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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
01. Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica
Título: FÁBULA: UMA PROPOSTA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO NO 2º ANO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES
Autor
Rute Marques Gonçalves
Disciplina/Área
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do projeto e sua localização
Col. Est. Pedro V. Parigot de Souza
Município da escola
Marialva
Núcleo Regional de Educação
Maringá
Professor orientador
Prfª. Dra. Claudia Valéria Doná Hila
Instituição de ensino superior
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Resumo
Este trabalho com o gênero fábula visa
desenvolver a habilidade de letramento ligada
à leitura e à escrita por meio de uma
pedagogia que busca valorizar o
conhecimento de vida dos alunos. Assim a
escolha desse gênero para ser trabalhado
com os alunos do 2º ano do Curso de
Formação de Docentes deve-se ao seu
caráter didático e moralizante que gera
possibilidades de discussão de “verdades”
contidas na fábula, levando ao educando o
exercício da reflexão e do senso crítico. Para
isso apresentamos um material didático que
consiste em uma sequência didática
constituída em uma produção inicial, seis
oficinas e uma produção final que promove o
estudo sobre a estrutura da fábula que tem
servido a muitas versões e reescrituras, como
também sua exploração como objeto de
reflexão e julgamento de comportamentos
sociais adequados ou inadequados. Com as
fábulas A gansa dos ovos de ouro – Esopo, A
galinha dos ovos de ouro – Monteiro Lobato,
A galinha dos ovos de ouro – Millôr
Fernandes e O homem e a galinha – Ruth
Rocha, busca-se levar aos alunos a
experenciação de leitura e a prática de escrita
e, também, desenvolver sua competência
textual por meio de sua estrutura e sua
natureza simbólica.
Palavras-chave
Competência textual, letramento, habilidade de leitura.
Formato do material didático
Sequência Didática
Público alvo
Alunos do 2º ano do Curso de Formação de Docentes
02. APRESENTAÇÃO
Prezado cursista:
Você já deve ter lido ou ouvido uma história curta em que os personagens geralmente são animais que falam, sentem paixões e etc., o que indicam a personificação dos seres humanos. É a fábula.
Apesar de serem muito antigas as fábulas constantemente são revisitadas, lidas e reescritas, pois seu conteúdo moral ensina e alerta sobre acontecimentos da vida real que ironizam ou criticam comportamentos humanos. É uma narrativa sobre estratégias discursivas do ser humano que mascaram seus propósitos, encobrem suas intenções, alterando assim o significado de seus atos. Essas reescrituras podem ser adaptadas a qualquer leitor ou escritor sobre a premissa de que sejam seres sociais mais críticos e reflexivos de seus atos.
Despertar na criança o interesse para o aprendizado e lidar com a diversidade em sala de aula é desafio diário para professores compromissados com a formação de cidadãos ativos e conscientes, que atuem produtivamente dentro da sociedade moderna, deu sentido a esse estudo sobre a importância da fábula como recurso didático para a formação de valores nas crianças enfatizando a valorização da transmissão, construção e reconstrução de conhecimentos, formação de atitudes e valores através do processo ensino e aprendizagem de maneira significativa.
Portanto, o gênero textual fábula pode ser utilizado como alternativa metodológica que permite esclarecer “uma verdade” com a finalidade de ensinar com a moral implícita nesse gênero contribuindo, assim, para a formação do caráter e da conduta das crianças dentro e fora da sala de aula.
Para que você aprimore seu conhecimento sobre o gênero fábula analisaremos neste trabalho o texto intitulado “A gansa dos ovos de ouro”, de Esopo; outros dois intitulados “A galinha dos ovos de ouro”, dos autores Millôr Fernandes e Monteiro Lobato e ainda “O homem e a galinha”, de Ruth Rocha.
Por meio de uma sequência didática composta por produção inicial, seis ofcinas e produção final levantaremos as diferenças na narrativa, classificando a relação intertextual, apresentando um quadro comparativo do enredo, dos personagens, da gansa e da galinha dos ovos de ouro, dos ovos de ouro, a interação com o fato, a morte da gansa e da galinha, a moral da fábula, das figuras e temas apresentados. Mostraremos também, neste trabalho, a presença dessa fábula na cultura, demonstrando sua atualidade e adaptabilidade nas reescrituras.
E então, prontos para confabular?!
03. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Para o desenvolvimento deste trabalho pedagógico apresentamos um
material didático que consiste em uma sequência didática constituída em uma
produção inicial para verificar o que o aluno já conhece; seis oficinas que
promovem o estudo sobre a estrutura composicional do gênero fábula e
interpretação das fábulas: A gansa dos ovos de ouro – Esopo, A galinha dos ovos
de ouro – Monteiro Lobato, A galinha dos ovos de ouro – Millôr Fernandes e O
homem e a galinha – Ruth Rocha, através do qual busca-se levar aos alunos a
experenciação de leitura e a prática de escrita e, também, desenvolver sua
competência textual por meio de sua estrutura e sua natureza simbólica, assim
como sua exploração como objeto de reflexão e julgamento de comportamentos
sociais adequados ou inadequados. E para finalizar, faremos uma produção
textual com a qual montaremos um fabulário no pátio da Escola que poderá ser
visitado por toda comunidades escolar.
04. Sequência Didática
“Ser professor não é apenas ensinar, ser professor é acender a luz que
guiará os passos de um ser humano por toda sua infância, adolescência até
a fase adulta, e somente está luz poderá guiá-lo por entre as ciladas e
adversidades que o mundo nos apresenta dia a dia”
PRODUÇÃO INICIAL
Objetivo: averiguar o que os alunos já conhecem sobre o gênero fábula
RELEBRANDO O GÊNERO FÁBULA
As narrativas fabulosas eram tradicionalmente orais e não se sabe ao
certo quem as criou, mas sabe-se que sempre acompanharam o ser humano em
sua evolução social, estimulando sua imaginação e criando em sua mente,
pessoas, lugares e acontecimentos fictícios que o transportam para um mundo de
sonhos. Assim, através da voz, realizou-se a transmissão e aquisição de
conhecimentos e consequentemente a aquisição de cultura.
O gênero literário fábula se encontra presente em todos os períodos
históricos e, ao contrário do que se pensa, não são historietas banais e ingênuas.
Sua universalização se deve a sua ligação com a sabedoria, popular, servindo
para criticar vícios ou ressaltar virtudes terminando com uma lição de moral, onde
o “certo” deve ser copiado e o “errado” evitado.
As fábulas possuem uma ótima relação com a filosofia, pois ensinam
as pessoas a pensar, refletir e criticar os vícios, estimulando as pessoas a ler e a
escrever melhor. Elas ensinam e estimulam os alunos, através do comportamento
irônico, engraçado, estúpido e frágil dos animais bons e maus.
