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STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
DR2, DR3 E DR4- Ruralidade e Urbanidade, Administração, Segurança, Território, Mobilidades Locais e Globais
Formando: HUMBERTO SANTOS
Formador: PAULO RICO
Março 2012
INSTITUTO DE EMPREGO E FORMAÇÃO
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Índice
Índice de Ilustrações................................................................................2
1. Introdução.....................................................................................3
2. Desenvolvimento............................................................................4
2.1. Ruralidade e Urbanidade..............................................................4
2.1.1. Local onde nasci e cresci, relacionado com as alterações sofridas,
nomeadamente a nível de indústria e comércio...............................................4
2.1.2. Alterações sofridas, nomeadamente a nível de indústria e
comércio, considerando as alterações verificadas no espaço............................5
2.1.3. Técnicas utilizadas na agricultura tradicional e na agricultura
moderna, indicando métodos, técnicas e produtos utilizados atualmente na
preservação do ambiente face aos mais antigos..............................................6
2.2. Administração, Segurança e Território..........................................10
2.2.1. Relação entre o desenvolvimento da rede rodoviária e a
transformação da densidade e aglomeração populacional dos territórios...........10
2.2.2. Técnicas de vigilância, sinalização e segurança rodoviária na
vertente tecnológica..................................................................................11
2.2.2.1. Exemplos.........................................................................11
2.2.3. A importância do pelouro do urbanismo na gestão do território. . .13
2.2.3.1. Visão crítica da cidade de Setúbal.......................................13
2.2.4. Condução sob o efeito do álcool, no âmbito da segurança
rodoviária 14
2.2.5.1. Airbag..............................................................................18
........................................................................................................19
2.3. Mobilidades locais e Globais.......................................................19
2.3.1. Fluxos migratórios (de entrada e saída) verificados em Portugal no
século XX 20
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STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
2.3.2. Relação dos fluxos migratórios com estruturas de oportunidades
(económicas, políticas e culturais) muito assimétricas entre regiões e países....22
2.3.3. Os meios de transporte utilizados nas migrações ao longo dos
tempos e suas características.....................................................................23
2.3.4. Alterações dos custos e tempos de transporte na estrutura das
migrações 24
2.3.5. Desenvolvimento dos meios de transporte, as suas evoluções
tecnológicas e as configurações das migrações efetuadas..............................25
3. Conclusão...................................................................................26
Web Grafia...........................................................................................27
Índice de Ilustrações
Ilustração 1 - Travessa Álvaro Anes - Bairro Troino............................................4
Ilustração 2 - QUINTA DA SABOARIA................................................................5
Ilustração 3 - Agricultura Tradicional...................................................................7
Ilustração 4 - Aspeto de Agricultura Moderna......................................................8
Ilustração 5 - Avião a pulverizar...........................................................................9
Ilustração 6 - Mapa das autoestradas em 2010.................................................10
Ilustração 7 – Sistema de videovigilância para controlo de tráfego...................12
Ilustração 8 - Sistema de navegação.................................................................12
Ilustração 9 - Auditório no Largo José Afonso...................................................14
Ilustração 10- Campanha Álcool e Condução...................................................15
Ilustração 11- Sistema de Travagem ABS.........................................................17
Ilustração 12- Funcionamento de um Airbag.....................................................19
Ilustração 13 - Emigração..................................................................................20
Ilustração 14 - Imigração em Portugal...............................................................21
Ilustração 15 - Evolução dos meios de transporte.............................................24
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STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
1. Introdução
Este é um trabalho referente à disciplina de STC – 6, cujo tema reflete
os modelos de urbanismo e mobilidade. Inseridos no tema em questão, irão ser
analisados e retratados assuntos relacionados com os seguintes domínios de
referência: Dr2- Ruralidade e Urbanidade, Dr3- Administração, Segurança e
Território e Dr4- Mobilidades locais e Globais.
Relacionado com o Dr2, primeiramente, irei refletir sobre o espaço onde
nasci e cresci, relacionando-o com as alterações sofridas, nomeadamente a
nível de indústria e comércio, considerando as alterações verificadas no
espaço relatarei que novas profissões foram surgindo, se tiveram ou não algum
impacto profissional, no meu caso em particular e, por fim, referirei as técnicas
utilizadas na agricultura tradicional e na agricultura moderna, indicando
métodos, técnicas e produtos utilizados atualmente na preservação do
ambiente face aos mais antigos. Relativamente ao DR3, explorarei a relação
entre o desenvolvimento da rede rodoviária e a transformação da densidade e
aglomeração populacional dos territórios, seguidamente, identificarei as várias
técnicas de vigilância, sinalização e segurança rodoviária na vertente
tecnológica, irei refletir sobre a importância do pelouro do urbanismo na gestão
do território, dando alguns exemplos, abordarei o tema da condução sob o
efeito do álcool, no âmbito da segurança rodoviária, assim como os
mecanismos de segurança existentes nos novos veículos automóveis.
Por fim, em conformidade com o DR4, identificarei alguns fluxos
migratórios (de entrada e saída) verificados em Portugal no século XX,
relacionarei esses fluxos migratórios com estruturas de oportunidades
(económicas, políticas e culturais) muito assimétricas entre regiões e países, os
meios de transporte utilizados nas migrações ao longo dos tempos e suas
características, posteriormente relatarei as alterações dos custos e tempos de
transporte na estrutura das e, por último, relacionarei a evolução dos meios de
transporte, as suas evoluções tecnológicas e as configurações das migrações
efetuadas.
