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Sílica e Câncer de Pulmão Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas da FMUSP da FMUSP [email protected] [email protected]

Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

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Sílica e Câncer de PulmãoSílica e Câncer de Pulmão

Situação AtualSituação Atual

Ubiratan de Paula SantosUbiratan de Paula Santos

Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto do Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas da FMUSPCoração (InCor) - Hospital das Clínicas da FMUSP

[email protected]@incor.usp.br

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Incidência e Mortalidade por CâncerIncidência e Mortalidade por Câncer Brasil/ INCA - 2000Brasil/ INCA - 2000

Localização casos novos óbitosLocalização casos novos óbitos• MamaMama 28340 28340 8245 8245

• PulmãoPulmão 20082 20082 14552 14552

• EstômagoEstômago 19860 19860 10700 10700

• Colo do úteroColo do útero 17251 17251 3606 3606

• PróstataPróstata 14830 14830 6850 6850

• Cólon e retoCólon e reto 13473 13473 6725 6725

• BocaBoca 10890 10890 3077 3077

TotalTotal 284205284205 113959 113959

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Incidência e Mortalidade por CâncerIncidência e Mortalidade por Câncer (sexo masculino)(sexo masculino) Brasil/ INCA - 2000Brasil/ INCA - 2000

Localização casos novos óbitosLocalização casos novos óbitos

• PróstataPróstata 1483014830 6850 6850

• PulmãoPulmão 1446014460 10290 10290

• EstômagoEstômago 1368013680 7090 7090

• BocaBoca 8282 8282 2471 2471

• Cólon e retoCólon e reto 7399 7399 3162 3162

TotalTotal 138755 138755 61522 61522

Page 4: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Incidência e Mortalidade por CâncerIncidência e Mortalidade por Câncer (sexo feminino)(sexo feminino) Brasil/ INCA - 2000Brasil/ INCA - 2000

Localização casos novos óbitosLocalização casos novos óbitos

• MamaMama 2834028340 8245 8245

• Colo do útero Colo do útero 1725117251 3606 3606

• EstômagoEstômago 6180 6180 3610 3610

• Cólon e retoCólon e reto 6074 6074 3563 3563

• PulmãoPulmão 5622 5622 4232 4232

TotalTotal 145450145450 52437 52437

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0

10

20

30

40

50

1969 1973 1978 1983 1988 1993

masculino

feminino

Câncer de Pulmão - Incidência padronizada por idade, Câncer de Pulmão - Incidência padronizada por idade, sexo e ano / 100000 hab., Cidade de São sexo e ano / 100000 hab., Cidade de São PauloPaulo

MS/Brasil, 1999MS/Brasil, 1999

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Doenças relacionadas à Doenças relacionadas à exposição à Sílicaexposição à Sílica

• SilicoseSilicose• SilicotuberculoseSilicotuberculose• Limitação crônica ao fluxo aéreoLimitação crônica ao fluxo aéreo• Doença pleural benigna Doença pleural benigna • Doenças autoimunes - artrite reumatóide, Doenças autoimunes - artrite reumatóide,

esclerodermia, Wegeneresclerodermia, Wegener• Insuficiência renalInsuficiência renal• Doenças cardiovasculares ?Doenças cardiovasculares ?• Câncer de pulmãoCâncer de pulmão

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Ainda existe risco?Ainda existe risco?Sanderson, Steenland and Deddens. Am J Ind Med, 2000Sanderson, Steenland and Deddens. Am J Ind Med, 2000

• 18 empresas (EUA) amostradas de 1974 - 18 empresas (EUA) amostradas de 1974 - 19961996

• trabalhadores de 143 funçõestrabalhadores de 143 funções

• 4.269 amostragens individuais 4.269 amostragens individuais PeríodoPeríodo nnoo amostras amostras % > 50ug/m3% > 50ug/m3

1974 - 1984 25771974 - 1984 2577 57% 57%

1985 - 19881985 - 1988 680 680 45% 45%

1989 - 19961989 - 1996 1012 1012 38% 38%

Page 8: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Exposição a Sílica na UEExposição a Sílica na UE

Avaliação em 15 países europeusAvaliação em 15 países europeus 32 milhões (23% dos trabalhadores 32 milhões (23% dos trabalhadores

empregados) - expostos a cancerígenosempregados) - expostos a cancerígenos

9,1 milhões expostos a radiação solar9,1 milhões expostos a radiação solar

7,5 milhões expostos a fumaça de tabaco7,5 milhões expostos a fumaça de tabaco

3,2 milhões expostos a sílica cristalina3,2 milhões expostos a sílica cristalina

3,0 milhões expostos à exaustão de diesel3,0 milhões expostos à exaustão de diesel Kauppinen T et al. Occup Environ Med, Kauppinen T et al. Occup Environ Med,

