16
Fim da Fundação das Salinas do Samouco pode custar 50 milhões www.smjornal.publ.pt semanário - edição n.º 727 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Sábado | 18.Ago.2012 Caderno Festa marca Grândola em grande Centrais Anti-Stress Vitorino nas festas de Amora 7 Pub. Director: Raul Tavares Actual Sivipa lança moscatel com 10 anos na Festa das Vindimas 5 Cem mil em perigo de AVC Franco vai avançar Fontenova em Festa Apanhar bivalves contra a lei e correr riscos ABERTURA O grau de incidência de AVC declarado entre 2009 e 2010 baixou pela primeira vez. Mas os especialistas afir- mam que o distrito de Setúbal tem cerca de 100 mil residentes em risco de contra- írem a doença e não sabem. POLÍTICA O presidente da Câ- mara de Alcochete está dispo- nível para se recandidatar nas próximas autárquicas. O autarca garantiu ao Semmais sentir «pai- xão» pelo concelho. ANTI-STRESS A companhia de Teatro setubalense Fontenova es- treia a sua 14.ª da Festa do Teatro entre 25 de Agosto a 1 de Setem- bro. A organização promete pro- gramação ecléctica. ACTUAL A crise e o consequente desemprego estão a ditar a pro- cura de actividades sem as míni- mas condições profissionais. Na semana em que um mariscador furtuito foi dado como desapa- recido ao largo de Alcochete, o Semmais apurou que já há mais de centena e meia de novos pes- cadores de bivalves que actuam à margem da lei, correndo grandes riscos. A fiscalização está a aper- tar e as multas são muito duras. PÁG. .2 PÁG. 6 PÁG. 7 PÁG. 5 PÁG. 4 Distribuído com o VENDA INTERDITA Fotos: DR Pub. Simone e Potra querem ouro de Londres PÁG. .9 Paralímpicos 2012

Semmais_18_8

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição 18 de Agosto

Citation preview

Fim da Fundação das Salinas do Samouco pode custar 50 milhões

www.smjornal.publ.ptsemanário - edição n.º 727 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbalSábado | 18.Ago.2012

CadernoFesta marcaGrândolaem grande

Centrais

Anti-StressVitorinonas festasde Amora

7

Pub.

Director: Raul Tavares

ActualSivipa lança moscatel com 10 anos naFesta das Vindimas

5

Cem mil em perigo de AVC

Franco vai avançar

Fontenovaem Festa

Apanhar bivalvescontra a lei e correr riscos

ABERTURA O grau de incidência de AVC declarado entre 2009 e 2010 baixou pela primeira vez. Mas os especialistas afir-mam que o distrito de Setúbal tem cerca de 100 mil residentes em risco de contra-írem a doença e não sabem.

POLÍTICA O presidente da Câ-mara de Alcochete está dispo-nível para se recandidatar nas próximas autárquicas. O autarca garantiu ao Semmais sentir «pai-xão» pelo concelho.

ANTI-STRESS A companhia de Teatro setubalense Fontenova es-treia a sua 14.ª da Festa do Teatro entre 25 de Agosto a 1 de Setem-bro. A organização promete pro-gramação ecléctica.

ACTUAL A crise e o consequente desemprego estão a ditar a pro-cura de actividades sem as míni-mas condições profissionais. Na semana em que um mariscador furtuito foi dado como desapa-recido ao largo de Alcochete, o Semmais apurou que já há mais de centena e meia de novos pes-cadores de bivalves que actuam à margem da lei, correndo grandes riscos. A fiscalização está a aper-tar e as multas são muito duras.

PÁG. .2 PÁG. 6 PÁG. 7

PÁG. 5

PÁG. 4

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

Foto

s: D

R

Pub.

Simone e Potra querem ouro de Londres

PÁG. .9

Paralímpicos 2012

Cerca de cem mil resi-dentes no distrito de Setúbal não têm qual-

quer sintoma de poder vir a sofrer um Acidente Vascular

Cerebral (AVC), mas fazem parte do grupo de “«risco elevado», tal como os diabé-ticos ou os doentes com ante-cedentes. O alerta é dado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC). Trata-

se de doentes já com alguma idade, que fumam, que têm o colesterol um pouco elevado e alguma gordura a mais. Com a agravante de desco-nhecerem o risco que estão correr.

De acordo com o vice-presidente da SPC, Carlos Aguiar, estes cem mil homens e mulheres que estão em risco na região nem podem ser incluídos no rol de indivíduos relacionados com a falta de informação, simplesmente porque são pessoas que «não identi-ficam qualquer sintoma». Isto é, explica o mesmo responsável, são cidadãos que sentem de tal forma saudáveis que acreditam não haver qualquer neces-sidade de estarem atentos à sua saúde ou e irem ao médico.

« N e m sequer põe a possibili-dade de poder vir a sofrer um AVC», diz o clínico, sendo esta uma das razões que leva a colocar estas pessoas no grupo de risco elevado, ao lado das pessoas que já tiveram algum episódio cardiovas-cular e dos diabéticos e que no caso do distrito repre-sentam dez porcento da população.

A idade e os maus hábitos como causas

Será este o número de pessoas na região que conjugam os seguintes factores que representam ameaça: colesterol alto, hipertensão, consumo de tabaco, gordura, idade, sedentarismo e historial familiar de doença cardio-vascular.

Recorde-se, ainda assim, que a prevenção no combate ao AVC, em que têm vindo a apostar as várias unidades de saúde do distrito de Setúbal está a dar resul-tados. O facto de cerca de

70% dos casos conside-rados de maior risco estarem a ser encami-nhando para as melhores unidades do país originou uma redução da doença em mais de 20%, compa-rando os dados de 2009 e 2010.

Quer isto dizer que a queda anda na casa dos 600 AVC por ano, o que é consi-derado pelos especialistas

de «bastante signifi-cativo», acompa-

nhando a região, de resto, uma t e n d ê n c i a nacional onde se

r e g i s t a r a m m e n o s 4 5 0 0

acidentes vasculares

no mesmo período. Ou seja, o

número de AVC dimi-nuiu pela primeira vez no distrito, que continua, ainda assim, a merecer atenções redobradas quando compa-rado com outras regiões do país, sobretudo devido aos hábitos alimentares, onde o sal surge como um dos principais «inimigos públicos».

2 S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Abertura

Cem mil em risco de AVC mas não sabem

A prevenção e as apostas da região têm resultado.A doença registada baixou, pela primeira vez, 20 por cento de 2009 para 2010. Mas o problema está nos potenciais doentes de risco.

Recorde-se que a doença responsável pelo AVC afecta cerca de 200 mil pessoas no distrito de Setúbal, segundo uma estimativa avançada pela unidade de cardiologia do Hospital de Santa Cruz e que já noticiada pelo Sema-mais. Chama-se fibrilhação auricular e trata-se de uma

patologia que, regra geral, não apresenta sintomas, numa altura em que diaria-mente, perto de 40 habitantes da região sofrem um AVC.Os especialistas falam de uma doença silenciosa, que as próprias vítimas descrevem por «batidas fortes no peito», dando a

sensação de que o coração está a tremer, sendo que o aparecimento desta arritmia tem uma duração relativa-mente rápida. Na maioria dos casos resume-se a apenas alguns segundos, embora se possa prolongar poucos minutos em alguns pacientes.

O perigo da fibrilação auricular

Pub.

::::::::::: Roberto Dores :::::::::::

Foto

s: D

R

3S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Ana Rita, à volta da Juven-tude Comunista Portuguesa também chamada rapariga

do megafone, participou uma vez mais no Acampamento Nacional pela Paz que voltou a ter lugar em Avis, no final de Julho.

Em tempo oportuno saberemos se se inteirou um pouco mais sobre quem foi Simon Bolivar e o que hoje representa. Que uma estátua deste ocupa um espaço na Avenida da Liber-dade, em Lisboa, curiosamente a poucos metros do Centro de Trabalho Vitória (porque antes de ser proprie-dade do PCP, adquirido a exemplo de tantos outros na base de uma ampla campanha popular de fundos, fora um Hotel do mesmo nome), tem-na como obrigada, pelo menos dora-vante, a visitá-la (Metro Avenida). Da autoria de Artur Aquilero, foi ofere-cida pela comunidade portuguesa residente na Venezuela em 1978, não sabendo nós (aqui o assumimos) que lugar Chavez então ocuparia.

Quatro anos antes, é certo, ocor-rera o 25 de Abril no mais ocidental país da Europa continental capita-lista tanto quanto logo se começavam a urdir os golpes carluccianos contra-revolucionários do tipo chileno e na inefável Grã-Bretanha a ponderar uma acomodada intervenção militar da própria OTAN de Salazar.

Perpassam-lhe pelas mãos os “Escritos Políticos” editados pela Estampa em 1977 - naquele tempo, pois - do patriota latino-americano em causa, muito ternamente tratado como “Simão”, Simão Bolivar. Não andasse com megafone sempre pronto a intervir, e questionar-se-ia, a páginas 126, se o autor não seria o mais actu-

alíssimo dos políticos mundiais, a falar, nem a propósito, dos efeitos Merkel: ”Um Governo Republicano foi, é e deve ser o da Venezuela; as suas bases devem ser a soberania do povo: a divisão de poderes, a liber-dade civil, a proscrição da escrava-tura, a abolição da monarquia e dos privilégios. Necessitamos da igual-dade para refundir, digamos assim, num todo, a espécie dos homens, as opiniões políticas e os costumes públicos. Alargando a vista para o vasto campo que nos falta percorrer, fixemos a nossa atenção nos perigos que devemos evitar. Que a história nos sirva nesta caminhada. Atenas é a primeira a dar-nos o exemplo mais brilhante de uma democracia abso-luta, e no presente, a mesma Atenas oferece-nos o exemplo mais melan-cólico da extrema fraqueza de tal espécie de Governo…”

Esta edição dos “Clássicos de Bolso” data bem este Discurso na Aber-tura do Congresso de Angostura a 15 de Fevereiro de 1819 (mil oitocentos e dezanove), mas encerra com uma cronologia histórica abrangente cuja arrumação, no recôndito do dobrar das páginas, só por reinsistência nossa nos dá a saber que Simão nasceu em Caracas a 24 de Julho de 1783. Nessa quarta-feira deste ano Ana Rita foi sepultar a avó e depois partiu para Avis, deve-lhe ter jurado homenagem.

* Militante do PCP

Apesar do estado de amor-fismo geral em que se encontra a esmagadora

maioria dos portugueses (e que o Verão, acompanhado dos jogos olímpicos, potencia), alguma comu-nicação social teima em nos dar relato de situações que, no mínimo, nos deviam merecer um sobres-salto de indignação.

1) O Estado arrecadou recente-mente 258,4 milhões de euros de impostos que incidiram sobre mais de 3,4 mil milhões de euros deposi-tados por portugueses em bancos estrangeiros, especialmente suíços, de forma encapotada e ilegal e que apenas uma amnistia fiscal (que lhes permite legalizar a situação, escapar a qualquer responsabilidade criminal e evitar o conhecimento das suas iden-tidades) permitiu ser conhecido. Isto é, enquanto a imensa maioria dos portugueses leva uma vida de sacri-fícios e poupança, com o seu abne-gado trabalho do dia a dia, contando as sobras no fim do mês para poder honrar os seus compromissos e alimentar os filhos, outros portugueses que auferem proveitos vastos de origem por vezes muito duvidosa aplicam os seus ganhos em bancos estrangeiros, fugindo, assim, ao controlo fiscal a que qualquer um outro com uma conta aberta num banco nacional está sujeito. E a nossa indignação é ainda maior quando percepcionamos que esses portu-gueses são muitos daqueles que vão constantemente perorar nas televi-sões sobre o famoso viver acima das possibilidades a que o país estava habituado e da necessidade da auste-ridade para aqueles que sofrem mais do que ninguém as consequências da crise.

