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1 RELATÓRIO FINAL V CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE DE MACAÉ

RELATÓRIO FINAL V CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE DE … · A V Conferência Municipal da Cidade de Macaé é uma etapa da VI Conferência Nacional das Cidades sobre o tema: "A

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RELATÓRIO FINAL

V CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE DE MACAÉ

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COORDENAÇÃO GERAL

GISELE MUNIZ DOS SANTOS CAUTIERO

COORDENAÇÃO EXECUTIVA

FRANCES BARBOZA DA SILVA MARTINS

COMISSÃO PREPARATÓRIA

SEGMENTO DO GOVERNO

TITULAR:

CRISTIANA DA SILVA SIQUEIRA

RÔMULO ALEXANDER CAMPOS

JOÃO FELIPE IBBRAHIM DA COSTA

RACHEL FREITAS BARCELLOS DOS SANTOS

PAULA DE AZEVEDO GUEDES

RENATO TAVARES SCHULLER

CARLA MARIA TAVARES SANCHO BRASIL

RODRIGO PEÇANHA DE SOUZA

RAPHAEL LANDI FONTE SILVA

TÂNIA MÁRCIA CARVALHO AGUIAR

ADRIANA FERREIRA DE ASSIS MARCONDES

SUPLENTE:

FABÍOLA MACEDO RIBEIRO

ELISABETH SOUZA KOLLING SILVESTRE

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SEGMENTO DO LEGISLATIVO

TITULAR:

LUCIANO ANTÔNIO DINIZ CALDAS

SUPLENTE:

MARCEL SILVANO DA SILVA SOUZA

SEGMENTO MOVIMENTO POPULAR

TITULAR:

JOSÉ ALENCAR DOS SANTOS

RUTH COUTO SOUZA DOS SANTOS

MARIA DA GRAÇA A. PINTO

JOSÉ LUIZ DAUDT

MARCOS SEGADAS VIANA

MAGNO ROCHA

SEGMENTO DOS EMPRESÁRIOS

TITULAR:

GLAUCO NADER

MARLENE DO NASCIMENTO

ANDRÉ FERNANDES LOPES

SUPLENTE:

VITOR PAULO PEIXOTO DA SILVA

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SEGMENTO ENTIDADES PROFISSIONAIS

TITULAR:

GRAZIELA MANCINI F. PEREIRA

MAURÍCIO FERNANDO CASTELANI DANIEL

ELAINE MONTEIRO FERES

SUPLENTE:

FRED PEREIRA SOUTO

SEGMENTO ONG

TITULAR:

ANDRÉ LUIZ BARBOSA DA SILVA

SEGMENTO ENTIDADES ACADÊMICAS E TECNOLÓGICAS

TITULAR:

SÍLVIA REGINA TEODORO PINHEIRO

SUPLENTE:

MARCELO VIZEU DIAS

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................6

1. EVENTOS PREPARATÓRIOS PARA A CONFERÊNCIA.............................................7

2. RELATÓRIO DA V CONFERÊNCIA DA CIDADE DE MACAÉ..................................8

3. ANEXOS

ANEXO I - TEXTO BASE DOS GRUPOS DE DEBATE

- GRUPO I - A Cidade que temos: Como chegamos ao modelo atual de cidade?

Mediadora: Angélica Chaves.....................................................................................19

- GRUPO II - A Macaé que queremos: como construir uma cidade inclusiva,

participativa e socialmente justa? Mediadora: Frances Barboza.........................................26

- GRUPO III - " A função social da cidade e da propriedade"- Mediadora:

Alessandra Aguiar........................................................................................................30

- GRUPO IV - "Macaé do Futuro: pensando na diversidade energética" -

Mediador: Ricardo Santos........................................................................................32

ANEXO II- MOÇÕES............................................................................................................35

ANEXO III - PROPOSTAS DOS QUATRO EIXOS PARA ÂMBITO ESTADUAL E

NACIONAL.........................................................................................................................................44

ANEXO IV - PROPOSTAS APROVADAS EM PLENÁRIA FINAL PARA ÂMBITO

ESTADUAL E NACIONAL ..............................................................................................................46

ANEXO V - PROPOSTAS MUNICIPAIS............................................................................47

ANEXO VI - DELEGADOS ELEITOS À ETAPA

ESTADUAL.......................................................................................................................................53

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APRESENTAÇÃO

O presente instrumento visa relatar as atividades desenvolvidas na V Conferência

Municipal da Cidade de Macaé, compreendida nos dias 20 e 21 de maio de 2016. Aborda-se,

não apenas os fatos, mas os eventos preparatórios, os relatos, entre outros, objetivando

auxiliar a gestão e discutindo de forma participativa as propostas para o desenvolvimento

urbano, planejamento territorial, habitação, saneamento, ambiente e mobilidade urbana.

Segue, no primeiro momento, a apresentação das atividades e eventos realizados

durante os meses anteriores a referida Conferência como o objetivo de prepará-la, mobilizar

e empoderar a sociedade para uma participação de fato representativa e efetiva.

Posteriormente, relatam-se os principais acontecimentos e resultados da V

Conferência Municipal da Cidade de Macaé, apontando os avanços e desafios para atingir a

função social da cidade e da propriedade.

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1 - EVENTOS PREPARATÓRIOS PARA A CONFERÊNCIA

Foi instituída uma Comissão Preparatória para a V Conferência Municipal da Cidade

de Macaé.

Esta Comissão realizou 02 (duas) reuniões com as Associações de Moradores da

Cidade, nos dias 16 e 17 de maio de 2016, com objetivo de mobilizar e divulgar a V

Conferência, sensibilizando e envolvendo os movimentos populares para o compromisso de

construir uma cidade mais justa. Com o mesmo intuito foi realizada no ida 16 de maio,

também, uma reunião com os lideres comunitários.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação foi realizado o "Plano de

Mobilização e Articulação", que promoveu o Concurso Literário, cujo tema "Macaé: Cidade

inclusiva, participativa e justa", mobilizou alunos da Rede Municipal de Ensino de Macaé,

no período de 20 de abril de 2016 a 18 de maio de 2016, culminado com a leitura e

premiação da redação vencedora no dia 20 de maio de 2016, às 15 horas no Auditório da

Secretaria Municipal de Educação.

Foi realizado também, durante o presente mês, a mobilização das Universidades que

fazem parte do Complexo Universitário (FEMASS, UFF, UFRJ), pólo Macaé, através de

debates em salas de aula.

Ressalta-se que a Secretaria Municipal de Comunicação, por meio do Plano de

Mídia, contribuiu para dinamização e efetivação no que tange a divulgação da V

Conferência Municipal, quais sejam: reportagens acompanhando os referidos eventos,

entrevistas de rádio, além de cartazes, e outdoor.

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2. RELATÓRIO DA V CONFERÊNCIA DA CIDADE DE MACAÉ

A V Conferência Municipal da Cidade de Macaé é uma etapa da VI Conferência

Nacional das Cidades sobre o tema: "A função social da cidade e da propriedade, que

expressa a importância do interesse coletivo. O lema “Cidades Inclusivas, Participativas e

Socialmente Justas” proclama o caráter igualitário e equânime qualificando o significado do

tema.

A referida conferência foi realizada na Cidade Universitária, localizada na Rua

Aloísio da Silva Gomes, 50 - Granja dos Cavaleiros, nos dias 20 e 21 de maio de 2016,

regida nos seguintes termos:

No dia 20 de maio de 2016, o Cerimonial deu início a Solenidade de abertura às

19h30min com apresentação das pessoas que compuseram a mesa. Representando a

Sociedade Civil , a aluna do 3º ano do Ensino Médio do Colégio de Aplicação, Sabrina

Borges da Silva, Gleison Guimarães (Presidente da FUNEMAC e representando o Prefeito);

Gisele Cautiero (Presidente do Conselho da Cidade de Macaé e Secretária Municipal

Adjunta de Gestão Estratégica) e representando o legislativo, o vereador Luciano Diniz

(Titular do legislativo na comissão preparatória da Conferência).

O cerimonial leu os votos de saudações enviadas pelo Conselheiro Aldair Alves de

Souza, membro da Comissão Preparatória da VI Conferência Estadual das Cidades.

Em seguida o Presidente do Conselho Municipal de Macaé, Gisele Cautiero teceu

suas considerações. A mesma iniciou sua fala desejando boa noite à todos os cidadãos

presentes que tiveram a boa vontade e generosidade de terem comparecido à Conferência.

Falou da necessidade de se ter uma cidade co-responsável, com a participação e busca de

uma sociedade mais harmônica.

Prosseguindo, a palavra foi outorgada para o vereador Luciano Diniz que elucidou

sobre o Plano Diretor enquanto um importante instrumento de planejamento e de garantia da

função social da propriedade. Falou ainda do momento atípico que estamos vivendo na

Europa e da crise econômica financeira do País.