A componente linguística deste trabalho está formulada segundo o novo
acordo ortográfico.
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- Travessa Álvaro Anes - Bairro
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
2. Desenvolvimento
2.1. Ruralidade e Urbanidade
2.1.1. Local onde nasci e cresci, relacionado com as alterações sofridas, nomeadamente a nível de indústria e comércio
O bairro de Troino, local onde vivi até aos meus doze anos1, é um dos
mais característicos e antigos
bairros da cidade de Setúbal,
remontando os seus primórdios
à época romana. Originalmente
e até aos dias de hoje tem sido
uma área de habitação da
comunidade piscatória, dada a
sua proximidade da zona
ribeirinha. Tem também
acolhido outras atividades
ligadas ao mar como armazéns
de pesca, pequenas oficinas e
diverso comércio.
Nas duas últimas décadas o
típico bairro tem vindo a
acentuar uma vocação para
acolher estabelecimentos de
restauração baseados na
confeção de peixe grelhado, bem como cafés, bares e esplanadas. Uma
evolução ditada, não por qualquer plano, mas pela, desde sempre, ligação à
pesca.
Ao longo do ano, mas com especial incidência nos meses de Verão, os
estabelecimentos da zona são procurados por muitos milhares de pessoas. O
número de restaurantes tem vindo a aumentar e Troino é já um destino de
turismo gastronómico. Mas o bairro não reúne condições adequadas a tal
responsabilidade. Quer os espaços públicos, quer a grande parte das
1 Seguindo a seta mostra a casa onde vivi até aos doze anos de idade
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QUINTA DA SABOARIA
1 – Local onde iniciei a minha atividade laboral2 – Praia da Saúde3 – Nova urbanização
Fonte: Google Earth datada de 23/06/2007
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
construções apresentam-se em muito más condições. Há mesmo uma taxa
elevada de edifícios desocupados, degradados ou em ruínas.
2.1.2. Alterações sofridas, nomeadamente a nível de indústria e comércio, considerando as alterações verificadas no espaço
Ilustração 2 - QUINTA DA SABOARIA
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STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
A zona da Saboaria, assim como a zona das Fontainhas, locais onde o
meu pai possuiu estabelecimentos industriais de cromagem, foram durante o
século XX, locais de grande concentração industrial Foi nestas zonas, em
particular na zona da Saboaria, que iniciei a minha atividade laboral.
. As fábricas de conservas de peixe de Setúbal, em grande abundância
nestas zonas, eram nacionalmente reconhecidas, tendo-se verificado nos
últimos anos alguns esforços de reativação desta atividade na cidade, a qual
atraiu diversos trabalhadores do Alentejo e Algarve durante o seu período de
maior dinamismo.
Atualmente, na zona da Saboaria encontram-se instalados diversos
restaurantes, com uma oferta gastronómica algo variada. Também nesta zona,
situam-se a maioria dos clubes noturnos e bares da cidade, assim como tem
sido feito um esforço de revitalização urbana por parte de empreiteiros e da
própria câmara municipal. Entre os projetos já realizados destacam-se o
Programa Pólis, que veio reorganizar a Avenida Luísa Todi, a construção da
zona residencial da Quinta da Saboaria e o Parque Urbano de Albarquel. Para
breve, espera-se a deslocalização dos barcos rebocadores e a demolição de
alguns edifícios velhos de fábricas para se dar início à construção da Praia da
Saúde.
2.1.3. Técnicas utilizadas na agricultura tradicional e na agricultura moderna, indicando métodos, técnicas e produtos utilizados atualmente na preservação do ambiente face aos mais antigos
O desenvolvimento tecnológico da agricultura, sobretudo a partir da
segunda metade deste século, permitiu a incorporação de um conjunto de
tecnologias “avançadas” ou “modernas” que, evidentemente aumentaram a
produção e a produtividade das atividades agropecuárias, a par de alterar
relações sociais no campo. Contudo, a incorporação dessas tecnologias
frequentemente ocorreu de forma inadequada à realidade do meio rural, seja
pela maneira como se deu esta implantação, seja pela natureza das
tecnologias introduzidas. O predomínio de práticas e métodos que se tornaram
convencionais, como a monocultura, o uso massivo de agrotóxicos2, a
2 Agro-tóxico (agro- + tóxico) adj. S. m. [Agricultura] Diz-se de ou produto químico usado para combater e prevenir pragas agrícolas. Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=agrot%F3xico
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Fonte: http://professormarcianodantas.blogspot.pt/2011/09/o-mundo-rural.html
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
desflorestação generalizada, a administração inadequada do solo e da água,
revelam na verdade um problema mais profundo de relação homem-meio
físico, com consequências ambientais (erosão, contaminação do solo e
nascentes de água, perda da biodiversidade) e sociais (êxodo rural acentuado),
com o consequente agravamento de problemas urbanos.
Analisando dois tipos de agricultura, a tradicional e a moderna,
verificamos que existem grandes diferenças, quer na aplicação de métodos de
cultivo, nas técnicas ou nos produtos utilizados.
