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1 Reflexões Sobre Os Limites Da Contribuição De Schumpeter Para Uma “Inovação Sustentável Transformadora - IST” Autoria: Eugenio Avila Pedrozo, Natalia Carrão Winckler, Tania Nunes da Silva O objetivo é analisar a adequação das premissas teóricas schumpeterianas para uma “inovação sustentável transformadora - IST”. Inicialmente discute-se a influência schumpeterianas para a inovação na economia e organizacões. Paralelamente, apresenta-se discussões sobre desenvolvimento sustentável, visando construir um desenvolvimento sustentável transformador, baseado nas dimensões da TBL; nas fases de desenvolvimento sustentável de Hopwood, Mellor e O’Brien (2005), status quo, reforma, transformação; na lógica multinível e em ações estratégicas sustentáveis. Associando-se a inovação com o posicionamento desenvolvimento sustentável transformador foi proposta a IST. Finalmente, foi feita uma análise sobre quais premissas teóricas schumpeterianas não seriam mais adequadas para a IST.

Reflexões Sobre Os Limites Da Contribuição De ... · A inovação tornou-se um imperativo na vida das organizações e da sociedade no final do ... os fundamentos epistemológicos

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Reflexões Sobre Os Limites Da Contribuição De Schumpeter Para Uma “Inovação Sustentável Transformadora - IST”

Autoria: Eugenio Avila Pedrozo, Natalia Carrão Winckler, Tania Nunes da Silva

O objetivo é analisar a adequação das premissas teóricas schumpeterianas para uma “inovação sustentável transformadora - IST”. Inicialmente discute-se a influência schumpeterianas para a inovação na economia e organizacões. Paralelamente, apresenta-se discussões sobre desenvolvimento sustentável, visando construir um desenvolvimento sustentável transformador, baseado nas dimensões da TBL; nas fases de desenvolvimento sustentável de Hopwood, Mellor e O’Brien (2005), status quo, reforma, transformação; na lógica multinível e em ações estratégicas sustentáveis. Associando-se a inovação com o posicionamento desenvolvimento sustentável transformador foi proposta a IST. Finalmente, foi feita uma análise sobre quais premissas teóricas schumpeterianas não seriam mais adequadas para a IST.

 

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Reflexões sobre os limites da contribuição de Schumpeter para uma “inovação sustentável transformadora - IST”

INTRODUÇÃO

A inovação tornou-se um imperativo na vida das organizações e da sociedade no final do século ou milênio passado. Na última década, cresceu a discussão relacionado ao conceito de inovação com a sustentabilidade, juntamente com outras discussões emergentes que envolvem diferentes posicionamentos ontológicos e paradigmáticos, como por exemplo, dentre outros: competitividade x sustentabilidade, visão econômica x social, quantitativo x qualitativo, visão analítica x sistêmica, lógica linear x complexa, objetividade x subjetividade, positivismo x interpretativismo/construtivismo. Esses posicionamentos normalmente são discutidos, quanto a sua aceitação e prática, de forma dialética ou envolvendo diferentes graus de aceitação entre as posições extremas entre o vigente e o emergente.

Do ponto de vista da inovação, ao longo do século, mas, com maior intensidade na segunda metade do séculoXX, dentre vários autores importantes, Joseph Schumpeter é frequentemente citado ou usado como um autor referencial de base sobre o tema, principalmente, em administração e empreendedorismo, mais do que em teoria economica (NELSON, 2012; BECKER, KNUDSEN, SWEDBERG, 2012). Dificilmente se escreve um artigo sem mencioná-lo, normalmente na parte introdutória ou na parte teórica. Enquanto discutia-se inovação com foco econômico, competitivo e tecnológico, o uso das premissas e das ideias de Schumpeter estavam bem alinhadas com a evolução das discussões de inovação, apesar dessa, algumas vezes serem questionadas sobre seu uso mais instrumental (balanço de ganhos e perdas) do que ontológico, epistemológico, filosófico ou teórico.

Quando Schumpeter escreveu suas ideias, principalmente depois dos anos 1920, o foco das empresas era progresso tecnológico, geração de lucro e crescimento econômico. De maneira geral, tem se desenvolvido um senso comum de que economias inovadoras têm efeitos destrutivos e criativos que são benéficos. Mas, existem críticas sobre o legado de Schumpeter. Inclusive, novos produtos, modos de organização, tecnologias, tendem a ser vistos como superiores, mesmo quando prejudicam alguns indivíduos, de certo modo e no curto prazo, gerando ansiedade, incertezas ou desvalorizando aspectos de capital social (SCHUBERT, 2013). Por isso, Nicholas (2003) e Schubert (2013) consideram difícil discernir os benefícios ao bem estar gerados pela estrutura industrial capitalista e pelas inovações na época em que Schumpeter escreveu sua teoria. Afinal, a quem caberiam os benefícios provenientes dos resultados da inovação e o dito progresso tecnológico? Devido ao foco nas questões econômicas, os aspectos sociais e ambientais pareciam secundários.

