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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O Supervisor Escolar e as Novas Tecnologias
Por: Patrícia Marciano de Oliveira
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Niterói
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O SUPERVISOR ESCOLAR E AS NOVAS TECNOLOGIAS
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração e Supervisão
Escolar.
Por: Patrícia Marciano de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, aos
professores e aos meus amigos pelo
apoio e incentivo para realizar mais
esta etapa da minha formação.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a todos os meus
professores desde a educação infantil até
ao curso de pós-graduação. Que em
todos os momentos colaboraram para que
eu pudesse alcançar meu objetivo.
5
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento entre as
realidades da rede pública e privada de ensino do município de Magé quanto à
atuação do supervisor escolar.
A escola precisa constantemente repensar sua prática para assim
conseguir atingir alunos que chegam cada vez mais com uma "bagagem
grande de informações", contudo sem saber o que fazer, ou seja, a escola
deve apontar, orientar e auxiliar este aluno a reorganizar essas informações e
transformá-la em objeto de conhecimento (com um olhar crítico) e não mais
algo "superficial".
6
METODOLOGIA
Esta monografia teve como fonte de pesquisa autores como: Sanmya
Feitosa, Moacir Gadotti, Demerval Saviani, Heloisa Luck, Nilda Alves. Assim
como artigos retirados da Revista Nova Escola e dos sites do Consórcio
CEDERJ/Extensão.
Também é abordada na monografia a pesquisa de campo realizada em
escolas do município de Magé por meio de uma amostragem totalizando vinte
e nove (29) entrevistados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A formação do Professor 13
CAPÍTULO II - O Supervisor e sua função 18
CAPÍTULO III – Educação x Novas Tecnologias 25
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
ANEXOS 40
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
O computador pode ser colocado na escola para ser utilizado como uma
ferramenta pedagógica, tendo como base um planejamento voltado para toda a
escola, onde todos possam vivenciar os recursos tecnológicos, seja na sala de
aula, na biblioteca, enfim, em todos os espaços da escola em que os alunos
tenham acesso.
Os professores muitas das vezes se esquivam de fazer uso da
tecnologia por receio de uma não adaptação, e até mesmo de não saber lidar
com os alunos, pois os mesmos têm uma facilidade enorme em aceitar a
tecnologia enquanto que os professores na grande maioria apresentam
dificuldades.
Observa-se que o computador chegou e veio para ficar trazendo
grandes inovações tecnológicas em várias áreas da sociedade moderna. Por
que não utilizá-lo na educação? Ele pode trazer um estímulo para a criança
apática (com o áudio e o vídeo), trabalhar coordenação motora com um
software simples como Paint.
Assim descreve Sanmya Feitosa:
O computador é uma máquina que possibilita a
interatividade em tempo real. O conceito de diferenciação
dessa máquina em relação às demais, também, se dá por
conta do seu próprio sistema de funcionamento: entrada,
processamento e saída de informações – sistema do qual
nenhuma outra máquina dispõe. (2001, pág.49).
O computador quando utilizado no processo ensino-aprendizagem
estimula a criatividade do aluno fazendo com que a aprendizagem aconteça de
maneira mais prazerosa. Para inserir a informática educativa se faz necessário
que todos da comunidade escolar estejam abertos ao novo.
9
Na concepção de Sanmya Feitosa o computador pode ser utilizado no
cotidiano escolar, sendo um elo entre tantas outras mídias. Criando
possibilidades de trabalho muito mais amplo, despertando nos alunos o
interesse, pois a tecnologia é algo que está próximo dele e faz parte da sua
rotina.
Figura 1: Esquema de Interatividade do Computador
Uma vez que os alunos se deparam com o computador, inserido no
processo de aprendizagem, sendo utilizado como recurso pedagógico pelo
professor. É despertado nele a busca pelo conhecimento de forma que os
alunos se tornam participantes ativos do processo de ensino, e não
meramente ouvintes de uma aula expositiva, pois a tecnologia faz parte do seu
cotidiano.
O contato, ou seja, a experiência com recursos tecnológicos gera o
interesse constante dos alunos, já que estão inseridos na sociedade cercada
de tecnologia.
COMPUTADOR
Televisão
Videocassete
Aparelho de som
Máquina Fotográfica
Rádio
Data show
10
Píer César Rivotella, em entrevista a Revista Nova Escola descreve o
relacionado do jovem com as novas tecnologias assim:
Uma das maiores características desse público é o que
chamamos de uma disposição multitarefa. Ele responde
às mensagens do celular, ouve música no Ipod, vê TV e
fala com os amigos no Messenger – tudo ao mesmo
tempo... O jovem de hoje reconhece as especificidades
de cada tecnologia e se adapta a elas. Fazer tudo isso
simultaneamente é uma característica típica das novas
gerações. Por um lado, isso lhes confere uma elaboração
cognitiva muito rápida. Por outro acaba deixando-os na
superficialidade, pois não dá tempo de se aprofundar nos
assuntos. (mar/ 2007, pág. 15 e 16).
Fazer uso dos recursos das diferentes mídias no âmbito escolar remete
uma busca de aperfeiçoamento constante dos professores, assim como de
todos aqueles envolvidos no processo de ensino e aprendizagem (direção,
supervisão escolar, orientação pedagógica). Requer dedicação e planejamento
voltado para o aluno, que está inserido na sociedade digital. É preciso educar
para os meios de comunicação, fazer uso das tecnologias para atingir o aluno
e despertá-los para uma nova forma de aprendizado.
Trabalhar a temática mídia nas escolas, fazendo com que ela possa
permear os processos de ensino aprendizagem, é algo possível através de um
tema transversal. Assim, toda a escola (professores, supervisão, direção, pais
e os próprios alunos) junta poderá desenvolver projetos visando aprofundar os
assuntos, com os quais os alunos têm um primeiro contato fora da escola.
