54
Entrevista Guillermo Fernández de Soto CAF disponível para apoiar empresas portuguesas na América Latina 6 Destaque Empreendedorismo e inovação são prioritários 12 Mercados Moçambique na mira das empresas portuguesas 30 Empresas Roff e Fabridoce 26 Portugal global Pense global pense Portugal Março 2013 // www.portugalglobal.pt

Revista Portugal Global

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Revista Portugal Global

Entrevista Guillermo Fernández de SotoCAF disponível para apoiar empresas portuguesas na América Latina 6

DestaqueEmpreendedorismo e inovação são prioritários 12 Mercados Moçambique na mira das empresas portuguesas 30 EmpresasRoff e Fabridoce 26

PortugalglobalPense global pense Portugal

Mar

ço 2

013

// w

ww

.po

rtu

gal

glo

bal

.pt

Page 3: Revista Portugal Global

sumário

Março 2013 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6A CAF – Corporação Andina de Fomento é um dos bancos multi-laterais de desenvolvimento de que Portugal é sócio. Uma entre-vista a Guillermo Fernández de Soto, director deste banco para a Europa, sobre os apoios que a CAF oferece às empresas por-tuguesas que queiram investir nos mercados da América Latina, onde – afirma – são múltiplas as oportunidades.

Destaque // 12A inovação e o empreendedorismo são factores potenciadores não só de competitividade nos mercados mas são também alavancas de sucesso na internacionalização e na exportação de bens e serviços diferenciadores por parte de empresas portuguesas, estando na primeira linha do reconhecimento global as organizações mais empreendedoras, inovadoras e tecnológicas.

Empresas // 26ROFF: estratégia vencedora no mercado internacional.Fabridoce: doces regionais avançam no mercado externo.

Mercado // 30O crescimento económico de Moçambique atrai um cada vez maior número de empresas portuguesas que encontram neste mercado variadas oportunidades de negócio. Conheça os testemunhos da RESUL, Portucel e Visabeira, empresas nacionais já com uma forte presença no mercado moçambicano.

Opinião // 42Rui Coelho, director executivo da Invest Lisboa, fala sobre a actividade desta entidade na promoção de Lisboa como destino de eleição para o investimento externo.

Análise de risco por país – COSEC // 44Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 47Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 50

Bookmarks // 52

Page 4: Revista Portugal Global

EDITORIAL

// Março 2013 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 LisboaTel.: +351 217 909 500Fax: +351 217 909 578

Propriedadeaicep Portugal Global

Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto

4050-012 Porto

Tel.: +351 226 055 300

Fax: +351 226 055 399

NIFiscal 506 320 120

Conselho de AdministraçãoPedro Reis (Presidente),

José Vital Morgado,

Manuel Mendes Brandão,

Pedro Pereira Gonçalves,

Pedro Pessoa e Costa (Vogais)

DirectoraAna de Carvalho

[email protected]

RedacçãoCristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste númeroAna Cristina Couto, Carlos Oliveira,

Direcção Grandes Empresas da AICEP,

Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Direcção PME da AICEP, Emanuel Silva,

Fernando Carvalho, Francisco Duarte,

Frederico Ferreira, Grupo de Trabalho das

Multilaterais Financeiras (AICEP/GPEARI),

Guillermo Fernández de Soto,

Manuel Marcelo Curto, Paulo Ferreira dos Santos,

Pedro Pessoa e Costa, Rui Coelho, Tânia Covas.

Fotografia e ilustração ©Fotolia, Rodrigo Marques.

Publicidade Cristina Valente Almeida

[email protected]

SecretariadoCristina Santos

[email protected]

Projecto gráficoaicep Portugal Global

Paginação e programaçãoRodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

Os três temas fortes desta edição têm em comum o sucesso empresarial as-sente na dinâmica dos mercados ex-ternos, seja pela via do financiamento multilateral, seja pela da inovação e do empreendedorismo, seja até pelo caso de mercados emergentes, como Moçambique, país cada vez mais atrac-tivo para os investidores portugueses.

Na entrevista de Guillermo Fernández de Soto, presidente da CAF – Corporação Andina de Fomento, as empresas por-tuguesas podem encontrar o enquadra-mento e a informação necessários para participarem em projectos financiados por este banco multilateral na América Latina, internacionalizando-se naquela região do mundo caso queiram aceder a estes apoios. Na realidade, este Banco, que representa um terço do financia-mento multilateral na América Latina, tem vindo a especializar-se nas áreas de infra-estruturas e energia, sectores em que empresas portuguesas se destacam nos mercados internacionais e em que a Corporação Andina de Fomento é líder como financiadora na região.

Em vários artigos claramente relevan-tes, estão em destaque a inovação e o empreendedorismo, fundamentais não apenas como factores potenciadores de competitividade nos mercados, mas também como alavancas de sucesso na internacionalização e na exportação de bens e serviços diferenciadores por parte de empresas portuguesas, em que as mais inovadoras e tecnológicas se desta-cam cada vez mais. Por outro lado, faz também sentido destacar a inovação e o empreendedorismo porque este ano

celebra-se o Ano Português da Inovação, com o alto patrocínio do Presidente da República, num conjunto expressivo de acções dinamizadas pela COTEC – Asso-ciação Empresarial para a Inovação – que tem feito uma forte aposta no desen-volvimento e numa cultura de inovação nas empresas portuguesas.

Ainda no capítulo das iniciativas de inovação tecnológica, é fundamental realçar a importância e o impacto do “Start me up to Sweden”, uma iniciati-va da embaixada de Portugal na Suécia, em parceria com a AICEP, universidades e empresas inovadoras, que está a dar a conhecer a investidores suecos uma montra de start-ups portuguesas de-tentoras de elevada intensidade tecno-lógica e ousado empreendedorismo.

Quanto ao mercado, a escolha desta edição recaiu em Moçambique, país que muita atenção tem levantado no que diz respeito às exportações e aos inves-timentos portugueses, com um cresci-mento a rondar os 8 por cento ao ano, o que reforça a confiança das instituições e dos financiadores internacionais na sua evolução económica. O carvão, o gás natural, a energia eléctrica (construção de linhas de transporte de alta e muito alta tensão) e as infra-estruturas (todos os grandes projectos do país carecem de infra-estruturas), são os quatro focos do actual desenvolvimento moçambicano, que de Maputo e do sul do país ganha agora o centro e o norte, gerando deste modo novas oportunidades de negó-cios, num mercado de enorme potencial para as empresas portuguesas.

PEDRO REISPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Dinâmicas de mercado

Page 5: Revista Portugal Global

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Afc_RevPortGlob_210x297.ai 1 12/12/12 16:01

Page 6: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

// Março 13 // Portugalglobal6

Constituída em 1970 e tendo como membros 18 países da América Latina, Caraíbas e Europa, a CAF – Corporação Andina de Fomento desenvolve a sua actividade enquanto banco multilateral financeiro naquela região. Sócios desta Instituição desde 2010, Portugal e Espanha contam com o apoio do escritório da CAF para a Europa a partir de Madrid, que veio reforçar o apoio às empresas que desejem internacionalizar-se para aquela região do mundo.Guillermo Fernández de Soto, o director representante deste escritório, esteve recentemente em Portugal para melhor conhecer as entidades oficiais e o sector empresarial do nosso país e, desta forma, promover a participação de empresas nacionais em projectos financiados pelo banco na América Latina.Em entrevista à Portugalglobal, Guillermo Fernández de Soto aponta as oportunidades e o caminho que as empresas devem seguir para aceder a estes apoios.

Guillermo Fernández de SotoDirector da CAF para a Europa

CAF DISPONÍVEL PARA APOIAR EMPRESAS PORTUGUESAS EM PROJECTOS NA AMÉRICA LATINA

Page 7: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

Portugalglobal // Março 13 // 7

Na sua opinião, qual a principal vantagem comparativa da CAF em relação a outros bancos multilaterais de desenvolvimento que actuam nos países da América Latina, nomeadamente o Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento? Os bancos multilaterais na América Latina têm tido histori-camente um papel muito importante no financiamento de determinados sectores. No nosso caso em particular, temos vindo a ganhar terreno especializando-nos nas áreas de infra-estruturas e energia. O nosso Banco representa cerca de um terço do financiamento multilateral na América Latina e no domínio das infra-estruturas e do sector energético somos os primeiros financiadores na região.

Além disso, a CAF funciona sem nenhuma diferenciação entre o sector público e o privado. Temos uma visão inte-grada nas operações, o que nos permite atender da mesma forma os projectos do sector público e do sector privado. Temos pessoal altamente qualificado e muito versátil, ca-paz de atender aos dois sectores de uma forma integrada, sendo uma vantagem competitiva na execução de projec-tos mistos, como as Parcerias Público-Privadas. E os países accionistas da CAF são também beneficiários dos nossos produtos. Esta característica também nos diferencia dos outros bancos multilaterais de financiamento – não temos países doadores de capital nem países beneficiários. Esta realidade faz com que gozemos de uma proximidade muito pouco habitual com o sector público. Somos vistos pelos nossos governos como aliados e apoio nos momentos de maior necessidade.

Um terceiro aspecto a destacar é a rapidez na execução dos nossos produtos bancários: empréstimos, investimento em equity e garantias. A oportunidade muitas vezes depende da rapidez com que se atendem os projectos e importan-tes projectos de desenvolvimento na América Latina têm um factor de oportunidade. A CAF é muito eficiente ao ter em conta este elemento: de nada serve ter umas condições financeiras muito favoráveis se o financiamento chega um ano e meio ou dois anos depois.

Nós temos uma magnífica relação com os outros bancos, mas fomo-nos especializando e foi essa especialização que nos ajudou a crescer e a ter uma presença desta dimensão.

Apontou a energia e as infra-estruturas como áreas principais na actividade do Banco. Quais são os sec-tores de actuação da CAF para além destes? Que tipo de projectos procura a Corporação? Os dois pilares da missão da CAF são o desenvolvimento sustentável e a integração regional. Neste contexto, é de referir que as maiores necessidades na região são precisa-mente as infra-estruturas e a energia. E, de facto, hoje em dia a CAF é uma das principais fontes de financiamento multilateral nestes sectores na região, com aprovações de mais de 17 mil milhões de dólares em finais de 2012, valor que representa cerca de 35 por cento do total do apoio multilateral na América Latina.

Adicionalmente, porém, a CAF financia o sector produtivo e social. Por exemplo, a CAF está envolvida nas obras de am-pliação do Canal do Panamá. A CAF também apoia projec-tos na área dos transportes nas cidades e em todas as áreas que estejam relacionadas com o desenvolvimento das cida-des. O Banco também actua em áreas que integram os seus objectivos estratégicos, como a água, o meio ambiente, a inovação tecnológica e o intercâmbio de conhecimento.

Portanto, podemos dizer que a CAF se preocupa com a inte-gração dos países pela competitividade como um elemento essencial do desenvolvimento e a transformação produtiva dos países. São factores sempre presentes em qualquer de-cisão que se adopte para as nossas linhas de financiamento.

Em Portugal há muitas empresas com competências nessas áreas…Parte da nossa visita a Portugal tem, precisamente, a ver com o objectivo do Banco de promover uma maior presença de empresas portuguesas na América Latina, tendo, nesse sentido, mantido conversações com entidades oficiais, o Governo e o sector empresarial português. Consideramos que, com o actual crescimento económico da América La-tina, há numerosas oportunidades para as empresas portu-guesas que podem ser competitivas na nossa região. Não

se trata de levar empresas por levar empresas, mas sim de levar empresas que tenham possibilidades efectivas, com as suas competências, know-how e tecnologia, de participar em processos de licitações públicas na região nas áreas em que Portugal tem experiência.

A CAF quer ser uma importante fonte de apoio para Portugal e Espanha, estando a finalizar um programa de apoio a em-presas dos dois países que empreendam negócios na Améri-ca Latina, assim também como a empresas latino-americanas que desejem expandir as suas operações em Portugal.

Actualmente, várias multinacionais latino-americanas têm sedes corporativas para a Europa localizadas em Espanha e seria importante e desejável que essa presença se fortale-cesse também em Portugal. Desta maneira, os dois países poderiam converter-se numa plataforma europeia de grupos empresariais latino-americanos com presença internacional.

Portugal também pode ser um ponto de encontro entre a Europa e a América Latina. Parece ter chegado o momento de definir e executar uma estratégia que aumente o fluxo

“A CAF representa cerca de um terço do financiamento multilateral na América Latina e no domínio das infra-estruturas e do sector energético somos os primeiros financiadores na região.”

Page 8: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

// Março 13 // Portugalglobal8

“Parte da nossa visita a Portugal tem a ver com o objectivo do Banco de promover uma maior presença de empresas portuguesas na América Latina, tendo, nesse sentido, mantido conversações com entidades oficiais, o Governo e o sector empresarial português.”

“A CAF preocupa-se com a integração dos países pela competitividade como um elemento essencial do desenvolvimento e a transformação produtiva dos países. São factores sempre presentes em qualquer decisão que se adopte para as nossas linhas de financiamento.”

de investimentos cruzados entre a Europa, através de Por-tugal e Espanha, e a América Latina a Espanha e Portugal.

O Banco está igualmente a promover o contacto com o mundo académico e empresarial para melhorar o conheci-mento recíproco.

E de que forma é que poderemos conseguir uma maior participação das empresas portuguesas nesse processo?O programa que o Banco deseja concretizar pretende que, através de múltiplos projectos, se apoiem as empresas portu-guesas que desejem expandir-se na América Latina, seja como investidores, seja como fornecedores de bens e serviços.

directamente esses escritórios para obterem a informação de que necessitam, nomeadamente para uma operação es-pecífica. E nós, a partir de Madrid, podemos coadjuvar com informação, podemos fazer com que as empresas tenham já informação no momento em que abordam os escritórios da CAF e que conheçam as oportunidades em cada país da região. Essa rede é muito eficiente, sendo a forma mais fácil de obter a informação desejada.

Mas há outros mecanismos de cooperação. O Banco pode ajudar as entidades portuguesas através de realiza-ção de encontros de negócios, designadamente com os sectores empresariais e com entidades de investimento, para que haja maior conhecimento em termos gerais e sectoriais. Podemos dar todo o apoio logístico e toda a informação sobre o que está ocorrendo na região e sobre as verdadeiras possibilidades que uma empresa tem quer em termos de investimento, quer sobre a participação em consórcios, ou concessões, ou licitações, em campos onde temos já uma grande experiência – infra-estruturas, energia, ambiente – para que as empresas cheguem lá nas melhores condições.

A experiência portuguesa poderá também ser-nos muito útil na área da inovação tecnológica, que promove a com-petitividade dos países e que na América Latina não está tão avançada. Faz-nos falta avançar neste campo e estamos prontos para receber e ouvir empresas portuguesas nestas áreas e ajudá-las de maneira eficiente.

É sabido que a América Latina tem vindo a crescer de forma sustentada nos últimos anos. Que mercados destacaria para as empresas portuguesas que procu-ram internacionalizar-se para a região? A América Latina é uma das regiões mais ricas do mundo em termos de recursos naturais e tem abundantes terrenos

A CAF oferece também o seu apoio através da cooperação técnica para apoiar estudos que identifiquem indústrias e produtos portugueses que sejam competitivos para ace-der aos mercados mundiais através da América Latina. Um programa de empreendedorismo conjunto América Lati-na – Portugal, um programa de intercâmbio de talentos e, quando for oportuno, um programa de promoção de inves-timentos multilaterais em Portugal e Espanha, para que se convertam em multi-iberoamericanos.

O Banco pode apoiar as empresas portuguesas, por exemplo, em termos de garantias ou contragarantias. Na actual situa-ção portuguesa, e europeia, poderá haver situações em que é difícil conseguir avales ou garantias para as empresas que queiram participar em projectos nessa região. Nós, os bancos, podemos pensar num programa de contragarantias que aju-dem as empresas, com possibilidades de investimento nessa região, a poderem desenvolver esses projectos.

Da parte do Banco há o desejo de apoiar as PME de Portugal que queiram investir na região. Por exemplo, há fundos de investimento que podem estar interessados em participar com empresas portuguesas em projectos da região, poden-do a CAF facilitar a operação dessas empresas na América Latina. As oportunidades são múltiplas e o que queremos é ser uteis no momento em que o sector empresarial necessi-ta da presença de um sócio.

O que devem as empresas portuguesas fazer para acederem a essas informações?A CAF tem uma ampla rede de escritórios na América Latina, nos principais países sócios. As empresas podem contactar

cultiváveis, água, energia e minerais. A nossa história e loca-lização geográfica fazem da Europa um parceiro comercial natural. Nos últimos dez anos, a região conseguiu obter um crescimento económico estável, assim como reduzir a po-breza, ainda que continue a ser a região mais desigual do mundo. Apesar dos resultados já alcançados, o aumento do PIB na América Latina ainda não é suficiente para acabar com esta lacuna em relação aos países desenvolvidos. Tam-bém há muitos outros desafios que a região deve enfrentar,

Page 9: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

Portugalglobal // Março 13 // 9

visando alcançar um crescimento de qualidade e melhorar o nível de vida dos latino-americanos.

O crescimento actual da região resulta da aplicação e ma-nutenção de políticas económicas muito duras, mas que vêm da aprendizagem das graves crises vividas na região

sibilidades, nomeadamente no Brasil, Chile, Peru, México e Colômbia. Mas estes são apenas exemplos, já que a escolha de um mercado depende muito do sector e da empresa. Mas, efectivamente, estes países mostram uma abertura re-levante ao investimento externo.