Paralelamente a esse desenvolvimento da inovação e esses questionamentos, nasceu e desenvolveu-se, em nível societal, a discussão sobre desenvolvimento sustentável, a partir da década de 90, que em administração ou para as organizações é mais comumente discutido usando-se o termo sustentabilidade. A intensificação da discussão sobre desenvolvimento sustentável nos seus múltiplos níveis (indivíduo, grupo, organização, nível interorganizacional, societal) tem influenciado cada vez mais a vida organizacional. Nas

 

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organizações indaga-se , ainda no presente momento, sem ainda ter as respostas adequadas, sobre o papel que essa discussão e outras de natureza similar envolvendo as organizações (responsabilidade social corporativa, relações negócio-sociedade, negócios sociais, base da pirâmide, ética, macromarketing, etc.), sobre sua importância: operacional (ação, prática, atividade), tática (gerencial) ou estratégica (alta administração, proprietários e acionistas). Com isso o próprio papel das organizações está sendo discutido, principalmente, sobre a manutenção de uma lógica econômica-financeira competitiva, praticamente dominante no século passado, para uma lógica sustentável a partir dos anos 90.

O desenvolvimento sustentável envolve aspectos multidimensionais e multiníveis, podendo ser discutido tanto de forma dialética, entre dois polos extremos e opostos, como entre diferentes graus de aceitação ou uso. Uma primeira aparente contradição é a própria expressão “desenvolvimento sustentável” que é composta por duas palavras com sentidos diferentes, talvez, conflitantes (LÉLÉ, 1991). Um outro eixo de discussão de desenvolvimento sustentável é o do TBL (triple-bottom line), proposto por Elkington (1997), pois, mantém o interesse na dimensão econômica, mas, preconiza que se deve adicionar, adicionalmente, os interesses ambientais e sociais nas decisões e ações, tratando-se simultaneamente essas três dimensões. Trata-se da proposta multidimensional mais aceita até hoje, tanto por acadêmicos como pelos responsáveis pelas organizações, apesar de poder ser estendida e incorporar outras dimensões, tais como: histórica, territorial, cultural, tecnológica, política, ética, etc. O uso das dimensões de TBL (ELKINGTON, 1997) permite um primeiro questionamento para a administração e para as organizações, sobre o grau de importância ou de prioridade a ser dado para cada dimensão em relação às demais. Assim, a prioridade entre as três dimensões (economia = E, ambiental = A, social = S) oferece seis possibilidades de combinação, ao se atribuir um nível de prioridade (1, 2 ou3) para cada dimensão (E > A > S, E > S > A, A > E > S, A >S>E, S >A>E, S >E>A). Nessa mesma lógica de análise, existe uma sétima possibilidade, mais comumente, utilizada pelos autores que é o equilíbrio ou igualdade de importância entre as três dimensões. Para os autores do presente artigo, essa última opção, apesar de ser o posicionamento mais difundido entre os autores, parece ser a menos realista, pela própria complexidade da discussão de desenvolvimento sustentável e principalmente, pelo caráter multinível da discussão, pois, as ações, táticas ou estratégias a serem adotadas poderiam serem feitas nos diversos níveis já mencionados. Por isso mesmo, alguns autores, como Iyer-Raniga e Treloar (2000) consideram que se deve discutir desenvolvimento sustentável com maior foco no processo do que no conteúdo, ou seja, é menos importante se discutir se algo é ou não é sustentável do que verificar os avanços feitos em direção a sustentabilidade.

Hopwood, Mellor e O’Brien (2005) trazem uma importante discussão sobre desenvolvimento sustentável tratando sobre a evolução das discussões de desenvolvimento sustentável, baseado num gráfico onde no eixo das abcissas é representada a preocupação ambiental, considerando três posições principais (nenhuma preocupação, preocupação tecnológica e preocupação ambiental ou ecológica) e, no eixo das abcissas, insere a preocupação social que vai desde uma posição não equitável até equitável. O cruzamento dos dois eixos do gráfico possibilita a emergência de três fases ou posicionamentos das discussões sobre desenvolvimento sustentável, denominadas status quo, reforma ou transformação, nas quais são “plotadas” as

 

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discussões e movimentos institucionais sobre desenvolvimento sustentável. Na status quo, as preocupações com os aspectos ambientais e sociais não existem, são mínimas ou pequenas o que leva a pequenas modificações nas ações de desenvolvimento sustentável e na estrutura existente. Na reforma são feitas modificações ou avanços de maior envergadura em relação as questões ambientais e sociais, normalmente com foco tecnológico, porém, não questionando os fundamentos epistemológicos do paradigma vigente. Na transformação há um questionamento do status quo dominante vigente, requerendo uma ruptura com o mesmo, levando a possíveis questionamentos ontológicos e paradigmáticos na discussão sobre desenvolvimento sustentável.

