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Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas Área de Concentração Odontologia
FERNANDA ZANOL MATOS
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL E DA HALITOSE DE INDIVÍDUOS DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE
Cuiabá, 2015
FERNANDA ZANOL MATOS
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL E DA HALITOSE DE INDIVÍDUOS DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas, da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências Odontológicas Integradas Área de Concentração Odontologia.
Orientadora: Profª. Drª. Alessandra Nogueira Porto Co-orientadora: Profª. Drª. Andreza Maria Fábio Aranha
Cuiabá, 2015
3
FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária Elizabete Luciano / CRB1-2103
M425a Matos, Fernanda Zanol
Avaliação da Condição Bucal e da Halitose de Indivíduos diagnosticados com
hanseníase./ Fernanda Zanol Matos. Cuiabá- MT, 2015. 72p.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Odontológicas Integradas da Universidade de Cuiabá – UNIC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas – Área de Concentração Odontologia.
Orientadora Profª Drª Alessandra Nogueira Porto
1. Hanseníase. 2. Doenças Periodontais. 3. Halitose. 4. Índice de CPOD.
CDU 616.314
5
Dedico este trabalho de pesquisa a Deus, que me deu capacidade e forças para chegar até aqui. Sem Ele, nada do que foi feito seria realizado.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, qυе iluminou о mеυ caminho durante esta caminhada, me deu saúde e força para superar as dificuldades, pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ destino, mеυ guia, socorro presente nа hora dа angústia.
A mamãe Mônica Zanol e ao papai Gilmar Matos pelo apoio incondicional, pelo incentivo em sempre dizerem que “o conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar de você”. Agradeço pelo carinho, amor e pela capacidade dе acreditar que meus sonhos eram possíveis.
A Profª. Drª. Alessandra Nogueira Porto que me aceitou como orientada e me recebeu de braços abertos, conduziu-me pelos caminhos da pesquisa com muita paciência e maestria.
Ao Prof Dr. Alexandre Meireles Borba e Prof. Dr. Orlando Aguirre Guedes, pelas valiosas e ricas sugestões no exame de qualificação,as quais muito contribuíram para finalização desse trabalho.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas da Universidade de Cuiabá – UNIC por todo conhecimento que me foram transmitidos. Ao Prof Dr. Fábio Miranda Luis Pedro, pelas valiosas palavras de incentivo.
Aos amigos e amigas, pelo apoio e por compreenderem a minha ausência.
Aos amigos Zeila Atuy e Flávio Simões pela oportunidade de trabalhar convosco e por todo auxílio que me proporcionaram neste período.
À amiga Fernanda Assis, pela amizade e companheirismo, sempre com palavras de incentivo e coragem. Você me presenteou com a oportunidade de conviver contigo momentos inesquecíveis no trabalho, nos estudos e nos momentos de descontração. Você se faz importante para mim.
A amiga Yolanda, por todos os momentos compartilhados, sendo eles de angústia ou de descontração.
Ao amigo Cícero Fraga Melo, que com muita dedicação e competência se dedica a assistência aos pacientes com Hanseníase, obrigada por viabilizar a realização desse trabalho.
Ao Dr. José Lopes Cabral, pela forma atenciosa que me recebeu no Hospital Júlio Muller, por todo conhecimento que adquiri em suas explicações durante o atendimento aos pacientes.
As Enfermeiras, Antônia, Camila, Evineide, Fernanda e Marcela, por toda atenção que me deram nas unidades de saúde.
A Faculdade de Odontologia da Universidade de Cuiabá – UNIC, onde tenho orgulho de trabalhar e conviver com pessoas tão especiais.
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"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca
encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”.
Mateus 7:7-11
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RESUMO
MATOS, F. Z. Avaliação da condição bucal e da halitose de indivíduos diagnosticados com hanseníase. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Cuiabá
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, de transmissão interpessoal que afeta primeiramente os nervos periféricos e ou a pele e produz impacto do ponto de vista físico, social e psicológico. Em virtude da importância das vias aéreas superiores na transmissão da doença, torna-se relevante ao cirurgião dentista aprofundar seus conhecimentos, tendo em vista o elevado número de casos da doença de Hansen no Brasil e especialmente em Mato Grosso, caracterizado como um problema de saúde pública. O objetivo do presente estudo foi avaliar a condição bucal e halitose de indivíduos diagnosticados com hanseníase e indivíduos saudáveis. Foram avaliados 160 indivíduos divididos em quatro grupos: indivíduos que já concluíram o tratamento, indivíduos diagnosticados com hanseníase e em tratamento, indivíduos diagnosticados com hanseníase que não iniciaram o tratamento e indivíduos saudáveis. Foi realizado o exame clínico periodontal, índice CPO-D (Dentes Cariados Perdidos e Obturados), avaliação do fluxo salivar e da halitose, esses dados foram estatisticamente confrontados com as diferentes condições clínicas, a fim de se estabelecer possíveis associações. Foi realizada análise estatística com testes de Kruskal-Wallis e qui-quadrado com auxílio do software SPSS 15.0. Todos os grupos apresentaram índice CPOD alto, não houve diferença estatística significante nos índices periodontais (p>0,05), sendo que a maioria apresentou um quadro clinico de gengivite. Na avaliação do fluxo salivar a maioria obteve fluxo salivar normal, no entanto a hipossalivação foi observada nos grupos 1 e 2, o grupo 1 foi o que mais teve classificação baixa e muito baixa para o fluxo salivar (p=0,0012). Na avaliação da halitose o odor perceptível foi observado na maioria dos grupos (p=0,0067). O presente estudo concluiu que houve um alto índice CPOD em todos os grupos, semelhante a população geral, que o fluxo salivar apresentou-se normal na maioria dos indivíduos, com maior prevalência de hiposalivação nos indivíduos que já concluíram o tratamento da hanseníase e em tratamento com PQT, e na halitose, a maior prevalência foi de odor perceptível em indivíduos saudáveis e o diagnóstico periodontal mais prevalente foi de gengivite seguido de periodontite.
Palavras-Chave: Hanseníase. Doenças periodontais. Halitose, Índice CPO
11
ABSTRACT
Matos, F. Z. Assessment of oral health and halitosis in individuals diagnosed with leprosy. 2015. Dissertation (master) - University of Cuiabá.
Leprosy is a chronic infectious disease with interpersonal potential of transmission, which primarily affects the peripheral nerves and skin, and causes physical, social and psychological impacts. Given the importance of airways in disease transmission, it is relevant for dentists to have knowledge on this topic, in view of the high number of leprosy cases in Brazil and especially in Mato Grosso, hence representing a public health problem. This study aimed to evaluate the oral health condition and halitosis in individuals diagnosed with leprosy and healthy subjects. A total of 160 subjects were divided into four groups (n=40): individuals who had completed treatment; individuals diagnosed with leprosy under treatment; individuals diagnosed with leprosy that had not started treatment; and healthy individuals. We performed a periodontal clinical examination; calculation of DMFT index (Decayed, missing and filled teeth); assessment of salivary flow and halitosis. The data were explored statistically with regard to the different clinical conditions, in order to establish possible associations. Statistical analyses were performed using Kruskal-Wallis test and the chi-square test with SPSS 15.0 software. All groups had high DMFT, and there was no statistically significant difference in periodontal indices (p> 0.05), with the majority of cases with gingivitis. Although there was a predominance of normal salivary flow, hyposalivation was observed in groups 1 and 2; and group 1 showed low and very low salivary flow rates (p = 0.0012). As to the assessment of halitosis, a perceptible odor was observed in most groups (p = 0.0067). This study concluded that there was a high DMF index in all groups, similar to that of the general population; salivary flow was found to be normal in most subjects, with higher prevalence of hyposalivation in individuals who had completed the treatment of leprosy and were under treatment with MDT. With regard to halitosis, the highest prevalence was of perceptible odor in healthy subjects, and the most prevalent periodontal diagnosis was gingivitis, followed by periodontitis.
Key-words: Leprosy. Periodontal diseases. Halitosis. DMF Index.
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LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1 - Avaliação da condição bucal e da halitose de indivíduos diagnosticados com hanseníase
Tabela 1 - Média, mediana e desvio padrão em relação à idade por grupo.......................................................................................................... 39
Tabela 2 - Características socioeconômicas dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle .................................... 40
Tabela 3 - Hábitos e percepção de saúde bucal dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle..................................... 42
Tabela 4 - Classificação CPO, salivar, halitose e diagnóstico periodontal dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle... 43
Tabela 5 - Média, mediana e desvio padrão de ISG e IPV por grupo......................... 43
Tabela 6 - Média, mediana e desvio padrão de NI e PS por grupo........................... 43
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LISTA DE ABREVIATURAS
BB Borderline-Borderline
BL Borderline-Lepromatoso
BT Borderline-Tuberculóide
CA Califórnia
cm Centímetros
Corp Corporation
CPO Dentes Cariados, Perdidos e Obturados
CVS Compostos Sulfurados Voláteis
DP Doença Periodontal
EPM Erro Padrão da Medida
ES Espírito Santo
EUA Estados Unidos da América
GC Indivíduos Saudáveis
IG Índice Gengival
IHC Indivíduos que Concluíram o Tratamento
IHST Indivíduos Hansênicos que não Iniciaram Tratamento
IHT Indivíduos Hansênicos em Tratamento
IL Interleucina
IL Illinois
IP Índice Periodontal
IP-10 Inducible Protein
IPV Índice de Placa Visível
IS Indice de Sangramento
ISG Índice de Sangramento Gengival
KDa Culture Filtrate Protein
LFN Interferon
LL Lepromatoso-Lepromatoso
16
M. leprae Mycobacterium Leprae
MHT Hanseníase Tuberculóide
MHW Hanseníase Virchowiana
min Minutos
ml Mililitro
MS/GM Ministério da Saúde/ Gabinete do Ministério
NA North América
NI Nível de Inserção
OMS Organização Mundial de Saúde
PCR Reação em Cadeia da Polimerase
PI Paraíba
ppb Parte por Bilhão
PQT Poliquimioterápicos
PS Profundidade de Sondagem
SP São Paulo
TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido
TNF Fator de Necrose Tumoral
TT Tuberculóide-Tuberculóide
USA United States of America
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SUMÁRIO
1 REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................
20
2 CAPÍTULO 1- Avaliação da condição bucal e da halitose de indivíduos diagnosticados com hanseníase................................................................