Agora, vamos ler algumas fábulas, principalmente as mais conhecidas,
como “O lobo e o cordeiro”, A cigarra e a formiga, “A raposa e as uvas”,O leão e o
ratinho”..., objetivando relembrá-las. Então, utilizando a variedade linguística
padrão, escreva uma fábula baseando-se na seguinte frase como ideia
principal:
Quem tudo quer tudo perde
A finalidade dessa produção é saber o que você conhece sobre a
composição desse gênero textual para ajustar os trabalhos pedagógicos de modo
a superar suas dificuldades.
Oficina 01
Objetivo: reconhecer e diferenciar os gêneros textuais conto, fábula,
parábola, apólogo e crônica.
Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Situações diversas, finalidades diversas, diferentes gêneros. Não importa qual o gênero, todo texto pode ser analisado sob três características:
o assunto ou tema: o que pode ser dito através daquele gênero;
o estilo: as palavras, expressões, frases selecionadas e o modo de organizá-las;
o formato: a estrutura em que cada agrupamento textual é apresentado.
Gênero Textual ou Gênero de Texto se refere às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, narrativa, etc. Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado do conto e da fábula, vamos também identificar a parábola, o apólogo e a crônica. Quanto à forma ou estrutura, podemos classificá-los dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e estilos composicionais:
Conto – são histórias inventadas por alguém. O Conto contém apenas um único
drama, um só conflito. Esse drama único pode ser chamado de “célula dramática”.
Uma célula dramática contém uma só ação, uma só história. No conto não
importa muito o passado, nem o futuro dos personagens, pois isso é irrelevante
para o contexto do drama, objeto do conto. O espaço da ação é restrito. A ação
não muda de lugar e quando eventualmente muda, perde dramaticidade. O
objetivo do conto é proporcionar uma impressão única no leitor.
Os contos tradicionais são aquelas histórias que ninguém sabe ao certo quem
inventou e que são transmitidas de geração em geração e muitas vezes ficam
conhecidas por algum autor que criou a sua versão da história e a reinventou.
Caracteristicamente os contos envolvem algum tipo de magia,
metamorfose ou encantamento, onde animais falantes são muito comuns.
Vamos acessar o link abaixo e ler o conto A noite em que os hotéis
estavam cheios, de Moacyr Scliar, autor de dezenas de romances, crônicas,
contos, literatura infantil e ensaios que são marcados pelo flerte com
imaginário fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã, e refletir
sobre suas características:
Disponível em: http://www.releituras.com/mscliar_noite.asp
- Quem são os personagens?
- De onde vieram?
- Qual é o espaço?
- Qual é o drama ou a célula dramática?
- Por que esse texto é um conto?
- Qual a finalidade desse tipo de texto?
- Para que lemos esse tipo de texto?
Fábula – texto literário muito comum na literatura infantil. Com linguagem
simples tem como diferencial o uso de personagens animais com características
humanas. Nela é feita uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida
pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade
estabelecida. O fato narrado é algo fantástico, inusitado. Fabular = criar, inventar,
mentir.
Vamos ler a fábula A cigarra e a formiga editada por Jean de La Fontaine
disponível em: http://fabulasinfantis.blogs.sapo.pt/902.html
Reflexão sobre o texto: 1- Quem são os personagens? 2- Como se comportam a Formiga e a Cigarra? 3- Onde vivem? 4- A moral da é adequada ao contexto? sua casa. 5- Você concorda que o texto possui características fabulosas? 6- Qual a finalidade de uma fábula?
Parábola - narração alegórica que se utiliza de situações e pessoas para
comparar a ficção com a realidade e transmite, assim como a fábula uma lição
de sabedoria . A parábola transmite uma lição ética através de uma prosa
metafórica, de uma linguagem simbólica e diferencia-se da fábula e do Apólogo
por ser protagonizada por seres humanos. Gênero muito comum na Bíblia, pelo
qual Jesus fazia seus ensinamentos.
Vamos ler a Parábola A verdade e a parábola, (conto judaico) que
nos mostra que a verdade “nua” e “crua” não agrada às pessoas disponível
em: http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/2358267
01- Como a Verdade visitava os homens? 02- Os homens gostavam quando viam a Verdade? 03- A Verdade se sentia como perante a reação dos homens? 04- Ao encontrar a Verdade, Parábola deu-lhe um conselho. O que ela aconselhou? 05- Como os homens passaram a reagir na presença da Verdade de vestes novas? 06- Que elementos característicos da Parábola podemos encontrar no texto lido? (Cenário, personagens, situação do dia-a-dia, ação, resolução, ensinamento) 07- Qual a finalidade de uma parábola?
Oficina 02 Objetivo: reconhecer os gêneros textuais apólogo e crônica
Apólogo – ilustra um ensinamento de vida através de situações semelhantes às
reais, envolvendo pessoas, objetos ou animais, seres animados ou inanimados.
Têm o objetivo de atingir os conceitos humanos de forma que os modifique e
reforme, levando-os a agir de maneira diferente. Os exemplos são utilizados
para ajudar a modificar conceitos e comportamentos humanos, de ordem moral e
social. Diferencia-se da fábula por se concentrar mais em situações reais,
enquanto a fábula dá preferência a situações fantásticas e da parábola por ela
trata de questões religiosas e lições éticas. O apólogo fala de qualquer tipo de
lição de vida, mesmo que não seja aquela que é adotada pela maioria como a
maneira correta de agir.
Para compreender melhor vamos ler Um Apólogo, de Machado de Assis disponível em: http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp Vamos fazer algumas considerações sobre o texto: 1-Qual a sinopse do texto?
2- Qual a finalidade do texto?
3- Façam uma análise sobre a postura do alfinete.
4- O que se pode entender por “professor de melancolia”?
5- O que o “professor de melancolia” quis dizer?
Crônica- a crônica é um gênero que oscila entre a literatura e o jornalismo,
resultado da visão pessoal, particular, subjetiva do cronista ante um fato qualquer,
colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. É uma produção curta, redigida
numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase
sempre explora a humor; mas às vezes diz coisas sérias por meio de uma
aparente conversa – fiada. Noutras, despretensiosamente faz poesia da coisa
mais banal e insignificante. Registrando o circunstancial do nosso cotidiano mais
simples, acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade, ironia,
crítica e poesia, o cronista, com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão
mais abrangente que vai muito além do fato; mostra –lhe, de outros ângulos, o
sinal de vida que diariamente deixamos escapar.