A agricultura tradicional pauta-se por ser uma agricultura de
subsistência, ou seja, para
consumo próprio, sendo
muito praticada nos países
subdesenvolvidos,
existentes em continentes
como África, América Latina
ou mesmo a Ásia. Possui um
carácter rudimentar e
rotineiro, utilizando técnicas
e instrumentos
primitivos/simples, onde são
usados fertilizantes naturais (caso do estrume animal), tendo baixos
rendimentos agrícolas, muito praticada em explorações agrícolas de reduzida
dimensão e ocupa uma grande percentagem da população ativa.
No que respeita à agricultura moderna, esta é essencialmente praticada
nos países desenvolvidos e industrializados, tendo como principal objetivo a
maior produção possível.
Foi com o aparecimento de empresas agrícolas que ocupam grandes
áreas que, em meados do século XX, surgiu a chamada Agricultura Moderna
como forma de responder à crescente necessidade de produzir mais
rapidamente maiores quantidades de alimentos.
Este tipo de agricultura utiliza em grande escala o trabalho mecanizado
o que favorece a produção de bens alimentares. São as máquinas que
realizam a grande maioria do trabalho agrícola como a monda, a irrigação, a
aplicação de pesticidas e fertilizantes, entre outros.
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Ilustração 3 - Agricultura Tradicional
Fonte: http://eco4planet.com/blog/2010/08/agricultura-moderna-reduz-emissao-de-co2/
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
O agricultor torna-se, então, mecânico, tratorista, condutor de engenhos,
etc. O reordenamento territorial assume cada vez maior importância dada a
necessidade da paisagem agrícola se adaptar às novas máquinas e técnicas
de trabalho. A agricultura moderna assenta numa verdadeira planificação do
espaço rural.
Na prática da agricultura moderna, os agricultores recorrem a um regime
de monocultura, ou seja dedicam-se à produção de uma única espécie. O trigo,
o arroz, o milho, o tomate e a batata, são exemplos de culturas geralmente
cultivadas sob este regime.
A agricultura moderna apresenta-se como a melhor forma de dar
resposta à crescente procura de produtos agrícolas. No entanto, ela apresenta
diversos aspetos negativos que não convém ignorar.
A necessidade de uma agricultura monocultural latifundiária para
rentabilizar a maquinaria e maximizar a produção apresenta, porém, enormes
inconvenientes:
Maior degradação dos solos no período de repouso em que a
parcela é facilmente erodida3 porque fica mais exposta aos
agentes atmosféricos;
3 Erodir no idioma Português erodir (e-ro-dir) (lat erodere) vtd 1 Corroer. 2 Geol Desgastar (solo, rochas) pela ação de água, vento ou gelo de geleiras. Fonte: http://www.dicionarioweb.com.br/erodido.html
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Ilustração 4 - Aspeto de Agricultura Moderna
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/entrevista-saude/o-uso-de-agrotoxicos-no-brasil-e-
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
O sistema monocultural, fazendo incidir toda a pressão da cultura
sobre certos elementos minerais e orgânicos, esgota rapidamente
os solos tornando-os improdutivos, mesmo lançando-se mão de
dispendiosos processos de fertilização;
Maior facilidade na proliferação das pragas em grandes
extensões da mesma cultura;
A tecnologia na agrícola moderna constitui também um poderoso
fator de degradação dos solos. O intenso trabalho mecânico, com
máquinas muito pesadas, favorece a compactação do solo que
dificulta a circulação do ar e da água que, circulando
superficialmente acelera a erosão;
Por outro lado, o uso maciço de produtos químicos (fertilizantes,
pesticidas, herbicidas, etc.), muitos deles de alta toxicidade, pode
durante algum tempo aumentar os rendimentos da terra. Mas se o
solo não for compensado com fertilizantes orgânicos, ele acabará
por empobrecer e tornar-se estéril. Estes produtos químicos
contribuem também para a contaminação dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos e para introdução de elementos
tóxicos nos alimentos.
Esta
agricultura
tem assim
grandes
impactos
negativos
sobre o
ambiente.
Desde
algumas
décadas a
esta parte, têm vindo a desenvolver-se novas técnicas com o
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Fonte: http://anossaterrinha.blogspot.pt/2010/10/auto-estradas-e-assimetrias-regionais.html
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
objetivo de melhorar a produtividade vegetal e a diminuir o impacto dessa
atividade nos ecossistemas.
2.2. Administração, Segurança e Território
2.2.1. Relação entre o desenvolvimento da rede rodoviária e a transformação da densidade e aglomeração populacional dos territórios
A necessidade de vencer as distâncias entre os diversos pontos de
interesse no território resultou em esforços por parte das sociedades no sentido
de criar condições para facilitar as deslocações, processo consolidado, ao
longo do tempo, numa relação cada vez mais complexa entre os transportes e
as formas de organização espacial.
As vias de comunicação e os
meios de transporte desempenham
um papel relevante no
desenvolvimento, constituem um
sector importante da vida nacional,
permitem uma maior facilidade de
movimentos no escoamento de
recursos naturais, de produtos
agrícolas e industriais e facilitam o
intercâmbio social, cultural e
económico entre as populações.