29
2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 31
2.2 METODOLOGIA............................................................................................ 35
2.2.1 Amostra do estudo....................................................................................... 35
2.2.2 Avaliação clínica........................................................................................... 35
2.2.3 Avaliação do fluxo salivar........................................................................... 36
2.2.4 Avaliação da halitose................................................................................... 37
2.3 RESULTADOS............................................................................................... 39
2.4 DISCUSSÃO.................................................................................................. 46
2.5 CONCLUSÃO................................................................................................ 51
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 52
ANEXO
APÊNDICES
20
1 REVISÃO DE LITERATURA
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, granulomatosa,
causada pelo Mycobacterium leprae, o qual foi descrito em 1873 pelo norueguês Amauer
Hansen (EICHELMANN et al., 2013). É um bacilo álcool-ácido resistente e parasita
intracelular com predileção pela célula de Schwann, pele e tecido cutâneo (OOI e
SRINIVASAN, 2004). Pode causar incapacidade no sistema nervoso periférico e
comprometer outros órgãos e sistemas. Por isso, o diagnóstico precoce e tratamento
adequado são fundamentais para impedir seqüelas físicas e deficiências, que têm um
impacto negativo sobre a vida social e profissional do indivíduo (SERMRITTIRONG e VAN
BRAKEL, 2014).
A hanseníase é uma das mais antigas doenças da humanidade, considerada
uma doença bíblica, ligada à impureza espiritual ou a um castigo divino (MELLAGI e
MONTEIRO, 2009). Em tempos remotos no Egito, relatos descrevendo as características
dessa doença foram encontrados nos Papiros de Ebers (18ª Dinastia 1300-1800 a.C)
(OPROMOLLA, 2000).
Na Europa até 467 a.C, não se conhecia a moléstia e não foi encontrada
qualquer referência ou condições semelhantes da doença nos trabalhos realizados pelo
“pai da medicina,” Hipócrates. Somente em 300 a.C surgiram os primeiros relatos sobre a
lepra na Europa (OPROMOLLA, 2000). Acredita-se que no retorno de Alexandre o
Grande à Europa, depois das expedições na Índia muito soldados vieram contaminados
pela moléstia. Com a ascensão do Império Romano, a hanseníase se espalhou por todo
continente europeu, mas atingiu o auge no mesmo período das Cruzadas 1.000 e 1.300
d.C, fazendo várias vítimas pela Europa, Ásia e África (DA CUNHA, 2002; LASTÓRIA e
ABREU, 2014a).
No continente americano acredita-se que a hanseníase surgiu juntamente com
os colonizadores entre os séculos XVI e XVII. Nos Estados Unidos e no Canadá a doença
foi trazida pelos franceses, já na América do Sul pelos colonos espanhóis e portugueses
(OPROMOLLA, 2000). No Brasil, tudo indica que a doença desembarcou com os
portugueses, já que não foi constatada a presença da hanseníase entre os nativos. E há
hipótese da influência dos africanos na disseminação da doença, pois os navios negreiros
traziam os negros de regiões endêmicas da África (MONTEIRO, 1987; AVELLEIRA et al.,
2014).
Os primeiros relatos sobre a hanseníase no Brasil foram em 1600 na cidade do
Rio de Janeiro, onde anos mais tarde foi criado o primeiro leprosário, nome dado na
21
época ao abrigo para pessoas contaminadas pela a doença, com objetivo de isolar e
evitar a disseminação da mesma. Logo depois apareceram outros casos nos estados da
Bahia e do Pará (CUNHA et al., 2007), o que levou as autoridades da época a pedir ajuda
a Portugal, sem sucesso. Os primeiros documentos que relatam a existência da
hanseníase no território brasileiro datam dos primeiros anos do século XVII, e somente
em 1696, no governo de Artur de Sá e Menezes, procurou-se dar assistência aos
doentes, já então em número considerável na cidade do Rio de Janeiro. No governo de
Getúlio Vargas começaram as campanhas de combate a hanseníase no Brasil
(OPROMOLLA, 2000; SANTOS, 2003).
O termo hanseníase originou-se no Brasil na década de 70 pelo Ministério da
Saúde, com o objetivo de reduzir o estigma historicamente inerente a sua denominação
fortemente vinculado ao preconceito social. A doença até então era tratada com a
terminologia “lepra”. Daí por diante, as expressões doença de Hansen e hanseníase
passaram a ser utilizadas pelos dermatologistas e aceita pelos pacientes (OLIVEIRA et
al., 2003).
A maioria dos indivíduos apresentam resistência ao M. leprae, não
desenvolvendo a doença (DUARTE-CUNHA et al., 2012), podendo essa situação ser
alterada em função da relação entre agente, meio ambiente e hospedeiro. Diante disso, a
doença está relacionada com áreas de risco social elevado, essencialmente, no contato
familiar, o qual é apontado como importante espaço de transmissão e manutenção da
cadeia de contaminação da doença (SMITH et al., 2014). Acredita-se que as vias aéreas
superiores sejam o principal meio de transmissão da hanseníase, que ocorre pelo contato
íntimo e prolongado do indivíduo suscetível com o paciente bacilífero, através da inalação
de bacilos (DOS SANTOS et al., 2008).
A hanseníase é considerada um grave problema de saúde pública pela alta
incidência e prevalência em alguns estados e municípios brasileiros (PIERI et al., 2014).
O Brasil ocupa o segundo lugar em casos diagnosticados com hanseníase no mundo,
perdendo apenas para a Índia que apresenta altos níveis endêmicos e com distribuição
variada nas regiões (WHO, 2011). A taxa de prevalência em 2011 chegou a 1,54 casos
por 10.000 habitantes no Brasil, sendo detectados nesse mesmo ano 228.474 casos no
mundo e 33.955 no Brasil (PIERI et al., 2014). Em 2013 o Brasil apresentou coeficiente de
detecção de 16,3 casos/100.000 habitantes (WHO, 2014) o que é considerado alto
segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. O Brasil ainda não alcançou o objetivo
proposto pela OMS para eliminar a doença como problema de saúde pública, definida
22
pela prevalência menor que 1 caso/10.000 habitantes (RODRIGUES e LOCKWOOD,
2011).
O estado de Mato Grosso apresenta várias regiões com um padrão
hiperendêmico da hanseníase, onde cerca de 35% da população mora em municípios
com prevalência superior a 5 casos/10.000 habitantes (DE QUEIROZ et al., 2008) e 11
desses municípios têm prioridade pelo Ministério da Saúde para combater a doença
(CORTELA e IGNOTTI, 2008; SANTOS et al., 2010).
A classificação da hanseníase é baseada nas formas clínicas dependentes da
interação do bacilo com a resposta imune do hospedeiro (RIDLEY e JOPLING, 1966). As
classificações mais utilizadas no Brasil são a de Madri (Congresso Internacional, 1953) e
de Ridley e Jopling (1966). A classificação de Madri agrupa dois pólos estáveis e
opostos, um pólo de maior resistência a imunidade celular como uma boa resposta do
hospedeiro – hanseníase tuberculóide (MHT), e um pólo de menor resistência
considerado como pólo maligno da doença, podendo apresentar comprometimento
visceral – hanseníase virchowiana (MHW) (MASAKI et al., 2014). Ainda há dois pólos
instáveis: a hanseníase indeterminada e a hanseníase dimorfa ou borderline, que se
direcionam para um dos pólos anteriormente citados, conforme a doença evolui (PALIT e
INAMADAR, 2014). Na forma hansênica tuberculóide há o predomínio de resposta imune
celular, com formação de granuloma que limita a disseminação do bacilo, já na forma
virchowiana existe menor produção de granuloma e predomínio da resposta imune
humoral com produção de anticorpos (MENDONÇA et al., 2008).
A classificação de Ridley e Jopling (1966) é a mais utilizada em pesquisas,
pois, enfatiza os aspectos histopatológico e imunológico em relação ao espectro de
resistência do hospedeiro (ARAUJO, 2003). Esta utiliza-se siglas para indicar as duas
formas polares tuberculóide-tuberculóide (TT) e lepromatoso-lepromatoso (LL) e os três
subgrupos: borderline-tuberculóide (BT), borderline-borderline (BB), borderline-
lepromatoso (BL) (PALIT e INAMADAR, 2014).
