura de 90-95 °C e, em seguida, acondicionadas em

banho de gelo para deter a reação. Após isso, as amostras foram

centrifugadas a 3.000 rpm por 10 minutos e quantificadas nos

comprimentos de onda de 400, 532 e 600 nm com auxílio de um

leitor de microplacas (modelo EnSpire, PerkinElmer, USA). A

determinação da integridade de membrana (peroxidação de

lipídeos) foi expressa em nmol g-1 MF de MDA formado.

O delineamento experimental utilizado foi o

inteiramente casualizado. Cada tratamento foi composto de

quatro repetições, sendo cada unidade experimental constituída

de 20 frutos. Os valores em % foram previamente transformados

pela fórmula arco seno [(x+0,5)/100]1/2. Os dados foram

submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Tukey (p<0,05), com o auxílio do programa SAS (SAS

Institute, Cary, NC, EUA).

Page 86: qualidade de ameixas 'laetitia

88

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na colheita os frutos os frutos do município de Vacaria,

RS, safra 2014/15 apresentaram portentagem de cor vermelha de

12%, cor da casca no lado mais e menos vermelho (h°) 36,3 e

88,99 respectivamente, sólidos solúveis (%) 8,96, acidez

titulável (%) 2,3 e firmeza de polpa 53,84 N. Em relação aos

frutos provenientes do município de Urubici, SC, na safra safra

2015/16 a cor da casca no lado mais e menos vermelho (h°)

32,39 e 94,89 respectivamente, sólidos solúveis (%) 10,85,

acidez titulável (%) 1,1 e firmeza de polpa 48,31 N.

Em frutos de Vacaria, RS, as taxas respiratórias e de

produção de etileno foram mais elevadas nos frutos do

tratamento controle e naqueles que ficaram expostos a condições

ambiente por 48 horas sem ILOS, antes do armazenamento

refrigerado, aos zero e três dias. (Tabela 7). O estresse inicial por

baixo O2 por 24, 48 e 72 horas reduziram a taxa de produção de

etileno e a taxa respiratória (Tabela 7). Isso pode estar ocorrendo

porque à medida em que se incrementou o tempo dos frutos

submetidos ao estresse aumentou a produção de etanol e

acetaldeído produzido pelo fruto e, dessa forma, inibindo a

produção de etileno. No experimento realizado com frutos

provenientes de Urubici, SC, os tratamentos 48 e 72 horas de

ILOS e 48 horas em condições ambiente sem ILOS, apresentou

maior taxa de produção de etileno, em relação ao controle,

enquanto que o tratamento 12 horas de ILOS apresentou a menor

taxa de produção de etileno (Tabela 7). A baixa pressão parcial

de O2 induz o metabolismo fermentativo, que produz

acetaldeído e etanol (SAQUET; STREIF, 2008). Apesar de

serem maléficos ao metabolismo da célula quando em excesso,

estes compostos em pequenas concentrações reduzem a síntese

de etileno (ASODA et al., 2009; JIN et al., 2013). Asoda et al.

(2009) observaram que a aplicação de etanol em brócolis inibiu

fortemente a produção de etileno devido a redução da atividade

das enzimas ACC sintase e ACC oxidase. A aplicação de etanol

suprimiu a expressão de genes que codificam para as enzimas

Page 87: qualidade de ameixas 'laetitia

89

BO-ACO1, BO-ACO2 e BO-ACS1 em nível transcricional,

bloqueando a produção de etileno (fonte). Além disso, a

aplicação de etanol, mesmo na presença de etileno, inibiu a

expressão dos genes responsáveis pela produção do etileno.

Desta forma, a inibição da resposta fisiológica do etileno em

brócolis tratados com etanol sugere que esse composto suprime

a responsividade e a biossíntese do etileno em brócolis. Outro

possível mecanismo de ação do etanol foi proposto por Beaulieu

e Saltveit (1997). Os autores sugerem que a concentração

endógena de acetaldeído é o fator biologicamente ativo que afeta

a produção de etileno, de tal forma que se alta concentrações de

etanol e/ou longos períodos de exposição são utilizados há uma

conversão do excesso de etanol a acetaldeído. Para safra 2015/16

em Urubici, SC, a taxa de produção de etileno, aos três dias em

condições ambiente, a maior taxa de produção de etileno foi no

tratamento com ILOS por 48 horas, e a taxa respiratória, em

ambas as avaliações, não apresentaram diferenças entre os

tratamentos com ILOS e o controle.