20002000

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

Page 11: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Sílica e Câncer de pulmão Sílica e Câncer de pulmão Das primeiras suspeitas a 1997Das primeiras suspeitas a 1997

• 1964 - Santi L et col., descreve câncer em ratos1964 - Santi L et col., descreve câncer em ratos• 1965 - Raikhman IaG, descreve associação entre 1965 - Raikhman IaG, descreve associação entre

silicose e câncer, min ouro URSSsilicose e câncer, min ouro URSS• 1972 - Scarano D e col., publica no Chest, 1972 - Scarano D e col., publica no Chest,

associação entre carcinoma e antracosilicoseassociação entre carcinoma e antracosilicose• 1987 - Análise de 490 trabalhos - IARC classifica 1987 - Análise de 490 trabalhos - IARC classifica

no grupo 2 A no grupo 2 A • 1997 - Análise de 540 trabalhos - IARC reclassifica 1997 - Análise de 540 trabalhos - IARC reclassifica

para Grupo 1 quartzo e cristobalitapara Grupo 1 quartzo e cristobalita

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Meta-análise de estudos de câncer Meta-análise de estudos de câncer de pulmão entre silicóticosde pulmão entre silicóticos

Smith AH, et al. Epidemiology, 1995Smith AH, et al. Epidemiology, 1995

Análise de 23 estudos selecionadosAnálise de 23 estudos selecionados

RR combinado: 2,2 (95% CI:2,1-2,4)RR combinado: 2,2 (95% CI:2,1-2,4)

• • Coorte - 2,0 (95% CI:1,8-2,3)Coorte - 2,0 (95% CI:1,8-2,3)

• • Caso-controle - 2,5 (95% CI:1,8-3,3)Caso-controle - 2,5 (95% CI:1,8-3,3)

• • Mortalidade proporcional - 2,0 (95%CI:1,7-Mortalidade proporcional - 2,0 (95%CI:1,7-2,4)2,4)

• • Incidência de câncer - 2,7 (95%CI:2,3-3,2)Incidência de câncer - 2,7 (95%CI:2,3-3,2)

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

Page 14: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

A Classificação da IARC-1997A Classificação da IARC-1997

Estudos epidemiológicos Estudos epidemiológicos

coortecoorte

caso-controle caso-controle

registro de casosregistro de casos Estudos de carcinogênese em animaisEstudos de carcinogênese em animais Estudos de biomarcadores em humanosEstudos de biomarcadores em humanos De 1987 para 1997: 490 540 trabalhos De 1987 para 1997: 490 540 trabalhos

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

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Estudos Epidemiológicos Estudos Epidemiológicos IARC-1997IARC-1997

Cerâmica, refratário, terra diatomácea Cerâmica, refratário, terra diatomácea (Quartzo e Cristobalita) - 4 cortes e 3 (Quartzo e Cristobalita) - 4 cortes e 3 caso-controlescaso-controles• • revelaram risco aumentado de 1,4 a 4,0 vezesrevelaram risco aumentado de 1,4 a 4,0 vezes

Fundição (Quartzo) - 3 estudos de coorteFundição (Quartzo) - 3 estudos de coorte• • 2 revelaram risco aumentado e um não2 revelaram risco aumentado e um não

Registro de silicóticosRegistro de silicóticos• • Ampla maioria risco aumentado, variando de Ampla maioria risco aumentado, variando de 1,5- 6,0 vezes1,5- 6,0 vezes

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Estudos Epidemiológicos Estudos Epidemiológicos IARC-1997IARC-1997

Mineração (Quartzo) - 17 coortes e 5 Mineração (Quartzo) - 17 coortes e 5 caso-controlescaso-controles

• • maioria refere risco aumentado; não maioria refere risco aumentado; não foram controlados fatores associados foram controlados fatores associados (Rn, Cd, As, HAP)(Rn, Cd, As, HAP)

Granito e pedreiras (Quartzo) - 6 coortesGranito e pedreiras (Quartzo) - 6 coortes

•• todos revelaram risco aumentado variou todos revelaram risco aumentado variou de 2- 8 vezesde 2- 8 vezes

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Estudos epidemiológicosEstudos epidemiológicosIARC-1997IARC-1997