A Organização Mundial da Saúde em 1982 propôs, baseando-se nas
manifestações clínicas e na baciloscopia, as formas paucibacilares e multibacilares
(CONTIN et al., 2011). Essa determinação da OMS para a classificação da doença foi
muito importante para determinar a conduta medicamentosa para o tratamento adequado,
diminuindo os erros de diagnóstico, a reativação da doença ou até mesmo resistência
secundária (RAO, 2004).
23
O diagnóstico da hanseníase é obtido pelas manifestações clínicas
dermatoneurológicas, identificando lesões ou áreas cutâneas com alterações de
sensibilidade e/ou espessamento neural, podendo ser complementado pelo exame
baciloscópico de fácil execução e baixo custo, que consiste na retirada da linfa através do
esfregaço de lesões ativas ou áreas com alteração de sensibilidade (OLIVEIRA et al.,
2008). Na ausência de lesões, os sítios de coleta são o lóbulo da orelha direita e
esquerda e o cotovelo direito e esquerdo. A baciloscopia é negativa na forma clínica
tuberculóide e positiva na forma virchowiana, podendo ser positiva ou negativa na dimorfa
(LYON et al., 2008).
O tratamento da hanseníase é por meio dos poliquimioterápicos (PQT) de
acordo com a classificação operacional dada no diagnóstico da doença. Os pacientes
devem ser tratados em regime ambulatorial nos serviços básicos de saúde (REINERS et
al., 2008; WHO, 2009). A PQT preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
mata o bacilo e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades
por ela causadas, fechando a fonte de infecção, interrompendo a cadeia de transmissão
da doença e levando a cura (CUNHA, 2014).
A PQT é constituída pelo seguinte conjunto de medicamentos: rifampicina,
dapsona e clofazimina, com administração associada (GIRÃO et al., 2013). Essa
associação evita a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre com frequência
quando se utiliza apenas um medicamento, impossibilitando a cura da doença. A
administração se dá através do esquema-padrão, de acordo com a classificação
operacional do doente em paucipacilar ou multibacilar (LASTÓRIA e ABREU, 2014b).
A PQT é o melhor esquema terapêutico de que se dispõe no momento contra a
hanseníase, tem apresentado eficiência ao reduzir a taxa de deformidades entre casos
novos (SMITH et al., 2014). O tratamento destrói a maior parte dos bacilos logo no seu
início e após 7 dias, não há mais bacilos presentes nas narinas dos indivíduos e o
mesmo deixa de transmitir a doença, fazendo com que se quebre a cadeia de
transmissão. No entanto, para que o indivíduo possa ser considerado curado, é
necessário que se conclua todas as doses recomendadas (PRABHAKAR et al., 1989).
A face é um local acometido com frequência pela hanseníase principalmente
em indivíduos com forma clínica virchowiana, iniciando com máculas ou pápulas sobre a
pele, levando a infiltrações difusas da face, com formação de nódulos ocasionando perda
dos cílios dando aspecto de “face leonina” (DIWAN et al., 1962). A atrofia da espinha
nasal anterior e alterações inflamatórias endonasais (como epistaxe, perda do olfato)
24
podem ser observadas. O envolvimento da cavidade nasal antecede o da cavidade oral e
faringe (CHRISTENSEN et al., 1952).
Lesões hansênicas manifestadas na cavidade oral evoluem de forma
assintomática, apresentando nódulos eritematosos ou amarelados, comumente como
lesões múltiplas, localizadas geralmente em palato duro (DE ABREU et al., 2006). A
língua também pode apresentar nódulos e infiltrações, atrofia nos dois terços anteriores e
em caso mais grave da doença pode haver implicações sérias da úvula ou até sua
completa destruição. Além disso, outras complicações locais que podem ocorrer devido
às reações hansênicas, como as úlceras e as perfurações nasopalatinas, podem
comprometer o sistema estomatognático, deixando os pacientes com sequelas capazes
de interferir definitivamente na qualidade de vida (COSTA, 2008).
O envolvimento da cavidade oral em decorrência da hanseníase foi observada
em 19 a 60% dos casos, geralmente mais comum na doença multibacilar em comparação
com a hanseníase paucibacilar e o local mais frequentemente acometido é o palato duro,
seguido pelo palato mole, gengiva vestibular dos dentes anteriores, língua, lábios,
gengiva vestibular dos dentes posteriores superiores, gengiva vestibular dos dentes
anteriores inferiores e da mucosa oral (EPKER e VIA JUNIOR, 1969). O palato duro
representa cerca de 75% das lesões orais, isso ocorre devido ao resfriamento da
superfície dessa região ocasionada pela respiração bucal, já que a obstrução nasal pelos
bacilos em pacientes virchowianos é muito comum (PALLAGATTI et al., 2012).
O tratamento com PQT acarreta em uma hipossalivação e a halitose está
fortemente relacionada à quantidade da saliva, podendo ser mais um efeito adverso que
interfere na qualidade de vida e socialização destes pacientes (FAYE et al., 2006). A
halitose é uma alteração patológica determinada por vários fatores interdependentes,
fatores sistêmicos de origem patológico e não patológico, devido a administração
sistêmica de drogas, fatores locais de origem patológico e não patológico e devido a
xerostomia (RUBRIGHT et al., 1978; HERLOFSON e BARKVO, 1993; MÖLLER et al.,
2004).
A higiene oral deficiente é provavelmente o fator mais comum que leva ao mau
hálito, e tende a exacerbar outras causas (YAEGAKI et al., 2014). Aproximadamente 90%
dos casos de halitose tem origem na boca, sendo que a saburra lingual possui uma
correlação direta com os níveis de Compostos Suforados Voláteis (FROUM e
RODRIGUEZ SALAVERRY, 2013).
25
Os gases responsáveis pelo odor fétido expirado são na grande maioria dos
casos, os compostos sulfurados voláteis (CVS), como sulfeto de hidrogênio, dimetil sulfeto
e metil mercaptana que contém enxofre em sua composição, e são resultado da
degradação de aminoácidos sulfurados, como metionina e cisteína, componentes
estruturais de membranas celulares, ou presentes em alguns alimentos (MORITA e
WANG, 2001).
Três são os métodos de avaliação do odor exalado: organoléptico, no qual o
avaliador de odor cheira o ar expirado pelo paciente e o caracterizam em escala;
cromatografia gasosa que quantifica e identifica os gases constituintes do ar expirado; e o
monitor de sulfetos que avalia a presença de CVS em partes por bilhão (ppb), que é
portátil e de fácil manuseio ao contrário da cromatografia (LALEMAN et al., 2014).
A doença periodontal é a segunda patologia bucal mais prevalente. É uma
doença infecto-inflamatória associada a colonização de microrganismos patogênicos
aderido a superfície externa do dente que acomete os tecidos de suporte e de
sustentação. Sua ocorrência encontra-se associada a baixas condições socioeconômicas,
dificuldade de acesso aos serviços de saúde, bem como a comportamentos relacionados
à saúde como: tabagismo, alcoolismo, dieta rica em carboidratos e higiene bucal
deficiente. Ela se manifesta através de dois quadros clínicos: gengivite e periodontite. O
sinal mais característico de presença da doença periodontal é o sangramento. E a
severidade da doença se deve a interelação entre resposta imunológica do hospedeiro e
a microbiota (SEYMOU, 1991).
O índice CPO é utilizado em levantamentos epidemiológicos de saúde oral. É
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para medir e comparar a
experiência de cárie dentária em populações e seu valor expressa a média total do
número de dentes cariados (C), perdidos (P) e obturados (O) em adultos. A aplicação
desse índice em estudo epidemiológico deve-se ao fato deste medir a prevalência de
cárie dentária em vez de simplesmente indicar se há ou não a presença da doença
(WHO, 1997).
REICHART et al. (1976) avaliaram 30 indivíduos diagnosticados com
hanseníase e verificou que os pacientes apresentaram gengivite e periodontite crônica de
um tipo inespecífica, com grande acúmulo de biofilme dental e formação de cálculos, que
segundo o autor podem estar relacionado à menor atividade muscular nos casos da
paralisia facial, elevado grau de incapacidade física com extrema mutilação e analgesia
dos dedos das mãos. Cerca de 75% dos indivíduos eram respiradores bucais, 30% eram
26
fumantes e 20% apresentaram infiltrações granulomatosas específicas por M. leprae na
mucosa gengival.
Em hansenianos, especialmente nos virchowianos, se observa o sangramento
gengival ao menor toque, hipertrofia da papila, perda dental e de sensibilidade entre o
alvéolo e a mucosa (GIRDHARE e DESIKAN, 1979; RANGANATHAN et al., 2014).
O acúmulo do biofilme bacteriano associado a uma alimentação rica em açúcar
e, na presença de pH salivar ácido, predispõe ao desenvolvimento de lesões cariosas que
segundo NÚNEZ-MARTÍ et al. (2004) são fatores potencializados nesses indivíduos
devido à limitação da higiene oral por atrofia dos nervos periféricos e pela
poliquimioterapia, que diminuem o pH salivar.
NÚNEZ-MARTÍ et al. (2004) realizaram um estudo em San Francisco de Borja
de Fontilles (Alicante, Espanha) envolvendo 76 indivíduos diagnosticados com
hanseníase e outro grupo de 76 indivíduos saudáveis, cujo objetivo era avaliar e
comparar o índice de CPO, índice de placa, índice de sangramento e perda de inserção
periodontal. Os autores verificaram que não houve diferença significativa entre os grupos
em relação ao índice de CPO, mas já em relação aos outros índices analisados a
diferença foi significativamente grande.