Um rápido confronto entre conto e crônica
A crônica relata um breve momento do cotidiano de uma ou mais
personagens e o que a diferencia do conto é o tempo, a apresentação da
personagem e o desfecho. No conto, as ações transcorrem num tempo maior:
dias, meses, até anos, o que não se dá na crônica, que procura captar um lance
curioso, um momento interessante, triste ou alegre. No conto, a personagem é
analisada e/ou caracterizada, há maior densidade dramática e frequentemente um
conflito, resolvido em desfecho. Na crônica, geralmente não há desfecho, esse
fica para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões. Uma das finalidades da
crônica é justamente apresentar o fato, nu, seco e rápido, mas não concluí-lo. A
possível tese fica a meio caminho, sugerida, insinuada, para que o leitor reflita e
chegue a ela por seus próprios meios. É essa, muitas vezes, a finalidade da
crônica e a intenção do cronista. Seu texto não tem resolução, não tem moral
como na fábula, é aberto para que cada leitor crie o final que melhor desejar. O
cronista, no fundo, deseja que seu leitor seja um co-autor.
Encontramos um número expressivo de crônicas voltadas para o
público infantil que são textos engraçados e curtos que, com humor, abordam
temas relacionados à infância como situações em família, na sala de aula, com
animais de estimação. Podemos encontrar também reescrituras dos tradicionais
contos infantis em forma de crônicas modernas.
Analisaremos a seguir a crônica A Professora de Desenho no
objetivo de ampliarmos ainda mais os conhecimentos. Faça a leitura
acessando: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/professora-desenho-
634209.shtml
Quem são os personagens?
A crônica foi construída a partir de que fato? Ele pode ser considerado um
fato do cotidiano?
A linguagem utilizada é clara? O autor conseguiu transmitir emoções?
Há críticas ou opiniões sobre algum(s) tema(s)? Que tema(s)?
Ficou explícito ou não o motivo pelo qual a Andreia não deu mais aulas de
desenho?
Como você percebeu, podemos identificar todos os elementos que
acabamos de conhecer através desta crônica, não é verdade? Agora é bem
provável que você saiba reconhecê-los facilmente!!! Também é provável que
você possa, devido às sua características, reconhecer os gêneros textuais
aqui estudados!!!
Para ver se você realmente aprendeu, preencha o quadro abaixo:
GÊNERO CONTO FÁBULA APÓLOGO CRÔNICA PARÁBOLA
Temas
Finalidade
Tipos de
personagens
Destinatários
Oficina 03
Objetivo: compreender como se compõe o tema no gênero fábula
Você já aprendeu que os textos que encontramos em nosso cotidiano
apresentam características definidas por conteúdos, propriedades funcionais,
estilo e composição que designam a que gênero textual eles pertencem.
Assim, o gênero textual fábula distingue-se de outros gêneros por
apresentar narrativa curta; ter animais com características humanas; transmitir
lição de moral que reproduz um provérbio ou um ditado popular que revela sua
vocação à tradição oral, uma vez que a faculdade humana de reter na memória
tudo que é enunciado pela voz já representou a mais alta forma de preservação
da cultura e a única fonte de aquisição e transmissão do conhecimento.
De caráter universal a fábula se encontra presente em praticamente
todas as culturas humanas e em todos os períodos históricos e isso se deve à sua
ligação muito íntima com a sabedoria popular. De fato, a fábula é uma narrativa
que serve para ilustrar algum vício ou alguma virtude e termina com uma
lição de moral. Seu plano de leitura é sempre relativo à vida dos seres humanos.
É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de
se explorar um assunto ou tema. É interessante, principalmente para as crianças,
pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que
percebam.
Tema
O que é exatamente essa coisa indescritível chamado tema?
Tema são palavras ou expressões que servem para revestir as
estruturas mais abstratas do texto. Interpreta e explica os fatos que ocorrem e
tudo aquilo que existe no mundo. Indica de que se está falando e escrevendo,
sobre o que se está lendo. Possibilita cumprir o papel da escola, de formadora de
conhecimentos socialmente relevantes e abre espaço para a valorização das
culturas, respeitando sua diversidade.
O tema de uma fábula é a sua moral. O tema de uma parábola é o
seu ensino. O tema de uma peça de ficção é a sua visão sobre a vida e como as
pessoas se comportam.
Na ficção, o tema não tem a intenção de ensinar ou pregar. Na
verdade, não é apresentado diretamente em tudo. Pode-se extraí-lo dos
personagens, ação e definição que compõem a história. Em outras palavras, você
deve descobrir o tema mesmo.
Mas, como encontrar o Tema?
Para chegar ao tema geral do texto, é preciso ver o entrelace dos
diferentes temas disseminados ao longo do texto. Aqui estão algumas maneiras
para descobrir o tema em uma história:
a- Confira o título. Às vezes, ele diz muito sobre o tema;
b- Observe padrões e símbolos. Às vezes estes podem levar para o tema;
c- Que alusões são feitas ao longo da história?
d- Quais são os detalhes e particularidades da história? Quais os significados
que eles podem ter?
Lembre-se que o tema, enredo, e estrutura são inseparáveis, todos
ajudando a informar e refletir sobre o outro. Além disso, o leitor deve estar ciente
de que um tema nunca explica completamente a história. É simplesmente um dos
elementos que constituem o conjunto.
Vamos ler e analisar a fábula A gansa dos ovos de ouro, de Esopo o
mais famoso autor de fábulas que viveu na Grécia Antiga entre os séculos VII e VI
antes de Cristo. Era um grande contador de histórias, porém não deixou nenhuma
escrita. Suas histórias foram registradas de forma literária bem mais tarde por
outros autores. O mais importante deles foi o romano Fedro (15 a.C. – 50 d.C.).
A gansa dos ovos de ouro
Um homem e sua mulher tinha a sorte de possuir uma gansa que todo
o dia punha um ovo de ouro. Mesmo com toda essa sorte, eles achavam que
estavam enriquecendo muito devagar, que assim não dava. Imaginando que a
gansa devia ser de ouro por dentro, resolveram matá-la e pegar aquela fortuna
toda de uma vez. Só que, quando abriram a barriga da gansa, viram que por
dentro ela era igualzinha a todas as outras. Foi assim que os dois não ficaram
ricos de uma vez só, como tinham imaginado, nem puderam continuar recebendo
o ovo de ouro que todos os dias aumentava um pouquinho sua fortuna.
Moral: Não tente forçar demais a sorte.
(Fábulas de Esopo. Compilação de Russell Ash e Bernard
Higton.Tad. Heloisa Jshn.SP.:companhia das Letrinhas,1994)
Atividades
01 – Os personagens fabulosos quase sempre são animais. Quem são os
personagens dessa fábula. A galinha contribui para o desenvolvimento do
enredo?
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02- Se a galinha proporcionava um ovo de ouro por dia a seus donos, eles
poderiam ser considerados pessoas ricas? Por que, então eles sacrificaram o
animal?