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Finalizando a mesa de abertura, o Sr. Gleison Guimarães fez sua inspirativa

desejando boas-vindas aos participantes que compareceram na FUNEMAC, ressaltando ser

a "nossa casa", destacou que a cidade universitária é casa de todos. Pediu desculpas em

nome do Excelentíssimo Sr. Prefeito, que não conseguiu estar presente na Conferência, em

razão de uma ocorrência de última hora . A Conferência segundo ele, acontece pelo terceira

vez na Cidade Universitária e para a FUNEMAC: "é muito orgulho ter pessoas interessadas

em pensar, discutir, ampliar acesso a Cidadania e direitos e deveres que nós temos

enquanto macaenses ou não" (sic). Gleison afirmou que não tem a menor dúvida que todos

que estavam presentes amam a Cidade.

Após encerrada a mesa de abertura, foram chamados: Frances Barboza, Darana

Azevedo, Miriam Reid e Rômulo Campos, membros da Comissão Técnica da Conferência,

para leitura do regulamento.

Primeiramente foi esclarecido que o Regimento interno da V Conferência Municipal

da Cidade de Macaé, assim como Regimento Interno da VI Conferência Nacional das

Cidades, constantes no material entregue, estabeleciam as diretrizes a serem cumpridas. E

que o regulamento, em consonância com os referidos Regimentos, estabelecia as regras para

o funcionamento da conferência tais como: organização da pauta e do temário, os grupos de

debate, o credenciamento, as deliberações, a forma de eleger os delegados, entre outros.

Concernente ao Regulamento, o mesmo foi lido até o final, anotando os pedidos de

destaques, e posto em aprovação.

Os artigos destacados foram:

� Art. 4º - parágrafo único - destaque referente a composição dos segmentos, sendo

criticado a não inclusão do cidadão. No momento, elucidaram ainda, a ausência de

conselhos municipais, que possuem em sua composição os usuários da política. Foi

explicado pela Comissão Técnica, que o Regimento não poderia ser alterado neste

sentido, pois estava em consonância com o que foi estabelecido pelo Ministério das

Cidades. Dominik, representante do Conselho Municipal da Pessoa com deficiência,

ratificou a necessidade de participação dos conselhos municipais nos segmentos

estabelecidos pelo Regimento Interno. Sendo assim, foi proposto incluir como

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delegados municipais, no regulamento - representantes de conselhos municipais,

deixando claro, que estes não podem ir para as Conferência Estadual e nem

Nacional, o que foi acatado pela Plenária.

� Art. 10 caput e § 3º - destaque referente a quantidade de propostas municipais eleitas

como prioritárias nos Grupos de debate. Sugeriu-se um total de 5 propostas

municipais por Grupos, sendo esta última aprovada. Desta forma, o artigo

referendado passou a ser: Art. 10. Os eixos de que tratam os incisos do art. 7º serão

abordados em Grupos de Debate, cada Grupo apresentará, em Plenária final, um total

de 7 propostas, sendo 2 (duas) de âmbito nacional e 5 (cinco) de âmbito municipal. §

3º As propostas de âmbito municipal totalizam-se 20 (vinte) e não serão objetos de

voto em Plenária Oficial.

� Art. 17, caput, houveram dois destaques: 1º - Foi solicitado que a moção fosse

estendida a todos os Participantes. Tal destaque não foi aprovado; 2º destaque,

sugeriu que as moções pudessem ser de estendidas para de âmbitos Estaduais e

Nacionais. Sendo esta aprovada, o novo texto ficou da seguinte forma: Art. 17. As

moções poderão ser encaminhadas por delegados e participantes e deverão ser, de

âmbito municipal, estadual e nacional, devendo ser apresentadas à Comissão

Preparatória da V Conferência Municipal da Cidade até as 12hrs do dia 21 de maio

de 2016.

� Art. 17 § 1º - foi proposto que o percentual de assinatura por participantes fosse

reduzido de 30% (trinta por cento) para 20% (vinte por cento). Destaque aprovado,

tendo nova redação: Art. 17 § 1º Cada moção deverá ser assinada por, pelo menos,

20% (vinte por cento) dos presentes na Conferência.

Após encerramento dos destaques solicitados por membros da Plenária, Sr. Paulo

Sérgio do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência questionou sobre o art. 24 § 1º do

Regimento Interno da Nacional, o mesmo acha que todos os participantes deveriam poder se

manifestar. A Comissão Técnica explicou novamente que não era objeto de votação o

regimento interno da Nacional.

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Finalizado a aprovação do regulamento, foram apresentados os membros da

Comissão Preparatória, no momento lembrou-se que os mesmos possuem a atribuição de

resolver casos omissos e conflitantes.

Antes do apresentação dos Painéis, Frances Barboza, tendo em vista o baixo número

de entidades inscritas para concorrem a vaga no conselho, propôs estender até o dia

21/05/2016 as inscrições, o que foi acatado.

Após a aprovação do Regulamento, deu-se início a apresentação dos painéis com a

Sra. Gisele Muniz que discorreu sobre a "A Cidade que Temos". Encerrou o seu painel

falando sobre a redação vencedora do concurso.

Logo em seguida, foi chamado para apresentação do Painel: " Função Social da

Cidade e da Propriedade - o Professor Daniel Arruda da UFF/Macaé. O professor Daniel

explicou que o título do painel foi escolhido com base no texto de referência previsto na

página 24 da Cartilha da VI Conferência Nacional das Cidades. Assim, citou algumas partes

que considerou relevantes. No primeiro item comentou sobre o diagnóstico do Brasil Urbano

e a Cidade que temos, já na página 26 comentou sobre uma série de processos históricos e

políticos que pertencem a experiência de várias cidades brasileiras. No primeiro tópico ele

falou da desigualdade sócio espacial e no penúltimo tópico da necessidade de se organizar a

cidade com base no interesse coletivo. Sendo assim, o mesmo teceu considerações com base

nesses pontos.

Realizada a apresentação dos painéis, deu-se início ao debate sobre o tema proposto.

Sra. Bernadete da Ong Revista visão social explanou sobre a idéia de pertencimento, que é

exatamente a questão da natureza, e como segunda situação, a questão da generosidade,

divisão e partilha, o que, em sua opinião, não acontece em Macaé. Falou das questões

ambientais dentro do Município.

Dominik contribuiu elucidando quanto a cidade que temos e sobre a importância de

pensarmos em propostas de materialização das políticas públicas de forma mais efetiva.

Encerrando os debates, concluiu-se o 1º dia de Conferência às 22:30.

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No dia 21 de maio de 2016, às 9 horas, na Cidade Universitária de Macaé, Sra.

Gisele Muniz deu abertura ao segundo dia de conferência, informando a programação do dia

que iniciou com os Grupos de Debate.

Nessa etapa os grupos de Debate discutiram os temas e elencaram duas propostas de

âmbito estadual/nacional, que foram postas em discussão na Plenária para acréscimos,

supressões no texto e posterior votação, em que três propostas seriam escolhidas. Além de

elaboração de pelo menos cinco propostas âmbito municipal. Os grupos foram os seguintes:

No Grupo I - "A Cidade que temos: Como chegamos ao modelo atual de cidade? ",

coordenado por Angélica Chaves.

No Grupo II - "A cidade que queremos: como construir uma cidade inclusiva,

participativa e socialmente justa?", coordenado por Frances Barboza.

No Grupo III - " A função social da cidade e da propriedade", coordenado por

Alessandra Aguiar.

No Grupo IV - "Macaé do Futuro: pensando na diversidade energética", coordenado

por Ricardo Santos.

Depois da apresentação do texto base dos grupos (Anexo 1) cada coordenador, abriu-

se para o debate e elaboração de propostas, sendo, para cada grupo: 3 (três) de âmbito

Estadual e Nacional para serem votadas em plenária e pelo menos 5 (cinco) de âmbito

municipal para entrarem como prioritárias no planejamento de governo.

Na parte da tarde, formou-se a plenária no Auditório da Cidade Universitária. Antes

do início das atividades (leitura de moção, eleição das propostas, eleição de delegados à VI

Conferência Estadual e eleição do Conselho Municipal de Macaé) a equipe organizadora

realizou chamada nominal dos delegados (as) para assinatura da lista de presença.

Seguindo a programação, foi dada a palavra aos autores das moções para leitura das

mesmas (ANEXO 2):

1. Sr. André, da ONG SOS Pecado, procedeu a leitura para que fosse referendada pela

Plenária a "Moção de Apoio: Os delegados, participantes e convidados presentes a

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5ª Conferência da Cidade de Macaé se solidarizaram e apoiam a criação do "Parque

Natural da Restinga da Praia do Pecado" para que possa preservar o ambiente local e

utilizá-lo como veículo de educação ambiental". Alex Medeiros pediu questão de

esclarecimento e teceu comentários a respeito do histórico de imóveis pertencente à

rede ferroviária. Moção aprovada pela totalidade presente na Plenária.

2. Sr. Paulo Sérgio fez a leitura da "Moção de Repúdio à organização nacional da

Conferência das Cidades pela indicação de restrição de participação de segmentos

organizados na Conferência das Cidades e pela "falha" no Regimento Interno da VI

Conferência Nacional das Cidades oferecido (artigo 24, parágrafo 1º) que restringe a

voz aos outros participantes que não sejam delegados (as)". Alessandra Aguiar fez

uso da palavra que não é necessário o repúdio. Darana procedeu a contagem e 54

pessoas foram a favor, o que aprovou a moção.