No estudo de SOUZA et al (2009) foram avaliados 99 pacientes no município
de Serra - ES com diagnóstico de hanseníase e analisado o índice de CPO e exame
clínico periodontal. Foi verificado que 73% dos pacientes apresentavam pelo menos um
dente perdido 3% dos pacientes eram desdentados totais e 5% necessitavam de prótese
para substituir a perda de um ou mais dentes. No exame clínico periodontal cerca de 80-
88% dos pacientes apresentavam doença periodontal, o sangramento gengival ocorreu
em 92%, sendo que 4% apresentaram extensa hemorragia. Ao comparar os resultados
dos pacientes saudáveis, os achados foram semelhantes, onde ambos apresentaram má
condição de saúde bucal.
MOTTA et al. (2010) avaliaram 38 indivíduos diagnosticados com hanseníase
em Ribeirão Preto - SP, com o objetivo de estabelecer associação entre a presença de
eventos reacionais hansênicos com a infecção oral crônica. As infecções orais
consideradas foram: doenças periodontais, pulpite irreversível, necrose pulpar e lesões
periapicais inflamatórias. Os aspectos observados foram à presença de inflamação pulpar
com exposição pulpar clínica associada à sensibilidade pulpar positiva a teste. A necrose
pulpar foi determinada pela perda da sensibilidade pulpar, sem evidência radiográfica.
Foram divididos em dois grupos, grupo I pacientes com infecções orais, e o grupo II,
27
pacientes sem infecções orais. Todos receberam instrução de higiene oral, profilaxia
supragengival, tratamento para suas infecções orais e reavaliação. O episódio de reação
hansênica foi avaliado e comparado entre os grupos I e II através de exames
laboratoriais: hemogramas, teste urinário, quantificação sérica de IL-1, TNF-α, IL-6, IFN-γ
e IL-10 (avaliação imunoenzimática por ELISA). Nos resultados encontrados antes do
tratamento do Grupo I, 78,9% dos pacientes estavam com processo inflamatório sistêmico
com manifestações clínicas de uma reação inflamatória aguda, no entanto 68,4% dos
pacientes apresentaram melhora após o tratamento das infecções orais e no grupo II, não
houve alteração clínica. Na expressão sorológica, como a maior parte dos pacientes
possuíam infecção oral e apresentaram episódios reacionais, caracterizaram maiores
níveis de IL-1, IL-6 e IL-10 do que aqueles sem infecção oral, o que sugere a influência
das infecções orais nos quadros de reações em hanseníase.
No estudo de MOTTA et al. (2011) realizado em Ribeirão Preto - SP, foram
avaliados 38 pacientes com hanseníase com e sem infecção oral, cujo o objetivo foi
associar a presença do foco infeccioso da boca, com a presença de reações da
hanseníase para determinação dos resultados. Foi utilizado neste estudo, avaliação
microbiana através da reação da cadeia de polimerase (PCR) e avaliação
imunoenzimatica, avaliando antes e após a eliminação das infecções bucais. Os
pacientes foram divididos em dois grupos, no grupo I com infecções orais, e grupo II sem
infecções orais. Todos os indivíduos tanto do grupo I como do grupo II receberam
profilaxia e instrução de higiene oral. Porém somente os pacientes do grupo I foram
submetidos ao tratamento dental e periodontal. Todos os pacientes foram reexaminados
após 7 dias do término do tratamento. Os pacientes passaram por avaliação clínica para
observar a presença de eventos reacionais, em seguida realizou-se os exames de
laboratório como hemogramas, teste de urina, determinação dos níveis microbianos
através da PCR. Os resultados mostraram que no grupo II, não houve diferença clínica e
nos mediadores avaliados, já no grupo I houve melhora nos sintomas clínicos após o
tratamento das infecções orais, não sendo verificada melhoria dos níveis séricos de
periféricos da PCR ou de IP-10. Provavelmente o período de sete dias após o tratamento
das infecções orais não tenha sido suficiente para determinar se houve eventuais
reduções.
Segundo PALLAGATTI et al. (2012) as lesões orais manifestam-se com mais
frequência na hanseníase virchowiana, por isso este tipo de hanseníase tem sido descrito
como predisponente a doença cárie, gengivite e periodontite com perda do osso alveolar
e perda dental, iniciada pela crista óssea interincisal da maxila. Estas alterações
28
aparecem no período de 6 a 7 anos da doença, podendo ser comprovada por radiografias
da região anterior da maxila. No entanto, não existem essas alterações nas formas
clínicas tuberculóide e indeterminada.
PEREIRA et al. (2013) avaliaram 56 pacientes no município de Paraíba – PI,
diagnosticados com hanseníase onde o objetivo foi verificar a prevalência da cárie
dentária, higiene oral e a presença de lesões orofaciais. Dos pacientes avaliados, 17
apresentaram manchas na face e orelhas, úlceras na língua e gengiva e perda da ponte
nasal. Sobre a higiene oral, 24 pacientes relataram que faziam a escovação dos dentes 3
vezes ao dia, no entanto nenhum paciente utilizava o fio dental. Dos entrevistados 29,
relataram alcoolismo e tabagismo. A média geral do CPO foi de 20,8 e todos os pacientes
apresentaram um índice alto de biofilme dental, chegando a conclusão que o indivíduo
com hanseníase apresenta um quadro deficiente em relação à saúde oral.
31
2.1 INTRODUÇÃO
A hanseníase é uma doença infecciosa granulomatosa crônica causada pelo
Mycobacterium leprae, o qual apresenta evolução lenta apresentando tropismo por pele,
nervos periféricos e mucosas, em especial do trato respiratório (PASSOS VÁZQUEZ et
al., 2014). Apresenta alta infectabilidade e baixa patogenicidade (LASTÓRIA e ABREU,
2014b). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a hanseníase ainda constitui
um problema de saúde pública. Em 2011, 219.075 novos casos foram detectados no
mundo. No primeiro trimestre de 2012, 181.941 novos casos foram registrados e houve
uma prevalência de 0,34 casos por 10.000 habitantes (OMS, 2012), ocupa o segundo
lugar no cenário mundial, apresentando em 2011, 33.955 casos novos detectados, com
coeficiente de prevalência de 1,54/10.000 habitantes (RODRIGUES e LOCKWOOD,
2011), Já em 2013 o Brasil apresentou coeficiente de detecção de 16,3 casos/100.000
habitantes (OMS, 2014). Devido ao alarmante número de casos o objetivo proposto pela
OMS para eliminar a doença é uma prevalência menor que 1 caso/10.000 habitantes
(PIERI et al., 2014).
O estado de Mato Grosso, localizado na região centro-oeste do Brasil,
apresenta elevadas taxas de detecção de hanseníase, sendo classificado, de acordo com
os parâmetros da portaria do Ministério da Saúde MS/GM no 3125, de 7 de outubro de
2010, como hiperendêmico (Ministério da Saúde, 2010). Cerca de 35% da população
mora em municípios com prevalência superior a 5 casos/10.000 habitantes (DE QUEIROZ
et al., 2008) e 11 desses municípios tem prioridade pelo Ministério da Saúde para
combater a doença (CORTELA e IGNOTTI, 2008). Observa-se uma detecção crescente
de casos nos municípios ao longo dos últimos 10 anos, esse fato amplia-se quando
considerada a subnotificação de casos, o que aumenta ainda mais a incidência da doença
no estado (SANTOS et al., 2010).
A hanseníase acomete principalmente a pele, com alteração de sensibilidade e
as estruturas do sistema nervoso periférico, sendo o diagnóstico estabelecido com base
na avaliação da pele e exame neurológico (PASSOS VÁZQUEZ et al., 2014). A
transmissão da hanseníase ocorre principalmente pelo convívio prolongado com os
doentes do tipo virchowiano ou dimorfo que ainda não foram diagnosticados e não deram
início ao tratamento (AQUINO et al., 2003). As vias aéreas superiores são a porta de
entrada mais importante para o bacilo e a principal fonte para a eliminação bacilar na
hanseníase (RAMAN et al., 2013). A mucosa bucal parece ser o segundo principal sítio de
infecção e transmissão da M. leprae, com fundamental papel na transmissão da
hanseníase de adultos para crianças (MORGADO DE ABREU et al., 2014). O tratamento
32
adequado visa impedir sequelas físicas e deficiências que têm um impacto sobre a vida
social e profissional do indivíduo, sendo responsáveis pelo estigma e preconceito em
relação a esta doença (AQUINO et al., 2003; TAHERI et al., 2012).
Diversas são as localizações anatômicas atingidas pela hanseníase, entre
estas, a região bucomaxilofacial possui um destaque quanto à prevalência e
particularidade clínica e biológica durante a evolução das diferentes formas da doença
(SERVATO et al., 2014). As regiões da cavidade bucal mais comumente afetadas são
palato duro, palato mole, úvula, lábios, língua e gengiva. O envolvimento da região
anterior da maxila pode resultar em significativa erosão óssea, com perda de dentes
nessa área (SCHEEPERS et al., 1993). Para o tipo virchowiano tem sido descrito a
predisposição à cárie, gengivite e periodontite com perda do osso alveolar e
consequentemente perda dental, iniciada pela crista óssea interincisal da maxila. Estas
alterações só aparecem após 6 a 7 anos da manifestação da doença não tratada
(COSTA, 2008).