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03 – Há na fábula alguma palavra ou expressão que indica onde e quando
ocorreram os fatos?
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04 – Comparando a fábula com outros textos lidos anteriormente: ela é uma
narrativa longa ou curta? Quantos parágrafos há no texto?
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05- Qual a relação da moral com a narrativa contada?
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06- O tema dessa fábula ilustra:
( ) uma virtude.
( ) dá uma lição de moral.
( ) critica um vício.
Ampliando o conhecimento
Esopo foi um escravo que viveu na Grécia há uns 3000 anos.
Tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma delas
com um sentido, um ensinamento e que mostram como proceder com
inteligência.
As fábulas de Esopo desvendaram a base da cultura grega e fazem
parte da cultura dos povos ocidentais até hoje sendo constantemente retomadas
tanto no âmbito literário como nas demais esferas discursivas.
Ao analisarmos sua fábula, “A gansa dos ovos de ouro”, percebemos
que sua argumentação se constrói apresentando a relação de posse
estabelecida entre os personagens e a presença do maravilhoso “uma gansa que
punha ovos de ouro”; na decisão de matar a gansa por achar que dentro dela
havia muitos ovos e no resultado final, quando descobre que por dentro a ela era
igual as outras. A fábula é finalizada com uma moral em destaque: Não tente
forçar demais a sorte.
O uso do maravilhoso, uma gansa com o dom de botar ovos de ouro,
traz o mote que conduz à lição de moral, que alerta, aconselha, critica o
comportamento humano dominado pela ambição e querer enriquecer
rapidamente, acaba por perder tudo até “o pequeno lucro”.
Oficina 04
Objetivo: conhecer o contexto de produção da fabula.
É necessário que você tenha bem claro que um texto é formado por
palavras que se relacionam formando frases coesas de sentido completo. E, todo
texto tem um leitor em potencial que é determinado pela época e local em que foi
escrito; possui um autor que tem intenções para sua escrita e é produzido tendo
em vista o veículo em que irá circular. Tudo isso forma o contexto de produção.
As fábulas são produções antigas contadas às pessoas para
transmitir-lhes ensinamentos, orientá-las a como melhor pensar e se
comportar na sociedade em que viviam. Há referências a elas em textos de 2000
a.c. e é grego o primeiro fabulista de renome: Esopo, escravo que teria vivido em
meados do século VI a. c. Quem conta ou escreve uma fábula tem alguma
intenção, seja de ensinar, aconselhar, convencer, divertir, seja de criticar e,
ou até fazer alguém desistir de um ato ruim.
O prestígio das fábulas nunca decaiu. No passado constituíam a
literatura oral de muitos povos e eram transmitidas de boca a boca, de geração
em geração; eram narradas em locais públicos, como praças, festas populares
ou salões de baile da época; só bem depois foram registradas por escrito. No
século XVII, escritores como La Fontaine, criaram novas fábulas ou recontaram
antigas, em versos ou em pequenos contos em prosa. Monteiro Lobato, nos anos
trinta, reescreveu muitas fábulas por meio da turma do Sítio do pica-pau-
amarelo. E, mais recentemente, inúmeros escritores se ocuparam da arte de
atualizar essas histórias
(In: Sete faces da fábula. Org. Márcia Kupstas,1.ed. São Paulo,
Moderna, 1992).
Ao produzir sua fábula, o emissor deve considerar os elementos do
contexto de produção, cf. Saito e Nascimento (2005, p.14):
1. A esfera da comunicação: cenário ou formação social na qual o texto se
localiza (Mídia, Literatura, Família, Igreja, Escola, etc.);
2. A identidade social dos interlocutores: o lugar social de onde falam os
parceiros da interação, isto é, o texto além de ter um emissor que é a pessoa
que produz e um receptor a que recebe, também apresenta posições sociais
por eles desempenhadas ( uma pessoa pode ocupar a função de médico, de
pai de família, de presidente de um clube esportivo e de membro de uma
torcida organizada. A essas posições sociais damos o nome de status);
3. Finalidade: objetivo ou intuito discurso da interação;
4. Concepção do referente: o conteúdo temático, o referente de que se fala;
5. Suporte material: as circunstâncias físicas em que o ato da interação se
desenrola (livro didático, out-door, jornal-online, oral ou escrito);
6. A relação interdiscursiva: o modo com se dá o diálogo entre as vozes que
circulam no texto (que vozes são essas? Da dona da casa? Do vendedor? Do
político? Da criança?)que falam em certas passagens do discurso (das
diferentes esferas), as vozes que emergem e se confrontam no texto. Talvez
para as séries iniciais esse será um dos aspectos de maior dificuldade do
professor, mas que pode ser possível de ser colocado em sala com a devida
ajuda de professores formadores.
Atividades
Vamos ler agora a fábula A galinha dos ovos de ouro recontada por
Monteiro Lobato (1882 – 1948). Em 1922, em Fábulas, Lobato reconta várias
fábulas de Esopo, Fedro e La Fontaine, de modo comentado e crítico, além de
apresentar algumas de sua própria autoria, empenhado em criar uma literatura
brasileira voltada para crianças e jovens. Um livro encantador onde o gênio dos
velhos fabulistas é singularmente realçado pelos diálogos entre os meninos, que a
inventiva de Lobato vai criando com a maior agudeza e frescura.
(cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br)
Disponível em: http://textosmudo.blogspot.com.br/2009/10/galinha-dos-
ovos-de-ouro.html
ATIVIDADES
01 – Como agem os personagens da narrativa?
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02 – Ser impaciente, muitas vezes, provoca sérias consequências. Como você
julga as atitudes dos personagens e como agiria se estivesse no lugar de João?
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03 – Como personagens, como são retratadas a Galinha de Lobato e a Gansa de
Esopo?
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04 – Numere os parágrafos do texto. Quantos há? Em que essa narrativa de
Lobato difere da Gansa dos ovos de ouro de Esopo
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05 – De acordo com a fábula, complete o quadro abaixo:
Esfera da comunicação
Identidade social dos nterlocutores
Finalidade
Concepção do referente
Suporte material
Relação interdiscursiva
06 – Podemos dizer que a tanto a morte da Gansa como a morte da Galinha
tiveram as mesmas consequências para seus donos? Comente.
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07 – Quanto aos Ovos de ouro, qual sua significação nas duas fábulas?
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08 – A grande descoberta de João Impaciente foi uma galinha com ovos de ouro.
Na sua opinião, o que representa esses ”ovos de ouro” na história?
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Ampliando o conhecimento!!
Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor brasileiro. "O Sitio do
Picapau Amarelo" é uma de suas obras de maior destaque na literatura infantil.
