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Ministra da Agricultura abriu ciclo de conferências do jornal Semmais www.semmaisjornal.com semanário - edição n.º 721 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Sábado | 30.Junho.2012 Distribuído com o Pub. Pub. Director: Raul Tavares VENDA INTERDITA Pub. Anti-Stress UHF com disco novo em Almada 8 Actual Pegões coloca Pingo Doce no alto 6 O Sul Jornal cultural e de debate Caderno Câmaras obrigadas a travar corrida a fundos do QREN Cegonhas da região já passam cá o ano alimentadas pelo lagostim- vermelho ACTUAL Os municípios da península de Setúbal não estão a recorrer aos fundos comunitários, ao abrigo do Plano Opera- cional Regional de Lisboa (POR Lisboa), como seria de esperar. Depois de um pe- ríodo de grande euforia com o anúncio destas verbas importantes, a maioria das câmaras da região abrandou a corrida aos financiamentos comunitários. O ba- lanço foi traçado ao Semmais pelo presi- dente da CCDR-LVT, Eduardo Brito Hen- riques. A taxa de execução tem vindo a cair, sendo que no final do ano passado rondava os 28 por cento, abaixo da mé- dia da Área Metropolitana de Lisboa. PÁG. 4 +NEGÓCIOS A unidade Galp Energia inaugu- rou um centro de investigação que vai testar um novo reac- tor. E deu traba- lho a dez douto- randos. ACTUAL O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, lamenta que os Transportes Colectivos do Barreiro sejam sempre prejudicados na atribuição de indemnizações compensatórias. Só das contas do ano passado, a edilidade reclama uma verba de 1,8 milhões de euros. PÁG. 4 PÁG. 5 ÚLTIMA PÁGINA PÁG. 14 Barreiro reclama 1,8 milhões Refinaria de Sines ganha novo centro

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Ministra da Agricultura abriu ciclo de conferênciasdo jornal Semmais

www.semmaisjornal.comsemanário - edição n.º 721 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbalSábado | 30.Junho.2012

Distribuído com o

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Director: Raul Tavares

VENDA INTERDITA

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Anti-StressUHF comdisco novoem Almada

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ActualPegões coloca Pingo Doceno alto

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O SulJornal culturale de debate

Caderno

Câmaras obrigadas a travar corrida a fundos do QREN

Cegonhas da região já passam cá o ano alimentadas pelo lagostim-vermelho

ACTUAL Os municípios da península de Setúbal não estão a recorrer aos fundos comunitários, ao abrigo do Plano Opera-cional Regional de Lisboa (POR Lisboa), como seria de esperar. Depois de um pe-

ríodo de grande euforia com o anúncio destas verbas importantes, a maioria das câmaras da região abrandou a corrida aos financiamentos comunitários. O ba-lanço foi traçado ao Semmais pelo presi-

dente da CCDR-LVT, Eduardo Brito Hen-riques. A taxa de execução tem vindo a cair, sendo que no final do ano passado rondava os 28 por cento, abaixo da mé-dia da Área Metropolitana de Lisboa.

PÁG. 4

+NEGÓCIOS A unidade Galp Energia inaugu-rou um centro de investigação que vai testar um novo reac-tor. E deu traba-lho a dez douto-randos.

ACTUAL O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, lamenta que os Transportes Colectivos do Barreiro sejam sempre prejudicados na atribuição de indemnizações compensatórias. Só das contas do ano passado, a edilidade reclama uma verba de 1,8 milhões de euros.

PÁG. 4 PÁG. 5

ÚLTIMA PÁGINA

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Barreiro reclama1,8 milhões

Refinaria de Sinesganha novo centro

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Abertura

Capital do garum conquista Turismo de Portugal e mostra-se ao público

O triunfo das ruínas romanas de Tróia

A distinção do Turismo de Portugal vem celebrar uma história com mais de 2000 de história. A Tróia Resort deu uma preciosa ajuda na requalificação. Seguem-se as visitas

Quem não ouviu falar delas? Porém, poucos conhecem a imponência e a história

das Ruínas Romanas de Tróia, que acabam de ser distinguidas com uma Menção Honrosa do Turismo de Portugal. Trata-se de um raro complexo de produção de salga de peixe – será o maior do mundo romano – nas margens do rio Sado, onde se produzia o então célebre garum, um distinto paté. Agora já não há motivos para que os vestí-gios continuem a ser uns ilustres desconhecidos. Não faltam visitas guiadas àquele Monumento Nacional.

São mais de 2 mil anos de história que se abrem ao público, aquando dos tempos em que Tróia ainda nem era península, mas apenas uma ilha em pleno Sado, com o nome de Ácala. Foi por ali que o império romano

ergueu fábricas para deitar mãos a uma espécie de “produção gourmet”, com paté de peixe que era condu-zido a Roma, via marítima, para abas-tecer, sobretudo, as famílias mais abastadas.

Complexo da primeira metade do Séc. I

Este preparado era muito apreciado nas cozinhas da época, traduzindo um negócio chorudo para os produtores, para explo-ravam o bom peixe desta região. A construção do complexo foi feita na primeira metade do século I, tendo a ocupação romana perdurado ao longo de 500 anos.

É por aqui que se desenrola a visita promovida pela equipa de arqueologia do Troiresort, do grupo Sonae. «Além das fábricas e das

oficinas de salga, com uma capa-cidade e produção excepcional, os visitantes poderão ver as termas, a basílica paleocristã, que é muito fora do comum pelo estado de conservação em que se encontra e pelas pinturas a fresco nas paredes», destaca a arqueóloga coordenadora do projecto, Inês Vaz Pinto.

O programa das visitas é vasto, começando por mostrar os romanos em Tróia, com acti-vidades pedagógicas nas ruínas para crianças hospedadas no troiaresort nos meses de Verão. Já para os maiores de 13 anos é possível ser-se arqueólogo por um dia, experimentando o trabalho de escavação com a equipa de arqueologia durante um dia. Pelo meio, há um curioso jantar romano inspirado no livro de receitas de Apício.

Foi para tirar partido das poten-cialidades do peixe da região e da excelência do sal do rio Sado, asso-ciados ao clima, que os romanos construíram a conserveira de Tróia, apostando na concretização de um dos maiores complexos de produção de salgas de peixe. Os tanques onde se preparavam as conservas e molhos de peixe, entre os quais o famoso «garum» são a maior teste-

munha. O complexo é conhecido desde o século XVI, mas só 200 depois viria a ser sujeito à primeira escavação, por ordem da então Infanta D. Maria - futura rainha – que permitiu desvendar as casas da chamada rua da Princesa. Nos meados do século XIX os trabalhos arqueológicos conduziram à desco-berta do núcleo residencial da rua da Princesa e parte das termas. Foi

já em pleno século XX que foram desenvolvidos grandes trabalhos pelo Museu Nacional de Arqueo-logia que puseram a descoberto a totalidade da ternas e a maior fábrica de salga, além do mausoléu e de várias necrópoles. A 16 de Junho de 1910 o complexo foi classificado como Monumento Nacional, mas os arqueólogos sonham com o Patri-mónio da Humanidade.

::::::::::::::::: Roberto Dores :::::::::::::::::::

Ruínas Fenícias ao abandono no Sado

EM AVANÇADA estado de abandono e degradação conti-nuam as ruínas Fenícias locali-zadas na Herdade do Pinheiro (Alcácer do Sal), em pleno Estu-ário do Sado. O património está datado do século sete antes de Cristo, mas o futuro encontra-se, cada vez mais, comprometido.

Segundo os arqueólogos, as ruínas consistem numa «desco-berta muito importante», por terem demonstrado que os fení-cios tinham estado na costa atlân-tica Oeste. Até à data da desco-berta, considerava-se que aquele povo só tinha chegado até Cádis, no Sul de Espanha.

As ruínas estão totalmente abandonadas, sobretudo porque depois das escavações, não foram feitos os devidos trabalhos de manutenção, originando que o plano de recuperação, supor-tado por várias fases, não tenha passado do papel.

A história começa há mais de 3100 anos, altura em que apareceram os primeiros vestí-gios de fenícios nas regiões costeiras da Península Ibérica, provenientes do outro lado do Mediterrâneo, em navios que

chegaram a atingir os 30 metros de comprimento. Vinham em busca de ouro, cobre e ferro, cuja idade iniciaram na Península.

Os estaleiros navais de Sídon e Tiro construíam os melhores navios da época, com os famosos cedros do Líbano, que ultrapas-savam os 30 metros. Esta famosa madeira, de grande resistência e elasticidade, permitia construir grandes navios para o mar, sem necessidade de recorrer a nume-rosas articulações que os fragi-lizassem.

A sua utilização possibilitou o comércio marítimo que os Fenícios tão bem souberam aproveitar. A barca funerária de Keops, no III milénio a.C., exposta no Museu das Pirmides, no Cairo, foi feita com esta preciosa madeira. Os faraós egípcios encomendavam, aos Fenícios, barcos e até expedi-ções, como as que se fizeram à região do Punt (Somália), sendo a mais famosa a da rainha Hatchepsut, no século XV a.C., documentada no seu templo funerário, e mais tarde a circum-navegação da África por Necho II, no século VII a.C.

Património Mundial talvez um dia

DR

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3S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Bem se sabe que o Vitória de Setúbal, orgulhoso da sua meri-tória antiguidade, desfruta

de apreço nacional e também além fronteiras, muito embora esta última faceta tenha andado na mó de baixo nos tempos mais recentes.

Sob expectativa do que suce-derá em 2012/13, em especial pela promessa feita de retorno ao apro-veitamento de valores ‘caseiros’, confesso-vos nesta minha croni-queta a agradável sensação de ter escutado muitas e boas referências do Vitória sadino na magnífica Ilha do Pico – Açores.

Eu não sabia e fiquei a saber: na Madalena, principal pólo habi-tacional do Pico, existe um Vitória de ricas tradições competitivas, reforçadas recentemente quando a ‘carolice’ de uns quantos promoveu a visita da equipa prin-cipal do Vitória de Setúbal ao histó-rico burgo da Madalena.

Do que foi o alegre convívio proporcionado em pleno Atlântico obtive fidedignos testemunhos de duas personalidades que marcaram, cada qual a seu modo, a minha visita ao Pico.

Um dirigente de eleição, o Dr. José Manuel Caldeira, latinista conceituado, falou-nos da amizade que mantém com vitorianos de reconhecido apego ao clube como Nicolau da Claudina, Carlos Cardoso e Fernando Tomé, todos eles assu-midos como simpatizantes do

Vitória Clube da Madalena.Mas o depoimento que me foi

mais grato registar foi o de António Luz, internacional júnior de 1969, ‘keeper’ e técnico do Boavista por vários anos, meu antigo pupilo de Selecção Sub-18, ‘picoense’ por força do destino desde 1998, com bom trabalho desenvolvido como técnico do Vitória açoriano.

Quem me diria a mim que reen-contraria o Luz na luminosidade atlântica do Pico? Mas foi o que aconteceu, recentemente, com pala-vras elogiosas e boas recordações para com o Vitória de Setúbal, a muitíssimas milhas (marítimas, naturalmente…9 do Estádio do Bonfim.

E talvez haja muitos leitores do Semmais que ficam a saber que há um Vitória, na Madalena (Pico).

ficha técnica

Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

O Homem é um ser moral. Porém, “ser moral” não designa uma característica que nasça com as pessoas. O ser humano é uma construção continuada, é nesse processo que adquire consciência e se concretiza como sujeito moral ou Pessoa.

O conceito de pessoa é o conceito mais rico e mais difícil de definir, mas é ele que vai significar e dignificar o Homem. É um conceito grego enrique-cido por toda a cultura cristã.

O próprio direito distingue algo de alguém, coisa de Pessoa, pois esta exige respeito e um tratamento adequado.

Os Homens são realizações únicas da mesma espécie e ser Pessoa não é uma qualidade que se possa perder ou ganhar, mas é algo que nos faz superiores, diferentes e únicos.

Errar é humano porque está na nossa natureza poder fracassar, mas a Pessoa tem possibilidade de se conduzir, de se gerir e de descobrir o seu projecto para além do ser bioló-gico que é.

Todavia não é o aperfeiço-amento biológico que nos dá inteligência, esta é antes o recurso divino que possuímos e nos faz superiores.

A Pessoa tem uma realidade interior que a faz ser aquilo que é. Para além do aspecto físico e

dos comportamentos que executa, nos quais se manifestam influências da exterioridade social, cada ser humano tem uma identidade, isto é, um núcleo substantivo particular e perma-nente que constitui a essência do seu Eu.

Diferentemente dos outros seres que apresentam graus rela-tivos de valor, a Pessoa é a mais elevada forma de existência, pois o seu valor é absoluto, intangível e intocável. Ser homem é ser livre. Os condicio-nalismos não podem ser vistos como limites, mas sim como um espaço em que o ser humano se situa para exercer a sua auto-nomia.

Como ser solidário, a Pessoa irmana-se dando-se aos outros. Pela amizade, deseja o bem de todos e contribui para a sua realização.

A entidade da Pessoa forma-se pelas convicções que tem, pelos deveres que assume e pelas promessas partilhadas em que investe a sua liberdade. Ao implicar-se responsavelmente, a pessoa age recusando a abstenção, a neutralidade, a indi-ferença. Esta dispõe de uma dimensão crítica com que avalia os mais diversos aspectos da vida, procurando transformá-los de acordo com aquilo em que acredita.

Ser homem é ser livre

Férias...

InêsHenriques

RuiEspírito Santo*

“Eu não sabia e fiquei a saber na Madalena, principal pólo habitacional do Pico, existe um Vitória de ricas tradições competitivas, reforçadas quando a ‘carolice’ de uns quantos promoveu a visita da equipa principal do Vitória de Setúbal”

Do Pico para o Bonfim

O Semmais arrancou esta semana com um ciclo de conferências que visam debater novos caminhos para a região no quadro das actuais dificuldades económicas e financeiras que o país atravessa e dos desafios com que vamos ser confrontadas nos próximos anos.

Não são caminhos fáceis, mas como já ficou demonstrado em outros ciclos de crise, a pujança da região, das suas gentes e dos seus protagonistas é um trunfo que nos permite confiar, com trabalho, competência e criatividade, num futuro mais risonho.

È nestas horas que vale a pena agir. Esta iniciativa do jornal de referência do distrito, reconhecido pelo seu papel de agente e parceiro da região, não é mais que isso. Um contributo para realçar o que temos de melhor, apelar à agregação de esforços e procurar encontrar novas plataformas de gerar ciclos positivos.

Esta primeira conferência, com a presença de uma ministra que não veio fazer um discurso redondo, mas falar de questões muito concretas, foi um exemplo paradigmático.

E o facto de termos colocado em cima da mesa as preocupações de grandes e pequenos produtores, mostrando os factores positivos de empresas empreendedoras, mas também os pontos de constrangimento que impedem novas saídas, foi uma aposta certeira.

È neste caminho que queremos seguir, dando expressão à missão pública que sempre empreendemos.

Contributo do Semmais para levantar a região

Editorial // Raul Tavares DavidSequerra

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Para algumas famílias, é sinónimo de descanso, é um direito poder usufruir de uns tão merecidos dias, semanas. Alguns afortunados, até mesmo de meses, mas para um vasto número de famílias, é também sinó-nimo de viajar. Tudo seria normal, a não ser quando se tem um animal de estimação, seja gato, cão, periquito, papagaio e esses sim, muitas vezes são esquecidos, abandonados por aqueles a quem eles depositam toda a sua lealdade e em segundos, são excluídos...

Parece um pouco cliché falar disto, mas a pura verdade é que existem pessoas capazes de despejar, como se já não preciso fosse, um ser vivo, sem rancor algum ou sinal de arre-pendimento.

Ter um animal doméstico, não é só achar que é bonito, que está na moda! Não é só exibir no hiper-mercado o maior saco e da marca mais cara da ração para o seu cãozinho, há que ter responsabilidades, planear a adopção e ter o discernimento de assumir se tem ou não condições para

um novo membro da família, quais os prós e contras nessa opção!

É muito fácil ter um animal, mais fácil é ainda abandoná-lo. Irónico será falar dos que gastam quinhentos euros ou mais por um animal doméstico e abandoná-lo, como já houve casos!

Desde os primórdios, que o Homem tinha por hábito domesticar um animal, fosse qual ele fosse, mas por uma única razão...companhia! Mas uma companhia que duraria anos!!

Hoje, infelizmente, outros valor se perderam neste País, mas esse valor da companhia e amizade pura, foi transformado num acto de interesses e vejo que a Amizade e companhia já não são mais para toda a vida, mas até nos convier e não seria abusado dizer, que quem faz este tipo de atro-cidades a um inofeso animal, faz-nos pensar o que não fará a um Ser Humano... Mais triste ainda, é ver um inteiro País a revoltar-se com a tão afamada CRISE, quando se esquecem que a revolta deveria ser iniciada nesses valores, que são tão impor-

tantes, ou mais e nem reparam que a base em tudo nesta vida se reflecte numa e só palavra...respeito!!

Se tem Respeito algum, por favor

não abandone os seus animais de esti-mação, eles nunca o abandonariam!

* Comerciante

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Actual

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Santa Casa da Misericórdia de PalmelaAdmite (M/F)

Ajudante de LarRequisitos:

Curso de formação na área da GeriatriaExperiência profissional na função

As candidaturas deverão ser enviadas para a morada: Avenida Rainha D. Leonor, apartado 69 – 2950-208 Palmela ou

[email protected]

Majoração nas comparticipações pode atingir 65 por cento ainda este ano

Municípios «sem capacidade» para absorver fundos comunitáriosTaxa de execução do POR Lisboa na Península de Setúbal rondava os 28 por cento no final do ano passado. Média é inferior à da própria Área Metropolitana de Lisboa.

Os municípios da penín-sula de Setúbal estão a ter «menor capa-

cidade» de absorver fundos comunitários, ao abrigo do Programa Operacional Regional de Lisboa (POR Lisboa). A garantia foi dada ao Semmais pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvol-vimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), Eduardo Brito Henriques, que acrescentou, ainda assim, que a região é uma das poucas em todo o país com uma «boa taxa de execução, a rondar os 40 por cento».