Mineração de ouro - Dakota do Sul EUAMineração de ouro - Dakota do Sul EUA

Ind.transformação de pedras - DinamarcaInd.transformação de pedras - Dinamarca

Granito e Pedreiras - Vermont - EUAGranito e Pedreiras - Vermont - EUA

Terra Diatomáceas e Lapidação - EUATerra Diatomáceas e Lapidação - EUA

Tijolos Refratários - China e ItáliaTijolos Refratários - China e Itália

Cerâmica - Reino Unido e ChinaCerâmica - Reino Unido e China

Coorte de Silicóticos - EUA e FinlândiaCoorte de Silicóticos - EUA e Finlândia

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

Page 20: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Carcinogênese em animais Carcinogênese em animais IARC, 1997IARC, 1997

RatosRatos

fibrose , adenocarcinoma e tumor fibrose , adenocarcinoma e tumor

de células escamosasde células escamosas

linfoma de pleura e peritonio linfoma de pleura e peritonio

Camundongo: fibrose sem evidência de Camundongo: fibrose sem evidência de

câncercâncer Hamster : nem fibrose e nem câncerHamster : nem fibrose e nem câncer

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BiomarcadoresBiomarcadoresIARC, 1997IARC, 1997

Estudos in vitro e in vivo - sílica estimula Estudos in vitro e in vivo - sílica estimula macrófagos e células epiteliais a produzirem macrófagos e células epiteliais a produzirem espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, fatores de crescimento e citocinasfatores de crescimento e citocinas

Estudo em humanos - aumento de cromátides Estudo em humanos - aumento de cromátides irmãs e de aberração cromossômica em irmãs e de aberração cromossômica em linfócitoslinfócitos

Em ratos, evidencias de tumor ser resultado de Em ratos, evidencias de tumor ser resultado de persistente inflamação e proliferação epitelial persistente inflamação e proliferação epitelial

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Conclusão: IARC - 1997Conclusão: IARC - 1997

Existe evidência suficiente em humanos, de que Existe evidência suficiente em humanos, de que a inalação de quartzo e cristobalita é a inalação de quartzo e cristobalita é cancerígenacancerígena

Existe evidencia suficiente em estudos Existe evidencia suficiente em estudos experimentais em animaisexperimentais em animais

A carcinogenicidade em humanos não foi A carcinogenicidade em humanos não foi detectada em todas as circunstâncias industriais detectada em todas as circunstâncias industriais estudadas. Ela pode depender de características estudadas. Ela pode depender de características inerentes da sílica cristalina, ou de fatores inerentes da sílica cristalina, ou de fatores externos que afetam sua atividade biológica ou a externos que afetam sua atividade biológica ou a distribuição de seu polimorfismodistribuição de seu polimorfismo

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Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

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O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, man-made mineral fibers, and cancer. man-made mineral fibers, and cancer. Cancer Cancer Causes and Control, 1997Causes and Control, 1997

MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica and Lung Cancer: The Problem of conflicting and Lung Cancer: The Problem of conflicting Evidence. Evidence. Indoor+Built Enviroment, 1999 Enviroment, 1999

Soutar CA et al. Epidemiological Evidence on Soutar CA et al. Epidemiological Evidence on the Carcinogenicity of sílica:Factors in the Carcinogenicity of sílica:Factors in Scientific Judgement. Scientific Judgement. Ann occup Hyg, 2000Ann occup Hyg, 2000

Page 25: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Risk Assessment. Cancer: A Risk Assessment. Am J Ind Med, Am J Ind Med, 20002000

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Recent working Group. Recent working Group. JOEM, 2000JOEM, 2000

Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Required for Silica-Associated Lung Cancer. Required for Silica-Associated Lung Cancer. Am J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Page 26: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, man-made mineral fibers, and cancer. man-made mineral fibers, and cancer. Cancer Cancer Causes and Control, 1997Causes and Control, 1997

MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica and Lung Cancer: The Problem of conflicting and Lung Cancer: The Problem of conflicting Evidence. Evidence. Indoor+Built Enviroment, 1999 Enviroment, 1999

Soutar CA et al. Epidemiological Evidence Soutar CA et al. Epidemiological Evidence on the Carcinogenicity of sílica:Factors in on the Carcinogenicity of sílica:Factors in Scientific Judgement. Scientific Judgement. Ann occup Hyg, 2000Ann occup Hyg, 2000

Page 27: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Steenland K & Stayner L.Steenland K & Stayner L. Cancer Causes and Control, 1997Cancer Causes and Control, 1997

Meta-análise de 19 estudos em silicóticos de Meta-análise de 19 estudos em silicóticos de 1966-19951966-1995