As doenças periodontais (DP) apresentam alta prevalência na população
adulta, consistindo em um processo inflamatório de origem infecciosa, onde o biofilme
dentário atua com grande importância no processo de patogenicidade, causando a
destruição do tecido de suporte do dente (VAN DYKE, 2008). Uma das consequências da
DP além do aparecimento de bolsas periodontais, perda de inserção, inflamação e
degradação de tecidos moles é a presença da halitose (AMOU et al., 2013).
A halitose significa um odor desagradável do ar exalado. A gengivite e a
periodontite associadas ao biofilme supra e subgengival são as causas mais frequentes
da halitose (MIYAZAKI et al., 1995; FIGUEIREDO et al., 2002). Segundo LEE et al.
(2004), 85 a 90% dos fatores etiológicos do mau hálito são intra-orais, principalmente
devido a presença da saburra lingual. A cárie dentária não é considerada um fator
etiológico da halitose, a menos que se apresente cavitada e extensa o suficiente para que
ocorram retenção e decomposição de material orgânico ou exposição pulpar e formação
de focos de necrose.
A halitose é uma condição do hálito na qual este se altera, de forma
desagradável tanto para o paciente como para as pessoas com as quais ele se relaciona.
É um problema que sempre causou preocupação à sociedade, uma vez que o
relacionamento social é um dos pilares da qualidade de vida e é preciso considera-la
como um fator de interferência negativa, podendo ou não significar uma condição
patológica. É também conhecida como hálito fétido, fedor da boca, mau hálito ou mau
odor oral. Constitui uma queixa comum, de ocorrência mundial, que afeta adultos de
33
ambos os sexos e em qualquer faixa etária, apresentando uma etiologia multifatorial,
embora o seu principal fator causador seja a decomposição de matéria orgânica,
provocada por bactérias anaeróbias proteolíticas da cavidade oral (ELIAS e FERRIANI,
2006 e DAL RIO et al., 2007)
A literatura demonstra o perfil da saúde oral dos indivíduos hansênicos através
das avaliações dos índices de CPO e índices periodontais. No entanto, a relação entre o
perfil bucal e a halitose desses indivíduos é pouco conhecida; portanto, o objetivo da
presente pesquisa foi avaliar a condição de saúde bucal, incluindo halitose e fluxo salivar,
nos diferentes estágios de tratamento da hanseníase e comparar ao grupo controle.
35
2.2 METODOLOGIA
2.2.1 Amostra do Estudo
A população objeto deste estudo consistiu de indivíduos diagnosticados com
hanseníase atendidos no Hospital Universitário Júlio Muller em Cuiabá, Mato Grosso,
Brasil. Os indivíduos foram elegíveis para o estudo baseado nos seguintes critérios:
indivíduos maiores de 18 anos, não gestante e para inclusão no grupo diagnosticado e
não tratado, os indivíduos não deveriam ter iniciado a ingestão da medicação. A limitação
de abertura bucal que impedissem o exame clínico, imuno incompetente (HIV ou
transplantados) e sem diagnóstico definido de hanseníase foram excluídos do estudo.
Foram avaliados 189 indivíduos e após análise dos critérios de inclusão e
exclusão a mostra do estudo foi de 160 indivíduos que foram distribuídos em quatro
grupos: Grupo 1 - indivíduos que já concluíram o tratamento da hanseníase (IHC) (n=40),
Grupo 2 - indivíduos hansênicos em tratamento com PQT (IHT) (n=40), Grupo 3 -
indivíduos com diagnóstico de hanseníase que ainda não iniciaram o tratamento (n=40)
(IHST) e Grupo 4 indivíduos saudáveis (GC) (n=40).
A composição do grupo 4 foi composta por indivíduos das unidades de atenção
básica de saúde do município de Cuiabá, foram coletados dados em relação ao sexo,
idade e perfil socioeconômico foram avaliados sob as mesmas condições clínicas. Esses
indivíduos foram convidados a participar da pesquisa de maneira aleatória, conforme a
demanda na unidade de saúde.
Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) (Apêndice 1) para fazerem parte deste trabalho, que foi aprovado pelo Comitê de
Ética e Pesquisa da Universidade de Cuiabá (281.921) (Anexo 1).
2.2.2 Avaliação Clínica
Todos os indivíduos foram submetidos ao exame físico intra bucal (Apêndice
2). Na anamnese obteve-se a identificação do paciente, história da doença atual, história
médica, perfil sócio econômico familiar e hábitos de higiene bucal.
O exame físico intra bucal foi realizado com os indivíduos sentados em
cadeiras escolares e sob iluminação natural, sem realização prévia de profilaxia e/ou
escovação supervisionada. Para estabelecimento do diagnóstico, os participantes foram
submetidos a exame periodontal completo, com o auxílio de uma sonda periodontal
manual (Hu-Friedy® (Mfg Co Inc. Chigago, IL, EUA). As mensurações clínicas avaliadas
36
foram: índice de placa visível (IPV)- exame dicotômico, anotava-se na ficha os sítios com
presença de placa, o índice de sangramento gengival (IS)- com uma sonda periodontal
colocava-se 0,5mm no sulco gengival e percorria em todos os dentes, aguardava 20
segundos e onde apresentava sangramento era anotado; profundidade de sondagem
(PS) - distância em mm entre a margem gengival e o fundo do sulco/bolsa periodontal;
nível de inserção (NI) - distância em mm entre a junção cemento-esmalte e o fundo do
sulco/bolsa periodontal. É considerado periodontite leve com perda de 1 a 2 mm de
inserção. As medições foram realizadas em seis sítios por dente (mésio-vestibular,
vestibular, disto-vestibular, mesio-lingual, lingual, disto-lingual) para todos os dentes
exceto os terceiros molares e anotadas nas fichas clínicas periodontais. (AINAMO e BAY,
1975). (Apêndice 3).
O diagnóstico periodontal foi dado por meio de um cálculo, onde era
multiplicado por 100 o número total de fases que apresentavam placa visível e dividido
pelo número total de dentes vezes 4 e terá o resultado em porcentagem. Esse cálculo é
para os índices, IPV e IGS. Caso o resultado seja maior que 30 % o diagnóstico é de
gengivite, caos seja menor que 30 % o diagnóstico é de saúde periodontal.
O índice de CPO foi utilizado para registrar os elementos cariados (C), perdidos
(P) e obturados (O), somando assim todos os elementos comprometidos e divididos pelo
número de indivíduos examinados. O diagnóstico do índice CPO de cada participante foi
determinado pelo número de dentes classificados como cariados (código 1), restaurados
com a presença de lesão de cárie dentária (código 2), restaurados sem a presença de
lesão de cárie dentária (código 3) e perdidos devido à cárie dentária (código 4) (Apêndice
4).
Cada parâmetro clínico foi obtido por um único examinador previamente
calibrado conforme metodologia descrita por ARAUJO et al. (2003). Para as variáveis
contínuas (profundidade de sondagem) foi utilizado o EPM (erro padrão da medida) e
para as variáveis categóricas índices de placa, gengival e CPO foi utilizado o teste Kappa.
Assim 10 exames foram repetidos num intervalo de 30 dias e submetidos à análise. A
examinadora foi considerada calibrada mediante EPM ≤ 0,8 e K > 0,8 e < 0,95.
2.2.3 Avaliação do fluxo Salivar
O fluxo salivar foi avaliado através da estimulação da saliva com um bloco
de Parafilm® (Bemis NA, Chicago, IL, EUA), sendo mensurado segundo as
recomendações de FLINK et al. (2008). Após receberem um frasco de boca larga com
37
capacidade para 20 ml, os participantes foram instruídos a sentar de forma relaxada, de
frente para o examinador, mantendo a boca entreaberta e a língua posicionada na
superfície palatina dos incisivos superiores. Em seguida, foi solicitado aos indivíduos que
mastigassem por 2 minutos o Parafilm®, para estimulação da salivação e passassem a
cuspir no frasco toda a saliva que se formasse. Aos exatos 5 minutos cronometrados pelo
examinador, o paciente cuspiu pela última vez. O volume total de saliva coletado em 5
minutos foi verificado, excluindo-se a espuma. O valor final encontrado foi dividido por
cinco, e o resultado obtido, em ml/min (fluxo salivar), anotado na ficha clínica (Apêndice
5). A taxa de fluxo salivar estimulado foi considerada normal mediante valores entre 1,0 e
3,0 ml/min (SILVA et al., 2007).
2.2.4 Avaliação da Halitose
A halitometria foi realizada com o aparelho Halimeter®,s (Interscan Corp,
Chatsworth, Ca, USA), onde foi introduzido o canudo descartável conectado ao
dispositivo e levado na região posterior da boca – aproximadamente 4cm – a fim de se
avaliar a presença ou não de compostos voláteis de odor carregado.
O paciente ficou com os lábios entreabertos, sem respirar por 15 segundos e
foi anotado o valor apresentado no mostrador do equipamento durante seu pico máximo.
Esta tomada registrou a concentração de compostos sulfurados voláteis (CVS) bucais.
Em seguida, solicitou-se ao indivíduo exalar o ar pulmonar para que fosse detectada a
presença de CVS sistêmico (DONALDSON et al., 2007) (Apêndice 5).