De acordo com a Infodata LVT 3, do Observatório Regional da CCDR-LVT, a taxa de execução entre os nove municípios da península até ao final do ano passado era de 27,5%. De um total de 104,7 milhões de euros aprovados,

só tinham sido realizados 28,8 milhões. Os municípios de Almada e de Palmela desta-cavam-se de entre todos os outros, com taxas de execução a rondar os 37 e 35 por cento, respectivamente, enquanto o de Alcochete só tinha reali-zado 5,1 por cento do inves-timento aprovado.

Eduardo Brito Henriques sossegou ainda os autarcas da região referindo que os projectos de regeneração urbana sofrerão uma majo-ração na comparticipação comunitária até 65 por cento e por esses valores ficará, «dado que este programa operacional é de competi-tividade e de emprego, dife-rente dos do resto do país». «É por isso que as majora-ções não serão iguais às do resto do país, na ordem dos 80 e tal por cento, mas ultra-passarão, seguramente, os 50 por cento», acrescenta.

Região aguarda versão final do PROT-AML

O presidente da CCDR-LVT considera também «vantajoso» incluir na revisão do Plano Regional de Ordenamento do Terri-tório de Lisboa e Vale do Tejo todos os grandes inves-timentos a construir, mas afirma que alguns «poderão

não ver a luz do dia no hori-zonte mais próximo». «Ou se coloca no plano o que será construído ou aquilo que se espera ser concluído, mas no horizonte em pers-pectiva», afirma.

Brito Henriques acredita ainda que o Governo dará uma resposta decisiva «em breve» sobre a revisão ou não do PROT-AML.

::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::

As majorações não serão iguais às do resto do país, mas ultrapassarão, seguramente, os 50 por cento”, diz Eduardo Brito Rodrigues

Setúbal contesta estudo da DECO

Câmara do Barreiro reclama 1,8 milhões em indemnizaçõesO PRESIDENTE da

Câmara Municipal do Barreiro lamenta que os Transportes Colectivos do Barreiro tenham sido deixados de lado, uma vez mais, das indemnizações compensatórias do Estado e reclama mesmo o pagamento de 1,8 milhões de euros, feitas as contas do ano passado. Em 2010, a autarquia já estimava

ter a receber do Estado desde 1974 aproximadamente 35 milhões em indemnizações compensatórias, o equivalente a cerca de um milhão de euros por ano. Em causa, segundo explica Carlos Humberto, continua a estar o défice tari-fário e a não aplicação dos inquéritos de 2007, referentes à real procura dos TCB’s.

«É uma medida penaliza-dora para a população barrei-rense, porque somos a única entidade transportadora pública na Área Metropoli-tana de Lisboa que não recebe estas indemnizações», lamenta Carlos Humberto. O autarca promete, deste modo, conti-nuar a intervir junto do Governo, em particular da

Secretaria de Estado dos Transportes, para que «o problema seja resolvido e ultrapassado» e por não querer «abdicar da auto-sustentabi-lidade do transporte público».

Segundo uma resolução do Conselho de Ministros publicada recentemente em Diário da República, o Governo vai distribuir quase

386 milhões de euros pelas empresas públicas, de modo a indemnizá-las pelo serviço público que prestam à popu-lação. O valor é inferior em mais de 100 milhões de euros face ao ano anterior. Os trans-portes públicos vão arrecadar 144 dos 386 milhões de euros.

Bruno Cardoso

A CÂMARA de Setúbal levanta sérias dúvidas em relação ao estudo de quali-dade de vida apresentado pela DECO (Associação de Defesa do Consumidor) e que coloca a capital de distrito no último lugar entre as 21 cidades analisadas.

Em carta dirigida ao presi-dente da associação, a autar-quia exige conhecer os «crité-rios e metodologias que norte-aram a elaboração do referido estudo». Na missiva assinada por Maria das Dores Meira, e à qual o Semmais teve acesso, a autarca recusa-se a «aceitar, passivamente, a divulgação de conclusões que põem em causa a qualidade desta cidade e que causam sérios prejuízos à sua imagem e desenvolvimento».

Setúbal pontuou 46 pontos, em 100 possíveis, ficando em último lugar na lista, atrás de Lisboa. Segundo o estudo, Setúbal é a pior cidade a nível nacional nos sectores da educação, segurança e crimi-nalidade, cultura, lazer e desporto. A dificuldade de encontrar emprego é também apontada como uma das “falhas” na qualidade de vida e a inexistência de salas de espectáculos e de actividades culturais são pontuadas com 25 e 37 pontos, respectivamente.

No lado positivo, os setu-balenses avaliam as condi-ções de habitação, saúde e comércio e serviços com as notas mais altas. Embora o sector da educação tenha uma das piores avaliações em comparação com as outras cidades do país, os setuba-lenses pontuam este critério com mais de 60 pontos.

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O restaurante/café “Nostra Trattoria”, locali-zado no Largo António Joaquim Correia, ao Bairro de Tróino, junto à igreja da Anunciada, em Setúbal, continua a apostar na cozinha italiana, onde impera a originalidade, as receitas tradicionais, os sabores ‘coloridos’ vibrantes e naturais, não esquecendo a simplicidade e a frescura dos pratos típicos italianos.

Cláudia Silva, a gerente, realça que o feedback dos clientes tem sido «muito bom», notando que já recebeu a visita de clientes habituais do espaço de tapas “Lés-a-Lés”, nas Escarpas de S. Nicolau, onde já trabalhou, como empregada de mesa, durante três anos.

O “Nostra Trattoria” (que traduzido à letra signi-

fica ‘taberna típica italiana’) encerra à segunda-feira,

criou quatro postos e trabalho, todos do sexo

feminino, e está em acti-vidade vai para dois meses.

«Este é um projecto que já tinha em mente há algum tempo. Gosto imenso da cozinha italiana, cujos pratos são fantásticos, pela mistura dos sabores e aromas», vinca, relem-brando que os clientes podem encontrar no “Trat-toria” a verdadeira cozinha italiana e mediterrânica, onde sobressaem os peixes e carnes assados no forno a lenha, os pratos de massas, as pizzas, as massas, as pastas, as saladas raras e originais, e, nas sobremesesas, o tira-misu e o panacota, confe-cionados no próprio espaço. «Nós não utili-zamos quaisquer cores arti-ficiais e sabores, mas somente ingredientes natu-rais selecionados e frescos», frisa Cláudia Silva.

“Nostra Trattoria” valoriza pratos italianos

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Publireportagem

Restauração sempre a correr nas veias

Cláudia Silva, 38 anos, é natural de Loulé, onde mantém a família. Vive em Setúbal há quase 20 anos. Antes de abrir o “Nostra Trattoria”, Cláudia Silva já trabalhou no “Lés-a-Lés”, mas, segundo confessa, a escola da sua vida, em termos

de restauração, foi o restaurante “Quinta do Lago”, em Almancil. A empresária recuperou a antiga taberna típica do Pescador, em Setúbal, para fazer nascer o “Nova Tratorria”, que agora gere com sucesso. Gerente, Cláudia Silva, ladeada por clientes

A cozinha do “Nostra Trattoria” aposta numa gastronomia típica das tabernas italianas

Cegonha já passa o ano alimentada a lagostim

Há u m

alimento inesperado

no distrito que já permite à

cegonha-branca ter o que comer

durante todo o ano nos rios, açudes e barragens,

viabilizando a sua perma-nência na região. A prolife-

ração do exótico lagostim-vermelho da Louisiana, que tanta

contestação tem merecido, sobre-tudo, dos agricultores, tornou possível à cegonha virar costas às rotas de migração para África, ficando por cá a passar o Inverno. Um fenómeno que está a ajudar a aumentar a população para valores impensáveis há cerca de 20 anos.

F a l t a m ainda dois anos para a próxima

contagem de casais de cegonhas, mas os dados referentes aos últimos Censos já davam conta de existência de mais de 400 casais só em Alcácer do Sal, o concelho português onde mais exemplares nidificam, justa-mente devido à existência de arro-zais, que tanto atraem os lagostins.

Aliás, segundo a SPEA (Socie-dade Portuguesa para o Estudo das Aves), a construção de açudes e de barragens, a introdução do lagostim de água doce em Portugal e a proli-feração de lixeiras que constituem uma fonte de alimento para a cegonha-branca são algumas das justificações possíveis para o facto de muitas aves só fazerem as migra-ções de Inverno nos primeiros anos devida.

Cada vez mais ninhos vão surgindo no alto das torres, das igrejas, dos postes de alta tensão, depósitos de água, continuando, curiosamente, esta ave a ser alvo de uma atenção especial do homem, sempre associada a mitos e lendas, tratando-se de uma espécie migra-dora que efectua longas viagens entre a Europa e África. Nos meses quentes, migra de África para a

Europa para se reproduzir. No Inverno, faz a viagem de volta ao continente africano.

Ou melhor, era esta a tendência até há uns anos atrás, mas hoje

até as cegonhas que saem dos locais de reprodução

não vão além do sul do país e de Espanha.

Menos migração menos risco de mortalidade

De acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Biodi-versidade, o fim de um período de seca de vários anos e a proliferação de uma espécie exótica invasora, o já citado lagostim-vermelho da Louisiana, que passou a constituir a base da alimentação da cegonha-branca, permitiram que centenas destas aves passassem a residir em Portugal, o que diminui os riscos de mortalidade associados à migração. «Quanto mais longa é a jornada, maior a mortalidade. A capacidade que a cegonha-branca tem para ficar nos locais de inver-nada contribuiu para o aumento da espécie», salienta Domingos Leitão.

A preferência da cegonha-branca por estruturas artificiais para a construção dos ninhos (como postes, chaminés e torres de condução de energia) tornou-se um problema para a sua segurança.

Para minimizar os riscos, a REN desenvolveu, em 1993, uma estra-tégia de realojamento dos ninhos que aparecem em torres de energia para locais adequados. Desde aí, já foram realojados mais de 1700 ninhos de cegonhas-brancas.

O estatuto de conservação da espécie é de «Pouco Preocupante» ou «Least Concern», tanto em Portugal como no Livro Vermelho da UICN, a nível mundial. Recorde-se que a espécie sofreu um enorme decréscimo populacional no século XX devido a perda de habitat e ao uso de pesticidas na intensificação da agricultura. Nas últimas duas décadas tem recuperado e inclusi-vamente reapareceu em alguns países.

A cegonha branca fica toda a sua vida comum mesmo parceiro. Talvez por isso o nome desta ave em hebraico signifique “Alguém fiel” e isto não é um privilégio só do parceiro. Esta ave é fiel também às suas origens pois a maioria delas voltam aos seus ninhos ano após ano, logo que o Inverno se vai. O macho e a fêmea dividem a incubação e a alimentação dos filhotes numa dedicação extrema. A cegonha e uma ave com uma enver-gadura de 95 a 105 centímetro de comprimento e uma beleza uniforme na forma com que voa com suave elegância.

Fiel para toda a vida

A proliferação do exótico lagostim-vermelho, de origem americana, é o petisco que tem mantido a permanência das ‘nossas’ cegonhas. A população tem vindo a aumentar inesperadamente.

::::::::::: Roberto Dores ::::::::::

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O INSTITUTO Politécnico de Setúbal entrega este sábado, dia 30, as Cartas de Curso aos graduados de licenciatura e mestrado das cinco Escolas Superiores, nomeadamente Escola Superior de Educação, Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, Escola Superior de Ciências Empre-

sariais, Escola Superior de Tecnologia do Barreiro e Escola Superior de Saúde, que concluíram os estudos nos anos letivos 2009/2010 e 2010/2011.

A cerimónia de entrega das Cartas de Curso terá início pelas 17 horas, no Campus do Instituto Politécnico de Setúbal e contará com a presença do presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Armando Pires, dos dire-tores das Escolas Superiores e repre-sentantes dos órgãos de gestão e da Associação Académica do IPS. A sessão culminará com a atuação das Tunas Académicas.

O VINHO moscatel Pingo Doce conseguiu conquistar, pela primeira vez entre a grande Distri-buição, a medalha Prestígio na sexta edição do Concurso Nacional de Vinhos, a única competição do género com esta abrangência em Portugal. Em declarações ao Semmais, Ana Alves, directora de comunicação marca própria Pingo Doce, mostrou-se bastante satisfeita

com a conquista e considera que a distinção poderá aproximar o produto de clientes até agora com mais reservas em adquirir produtos de marca própria.

Ana Alves acrescenta que a marca Pingo Doce «tem apostado na melhoria da imagem dos seus vinhos», em particular do moscatel agora galar-doado, e promete asso-ciar a distinção ao rótulo das embalagens deste néctar, o porta-estandarte da região de Setúbal. À venda nas lojas da marca a um custo de 3,39€, o moscatel de S e t ú b a l Pingo Doce é um exemplo b e m eluci-

dativo da estratégia de

d e s e n v o l v i -mento de

produtos marca própria «com

qualidade, a preços acessíveis e denun-

ciadores da relação de proximidade que se tem estabelecido entre o Pingo Doce e os fornecedores».

O moscatel de Setúbal Pingo Doce

resulta de uma parceria com a Cooperativa Agrí-

cola de Santo Isidro de Pegões, que chegou a

produzir cerca de 200 mil litros deste néctar no ano

passado. O enólogo Jaime Quendera explica que o

moscatel em causa tem uma grande doçura, conferida por aromas que recordam o mel, a casca de laranja e diversas frutas secas, como as avelãs. “Essa doçura é contrabalançada por uma certa acidez, evidenciando

a qualidade superior desta bebida, reconhecida agora pelos júris numa prova cega e exigente», reitera.

Futuro risonho eespumantes para breve

De acordo com Jaime Quen-dera, a Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões cresceu 10% nas vendas nos últimos anos, tendo já ganho este ano 68 medalhas nos mais diversos concursos cá dentro e no exterior. «O futuro avizinha-se risonho, até porque trabalhamos para o consumidor e para mais mercados, produzindo em quan-tidade e qualidade», explica. Para breve, revela o enólogo, está previsto o lançamento de uma gama de espumantes e de um moscatel com 14 anos. Apostas fortes para ‘atacar’ o mercado.

Além deste moscatel, o vinho Alentejano Pingo Doce Branco recebeu a medalha de prata no Concurso Nacional de Vinhos.

Bruno Cardoso

6 S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Moscatel Pingo Doce ganha “Prestígio” no Concurso Nacional de VinhosPorta-estandarte da região volta a dar cartas e aproxima consumidores de marca própria Pingo Doce. Moscatel é produzido pela Cooperativa Santo Isidro de Pegões, que já acumula 68 distinções em 2012.

Burricada na Quinta de Alcube

UM PASSEIO ao património histó-rico e cultural, degustação de produtos regionais e uma burricada são algumas das atividades previstas para este sábado, na Quinta de Alcube, no âmbito do “Viva o Vinum”.

A burricada na Quinta de Alcube começa com a degustação de queijo de Azeitão, acompanhado de sumo de laranja, seguindo-se um passeio pedestre até à capela do Alto das Necessidades, local onde se encontra o segundo cruzeiro mais antigo de Portugal, datado do século XV.

Um almoço volante de sardinhada e febras, com acompanhamento de vinhos de Alcube, tem início às 13 horas, sendo que, pelas 15 horas, decorre uma visita guiada à adega da quinta localizada em plena Serra da Arrábida. O espírito de convívio em família é um dos pontos fortes do programa, incluindo, às 16 horas, uma burricada pela quinta, atividade que antecede o encerramento, às 17h30, com um brinde final entre todos os participantes.

Os bilhetes para uma pessoa custam 20 euros e para duas pessoas, 35 euros, existindo ainda um passe familiar, para casal e duas crianças até aos 12 anos, no valor de 40 euros.

A ROTA DE VINHOS DA PENÍNSULA DE SETÚBAL promoveu em Bruxelas, no passado dia 19 de Junho, os exce-lentes vinhos da Península de Setúbal.

Realizada na Embaixada de Portugal em Bruxelas, os vinhos da região estiveram em destaque junto a uma plateia de mais de duzentos convidados, entre agentes do trade belga, grande distribuição, importadores de vinho, restau-ração, jornalistas especializados e funcionários portugueses e estrangeiros das instituições euro-peias e embaixadas, empresários e clubes de vinho.

Esta acção de promoção constituiu uma presença inter-nacional no âmbito de Palmela

Cidade Europeia do Vinho 2012 e deu a conhecer os vinhos meda-lhados de grande qualidade de doze adegas: Casa Ermelinda Freitas; Sivipa; Casa Agrícola Horácio Simões; José Maria da Fonseca, Casa Agrícola Assis Lobo, Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões; Baca-lhôa; Quinta de Alcube; Venâncio da Costa Lima, Herdade da Comporta; Malo Tojo e Adega Cooperativa de Palmela.

Entretanto, prossegue a 13 de Julho mais um passeio enotu-rístico no Rio Tejo, desta vez com os vinhos de Malo Tojo e, na pousada do Castelo de Palmela, tem lugar este domingo, dia 1 de Julho, uma prova de vinhos e astronomia .

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Venâncio da Costa Lima mostra investimentos

IPS entrega cartas de curso a 420 graduados

A ADEGA Venâncio da Costa Lima, de Quinta do Anjo, recebeu na passada segunda-feira uma visita da comitiva da Comissão Europeia e do Ministério da Agri-cultura. Estes representantes esco-lheram esta adega, no âmbito da aplicação do Programa Proder/ Acção: 1.1.1 - Modernização e Capa-citação das Empresas, com a fina-lidade de tomar contacto com a realidade de uma empresa que está em «plena fase de investimento nas suas infra-estruturas e em equi-pamento para promover a quali-dade de produto».

O grupo foi recebido com uma visita guiada à empresa, onde foram visualizados os principais sectores onde se está a investir, nomeada-mente a construção da nova adega. Seguiu-se a apresentação do

projecto total, assim como os prin-cipais objectivos que a empresa espera atingir, quando o investi-mento estiver concluído. A visita culminou com uma prova de vinhos e de produtos regionais, que foi do agrado de todos.

Segundo Joana Vida, respon-sável pelas Vendas e Qualidade, a Venâncio da Costa Lima considera esta visita um sinal «muito positivo» da parte das entidades presentes, agradecendo o facto de a comitiva ter considerado a adega «um exemplo no âmbito da aplicação» do programa Programa Proder.