• • RR: 2,3 (IC 95% :2,2-2,4)RR: 2,3 (IC 95% :2,2-2,4) Meta-análise de 16 estudos em expostos à Meta-análise de 16 estudos em expostos à

sílica de 1983-1995sílica de 1983-1995

• • RR: 1,3 (IC 95% : 1,2-1,4)RR: 1,3 (IC 95% : 1,2-1,4)

PS: não considerou estudos em minas, fundições, de autópsias e de PS: não considerou estudos em minas, fundições, de autópsias e de mortalidade proporcionalmortalidade proporcional

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ConclusõesConclusõesSteenland et al, 1997Steenland et al, 1997

• Apesar de algumas inconsistências, evidências Apesar de algumas inconsistências, evidências sugerem que a sílica é um carcinógeno para o sugerem que a sílica é um carcinógeno para o homemhomem

• Indivíduos com maior exposição (silicóticos) Indivíduos com maior exposição (silicóticos) apresentam risco mais elevadoapresentam risco mais elevado

• Expostos sem silicose apresentam risco Expostos sem silicose apresentam risco moderadomoderado

• Quartzo recém partido, cristobalita e tridimita, Quartzo recém partido, cristobalita e tridimita, mais fibrogênicas, podem ser mais mais fibrogênicas, podem ser mais cancerígenoscancerígenos

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O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, man-made mineral fibers, and cancer. man-made mineral fibers, and cancer. Cancer Causes and Control, 1997Cancer Causes and Control, 1997

MacDonald C and Cherry N. Crystalline MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica and Lung Cancer: The Problem of Silica and Lung Cancer: The Problem of conflicting Evidence. conflicting Evidence. Indoor+Built Enviroment, 1999Enviroment, 1999

Soutar CA et al. Epidemiological Evidence Soutar CA et al. Epidemiological Evidence on the Carcinogenicity of sílica:Factors in on the Carcinogenicity of sílica:Factors in Scientific Judgement. Scientific Judgement. Ann occup Hyg, 2000Ann occup Hyg, 2000

Page 30: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

McDonald C and Cherry N (1999)

0

1

2

3

Estudos

Ris

co (I

C,9

5%)

Cos

tello

-88

Cos

tello

-88

Gué

nel-8

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Gué

nel-8

9C

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-95

Ste

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nd-9

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5

Mer

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1

Mer

lo-9

1M

cLau

ghlin

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-93

Che

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3D

ong-

95

Don

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rry-

97

Che

rry-

97

mineração mineração ind manufaturas ind manufaturas

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ConclusõesConclusõesMCDonald & Cherry, 1999MCDonald & Cherry, 1999

• Provável pequeno excesso de risco para Provável pequeno excesso de risco para câncer de pulmão em expostos à sílica em câncer de pulmão em expostos à sílica em minas e pedreirasminas e pedreiras

• Excesso de risco para câncer de pulmão, Excesso de risco para câncer de pulmão, melhor estabelecido em indústrias de melhor estabelecido em indústrias de manufaturas, especialmente as que manufaturas, especialmente as que empregam altas temperaturas no processoempregam altas temperaturas no processo

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O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, Steenland K and Stayner L. Silica, asbestos, man-made mineral fibers, and cancer. man-made mineral fibers, and cancer. Cancer Causes and Control, 1997Cancer Causes and Control, 1997

MacDonald C and Cherry N. Crystalline MacDonald C and Cherry N. Crystalline Silica and Lung Cancer: The Problem of Silica and Lung Cancer: The Problem of conflicting Evidence. conflicting Evidence. Indoor+Built Enviroment, 1999Enviroment, 1999

Soutar CA et al. Epidemiological Evidence Soutar CA et al. Epidemiological Evidence on the Carcinogenicity of sílica:Factors in on the Carcinogenicity of sílica:Factors in Scientific Judgement. Scientific Judgement. Ann occup Hyg, 2000Ann occup Hyg, 2000

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Soutar CA et al. Soutar CA et al. Ann occup Hyg, 2000Ann occup Hyg, 2000

Reviu estudos avaliados pelo IARCReviu estudos avaliados pelo IARC MétodosMétodos

• • Avaliar poder dos estudos: exposição - reposta, Avaliar poder dos estudos: exposição - reposta, descritivos e de registro de casosdescritivos e de registro de casos

• • Efeitos secundários - sílica e/ou silicose Efeitos secundários - sílica e/ou silicose

• • Quantificação e qualificação da exposiçãoQuantificação e qualificação da exposição

• • Diferenças entre classificações - IARC e EUDiferenças entre classificações - IARC e EU

• • Fatores de confusão - áreaFatores de confusão - área geográfica, classe geográfica, classe social, tabagismosocial, tabagismo

