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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS LUANA DA ROCHA ALVES MENDONÇA CRIAÇÃO, VALIDADE DE CONTEÚDO E PROCESSO DE RESPOSTA DO INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO PARA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR IDE/DTM NATAL-RN 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

LUANA DA ROCHA ALVES MENDONÇA

CRIAÇÃO, VALIDADE DE CONTEÚDO E PROCESSO DE RESPOSTA DO

INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO PARA DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR – IDE/DTM

NATAL-RN

2020

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LUANA DA ROCHA ALVES MENDONÇA

CRIAÇÃO, VALIDADE DE CONTEÚDO E PROCESSO DE RESPOSTA DO

INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO PARA DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR – IDE/DTM

NATAL-RN

2020

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Odontológicas, nível de

Mestrado Acadêmico, da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Prof.ª Dra. Patrícia dos Santos

Calderon

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - ­Departamento de

Odontologia

Alves, Luana da Rocha.

Criação, validade de conteúdo e processo de resposta do

instrumento de diagnóstico epidemiológico para disfunção

temporomandibular - IDE/DTM / Luana da Rocha Alves. - Natal,

2020.

66 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas) -

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências

Odontológicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências

Odontológicas, Natal, 2020.

Orientador: Profa. Dra. Patrícia dos Santos Calderon.

1. Transtornos da Articulação Temporomandibular - Dissertação.

2. Diagnóstico - Dissertação. 3. Epidemiologia - Dissertação. 4.

Avaliação em Saúde - Dissertação. 5. Métodos - Dissertação. I.

Calderon, Patrícia dos Santos. II. Título.

RN/UF/BSO BLACK D64

Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393

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DETICATÓRIA

Dedico este estudo a minha família.

E a todos que colaboraram para a sua construção.

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AGRADECIEMENTOS

Á Deus, por Sua infinita bondade e misericórdia para comigo, à Jesus que, com o Seu

amor, me sustenta todos os dias e ao Espírito Santo por ser a minha força.

À Maria Santíssima, por cuidar de mim como filha.

Ao meu marido, Daniel, o seu amor me faz querer ser melhor.

Aos meus amados filhos, Tomás e Beatriz, que alegram os meus dias. Seus sorrisos são a

minha força motriz para prosseguir.

Aos meus pais, Edgar e Gilca, que são os meus exemplos e maiores incentivadores

sempre.

À Luciana e Luiza, minhas queridas irmãs. Obrigada por toda partilha de vida.

À minha orientadora Profª Dra. Patrícia dos Santos Calderon por toda disponibilidade,

escuta, entusiasmo e orientações. Muito obrigada por tudo.

Ao Prof. Dr. Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira por sua valiosa ajuda para a

realização desse estudo.

Aos colegas do grupo de pesquisa orientado pela Prof.ª Dra. Patrícia. Em especial a Raul

Borges, mais que um amigo, um anjo que Deus colocou na minha vida durante o

mestrado.

Aos professores convidados que participaram da etapa de validade baseada no conteúdo.

Os meus sinceros agradecimentos.

Aos colegas que conheci no Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas da

UFRN que tanto me ensinaram ao longo desses anos.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas da UFRN, na pessoa da

coordenadora Prof.ª Dra. Roseana e aos demais professores por todo conhecimento

partilhado.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) por

financiar este estudo.

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“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os

homens” Colossenses 3:23

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

7

RESUMO

A incidência e prevalência das disfunções temporomandibulares (DTM) as

caracterizam como um problema de saúde pública, tornando necessária a criação de

políticas públicas adequadas no diagnóstico, avaliação e tratamento destas condições no

Brasil. Diante disso, o objetivo deste estudo é a elaboração de um instrumento de

diagnóstico de fácil aplicação, a ser validado, possibilitando levantamento

epidemiológico acerca da prevalência de DTM na população brasileira. Trata-se de um

estudo de construção de instrumento, que seguiu em sua elaboração evidências de

validade. O instrumento foi dividido em duas partes: um questionário e um protocolo

clínico. O instrumento foi baseado em instrumentos pré-existentes na literatura e na

experiência clínica do grupo de pesquisa formada para este trabalho. O instrumento

passou pelas etapas de evidências de validade baseadas no conteúdo e evidências de

validade baseadas no processo de resposta. Como resultados houveram 3 versões do

instrumento. A primeira contendo o questionário com 09 questões e 12 itens do protocolo

clínico; após a fase de validação de conteúdo o instrumento foi reduzido para 05 questões

e o protocolo clínico com 08 itens (2ª versão). A 2ª versão foi validada pelo processo de

resposta e manteve-se a quantidade de itens, acrescentando algumas instruções para o

futuro aplicador do instrumento. Dessa maneira, o produto deste trabalho foi um

instrumento de diagnóstico intitulado Instrumento De Diagnóstico Epidemiológico para

Disfunção Temporomandibular – IDE/DTM. As evidências de validade efetuadas até o

momento permitiram relevantes modificações e tornaram este instrumento mais conciso

e adequado ao seu objetivo.