Mais uma levada de licenciados para a região de Setúbal

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A comitiva e responsáveis da “Casa”

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ano: 2012 . nr 23 . mês: Junho . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

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As cuidadoras dos acampamentos

Vários foram os autores e organizações que, em diversas ocasiões, ao longo de mais de três décadas, sublinharam a importância do papel desempenhado pelas mulheres saharauís quer na construção dos acampamentos de refugiados em Tindouf, como na luta pela independência.O conflito existente originou a divisão da população saharauí, de um lado do muro construído por Marrocos, ficaram os que permaneceram no Sahara Ocidental ocupado, do outro, os que fugiram para o sudeste ar-gelino. Em ambos os casos, a mulher tem um papel preponderante na luta pela libertação. Temendo a invasão de Marrocos e Mauritâ-nia, em 1975, a população civil iniciou um processo de fuga rumo a leste, ao deserto. Enquanto os homens lutavam no Exército de Libertação do Povo Saharauí (EPLS), mulheres, crianças e idosos insta-laram-se no maior deserto quente do mundo, onde a extremidade das temperaturas origina difíceis condições de vida, “não havia nada (…) as mulheres, através das suas melfas (traje típico) ação e construção dos acam-pamentos, muitas vezes, sem qualquer apoio masculino, criaram os seus filhos sozinhas e, cedo, os viram partir para países como Líbia, Argélia ou Cuba, para concluírem os seus estudos. Adaptaram-se, sentiram a morte de cada mártir, readaptaram-se ao regresso dos homens, aos tem-pos de “paz”. Do ponto de vista público e político, a União Nacional de Mulheres Saharauís tem uma visibilidade internacional notória e, dando a conhecer o conflito existente e o papel desempenhado pelas mulheres na sociedade saharauí. Relativamente à ocupação de cargos políticos, existem actualmente cinco ministras em vinte e um ministérios, sendo que no que se refere à administra-

ção dos acampamentos, as responsáveis por cada bairro são geralmente mulheres. Do ponto de vista profissional, representam uma maioria esmagadora nas escolas, jardins-de-infância e cargos administrativos. Do ponto de vista da formação, existem diversos centros onde as mulheres acedem a vários tipos de formação. A mulher mantém bem saliente o seu “papel de cuidadora” (Caratini 2006, 8), apresentando-se como um elemento-chave dentro de casa. É frequente existirem casas em que, por diversas razões, o homem está total ou parcial-mente ausente, tal como os delegados da Polisário noutros países, militares ou porque simplesmente houve um

divórcio, “o meu pai só está cá [nos acampamentos] um mês por ano (…) a minha mãe [para mim] é tudo, mãe e pai”, comentou um jovem.Autores como Sophie Caratini, entre muitos outros, defenderam

que a revolução Saharauí permitiu a ascensão social das mulheres, que

adquiriram “um status praticamente sem igual no mundo árabe” (2006, 9).

Rita Marcelino dos ReisAntropóloga

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A corrupção alimenta a crise

O Teatro é uma arma!

“A corrupção alimenta a crise”, diz-nos a ONG alemã “Transparency”, no seu recente relatório “Dinheiro, política, e poder, perigos de corrupção na Europa”. Nele se diz que Espanha, Grécia, Itália, e Portu-gal são casos claros de como a ineficácia, falta de transparência, leis pouco claras, abusos e corrupção não estão bem controlados, ou se-quer convenientemente sancionados. Tudo paí-ses a braços com sérias questões financeiras, e da dívida so-berana. O relatório acrescenta que o financiamento dos partidos políticos não está bem regulado nestes países e por isso, é fonte de uma enorme corrupção, que prejudica a econo-mia. Nem sequer os códigos de boas condutas servem, porque estão cheios de buracos, convenientemente feitos, para permitir escapadelas.

Assim, se por um lado, há resgates financeiros e económicos em curso, por outro, todos já temos a noção clara, é preciso resgatar a Democra-cia, face à partidocracia, que tomou

hoje conta do Estado. Mas ninguém o faz… É o grande esquecimento. Sabemos, claramente, que muitas instituições representativas do Esta-do foram tomadas por interesses privados, cor-porativos, ou por secto-res económicos, muito

afastados dos interesses dos cidadãos e do Bem Comum. Sectores como o sistema financeiro (bancos), Banco de Portugal (reguladores), Parlamento (partidos),poder judicial (tribunais), Tribunal Constitucional (eleição dos juízes), Autonomias (Madeira), Governos (com pouca ou nenhuma legitimidade), Partidos (envolvidos no jogo da alternância), todos são palcos

de luta intestinas ou interesses que põem em causa a Democracia, ao serviço do Bem Comum. E o pior é que, embora se saiba tudo isto muito bem, as mudanças necessárias não estão ainda na agenda política, uma vez que os que precisam de ser refor-mados, seriam as principais vítimas dessas mudanças. Daí que ponham todos os entraves possíveis a quais-quer alterações, para que não sejam levadas a cabo, com muitos argu-mentos jurídicos, éticos, políticos, etc, para se justificarem.

Assim, o Estado de Direito está cada vez mais transformado num Estado de Partidos, cujo único ob-jectivo é a alternância partidária para conquista do Poder, para depois dis-tribuírem prebendas e benefícios às suas clientelas. A “Transparency” diz: “o financiamento dos partidos políti-cos está mal regulada, ou então, tem tantos buracos, feitos propositada-mente…”. Agora, que estamos a assis-

tir a tentativas de redefinir o Estado Social, devido a uma Europa que se calculou mal, pelo menos a partir da criação do Euro, também devíamos definir, em nome dos interesses da Cidadania, os limites da Partidocracia que envenena, duramente, a nossa economia. É o momento de nos in-dignarmos!...

Não é necessária uma nova Cons-tituição, basta identificá-los, um a um, os buracos democráticos, isolá-los e libertá-los da Partidocracia, para se progredir muito mais rapidamente, em termos de igualdade e distribuição da riqueza pela Cidadania. “A corrup-ção alimenta a crise”, diz-nos a ONG alemã “Transparency”, no seu recente relatório “Dinheiro, política e poder, perigos de corrupção na Europa”.

António SerzedeloEditor do programa de

radio Vidas Alternativas [email protected])

“A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado”. André Malraux

O Teatro Estúdio Fontenova levou à cena no passado mês de Maio, o texto do consagrado autor catalão José Sanchis Sinisterra “O Cerco de Leninegrado”. O espectáculo contou com a encenação de José Maria Dias e as interpretações de Graziela Dias e Sara Costa.

Esta criação é baseada nas me-mórias de duas mulheres que vivem entrincheiradas num velho teatro em que o peso do tempo se abate sobre as suas fundações, lutando e nunca se rendendo, combatem a demolição anunciada do espaço que encarnou muitas das alegrias, lutas e tristezas que foram a sua existência.

Para o encenador, este “Teatro” «é uma metáfora para tudo o que se desmorona e que tem o fim anun-ciado por imposições tecnocratas e economicistas.»

Em contraponto à “espuma dos dias”, José Maria Dias afirma a intenção da «envolvência da parti-lha e da aproximação de todos nós aos tempos perigosos e difíceis que atravessamos, em que se desmorona o estado social e tentam apagar as memórias e desfazer os sonhos e as utopias.» Para tal, «o Teatro Estúdio Fontenova apelou à comunidade em

geral a participar no processo criativo de um espectáculo. Participação que consistiu na angariação e cedência de um objecto (ele mesmo memória ou símbolo de uma memória), que foi o ponto de partida para o ambiente cénico do espectáculo.»

O texto de Sinisterra escrito em 1994, infelizmente não carece de ac-tualidade, principalmente pela forma como as Artes e a Cultura têm vindo a ser tratadas nestes últimos tempos pelos governantes deste cantinho à beira-mar plantado. Poderia muito bem ter sido um grito de rebeldia em forma de palavras de um autor por-tuguês no meio da política de terra queimada a que assistimos, tal a sua contemporaneidade.

O espectáculo oferece-nos um toque humanidade profundo, princi-palmente pelas excelentes actuações de Graziela Dias e Sara Costa. As suas personagens poderiam facilmente cair na co-média fácil e na cari-catura, estereótipos em que muitas vezes se retratam os mais velhos de nós. Tal não sucede. As duas mulheres, ape-sar das vicissitudes que lhes trouxe o envelhecer, têm memória mesmo quando esta às vezes falha, seja a sua ou a co-lectiva, têm consciência daquilo que tentaram construir e ousaram sonhar, têm a dignidade dos passos trilhados em tempos adversos no caminho que é a Utopia.

São personagens que têm a ca-pacidade de rir de si próprias não dos mais fracos e que afrontam os poderosos apesar de todas as suas lacunas. Pelo meio a magia na perso-nagem de Sara Costa, que vai ficando mais jovem com o passar do tempo, e, rejuvenesce à medida que aumenta a sua percepção de que é preciso voltar a cerrar fileiras, com os “nossos” os mais pobres e esquecidos pela socie-dade, porque alguns dos que foram dos “nossos” aparecem-nos vestidos de igual e a comungar o mesmo dis-

curso e ideias que os “outros” que nos exploram. Então, o Teatro tem de ser uma arma para ser partilhada, entre os mais velhos e os mais novos, e até

nas ruas se preciso for. Não há idade para lutar por uma causa justa.

O espectáculo re-lembra-nos que o que conquistámos sejam direitos laborais ou acesso à cultura não nos foram oferecidos de mão beijada. É um “pauzinho na engre-nagem” deste sistema que nos oprime e nos diz sermos apenas números na conta-

bilidade que nos fazem crer que é a Vida.

Os “Fontenova” conseguem des-ta forma relembrar-nos a acção das palavras de Zeca Afonso «para se ser cidadão é necessário muito mais que meter um voto numa urna».

Para terminar, uma nota aos programadores culturais, o Teatro Estúdio Fontenova está a tentar fa-zer estrada com “O Cerco de Lenine-grado”, aproveitem e partilhem este espectáculo com as populações que servem.

Vão ao Teatro pela vossa Saúde!

Leonardo SilvaSub-director Jornal O Sul

“ (..) é preciso resgatar a Democracia, face à partidocracia, que tomou hoje conta do Estado.

“ Os “Fontenova” conseguem desta forma relembrar-nos a acção das palavras de Zeca Afonso «para se ser cidadão é necessário muito mais que meter um voto numa urna».

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Portugueses no HolocaustoEm anos recentes, a biblio-

grafia sobre a questão do Ho-locausto e os judeus em Por-tugal veio a enriquecer-se com investigações de inegável inte-resse: José Freire Antunes em “Judeus em Portugal” recolheu o testemunho de 50 homens e mulheres (Edeline, 2002); Irene Pimentel escreveu o importante “Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial” (Esfera dos Livros, 2006); um investi-gador com pergami-nhos, Avraham Mil-gram deu à estampa outro livro de grande qualidade “Portugal, Salazar e os Judeus” (Gradiva, 2010). Isto a par de memórias de alguns dos refu-giados, como será o caso do impressivo relato de Fritz Teppi-ch “Um refugiado na Ericeira” (Mar das Letras, 1999). Esther Mucznik, uma estudiosa das questões judaicas, acaba de publicar “Portugueses no Ho-locausto” (Esfera dos Livros, 2012) que veio trazer luz sobre histórias ainda mal conhecidas do grande público. A autora de-dica este seu trabalho a todos os portugueses que morreram no Holocausto, vítimas dos crimes nazis e, entre todos eles, aos des-cendentes de portugueses expul-sos devido à sanha inquisitorial que avassalou o país no início do século XVI e que se refugia-ram em Amesterdão, Istambul ou Salónica.

Em jeito de enquadramento, a autora descreve a ideologia ra-cial do nazismo e como foi pra-ticada desde que a Adolf Hitler ascendeu ao poder. Se a escalada antissemita se tornou uma re-alidade na fase ascendente do nazismo, é a partir do momento em que se ocupou a Polónia, e mais tarde a Bielorrússia, Ucrâ-nia e uma parte da Rússia que levou a uma mudança drástica no conceito da Solução Final, o extermínio do povo judeu. A autora compendia os dados mais salientes da execução desse plano que levou à matança de cerca de 6 milhões de judeus, número horrível que só será su-perado pelo de 14 milhões que

terá sido o número de vítimas da matança perpetrada pelas paranoias de Hitler e Estaline nas chamadas terras sangrentas onde se incluem a Polónia, os países Bálticos, a Bielorrússia, a Ucrânia e a parte da Rússia que esteve sob a bota nazi.

É facto que a partir de junho de 1940 um conjun-to de personalidades de renome mundial passou por Portugal a caminho de outras paragens, reis, po-líticos, escritores, cientistas, músicos. Mas os judeus de origem portuguesa muito cedo enca-minharam-se para Portugal. A autora regista os casos da família Cassuto, a fa-mília de Ruth Arons e Nella Maissa, recor-da as instituições judaicas que procu-

ravam mitigar o sofrimento dos refugiados bem como a ação de vigilância da polícia política. E com esta moldura que ajuda a compreender melhor o drama dos judeus refugiados em Por-tugal, a autora oferece-nos um estudo sobre os portugueses em Amesterdão, ficamos a conhecer a comunidade portuguesa e como quase todos eles, mesmo invo-cando a sua origem portuguesa, foram assassinados nos campos de concentração. Como escreve a autora, a quase totalidade da comunidade dos judeus de ori-gem portuguesa na Holanda (4 mil homens, mulheres e crianças) pereceram no Holocausto e eram descendentes dos antigos judeus que se refugiaram em Amester-dão em finais do século XVI. Tratava-se de uma comunida-de que gozava de uma vitalidade excecional que vivia arreigada aos valores tradicionais judaicos. Basta recordar que em 1675 foi inaugurada a famosa sinagoga que se tornou no símbolo da ida-de de ouro do judaísmo sefardita na Holanda, como se escreve: “Si-tuada em pleno coração do bairro judaico, a iniciativa da sua edifi-cação coube ao rabino Aboab da Fonseca, nascido em Castro Daire de uma família de cristãos-novos e batizado com o nome de Simão da Fonseca. O rabino Aboab jun-

tou a si um comité de fundadores cujos nomes indicam claramente a sua origem portuguesa: Isaac de Pinto, Samuel Vaz, David Salom de Azevedo, Abraham de Veiga, Jacob Aboab Osório, Jacob Is-rael Pereyra e Isaac Henriques Coutinho”. Durante a guerra a si-nagoga foi saqueada. Durante a ocupação nazi, as autoridades judaicas procuraram adiar a deportação de judeus de origem portuguesa, em vão. Paralelamente à destruição da vida, também os ocupantes fize-ram tudo para aniquilar as insti-tuições da comunidade religiosa. Devido a um legalismo inflexível, Salazar não deu ouvidos aos ro-gos das autoridades judaicas.

Passando para outro pon-

to geográfico, a autora recorda a importância da comunidade judaica de Salónica, um dos centros judaicos mais impor-tantes do mundo: “Os fugitivos de Espanha e Portugal trouxe-

ram consigo uma br i lhante cul tura intelectual, o espí-rito de iniciativa, o gosto do risco, um sólido conhecimento técnico e a sua rede de relações ligando países e continen-t e s . P o r t u g u e s e s

ilustres como Amato Lusitano, Joseph Caro, Gracia e Joseph Nasi, deixaram a sua marca em Salónica, contribuindo para a sua prosperidade, nas ciências, na literatura, na tipografia, no comércio e na indústria. No iní-cio do século XX, cerca de 80

mil judeus povoam a cidade”. No início da I República, autori-dades diplomáticas portuguesas em Istambul e Salónica emiti-ram certificados provisórios de inscrição consular portuguesa a cerca de 400 famílias judaicas. O regime de Salazar não aco-lheu bem e sempre suspeitou da legalidade desta nacionalidade. Com a ocupação da Grécia, os nazis iniciaram a deportação em massa, os judeus clamaram pelos seus direitos mas Salazar proibiu a revalidação dos passaportes e certificados de nacionalidade portuguesa. São acontecimentos sombrios em que detentores de nacionalidade portuguesa irão ser assassinados em campos de concentração.

A investigação transfere-se depois para os judeus registados nos consulados portugueses, em França, destaca-se o comporta-mento de José Brito Mendes pela sua coragem a salvar vidas e re-gistam-se os nomes de militantes de esquerda portugueses que irão ser executados pelos seus ideais. Impressionante é voltarmos a ler o que se passou na tragédia hún-gara, nomeadamente em 1944. A autora refere o comportamento nobre de diplomatas como Sam-paio Garrido que correndo todos os riscos protegeram judeus e não judeus das perseguições políticas e raciais. Ao contrário de Aristi-des Sousa Mendes nem Teixeira Branquinho nem Sampaio Garrido foram vítimas de Salazar pela sua generosidade em querer defender a vida de vítimas inocentes.

Trata-se de um levantamento meritório, a autora reuniu dados importantes sobre descendentes de portugueses que acabaram nas câmaras de gás, temos aqui um bom inventário de coragem e humanismo envolvendo diplo-matas e mesmo a infanta Ma-ria Adelaide de Bragança. Mais uma obra que contribui para a clarificação do acolhimento dos refugiados, da diplomacia portuguesa e de embaixadores e cônsules que não hesitaram no heroísmo anónimo, ficamos com uma ideia mais nítida de como a espiral devoradora do nazismo atingiu ancestrais e portugueses que eram judeus.

Beja SantosDocente Universitário

“ Com a ocupação da Grécia, os nazis iniciaram a deportação em massa, os judeus clamaram pelos seus direitos mas Salazar proibiu a revalidação dos passaportes e certificados de nacionalidade portuguesa.

“ (...) os judeus de origem portuguesa muito cedo encaminharam-se para Portugal.

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ASSOCIATIVISMO

Tinduf ficou para trás e os qua-tro jeeps progridem através da es-trada pedregosa, deserto adentro. Desembarcámos há pouco em terra argelina, contudo, embora sem ter-mos passado uma fronteira propria-mente dita, avançamos agora em território administrado pela RASD, República Árabe Democrática Saha-raui. Um singelo posto de controlo marca uma invisível linha divisória. A enorme extensão de solo árido que se estende à nossa frente leva o nome de Hamada, o Deserto da Morte. O mesmo que, 35 anos atrás, várias dezenas de milhar de homens, mulheres e crianças atravessaram, a pé, de burro, de camelo, em viaturas precárias, improvisadas, fugindo do invasor marroquino. O mesmo que a Argélia cedeu a cerca de 180 mil refugiados que actualmente se re-partem por quatro acampamentos, Smara, El Ayun, Awserd e Dahjla, os mesmos nomes das quatro princi-pais cidades do Sahara Ocidental ocupado. Da nossa caravana, um dos veículos vai em breve cortar à esquerda para Smara, o mais po-voado de todos os acampamentos. Os outros três seguirão viagem por mais três a quatro horas até ao últi-mo reduto, a mil milhas de qualquer lugar habitado: Dahjla. Ali, 30 mil pessoas lutam pela sobrevivência, assegurada em mais de 90% por bens alimentares e água potável trazidos pela ajuda humanitária internacional.