Page 88: qualidade de ameixas 'laetitia

90

Tabela 7 – Taxas de produção de etileno e respiratória após 35

dias de armazenamento e mais três dias em

condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

(Continua)

2015 Vacaria-RS

Tratamento Dia 0 Dia 3

Taxa de produção de etileno

(ƞmol kg-1 s-1) Sem ILOS (controle) 0,06 a 0,20 a ILOS em condições ambiente por 12h 0,03 b 0,15 ab ILOS em condições ambiente por 24h 0,02 bc 0,15 ab ILOS em condições ambiente por 48h 0,01 c 0,09 b ILOS em condições ambiente por 72h 0,01 c 0,04 b Sem ILOS em condições ambiente por 48h 0,07 a 0,21 a CV (%) 31,02 23,11

Taxa respiratória

(ƞmol kg-1 s-1) Sem ILOS (controle) 210,9 a 219,8 a ILOS em condições ambiente por 12h 188,2 ab 194,4 ab ILOS em condições ambiente por 24h 76,2 c 179,4 bc ILOS em condições ambiente por 48h 159,9 b 158,8 c ILOS em condições ambiente por 72h 159,0 b 170,8 bc Sem ILOS em condições ambiente por 48h 206,8 a 213,2 a CV (%) 8,56 5,19

Page 89: qualidade de ameixas 'laetitia

91

Tabela 7 – Taxas de produção de etileno e respiratória após 35

dias de armazenamento e mais três dias em

condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

(Conclusão)

2016

Tratamentos Urubici-SC

Dia 0 Dia 3

Taxa de produção de etileno

(ƞmol kg-1 s-1) Sem ILOS (controle) 0,08 d 0,15 bc ILOS em condições ambiente por 12h 0,04 e 0,19 ab ILOS em condições ambiente por 24h 0,08 cd 0,22 ab ILOS em condições ambiente por 48h 0,10 bc 0,24 a ILOS em condições ambiente por 72h 0,13 a 0,19 ab Sem ILOS em condições ambiente por 48h 0,11 ab 0,10 c CV (%) 12,45 19,5

Taxa respiratória

(ƞmol kg-1 s-1) Sem ILOS (controle) 154,2 ns 169,1 ns ILOS em condições ambiente por 12h 152,2 165,1 ILOS em condições ambiente por 24h 149,9 145,7 ILOS em condições ambiente por 48h 150,7 146,5 ILOS em condições ambiente por 72h 144,3 160,7 Sem ILOS em condições ambiente por 48h 132,6 167,3 CV (%) 6,74 8,32

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

A cor da epiderme em frutos colhidos em Vacaria-RS e

submetidos a ILOS por 48 e 72 h apresentou menor coloração

Page 90: qualidade de ameixas 'laetitia

92

vermelha (maior valor de h°) em relação ao controle, (Tabela 8).

A manutenção da coloração da epiderme nestes tratamentos

deve estar relacionada à menor biossíntese e ação do etileno,

pois a mudança na cor durante o amadurecimento de ameixas é

um processo dependente da ação deste fitohormônio (CANDAN

et al., 2011; STANGER et al., 2014). Não houveram diferença

entre as condições de ILOS e o tratamento controle em frutos

provenientes de Urubici, SC (Tabela 8). Todavia, os frutos que

permaneceram por 48 horas em condições ambiente sem ILOS

apresentaram maior coloração da epiderme (frutos mais

vermelhos) do que os frutos controle (Tabela 8). Possivelmente,

nestes frutos, as 48 horas iniciais do armazenamento, em

condições ambiente, permitiram o avanço do amadurecimento

dos frutos, em comparação àqueles sem ILOS e imediatamente

armazenados sob refrigeração (controle) pois a redução da

temperatura é o principal fator responsável pela manutenção da

qualidade durante o armazenamento (STEFFENS et al., 2007).