Kenia Kodel Cox (2003, pág. 67) nos diz que “A informática favorece a
proposta de trabalho educacional escolar com postura interdisciplinar por
otimizar o desenvolvimento de projetos de pesquisa”. Fazendo com que os
alunos busquem e construam seu próprio conhecimento, tendo o professor
como mais uma fonte de conhecimento e não a única. Isso é o que se espera
11
com o uso do computador em conjunto com todas as outras mídias na
aprendizagem. É uma educação voltada para a realidade do aluno, almejando
atingir seu interesse e sua busca constante para o saber.
Don Tapscott (apud Sanmya Feitosa 2001, pág. 43) descreve a
tecnologia: “Tecnologia só é tecnologia quando ela nasce depois de nós. O
que existia antes de nascermos faz parte de nossa vida de forma tão natural
que nem percebemos que é tecnologia”.
Pensar nas novas tecnologias aplicadas na educação nos remete um
questionamento: “Por que usar o computador? Será somente modismo ou
jogada de marketing das escolas?”.
Uma vez que uma grande parte da população adquiriu o computador, e
passou a ser usuária dos diversos produtos relacionados com essa tecnologia,
vai surgindo à necessidade de aprendizagem para aquela determinada
ferramenta. O computador muito pode auxiliar no processo de ensino
aprendizagem de crianças, jovens e adultos permitindo inserir este indivíduo
na sociedade digital, que seja capaz de utilizar um caixa eletrônico ou até
mesmo recursos disponíveis na web, como compra de produtos, transações
bancárias.
Na escola os alunos podem fazer uso de toda essa tecnologia, não
somente nas salas de informática, como também na sala de aula, onde os
professores podem fazer uso de televisão, DVD, Datashow, até mesmo um
simples esquema de slides em um Editor de Apresentações para exemplificar o
conteúdo a ser trabalhado, tornando a aula mais atraente, com recursos de
multimídia.
Roger Chartier, em entrevista a Revista Nova Escola, especialista em
história da leitura assim descreve o uso do computador na educação:
Pesquisas realizadas em vários países mostram que o
uso do computador na Educação, quando acompanhado
de métodos pedagógicos, melhora, sim, o aprendizado,
acelera a alfabetização e permite o domínio das regras
12
da língua, como a ortografia e a sintaxe. É preciso
desenvolver políticas públicas que tenham por objetivo a
correta utilização da tecnologia na sala de aula. (ago/
2007 pág. 26).
A informática na educação com seus inúmeros recursos é algo que
passa necessariamente por uma reforma no ensino. E isso envolve toda a
comunidade escolar, sendo o supervisor escolar aquele que muito pode
contribuir para permitir ao professor (peça chave nesse grande desafio) que é
trabalhar as novas tecnologias no âmbito educacional, incentivando e
buscando junto à direção formação adequada para toda a equipe pedagógica.
As escolas que já possuem salas de informática muitas das vezes são
utilizadas apenas pelos professores de informática em um tempo
predeterminado, enquanto que o ideal é que a sala seja usada por todos os
professores das diferentes disciplinas.
O computador está inserido na vida social nos mais variados setores da
sociedade. Permitir aos alunos o acesso a tecnologia para assim sentirem-se
inteirados no meio social é papel da escola.
Quando toda a escola estiver empenhada em levar aos seus alunos um
ensino voltado para sua realidade, com aulas dinâmicas e com qualidade,
permitindo acesso ao computador com seus recursos diversificados, dentro de
um planejamento em conjunto com toda a equipe pedagógica, onde os
professores das mais variadas áreas possam utilizar mecanismos e perceber
que o computador pode ser uma ferramenta pedagógica com inúmeras
possibilidades e com uma vantagem inquestionável – o aluno já conhece o
“equipamento”.
Assim, se faz necessário que o professor explore este mundo
“tecnológico” cheio de possibilidades levando para suas aulas uma linguagem
que é própria dos alunos. Com o intuito de uma maior inteiração e
conseqüentemente permitindo que a relação professor/aluno seja ampliada e o
processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma que tanto alunos como
professores fiquem satisfeitos.
13
CAPÍTULO I A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Nos últimos anos os embates acerca dos cursos de formação dos
educadores têm se acirrado e levantado questionamentos bastante
significativos. Um desses pontos diz respeito à dicotomia entre teoria e prática
e ao enorme abismo existente entre a parte específica e a pedagógica do
currículo.
Percebemos que a visão de professor hegemônica em nossa sociedade
é ainda a de um mero transmissor de conteúdos, o que se reflete no desenho
curricular de nossos cursos de licenciatura. Outra conseqüência, não menos
importante, é o distanciamento entre a formação e o cotidiano escolar e seus
desafios ao professor. Na verdade, prevalecem em nossas Instituições,
durante a formação inicial, discussões e reflexões sobre uma realidade
abstrata, o que dificulta o envolvimento e comprometimento do aluno com seu
campo de trabalho. Os estudos da epistemologia da complexidade, que tem
em Edgar Morin seu protagonista, podem contribuir para um
redimensionamento das teorias de construção de conhecimento que embasam
os cursos de formação de professores. Neste sentido, cabe realizarmos uma
análise crítica acerca das raízes positivas que formataram os desenhos
curriculares das licenciaturas brasileiras. As raízes da fragmentação na
formação de professores
Ao nos reportarmos a história, observamos que a fragmentação está
posta na formação de professores desde a criação dos cursos de licenciatura
no Brasil. Pereira (1998) aponta que esses cursos foram criados na década de
30, sob a fórmula “3+1”, ou seja, três anos de cursos dedicados às disciplinas
específicas e, após o término deste período, mais um ano para as disciplinas
de natureza pedagógica. Este desenho curricular tem origem na visão de
cunho positivista da ciência. Esta visão tende à especialização dos saberes,
fragmentando o conhecimento. Em função da hegemonia da lógica positivista,
14
as várias reformulações sofridas ao longo das décadas subseqüentes, não
superaram a fragmentação, mantendo sérias dificuldades em organizar e
desenvolver um modelo curricular que vá além desta dicotomia. Atualmente a
fórmula “3+1” não é mais aplicada, porém o problema persiste, visto que as
disciplinas específicas ficam a cargo dos departamentos e/ou institutos de
origem do curso e as de cunho pedagógico sob responsabilidade dos
departamentos e/ou institutos de educação, sem que, necessariamente, estas
duas instâncias da formação tenham uma articulação curricular e pedagógica.