“Dá-me uma gotinha de água/Dessa que eu oiço correr/Entre pedras e pedrinhas…”. Quase in-conscientemente, os trinta e muitos graus de temperatura e a secura do ar trazem às gargantas lusas o ‘cante’ alentejano. A paisagem, essa, não ostenta azinheiras nem sobreiros. As raras acácias espinhosas que víamos há pouco, aqui e ali foram desaparecendo à medida que ru-mamos a leste.

Ainda nem bem percorremos uma vintena de quilómetros e so-mos obrigados a parar: um dos caixotes repletos de medicamen-tos que transportamos acaba de se despenhar da pick up onde segue a carga, espalhando o seu conteú-do na estrada. Um pequeno inci-dente depressa solucionado e no qual felizmente apenas se perdem algumas lamelas de comprimidos. O essencial do que trazemos vai intacto: uma grande dose de entu-siasmo, muita curiosidade e energia q.b. , para além de material escolar e desportivo e um de conjunto de painéis solares que se destina ao hospital do acampamento. Montado este equipamento, será possível à incubadora ali existente passar a

funcionar 24 horas por dia salvando assim a vida a muitos prematuros. Em Dahjla, 75% da população tem menos de 35 anos, o que significa que já nasceram ali, longe do seu país de origem, que não conhecem.

O sol está prestes a diluir-se atrás de nós quando alcançamos o posto de vigia que marca a entra-da de Dahjla. Dois ou três militares trocam umas palavras com o motorista - uma interacção rápida e muito pouco burocrá-tica, sobretudo se le-varmos em conta o que nos será dito daqui a pouco pelo governador da willaya (município): não podemos esquecer que, apesar do cessar-fogo que vigora desde Setembro de 1991, “o país está em guerra”.

Nos próximos dias, porém, não nos voltaremos a lembrar disto, a não ser daqui a quase uma se-mana, quando nos deslocarmos, juntamente com algumas cente-nas de activistas pela paz e pelos direitos humanos ao denominado “Muro da Vergonha”, que separa os territórios ocupados do Sahara livre. Para já, no meio da areia, das tendas e das construções de adobe, o que impera é a alegria das crian-ças que nos recebem com acenos e sorrisos. Cedo percebemos que não somos os únicos forasteiros por ali. Mas nem por isso a nossa presença passa despercebida… Os grupos de jovens que dão colorido ao omnipresente tom de terra do acampamento interrompem as suas animadas conversas e jogos de bola para nos ver chegar.

É o próprio governador, Salem

Lebsir, que nos dá as boas-vindas a Dahjla, acolhendo-nos com água fresca e o tradicional chá na sua sala de reuniões. Só o tempo de acertar agulhas. Fica marcada a reunião de trabalho para amanhã, domingo, às 9 da manhã. Estamos todos estoira-dos das quase 24 horas de viagem mas não há tempo a perder. Todos temos muito que fazer e sabemos

que a semana passa num instante. Ama-nhã seguiremos para as ‘haimas’, as enormes tendas onde vivem as ‘nossas’ famílias, mas como estas não fo-ram atempadamente alertadas da nossa chegada, a primeira noite será passada no chamado Proto-colo, uma construção destinada a receber

convidados importantes. É ali que ‘moram’ as equipas dos Médicos Sem Fronteiras e outras organiza-ções que regularmente se deslocam aos acampamentos para efectuar campanhas sanitárias. É ali também que iremos ser recebidos na próxi-ma quinta-feira para um almoço comemorativo da inauguração da Escola 10 de Maio. Para já, a grande sala forrada a tapetes apenas con-tém alguns sofás quadrangulares coloridos. Há vários quartos com colchões, uma cozinha, uma copa, e instalações sanitárias com dois chuveiros, lavatório e sanitas turcas. Um ‘hotel de cinco estrelas’ tendo em conta o nosso cansaço e aquilo para que vínhamos mentalmente preparados.

Toda a estadia será pontuada por esta sensação de expectativas ultrapassadas. Mas as aparências

iludem! Por detrás da generosa hospitalidade com que somos re-cebidos, existe um enorme espírito de sacrifício. Nos próximos dias ire-mos compreender o quanto a co-munidade se sente grata pela nossa presença e a forma discreta como nos dão o melhor de si próprios e como se privam para nos propor-cionar todo o conforto de que são capazes. Em troca, pedem apenas que falemos ao mundo sobre o seu povo e a sua luta.

Meia-noite e já quase todos adormeceram debaixo da lua. O calor convenceu a maior parte dos viajantes a optar por levar os colchões lá para fora. Mas o jantar tardio e a excitação da viagem im-pedem ainda os últimos resisten-tes de pregar olho. Distinguem-se vozes na escuridão. Umas falam espanhol, outras hassania, a va-riação local do árabe. De tempos a outros o som de um motor de-nuncia a passagem próxima de um carro. Alguns param. Duas mulheres vêm andando na nossa direcção. Envergam as tradicionais melfas, longos panos coloridos que as saharauis usam para se cobrir da cabeça aos pés. A mais nova não hesita: “Buenas noches. Hablas español?”. Apresenta-se: “Soy Lemira y esta es mi madre”. Rapidamente percebemos que vêm precisamente à nossa procura. Demasiado entusiasmadas com o anúncio da chegada dos por-tugueses, vêm ver se da comitiva faz parte algum dos viajantes que hospedaram no ano passado. Mas o João adormeceu exausto e nem a animada conversa que decorre mesmo a seu lado o faz despertar. “Quereis vir já?”, oferece a jovem. “É só pegarem nas vossas coisas, está ali o meu pai, no jeep”… Fica para amanhã, agradecemos.

Já passa das dez horas quando nos reunimos com o governador. Em Dahjla ficamos rapidamente a saber que os planos e os horários são ‘flexíveis’. Há que ter em conta um sem-número de imponderá-veis. Destacar-se-á porém uma evidência: um elevado sentido de organização comunitária que se manifesta em variadíssimos as-pectos do quotidiano, da resolução de necessidades básicas à imensa consciência política que se sente omnipresente, desde a mais tenra idade. Não é fácil coordenar pro-jectos individuais e colectivos do grupo. Há pessoas que vieram com missões específicas para cumprir, acções de formação previstas, da-dos que têm de ser recolhidos. É preciso fazer render o tempo, sem esquecer que entre o meio-dia e a cinco da tarde o calor intenso não permite trabalhar. Horas que apro-veitamos para conviver com as nos-sas famílias. Observar os gestos do quotidiano, a repartição das tarefas.

Provar algumas iguarias, como a carne de camelo, o cuscus integral feito à mão e os saborosos legumes crescidos numa estufa comunitária. E beber litradas de água e de chá. Os viajantes bem sentem – ou dizem sentir – a falta de umas imperiais ‘estupidamente geladas’ mas ali não há bebidas alcoólicas. É em torno do chá que as línguas se desatam e se recebem as visitas. Um ritual mil vezes repetido, mas que não cansa a vista dos viajantes fascinados. É feito – quase sempre pelo homem da casa – num tabuleiro redondo de metal onde são pousados a chaleira e os pequeninos copos de vidro. A água é aquecida num fogareiro a carvão e o chá é vertido dezenas de vezes de copo para copo, a meio metro de altura, até criar uma es-puma abundante. Cada chá são na realidade três copos. Reza a lenda que o primeiro é amargo como a vida, o segundo doce como o amor, o terceiro suave como a morte.

São três da tarde e os adultos dormem quase todos a sesta. Lá fora, a temperatura deve rondar os 40ºC. Lemira está a pintar os pés e as mãos da Vanessa e da Rita com henna. Sara e Senia, as irmãs mais novas, entretêm-se com o verniz fucsia que lhes demos. Falamos da chuva e do bom tempo. Sara admira-se com Rita: “Como?! Não gostas de chuva?!!” Os olhos arredondam-se-lhe de espanto: “Eu adoro”… É disso que os jovens nascidos nos campos sentem mais falta. De tudo o que é molhado. Da praia e da piscina. Da lama. Muitas delas já tiveram oportunidade de conhecer o mundo para lá da secura arenosa dos acam-pamentos onde moram ao abrigo do programa espanhol denominado “Férias em Paz”. Graças a este pro-jecto, dezenas de crianças saharauis deslocam-se anualmente durante os dois meses mais quentes a várias localidades de Espanha, onde são recebidos por famílias voluntárias. E ali podem conhecer aquilo que lhes corre nas veias mas que os olhos nunca viram: o mar.

Nos campos de refugiados saha-rauis dois terços da população tem menos de 35 anos, o que equivale a dizer que duas em cada três pessoas não conhecem o seu país. Talvez por isso a consciência política desperte tão cedo. As crianças já parecem nascer a saber fazer o ‘V’ de vitória com os dedos. Todas frequentam a escola e um número esmagador de entre elas tirará um curso supe-rior. Mas a grande maioria voltará depois para os confins do deserto onde não resta grande coisa para fazer se não esperar. Pelo dia em que da gigantesca praia onde moram se possa ver o oceano perdido há mais de 35 anos.

Myriam ZaluarJornalista

Recordações de areiaNaquela praia onde o

mar não chega

“ Nos campos de refugiados saharauis dois terços da população tem menos de 35 anos, o que equivale a dizer que duas em cada três pessoas não conhecem o seu país.

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Política

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Alguns pontos da rede viária estão saturados e há défice de transportes públicos

Autarcas surpresos com conclusões de plano de mobilidade e transportesMais de metade das viagens na zona da terceira travessia sobre o Tejo não se destina a Lisboa, como originalmente se pensava. Presidente da Câmara do Barreiro diz que nova ponte é «inevitabilidade».

A maior parte das deslo-cações entre o concelho do Barreiro e algumas

freguesias dos municípios da Moita, Seixal, Sesimbra e Palmela, 61 por cento, é realizada no seio da própria área de influência da terceira travessia sobre o Tejo e só 6 por cento têm como destino a capital, Lisboa. Esta foi uma das principais conclusões do Plano de Mobilidade e Trans-portes Intermunicipal apresen-tado esta semana no Barreiro e conseguiu surpreender os autarcas da região.

Carlos Humberto, presi-dente da Câmara Municipal do Barreiro, não escondeu a surpresa pelos números apre-sentados no estudo, mas garante que estes não tiram força à ideia de construir uma nova ponte entre as duas margens do Tejo. «Todos os que estiveram a assistir à apresentação deste plano são unânimes na ideia de uma cidade das duas margens, de uma Lisboa poli-nucleada», afirma o autarca, que continua a ser um defensor acérrimo deste grande inves-timento.

De acordo com o mesmo estudo, a maior parte da população em movimento nesta área de intervenção desloca-se para ir trabalhar e fá-lo, predominantemente, em transporte público, se o destino for Lisboa, ou em transporte individual, na península de Setúbal. A grande utilização do trans-porte individual rodoviário na região já chegou, inclu-sive, a saturar a rede na Estrada Nacional 10, no Seixal, na Estrada Municipal 510 de acesso à EN10, no acesso ao IC21 e noutros locais. Alguns registam mesmo uma baixa cobertura pelo transporte colectivo rodoviário, como é o caso da Quinta do Anjo.

Já em algumas áreas do Barreiro e no Seixal há «má cobertura» pelo transporte colectivo ferroviário, apesar da grande procura verificada nestas duas localidades, bem como em Foros de Amora, Fogueteiro ou Coina. As áreas centrais do Barreiro, Seixal, Moita, Fernão Ferro, Lavradio, Quinta do Conde e Baixa da Banheira são apon-tadas como tendo grande vocação pedonal, apesar de

persistirem problemas como a descontinuidade, o esta-cionamento excessivo e ilegal e a má pavimentação na maioria dos casos.

Terceira travessia no Tejo é «inevitabilidade»

O plano de mobilidades identifica, assim, um signi-ficativa estruturação urba-nística e de serviços junto da EN10, Autoeuropa, Coina e IC32, que reflecte a diferença existente entre o desmesu-rado crescimento demográ-fico periférico nas décadas de 60 a 90, ainda que sempre em declínio, e a parca rede viária construída, que só começou a sofrer algum revés com a ponte Vasco da Gama e com a aposta em outras redes viárias ao longo dos anos 90.

«Trata-se de um projecto importante porque reflecte os problemas do presente, direccionando-os para o futuro», conclui Carlos Humberto, acrescentando que a terceira travessia é mesmo uma «inevitabilidade, que os municípios na sua área de influência consideram ser indispensável».

António Ramalho, presi-dente da Estradas de Portugal, destaca o facto de a região de Setúbal ser cada vez mais «policên-trica», bem como o facto de a maior parte das deslocações para Lisboa ser feita em transporte colectivo. «Cada vez mais é necessário preparar os investimentos integrando a procura em função da oferta», acrescenta Ramalho, que prometeu analisar uma futura ligação da Circular Regional Interna da Península de Setúbal (CRIPS) à EN10.

Policentrismo::::::::::: Bruno Cardoso :::::::::::

OS DEPUTADOS do PSD do distrito, em conjunto com os depu-tados do mesmo partido que integram a Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República, apresentaram um Projecto de Resolução para resolver os conflitos dos produtores de arroz no Vale do Sado.

No documento, os deputados lembram que a cultura do arroz no distrito, em particular no concelho de Alcácer do Sal, assume uma impor-tância económica e social «muito pertinente» para toda a região, acrescen-tando que a produção de

arroz na região do Vale do Sado tem-se mantido «relativamente estável» nos últimos anos, apesar da crise actual, tendo-se mostrado de «grande importância» no rendi-mento final dos produ-tores, representando um sector produtivo gerador de «riqueza e emprego».

Os social-democratas sublinham que no caso das duas unidades exis-tentes no Vale do Sado, não houve, ainda, trans-ferência da totalidade dos elementos activos das unidades industriais de secagem e armazenagem de cereais, mantendo-se na posse do Estado desde

a extinção da EPAC. O coordenador dos

deputados do PSD na Comissão de Agricultura e Mar, Pedro do Ó Ramos, propõe que se encontre uma forma legal para que a unidade industrial de secagem e armazenagem de cereais de Alcácer do Sal, possa ser atribuída ao Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, Lda. (APARROZ) e que a unidade industrial de secagem e armazenagem de cereais de Águas de Moura possa ser atri-buída à Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal.

Deputados ‘laranja’ pedem ajuda para produtores de arroz do vale do Sado

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Qualidade, diver-sidade e actuali-dade marcam a 29.ª

edição do Festival Interna-cional de Teatro de Almada, que decorre entre 4 e 18 de Julho, em onze teatros de Almada e Lisboa. São apresentadas 18 produções, das quais quatro estreias, num total de 45 sessões, além de uma série de acti-vidades complementares, como colóquios, debates com criadores, e exposi-ções documentais e de artes plásticas. A actriz Cecília Guimarães é a homena-geada. A Companhia de Teatro de Almada estima que a edição está orçada em cerca de 350 mil euros e que deverá receber mais de 23 mil espectadores. O município contribui com duzentos mil euros e a orga-nização do festival envolve cerca de 380 pessoas.

Francisco Rodrigo, director -adjunto da Companhia de Teatro de Almada, destacou durante a apresentação do certame, a presença, pela primeira vez em Portugal, de Peter Stein, com o espectáculo “Faust Fantasia”. «É um dos grandes mestres do teatro mundial, que vai trazer um recital a partir

de Fausto I e II, de Goethe. É um momento histórico para o festival». Realça ainda a presença de Chris-toph Marthaler, um dos «mais originais» encena-dores do momento. Mas também é de destacar a companhia alemã Schau-buhne am Lehniner Platz, numa co-produção com o Teatro Nacional de Tela-

vive, resultante de uma profunda reflexão sobre o conflito israelo-árabe, a companhia belga tg STAN, e ainda espectá-culos que pela sua quali-dade resumem o que de melhor se faz no teatro mundial.

De acordo com Fran-cisco Rodrigo, o corte de 38 por cento da Direcção-Geral das Artes (DGA)

levou a companhia a reduzir o número de espectáculos e a conter despesas nos materiais promocionais. As novas parcerias com o Teatro ao Largo e com o Theatro Circo, de Braga, permi-tiram ao festival obter alguns fundos comunitá-rios do QREN para a reali-zação de alguns espectá-culos mais dispendiosos.

Os preços dos ingressos, devido à crise, não sofreram qualquer aumento. Apesar da crise, a procura de bilhetes tem sido «muito positiva». Por outro lado, a CTA aguarda com expectativa a aber-tura de concurso público para o apoio quadrienal de 2013/2016, por parte da DGA, para preparar as próximas temporadas e o próximo festival.

Já a vereadora Amélia Pardal, afirmou que foi «preciso muita inteli-gência, capacidade e atitude crítica» para montar a edição de 2012 nas «condições em que é feita». A autarca não tem dúvidas que o evento projecta a cidade e atrai turistas, sendo funda-mental «mais meios e apoios» para a continui-dade do festival.

O GUITARRISTA de São Francisco da Serra (Santiago do Cacém), António Chainho, prepara-se para dar um grande concerto no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. É já no dia 3 de Julho, a partir das 21 horas. Pelo palco do grande auditório alfacinha vão passar, entre outros convidados, a brasileira Adriana Calcanhoto, e o português Camané, que vão interpretar, respectiva-mente, os inéditos “Vislumbre” e “Pietà”.

O concerto intitula-se “António Chainho – Entre Amigos” e pretende, segundo o mestre da guitarra portu-guesa e com estatuto interna-cional, reunir no mesmo palco os seus cúmplices para recordar os melhores momentos das parcerias em

disco e ao vivo, com diversos nomes da canção nacional e internacional.