Afirmou que o apoio ao sector público e privado é tratado da mesma maneira. Quer especificar?De facto, nós não funcionamos como as outras entidades financeiras: não temos um canal para o sector público e outro para o privado. Temos uma visão integrada nas nossas operações que nos permite atender da mesma maneira o sector público e o privado. Quer dizer, a nossa capacidade de análise em relação a um projecto faz-se de uma manei-ra integrada e não temos prioridades por se tratar de uma empresa do sector público ou do privado. Esta é uma das grandes fortalezas do banco.

Os produtos que oferecemos ao sector privado são os mes-mos que temos para o sector público, não havendo diferen-ciação em termos de créditos e garantias, nem de sectores ou áreas a apoiar. Os nossos produtos são, basicamente, linhas de crédito, investimento em capital e garantias. De-pendendo de cada país, podemos financiar projectos a par-tir de 20-30 milhões de dólares. Relativamente aos sectores, esses dependem também das necessidades de cada país.

“Da parte do Banco há o desejo de apoiar as PME de Portugal que queiram investir na região. As oportunidades são múltiplas e o que queremos é ser uteis no momento em que o sector empresarial necessita da presença de um sócio.”

nos anos 80 e 90. Sentimo-nos, por isso, muito próximos da actual crise que Portugal atravessa e queremos apoiar o país neste momento, estando seguros de que voltará à senda do crescimento.

Neste contexto, o melhor conselho que podemos dar às empresas portuguesas é que a região e cada país têm as suas particularidades e diferentes características. Mas os re-sultados económicos nos últimos anos abriram muitas pos-

Page 10: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

// Março 13 // Portugalglobal10

cente projecção internacional, designadamente depois de ter alcançado o estatuto de observador na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O escritório para a Europa, localizado em Madrid, tem um papel estratégico nesse posicionamento global da CAF, com enfoque nas suas relações externas com a Europa. Neste sen-tido, o Banco adquiriu três dimensões estratégicas que são as que estamos a promover. A primeira é ampliar a dimen-são geográfica do Banco, em função das novas dinâmicas do cenário internacional. Dado que Portugal e Espanha são sócios da CAF, há muitas oportunidades em diversos campos na Europa, não se limitando a actuação do Banco à Península Ibérica. O escritório de Madrid consolida-se assim como pon-to de ligação entre a CAF e a Europa.

A segunda, é que o Banco quer promover alianças com centros académicos para melhorar o conhecimento bi-lateral, sendo que se trata de um tema que, não sendo financeiro, tem a ver com essência do banco. Na prática, já temos alianças comerciais em Espanha, Reino Unido e França, e estamos em conversações com centros acadé-micos de Portugal, de tal maneira que vamos aproveitar a nossa presença aqui para fomentar estas alianças para o conhecimento.

A terceira é poder ser uma ponte entre a América Latina e a Europa na captação de recursos, para a criação de opor-tunidades de comércio e investimento. O escritório na Euro-pa será um suporte permanente dos governos e do sector empresarial para atrair e alocar recursos e sobretudo para que as oportunidades de financiamento na Europa possam beneficiar de um banco que já representa a terceira parte do financiamento multilateral na América Latina.

Como pretende a CAF tornar-se mais conhecida junto do sector empresarial português?A cada dia se conhece mais o nosso Banco, que é um ban-co mais jovem – surgiu nos anos 70 como banco dos paí-ses da comunidade andina, integrando hoje 18 países e 14 bancos –, mas que tem registado um crescimento susten-tado. Mas não nos interessa apenas que nos conheçam; nós queremos ser conhecidos pela rapidez e eficiência na nossa actuação e é esse o objectivo das visitas que esta-mos fazendo e da comunicação directa com os governos e com o sector empresarial e financeiro. É um caminho que ainda estamos a percorrer.

Em Dezembro passado, a agência de rating Standard & Poor’s atribuiu à CAF a classificação de “AA-” com perspectiva estável. O que significa esta classificação para a CAF, os seus accionistas e clientes? Esse é provavelmente o indicador no campo financeiro mais importante que o Banco recebeu nos últimos 20 anos. Ter esta classificação significa que a CAF está à altu-ra de um reduzido número de bancos privados comerciais (menos de 15) e na região há apenas dois com o mesmo

GUILLERMO FERNÁNDEZ DE SOTONota biográfica

O actual Director da representação da CAF para a Euro-pa teve um percurso profissional de sucesso na Colôm-bia, seu país de origem, antes de ingressar no Banco. Entre outros cargos, foi Ministro das Relações Externas do seu país, secretário-geral da Comunidade Andina, presidente do Conselho de Segurança das Nações Uni-das, presidente do Comité Jurídico Interamericano da Organização de Estados Americanos, Embaixador da Colômbia nos Países Baixos, presidente da Câmara de Comércio de Bogotá e presidente da Associação Ibero-americana de Câmaras de Comércio.

Com formação académica em Ciências Jurídicas e Econó-micas da Pontifica Universidade Javeriana, conta também, entre outras especializações, com pós-graduações em Re-lações Internacionais (Universidade de Georgetown) e em Resolução de Conflitos (Universidade de Harvard).

Como avalia o esforço de descentralização que a CAF tem vindo a levar a cabo nos últimos anos? Qual o papel específico do escritório de representação para a Europa, em Madrid?O crescimento das nossas operações em todos os países jus-tificou o reforço dos escritórios de representação da CAF na América Latina. Fora da região, a CAF tem tido uma cres-

Page 11: Revista Portugal Global

ENTREVISTA

Portugalglobal // Março 13 // 11

reconhecimento: o Chile e o Fundo Latino-americano de Reservas (FLAR).

Esta classificação é o resultado da estratégia implementada pelo presidente do Banco, iniciada há 20 anos com a pri-meira emissão nos mercados de capitais internacionais. É um reconhecimento da actividade bancária e financeira da CAF e a prova de que estamos a fazer bem.

para conseguirmos melhores condições na nossa activi-dade financeira. Em termos práticos para os accionistas e clientes, esta classificação vai traduzir-se numa maior rentabilidade e em taxas de juro mais baixas, pelo que o Banco será mais competitivo.

A CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, tem como missão incentivar o desenvolvimento susten-tável e a integração regional por meio de financiamento de projectos dos sectores público e privado, oferecendo cooperações técnicas e outros serviços especializados. Fundado em 1970 e formado actualmente por 18 países – 16 da América Latina e Caribe, e Espanha e Portugal –, e 14 bancos privados, é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimento para a região. Para mais informações:

CAFPza. Pablo Ruiz Picasso, s/nTorre Picasso, planta 2428020 – Madrid, EspanhaTel.: +34 91 597 38 94 | Fax: +34 91 597 49 27www.caf.com

Grupo de Trabalho das Multilaterais FinanceirasAICEP (www.portugalglobal.pt - Projectos Internacio-nais) – GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças).

“A CAF quer ser uma importante fonte de apoio para Portugal e Espanha, estando a finalizar um programa de apoio a empresas dos dois países que empreendam negócios na América Latina, assim também como a empresas latino-americanas que desejem expandir as suas operações em Portugal.”

A classificação de risco dos Bancos Multilaterais de Desen-volvimento depende em grande parte da classificação dos países accionistas e menos da sua gestão. Com esta clas-sificação, as agências de rating dizem ao mercado que é possível que uma entidade bem estruturada, bem gerida e em que os seus accionistas mostraram um compromisso firme para com ela, vale tanto como ter apenas accionistas “AAA”. Com a CAF podemos afirmar que o resultado final é maior que a soma das partes.

Estamos muito orgulhosos deste “AA-“ e estamos cer-tos que isso terá uma repercussão e um efeito imediato

Page 12: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal12

O empreendedorismo e a inovação são objectivos prioritários para o desenvolvimento e para o aumento da competitividade da economia portuguesa. É com eles, alicerçados em mais conhecimento, mais capital humano altamente qualificado e mais espírito empreendedor, que a nova economia nacional se está a tornar mais competitiva e aberta ao mundo. As prioridades da estratégia Europa 2020 e da sua iniciativa Innovation Union – recentrar a política de I&D e inovação nos principais desafios societais, colmatando o desfasamento existente entre ciência e mercado – são, por isso, referenciais para o desenvolvimento da política de inovação em Portugal para os próximos anos. É neste quadro que ganha especial relevância e se torna premente a adopção e o desenvolvimento de uma visão integrada e transversal a todas as áreas da inovação e do empreendedorismo que contribuam para potenciar uma mudança nacional de paradigma económico.

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMOA NOVA REALIDADE ECONÓMICA

Page 13: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 13

Portugal Inovador ModeradoA METAMORFOSE DA CIGARRA>POR ANA CRISTINA COUTO, AICEP

De acordo com o Barómetro da Inova-ção da Cotec, de 2013, e o Innovation Union Scoreboard do Eurostat (União Europeia), Portugal pertence ao grupo dos países inovadores moderados, sen-do este grupo constituído maioritaria-mente por alguns países anglo-saxóni-cos, como o Canadá e a Nova Zelândia, pelos países da Europa do Sul, como Es-panha e Itália, pelos países do Centro e Leste europeu, Áustria, Bélgica, Estónia, República Checa, Hungria, e pela China.

Do ponto de vista interno, esta per-formance traduz a existência de um movimento muito positivo em termos de inovação, pela qualidade da forma-ção universitária e dos recursos huma-nos qualificados, pela infra-estrutura tecnológica avançada, pelas políticas governamentais favoráveis à maturação do ecossistema, com um crescente nú-mero de incubadoras, um esforço maior das universidades na transferência de conhecimento para o meio empresarial e uma maior aposta das empresas em I&D. Mas traduz igualmente uma cultu-ra empresarial com uma certa aversão ao risco, onde se integram também os investidores, bem como uma ligação té-nue às redes internacionais e um capital intelectual baixo, de que é demonstra-tivo um número de patentes por 1.000 habitantes dos mais baixos da Europa.

Digamos que estamos no meio de uma transformação, em que se criam condi-ções e recursos, mas falta ainda consolidar resultados, e por isso, tal como indica o barómetro da inovação, Portugal tem um comportamento de Cigarra, ou seja, apre-senta um valor médio para o conjunto de Condições + Recursos que não se mate-rializa num valor do mesmo nível para o conjunto de Processos + Resultados.

O percurso a seguir para consolidar re-sultados é, no entanto, perfeitamente

consensual. O estudo realizado em Por-tugal, entre Janeiro e Outubro de 2011, pela “Schuman Associates, European Consultants” para a Comissão Europeia (Direcção-Geral da Política Regional), re-comenda o reforço do acesso das PME a instrumentos de inovação e a promoção de parcerias empresariais que apontem na mesma direcção, bem como a neces-sidade de impulsionar instrumentos de engenharia financeira e de melhorar a sua eficácia, apoiar o empreendedoris-mo qualificado e promover uma cultura empreendedora, e estimular a coopera-ção e as interacções com parceiros inter-nacionais de I&D e inovação.

Também o “Estudo e as Recomendações sobre Empreendedorismo em Portugal e em Silicon Valley”, assinado pela Lead-Lead-ership Business Consulting, aponta al- Business Consulting, aponta al-

2012 foi já um ano de melhoria, como refere o Professor Daniel Bessa, que dos resultados do ultimo estudo do barómetro de inovação destaca o fac-to de Portugal se ter tornado “apesar de tudo mais eficiente” em matéria de inovação, uma vez que “recuámos nas condições e recursos e melhorámos nos processos e resultados”.

Preparamos assim a passagem de um Portugal com o comportamento de cigarra para um Portugal com o com-portamento de abelha ou aranha, que se caracteriza por uma grande capa-cidade e poder de concretização, em que há equilíbrio entre as condições e recursos e os resultados obtidos.

É essencialmente sobre esta metamor-fose, sobre o movimento positivo em termos de resultados obtidos na inova-ção que se fala neste destaque, no qual se afirma a capacidade de inovação das empresas portuguesas e se demonstra a evolução do ecossistema de inovação – identificando algumas das acções que contribuem para a superação dos seus pontos fracos –, e se mostram as ligações internacionais da rede de ino-vação a clusters de empreendedorismo e inovação, e se ilustra a potenciali-dade de captação de investimento de empresas e talento, fazendo-se sentir a contaminação cultural favorável à ino-vação que vivemos actualmente. www.barometro.cotecportugal.pt/we-bsite

http://ec.europa.eu/enterprise/policies/innovation/facts-figures-analysis/inno-vation-scoreboard/index_en.htm

www.ifdr.pt/ResourcesUser/Noticias/Documentos/Estudos_DGREGIO/FI-NAL_REPORT_PT_Innovation.pdf

www.leadership-bg.com/files/Apres_Longa_TICE_28Jan13.pdf

“Esta performance traduz a existência de um movimento muito positivo em termos de inovação, pela qualidade da formação universitária e dos recursos humanos qualificados, pela infra-estrutura tecnológica avançada, pelas políticas governamentais favoráveis à maturação do ecossistema.”

gumas medidas em consonância com as anteriores, como incentivar uma cultura de colaboração, a necessidade de dimi-nuir a aversão ao risco, a importância de criação de massa crítica, a pertinência de acelerar a globalização e reforçar a integração do ecossistema e ainda in-centivar o I&D e talento, entre outras, para que o ecossistema de inovação em Portugal evolua positivamente, e com ele o impacto positivo na economia.

Page 14: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal14

Um dos vetores-chave de competitividade das PME nacionais e europeias assenta, entre outros, numa atitude inovadora e empreendedora quando se fala em exportação ou internacionalização. A AICEP está sensibilizada para esta nova realidade?

A AICEP esta totalmente sensibiliza-da para a importância das dimensões “inovação” e “empreendedorismo” nas estratégias de internacionalização das empresas portuguesas, sobretudo das PME. Diria mesmo que, mais do que sensibilizada, a AICEP, atendendo à sua própria missão e à consciência de que tais estratégias são cada vez mais complexas e exigentes, está apostada em que esta atitude inovadora e em-preendedora comece a fazer parte do ADN daqueles que querem ir mais lon-ge nos seus negócios.

A Agência está muito empenhada em assegurar a adequada e permanente partilha e disseminação de informação sobre o negócio internacional, ou seja, sobre quem são os atores chave nos mercados alvo de exportação/interna-cionalização, como atuam os competi-dores ou que questões culturais devem ser tidas em consideração quando se pretende negociar nos mercados ex-ternos, entre muitos outras questões. Interessa cada vez mais detetar ten-dências de mercado, refletir e antecipar estratégias que poderão ser as chaves para negócios bem-sucedidos.

>ENTREVISTA A PEDRO PESSOA E COSTA, ADMINISTRADOR EXECUTIVO DA AICEP

OS ATIVOS ESTRATÉGICOS QUE ALAVANCAM A INTERNACIONALIZAÇÃO

Por outro lado, procuramos igualmente sensibilizar as empresas para a importân-cia de uma segmentação cuidada, para a melhoria da qualidade da gestão em-presarial, assim como para a realização de um plano de marketing internacional na estruturação dos seus negócios nos mercados externos. Fazemos, aliás, for-mação “tayllor-made” para empresas que se querem internacionalizar.

Constituindo a inovação um dos ativos estratégicos da nossa economia, que suporte está a ser dado pela AICEP às empresas mais dinâmicas nesta matéria?

A AICEP não se alheia de iniciativas

empresariais e da própria Academia

centradas na inovação. Considera-as,

aliás, indiscutíveis ativos estratégicos

Inovação, conhecimento, empreendedorismo, excelência na gestão empresarial e o trabalho em rede são importantes ativos estratégicos da nossa economia. Breve entrevista a Pedro Pessoa e Costa, Administrador Executivo da AICEP, sobre esta temática.

Page 15: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 15

para a economia nacional. A dina-mização de uma plataforma de inte-ligência competitiva, designada Busi-ness Intelligence Unit, para melhorar o apoio da AICEP à atividade inter-nacional das empresas, desde 2009, visa precisamente agregar e partilhar saberes e experiências de atores re-levantes – empresas, universidades e o próprio Estado. Com isto, preten-demos melhorar ainda mais o apoio da AICEP às nossas empresas. Neste âmbito, a inserção crescente junto das universidades e de centros incubado-res de empresas, com especial enfo-que em setores de elevada intensida-de tecnológica, nos agro-alimentares, nas biomédicas e na saúde, ou nas indústrias mais tradicionais como a cerâmica e vidro, têxteis, calçado, vi-nhos ou plásticos e moldes, são exem-plos a destacar.

No contexto altamente globalizado em que se move a economia internacional, o trabalho em rede é fundamental para gerar conhecimento em torno de novos modelos de negócio e de melhores práticas. Esta filosofia de gestão tem permitido à AICEP transferir tal conhecimento para as PME?

Com referi anteriormente, o trabalho em rede entre os atores mais dinâmi-cos da nossa economia, em estreita ligação com empresas, Polos de Com-petitividade, universidades e com o próprio Estado, é de extrema impor-tância e pretende-se que assuma uma dinâmica imparável. Não temos dúvi-das da importância do Conhecimen-to. É crescente a sua importância nas organizações, na visão estratégica das empresas, assim como na investiga-ção dos diversos campos do negócio internacional. O Conhecimento, fruto das experiências de saberes individu-ais dos atores estratégicos da interna-cionalização, veio, de facto, propor-cionar novas abordagens, maior capa-cidade dinâmica, integração, partilha e a identificação de novos instrumen-tos de medida para que as nossas em-presas possam expandir o seu negócio além-fronteiras, de forma mais eficaz e competitiva.