Frente a estes dilemas, faz-se importante discutir, repensar e experimentar
novas soluções na tentativa de superá-los e, assim, proporcionar uma
formação que ofereça condições de responder aos desafios, tão complexos,
vividos por nossos atuais sistemas de educação.
Estas soluções não se efetivam em curto prazo. Porém o movimento
histórico é dinâmico e concretiza-se, também, a partir de pequenas ações que,
ao serem divulgadas e compartilhadas, podem proporcionar transformações
significativas.
Para este repensar da formação de professores torna-se fundamental,
uma primeira discussão acerca da construção do conhecimento. Bachelard
(1985, pág.39) afirma que “o pensamento científico é um pensamento
comprometido. Sem cessar põe em jogo sua própria constituição”. Ou seja,
devemos pensar a construção do conhecimento questionando o próprio
conhecimento, num movimento dinâmico e incessante. Neste sentido,
pensamos que uma reformulação do desenho curricular da formação de
professores deva envolver tanto uma discussão epistemológica acerca dos
conteúdos ditos específicos, como da própria constituição destes conteúdos.
Lopes (1999, pág.113) nos auxilia a reflexão ao afirmar que “a ciência não
reproduz uma verdade (...) cada ciência produz sua verdade e organiza os
critérios de análise da veracidade de um conhecimento. Mas a lógica da
verdade atual da ciência não é a lógica da verdade de sempre: as verdades
são sempre provisórias”. Por outro lado, além da discussão epistemológica
faz-se necessária uma discussão pedagógica que envolva novas concepções
de sujeito, subjetividade e construção de conhecimento. As teorias de
15
construção de conhecimento que embasam grande parte dos cursos de
formação de professores são provenientes de uma concepção positivista de
ser humano, que se refletem nas práticas pedagógicas. O pensar complexo
nos remete à compreensão de que não há possibilidades de transmissão de
conhecimento único, verdadeiro e imutável como a constituição do
pensamento científico moderno nos fez crer. A relação professor/aluno
mediada pelo conhecimento é por si só, uma relação entre subjetividades
complexas e em permanente reconstrução do real. Maturana (2001) sintetiza
esta ideia quando afirma que viver é conhecer. Portanto, para repensar uma
formação de professores que incorpore a perspectiva de uma construção de
conhecimento como fator fundamental do próprio processo de viver do ser
humano é fundamental que pensemos esta formação a partir do pensamento
complexo.
Diante das inúmeras crises pelas quais os sistemas educacionais vêm
passando, redimensionar a formação de professores torna-se uma discussão
crucial. Pensar na formação de professores é também pensar nos sistemas de
ensino e nos processos pedagógicos que se efetivam no cotidiano escolar. Os
modelos curriculares desta formação requerem, portanto, adequações
urgentes que incluam não só as questões teórico-metodológicas específicas,
como, fundamentalmente, questões epistemológicas que permitam o repensar
deste conhecimento e seus reflexos nos sistemas de ensino. Estas teorias
acabaram por privilegiar o modelo de transmissão/recepção, como basilar para
as práticas pedagógicas. Entendemos que o paradigma da complexidade, ao
dialogar com as práticas curriculares utilizadas nos cursos de formação de
professores, pode oferecer grandes contribuições para que, tanto professores,
quanto alunos possam rever a construção do conhecimento. Como nos fala
Santos (2003, pág.33) “a transformação começa com a mudança destes
princípios, a mudança no olhar do docente. Ao questionar os conceitos que
conformam o modo de ensinar e ao elaborar novas respostas para velhas
interrogações (...) o professor verá o mundo de outro modo.” Apesar do
momento histórico confuso e, muitas vezes, interpretado como caótico pelos
sujeitos que atualmente integram o cotidiano escolar dos sistemas de ensino, é
16
identificado com o que diz Santos (2002, pág.23) acerca das possibilidades de
mudanças. Para ele “a tarefa da teoria consiste precisamente em definir e
avaliar a natureza e o âmbito das alternativas ao que está empiricamente
dado.
1.1 – Para uma nova abordagem
A utilização do computador na educação vem de encontro a uma nova
de trabalho pedagógico não como uma fórmula mágica, pois de nada adianta
equipar a escola com tecnologia de ponta se os professores e as demais
pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem (direção, supervisão
escolar, orientação pedagógica) não forem capacitadas para trabalharem com
seus mais variados recursos.
Como bem sintetiza Heloísa Lück:
Torna-se, pois, de vital importância promover, antes de
qualquer coisa, o desenvolvimento desse professor,
orientá-lo e assisti-lo na promoção de um ambiente
escolar e processo educativo significativos para o
educando. Como “a chave do êxito na educação reside
nas pessoas” (Kaufman, 1978, pág. 11), mudanças
curriculares, inovação de métodos e técnicas de ensino
ou do próprio currículo não tornarão por si só o processo
ensino-aprendizagem repentinamente eficazes. Se este
tiver que ser melhorado, terá que ser a partir dos
professores, do desenvolvimento de suas atitudes,
habilidades e conhecimentos a respeito das mudanças e
inovações necessárias. (1999, pág. 15)
17
1.2 – Por que inovar?