A esses três eixos de discussão sobre desenvolvimento sustentável, prioridade entre as três dimensões, a análise multinível e as três fases ou modos de desenvolvimento sustentável , já comentados, pode-se adicionar um quarto eixo, relativo a inserção ou uso do desenvolvimento sustentável nas estratégias das organizações (Kiron et alii, 2012; Cruz, Pedrozo e Estivalete, 2006). Essa discussão é cada vez mais importante, pois, pelo crescimento das discussões sobre desenvolvimento sustentável, envolvendo um número crescente de stakeholders com interesses similares, distintos e/ou antagônicos em relação ás atividades organizacionais, levando essas organizações a se interrogarem sobre a importância futura da evolução do desenvolvimento sustentável para inserirem ou não, de forma antecipada, na sua estratégia. Nesse sentido, observa-se um crescimento na adoção da sustentabilidade ou discussões similares nas declarações de visões, missões e princípios das multinacionais, principalmente, a partir da dos anos 2000. Kiron et alii (2012), na MIT Sloan Management Review, fizeram uma pesquisa com 2.874 gestores e executivos de 113 países, obtendo de seus respondentes que 70% das empresas adotaram a sustentabilidade como agenda de sua administração nos últimos 6 anos, sendo 20% são nos dois últimos anos. Nesse sentido, Cruz, Pedrozo e Estivalete (2006) propõe, baseado num processo evolucionário, inserindo princípios de complexidade moriniana, posicionamentos distintos de ações estratégicas pelas organizações, ao contrastar duas estratégias em polos opostos, que vai de uma lógica financeira-econômica num dos polos extremos até uma lógica sustentável no outro polo, envolvendo aprendizagens de primeira e segunda ordem, dependendo dos níveis de aprendizagem necessários para se avançar nos diferentes níveis de ações estratégicas.

A questão de pesquisa que emerge das discussões iniciais apresentadas vai se apoiar na visão transformadora, principalmente, nos quatro eixos de discussões apresentados sobre desenvolvimento sustentável, com foco na posição mais afastada do paradigma dominante vigente na economia e nas organizações, que tem foco na competitividade e no mercado. Essa visão transformadora baseia-se no desenvolvimento sustentável transformador de Hopwood, Mellor e O’Brien (2005), no foco nas dimensões ambiental e social em relação à econômica no TBL de Elkington (1997), no uso da lógica multinível articulando indivíduo-organização-sociedade e na estratégia sustentável para as organizações (CRUZ, PEDROZO E ESTIVALETE, 2006). Aceitando-se o imperativo da inovação dos dias atuais, na vida econômica-política e das organizações, fortemente ancorada ou inspirada na visão schumpeteriana, e também, aceitando-se a necessidade de se pensar na visão transformadora do desenvolvimento sustentável que se propõe discutirmos uma “inovação sustentável transformadora - IST”. Isso permite a emergência da seguinte questão de pesquisa, tendo

 

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como foco as idéias schumpeterianas: As premissas teóricas schumpeterianas continuariam válidas para uma nova orientação da sociedade baseada numa “inovação sustentável transformadora - IST”? Portanto, o objetivo do presente artigo é fazer uma análise sobre a adequação das premissas teóricas schumpeterianas para uma “inovação sustentável transformadora”.

Além dessa introdução, o artigo foi desenvolvido em duas outras seções: o referencial teórico sobre desenvolvimento sustentável e a inovação schumpeteriana e as considerações finais.

REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico é baseado em duas partes, uma relativa ao desenvolvimento sustentável e a outra relativa a inovação schumpeteriana. No desenvolvimento sustentável procura-se posicionar o que seria um desenvolvimento sustentável transformador, seja no nível da sociedade seja no nível organizacional. Na inovação, procura-se caracterizar a contribuição de Schumpeter. Não foi apresentada uma discussão específica sobre “inovação sustentável” pois, na lógica do artigo o que nos interessa é uma forma mais radical associada ao desenvolvimento sustentável transformador, gerando o que na introdução denomina-se “inovação sustentável transformadora” pela associação da discussão de transformação do desenvolvimento sustentável com as insuficiências das premissas schumpeterianas sobre inovação para abarcar essas “inovações transformadoras”.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desde o Relatório da Brundtland, marco reconhecido pela difusão mundial do desenvolvimento sustentável em 1987, houve opiniões favoráveis e contra, pois, preconizava que as gerações atuais deixassem uma situação melhor para as gerações futuras, aliando crescimento econômico rápido, proteção da natureza e levar em conta as necessidades dos pobres (HOPWOOD, MELLOR E O’BRIEN, 2005; KATES, PARRIS E LEISEROWITZ, 2005). Lélé (1991) e Fergus e Rowney apresentaram a contradição na semântica da expressão desenvolvimento sustentável, onde de forma paradoxal, uma das palavras significava “manter ou prolongar” e a outra “construir ou mudar” associado as discussões sobre objetivos ou processos envolvendo as dimensões econômica, ambiental e social. Iyer-Raniga e Treloar (2000) focam sua discussão sobre a adequação de se trabalhar o desenvolvimento sustentável como objetivo ou processo, discutindo as visões mecanicistas e evolucionárias dela. Nessa discussão, num contexto de participação dos atores, afirmam que o mais importante não a tentativa de se responder se algo é ou não sustentável, mas, adotar uma lógica de processo, na qual se avança continuamente para práticas e ações mais sustentáveis.