Com quase 50 anos de carreira, o artista, a convite da editora a que está ligado, decidiu fazer um ‘best-of’, com o mesmo nome do concerto, o qual deverá ser lançado no mercado em Setembro próximo. «Penso que faz todo o sentido lançar este disco. O

público irá gostar, tanto deste concerto, como depois do disco, que vai reunir algumas das melhores vozes de Portugal», vinca António Chainho, que faz questão de relembrar que pelo palco do CCB vão também passar Ana Sofia Varela, Marta Dias, Filipa Pais, Isabel Noronha e Ana Vieira, bem como a música de Fernando Alvim e Rao Kyao.

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Anti-stress

Jazz alegre O quarteto Chibanga Groove, formado em 2008, encara o jazz como uma música alegre, com ritmos fortes, progressivos, muita improvisação e mistura de variados estilos. Cine-Teatro S. João, Palmela | 21h30.

Sucessos românticosA Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba junta a banda e a escola de dança (ballet e sevilhanas) para um espetáculo inédito de música e cor.Largo dos Açougues, Alcácer do Sal, | 21h30.

Teatro nas Aguncheiras“Olhando o céu estou em todos os séculos”, com encenação de São José Lapa e texto original de Abel Neves, é interpretado por São José Lapa e Valerie Braddell, entre outros. Espaço das Aguncheiras, Azóia | 19 h.

Novo disco ao vivoOs UHF apresentam oficialmente, ao vivo, o novo disco “Ao Norte – Unplugged”, o primeiro registo acústico gravado no ano passado em dois concertos em Fafe. Academia Almadense | 21h30

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Nova abordagem ao fado Os Eterno Retorno apresentam uma abordagem inovadora ao fado instrumental com Miguel Pyrrait, Rita Ramos, Tiago Marques, João Gaspar e Carlos Mil-Homens. Centro de Artes de Sines | 22 h.

Sáb. 30Sáb. 30

Sáb. 30Sáb. 30

+ Cartaz...Mestre Chainho reúne amigos em disco

Temos convites para oferecer aos nossos leitores para o musical da Academia de Santo Amaro, “O Fantasma da Revista”, da autoria de Miguel Dias. O espectáculo, que tem lotado a sala daquela colectividade alfacinha, tem sido um verdadeiro sucesso de bilheteira e tem proporcionado bons momentos de disposição entre o público. Ligue 918 047 918 para solicitar os seus convites.

O 10.º Festival Internacional de Esculturas em Areia (FIESA), em Pêra, no Algarve, é subordinado ao tema “Ídolos”. Funciona entre as dez da manhã e a meia-noite, durante todo o Verão, e de 16 de Setembro a 25 de Outubro encerra às 20 horas. Temos convites para os leitores visitarem o FIESA. Basta ligar 918 047 918 ou enviar um e-mail para: [email protected]

Convites para “O Fantasma da Revista”

Convites para esculturas na areia

Ofertas Semmais

O concerto intitula-se “António Chaínho - Entre Amigos”

Rodrigo Francisco, director-adjunto, durante a apresentação

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CTA

Almada vira capital das artes do mundo e acolhe o mestre Peter Stein

Joaquim Benite, em fase de reabilitação física, devido a um aneurisma e outras doenças, acaba de ser distin-guido com mais um prémio internacional: o“Grau de Oficial das Letras”, atribuído pelo Governo francês. Para Rodrigo Francisco, esta distinção enche de orgulho toda a equipa da CTA. «É

um reconhecimento que surge mais do estrangeiro do que propriamente de Portugal, que é fruto de uma grande colaboração e proxi-midade entre Joaquim Benite e o Governo francês, que tem trazido alguns dos maiores criadores de teatro ao festival de Almada», desa-bafa Joaquim Benite.

Governo francês distingue Benite

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Impressão Digital 9S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Sente-se um verdadeiro ‘embaixador’ de Setúbal? Porquê?Não sou ‘embaixador’ de nada nem de ninguém, em-bora o Dr. Mário Soares, du-rante um jantar que ofere-ceu a pessoas ligadas à Cul-tura, no Castelo de S. Jor-ge, enquanto Presidente da Republica tenha dito pe-rante a Rosa Lobato de Fa-ria e a Alexandra que eu era um verdadeiro embaixa-dor de Portugal.

Pode dizer-se que Setúbal é boa madrasta e má mãe?Desde que nasci que ouço essa frase. Não será por des-peito de quem vem de fora arriscar mais e conseguir alcançar os objetivos? As famílias que estão em Se-túbal há mais de três ou quatro gerações não devem tecer criticas porque estão demasiadamente adorme-cidas para quem se diz se-tubalense. Coragem é pre-

cisa nos momentos difíceis para gritar em praça pú-blica “O Rei Vai Nu”. E tão nu que ele vai… digo eu.

Até onde a música o po-derá levar?A música transformou-me no rapaz que nasceu no Bairro de Troino em cida-dão do mundo. Aonde ain-da me poderá levar? Não tenho bola de cristal para adivinhar.

Já pensou em criar a sua própria editora?Jamais. Estou há três anos a produzir no Canadá um CD com alguma qualidade musical, com uma orques-tra alargada e é experiên-cia que jamais voltarei a re-petir. Os custos são dema-siadamente altos para o prazer que irei ter no fim.

Se lhe saísse o Euromilhões onde investiria o dinheiro do prémio?

Não vai sair de certeza por-que não jogo absolutamen-te a nada. Só acredito em Deus e no trabalho. Con-tos de príncipes e prince-sas nem quando era peque-no, quanto mais com esta idade que já dá para ter ju-ízo q.b.

Já alguma vez lhe deu von-tade de partir o microfone?De partir o microfone não, mas de o enfiar pela boca de certos ‘técnicos’. Con-fesso que já contei muitas vezes até dez…

Se não fosse cantor que outra profissão escolheria?A música aconteceu na mi-nha vida por mero acaso ou, sei lá, estava escrito nas estrelas. Se não fosse a mú-sica, nesta altura do ‘cam-peonato’ teria o meu diplo-ma de ‘Senhor Doutor’, pela Faculdade de Letras de Lis-boa, doutorado em Germâ-nicas, como o curso era de-

nominado no meu tempo. É o único lamento que te-nho para os senhores pais por não lhes ter dado essa alegria que esperavam que acontecesse.

O que o faz zangar seria-mente?Já nada me faz zangar pois tudo espero da vida e dos homens. Já vi e ouvi mui-to do alto dos meus 56 anos e, certamente, muito irei continuar a ver e ouvir cada ano que vai passando.

Qual a sua opinião sobre o trabalho dos autarcas da região?Como em todas as profis-sões (autarca é profissão, porque recebem vencimen-to) há do bom do mau e do piorio. Só que o povo pode andar distraído mas um dia acorda e depois é que irão ser elas.

Há alguma figura regional

que lhe mereça rasgos de elogios?Sebastião da Gama, que cantou a “Serra Mãe” como mais ninguém foi capaz. Nem com todas as campa-nhas de marketing televi-sivo a custar muitos milha-

res de euros aos contribuin-tes conseguem a simplici-dade, o impacto e a eficá-cia da poesia e da prosa de Sebastião da Gama. Conhe-ço gente que veio de ou-tros países à região de Se-túbal depois de lê-lo.

«A música transformou-me no rapaz que nasceu no Bairro de Troino em cidadão do mundo»

Clemente – Cantor

Íntimo Filme ou livro de cabeceira: O livro “O Novo Testamento

Férias de sonho: Cuba... definitivamente.

Local de eleição: A “minha” Serra da Arrábida.

A primeira paixão: A música e o palco

Maior ousadia: Ter sido frontal com o “poder” o que me custou uma cáfila de inimigos

Ídolo de referência: Alexandre, o Grande e Madre Teresa de Calcutá

Projecto de vida por realizar: Viver!

B. I. Idade: 56 anos // Naturalidade: Setúbal Estado civil: Solteiro // Residência: Nova Iorque

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AS ESPECIALIDADES gastronómicas apresentadas pelos restaurantes na 8.ª edição do Concurso Gastro-nómico do Concelho de Almada serão distinguidas no dia 5, a partir das 17 horas, no Centro Municipal de Turismo, em Cacilhas. A entrega dos prémios será acompanhada de um momento musical.

Organizado pela Câmara Municipal de Almada, este concurso tem como objec-tivo promover a qualidade e a diversidade da gastro-nomia do concelho, princi-palmente na sua vertente turística, mas também como património cultural.

Além das duas categorias a concurso – Cozinha Regional Portuguesa e

Cozinha de Autor – serão ainda distinguidos a melhor entrada/sopa, o melhor prato principal e a melhor sobre-

mesa das ementas em compe-tição. Também a qualidade dos serviços e equipamentos serão premiados.

ESTE sábado, às 10 horas, o Solar dos Zagallos, na Sobreda, celebra a XII Festa do Solar dedicada aos “Saberes, Sabores e Memó-rias”. Ao longo do dia pode

aprender, de uma forma divertida e animada, nos jardins do Solar e dançar ao som da música tradicional.

Deixe-se envolver pelos saberes (exposições,

mercado de produtos arte-sanais, ateliers, oficina do conto, exercício físico), pelos sabores (doces tradicionais, petiscos e piqueniques) e pelas memórias (música

clássica e tradicional, baile, jogos tradicionais, chin-quilho, visitas guiadas ao património religioso e à coleção de olaria e mural da festa).

[ ALMADA ] [ SEIXAL ]

[ SESIMBRA ]

+ Região10 S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

O RESTAURANTE Quinta Valenciana, em Fernão Ferro, em parceria com a rádio local RDS promove, este domingo, uma festa para divulgar a economia local com o objec-tivo principal de angariar fundos para a Associação de Cegos do Seixal.

Também solidário com esta causa estará o convi-dado especial Nuno Miguel, que com a sua música ao vivo presenteia esta festa durante a tarde de domingo entre outros tantos cantores da localidade incluindo grupo coral alentejano e rancho folclórico, que estarão igualmente solidá-rios com a causa.

a acção é destinada a toda a população e de entrada livre.

Economia local ajudaassociação de cegos

A CÂMARA do Seixal e a AMESEIXAL – Agência Municipal de Energia do Seixal receberam o 2.º lugar do Prémio Acessi-bilidade aos Transportes.

A iniciativa do Instituto da Mobilidade e dos Trans-portes Terrestres (IMTT) distingue medidas e acções que contribuam de forma eficaz para a promoção de maior acessibilidade aos transportes públicos, inte-grando soluções inovadoras na efectiva eliminação de barreiras para os cidadãos com necessidades especiais e mobilidade reduzida.

O projecto distinguido – Informação aos Utentes de Transportes Públicos com Limitações Sensoriais – foi implementado em 2010, durante a Semana Europeia da Mobilidade, com a colaboração dos operadores TST e Fertagus.

Através da instalação de painéis electrónicos junto das principais para-gens da rede da TST e da colocação de sinalização informativa em braille nas estações da Fertagus, combateram-se as barreiras no acesso à informação.

Município ganha prémio de acessibilidade

NOS DIAS 19, 20 e 21 de Julho, a Biblioteca Muni-cipal de Sesimbra acolhe várias acções de formação sobre Turismo e Ambiente – Potencialidades em Portugal e Educação Ambiental em Meio Marinho.

A primeira, que se realiza no dia 19, debruça-se sobre o aproveitamento, de modo

sustentável e equilibrado das riquezas naturais do país, e é dirigida a estudantes, profissionais, investidores e empreendedores na área do turismo e natureza.

A segunda, que decorre nos dias 20 e 21, tem como objectivo estabelecer contacto directo com conceitos e exemplos

práticos de educação ambiental no meio marinho, de forma a compreender as potencialidades dos ecos-sistemas enquanto recursos pedagógicos, e destina-se a estudantes universitários, professores da área das ciên-cias naturais, biólogos, técnicos e jovens empreen-dedores na área ambiental.

Concelho ensina turismo e ambiente

A CALDEIRA à Pescador, uma das grandes referências gastronómicas de Sesimbra, está em destaque em vários restau-rantes da vila até este sábado.

Tamboril, safio, tremelga e pata-roxa, ou caneja, como é conhecida, são os peixes indispensá-veis na verdadeira caldei-rada, mas há quem lhe junte outras espécies capturadas pela frota local.

Os pescadores, acom-panhados pelas famílias, têm o hábito de nos Santos Populares, e especialmente

na noite de São Pedro, véspera de São Marçal, se encontrarem nas lojas de companha ou nas ruas, num convívio em torno de uma mesa, onde a caldei-rada é cabeça de cartaz.

Nestes dias é também possível apreciar um conjunto de ruas ornamen-tadas, preparadas pelos moradores e associações locais com semanas de antecedência. A este colo-rido junta-se a animação dos bailes e das Marchas Populares, que voltam a sair à rua no último dia do mês.

Caldeirada é rainha à mesa

Sabores do mar, este sábado

Painéis electrónicos e sinais em braille são algumas novidades

A boa gastronomia em destaque nos restaurantes de Almada

O PAVILHÃO Cidade de Almada, no Feijó, recebe, este sábado, pelas 22 horas, a grande final das marchas populares de Almada. Este ano, apresentam-se a concurso oito marchas.

O cantor António Calvário e os actores Paula Marcelo, Joana Figueira, Mara Galinha, Paulo Vasco e Fernando Pires, são algumas das personalidades que apadrinham as marchas populares. Os vence-dores serão conhecidos no final da noite.

Além das oito marchas, desfila ainda a Associação Rumo ao Futuro.

Júri aprecia marchas

Prémios para a gastronomia

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Associação de cegos apoiada

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Saberes, sabores e memórias no Solar dos Zagalos

Carlos Sargedas preside ao Rotary Club de Sesimbra

NOVE anos depois da sua primeira presidência, Carlos Sargedas foi nova-mente eleito presidente do Rotary Club de Sesimbra.

Para a direcção, Carlos Sargedas é neste momento o membro do clube que aposta numa aproximação do clube à comunidade tendo na cerimónia de posse manifestado a sua intenção de “abrir” mais o clube à comunidade também através várias palestras sobre o movi-mento rotário no mundo, no país mas também na comunidade.

Carlos Sargedas tem nos últimos anos feito alguma formação ao nível dos novos líderes de Rotary, de forma a tornar-se um futuro líder no movi-mento rotário.

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ASSOCIATIVISMO

Ahamed Fal, antigo ministro do Ambiente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), o governo no exílio da POLISARIO, Frente de Libertação de Saguia el Hamra e Río de Oro, é desde o início do ano o represente do movimento em Portugal. Sua principal missão: promover in-formação sobre a situação do seu povo e sensibilizar os quadrantes político e sociais para um pro-cesso de autodeterminação e independência, que se arrasta desde 1975, quando Espanha, então potência colonizadora, se retirou do Sahara Ocidental, entregando-o a Marrocos e à Mauritância, traindo promessas iniciais de salvaguardar a von-tade do povo saharauí, através da realização de um referendo de autodeterminação.

João Falcão-Machado O Sahara Ocidental é um confli-to duradoiro e ao mesmo tempo silenciado. Como explica esta si-tuação da já apelidada “a última colónia africana”?

Ahamed Fal, delegado da Polisario em Portugal - Recen-temente comemorou-se o 39º aniversário da Frente POLISARIO (Movimento de Liber-tação de Saguia el Hamra y Río de Oro). São 39 anos de resis-tência e de luta pelos direitos legítimos do Povo Saharauí pela autodeterminação e a determinação, di-reitos estes que são reconhecidos pela comunidade interna-cional e que lhes foram usurpados por um país vizinho. Marrocos, violando o direito internacional, invadiu militarmente o território em 1975, dando assim lugar a um conflito que se prolonga até aos nossos dias.

A comunidade internacional é responsável pel a tragédia que vive o povo saharauí: Marrocos ocupa ilegalmente um territó-rio, saqueando as suas riquezas, intimidando a sua população, impondo a lei do terror, me-diante as prisões arbitrárias, as deportações forçadas, os tribu-nais militares, o isolamento e a privação da população saharaui, nos territórios ocupados, dos direitos mais elementares, assim como o isolamento do mundo exterior.

Actualmente há uma sus-pensão das negociações que se desenrolavam sob a égide das Na-ções Unidas. Esta nova situação

foi criada por Marrocos, que se nega a continuar com o proces-so. Com esta atitude, Marrocos enquadra-se, uma vez mais, fora da legalidade internacional.

J.M -Gdeim Izik é considerado por muitos como o per-cursos do movimen-to conhecido como “Primavera Árabe”. O que significa isso?

A.F - Gdeim Izik é a expressão máxima do repúdio à ocu-pação marroquina. Efectivamente, cons-

tituiu o começo de um protesto em todos os países árabes, com a diferença que, no Sahara Oci-dental, foi contra uma ocupação exterior.

Este acampamento de protesto marcou uma etapa crucial na luta do povo saharauí, foi um desafio às forças de ocupação, constituiu uma mensagem para o mundo inteiro de que o povo saharauí está disposto a defender os seus legítimos direitos.

Gdeim Izik conseguiu romper o bloqueio informativo e o isola-mento imposto pelas autoridades da ocupação. Pôs a descoberto a verdadeira essência do regi-me marroquino, que respondeu com os métodos mais desumanos, massacrando sem distinção de sexo ou de idade uma população indefesa.

A população saharauí, através deste acontecimento conseguiu unficar ainda mais o seu méto-

do de luta, marcando uma linha divisória entre os saharauís e as forças de ocupação.

J.M - Num Magreb onde so-pram vários ventos de mudança e olhado com preocupação pela comunidade internacional, qual a importância geo-estrategica do Sahara Ocidental?

A. F - O Sahara Ocidental encontra-se numa posição ge-ográfica muito importante, ao abarcar três regiões no plano internacional, quero dizer, Áfri-ca, Médio Oriente e Europa. É um território com imensas riquezas minerais e um banco de pesca dos mais ricos e variados do Mundo.

O conflito do Sahara Ocidental paralisa até ao momento a inte-gração dos países do Magreb, que tem de se edificar obriga-toriamente sobre o respeito da soberania de cada um dos seus membros, incluindo a República Árabe Saharauí Democrática (RASD).

O Sahara Ocidental e a RASD constituem um elemento estabi-lizador em toda a região, e assim tem demonstrado ao longo de to-dos estes anos, na sua contribui-ção na luta contra o terrorismo, o tráfico de droga, a emigração ilegal, elementos que Marrocos utiliza para desestabilizar toda a região e o sul da Europa.

J.M - A repressão marroquina é particularmente violenta nos territórios ocupados do Sahara Ocidental. Ainda que a ONU es-

teja presente no processo de Paz, porque ocorre esta violação sis-temática dos Direitos Humanos?