3. "Moção de Aplauso: Pela realização da V Conferência da Cidade de Macaé, com a

presença de cidadãos engajados no processo de transformação da cidade que temos.

Trabalhando juntos por um ideal que visa o bem-estar e melhor qualidade de vida,

dos que vivem em Macaé", lida por estudante da UFRJ e que foi aprovada pela

Plenária.

Para prosseguimento da próxima etapa foi realizada a leitura das propostas de âmbito

estadual/nacional (ANEXO 3), apresentação dos destaques, réplica, tréplica, votação dos

destaques e posterior votação das três propostas a serem remetidas para Conferência

Estadual, já com as devidas alterações.

Abertos os debates as propostas foram sendo modificadas ou mantidas da seguinte

maneira, o que consta em negrito foi acrescentado e o tachado foi retirado. Votada as

emendas, as propostas finais de cada grupo ficou da seguinte forma:

Grupo I - Foram feitos cinco destaques, ficando a nova redação da seguinte maneira:

P1 - Assegurar Criar mecanismos de diminuição de impactos socioeconômicos, ambientais

e culturais, em municípios afetados por projetos de grande porte de interesse nacional, com

a participação de órgãos de planejamento e gestão do Governo Federal, garantindo a

participação popular, incluindo à desmobilização dos empreendimentos já em

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funcionamento. Frances conduziu a votação:em que o texto foi aprovado sem a proposta

aditiva . P2 -Fomentar projetos de geração de oportunidades para a juventude, voltados para

o ambiente da profissionalização do trabalho, educação e cultura. Proposta aprovada sem

destaques.

Grupo II - as propostas sofreram as seguintes emendas: P3 - Garantir a

padronização dos passeios públicos com acessibilidade e sinalização universal, realizando o

manejo adequado da arborização urbana e redefinindo alocação de postes, parquímetros e

outros utilitários que possam prejudicar a mobilidade nas calçadas , com sinalização

apropriada para pessoas com deficiência, conforme a legislação vigente (Lei 13.146/2015 e

outras), além de ampliar a fiscalização de uso indevidos dos mesmos. Aprovada com a

inclusão do destaque feito por Alessandra Aguiar. P4 - Incentivo a implantação de

Consórcios intermunicipais de transportes de passageiros sobre trilhos e turísticos.

Aprovada sem destaques.

Grupo III das propostas para âmbito estadual/nacional: P5 - "Criar Cartório

Especializado em Regularização Fundiária e Políticas Públicas Sociais". Aprovada sem

destaques. P6 - "Definição de porcentagem do orçamento nacional para habitação de

interesse social (PEC 285/2008 - define o percentual de 2% da arrecadação dos impostos

para o Findo Nacional de Habitação de Interesse Social)". Destaque para a retirada do

parêntese a pedido do Sr. Sebastião. Após votação, aprovado texto sem destaques.

Grupo IV: P7 - Integração das Comunidades excluídas da rede de distribuição de

energia elétrica, que viria a custear a implantação de redes inteligentes de distribuição,

monitoramento e fornecimento de energia elétrica. P8 - Incentivo fiscal (IPTU Verde, etc) e

financiamento a pequenos produtores de energia renováveis (pessoas físicas e jurídicas),

além de descontos em contas públicas daqueles que realizam doações de recicláveis, bem

como incentivar a redução dos preços de projetos sustentáveis utilização de painéis solares,

captação de água de chuvas, etc e outros. Foi feita votação do destaque, para a retirada do

texto da indicação do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU. Lido e aprovado o texto

pela maioria dos delegados (as) com os destaques.

Explicou-se os critérios de votação para envio de propostas para

conferência Estadual. Reforçou-se que apenas três propostas seriam eleitas. Nessa fase as

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propostas foram denominadas da seguinte maneira: P1, P2, etc. Procedeu-se a leitura das

propostas e simultaneamente pediu-se que os delegados votassem. P 1 - recebeu 11 votos;

P2 - recebeu 2 votos; P3 - recebeu 11 votos; P4 - 12 votos; P 5 - 12 votos; P6 - 7 votos; P7 -

2 votos; P8 - 7 votos; mais votadas P4 e P5; foi aberta nova votação para desempate entre

P1 e P3 para preencher a terceira vaga, foram computados os votos e a vencedora foi a

proposta P3. O quadro das três propostas eleitas se encontram no ANEXO 4.

Em sequência, foi feita a leitura das propostas de âmbito municipal elencadas por

todos os eixos (ANEXO 5). Alguns grupos incluíram um número superior a cinco propostas

e todas foram devidamente relacionadas, no entanto, somente as cinco escolhidas como

prioritárias foram lidas em Plenária. Nessa etapa, apenas foram conhecidas as propostas, não

cabendo destaques, nem tão pouco votação.

Findada a leitura das Propostas Municipais iniciou-se a eleição para os delegados

(as) à VI Conferência Estadual das Cidades (ANEXO 6).

1. "Movimentos Populares" concorrendo a seis vagas para este segmento estavam

presentes: Dominick Werneck, Maria Bernadete Vasconcelos, Sebastião Roberto dos

Santos e José Alencar, sem mais candidatos, esses foram eleitos. Paulo Sérgio

Carvalho de Barcellos também se apresentou como opção de ocupar a quarta vaga,

essa indicação será enviada para análise pela Comissão da Conferência Estadual,

representando o Conselho Municipal do Direito das Pessoas com Deficiência.

2. No segmento "Trabalhadores, por suas entidades sindicais": estava presente

representando esta categoria, somente o Sr. Magno Rocha que, conseqüentemente,

ocupou a única vaga do segmento.

3. "Entidade Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa e conselhos profissionais":

Dos delegados presentes representando este segmento, se candidataram para

concorrer a uma vaga Grasiela Mancini França Pereira e Roberto Pires, cada um teve

um minuto para defender a vaga. Roberto Pires foi eleito como delegado e a Grasiela

suplente.

4. "Organizações não governamentais com atuação na área do desenvolvimento

urbano" estavam concorrendo a uma vaga os seguintes delegados (as): Sr. Jurandir,

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Sr. André e Sr. José Alencar (Alex Medeiros), sendo esse último eleito pelo

segmento. Abriu-se uma discussão sobre a vaga ocupada pelo delegado Sr. José

Alencar, pelo Movimento Ferrovia Viva na Conferência Estadual, ser ou não

enquadrada no segmento "Movimento Popular". Propôs-se uma resolução posterior

dessa questão, diante da análise do documento da associação a ser apresentado na

Secretaria Adjunta de Gestão Estratégica, na próxima semana. Caso contrário, José

Alencar (Alex Medeiros) ocupará uma vaga do segmento "Movimentos Populares" e

Sr. Jurandir Braz de "Organizações não governamentais", tendo o Sr. André Luiz

Barbosa como suplente.

5. Do segmento "Empresários relacionados à produção e ao financiamento da

desenvolvimento urbano" não havia representante presente no local.

6. "Gestores, administradores públicos e legislativo - federais, estaduais,

municipais e distritais": Gisele Muniz dos Santos Cautiero - Secretaria Municipal

Adjunta de Gestão Estratégica, Luciano Diniz - Câmara de Vereadores de Macaé,

Alessandra Aguiar - Secretaria Municipal de Habitação e Cristiana da Silva Siqueira

- Gabinete do Prefeito, Márcia Alves Correa - Secretaria Municipal de Educação ,

Newton Amorim - Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Rachel Freitas -

Secretaria Municipal de Ambiente.

Em seguida iniciou a eleição para composição do Conselho, em que "Movimentos

Populares" estavam inscritos para concorrer a seis vagas, apenas cinco instituições estavam

presentes. "Conselhos e Entidade Profissionais e Sindicais de Trabalhadores" estavam

inscritos para concorrer três vagas, todas devidamente completadas. "Entidades

Acadêmicas e de Tecnologia" estavam inscritos para concorrer três vagas, somente uma

vaga foi preenchida. "Organização não-governamental" estavam inscritos para concorrer

duas vagas, somente uma instituição fez-se presente. "Gestores, administradores públicos

e legislativo - federais, estaduais, municipais e distritais" ocupam nove vagas, por

indicação dos órgãos ou entidades previstas a compor o Conselho no Município.

Estabelecendo a seguinte composição:

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1. "Movimentos Populares" estavam inscritos para concorrer a seis vagas as seguintes

entidades: Associação dos Aposentados e Pensionistas de Macaé e Associação de

Moradores da Barra de Macaé. Em razão do número de vagas não preenchidos,

algumas entidades presentes na Conferência mostraram interesse em pleitear uma

vaga no Conselho, sendo esses: Conselho Municipal do Direito das Pessoas com

Deficiência, Associação de Moradores do Barreto, Associação Batista Serra Mar e

Associação dos Ferroviários Aposentados, Pensionistas e ex-Ferroviários de Macaé.

Sendo acatado pela Plenária e pela Presidente do Conselho essas últimas serão

incluídas, com ressalva ao Conselho Municipal do Direito das Pessoas com

Deficiência que foi acatada a indicação para análise da possibilidade.

2. "Conselhos e Entidade Profissionais e Sindicais de Trabalhadores" inscritos e

eleitos: CAU/RJ - Conselho de Arquitetura e Urbanismo e APFAM - Associação dos

Professores e Funcionários Aposentados de Macaé. Representação não inscrita, mas

indicada em Plenária por mostrar interesse: CRESS - Conselho Regional de

Assistência Social.