Um exemplo concreto da eficácia do trabalho em rede e da transferência de Conhecimento para as PME é o ciclo de videoconferências, iniciativa da Embaixada de Portugal na Suécia e que conta com o apoio incondicio-nal da AICEP, designado “Start Me Up to Sweeden”. Trata-se mesmo de um bom exemplo de diplomacia económi-ca, em que este formato – que implica um relacionamento próximo das em-presas, do conhecimento com a rede diplomática – procura atrair este tipo de empresas para o nosso sistema de inovação e empreendedorismo. Falo de incubadoras, universidades, capi-tais de risco, num diálogo e partilha sobre o que melhor se faz neste âm-bito, numa busca de casar a oferta e procura, quando se fala de start-ups. Se tivermos bons resultados, como esperamos, estaremos, sem dúvida, a facilitar a aceleração dos processos de internacionalização daquelas em-presas, a geração de maior valor eco-

conexões e de agilização de projetos. Hoje, mais do que nunca, fazemo-lo com uma rede externa alargada, po-tenciada pela nova relação entre a própria AICEP e a nossa rede diplomá-tica. Procuramos reforçar ligações en-tre Redes de Conhecimento interna-cionais no domínio do Comércio Inter-nacional e Associações Empresariais, Polos de Competitividade, Departa-mentos de Transferência de Conheci-mento das Universidades Nacionais e Internacionais, assim como a Redes de Incubadoras. O papel da Agência neste domínio é precisamente o de promover/apresentar aos decisores in-ternacionais a enorme qualidade das nossas start-ups e detetar oportunida-des de negócio concretas.

Em seu entender, as start-ups com forte componente exportadora e elevado capital intelectual poderão constituir um novo movimento empresarial em termos de potencial económico para Portugal?

Empresas com elevado capital inte-lectual são empresas que se interna-cionalizam mais rapidamente, como demonstra a investigação mais recente e os múltiplos estudos de caso publica-dos nesta matéria. Podem ser diversas as explicações para este sucesso: com-portamento, performance, capacidade estratégica das empresas inovadoras, ou ainda o facto de estas apresentarem também uma maior taxa de diversi-ficação de produtos. É hoje um dado irrefutável que as PME inovadoras têm uma maior taxa de sucesso e um pro-cesso de internacionalização mais rápi-do que as não inovadoras.

Por isso, a inovação constitui um dos vetores de grande relevância no atual contexto económico internacional. Por-tugal tem já condições e recursos cria-dos, o que permite, desde logo, dizer que existe atualmente um movimento empresarial crescente, com um posicio-namento na inovação e com um eleva-do potencial económico.

*Este artigo foi escrito de acordo com a nova ortografia.

“A Agência está muito empenhada em assegurar a adequada e permanente partilha e disseminação de informação sobre o negócio internacional, sobre quem são os atores chave nos mercados alvo de exportação/internacionalização.”

nómico e um melhor desempenho à escala global. E sobretudo a promover a imagem de um Portugal inovador, criativo, dinâmico e contemporâneo.

O ecossistema do empreendedorismo, à escala internacional, tem dado passos significativos, sobretudo através da ligação a clusters mundiais de inovação e de empreendedorismo. Qual o papel da Agência na interface entre tais clusters, universidades e start-ups portuguesas?

A Agência, tal como outros atores neste domínio, precisa de ter um pa-pel catalisador, de estabelecimento de

Page 16: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal16

A iniciativa visa dar a conhecer a po-tenciais investidores suecos, capitais de risco e outras entidades financiadoras não tradicionais, uma montra de start-ups portuguesas detentoras de elevada intensidade tecnológica.

A 1ª videoconferência deste ciclo teve lugar dia 30 de Janeiro, docorrendo em simultâneo em salas reservadas para o efeito nas universidades do Porto, Mi-nho, Beira Interior e Instituto Superior Técnico (pavilhão de Engenharia Civil).

Nesta sessão estiveram presentes o embaixador de Portugal na Suécia, Manuel Marcelo Monteiro Curto, res-ponsáveis da AICEP, os investidores

“START ME UP TO SWEDEN”INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM NEGÓCIOS LUSO-SUECOSNuma iniciativa da Embaixada de Portugal na Suécia, a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) em parceria com Universidades, empresas inovadoras em fase de arranque e entidades financiadoras portuguesas e suecas, iniciou em Janeiro deste ano o Ciclo de Videoconferências “Star me up to Sweden”, que tem como foco o empreendedorismo e a internacionalização de start-ups inovadoras.

suecos Magnus Rehn (STING), Lars-Eric Larsson (UU Innovation), Siimon Vaske (KTH Innovation) e Marie Reinus (Swe-dish Private Equity and Venture Capital Association), entre outros.

A iniciativa incluiu a apresentação das start-ups EXVA (Universidade do Mi-nho), Shipperline (Instituto Superior Técnico), Tomorrow options (Universi-dade do Porto) e Waydip (Universida-de da Beira Interior).

A 2ª Videoconferência Start me up to Sweden teve lugar a 6 de Março, com a apresentação de start-ups suecas ao ecossistema português – incubadoras, capitais de risco e business angels.

A 3ª Videoconferência terá lugar a 30 de Abril, tendo como foco a troca de experiências de universidades suecas e portuguesas sobre empreendedorismo e internacionalização.

Este conjunto de videoconferências, além da aposta na internacionalização das start-ups portuguesas inovadoras e fortemente tecnológicas, propõe o en-quadramento de Portugal como país com recursos humanos altamente qualificados e com óptimo ambiente para investir.

Importa destacar que este ciclo de video-conferências foi organizado como expe-riência-piloto prevendo-se a sua continui-dade na óptica da afirmação estratégica e global das start-up portuguesas.

Page 17: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 17

A EXVA Technologies é uma empresa de base tecnológica assente na investigação, desenvolvimento e comercialização de sistemas de processamento e análise de imagem. Temos como principal parceiro tecnológico a Universidade do Mi-nho. E desenvolvemos soluções para três áreas de negócio: Videovigilância Inteligentes & Domótica e Controlo; Jogos & Entretenimento; Tracking & Estatística.

Pretendemos estimular a melhoria contínua dos processos que suportam a actividade da empresa procurando a ex-celência quer ao nível de modelo de negócio quer ao nível dos produtos e serviços que desenvolvemos, garantindo credibilidade técnica e solidez financeira. Para atingirmos a excelência e o sucesso pretendidos acreditamos que a ino-vação nos produtos e serviços, nos processos e no modelo de negócio são fundamentais para o crescimento e desen-volvimento das empresas. Assim, é possível através da ino-vação gerar vantagens competitivas tornando as empresas sustentáveis e lucrativas.

EXVA> FREDERICO FERREIRA,

CHIEF EXECUTIVE OFFICER

O shipperline é o primeiro software na cloud e vendido como um serviço, com interface web e móvel que permite aos exportadores gerirem o transporte da sua mercadoria, com transportadores a nível global, de forma normalizada e automatizada. Com o shipperline o exportador tem acesso a ferramentas que optimizam o seu processo de exportação através de vários módulos: negociação de cotações, marca-ções de viagem, tracking da mercadoria e facturação, redu-zindo custos e aumentando a produtividade. Existe ainda a possibilidade de definir alertas, analisar métricas de negócio e KPI, através do módulo Analytics.

SHIPPERLINE> EMANUEL SILVA,

SHIPPERLINE CTO

shipperlinea simpler way to manage your cargo worldwide

Consideramos a conferência “Start me up to Sweden” uma excelente iniciativa da Embaixada portuguesa na Suécia, da AICEP e das universidades envolvidas, que permitiram às empresas a oportunidade de apresentar os seus projectos a potenciais investidores e parceiros de negócio com recursos financeiros e uma rede de contactos importantes para o de-senvolvimento das empresas. Este tipo de acções deverá ser valorizado por todos os players do mercado, pois são acções que permitirão às empresas nacionais abrir novos mercados e expandir os seus negócios para outras regiões do globo.

A inovação estratégica representa a forma inteligente e optimi-zada de criar valor utilizando a mudança como impulso. Para uma organização da área das TIC, esta é a altura ideal para pro-vocar a mudança em sectores tradicionais, utilizando a informa-ção como foco central. O acesso à informação em tempo real, estruturada e de fácil consumo são os ingredientes necessários para optimizar os processos de negócio das organizações em indústrias tradicionais, como é o caso do shipping.

Conferências como a “Start me Up to Sweden” revelam uma abertura de consciência global para inovação estratégica e da sua fundamental importância para a evolução e sobrevivência das organizações a nível mundial. Como tal, é de glorificar este tipo de iniciativas onde existe a oportunidade de apresentar produtos a mercados internacionais e receptivos à inovação, estimulando a exportação de serviços em Portugal.

Page 18: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal18

A Tomorrow Options existe desde 2007, já submeteu três patentes internacionais, lançou o primeiro produto em 2010 e possui uma subsidiária no Reino Unido desde 2009.

A empresa desenvolve e comercializa sistemas portáteis electrónicos para monitorizar os movimentos de pessoas ou de partes do seu corpo durante as actividades diárias em todos os ambientes. Na realidade, todos podemos benefi-ciar da avaliação do nosso movimento para reduzir os riscos de desenvolvimento de futuros problemas de saúde, evitar a dor, minimizar os efeitos de patologias ou simplesmente melhorar o bem-estar.

TOMORROW OPTIONS > PAULO FERREIRA DOS SANTOS,

CEO

A Waydip é uma start-up tecnológica que desenvolveu um novo conceito de geração de energia eléctrica, que capta a energia cinética libertada para o pavimento por pessoas e veículos, e transforma-a em electricidade, permitindo ainda armazenar a mesma e utilizar somente quando necessário.

WAYDIP> FRANCISCO DUARTE

CEO (E CO-FUNDADOR)

O leque de produtos da Tomorrow Options inclui o WALKiN-SENSE, que gera informação útil sobre os membros infe-riores para correções ortopédicas, através do calçado, em praticantes de desporto ou em pacientes que delas tenham necessidade; e o MOViNSENSE, que detecta a posição e ac-tividade de pacientes acamados, em hospitais ou lares, para alertar quem deles trata da necessidade de os reposicionar para evitar úlceras de pressão ou de exagerada actividade, para evitar quedas.

Consideramos úteis e relevantes todas as iniciativas que sir-vam para promover ou divulgar as start-ups tecnológicas Portuguesas junto de investidores internacionais, como é o caso da “Start me up to Sweden”.

Os produtos desenvolvidos partiram do desenvolvimento de uma nova tecnologia, pelo que o registo da patente da mesma foi desde logo considerado como uma prio-ridade. Ao ter um potencial de implementação a nível global, a estratégia de PI passou pelo registo da patente a nível internacional.

Uma vez que a estratégia da empresa passa pela internacio-nalização e pela implementação dos produtos desenvolvidos à escala internacional, a participação em conferências onde há uma interacção com empresas de mercados alvo é de ex-trema importância para a Waydip, pois a estratégia de in-ternacionalização passa por entrar em novos mercados em conjunto com empresas locais, já com uma posição sólida nos seus segmentos e países. Ao termos a Suécia como um mercado-alvo, esta conferência foi encarada com grande en-tusiasmo e profissionalismo, de modo a estabelecer contac-tos que nos permitam em breve abordar este mercado.

Page 19: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 19

A Suécia é um bom e antigo parceiro de Portugal, sendo hoje o nosso 12.º cliente, o que significa que vendemos tanto a este país quanto à China. Cum-pre no entanto fomentar a diversifica-ção das nossas relações económicas e comerciais, sendo o melhor caminho para tanto, o de encontrar situações de vantagem mútua. É nesse sentido que temos estado a trabalhar. E foi também nesse sentido que, no quadro de um estudo sobre empreendedorismo que orientei, da autoria de um estagiário do programa INOV Contacto, Rúben Pimenta, nasceu uma ideia que, ao ser desenvolvida, e tendo tido o inteiro apoio da AICEP, se transformou no pro-jecto “Start me up to Sweden”.

Assim, com o bom apoio, em Estocol-mo e Kista (o “Silicon Valley” sueco), de Magnus Rehn, a quem devo muitas das ideias que passarei a expor e que tem a seu cargo a Sting, porventura a principal incubadora de negócios da Suécia, bem como com a colaboração da Universidade de Uppsala e da Escola Superior Técnica de Estocolmo (KTH), realizou-se, no passado dia 30 de Ja-neiro, a primeira de três videoconferên-cias que deverão lançar e consolidar o projecto, em termos de concretização, para que possa contribuir para gerar mais crescimento e emprego. É de refe-rir que a operacionalidade do projecto, por parte da Embaixada, esteve asse-gurada por Catarina Ferreira.

No contexto desta iniciativa, é funda-mental enfatizar que estamos a lidar, no caso das start-ups, com pequenas empresas inovadoras que têm por ob-jectivo criar e agilizar crescimento atra-vés de novos produtos e mercados, bem como de oportunidades de negó-cio, numa base local e internacional. Deste modo, pode a criação de em-

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO PROJECTO “START ME UP TO SWEDEN”>POR MANUEL MARCELO CURTO, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA SUÉCIA

prego ser mais rapidamente assegura-da, porventura com maior determina-ção do que no caso de empresas com maior dimensão, é certo, mas que no

ria de desenvolvimento de produtos e mercados. No caso das start-ups, pelo contrário, concretiza-se antes um em-preendedorismo com base no aprovei-tamento de vantagens da incerteza, procurando-se oportunidades sem des-curar recursos.

É assim que novas empresas e postos de trabalho poderão ser criados, o que no entanto só poderá acontecer caso exista uma estratégia empresarial ade-quada e planos de negócios bem fun-dados e sustentáveis, que concretizem as ideias e os projectos inovadores, assegurando-lhes o crescimento e o sucesso nos mercados. Nesta medida, a inclusão das valências internacionali-zação e universidade, como partes in-tegrantes do projecto “Start me up to

“A dinâmica do projecto e os contactos já estabelecidos e consolidados através dele, deixam entrever novas avenidas de cooperação entre Portugal e a Suécia, claramente benéficas para ambos os países.”

entanto contam com um orçamento mais restritivo e com um investimento por vezes demasiado seguro em maté-

Page 20: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal20

E é precisamente aí que este empreen-dedorismo inovador se conjuga com o saber das universidades, potenciando vantagens mútuas, que se fundamen-tam na investigação e no conhecimen-to, na inovação que pode e deve ser gerada e fomentada nas universidades.

nesta conjugação do empreendedoris-mo e da universidade na geração de novas empresas assentes na inovação. A internacionalização decorre, natu-ralmente, do encontro entre investiga-ção e inovação em matéria de novos produtos, uma consequência tão ne-cessária quanto geradora de troca de experiências e de criação de parcerias, de novas empresas e de emprego tec-nologicamente qualificado.

A boa utilização da sinergia de recursos é essencial. Neste sentido, o projecto “Start me up to Sweden” apresenta-se como uma troca eficaz de ideias e ex-periências no sector da inovação, sen-do a ambição desta iniciativa promover toda uma rede de contactos e sinergias envolvendo universidades, incubado-ras, sociedades de capital de risco, bem como agências governamentais e de promoção comercial e de investimento. Ora foi isto precisamente que sucedeu na primeira videoconferência, e estou certo que será exatamente isto que irá acontecer nas próximas videoconferên-cias de Março e Abril, pois o objectivo do projecto é fomentar a cooperação e gerar múltiplas sinergias em rede, produzindo um empreendedorismo que tenha como prisma a inter-relação entre novos mercados e áreas criativas de negócio, como factor gerador de ri-queza e emprego.

A dinâmica do projecto e os contactos já estabelecidos e consolidados atra-vés dele, deixam entrever novas aveni-das de cooperação entre Portugal e a Suécia, claramente benéficas para ambos os países. Magnus Rehn, com grande experiência neste capítulo, con-sidera que uma boa implementação do projecto pode mostrar resultados muito concretos e encorajadores dentro de 6 a 12 meses. Tenho a mesma perspecti-va e sou da mesma opinião quanto aos bons resultados do projecto, tanto mais que este conta com a participação em-penhada da AICEP – garantia certa de qualidade e do sucesso do “Start me up to Sweden” – e, por outro lado, tam-bém com o empenho da Embaixada de Portugal, que continuará a dar o seu melhor para assegurar, do lado sueco, a presença e o envolvimento proactivo dos melhores interlocutores.

Sweden”, constituem certamente ele-mentos que garantem a esta iniciativa não só solidez, como um crescimento mais rápido e seguro. Baseado em tais parâmetros, o projecto, reitero, reves-te-se de claras e substanciais vantagens para Portugal e para a Suécia.

Tanto mais que em ambos os países nem sempre o mercado doméstico ampara o crescimento das empresas equipando-as com uma sólida base nacional antes de estas se lançarem no mercado internacional. Contudo, no projecto em apreço, o esforço de internacionalização terá de ser inicia-do e concretizado desde cedo, entran-do as empresas no mercado externo com menos recursos, é certo, mas em contrapartida apostando em nichos de mercado e parcerias relevantes, que potenciam não só a primazia de lançamento no mercado de ideias e projectos inovadores, como também boas oportunidades internacionais de negócio nas áreas de aposta. Confes-so que, neste sentido, foi para mim surpreendente ver as propostas apre-sentadas pelas start-ups portuguesas, completamente inéditas e com seguro valor de mercado.