A. F - Efectivamente, Mar-rocos pratica uma política de extermínio da população saha-rauí nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, perante os olhos das Nações Unidas, representada pela MINURSO, que agrupa mais de 15 naciona-lidades. A atitude passiva da MI-NURSO perante este extermínio desacreditou as Nações Unidas: Marrocos mantêm um bloqueio informativo sobre o território, não permite a entrada imprensa estrangeira, impede a presença das organizações internacionais defensoras dos direitos huma-

nos e, desta forma, mantém o território num estado de sítio.

Há alguns países que toleram esta po-lítica de extermínio, sobretudo a França, cuja atitude é contra-

ditória com os princípios sobre os quais se fundamenta a República Francesa, baseados na liberdade, igualdade e o respeito dos Direitos Humanos.

J.M - Um número significativo de saharauís vive nos acampa-mentos de refugiados na zona de Tinduf, Argelia e dependem exclusivamente da ajuda inter-nacional. Com a crise económica que persiste em todo o mundo, como tal se percute na vida dos acampamentos?

A.F - A crise tem um impac-

to negativo em todo o mundo, sobretudo nas sociedades mais vulneráveis. A sociedade saharauí, tanto nos acampamentos de re-fugiados, sofre o duplo impacto de ser refugiada e de ser ocupada.

Os saharauís sempre aceita-ram a ajuda exterior se esta leva consigo a mensagem da solida-riedade e recusaram as ajudas somente de caractr caritativo ou seja, sempre distinguiram entre solidariedade e caridade, porque estamos conscientes de que a ca-ridade humilha, seguindo o refrão africano que diz que “a mão que pede está sempre debaixo da mão que dá”.

A ajuda solidária pode dimi-nuir num determinado momento, mas sempre está presente.

J.M - Como os saharauís vêem a posição portuguesa perante este conflito?

A. F - O conflito do Sahara Ocidental é pouco conhecido em Portugal, devido ao bloqueio qie Marrocos impõe sobre o tema.

Não obstante, a postura de Portugal com Timor é uma re-ferência e um exemplo a seguir pelos outros países na defesa da legalidade internacional e do direito dos povos à autodetermi-nação e à independência. O povo português saberá estar à altura de todos os povos democráticos da Europa na defesa dos direitos de todos os povos, entre os quais o povo saharauí.

João Falcão MachadoJornalista

"Marrocos pratica uma política de extermínio da população Saharaui"

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“ (...) “a mão que pede está sempre debaixo da mão que dá”

Propriedade e editor: Prima Folia • Cooperativa Cultural, CRL / Morada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal

/ Telefone: 963 683 791 • 969 791 335 / NIF: 508254418 / Director: António Serzedelo / Subdirector: José Luís Neto • Leonardo da Silva / Consul-tores Especiais: Fernando Dacosta •

Raul Tavares / Conselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Maria Madalena Fialho • Paulo Cardoso / Director Artístico:

Dinis Carrilho / Consultor Artístico: Leonardo Silva / Morada da Redacção: Rua Fran Pacheco nº 176 1ª 2900-374 Setúbal / Email: [email protected] / Registo ERC: 125830 / Deposito Legal:

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“ A comunidade internacional é responsável pel a tragédia que vive o povo saharauí: Marrocos ocupa ilegalmente um território ...

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NA VAZANTE06NR

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Custa a crer que esperei um ano. Um ano? Conto men-talmente a minha miséria e acrescento sem hesitação: ou mais, ou mais. Sem dúvida que foi mais. A não ser que tenha sido menos. É provável que tenha sido menos. Não que isso seja particularmente relevante para a questão em causa. Como se sabe, o tempo é relativo. E eu, relativamente falando, sinto que esperei uma eternidade. Senão mesmo um pouco mais.

Volto ao ponto. Eis o ponto: o de que só agora tive a oportu-nidade de me comprazer com a segunda temporada de “Sher-lock”. A primeira temporada, de três episódios de 90 minutos cada, passou na BBC em Julho e Agosto de 2010 e ganhou, sem disputa, o prémio BAFTA de 2011 para melhor série dramática. Facto: até relativamente tarde mantive-me indiferente ao as-sunto. Erro meu. Visto e revisto, percebi do que o mundo falava e porque razão falava. Rendi-me, e esperei pacientemente por

mais. Uma espera que terminou, finalmente, em Janeiro des-te ano com a transmissão da segunda temporada. E já não era sem tempo.

Falo de “Sherlock” e falo bem. Para bom entendedor meia palavra basta. Porque, de facto, não me refiro mera-mente a uma nova adaptação televisiva das aventuras de Sherlock Holmes, o icónico detective fluente na “ciência da dedução” criado por Sir Arthur Co-nan Doyle em finais do século XIX. Na verdade, refiro-me ao Sherlock recriado (é essa a palavra) por Steven Moffat e Mark Gatiss na série britânica que adapta e actualiza o célebre detective, brilhantemente interpretado por um Benedict Cumberbatch, e com um sempre encantador Martin Freeman como Doutor John Watson, seu fiel amigo e companheiro de aventuras, a uma Londres do século XXI.

Pauso. Sherlock Holmes numa Londres do século XXI? Percebo o óbvio cepticismo na face do leitor. Eu sei, eu sei:

eu conheço a argumentação. Corrijo: eu inventei a argu-mentação. Versões modernas de histórias clássicas? Lembro Shakespeare – assassinado já vezes sem conta no ecrã –, e dispenso um tão evidente terror. Mas existem excepções – poucas, pouquíssimas. Confie

em mim, sou insus-peito: “Sherlock” é uma dessas raras e brilhantes.

A razão para tal facto é simples. Simples e curta. Mo-ffat e Gatiss sempre se demonstraram como profundos

conhecedores e admiradores das histórias criadas por Conan Doyle. Um pormenor crucial que faz toda a diferença.

Devo admitir que li ainda pouco das ditas aventuras. Falha minha? Honestamente, prefiro não falar disso. Feliz-mente, Moffat e Gatiss nunca sofreram desse injustificável problema existencial. Quando se encontravam, falavam – e ao que parece falavam mes-mo muito – das aventuras de Holmes e Watson. Daí ao que se seguiria, foi naturalmente

um passo. O potencial, eles sabiam-no, estava lá. Mas era necessário fazer algo de novo e fresco, assombrados que estavam pelas anteriores adaptações televisivas que, na verdade, sempre lhes haviam parecido demasiado reve-renciais e, em certo sentido, estanques. A questão era: seria possível dar vida a uma personagem maior que a vida numa outra vida? A pergunta era astuta, principalmente por-que se respondia a ela mesma. Afinal, uma personagem maior que a vida permite-se a viver qualquer vida.

O resultado foi simples-mente “Sherlock”. Um Sher-lock moderno onde o cenário mudara, mas não, naturalmente, o seu centro gravítico origi-nal. Bem vistas as coisas, uma Londres moderna implica não só tecnologia moderna como igualmente o enfado moderno – esse terrível peso de existência que levou, por exemplo, a que este Sherlock se viesse a provar como um ex-fumador com tendência para a recaída. Muito logicamente, Sherlock não se furta a utilizar essa mesma tecnologia (telemóveis, Inter-

net, etc., etc.) para o auxiliar na resolução dos impossíveis casos que acaba por ter em mãos. Mas, independentemente disso, o facto que permanece é que é o seu poderoso intelecto que lhe permite, no fim, solucionar todos os enigmas impossíveis. Isso e a amizade e parceria que mantém com John Watson, claro. Porque, no fundo, esta sempre foi uma história acerca da amizade; uma estranha e em grande medida improvável amizade.

Moffat e Gatiss pretende-ram ser irreverentes e pouco canónicos na sua proposta de “Sherlock”. Conseguiram-no. Mas sem nunca perder de vista o espírito original do material em que se baseavam. Muitas vezes é necessário que tudo mude para que tudo fique na mesma. E muitas vezes ainda bem que assim é.

Agora só falta mesmo uma coisa: que estreie a terceira temporada agendada lá para princípios de 2013. Uma peque-na eternidade? Por favor, não vamos falar disso.

Tiago Apolinário [email protected]

A Obsessão e o seu DiaSimplesmente,

"Sherlock"

Este país não é para jovens. Pelo menos não para jovens que desejem sentir-me realizados pro-fissionalmente e ter o mínimo de independência, o mínimo de de-safogo. Tal como recentemente noticiado (denunciado?) em vários órgãos da comunicação social, ao abrigo do programa Estímulo 2012, várias empresas estão a (tentar) contratar licenciados em troca do salário mínimo (ou pouco mais que isso, para que não pareça tão mal).

- Olha, finalmente encontrei estágio em Arquitetura!

- A sério? Quando começas, quais são as condições? Conta tudo!

- Começo para a semana. O horário é flexível, tenho é de fazer umas 10 horas por dia, pelo menos. Pagam o salário mínimo.

- Ah... O. K.- Pois...Muitos defendem que «é me-

lhor pouco que nada», e é essa falta de autoestima laboral que nos trouxe (arrastou?) até onde estamos hoje. Qualquer licenciado que que tenha investido tempo, de-dicação e dinheiro na sua edução não pode senão ferver por dentro quando lhe atiram umas migalhas, enquanto tentam convencê-lo que aquilo é tudo o que merece em troca de tudo quanto sacrificou.

- Então, que tal corre o tra-balho?

- O anúncio dizia “trabalho”, mas é mais estágio. Pagam subsídio de alimentação e transporte.

- Ah... O. K.- Pois...Também há quem critique aque-

les que abraçam a precariedade la-boral. Tais críticos claramente nunca devem ter sentido a pressão de ter

filhos para alimentar e contas para pagar. Ter princípios é bonito, mas não põe comida na mesa. É indecen-te que as empresas se aproveitem da fragilidade económica para explorar aqueles que realmente não podem estar sem receber um salário - por mais baixo que este possa ser. Mais indecente se torna esta realidade quando acontece não só sobre as barbas do nosso governo, como com

a sua concordância, dado que se limita a encolher os ombros e deixar acontecer.

- Então e como estás a fazer com as despesas da casa?

- Não estou. Tive de voltar para casa dos meus pais…

- Então… Mas isso implica duas horas e tal de transportes por dia!

- É verdade… Já levei duas re-primendas, porque houve dois dias

que cheguei atrasada, por causa das greves….

Como é que este governo pre-tende impulsionar o emprego e o empreendedorismo se cada medi-da anunciada parece um prego no caixão onde jaz aquilo que em tem-pos foi a ambição dos seus jovens? Como é que é possível combater o insucesso escolar tendo em conta a galopante taxa de recém-licen-ciados desempregados? E depois ainda nos querem “vender” a preço de saldo. Como se fôramos sobras irrelevantes.

- Acabou o estágio? Pediram-te que ficasses?

- Não, precisam de alguém com carta de condução. Eu ainda não consegui terminar a minha, porque não me pagavam o suficiente. Havia despesas mais prioritárias!

- Ah... O. K.- Pois...Parece que por mais que nos

esforcemos, não chegamos a lado nenhum. Não é lá muito inteligente atiçar uma colmeia, e é isso que o governo tem vindo a fazer. Há de chegar o dia em que as abelhas irão atacar para defender a sua casa. Ou então a colmeia cairá no chão, vazia: sai mais barato comprar um bilhete de avião que pagar a renda.

Vanessa CorreiaEstudante

OLHÓ LICENCIADO FRESQUINHO! É APROVEITAR QUE ‘TÁ BARATINHO!S

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“ A questão era: seria possível dar vida a uma personagem maior que a vida numa outra vida?

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Gravuras rupestres vandaliza-das por oficiais da missão de Paz das Nações Unidas, edifícios que marcaram a história de um país deitados abaixo, segregação dos estudantes saha-rauís limitando ou im-pedindo o seu acesso a determinados níveis do conhecimento. Tudo isto o destino trágico do patrimó-nio e da cultura de um país ocupado.

O Sahara Ociden-tal tem um importante património cultural, quer material, quer imaterial, com origem deste a pré-história, como as pinturas rupestres em Rekeiz Lemgasm e na Cova do Diabo, em Lajuad, até ao período colonial espanhol, como o forte de Villa Cisneros (hoje Dahjla), passando pela presença portuguesa, expressa na fortaleza de Bojador, entre outras. Não es-

quecendo ainda a sua literatura, tanto a tradicional, baseada na experiência do deserto, como a

contemporânea, per-feitamente desconhe-cida em Portugal.

Se no caso das pinturas rupestres, situadas nos terri-tórios libertados, a vandalização ocorri-da em 2006 e denun-ciada pelos arqueó-logos Joaquim Soler, da Universidade de Gerona, Espanha, e Nick Brooks, da Uni-

versidade de East Anglia, Reino Unido foi feita por oficiais em comissão na MINURSO, já a des-truição do edificado dentro dos territórios ocupados do Sahara Ocidental obedece a uma estraté-gia da força ocupante, Marrocos, de apagar a memória colectiva saharauí relacionado com tudo o que se refira ao período anterior

à invasão de 1975.Os dois investigadores cons-

tataram ainda que no caso de Rekeiz Lemgasm houve pinturas que foram arrancadas da rocha, desconhecendo-se quem praticou tal roubo e, ainda segundo Soler, durante o período colonial espa-nhol (1884 - 1975) também vários foram os roubos de património feitos pelas forças colonizadoras.

Da memória à revoltaÉ preciso ir-se à vizinha Es-

panha para se poder encontrar numa livraria qualquer obra de escritores actuais saharauís, a grande maioria dos quais escrevendo desde o exílio. Em Portugal, esta riqueza literária é desconhecida.

“El largo via je havia Este”, de Bachir Lehdad, recordando a tragédia da fuga à invasão marroquina há qua-se 40 anos, “Tifariti, Mi Tierra”,

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“ O Sahara Ocidental tem um importante património cultural, quer material, quer imaterial, com origem deste a pré-história, (...)

de Abdurrahaman Budda, abor-dando a luta pela independên-cia ou, ainda, “La Maestra que

me enceñó en una tabla de madera” , de Bahia Mahmud Awah, alguns dos li-vros publicados no ultimo ano, são es-critas de destaque que reflectem uma

memória pessoal e colectiva, que no cativam e nos ajudam a entender um conflito silenciado.

A obra mais recente editada

no país vizinho, “La Primavera Saharaui - Escritores Saharauis con Gdeim Izik” , é um conjunto de poemas e relatos que reflec-tem a dura realidade contem-porânea nos territórios ocupa-dos, com especial incidência no acampamento de protesto de Gdeim Izik, nos arredores de El Aaiún, e destruído violentamente pela polícia marroquina em No-vembro de 2010.

João Falcão MachadoJornalista

“ Em Portugal, esta riqueza literária é desconhecida.

Agenda Made In CafeNoites de Albarquel

Como o apoio do jornal Cultural e de Debates

Junhodia. 23 • Sábado Grooveland

dia. 29Marcão • MPB

Julhodia. 6Eurico Silva • covers e originais

dia. 14 Quinteto de Jazz de Setúbal

dia. 20Marcão • MPB

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11S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ BARREIRO ] [ MONTIJO ]

[ MOITA ]

ATÉ ao próximo dia 2, a cidade do Montijo volta a receber mais uma edição das Festas Populares de São Pedro, numa mistura entre actividades de carácter reli-gioso e outras de dimensão profana.

Na vertente religiosa, o dia de São Pedro (29 de Junho) é o ponto alto das comemorações com as habi-tuais procissões. Este ano, a procissão fluvial saiu ontem da Base Área N.º 6 do Montijo em direcção ao Cais das Faluas, tendo, à noite, sido realizada a procissão nocturna de São Pedro.

Este sábado, dia de São Marçal, decorrerá o tradi-cional almoço da classe piscatória. Nessa noite, a Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos rece-berá a Corrida de Toiros de São Pedro – Adega de Pegões com os cavaleiros Joaquim Bastinhas, Rui Fernandes e João Telles Júnior. Após a Corrida, terá lugar o grande momento de convívio que é a tradicional Noite de

Comes e Bebes.Para além destes, o já

famoso e muito participado “Bibe Eléctrico” voltará a encher as ruas de música e animação; haverá diversos espectáculos musicais e acti-vidades desportivas no Jardim da Casa Mora e nos palcos da Avenida dos Pesca-dores e da Praça da Repú-blica; a Rua Joaquim d’ Almeida receberá as largadas

de touros; e as marchas populares voltarão a desfilar pelo centro da cidade, no dia 1 de Julho, às 22h30.

No domingo, a TVI estará na Praça da República com o programa em directo “Somos Portugal”. Durante toda a tarde, poderá assistir a vários momentos musi-cais com artistas do pano-rama nacional, conhecer o artesanato, a gastronomia

e as principais actividades económicas do nosso concelho. Venha assistir!

O encerramento das Festas Populares de São Pedro 2012 será no dia 2 com o concerto de Romana, às 22h30 na Praça da Repú-blica, o espectáculo de fogo de artifício piromusical e a tradicional Queima do Batel, às 00h00 na Frente Ribei-rinha.

Festas do padroeiro até 2 de Julho

São Pedro do Montijo é festajado Julho adentro, com festa rija, missa e a tradicional procissão

D.R

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AS INSCRIÇÕES para a época 2012/2013 na Piscina Municipal de Alhos Vedros vão estar abertas a todos os

munícipes, entre 16 e 21 de Julho, e para não munícipes, de 23 a 28 de Julho.

De acordo com o regu-

lamento de funcionzmento, as renovações sem altera-ções podem ser efectuadas entre os dias 25 e 27 de Julho.

As renovações que neces-sitem de alterações devem ser efectuadas entre 9 e 14 do mesmo mês.

ATÉ ao próximo dia 4 de Agosto, o Moinho de Maré, em Alhos Vedros, acolhe a exposição deno-minada “O Salineiro, o Marítimo e o Construtor Naval – Profissões Tradi-cionais do Concelho da

Moita”. Com esta expo-sição, a Câmara afirma pretende r«valorizar as principais profissões que contribuíram para o desen-volvimento económico e social deste concelho à beira rio».

Ao passar pelo Moinho de Maré, em Alhos Vedros, o visitante será convidado a fazer uma “viagem” pelo dia a dia dos últimos profis-sionais do rio: dos arrais das antigas fragatas e varinos, dos salineiros que extra-

íram o sal dos talhos desta margem sul do Tejo e dos construtores navais que deixaram de laborar em embarcações tradicionais.