Na figura 1, Hopwood, Mellor e O’Brien (2005) apresentam três fases em relação ao desenvolvimento sustentável com diferentes graus de mudanças em relação ao que desenvolvimento praticado de forma dominante: status quo, reforma e transformação. No status quo, onde a preocupação com questões ambientais e equidade é mínima, faz-se poucas

 

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mudanças na gestão das estruturas existentes, sem alterações na tomada de decisão e nas relações de poder. Na fase de reforma, reconhece-se a necessidade de mudanças fundamentais mas acredita-se que possam ser feitas com base na estrutura existente. Não se vê a raiz do problema sobre a natureza da atual sociedade, mas, enfatiza a falta de informação e conhecimento. As mudanças incrementais propostas normalmente tem foco na tecnologia, na “boa ciência” e informação, em modificações no funcionamento do próprio mercado e nas reformas governamentais. O foco é na tecnologia e no mercado procurando-se avanços em relação as questões ambientais e de equidade. Já na fase de transformação reivindica-se um rompimento com as estruturas existentes na busca de uma maior equidade e justiça, juntamente com as inter-relações entre o ambiente e os assuntos técnico-econômicos. Advogam a necessidade de mudança as regras básicas do sistema vigente através da ação política dentro e fora das estruturas existentes. O foco é na visão holística centrada no humano. Dada a necessidade por mudança fundamental, uma conexão profunda entre a vida humana e o meio ambiente e uma estrutura de poder que explora ambos o planeta e as pessoas, os autores argumentam que uma transformação é essencial. Entretanto, não veem como necessário realizar um comprometimento exclusivamente com transformação. A reforma, em determinados momentos, se mostra melhor do que não fazer nada, se a transformação não for imediatamente factível. Vários dos posicionamentos dos movimentos que defendem essa posição são considerados como idealistas ou utópicos pela distancia de se transformar em ação a partir das estruturas atuais.

Figura 1 – Mapeamento das diferentes abordagens de desenvolvimento sustentável

Fonte: Hopwood, Mellor, e O’Brien (2005).

 

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No presente artigo, pode-se associar a proposta de Hopwood, Mellor e O’Brien (2005) com a prioridade que se pode dar com as dimensões de sustentabilidade de Elkington (1997), denominada TBL (econômica, ambiental, social). Mebratu (1998) faz uma discussão, do ponto de sistemas, sobre qual seria a importância relativa de cada uma dessas dimensões. Pode-se dizer que na fase status quo a dimensão ou sistema econômico é dominante ou mesmo, a única considerada na análise. Na reforma, já existe uma preocupação ambiental, na mairo parte com foco tecnológico, mas, continua a ocupar a segunda posição de importância. Já na fase transformadora, a social ou ambiental assumem a prioridade, ficando a dimensão ou sistema ambiental em terceiro lugar. Mebratu (1998), numa análise da interdepencdência cósmica entre os sistemas, que os sistemas fossem considerados aninhados, ou seja, um dentro do outro em quatro níveis, partindo do mais estrito ao mais amplo, respectivamente: sistema econômico, sistema social, sistema abiótico e sistema abiótico. Esse posicionamento é semelhante às discussões sobre complexidade de Morin (2002, 2003). Para isso, é necessário romper com a lógica financeira-econômica-mercadológica que domina atualmente o desenvolvimento de indivíduos, organizações, países e a própria sociedades atuais.

No âmbito organizacional, Cruz, Pedrozo e Estivalete (2006) propõe uma forma de se inserir o desenvolvimento sustentável nas estratégias das organizações. Segundo os autores, num dos polos, existe a lógica econômica-financeira tradicional orientadora atual das estratégias das organizações focadas no mercado, nas necessidades dos consumidores e nos interesses dos proprietários e acionistas das organizações (figura 2). No polo oposto, existe a possibilidade de orientar a estratégia das organizações por uma lógica sustentável olhando-se a organização como responsável pelos destinos do planeta terra, orientando sua estratégia primordialmente para decisões sociais e ambientais ou ecológicas, porém, com a preocupação de um equacionamento econômico para sua sobrevivência e enfrentamento dos riscos inerentes ao desenvolvimento de suas atividades.