2) Recentemente, também o Ministério Público veio comunicar ao país que, na sequência do processo aberto à compra dos malfadados submarinos, verificou o desapareci-mento, no ministério da Defesa, de muitos documentos com essa compra relacionados. Mas o mesmo MP revela esta

incrudelidade aos portugueses sem acrescentar que medidas pensa tomar, como se este facto fosse o mais banal no dia a dia – o desapare-cimento de documentos essenciais para a descoberta de um crime que já deu origem a duas prisões na Alemanha por corrupção. Isto é, no próprio ministério da Defesa – e não numa simples repartição de uma qual-

quer câmara do interior do país – desa-parecem papeis que podiam revelar dados fundamentais sobre um crime que lesou o erário público. Isto depois de já terem passado pelo lugar 4 minis-tros e o partido de um deles andar nas bocas dos mais bem informados como o grande beneficiário daquela compra. Então e os portugueses honestos, que ainda são a imensa maioria, não estre-mecem de indignação com este escân-dalo dos nossos políticos? E o Minis-tério Público não nos vai dizer o que pensa fazer?

3) Foi notícia também recen-temente o pedido de falência da empresa do investidor José Roquete que se propunha levar a cabo em Alqueva um projecto turístico de luxo que compreendia 7 (sete) hotéis, 4 (quatro) campos de golfe e duas marinas. Isto no interior de um país pobre e com a megalomania própria daqueles que gostam de investir com o dinheiro dos bancos públicos. Apesar de ter sido em tempos administrador do Banco Espírito Santo, Roquete procurou financiamento junto da Caixa Geral de Depósitos, banco público como sabemos e que devia ter como objectivo principal finan-ciar as pequenas e médias empresas, que são a ossatura do nosso tecido económico. Entretanto, o investidor já recebeu do Estado incentivos no valor de 7,2 milhões de euros e acusa a CGD de lhe cortar o financiamento e esta riposta dizendo que Roquete falhou com as garantias contratuais. Realmente, o desplante de certas pessoas que se habituaram a viver à conta dos dinheiros do Estado, conce-dido pelos seus amigos do poder polí-tico sob a forma de isenções fiscais, subsídios vários e outras benesses, é chocante. E deve indignar aqueles que fazem do trabalho o seu honrado ganha pão.

* Colaborador

A privatização dos portos nacionais, desde sempre defendida por Carlos Moeda, o todo poderoso adjunto de Passo Coelho, e a sua provável concretização, levantam dois problemas inexplicáveis.

O primeiro é estratégico e tem a ver com o poder da soberania num Estado democrático. Tanto mais num Estado-Nação como o nosso, em que a talassocracia, e em si mesmo o domínio marítimo e a sua componente económica, têm sido assumidos com tanta substância nos últimos anos.

O outro é puramente económico. O sector está a dar dinheiro e os últimos orçamentos de Estado bem o comprovam, com muitos milhões de proveitos vertidos pela actividade portuária (Sines e Setúbal são um bom exemplo) direitinhos para os cofres públicos.

Desde o Livro Branco de Consiglieri Pedroso que os governos têm sido titubeantes nas apostas estratégicas para melhor desenvolver, com meios concretos, as nossas plataformas portuárias. E também tem havido desinvestimento. São avanços e recuos a que sempre aludi não sem alguma amargura.

Mas o modelo a que se chegou é vencedor. Quase tudo o que é operacional está concessionado: terrenos, docagens, armazéns, maquinarias e até zonas limítrofes. O Estado define estratégias, licencia, vende a marca, oferece competitividade e gere um negócio hiper lucrativo.

Entregar de bandeja os nossos portos aos privados de sempre será um rude golpe neste avanço. E, ao contrário do que se proclama, receio que as taxas portuárias e todo o indexante à movimentação de carga venha a encarecer a actividade portuária e consequentemente torná-la menos competitiva. Sobretudo se tivermos em conta a posição inteligente que os portos espanhóis, nossos concorrentes directos, têm vindo a consolidar nos diferentes ‘hiterlands’ do transporte marítimo.

É pois um dossier de importância vital que não pode ser tratado como têm sido tratadas as privatizações conhecidas de empresas que afinal até dão lucro. E parece ser o mesmo de sempre: privatizar para beneficiar grupos de interesses com facadas exponenciais no futuro do nosso desenvolvimento global.

Por esta ordem de grandeza, temo até que o Estado ainda venha a indemnizar as perdas bolsistas dos Santos, dos Belmiros e dos Berardos.

Dá pelo menos que pensar…

Privatizar os portos é crime de lesa pátria

Editorial // Raul Tavares De partida para uma homenagem

Três notas de indignação Valdemar Santos*

António Marquês*

Atenas é a primeira a dar-nos o exemplo mais brilhante de uma democracia absoluta.

«Então e os portugueses honestos, que ainda são a imensa maioria, não estremecem de indignação com este escândalo dos nossos políticos? E o Ministério Público não nos vais dizer o que pensa fazer?

ficha técnicaDirector: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Festas da Santa Maria em ErmidasNa edição de Verão, editada no dia 4 de Agosto, foi referido erradamente que este ano seriam realizadas as tradicionais festas de Santa Maria de Ermidas-Sado, que ocorrem de dois em dois anos, sendo que este ano, como foi noticiado antecipa-damente pela COFESMAR - enti-dade organizadora do certame - não estaria programada, por «diversos factores». Por esta informação errada, atribuída à falta de confir-mação de dados, pedimos as devidas desculpas à direcção da COFESMAR, à população de Ermidas-Sado e aos

nossos leitores, prometendo um trabalho com a entidade organiza-dora daquelas bonitas festividades, responsáveis pela colocação de cerca de um milhão de flores nas ruas daquela pitoresca vila.

Foto de Ricardo LourençoNa mesma edição, na página 8, foi publicado um recorte de uma exce-lente foto de uma cegonha com um lagostim no bico, cuja autoria é de Ricardo Lourenço. Pelo lapso de não termos assegurado o Direito Reser-vado da aludida fotografia, pedimos as devidas desculpas ao próprio.

Errata

4 S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Actual

Fundação criada para minimizar impactos da construção da ponte Vasco da Gama

Extinção de Fundação das Salinas do Samouco pode implicar devolução de 50 milhões à UEMunicípio não quer que Governo passe fundação para gestão camarária sem contrapartidas financeiras. Autarca, antigo e actual presidente estão contra relatório que atribuiu meros 23,8 pontos à fundação.

A extinção da Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do

Samouco poderá obrigar o Governo a devolver mais de 50 milhões de euros à União Europeia. A revelação foi feita ao Semmais por Luís Franco, presidente da Câmara Municipal de Alcochete, que diz estar «chocado e perplexo» com a possibilidade de a tutela avançar mesmo com a extinção da fundação, mesmo tendo esta sido criada como contrapar-tida exigida pela Comissão Euro-peia aquando da construção da ponte Vasco da Gama.

O autarca defende a continui-dade de preservação daquela zona, valiosa do ponto de vista ambiental e enquanto ecossistema, mas não coloca sequer a hipótese de o Estado querer passar a gestão do espaço ambiental das salinas do Samouco para a câmara muni-cipal sem as necessárias contra-partidas financeiras estarem devi-damente acauteladas. «Disponi-bilizei-me para reunir com o Secre-tário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural no pres-suposto de que esse dever jurí-dico é do Estado português», acres-centa.

José Manuel Palma, ex-presi-dente da fundação e acérrimo defensor do projecto, considera do mesmo modo que a autarquia e o Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) não têm os meios e o pessoal especializado que a

fundação actualmente tem e quer ver mantida a preservação daquele espaço. «É uma fundação que, na prática, sai muito barata ao Estado porque o dinheiro vem da Luso-ponte e não chega a entrar para as contas do Estado», afirma, sem esquecer que com esta decisão «choverão mais tarde queixas junto da União Europeia, que obri-garão o Estado a voltar atrás numa decisão que está prestes a tomar e a gastar, efectivamente, mais dinheiro».

Desempenhoavaliado em 23,8 pontos

A actividade da Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental

das Salinas do Samouco foi avaliada em 23,8 pontos, em 100 possíveis, pelo Governo no rela-tório sobre o desempenho das fundações a nível nacional. É a pior pontuação de entre as funda-ções que contam com participação camarária. O presidente da fundação, Firmino de Sousa e Sá, rejeita a extinção da fundação e acredita que o relatório será reava-liado. Ainda assim, recorda que as salinas do Samouco têm dado inúmeros apoios a hortas sociais, estando ainda envolvidas num projecto sobre sal verde, uma boa alternativa para os cardíacos, e noutro sobre alimentação de peixes em aquários.

A fundação, que não recebe

qualquer verba anualmente proveniente do Orçamento do Estado, tem quatro pessoas a cargo, além de um administrador e dois vogais. Nenhum destes últimos três é remunerado. A entidade assegura a conservação das comunidades de fauna e flora, promove o uso sustentável dos recursos naturais, fomenta acti-vidades de visitação e programas de educação ambiental visando a divulgação e sensibilização de zonas húmidas, particularmente sobre o complexo das salinas do Samouco, e apoia a investigação técnico-científica, desenvol-vendo actividade formativa orientada, em particular, para as salinas.

Fundação foi criada no ano 2000A Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco foi criada pelo Governo em 2000, através do Decreto-Lei n.º 306, de 28 de Novembro desse ano. Além da promoção da conservação e manutenção das salinas do Samouco, o objectivo passava por estudar, implementar e gerir a aplicação prática de um modelo sócio-económico de desenvolvimento sustentável para o complexo. Em 1994, o Estado já tinha tomado medidas de minimização ambiental associadas à construção da ponte Vasco da Gama, tendo expropriado 360 hectares das salinas do Samouco com o objectivo específico de aqui criar uma área protegida de conservação da natureza. Em 2009, porém, houve a necessidade de rever os estatutos da instituição criada em 2000, designadamente ao nível da sua sustentabilidade financeira a longo prazo, bem como a respectiva estrutura organizacional e de gestão. O Decreto-Lei nº. 36 de 10 de Fevereiro de 2009 viria a corporizar estas alterações. Desde então passaram a ser instituidores da fundação o Estado português, a sociedade Lusoponte, o município de Alcochete e o ICNB.

::::::::::::::::: Bruno Cardoso :::::::::::::::::

A autarquia defende a continuidade de preservação daquela zona com ecossistema muito rico

DR

Arqueólogos da região escavam sepultura milenar em Melides

Câmara Municipal de Almada sugere ao Governo edifício no Monte Caparica para instalar GNR

AO LONGO deste mês, uma equipa do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) liderada pelos arqueó-logos Joaquina Soares e Carlos Tavares, vai fazer escavações arqueológicas na mamoa do dólmen da Pedra Branca.