PALAVREAS-CHAVES: Transtornos da articulação temporomandibular, diagnóstico,

epidemiologia, avaliação em saúde, métodos.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

8

ABSTRACT

DEVELOPMENT, CONTENT VALIDATION AND RESPONSE PROCESS OF

EPIDEMIOLOGICAL DIAGNOSTIC INSTRUMENT - IDE / DTM

The incidence and prevalence of temporomandibular disorders (TMD)

characterize them as a public health issue, becoming necessary to create adequate public

policies in the diagnosis, evaluation and treatment of these conditions in Brazil.

Therefore, the objective of this study was to develop an easy to apply diagnostic tool, to

be validated, allowing an epidemiological survey regarding TMD prevalence in the

Brazilian population. This is a study of instrument construction, which followed the steps

of evidence of validity. The instrument was divided into two parts: a questionnaire and a

clinical protocol. The instrument was based on pre-existing instruments in the literature

and on the clinical experience of the research group responsible for this study. The

instrument went through the Validity Evidence Based on the Content and on the Response

Process steps. As a result, there were 3 versions of the instrument. The first comprising a

questionnaire with 09 questions and a 12 items clinical protocol; after the content

validation phase, the instrument was condensed to 5 questions and 8 items clinical

protocol (2nd version). The 2nd version was validated by the response process and the

number of items was maintained, but some instructions for the future surveyor were

included. Thus, the product of this study is a diagnostic instrument entitled

Epidemiological Diagnostic Instrument - IDE / DTM. The evidence of validity allowed

relevant modifications and made this instrument more concise and appropriate to its

objective.

KEYWORDS: Temporomandibular joint disorders, diagnosis, epidemiology, health

assessment, methods.

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LISTA DE ABREVIATURA

DTM - Disfunção Temporomandibular

ATM – Articulação Temporomandibular

CPO – Índice de dentes cariados, perdidos e obturados

CPI - Índice Periodontal Comunitário

PIP - Índice de Perda de Inserção Periodontal

DAÍ - Índice de Estética Dental

OMS – Organização Mundial de Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

RDC/TMD- Critérios de Diagnóstico e Pesquisa de DTM

FAI- Índice Anamnésico de Fonseca

IDCCM - Índice de Disfunção Clínica Craniomandibular

AAOP- American Academy of Orofacial Pain (Academia Americana de Dor Orofacial)

DC/TDM - Critérios de Diagnóstico para Disfunção Temporomandibular

CEO - Centros de Especialidades Odontológicas

DOD- Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

INFORM- International network for orofacial pain and related disorders methodology

IADR- International Association for Dental Research

IVC- Índice de Validade de Conteúdo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11

2 REVISÃO DE LITERATURA 13

2.1 DTM: Um problema de saúde pública ........................................................... 13

2.2 Instrumentos de diagnóstico de DTM ............................................................ 16

2.3 Levantamento epidemiológico de diagnóstico DTM ..................................... 18

3 OBJETIVOS.................................................................................................. 21

3.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 21

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 21

4 METODOLOGIA......................................................................................... 22

4.1 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................... 22

4.2 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO ..................................................... 22

4.3 CRITERIOS DE INCLUSAO E EXCLUSAO ............................................. 22

4.4 PERIODO DE COLETA DE DADOS .......................................................... 23

4.5 PLANO AMOSTRAL................................................................................... 23

4.6 COLETA DE DADOS SEGUNDO AS ETAPAS DE

VALIDAÇÃO.................................................................................................