A facilidade de acessos
contribui para a desconcentração de
pessoas e consequente expansão dos
centros urbanos periféricos,
criação de novos serviços e
bens de equipamento,
desenvolvimento da atividade
comercial nos locais de residência, dando origem ao que, no último século, se
designou por suburbanização.
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Ilustração 6 - Mapa das autoestradas em 2010
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Alguns desses núcleos urbanos desenvolvem atividades tais, que
adquirem estatuto de cidade, podendo designar-se por “cidade dormitório” ou
“cidade satélite”.
É também um dos fatores que mais contribui para aumentar a sociabilidade
humana nas relações cidade-campo, principalmente na área do lazer.
2.2.2. Técnicas de vigilância, sinalização e segurança rodoviária na vertente tecnológica
Com o aumento exponencial de veículos automóveis em circulação na
rede rodoviária, aliado ao progresso das novas tecnologias, foram sendo
criadas e implementadas técnicas/dispositivos de modo a garantir a segurança
dos ocupantes das viaturas.
De facto, Portugal tem tido uma evolução significativa em relação às
técnicas de vigilância, à sinalização na vertente tecnológica, seja para motivos
dissuasores dos condutores, seja para ajuda e auxílio dos mesmos. Segundo o
Decreto-Lei nº 207/2005 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA RODOVIÁRIA E
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO de 29 de Novembro “Os sistemas de
vigilância electrónica constituem um importante instrumento no quadro das
políticas de prevenção e de segurança rodoviárias, bem como na detecção de
infracções estradais. As estatísticas relativas ao número de acidentes com
vítimas reflectem a situação nacional nesta matéria, com índices relativos
superiores à média europeia, apesar da tendência decrescente que se tem
verificado.
Estes meios constituem não só um meio de dissuasão relevante mas,
igualmente, um sistema que permite potenciar a acção das forças de
segurança nesta missão essencial para a salvaguarda de pessoas e bens.”
2.2.2.1. Exemplos
Existem diversos
equipamentos aprovados para
uso na fiscalização do trânsito,
assim como equipamentos
auxiliares na condução do dia-
a-dia.
Página 11 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
Fonte: http://adefesadefaro.blogspot.pt/2011/11/faro-camara-e-policia-colocam-em.html
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Como equipamentos de fiscalização, muito utilizados pelos agentes de
autoridade, temos os alcoolímetros, balanças, bloqueadores, as câmaras de
captura de matrículas, os cinemómetros4/radares, equipamentos de vídeo para
controlo de velocidade, parquímetros/parcómetros, sonómetros, testes de
rastreio de saliva, a via verde, entre outros.
Relativamente a equipamentos de auxílio na
condução podemos destacar o sistema de
assistência ao condutor (regulador
ativo de velocidade – Adaptive
Cruise Control), sistemas de
posicionamento (GPS5), alertas de
marcha atrás, o tacógrafo digital
(equipamento que tem a função de
indicar, registar e memorizar
automaticamente os dados sobre a
marcha do veículo, os tempos de
condução e repouso do
motorista),
computador de bordo em muitos veículos, módulos de navegação cuja função
é dar ao motorista instruções de orientação através de interface visual e/ou
vocal, entre outros.
2.2.3. A importância do pelouro do urbanismo na gestão do território
O Ordenamento do Território é responsável pela delimitação das zonas
urbanas, industriais, agrícolas, florestais e naturais, permitindo gerir de maneira
adequada, a ocupação, o uso, e a conservação dos solos.
4 Cinemómetro significa «indicador de velocidades» Fonte: http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=25174
5 O sistema de posicionamento global, popularmente conhecido por GPS (acrónimo do original inglês Global Positioning System, ou do português "geo-posicionamento por satélite") é um sistema de navegação por satélite que fornece a um aparelho recetor móvel a posição do mesmo, assim como informação horária, sob todas quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o recetor se encontre no campo de visão de quatro satélites GPS. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_posicionamento_global
Página 12 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
Ilustração 8 - Sistema de navegação
– Sistema de videovigilância para
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
O Urbanismo pressupõe planeamento, avaliação e estudo das nossas
cidades, do nosso território urbano. Urbanismo acarreta urbanização, a que se
seguirá aumento da construção, aumento da população, necessidade de mais
equipamentos, mais infraestruturas sociais, entre outros.
O objetivo da exigência do pelouro do urbanismo em qualquer autarquia
é o de garantir que o território esteja organizado e urbanizado em função do
interesse coletivo dos cidadãos, do seu bem-estar e da sua qualidade de vida.
O desordenamento do território é visível por todo o país, consequência
do crescimento desequilibrado do tecido urbano, fruto de construções sem
regras nem critérios. A legislação que foi surgindo nas últimas décadas tenta,
pelo menos em teoria, coordenar de forma sustentável a organização do
território, quer a nível nacional, quer a nível local.
2.2.3.1. Visão crítica da cidade de Setúbal
Num âmbito mais particular, gostaria de realçar o caso da cidade de
Setúbal, cidade onde nasci.
Conforme podemos ler na página web, da empresa OA – Oficina de
Arquitectura6, “Polis de Setúbal - Requalificação da Av. Luísa Todi e espaços
envolventes. - Este projeto insere-se no programa promovido pela Sociedade
Setúbal Polis.