3. "Entidades Acadêmicas e de Tecnologia", apenas uma das inscritas estava

presente: UFF - Universidade Federal Fluminense.

4. "Organização não-governamental" inscrito e eleito: Movimento S.O.S. Praia do

Pecado. Entidade não inscrita, mas indicada em Plenária por mostrar interesse:

Instituto Visão Socioambiental.

A organização da V Conferência da Cidade de Macaé se comprometeu em analisar

toda documentação antes de confirmar a composição das entidades nos segmentos

representativos no Conselho. O edital que previa inscrição no Conselho Municipal das

Cidades foi publicado em 26 de abril de 2016, em seu texto constava o prazo de cinco dias

úteis para entregar a documentação necessária. Ficou acordado que na próxima reunião do

Conselho serão analisadas as vagas a serem preenchidas nos segmentos não plenamente

ocupados.

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O Instituto Visão Socioambiental solicitou inclusão no segmento "Organização Não-

Governamental". Sr. Paulo Sérgio solicitou aplausos à organização da "V Conferência das

Cidades de Macaé".

Cumprindo todos os objetivos e exigências contidas no Regimento Interno e no

Regulamento da V Conferência Municipal da Cidade de Macaé, a Sra. Gisele Muniz dos

Santos Cautiero, Coordenadora Geral da Conferência, encerrou os debates e demais

atividades e deu por encerrada a V Conferência da Cidade de Macaé, às 18 horas e 17

minutos.

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3. ANEXOS

ANEXO I - TEXTO BASE DOS GRUPOS DE DEBATE

GRUPO I - A Cidade que temos: Como chegamos ao modelo atual de cidade?

Mediadora: Angélica Chaves.

É fato notório o crescimento populacional da cidade de Macaé na última década,

resultante da ampliação das operações de empresas do ramo petrolífero. Não se pode negar a

incrível geração de emprego dessa indústria. A maior parte desses empregos é em empresas

multinacionais que pagam salários até mesmo acima da média nacional ou regional, o que

possibilita a moradia em bairros relativamente bem estruturados.

Contudo, muitas pessoas não apenas do entorno, mas de todo o país, e mesmo do

exterior, se mudaram para Macaé na esperança de melhorar de vida, e, nem todas obtiveram

sucesso. Muitos dos novos moradores da cidade acabaram não encontrando empregos ou

encontrando subempregos que não lhes garantem as condições básicas de vida. Para esse

contingente populacional não há outra alternativa senão o seu assentamento em locais,

muitas vezes, impróprios para moradia.

De fato, Macaé foi a quarta cidade do Estado do Rio de Janeiro que mais cresceu em

população de acordo com os dados do censo do IBGE1 de 2010, crescendo 56,08% ao final

do período de 2000 a 2010. Em primeiro lugar está Rio das Ostras, com taxa de 190,39%,

que é, aliás, a segunda maior taxa de crescimento populacional do país, perdendo apenas

para a cidade de Balbinos, no Estado de São Paulo, que apresentou crescimento

populacional de 199,47%. Em segundo lugar em percentual de crescimento populacional

está Maricá com 66,18%, seguida por Casimiro de Abreu, com 59,68%2.

Cabe lembrar que a ocupação do território que é hoje a cidade de Macaé tem seu

início no século XVII, quando o Governador Geral do Brasil, Gaspar de Souza, recebeu

ordens de proteger a região de possíveis ataques de contrabandistas de pau-brasil3. A região

1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2 Fonte: IBGE. Dados disponíveis em: <www.ibge.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011. 3 Fonte: CENTRO DE MEMÓRIA ANTÔNIO ALVAREZ PARADA. Dados disponíveis em: <www.macae.rj.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011.

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experimentou o auge em suas atividades comerciais durante o período de glória da

monocultura da cana-de-açúcar no norte fluminense, no século XIX (PARANHOS, 2006,

p.5), vindo o seu declínio com a implantação da via férrea para escoamento da produção,

diminuindo a importância de seu porto (PARANHOS, 2006, p.7). Durante os anos 20 do

século XX, houve um certo crescimento do município, em razão da cultura do café4,

havendo também atividade pecuária e pesqueira.

Nada, porém, se compara em sua história ao crescimento experimentado após a

descoberta de petróleo na região, em 19745, e, a chegada da Petrobras6. A presença da

empresa criada em 19537, mudou completamente a configuração do espaço urbano das

cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro onde atua.

A Bacia de Campos, área de exploração na qual se enquadra o Município de Macaé,

possui aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. A primeira perfuração ocorreu em

1976, e, a exploração comercial teve início em 1977, no Campo de Enchova, com produção

de 10 mil barris por dia em plataforma flutuante. Em 1984 foi descoberto o Campo de

Albacora, comprovando a existência de campos de petróleo gigantes em águas profundas,

mudando de forma marcante o futuro da empresa. Diante da necessidade de ampliar as

reservas do país e aumentar a produção, a estatal viu-se obrigada a desenvolver sua própria

tecnologia de exploração, uma vez que mesmo no exterior, já não conseguia obtê-la para as

novas profundidades descobertas. A empresa criou o PROCAP – Programa de Capacitação

Tecnológica em Águas Profundas e a tecnologia desenvolvida a partir de então tornou a

empresa líder do mercado mundial de exploração em águas profundas8, recebendo diversos

4 Fonte: CENTRO DE MEMÓRIA ANTÔNIO ALVAREZ PARADA. Dados disponíveis em: <www.macae.rj.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011. 5 Fonte: PETROBRAS. Dados disponíveis em: <www.petrobras.com.br> Acesso em 03 dez. 2011. 6 Embora seja uma sociedade anônima de capital aberto, o acionista majoritário é o Governo do Brasil, e atua como uma empresa de energia nos seguintes setores: exploração e produção, refino,comercialização e transporte de óleo e gás natural, petroquímica, distribuição de derivados, energia elétrica, biocombustíveis e outras fontes renováveis de energia. Líder do setor petrolífero brasileiro, expandiu suas operações para estar entre as cinco maiores empresas integradas de energia no mundo até 2020 e está presente em 25 países. O Plano de Negócios 2013-2017 prevê investimentos de US$236,7 bilhões. 7 Apesar de ter sido criada em 1953, somente em 1954 foi concluída sua instalação, ao herdar do Conselho Nacional de Petróleo duas refinarias, a de Mataripe (BA) e a de Cubatão (SP). Elas passam a ser os primeiros ativos (patrimônio) da empresa. Em 10 de maio daquele ano, a empresa começa a operar, com uma produção de 2.663 barris, equivalente a 1,7% do consumo nacional, quando o petróleo e seus derivados já representavam 54% do consumo de energia no país. Fonte: Petrobras. Dados disponíveis em: <http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/nossa-historia/> Acesso em 05 nov. 2012. 8 Idem, ibidem.

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prêmios internacionais nos anos seguintes. Com a inauguração das plataformas P-34 e P-50,

em 2006, o país atingiu a autossuficiência na produção de petróleo.

Essa presença também tem um impacto grande no tocante à arrecadação e orçamento

público de todos os municípios da região, principalmente após a modificação na legislação

que regula as atividades petrolíferas no país na década de 90. No caso de Macaé nota-se que

há uma grande transferência de recursos relativos a royalties do petróleo, além da

arrecadação de outras fontes, fazendo com que as leis de previsão orçamentária contenham

valores cada vez mais elevados ano após ano9:

Tabela 1: Previsões orçamentárias de Macaé.

Ano Lei Previsão Orçamentária10

2009 3.151/2008 R$ 1.076.776.003,00

2010 3.342/2009 R$ 1.210.660.500,00

2011 3.492/2010 R$ 1.347.076.210,87

2012 3.719/2011 R$ 1.570.686.950,23

2013 3.970/2012 R$ 1.868.686.964,62

2014 4.025/2014 R$ 2.243.475.007,10

2015 4.083/2015 R$ 2.422.549.000,00

2016 4.145/2016 R$ 2.081.650.000,00

Fonte: Prefeitura Municipal de Macaé11.

Tabela elaborada pela autora.

9 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ. Dados disponíveis em: <http://www.macae.rj.gov.br/portaltransparencia> Acesso em 28 abr. 2016. 10 Note-se que as leis orçamentárias fazem a estimativa de receita e fixação de despesas, por isso se fala em previsão orçamentária. 11 PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ. Idem. Ibidem.

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Todavia, o aumento expressivo na arrecadação municipal, com forte representação de

valores referentes a royalties do petróleo, não implica necessariamente na extinção de

condições precárias de vida da população mais carente. De fato, tem sido uma constante nos

municípios recebedores de royalties, o agravamento das condições insalubres de vida dessas

populações, como se apura no exemplo do estado de Sergipe comentado por Gicélia Mendes

da Silva (2010, pp.430-431):

Em Sergipe, a distribuição dos royalties e participações especiais do

petróleo, a partir da LP, trouxe alterações significativas nos

orçamentos dos municípios produtores de petróleo, em especial aos

municípios litorâneos. Contudo, o montante que tais municípios

recebem em royalties, comparados ano a ano com alguns indicadores

sociais, deixa clara a questão de que o crescimento econômico não

elimina, por exemplo, a pobreza. Em alguns casos tem havido

exatamente o contrário. A despeito dos valores monetários que

circulam nos cofres públicos dos municípios petrolíferos de Sergipe,

as condições sociais apresentadas pela maior parte deles levantam

indagações a respeito da aplicabilidade dos recursos. Os números

não falam por si só, mas contribuem para que a partir da junção de

outros fatores, elaboremos um arcabouço investigativo e propositivo

a respeito das compensações financeiras do petróleo e seus efeitos

sociais e, mais especificamente, da pobreza.