A sepultura colectiva da Pedra Branca foi recentemente objecto de datação por Joaquina Soares, tendo esta autora concluído que a construção do monumento data de meados do 3º quartel do IV milénio antes de Cristo (3500-3300 BC), a partir de determi-nação radiométrica obtida para amostra de ossos dos enterra-

mentos mais antigos, realizados na câmara funerária e que o dólmen se manteve em funcio-namento até aos alvores do Calco-lítico, de acordo com datação de amostra de ossos humanos reco-lhidos na entrada do corredor, quando a sepultura era já um verdadeiro ossário.

O MUNICÍPIO almandense já sugeriu ao Ministério da Admi-nistração Interna para instalar o posto da GNR no Monte de Capa-rica, num edifício colocado à venda no âmbito de uma alie-nação de património promovida pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

O edifício situa-se numa área onde há mais de uma década está prevista a instalação de um posto da GNR, cuja concretização é «urgente», vinca o município.

Neste âmbito, a autarquia sugere ao Ministério da Admi-nistração Interna que adquirisse o referido edifício, situado na

Quinta N.ª Sr.ª da Conceição, no Monte de Caparica.

Esta sugestão tem em conta o facto de se tratar de uma enti-dade pública a promover a alie-nação daquele património, assim como o interesse público inerente à instalação do referido posto naquela freguesia.

Há mais de uma década que o município e a população reivin-dicam a existência do quartel da GNR numa freguesia cuja popu-lação ultrapassa os 20 mil habi-tantes, de acordo com os Censos de 2011, sendo actualmente servida por efectivos do posto territorial da GNR da Charneca de Caparica.

A Caparica está neste momento a ser dotada de uma nova centralidade, com a actual construção de um complexo de piscinas, de uma biblioteca e da qualificação dos espaços públicos. Estes projectos, que decorrem no âmbito do Parce-rias para a Regeneração Urbana, resultante de uma candidatura ao QREN apresentada em parceria entre o município, o Instituto de Habitação e Reabi-litação Urbana, a Junta de Freguesia da Caparica, a Assis-tência Médica Internacional, o Clube Recreativo União Rapo-sense e a Misericórdia de Almada.

DR

5S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

A morte de um mariscador esta semana deixa sinal de alerta

Crise já leva 150 a mergulharem contra lei para apanhar amêijoa

NA SEMANA em que morreu mais um mariscador - o advogado da Costa de Caparica Fernando Farinha, 43 anos, que foi atingido pela hélice do barco – as autoridades alertam que cada vez há mais mergu-lhadores entre a Costa de Caparica e Alcochete, estimando que já cheguem aos 150. A crise que fez disparar o desempego aguçou o jeito a dezenas de homens, que compraram o fato de mergulho para baixarem até às profundezas do Tejo.

Apesar da fiscalização ser cada vez mais apertada, traduzindo-se num significativo aumento de multas , que vão dos mil aos 2 mil euros, quem se dedica a esta acti-vidade admite que «o risco vale a pena». É por isso que não param

de aumentar os pescadores ilegais de amêijoa no rio Tejo, recorrendo ao método do mergulho utilizando botija de oxigénio.

Dizem que um dia no rio chega a render 120 euros, como confirmou

ao Semmais Paulo Severino, um dos amigos de Fernando

Farinha, esclarecendo que num dia normal pode

apanhar cerca de 20 quilos de amêijoa, garantindo que o bivalve já tem

comprador – um inter-mediário que posterior-

mente coloca a amêijoa no mercado espanhol - e até o preço está previa-mente definido.

São quatro euros por quilo, depois da depuração (24 horas em água salgada pela libertar o lodo), o que significa que num mergulho

próximo das cinco horas podem valer cerca de 80 euros.

Transporteaté aos bancos naturais

Há ainda quem diariamente seja transportado a bordo de embarcações até aos prin-cipais bancos naturais de amêijoa, para mergulhar ao longo de horas a fio, até voltar a ser recolhido pelo mesmo barco. É assim que Carlos Marques, outro amigo de Fernando Farinha, ganha a vida há mais de três anos na zona da Trafaria, desde que percebeu como esta activi-dade era rentável.

Governava a casa com 400 e 500 euros, revelando que de noite saía para o mar e durante dia estava

obrigado a trabalhar nas obras para dar de comer a três filhos. «Aqui posso ganhar 2500 euros por mês, quando apanhamos semanas de marés grandes e até tenho fins-de-semana», sublinha.

A autoridade marítima assume não estar a conseguir

obter a cobertura que desejava no rio Tejo. Admite que o combate a esta acti-vidade está a ser difi-

cultada pelo signifi-cativo aumento de pesca-

dores que, sobretudo, nos últimos três anos enveredaram por esta prática, distribuindo-se por uma imensa área que abrange os conce-lhos de Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Alcochete e ainda Vila Franca de Xira, quando até há bem pouco tempo a actividade se resumia

às zonas da Trafaria e Cova do Vapor.Um fenómeno que, segundo os

próprios pescadores, traduz uma reacção às limitações impostas pela tutela, quando decidiu atri-buir licenciamento para pesca da amêijoa no Tejo a apenas 30 embar-cações, limitando a captura a 80 quilos diários por barco. Os pesca-dores justificam que há pouca margem de lucro, reclamando que sejam licenciadas, pelo menos, 60 embarcações e autorizada a captura de 140 quilos de bivalves por dia. Apesar da intensa captura por parte dos pescadores ilegais, a verdade é que o mercado nacional tem estado à míngua de amêijoa, devido aos apanhadores do Tejo estarem a vender cerca de 80% do artigo para Espanha.

Roberto Dores

Repsol angaria 100 kg por diaASSOCIADA à campanha de sensi-

bilização a favor da Associação Humana, a Repsol está a promover a recolha de vestuário e calçado usados na sua rede de postos da Gespost, entre os quais um em Almada e outro em Setúbal.

Segundo as contas avançadas pela empresa, em apenas dois meses e meio, foram recolhidas um total de 6884 quilosde roupa e calçado, cerca de cem quilos por dia.

Esta iniciativa, que teve início no dia 10 de Maio e que terá a duração de um ano, está a decorrer em 15 postos de abastecimentos (Gespost) da Repsol nos quais estão presentes contentores de recolha onde os

clientes da Repsol, ou quem se dirija aos postos, poderão deixar roupas e sapatos que posteriormente serão recebidos pela Associação Humana de modo a reaproveitar da melhor forma possível e distribui-la correc-tamente.

Entre os inúmeros projectos em que está envolvida, a Associação Humana realiza reciclagem têxtil, gerindo a roupa usada com o duplo objectivo de proteger o meio ambiente e impulsionar projectos de coope-ração, não só em África, Ásia e América Central, mas também, a nível nacional em situações específicas, onde está presente, através da venda do vestu-ário angariado a preços simbólicos.

Sivipa lança moscatel superior a 10 anos na Festa das Vindimas

A SIVIPA tenciona lançar por ocasião da 50.ª edição da Festa das Vindimas, que tem lugar em Palmela, entre 30 de Agosto e 4 de Setembro, o Moscatel de Setúbal Sivipa Superior 10 anos.

Desde a sua origem em 1964 que a empresa Sivipa produz este maravilhoso licoroso, dado estar inserida na região do Moscatel de Setúbal, uma das regiões mais antigas do país com mais de 100 anos.

O moscatel de Setúbal supe-

rior 10 anos, segundo o enólogo e administrador Filipe Cardoso, é um vinho de «qualidade excep-cional, equilibrado e longo, indispensável em qualquer garrafeira». Trata-se de um vinho de cor topázio com reflexos cobreados, aroma com notas de frutos secos, mel e alecrim. «Este Moscatel vem completar a nossa gama deste excelente licoroso, no segmento

ultra-premium», sublinha o enólogo

Filipe Cardoso. O lançamento está

agendado para dia 1 de Setembro, pelas 16

horas, na Casa Mãe da Rota dos Vinhos, em plena

Festa das Vindimas. O lançamento está integrado

no programa dos 50 anos da Festas das Vindimas e de

“Palmela Cidade Europeia do Vinho 2012”.

DR

Foto

s: D

R

6 S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Política

Pub.

Franco disponível para se recandidatar a Alcochete

Oactual presidente da Câmara Muni-cipal de Alcochete,

Luís Franco, está disponível para se recandidatar ao cargo pela CDU pela terceira vez consecutiva. O autarca garante continuar a sentir uma «enorme paixão» pelo concelho, além de existir

«vontade» e necessidade de ver concluídos «deter-minados objectivos polí-ticos». A regeneração da frente ribeirinha alcoche-tense, cuja primeira fase vai para o terreno já a partir de finais de Outubro, é um desses objectivos.

«Para que haja exercício de funções públicas têm de estar conciliadas três

vontades, nomeadamente a dos partidos, a dos candi-datos e a da população, soberana neste tipo de deci-sões», acrescenta. Luís Franco deixa ainda claro que a avançar pela CDU à liderança de uma câmara só será em Alcochete.

O autarca está na lide-rança da Câmara Municipal de Alcochete desde 2005,

ano em que tirou do cargo o socialista José Dias Inocêncio, com 46,25 por cento dos votos, o suficiente para conquistar a maioria absoluta e quatro mandatos. Quatro anos depois, 52,42 por cento dos eleitores refor-çaram a liderança de Luís Franco, que conquistou uma vez mais a maioria absoluta para a CDU em Alcochete.

::::::::::::Bruno Cardoso ::::::::::::

Festa do Avante na Atalaia avança contra o pacto de agressão

Distrital do PS acusa Governo de desperdiçar investimentos

DE 7 a 9 de Setembro, a Quinta da Atalaia, na Amora, Seixal, é palco de mais uma Festa do Avante. Um dos momentos mais esperados é o comício da festa, que tem lugar a 9, pelas 18 horas, com a presença do líder Jerónimo de Sousa. Irão também usar da palavra Miguel Violante, da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, e

José Casanova, membro do Comité Central e director do jornal Avante!.

Para os comunistas, o comício de encerramento é mais uma oportunidade para saudar o grande colectivo partidário que «não desiste nem desanima, que reforça o Partido assumindo a primeira fila na luta contra a ofensiva antipopular, na luta

pela rejeição do pacto de agressão, um objectivo patri-ótico indispensável à defesa da dignidade e das condições de vida dos portugueses e da soberania nacional».

Será ainda redobrado o apelo à mobilização dos comunistas, dos trabalha-dores e de todos os sectores atingidos pela «ofensiva da grande burguesia e do capital

financeiro nos seus direitos sociais e laborais, nos seus salários e rendimentos».

No comício de encerra-mento, estarão igualmente no Palco 25 de Abril as dele-gações de partidos comu-nistas e operários que trazem à Festa do Avante o combate que se desenrola de outras paragens igualmente em crise.

A Naifa, Ana Moura, Blasted Mechanism, Ciganos D´Ouro, Jorge Palma, Luísa Basto, Peste & Sida e Sara

Tavares são alguns dos artistas que irão actuar na festa desta ano, que conta com o Espaço Central, Espaço Internacional, Cidade da Juventude, Espaço Criança, Espaço Ciência, Espaço das Artes, Festa do Livro, Pavilhão da Emigração, Pavilhão da Imigração e Espaço Mulher.

A Entrada Permanente (EP) custa 32 euros, mas se for adquirida com antecedência, nos Centros de Trabalho do PCP, custará apenas 21 euros.