Inovar por meio da implementação das novas TICs para que o processo
educativo esteja pautado e inteiramente relacionado com o mundo e suas
atualidades, pois assim os alunos poderão perceber uma conexão direta com o
saber e sua aplicação na sociedade. No do tripé: sociedade, educação e
tecnologia, é fundamental levar em consideração o contexto, a realidade do
sujeito para que aprendizagem tenha um significado e se as tecnologias fazem
parte do cotidiano das pessoas é natural que as TICs sejam implementadas
em todas as modalidades de ensino.
Os educadores precisam ter seja na formação continuada ou inicial uma
prática voltada para o uso das novas tecnologias em suas diferentes formas,
para que como conseqüência possam contribuir para o processo educacional.
Buscar maneiras diferenciadas para tornar o processo educativo mais
atraente, agradável e prazeroso tanto para os docentes como para os alunos.
Assim, nos dias atuais e com as novas TICs se percebe um avanço
enorme no processo educacional, bem como uma revolução já que todos os
envolvidos no processo educacional (professor, direção, supervisão,
orientação) deverão buscar uma adaptação e isso se faz necessário uma vez
que a sociedade muda constantemente a educação não pode ficar fora de
todas essas mudanças.
Os usos da tecnologia devem ser pensados em sociedade. A inovação
proposta com implementação das TICs na educação bem como sua
apropriação deve ter um olhar para toda a sociedade.
18
CAPÍTULO II
O SUPERVISOR E SUA FUNÇÃO
Supervisor escolar, diretor e orientador pedagógico, devem ter sua
atuação realizada em linha integrada de ação na perspectiva do processo de
colaboração mútua, com o objetivo de promover o desenvolvimento da escola,
com o intuito de realizar ações planejadas mesmo diante das dificuldades no
decorrer do processo.
Através de estudos contemporâneos sobre liderança, encontra-se um
ponto comum; liderança é um fenômeno grupal que envolve um processo de
influência de um indivíduo sobre os demais. A liderança é legítima quando
baseada na aceitação do líder pelo grupo, isto significa dizer, segundo Motta
que grande parte do poder do líder se encontra no próprio grupo, onde:
A liderança é, pois um estímulo à iniciativa e não à
conformidade. É a expressão diária de apoio e confiança,
e não de sanções ou reativação de receios; é o
desenvolvimento de um verdadeiro sentido de
interdependência entre pares com respeito às
individualidades. (Motta, pág. 211).
A capacidade de liderança não é mais vista como algo inato ou de
simples estilo pessoal, e sim algo apreendido e de competência gerencial.
Entretanto, o próprio Motta observa que dirigentes que insistem na distância
social e na imagem de seus próprios heróis tornam-se, na prática, pessoas
fechadas, e que dificilmente estabelecem com seus subordinados relações
adequadas de liderança, no máximo, conseguem estabelecer relacionamento
de trabalho com um grupo reduzido de subordinados, baseado em trocas de
apoio e favores contra o recebimento de bajulações e lealdade
inquestionáveis. (Motta, pág. 213).
19
Inúmeros dirigentes ainda mantêm a visão heróica do líder e continuam
a praticar a distância social dos liderados com o objetivo de desenvolver em
plenitude seu potencial de autoridade. É sem dúvida, uma forma equivocada e
ultrapassada de se administrar qualquer atividade.
O distanciamento do grupo produz obstáculos ao exercício de liderança,
faz com que o dirigente não participe dos valores do grupo e em conseqüência
perca a possibilidade de liderar esse mesmo grupo, pois a distância cultural o
faz agir de maneira que não atinja os seus comandados.
As relações democráticas, oriundas de uma relevância da liderança que
está sensibilizada para fusão da teoria e a prática, repensam o conceito de
autoridade e adotam novas estratégias de controle para organização adotado
pelo sistema de ensino.
Segundo Chiavenato, os grupos são melhores para tarefas complexas
que podem ser realizadas por diferentes colaboradores. Onde a solução de
problemas complexos pode ser manejada através de uma divisão de trabalho e
do compartilhamento de informação.
Os grupos são melhores quando o risco é desejável. Devido à forte
tendência a tomar decisões mais extremas, os grupos podem muitas vezes ser
mais criativos e inovadores em desempenhar certas tarefas do que os
indivíduos isoladamente.
A liderança deve ser: evidentemente democrática, técnica, mediadora,
consciente do papel de cada um dos componentes da unidade escolar, capaz
de encaminhar e direcionar os trabalhos, empática, conhecedora da
comunidade e dos elementos envolvidos, capaz de reconhecer soluções
viáveis, facilitadora do processo de fechamento das propostas, dinamizadora e
controladora do grupo, cumpridora dos objetivos propostos, aberta a espaços
para reformulações.
Procurar espaços sistemáticos em reuniões por segmentos, discutir todos
os assuntos que envolvem a escola, para que as decisões sejam tomadas em
conjunto. Incentivar com frequência a participação de todos e trabalhar
enfatizando o compromisso como base de uma tarefa responsável.
20
O trabalho coletivo não implica todos estarem juntos o tempo todo.
Dependendo dos objetivos que se têm, é possível dividir responsabilidades e
executar atividades com grupos menores ou mesmo individualmente desde
que se garanta a troca constante de informações e a continuidade do trabalho
na direção dos objetivos que tiverem sido fixados.
O grupo tem movimento, é como se fosse vivo: forma-se, cresce, evolui,
alcança a maturidade. Foram-se ou começa a ser considerado grupo quando
algumas pessoas, movidas por necessidades semelhantes se reúnem em
torno de uma tarefa específica. Cresce quando se organiza, estabelece
normas de funcionamento, permite a manifestação de opiniões contrárias.