(...)

Se considerarmos as condições de vida nos municípios produtores de

petróleo em Sergipe constataremos o antagonismo entre as riquezas

que adentram os cofres públicos de boa parte dos municípios e as

condições de vida da população. Após mais quarenta anos de

exploração, encontra-se sobre o subsolo rico uma população

empobrecida e com poucas possibilidades de usufruir dos benefícios

que os recursos provindos da exploração das jazidas poderiam

oferecer se a gestão dos recursos fosse adequada. Esta situação

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reforça a necessidade de que os municípios invistam em

diversificação produtiva para que as comunidades tenham

oportunidades de empregos que alavanquem a economia dos

municípios.

De acordo com censo de 2000 do IBGE, a cidade de Macaé tinha então uma

população de 132.461 habitantes. Já de acordo com o censo de 2010, a população de Macaé

atingiu o total de 206.728 habitantes12, numa base territorial de 1.216,846km². No período

de 1991 e 2002, Macaé teve um crescimento populacional médio de 3,4%, enquanto a

cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, cresceu cerca de 0,75% entre 1991-2000, e, 0,63%

entre os anos de 2001-200813. O influxo de aumento da população resulta, naturalmente, em

aumento da demanda pela prestação de serviços públicos, o que induziria o Poder Público a

investir pesado em setores como saúde, educação, assistência social, habitação e infra-

estrutura urbana.

Conforme dados do Ministério do Trabalho, havia no município no ano de 2011 um

total de 103.159 pessoas com carteira assinada14. Estima-se ainda, que 48,8% dos empregos

gerados na região norte do Estado do Rio de Janeiro, no período de junho de 2008 a junho

de 2009, foram em Macaé. Em 2008 registrou-se um total de 5.13615 empresas atuantes no

município.

Nesse cenário, Macaé se destaca no contexto da geração de empregos, tanto para

brasileiros quanto para estrangeiros. De fato, para mero efeito de ilustração, se comparada às

principais cidades do interior do estado, Macaé se destaca na geração de empregos.16 Apenas

como exemplo, os dados abaixo revelam que, no dia 06 de março de 2012, a cidade tinha a 12 O número inicialmente divulgado pelo IBGE era de que Macaé teria em 2010 um total de 194.497 habitantes. Contudo, o Poder Executivo municipal reagiu à divulgação desses números, já que de acordo com dados do próprio IBGE, com base no Fundo de Participação de Municípios (FPM), em 2009 a cidade teria 194.413, habitantes, ou seja, em um ano teria havido um crescimento de apenas 84 pessoas. Após uma revisão nos trabalhos do Censo chegou-se ao número atual, que ainda é questionado pelo Executivo Municipal que acredita que a população da cidade tenha, na verdade, atingido a casa dos 220.000 habitantes. Dados disponíveis em: <www.ibge.gov.br> Acesso em 28 abr. 2016. 13 Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dados disponíveis em: <www.datasus.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011. 14 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ. Dados disponíveis em: <www.macae.rj.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011. 15 Fonte: IBGE. Dados disponíveis em: <www.ibge.gov.br> Acesso em 03 dez. 2011. 16 Dados divulgados pela Rede Intertv de Televisão em 06 mar. 2012, relativos à oferta de vagas de trabalho no setor privado divulgadas por órgãos públicos de controle de trabalho e renda. Disponível em: <http://in360.globo.com/rj/noticias.php?id=24676> Acesso em 06 mar. 2012.

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oferecer até 29 vezes mais vagas de trabalho que outros municípios do interior do Estado do

Rio de Janeiro:

- Macaé: 921 vagas de emprego.

- Campos dos Goytacazes: 474 vagas de emprego.

- Petrópolis: 112 vagas de emprego.

- Cabo Frio: 104 vagas de emprego.

- Teresópolis: 57 vagas de emprego.

- Maricá: 51 vagas de emprego.

- Nova Friburgo: 31 vagas de emprego.

A divulgação de números expressivos, como os acima indicados, fez criar uma

expectativa de empregabilidade, não apenas nas populações das cidades do interior, mas,

também em trabalhadores de todo o país, e mesmo do exterior. Tal atrativo populacional

levou à ocupação desregrada do solo na cidade, com a ocupação de diversas áreas de

interesse e preservação ambiental, como o bairro Lagomar (área de restinga), as

comunidades da Nova Holanda, Malvinas e Piracema (áreas de mangue), além de contribuir

para a degradação dos ambientes naturais, como rios e lagoas, com o lançamento de esgoto

in natura originário de construções diversas, como no caso da Lagoa Imboassica.

No mesmo sentido de entendimento, cita-se a professora Selene Herculano, que em

artigo abordando os impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolíferas,

comenta o problema dessas ocupações irregulares (HERCULANO, 2011, p.8):

As atividades petrolíferas provocaram intensa modificação urbana.

Segundo a Associação Macaense da Indústria Hoteleira, Macaé tem

o segundo maior parque hoteleiro do estado, voltado para o turismo

de negócios, movimentando cifras que contribuem para 10% do PIB

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do município. Tem um aeroporto considerado o maior da América

Latina em número de pousos e decolagens de helicópteros. Em 2006

a Prefeitura aprovou 130 novos projetos de obras para condomínios,

prédios residenciais, comerciais, galpões de empresas e shopping

center.

O crescimento econômico e urbano foi, entretanto, acompanhado

pela favelização (Malvinas, Nova Holanda, Aroeira, Santana, Boa

Vista, São Jorge, Jardim Pinheiro, Vila Pinheiro, Leocádia,

Botafogo, Miramar, Lagomar, Jardim Santo Antônio, Nova Macaé,

etc.), pela violência e tráfico de drogas (ali atuava o temível

traficante Roupinol, Rogério Rios Mosqueira, natural de Macaé) e

pela degradação ambiental (poluição dos corpos hídricos). Como se

mostra a seguir, a Prefeitura ainda não universalizou a rede de

esgotamento sanitário.

Em setembro de 2009 a Agência Brasil, órgão oficial da imprensa do

Governo Federal, publicou matéria da Jornalista Isabel Vieira,

intitulada “A Maldição do Petróleo”, focando a violência e

favelização local. Segundo o Mapa da Violência dos Municípios

Brasileiros, a cidade de Macaé foi arrolada entre os 15 municípios

mais violentos do país: ocorreram 123 assassinatos em 2006, o que

corresponde a uma taxa de homicídios de 85,9 (em 100 mil

habitantes).

Esse processo de favelização, mencionado no extrato acima, tem sido uma constante

na cidade, levando ao aumento do número de pessoas vivendo em condições insalubres

como se verá mais detalhadamente a frente.

Dessa forma, a proposta deste Grupo de Trabalho é a partir da discussão de dados

locais, do modelo de desenvolvimento do Município de Macaé, elaborar propostas concretas

que possam auxiliar na transformação de nossa cidade, assim como, de todas as outras

cidades que enfrentam desafios similares.

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Grupo 2 - A Macaé que queremos: como construir uma cidade inclusiva,

participativa e socialmente justa?

Mediadora: Frances Barboza

O conteúdo proposto, ora desenvolvido, é um breve estudo sobre alguns aspectos dos

novos direitos, surgidos das enormes transformações do mundo nestes últimos anos, diante

do tema proposto para a 6ª Conferência Nacional das Cidades - cidades inclusivas,

participativas e socialmente justas.

Nosso trabalho em grupo propõe a congregação, conscientização e tomada de

posição, o que denotaria estarmos no caminho.

Questiona-se: que cidade temos, qual cidade queremos?

Observe-se que quando falamos em novos direitos, objetivamos tratar de garantias,

que apesar de previstas, ainda carecem ser efetivadas.

Forçoso reconhecer, neste diapasão, que a sociedade, em constante evolução, requer

um direito dinâmico, que atenda as expectativas da sociedade da nossa época, despontando,

assim, em consonância com a ciência jurídica atual, o direito à informação como princípio

básico de controle social.

Cabe lembrar que na abertura da IV Conferência das Cidades, "foi ressaltada a

pressa da cidade no que tange ao diálogo e discussão, como também o fato de durante

séculos as discussões serem realizadas em praças. A população tem o desejo de discutir seu

cotidiano em busca da construção do futuro. A cidade é para todos e a sustentabilidade se

dá quando se consegue transformar recurso e qualidade de vida em busca de justiça

social.A discussão deve ser aberta, plena e sem individualismo, realizada em um contexto

,maior, ou seja, qualidade de vida para a toda sociedade"

Notório que o direito à informação integra de forma expressa o rol do artigo 5º da

CRFB, desde 1988, e, seu objetivo, seria a busca da proteção e desenvolvimento social, vez

que mister uma sociedade autônoma.