O conceito urbano e a organização viária e do espaço público são
determinados pelo Plano de Pormenor elaborado pela “Risco-Projetistas e
Consultores do Design SA” para a Câmara Municipal. Durante a realização do
projeto e obra houve alterações significativas, nomeadamente quanto ao
sistema de circulação e renúncia a um corredor dedicado aos transportes
públicos. Algumas destas, por serem parcelares e casuísticas muito
prejudicaram, na nossa opinião, a qualidade final da obra.
Nos seus princípios gerais, o projeto procurou consagrar a preservação
da memória do sítio, nomeadamente da mais importante intervenção urbana
realizada na década de sessenta. “
6 Fonte: http://www.oficina-arquitectura.pt/projectos.php?id=48
Página 13 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
Fonte: http://www.forumsetubal.net/t6-largo-jose-afonso-a-magnifica-obra
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Apesar de estar em curso este programa <Polis>, na minha opinião,
pouco ou nada se fez que viesse proporcionar, a quem vive na cidade de
Setúbal, melhores condições de habitabilidade.
Espaço público degradado e sem vida, como é o caso da baixa histórica
da cidade que a partir das 19 horas mais parece um deserto, aliado à falta de
segurança atrai a delinquência e afasta as pessoas da rua implicando assim
um estilo de vida sedentário. Percorrendo a cidade, seja de automóvel ou a pé,
pelos seus bairros verifica-se que são escassas as infraestruturas, ou seja os
parques, jardins, o mobiliário urbano, esplanadas, quiosques que proporcionem
aos habitantes momentos de lazer. Outra das lacunas que me convém realçar
é precisamente a falta de espaços culturais. O fórum Luiza Todi com obras já
há largos meses e o auditório do Largo José Afonso, uma das obras que mais
suscitaram críticas por parte dos setubalenses, seja pela sua estética seja pela
sua funcionalidade.
.
2.2.4. Condução sob o efeito do álcool, no âmbito da segurança rodoviária
É importante que o condutor em exercício se encontre em bom estado
físico e psíquico. Só nestas circunstâncias, para além de uma boa preparação
teórico-prática, é possível garantir um bom desempenho na condução. A dor
Página 14 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
- Auditório no Largo José Afonso
Ilustração 10- Campanha Álcool e Condução
Fonte: pradigital-sandrajacinto.wikispaces.com
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
física pode distrair e prejudicar a condução. O cansaço físico pode, também,
limitar os movimentos dos membros e adormecer parte do corpo. O estado
febril pode causar sonolência e distração, bem como a ingestão de
determinados medicamentos.
O mesmo sucede com o estado psíquico. Subfactores, tais como o sono,
o cansaço, o stress
quotidiano
prolongado, estado
depressivo, a
adrenalina, as
substâncias
psicostimulantes ou
o álcool, podem
potenciar muito a
ocorrência do
sinistro rodoviário. Segundo o “Manual
de Segurança de
Trânsito para
Profissionais de
Trânsito e de
Saúde7” Os efeitos
imediatos do álcool no cérebro podem ser de caráter depressor ou estimulante,
em função da quantidade absorvida. Em ambos os casos, o álcool produz uma
alteração fisiológica que aumenta o risco de acidentes, visto que modifica a
capacidade de discernimento, torna os reflexos mais lentos, diminui a vigilância
e reduz a acuidade visual.
Fisiologicamente, o álcool também provoca diminuição da pressão
sanguínea e depressão das funções de consciência e respiração. Além disso, o
álcool tem propriedades analgésicas e anestésicas em geral.
O álcool pode alterar a capacidade de discernimento e aumentar o risco
de acidente mesmo com um nível baixo de alcoolemia. Todavia, os efeitos
negativos são progressivamente intensificados à medida que a alcoolemia
7 Fonte: http://whqlibdoc.who.int/publications/2007/9782940395088_por.pdf
Página 15 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
Fonte: http://carrocarro.com.br/2010/freios-abs-saiba-como-eles-funcionam/
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
aumenta. Não são apenas a capacidade de discernimento e os reflexos que
ficam prejudicados: a visão também sofre deterioração. Além do risco direto de
acidente, acredita-se que o álcool prejudique outros aspetos da segurança do
condutor, como o uso de cinto de segurança e capacete e o respeito dos limites
de velocidade. Embora este manual tenha deliberadamente deixado de lado o
uso de outros tipos de droga, vale a pena lembrar que o consumo de álcool, em
parte porque favorece a perda da inibição, é com frequência associado ao uso
de outras drogas que podem afeta o desempenho ao volante. (…) As
alterações fisiológicas provocadas pelo álcool aumentam consideravelmente os
riscos de acidentes, tanto para os condutores de veículos automotores ou
motocicletas como para os pedestres; beber e dirigir é com frequência
apontado como um dos fatores mais graves e determinantes para acidentes de
trânsito em países em que os veículos motorizados são amplamente utilizados.
Os condutores alcoolizados correm um risco muito maior de acidentes
de trânsito que os motoristas não alcoolizados, e esse risco cresce
consideravelmente conforme aumenta a concentração de álcool no sangue. No
caso dos motociclistas, calcula-se que uma alcoolemia superior a 0,05 g/100 ml
aumente em até 40 vezes o risco de acidente, comparando-se com uma
alcoolemia zero.”