Page 34: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Influências da Região e Classe SocialInfluências da Região e Classe Social Soutar CA et al. Ann occup Hyg, 2000Soutar CA et al. Ann occup Hyg, 2000

RegiãoRegião todas classe I todas classe I classe V classe V• Grã BretanhaGrã Bretanha 100 100 43 43 171 171• NorteNorte 131 131 54 54 237 237• NoroesteNoroeste 120 120 45 45 215 215• EscóciaEscócia 122 122 58 58 210 210

* Razão de Mortalidade Proporcional RMP em homens * Razão de Mortalidade Proporcional RMP em homens

britânicos para ca de pulmão, 1978-80 a 1982-83britânicos para ca de pulmão, 1978-80 a 1982-83

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ConclusõesConclusõesSoutar CA et al., 2000Soutar CA et al., 2000

Exposição - resposta: coorte e caso-controles Exposição - resposta: coorte e caso-controles tem mostrado excesso, mas falta de informações sobre tem mostrado excesso, mas falta de informações sobre exposição e tabagismo limitam interpretaçãoexposição e tabagismo limitam interpretação

Descritivos - comparativos com população Descritivos - comparativos com população referenciareferencia

mostram excesso, mas persiste confusão com mostram excesso, mas persiste confusão com tabagismo, classe sócio-econômica e área geográficatabagismo, classe sócio-econômica e área geográfica

Incidência em registro de casos Incidência em registro de casos

mostram excesso, mas limitados em diferenciar se mostram excesso, mas limitados em diferenciar se sílica ou silicose, diagnóstico correto, tabagismosílica ou silicose, diagnóstico correto, tabagismo

Page 36: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Risk Assessment. Cancer: A Risk Assessment. Am J Ind Med, Am J Ind Med, 20002000

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Recent working Group. Recent working Group. JOEM, 2000JOEM, 2000

Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Required for Silica-Associated Lung Cancer. Required for Silica-Associated Lung Cancer. Am J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Page 37: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Finkelstein MMFinkelstein MMAm J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Objetivo: avaliar a relação entre exposição e Objetivo: avaliar a relação entre exposição e resposta para sílica, silicose e câncer de pulmãoresposta para sílica, silicose e câncer de pulmão

Método: revisão quantitativa da literatura Método: revisão quantitativa da literatura computadorizada computadorizada (Hnizdo - 91 e 97) e Checkoway (97)(Hnizdo - 91 e 97) e Checkoway (97)

Resultados: para exposição a 0,1mg/mResultados: para exposição a 0,1mg/m33

• • O risco de silicose é estimado em 25% após 30 O risco de silicose é estimado em 25% após 30 anos de exposiçãoanos de exposição

• • O risco de câncer de pulmão está aumentado em O risco de câncer de pulmão está aumentado em 30% ou mais30% ou mais

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O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Risk Assessment. Cancer: A Risk Assessment. Am J Ind Med, Am J Ind Med, 20002000

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Recent working Group. Recent working Group. JOEM, 2000JOEM, 2000

Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Required for Silica-Associated Lung Cancer. Required for Silica-Associated Lung Cancer. Am J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Page 39: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL et al.Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL et al.JOEM, 2000JOEM, 2000

PremissasPremissas• • O debate no grupo de trabalho da IARC e dados O debate no grupo de trabalho da IARC e dados de vários estudos não são convincentes para a de vários estudos não são convincentes para a inclusão da sílica como cancerígenainclusão da sílica como cancerígena• • IARC desconsiderou importantes estudos com IARC desconsiderou importantes estudos com resultados negativosresultados negativos

MétodoMétodo• • Avaliados estudos metodologicamente fortes, Avaliados estudos metodologicamente fortes, preferencialmente de exposição-resposta, alguns preferencialmente de exposição-resposta, alguns vorizo pelo IARC e outros nãovorizo pelo IARC e outros não

Page 40: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL et al.Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL et al.JOEM, 2000JOEM, 2000

De 18 estudos sobre sílica e câncer de pulmãoDe 18 estudos sobre sílica e câncer de pulmão

• • 13 foram avaliados nesse trabalho13 foram avaliados nesse trabalho

• • 9 foram valorizados pelo grupo da IARC9 foram valorizados pelo grupo da IARC

• • 2 não foram avaliados pela IARC 2 não foram avaliados pela IARC

• • 4 foram considerados por ambos os grupos4 foram considerados por ambos os grupos De 15 estudos sobre silicose e câncer de pulmãoDe 15 estudos sobre silicose e câncer de pulmão