Amadurece quando são aceitas, respeitadas; o grupo concentra-se na
superação dos conflitos, tornam- se mais produtivos, quando são
estabelecidos papéis funcionais, um participante propõe desafios outro
alimenta a discussão, um traz informações, outro discorda, um sintetiza, outro
registra.
Num grupo os participantes podem assumir papéis diferentes. Nessa
composição de papéis, as qualidades são multiplicadas e as dificuldades
diluídas. Para que o grupo caminhe, porém é preciso que alguém seja o
articulador do processo grupal, o incentivador do trabalho coletivo. Em
situações como esta que o supervisor escolar desempenha seu papel.
Um grupo em harmonia desempenhará melhor suas atividades, o que muito
influenciará o processo educativo em busca de um ensino de excelência.
Contudo, para que seja possível alcançar tais objetivos são necessárias
habilidades e persistência.
O projeto de capacitação na escola é um bom exemplo de trabalho coletivo.
Capacitação define-se como formação continuada no trabalho: não é mero
repasse de informações pontuais ou isoladas. É um processo que se instala
através de reuniões coletivas sistemáticas para estudo, troca de experiências,
reflexão sobre problemas encontrados em sala de aula, tomada de decisões
em relação ao ensino-aprendizagem.
Como qualquer outra atividade, o trabalho coletivo deve ser avaliado em
relação aos objetivos propostos, para que todos percebam quanto estão
21
próximos ou distantes de tais objetivos. Ao mesmo tempo, a avaliação do
próprio processo de trabalho em grupo dá a medida do crescimento de cada
um e do grupo como um todo.
Quando implantado com um sentido definido e um alcance planejado, o
trabalho pedagógico configura-se, pois como a instância privilegiada do
desenvolvimento social e profissional para cada um dos componentes da
equipe escolar e, consequentemente, como geradores de novos ideais, novos
projetos.
2.1 – Atribuições do Supervisor Escolar
Heloísa Lück descreve assim o papel do supervisor:
O papel do supervisor escolar constitui, em última
análise, na somatória de esforços e ações
desencadeadas com o sentido de promover a melhoria do
processo ensino-aprendizagem. Esse esforço voltou-se
constantemente ao professor, num processo de
assistência aos mesmos e coordenação de sua ação.
(1999, pág. 20)
Segundo o trecho Heloísa Lück aponta o supervisor escolar como
aquele que vai dar suporte ao trabalho educacional não apenas focando o
professor, mas todos os envolvidos e levando em consideração as mais
variadas situações, sejam elas entre professor/aluno ou aluno/aluno e também
os demais atores do corpo docente. O supervisor deve ser disponível e ficar
atento as necessidades de toda a escola.
O supervisor escolar no decorrer dos tempos desenvolveu seu trabalho
com enfoques diferentes, como os exemplos a seguir:
Dos materiais de instrução;
Fazer descrições de objetivos educacionais;
22
Levantamento e processo de recuperação de alunos
Apesar das ações serem voltadas para o professor, nem sempre a
preocupação era com a melhoria do desempenho de todo o processo ensino-
aprendizagem. Assim, uma nova dimensão ganha o supervisor escolar no que
diz respeito ao enfoque na melhoria do desempenho do professor, ou seja, no
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atividades em relação ao
processo educativo.
Onde a supervisão escolar é direcionada a assumir funções de maneira
que possa existir um acompanhamento constante do desempenho dos
docentes, apontando sempre que se fizer necessário nossos caminhos (seja
recursos ou apenas uma nova abordagem) para o sucesso do trabalho
pedagógico. Assim, todo o esforço do supervisor escolar estará voltado para o
aprimoramento dos professores com questões prioritárias a prática do docente.
Em sala de aula no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem
é que se pode confirmar a melhoria na educação, onde professores juntamente
com a equipe pedagógica realizem um trabalho voltado para os alunos em
diferentes situações, buscando sempre os melhores recursos (que seja
possível atingir os alunos e a informática em muito pode contribuir) com o
intuito de promover uma educação de qualidade considerando aspectos
diretamente relacionados com a realidade dos alunos.
A função do supervisor foi modificando-se ao longo dos tempos.
Contudo, a sua identidade continua sendo questionada, e em formação.
Percebe-se que a supervisão apresenta um ponto de referência na realização
das atividades propostas. Em todo setor de trabalho a supervisão se faz
necessária, pois o bom desempenho das ações depende de planejamento,
desenvolvimento e ação conjunta.
Em cada período da história os grupos de trabalho eram exercidos por
diferentes ações supervisoras. Faz-se necessário lembrar, que a ação
supervisora aliada a uma gestão democrática contribui para o sucesso dos
objetivos propostos. E para exercer o cargo de supervisor o indivíduo deve
23
apresentar um referencial teórico e prático, a fim de contribuir para o bom
desempenho dos trabalhos.
A ação do supervisor não deve ser apenas de mostrar erros e falhas,
mas apontar sugestões e soluções para os problemas vigentes.
Numa escola, o supervisor deve atuar em consonância com o gestor,
para manter um vínculo direto com os professores para que o trabalho
pedagógico seja realizado da melhor maneira possível.
Tendo em vista que as relações sociais vigentes nas instituições de
ensino perpassam por relações de poder, surgem inúmeros entraves para que
a ação supervisora seja construída de modo coletivo.
Sendo assim, Saviani (1999) propõe uma ação supervisora não
meramente, técnica, mas, sobretudo, política, que esteja a serviço dos
dominados e não dos dominantes.
Superar a atual sociedade capitalista, com valores e ideologias tão
arraigados não é uma tarefa fácil. Porém, através de uma ação supervisora
educacional reflexiva, que tenha uma proposta pedagógica emancipadora,
coletiva e participativa privilegiando o contato direto e permanente com os
docentes, será fonte de inspiração, motivação, estímulo e apoio técnico
profissional.