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Podemos entender a visão da autonomia da sociedade, no dizer de Castoríades (apud

Marcelo Lopes de Souza, página ), como uma sociedade que se auto institui, que possui

instrumentos de participação e utiliza-os de forma responsável e consciente, a partir do

momento em que possui acesso à informação de forma efetiva.

Entendendo desta forma, nos parece, que o projeto de autonomia leva a refundação

da democracia, ou seja, uma democracia não banalizada ou deficiente, onde desponta a

diminuição do abismo entre dirigentes e dirigidos ( Marcelo Lopes de Souza, página) o que

leva à possibilidade de cidadãos cada vez mais conscientes e participantes, de forma lúcida

e responsável, vez que a cultura da informação seria disseminada e assimilada pela

população e, não apenas prevista no texto constitucional.

Constate-se, ainda, o que reforça sua imprescindibilidade, que o direito à informação

é reconhecido e consagrado por diversos instrumentos internacionais de Direitos Humanos.

Ademais, o acesso à informação está intrinsecamente ligado ao exercício digno da

cidadania e da soberania popular, que se esvaziaria caso este direito fundamental fosse

inobservado.

Frise-se que o direito à informação é princípio básico de controle social, vez que só

assim poderá ocorrer de modo seguro o compartilhamento do poder de decisão entre Estado

e sociedade, que denota expressão máxima da democracia.

Cabe ressaltar, de forma primordial, que esta garantia esta relacionada à dignidade da

pessoa humana, a partir do momento em que o esclarecimento advindo do acesso à

informação, atua na proteção e desenvolvimento da sociedade, visto que a ignorância facilita

a exploração dos menos informados e, quiçá, mal intencionados, o que desaguaria na

apliação da desigualdade social.

A Cidade deve ser feita e pensada para e pelas pessoas (João Seixas), retro-

alimentando a qualidade de vida e a esperança.

Observe-se, na esteira de Ana Paula Barcelos, que o direito à informação é

ferramenta instrumental para realização de outros direitos e, nesta linha de raciocínio, ousa-

se asseverar que o direito à moradia adequada, saúde, educação, dentre outros direitos

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fundamentais, só poderão ser exercidos se existir informação ajustada, que possibilite aos

cidadãos o exercício pleno da democracia por meio da participação nas decisões do

Governo, o que deságua no cumprimento da função social da cidade.

Assim, o acesso à informação é considerado como um direito que antecede aos

demais, sendo central para a consecução do conjunto dos demais direitos, importando,

reconhecer, que "os mais diferentes níveis de escolha na vida cotidiana estão relacionados a

este direito".

Aspira-se, desta forma, potencializar o exercício deste direito e, numa visão de

mundo, propor a reflexão sobre as características da cidade, seus conflitos e identidades,

desafios e potencialidades, a fim de que se possa observar o que avançou, e o muito mais

que falta para o desenho de um caminho que nos faça buscar um desenvolvimento urbano

inclusivo e socialmente justo, pautado em políticas públicas que conduzam ao grau de

aumento da autonomia das maiorias desprivilegiadas.

A cidade que queremos deve passar pelo esforço de todos. Utópico?

Seguindo a concepção de Galeano, para que serve a utopia?

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.

Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais

alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a Cidade: uma introdução crítica ao

planejamento e à gestão urbanos - 8ª ed. - Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011.

BARCELOS, Ana Paula de. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais:

princípio da dignidade da pessoa humana. 3ª ed. Rio de Janeiro; RENOVAR, 2011.

http://sistemas.macae.rj.gov.br:84/transparencia/

http://www.prrj.mpf.mp.br/frontpage/noticias/ranking-estadual-de-transparencia-e-divulgado-pelo-mpf

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http://www.odebateon.com.br/site/noticia/detalhe/34117/prefeitura-aprimora-sistema-do-portal-da-transparencia

http://www.observatoriodasmetropoles.net/index.php?option=com_k2&view=item&id=140:a-cidade-e-a-crise&Itemid=165&lang=pt

http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7646

“E que nunca nos falte a esperança de dias melhores

William Rafael Dimas

● O objetivo deste GT é promover uma reflexão sobre as perspectivas de futuro do

Município de Macaé, com ênfase na necessidade de transformação do mesmo em uma

cidade inclusiva, participativa e socialmente justa. Este grupo trataria um viés mais

humanístico e filosófico do tema proposto no texto de referência.

Neste diapasão, propõe-se demonstrar que a sociedade em constante evolução, requer

um direito dinâmico, que atenda as necessidades surgidas á época, de forma a atender as

expectativas que fazem despontar o direito à informação como princípio basilar do controle

social.

- Sugere-se apresentar para discussão nesse Grupo de Trabalho um panorama dos

novos direitos, surgidos das enormes transformações do mundo nos últimos anos, diante da

evidente necessidade em se ter cidades mais inclusivas, participativas e socialmente justas,

com a introdução de perguntas como:

1- O que pode ser feito para se ampliar a participação popular nas decisões do

Município?

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2- O que é preciso para que se alcance o exercício efetivo da função social da

propriedade no Município, observado o acesso à informação como direito que antecede aos

demais e como pilar de sustentação no exercício digno da cidadania e da soberania popular?

3 - O que avançamos e qual o modelo de cidade que se quer para Macaé, analisando

sob o ponto de vista de que a melhora deve se dar no sentido de que se criem condições para

que cada cidadão viva com dignidade, reconhecendo que o atendimento às expectativas

individuais seria impossível, vez que difere de um para outro.

4 - Quais medidas podem ser adotadas para que Macaé se transforme numa cidade

autônoma, inclusiva, participativa, socialmente justa?

Grupo III - " A função social da cidade e da propriedade"

Mediadora: Alessandra Aguiar.

A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA CIDADE

"Artigo 182 CF: " A política de desenvolvimento

urbano, executada pelo Poder Público municipal,

conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por

objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das

funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de

seus habitantes."

A redemocratização do País, durante a década de 1980, culminou com a promulgação da

Constituição da República Federativa de 1988, que reforçou o papel do município como

gestor da política de desenvolvimento urbano e estabeleceu a função social da propriedade

urbana e a função social da cidade, entretanto,deixou em aberto a regulamentação desses

direitos.

O Direito à moradia (função social da propriedade urbana) consta no artigo 6.º, como um

direito social:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a

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proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,

na forma desta Constituição. (Grifo)

O doutrinador José Afonso da Silva em sua obra Curso de Direito Constitucional Positivo,

editora Malheiros, 2008, ao dispor do assunto em epígrafe conclui que:

“Esse é daqueles direitos que têm duas faces: a primeira significa

que o cidadão não pode ser privado de uma moradia, nem impedido

de conseguir uma, no que importa a abstenção do Estado e de

terceiros. A segunda que é a nota principal do direito à moradia,

consiste no direito de obter uma moradia digna e adequada,

revelando-se como um direito positivo de caráter prestacional,

porque legitima a pretensão do seu titular à realização do direito por

via de ação positiva do Estado. É nessa ação positiva que se encontra

a condição de eficácia do direito à moradia.”

Já os artigos 182 e 183 da Carta Magna, estabelecem alguns instrumentos supostamente

capazes de dar ao poder público, melhores condições de regular a produção e a apropriação

do espaço urbano com critérios socialmente mais justos e introduziram o princípio da

chamada “FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA”, para atingir a "FUNÇÃO

SOCIAL DA CIDADE".

Tais instrumentos, por sua vez ficaram sem regulamentação específica para sua execução: o

Plano Diretor, o Parcelamento e Edificação Compulsórios, o Imposto sobre a Propriedade

Predial e Territorial Urbana (IPTU) Progressivo no Tempo, a subsequente Desapropriação

com Pagamento Mediante Títulos da Dívida Pública, Usucapião especial urbano e a

Concessão de Uso.

Por outro lado, o fortalecimento do município na gestão da política de

desenvolvimento urbano promovido pelo texto constitucional foi bastante relevante porque

traduziu o reconhecimento institucional de que é no âmbito da cidade que emergem os

conflitos urbanos e as demandas por terra e moradia. É a cidade que proporciona a

interlocução direta de todos os atores envolvidos na disputa pelo solo urbano, possibilitando

à administração local exercer um papel de mediação e promover a elaboração do Plano

Diretor e sua gestão por meio de processos participativos, uma vez que , concentram no

Município o foco de suas reivindicações.

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No ano de 2001, foi editado o Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º 10.257, de 10/07/2001,

destinado a explicitar as diretrizes da política urbana brasileira, ou em outras palavras,

delinear o conteúdo do principio da função social da propriedade urbana, que nas palavras

de Edésio Fernandes, em sua obra do Código civil de 1916 ao Estatuto da Cidade: algumas

notas sobre a trajetória do Direito Urbanístico no Brasil:

"Em última análise, toda e qualquer lei urbanística ou ambiental

implica em materializar o princípio da função social da propriedade,

que é sem dúvida o princípio fundamental do Direito Urbanístico e

do Direito Ambiental.

...