Page 91: qualidade de ameixas 'laetitia

93

Tabela 8 – Cor da casca (h°) na região mais e menos vermelha

após 35 dias de armazenamento e mais três dias em

condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

2015 2016 Tratamento Vacaria Urubici

h°(região +vermelha)

Sem ILOS (controle) 24,0 bc 21,1 a ILOS em condições ambiente por 12h 25,9 ab 21,6 a ILOS em condições ambiente por 24h 25,3 ab 20,6 a ILOS em condições ambiente por 48h 26,8 a 19,8 ab ILOS em condições ambiente por 72h 26,1 ab 18,9 ab Sem ILOS em condições ambiente por

48h 22,5 c 16,9 b

CV (%) 3,78 7,56

h°(região – vermelha)

Sem ILOS (controle) 35,6 cd 49,7 a ILOS em condições ambiente por 12h 39,5 abc 49,9 a ILOS em condições ambiente por 24h 38,2 bc 45,4 ab ILOS em condições ambiente por 48h 44,6 a 37,6 bc ILOS em condições ambiente por 72h 43,3 ab 40,4 ab Sem ILOS em condições ambiente por

48h 31,8 d 30,0 c

CV (%) 7,06 10,7 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

A força para compressão do fruto e a firmeza de polpa,

foram mais elevadas nos tratamentos com ILOS por 48 e 72

horas, em frutos de Vacaria, RS, e ILOS por 12 horas, em frutos

de Urubici, SC em relação aos frutos do tratamento

Page 92: qualidade de ameixas 'laetitia

94

controle,(Tabela 9). Também foi observado, em maçãs ‘Red

Delicious’, que a aplicação de ILOS em pressões parciais

ultrabaixas de O2 (0,9 a 1,0 kPa) antes do armazenamento

manteve a firmeza de polpa mais elevada se comparado aos

armazenados sem ILOS (MATTÈ et al., 2005). Em ameixa

‘Laetitia’ (STEFFENS et al., 2013) e em melões (JIN et al.,

2013) a maior firmeza de polpa foi relacionada à forte redução

na biossíntese de etileno. O etileno promove a atividade de

enzimas responsáveis pelo amolecimento de ameixas (KHAN;

SINGH, 2007; CANDAN; GRAEL; LARRIGAUDIÈRE,

2011). No presente trabalho, os tratamentos que apresentaram

maiores valores de força para compressão do fruto e firmeza de

polpa também apresentaram menor taxa de produção de etileno

na saída da câmara (Tabela 7). Em frutos de Urubici, SC, o

tratamento 48 horas em condições ambiente sem ILOS

proporcionou firmeza de polpa menor do que o tratamento

controle (Tabela 9). Assim como para cor da epiderme,

possivelmente as 48 horas iniciais do armazenamento, em

condições ambiente, permitiram o avanço do amadurecimento

dos frutos, em comparação àqueles sem ILOS e imediatamente

armazenados sob refrigeração (controle).

Page 93: qualidade de ameixas 'laetitia

95

Tabela 9 – Força de compressão do fruto (N) e firmeza de polpa

(N) após 35 dias de armazenamento e mais três dias

em condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal. 2015 2016

Tratamento Vacaria Urubici

Compressão (N)

Sem ILOS (controle) 40,3b 30,7 bc

ILOS em condições ambiente por 12h 44,2 ab 36,5 a

ILOS em condições ambiente por 24h 41,3 ab 32,9 b

ILOS em condições ambiente por 48h 46,4 a 33,2 b

ILOS em condições ambiente por 72h 47,7 a 27,7 cd

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 38,9 b 26,7 d

CV (%) 6,24 4,47

Firmeza (N)

Sem ILOS (controle) 11,5 c 9,3 b

ILOS em condições ambiente por 12h 12,9 bc 11,7 a

ILOS em condições ambiente por 24h 13,9 abc 9,0 bc

ILOS em condições ambiente por 48h 14,8 ab 8,3 bc

ILOS em condições ambiente por 72h 16,6 a 7,5 bc

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 11,0 c 6,7 c

CV (%) 9,62 12,02 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

Os sólidos solúveis, tanto em frutos de Vacaria, RS,

quanto de Urubici, SC, não apresentaram diferenças entre

tratamentos (Tabela 10). Polenta Budde e Murray (2005)

também não observaram efeito de diferentes concentrações de

baixo O2 sobre os teores de sólidos solúveis totais em pêssegos.