As crianças até aos 14 anos, inclusive, não pagam EP desde que acompanhadas por um adulto portador de EP.

MADALENA Alves Pereira, líder da Federação do PS do distrito, considera que as propostas do mapa judiciário, que estão a ser feitas à «revelia dos autarcas», traduzem a desconsideração que o Governo PSD/CDS-PP tem pelo Poder Local e pelos seus representantes.

Para a nova presidente dos socialistas, a reorgani-zação do mapa judiciário proposta pelo Governo divide o distrito em duas grandes comarcas, uma agregada a Lisboa onde inclui os municípios de Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, e outra, designada de Setúbal, composta pelos demais concelhos do distrito.

Para a líder, o Governo distribui de forma «desequi-librada, sem séria ponde-ração das pendências, dos recursos existentes e das acessibilidades, as instân-cias e especializações» nestes dois grandes territórios judi-ciários.

Madalena Alves Pereira dá como exemplos os tribu-

nais do Montijo, Seixal e Setúbal. No primeiro caso, estão em curso obras de requalificação que permi-tirão acolher no edifício três salas de audiências de julga-mento, mas, na proposta do Governo apenas terá compe-tência para funcionar como estância local, ou seja, para «julgar pequenas acções cíveis ou criminais dos concelhos de Montijo e Alco-chete, tudo o resto será centralizado para Lisboa. «Na prática, temos aqui um desperdício imenso do inves-

timento em curso», sublinha.Por outro lado, Madalena

Alves Pereira refere que no Seixal, o Palácio de Justiça recente, com várias salas de julgamento, apenas acolherá o Juízo de Família e Menores com jurisdição sobre o muni-cípio do Seixal e instância local e cível e criminal também do seu próprio concelho. «Também aqui temos, de novo, um desper-dício de recursos existentes».

Já na nova Comarca de Setúbal, o tribunal da capital de distrito acolhe várias valências, mas o Governo propõe a extinção dos tribu-nais de Alcácer do Sal e de Sines, sendo que «este último foi objecto, há menos de cinco meses, de uma rees-truturação profunda para colher as jurisdições aí implementadas». Perante este cenário, Madalena Alves Pereira questiona: «Como se explica agora o investi-mento realizado? Quem custeará a deslocação de centenas de quilómetros dos utentes dos tribunais a sul do distrito?».

A líder Madalena Alves Pereira

DR

DR

IS á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

A Feira de Agosto – Turismo e Ambiente é uma das mais antigas e maiores feiras francas do país, atingindo a vetusta idade de 360 anos. Actual-mente é a grande feira festa de todo o Litoral Alen-tejano e a terceira maior feira a sul do Tejo, atraindo nos últimos anos mais de 100 mil visitantes, em cada edição.

O certame ocorre em plena época estival e tem merecido por parte da autarquia grandolense apostas fortes, seja nas suas componentes técnicas seja no cartaz cada vez mais diversificado e apelativo.

A festa decorre durante toda a última semana de Agosto e conta com uma vasta oferta de espec-táculos divididos por dois palcos – Principal e Palco Bar – uma zona onde reinam as tradicio-

nais tasquinhas, locais onde se pode provar e saborear o melhor da gastronomia regional alen-tejana, complementada por uma área de expo-sição de artesanato, outro dos trunfos do certame.

A zona dedicada às exposições, que dá a conhecer a forte dinâmica empresarial e asso-ciativa do concelho e da região, vai contar este ano com cerca de 400 expositores, numa múltipla e variada mostra de todas as potencialidades.

Uma das grandes atracções da Feira de Agosto é a tradicional corrida de toiros, uma vez mais com um cartel de luxo e o cortejo marialva que percorre as ruas de Grândola com o colorido habitual que faz as delícias dos apaniguados locais e dos foras-teiros. E há também a 16.ª Edição do Festival Hípico.

À semelhança das três últimas edições, a sexta-feira será o Dia do Emigrante, uma iniciativa para a qual são esperadas cerca de duas centenas de emigrantes para um lanche convívio e que tem vincado as características culturais e solidárias de Grândola Vila Morena.

Recorde-se que graça ao envolvimento do movimento empresarial e associativo, a Feira de Agosto não pesa no erário público municipal, uma vez que as receitas geradas têm sido suficientes para fazer face às despesas com a organização.

E durante os dias da Feira, o município de Grân-dola disponibiliza gratuitamente dois “Comboios do Lotas” que efectuam o trajecto entre a zona do certame e vários pontos estratégicos da vila.

Foto

s: C

âmar

a M

un

icip

al d

e G

rân

do

la

Feira de Agosto em Grândola dá festa rija e mostra vitalidade do tecido empresarial do concelho

O arranque da maior Feira Festa do Litoral Alentejano e a terceira maior a Sul do Tejo

II . Entrevista especial com Carlos Beato S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Pub.

«Grândola Vila Morena é a âncora maior do desenvolvimento do Litoral Alentejano»No arranque da Feira de Agosto deste ano, o presidente, Carlos Beato, traça um balanço sobre a realidade dos sectores do Turismo e do Ambiente, centros nevrálgicos do certame. E orgulhoso por um evento que arrasta mais de 100 mil visitantes, não hesita em considerar tratar-se de um dos maiores pólos de atracção da região. No balanço da sua gestão, diz ter concretizado as prioridades. Um ciclo em cheio!

Semmais - Qual a importância estratégica da Feira de Agosto no quadro do desenvolvimento do concelho?Carlos Beato - A Feira de Agosto é a grande feira-festa do Turismo e Ambiente da Costa Alentejana, constituindo um dos principais espaços de divulgação, promoção e valori-zação das potencialidades do nosso território e de afirma-ção da dinâmica económica e social local. Simultaneamen-te é também um dos principais pólos de atracção de visi-tantes ao concelho e à costa alentejana, contribuindo para a afirmação do território como um novo e competitivo des-tino turístico. Por esse motivo, o certame ocupa um lugar de destaque na estratégia do desenvolvimento do conce-lho e da própria região.

Quais os pontos fortes do certame que têm sido geridos nos últimos anos?São muitos e muito diversificados. Podemos começar, em primeiro lugar, por destacar o espaço expositivo, com a participação das principais empresas locais e regionais e dos mais relevantes promotores do desenvolvimento tu-rístico de Grândola. Depois, temos uma das maiores e mais tradicionais feiras-francas do país, com mais de 360 anos, sempre muito participada e concorrida com ofertas para todos os gostos e todos os públicos. No espaço das Tasqui-nhas temos o melhor da gastronomia da nossa Região que, como sabe, combina harmoniosamente os aromas do mar com os sabores típicos do Alentejo. Finalmente temos um programa de animação com concertos diários em vários palcos, a já tradicional Corrida de Touros à Portuguesa, o Festival Hípico, o Dia do Emigrante, dedicado aos muitos grandolenses que estão fora da sua terra mas que a trazem sempre no coração, entre muitos acontecimentos dignos de registo. Tudo isto num espaço qualificado, que anual-mente é renovado e que proporciona ao visitante todo o conforto e a maior segurança.

Que efeitos a mesma está a ter na actividade económica?A Feira de Agosto tem sempre um forte impacto na econo-mia local e regional. Repare que são sempre mais de 100.000 visitantes que se deslocam ou permanecem em Grândola, ou na região, durante toda a semana em que decorre o evento. Isto tem efeitos muito positivos na restauração, no pequeno comércio, na hotelaria e nos serviços.Por outro lado, como já referi, a Feira é uma montra das actividades económicas da região e um espelho da forte dinâmica, tanto empresarial como do movimento asso-ciativo local, reflectindo a força e importância da nossa so-ciedade civil. Dado o número elevado de visitantes é sem-pre uma oportunidade de novos negócios com reflexos re-levantes na economia das pequenas e médias empresas e, inclusivamente, para os promotores turísticos da Frente Atlântica.

Podemos estar a caminho de a colocar como um dos eventos mais expressivos da região?Esse caminho já o percorremos desde há muito, mas com particular relevância desde 2002. A Feira de Agosto – Tu-rismo e Ambiente é já hoje, seguramente, um dos maiores eventos a sul do país, quer em número de expositores, este ano mais de 400, quer em número de visitantes, nos últi-mos anos sempre superior a 100.000, quer ainda na ofer-

ta que disponibiliza e nas múltiplas actividades que pro-porciona. Até se diz, com o humor característico do nosso povo, que aqui na região o tempo não se mede em A.C./D.C. (Antes de Cristo e Depois de Cristo) mas sim em A.F./D.F. (Antes da Feira e Depois da Feira).Não é, aliás, por acaso que desde 2002 a Feira de Agosto tenha sido inaugurada pelo Presidente da República, pelo Presidente da Assembleia da República e por destacados membros do Governo de Portugal. Isso é uma das maio-res provas da importância e significado que este evento tem hoje.

Como tem sido a adesão do concelho e da região neste quadro de maior visibilidade da feira?Como acabei de referir a Feira de Agosto é um grande acon-tecimento do nosso Concelho, da Costa alentejana e até do Alentejo. É um certame que ganha, de ano para ano, maior notoriedade e prestígio, atraindo cada vez mais visitantes. Mesmo os mais idosos, que habitam os nossos espaços ru-rais e as pequenas aldeias do interior, se deslocam à Feira de Agosto e aqui fazem as suas tradicionais feiras, as com-pras na Feira Franca ou no espaço de Artesanato e que manda a tradição realizar. É de facto, o grande espaço de convívio dos grandolenses de todas as idades e de todos os estratos sociais. Aqui se encontram amigos e se reúnem as famílias, num ambiente de grande confraternização e de forte envolvência. Mas são também muitos os visitan-tes habituais, que aqui vieram uma vez e não mais deixa-ram de vir. E, finalmente, temos os novos visitantes, que vêm de todos os pontos do país e até do estrangeiro, atra-ídos pela notoriedade que alcançámos e que se tornam embaixadores de Grândola e da região.

Quais as expectativas para este ano nos vários patamares? Para se ter uma ideia do impacto desta Feira importa refe-rir que o espaço expositivo e da feira Franca ficou comple-tamente esgotado nos primeiros três meses de 2012. Temos, como já referi, centenas de expositores. Este ano renová-mos o espaço das associações e criámos um novo espaço para o lazer dos mais jovens. Iremos ter um cartaz de con-certos com nomes sonantes da música portuguesa, alguns deles transversais a várias gerações. Apesar da crise e da forte contenção de custos a que fomos forçados mantive-mos ou ultrapassámos a qualidade dos últimos anos pelo que esperamos ter uma forte adesão do público. Refira-se que a Feira continuará a ter entradas grátis, uma vez que as receitas arrecadadas, quer no aluguer dos espaços exposi-tivos, quer através dos diversos patrocínios, cobrem, intei-ramente, as despesas efectuadas. Ou seja, mais uma vez des-de 2002 esta Feira custará zero cêntimos ao erário público.

Continua Pág. IV

“A Feira é uma montra das actividades económicas da região e um espelho da forte dinâmica, tanto empresarial como do movimento associativa, reflectindo a força e a importância da nossa sociedade civil».

IV. Entrevista especial com Carlos Beato S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

A maior preocupação de Carlos Beato desde que assumiu os destinos do concelho foi o saneamento financeiro da autarquia, a par da realização de grandes obras e projectos estruturantes para o desenvolvimento de Grândola. «O concelho necessitava de resolver estas prioridades para se poder afirmar no plano do desenvolvimento econó-mico e social e para proporcionar cada vez melhores condições de vida a todos os seus cidadãos», afirma cate-górico.