Cabe ao governo municipal promover o controle jurídico do

processo de desenvolvimento urbano através da formulação de

políticas de ordenamento territorial, nas quais os interesses

individuais dos proprietários necessariamente coexistem com outros

interesses sociais, culturais e ambientais de outros grupos e da cidade

como um todo"

O Estatuto da Cidade é uma conquista social, cujo desenrolar se estendeu durante décadas.

Sua história é, portanto, exemplo de como setores de diversos extratos sociais podem

persistir muitos anos na defesa de uma ideia, tais como, movimentos populares, entidades

profissionais, sindicais e acadêmicas, pesquisadores, ONGs e alcançá-la, mesmo num

contexto adverso, vitória significativa para o Movimento de Reforma Urbana. Para dar a

todos o “direito à Cidade”, regulamentando instrumentos de uso e ocupação do solo,

regularização fundiária, e de instituir formas de controle e participação direta do cidadão a

elaboração de Planos Diretores.

Grupo IV - "Macaé do Futuro: pensando na diversidade energética"

Mediador: Ricardo Santos.

O uso da energia é essencial para o desenvolvimento econômico das sociedades.

Desde o domínio do fogo pela humanidade até as modernas células fotovoltaicas para

captação da energia solar, o modo de como as sociedades utilizam as fontes de energia de

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que dispõem influencia diretamente nas características desses grupamentos humanos. Desse

modo, é de grande propriedade a discussão de modelos de desenvolvimento energético no

âmbito nacional, regional e mesmo municipal. Nesse sentido, não é possível o planejamento

inteligente do uso da energia sem o conhecimento de como esse uso é feito no presente. O

Brasil desenvolve metodologia de Planejamento integrado pelo menos desde 2007, quando o

Ministério das Minas e Energias passou a ser assessorado na publicação do Plano Decenal

de Energia e do Balanço Energético Nacional. Recentemente, o estado do Rio de Janeiro

publicou o Balanço energético estadual, seguindo o exemplo de outros estados brasileiros,

como São Paulo e Rio Grande do Sul. A cidade de Macaé e a sua região de influência

desempenham papel central na exploração de petróleo no País, sendo em 2016 ainda a

principal região produtora. No entanto, com as descobertas do pré-sal e o desenvolvimento

da bacia de Santos a predominância de que a região fluminense dispunha em passado recente

vem perdendo participação no total da produção nacional. A proposta de trabalho a seguir

pretende refletir sobre alternativas de desenvolvimento para Macaé e região, considerando o

cenário de perda de participação na produção petrolífera nacional, apontando para uma

recolocação regional não só como produtor de energia, mas também como consumidor.

Inicialmente, é feito um curto nivelamento dos principais conceitos envolvidos na produção

e uso da energia, seguido pela apresentação do planejamento energético. Posteriormente

serão expostos aspectos da matriz energética nacional e da estadual, ambas obtidas a partir

de dados governamentais. Por fim, será feita uma exposição de casos de cidades que

optaram pelo desenvolvimento de técnicas modernas do uso da energia, desenvolvimento de

fontes alternativas e a adequação dessas metas à vocação regional. Alguns aspectos

ambientais a respeito das fontes serão elaborados. Assim, o público será convidado a refletir

sobre quais são as vocações regionais que devem ser exploradas no município, o papel das

instituições, indivíduos, empresas e também sobre qual o tipo de desenvolvimento

energético que se deseja. O trabalho será elaborado para uma exposição de cerca de 20

minutos e a abordagem proposta segue a seguinte lógica: 2 – CONCEITOS BÁSICOS DE

ENERGIA Fontes de Energia; Energia primária; Fontes de energia alternativa. 3 -

PLANEJAMENTO ENERGÉTICO A transição do modelo tradicional para o modelo de

planejamento energético integrado. 4 – BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL E

REGIONAL Caracterização de Oferta e demanda de energia.• Análise da Matriz

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energética Nacional• Matriz Energética Estadual (Regional)• Proposta de desenvolvimento

de Balanço Energético Regional.• 5 – PROPOSTAS E DISCUSSÕES DE

ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO Cidades inteligentes;•

Uso de fontes alternativas de energia;• Desenvolvimento da vocação regional;• Transição

para matriz energética com baixa intensidade de emissão de• carbono.

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ANEXO II - MOÇÕES

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ANEXO III - PROPOSTA DE ÂMBITO ESTADUAL/NACIONAL

GRUPO I -"A Cidade que temos: Como chegamos ao modelo atual de cidade? "

GRUPO II - "A cidade que queremos: como construir uma cidade inclusiva,

participativa e socialmente justa?"

GRUPO III - "A função social da cidade e da propriedade"

P1 - Criar mecanismos de diminuição de impactos socioeconômicos, ambientais e

culturais, em municípios afetados por projetos de grande porte de interesse nacional,

com a participação de órgãos de planejamento e gestão do Governo Federal.

P2 - Fomentar projetos de geração de oportunidades para a juventude, voltados para o

ambiente da profissionalização do trabalho, educação e cultura.

P3 - Garantir a padronização dos passeios públicos com acessibilidade e sinalização universal, realizando o manejo adequado da arborização urbana e redefinindo alocação de postes, parquímetros e outros utilitários que possam prejudicar a mobilidade nas calçadas , com sinalização apropriada para pessoas com deficiência, conforme a legislação vigente (Lei 13.146/2015 e outras), além de ampliar a fiscalização de uso indevidos dos mesmos.

P4 - Incentivo a implantação de Consórcios intermunicipais de transportes de

passageiros sobre trilhos e turísticos.

P5 - Criar Cartório Especializado em Regularização Fundiária e Políticas Públicas Sociais.

P6 - Definição de porcentagem do orçamento nacional para habitação de interesse social (PEC 285/2008 - define o percentual de 2% da arrecadação dos impostos para o Findo Nacional de Habitação de Interesse Social).

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GRUPO IV - "Macaé do Futuro: pensando na diversidade energética"

P7 - Integração das Comunidades excluídas da rede de distribuição de energia elétrica, que viria a custear a implantação de redes inteligentes de distribuição, monitoramento e fornecimento de energia elétrica.

P8 - Incentivo fiscal (IPTU Verde, etc) e financiamento a pequenos produtores de

energia renováveis (pessoas físicas e jurídicas), além de descontos em contas públicas

daqueles que realizam doações de recicláveis, bem como incentivar a redução dos preços

de projetos sustentáveis utilização de painéis solares, captação de água de chuvas, etc.

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ANEXO IV - PROPOSTAS APROVADAS EM PLENÁRIA FINAL, P ARA

ENCAMINHAMENTO À CONFERÊNCIA ESTADUAL /NACIONAL

P3 - Garantir a padronização dos passeios públicos com acessibilidade e sinalização universal, realizando o manejo adequado da arborização urbana e redefinindo alocação de postes, parquímetros e outros utilitários que possam prejudicar a mobilidade nas calçadas , com sinalização apropriada para pessoas com deficiência, conforme a legislação vigente (Lei 13.146/2015 e outras), além de ampliar a fiscalização de uso indevidos dos mesmos.

P4 - Incentivo a implantação de Consórcios intermunicipais de transportes de

passageiros sobre trilhos e turísticos.

P5 - Criar Cartório Especializado em Regularização Fundiária e Políticas Públicas Sociais.

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ANEXO V - PROPOSTAS MUNICIPAIS

GRUPO I

1. Inclusão no Plano Diretor do Município da obrigatoriedade de realização de audiências

públicas para obras de impacto urbano.

2. Implantar um sistema horizontal e integrado de informações do Município, com a

finalidade de levantar demandas e nortear as ações governamentais, transformando a

Secretaria Municipal de Gestão Pública em Secretaria Municipal de Gestão Pública e

Planejamento Urbano, promovendo a integração entre as secretarias municipais e sua

divulgação por meio do site da Prefeitura.

3. Implementar o Projeto Universidade Cidadã, estimulando a participação popular no

desenvolvimento de projetos e ações sociais.

4. Resgatar vocações econômicas históricas do Município como pesca, cooperativismo e

agricultura, e estimular atividades culturais, como a criação de festivais de música, cinema,

feiras literárias, festivais de inverno na região serrana, entre outros.

5. Fomentar projetos de geração de oportunidades para a juventude, voltados para o

ambiente da profissionalização, do trabalho, educação e cultura.

6. Realização de estudos para implementação de hospitais especializados, como

atendimento de traumas, etc.

7. Viabilizar a concessão de incentivos fiscais para estimular a implantação de atividades

turísticas e culturais no Município.

8. Promover a infraestrutura necessária ao desenvolvimento de atividades turísticas e

culturais no Município.

9. Implantar projeto de plantio de árvores frutíferas em logradouros públicos, promovendo

ações de conscientização da população sobre a importância do plantio e manutenção de

árvores, estimulando a adoção de áreas pela população.

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10. Implantação de hortas agroecológicas comunitárias em locais públicos.

11. Estimular a participação popular na tomada de decisões sobre pesquisas e projetos a

serem desenvolvidos pelos órgãos públicos em parcerias-convênios pelas universidades no

Município.

12. Divulgar os pontos naturais, como Unidades de Conservação, rios e cachoeiras, de

vocação turística.

13. Resgatar, valorizar e divulgar o patrimônio histórico, cultural e a memória do

Município.