Foi um dos primeiros autores de literatura infantil em nosso país e em toda
América Latina. Tornou-se editor, criando a "Editora Monteiro Lobato" e mais
tarde a "Companhia Editora Nacional". Metade de suas obras é formada de
literatura infantil.
Lobato ostensivamente revelava, em seus livros, as influências que
recebeu diretamente dos autores de obras infantis, desde os fabulistas clássicos,
como Esopo e La Fontaine, aos personagens dos desenhos animados que
então surgiam nas telas do cinema, como Popeye e sua trupe, o Gato Félix e
outros.
O texto “A galinha dos ovos de ouro” de Monteiro Lobato está no
livro Fábulas, onde os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo, de uma outra
história, ouvem e comentam entre si. Quanto ao enredo, Lobato centraliza a
narrativa na figura do dono da galinha e na descoberta do ovo de ouro, com as
mesmas consequências que tal fato acarreta na vida dos personagens de Esopo.
Porém temos na nomeação do dono da galinha, João Impaciente, sua
característica principal: a impaciência. Enquanto a gansa de Esopo punha todos
os dias o ovo de ouro a galinha lobatiana punha apenas um por semana e assim
que o descobre João Impaciente e sua mulher expressam imensa alegria e já se
consideram ricos, mas surge a impaciência a ganância que gera a busca por um
lucro rápido e, como a gansa de Esopo a galinha de Lobato tem uma morte rápida
o que a volta a uma vida medilcre. A moral vem explícita, tanto no texto original
quanto no texto de Lobato.
Oficina 05
Objetivo: Conhecer a estrutura composicional própria da fábula
Na fábula os acontecimentos são contados por um narrador e se divide
em duas partes: a narrativa propriamente dita, que é um texto figurativo, em que
os personagens são animais, homens, objetos, etc.; e a moral, que é um texto
temático que reitera o significado da narração, indicando a leitura que se deve
fazer dela. Trabalha a ilusão x realidade. Num primeiro momento afirma-se a
ilusão; num segundo momento nega-se a ilusão e depois, afirma-se a verdade.
Ao ler atentamente uma fábula, verificaremos que seu ensinamento
não está na moral, mas no fato de desnudar as estratégias de comunicação de
que se valem os homens ou então as contradições que permeiam a vida humana.
A fábula revela que o discurso é usado, muitas vezes não para desvendar a
realidade, mas para ocultá-la, revelando de maneira explícita o que as outras
narrativas revelam implicitamente: os expedientes discursivos utilizados para
lubridiar os outros, para fazer nossos atos parecerem o que não são, para
encobrir ou disfarçar nossas reais intenções. (Platão&Fiorin, 2007)
Para construir esse tipo de texto é necessário conhecer os elementos
da narrativa: enredo, personagem, espaço, tempo e narrador.
a- Enredo: conjunto de fatos que apresenta uma situação inicial onde
personagens e espaço são apresentados; quebra da situação inicial, onde
um acontecimento modifica a situação a situação apresentada;
estabelecimento de um conflito em que surge uma situação a ser resolvida
quebrando a estabilidade dos personagens e dos acontecimentos;
desenvolvimento onde se busca a solução do conflito; clímax – ponto de
maior tensão da narrativa e a conclusão com a solução do conflito com
final feliz ou não;
b- Personagem: ser fictício que é responsável pelo desenvolvimento do
enredo;
c- Espaço: lugar onde se passa a ação;
d- Tempo: constitui o pano de fundo para o enredo. A época da história nem
sempre coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita;
e- Narrador: elemento estruturador da história, que se apresenta em dois
tipos, identificados à primeira vista, pelo pronome pessoal usado na
narração – na primeira ou terceira pessoa do singular. O narrador em
primeira pessoa é aquele que participa diretamente do enredo como
qualquer personagem tendoE assim, seu campo de visão limitado. O
narrador em terceira pessoa é aquele que está fora dos fatos narrados e é
conhecido por narrador observador. Ele vê tudo e sabe de tudo.
Por ser curto, esse gênero narrativo tem o poder de prender a atenção,
de entreter e deixar uma mensagem, um ensinamento nos levando a dois
mundos: ao imaginário, ao fantástico e ao real, temático.
Estrutura composicional das Fábulas
1. Sua estrutura narrativa sempre se repete: Situação inicial Obstáculo Tentativa de solução Resultado final
2. Moral - linguagem temática, dissertativa que pode ser usada e analisada independentemente da fábula.
Vamos ler e analisar a estrutura da narrativa da fábula A galinha
dos ovos de ouro, reescritura de Millôr Fernandes disponível em:
http://academiaposmoderna.blogspot.com.br/2011/06/era-uma-vez-um-homem-
que-tinha-uma.html
Atividades
01-Quem são os personagens da fábula? Em que a galinha de Millôr se difere da
gansa de Esopo e da galinha de Monteiro Lobato?
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02-Comparando a fábula de Esopo e a fábula de Millôr Fernandes, a partir de que
ponto da narrativa, a história de Millôr apresenta uma nova versão?
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03-Tanto na fábula de Esopo como na de Millôr, os personagens perdem a fonte
de sua riqueza. Então, o que proporciona um final feliz, na fábula de Millôr?
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04-Há no texto em questão, uma expressão que apresenta imprecisão do tempo,
porém há uma frase que situa a história no tempo de hoje. Transcreva a
expressão e frase em questão.
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05-O narrador dessa história é personagem da narrativa ou um observador que
narra os fatos, segundo as formas verbais empregadas no texto? Justifique sua
resposta.
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06-Há dados ou elementos na narrativa que indicam onde ocorreram os fatos?
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07-Quanto ao enredo, Monteiro Lobato centraliza a narrativa na figura do dono da
galinha e a descoberta do ovo. Na narrativa de Millôr Fernandes acontece o
mesmo? Justifique sua resposta.
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08-Quando se estabelece o conflito e como ele é solucionado na história de
Millôr?
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09-Na fábula em análise, o ovo que a galinha bota diariamente é detalhado em
seus componentes. Transcreva esse detalhamento e justifique o porquê dessa
enfatização.
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10 – Na narrativa propriamente dita a estrutura sempre se repete em situação
inicial, obstáculo, tentativa de solução, resultado final e moral.
Analisando a estrutura da fábula em questão:
A – Qual é a situação inicial?
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B – Que fato ou obstáculo muda essa situação inicial?
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C – Como os personagens tentaram resolver o problema e qual foi o resultado
final?
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D – Na sua opinião, a moral da história é coerente com a narrativa? Comente.
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Ampliando o conhecimento
Millôr Fernandes – dono de uma vasta produção literária, o estilo de Millôr
advinha de uma atenção particular aos fatos cotidianos – interpretados sob a ótica
de um humor refinado – onde muitas vezes as formas e referências eram
retrabalhados para dar vazão ao discurso humorístico. No entanto, esse não era
sempre o seu foco; em certa ocasião, perguntado se gostaria de ser chamado de
humorista ou escritor, optou pelo último: “Ninguém é humorista o tempo todo. E
eu, na maior parte das vezes, não sei se estou escrevendo coisa engraçada ou
não engraçada.