“E é precisamente aí que este empreendedorismo inovador se conjuga com o saber das universidades, potenciando vantagens mútuas, que se fundamentam na investigação e no conhecimento, na inovação que pode e deve ser gerada e fomentada nas universidades.”

Verifica-se, além do mais, que o valor acrescentado ganho pelas empresas em competitividade tem também que ver com a incorporação nas organiza-ções de mão-de-obra qualificada saída das universidades. Sendo assim, não será, neste prisma, despiciendo subli-nhar um potencial efeito multiplicador

Page 21: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 21

Um grupo de 13 parceiros (IPC, ACIC, CEC, IDD-Net, IPL, AAC, IPN, ANJE, Coimbra iParque, Obitec, Biocant e NERLEI), liderados pela Universidade de Coimbra, é o responsável pelo Arrisca C, um concurso nacional de ideias, pla-nos de negócio e provas de conceito. O objectivo principal do concurso é esti-mular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se pers-pective a criação de novas empresas. Iniciado em 2008 como um concurso de ideias local (Arrisca Coimbra), com 12 projectos, 31 promotores e 5.000

ARRISCA COS MELHORES ENCONTRAM-SE AQUI>POR TÂNIA COVAS, GESTORA DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA INOV C

Arrisca C é uma iniciativa na qual os empreendedores acreditam na força das suas ideias e colocam à prova a sua capacidade para inovar.

euros em prémios, o actual Arrisca C consolidou-se como uma referência, com um alcance nacional (incluindo todas as instituições de ensino superior do país, públicas e privadas, univer-sitárias e politécnicas) e números que reflectem um crescimento exponencial. Só em 2012 candidataram-se 156 pro-jectos, 361 empreendedores a mais de 200 mil euros em prémios.

A edição de 2012 apresentou, contu-do, mais duas importantes alterações: a criação de uma nova Tipologia, Provas

“Os indicadores falam por si e mostram a qualidade de uma iniciativa que já nasceu vitoriosa, com propostas premiadas nas mais diversas áreas de conhecimento: Saúde, Tecnologias da Informação, Biotecnologia, Gestão, Gastronomia, Design, entre tantas outras.”

Page 22: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal22

Creative C: O Creative C é um con-curso de criatividade e empreen-dedorismo on-line que desperta as qualidades criativas e inovadoras dos participantes. Dirigido a estudantes do ensino superior da Região Inov C. Num formato único, 5 desafios colo-cam à prova as habilidades dos par-ticipantes: da Originalidade ao Mar-Mar-keting; da Resolução de Problemas à Criação de Eventos, passando pelo chamado “Business Intelligence”, o Creative C provoca os instintos ino-vadores e encontra o criativo que há dentro de cada um.

Mais informações em: www.creative-c.org

Arrisca C: Este concurso visa estimu-lar o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspective a criação de novas em-presas e/ou o apoio ao desenvolvi-mento de novos produtos/serviços de empresas. Podem concorrer pes-soas singulares ou colectivas que tenham por objectivo explorar uma ideia, um plano de negócio ou uma prova de conceito. As candidaturas podem ser individuais ou apresenta-das por equipas até cinco elementos de promotores da ideia apresentada a concurso, em que pelo menos um dos promotores seja estudante ou recém-diplomado há menos de cinco anos de qualquer instituição de Ensi-no Superior do país.

Mais informações em:www.uc .pt/gats/pro jectos/Arrisca_C_2012

Ineo Weekend: O ineo Weekend não é um evento de estímulo ao empreendedorismo, um workshop, nem um evento de networking. É tudo isso: é um evento para abrir empresas. Um fim-de-semana onde

EVENTOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA LIGADOS À INOVAÇÃO/EMPREENDEDORISMO

as equipas têm a oportunidade de trabalhar nas suas ideias com apoio de mentores e apresentá-las a inves-tidores, ficando prontas a lançar-se no mercado. Será realizado em par-ceria com o Instituto Pedro Nunes e a jeKnowledge.

Mais informações em:http://weekend.ineo.pt

3DS: É um evento organizado pela jeKnowledge (júnior empresa da Fa-culdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra - http://jeknowledge.pt/). O 3 Day Star-tup é um programa de educação em empreendedorismo criado para estudantes universitários com ênfa-se na filosofia de aprender fazendo. A ideia é simples: começar empresas de base tecnológica durante este pe-ríodo de três dias.

Mais informações em:http://coimbra.3daystartup.org

CEBT: Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica realizado em conjunto com a Universidade de Aveiro e com a Universidade da Bei-ra Interior. Através do uso de uma metodologia inovadora, suportada em workshops, sessões de mentor-ing e coaching, o CEBT investe na componente prática como factor de diferenciação e estratégia. Ao longo dos últimos sete anos, aproximada-mente 700 estudantes, docentes/in-vestigadores e profissionais das mais diversas áreas de formação, entida-des e empresas de prestígio, fre-quentaram o CEBT. São 16 semanas de duração e 70 horas de formação/mentoring/coaching que colocarão à prova as suas qualidades empre-endedoras e criativas.

Mais informações em:www.cebt.pt

de Conceito; e a inserção de um novo público-alvo, PME – Micro, Pequenas e Médias Empresas (candidaturas à Tipo-logia de Provas de Conceito).

O balanço, após cinco edições, é mais do que positivo: 428 projectos, 1.029 promotores e quase 395 mil euros de prémios distribuídos. Os indicadores fa-lam por si e mostram a qualidade de uma iniciativa que já nasceu vitoriosa, com propostas premiadas nas mais di-versas áreas de conhecimento: Saúde, Tecnologias da Informação, Biotecno-logia, Gestão, Gastronomia, Design, entre tantas outras.

Dos projectos vencedores alguns mere-cem especial atenção, não só pela cria-tividade de suas ideias mas pela ousadia no seu desenvolvimento: Treat U, iNo-vmapping, wi-Go Team e Shipperline são exemplos de empreendedores que acreditaram no valor das suas criações e que hoje são empresas constituídas.

Segundo Vera Moura, CEO da Treat U (Arrisca C 2009): “A participação no Arrisca C fez-nos passar de uma ideia de negócio a uma empresa já concreti-zada e com perspectiva de evolução no mercado das terapias oncológicas para o tratamento de doentes com cancro”. Visão compartilhada por Luís Miranda e Pedro Moura, sócios da iNovmapping (Arrisca C 2009) e responsáveis pelo lançamento do YoubeQ: “Há credibili-dade; há um conjunto de pessoas reco-nhecidas a avaliarem ideias. Isso dá-nos solidez e confiança. O Arrisca C foi o ‘trigger’ que faltava para que a empre-sa se afirmasse”.

Pessoas empenhadas na promoção da criatividade e inovação portuguesas, três tipologias, grandes patrocinadores, e a mesma determinação em inovar e empreender, fizeram do Arrisca C um exemplo da competência nacional, atin-gindo um patamar único de excelência. As perspectivas para os próximos tem-pos são ainda mais animadoras: o Arris-ca C espera aumentar a fasquia e trans-formar a edição de 2013 num marco na propagação de ideias, superando consi-deravelmente o número de candidaturas anteriores, sob o lema: Arrisca C, os me-lhores encontram-se aqui.

Page 23: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 23

A melhor forma de transmitir o essen-cial de um ecossistema empreendedor é fazendo a referência a ecossistemas biológicos, como uma floresta ou um recife de coral. Estes elementos flores-cem e desenvolvem-se em função da interação dinâmica entre organismos diferentes, caraterizada pela coopera-ção e colaboração entre todos, o que assegura a vitalidade do sistema na globalidade e aumenta substancial-mente as probabilidades de sucesso de cada organismo.

Do mesmo modo, um ecossistema em-preendedor reduz os custos de transação e os riscos do processo de empreende-dorismo, aumentando substancialmente as probabilidades de sucesso das start-ups, acelerando o seu desenvolvimento e permitindo-as ir muito mais longe.

Estes ecossistemas existem a nível organizacional, regional, nacional e global. A nível regional os elementos diversos são, por exemplo, universida-des, centros de pesquisa, cientistas, en-genheiros e peritos, grandes empresas e empresários experientes, investidores e financiadores, governo, prestadores de serviços, talento empreendedor e clientes recetivos, entre outros, que as-seguram toda a cadeia de valor de in-vestigação, desenvolvimento, aplicação e crescimento.

Cada ecossistema é único e não pode ser copiado. O desenvolvimento de um ecossistema empreendedor é comple-xo, mas passa pela eliminação de bar-reiras à interação colaborativa (sociais, legais e económicas) e pela promoção de valores-chave como a cooperação, a criatividade, a orientação para o risco, a abertura de espírito. A chave não é a

ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR O QUE É E COMO PORTUGAL PODE MELHORAR>POR CARLOS OLIVEIRA, PRESIDENTE DA LEADERSHIP BUSINESS CONSULTING

hierarquia e o controlo central, mas sim a qualidade, a diversidade e a intensi-dade de relacionamentos de confiança entre as diversas entidades.

O ecossistema de Silicon Valley é a refe-rência mundial de inovação e empreen-dedorismo de base tecnológica. Silicon Valley cria mais start-ups e faz crescer de forma mais rápida empresas de TIC do que qualquer outra parte do mun-do. Este ecossistema tem como princi-pais características: o foco na inovação de rutura e na perspetiva global (procu-ra da “next big ideia”); uma cultura de risco focada na remuneração pelo con-sumidor que permite a criatividade e experimentação de ideias “irracionais”; elevada capacidade de financiamento (smart capital com massa crítica e espe-cialização e universidades viradas para a economia real e o mercado); eleva-da pool de talento e de conhecimento

(vindo de todo o mundo e das universi-dades locais, atuando com investimen-to próprio, em modelos de bootstrap e de lean start-up); uma rede cooperativa e pragmática que permite rápida circu-lação de ideias e conhecimento (parti-lha de contactos, facilidade e transpa-rência de relacionamentos).

O ecossistema empreendedor em Por-tugal ainda tem muitas deficiências, estando limitado sobretudo pela falta de massa crítica, pela cultura indivi-dualista e pelo contexto económico e burocrático. Para promover patamares superiores de desempenho das suas start-ups, o ecossistema em Portugal deverá acelerar a globalização, reforçar a integração, focar-se na especialização e melhorar a eficiência dos fatores que influem no ecossistema.

*Este artigo foi escrito com as regras do novo Acordo Ortográfico

Page 24: Revista Portugal Global

DESTAQUE

// Março 13 // Portugalglobal24

O Passaporte para o Empreendedoris-mo, criado por Portaria do Ministério da Economia e do Emprego de 15 de Novembro de 2012, é uma iniciativa no âmbito do Programa Estratégico +E+I (www.ei.gov.pt) e de acordo com o ‘Impulso Jovem’, que pretende promover o desenvolvimento, por par-te de jovens qualificados, de projectos de empreendedorismo inovadores e com potencial de elevado crescimento, através de um conjunto de medidas de apoio específicas, articuladas entre si e complementadas com a prestação de assistência técnica ao longo do desen-volvimento do projeto.

A gestão da iniciativa é do IAPMEI que está a implementar os instrumen-tos de apoio concedidos no âmbito do Passaporte.

Para os jovens empreendedores com um projecto empresarial em fase de ideia, o processo começa com uma candidatura à Bolsa do Passaporte para o Empreendedorismo – um incentivo mensal no valor de 691,70 euros a atri-

PASSAPORTE PARA O EMPREENDEDORISMONo contexto actual, revelam-se fundamentais as iniciativas destinadas ao estímulo do empreendedorismo jovem e à criação de um contexto favorável ao surgimento de projectos de jovens empreendedores e ao seu sucesso.

Quem vir a sua candidatura aprovada tem acesso a uma Rede de Mentores que irão fornecer aconselhamento empresarial aos empreendedores, per-mitindo antecipar problemas e procu-rar soluções no sentido de aumentar

a probabilidade de sucesso dos projectos. O acesso à Mento-

ria será ajustado à análise da complexidade relativa do projecto empresarial, sendo condicionado pela disponi-bilidade de mentores e pela aceitação da mentoria pelo mentor atribuído.

O Passaporte inclui ainda assistência técnica, atribuída a partir do 5º mês de bolsa, mediante a decisão de um júri, para o desenvolvimento

do modelo de negócio e a execução do plano de negócios para projectos com um elevado grau de complexidade.

A assistência técnica prevista compre-ende também estudos de viabilidade técnico-científica, assistência tecnoló-gica (incluindo prototipagem), serviços de transferência de tecnologia, consul-toria para utilização de normas e servi-ços de ensaio, consultoria especializada para patentes internacionais, auxílio na conversão de ideias em projectos em-presariais estruturados, para efeitos de apresentação a investidores, interme-diação na procura de parceiros finan-ciadores ou empresariais.

Podem candidatar-se ao Passapor-te para o Empreendedorismo to-dos os jovens até aos 30 anos com um projecto empresarial em fase de ideia desde que detentores de uma licenciatura. Se a licenciatura tiver sido concluída há mais de 3 anos, os candidatos deverão estar inscritos no centro de emprego há mais de 4 me-ses. O limite de idade sobe até aos 34 anos, quando são detentores de mestrado ou doutoramento.

O Passaporte para o Empreendedo-rismo destina-se a empreendedores residentes ou que tenham obtido o grau académico nas regiões Norte, Centro ou Alentejo, considerando que no âmbito do projecto empresa-rial a apresentar, a respectiva activi-dade será desenvolvida numa destas regiões.

Mais informações:www.ei.gov.pt/passaporte/

“Quem vir a sua candidatura aprovada, tem acesso a uma Rede de Mentores que irão fornecer aconselhamento empresarial aos empreendedores, permitindo antecipar problemas e procurar soluções no sentido de aumentar a probabilidade de sucesso dos projectos.”

buir durante um período mínimo de 4 meses e até ao máximo de 12 meses (com uma avaliação intercalar no final de um período inicial de 4 meses). Em cada projecto empresarial serão atribuí-das até um máximo de três bolsas.

Page 25: Revista Portugal Global

DESTAQUE

Portugalglobal // Março 13 // 25

No ano em que a COTEC Portugal cele-bra o seu 10.º aniversário, comemora-se o ‘Ano Português da Inovação’, em que muitas das iniciativas da Associa-ção empresarial adquirem um carácter especial, com o objectivo de salientar o papel da inovação nas empresas e na sociedade nacionais. Esta celebração conta com o alto patrocínio do Presi-dente da República Portuguesa.

Muitas das iniciativas habituais da As-sociação ganham novo relevo e contor-nos no âmbito do ‘Ano Português da Inovação’, como é o caso dos prémios que a COTEC entrega ao longo do ano: Empreendedorismo Inovador na Diás-pora Portuguesa, Fomento do Empre-

2013: ANO PORTUGUÊS DA INOVAÇÃOConstituída em 2003 com a missão de promover a competitividade das empresas, a COTEC Portugal comemora em 2013 o ‘Ano Português da Inovação’ através da realização de iniciativas que visam salientar o papel da inovação nas empresas e na sociedade.

endedorismo, PME Inovação ou Produto Inovação. Para além destas acções, ou-tras iniciativas correntes e outras novas iniciativas serão levadas a cabo ao longo de 2013, o ano português da inovação.

Será também este ano o da realização do ‘IX Encontro COTEC Europa’ que reunirá, em Portugal, as três organiza-ções COTEC, para discussão de temas ligados à inovação dos três países.

A COTEC Portugal - Associação Empre-sarial para a Inovação foi constituída em Abril de 2003, tem como missão promover o aumento da competiti-vidade das empresas localizadas em Portugal, através do desenvolvimento e

difusão de uma cultura e de uma prá-tica de inovação, bem como do conhe-cimento residente no país. A COTEC é uma associação sem fins lucrativos que conta com o apoio dos seus Associados e das instituições do Sistema Nacional de Inovação (SNI) para a concretização dos seus objectivos, através da realiza-ção de iniciativas em várias áreas.

Para informações relacionadas com o Portal de Inovação COTEC:

Tel.: +351 226 192 910

Fax: +351 226 192 919

[email protected]

[email protected]

Em termos do posicionamento, verifica-se que Portugal, apesar de obter um valor absoluto ligeira-mente inferior ao verificado no ano anterior e, em consequência disto, descer no ranking global, consegue aproxima-se do valor médio. Em re-lação aos países da Europa do Sul, Portugal mantém-se acima da mé-dia, ainda que tenha caído para a segunda posição.

No que diz respeito às 4 dimensões analisadas, tal como em 2011, man-tém-se um decréscimo acentuado à medida que se caminha de Condições para Resultados (Condições > Recur-sos > Processos > Resultados). Tendo Portugal sofrido uma descida em 3 das 4 dimensões em análise, Recur-sos afirma-se como a mais acentuada, maioritariamente justificada pela forte quebra na capacidade de financia-mento do País.