• • 11 foram avaliados nesse trabalho11 foram avaliados nesse trabalho

• • 2 foram valorizados pelo grupo da IARC2 foram valorizados pelo grupo da IARC

• • 2 não foram avaliados pela IARC 2 não foram avaliados pela IARC

• • nenhum estudo foi avaliado em comumnenhum estudo foi avaliado em comum

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ConclusõesConclusõesHessel et al., 2000Hessel et al., 2000

• Os dados demonstram ausência de Os dados demonstram ausência de associação entre câncer de pulmão e associação entre câncer de pulmão e exposição à sílicaexposição à sílica

• Sílica não é diretamente genotóxica, exceção Sílica não é diretamente genotóxica, exceção em ratos, espécie considerada inapropriada em ratos, espécie considerada inapropriada para avaliar carcinógenos particuladospara avaliar carcinógenos particulados

• Estudos melhor desenhados, não concluíram Estudos melhor desenhados, não concluíram pela associação causal entre silicose e câncer pela associação causal entre silicose e câncer de pulmãode pulmão

• Estudos quando positivos, risco irrelevanteEstudos quando positivos, risco irrelevante

Page 42: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

O debate continua após O debate continua após IARC- 1997IARC- 1997

Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Finkelstein MM. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Risk Assessment. Cancer: A Risk Assessment. Am J Ind Med, Am J Ind Med, 20002000

Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Hessel PA, Gamble JF, Gee JBL, Gibbs G, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Green FHY, Morgan WKC, Mossman BT. Silica, Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Silicosis, and Lung Cancer: A Response to a Recent working Group. Recent working Group. JOEM, 2000JOEM, 2000

Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Checkoway H and Franzblau. Is Silicosis Required for Silica-Associated Lung Cancer. Required for Silica-Associated Lung Cancer. Am J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Page 43: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Checkoway H & Franzblau ACheckoway H & Franzblau AAm J Ind Med, 2000Am J Ind Med, 2000

Objetivo Objetivo

• • Discussão se silicose é pré-requisito para Discussão se silicose é pré-requisito para risco aumentado para câncer de pulmãorisco aumentado para câncer de pulmão

Método Método

• • Revisão da literatura de 1985-99Revisão da literatura de 1985-99

• • 17 estudos de coorte e caso-controles17 estudos de coorte e caso-controles

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Silicóticos, não silicóticos e ca pulmãoSilicóticos, não silicóticos e ca pulmão Checkoway H & Franzblau A, 2000Checkoway H & Franzblau A, 2000

AutoresAutores Ind Ind Exposição Exposição RR RR

Sil Ñ- SilSil Ñ- Sil•• Forastieri (86) c-c cerâmica Forastieri (86) c-c cerâmica dicotomica dicotomica 3,9 1,4 3,9 1,4

•• Mastrangelo (88) c-c mineração tempo expMastrangelo (88) c-c mineração tempo exp 1,9 1,9 0,9 0,9

•• Puntoni (88) cPuntoni (88) c refratário refratário dicotômica dicotômica 1,7 1,7 2,1 2,1

•• Hessel (90) c-cHessel (90) c-c mina ouro quantitativa mina ouro quantitativa 0,6 0,6 1,0 1,0

•• Mehnert (90) cMehnert (90) c ardósia ardósia tempo exp tempo exp 1,8 1,8 0,9 0,9

•• Amandus&Costello(91)c min metal tempo expAmandus&Costello(91)c min metal tempo exp 1,7 1,7 1,2 1,2

•• Dong (95) cDong (95) c refratário refratário tempo exp tempo exp 2,1 2,1 1,1 1,1

•• Finkelstein(95) cFinkelstein(95) c mineração tipo mina mineração tipo mina 2,5 2,5 0,9 0,9

•• Meijers (96) cMeijers (96) c cerâmica cerâmica estimada estimada 2,2 2,2 0,7 0,7

•• Chechoway(99) c ter diatomácea quantitativaChechoway(99) c ter diatomácea quantitativa 1,6 1,6 1,2 1,2

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Silicóticos e Câncer de pulmãoSilicóticos e Câncer de pulmão Checkoway H & Franzblau A, 2000Checkoway H & Franzblau A, 2000

Autores (ano)Autores (ano) Ind Ind Exposição Exposição RR RR

• • Mclaughin (92)c-cMclaughin (92)c-c cerâmica cerâmica quantitativa quantitativa 0,5 0,5

mina Wmina W “ “ 0,8 0,8

mina Fe/Cumina Fe/Cu “ “ 3,1 3,1

minas estanhominas estanho “ “ 2,0 2,0

• • Hua (94)c-cHua (94)c-c mina estanho tempo exp mina estanho tempo exp 2,0 2,0

• • Qiao (97)cQiao (97)c mina estanho tempo trab mina estanho tempo trab 1,5 1,5

• • Hnizdo (97)c-cHnizdo (97)c-c mina ouro mina ouro quantitativa quantitativa 2,1 2,1