A ação supervisora reflexiva que visa à emancipação do ser humano
através de uma formação holística que estimula a sua criticidade, a reflexão e
autonomia. Torna-se possível desta maneira contribuir para transformação da
sociedade.
2.2 – Criando novos mecanismos
Nilda Alves aponta uma nova maneira para o supervisor pensar sua
prática no cotidiano escolar:
É indispensável que o Supervisor perceba a relação que
existe entre os problemas que enfrenta na escola e o
contexto social, político e econômico no qual a escola
24
está inserida. Para tanto, é necessário não só que o
Supervisor esteja convencido de que o mundo não
termina no portão da sua escola, mas que também ele
esteja realmente informado do que ocorre na sociedade
brasileira e procure perceber de que forma a sua prática
é influenciada por este contexto e por outro lado o que é
possível fazer para alterar esse contexto. (2003, pág. 32)
Em todos os momentos a prática educativa como diz Nilda Alves no
trecho acima, deve elevar em consideração toda a sociedade em todos os
aspectos onde o aluno esteja inserido, pois várias são as formas que os
alunos chegam à escola. Em alguns momentos com fome, vítimas de violência
e tantas outras maneiras que precisam ser levadas em consideração
principalmente pelo supervisor escolar, o qual junto com o professor buscará
os mecanismos necessários para que este aluno possa desenvolver suas
potencialidades.
A seguir a mesma autora sintetiza e deixa bem claro como deve ser este
novo olhar do supervisor escolar: uma pessoa disposta e aberta ajudando o
professor a perceber a necessidade de rever sua prática pedagógica e sua
constante formação, ou seja, a teoria.
Deve ser superado o papel tradicional desempenhado por
muitos supervisores no sentido de resumir a sua prática
na cobrança de planos, estratégias, objetivos e
avaliações que devem ser executadas pelo professor.
Mais do que pretender ensinar novas metodologias de
ensino, a grande questão que se coloca ao Supervisor
em nossas escolas é encontrar alternativas de ação que
possibilitem ao professor viver a práxis, isto é, como
possibilitar aos professores ocasiões para que eles juntos
possam rever a própria prática. (2003, pág. 33)
25
Cada vez mais observar-se a necessidade constante de um trabalho de
equipe nas escolas. Assim, sendo o supervisor escolar precisa criar
estratégias para perceber os vínculos existentes nas relações: docente-
discente e até mesmo entre os professores daquele ambiente escolar.
Heloísa Lück (2003) diz que parece crucial que o supervisor escolar
preste ao professor uma assistência sistemática, no sentido de melhoria do
seu desempenho.
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO x NOVAS TECNOLOGIAS
Segundo Libâneo (1990) educação é a instituição social que se ordena
no sistema educacional de um país, num determinado momento histórico.
No Brasil, embora a introdução da informática na educação tenha sido
influenciada pelos acontecimentos de outros países, notadamente França e
Estados Unidos, a nossa caminhada foi muito peculiar. A influência exercida
por estes países foi mais no sentido de minimizar os pontos negativos e
enfatizar os pontos positivos em vez de servir como modelo para uma
reprodução acrítica.
Marcos Masetto no trecho abaixo enfatiza a importância da tecnologia no
processo de aprendizagem:
Com efeito, a tecnologia apresenta-se como meio, como
instrumento para colaborar no desenvolvimento do
processo de aprendizagem. A tecnologia reveste-se de
um valor relativo e dependente desse processo. Ela tem
sua importância apenas como um instrumento
significativo para favorecer a aprendizagem de alguém.
26
Não é a tecnologia que vai resolver ou solucionar o
problema educacional do Brasil. Poderá colaborar, no
entanto, se for usada adequadamente, para o
desenvolvimento educacional de nossos estudantes.
(2000, pág. 139)
O termo informática na educação refere-se à inserção do computador no
processo de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de todos os
níveis e modalidades de educação.
A informática educativa enfatiza o fato de o professor da disciplina
curricular ter conhecimento, sobre os potenciais educacionais do computador e
ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-
aprendizagem e atividades que usam o computador.
A abordagem que usa o computador como meio para transmitir a
informação ao aluno mantém a prática pedagógica vigente. Na verdade, a
máquina está sendo usada para informatizar os processos de ensino
existentes.
Por outro lado, o uso do computador na criação de ambientes de
aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento, apresenta
enormes desafios. Primeiro, implica em entender o computador como uma
nova maneira de representar o conhecimento, provocando um
redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e
compreensão de novas ideias e valores. Usá-lo com essa finalidade, requer a
análise cuidadosa do que significa ensinar e aprender bem como, demanda
rever o papel do professor nesse contexto. Segundo, a formação desse
professor envolve muito mais do que provê-lo com conhecimento sobre
computadores. O seu preparo não pode ser uma simples oportunidade para
passar informações, mas deve propiciar a vivência de uma experiência que
contextualiza o conhecimento que ele constrói.
27
Libâneo assim descreve o perfil do professor:
A formação profissional é um processo pedagógico
intencional e organizado, de preparação teórico-científica
e técnica do professor para dirigir o processo de ensino.
Ela implica, pois uma contínua interpenetração entre
teoria e prática, a teoria vinculada aos problemas reais
postos pela experiência prática e a ação prática orientada
teoricamente.