Page 94: qualidade de ameixas 'laetitia

96

A acidez titulável em frutos de Urubici, SC, não

apresentou diferença entre tratamentos (Tabela 10). Em frutos

de Vacaria, RS, a acidez titulável foi maior em frutos submetidos

a baixo ILOS por 72h quando comparados aos do controle e aos

frutos expostos por 48 horas em condições ambiente sem ILOS,

(Tabela 10). Como os frutos submetidos ao ILOS por 72 horas

apresentaram menor taxa respiratória do que o controle, esses

apresentaram menor consumo de ácidos orgânicos, uma vez que

os mesmos servem como substrato ao processo respiratório. A

menor acidez titulável foi observada no tratamento exposto por

48 horas em condições ambiente sem ILOS antes do período de

armazenamento em frio (Tabela 10). Both et al. (2014) também

não observou, em maçãs ‘Royal Gala’, benefícios da aplicação

de estresse inicial por baixo oxigênio sobre a manutenção da

acidez titulável, concordando com os dados obtidos em

Urubici.SC.

Page 95: qualidade de ameixas 'laetitia

97

Tabela 10 – Sólidos solúveis (°Brix) e acidez titulável (%) após

35 dias de armazenamento e mais três dias em

condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

2015 2016 Tratamento Vacaria Urubici

SS (°Brix)

Sem ILOS (controle) 8,9 ns 10,4 ns ILOS em condições ambiente por 12h 9,2 10,5 ILOS em condições ambiente por 24h 8,9 10,2 ILOS em condições ambiente por 48h 8,9 10,5 ILOS em condições ambiente por 72h 9,3 10,9 Sem ILOS em condições ambiente por 48h 8,9 10,4 CV (%) 4,88 3,53

AT (%)

Sem ILOS (controle) 0,81 b 0,77 ns ILOS em condições ambiente por 12h 0,77 bc 0,83 ILOS em condições ambiente por 24h 0,82 ab 0,76 ILOS em condições ambiente por 48h 0,88 ab 0,74 ILOS em condições ambiente por 72h 0,94 a 0,67 Sem ILOS em condições ambiente por 48h 0,68 c 0,81 CV (%) 6,49 19,14

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

A incidência de podridões não foi observada em frutos

de Urubici, SC,. Já em frutos de Vacaria, RS, a incidência foi

baixa em todos os tratamentos (<7% na saída da câmara e <11%

após três dias de exposição dos frutos em condições ambiente),

não havendo diferença entre os tratamentos avaliados (dados não

apresentados). A incidência de rachaduras apenas foi observada

Page 96: qualidade de ameixas 'laetitia

98

em frutos de Vacaria, RS, nos tratamentos controle (2,5%) e

ILOS por 12 horas (0,8%) (dados não apresentados).

A incidência de escurecimento da polpa, em frutos de

Vacaria, RS, foi menor em todos os tratamentos com ILOS,

independentemente da duração do estresse (Tabela 11). Em

frutos de Urubici, SC, a incidência do distúrbio foi menor no

tratamento ILOS por 12 horas (Tabela 11). Siddiqui et al. (2005)

sugerem que frutos sob anaerobiose podem produzir etanol e

acetaldeído em concentrações que o fruto consegue utilizar esses

compostos como mecanismo de defesa ao estresse causado pelo

armazenamento refrigerado.

Nos tratamentos ILOS por 12, 24 e 48 horas, em frutos

de Vacaria, RS, e ILOS por 12, 48 e 72 horas, em frutos de

Urubici, SC, houve menor produção de espécies reativas de

oxigênio (peróxido de hidrogênio) (Tabela 11). Quando o nível

de EROS excede os mecanismos de defesa, uma célula está em

um estado de "estresse oxidativo". O aumento na produção de

EROS durante estresses ambientais pode representar uma

ameaça às células, causando a peroxidação dos lipídios, a

oxidação de proteínas, danos aos ácidos nucleicos, inibição de

enzimas e antecipação da morte celular programada (SHARMA

et al., 2012). A produção excessiva de EROS pode estar

envolvida na deterioração de membranas devido à peroxidação

lipídica e desesterificação de ácidos graxos durante o

envelhecimento do tecido (SONG et al., 2009). Tem sido

relatado que a formação de O2- e o acúmulo de H2O2 em tomate

durante o amadurecimento causou aumento da peroxidação

lipídica (JIMENEZ et al., 2002).