23

4.6.1 Evidências de Validade Baseadas no conteúdo.............................................. 23

4.6.2 Detalhamento do instrumento de avaliação e diagnóstico ............................. 24

4.6.3 Evidências de validade baseadas nos processos de respostas ........................ 25

5 RESULTADOS............................................................................................. 28

5.1.1 Desenvolvimento do instrumento ................................................................... 28

5.1.2 Avaliação das questões pelo comitê de especialistas....................................... 29

5.1.3 Detalhamento da segunda versão do instrumento............................................ 36

5.1.4 Avaliação da segunda versão do IDE/DTM pelo comitê de especialistas........ 36

5.2 Evidências de validade baseadas nos processos de respostas........................... 37

6 DISCUSSÃO.................................................................................................. 41

7 CONCLUSÃO............................................................................................... 45

REFERÊNCIAS............................................................................................ 46

APÊNDICES................................................................................................. 50

APÊNDICE A- Carta de Informação aos Juízes e Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido.........................................................................................

50

APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................... 54

APÊNDICE C - Primeira Versão do IDE/DTM............................................. 57

APÊNDICE D - Segunda Versão do IDE/DTM............................................. 61

APÊNDICE E - Terceira Versão do IDE/DTM..............................................

64

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1 INTRODUÇÃO

Os aspectos epidemiológicos relacionados às disfunções temporomandibulares

(DTM) apontam que há uma maior prevalência entre o sexo feminino e com uma

incidência maior de adultos na faixa etária entre 20 e 45 anos (MINGHELLI et al., 2011;

DANTAS et al.,2015; RODRIGUES et al., 2015; PARENTE, CERDEIRA; 2013).

Somado a isso, uma grande parcela da população mundial (40% a 75%) de modo geral

apresenta pelo menos um sinal de DTM, porém apenas 5% a 10% destes apresentam

necessidade de tratamento (MINGHELLI et al., 2011; PARENTE, CERDEIRA; 2013;

LEEUW, 2010; DANTAS et al.,2015). Por essa razão, as DTM podem ser consideradas

como um problema de saúde pública mundial (RODRIGUES et al., 2015).

No Brasil, o “Projeto SB Brasil 2003 – Condições da Saúde Bucal da População

Brasileira” do Ministério da Saúde foi o embasamento epidemiológico para a criação da

Política Nacional de Saúde Bucal em 2004 (BRASIL, 2012). Edições do SB Brasil

acontecem periodicamente com o intuito de atualização dos dados e desenvolvimento de

novas políticas.

Nesse sentido, o Projeto SBBrasil 2010, último levantamento realizado, teve como

objetivo construir uma série histórica dos principais agravos em saúde bucal no Brasil.

Os resultados dessa pesquisa de base nacional orientaram a avaliação e o planejamento

da política nacional e serviços de saúde bucal na última década, além de orientar os

trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) na continuação do avanço da equidade

no acesso à saúde bucal para toda a população brasileira (BRASIL, 2012).

No entanto, o diagnóstico e a prevalência da DTM não foram contemplados nos

levantamentos do SBBrasil, o que justifica a necessidade de dados epidemiológicos destas

patologias no país (CARRARA, S. V.; CONTI, P. C. R.; BARBOSA, J. S., 2010;

SEABRA et al., 2012; PAIVA, 2013). Consequentemente, há uma deficiência de ações

que promovam o controle dessa doença e a existência de poucas informações sobre a

avaliação das necessidades e a demanda para o tratamento nos serviços especializados em

saúde bucal (DANTAS et al.,2015).

Atualmente, vários protocolos estão disponíveis na literatura para o diagnóstico e

classificação dessas condições, como o Índice Helkimo, Questionário de Desordem

Temporomandibular da Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP), Índice

Anamnésico Fonseca (FAI), Critérios diagnósticos para pesquisa sobre Transtornos

Temporomandibulares (RDC/TMD) e os atuais Critérios diagnósticos para Transtornos

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Temporomandibulares (DC/TMD) (FONSECA, 1994; ZHAO et al., 2011; DE SANTIS

et al., 2014; Michelotti et al., 2016).

Em virtude disso, o diagnóstico das DTM torna-se complexo e pouco acessível

devido aos mais variados tipos de instrumentos existentes na literatura (SEABRA et al.,

2012; PAIVA, 2013; CHAVES et al., 2008). Além, maioria dos instrumentos na literatura

tem limitações metodológica ou logísticas, ou falta de confiabilidade adequada e

evidência de validade (GONZALEZ et al., 2011; SCHIFFMAN et al., 2010).