Milton Viola Fernandes (Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1923 – 27 de
março de 2012) mais conhecido como Millôr Fernandes, foi desenhista,
humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e jornalista brasileiro. Dono de um estilo
singular, era visto como figura desbravadora no panorama cultural brasileiro: no
teatro, por exemplo, empreendeu uma revolução no campo da tradução de peças,
tanto era a diversidade e a personalidade que impunha aos trabalhos –
características que se manifestavam também em suas incursões como autor,
artista plástico, jornalista e pensador. Com a saúde fragilizada após sofrer um
acidente vascular cerebral no começo de 2011, morreu em março de 2012, aos
88 anos.
O texto estudado na oficina 04, “A galinha dos ovos de ouro” de Millôr Fernandes, está inserido no livro “Fábulas fabulosas”, que reúne divertidas fábulas criadas por esse consagrado jornalista e humorista carioca. Nessa fábula, os ovos de ouro, como na fábula esópica e na fábula de Lobato, despertam no homem a ambição pela riqueza fácil. A galinha de Millôr, desperta a atenção das multidões e tem atitudes que a personificam, chegando a pôr ovos diante das câmeras da TV Tupi para se aparecer. Mas, assim como a esopiana e a lobatiana, também é morta por seu dono, porém, não pelo mesmo motivo. Seu dono a mata não para enriquecer rapidamente, mas por desespero, já que a galinha havia parado de botar. Apesar de decepcionado por não encontrar sequer um ovo de ouro, soube aproveitar a fama que a galinha tinha lhe proporcionado e abriu um restaurante que lhe rendeu mais riqueza que os ovos de ouro.
Enquanto em Esopo a moral reforça a ideia de que a ambição leva à
perda total da riqueza, em Millôr esse sentimento leva o homem a se aproveitar
da situação para enriquecer, bem típico da sociedade atual em que as pessoas
gostam de levar vantagem em tudo. Enquanto Esopo e Lobato punem, Millôr
premia o homem com riqueza.
Assim como no texto de Esopo e Lobato, o texto de Millôr, apresenta
um homem, uma galinha que punha ovos de ouro, a ambição de enriquecer que
gera a morte da galinha, porém, seguindo uma nova argumentação, ele insere ao
texto elementos como a presença de humor, a presença da mídia, a
personificação da galinha, o desfecho inesperado e a moral irreverente que o
diferencia dos dois primeiros, situando-o nos tempos modernos e ressalta a busca
da fama e da riqueza como algo necessário em nossas vidas. Há o ensinamento
implícito de que a ambição não é pecado e quem sabe aproveitar as
oportunidades consegue progredir.
Oficina 06
Objetivos:
- Reconhecer as marcas de estilo do gênero fábula;
-Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de
personagens (dois pontos, travessão);
-Identificar e usar adequadamente os sinais de pontuação mais usuais (ponto, vírgula, ponto de interrogação) e compreender suas funções nos textos (relacionar o uso do ponto ao uso da letra maiúscula no início das frases);
-Compreender como se realiza o Discurso Direto e Indireto e os respectivos tempos verbais.
Reconhecendo o estilo das fábulas
Na língua tudo se fundamenta argumentativamente, e como
consequência, todo gênero discursivo também o será, porém cada gênero
apresenta características linguísticodiscursivas próprias.
As fábulas são consideradas narrativas de formas simples por
resultarem de criação espontânea, não elaboradas diferentes dos romances
medievais e das novelas de cavalaria, que apresentam uma forma ainda
rudimentar, mas artisticamente elaborada. Surgidas anonimamente há milênios,
as fábulas passarem a circular entre os povos, transformando-se com o tempo.
De terra em terra, de região a região, foram sendo levadas por contadores de
histórias. A julgar pelo que a história registra, foi a primeira espécie de narrativa a
aparecer. São pequenas narrativas em que se aproveita a ficção alegórica para
sugerir uma verdade ou reflexão de ordem moral, com intervenção de pessoa,
animais e até entidades inanimadas.
As fábulas – são narrativas escritas em terceira pessoa, cujo
narrador (locutor), aparentemente, apresenta-se como um ser imparcial, com o
objetivo, apenas de narrar os fatos. No entanto, observa-se as marcas de
subjetividade presentes nesse gênero, principalmente através da escolha
dos adjetivos. Tais adjetivos não têm a função de simplesmente caracterizar os
seres, mas de persuadir o leitor a refletir sobre a moral da história e,
consequentemente, aceitá-la como uma máxima.
O adjetivo é normalmente definido, na perspectiva tradicional, como a
palavra que caracteriza os seres ou o substantivo. Esse conceito privilegia apenas
um dos aspectos semânticos, porém funciona nas fábulas, como um marcador da
subjetividade do locutor e como instrumento de argumentação. Koch (1992:50)
afirma que “a atitude subjetiva do locutor em face de seu enunciado pode traduzir-
se também numa avaliação ou valoração dos fatos, estados ou qualidades
atribuídas a um referente.” Tais atitudes são reveladas, no texto, segundo ela,
pelas expressões adjetivas e formas intensificadoras.
Além dos adjetivos, há, também, advérbios e verbos que são
igualmente importantes na construção do sentido do gênero fábula e na
identificação das intenções do locutor.
As gramáticas conceituam o advérbio como “a palavra que modifica
um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira”. Porém, alguns
advérbios extrapolam essas funções, revelando, muitas vezes, a opinião do
locutor sobre aquilo que enuncia, e não apenas servindo como intensificador ou
expressando circunstâncias.
Contemporaneamente esse gênero narrativo continua sendo reinventado, pois por ser curto, tem o poder de prender a atenção de crianças e adultos, de entreter e deixar uma mensagem, um ensinamento. Refletem valores e antivalores, satirizando a nossa realidade sócio-política-econômca. Vivemos em tempos propícios às fábulas...
Sinais de pontuação
SABE POR QUÊ QUE EXISTEM OS SINAIS DE PONTUAÇÃO NA
LINGUAGEM ESCRITA?
Existem para facilitar a leitura e ajudar na interpretação do
texto.
Vamos acessar o link abaixo para ler o texto para entender melhor!!
http://caixadelapisdecor.blogspot.com.br/2008/10/eu-sou-o-maior.html
Não se esqueça !!