Page 97: qualidade de ameixas 'laetitia

99

Tabela 11 – Incidência de escurecimento de polpa (%) e

peróxido de hidrogênio (µmol g -1) após 35 dias

de armazenamento e mais três dias em condições

ambiente em ameixas ‘Laetitia’ submetidas a

diferentes períodos de estresse inicial por baixo

O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições ambiente

(temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR) e após

armazenadas sob refrigeração (temperatura de

1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

2015 2016 Tratamento Vacaria Urubici

Incidência (%)

Sem ILOS (controle) 45,7 a 81,7 b ILOS em condições ambiente por 12h 21,6 b 59,3 c ILOS em condições ambiente por 24h 23,9 b 65,9 bc ILOS em condições ambiente por 48h 17,9 b 73,8 bc ILOS em condições ambiente por 72h 17,1 b 90,1 a Sem ILOS em condições ambiente por 48h 40,5 a 97,4 a CV (%) 12,5 10,7

H2O2

Sem ILOS (controle) 23,0 a 16,2 a ILOS em condições ambiente por 12h 20,4 b 11,6 b ILOS em condições ambiente por 24h 18,3 c 15,1 a ILOS em condições ambiente por 48h 20,2 bc 11,6 b ILOS em condições ambiente por 72h 21,2 ab 12,3 b Sem ILOS em condições ambiente por 48h 21,5 ab 12,1 b CV (%) 4,2 5,8

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

A atividade da POD, em frutos de Vacaria, RS, foi maior

nos frutos que ficaram em condição ambiente sem ILOS por um

período de 48 horas antes do armazenamento refrigerado e sob

ILOS por 72 horas (Tabela 12). Em frutos de Urubici, SC, a

maior atividade da POD, em relação ao controle, foi no

Page 98: qualidade de ameixas 'laetitia

100

tratamento com exposição ao ILOS por 72 horas (Tabela 12).

Em kiwis, o tratamento com ILOS induziu o aumento da

atividade de SOD e POD durante o armazenamento em baixa

temperatura. Altos níveis de enzimas antioxidantes estão

correlacionados com o progresso no amadurecimento do fruto,

enquanto amolecimento fruta pode ser retardada por inibição da

peroxidação lipídica (HUANG et al, 2007). A maior atividade

da POD observado nos frutos do tratamento 48 horas em

condição ambiente sem ILOS antes do armazenamento

refrigerado pode ser decorrente do estádio de amadurecimento

pouco mais avançado nestes frutos. Amora, Chevionb e Levinea

(2000) relataram que a atividade da peroxidase aumenta após

tratamento de anoxia, conforme observado em frutos submetidos

a 72 horas de ILOS.

Page 99: qualidade de ameixas 'laetitia

101

Tabela 12 - Atividade das enzimas peroxidase (POD; μmo-1min-

1mgl proteína) superóxido dismutase (SOD; μmo-

1min-1mgl proteína) após 35 dias de armazenamento

e mais três dias em condições ambiente em ameixas

‘Laetitia’ submetidas a diferentes períodos de

estresse inicial por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2)

em condições ambiente (temperatura de 20±5°C e

63±2% de UR) e após armazenadas sob refrigeração

(temperatura de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em

atmosfera normal.

2015 2016 Tratamento Vacaria Urubici

POD

Sem ILOS (controle) 1,4 c 0,8 bc ILOS em condições ambiente por 12h 2,7 c 0,6 c ILOS em condições ambiente por 24h 3,7 bc 0,9 abc ILOS em condições ambiente por 48h 3,4 bc 1,6 ab ILOS em condições ambiente por 72h 5,9 ab 1,7 a Sem ILOS em condições ambiente por 48h 6,4 a 1,1 abc CV (%) 17,4 34,1

SOD

Sem ILOS (controle) 16,9 c 6,7,1 ab ILOS em condições ambiente por 12h 24,0 b 3,1 c ILOS em condições ambiente por 24h 27,3 ab 5,4 b ILOS em condições ambiente por 48h 31,4 a 6,1 b ILOS em condições ambiente por 72h 28,3 ab 7,9 a Sem ILOS em condições ambiente por 48h 23,9b 6,7 ab CV (%) 8,0 16,7

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

A atividade da SOD, em frutos de Vacaria, foi maior, em

relação ao controle, em todos os tratamentos com ILOS e 48

horas em condições ambiente sem ILOS (Tabela 13). A maior

atividade foi observada nos frutos submetidos a 48 horas de

Page 100: qualidade de ameixas 'laetitia

102

ILOS, porém sem diferir de 24 e 72 horas de ILOS (Tabela 13).