A dificuldade de se encontrar um instrumento de diagnóstico fidedigno, de fácil

aplicação e com validação no Brasil continua sendo o grande desafio para os estudos

epidemiológicos e, com isso, o planejamento de ações, no intuito de diagnóstico,

tratamento e controle dessa condição nos serviços de saúde bucal, tanto na Atenção

Básica quanto nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Baseando-se nisso,

o objetivo dessa investigação é a construção de um instrumento de avaliação e diagnóstico

de DTM de fácil aplicabilidade para estudos epidemiológicos nacionais.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Esta revisão de literatura foi dividida em seções com o objetivo de tornar a leitura

mais didática. Elas apresentam os referenciais teórico e conceitual que fundamentam este

estudo. A primeira seção, “DTM: Um problema de saúde pública”, conceitua a doença e

mostra um panorama das disfunções no Brasil e no mundo. A segunda parte,

“Instrumentos de diagnóstico de DTM” apresenta os principais instrumentos de

diagnóstico utilizados na Odontologia atualmente e a última seção, “Levantamento

epidemiológico de diagnóstico DTM”, descreve a importância dos levantamentos

epidemiológicos na Odontologia.

2.1 DTM: Um problema de saúde pública

Para melhor entendimento do que será exposto, faz-se necessário definir

inicialmente o conceito de problema de saúde pública. Costa e Victora (2006) citam, em

seu estudo, o Oxford Textbook of Public Health e destacam que o primeiro princípio que

deve ser respeitado para implantação de qualquer medida de rastreamento é que a

condição investigada seja "um importante problema de saúde pública". (COSTA,

VICTORA; 2006) O Oxford Textbook of Public Health enfatiza que ao se julgar sobre

recomendações de rastreamento deve-se considerar duas amplas áreas: primeiro o

impacto no indivíduo em termos de potenciais anos de vida perdidos, a extensão de

incapacidade, dor e desconforto, o custo do tratamento, o impacto na família do indivíduo

e depois o impacto na sociedade – mortalidade, morbidade e custos do tratamento para a

sociedade (COSTA, VICTORA; 2006).

Estudo semelhante, dessa vez voltado para saúde bucal, indica como critérios

definidores de problema de saúde pública na Odontologia a prevalência da condição, o

impacto da condição no nível individual, seu impacto na sociedade (do ponto de vista

econômico) e se a condição pode ser prevenida ou se existe um tratamento efetivo

disponível (DALY et al 2002).

Segundo o dicionário da língua Portuguesa Aurélio, disfunção é um substantivo

feminino que significa, para a Medicina, mau funcionamento ou alteração das funções

normais de um órgão. Ou, por extensão, que não funciona corretamente; cuja função se

apresenta prejudicada. Dessa forma, Disfunção da Articulação Temporomandibular, é o

termo utilizado para caracterizar um grupo de doenças músculo-esqueléticas e/ou

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

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neuromusculares que acometem os músculos da mastigação, a articulação

temporomandibular e estruturas associadas. (MELO JÚNIOR, 2019; URBANI et al.,

2019). Atualmente, as DTMs ganharam uma visão de um complexo de distúrbios

resultante de uma interação de causas, incluindo vários fatores genéticos e ambientais

(CANALES et al., 2019).

Os portadores de DTM podem apresentar sintomas que variam desde leves

incômodos, como estalidos na articulação e sensibilidade muscular, até sintomas

altamente incapacitantes, como dores orofaciais e dificuldades em mastigar (URBANI et

al., 2019). Outros sinais e sintomas são listados na literatura e pode-se citar: dor de cabeça,

dor e/ou sons na ATM durante a abertura ou fechamento de boca, limitação na abertura

de boca, mialgia, sintomas otológicos, tais como zumbido, otalgia, tontura/vertigem,

plenitude auditiva, hipoacusia e hiperacusia, lacrimejamento nos olhos, dificuldades na

fala e na deglutição e espasmos musculares nos músculos da mastigação (URBANI et al.,

2019; MELO JÚNIOR, 2019; CHRISTIDIS, 2019; GÓES, 2018).