Para facilitar a leitura e ajudar à compreensão dos textos, na linguagem escrita usam-se os sinais de pontuação:
ponto final - usa-se no final da frase e obriga o leitor a uma paragem;
vírgula - separa os elementos da frase; marca uma pequena pausa;
dois pontos - usam-se antes de uma citação ou de uma enumeração;
ponto e vírgula - usa-se para separar orações coordenadas; obriga a uma pausa mas não termina a frase;
ponto de exclamação - utiliza-se quando se deseja exprimir surpresa, receio, admiração, etc.;
ponto de interrogação - usa-se para fazer uma pergunta;
reticências - indicam que a frase está incompleta; assinalam uma hesitação ou uma pausa;
travessão - utiliza-se nos diálogos para indicar a fala das personagens;
aspas - introduzem palavras ou citações de outros textos;
parênteses - assinalam informações diversas.
Entendendo o Discurso
O discurso está inserido no contexto, se constituindo na atividade
comunicativa entre os locutores e inserido em um determinado contexto. Assim o
discurso pode ser denominado como discurso direto e discurso indireto.
No discurso direto a fala aparece na terceira pessoa do singular ou
do plural (eu – nós). Às vezes pode-se também encontrar os pronomes de
tratamento “você” e “senhor (a)”. o verbo pode aparecer no Presente do
indicativo, no Pretérito perfeito do indicativo, no Futuro do presente do
indicativo, no Presente do subjuntivo ou no Imperativo.
Após o verbo de elocução usa-se dois pontos e travessão
No discurso indireto a fala aparece na terceira pessoa do singular e do plural.
O verbo pode aparecer no Pretérito imperfeito do indicativo, Pretérito mais-
que-perfeito do indicativo, Futuro do pretérito ou pretérito imperfeito do
subjuntivo.
a- O verbo de elocução vem seguido do conectivo que.
Vamos ler e analisar a reescrita da fábula O homem e a galinha de
Ruth Rocha acessando o link:
http://miriamfajardo.blogspot.com.br/2009/03/o-homem-e-galinha-por-ruth-
rocha.html
Atividades
01 –“ Era uma vez…” é uma introdução quase sempre comum:
a- Nos contos de terror
b- Nas lendas antigas
c- Nas histórias infantis
d- Nos livros didáticos
02- No 2º parágrafo a galinha é comparada às outras galinhas e no 16º é considerada diferente. Que adjetivos podem ser aplicados a ela antes e depois?
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03 – Transforme o seguinte trecho do texto para o discurso indireto:
O marido não quis conversa:
- Acaba com isso, mulher. Galinha come é farelo.
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04 – A que tipo de leitor essa fábula se destina?
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05 – Qual é o suporte desse gênero textual, ou seja, como ele é veiculado para
atingir seu leitor?
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06 – Nos gêneros narrativos, geralmente, a fala dos personagens é introduzida
depois de verbos como exclamar, dizer, perguntar, afirmar, chamados discendi.
No texto de Ruth Rocha, com as falas são introduzidas? Elas são reproduzidas
pelo discurso direto ou indireto?
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07 – As palavras podem ser usadas em sentido denotativo, restrito, de modo
objetivo, com linguagem exata e precisa, no sentido literal como é encontrado no
dicionário ou com sentido conotativo, amplo, dado pelo contexto; sentidos
carregados de valores afetivos, ideológicos ou sociais utilizados de modo criativo,
artístico, expressivo. Em que sentido é empregada a expressão “ovos de ouro”,
denotativo ou conotativo? Comente.
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08 – A dona da galinha dá-lhe: mingau, pão de ló e sorvete, farelo, milho, em
troca do ovo de ouro e no final não dá mais nada. Considerando a sequência
dessas figuras, o que elas significam, uma vez que constituem pagamento à
galinha pela produção do ovo?
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09 – Os donos gastam cada vez menos com a galinha, que acaba por catar no
quintal o próprio alimento, enquanto continua dando a eles todos os dias um ovo
de ouro, com o qual vão ficando cada vez mais ricos. Que tema, podemos
perceber nesse contexto?
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10 – A galinha encontra o portão aberto e vai embora, encontrando quem lhe trata
a pão de ló. Figurativamente, que sentido esse fato constitui?
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11 – Sabendo que as fábulas alertam sobre algo que acontece na vida real,
responda:
A – Os patrões estão sempre interessados no bem estar dos empregados?
Comente.
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B – O empregado sempre é fiel ao patão? Por quê?
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C – Explorar o trabalhador com baixos salários e ínfimas condições de trabalho
ajuda os patrões a enriquecer? Comente.
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D – Na sua opinião, o ser humano é por natureza ganancioso e explorador?
Comente.
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Ampliando o conhecimento
Ruth Rocha (1931) é escritora brasileira, especializada em livros
infantis. Foi eleita para a cadeira nº 38 da Academia Paulista de Letras. Seu livro
"Marcelo, Marmelo, Martelo", vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Influenciada pelo escritor Monteiro Lobato, iniciou a carreira de
escritora em 1976, com o livro, "Palavras Muitas Palavras". Porém, sua obra mais
famosa é "Marcelo, Marmelo, Martelo", com tradução para diversas línguas. Mas
sua escrita é rica também em conteúdos sociais, como por exemplo, o livro "Uma
História de Rabos Presos", lançado no Congresso Nacional brasileiro, em 1989.
Em 1990, lançou na sede das Organizações das Nações Unidas o livro
"Declaração Universal dos Direitos Humanos Para Crianças".
O homem e a galinha, recontado por Ruth Rocha, que é uma das
maiores escritoras de literatura infantil do país, está inserido no livro “Enquanto o
mundo pega fogo”, no qual a autora reconta histórias da tradição popular que
divertem e ensinam.
Nessa reescritura, um homem, assim como o personagem de Esopo
de Millôr e João Impaciente de Monteiro Lobato, possui uma galinha que bota
ovos de ouro. Era ela uma galinha comum até que, um dia, passou a pôr ovos de
ouro. A mulher, personagem não encontrado na fábula esópica, vislumbra a
riqueza junto com o marido, da mesma forma que a mulher lobatiana.
Ao contrário das três outras reescrituras estudadas até aqui, a ambição
do homem não leva a galinha à morte, mas a explorá-la, sendo sovina ao
economizar na alimentação da ave que um dia encontra o portão aberto e foge
encontrando alguém que valoriza. Assim o homem que visava o lucro fácil, acaba
também perdendo tudo.
Com o uso do discurso direto entre o homem e a mulher torna a
narrativa mais dinâmica, pois revela o entusiasmo inicial da mulher ao tratar bem
a galinha que lhe proporcionava o enriquecimento enquanto o marido vai
ordenando que prive a ave de luxo e, mesmo diante dos argumentos da mulher,
ele, em nenhum momento muda sua atitude. Assim, utilizando uma outra
estrutura e estilo literário, usando somente algumas expressões que remetem à
fábula em sua argumentação, Ruth Rocha implicitamente que a ambição
desenfreada leva a grandes perdas.