Em frutos de Urubici, SC, somente o tratamento submetido a 12

horas de ILOS apresentou atividade da SOD menor do que o

controle, sendo que os demais tratamentos não diferiram do

controle (Tabela 13). Condições de anoxia (exposição em

atmosfera com apenas N2 durante 4 h) manteve maior atividade

da SOD em castanhas (YOU et al., 2012). Para proteger as

células ou tecidos dos danos por EROS, tecidos vegetais

possuem sistemas de defesa antioxidante enzimático muito

eficiente, incluindo as enzimas SOD, POD, CAT, APX. A SOD

catalisa a dismutação do radical superóxido a H2O2, enquanto as

enzimas CAT, POD e APX estão envolvidas na eliminação do

H2O2 (BLOKHINA; VIROLAINEN; FAGERSTEDT, 2003).

Os compostos fenólicos totais (CFT), em frutos de

Vacaria, foram menores nos tratamentos 24, 48 e 72 horas de

ILOS e no tratamento em que permaneceu por 48 horas em

condições ambiente sem ILOS antes do armazenamento (Tabela

13). Em frutos de Urubici, SC, não houve diferença entre o

controle e os demais tratamentos (Tabela 13). A eficiência de um

antioxidante é dependente da capacidade de sequestrar os

radicais livres (SHARMA; SINGH, 2013). Os compostos

fenólicos são responsáveis pela transferência de hidrogênios que

neutralizam a ação desses radicais (BREWER, 2011). Esses

compostos são oriundos do metabolismo secundário, cuja

síntese pode ser aumentada em resposta a uma condição de

estresse. (JACQUES; ZAMBIAZI, 2011). Em frutos de Vacaria

pode ter ocorrido maior consumo de compostos fenólicos em

resposta ao estresse causado pelo ILOS nos tempos de 24, 48 e

72 horas, além do tratamento exposto em condições ambiente

antes do armazenamento.

A atividade antioxidante, pelo método DPPH, em frutos

de ambos os locais de produção, e ABTS, em frutos de Urubici,

SC, não apresentou diferenças entre tratamentos (Tabela 13).

Pelo método ABTS, em frutos de Vacaria, RS, o tratamento 72

horas de ILOS apresentou menor atividade antioxidante do que

Page 101: qualidade de ameixas 'laetitia

103

o tratamento controle (Tabela 13). Para Song et al. (2009) a

inibição de maturação de kiwis armazenado a frio e o atraso de

amolecimento do fruto à temperatura ambiente com utilização

de tratamento de curto prazo de N2 está envolvido na

manutenção da integridade da membrana, a redução da

peroxidação de lipídios e aumento da capacidade antioxidante.

A peroxidação de lipídios, em frutos de Vacaria, RS, não

apresentou diferença entre tratamentos (Tabela 13). Todavia, em

frutos de Urubici, SC, o tratamento 48 horas em condições

ambiente sem ILOS antes de ser submetido ao armazenamento

refrigerado apresentou maior peroxidação lipídica do que os

tratamentos controle (imediato armazenamento sob

refrigeração) e ILOS por 12 e 24 horas (Tabela 13). O

armazenamento com pré-tratamento de N2, durante por 6 h,

atrasou significativamente o aumento do conteúdo de ácido

tiobarbitúrico (TBARS) em kiwi, o que indica que o ILOS reduz

a peroxidação lipídica e o aumento da permeabilidade de

membranas (SONG et al, 2009). Este resultado está de acordo

com a manutenção da integridade de membranas em lichia

submetida ao pré-armazenamento com anoxia (LIU et al., 2007).

O estresse oxidativo desenvolve-se como consequência da

geração de espécies reativas de oxigênio em quantidade que

excedem a capacidade do sistema antioxidante na célula

(HODGES et al., 2004). A redução ou a falha dos antioxidantes

enzimáticos e não enzimáticos para proteger contra a EROS

pode causar dano oxidativo conduzindo a um aumento da

peroxidação lipídica e a perda de integridade da membrana no

tecido (HODGES et al., 2004). Para Singh e Singh (2013b) o

aumento na atividade da enzima lipoxigenase (LOX), durante os

estágios iniciais de armazenamento, pode ser responsável pelo

aumento da concentração de substâncias reativas ao ácido

tiobarbitúrico (TBARS). A desintegração da membrana devido

a peroxidação lipídica também pode continuar, mesmo na

ausência de alta atividade LOX, pois o processo peroxidação

lipídica requer atividade da LOX apenas para a iniciação da

Page 102: qualidade de ameixas 'laetitia

104

peroxidação de lipídios (SONG et al., 2009). O aumento da

concentração de TBARS, que é muitas vezes utilizada como um

biomarcador adequado para a peroxidação lipídica e danos

oxidativos, tem sido correlacionado ao estresse, refrigeração e

senescência em várias frutas, como kiwis, banana e manga

(SONG et al., 2009).