2.2.5. Mecanismos de segurança existentes nos novos veículos automóveis
Atualmente existem
diversos mecanismos de
segurança automóvel, que
garantem uma condução mais
segura, permitindo assim
prevenir acidentes ou
protegendo o condutor e
restantes ocupantes do veículo.
Página 16 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
Ilustração 11- Sistema de Travagem ABS
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Podemos então dividir os mecanismos em duas vertentes, uma de
segurança ativa e outra de segurança passiva.
Mecanismos de Segurança ativa são aqueles que garantem uma
condução mais segura, procurando assim prevenir acidentes automóveis, tais
como, o ABS- Sistema anti bloqueio de travões com a função de evitar o
bloqueio de uma ou mais rodas durante a travagem, assegurando, deste modo,
o controlo do veiculo e sua imobilização, O BA- Assistência de Travagem
permite o aumento do esforço de travagem aliviando o pedal, EBD- Distribuição
Eletrónica da Força de Travagem responsável pela garantia de que está
disponível em cada roda a maior força de travagem, VSC- Controlo de
Estabilidade do Veiculo, este sistema controla automaticamente a força dos
travões e a potencia do motor para ajudar a impedir derrapagens, TRC-
Controlo de Tração, reduz automaticamente a potência do motor para evitar a
patinagem e restabelecer a tração, MICS- Sistema de Intrusão Mínima do
Habitáculo, com a finalidade de dispersar eficientemente a energia proveniente
de um impacto, SRS- Sistema Suplementar de Segurança, ou seja, numa
colisão, o Sistema de Segurança dá origem a que o airbag dispare
instantaneamente para complementar a ação do cinto de segurança na
redução do impacto do condutor contra o volante da direção, ou do passageiro
contra o tablier, ISOFIX- Sistema de Fixação para Cadeira de Criança, sendo
uma estrutura bem segura e rápida entre a cadeira da criança e a carroçaria do
veiculo, feita através de um encaixe de garras existentes nas extremidades dos
braços rígidos da basse do assento, ELR- Redutor de Travagem de
Emergência e de Tensão, este sistema tranca o cinto de segurança para o
individuo não ser projetado e cuspido da viatura, em caso de acidente brusco.
Quanto aos mecanismos de Segurança Passiva, temos a salientar os
cintos de segurança, que servem para impedir o embate dos passageiros e
condutor contra o tablier, volante ou o para-brisas, os Airbags, sejam eles
frontais ou laterias.
Página 17 de 28 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
2.2.5.1. Airbag
O airbag é um mecanismo de segurança dos carros que funciona de
forma simples, ou seja, quando o carro sofre um grande impacto, vários
sensores dispostos em partes estratégicas do veículo (frontal, traseiro, lateral
direito, lateral esquerdo, ou, atrás dos bancos do passageiro e motorista) são
acionados emitindo sinais para uma unidade de controlo, que por sua vez
reconhece qual foi o sensor atingido acionando o airbag mais adequado para a
segurança dos ocupantes do veiculo.
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Ilustração 12- Funcionamento de um Airbag
Fonte: http://seguroautofacil.com.br/blog/o-que-e-e-como-funciona-o-airbag/
Fonte: http://www.museu-emigrantes.org/
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2.3. Mobilidades locais e Globais
A história dos seres humanos é a história da mobilidade global, como
evidenciado pelas viagens longas tomadas pelos nossos ancestrais pré-
históricos. Nunca antes acontecera um tão grande movimento de pessoas em
todo o planeta, ou seja, mais de 200 milhões em todo o mundo, uma população
maior do que a maioria dos países do mundo.
O fenómeno da mobilidade humana constituiu-se como a expressão
mais significativa da transformação social e cultural da humanidade, fazendo
dos atores migrantes os principais motores da história da civilização, onde se
experimentam, ao mesmo tempo, a tragédia e a grandeza humana.
2.3.1. Fluxos migratórios (de entrada e saída) verificados em Portugal no século XX
O século XX português ficou marcado por sucessivas vagas de
emigrantes de Portugal para vários países do Mundo. Estima-se que mais de
três milhões de portugueses deixaram o país em busca de uma vida melhor. O
primeiro local para onde emigraram muitos portugueses foi o Brasil, fascinados
pela imensidão do
país, pela sua
riqueza e por se falar
o mesmo idioma.
Diversos são
os motivos que, ao
longo do tempo, têm
levado as pessoas a
emigrar.
Principalmente as más condições de vida no país de origem têm a sua principal
causa.
Porém, importa ressalvar que também algumas circunstâncias de
natureza política,
nomeadamente
nos anos da
ditadura em Portugal, determinaram a necessidade de emigrar como por
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Ilustração 13 - Emigração
Ilustração 14 - Imigração em Portugal
Fonte: http://cosmocronos.blogspot.pt/2012/02/fluxos-migratorios.html
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exemplo, devido a perseguições de natureza política, à falta de liberdade de
expressão, à guerra nas antigas colónias (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau)
e sobretudo às práticas sociais dominantes que levaram à fuga de muitos
jovens, antes ou durante o cumprimento do serviço militar.
Foi neste período que se registaram os valores mais elevados de
emigração em Portugal. Entre 1960 e 1974 terão emigrado mais de 1,5 milhões
de portugueses, ou seja, uma média de 100 000 saídas anuais, que só a crise
petrolífera de 1973 e consequente recessão económica veio travar.