A exposição pode ser visitada aos sábados, das 14h30 às 18h30.

NOS meses de estio, a Câmara da Moita continua

a dinamizar projectos que fomentam o gosto pelo livro

e pela leitura, especial-mente junto dos mais pequenos e das suas famí-lias.

Para o mês de Julho, está agendada a iniciativa “Vem Ouvir Histórias Soltas e Loucas”, no dia 4, na Biblioteca do Parque, no Parque José Afonso, na Baixa da Banheira, no dia 5, na Biblioteca Municipal do Vale da Amoreira, e no dia 7, na Biblioteca Estival,

na Praia Fluvial do Rosário.No dia 27, , a Biblioteca

Municipal de Alhos Vedros vai ser palco para as “Histórias de Colinho”, diri-gidas particularmente a crianças dos 3 aos 5 anos.

As bibliotecas munici-pais da Moita também promovem durante estes meses de verão iniciativas dirigidas especialmente aos Jardins-de-Infância e ATL.

Bibliotecas abrem para animar Verão

Piscina Municipal de Alhos Vedros abre vagas

Profissões tradicionais no Moinho de Maré

Projecto promove o livro e a leitura junto dos mais novos

Novos e velhos unidos para darem cara nova ao concelho

D.R

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A COCA-COLA e a Habipax são os mais recentes parceiros do “Dia B”, mega projecto de volun-tariado urbano, que se realiza hoje no Barreiro, com mais de mil inscritos.

Jardim dos Franceses, Polidesportivo do Bairro 6, “Largo Casal”, Praia de Alburrica, na Freguesia do Barreiro, Praia da Torralta, Parque Infantil D. Duarte, Ribeira das Naus, na Verde-rena, Praia de Copacabana, Parque Paz e Amizade, Largo da Telha, Rua do Mormugão, em Santo André, Cidade Sol, em Santo António, Mata da Machada, em Palhais, envolvente da Igreja e Pátio dos Loios, no

Lavradio, Avenida da Escola de Fuzileiros Navais, Parque da Cidade, Bairro Alfredo da Silva, no Alto do Seixalinho, e Parque de Merendas junto à Rotunda de Coina, são alguns dos locais que receberão volun-tários.

Como voluntários estarão no terreno, além de cidadãos a título indi-vidual, representantes de cerca de meia centena de grupos organizados. No terreno vão estar quatro eixos da mesma campanha: Limpeza Urbana, Requa-lificação de Mobiliário Urbano e Espaço Público, Manutenção de Espaços Verdes e Arte Urbana.

ESTÁ em curso mais uma edição dos Espaços Vivos, o programa de animação de verão do concelho que pretende dinamizar os espaços públicos de uma forma descentralizada, envol-vendo os agentes cultu-rais locais.

A programação decorre até Setembro e divide-se pelas áreas da cultura, do desporto e do ambiente, entre muitas outras.

Em Julho, os Espaços Vivos oferecem, na cultura, a actuação de bandas e ranchos folclóricos, as iniciativas “Pintar o Barreiro e os Barreirenses”, “Arte na Natureza”, Ateliê da Ginga, “A Cidade”

(Performance de Dança), Atelier de Espantalhos “Espanta Tu!”, projecto “Latas na Cidade”, entre outras. No Desporto, as propostas também são variadas e incluem o Workshop de BTT, Cami-nhada e Volteio a Cavalo.

A população está também convidada a parti-cipar nos piqueniques, nas visitas a bordo do Varino Pestarola e nas iniciativas da Biblioteca existente no Parque Catarina Eufémia.

São actividades direc-cionadas para diferentes públicos (bebés, crianças, jovens, adultos, seniores), que decorrerão em parques e matas, largos e praças, escolas e colecti-vidades.

Espaços públicos em festa até Setembro

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Voluntariado urbano mobiliza centenas

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NAS comemorações do 60.º aniversário da Força Aérea Portuguesa, a Base Aérea N.º 6 em Samouco abre as suas portas à população este fim-de-semana, com um conjunto de iniciativas que incluem exposições, demonstrações e uma parada militar.

Este sábado, a BA6 está aberta ao público com exposições estáticas de aeronaves, exposições de

equipamentos e material utilizado para vários tipos de missões, demonstra-ções cinotécnicas e de capacidades operacionais.

Amanhã, a partir das 15h00, a população está também convidada para assistir à cerimónia militar, presidida pelo ministro da Defesa Nacional, e ao desfile das Forças em Parada com militares e meios operacionais da Força Aérea.

O EXECUTIVO muni-cipal repudia a pretensão do Governo em reorganizar a rede escolar que, no caso de Alcochete, pressupõe a agregação do Agrupamento de Escolas El-Rei D. Manuel I com a Escola Secundária de Alcochete.

O presidente da Câmara destaca que o parecer da Junta Metropolitana de Lisboa vai ao encontro da rejeição da constituição destes mega-agrupamentos. «O sentimento geral é de que este modelo de orde-namento da gestão escolar não serve os interesses da comunidade educativa», afirma Luís Miguel Franco.

Entre os vários protestos, o executivo queixa-se de que «não

resulta claro que a agre-gação de escolas proposta seja garante da democrati-cidade subjacente ao prin-cípio da escola pública», de que «não foi realizada uma avaliação formal e fidedigna ao modelo de gestão dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas».

Por outro lado, sustenta que o modelo de gestão proposto «apresenta inco-erências várias que suportam a percepção gene-ralizada de que a agregação de escolas visa responder sobretudo, se não exclusi-vamente, às políticas de contenção orçamental em detrimento da melhor pres-tação de um dos serviços basilares da sociedade contemporânea».

A FEIRA de Sant’iago volta a animar Setúbal entre os dias 21 de Julho e 5 de Agosto com aquele que é, segundo a organização, “o melhor cartaz dos últimos anos” e que conta com nomes como Áurea, Carminho, Boss AC, David Fonseca, José Cid, Luísa Sobral e a brasileira Vanessa da Mata, entre outros.

Apesar da excelência do programa, a autarquia asse-gura que o orçamento será de menos de 400 mil euros na edição 430 da Feira de Sant’iago, valor orçamentado o ano passado, e que a contra-tação de artistas não atingiu

os 100 mil euros. O segredo para reduzir custos, explicou Sérgio Mateus, responsável pela organização do evento, «passa por fazer as contrata-ções dos artistas nacionais

logo no início do ano, quando ainda têm as agendas em aberto, o que permite poupar cerca de 30 por cento nos cachets». A presença da brasi-leira Vanessa da Mata, que

dará dois concertos em Portugal, «foi uma feliz coin-cidência», explica o respon-sável, uma vez que, segundo o mesmo «foi possível ajustar a agenda da cantora no nosso país com a abertura da feira”.

Os 136 anos do Mercado do Livramento é o tema da edição, estando prevista uma homenagem aos cinco traba-lhadores que perderam a vida nas obras de moderni-zação do mercado, no início do ano, após a derrocada de uma parede, e assegurada uma exposição fotográfica, com fotos antigas do mercado nunca antes tornadas públicas.

12 S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ SETÚBAL ] [ ALCOCHETE ]

[ PALMELA ]

POCEIRÃO recebe até este domingo, a XXIII Feira Comercial e Agrícola, que conta com o apoio da Junta de Freguesia do Poceirão e do município.

A valorização da ativi-dade agrícola e dos produ-tores, a mostra dos recursos e potencialidades da freguesia e a celebração da identidade local são os prin-cipais objetivos do certame, que integra a programação “Palmela, Cidade Europeia do Vinho”. Uma mostra de máquinas agrícolas com cerca de 1500 metros quadrados, mostra de animais, o Festival das Adegas e do Vinho, várias dezenas de pavilhões insti-tucionais e do movimento associativo, artesanato e venda de hortícolas direc-tamente do produtor são alguns dos destaques da feira, que dá a conhecer o mundo rural. Um vasto programa de animação

apresenta várias ofertas, com destaque para a música, o teatro de revista, a gastronomia, o desporto, o stand-up comedy e as atividades equestres. O colóquio “Agricultura versus Grandes Hipermer-cados”, decorre este sábado, às 10 horas.

COM vista a reforçar a segurança rodoviária dos peões, na zona da Praça do Brasil, o município está a colocar semáforos junto de passadeiras existentes, nome-adamente na estrada dos Ciprestes, perto da estação ferroviária, e na Avenida da República da Guiné-Bissau.

O investimento é superior a 20 mil euros.

«O reforço do sistema de sinalização semafórica visa diminuir a perigosidade de atravessamento das vias e eliminar riscos de circulação para os peões», salienta o vereador Carlos Rabaçal, sobre esta intervenção.

A materialização desta ação, uma «resposta direta a um problema identificado há algum tempo», refere o autarca, «vai ter um impacte muito positivo na circulação na zona da Praça do Brasil, uma área com grande fluxo pedonal, devido à proximi-dade da estação ferroviária».

Os novos semáforos vão funcionar em articulação com o sistema já existente na zona da Praça do Brasil. «Desta forma é garantida a fluidez de trânsito rodoviário e, funda-mentalmente, é melhorada a segurança pedonal dos muitos utilizadores desta área urbana» de Setúbal, frisa o autarca.

Semáforos protegem peões na Praça do Brasil

Feira com programa de excelência

Maria das Dores Meira e Sérgio Mateus apresentaram o certame

O autarca Luís Miguel Franco quer escolas inclusivas

Actividade promove tradição

A PROPÓSITO das come-morações do Dia do Vinho, “Palmela, Cidade Europeia do Vinho 2012”, a acção Palmela Wine propõe um conjunto de atividades que associam a cultura do vinho ao território e aos recursos turísticos da região, promo-vendo um maior conheci-mento sobre o consumo moderado.

Destaque para uma expe-riência diferente, a prova de vinhos com astronomia, que alia a descoberta dos sabores regionais à exploração dos céus, a partir do promon-tório privilegiado do castelo local.

A 6 e 7 de Julho, a Palmela Wine Party propõe duas noites de boa música, gastro-nomia e descontração no centro histórico da vila, para descobrir os melhores vinhos da região, os quais têm conquistado várias meda-lhas no país e estrangeiro.

O SEGUNDO período de apreciação pública do regulamento do Fundo de Compensação do Plano de Pormenor da Rua Marquês de Pombal, em Pinhal Novo, está a decorrer. Este regu-lamento define as regras de funcionamento, em matéria financeira, das verbas geradas pela imple-mentação do referido plano.

O documento pode ser consultado, ao longo de 30 dias úteis, em www.cm-palmela.pt, bem como no edifício dos Paços do Concelho, e na Junta de Freguesia de Pinhal Novo, durante as horas normais de expediente.

A apreciação pública consiste na recolha de observações ou sugestões que os interessados queiram formular sobre o conteúdo deste projeto de regulamento.

Poceirão valoriza mundo agrícola

Palmela Wine promove vinhos

Pombal de novo em apreciação

Câmara contra mega-escolas

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Base aérea abre portas à comunidade

Os sessenta anos da BA 6 são assinalados com a população

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A XXII Pimel – Feira do Turismo e das Actividades , que no fim-de-semana encerrou portas, distin-guiu cidadãos e instituições com a Medalha de Mérito Municipal e eleitos os melhores doces, méis e petiscos do certame.

Este ano, o município distin-guiu cinco entidades colectivas e dois cidadãos. Os homenageados foram a Fundação Nossa Senhora das Dores, o Conjunto Chave d’Ouro e o Grupo Feminino de Cantares do Xarrama e a Associação Alca-cerense de Socorros Mútuos e ainda

os cidadãos Augusto Jorge e Henrique Galvão Lopes.

A autarquia distinguiu ainda os trabalhadores que, em 2012, completam 30 anos ao serviço da Câmara, os cidadãos que fizeram parte da comissão de honra que escolheu os agraciados com a Medalha de Mérito e três empresários que se destacam pela presença assídua na Pimel: Maria Luzia Onça, na área do artesa-nato, João Alberto Carreira (tasquinhas) e Aldegundes de Freitas, na doçaria.

O CONCELHO santiaguense recebeu, ontem, uma visita dos embaixadores de países sul americanos, nomeadamente os representantes dos governos daArgentina, Cuba, Panamá, Paraguai, Peru, República Domi-nicana e Uruguai.

A visita serviu para que os diplomatas se inteirassem das potencialidades do concelho, na procura de novas parcerias ao nível do tecido económico e

institucional da região. E as expectativas são enormes.

A delegação de embaixadores da América Latina em Portugal, o presidente e secretário geral do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), e o presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, tiveram ainda honras de uma recepção com o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Vítor Proença.

O EXECUTIVO de Santiago do Cacém está satisfeito com a atribuição do Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores ao livro Caixa Baixa de Eduardo Palaio, a obra que, em 2010, venceu o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca.

O livro do artista plástico e escritor foi co-editado em 2011 pela Colibri e pela Câmara de Santiago do Cacém.

O Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca é concedido bienalmente e distingue uma colectânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, por autor maior de idade, natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona.

Em Abril, encerraram as candi-daturas para a edição deste ano,

para a qual concorreram 43 obras. O Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca será entregue em Outubro de 2012.

O júri da nona edição é cons-tituído pelo Vice–Presidente da

Associação Portuguesa de Escri-tores, José Correia Tavares, pelo editor da Revista Os Meus Livros, João Morales e pela Professora Helena Cabral, da EB2/3 de Vila Nova Santo André.

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[ LITORAL ]

O executivo santiaguense felicita Eduardo Palaio, cuja obra voltou a vencer

Personalidades, instituições e trabalhadores premiados pelo município

O potencial económico do concelho está a captar a atenção de vários países

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ATÉ ao próximo dia 14 de Julho, o concelho de Grândola apresenta uma rota pelos melhores e mais genuínos sabores do Alentejo.

A Rota das Tabernas passa por oito tabernas típicas do concelho de Grândola, onde cada petisco para descobrir e sabo-rear é acompanhado por um “menu cultural” surpresa, que

pode incluir poetas populares, cante alentejano, fado e música popular. O “menu” inclui também vinhos e gastronomia de produ-tores do concelho.

Na Rota estão nomes já habi-tuais no certame, e que têm vindo a valorizar este património cultural da região, como é a Taberna do Agostinho, (Santa Margarida da Serra); a Taberna

dos Mosqueirões; o Café Triunfo, Santa Margarida da Serra; a Taberna Típica Alentejana, em Grândola; A Taberna, nas Sobreiras Altas: a Tasquinha do Zé de Moura, na sede de concelho; e a Casa Dimas, em (Santa Marga-rida da Serra.

A Rota das Tabernas termina dia 14 de Julho, na Taberna o Justense, na Aldeia da Justa.

PINTURA de David Mora Catlett e peças de cerâmica de Amadeu Porto e Maria do Rosário Paquete para apreciar em Grândola, até 14 de Agosto.

David Mora Catlett é um pintor e escultor mexicano, filho de um reconhecido pintor e de uma famosa escultora e pintora afro-americana. Há alguns anos, passou férias numa

quinta perto de Azinheira dos Barros e aí pintou uma série de quadros que retratam aspectos do quotidiano de alen-tejanos.

Amadeu Porto iniciou o contacto com a cerâmica na vila oleira do Redondo. Auto-didacta, exerce actividade em Grândola, na Oficina de Cerâ-mica S. Pedro. As suas peças

utilitárias, decorativas e escul-tóricas, resultam da pesquisa, reflexão e experimentação na arte da cerâmica de alta tempe-ratura.

Rosário Paquete é de Grân-dola e começou a actividade na cerâmica pela via decorativa; hoje a sua preferência vai para o figurativo. É mais uma inicia-tiva cultural de encher o olho.

Pimel 2012 elegeu os melhores de Alcácer

Grândola marca Rota das Tabernas

Pintura e Cerâmica na Biblioteca

A AUTARQUIA de Manuel Coelho abriu as candidaturas aos apoios sociais escolares para as crianças doensino pré-escolar e do 1.º ciclo do Agru-pamento Vertical de Escolas de Sines.

As candidaturas são efec-tuadas na Secção Administra-tiva do Serviço de Educação, nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Sines, entre as nove da manhã e as três e meia da tarde.

Diz o regulamento que os candidatos têm de preen-cher um formulário de candi-datura, apresentar um ates-tado de Residência no Concelho de Sines e o ofício da Segurança Social com a indicação do índice de Abono de Família.

A Câmara Municipal de Sines concede apoio em livros e material escolar às crianças mais carenciadas a frequentar o 1.º ciclo do ensino básico e apoio com o custo das refei-ções aos alunos do 1.º ciclo e pré-escolar.

De acordo com as normas em vigor, as crianças mais carenciadas (escalão A), são isentas do pagamento de senha e as crianças com escalão B pagam metade do valor defi-nido por lei.

A COMUNIDADE Intermuni-cipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) pediu esta semana esclarecimentos ao Governo sobre as suas «reais intenções» em relação à subcon-cessão Baixo Alentejo, manifes-tando-se preocupada com a paragem nas obras da A26 e do IP2.

Segundo a posição da CIMBAL, a paragem nas obras de construção da A26, entre Sines e Beja, e de requalificação do IP2, nos troços São Manços/Beja e Beja/Castro Verde, é «prejudicial para a região».

No documento, a CIMBAL sublinha «a necessidade de pros-seguimento urgente das obras” e defende que “qualquer alteração a efectuar” no traçado da A26 “deve ter em conta a opinião das autar-quias respectivas».

Livro Caixa Baixa ganha prémio Camilo Castelo Branco

Sines lança apoio social escolar

Alentejo contra paragem das obras na A26

América Latina ‘pisca o olho’ a Santiago do Cacém

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A refinaria de Sines da Galp Energia passou a ter uma nova ferramenta

tecnológica de vanguarda com a inauguração, quinta-feira, do novo centro de investigação “Prof. Ramôa Ribeiro”, que vai permitir testar as unidades de produção da plataforma industrial e introduzir melho-rias na cadeia de procedi-mentos.