• • de Klerk (98)cde Klerk (98)c mina ouro mina ouro quantitativa quantitativa 1,6 1,6

• • Cherry (98)c-cCherry (98)c-c cerâmica cerâmica quantitativa quantitativa 1,6 1,6

•• Ulm (99)c-cUlm (99)c-c cerâmica, cerâmica, quantitativa quantitativa 1,0 (Ñ sil 1,0 (Ñ sil) )

Page 46: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

ConclusãoConclusãoCheckoway & Franzblau, 2000Checkoway & Franzblau, 2000

• A associação entre sílica e câncer de pulmão é A associação entre sílica e câncer de pulmão é geralmente maior entre silicóticos geralmente maior entre silicóticos

• Falhas no diagnóstico de silicóticos e na Falhas no diagnóstico de silicóticos e na quantificação da exposição e tabagismo tem quantificação da exposição e tabagismo tem limitado estudoslimitado estudos

• ““Até achados epidemiológicos mais conclusivos, Até achados epidemiológicos mais conclusivos, as avaliações populacionais ou individuais devem as avaliações populacionais ou individuais devem tratar silicose e câncer de pulmão como entidades tratar silicose e câncer de pulmão como entidades distintas, cuja relação de causa/efeito não são distintas, cuja relação de causa/efeito não são necessariamente ligadas.”necessariamente ligadas.”

Page 47: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

44

SteenlandSteenland

1919

CheckowayCheckoway

1717

HesselHessel

1818

Relação entre número total de estudos e Relação entre número total de estudos e coincidentescoincidentes

88

77

66

Page 48: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Estudos Epidemiológicos RecentesEstudos Epidemiológicos Recentes

Amre DK, Dufresne A et alAmre DK, Dufresne A et al. Occup Environ Med, 2000. Occup Environ Med, 2000

- Caso-controle Índia. OR: 1,81 (0,99-3,27)- Caso-controle Índia. OR: 1,81 (0,99-3,27) Martin J-C et al.Martin J-C et al. Am J Epidemiol, 2000 Am J Epidemiol, 2000 -Caso-controle em trab. eletricitários e gás -França. -Caso-controle em trab. eletricitários e gás -França.

OR(sílica):2,27 (1,10-4,68)OR(sílica):2,27 (1,10-4,68) Cocco P et al.Cocco P et al. JOEM, 2000 JOEM, 2000 - Caso-controle em trabalhadores chineses. - Caso-controle em trabalhadores chineses. OR (silicose):1,6 (1,1-2,2)OR (silicose):1,6 (1,1-2,2) Chan CK et al.Chan CK et al.JOEM, 2000JOEM, 2000 - Registro de silicóticos em Hong Kong.OR:1,94(1,35-2,70) - Registro de silicóticos em Hong Kong.OR:1,94(1,35-2,70) Bruske-Hohlfeld I et al.Bruske-Hohlfeld I et al. Am J Epidmiol, 2000 Am J Epidmiol, 2000 - Caso-controle -Alemanha. OR (sílica):1,41(1,22-1,62)- Caso-controle -Alemanha. OR (sílica):1,41(1,22-1,62)

Page 49: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Estudos Experimentais e BiomarcadoresEstudos Experimentais e Biomarcadores

Béna F et al.Béna F et al. Inhalation Toxicology,2000 Inhalation Toxicology,2000

• • alterações mitóticas em hamster expostosalterações mitóticas em hamster expostos

Fenoglio I et al.Fenoglio I et al. Inhalation Toxicology,2000 Inhalation Toxicology,2000

• • morfologia e reatividade superfície - DNA?morfologia e reatividade superfície - DNA?

Liu B et al.Liu B et al. J Environ Pathol Toxicol Oncol, 2000J Environ Pathol Toxicol Oncol, 2000

• • silicóticos com câncer de pulmão

• mutação p53, em exon diferente de não silicóticos

• ausência de mutação em K-ras

• • mutação diferenciada - efeito da sílica nível DNAmutação diferenciada - efeito da sílica nível DNA

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Câncer de Pulmão - Sílica ou silicoseCâncer de Pulmão - Sílica ou silicose