Existem posições intermediárias de ações estratégicas, que poderiam serem associadas a reforma, por exemplo. Como exemplo disso, na mesma pesquisa de Kiron et alii (2012), predominantemente empresas e multinacionais, na escolha entre dimensões de sustentabilidade , 62,1% responderam que a sustentabilidade econômica era a mais importante.

 

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Figura 2 – Quatro fases de avanço de uma lógica econômico-financeira para uma lógica sustentável, com laços de aprendizagem, para estratégias organizacionais.

Fonte: Cruz, Pedrozo e Estivalete (2006).

INOVAÇÃO

Apesar de existirem vários autores importantes para a discussão sobre inovação o foco sobre Joseph Schumpeter é essencial para os objetivos do presente artigo conforme argumentação já apresentada na introdução..

A menção à inovação foi explorada por Schumpeter no século XX, quando, ao descrever o processo de desenvolvimento econômico, demonstrou o papel do empresário e da inovação, justamente destacando seu aspecto de novidade ao “fazer as coisas diferentemente” (CROSSAN; APAYDIN, 2010). A partir de então, é possível encontrar inúmeros trabalhos acadêmicos e práticas organizacionais que o utilizam como base para avanços no tema. No entanto, como a lógica inicial não se altera (o pensamento capitalista de base), a inovação acaba sendo direcionada para a geração de lucro das empresas.

A inovação vem sendo debatida por suas características, definições, processos e resultados, há muito tempo. O expoente clássico desta temática, o economista Joseph Schumpeter, desde meados do século XX já atribuía às inovações a capacidade de gerar transformações no capitalismo, revolucionando a estrutura econômica e os ciclos econômicos de destruição do

 

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antigo e criação de novas combinações ou elementos. A inovação é o que compunha a realidade capitalista, pela “concorrência de novas mercadorias, novas técnicas, novas fontes de suprimento, novo tipo de organização”, geradas pela nova combinação de recursos (SCHUMPETER, 1997, p. 107). O processo de destruição criadora descrito por Schumpeter (1997) sinalizava que as mudanças demandam tempo, envolvem diferentes aspectos e as empresas devem se adaptar a ele para sobreviver. Porém, como Hart (2005) observa, esse tempo de transformação está cada vez mais curto e, por isso, a inovação deve ser central às empresas.

A noção vigente de inovação no paradigma capitalista, descendente daquela Schumpeteriana, entende que o “impulso fundamental que põe e mantém em funcionamento a máquina capitalista procede” das novidades criadas pela empresa capitalista, revolucionando “a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo incessantemente o antigo e criando elementos novos” (SCHUMPETER, 1997, p. 105-106).

Em sua fase de herança neoclássica, Schumpeter explica como se dá o fluxo circular em direção ao equilíbrio na economia (GOLLO, 2006). Para Schumpeter (1912, p. 14), a atividade econômica tem como significado a satisfação de necessidades, é puxada por elas; produzir significa combinar elementos e a tecnologia só desenvolve métodos produtivos para bens procurados. Anos mais tarde, Schumpeter (1997), direcionando-se para uma visão evolucionária da economia, ressalta como a combinação de elementos é o que permite a destruição criadora em que o capitalismo se baseia, com a substituição do antigo pelo novo e algumas consequências, como o aumento nos investimentos de capital, nos preços e no consumo de recursos. Isso ocorreria até que a inovação se inserisse no fluxo circular e, ao ser absorvida por diversas firmas, gerando um boom, se seguiria pelo declínio, caracterizado pela “eliminação do lucro empresarial”.

Ao descrever os fluxos na economia, Schumpeter tornou-se um marco na história, pois destacava como principal fato do capitalismo a destruição criadora, esta que tomou uma conotação normativa nessa área (SCHUBERT, 2013). Inclusive, Nicholas (2003) relata que a estrutura industrial do início do século XX proveu uma ilustração clara de como as empresas com forte posição no mercado eram motores poderosos no progresso econômico, influenciando os escritos de Schumpeter sobre o capitalismo e a destruição criativa. Na concepção de destruição criativa Schumpeteriana, tanto se inova para prevenir a dissipação de lucros pela indústria, quanto para estimular novos entrantes ao lucro proveniente de suas descobertas tecnológicas (NICHOLAS, 2003).