Depois de tanta confabulação você deve ter aprendido a
reconhecer, a analisar e por que não a produzir uma fábula??!!
Produzindo a fábula
Você aprendeu como se estrutura uma narrativa e mais
especificamente as características do gênero fábula. Portanto, agora você já é
capaz de fazer uso de tudo que aprendemos até aqui e assim como Lobato,
Millôr, Ruth Rocha e muitos outros escritores, renomados ou não, produzir sua
própria fábula!!
Vamos, então produzir e fazer um mural de fábulas??
Leia as fábulas O leão e o rato, O lobo e o carneiro e A cigarra e a
formiga. A primeira, disponível no link abaixo, é uma reescritura moderna de
Millor Fernandes, e, a segunda e a terceira são textos originais de Esopo:
http://portugues-na-sala-de-aula.blogspot.com.br/2009/04/o-leao-e-o-rato.html
O LOBO E O CORDEIRO
Um LOBO, ao encontrar um Cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, ao invés
de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para justificar ao
Cordeiro seu direito de comê-lo. Então ele lhe disse:
- Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.
- Como? - redarguiu o Cordeiro num tom choroso de voz - eu não havia nascido
ainda.
O Lobo então disse:
- Você pastou em meus campos.
- Não, bom senhor, - respondeu o Cordeiro - ainda não senti o gosto de grama.
Novamente o Lobo disse:
- Você bebeu água de meu poço.
- Não, - exclamou o Cordeiro - eu nunca bebi água, pois o leite de minha mãe é
para mim tanto comida quanto bebida.
Após isso, Lobo agarrou e comeu o Cordeiro, dizendo:
- Bem! Não vou ficar sem minha ceia, embora você refute cada uma de minhas
acusações.
Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania.
A CIGARRA E A FORMIGA
Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho
para secar suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham
ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e
perguntaram:
-Mas por que? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de
guardar comida para o inverno?
Falou a cigarra:
-Para falar a verdade, não tive tempo, Passei o verão todo cantando!
Falaram as formigas:
-Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno
dançando? E voltaram para o trabalho dando risadas.
.
Fábula de ESOPO
.
Antes de iniciar sua produção pense no seu leitor, pois ao ser exposta
em um mural no pátio ou na biblioteca, será lida por colegas de sua classe, por
colegas de outras classes da escola, por professores e funcionários, por pais e
demais pessoas que por ventura visitarem a escola. Assim, organize seu texto de
forma que proporcione uma leitura prazerosa, seguindo alguns passos:
a- As personagens de sua história devem ser os mesmos das fábulas lidas.
Não se esqueça de que eles devem conservar certas características que
lembram atitudes humanas: força, esperteza, fragilidade, inteligência,
ingenuidade, vaidade, inocência, etc.
b- Você pode escrever sua narrativa em forma de diálogo, empregando
linguagem de acordo com a variação padrão da língua. Não esqueça que
a fábula constitui uma narrativa curta.
c- Inicie seu texto de maneira direta, com as personagens em plena ação,
com uma sequência lógica dos fatos se lembrando de que na fábula o
tempo e o espaço são imprecisos.
d- Atenção, pois sua história deve transmitir um conhecimento!
e- Escreva uma moral para sua história e dê-lhe um título atrativo e
coerente com a narrativa.
Escrita, leitura e reescrita
Você deve fazer em primeiro lugar um rascunho e só passar seu
texto a limpo depois de relê-lo verificando se ele narra uma história
coerente, que realmente transmite um conhecimento e se a moral está de
acordo com a narrativa. Há diálogos? A variedade linguística empregada
é a padrão? Seu título está adequado à história?
05. Referências bibliográficas
CEREJA. William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cohar. Português:
linguagens. V.1, 5. ed. São Paulo: Atual, 2005.
SCLIAR, Moacyr. Contos para um Natal brasileiro, Editora Relume: IBASE –
Rio de Janeiro,1996 p.09. Disponível em:
http://www.releituras.com/mscliar_noite.asp. Acesso em: 02 dez. 2012.
http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/2358267. Acesso em: 02
dez. 2012.
http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp. Acesso em: 02 dez.
2012
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/professora-desenho-634209.shtml
Acesso em: 02 dez. 2012.
ESOPO. 1994. Fábulas de Esopo. São Paulo, Companhia das Letrinhas. ESOPO. 1995. Fábulas de Esopo. São Paulo, Loyola. LA FONTAINE, J. de. 1992. A cigarra e a formiga, Fábulas de La Fontaine. Belo Horizonte, Itatiaia. Disponível em: http://fabulasinfantis.blogs.sapo.pt/902.html. Acesso em: 02 dez. 2012. LOBATO, M. 1994. A galinha dos ovos de ouro, Fábulas. São Paulo, Brasiliense. http://textosmudo.blogspot.com.br/2009/10/galinha-dos-ovos-de-ouro.html. Acesso em: 02 dez. 2012. FERNANDES, Millôr.A galinha dos ovos de ouro, Fábulas fabulosas. São Paulo: Circulo do Livro, 1974. http://caixadelapisdecor.blogspot.com.br/2008/10/eu-sou-o-maior.html.Acesso em: 02 dez. 2012. ESOPO. Fábulas de Esopo .trad. de Antônio Carlos Vianna. Porto Alegre: L&PM, 1999. ROCHA, Ruth. O homem e a galinha. Disponível em: http://miriamfajardo.blogspot.com.br/2009/03/o-homem-e-galinha-por-ruth-rocha.html. Acesso em: 02 dez. 2012. http://portugues-na-sala-de-aula.blogspot.com.br/2009/04/o-leao-e-o-rato.html.
Acesso em: 02 dez. 2012
KOCH, Ingedore G. V. Argumentação e linguagem. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1987.
SMOLKA, Neide. Esopo: fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1998.
http://www.youtube.com/watch?v=yDPZ00nC42c. Acesso em: 19 out. 2012. http://peregrinacultural.wordpress.com/2010/06/07/maria-carruca-fabula-infantil-de-viriato-padilha-ilustracoes-variadas/ http://www.consciencia.org/o-macaco-e-o-hipopotamo-fabulas-infantis-modernas fábula africana. Acesso em: 13 ago. 2012. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=artigos/docs/confabulandovalores. Acesso em: 19 out. 2012.
KUPSTAS, Marcia. Sete faces da fábula. Org. Márcia Kupstas,1.ed. São Paulo,
Moderna, 1992.
COELHO, Nelly Coelho. Literatura Infantil – Teoria, Análise, Didática. São
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MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, Análise de Gêneros e
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http://academiaposmoderna.blogspot.com.br/2011/06/era-uma-vez-um-homem-
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