Se necessário silicoseSe necessário silicose ca de pulmão só atribuível se houver ca de pulmão só atribuível se houver

diagnóstico de silicosediagnóstico de silicose

limites de tolerância para evitar silicose sãolimites de tolerância para evitar silicose são

seguros para evitar câncerseguros para evitar câncer

Se suficiente exposiçãoSe suficiente exposição Silicose torna-se um marcador de exposição Silicose torna-se um marcador de exposição

elevada e não pré-requisitoelevada e não pré-requisito

Limites de exposição devem ser menoresLimites de exposição devem ser menores

Page 51: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

Page 52: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Conclusões - 1Conclusões - 1

Grande número de estudos evidenciam que Grande número de estudos evidenciam que indivíduos com silicose, tem risco aumentado indivíduos com silicose, tem risco aumentado para câncer de pulmãopara câncer de pulmão

Indivíduos expostos a sílica e sem silicose Indivíduos expostos a sílica e sem silicose também tem risco aumentado, embora menortambém tem risco aumentado, embora menor

Os dados sugerem risco menor do que em Os dados sugerem risco menor do que em relação à exposição ao asbestosrelação à exposição ao asbestos

Divergências entre autores na interpretação Divergências entre autores na interpretação dos mesmos estudos, revela complexicidade dos mesmos estudos, revela complexicidade do temado tema

Page 53: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Conclusões - 2Conclusões - 2

Apesar das limitações dos estudos quanto Apesar das limitações dos estudos quanto a fatores de confusão e critérios de a fatores de confusão e critérios de diagnóstico, não é possível afastar o risco diagnóstico, não é possível afastar o risco de cancerogenicidade da sílicade cancerogenicidade da sílica

Os recentes estudos epidemiológicos, Os recentes estudos epidemiológicos, experimentais e com biomarcadores, não experimentais e com biomarcadores, não autorizam rever o critério da IARC - 97autorizam rever o critério da IARC - 97

Até novos estudos, a exposição à sílica Até novos estudos, a exposição à sílica cristalina deve ser considerada como risco cristalina deve ser considerada como risco independente para câncer de pulmãoindependente para câncer de pulmão

Page 54: Sílica e Câncer de Pulmão Situação Atual Situação Atual Ubiratan de Paula Santos Ubiratan de Paula Santos Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto

Sílica, Silicose e Câncer de PulmãoSílica, Silicose e Câncer de Pulmão

• Aspectos históricosAspectos históricos

• IARC - 1987 e 1997IARC - 1987 e 1997

• Evidencias epidemiológicasEvidencias epidemiológicas

• Evidencias experimentaisEvidencias experimentais

• Controvérsia atualControvérsia atual

• ConclusõesConclusões

• RecomendaçõesRecomendações

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Recomendações - 1Recomendações - 1

Devem ser revistos os limites de exposição, Devem ser revistos os limites de exposição, com diferenciação entre as variedades de com diferenciação entre as variedades de sílicasílica

Ambientes de trabalho com geração de Ambientes de trabalho com geração de partículas “novas”, devem ser merecer partículas “novas”, devem ser merecer controles rigorosos para evitar exposiçãocontroles rigorosos para evitar exposição

Instituir Instituir Programa Programa Nacional de PrevençãoNacional de Prevenção, , para evitar e controlar a exposição dentro de para evitar e controlar a exposição dentro de limites estabelecidoslimites estabelecidos

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Recomendações - 2 Recomendações - 2

O registro dos ambientes e do seu O registro dos ambientes e do seu monitoramento devem ser compulsórios monitoramento devem ser compulsórios

O poder público deve implantar cadastro das O poder público deve implantar cadastro das empresas que manipulam sílica, com dados empresas que manipulam sílica, com dados disponíveis aos trabalhadores e à sociedadedisponíveis aos trabalhadores e à sociedade

Estimular/financiamento medidas de prevenção Estimular/financiamento medidas de prevenção

Estimular linhas de pesquisa experimental e Estimular linhas de pesquisa experimental e epidemiológicas que contribuam para epidemiológicas que contribuam para esclarecer papel cancerígeno da sílicaesclarecer papel cancerígeno da sílica

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Novos EstudosNovos Estudos

Precisão no diagnóstico de silicose nos Precisão no diagnóstico de silicose nos casos com câncer de pulmão e nos controlescasos com câncer de pulmão e nos controles

••Limitações da Radiografia x custos da TCARLimitações da Radiografia x custos da TCAR

Determinação do tempo de início da silicoseDeterminação do tempo de início da silicose

Emprego de métodos equivalentes de follow-Emprego de métodos equivalentes de follow-up em silicóticos e não silicóticosup em silicóticos e não silicóticos

Quantificação da exposição a sílicaQuantificação da exposição a sílica

Informação detalhada sobre tabagismoInformação detalhada sobre tabagismo