Análise de Posicionamento de Portugal - Pilares

Análise de Posicionamento de Portugal - Dimensões

INDICADORES DE POSICIONAMENTO RELATIVO DE PORTUGALPOSICIONAMENTO GLOBAL – DESTAQUES PORTUGAL

Page 26: Revista Portugal Global

EMPRESAS

// Março 13 // Portugalglobal26

De capitais exclusivamente portugue-ses, a ROFF, criada em 1996, surgiu da vontade de combinar a experiência dos melhores consultores SAP com uma perspectiva inovadora de relaciona-mento com os seus clientes e colabora-dores. É empresa líder no mercado por-tuguês na implementação de soluções SAP, tendo escritórios em Lisboa, Porto, Covilhã, Luanda, Paris, Estocolmo, Ca-sablanca, São Paulo e Macau.

A ROFF desenvolve projectos de con-sultoria em todos os domínios tecnoló-gicos de suporte ao negócio empresa-rial, tendo sido o primeiro parceiro SAP

O investimento e a inovação na produção de serviços competitivos são alguns dos factores que, em poucos anos, levaram ao sucesso da ROFF nos mercados externos. A empresa portuguesa de consultoria na implementação de soluções SAP está presente em vários países, num crescimento sustentado que pretende continuar a expandir. Em Portugal, é líder neste mercado.

ROFFESTRATÉGIA VENCEDORA NO MERCADO INTERNACIONAL

a operar em Portugal simultaneamente no mercado das PME, grandes empre-sas nacionais e multinacionais, detendo os estatutos de Channel Partner Gold e Services Partner. Através da sua sucur-sal em Angola, a ROFF é também um dos principais parceiros da SAP África para o mercado africano.

O processo de internacionalização da ROFF arrancou em 2006, com a fun-dação da ROFFtec Angola. Afirma a fonte da empresa que África é hoje um dos mercados mais importantes para a ROFF, que tem também pre-sença na África francófona, através

da sua sucursal de Paris, e em toda a região do Magrebe, através da sua presença em Marrocos.

De acordo com a ROFF, a estratégia de internacionalização alicerçada pela empresa foi realizada “à custa do in-vestimento e promoção da inovação com o objetivo de produzir serviços competitivos a nível global com capi-tal humano português. Uma aposta que resultou no crescimento susten-tado da organização, bem como no forte contributo para a confiança de todos os clientes da empresa no ta-lento nacional”.

Page 27: Revista Portugal Global

EMPRESAS

Portugalglobal // Março 13 // 27

Com um historial de apenas sete anos de operação internacional, bastaram quatro para que o volume de negó-cios realizado fora de Portugal tenha superado o mercado nacional. Com o objectivo de diversificar, a ROFF tem procurado novos mercados emergen-tes como é o caso do Brasil onde a em-presa se instalou em 2012, apesar de já desenvolver projectos neste país há uma década. Já este ano, foi inaugu-rado o escritório de Macau, a partir do qual a ROFF pretende endereçar opor-tunidades nos restantes países asiáticos prestando especial atenção aos mer-cados onde já desenvolve projectos, como Singapura, Indonésia, Malásia e China, adianta a fonte.

A aposta na inovaçãoOperando nas linhas de serviço como o Business Consulting, SAP Consulting, SAP Application Management, SAP Development Factory e SAP Training - ROFF Academy, a empresa tem feito uma aposta estratégica na inovação com o objectivo de produzir serviços competitivos a nível global. Para a ROFF, o reconhecimento por parte dos clien-tes tem motivado a constante aposta nos mercados internacionais, que no actual contexto económico tem sido um factor determinante na ambição da empresa de estar entre as melhores.

“A confiança dos clientes tem sido a principal razão pela qual a ROFF mantém a liderança nacional e o for-te crescimento internacional. É o nos-so compromisso com os clientes, no cumprimento dos objectivos que con-juntamente traçamos, que nos torna uma referência na implementação de soluções SAP nos diferentes mercados onde actuamos”, afirma Francisco Fe-brero, CEO da ROFF.

Nos últimos anos a ROFF tem investido na constante inovação do seu modelo de prestação de serviços. Dessa inova-ção surgiram modelos de implemen-tação e suporte baseados em serviços remotos, agregação de competências, desenvolvimento de reutilizáveis e fer-ramentas/metodologias que permitem maior eficiência e qualidade nos nos-sos serviços. A internacionalização tem sido suportada por uma presença local

complementada por esse conjunto de serviços essencialmente remotos. Esta abordagem permite-lhes ser competi-tivos em termos de custo e qualidade, bem como conquistar novos clientes.

Sublinhe-se que é objectivo da empresa ser uma referência da consultoria SAP nos mercados em que actua através do reconhecimento da excelência na qua-lidade de serviço, satisfação dos seus clientes e motivação dos seus colabo-radores. Para o futuro, a ROFF está já a estudar novas localizações potencial-mente interessantes para novas filiais.

Outro dos objectivos imediatos é a promoção de serviços de nearshoring/offshoring a partir de Portugal. São ser-viços inovadores que procuram aborda-gens mais eficientes e de custos mais adequados para o constante desafio da manutenção e evolução dos sistemas de informação SAP, que já estão em funcionamento e que faz todo o sen-tido promover para os novos mercados para onde a empresa está a avançar.

Em 2012, a ROFF cresceu no mercado no mercado nacional, que representa 46 por cento da facturação da empresa (em 2011 o mercado nacional repre-sentava 43 por cento). Esta alteração de distribuição deu-se, no entanto, com crescimento em ambos os merca-dos pelo que o mercado internacional continua a impulsionar o crescimento da ROFF, revela a fonte. Refira-se que nesse ano a ROFF desenvolveu projec-tos em 42 países, o que demonstra a forte presença internacional da empre-sa, representando 54 por cento do vo-lume total de faturação.

A empresa registou, em 2012, um volu-me de negócios de 46 milhões de euros (42 milhões de euros em 2011). Para este ano, o objectivo é ultrapassar os 50 milhões de euros. Contando actualmen-te com perto de 580 colaboradores, a empresa tem em curso vários processos de recrutamento para os quais não exis-te número limitado de vagas, dadas as necessidades constantes.

Principais clientes e projectosA ROFF registou 282 clientes activos em 2012, tendo como principais clien-

ROFFTorre de Monsanto, Rua Afonso Praça, 30, 15º

1495-061 Algés – PortugalTel.: +351 218 393 410Fax: +251 218 592 456

www.roffconsulting.com

tes o grupo Sonae, a Sumol+Compal e a TAP, em Portugal, e a Givaudan, a Solvay, a TAAG, a ICA Norway e a SIF-CA nos mercados externos.

Destas parcerias a empresa destaca a recente viabilização de um novo contra-to assinado com a multinacional suíça Givaudan, o maior produtor mundial de aromas e fragrâncias, que consoli-da a sua posição como o maior cliente da ROFF. Trata-se do maior contrato de sempre assinado pela ROFF , e inclui a manutenção de um sistema integrado de gestão que permite à empresa op-timizar os seus processos de negócio e sustentar o crescimento estratégico do grupo. O projecto irá prolongar-se por um período de três anos mas a empresa acredita que a relação de confiança esta-belecida com esta multinacional permiti-rá continuar a crescer e criar mais postos de trabalho com base neste contrato.

Igualmente, sendo um dos principais parceiros da SAP África e com forte presença em Angola, a ROFF tem de-senvolvido projectos junto das princi-pais empresas angolanas (TAAG, So-nangol), bem como acompanhado as empresas portuguesas que se estão a expandir para este mercado. África tem, aliás, sido um mercado com forte responsabilidade no crescimento da ROFF. Durante 2012, a empresa efec-tuou um importante projecto na Costa do Marfim (SIFCA), tendo já assegura-do um conjunto de novos projectos em toda esta região de África até 2017. Em 2013, vai também desenvolver o seu primeiro projecto em Moçambique na hidroeléctrica de Cahora Bassa.

O mercado internacional continuará assim a impulsionar o crescimento da ROFF e, por isso, as subsidiárias no ex-terior vão ter um papel fundamental na concretização dessas metas, conclui a mesma fonte.

Page 28: Revista Portugal Global

EMPRESAS

// Março 13 // Portugalglobal28

FABRIDOCEDOCES REGIONAIS AVANÇAM NO MERCADO EXTERNO

A Fabridoce – Doces Regionais Lda. foi fundada em 1989, dedicando-se à pro-dução de doçaria tradicional portuguesa, onde se destacam os tradicionais ovos moles de Aveiro e a doçaria conventu-al, os pastéis e os biscoitos e ainda uma nova gama de produtos inovadores.

A empresa começou a exportar há já al-gum tempo, registando um crescimento significativo para o mercado espanhol (Mercadona; Lidl; El Corte Inglés), con-tando, além de Espanha, com parceiros noutros países europeus como o Luxem-burgo, Suíça, França e Bélgica.

Face à procura dos clientes nos merca-dos externos, a aposta da empresa para os próximos dois anos é a sua expansão além-fronteiras, adianta fonte da Fabri-doce, que, nesse sentido, investiu 100 mil euros em 2012 na reestruturação das suas linhas de produção para implemen-tar a International Food Standard – Ver-são 6, conquistada em Outubro passado.

A estratégia de internacionalização para o curto prazo é actuar nestes mer-cados junto de retalhistas e cadeias de distribuição para angariar clientes dife-renciadores e promover a marca e a do-çaria portuguesa. A mesma fonte reve-la que a abordagem a estes mercados será conduzida principalmente através da participação em feiras internacio-nais do sector, parcerias com empresas internas e distribuidores, e prospecção directa nos países seleccionados.

“A exportação é um processo que se está agora a iniciar verdadeiramente de forma sustentada. Devemos ser a única empresa de pastelaria em Portu-gal com certificação IFS, o que é bas-tante importante porque se trata de uma certificação criada para a grande distribuição, com critérios muito mais apertados do que a certificação ISO”, afirma Rui Almeida, director-geral da Fabridoce, que acredita que a exporta-ção é um “factor determinante” se a empresa quiser continuar a crescer.

Assumindo como missão a produção e comercialização de produtos de do-çaria seguros, de elevada qualidade e baseados no saber-fazer tradicional português, a Fabridoce rege-se pelo

São doces regionais, de tradição conventual, como os famosos ovos moles, e outros mais inovadores, que a Fabridoce está a levar aos mercados europeus. A recente certificação de qualidade conferida pela International Food Standard veio reforçar a competitividade da empresa de Aveiro no seu processo de internacionalização.

Page 29: Revista Portugal Global

EMPRESAS

Portugalglobal // Março 13 // 29

lema “Inovar Mantendo a Tradição”. E é também com este lema que a em-presa pretende desenvolver, no decor-rer deste ano, a sua Gama Inovação, e possivelmente criar novos produtos que se adequem às necessidades e expectativas dos mercados externos, como adianta a mesma fonte.

A laborar com cerca de trinta opera-dores especializados, a empresa tem apostado na introdução de diversos equipamentos, muitos desenhados pro-positadamente para melhorar as condi-ções de produção e manter a caracterís-tica tradicional que está associada.

A aposta na qualidade tem sido uma constante neste quase quarto de sécu-lo de existência da Fabridoce. Na con-fecção dos seus produtos a empresa opta por matérias-primas de qualidade e não utiliza aditivos como corantes ou conservantes, preservando assim as ca-racterísticas originais do produto final. Uma opção que garantiu, até agora, várias certificações em termos de quali-dade e segurança alimentar.

A par da diversificação da sua gama de produtos, e respectiva comercialização em pastelarias do território nacional, a vida da empresa foi marcada pela en-trada, em 2000, dos produtos Fabrido-

mento das melhores práticas na indústria da pastelaria. E, desde 2010, subscreveu o cumprimento dos requisitos da espe-cificação Indicação Geográfica Protegida (IGP) no que concerne à produção de Ovos Moles de Aveiro.

Em 2011, iniciou o processo de imple-mentação de um Sistema de Gestão da Qualidade, de acordo com os requisitos dos referenciais NP EN ISO 9001:2008 e International Food Standard – Versão 6, perspectivando a sua internacionalização.

A Fabridoce tem uma facturação anual superior a 3,3 milhões de euros, sendo cerca de 20 por cento relativo ao mer-cado externo. O objectivo para 2013 é alcançar um aumento global de 3 por cento e de 5 por cento na exportação, acrescenta a mesma fonte.

FabridoceDoces Regionais, Lda.

Rua da Paz – Quintã do Loureiro

3800-587 Aveiro

Tel.: +351 234 913 392;

+351 910 935 274

Fax: +351 234 913 241

[email protected]

www.fabridoce.pt

De referir ainda que os seus princi-pais clientes no mercado nacional são o Continente (Grupo Sonae); Jumbo (Grupo Auchan); Leclerc; Lidl; Pingo Doce (Grupo Jerónimo Martins); Lojas Francas dos aeroportos de Lisboa e do Porto e o El Corte Inglés. Em Espanha, a empresa tem como clientes o grupo Mercadona; Lidl e El Corte Inglés.

“A abordagem aos mercados externos será conduzida principalmente através da participação em feiras internacionais do sector, parcerias com empresas internas e distribuidores, e prospecção directa nos países seleccionados.”

ce nas grandes superfícies comerciais, sendo uma das empresas pioneiras, na região de Aveiro, a preocupar-se com o Sistema de Segurança Alimentar.

Em 2002, a empresa obteve a aprovação de apoio pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho para a realização de um projecto de desenvolvi-

Page 30: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal30

Moçambique está na moda! A manutenção nos últimos 10 a 12 anos de taxas de crescimento económico invejáveis, a rondar os 8 por cento, a redução significativa da taxa de inflação (2,8 por cento em 2012), uma relativa estabilidade cambial, um conjunto de projectos de muito grande dimensão associados à exploração de recursos naturais que já estão em curso ou a iniciar-se, a necessidade de construir e melhorar um vasto leque de infra-estruturas básicas que viabilizem esses projectos e melhorem as condições de vida das populações, a

confiança e o interesse das instituições e dos financiadores internacionais, são factores que têm contribuído para colocar Moçambique no radar da comunidade empresarial dos vários cantos do mundo, incluindo, naturalmente, de Portugal.A análise de Fernando Carvalho, director do Escritório da AICEP em Maputo.

MOÇAMBIQUE NA MIRA DOS INVESTIDORES PORTUGUESES

Page 31: Revista Portugal Global

MERCADOS

Portugalglobal // Março 13 // 31

Moçambique é um país com cerca de 24 milhões de habitantes e um territó-rio que é cerca de nove vezes superior ao de Portugal Continental. O seu ren-dimento é baixo, o PIB per capita é de cerca de 500 dólares e mais de 40 por cento da população vive abaixo do ní-vel de pobreza. No entanto, há cerca de uma dezena e meia de anos que a economia moçambicana cresce a taxas entre 6 por cento e 8 por cento ao ano, com uma estabilidade macroeconómi-ca e uma capacidade de resiliência às crises internacionais assinaláveis.

O actual crescimento de Moçambique assenta em quatro pilares essenciais que, em grande medida, explicam as expecta-tivas optimistas do FMI, do Banco Mun-dial e do EIU para os próximos 3 a 5 anos: carvão, gás natural, energia eléctrica e in-fra-estruturas básicas. E este crescimento está principalmente localizado no centro e norte do país, permitindo que estas re-giões beneficiem de um desenvolvimen-to que até há poucos anos se limitava a Maputo e ao sul do país.

A província de Tete é detentora daquilo que há poucos anos era considerada uma das maiores reservas inexploradas de carvão a nível mundial. O início da sua exploração, em 2011, pelas gran-des empresas mineiras Vale (brasileira) e Rio Tinto (anglo-australiana) impul-sionou um rápido crescimento urbano na cidade de Tete e obrigou a projectar novas infra-estruturas e a melhoria de outras já existentes, designadamente de acesso ferroviário a fim de viabili-zar o escoamento de quantidades de carvão que podem vir a ultrapassar os 50 milhões de toneladas por ano. Por outro lado, a montagem das operações de mineração obrigou ao fornecimento de serviços e de equipamentos de que Tete não dispunha, deslocando para ali pessoas e empresas que, por sua vez, têm gerado novas necessidades.

Por seu turno, ao largo de Cabo Delga-do, a província litoral mais a norte de Moçambique, têm vindo a ser descober-tas, desde 2010, importantíssimas reser-vas de gás natural que, neste momento, poderão colocar Moçambique entre os cinco principais fornecedores de gás natural a nível mundial. O gás será es-

sencialmente destinado à exportação para outros continentes por via maríti-ma e os consórcios com projectos mais avançados – os liderados pela Anadarko (norte-americana) e pela ENI (italiana e que conta com a participação da GALP) – encontram-se em fase de desenvol-vimento do projecto de instalação de unidades de liquefacção de gás. A Ana-darko anunciou recentemente que em 2018 espera realizar a primeira exporta-ção de gás natural liquefeito e para esta primeira fase do projecto conta vir a re-alizar um investimento na ordem dos 12 mil milhões de dólares.

Entretanto, o governo moçambicano lan-çou um projecto de construção de uma linha de transporte de energia eléctrica de alta e muito alta tensão, destinada a carrear para o sul do país e para a Áfri-ca do Sul, a fim de fazer face à grande carência de energia do país vizinho, mas também a permitir alargar a rede de elec-trificação do país e alimentar o desenvol-vimento industrial interno. Esta linha de transporte de energia – em cujo desen-volvimento e exploração estará envolvida a REN – viabilizará um conjunto de pro-jectos de produção de energia previstos para o centro e norte do país, nomeada-mente a construção da central norte de Cahora Bassa, a barragem de Mpanda Nkuwa, as centrais termoeléctricas para aproveitamento do carvão térmico ex-traído em Tete e, ainda, as centrais de produção de energia a partir do gás que estão previstas para Cabo Delgado.