Page 103: qualidade de ameixas 'laetitia

105

Tabela 13 - Valores de peroxidação de lipídios (TBARS; nmol

g-1) compostos fenólicos totais (CFT; mg EAG.100

g-1) e atividade antioxidante total (AAT;

quantificada pelos métodos DPPH e ABTS,

expressa em μg de equivalente Trolox.g-1 de massa

fresca), após 35 dias de armazenamento e mais três

dias em condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

(Continua) 2015 2016

Tratamento Vacaria Urubici

MDA

Sem ILOS (controle) 2,6 ns 5,4 b

ILOS em condições ambiente por 12h 2,7 4,7 b

ILOS em condições ambiente por 24h 2,5 4,8 b

ILOS em condições ambiente por 48h 2,2 7,3 ab

ILOS em condições ambiente por 72h 2,4 5,9 ab

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 2,7 8,7 a

CV (%) 19,67 19,9

CFT

Sem ILOS (controle) 167,6 a 233,3 ab

ILOS em condições ambiente por 12h 163,8 a 233,6 ab

ILOS em condições ambiente por 24h 139,6 b 250,6 ab

ILOS em condições ambiente por 48h 126,8 b 269, 4 a

ILOS em condições ambiente por 72h 137,9 b 211,0 b

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 135,8 b 239,9 ab

CV (%) 167,6 a 233,3 ab

Page 104: qualidade de ameixas 'laetitia

106

Tabela 13 - Valores de peroxidação de lipídios (TBARS; nmol

g-1) compostos fenólicos totais (CFT; mg EAG.100

g-1) e atividade antioxidante total (AAT;

quantificada pelos métodos DPPH e ABTS,

expressa em μg de equivalente Trolox.g-1 de massa

fresca), após 35 dias de armazenamento e mais três

dias em condições ambiente em ameixas ‘Laetitia’

submetidas a diferentes períodos de estresse inicial

por baixo O2 (ILOS; 1,0 kPa de O2) em condições

ambiente (temperatura de 20±5°C e 63±2% de UR)

e após armazenadas sob refrigeração (temperatura

de 1±0,2°C e 92±2% de UR) em atmosfera normal.

(Conclusão) DPPH

Sem ILOS (controle) 6065 ns 3643 ns

ILOS em condições ambiente por 12h 5821 4881

ILOS em condições ambiente por 24h 5748 4495

ILOS em condições ambiente por 48h 5696 4262

ILOS em condições ambiente por 72h 6013 4105

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 6050 3753

CV (%) 3,2 12,7

ABTS

Sem ILOS (controle) 9,0 a 20,2 ns

ILOS em condições ambiente por 12h 9,3 a 17,5

ILOS em condições ambiente por 24h 8,6 a 30,4

ILOS em condições ambiente por 48h 8,4 ab 22,6

ILOS em condições ambiente por 72h 5,6 b 16,5

Sem ILOS em condições ambiente por 48h 6,5 ab 29,2

CV (%) 14,7 29,9 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05). Fonte: Produção do

próprio autor, 2016.

Em Vacaria, ILOS por 24, 48 e 72 h, de maneira geral,

reduziu a taxa de produção de etileno e a taxa respiratória.