Os resultados dos compostos sulfurados voláteis (CVS) foram interpretados
conforme o fabricante, menor de 80 ppb - sem odor perceptível, 80 a 100 dor perceptível,
100 a 120 ppb- halitose moderada, 120 a 150 ppb- halitose mais pronunciada e acima de
150 ppb- halitose grave.
39
2.3 RESULTADOS
Os indivíduos avaliados tinham entre 18 e 78 anos e quando distribuídos nos
grupos foi observado que o Grupo 1 apresentou maior valor médio de idade (48,9 anos)
seguido do Grupo 2 (45,7 anos), Grupo 3 (44,1 anos) e Grupo 4 (37,3 anos) (Tabela 1).
Desses indivíduos 57,5% eram do sexo masculino e ao serem perguntados sobre raça a
maioria relatou ser pardo (41,2%), seguido de pretos (38,1%). Em relação à escolaridade
a maioria (42,5%) respondeu ter estudado entre o 5º ao 9º ano. Sobre as condições
socioeconômicas, ao perguntar sobre à renda familiar em salários mínimos, a maioria dos
indivíduos relataram receber de 1 a 3 salários (59,3%) (Tabela 2).
Em relação ao uso do tabaco 56,8% dos participantes relataram não serem
fumantes, 21,8% relatou ser ex-fumante. Quanto as condições de higiene bucal, quando
perguntados sobre a escovação, 91,2% disseram que escovam os dentes e ao serem
questionados sobre quantas vezes ao dia escovavam 41,2% disseram escovar três ou
mais vezes por dia. Sobre o uso do fio dental, 60% não faziam uso, no entanto, dos que
disseram fazer uso do fio dental, 20% relataram usar duas vezes ao dia. Sobre a higiene
da língua a maioria (75%) relatou escovar a língua. Quanto à auto percepção dos
indivíduos sobre os problemas bucais, ao serem questionados sobre se sentiam mau
gosto na boca, 62,5% disseram não sentir e sobre se tinham mau hálito, 48,1% afirmaram
não perceber halitose. Sobre a presença de sangramento gengival, 54,3% relataram não
apresentar sangramento, 23,1% responderam que sua gengiva sangrava e 22,5%
afirmaram que às vezes a gengiva apresentava sangramento (Tabela 3).
Tabela 1- Média, mediana e desvio padrão em relação à idade por grupo
Grupo Idade
Média Mediana Desvio Padrão
Grupo 1 48.9 47.5 14.9
Grupo2 45.7 41.5 18.7
Grupo 3 44.1 41.5 14.3
Grupo 4 37.3 35.0 11.8
p-valor (Kruskal-Wallis)
0,0056
40
Na avaliação clínica odontológica, o valor médio do índice CPOD esteve acima
de 6 para todos os grupos, o que é considerado muito alto. O G1 teve maior média com
(17,05) seguido do G4 com (16,3), no entanto os grupos G2 (14,8) e G3 (14,2)
apresentaram valores aproximados. Assim, na avaliação inter-grupos não foi observada
diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Na avaliação do fluxo salivar, 76.2%
apresentaram o fluxo salivar normal, em 10% dos indivíduos o fluxo salivar foi baixo e
13,7% o fluxo salivar teve a classificação muito baixo, dos quais, os grupos que mais
apresentaram hipossalivação foram os grupos 1 e 2; no entanto o grupo 1 foi o que mais
apresentou classificação baixa e muito baixa para o fluxo salivar. Os resultados
demonstraram diferença estatisticamente significativa (p=0,0012) inter-grupos. No exame
de halitose 43,7% dos indivíduos apresentaram odor perceptível, 35,6% sem odor
perceptível, 2,5% halitose pronunciada e 1,2% halitose grave. Observa-se que há uma
alta concentração de indivíduos do Grupo 4 com halitose, assim como nos resultados foi
Tabela 2 – Características socioeconômicas dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle
Variável Categoria Grupo
Total p-valor qui-quadrado 1 2 3 4
Sexo
Masculino 28 27 19 18
92
0.0386 30 29 21 20
Feminino 12 13 21 22
68 18 19 31 32
Raça
Branca 9 5 6 10
30
0.1277
30 17 20 33
Preta 17 22 10 12
61 28 36 16 20
Parda 13 12 23 18
66 20 18 35 27
Indígena 0 1 1 0
2 0 50 50 0
Amarela 1 0 0 0
1 100 0 0 0
Escolaridade
Analfabeto 7 6 3 1
17
<.0001
41 35 18 6
1º ao 4º ano
16 15 11 3 45
36 33 24 7
5º ao 9º ano
7 18 10 33 68
10 26 15 49
Segundo Grau
9 1 12 0 22
41 5 55 0
Superior 1 0 4 3
8 13 0 50 38
Renda Familiar
Menos de 1 SM*
8 10 7 6 31
0.0950
26 32 23 19
1ª 3 SM 28 22 20 25
95 29 23 21 26
3 a 5 SM 3 3 3 7
16 19 19 19 44
Mais de 5 SM
0 1 5 1 7
0 14 71 14
Sem informação
1 4 5 1 11
9 36 45 9
*SM (Salário Mínimo)
41
observada uma diferença estatisticamente significativa (p=0,0067) inter-grupos. No
diagnóstico clínico periodontal, a maioria dos indivíduos apresentou o diagnóstico de
gengivite (63,1%), seguido de 25% de periodontite e 6,2% de saúde gengival, não sendo
observada diferença estatisticamente significativa (p>0,05) inter-grupos (Tabela 4).
42
Tabela 3 - Hábitos e percepção de saúde bucal dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle
Variável Categoria Grupo
Total p-valor
qui-quadrado
1 2 3 4
Fumante
Sim 8 10 10 6
34
0.0532
24 29 29 18
Não 25 16 20 30
91 27 18 22 33
Já fumou 7 14 10 4
35 20 40 29 11
Escova os dentes
Desdentados 5 4 0 0
9
0.1049
56 44 0 0
Sim 34 34 39 39
146 23 23 27 27
Não 1 2 1 1
5 20 40 20 20
Quantas vezes escova os dentes
Não avaliado 6 6 1 1
14
0.0758
43 43 7 7
1 vez 7 3 7 4
21 33 14 33 19
2 vezes 16 17 10 13
56 29 30 18 23
3 ou mais vezes
11 14 22 22 69
16 20 32 32
Usa fio dental
Não avaliado 5 4 0 0
9
0.0129
56 44 0 0
Sim 10 11 13 21
55 18 20 24 38
Não 25 25 27 19
96 26 26 28 20
Quantas vezes usa o fio dental
Não avaliado 30 28 27 19
104
0.446
29 27 26 18
1 vez 0 6 2 4
12 0 50 17 33
2 vezes 9 4 8 11
32 28 13 25 34
3 ou mais vezes
1 2 3 6 12
8 17 25 50
Escova a Língua
Sim 29 28 30 33
120
0.6005 24 23 25 28
Não 11 12 10 7
40 28 30 25 18
Mau gosto na boca
Sim 16 14 16 14
60
0.9347 27 23 27 23
Não 24 26 24 26
100 24 26 24 26
Mau hálito
Sim 7 10 10 16
43
0.1435
16 23 23 37
Não 26 19 19 13
77 34 25 25 17
As vezes 7 11 11 11
40 18 28 28 28
Gengiva sangra
Sim 9 8 6 14
37
0.1696
24 22 16 38
Não 26 23 22 16
87 30 26 25 18
As vezes 5 9 12 10
36 14 25 33 28
43
Tabela 5 – Média, mediana e desvio padrão de ISG e IPV por grupo
Grupo
ISG IPV
Média Mediana Desvio Padrão
Média Mediana Desvio Padrão
Grupo 1 0.5 0.4 0.4 0.8 1.0 0.4
Grupo 2 0.5 0.4 0.4 0.8 1.0 0.3
Grupo 3 0.6 0.6 0.4 0.8 1.0 0.3
Grupo 4 0.4 0.2 0.4 0.7 0.6 0.3
p-valorKruskal-Wallis 0.2809 0.3301
Tabela 6 – Média, mediana e desvio padrão de NI e PS por grupo
Grupo
NI PS
Média Mediana Desvio Padrão
Média Mediana Desvio Padrão
Grupo 1 2.2 1.5 1.5 2.2 2.1 0.5
Grupo 2 2.0 1.5 1.1 2.1 2.0 0.6
Grupo 3 1.7 1.2 1.0 2.2 2.2 0.5
Grupo 4 1.5 1.2 0.7 2.1 2.0 0.4
p-valor Kruskal-Wallis 0.0743 0.2911
Tabela 4 – - Classificação CPO, salivar, halitose e diagnóstico periodontal dos grupos de indivíduos diagnosticados com hanseníase e grupo controle
Variável Categoria Grupo
Total p-valor qui-quadrado 1 2 3 4
Classificação CPO Muito alta (6 ou mais) 40 40 40 40
160 25 25 25 25
Classificação Salivar
Normal 23 28 39 32
122
0.0012
19 23 32 26
Baixo 7 3 1 5
16 44 19 6 31
Muito Baixo 10 9 0 3
22 45 41 0 14
Halitose
Sem odor perceptível 19 18 17 3
57
0.0067
33 32 30 5
Odor Perceptível 13 17 13 27
70 19 24 19 39
Halitose moderada 6 3 8 10
27 22 11 30 37
Halitose Pronunciada 1 2 1 0
4 25 50 25 0
Halitose Grave 1 0 1 0
2 50 0 50 0
Diagnóstico periodontal
Não avaliado 5 4 0 0
9
0.0610
56 44 0 0
Gengivite 20 21 29 31
101 20 21 29 31
Periodontite 13 12 9 6
40 33 30 23 15
Saúde 2 3 2 3
10 20 30 20 30
Total 40 40 40 40 160
44
Em relação aos parâmetros clínicos periodontais ISG, IPV, NI e PS, foi aplicado
o teste de Kruskal-Wallis para análise inter-grupos, não sendo verificada diferença
estatisticamente significativa (p>0,05) (Tabelas 5 e 6).