Foi uma fase de intensa emigração para a Europa, sendo o principal
destino a França, país que recebeu cerca de um terço dos emigrantes na
primeira metade dos anos 60.
No reverso da medalha, ou seja, Portugal como país de acolhimento,
vários fluxos migratórios começaram a surgir a partir da década de 90, do
século passado, nomeadamente oriundos de países lusófonos, dada a
proximidade cultural e linguística.
Porém,
a
partir
do final
dos anos
90 (1999),
começou a surgir um novo tipo de imigração diferente e em massa proveniente
da Europa do Leste, surgindo imprevistamente no país.
Este fluxo migratório muito se deveu à abertura das fronteiras da união
Europeia por parte da Alemanha, contudo, devido á escassez de empregos
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indiferenciados nesse país originou que muitas destas pessoas migrassem
para sul, em particular para a Península Ibérica, onde existiam grandes
necessidades de mão-de-obra para a construção civil e agricultura nos dois
países ibéricos.
A maioria desses imigrantes estava dividida em dois grupos, os eslavos
(ucranianos, russos e búlgaros) e os latinos de leste (romenos e moldavos).
Este tipo de imigração vinda do leste tornou-se de difícil controlo, começando a
surgir e atuar “máfias” organizadas que traziam e controlavam imigrantes.
Segundo a notícia “27 arguidos da mafia de leste em julgamento”
publicada no DN Portugal8 podemos ler um artigo relativamente ao que se
acabou de citar.
Em 2003, a imigração em massa originária do leste europeu estancou
passando a ser um fluxo mais ténue. Passou a surgir uma imigração mais
significativa de brasileiros e asiáticos, nomeadamente de indianos e chineses.
2.3.2. Relação dos fluxos migratórios com estruturas de oportunidades (económicas, políticas e culturais) muito assimétricas entre regiões e países
Os novos contornos das migrações internacionais tornam-se cada vez
mais complexos uma vez que ligam povos e sociedades através de distâncias
cada vez maiores.
Enquanto a proporção da população mundial que atravessa fronteiras
não evoluiu significativamente nas últimas três décadas, os destinos, as
motivações e os meios de transporte dos migrantes são, hoje em dia,
muitíssimo mais variados. Uma vez estabelecidos, os laços são conservados e
reproduzidos graças à mediação de vastas redes sociais que se estendem
através do globo. Este processo foi facilitado pela globalização dos mercados
de trabalho, o que proporcionou novas motivações e novos meios para as
migrações internacionais das pessoas. As mudanças culturais e técnicas que
estão no centro da globalização contribuem para a criação, em simultâneo, dos
meios e da motivação para migrar.
8 Fonte: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1524467
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STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Para além disto, é hoje difícil distinguir entre países de emigração, de
imigração e de trânsito, uma vez que um número crescente de países enfrenta,
em simultâneo, os três tipos de fenómenos. Alguns migrantes podem instalar-
se definitivamente no país de chegada. Outros migram com a intenção de
voltar aos seus países de origem, enquanto os “migrantes em trânsito”
instalam-se temporariamente, com vista a continuar para um destino melhor.
Algumas pessoas deslocam-se de forma circular e repetida entre o seu
país de origem e um país de acolhimento. Outros migram de um país de
acolhimento para outro, frequentemente no interior de redes económicas de
sociedades multinacionais ou de redes socioculturais ou de comunidades
internacionais.
Hoje, uma pessoa pode trabalhar num país, viver num outro e ser
cidadão de um terceiro. Os negócios assumem um carácter internacional, e os
migrantes mandam remessas para atender a questões familiares e
comunitárias, conservando laços culturais e sociais intensos com as
comunidades de origem. Os parceiros matrimoniais podem ser procurados nas
comunidades de origem, e podem desenvolver-se laços permanentes
diversificados entre espaços afastados.
Devido a uma nova conjetura nacional derivada de uma crise social,
atingindo um grande número de desempregados, cerca de 150.000
portugueses emigraram no ano de 2011, aproximando-se da registada nos
anos de 60 e 70 do século passado, conforme publicação da SIC Notícias
Emigração em Portugal em 2011 aproximou-se da registada nos anos 60 e 70.
2.3.3. Os meios de transporte utilizados nas migrações ao longo dos tempos e suas características
O homem primitivo começou por usar o seu próprio corpo como força
motriz para se deslocar, porém com a evolução natural, necessitou de meios
que lhe permitissem deslocar entre dois lugares, cada vez com maior rapidez.
Com a invenção da roda, o homem foi capaz de criar meios que lhe
possibilitaram o acesso entre esses pontos com tração animal.
Com os descobrimentos de novos Continentes uma nova forma de
transporte ganhou importância - o barco. Mais seguro, permitia vencer as
grandes rotas marítimas transportando mercadorias, armadas até regiões
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Fonte: http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/pagina11/inicial.htm
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
longínquas, sendo movidas inicialmente pela força do vento, e mais tarde, com
a revolução industrial, pela máquina a vapor. A necessidade crescente de
comunicação entre as diferentes comunidades humanas e, sobretudo, o
aparecimento da Revolução Industrial, no século XVIII, vieram modificar
profundamente as formas de transporte até aí utilizadas. A descoberta da
máquina a vapor (e a utilização do carvão como combustível) permitiu uma
importante aplicação da sua força motriz aos transportes - o caminho-de-ferro.