Por fim, todos estes projectos e o de-senvolvimento do país carecem de infra-estruturas que não existem ou estão obsoletas. Desde logo, infra-estruturas de transporte: a rede rodoviária princi-pal tem vindo a ser reabilitada, e alguma dela através do apoio das linhas de cré-dito que o Governo português colocou à disposição do governo moçambicano entre 2008 e 2010. A EN1 que liga o sul ao norte do país está praticamente concluída e as ligações inter-provinciais estão a ser melhoradas. Em termos de li-gações ferroviárias, a única via existente que permite escoar o carvão de Tete (a linha do Sena que liga à Beira) não tem capacidade suficiente e encontra-se em reabilitação. A linha do corredor de Na-cala está igualmente em reabilitação e

será prolongada através do Malawi para permitir aceder directamente ao porto de Nacala que é o maior porto de águas profundas natural na costa oriental afri-cana. Estão, entretanto, projectadas outras duas linhas a ligarem Moatize e Benga (localização das minas) à costa da Zambézia e a Nacala. Simultaneamente estão em execução melhorias no porto da Beira e a construção do terminal de carvão de Nacala, estando prevista a construção de um novo porto de águas profundas a norte de Quelimane.

Estes são apenas alguns dos principais projectos que têm vindo a influenciar o crescimento da actividade económi-ca de Moçambique, a descentrar o seu núcleo para o norte e centro do país e a sustentar o crescimento de uma classe média, ainda pequena, mas cujos efei-tos se começam já a sentir, designa-damente no aumento dos padrões de consumo das famílias.

Que relações com Portugal?Portugal é, tradicionalmente, um im-portante parceiro económico de Mo-çambique. Em termos de trocas co-merciais, o mercado moçambicano tem vindo a assumir uma importância crescente para a colocação de produ-tos portugueses, sendo actualmente o nosso 22º principal mercado, com 288 milhões de euros de bens exportados (o que representa um crescimento de 33 por cento relativamente ao ano an-terior) e uma balança comercial clara-mente favorável ao nosso país. Grande parte do que vendemos a Moçambique está intimamente relacionado com o crescimento económico do país: dois terços das nossas exportações são de máquinas e aparelhos, metais comuns, veículos, pasta celulósicas e papel, pro-dutos alimentares e produtos químicos.

Pelo lado das importações, Moçambique é o nosso 81º mercado, com 16 milhões de euros de bens comprados a este país em 2012. A forte quebra registada nas exportações moçambicanas para Portu-gal neste último ano, e que já se havia feito sentir em 2010, fica a dever-se a dificuldades na exportação de açúcar, produto que tem tradicionalmente um

Page 32: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal32

forte peso neste fluxo. Aliás, as principais importações (cerca de 90 por cento) que realizamos de Moçambique são de pro-dutos agrícolas e alimentares.

Um factor que tem impulsionado as exportações portuguesas para Moçam-bique tem sido o investimento directo que as nossas empresas têm vindo a re-alizar no mercado, passando a impor-tar directamente da casa-mãe. Portugal tem-se posicionado, tradicionalmente, como um dos principais investidores neste país, tendo sido o principal inves-tidor em 2010, 3º em 2011 e 2º em 2012, logo a seguir aos EUA. Os prin-cipais sectores de concentração desse investimento têm sido a Construção e Obras Públicas, a Indústria, os Serviços e o Turismo e Hotelaria.

Isto tem feito com que as empresas portuguesas tenham uma presença significativa nos mais diversos e nos mais importantes sectores da activida-

infra-estruturas, a serem executadas por empresas portuguesas, desperta-ram o interesse das nossas empresas por este mercado, não só das que fo-ram escolhidas para a execução daque-les projectos, como também de muitas outras pequenas e médias empresas que foram envolvidas indirectamente, através da prestação de serviços ou de sub-contratação para especialidades.

Oportunidades e limitaçõesCom o crescimento previsto, as opor-tunidades de negócio em Moçambique estendem-se a quase todos (senão mes-mo a todos) os sectores de actividade, com particular destaque para os sectores da exploração de recursos naturais, das energias e das infra-estruturas. Ainda assim arriscamos dizer que alguns dos sectores com maiores potencialidades e oportunidades para as empresas portu-guesas são: a agricultura e a agro-indús-tria; a energia; a saúde e o medicamento; as obras públicas e a construção civil; a

O mercado moçambicano, apesar de todos os aspectos positivos que atrás fomos enunciando, é ainda um mer-cado de pequena dimensão (facto que as excelentes taxas de crescimento não podem iludir) e não está isento de difi-culdades, inerentes, grande parte deles, ao facto de se tratar de um mercado em desenvolvimento: a qualificação da mão-de-obra é ainda baixa e a oferta de formação é diminuta; agravando esta dificuldade, existem limitações à contra-tação de mão-de-obra estrangeira, com quotas que variam segundo a dimensão da empresa; o processo de acesso à ter-ra (que pertence ao Estado) é, ainda, complicado e bastante burocrático. Este problema é particularmente sentido pe-los projectos agrícolas e turísticos que necessitam de largas parcelas de terra; e, genericamente, o excesso de infor-malidade do mercado que muitas vezes coloca às empresas que aqui investem factores de concorrência desleal.

As autoridades estão conscientes des-tes constrangimentos e têm trabalha-do no sentido de ajudar as empresas e os investidores a ultrapassá-los. Além do apoio do escritório da AICEP em Maputo, é importante que os empre-sários e investidores portugueses que querem entrar no mercado contactem e apresentem os seus projectos às ins-tituições de promoção e de apoio ao investimento estrangeiro como o CPI - Centro de Promoção de Investimen-tos e os organismos dos Ministérios da Indústria e Comércio, do Turismo, da Agricultura, do Trabalho, bem como as Câmaras de Comércio (a CC Por-tugal-Moçambique e a CC Moçambi-que-Portugal) e as associações empre-sariais locais (particularmente a CTA e a Associação Industrial de Moçambi-que) para recolher as orientações e os conselhos que poderão ajudar a evitar muitos dos obstáculos.

AICEP EM MOÇAMBIQUEAv. Julius Nyerere, 720 - 12º andarC.Postal 48Maputo - MoçambiqueTel.: +258 21 490 523/402Fax: +258 21 490 203

[email protected]

de económica, tendo-se vindo a assistir, nos últimos tempos, a um crescente in-teresse, tanto em termos de estabele-cimento (e reforço) de relações comer-ciais como de procura de oportunida-des de investimento.

A concessão a Moçambique, entre 2008 e 2010, por parte do Governo português, de duas de linhas de cré-dito que ascendem a 700 milhões de euros, para investimento das autori-dades moçambicanas em projectos de

formação profissional e a educação; a consultoria; as novas tecnologias de in-formação e comunicação; o turismo

Há, no entanto, que lembrar que mais importante que vender para Moçambi-que é vender em Moçambique. Há que estar presente no mercado, dar a cara e responder em tempo e com qualidade, para se poder conquistar a confiança dos moçambicanos e combater a forte concorrência sul-africana e, mais recen-temente, asiática.

Page 33: Revista Portugal Global

MERCADOS

Portugalglobal // Março 13 // 33

VISABEIRA MOÇAMBIQUEUMA APOSTA DE SUCESSO

O grupo Visabeira está presente no mercado moçambicano há mais de 20 anos, com investimentos em vários sectores de actividade, num percurso que tem acompanhado o crescimento e o desenvolvimento de Moçambique. Em 2012, o grupo ultrapassou os 100 milhões de dólares de volume de negócios naquele mercado.

A Visabeira está presente em Mo-çambique desde 1990, tendo, des-de cedo, acreditado no crescimen-to e desenvolvimento do mercado moçambicano e nas oportunidades que tem oferecido. Para a empresa, a aposta em Moçambique apresenta vantagens evidentes, tendo a Visabei-ra podido acompanhar, ao longo dos anos, o processo de crescimento e desenvolvimento de país. Além disso, o posicionamento geográfico de Mo-

São muitas as empresas portuguesas com presença de relevo em Moçambique, tanto a nível da exportação como no investimento directo.Conheça o testemunho de três empresas que apostaram com êxito no mercado moçambicano: RESUL, Portucel e Visabeira.

EMPRESAS PORTUGUESAS EM MOÇAMBIQUE

Page 34: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal34

trução e reabilitação de linhas férreas na zona Centro.

Além destes, arrancou em 2012 com as operações e oferta de serviços de TV e Internet da TV Cabo em Tete, Nampu-la e Pemba. No turismo, destaca-se o início da construção de um hotel de 4 estrelas em Tete.

Para o futuro, o Grupo pretende con-solidar e desenvolver as actividades com que está presente em Moçambi-que, intensificar a actividade no sec-tor das energias renováveis, águas e ambiente e dar continuidade à cober-tura nacional da rede Girassol Hotéis, acrescenta a fonte da empresa.

Grupo Visabeira SGPS, S.A.Rua do Palácio do Gelo, n.º 1Palácio do Gelo Shopping, piso 33500-606 Viseu - PortugalTel.: +351 232 483 000Fax: +351 232 483 100

[email protected]

www.grupovisabeira.com

património imobiliário e prestando to-dos os serviços de suporte, tais como higiene e limpeza e manutenção geral.

Neste momento a Visabeira Moçambique emprega directamente 2.200 trabalhado-res e em 2012 superou os 100 milhões de dólares de volume de negócios neste mercado. De referir igualmente que Mo-çambique contribui já com cerca de 15 por cento para o volume de negócios consolidado do grupo Visabeira SA, que foi de 523 milhões de euros em 2011.

De acordo com a mesma fonte, para o sucesso deste percurso foram de-terminantes as parcerias que estabe-lecemos com entidades locais tanto públicas como privadas.

çambique, especialmente no acesso ao mercado regional e ainda aos asiá-ticos ou da América do Sul, é também uma vantagem relevante.

A empresa tem vários projectos em curso, designadamente a construção de redes nacionais em fibra óptica interligando todo o país; a constru-ção de estações de base no Centro e Norte; a construção de linhas de alta tensão no Sul e várias linhas de dis-tribuição de energia em todo o país, com principal incidência no Norte; e também iniciou os trabalhos de cons-

“A Visabeira Moçambique emprega directamente 2.200 trabalhadores e em 2012 superou os 100 milhões de dólares de volume de negócios neste mercado, que contribui já com cerca de 15 por cento para o volume de negócios consolidado da Visabeira SA, que foi de 523 milhões de euros em 2011.”

Segundo fonte da empresa, tratando-se de uma economia emergente, a pre-sença no sector das infra-estruturas, nomeadamente Telecomunicações, Energia, Águas e Ambiente, Constru-ção e Ferrovias, tanto nas vertentes de construção e manutenções, como na operação e gestão das mesmas, sempre foi e é de grande relevância, Destacam-se nessas áreas as unidades Televisa e TV Cabo, líderes na prestação serviços de engenharia, construção e manutenção de infra-estruturas de te-lecomunicações e na oferta de serviços de Pay TV e internet de banda larga em redes de fibra óptica (FTTH), respecti-vamente, e ainda a Electrotec, líder no projecto, construção e manutenção de redes de distribuição de energia.

O sector do Turismo tem sido uma aposta com importância crescente para o Grupo, que tem acompanhado a procura registada nas várias regiões do país, com uma oferta de qualidade e inovadora, associando serviços de Con-ference Rooms, Catering, Eventos e Banquetes, Saúde e Bem-estar, Despor-to, procurando sempre responder às necessidades dos clientes. Actualmen-te, a cadeia Girassol Hotéis conta com 6 hotéis, de que se destaca a recente abertura do Girassol Songo.

A Visabeira marca também presença no sector Imobiliário, gerindo um vasto

Page 35: Revista Portugal Global

MERCADOS

Portugalglobal // Março 13 // 35

RESULEquipamentos de Energia S.A.

Parque Oriente Rua D. Nuno Alvares Pereira, Bloco 32695-167 Bobadela – PortugalTel.: +351 218 394 980Fax: +351 218 394 981

www.resul.pt

Em Moçambique há mais de 25 anos, a presença da RESUL no mercado moçambicano sempre se pautou por um relacionamento privilegiado com as autoridades locais ligadas à problemática da energia e por uma colaboração mutuamente proveitosa, sobretudo com as duas principais empresas estatais do sector (EDM-Electricidade de Moçambique e HCB-Hidroeléctrica de Cabora Bassa).

Com um volume de negócios em Mo-çambique a rondar os 3 milhões de euros por ano, a RESUL investiu forte-mente naquele mercado também no sector produtivo, tendo a funcionar em Maputo uma unidade de construção e assemblagem de quadros eléctricos e acessórios para redes de distribuição – a MOZUL –, que, muito brevemente, irá alargar o seu âmbito de produção, procedendo também à montagem de transformadores eléctricos.

A avaliar pela experiência de sucesso da RESUL, Moçambique é um país onde vale a pena investir. O volume de negócios anual da empresa neste mercado ronda os três milhões de euros.

RESULPRESENÇA SÓLIDA EM MOÇAMBIQUE

Para a RESUL, Moçambique é um merca-do “muito interessante” atendendo aos elevados índices de crescimento econó-mico, mas também o facto de ser “um país politicamente estável e de o sector eléctrico estar bem organizado, com es-tratégias de futuro muito precisas e rea-listas”. Ou seja, é um país onde vale a pena investir, afirma fonte da empresa, acrescentando que, “não descortinando desvantagens de investimento”, o seu êxito no mercado dependerá, natural-mente, da natureza do negócio e do sec-tor onde se pretende investir. “Há que ter em conta que Moçambique tem um vizinho muito forte, a África do Sul, com forte tendência e apetência de penetra-ção no mercado”, frisa a mesma fonte.

Além disso, “Moçambique apresenta elevadas taxas de crescimento da eco-nomia, com tendência de crescimento tenho em conta toda uma explosão económica que se prevê face à desco-

berta de importantes jazidas de gás na-tural. Será pois um país a ter em conta em qualquer estratégia de internacio-nalização, sobretudo em áreas fora de Maputo”, acrescenta a empresa.

Refira-se que Moçambique é o segun-do maior mercado de exportação da RESUL, com forte tendência de cres-cimento. Especializada na comercia-lização de equipamentos para redes eléctricas, a empresa exporta para 26 mercados externos dos continentes eu-ropeu, africano e asiático.

Page 36: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal36

PORTUCEL MOÇAMBIQUEINVESTIMENTO DE VULTO POTENCIA INTERNACIONALIZAÇÃO

O grupo Portucel Soporcel tem em curso um grande investimento de florestação e de construção de uma unidade fabril em Moçambique que, na fase de cruzeiro, deverá representar cerca de mil milhões de dólares de exportações ao ano. Uma aposta do grupo português na sua internacionalização e no potencial que este investimento representa para, a partir de Moçambique, chegar a outros mercados como a Índia e a China.

O grupo Portucel Soporcel está a de-senvolver um projecto de investimento florestal verticalmente integrado em Moçambique que, inserindo-se na sua estratégia de internacionalização, visa a geração de valor de forma sustenta-da. Este investimento, que deverá as-cender a perto de 2,3 mil milhões de dólares, consiste, numa primeira fase,

na constituição de uma base florestal, e, numa segunda fase, na construção de uma unidade fabril para produção de pasta de celulose e energia.

De acordo com fonte do Grupo, trata-se de um vultoso projecto de investi-mento que permitirá tornar Moçambi-que num dos maiores fornecedores de

África em produtos de pasta de papel, e que, quando atingir a fase de cruzei-ro, em 2022, dará um forte contributo para as exportações moçambicanas, estimado em cerca de mil milhões de dólares por ano, com elevado coefi-ciente de valor acrescentado nacional directo e indirecto. O projecto permitirá também reforçar a presença do Grupo

Page 37: Revista Portugal Global

MERCADOS

Portugalglobal // Março 13 // 37

português em mercados com grande potencial na região da Ásia, como a China e a Índia.

A fonte adianta que a opção do Grupo por Moçambique se prendeu “com o potencial deste país para o desenvol-vimento de projectos florestais inte-

política e social que Moçambique tem vindo a consolidar”.

O interesse por Moçambique remon-ta a 2008, ano em que foi celebrado um acordo de princípios entre o gru-po Portucel Soporcel e o governo de Moçambique visando a concretização de um projecto de investimento nesse país. No ano seguinte, após ter obtido uma autorização para o uso e aprovei-tamento de terra destinada à silvicultu-ra na Província da Zambézia, o Grupo constituiu a Portucel Moçambique, em-presa responsável pelo desenvolvimen-to do projecto. Já em 2011, obteve au-torização para o uso e aproveitamento de terra na província de Manica. Em termos globais, trata-se de uma área de cerca de 360 mil hectares.

Encontrando-se em franco desenvol-vimento a fase inicial deste projecto, o investimento do Grupo português em Moçambique tem obtido resultados muito encorajadores no que diz respeito aos ensaios de campo para determina-ção dos materiais vegetais com maior potencial e teste dos modelos de silvi-cultura, o que deverá permitir alargar a escala da operação florestal mais cedo

que o inicialmente previsto. Actualmen-te, estão a ser testadas mais de 50 varie-dades de eucalipto de origens diversas, tanto na Zambézia como em Manica, como explica a fonte da empresa.