E os resultados estão à vista, diz o edil: «Ao longo destes anos conseguimos reduzir substancialmente a dívida de médio e longo prazo que encontrámos, cumprir a regra do equilíbrio orçamental e atingir indicadores positivos muito relevantes, amplamente destacados no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses».

Apenas os sintomas da crise veio «perturbar», segundo Carlos Beato, a estratégia que o seu executivo vinha a seguir de forma sustentada. Obrigou-nos a racionalizar ainda mais as despesas correntes, a reequacionar projectos de investimento e a procurar prosseguir o rumo de progresso

do concelho e de bem-estar da sua população fazendo cada vez mais e melhor e gastando cada vez menos», afirma o presidente. E lembra que «muitos municípios em todo o país foram penalizados pela súbita mudança de estra-tégia e de rumo que o país foi forçado a seguir».

O presidente recorda, por exemplo, que há pouco mais de um ano, antes do pedido de auxílio externo, «os muni-cípios eram convidados pelo Governo a promover o inves-timento público e a aproveitarem plenamente as verbas comunitárias disponibilizadas a taxas de comparticipação muito elevadas. Em poucos meses, contudo, essa estra-tégia era invertida e os municípios que investiram em projectos estruturantes foram abandonados à sua sorte, sem poderem assegurar, sequer, financiamento para a comparticipação nacional prometida através de acordos com o Banco Europeu de Investimento».

E não deixa de ser critico: «Quando se fala de despe-sismo dos municípios e de investimentos pouco rentá-veis seria importante que se recordasse esta história, que é um bom exemplo do país em que nos tornámos.

Que balanço é possível fazer destas duas áreas vitais para o concelho? Desde o primeiro mandato autárquico, iniciado em 2002, traçámos um rumo, definimos uma estratégia e tomámos as medidas necessárias para alcançar os objectivos pro-postos. Colocámos o desenvolvimento turístico como pri-meira prioridade da política autárquica, sem perder de vis-ta a protecção da floresta, a preservação ambiental e na-tural dos espaços e o fomento da agricultura. Depois esta-belecemos a Educação, a Cultura, o Desenvolvimento So-cial, o Desporto e o Lazer como bases para o progresso sustentado, colocando a riqueza criada no desenvolvimen-to da Frente Atlântica ao serviço da melhoria constante da qualidade de vida dos cidadãos e das cidadãs.Com estas premissas levámos a cabo uma revolução tran-quila nos modelos de funcionamento da autarquia, mo-dernizando e desburocratizando, elaborámos os planos de ordenamento do território indispensáveis para a realiza-ção dos investimentos há tanto esperados, promovemos uma apreciação rigorosa, mas célere dos projectos, requa-lificámos globalmente o parque escolar e criámos as me-lhores condições para a prática educativa, demos priori-dade a políticas que defendem os que menos têm e mais necessitam, de tal modo que, ao fim de uma década, temos um novo concelho, cada vez mais próspero, mas também cada vez mais fraterno e solidário.

E o que ainda falta fazer para cumprir estes desígnios no quadro do actual mandato?Resta-nos, tão só, e que é, ainda, tanto, consolidar o imen-so trabalho que tem vindo a ser feito, concluindo alguns dos projectos estruturantes que o concelho ainda necessita, con-tinuando a apoiar e fomentar o desenvolvimento turístico na Frente Atlântica, a reforçar e complementar o projecto de sucesso que estamos a construir na Aldeia Mineira do Lousal, a continuar a promover um desenvolvimento inte-grado e sustentado do concelho, com particular atenção para os espaços rurais e para as pequenas comunidades do interior e a prosseguir e reforçar um política de desenvol-vimento educativo, cultural e social, que dê ainda melhores condições de vida à população. Trata-se, no fundo, de con-cluir o trabalho iniciado em 2002 e deixar um grande cami-nho aberto para um novo rumo de progresso e prosperida-de para de Grândola, que as suas imensas potencialidades e a dinâmica das suas gentes tanto justificam.

Carlos Beato não tem dúvidas de que a marca Grândola Vila Morena tem vindo a dar um contributo muito relevante para a afirmação da marca que nos é comum, que é Portugal. «O que verdadeiramente nos importa e motiva é a promoção da marca Portugal no mundo e, complementarmente, a promoção dos múltiplos destinos já consolidados ou em consolidação, nomeadamente o Alentejo, a Costa Alentejana e Grândola. Na verdade, nos últimos anos Grândola tem vindo a ganhar uma projecção crescente, fruto das características ímpares do seu território, da sua gastronomia rica e diversa e da fraternidade das suas gentes, entre muitos outros factores». O presidente dá o exemplos da atribuição das Bandeiras Azuis, das Praias Douradas, dos melhores serviços de praia (praia do Pego), das praias mais acessíveis (praia da Comporta), do Centro Ciência Viva com mais actividade (na aldeia Mineira do Lousal), do prémio “Chave de Ouro” – atribuído às 25 melhores unidades hoteleiras do País (Blue & Green Tróia Design Hotel). «O facto é que o nome de Grândola é sinal de grande qualidade, de oferta diversificada e competitiva, mas também, e isso orgulha-nos e responsabiliza-nos, de uma terra ligada ao 25 de Abril, onde imperarão sempre os valores mais nobres da Liberdade, da Democracia e da Solidariedade», sustenta o autarca.

Carlos Beato responde na ponta da língua à pergunta se Grândola é já hoje a âncora maior do desenvolvimento do Litoral Alentejano. «Sem sombra de dúvida», afirma, sem rodeios. Mas, adianta: «Todavia, o desenvolvimento da Costa Alentejana tem sido feito com a articulação de vontades e experiências e o contributo comum dos cinco municípios que constituem esta sub-região. Cada um deles tem caracte-rísticas distintas que contribuem para a riqueza e diversidade do todo. Cada um deles é, assim, uma âncora poderosa deste processo de desenvolvimento que tem trazido à região novas e importantes oportunidades de emprego e de negócio».

Beato não esconde, porque diz ser «inteiramente justo», que Grândola «tem dado um grande e relevante contributo neste conjunto, ajudando muito à afirmação deste território e à sua promoção a nível nacional e internacional», mas, enfa-tiza que «o que realmente importa é que cada um de nós faça o que está ao seu alcance, e à sua escala, para que o nosso país se possa afirmar cada vez mais com um destino turístico de referência a nível internacional, ajudando ao crescimento econó-mico e a ultrapassar a crise económica que enfrentamos».

E sabe que Grândola está a fazer a sua parte. «Queremos continuar a contribuir para esse desígnio maior, de modo a continuarmos a merecer a confiança dos promotores, dos diversos agentes económicos, culturais, sociais e despor-tivos e, obviamente, de todos aqueles que nos escolhem para viver, investir, ou simplesmente visitar», afirma.

«Saneamento financeiro e projectos estruturantes avançaram como prioridades»

Dez anos de uma «revolução tranquila» com resultados paraganhar o futuro

A marca Grândola jáconsolidada é âncora de desenvolvimento

Foto

s: C

âmar

a M

un

icip

al d

e G

rân

do

la

7S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Anti-stress

Há teatro no Inatel“Salvo Conduto” é a peça que a Companhia de Teatro Pouca Terra apresenta. Trata-se de um melodrama de João Ricardo Aguiar sobre dois sem-abrigo.Inatel de Setúbal | 21h30

Jazz em SinesKekko Fornarelli Trio, de Itália, sobe ao palco para estrear mais uma edição do Sines em Jazz 2012, o qual se estende até ao dia 25Centro de Artes de Sines | 21h30

Boss Ac no BarreiroBoss AC encerra mais uma edição das Festas do Barreiro, seguindo-se, após o concerto, um espectáculo de fogo-de-artifício.Festas do Barreiro | 21h30

Festa do ChapéuNão perca a Festa do Chapéu, com Cherry Jam e DJ Tó Patronilho (DJ residente do Seagull), a partir das 2h10, e divirta-se nas suas férias de 2012.Disco teca do Casino de Tróia| 23h30 às 4h

O cante de VitorinoO popular e conhecido cantor Vitorino actua esta noite nas Festas Populares de Amora, que encerram este domingo. Há petiscos, marchas populares, procissão e bailes.Festas Populares de Amora | 22 h Sáb. 18

Sáb. 18

Qui. 23

Dom. 19

Sex. 24

+ Cartaz...

Com a conclusão das obras de renovação do Fórum Luísa Todi,

o Festival Internacional de Cinema de Setúbal vai regressar a casa, celebrando o aconte-cimento com uma progra-mação de excelência.

Ao todo serão 180 filmes, que podem ser apreciados no renovado Luisa Todi e no auditório Charlot, entre 21 e 30 de Setembro.

Um dos pontos altos deste é a mostra de thriller europeu, composta por 14 longas-metragens seleccio-nadas ao longo de dois anos e possuidoras de uma «quali-dade excepcional, em nada inferior às grandes produ-ções norte-americanas do género», sublinha a organi-zação.

Um bom exemplo é “Présumé coupable”, de

Vincent Garenq, adaptação ao cinema da história verí-dica de Alain Marécaux, que em Novembro de 2001 se viu implicado no Caso Outreau e só em Dezembro de 2005 conseguiu provar a sua inocência.

Ao longo desta odisseia, ele viu a sua mãe morrer, foi abandonado pela mulher, separado dos filhos, tentou várias vezes o suicídio e fez uma greve de fome que o deixou à beira da morte.

Destaque ainda para “Priest of evil”, do finlandês Olli Saarela, um thriller poli-cial em que Peter Franzen, actor bem conhecido do público do Festroia, encarna o papel de um detective honesto que, após perder a filha em circunstâncias trágicas, desenvolve a obsessão de encontrar e

matar o assassino.A mostra conta também

com representantes de vários subgéneros de thriller, desde o policial (“The Gang of Oss”) ao psicológico (“The good neighbour”), passando pelo terror (“Sennentuntschi”) e até pela comédia (“Jackpot”, do norueguês Magnus Martens).

A XIV Festa do Teatro, organizada pelo Teatro Estúdio Fontenova, vai decorrer em Setúbal de 25 de Agosto a 1 de Setembro. A organização considera que o evento é já um momento cultural de «relevo» em Setúbal, proporcionando ao público momentos de «verdadeiro divertimento, de enriquecimento cultural e de crescimento intelectual».

Com uma progra-mação «eclética e diver-sificada, de forma a poten-ciar novos públicos», a festa serve de «interlocutor entre artistas e a comunidade, potenciando hábitos de fruicção cultural e apostando na formação de públicos e no desenvolvimento da sua capacidade crítica», vinca a mesma fonte.

A abertura da festa cabe a “Cavalo Manco Não Trota”, pela ACTA, do Algarve, tendo como protagonista o setu-balense Luís Vicente. É às 22 horas na Sebastião da

Gama. Mas antes, pelas 19 horas, no Salão Nobre, acon-tece a cerimónia de abertura, com um recital de piano e música com Manuel Cintra e Bruno Broa.

No dia 26, às 22 horas, o

Fontenova apresenta “O Cerco de Leningrado”, no espaço Fontenova, na Quinta Alves da Silva.