As novas combinações podem se originar de forma contínua, como ajustes, ou de forma descontinuada, que é quando se dá o desenvolvimento. Schumpeter (1982, p. 48) adota em suas análises essa segunda conotação, visando o desenvolvimento “pela realização das novas combinações”, de forma criativa, e não como ajustes. Assim, o desenvolvimento se dá pela inovação, que conta com pelo menos três elementos principais (SCHUMPETER, 1982):

• Não é realizada sempre pelos mesmos envolvidos que controlam processos produtivos, ou seja, novas combinações podem se dar por empresas novas ou por pares – o que ressalta a descontinuidade desse processo, dado que “combinações novas

 

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signifiquem a eliminação das antigas pela concorrência” (p. 49), somada à queda e ascensão econômica e social dos indivíduos em função dessas mudanças;

• Não se deve supor que a inovação se dá ao utilizar-se no processo produtivo de elementos subutilizados (por exemplo, matérias-primas subutilizadas). “[A] nova combinação deve retirar os meios de produção necessários de algumas combinações antigas” (SCHUMPETER, 1982, p. 49), ou seja, empregando meios produtivos existentes no sistema econômico em novas combinações. Isso caracteriza o desenvolvimento, visto que “desenvolvimento consiste primariamente em empregar recursos diferentes de uma maneira diferente, em fazer coisas novas com eles, independentemente de que aqueles recursos cresçam ou não” (p. 50) e pode ocorrer com vários elementos, inclusive com o crédito financeiro;

• Empreendimento, empresário e capitalista são conceitos diferentes. Empreendimento é a realização de novas combinações, que é um processo especial e objetivo da função do empresário (indivíduo que realiza o empreendimento, como empregado ou independentemente da empresa). O capitalista, por sua vez, é aquele que corre riscos pelo investimento do capital, podendo ser o empresário ou um fornecedor de crédito.

Em situações de fluxo circular habitual (em que não há a inovação), o indivíduo pode agir “pronta e racionalmente porque está seguro do terreno em que pisa e se apóia na conduta ajustada a esse fluxo circular por parte de todos os outros indivíduos, que por sua vez esperam dele a atividade habitual (...)” (SCHUMPETER, 1982, p. 57). Na ocorrência de inovações, há um direcionamento contra a corrente, e o que era um auxílio (o hábito) torna-se um obstáculo, pois se passa a formatos teóricos e práticos diferentes. Nesse sentido, as inovações são algo especial, que nem todo indivíduo está apto a realizar objetivamente e para a qual é necessário escapar do pensamento habitual. Ainda, o melhor método de produção será aquele, no sentido teórico, em que há maior vantagem dentre os métodos conhecidos (SCHUMPETER, 1982).

Um dos pontos da inovação é que há resistência do meio ambiente social contra quem deseja criar algo novo, podendo ocorrer impedimentos legais, políticos ou outros. “Em questões econômicas essa resistência se manifesta antes de tudo nos grupos ameaçados pela inovação, depois na dificuldade para encontrar a cooperação necessária, finalmente na dificuldade para conquistar os consumidores” (p. 61). Possivelmente, será necessário oferecer o novo bem produzido ao consumidor gratuitamente, para que ele seja atraído pela mercadoria, valorize-a e, então, se possa aproveitar os lucros provenientes desse bem. O lucro desaparece “quando a nova mercadoria se torna parte do fluxo circular e o seu preço se coloca na relação normal com os custos” (SCHUMPETER, 1982, p. 92).

A inovação Schumpeteriana depende de a firma ser capaz de gerar retornos apropriados pela introdução de novas tecnologias no mercado (NICHOLAS, 2003). Assim, uma invenção é economicamente irrelevante enquanto não for levada à prática, ou seja, enquanto não gerar tais resultados. Os empresários podem ser inventores, como podem ser capitalistas, mas não é essa a natureza de sua prática. Na noção Schumpeteriana, o empresário pode ser um líder no sentido de que conduz meios de produção para novos canais e atrai outros produtores de seu ramo atrás de si – o que, neste caso, é uma liderança contra sua vontade, como diria

 

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Schumpeter –, concorrentes que reduzem e, em seguida, aniquilam seu lucro (SCHUMPETER, 1982).

Algumas diferentes motivações para a inovação, ou para as novas combinações pelo empresário, são apontadas por Schumpeter (1982). Segundo ele, no fluxo circular normal, sem adentrar a seara da psicologia ou se basear na noção do “homem econômico” (da visão clássica da economia), pode-se afirmar que as necessidades a serem atendidas variam conforme o período e o contexto e são delineadas por questões como hábitos, convenções sociais, grupos de referência; a ação econômica existe em função de dadas necessidades, com conduta racional, e até mesmo sem motivo racional. Contudo, quando a racionalidade é direcionada para novos planos, o empresário pode considerar tanto questões egocêntricas na sua tarefa característica (teórica e historicamente, conforme Schumpeter, 1982, p. 64) de “demolir a velha tradição e criar uma nova”. Isso tem implicações “morais, culturais e sociais” e envolve uma racionalidade consciente, embora muitas vezes seu motivo seja hedonista, de satisfazer as próprias necessidades ou, também, por uma busca de poder, conquista, de criar, exercitar a energia e a engenhosidade. De modo geral, Schumpeter não define uma linha motivadora para o empresário investir nas inovações, porém, ao longo de sua exposição, esclarece como o excedente, ou seja, o lucro empresarial é um motivo para as novas combinações, pois promove o desenvolvimento, deriva a acumulação de riqueza e gera mais lucros, entre outras consequências.