No campo dos processos logísticos, quer da entrada da matéria-prima e outros factores de produção, quer da saída da pasta de celulose de eucalipto, continu-am a decorrer os estudos que permitirão concluir sobre a viabilidade das diferen-tes alternativas em causa, revela a mes-ma fonte, acrescentando que esta fase deverá prolongar-se até ao próximo ano.

Segundo a Portucel Soporcel, com este projecto “o Grupo dará um passo muito importante na sua ambição de expansão internacional, representando um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento de Moçambique”.

Em primeiro lugar, e em termos sociais, pelo emprego que vai originar, com a consequente melhoria dos níveis de vida e de qualificação das populações residentes nas áreas de influência do projecto, e pela dinamização da agri-cultura de rendimento numa lógica de preservação ambiental e responsabi-lidade social; em termos económicos, pela procura local de prestação de serviços hoje inexistente, que originará o surgimento de um tecido de novas PME com boas práticas organizacionais e de gestão; em termos ambientais, pelas melhorias que um sistema de gestão florestal certificado, de acordo com os mais exigentes critérios interna-cionais, trará à ocupação do solo, hoje degradado e de baixa utilização; e, ainda, pela relevante transferência de conhecimento inerente a um projecto desta natureza, conclui a fonte do gru-po Portucel Soporcel.

Portucel MoçambiqueSociedade de Desenvolvimento Florestal e Industrial, Lda.

Rua Dar-Es-Salaam, 347Maputo – MoçambiqueTel: +258 21 483 645/6/7Fax: +258 21 489 595

www.portucelsoporcel.com

“Com este projecto da Portucel, o Grupo dará um passo muito importante na sua ambição de expansão internacional, representando um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento de Moçambique.”

grados, em virtude da sua localização privilegiada em relação aos mercados asiáticos emergentes, que irão absor-ver grande parte do crescimento ex-pectável de produtos florestais a nível mundial, e também das suas condições naturais, a que acrescem naturalmen-te as afinidades culturais com Portugal que este país apresenta e a estabilidade

Page 38: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal38

Moçambique tem vindo a assumir uma maior relevância enquanto cliente de Portugal tendo ocupado, em 2012, e de acordo com os dados do INE, a 22ª posição no ranking (com uma quota de 0,64 por cento das exportações portu-guesas), quando em anos recentes se situava no 35º lugar. Como fornecedor o seu posicionamento é pouco rele-vante, não indo além do 81º lugar no último ano (0,03 por cento das impor-tações portuguesas).

No contexto dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Moçambi-que surge, em 2012, como segundo maior cliente, a seguir a Angola, e como segundo fornecedor, igualmente depois de Angola.

A balança comercial luso-moçambi-cana é tradicionalmente favorável a Portugal, tendo registado um saldo de 271,78 milhões de euros em 2012 (o mais elevado dos últimos anos), a que correspondeu um coeficiente de co-bertura das importações de cerca de 1754,4 por cento.

As transacções comerciais entre os dois países têm vindo a crescer ao longo dos anos mais recentes, graças ao bom de-

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – MOÇAMBIQUEMoçambique, país em crescimento económico, é um parceiro de Portugal com importância crescente, quer a nível das exportações de bens e serviços portugueses, quer como destino de investimento português no exterior.

sempenho das exportações portugue-sas, que aumentaram a uma taxa mé-dia anual de 33,1 por cento entre 2008 e 2012, enquanto as importações pro-venientes de Moçambique registaram uma diminuição média anual de menos 5,4 por cento no mesmo período.

são as máquinas e aparelhos (37,9 por cento do total em 2012 e mais 34,4 por cento face a 2011), metais comuns (11,4 por cento do total) e ve-ículos e outro material de transporte (8,2 por cento). Os produtos alimen-tares, as pastas celulósicas e papel, os químicos e os plásticos e borracha são outros grupos de bens nacionais ex-portados para aquele mercado.

De referir que dados do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Minis-tério da Economia e do Emprego, re-lativos ao ano de 2011, indicam que 43,7 por cento das exportações para Moçambique de produtos industriais transformados incidiram em produtos classificados como de média-alta tec-nologia. Seguiram-se os produtos de baixa intensidade tecnológica (24,7 por cento), de média-baixa tecnologia (22,9 por cento) e de alta intensidade tecnológica (8,8 por cento).

As importações originárias de Moçam-bique são claramente mais concentra-das do que as exportações portugue-sas para o mercado, com o grupo dos produtos agrícolas a representar 45,8 por cento do total importado em 2012 (22,8 por cento no ano anterior). Os

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2008 2009 2010 2011 2012 Var %(a) 08/12

Var %(b) 11/12

Exportações 92.358 120.883 150.717 216.982 288.209 33,1 32,8

Importações 33.687 42.800 29.184 41.983 16.428 -5,4 -60,9

Saldo 58.671 78.083 121.533 175.000 271.780 -- --

Coef. Cobertura (%) 274,2% 282,4% 516,4% 516,8% 1754,4% -- --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2011-20122008 a 2010: Resultados definitivos; 2011: Resultados provisórios; 2012: Resultados preliminares

“No contexto dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Moçambique surge, em 2012, como segundo maior cliente, a seguir a Angola, e como segundo fornecedor, igualmente depois de Angola.”

No último ano, e à semelhança dos anos anteriores, continuou a observar-se uma tendência de crescimento das exportações portuguesas para o mer-cado moçambicano, que ultrapassaram os 288 milhões de euros (mais 32,8 por cento face a 2011). As importações deste mercado revelaram uma quebra de menos 60,9 por cento.

Os principais grupos de produtos que Portugal exporta para Moçambique

Page 39: Revista Portugal Global

MERCADOS

Portugalglobal // Março 13 // 39

materiais têxteis importados represen-taram 5 por cento do total em 2012.

Cerca de 98,7 por cento das importa-ções portuguesas de produtos indus-triais transformados provenientes de Moçambique (que representam 72,3 por cento das importações totais) cor-responde a produtos de baixa intensi-dade tecnológica.

De acordo com o INE, o número de empresas portuguesas que exportaram produtos para Moçambique tem vindo a aumentar de forma continuada ao longo dos últimos anos, passando de 1.247 em 2007 para 2.039 em 2011. Por outro lado, o número de empresas portuguesas que adquiriram produtos no mercado moçambicano passou de 98 (em 2007) para 71 (em 201).

ServiçosNo âmbito dos serviços, e segundo da-dos do Banco de Portugal, constata-se que Moçambique é mais importante enquanto cliente do que como forne-cedor de Portugal. Apesar de os seus valores apresentarem uma tendência geral de crescimento ao longo dos últimos anos (a média anual de cres-

cimento das exportações e importa-ções, no período 2008-2012, foi de 22,1 por cento e de 20,9 por cento, respectivamente), as trocas de servi-ços entre os dois países não assumem uma importância relevante, já que cor-respondem a quotas que se têm situa-do abaixo de 0,5 por cento, qualquer que seja o fluxo considerado.

Tal como acontece no comércio de mercadorias, na área dos serviços a ba-lança bilateral também regista saldos favoráveis a Portugal. Em 2012, Portu-gal exportou serviços para Moçambi-que no valor de 95,2 milhões de euros, contra cerca de 50 milhões de euros em importações.

InvestimentoSegundo dados do Banco de Portugal, o investimento português em Moçam-bique é muito superior ao investimen-to moçambicano em Portugal. Em 2012, Moçambique situou-se no 9º lugar da tabela dos destinos do inves-timento português no exterior (IDPE), com uma quota de 1,08 por cento do total, enquanto na qualidade de emis-sor de investimento para o nosso país

a sua posição tem sido pouco relevan-te (39ª em 2012).

Entre 2008 e 2012, o valor médio anual do investimento directo português em Moçambique ultrapassou os 100 mi-lhões de euros, mas o desinvestimento aumentou mais de 160 por cento neste período. De salientar que nos últimos dois anos o investimento português tem vindo a diminuir, totalizando 97,4 mi-lhões de euros em 2012, ou seja, menos 27,9 por cento do que ano anterior. Por outro lado, no ano passado, o valor do desinvestimento atingiu cerca de 229,6 milhões de euros, assistindo-se a um in-vestimento líquido negativo da ordem de 132,1 milhões de euros.

Portugal é, no entanto, um dos prin-cipais investidores em Moçambique. As empresas portuguesas têm uma já longa tradição em Moçambique, com presença nos mais diversos sectores da economia, mas a construção e as actividades financeiras são os prin-cipais sectores de destino de IDPE. A importância da presença portuguesa pode ser avaliada pelo facto de 28 das 100 maiores empresas moçambicanas terem capital português.

Page 40: Revista Portugal Global

MERCADOS

// Março 13 // Portugalglobal40

ENDEREÇOS ÚTEIS MOÇAMBIQUE EM FICHA

Moçambique

Área: 799 380 km2

População: 24,5 milhões de habitantes (estimativa 2012 - EIU)

Densidade populacional: 30,6 hab./ Km2 (estimativa 2012 - EIU)

Designação oficial: República de Moçambique

Chefe do Estado e do Governo: Armando Emílio Guebuza (reeleito em Outubro de 2009)

Primeiro-Ministro: Alberto Vaquina

Data da actual Constituição: 30 de Novem-bro de 1990; foi alterada em 1996 e 2004.

Principais Partidos Políticos: Frente de Li-bertação de Moçambique (Frelimo), no Go-verno; Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição; Movimento Democrático de Moçambique (MDM); Partido Humanitário de Moçambi-que (Pahumo). As últimas eleições legislativas e presidenciais realizaram-se em 28 de Ou-tubro de 2009; as próximas eleições (presi-denciais, legislativas e provinciais) deverão ter lugar, em simultâneo, no final de 2014.

Capital: Maputo (1.967 mil habitantes, in-cluindo Matola e a Província de Maputo - EIU).

Outras cidades importantes: Nampu-la (576 mil hab.); Beira (442 mil); Chimoio

(273 mil); Nacala (230 mil); Quelimane (213 mil); Tete (182 mil) e Pemba (175 mil).

Religião: Cerca de 50% da população pro-fessa religiões tradicionais africanas. As outras religiões representadas são principalmente a cristã (sobretudo a católica) e a muçulmana.

Língua: A língua oficial é o português, mas são falados diversos dialectos africanos (Makua-Lomwe, Tsonga e Sena-Nyanja).

Unidade monetária: Metical (MZN)1 EUR = 40,57 MZN (Banco de Portugal – Janeiro 2013)

Risco País: Risco geral - BB (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco Político – BB (EIU – Janeiro 2013) Risco de crédito: 6 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC – Dezembro 2012)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado (2011): Exp. + Imp. / PIB = 55,6%Imp. / PIB = 34,3%Imp. / Imp. Mundial = 0,03%

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); Organização Mundial de Comércio (OMC); Companhia de Seguro de Créditos (COSEC); Banco de Portugal (BdP)

Maputo

EMBAIXADA DE MOÇAMBIQUE EM LISBOAAv. de Berna, 71050-036 Lisboa – PortugalTel.: +351 217 971 [email protected]/crbst_10.html

CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL – MOÇAMBIQUEPraça das IndústriasEdifício Rosa – 1º andar1300-307 Lisboa – PortugalTel.: +351 213 465 [email protected]

SOCIEDADE PARA O FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTOInstituição Financeira de Crédito, S.A. – SOFIDAv. Casal Ribeiro, 14 – 4º1000-092 LisboaTel.: +351 213 137 [email protected]

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM MOÇAMBIQUEAv. Julius Nyerere, 720C.P. 4696 – Maputo – MoçambiqueTel.: +258 21 490 [email protected]/

IPEX – INSTITUTO PARA A PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕESAv. 25 de setembro, 1008 – 2ºMaputo – MoçambiqueTel.: +258 21 307 257/[email protected]

CPI – CENTRO DE PROMOÇÃO DE INVESTIMENTOSRua da Imprensa, 332 – r/cMaputo – MoçambiqueTel.: +258 21 313 310www.mozbusiness.gov.mz

CÂMARA DE COMÉRCIO DE MOÇAMBIQUE - PORTUGALAv. 25 de setembro - Nº 1123, Prédio Car-doso, 4º Andar - CMaputo – MoçambiqueTel.: +258 21 304 [email protected]

CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL – MOÇAMBIQUECentro de Escritórios do Hotel RovumaRua da Sé, 114 – 4º andar, sala 27Maputo – MoçambiqueTel.: +258 21 300 [email protected]/

Page 41: Revista Portugal Global

VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

Tudo isto, sem sair do seu escritório

Para mais informação e condições de utilização consulte o site:

www.portugalglobal.pt

Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais e esclareça as suas dúvidas sobre:

• Potenciais clientes• Canais de distribuição• Aspectos regulamentares• Feiras e eventos• Informações específicas sobre o mercado

LisboaAv. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LisboaTel: + 351 217 909 500

E-mail: [email protected]

PortoRua Júlio Dinis, 748, 9º Dto4050-012 PortoTel. + 351 226 055 300

Web: www.portugalglobal.pt

Page 42: Revista Portugal Global

OPINIÃO

// Março 13 // Portugalglobal42

INVEST LISBOA A PROMOÇÃO ECONÓMICA DE LISBOA>POR RUI COELHO, DIRECTOR EXECUTIVO DA INVEST LISBOA

Esta agência foi criada em 2009 através de uma parceria entre a Câmara Munici-pal de Lisboa (CML) e a Associação Co-mercial de Lisboa / Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa (ACL), contando com o apoio da AICEP, designadamente das suas delegações no exterior, desde a primeira hora. Tendo como objectivo a captação de investimentos, empresas e empreendedores para Lisboa, posicio-na-se como uma entidade facilitadora dos investimentos na capital, actuando, para o efeito, em três áreas.

A primeira área de actuação diz respei-to à promoção internacional de Lisboa, através da organização de eventos e da participação em feiras em merca-dos alvo e da utilização de ferramentas de promoção digital. Em 2012 foram realizadas sete acções promocionais e dois vídeos promocionais, um dos quais, o Lisbon Startup City, teve mais de 80.000 visualizações.

Como complemento da promoção tra-ta do apoio aos investidores, empresas e empreendedores com projectos de investimento em Lisboa, independen-temente do sector de actividade e da dimensão dos projectos, bem como da nacionalidade dos seus promotores.

Este apoio é personalizado, gratuito e confidencial, sendo fornecida consul-toria desde a ideia até à concretização dos projectos, informações e contac-tos, pesquisa de oportunidades de in-vestimento, de parceiros de negócio e de locais para a instalação de empresas e actividades. Em 2012 foram apoia-dos 248 projectos e, desde 2009, mais de 750 projectos.

Tendo em conta as necessidades de-tectadas no mercado foram criados serviços de apoio específicos como sejam os Escritórios Virtuais, em que as empresas se podem domiciliar e ter

“Lisboa tem muitos argumentos para competir internacionalmente, sendo certamente a capital europeia onde se podem encontrar as melhores oportunidades de investimento, tendo em conta a relação qualidade/preço da oferta e o potencial da cidade.”

apoio profissional de recepção a baixo custo; os Workshops ABC, acções de formação gratuitas, com o apoio de es-pecialistas, sobre temas relevantes para empreendedores e/ou investidores; ou a Bolsa de Permutas para Empreende-dores, uma plataforma digital para tro-ca de produtos e serviços.

Por último na área da dinamização económica, procura-se gerar ideias e mobilizar parceiros e recursos tendo em vista a implementação de projec-tos que contribuam para o crescimento económico. Nesta área são de salien-tar a incubadora de empresas Startup Lisboa, implementada através de uma parceria entre a CML, Montepio e IAP-MEI e que é hoje reconhecida como um enorme caso de sucesso; o leilão de ar-

A Invest Lisboa é a agência de promoção económica de Lisboa, tendo como funções a promoção internacional, o apoio aos investidores e a dinamização da economia.

Page 43: Revista Portugal Global

OPINIÃO

Portugalglobal // Março 13 // 43

“Temos procurado posicionar Lisboa como a plataforma ideal entre a Europa e as economias emergentes de língua portuguesa, através do conceito Lisbon Atlantic Business Hub, que acreditamos sintetizar os principais argumentos em matéria de promoção internacional de Lisboa.”

rendamento de lojas a baixo custo, re-alizado em parceria com a EPUL, e que teve como resultado a criação de 50 novos negócios; e o projecto de uma Rede Wi-Fi gratuita em Lisboa, que será implementado este ano.

Neste momento estão a ser desenvolvi-dos dois novos projectos que poderão vir a tornar-se emblemáticos da actua-ção da Invest Lisboa nesta área.

Em matéria de promoção internacional, concordamos com os que defendem

Portugal nesta competição, parece ser um imperativo reforçar os argumentos e as vantagens competitivas que a capital possui face aos seus múltiplos concorren-tes internacionais, de forma a beneficiar o país como um todo através da criação de emprego e riqueza gerada. Refira-se que Lisboa não compete directamente com o interior de Portugal, mas sim com Madrid, Barcelona e outras cidades europeias.

Lisboa tem muitos argumentos para competir internacionalmente, sendo certamente a capital europeia onde se

que hoje são as cidades, mais do que os países, que competem pela captação de investimentos, empresas, turistas e talen-tos e sendo Lisboa o principal activo de

podem encontrar as melhores oportuni-dades de investimento, tendo em conta a relação qualidade/preço da oferta e o potencial da cidade. No entanto, e tal como em outros sectores, é cada vez mais necessário ir procurar nos merca-dos internacionais os investimentos e os negócios de que a cidade precisa.