As Conversas de Teatro, no Passo do Olival, decorrem a 27, à mesma hora, com as participações de Catarina Martins, João Brites, João Pereira Bastos, José Sanchis Sinisterra e Miguel Tiago.

No dia 28 é a vez dos Artistas Unidos apresen-tarem “Acamarrados”, no espaço Fontenova, enquanto que no dia pode vêr-se “Julieta”, de Mário Gonzalez em co-produção ACT/Teatro dos Aloés/Tell To Joy.

A 30, no Parque do Bonfim, é representada “Os Três Capitães”, pelas FC Produções Teatrais/Teatro Casa da Comédia.

A nível internacional, o evento conta com “Spanish Blood”, pelo Azar Teatro, de Valladolid, no dia

31, pelas 22h30, no auditório José Afonso. À meia-noite decorre no ArtKafé Bar, “Vinho Rasgado”, do projecto GOG.

“1325”, dos Peripécia Teatro, de Vila Real, sobe ao palco da Sebastião da Gama no dia 1 de Setembro.

Além destas actividades, o evento inclui uma mostra de curtas-metragens, insta-lação de vídeo/mostra foto-gráfica alusiva ao Festival de 2011, fado e animação.

Festroia com fitas arrepiantes Festa do Teatro com programação eclética

O popular cantor Quim Barreiros acaba de lançar um novo trabalho discográfico no mercado. Trata-se do primeiro volume com os seus maiores êxitos e que inclui o êxito “O Bilau (Kuduro)”. É uma faixa alegre e divertida bem ao estilo do homem de chapéu preto e de acordeão. Ligue 918 047 918 ou envie email para: [email protected].

Ganhe CD s de Quim Barreiros

Ofertas Semmais

DR

Festroia regressa ao Forum

Pub.

8 S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Negócios

Trabalhadores portuários ameaçam com novas formas de luta e protestam contra revisão do regime jurídico

Protestos a portos podem subir de tom

Resultados líquidos da Repsol no primeiro semestre apresentam lucro

Porto de Sines cativa secretário de Estado

Porto de Setúbal ganha centralidade

Vice-presidente da Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários diz que paralisação afectou os portos da região. Mas no Porto sineense parece ter havido «normalidade» no dia da greve.

A greve da passada terça-feira dos trabalhadores portuários paralisou «por

completo» o Porto de Setúbal e alguns terminais do porto sineense. A garantia foi dada à agência Lusa pelo vice-presidente da Confede-ração dos Sindicatos Marítimos e Portuários (Fesmarpor), Vítor Dias, que prometeu novas formas de luta caso o Governo de Passos Coelho não tome medidas.

O vice-presidente da Fesmarpor faz um balanço «muito positivo» da paralisação, que terminou às 8 horas da manhã da passada quarta-feira, garante que a iniciativa não se ficará por aqui e diz que a greve funcionou como um «cartão amarelo». «Apenas quatro trabalhadores num porto e um noutro, a nível

nacional, não fizeram greve», explica.

O representante dos trabalha-dores marítimos e portuários recordou também as novas acções de luta contra a revisão do regime jurídico do trabalho portuário que, em Sines, arrancam já no próximo dia 28 de Agosto, com o recurso à greve, por tempo indeterminado, ao trabalho suplementar.

Ainda à mesma agência, Vítor Dias acrescentou que os traba-lhadores portuários costumam executar todo o tipo de tarefas até ao momento em que a carga embarca no navio. Com a reforma que o Governo está a preparar, os trabalhadores portuários responsabilizar-se-iam apenas pelo trabalho a bordo destes navios. «O que o Governo

pretende, ao fim ao cabo, é deixar cerca de 50 por cento dos traba-lhadores portuários sem qual-quer tipo de ocupação e ir buscar outros trabalhadores sem quali-ficação alguma», acusa, incon-formado, Vítor Dias.

O Executivo pretende reduzir entre 25 a 30 por cento a factura

portuária com novos contratos, um novo modelo de governação, mais intermodalidade, novos opera-dores, taxas menores e alterações na lei do trabalho portuário.

Protestos podem boicotarportos portugueses

Vítor Dias adiantou também que alguns sindicatos europeus estão a ponderar um boicote aos portos portugueses, caso o Governo e os trabalhadores portuários não cheguem a acordo até ao próximo dia 12 de Setembro.

«Há também ameaça de para-gens simbólicas pontuais em portos suecos e dinamarqueses, bem como demonstrações de soli-dariedade de congéneres brasi-

leiros e argentinos, um exemplo de que os trabalhores portuários portugueses e internacionais estão unidos na defesa dos princípios do trabalho portuário com digni-dade, contra a precariedade e libe-ralização deste sector de activi-dade», vinca o vice-presidente da Fesmarpor, que representa cerca de 600 dos 800 trabalha-dores portuários portugueses.

Fonte do porto de Sines garantiu ao Semmais, contudo, que a actividade da passada terça-feira decorreu dentro da norma-lidade com a entrada e saída dos navios que eram esperados para o dia da greve. Até ao fecho desta edição, a administração do Porto de Setúbal não prestou esclare-cimentos sobre este assunto ao Semmais.

A REPSOL alcançou no primeiro semestre do ano um lucro líquido de 1 036 milhões de euros, um valor 22,9 por cento inferior aos 1 344 milhões de euros regis-tados no mesmo período do exer-cício anterior.

Sem incluir YPF, que deixa de consolidar nogGrupo, o resultado líquido do primeiro semestre situou-se em 903 milhões de euros, com uma diminuição de 14,6 por cento devido ao efeito do valor dos inventários de hidrocarbonetos que a companhia armazena como reserva estratégica para o país.

Descontado o efeito inventário, o lucro líquido das operações conti-nuadas do grupo Repsol aumentou 3,1 por cento, alcançando os 894 milhões de euros, face aos 867 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.

O resultado de exploração durante os seis primeiros meses do exercício situou-se em 1 966 milhões de euros, com uma dimi-nuição de 6,8 por cento, reultante do mencionado efeito do valor dos inventários. Sem este efeito, o resul-tado de exploração (a CCS) aumentou 10,4 por cento, alcan-çando os 1 972 milhões de euros.

Por atividades, a área de Upstream (exploração e produção) continuou a exibir a fortaleza demonstrada no primeiro trimestre, aumentando o seu resultado de exploração em 41,9 por cento, situ-

ando-se nos 1 144 milhões de euros. O negócio de Gás Natural Lique-feito (GNL) incrementou o seu resultado em 41,1 por cento.

Pela sua parte, o resultado de exploração de Downstream (refi-nação, marketing, gases liquefeitos do petróleo, novas energias, química e trading) viu-se direta-mente afetado pelo menor valor dos inventários, como conse-quência da evolução dos preços de referência. A esta circunstância somaram-se os efeitos da crise económica, que teve o seu impacto nos negócios de química e marke-ting, compensados parcialmente com a melhora das margens de Refinação e GPL.

Crescer desde as fortalezas

Durante o segundo trimestre do ano, Repsol apresentou ao mercado as linhas mestras do seu Plano Estratégico 2012/2016, em que, junto com os ambiciosos obje-tivos de negócio, se estabelece uma disciplina financeira destinada a reforçar a solidez do grupo nos próximos anos, após a ilegítima expropriação de YPF.

O Plano Estratégico contempla um programa de investimentos por um valor superior a 19 mil milhões de euros, que será auto-financiado com a própria geração de caixa da companhia, assim como

desinvestimentos seletivos em ativos não estratégicos, garantindo ao mesmo tempo uma retribuição competitiva para os acionistas de Repsol.

A companhia prevê também duplicar praticamente o seu lucro líquido nos próximos cinco anos em relação aos níveis de 2011, excluindo YPF, graças à atividade da área de Upstream e à geração de caixa de Downstream e do negócio de GNL.

O plano, baseado nas fortalezas de Repsol, permitirá incrementar 1,9 vezes o resultado operativo bruto da companhia, em relação aos níveis de fecho do exercício de 2011, excluindo YPF.

O PORTO de Sines recebeu, no dia 7 de Agosto, a visita do secretário de Estado da Administração Patri-monial e Equipamentos do Minis-tério da Justiça, Fernando Santo.

Na reunião com o conselho de administração da APS foram apre-sentados os aspectos relevantes de caracterização e desenvolvimento do Porto de Sines, a que se seguiu uma visita às instalações portuá-rias, onde, no Terminal XXI, a dele-gação teve oportunidade de ver em operação o megacarrier “MSC Ariane”, com capacidade para trans-portar mais de 13.000 TEU.

O governante, que entre 2004 e 2010 foi Bastonário da Ordem dos Engenheiros, manifestou o maior interesse na actividade dos diversos terminais portuários, assim como nas ligações marí-timas oferecidas pelo Terminal XXI aos principais mercados mundiais, que têm vindo a impul-sionar as exportações das empresas portuguesas, contribuindo para a melhoria da economia nacional.

PELO porto de Setúbal movi-mentam-se diariamente cerca de 28 comboios com mercadorias de e para os terminais, com um total de carga transportada anualmente que atinge as 150 000 toneladas.

Os números, avançados pela administração portuária, levam a que a estrutura tenha ganho «uma centralidade multimodal relativa-mente à região de Setúbal, uma área geográfica de excelência industrial de âmbito nacional, nos sectores dos produtos siderúrgicos e no ramo automóvel, em que é líder».

Quem o afirma é o especialista em transporte ferroviário de merca-dorias, António Nabo Martins, que reforça igualmente o papel do porto de Setúbal como «juiz casamen-teiro» no antigo «namoro» entre os modos ferroviário e marítimo, em busca de um sistema integrado multimodal em que «vários modos de transporte se articulam e se dedicam a fazer bem o que sabem fazer, ou seja, integram a cadeia logística na sua área de compe-tência», conciliando equilíbrios racionais de vária ordem, neces-sários à promoção da eficiência e satisfação das vontades dos mercados.

É neste quadro, considera ainda, que o porto de Setúbal se destaca, «sabendo tirar proveito da, ainda, inadequada infra-estrutura ferro-viária portuária para alargar o seu hinterland.

DR

DR

DR

AS INSCRIÇÕES para a “Regata da Baía do Sado em ‘Banheiras’ e Insólitos”, a realizar em Setembro, no Parque Urbano de Albarquel, Setúbal, encontram-se abertas até ao final do mês.

Trata-se da primeira edição da original e bem-humorada prova marítima, que consiste numa corrida de embarcações feitas, no próprio dia do evento, a partir de materiais imprová-veis, como lençóis, tábuas, baldes e garrafas.

A regata, organizada pelo município, no âmbito dos 10.os Jogos do Sado, e pela Associação de Bares da Avenida, Restau-rantes e Similares, decorre a 15

de Setembro, Dia de Bocage e da Cidade, num percurso defronte do Parque Urbano de Albarquel.

Os participantes devem formar equipas com um máximo de três elementos, em que, além da participação na corrida, estão também incumbidos de cons-truir as embarcações nas duas horas anteriores ao início da prova e, após a chegada à meta, limpar as boxes onde decorreram as construções.

A organização atribui prémios à embarcação mais insólita que flutue ou navegue, à mais ecoló-gica, à mais rápida que chegue mais longe ou termine o percurso e à equipa que limpe a box mais

rapidamente após a retirada da embarcação da água.