Para Schumpeter (1982), embora o lucro seja resultado das novas combinações, ele não é estacionário. O lucro permitirá o empresário gerar mais lucros, conforme conduza seu negócio com novas mudanças. “Uma vez que o empresário não tem concorrentes quando os novos produtos aparecem pela primeira vez, a determinação de seu preço se processa inteiramente, ou dentro de certos limites, segundo os princípios do preço de monopólio. Assim há um elemento de monopólio no lucro, numa economia capitalista” (p. 102). A mudança proveniente da inovação nos fluxos circulares gera o lucro e, este, por sua vez, é o responsável pelo desenvolvimento.

Diferentemente do período inicial, em que vê a economia de modo estacionário, Schumpeter

observa que há evolução no capitalismo, com as transformações do meio natural e social, que

alteram também a situação econômica não em termos dos sistemas monetários, mas pela

criação de “novos bens de consumo, dos novos métodos de produção ou transporte, dos novos

mercados e das novas formas de organização industrial criadas pela empresa capitalista”

(SCHUMPETER, 1997, p. 105).

A relação entre inovação, lucro, desenvolvimento no sistema capitalista e função empresarial

fica ainda mais clara quando Schumpeter (1982, p. 103) afirma que estão em consonância, ou

seja, “[s]em o desenvolvimento não há nenhum lucro, sem o lucro, nenhum desenvolvimento.

Para o sistema capitalista deve ser acrescentado ainda que sem lucro não haveria nenhuma

acumulação de riqueza” (p. 103). E, mais,

 

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“(...) a função empresarial é não apenas o veículo de contínua reorganização do sistema econômico, mas também o veículo de mudanças contínuas nos elementos que constituem os estratos mais altos da sociedade. O empresário bem-sucedido ascende socialmente e, com ele, a sua família, que adquire, a partir dos frutos de seu sucesso, uma posição que não depende imediatamente de sua conduta pessoal. Esse representa o fator mais importante de ascensão na escala social, no mundo capitalista. Como isso ocorre com a destruição pela concorrência de negócios antigos e, portanto, das vidas deles dependentes, sempre corresponde a um processo de declínio, perda de prestígio, de eliminação” (SCHUMPETER, 1982, p. 104).

As estratégias utilizadas para aumentar o poder de algumas empresas, a compra e o registro de patentes e a ocorrência de políticas antitruste faziam parte também desse cenário, e a estrutura industrial concentrada influenciava na propensão das firmas em inovar. Além disso, as patentes eram produzidas em detrimento do bem estar social, pois permitiam às firmas o monopólio de preços, gerando um benefício privado significativo para a empresa inovadora com o aumento do valor de mercado (NICHOLAS, 2003).

Os questionamentos ocorrem também no campo teórico. Pesquisadores têm discutido algumas das premissas de Schumpeter (por exemplo, Schubert, 2013; Nelson, 2012), alegando que, talvez, alguns dos seus termos e conceitos ignorados, ou tidos como “dados”, ou até mesmo normativos (SCHUBERT, 2013) precisem ser revistos ou reinterpretados. Um dos aspectos envolvidos nessa revisão é que algumas ideias válidas sobre a dinâmica da inovação variam temporalmente, de forma que aquelas adequadas para um determinado momento histórico talvez não sejam próprias para outro (NICHOLAS, 2003); outro aspecto é que, em meio às transformações e inovações, as empresas ainda geram muitas externalidades negativas, como custos não contabilizados, prejuízos a grupos de interesses (PRETTY, 2008), entre outras, sobre as quais não há soluções prontas.

Para Schubert (2013), se por um lado os novos produtos, modos de organização e novas tecnologias beneficiam a alguns, por outro tendem a colocar alguns indivíduos em situação pior no curto prazo, devido às perdas geradas pela destruição criativa (como a perda de empregos, status social, autorespeito) e podem gerar reações contra as instituições do capitalismo. Por esse motivo, o autor considera que a destruição criativa não é legítima em si, porque não se pode falar que algo substancial ocorre em termos de interesse público. Ele inclusive questiona: “o que é criado em um processo de mudança é necessariamente melhor do que o que está sendo destruído? Que tipo de destruição deveria nos preocupar? (SCHUBERT, 2013, p. 228).