GRUPO II

1 - Fortalecer e apoiar a Casa dos Conselhos.

2 - Incluir na grade do das Cidade, representação do segmento da Pessoa com Deficiência e

Idosos, se possível com indicação dos Conselhos envolvidos de representações da

Sociedade Civil.

3 - Sinalizar no prazo de 4 (quatro) anos todos os logradouros do Município com placas

em seus cruzamentos contando minimamente o nome dos logradouros, CEP e bairro

situado.

4 - Que o Poder Público Municipal intensifique e divulgue o acesso a informação para que

se tenha uma melhor conscientização bem mais definida e participativa e que se provoque

as associações dos bairros a mobilizar a população à participar e cobrar do Poder Público a

melhoraria da Gestão Participativa.

5 - Criação de Inventário das Ações de incentivo para a participação popular. - Secretária

Municipal Adjunta de Gestão Estratégica - prazo 30 dias - portal da transparência.

6 - Democratização da eleição dos Conselhos.

7 - Que os conselhos não possam ter mais de dois mandatos; 3 - Democratização do

Orçamento.

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8 - Garantir e reforçar a participação popular no sistema de planejamento e gestão do

Desenvolvimento Urbano.

9 - Incentivar e apoiar a regulamentação dos Conselhos Municipais.

10 - Capacitar os quadros do Município e da Sociedade Civil Organizada que trabalharão

com as políticas urbanas.

11 - Implantar programa de comunicação independente voltado para fomentar o acesso à

informação e participação nos mecanismos de controle social.

12 - Extinção do cargo /função do Administrador de Bairro e Prestígio as Associações de

Moradores.

13 - Atualizar, corrigir e consolidar conjuntamente com os textos legais afins, a base

cartográfica do Município disponibilizando-a publicamente compatível com a plataforma

Google.

14 - Agir o poder público municipal sob pena de caracterização de renúncia fiscal, para

gestar sobre seu território sul junto aos limites com o Município de Rio das Ostras,

especialmente quanto a arrecadação tributária.

15 - Incluir a partir do ano de 2017, no Plano Plurianual (PPA) , na Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), previsão de programas e dotação

orçamentária que visem propiciar o funcionamento de todos os conselhos municipais

instituídos no Município.

16 - Que não haja pressão do poder público sobre os Conselhos Municipais, para que não

fiquem engessados e inoperantes, valorizando a capacitação dos conselheiros.

17 - Participação das Instituições de Ensino Superior através de pesquisa que atenda

metodologia científica a anteceder a preparação, orientação e organização do Plano Diretor,

buscando identificar necessidades legítimas ao desenvolvimento.

18 - Ampliação de Organismo de apoio aos empreendimentos locais (Comércio, Turismo e

etc), a enfatizar as competências regionais e o empreendedor local.

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19 - Criação de Conselho da Transparência Pública para garantir a prestação de contas do

Município a Sociedade, acompanhando ainda os meios eletrônicos de transparência.

20 - Criação de Conselho urbano permanente que faça fiscalização da ocupação do solo

urbano e rural.

21 - Que o poder público tenha o prazo de 3 (meses) para se criar novas linhas de transporte

coletivo para novos assentamentos e loteamentos do Município.

22 - Criação de Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.

23 - Criação do laboratório aberto da Lagoa de Imboassica.

24 - Constituição de GT, com a participação dos ferroviários, para: Gestões junto ao DNIT ,

ANTT, FCA e Petrobras para solução da intervenção irregular no trecho ferroviário do

ramal da Imbetiba, entre o viaduto e sede da Petrobras. Gestões junto ao DNIT. buscando

cessão do ramal da Imbetiba para utilização no lazer, mobilidade urbana e turismo

25 - Implantação efetiva e imediata do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana e

Transporte.

26 - Ações protagonizadas, com participação dos ferroviários, para: Implantação de

consórcio intermunicipal para transporte de passageiros sobre trilhos.

27 - Ações junto a FCA, DNIT, ANTT e Governo do Estado no sentido de manutenção

adequada do trecho ferroviário na região, incluindo o que trata a resolução ANTT

4.131/2013 da ANTT, e a iminência da nova ferrovia EF 118

28 - Garantir a participação popular no Sistema de Planejamento e Gestão do

Desenvolvimento Urbano, conforme previsto no Plano Diretor; 24- Aprimorar o acesso e a

fruição a equipamentos públicos.

29 - Implantar, com metas definidas, o Plano Diretor de Arborização.

30 - Adequar os mecanismos de política econômica, tributária e financeira às diretrizes da

política de desenvolvimento urbano.

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31 - Melhorar o sistema de tratamento de distribuição de água.

32 - Melhorar e ampliar a coleta e tratamento de esgoto.

33 - Identificar na estrutura funcional e no quadro administrativo da Prefeitura de Macaé, os

profissionais ligados diretamente à elaboração e implantação de Políticas Públicas Urbanas.

34 - Validar e Reconhecer o Plano Diretor como o principal instrumento de política Urbana.

35 - Mapear os vazios urbanos.

36 - Revalidar e tornar obrigatória a identificação das áreas de risco.

37 - A criança, adolescente e jovem precisa saber como ele pode ajudar em sugestão da

melhoria de seu bairro, a qual possibilita ele de crescer sabendo mais sobre direitos,

políticas e leis.

38 - Criação de Comissão Municipal Permanente para pesquisa do Mercado de Trabalho,

geração de renda, pesquisa de mercado que tenha participação do poder público, setor

privado, sociedade civil e universidade.

39 - Garantia de implementação dos planos municipais de políticas públicas já deliberados

no Município (Plano Municipal de Educação; Plano Municipal de Mobilidade Urbana,

Plano Diretor).

40 - Criação de Escolas Abertas para o estudo vivencial nas áreas especiais (praias, rios,

serra, lagoas, etc) - Responsável: Secretaria Municipal de Gestão Pública - prazo: 60 dias -

Demais órgãos.

GRUPO III

1- Identificar os espaços públicos existentes e propor revitalizá-los através de atividades

periódicas sociais, de economia solidária, culturais e de lazer; bem como construir novos

equipamentos públicos no setor norte da cidade e região serrana - mediante diálogo com a

população (necessidade x possibilidade).

2- Após a revisão do Plano Diretor, iniciar a implementação dos instrumentos de

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desenvolvimento urbano.

3-Definir áreas para habitação de interesse social, utilizando, sempre que possível, os

instrumentos de desenvolvimento urbano.

4- Criação de órgão municipal com função específica de Planejamento Urbano, com efetivo

formado de servidores públicos municipais e participação da sociedade civil organizada, a

partir do próximo exercício.

5- Definição de porcentagem do orçamento municipal para habitação de interesse social -

única proposta da conferência anterior do eixo da Sec. de Habitação que não implementada.

GRUPO IV

1 - Ampliar o uso de ciclovias e transporte de massa, como trens, VLT, hidroviário,

preferencialmente com o uso de energias renováveis e limpas, como o maglev, eletricidade,

rios e gás natural para diminuir o uso de combustíveis fósseis.

2- Criação de um núcleo interuniversitário como empresa júnior, que poderá auxiliar ou

gerar renda e levar conhecimento de infraestrutura, por meio de campanhas educativas de

redução de consumo e de emissões.

3- Realizar e tornar público o balanço energético municipal/regional , base para fazer o

planejamento energético municipal/regional, para subsidiar políticas de incentivo a

microprodução de energia renovável e limpa, obedecendo as potencialidades de cada região

do município (hídrica, solar, biomassa, eólica, etc).

4 - Fazer estudo (que seja publicado no site da prefeitura) para a implantação de

gerenciamento de resíduos no município.

5 - Incentivo fiscal (IPTU verde, etc) e financiamento a pequenos produtores de energia

renováveis (pessoas físicas e jurídicas), além de descontos em contas públicas daqueles que

realizam doações de recicláveis; bem como incentivar a redução dos preços de projetos

sustentáveis que utilizem painéis solares, captação de água da chuva, etc.

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ANEXO VI- DELEGADOS ELEITOS À ETAPA ESTADUAL

Gestores, administradores públicos e legislativo - federais, estaduais, municipais e

distritais

Gisele Muniz dos Santos Cautiero - Secretaria Municipal Adjunta de Gestão

Estratégica

Luciano Antônio Diniz Caldas - Câmara de Vereadores de Macaé

Alessandra Aguiar - Secretaria Municipal de Habitação

Cristiana da Silva Siqueira - Gabinete do Prefeito

Márcia Alves Correa - Secretaria Municipal de Educação

Newton Amorim - Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana

Rachel Freitas Barcellos dos Santos - Secretaria Municipal de Ambiente

-

-

Movimentos Populares

Dominick Werneck

José Alencar

Maria Bernadete Vasconcelos

Sebastião Roberto dos Santos

-

-

Trabalhadores, por suas entidades sindicais

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Magno Rocha

-

Entidade Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa e conselhos profissionais

Roberto Pires

SUPLENTE

Grasiela Mansini França

Organizações não governamentais com atuação

na área do desenvolvimento urbano

Jurandir Braz

SUPLENTE

André Barbosa

Empresários relacionados à produção e ao financiamento da desenvolvimento

urbano

-

-