Contudo, em frutos de Urubici, o ILOS teve pouco efeito sobre

Page 105: qualidade de ameixas 'laetitia

107

a taxa respiratória e a taxa de produção de etileno. Para cor da

epiderme e firmeza de polpa, o ILOS durante 48h e 72h retardou

a evolução da cor. Todavia, em frutos de Urubici o ILOS não

diferiu do controle para cor e para firmeza de polpa o ILOS por

12 h apresentou melhor resultado. Para a AT o ILOS por 72 h

manteve maior acidez titulável em frutos de Vacaria. Contudo,

para frutos de Urubici não houve efeito. O escurecimento de

polpa, em frutos de Vacaria, foi reduzido pelo ILOS,

independente dos tempos de duração avaliados, enquanto que

em frutos de Urubici apenas ILOS por 12h reduziu, mas ILOS

por 72h aumentou. Em relação ao peroxido de hidrogênio o

ILOS por 24 h em frutos de Vacaria foi obtido a menor

produção, em Urubici neste mesmo período de exposição ao

ILOS, se obteve a maior produção. A atividade da enzima SOD

de maneira geral foi maior nos frutos de Vacaria em relação aos

frutos de Urubici. Algumas diferenças ficaram evidenciadas

entre os dois experimentos, O que pode ser atribuído a esses

comportamentos distintos, os efeitos possivelmente estejam

relacionadas a local de produção diferente, ano de produção

diferente, estádio de maturação diferente, manejo do pomar

diferente, sistema de condução diferente e pelos frutos não terem

maturação similar durante as duas safras, sendo que na safra

2015/16 foi um ano atípico, em que o inverno foi menos frio que

o normal e a queda de granizo causou perdas nos dois pomares,

sendo que no pomar de Vacaria, RS, não tivemos frutos

disponíveis para realização dos experimentos.

A diferença no estádio de maturação entre os dois anos,

pode ter ocasionado comportamentos diferentes nos tratamentos

em relação ao tempo de exposição desses frutos ao estresse. O

limite mínimo de O2 pode variar em função dos diferentes frutos

e produtos hortícolas (PRANGE et al., 2005), como resultado da

região ou ano de produção (ZANELLA et al., 2005), com uso de

diferentes temperaturas de armazenamento (WRIGHT, et al.,

2010), estádio de maturação e tempo de exposição dos frutos ao

baixo O2. Durante a safra 2014/15 os valores de compressão

Page 106: qualidade de ameixas 'laetitia

108

podem ter sido maiores devido á maturação dos frutos. Para

Stanger et. al. (2014) a força para compressão do fruto,

apresentou maiores valores nos frutos colhidos no estádio de

maturação 20-25% de cor vermelha. Esse fato pode estar

relacionado a maior firmeza de polpa na colheita e menor

produção de etileno em frutos, ocorrendo assim menor atividade

de enzimas responsáveis pela degradação da parede celular

(MAJUMDER; MAZUMDAR, 2002).

3.5 CONCLUSÕES

1. A utilização de ILOS em condições ambiente para frutos

provenientes do município de Vacaria, RS, safra 2015/14,

proporcionou aumento da qualidade dos frutos, além de

redução na incidência do escurecimento da polpa em todos

os tratamentos com ILOS. A exposição dos frutos ao ILOS,

de maneira geral, foi eficiente na resposta do fruto

reduzindo o efeito do estresse oxidativo.

2. Frutos provenientes do município de Urubici, SC, na safra

2015/16,submetidos a ILOS por 12 horas, tiveram melhor

resposta ao ILOS e se mostrou eficaz na redução do

escurecimento de polpa em ameixas ‘Laetitia’ e no retardo

do amadurecimento dos frutos. Em relação ao estresse

oxidativo o ILOS teve maior atividade das enzimas POD e

SOD com ILOS por 72 horas e menor atividade sob ILOS

por 12 horas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O escurecimento de polpa em ameixas ‘Laetitia’ é o

principal distúrbio fisiológico que se desenvolve durante o

armazenamento, já que o mesmo causa perda de firmeza de

polpa, um dos principais parâmetros de qualidade exigidos pelos

consumidores dessa fruta. Além disso, o amolecimento da polpa

Page 107: qualidade de ameixas 'laetitia

109

reduz o tempo de prateleira dos frutos. O apelo por tratamentos

que não façam uso de compostos químicos, faz com que cada

vez mais se busquem alternativas, que substituam, reduzam ou

eliminem o uso de tratamentos químicos que possam ter residual

nos frutos.

A utilização de vapor de etanol, tratamento térmico e

estresse por baixo oxigênio podem se mostrar eficientes no

retardo do amadurecimento dos frutos, bem como na redução do

estresse oxidativo e consequentemente no escurecimento de

polpa. Todavia, nesse tipo de tratamento é de fundamental

importância conhecer a espécie a ser utilizada, já que esse tipo

de tratamento vai causar estresse no fruto estimulando

mecanismos de defesa no mesmo, como ativação de enzimas

antioxidativas, compostos fenólicos e atividade antioxidante. Se

ultrapassar o estresse que o fruto é capaz de sofrer e reverter, o

estresse causado pode ser irreversível e dessa forma

potencializar o estresse oxidativo do fruto.

Page 108: qualidade de ameixas 'laetitia

110

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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