As inscrições têm o valor de 15 euros por pessoa e incluem lembranças e um jantar de convívio, a realizar no dia da prova.

Os interessados em participar neste evento, com o patrocínio de Águas do Sado, Coca-Cola e Sagres e os apoios do Clube Cano-agem de Setúbal, do Serviço Municipal de Proteção Civil e dos bombeiros, devem inscrever-se até às 22h00 de 30 de agosto, no Café Bar Tucano, na Rua Guilherme Gomes Fernandes, n.º 16, entre as 20h00 e as 24h00, todos os dias.

9S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Desporto

Campeões nas Festas do BarreiroA concentração de campeões nacionais do concelho do Barreiro continua este sábado à noite, nas Festas locais depois de três encontros em que o edil Carlos Humberto não poupou elogios ao esforço dos atletas.

Medalhas de Honra em SetúbalAlém do árbitro de futebol João Ferreira, o professor e treinador de natação Pedro Vale vai ser distinguido com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, no dia 15 de Setembro, feriado municipal.

Fusões, cifrões e confusões

DavidSequerra

Atletas podem trazer medalhas paralímpicas até à nossa região

S imone Fragoso,na natação, e Gabriel Potra, no atle-tismo, são os dois atletas da

região nos Jogos Paralímpicos de 2012, que decorrerão em Londres entre os dias 29 de Agosto e 9 de Setembro. Estão acostumados a estas andanças.

A atleta, natural de Palmela, já esteve presente nas Paraolimpíadas de 2008, em Pequim, China, e continua a alcançar resultados desportivos de relevo desde esse

ano a esta parte. Simone Fragoso deseja acabar a carreira nos jogos paraolímpicos de Londres de 2012 e prosseguir a carreira na área musical. A nadadora já se sagrou, esta época, campeã nacional em 50 metros livres e 50 metros mariposa, nos nacionais de Verão, campeã nacional em 50, 100 e 200 metros livres nos nacionais de Primavera e obteve o 3.º lugar nos 50 metros livres e o 2.º lugar nos 50 metros mariposa nos IDM 2012, em Berlim.

Gabriel Potra, deficiente visual, já foi medalhado com o ouro nos 400 metros em Lille em 2002, ocasião em que bateu também recorde mundial. Nos Jogos Para-límpicos de 2000, que decorreram em Sydney, na Austrália, o atleta foi igualmente medalhado com o ouro nos 200 metros e bateu recorde paralímpico.

Delegaçãocomposta por 30 atletas

Os dois atletas fazem parte do leque de 30 nomes que o Comité Para-límpico de Portugal (CPP) vai levar à capital do Reino Unido. Serão 15 repre-sentates do atletismo, nove no boccia, quatro na natação, um no remo e um na equitação. A representação portu-guesa é inferior à que esteve há quatro anos na China, onde Portugal parti-cipou com 35 atletas em sete moda-lidades e conquistou sete medalhas.

O CPP aplicou critérios de selecção nas modalidades de natação e atletismo. A primeira participação portuguesa nos Paralímpicos foi em 1972, com 11 atletas da equipa mascu-lina de basquetebol em cadeira de rodas. A 14.ª edição dos Jogos Para-límpicos deverá juntar 4200 atletas de 160 países.

No já muito distante diua 10 de Agosto de 1947 nascia em Sesimbra um novo clube

desportivo resultante da fusão de 3 colectividades de diferenciados historiais. O expediente das deno-minadas fusões estava na moda, a partir do que sucedera na Tapada da Ajuda (União de Lisboa e Carca-velinhos a darem a vida ao Atlético) em meados de 1945. Sucedeu-lhe, em certo prazo, o muito popular Oriental (C.O.L.) que nasceu da histó-rica fusão do Chelas, Fósforos e Marvilense, impondo-se a elevado nível à escala nacional.

E as fusões foram acontecendo em Elvas, Santarém, Montijo, Vila Franca de Xira e por aí fora, até meados da década de 50.

Alguns não resistiram à força de fortes resquícios de exacerbados clubismos. Mas em Sesimbra o “Desportivo” vingou, completando agora 65 anos de existência, tentando suportar as imensas difi-culdades dos “terríveis” cifrões, em inquietante escassez.

Convém relembrar que o G.D.S. de 1947, teve por principais suportes de vida o “União” e o Vitória, este um dos mais notáveis clubes filiais do centenário Vitória de Setúbal.

Resultado ou não de muitas discutidas fusões, o certo é que são muitos os clubes que, tal qual o Sesimbra, passam por sérias difi-culdades de subsistência e isso sucede à escala nacional, com um agravamento que nos assusta e entristece.

E porquê? Porque, com ou sem historial de fusões, há confusões lamentáveis entre clubismos exage-rados e condições financeiras a ter

em linha de conta. Alguns excessos de entusiasmo, no que respeita a contratações, vencimentos e outras mordomias, constituem a penosa justificação de colapsos retum-bantes e, nos últimos tempos, lamentavelmente frequentes.

Plantéis de 25 a 30 compo-nentes, equipas técnicas de 4 ou mais elementos, viagens de exces-siva comodidade, tudo isso tem vindo a acontecer e a “carapuça” serve bem a alguns sonhadores exagerados.

Um clube de parcos recursos que contrata brasileiros e aceita que o técnico eleito traga consigo o adjunto, mais o adjunto do adjunto, o “olheiro”, o treinador de guarda-redes e e.t.c., não pode esperar outra coisa se não a de dar o estoiro, como soi dizer-se.

Depois, pedidos dramáticos às câmaras municipais, términus de futebol sénior, questões jurí-dicas a atrapalhar, insuportáveis dores de cabeça para uns quantos – talvez bem intencionados, admito… - mas afectos a perigosas confusões.

Façamos votos para que no distrito de Setúbal, sob a égide informativa do Semmais, não se registem situações extremas de subsistência como têm estado a acontecer noutras paragens.

Que assim seja…

Alguns excessos de entusiasmo no que respeita a contratações e mordomias, são penosas justificações para os colapsos que conhecemos

Simone Fragoso e Gabriel Potra estão entre os 30 atletas que vão lutar pelo ouro nos jogos de Londres.

José Pedro regressa aos treinos Parque Urbano de Albarquel recebe no Sado regata de banheiras e insólitos

O REGRESSO aos treinos de José Pedro, ex-Belenenses, sem qualquer limitação, foi a maior novi-dade no treino da passada quinta-feira do Vitória de Setúbal, que pela primeira vez decorreu à porta fechada.

O médio, que no dia anterior tinha saído mais cedo do treino com algumas queixas, já foi reintegrado no grupo e entra nas contas do trei-nador José Mota para a estreia no campeonato de 2012/2013, diante do Nacional, no domingo à tarde, na Choupana.

Fora das contas do treinador sadino continuam Kiko e Frederico Venâncio, ambos ao serviço da Seleção Nacional sub-20, e Bruno

Turco, que recupera de intervenção cirúrgica ao braço.

O Vitória de Setúbal continua a aguardar a chegada dos certi-ficados internacionais de Danilo e Cristiano para que ambos possam ser utilizados diante do Nacional, no domingo, pelas 16 horas.

Foto

s: D

R

DR

10 S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Região

O TROÇO da rede viária que liga a Estrada Nacional (EN) 10-3 e a EN 10, no concelho do Barreiro, abriu esta semana à circulação auto-móvel, prevendo-se que venha a contribuir para o descongestionamento do trânsito de veículos no centro da freguesia.

Para a autarquia barreirense, o desbloque-amento do Pontão de Coina, por parte da EP – Estradas de Portugal, deveu-se ao «esforço e pressão efectuados pela

Câmara» para que a EP «desbloqueasse uma via tão ambicionada pela população».

Recorde-se que este desvio do Pontão de Coina, associado aos trabalhos da CRIPS – Circular Regional Interna da Penín-sula de Setúbal (prolon-gamento do actual IC – Itinerário Complementar 32), que ligará Coina à Trafaria, afastará o tráfego do interior da populosa freguesia de Coina, prevendo, por isso, o executivo de Carlos

Humberto, que poderá vir a tornar mais ágeis e fáceis

as ligações de e para o concelho do Barreiro.

ATÉ ao próximo dia 28 estão abertas as inscrições para participar na Oficina de Dança Contem-porânea, “Passeio”, que a Câmara irá promover de 3 a 7 de Setembro, na Biblio-teca Municipal do Vale da Amoreira, para jovens dos 12 aos 16 anos.

As inscrições, gratuitas, deverão ser efectuadas, de terça-feira a sábado, na Biblioteca Municipal do Vale da Amoreira.

“Passeio” é uma Oficina de Dança Contemporânea desenvolvida pela coreó-grafa e performer Filipa

Francisco. O objectivo prin-cipal desta oficina é a criação de materiais performativos, concebidos a partir de pesquisa e ligados à memória individual e colectiva dos participantes.

O CORTEJO de barcos engalanados é o principal atrativo das Festas de Troia, que decorrem de 18 a 20 deste mês. Este sábado, após missa por pescadores falecidos, em Setúbal, às 15h00, os parti-cipantes seguem em cortejo, com a banda de Sarilhos

Grandes, até ao cais de Tróia, onde decorrem ceri-mónias religiosas, jogos tradicionais, bailes, concurso de barcos enga-lanados e um espectáculo de fogo-de-artifício. No dia 20, às 17 horas, há círio fluvial com regresso da imagem a Setúbal.

TERMINAM amanhã as festas que, desde dia 14, têm levado centenas de visitantes à freguesia seixalense de Amora.

São as festas populares da freguesia que contam com música, dança, regatas, desfiles de fanfarras e cava-lhadas, e o já tradicional desfile motard.

Um dos pontos altos ocorre este sábado, com uma regata de Barcos Dragão, na Prainha de Amora, e as tradicionais cavalhadas, na frente ribeirinha. À noite será a vez dos fados e de uma noite DJ, com Pedro e Jorge, na zona do coreto. A terminar em beleza, a

noite fechará com um desfile de fanfarras seguido da actuação do cantor Vitorino.

Amanhã, domingo, último dia das festas, realiza-se um baile com o trio Orange, no coreto, um desfile com a orquestra de percussão Tocá Rufar, na frente ribeirinha, e um concerto de grupos corais e instru-mentais. A noite fecha com um concerto da banda Além Tejo.

As já tradicionais festas populares de Amora são uma organi-zação partilhada entre a Junta de Freguesia de Amora e a Câmara Muni-cipal do Seixal.

O MUNI-CÍPIO acaba de doar mais de 300 mil euros ao Char-neca de Caparica Futebol Clube (CCFC) para ajudar na requalificação do campo de jogos, através da colocação de um relvado sintético e da vedação do recinto de jogos.

A cerimónia do contrato programa de desenvolvimento desportivo aconteceu no início do mês, na sede do clube, sendo que o apoio da edilidade corresponde a 75 por cento do investimento total estimado em 444 mil euros.

O município pretende, assim, comparticipar o investimento para a conversão do pavimento de terra batida em relva sinté-tica, melhorando assim as condições para a prática desportiva do campo de

jogos e contribuindo para uma maior e melhor inserção social, ocupação de quali-dade dos tempos livres e oferta desportiva qualificada e de proximidade na Char-neca de Caparica.

Esta colectividade, que foi fundada a 1 de Janeiro de 1988, promove a prática do futebol de 11 e de 7, sendo uma instituição desportiva de referência no concelho. O clube tem cerca de 250 atletas.