46
2.4 DISCUSSÃO
O estudo epidemiologico é um instrumento grandioso que auxilia nas
informações dos agravos a saúde. Tem capacidade de conhecer a realidade, de
questionar as organizações sociais e econômicas de um país ou região e seu
relacionamento com as condições de saúde da população. E por meio desse, torna-se
possível o estudo da prevalência e incidência das doenças em diversas populações,
possibilitando o planejamento em saúde nos programas de prevenção, no controle das
doenças e é um poderosa ferramenta para pesquisa (ARREAZA E MORAES, 2010).
No presente estudo pôde ser observado que todos os grupos apresentaram
valor médio de idade entre 44,1 anos no grupo diagnosticado e 48,9 anos nos grupo com
tratamento concluído. Essas médias compreendem um período produtivo da população e
as sequelas deixadas pela doença quando não há o diagnóstico precoce podem
comprometer a vida desses indivíduos, afastando-os do convívio social e familiar já que
ao estigma da doença, impossibilitando de exercerem suas atividades normais devido a
atrofias dos membros superiores, inclusive podem acarretar limitações durante a higiene
oral (NÚNEZ-MARTÍ et al., 2004).
Na classificação das raças, o presente estudo identificou em todos os grupos
predomínio da raça parda (41,2%) em concordância aos demais autores que também
encontraram a raça parda como predominante (FONSECA et al., 1983; DOS SANTOS et
al., 2008). Já PINTO et al. (2010), em estudo realizado na Bahia verificou a
predominância da raça branca (51,3%) entre os indivíduos avaliados. E segundo MELÃO
et al. (2011) após avaliar o perfil epidemiológico de indivíduos com hanseníase em Santa
Catarina, também encontrou maior predominância de indivíduos da raça branca (79,6%)
dos casos.
Em relação ao nível de escolaridade entre os grupos, foi observado que a
maioria (42,5%) possuia nível fundamental. Esse dado foi semelhante ao descrito por
alguns autores (CUNHA et al., 2007; DOS SANTOS et al., 2008; ALMEIDA et al., 2013). É
sabido que o baixo nível educacional pode dificultar no acesso aos serviços de saúde
para promoção da saúde e prevenção de doenças.
No que diz respeito à renda salarial, o estudo mostrou predomínio da faixa de
um a três salários mínimos em todos os grupos. Esses dados são semelhantes ao
percentual encontrado por outros pesquisadores, que sugerem que os enfermos de
hanseníase pertencem à classe social média baixa (SERRUYA, 1981; CUNHA et al.,
2007; DOS SANTOS et al., 2008).
47
Quanto à média do índice CPO, todos os grupos apresentaram alto índice,
semelhante à média encontrada por NÚNEZ-MARTÍ et al. (2004) e PEREIRA et al. (2013)
que verificaram não haver diferença significativa entre os grupos de indivíduos com
hanseníase e controle em relação ao índice de CPOD e concluíram que o indivíduo com
hanseníase apresenta um quadro deficiente em relação a saúde bucal, bem como os da
população em geral.
Ao avaliar a condição periodontal, o presente estudo demonstrou que os
indivíduos apresentaram gengivite em todos os grupos 63,1%, seguidos de 25% com
periodontite e somente 6,25% com saúde gengival. Havendo concordância com o estudo
de SOUZA et al. (2009) que no exame clínico periodontal identificou que cerca de 80 a
88% dos pacientes apresentavam doença periodontal, dos pacientes com hanseníase o
sangramento gengival ocorreu em 92%, sendo que 4% apresentaram extensa
hemorragia. Ao comparar os resultados dos pacientes saudáveis os achados foram
semelhantes, ambos apresentam má condição de saúde bucal, que também foi
observado no presente estudo.
No exame da halitose 43,7% dos indivíduos apresentaram odor perceptível,
35,6% sem odor perceptível, 2,5% halitose pronunciada e 1,2% halitose grave. Apesar de
ter sido observada uma alta prevalência de halitose no grupo 4, esta pode ser justificada
pela presença de biofilme dental, uma vez que a maioria deste grupo apresentava-se com
gengivite. Em concordância com alguns autores (MIYAZAKI et al., 1995; FIGUEIREDO
et al., 2002; AMOU et al., 2013), não foi verificada halitose grave ou pronunciada; estas
foram verificadas nos grupos 1, 2 e 3, relacionados a hanseníase e coincidindo com fluxo
salivar baixo e muito baixo nos grupos 1 e 2, respectivamente, a semelhança do estudo
de FAYE et al. (2006). A associação negativa entre o fluxo salivar e halitose, quando o
fluxo salivar reduzido favoreceria o aumento da halitose grave e pronunciada nestes
indivíduos, já submetidos ao tratamento, ou ainda incluídos na terapia medicamentosa,
independente do diagnóstico periodontal. No presente estudo também descartou-se a
relação de halitose com a presença de destruição de estruturas bucais em conseqüência
da hanseníase, visto que esta variável nem foi tabulada pela ausência de lesões intraorais
decorrente da hanseníase nos indivíduos.
Em relação ao uso de tabaco, como não houve diferença estatisticamente
significativa inter-grupos, nos quais em todos os grupos a maioria dos indivíduos eram de
não-fumantes e ainda a distribuição de fumantes foi homogênea, observou-se que apesar
do hábito de fumar ser um fator risco para a doença periodontal e que favoreça a
progressão da mesma, no presente estudo esta variável não mostrou interferência
48
negativa específica a algum grupo independente do diagnóstico de hanseníase, resposta
provavelmente relacionada a um menor número de indivíduos fumantes.
Considerando a higiene bucal, a respeito ao hábito de escovação dentária e
quantas vezes ao dia realizá-la, a maioria dos indivíduos entre os grupos estudados
relatou escovar os dentes três vezes ao dia ou mais, porém o hábito de escovação deve
ser associada a uma qualidade da escovação e isto pode ser verificado negativamente no
presente estudo pelo alto índice de doença periodontal e consequentemente halitose
(odor perceptível e halitose moderada) inclusive no grupo sistemicamente saudável.
Quanto ao hábito do uso do fio dental, diferença estatisticamente foi observada, na qual a
maioria dos indivíduos não fazia o uso do fio dental e quando o faziam relataram usá-lo
duas vezes ao dia ou mais, independente do grupo estudado; apesar do grupo
sistemicamente saudável mostrar-se mais freqüentes usuários do fio dental. Foi retificado
neste estudo, como na maioria da população brasileira que não faz o uso do fio dental ou
ainda o faz incorretamente, o que pode ser justificado pelo custo financeiro (condições
sócio-econômicas) e culturais (educação).
Verificando a limpeza da língua, observou-se que a maioria (75%) dos
indivíduos relatou fazer a limpeza da mesma, porém alguns estudos relatam que a
limpeza eficiente da língua diariamente reduziria a halitose através da redução microbiana
sobre a sua superfície por meio de escova dental ou raspadores (KOSLOVSKY et al.,
1994; DE BOEVER E LOESCHE, 1995). Todavia no presente estudo apesar de
indivíduos relatarem a execução da limpeza lingual os resultados elevados da halitose
indicam uma deficiência da mesma.
Avaliando o grau de auto-percepção dos indivíduos dos grupos estudados,
verificou-se que este estava alterado ou ainda diminuído de forma geral, pois sem
diferença estatisticamente significativa entre os grupos, a maioria relatava não percepção
de mau gosto na boca, mau hálito e/ou sangramento gengival, porém com exceção do
mau gosto na boca que é um dado subjetivo, mau hálito e sangramento gengival forma
inversamente mostrados nos nossos resultados com altos índices em todos os grupos.
Assim, o poder de percepção e conhecimento do indivíduo do que é patológico ou
fisiológico é um pouco mais complexo, uma vez que a doença periodontal tem evolução
lenta e progressiva, muitas vezes o mesmo aceita a condição de que o mau gosto na sua
boca, o mau hálito sejam características próprias dele ou ainda oriundo de problemas
gástricos; e o sangramento gengival oriundo de um alimento mais duro ou a um trauma
mecânico da escova dental e/ou fio dental usado incorretamente.
49
Considerando a magnitude da hanseníase para a saúde pública e a alta
prevalência da doença no Brasil principalmente no Estado de Mato Grosso, a hanseníase
deve ser mais discutida nos cursos de Odontologia, pois as vias aéreas superiores são a
porta de entrada mais importante para o bacilo e a face é um local de amplo
acometimento da doença.
51
2.5 CONCLUSÃO
A avaliação da condição bucal e da halitose de indivíduos diagnosticados com
hanseníase nos permitiu ter as seguintes conclusões:
O índice CPO mostrou-se alto em todos os grupos, com maior prevalência
no grupo 1.