O novo laboratório de testes catalíticos irá mime-tizar o funcionamento da unidade de hidrocraquea-mento do gasóleo pesado, actualmente em fase de cons-trução, cuja peça base é um reactor de 42 metros de altura e cinco de diâmetro, num projecto orçado em cerca de 1,4 milhões de euros. «Trata-se de uma das maiores unidades do mundo na sua categoria, que irá aumentar a produção de gasóleo e de jet fuel», explicaram respon-sáveis da empresa durante a visita à refinaria que contou com a presença de Ferreira de Oliveira, o homem-forte

da empresa petroquímica.Esta aposta forte na

inovação e tecnologia, com retorno previsto «na optimi-zação dos processos de produção e na melhoria sustentável da qualidade do produto», como enfatizou Ferreira de Oliveira, «é colocar a Galp Energia na vanguarda das novas tecnologias e apostar no capital humano». O presidente da empresa deixou claro que o investi-mento nos recursos humanos qualificados de topo e a aqui-sição de equipamentos sofis-ticados, de que é exemplo o novo centro de investigação, «é uma aposta de futuro em nome da competitividade».

O trunfo da ligaçãoàs universidades

Dando expressão a um sonho antigo do Professor Ramôa Ribeiro, catedrático do Instituto Superior Técnico, falecido em 2011, o centro é a nova coqueluche do labora-tório já existente na refinaria

de Sines, liderado por Luís Cabrita. A unidade técnica conta com 33 profissionais altamente especializados e

elabora cerca de 700 análises, de diversas tipologias todos os anos. «Estamos preparados para todos os tipos de expe-

rimentações e para garantir a qualidade de serviços à empresa, à nossa indústria e aos nossos clientes», afirmou Luís Cabrita.

Em termos concretos, o centro, que já está a funcionar há três meses, é uma «parceria feliz», na expressão de Ferreira de Oliveira, entre a Galp Energia e o mundo universi-tário, sendo que estão a ser realizadas naquela unidade especializada dez teses de doutoramento, desenvolvidas por estudantes universitá-rios. «Estamos a criar ‘know how’ português e mais uma vez a liderar a investigação no sector, porque para ser competitivo é preciso conhe-cimento e ter uma verdadeira cultura tecnológica», disse Ferreira de Oliveira.

Este aprofundamento do saber é também um trunfo para o director da unidade de Sines, Cordeiro Catarino. «Este centro vai crescer e é a chave para a modernização do sector, antecipado pela Galp Energia e isso só poderá ser

levado para a frente com a forte ligação às universidades como o estamos a fazer», explicou.

O director da unidade da Galp Energia de Sines lembrou ainda os serviços prestados pelos laboratórios da refinaria para os tribunais e autori-dades policiais, em peritagens solicitadas para aferir múlti-plas substâncias apreendidas pelas polícias portuguesas ou objecto de investigação e procedimento judicial. «É uma das missões de que nos orgu-lhamos e é também serviço público», disse ao Semmais Cordeiro Catarino.

Igualmente satisfeito pelo novo investimento em terras sineenses, Manuel Coelho, presidente do município, fez questão de sublinhar a «grande visão estratégica» da empresa na criação do centro de investigação e lembrou que este investimento da Galp Energia vai potenciar ainda mais o grande pólo industrial, logístico e económico do concelho.

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+ Negócios

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Nova centro de investigação da Galp Energia é aposta para aumentar produção e melhorar a competitividade

Refinaria de Sines ganha ‘know how’A refinaria de Sines da Galp Energia inaugurou esta semana um novo centro de investigação que vai potenciar o desenvolvimento tecnológico da unidade e gerar mais ‘know how’ para o sector nacional. E há também um novo reactor em fase de instalação, que vai testado pelos novos equipamentos.

O patrão-mor da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, era um homem feliz, por ter concretizado «o sonho» de Ramôa Ribeiro. «Sei que se ele aqui estivesse estaria muito orgulhoso. Foi um homem excepcional e esta ligação ao mundo acadé-mico, com a criação dos

doutoramentos é uma aposta consciente da nossa parte», confessou ao Semmais à margem da inau-guração.Ferreira de Oliveira, não tem dúvidas de que a nova unidade de investigação será também «um viveiro de técnicos de excelência» que

vão consolidar o ‘know how’ «para a empresa e para o país». E reafirmou a impor-tância da refinaria de Sines nos rácios de exportação portuguesas «acima da Autoeuropa», como frisou, e como uma das maiores da Europa no universo da refi-nação de petróleo.

Os responsáveis da plata-forma industrial estão preo-cupados com os custos de energia que têm aumentado desmesuradamente, sendo que representam actual-mente, segundo Cordeiro Catarino, director da refi-naria, cerca de 70 por cento das despesas operacionais

da estrutura. «É um grande peso, sobretudo quando temos vindo a reduzir as margens de lucro», explicou ao Semmais o mesmo responsável. E para ‘atacar’ este problema está a ser implementado um conjunto de novos processos nas diversas cadeias de

produção, que passam pela mudança de turbinas e dimi-nuição de fugas de vapor, entre outros procedimentos certificados. «O nosso objec-tivo é reduzir até ao final deste ano 5 por cento destes custos, o que seria exce-lente», afirmou Cordeiro Catarino.

Plataforma de Sines é aposta forte para Ferreira de Oliveira Plano para reduzir peso com os custos de energia

Ferreira de Oliveira orgulhoso do novo Centro “Ramôa Ribeiro”

Autoeuropa contrata 32 licenciadosA VOLKSWAGEN

Autoeuropa está a lançar um programa internacional para incorporar recém-licenciados. Os candidatos selecionados assinarão um contrato inicial de dois anos com a empresa para obter formação técnica e trabalhar em diferentes fábricas do grupo Volkswagen.

O período de trabalho em Portugal terá a duração máxima de 3 meses e os 21 meses restantes serão passados em fábricas do grupo na Alemanha.

Durante estes dois anos,

os jovens engenheiros serão integrados em grupos de trabalho com vista à sua parti-cipação em alguns dos projetos mais inovadores que estão a ser desenvolvidos pelo construtor automóvel alemão. A Volkswagen Autoeuropa oferece um pacote remune-ratório competitivo, bem como um plano diversificado de formação contínua para favorecer a integração no âmbito de um destacamento internacional.

No termo do programa, os participantes terão a possi-

bilidade de oferta de emprego nas fábricas alemãs das marcas Volkswagen e Audi. Com esta iniciativa, pretende-se «abrir as portas para o mundo internacional do grupo Volkswagen», conforme realçou Jürgen D. Hoffmann, director de recursos humanos, finanças e tecnologias de informação da Volkswagen Autoeuropa.

A iniciativa é designada First Experience Program - FEP e terá início em Outubro de 2012. Para fazer parte do projeto, os candidatos devem

ser detentores de diploma que confira grau de licenciado ou mestrado nas áreas de enge-nharia ou tecnologias de infor-mação, ter domínio da língua inglesa, conhecimento da língua alemã e estarem total-mente disponíveis para mobi-lidade internacional.

A Autoeuropa continua a apostar na formação para atrair talentos nacionais. O FEP é mais um projeto no âmbito dos programas quali-ficantes que a Volkswagen Autoeuropa tem abraçado nos últimos anos.

Porto de Sines quer ferroviaA ADMINISTRAÇÃO do

Porto de Sines (APS) parti-cipou no Fórum de Discussão “A Euroace e a Ligação Ferro-viária de Mercadorias Sines-Caia-Madrid-Paris” que teve lugar em Vendas Novas, no passado dia 21 de Junho.

No encontro foi debatida a importância do eixo ferro-viário de mercadorias entre o Porto de Sines, Espanha e resto da Europa. Neste âmbito, a APS focou a sua intervenção na valorização da existência de uma ferrovia para a sua infra-estrutura portuária assim como para toda a plata-forma industrial e logística em que está inserida, a qual

é uma referência, consti-tuindo-se como «a maior plataforma ferroviária de mercadorias no nosso país», enfatizam os seus responsá-veis.

A APS destacou ainda que, dada a «evolução que o Porto de Sines tem registado nos últimos anos, assim como a perspectiva de movimentação de carga prevista», assume-se «fundamental» a existência de um corredor ferroviário que permita estender, «de forma ainda mais competi-tiva, a área de influência deste porto ao centro da Península Ibérica e, posteriormente, ao resto da Europa».

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DEPOIS de ter recebido o apuramento olímpico para os 10 quilómetros de águas abertas, o rio Sado volta a viver as emoções da natação pura, mas desta vez na vertente amadora.

As inscrições para a prova “Baía do Sado a Nado”

já estão abertas para atletas não federados e simpati-zantes da natação com idades entre os 18 e os 70 anos.

A prova com cerca de dois quilómetros e meio disputa-se entre a baía da Gávea e o Parque Urbano de Albarquel, tem lugar no próximo dia 21 de Julho a partir das 15 horas e está incluída no programa dos Jogos do Sado.

Os participantes, que percorrem um trajeto, a favor da maré, são repartidos pelos escalões dos 18 aos 30 anos, dos 31 aos 40, dos 41 aos 50 e dos 51 aos 70 anos.

15S á bado | 3 0. Ju n . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

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Arranca este sábado, na frente ribeirinha da Moita o Troféu de Canoagem S. Pedro 2012. Este ano, a prova é orientada para os escalões de formação na modalidade de canoagem, na vertente de Esperanças, com jovens masculinos e femininos dos 9 aos 16.

Atletismo junta centenas em Santiago Cerca de 200 atletas estão já inscritos para o 6º. Grande Prémio de Atletismo “Nossa Sr.ª do Livramento” de S. Francisco da Serra, marcado para 7 de Julho. A prova, com partida e chegada em S. Francisco da Serra, tem um percurso de 9 km.

Sesimbra mergulha pela inclusão no desporto

Um Mar Para Todos é a proposta da DDI Portugal, para as come-

morações do seu II aniver-sário, marcado para este sábado, em Sesimbra.

A vila ‘pexita’ recebe, assim, pela segunda vez consecutiva, o evento que tem como objectivo promover o mergulho com pessoas portadoras de deficiência como um pacote de actividades de excelência na inclusão social e reabilitação.

Durante esta tarde serão realizadas diversas actividades, na Praia do Ouro, ligadas ao mar e à praia como o mergulho, o voleibol sentado, o ténis de praia, o surf e o boccia. As actividades serão dina-mizadas pela DDI Portugal em parceria com a Escola de Mergulho Haliotis, com

a FPDD (Federação Portu-guesa de Desporto para Deficientes) e o Surf Club de Sesimbra (SCS) e estarão abertas a todas as pessoas, com ou sem defi-ciência.

O representante da DDI Portugal, Paulo Guerreiro, realça que a escolha de Sesimbra deve-se «às condições excepcionais de mar e acessibilidade», no entanto, lamenta, «os apoios que aqui encon-tramos são praticamente nulos».

Condições do marfazem a diferença

Ainda assim, as expec-tativas são grandes, pois, considera que a presença do secretário de Estado dos Assuntos do Mar neste aniversário «vem

aumentar a nossa respon-sabilidade e, ao mesmo tempo, um indicador de que o trabalho temos vindo a desenvolver não passa despercebido».

Ao longo destes dois anos, a DDI Portugal tem vindo a ganhar não só adeptos como amigos. Um grupo que se solidifica aos poucos, não só em Portugal como no mundo inteiro. Flemming Thygue, vice-presidente da DDI estará uma vez mais em Portugal para comemorar este aniversário com a equipa que considera «um grande exemplo a nível mundial».

Os portugueses «são mencionados em todas as feiras e congressos onde estamos presentes como sendo um caso de sucesso», remata.A DDI Portugal tem escolhido a vila de Sesimbra para as suas mais variadas iniciativas

A prova percorre 2,5 quilómetros

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Meyong de verde e branco até 2014

Sado volta a viver emoções da natação

Azeitão com pentatlo moderno

MEYONG, o avançado internacional camaronês, renovou esta semana o contrato que o liga ao Vitória de Setúbal por mais duas temporadas, ficando vincu-lado ao clube sadino até junho de 2014.

O avançado de 31 anos é um dos jogadores mais acari-nhados pela massa associa-tiva do Vitória e é um dos nomes mais sonantes no plantel de José Mota.

Em comunicado, a SAD do Vitória de Setúbal enal-teceu «a postura do jogador ao longo de todo o processo negocial» já que, embora tivesse recebido propostas mais vantajosas do ponto de vista financeiro «optou por continuar a defender a cami-sola centenária do Vitória FC.»

No sentido de preparar a próxima época e com o objectivo de aumentar as opções de escolha de José

Mota, o clube sadino assinou contrato também com dois jogadores oriundos das camadas de formação do clube. Kiko, de 19 anos, cele-brou o seu primeiro contrato de jogador profissional de futebol, estando agora vincu-lado ao Vitória até 2015. Também o defesa central Miguel Lourenço, de 20 anos, renovou até 2014. A época passada o jogador esteve cedido ao Casa Pia.

PERTO de centena e meia de atletas, com idades entre os 6 e os 16 anos, participam numa competição interna-cional de pentatlo moderno, a realizar no dia 15 de julho, em Azeitão.

A “X Copa Atlântica/Campeonatos Nacionais da Juventude” contempla as disciplinas de natação e combinado (tiro e corrida).

A competição conta com a participação de perto de duas dezenas de atletas ingleses de North Kent e, previsivelmente, com despor-tistas da Federação Catalã de Pentatlo Moderno.

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Câmara de Setúbal ‘visitada’ por técnicos da TroikaA Câmara Municipal de Setúbal recebeu na passada quarta-feira uma delegação do Ministério das Finanças, composta, entre outras entidades, por técnicos das instituições que compõem a Troika. A reunião foi pedida à autarquia para debater a dificuldade de aplicação da Lei dos Compromissos nas autarquias locais. As conclusões da reunião entre ambas as partes não foram divulgadas ao Semmais, embora uma fonte da autarquia garanta que a delegação «veio ouvir opiniões do executivo e de técnicos camarários».A autarquia sadina não foi a única na Área Metropolitana de Lisboa (AML) a receber a visita da delegação do Ministério das Finanças. O Semmais sabe que a delegação reuniu também com as câmaras municipais de Sintra e de Vila Franca de Xira, duas das maiores autarquias na AML a gerir orçamentos anuais elevados. Contactadas, fontes das câmaras do Seixal e de Almada afirmaram, por seu lado, desconhecer a presença da delegação nas suas instalações recentemente.

Avaliação de casas caiu no distritoO valor médio de avaliação bancária, realizada no âmbito da concessão de crédito à habitação, fixou-se em 952 euros por metro quadrado em Maio, no distrito de Setúbal. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE). Face ao mês anterior (Abril) registou-se um decréscimo de 1,7%. Comparativamente com período homólogo verificou-se uma quebra de 8,5%. O preço dos apartamentos fixou-se nos 946 euros metros quadrados, menos 2,5% do que no mês de Abril. C o m p a r a t i v a m e n t e com igual mês de 2011 registou-se uma quebra de 10%.O valor das moradias foi de 957 euros por metro quadrado, menos 0,9% do que no mês anterior e menos 7,4% do que em período homólogo.

A fechar

Conferência do Semmais juntou mais de 20 palestrantes e centena e meia de participantes

Assunção Cristas mostra ‘caminhos agrícolas’ para o país e região

A MINISTRA da Agricul-tura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, enalteceu, quarta-feira, as potencialidades dos vinhos da região na produção nacional e de outros cluster’s que apostam na dife-renciação, de que são exemplo os queijos, a maçã-riscadinha, a doçaria e a gastronomia.

Presente na sessão de aber-tura da conferência organizada pelo Semmais, em Palmela, subordinada ao tema “Novos

Caminhos para o Cluster Agrí-cola no Distrito de Setúbal”, Assunção Cristas garantiu que dentro de seis a sete anos o deficit no sector agrícola, calcu-lado em cerca de 3 mil milhões de euros, «vai ser desfeito», reafirmando que a agricultura tem «um papel relevante a desempenhar na transfor-mação estrutural» da economia portuguesa.

Intervenção muito pragmática

A intervenção da ministra versou todas as questões ligadas directamente ao desenvolvimento do sector e das suas fileiras, prome-tendo «vantagens» na revisão da PAC, e uma determinada «limpeza» nos programas de financiamento, nomeada-mente do PRODER. Deu números, exortou os produ-tores ao associativismo, fez críticas ao sector dos seguros, que «não cobrem os preju-ízos» de quem trabalha a

terra, e disse estar empenhada em fomentar a atracção de jovens para a actividade agrí-cola.

Igualmente presente na abertura dos trabalho, que juntou mais de duas dezenas de palestrantes e cerca centena e meia de partici-pantes, no conjunto das sessões, Ana Teresa Vicente, a edil anfitriã, não se escusou a afirmar que a «sustentabi-lidade da região discute-se numa época de desafios para

o poder local», mas afiançou grandes expectativas no «desenvolvimento rural como parte integrante do terri-tório».

A fechar os trabalhos, o director regional da Agricul-tura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, Nuno Russo, enfa-tizou a necessidade de os produtores ganharem escala, reafirmando a agricultura da região «como um sector gerador de riqueza e emprego».

A 15 de Junho a seca agravou a sua intensidade em particular nas regiões do Sul, face a 31 de Maio, revela o rela-tório do Instituto de Meteo-rologia. O distrito estava em seca extrema. A 15 de Junho, «não se verificou a ocorrência de precipitação em quase toda a região do Sul, sendo o valor médio da quantidade de preci-

pitação ocorrida no território continental de 7.8 milímetros, valor inferior ao valor médio 1971-2000 (32.2 mm) para este mês»., refere o IM.Tendo em conta que o mês de Junho é caracterizado por valores médios mensais da quan-tidade chuva baixos, será mais provável a continu-ação da situação de seca.

O RESTAURANTE social da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na Diocese de Setúbal, debate-se com um aumento de pedidos e a sua capacidade de resposta tem vindo a diminuir, revelou o pároco local à agência Ecclesia.

O espaço, que esta

semana assinala o primeiro ano de existência, passou das 94 para 56 diárias afirma o padre Constan-tino Alves.

As razões para este decréscimo na ajuda social estão, segundo o sacerdote, na falta de apoios das enti-dades oficiais: «Até hoje não recebemos um

cêntimo, nem da Segurança Social nem do Governo nem da câmara nem da junta de freguesia», afirma.

Sendo um complemento «àquilo que eles não fazem», os poderes insti-tuídos tinham «obrigação de ajudar», acrescenta o religioso da Congregação dos Filhos da Caridade.

Seca extrema na região Nova restaurante social N.ª Senhora da Conceição não tem mãos da medir

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