As inovações, conforme Freeman e Soete (2008) são formas de geração de benefícios econômicos às empresas, mas não se deveria considerar somente estes; seria preciso levar em conta, também, fatores como qualidade de vida e meio ambiente envolvidos na inovação. Essa postura dos autores, embora sem mencionar o termo “sustentabilidade”, direciona o diálogo para ela.

 

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseado numa reflexão conduzida pela contradição e paradoxos entre as principais idéias de Schumpeter e a “inovação sustentável transformadora” construída, levando em conta as discussões anteriores, construiu-se o quadro a seguir, apontando-se as diferenças entre as duas discussões.

Premissas teóricas schumpeterianas Adequação para IST

Centrado no processo de desenvolvimento econômico, com base no capitalismo e foco no papel do empresário (empreendimento, empresário/empreendedor, capitalista)

Centrado no processo de desenvolvimento sustentável transformador, rompendo com o capitalismo e foco nos atores soceitais e no planeta terra

Inovação voltada à lógica do lucro para as empresas e dos ciclos de destruição e criação

IST voltada para objetivos ambientais e sociais, ficando o lucro num segundo momento

Destruição criativa: aceita a ocorrência de perdas aos donos ou empreendedores dos produtos destruídos (como a perda de empregos, status social, autorespeito)

Na IST podem ocorrer substituições de organizações de soluções antigas, mas, normalmente, por soluções mais amplas que as anteriores.

Inovação e destruição criativa é realizada para beneficiar empresas e empreendedores

IST procura beneficiar sociedade em geral e interesse público

Inovação centrada exclusivamente na lógica de mercado

IST preocupa-se, além do mercado, com interesses ambientais e sociais da sociedade

Inovação aceita naturalmente a concentração dos recursos, particularmente financeiros, para empreendedores, donos e acionistas (“estratos mais altos da sociedade”)

IST preocupa-se centralmente com a distribuição ou redistribuição dos recursos, de maneira equitável

Racionalidade: o empresário pode considerar tanto questões egocêntricas (Schumpeter, 1982, p. 64) e as vezes seu motivo pode ser hedonista, de satisfazer as próprias necessidades ou, também, por uma busca de poder, conquista, de criar, exercitar a energia e a engenhosidade.

Racionalidade: incentivo ao altruísmo, a equidade e a cooperação

A determinação de preço da inovação se processa inteiramente, ou dentro de certos limites, segundo os princípios do preço de monopólio (p. 102), apoiados pelo registro de patentes e políticas antitruste

Na IST preconiza-se o compartilhamento ou difusão para o maior número possível de usuários

Devido a falta de espaço no presente artigo não foi possível discutir cada um dos elementos contrastados no quadro.

Ressalta-se que nem tudo é contradição, pois, existem alguns aspectos das idéias de Schumpeter que também são similares para a IST, parcialmente ou totalmente, mesmo que,

 

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numa análise mais aprofundada se pudesse adequar melhor essas similaridades. Algumas delas menciona-se a seguir:

- “[A] nova combinação deve retirar os meios de produção necessários de algumas combinações antigas” (SCHUMPETER, 1982, p. 49), ou seja, empregando meios produtivos existentes no sistema econômico em novas combinações”;

- Na ocorrência de inovações, há um direcionamento contra a corrente, e o que era um auxílio (o hábito) torna-se um obstáculo, pois se passa a formatos teóricos e práticos diferentes;

- Um dos pontos da inovação é que há resistência do meio ambiente social contra quem deseja criar algo novo, podendo ocorrer impedimentos legais, políticos ou outros. “Em questões econômicas essa resistência se manifesta antes de tudo nos grupos ameaçados pela inovação, depois na dificuldade para encontrar a cooperação necessária, finalmente na dificuldade para conquistar os consumidores”;

- Assim, uma invenção é economicamente irrelevante enquanto não for levada à prática, ou seja, enquanto não gerar tais resultados;

Embora sem mencionar o termo “sustentabilidade”, Freeman e Soete (2008) destacam que as

inovações deveriam, mais do que gerar benefícios econômicos, envolver preocupações sobre

quantidade de bens, qualidade de vida, prevenção e conservação de recursos e meio ambiente.

Ao se considerar nas inovações aspectos econômicos, sociais e ambientais mencionados por

estes autores, parte-se de uma lógica dominante de inovação (com fins econômicos) em

direção à consonância com a proposta de desenvolvimento sustentável e, por sua vez, das

inovações sustentáveis.

Finalmente, no presente artigo preconiza-se avançar para “inovações sustentáveis

transformadoras”, mas, as premissas teóricas schumpeterianas não parecem serem suficientes

para servir de base para uma “inovação sustentável transformadora”. Isso possibilita um leque

de novas pistas de pesquisas em inovação sustentável a serem desenvolvidas futuramente.

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