É com base neste raciocínio que esta-mos a tratar da participação de Lisboa no MIPIM (em Cannes, França, de 12 a 15 Março de 2013), a maior feira de in-vestimento imobiliário do mundo. Nes-te projecto procurámos, em conjunto com a CML, dar condições às empresas para se promoverem, sob a marca Lis-boa – uma marca cada vez mais forte e apelativa – beneficiando assim de eco-nomias de escala e de maior projecção

do que obteriam através de participa-ções individuais, pois todos juntos te-mos mais capacidade de competir. Temos procurado posicionar Lisboa como a plataforma ideal entre a Europa e as economias emergentes de língua portuguesa, através do conceito Lisbon Atlantic Business Hub, que acreditamos sintetizar os principais argumentos em matéria de promoção internacional de Lisboa. Dentro deste conceito cabe também a promoção da cidade como o local ideal para a instalação de centros de serviços, beneficiando da qualida-de dos recursos humanos, dos custos competitivos e da proximidade cultural e geográfica aos centros europeus, vul-go nearshoring.

Por último, acreditamos também que Lisboa está perante uma enorme opor-tunidade de aproveitar o actual estádio de desenvolvimento tecnológico e civili-zacional que permite a todos abordar o mercado global a partir de qualquer lo-calização. Lisboa, com as suas excelen-tes características endógenas, como a localização, o clima, a escala humana e o charme, bem como as infra-estruturas e equipamentos que possui, apresenta-se como um concorrente de peso na captação de jovens talentos, um públi-co cosmopolita que valoriza acima de tudo a qualidade de vida a baixo custo e que encontrará em Lisboa a vantagem acrescida de poder praticar surf a trinta minutos de casa ou do trabalho.

É neste enquadramento de grande concorrência mas também de grandes oportunidades que a Invest Lisboa, em conjunto com os seus parceiros, procura gerar conceitos estratégicos, ideias e projectos, bem como mobilizar parceiros e recursos para que a capital potencie a sua excelência como cidade e aproveite todas as oportunidades que possui em termos de captação de inves-timentos e projecção internacional.

INVEST LISBOARua das Portas de Santo Antão, 891169-022 LisboaTel.: +351 213 224 050

[email protected]

www.investlisboa.com

Page 44: Revista Portugal Global

// Março 13 // Portugalglobal44

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso, numa base muito

restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Estónia M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão C Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária.

M/L Garantia soberana.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Malta C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Page 45: Revista Portugal Global

Portugalglobal // Março 13 // 45

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globaisNa apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Checa C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).M/L Exigência de garantia bancária

ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.M/L Sector público: aberta sem restri-

ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

Page 46: Revista Portugal Global

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChileChina •EAUa

GibraltarKoweitMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

Ilhas MarshallÍndiaIndonésiaLituâniaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRússiaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorFidjiFilipinasLetóniaRoméniaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.EgiptoGabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaMongóliaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietname

AlbâniaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDjiboutiDominicaGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMontenegroNauruQuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaTanzâniaTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatuZâmbia

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • EquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrãoIraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMali MauritâniaMoldávia MyanmarNepal

Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália Sudão Suriname TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Março 13 // Portugalglobal46

Page 47: Revista Portugal Global

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL

2010 Jan/Dez

tvh 2010/09

2011 Jan/Dez

2012 Jan/Dez

tvh 12/11 Jan/Dez

tvh 12/11 Dez/Dez

tvc 12/12 Dez/Nov

IDE bruto 39.622 23,8% 43.087 39.257 -8,9% -62,3% 24,4%

IDE desinvestimento 37.624 25,1% 35.066 32.318 -7,8% -43,4% 27,2%

IDE líquido 1.998 2,5% 8.021 6.939 -13,5% -85,4% 12,9%

IDE Intra UE 35.115 19,3% 38.904 35.684 -8,3% -63,7% 27,4%

IDE Extra UE 4.507 74,2% 4.182 3.573 -14,6% -21,3% -4,8%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 88,6% -- 90,3% 90,9% -- -- --

IDE Extra UE 11,4% -- 9,7% 9,1% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2012 (Jan./Dez.) % Total tvh 12/11 IDPE bruto - Sector 2012 (Jan./Dez.) % Total tvh 12/11

Países Baixos 59,4% -59,8% Act. Financeiras e de Seguros 75,8% -57,8%

Espanha 12,6% -34,8% Ind. Transformadoras 8,2% -41,6%

Brasil 7,3% 17,8% Act. Consultoria e Técnicas 5,1% -27,5%

Angola 3,5% -65,6% Construção 4,6% -54,8%

Luxemburgo 2,5% -60,3% Comércio 4,0% -56,2%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2012 (Jan./Dez.) % Total tvh 12/11 IDE bruto - Sector 2012 (Jan./Dez.) % Total tvh 12/11

Espanha 18,2% -15,6% Comércio 34,1% -25,4%

França 16,3% -2,5% Act. financeiras e de seguros 21,9% -16,6%

Reino Unido 15,6% 21,0% Ind. Transformadoras 19,2% -10,1%

Luxemburgo 13,4% 312,3% Electricidade, gás, água 9,1% 430,1%

Países Baixos 9,0% -66,4% Act. informação e comunicação 5,7% -6,0%

2008 2009 2010 2011 2012 tvh 12/11

Stock IDE 71.833 79.626 83.585 86.428 88.799 2,7%

Stock IDPE 45.273 47.530 49.942 55.823 54.010 -3,2%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR

2010 Jan/Dez

tvh 2010/09

2011 Jan/Dez

2012 Jan/Dez

tvh 12/11 Jan/Dez

tvh 12/11 Dez/Dez

tvc 12/12 Dez/Nov

IDPE bruto 9.790 26,0% 19.560 8.989 -54,0% -78,8% 280,4%

IDPE desinvestimento 15.447 115,1% 8.838 7.498 -15,2% -61,0% 298,7%

IDPE líquido -5.658 -1062,6% 10.722 1.490 -86,1% -94,8% 191,9%

IDPE Intra UE 5.740 4,4% 16.769 7.304 -56,4% -80,5% 353,7%

IDPE Extra UE 4.050 78,4% 2.790 1.685 -39,6% -47,2% 78,8%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 58,6% 16,7% 85,7% 81,3% -- -- --

IDPE Extra UE 41,4% 83,3% 14,3% 18,7% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Março 13 // 47

Page 48: Revista Portugal Global

ESTATÍSTICAS

// Março 13 // Portugalglobal48

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2011 2012 tvh 2012/11

2012 Janeiro

2013 Janeiro

tvh 13/12 Jan/Jan

tvc 13/12 Jan/Dez

Exportações bens 42.870 45.359 5,8% 3.623 3.827 5,6% 19,6%

Exportações bens UE27 31.910 32.229 1,0% 2.656 2.744 3,3% 25,8%

Exportações bens Extra UE27 10.960 13.130 19,8% 967 1.082 12,0% 6,3%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 74,4% 71,1% -- 73,3% 71,7% -- --

Exportações bens Extra UE27 25,6% 28,9% -- 26,7% 28,3% -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan.) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,1% 6,3% Angola 59 1,6

Alemanha 12,2% -0,2% Espanha 53 1,5

França 12,1% -4,7% Argélia 33 0,9

Angola 6,1% 33,7% Países Baixos 26 0,7

Reino Unido 5,4% 1,1% Itália 25 0,7

EUA 4,8% -2,8% França -23 -0,6

Países Baixos 4,5% 17,7% China -21 -0,6

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan.) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14,8% 6,1% Combustíveis Minerais 58 1,6

Veículos, Outro Material de Transporte 11,0% -13,3% Químicos 54 1,5

Combustíveis Minerais 9,5% 18,8% Máquinas, Aparelhos 33 0,9

Metais Comuns 8,0% 1,7% Alimentares 27 0,7

Plásticos, Borracha 7,1% 7,7% Veículos, O. Mat. Transporte -64 -1,8

SERVIÇOS 2010 Jan/Dez

tvh 2010/09

2011 Jan/Dez

2012 Jan/Dez

tvh 12/11 Jan/Dez

tvh 12/11 Dez/Dez

tvc 12/12 Dez/Nov

Exportações totais de serviços 17.578 7,7% 19.159 19.098 -0,3% -7,5% 9,8%

Exportações serviços UE27 12.689 5,8% 13.693 13.100 -4,3% -8,3% 10,9%

Exportações serviços extra UE27 4.889 13,2% 5.466 5.998 9,7% -5,9% 7,8%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 72,2% -- 71,5% 68,6% -- -- --

Exportações serviços extra UE27 27,8% -- 28,5% 31,4% -- -- --

Unidade: % do total

Page 49: Revista Portugal Global

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Março 13 // 49

BENS (Importação) 2011 2012 tvh 2012/11

2012 Janeiro

2013 Janeiro

tvh 13/12 Jan/Jan

tvc 13/12 Jan/Dez

Importações bens 59.243 56.120 -5,3% 4.726 4.399 -6,9% 5,3%

Importações bens UE27 43.624 40.288 -7,6% 3.306 3.096 -6,4% 2,2%

Importações bens Extra UE27 15.619 15.832 1,4% 1.420 1.303 -8,3% 13,6%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE27 73,6% 71,8% -- 70,0% 70,4% -- --

Importações bens Extra UE27 26,4% 28,2% -- 30,0% 29,6% -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan.) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,7% -3,3% Angola 105 2,2

Alemanha 12,0% -4,8% Turquia 96 2,0

França 6,6% -8,4% Iraque 80 1,7

Angola 6,0% 67,0% Guiné-Equatorial -55 -1,2

Países Baixos 4,6% -8,8% Venezuela -64 -1,4

Itália 4,6% -5,0% Brasil -86 -1,8

China 3,0% 9,2% Argélia -87 -1,8

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan.) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 19,6% -18,2% Alimentares 22 0,5

Máquinas, Aparelhos 15,1% -4,0% Máquinas, Aparelhos -28 -0,6

Químicos 11,5% -6,8% Químicos -37 -0,8

Agrícolas 10,6% 3,5% Veículos, O. Mat. Transporte -59 -1,2

Metais Comuns 7,7% -3,3% Combustíveis Minerais -192 -4,1

SERVIÇOS 2010 Jan/Dez

tvh 2010/09

2011 Jan/Dez

2012 Jan/Dez

tvh 12/11 Jan/Dez

tvh 12/11 Dez/Dez

tvc 12/12 Dez/Nov

Importações totais de serviços 10.917 5,7% 11.462 10.405 -9,2% -13,4% 1,3%

Importações serviços UE27 7.726 3,5% 8.068 7.591 -5,9% -5,5% 3,3%

Importações serviços extra UE27 3.190 11,3% 3.394 2.815 -17,1% -29,5% -3,9%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE27 70,8% -- 70,4% 73,0% -- -- --

Importações serviços extra UE27 29,2% -- 29,6% 27,0% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2011 2012 FMI CE OCDE BdP Min. Finanças

INE INE Jan 13 Fev 13 Nov 12 Jan 13 Out 12

PIB -1,6 -3,2 -1,0 : 0,8 -1,9 : 0,8 -1,8 : 0,9 -1,9 : 1,3 -1,0 : –

Exportações Bens e Serviços 7,2 3,3 2,9 : 5,0 1,4 : 4,6 3,6 : 5,8 2,0 : 4,8 3,6 : –

Page 50: Revista Portugal Global

// Março 13 // Portugalglobal5050

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Haia

BruxelasDublin

Londres

Paris

Milão

Vigo Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Lima

Rio de Janeiro

Santiago do Chile

Buenos Aires

Argel

Zurique

Oslo

MadridBadajoz

Caracas

Panamá

Carlos [email protected]

António Felner da [email protected]

Jorge [email protected]

Luís [email protected]

Luís [email protected]

João [email protected]

João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Ana Sofia O’[email protected]

Rui GomesMÉ[email protected]

Carlos [email protected]

Eduardo [email protected]

Isabel [email protected]

Manuel [email protected]

José Nogueira [email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Maria Teresa [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

Fernando CarvalhoMOÇ[email protected]

Page 51: Revista Portugal Global

Portugalglobal // Março 13 // 5151

Copenhaga

BerlimHaia

Bruxelas

Luanda

Benguela

Maputo

PretóriaGaborone

Windhoek

Tunes

Abu Dhabi

Helsínquia

Estocolmo

Zurique

Moscovo

VarsóviaPraga

BudapesteViena

Bratislava

Liubliana Bucareste

BakuPequim

Nova Deli

Xangai

Tóquio

Macau Hong Kong

Guangzhou

Jacarta

Atenas

Tripoli

RiadeDoha

Ancara

Kuala Lumpur

Kristiina VaanoFINLÂ[email protected]

Eduardo Souto MouraSUÉ[email protected]

Nuno Lima LeitePOLÓ[email protected]

Maria José RézioRÚ[email protected]

Joaquim Pimpã[email protected]

Ana Isabel DouglasÁ[email protected]

João Guerra [email protected]

Pedro Macedo Leã[email protected]

AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Celeste [email protected]

Laurent ArmaosGRÉ[email protected]

Manuel Couto [email protected]

João NoronhaINDONÉ[email protected]

Nuno Vá[email protected]

Maria João LiewMALÁ[email protected]

Maria João Bonifá[email protected]

Filipe [email protected]

José Joaquim FernandesJAPÃ[email protected]

Filipe HonradoÍ[email protected]

Alexandra Ferreira [email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

Page 52: Revista Portugal Global

Tudo o que se mede melhora. Esta afir-mação sintetiza uma prática que deve estar sempre presente no seio das or-ganizações: adoptar e implementar ins-trumentais de monitorização e análise integrada dos negócios nas suas múl-tiplas vertentes para melhorar os seus desempenhos.A implementação da ferramenta inte-gradora de gestão e de acompanha-mento Value Balanced Scorecard é um desafio e uma oportunidade para as empresas explicitarem, consolidarem e focalizarem as suas políticas e acções na prossecução e desenvolvimento da sua missão, dos seus objectivos, es-tratégias e metodologias assentes em quatro pilares de análise fundamentais: clientes, financeiro, processos internos e aprendizagem-crescimento, comple-

BOOKMARKS

Os recursos do nosso planeta estão a esgotar-se. Os meios de comunicação bombardeiam-nos com avisos constan-tes de escassez iminente de combustí-veis fósseis, minerais, terras aráveis e água. O combate político que vai resul-tar desta procura global muito superior à oferta é extraordinário.Neste livro, Dambisa Moyo esclarece os principais equívocos e o ruído que sur-ge em torno da escassez de recursos, com uma análise penetrante do que realmente está em jogo. Examinando as operações dos mercados de merca-dorias e as mudanças geopolíticas que têm provocado, revela os factos ocultos por detrás da insaciável procura glo-bal do crescimento económico. Nessa corrida por recursos globais, a China está na frente. Um olhar lúcido sobre as realidades que todos nós temos de enfrentar se queremos uma economia global justa, equilibrada e pacífica para

o século XXI.

VALUE BALANCED SCORECARD

A CHINA E A CORRIDA AOS RECURSOS

“Escrito para esclarecer importantes

questões globais, este livro merece um

público alargado”, afirma Kirkus Reviews.

Dambisa Moyo é economista, dedi-

cando-se à macroeconomia e assun-

tos internacionais. Eleita em 2009

pela Time como uma das 100 Pessoas

Mais Influentes do Mundo, foi nomea-

da pelo World Economic Forum para o

Young Global Leader’s Forum. Escreve

regularmente em publicações de eco-

nomia e finanças, como o Financial Ti-

mes, o Wall Street Journal e a revista

The Economist.

Autores: Fátima Castanheira

Geada, Luís Cruz,

Telmo Silva

Editor: Edições Sílabo

Nº de páginas: 132

Ano: 2012

Preço: 9.80€

Autor: Dambisa Moyo

(Trad. Nuno Fernandes)

Editor: Bertrand Editora

Nº de páginas: 272

Ano: 2013

Preço: 16,60€

mentados pelas vertentes de análise de

risco e avaliação de desempenho.

No actual contexto económico-social,

mais do que nunca, os gestores são

postos à prova e levados a dar o melhor

de si. Este livro, com um grande sen-

tido pedagógico, pode ajudá-los a im-

plementar uma ferramenta de gestão

com provas dadas e, deste modo, ul-

trapassarem e superarem com êxito os

obstáculos com que são confrontados.

// Março 13 // Portugalglobal52

Page 53: Revista Portugal Global

Mensalmente, a revista Portugalglobal traz até si a melhor informação sobre mercados, sectores, empresas e oportunidades de negócio.

Leia gratuitamente a Portugalglobal em:www.portugalglobal.pt/revista

Janeiro 2013

Outubro 2012 Novembro 2012

Setembro 2012

Abril 2012

Julho 2012

Março 2012

Junho 2012

Fevereiro 2012

Maio 2012

Janeiro 2012

Page 54: Revista Portugal Global

Sede:

Rua Júlio Dinis, nº 748, 9º Dto

4050-012 Porto - Portugal

Tel.: + 351 226 055 300

Fax: +351 226 055 399

E-mail: [email protected]

Web: www.portugalglobal.pt