No século XIX com a descoberta de uma nova fonte de energia
(petróleo) veio permitir o desenvolvimento de novos meios de transporte – o
automóvel e o avião.
Os continentes cobriram-se de linhas de caminho-de-ferro, estradas e,
mais recentemente, de aeroportos. As comunicações entre os grupos humanos
e as trocas de mercadorias intensificaram-se, contribuindo para a unificação
dos países e a criação de um mercado nacional e internacional de produtos e
matérias-primas.
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Ilustração 15 - Evolução dos meios de transporte
STC – 6 MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
2.3.4. Alterações dos custos e tempos de transporte na estrutura das migrações
A procura de meios de subsistência, as questões bélicas ou as
descobertas de novos espaços, contam-se entre os diversos motivos da
história das sociedades que terão suscitado a necessidade de abrir/construir
caminhos, de descrever rotas e itinerários e de clarificar a função dos
transportes no território. Os avanços técnicos da segunda metade do século XX
introduziram alterações de grande significado no território, em particular no
sector dos transportes e comunicações.
Os aumentos de velocidade de circulação de pessoas, bens e
informações, traduzidos pela crescente facilidade de articulação de atividades
no espaço geográfico, resultaram na banalização das deslocações e na
alteração dos quadros de vida das populações.
Antes da revolução industrial, as comunicações e os transportes eram
lentos e pouco seguros. Os fluxos comerciais, as viagens e o conhecimento de
outros lugares eram muito limitados. Com a evolução tecnológica nos
transportes e a sua modernização modificou a noção de distância. Outrora a
distância física media-se pela distância dos quilómetros, hoje em dia mede-se
em termos de distância-tempo e distância-custo. A maior capacidade de carga
dos transportes e a diminuição dos custos permitiram reduzir a distância-custo,
facilitando assim o intercâmbio de técnicas constituindo um fator de
aproximação de povos e culturas.
2.3.5. Desenvolvimento dos meios de transporte, as suas evoluções tecnológicas e as configurações das migrações efetuadas
Tem-se verificado um grande desenvolvimento e modernização dos
meios de transporte, tanto a nível das infraestruturas (pontes, túneis, estradas,
autoestradas), como do parque automóvel, ou mesmo a nível de transporte
ferroviário, não descurando o marítimo ou o transporte aéreo. O aumento da
velocidade, a capacidade de carga e a especialização dos transportes
contribuíram para aumentar a sua importância no tráfego de passageiros e de
mercadorias diversificadas.
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Com a grande diversidade dos meios de transporte, aliados á diminuição
dos custos, veio criar uma nova forma de migração temporária ou sazonal.
Este tipo de migração contempla indivíduos empregados num país que
não o seu durante uma parte do ano, visto que o trabalho que executam se
encontra dependente de condições sazonais (caso das vindimas).
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3. Conclusão
Este é um trabalho respeitante à disciplina de STC-6, cujos domínios de
referência são, Dr2- Ruralidade e Urbanidade, Dr3- Administração, Segurança
e Território e Dr4- Mobilidades locais e Globais.
Ao longo do mesmo, fui confrontado com temas e realidades pelos quais
me exigiu muita pesquisa e reflexão sobre os conteúdos apresentados.
Relativamente ao primeiro domínio de referência sobre ruralidade e
urbanidade, identifiquei as várias alterações sofridas no local onde vivi, a nível
de indústria e comércio e relatei as diferenças existentes entre a agricultura
tradicional e a moderna.
Quanto ao domínio de referência respeitante à administração, segurança
e território, constatei que a segurança rodoviária é uma problemática quase tão
diversa quanto complexa. Atuar nas diversas frentes é por isso um conjunto de
processos que deve ser levado a cabo de forma integrada, seja por parte das
autoridades de trânsito, seja por parte dos condutores. Realço o caso do efeito
visual e/ou auditivo, dissuasor, da presença das autoridades e sistemas de
deteção e vigilância que tem um efeito positivo e imediato no comportamento
dos condutores portugueses.
Sobre o urbanismo opinei sobre aspetos que, no meu entender,
deveriam ter mais atenção por parte do pelouro do urbanismo da cidade de
Setúbal. Gostaria, no entanto, de realçar uma frase do ex-vice-presidente da
Câmara do Porto, Paulo Morais, que afirmou a propósito de corrupção no poder
local, que “A margem de lucro do urbanismo em Portugal só é equivalente à do
tráfico de droga». «Lucro do urbanismo é equivalente ao do tráfico de droga».
Finalmente, reconheci as diferentes formas de mobilidade territorial (do
local ao global), bem como a sua evolução. Concluo que com a forte expansão
das cidades e o aumento da motorização à escala interurbana, vários
problemas começam a surgir, nomeadamente com o alargamento das
periferias, a necessidade de percorrer distâncias cada vez maiores entre locais
de trabalho e residência, os congestionamentos, entre outras, e as desiguais
condições de mobilidade da população, terão contribuído para uma maior
complexidade dos sistemas territoriais, suscitando a necessidade de repensar
as intervenções.
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Web Grafia
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