Neste entendimento, a Didática se caracteriza como
mediação entre as bases teórico-científicas da educação
escolar e a prática docente. Ela opera como que entre o
“o quê” e o “como” do processo pedagógico escolar. A
Didática descreve e explica os nexos, relações e ligações
entre o ensino e a aprendizagem; investiga os fatores co-
determinantes desses processos; indica princípios,
condições e meios de direção do ensino, tendo em vista a
aprendizagem, que são comuns ao ensino das diferentes
disciplinas de conteúdos específicos. (1990, pág. 27)
Os educadores então se perguntam: por que eu tenho que estudar
informática? A ideia é aplicar o poder da tecnologia para amplificar a
experiência de ensino. No começo da aplicação da informática na educação no
Brasil, o ponto forte era ensinar os alunos a usar o computador e suas
ferramentas básicas. Nos dias atuais, esse conceito deu lugar a uma
abordagem bem mais significativa para o uso das novas tecnologias (TICs) na
educação, uma vez que se compreende numa perspectiva positiva seu uso
como recurso didático podendo ser utilizado de maneira interdisciplinar.
28
Como aponta Ivani Fazenda:
A educação e a didática, quando interdisciplinarmente
constituídas, exigirão a composição de uma nova
abordagem, capaz de reunir os conhecimentos
disciplinares mais diversos, tão diversos que passarão a
considerar o indivíduo e a disciplina em sua dinamicidade
histórica; isso evidentemente exigirá uma outra forma de
especulação filosófica, uma nova epistemologia, e
consequentemente, um novo formato de formação; exigirá
a formação sobretudo de professores/pesquisadores que
se constituam filósofos em atos, que passem a analisar
os elementos classicamente pesquisados no passado
como possibilidades a serem revisitadas no presente.
(2006, pág. 245)
Figura 2: Web 2.0
Através do ambiente da Web 2.0 com foco na “interação” e com os seus
inúmeros recursos que permitem a realização de uma aprendizagem
colaborativa, seja em modalidade de educação a distância e até mesmo
presencial, o professor deve ser apropriar destes recursos. Para que isto
aconteça é preciso ocorrer algumas alterações no processo de aprendizado. O
professor precisa repensar sua prática pedagógica, deixando de ser o universo
das informações para guiar os seus alunos na busca e utilização destas
informações.
29
A internet também pode ser uma poderosa aliada no processo de
aprendizado. Além de permitir o acesso instantâneo a uma infinidade de
informações, a rede mundial também propicia a integração de alunos e
professores de várias escolas do mundo. A internet não deve ser vista apenas
com a finalidade de pesquisa, pois ela permite que os alunos publiquem seus
trabalhos e repliquem o conhecimento, comunicando-se entre si.
A aprendizagem é uma atividade social. O aluno não aprende apenas com
o professor ou com livros e não somente na escola. Aprende também com
outros instrumentos, meios de comunicação, os seus colegas, entre outras
coisas. Esta nova prática se torna um grande desafio que precisa ser
superado. Professor e aluno, participam de um processo conjunto, a
aprendizagem colaborativa, onde o professor não é mais o detentor do "saber",
mas um facilitado. E durante todo este processo, não só o aluno é abastecido
de aprendizado como o próprio professor se renova em seus conhecimentos.
Os dois aprendem e apreendem.
A aprendizagem colaborativa carrega intrinsecamente várias mudanças,
buscando alternativas para que o professor se aproprie de questões que se
familiarizem ao cotidiano do aluno, instigando efetivamente a troca, a
interação, a convivência e possibilitando assim, o aprendizado colaborativo.
Assim, o professor precisa romper com o tradicionalismo e se apropriar das
novas ferramentas tecnológicas, além de incitar a participação de todos para a
construção do conhecimento.
Marilda Behrens no trecho a seguir, sintetiza a nova postura de
professores e alunos a partir do uso das novas tecnologias na educação:
Por sua vez, o aluno precisa ultrapassar o papel de
passivo, de escutar, ler, decorar e de repetidor fiel dos
ensinamentos do professor e tornar-se criativo, crítico,
pesquisador e atuante, para produzir conhecimentos. Em
parceria, professores e alunos precisam buscar um
processo de auto-organização para acessar a
30
informação, analisar, refletir e elaborar com autonomia o
conhecimento. O volume de informações não permite
abranger todos os conteúdos que caracterizam uma área
do conhecimento. Portanto, professores e alunos precisa
aprender a aprender como acessar a informação, onde
buscá-la e o que fazer com ela. (2000, pág. 71).
3.1 – O Computador como Recurso Pedagógico
Esta pesquisa de campo foi realizada com professores das redes:
pública e privada de ensino do município de Magé, que trabalham na
Educação Básica, para demonstrar como os professores estão se relacionando
com a temática tecnologia. Ao todo foram entrevistados 29 professores por
ocasião da realização do Conselho de Classe, onde o contato foi
disponibilizado um contato direto com estes professores por parte da direção
ou supervisão escolar conforme informações a seguir:
Educação Infantil – oito (8)
Ensino Fundamental 1º segmento – dez (10)
Ensino Fundamental 2º segmento – sete (7)
Ensino Médio – quatro (4)
3.1.1 – Você tem computador em casa?
A primeira questão abordada foi se o professor tinha o computador em
casa, 76% responderam que tem e utiliza sempre. Sendo que 7% disse que
tem e não sabe utilizar e 17% não tem mais faz uso dos diferentes recursos do
computador como será exemplificado mais adiante.
35
CONCLUSÃO
A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela
varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no
mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou
seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em pessoas e
situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.
O que é bom hoje poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da
personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,
expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e
influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,
sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,
tecnológicos, gerenciais e administrativos).
A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de
todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a
sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos
força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da
motivação. Com este trabalho, visamos identificar e explicar as mais
importantes teorias e abordagens disponíveis, com as respectivas críticas,
ligações e inter-relacionamentos. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão
geral e abrangente dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e
diferenciais destas teorias e abordagens, bem como a importância da
motivação para o trabalho.
O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito
como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,
buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons
resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e
motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.