O fluxo salivar apresentou-se normal em 76,2% dos indivíduos, com maior
prevalência de hiposalivação nos grupos 1 e 2, com diferença estatisticamente
significativa entre os grupos.
Quanto a halitose, a maior prevalência foi de odor perceptível (43,7%) no
grupo 4, com diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
Quanto ao diagnóstico periodontal, a maioria dos indivíduos apresentou
algum tipo de doença periodontal, sendo mais prevalentes na gengivite (63,1%) no grupo
3 e periodontite (25%) no grupo 1.
53
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ -UNIC
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Pesquisador:
Título da Pesquisa:
Instituição Proponente:
Versão:
CAAE:
Hanseníase e a Odontologia
Alessandra Nogueira Porto
Universidade de Cuiabá - UNIC (IUNI Educacional S.A.)
2
09273813.4.0000.5165
Área Temática:
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Número do Parecer:
Data da Relatoria:
281.921
13/05/2013
DADOS DO PARECER
O Brasil é hoje um dos países com maior índice de prevalência de hanseníase no mundo. Por este motivo,
situa-se de maneira não menos relevante nas discussões acerca da sua eficiência na saúde pública. O
presente estudo pretende conhecer a condição bucal destes indivíduos e baseado nestas informações
fomentar a discussão no meio acadêmico a importância do tratamento multidisciplinar entre médicos,
odontologos, enfermeiros,
psicólogos e Fisioterapeutas.
Será realizado uma avaliação clínica odontológica e microbiológica dos pacientes diagnosticados com
hanseníase, realização de atividades e/ou procedimentos de
caráter educativo,preventivo e curativo, em ambiente ambulatorial, fundamentado nos princípios da
biossegurança, bioéticos e legais que norteiam o
exercício da prática odontológica e suas inter-relações com a equipe multidisciplinar, principalmente com
especialidades médicas.
Apresentação do Projeto:
Objetivo Primário:
Conhecer as necessidades prioritárias dos pacientes hansenicos em relação à saúde bucal.
Objetivo Secundário:
Buscar um tratamento integrado a estes indivíduos, divulgando a importância de enxergarmos o
Objetivo da Pesquisa:
Universidade de Cuiabá - UNIC (IUNI Educacional S.A.)Patrocinador Principal:
78.065-900
(65)3363-1023 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Avenida Beira Rio, 3100, Bloco de Saúde III, 2º pisoJardim Europa
UF: Município:MT CUIABA
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ -UNIC
Continuação do Parecer: 281.921
paciente como um todo e não dentro de
espcialidades médicas e ou odontológica.
Riscos:
Não há riscos aos indivíduos.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Após avaliação da saúde bucal será realizada a correlação do estágio da doença sistêmica (grau), com a
condição sócia economica para possibilitar o levantamento dos dados contribuindo desta forma para a
construção de Projetos de melhoria da qualidade da saúde bucal destes indivíduos bem como melhorar a
qualidade de vida através de um trabalho sobre a importância da saúde bucal.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Pendência corrigida.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
.
Recomendações:
O projeto atende a resolução nº 196/96 sendo o parecer favorável
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Aprovado
Situação do Parecer:
Não
Necessita Apreciação da CONEP:
Considerações Finais a critério do CEP:
78.065-900
(65)3363-1023 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Avenida Beira Rio, 3100, Bloco de Saúde III, 2º pisoJardim Europa
UF: Município:MT CUIABA
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ -UNIC
Continuação do Parecer: 281.921
CUIABA, 23 de Maio de 2013
Margarete Lovato(Coordenador)
Assinador por:
78.065-900
(65)3363-1023 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Avenida Beira Rio, 3100, Bloco de Saúde III, 2º pisoJardim Europa
UF: Município:MT CUIABA
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APÊNDICE 1
Questionário
Nome: _____________________________________________Idade:_______
Cel:________________Bairro que reside:______________ Unidade de saúde____________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Escolaridade: Até ensino médio ( )
Ensino médio ( )
Raça: Branca ( ) Preta ( ) Parda( ) Indígena ( ) Ensino Superior ( )
Amarela( )
Estado civil: Casado ( ) Solteiro ( ) Viúvo ( ) Divorciado ( )
União Estável ( ) Separado ( )
Quantas peças tem sua casa?_____ Quantas pessoas moram na sua casa?___
Ganha Bolsa Família? Sim ( ) Não ( ) Quantas? _____
Renda Familiar: Menos de 1 salário ( ) 1 à 3 salários ( ) 3 à 5 salários ( )
Mais de 5 salários ( ) Sem informação ( )
Tem agua tratada na sua casa? Sim ( ) Não ( )
Tem rede de esgoto onde você mora? Sim( ) Não ( )
Relacionado ao serviço: Centro de saúde ( ) Policlínica ( ) PSF ( )
Modo de Detecção da doença: Encaminhamento( ) Detecção espontânea ( ) outro( )
Tempo da Doença:
( ) Menos de 6 meses ( ) 3 à 5 anos
( ) 6 Meses à 1 ano ( ) 6 à 10 anos
( ) 1 à 2 anos ( ) Mais de 10 anos
64
Relacionado à Doença
Tratamento: Concluído ( ) Em tratamento ( ) Não começou o tratamento ( )
Classificação Operacional: Paucibacilar ( ) Multibacilar ( )
Baciloscopia: Positivo ( ) Negativo ( )
Forma Clínica:
( ) Indeterminada ( ) Dimorfa - Tuberculoide
( ) Tuberculoide ( ) Dimorfa - Dimorfa
( ) Virchowiane ( ) Dimorfa – Virchowiana
( ) Dimorfa
Tipo da lesão: Mácula( ) Placa( ) Pápula de lesão( )
Numero de lesão: Única( ) Multipla ( )
Qual medicamento?_______________________________________________________________
Dose _______________Quanto tempo?____________
Reação à medicação? Sim( ) Não ( ) Qual?_____________________________________
Pigmentação da lesão: Hipopigmentada( ) Hipergmentada ( )
Incapacidade física: Sim( ) Não ( )
Qual incapacidade física?
( ) Ocular e MMSS
( ) Outras
65
Questionário Geral
1-Possui alguma outra doença sistêmica? Qual?_____________________________________
2-Toma algum outro medicamento? Qual?__________________________________________
3-Fuma? Sim( ) Não ( ) Quanto tempo?__________ Quantos cigarros por dia? ___________
4-Escova os dentes? Sim( ) Não( ) Quantas vezes ao dia?___________________________
5-Usa o fio dental nos dentes? Sim ( ) Não ( ) Quantas vezes ao dia?____________________
6-Você usa palito nos dentes? Sim( ) Não ( )
7-Usa alguma solução de bochecho? Sim ( ) Não ( ) Qual?_____________________________
8-Usa prótese? PPR ( ) PT ( ) PPF( ) Quanto tempo da última troca? ___________________
9-Quando foi a última vez que você fez tratamento odontológico?
Menos de 1 ano ( ) De 1 à 2 anos ( ) De 2 à 4 anos( ) Mais de 5 anos ( )
10-Escova a língua? Sim( ) Não ( )
11-Você troca a sua escova de dente de quanto em quanto tempo?
1 à 3 meses ( ) 6 meses ( ) ano à ano ( )
12-Você sente mau gosto da boca? Sim ( ) Não ( )
13-Você tem mau hálito? Sim( ) Não( ) As vezes ( )
14-Sua gengiva sangra? Sim( ) Não( ) As vezes ( )
15-Tem dificuldade em mastigar os alimentos? Sim ( ) Não ( )
16-Tem sensibilidade nos dentes com gelado ou doce? Sim ( ) Não ( )
17- Lesão da boca?_________________________________
PA:_______________________________ Glicose: ________________________________
66
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser
esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste
documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável.
Desde logo fica garantido o sigilo das informações. Em caso de recusa você não será penalizado(a)
de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Hanseníase e a Odontologia
Pesquisador Responsável: Profa. Dra. Alessandra Nogueira Porto.
Telefone para contato (inclusive ligações a cobrar): 65-3624-0177.
Pesquisadores participante: Mestranda Fernanda Zanol Matos.
Telefones para contato : 65-3624-9240.
O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Hanseníase e a Odontologia”, de
responsabilidade da pesquisadora Dra. Alessandra Nogueira Porto.
Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento,
retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Nessa investigação científica, serão examinados a presença de cárie, doença periodontal, dentes
perdidos e exame microbiológico. O exame é uma observação da boca, com toda técnica, segurança e
higiene, conforme normas da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Não representa
riscos nem desconforto para quem será examinado. Os benefícios que você terá na participação serão
indiretos e relacionados a um melhor conhecimento a respeito das doenças bucais na população brasileira
de modo a organizar os serviços de maneira racional e efetiva.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum
momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a
não identificar os voluntários.
Caso seja detectado algum problema de saúde bucal que exija atendimento odontológico, você será
devidamente orientado onde procurar tratamento.
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu, _________________________________, ____________________________, abaixo assinado,
concordo em participar do estudo _____________________________________________ , como sujeito.
Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador ______________________________ sobre a
pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de
minha participação. Foi-me garantido o sigilo das informações e que posso retirar meu consentimento a
qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/
assistência/tratamento.
Local e data _______________/_______/_______/__________/
Nome: ____________________________________
Assinatura do sujeito ou responsável: ____________________________________