NO ÂMBITO da programação “Palmela, Cidade Europeia do Vinho 2012”, o Largo de S. João acolhe, no dia 25, a “Palmela White Party”, numa organização da Sociedade Filarmónica Humanitária, com o apoio do município.

Com entrada no valor de cinco euros, com direito a uma prova de vinhos, mediante a aquisição de bilhetes nos estabeleci-mentos envolvidos e sujeito a dress code (vestuário branco), o evento decorrerá entre as 18 e as 4 horas e alia

temáticas diversas, nome-adamente, música, vinhos, moda, restauração e perfor-mance.

Além da apresentação das candidatas a Rainha das Vindimas 2012, a festa proporcionará provas de vinhos, degustações gourmet, atuação de Dj´s (Viktor, Pedro Luso, Pedro Ramalho, Macau| Miguel Mares) e animações de rua.

E até 14 de Setembro, todas as sextas-feiras, “Palmela, Cidade Europeia do Vinho 2012” está a promover cruzeiros enotu-rísticos no Rio Tejo, com a duração de duas horas e meia. Trata-se de opor-tunidade única para

desfrutar dos vinhos da região, num cenário privi-legiado, com provas comentadas por enólogos das adegas em destaque e degustação de produtos regionais.

O embarque decorre no Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, em Lisboa, sempre às 17 horas. O valor da viagem é de 35 euros para adultos e 17,50 euros para crianças até aos 12 anos de idade. As inscrições podem ser feitas na Casa Mãe da Rota de Vinhos da Península de Setúbal.

NO MÊS em que se assinala o 27º aniversário elevação de Montijo a cidade, a câmara sustenta que a cidade e o concelho cresceram «com equilíbrio e harmonia, servidos por uma estratégia com visão de futuro e com um planeamento susten-tável».

A convicção é da presi-dente da autarquia, a socia-lista Maria Amélia Antunes, para quem, em data de aniversário, «não se vislumbra neste concelho e nesta cidade um crescimento em vertical e fechado, carac-

terístico das cidades de arranha-céus, de condomí-nios privados ou de parques habitacionais desordenados e sem as infra-estruturas básicas».

Com 52 mil habitantes e 13 por cento da sua popu-lação a deslocar-se diaria-mente para trabalhar noutros concelhos, trata-se de um aumento demográfico «contido e equilibrado «que permite ao Montijo «manter-se como uma terra promis-sora do ponto de vista das suas potencialidades de cres-cimento económico», sustenta a autarca.

Pontão de Coina desvia tráfego do centro do Barreiro

Moita ensina pequenos a dançar

Festas de Tróia cumprem tradição

Largo de S. João promete vestir-se de branco

Amora em festa até domingo

300 mil euros para campo do Charneca

Montijo cresce sustentável

SETÚBAL

PALMELA

BARREIRO

MONTIJO

SEIXAL

ALMADAMOITA

Com esta ligação, a freguesia vai livrar-se das filas automóveis

Clube alvo de melhorias

Muita animação está prevista

O desfile dos barcos engalanados é o ponto alto dos festejos

Dança clássica aquece Verão

DR

DR

DR

DR

DR

11S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

O ESTA-LEIRO nascente de Sesimbra, junto à Doca-pesca é o ponto de encontro de dezenas de mergulhadores voluntá-rios que todos os anos gastam um dia inteiro a limpar os fundos da baía de Sesimbra.

A iniciativa, que costuma juntar mergulha-dores de várias zonas do país, arranca Às 11 da manhã, prevendo-se que o lixo reco-lhido seja transportado até ao cais, à rampa, com o auxílio das embarcações existentes, sendo posterior-mente recolhido pelos serviços municipais.

Os mergulhadores vão

proceder à recolha de lixo inorgânico encontrado no fundo, nomeadamente aquele que pelo seu peso e características não apre-sente demasiada dificul-dade na extracção, e com vigilância e apoio dos kayaks de pesca.

Este evento faz parte duma grande acção que é implementada pela repre-sentação da Comissão Europeia em Portugal.

A limpeza será feita em mergulho livre, com o apoio de kayaks de pesca, tarefa inovadora em relação aos kayaks e que há muito não se via em Sesimbra na vertente apneia.

SETE médicos cubanos entraram terça-feira ao serviço no Alentejo Litoral, com o edil santiaguense a considerar «manifestamente insuficiente o número de clínicos aten-dendo às graves carências junto das populações».

O anúncio da Adminis-tração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo de que sete dos dezassete médicos cubanos destinados a prestar cuidados nos serviços de saúde do Alen-tejo Litoral iniciaram, final-mente, funções, depois de credenciados pela Ordem dos Médicos (OM), consi-

dera que é «manifestamente insuficiente» e que «conti-nuará a pugnar pela entrada de mais dez médicos cubanos» que se encontram em Santo André a aguardar um exame a efectuar na cidade do Porto.

A CÂMARA de Sines alienou o edifício da Casa Pidwell, pelo montante de 250 mil euros, em hasta pública, tendo o lote sido adquirido pela Caixa de Crédito Agrícola, com o objectivo de aí criar as suas novas instalações.

De acordo com a ferra-menta de planeamento que enquadrou esta operação, o Plano de Pormenor da Casa Pidwell, o edifício poderá ser recuperado ou, em último recurso, ser demolido e edifi-cado um novo volume mantendo as suas caracte-rísticas arquitectónicas.

Com esta venda e a sua

nova utilização prevista, chega-se à solução para um edifício com interesse arqui-tectónico mas em avançada degradação e para uma área da cidade, junto ao Bairro 1.º de Maio, que, há várias décadas, aguarda requalifi-cação.

A Casa Pidwell foi mandada construir pelo inglês Charles Pidwell, que veio residir para Sines no princípio do século XIX, radi-cando-se neste concelho e nele desenvolvendo impor-tante actividade no sector agrícola. O edifício passou para as mãos da autarquia em 1990.

A CAMPANHA municipal O Tampas e o Caricas, que decorre até ao final deste mês em todo o concelho de Grân-dola, tem por objectivo trocar as tampas e as caricas de refri-gerantes doadas pela popu-lação por material ortopédico destinado às instituições de solidariedade social locais.

Os munícipes que pretendam contribuir para esta causa humanitária podem fazê-lo até ao dia 31 de Agosto, em vários pontos do concelho.

De acordo com a autar-quia, as tampas e as caricas podem ser depositados em pontos de recolha criados nas instalações da Universidade

sénior, no Centro Comuni-tário de Santa Margarida da

Serra, no Centro Comunitário de Cadoços, na Escola Primária de Silva Pascoal, no Centro de Convívio da Água Derramada, no Centro Comu-nitário do Lousal, no Centro Comunitário de Canal Caveira, na Casa do Povo de Melides e nas juntas de freguesia de Azinheira de Barros e do Carvalhal.

A EMBAR-CAÇÃO típica do Sado, o galeão do sal Pinto Luísa, prepara-se para, no próximo dia 25, levar dezenas de visi-tantes a uma viagem no tempo até ao cais piscatório da aldeia de Montevil.

Dali partirão num pequeno percurso pedestre de 9 km, numa paisagem única e pejada de rica avifauna, à descoberta das salinas da Batalha. É o percurso dos trabalhadores do sal, integrado no programa Alcácer dos 5 Sentidos, que até ao final do ano mostra o que de melhor o concelho oferece de património natural, arquitectónico e gastro-nómico.

Em Setembro regressa-se à terra e, como se estará em época de vindimas, a proposta é uma actividade dedicada à temática do vinho, onde os participantes terão oportunidade de

observar algumas das vinhas onde se produzem os galar-doados néctares do concelho de Alcácer do Sal. O passeio, marcado para o dia 22, será finalizado com uma visita a uma adega.

Para outubro estão marcadas duas actividades: no dia 14 dois percursos em BTT, na Maratona do Vale do Sado, e no dia 20 uma visita à Correaria Machado & Goucha e ao centro equestre de Vale Sabroso.

A FRENTE ribeirinha de Alcochete vai ficar de cara completamente lavada já em Novembro de 2013. A primeira fase do programa de regeneração urbana da vila deverá começar no terreno em meados de Novembro deste ano e está orçada em quase 2 milhões de euros, dos quais pouco mais de metade provêem de esforço municipal.

Em declarações ao Semmais, o presidente da autarquia, Luís Franco, não tem dúvidas de que o projecto «dinamizará por completo a vila a nível turís-tico, económico, cultural e social, ficando Alcochete mais bela quando estas obras estiverem concluídas».

Na prática, esta primeira fase da regeneração da frente ribeirinha esgota-se no avanço da muralha da avenida D. Manuel I em 15 metros e na requalificação da ponte-cais, do largo da Misericórdia e da rua do Norte.

A primeira empreitada, orçada em 990 mil euros, é da responsabilidade da Administração do Porto de Lisboa, criará um espaço de excelência junto do rio, com calçadão, novas espécies arbóreas e iluminação pública, e contará com um apoio dos fundos comuni-tários a rondar os 75 por cento. Este valor subirá até

aos 80 por cento no que diz respeito às restantes três intervenções, todas elas da responsabilidade da Câmara Municipal de Alcochete.

Na ponte-cais, a emprei-tada visa a colocação de um novo piso, de novos corrimões e candeeiros e várias repara-ções ao nível da estrutura. Além da requalificação do ponto de vista da nobreza dos

materiais, está prevista ainda a colocação de um colector em toda a rua do Norte que desembocará no largo da Mise-ricórdia.

A conclusão do projecto de regeneração da frente ribei-rinha estava prevista inicial-mente para Janeiro de 2013, mas Luís Franco recorda que o mesmo teve de ser faseado face aos constrangimentos financeiros impostos pela crise à câmara municipal. «Além disso, existiram fortes preocupações com a quali-dade dos projectos, porque queríamos que as pessoas se reconhecessem nos mesmos, além do reforço das relações com o Porto de Lisboa», acres-centa o edil.

A segunda fase do programa de regeneração ribeirinha vai avançar no final de 2013 e contempla a requalificação do jardim do Rossio e do miradouro Amália Rodrigues.

Bruno Cardoso

Frente ribeirinha avança em Outubro

Recolha de tampas e caricas em Grândola ajuda instituições de solidariedade social

Voluntários limpam baía de Sesimbra

Novos médicos emSantiago do Cacém

Sines venda Casa Pidwell à banca

Alcácer revisita safra das salinas

SESIMBRA

ALCOCHETE

SANTIAGO

GRÂNDOLA

SINES

ALCÁCER

Autarquia quer mais clínicos

Turismo reabilita tradição

Câmara apela à dádiva

2 milhões de euros prometem reabilitar marginal da vila

Todos os anos são recolhidos centenas de quilos de lixo

DR

DR

DR

DR

DR

A operação Verão do Semmais deste ano, com a distribuição de cerca de 40 mil exemplares - para além da sua habitual circulação com o Expresso - em praias e zonas de lazer em todo o distrito, foi mais uma vez um êxito. A edição, exclusiva-mente dedicada às ofertas turísticas e às potencialidades e diversidades que o distrito de Setúbal tem para oferecer a quem nos vista, foi muito bem recebida, como provam as fotos desta página.

S á bado | 18 . Ago. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Verão do Semmais contagiouo distrito

Foto

s: S

emm

ais