Assim, o supervisor escolar juntamente com a direção contribui de forma
significativa para que os professores possam fazer uso da novas tecnologias
36
no processo educacional, independente desses profissionais terem tido ou não
em sua formação inicial a abordagem necessária, pois a partir de uma
formação continuada todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem
podem buscar o conhecimento de como abordar e inserir em seu conteúdo as
novas TICs.
O caminho é para a introdução da informática na educação utilizando
verdadeiramente seus inúmeros recursos de maneira produtiva é lento, pois
isso é algo que passa necessariamente por uma reforma no ensino e isso
envolve toda a comunidade escolar (professor, direção, orientação), onde o
supervisor escolar pode ser tornar uma peça chave articulando mecanismos e
revendo a prática adotada por sua escola ou sistema de ensino.
As escolas que já possuem salas de informática muitas das vezes não
utilizam todos os recursos disponíveis, permitindo apenas aos alunos
frequentarem às salas com os professores de informática em um tempo
predeterminado, o que configura apenas mais uma disciplina na grade
curricular. Enquanto que o ideal é que a sala de informática seja usada pelos
professores de todas as disciplinas, tendo um profissional na escola que possa
apoiar aos educadores nos momentos de utilização dos diferentes recursos
tecnológicos.
O computador está inserido na vida social nos mais variados setores da
sociedade. Permitir aos alunos acesso a tecnologia para assim sentirem-se
inteirados no meio social é o papel da escola.
O computador inserido no âmbito escolar se apresenta como uma
ferramenta pedagógica, que ser for realizado um trabalho bem feito pode
auxiliar os alunos em seu processo de ensino e aprendizagem.
O mundo tem passado por mudanças aceleradas, esse processo de
mudança atinge todas as instituições, principalmente a educação em seus
diversos níveis. Os indivíduos cada vez mais precisam de um aprendizado
eficiente e constante que os prepare para aprender ao longo da vida,
adaptando-se a novos cenários, preparando-as para atuarem no mercado de
trabalho e para modificarem a sociedade na qual estão inseridas.
37
Ao considerar o momento presente como a "Era do Conhecimento", já
que no cotidiano existe uma necessidade urgente de informações sobre fatos
atuais. Além disso, se tem muito mais fontes de informação do que antes: a
imprensa escrita, o rádio, a televisão e a internet. Buscar uma educação mais
contextualizada, significativa e transformadora, deve ser o papel de todas as
pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem. Onde será necessário
repensar a relação, professor e alunos sendo participantes de um processo
conjunto, no qual todos aprendem de maneira dinâmica, criativa e
encorajadora.
Os avanços tecnológicos e a rápida disseminação dos saberes, as
informações rapidamente tornam-se ultrapassadas. Neste contexto, é cada vez
mais urgente discutir o papel da educação e ressignificar os papéis do
professor e do aluno no processo educacional, para que ambos possam
"aprender a aprender" e juntos construírem o conhecimento.
A “Era do conhecimento” possui muitos desafios, tanto no campo
socioeconômico e político, quanto no campo da cultura, da ciência e da
tecnologia. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da
era da informação.
As conseqüências da evolução das novas tecnologias, centradas na
comunicação de massa, na difusão do conhecimento, ainda não se fizeram
sentir plenamente no ensino pelo menos na maioria das nações. A educação
opera com a linguagem escrita e a nossa cultura atual dominante, vive
impregnada por uma nova linguagem, a da televisão e a da informática,
particularmente a linguagem da internet.
Assim, o supervisor escolar ao contribuir para a implementação e o uso
de novas tecnologias no processo educacional estará antenado com a
sociedade, propiciando a toda comunidade escolar usufruir dos recursos
tecnológicos na escola.
38
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39
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Figura 2 - Imagem Web 2.0
Acesso em 19 de junho de 2010 às 21:00 horas endereçohttp://www.img.lx.it.pt/~fp/cav/ano2006_2007/MERC/Trab_4/cavweb/images/web20.jpg
40
ANEXO
PESQUISA DE CAMPO
1- Você tem computador em casa? ( ) Sim. Utilizo sempre ( ) Sim. Mas não sei utilizá-lo ( ) Não 2- Assinale a seguir qual(is) o(s) tipo(s) de computador(es): ( ) Desktop ( ) Notebook ( ) Netbook ( ) Não sei qual o tipo 3- Você já participou de algum curso de capacitação para utilizar o computador em seu trabalho? ( ) Estou fazendo ( ) Já. Faz muito tempo ( ) Nunca fiz 4- Você tem acesso à Internet em casa? ( ) Sim. Discada ( ) Sim. Banda Larga ( ) Não 5- Como você classificaria seu conhecimento em informática? ( ) Muito bom ( ) Regular ( ) Leigo 6- Indique, nas opções abaixo, como você mais utiliza o computador para seu trabalho pedagógico:
( ) Digitar provas e/ou exercícios para impressão ( ) Construção de atividades pedagógicas lúdicas ( ) Pesquisas na Internet ( ) Envio e recebimento de e-mail com a equipe pedagógica ( ) Envio e recebimento de e-mail com seus alunos 7- Qual(is) dispositivo(s) tecnológico(s) você utiliza em sua escola: ( ) Televisão /DVD ( ) Computador ( ) Data Show 8- Você acredita que o computador pode ser utilizado como um recurso pedagógico? ( ) Sim ( ) Não Justifique: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A formação do Professor 13
1.1 – Para uma nova abordagem 16
1.2 – Por que inovar? 17
CAPÍTULO II
O Supervisor e sua função 18
2.1 – Atribuições do Supervisor Escolar 21
2.2 – Criando novos mecanismos 23
CAPÍTULO III
Educação x Novas Tecnologias 25
3.1 – O Computador como Recurso Pedagógico 30
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
ANEXOS 40
ÍNDICE 41