Alguns estudos apontam o estresse como um fator etiológico ou de risco para o

desenvolvimento de DTM, visto que a síndrome tem íntima relação com fatores

psicossociais como depressão, distúrbio do sono, problemas psiquiátricos e ansiedade

(CANALES et al., 2019; BERTOLI, DE LEEUW 2016). Segundo Urbani et al. (2019),

o estresse pode influenciar não somente no aparecimento da doença, mas também na sua

progressão e cronicidade. Os autores afirmam, ainda, que o estresse associado a fatores

etiológicos intrínsecos, como patologias, más formações articulares, más formações

musculares, ou extrínsecos como problemas oclusais, traumas mecânicos, tratamentos

ortodônticos e acidentes, pode gerar um desequilíbrio funcional na biodinâmica da ATM

e tornar o indivíduo mais predisposto ao surgimento da DTM.

Além disso, achados da literatura indicam que os hábitos parafuncionais estão

relacionados às queixas de dor na DTM, justificando que o efeito cumulativo dessas

atividades musculares aumentaria a probabilidade de dor na ATM e que se torne uma

condição crônica (CHRISTIDIS, 2019; MELO JÚNIOR, 2019; URBANI et al., 2019;

FERNANDES et al., 2015). Apesar disso, Manfredini, Lombardo e Siciliani, em 2017,

afirmaram que há controvérsia entre a relação oclusão dentária e disfunção

temporomandibular e que enquanto as comunidades de especialistas em dor orofacial

parecem ter adotado o modelo biopsicossocial da DTM, dentro do contexto mais amplo

das condições de dor orofacial, os profissionais que se concentram no estudo da

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

15

restauração da oclusão dentária (ortodontistas, protesistas e especialistas em dentística)

são historicamente menos propensos a aceitar tais conceitos.

No tocante à incidência e prevalência, a DTM representa a condição de dor mais

frequente na face, excetuando àquelas provenientes de problemas endodônticos e

periodontais (FERNANDES et al., 2015). A DTM pode ser considerada uma doença de

adultos, sendo as mulheres as mais acometidas (MELO JÚNIOR, 2019; URBANI et al.,

2019; CANALES et al., 2019; FERREIRA, 2015). Mas vale ressaltar que crianças e

adolescentes não estão livres, a prevalência entre elas é de 9,0% a 48,7% (MELO

JÚNIOR, 2019). A Academia Americana de Odontopediatria (AAPD) já reconheceu que

os distúrbios da ATM também ocorrem em lactentes, crianças e adolescentes (MELO

JÚNIOR, 2019).

Algumas pesquisas foram realizadas com o intuito de justificar essa prevalência

pelo sexo feminino. As mesmas levam a crer que fatores anatômicos como frouxidão

ligamentar, alterações hormonais ligadas principalmente ao estrogênio (e sua influência

na sensibilidade dolorosa) durante o ciclo menstrual e/ou mecanismos de modulação da

dor, uma vez que as mulheres apresentam maior sensibilidade à dor, seriam os

responsáveis pela predileção feminina (GÓES, 2018; FERREIRA, 2015). No entanto, até

o presente momento, nenhuma evidência foi encontrada explicando como os hormônios

sexuais poderiam afetar o sistema de processamento sensorial do nervo trigêmeo

(FRANCO-MICHELONI, 2015; CAIRNS, 2007).

Uma grande parcela da população mundial (40% a75%) apresenta, de modo geral,

pelo menos um sinal e/ou sintoma de DTM, como ruídos articulares e 33%, pelo menos

um sintoma, como dor na face ou na ATM. (CANALES et al., 2019; MINGHELLI et al.,

2011; DANTAS et al.,2015; PARENTE, CERDEIRA; 2013; LEEUW, 2010). Todavia

há uma diferença entre a prevalência dos sinais e sintomas encontrados na população e a

necessidade de intervenção para tratamento dessa condição, estima-se que entre 5% e

10% (CARRARA, S. V.; CONTI, P. C. R.; BARBOSA, J. S., 2010; DANTAS et al.,2015;

PARENTE, CERDEIRA; 2013).

Poucos são os estudos na literatura que verificaram a prevalência de sinais e

sintomas de DTM em amostras populacionais no Brasil. Um estudo realizado por

Gonçalves et al (2009) concluiu que 37,5% da população apresentava ao menos um

sintoma de DTM. (GONÇALVES, D.A., 2009)

No Brasil, não há uma precisão da população afetada pela disfunção

temporomandibular, uma vez que o principal estudo epidemiológico do país, o SBBrasil,

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

16

não investiga a doença. Os dados encontrados são referentes a estudos pontuais, que

avaliam populações muito distintas sobre vários aspectos como idade, sexo, classe social,

por isso são tão divergentes entre si e não podem ser extrapolados para a população geral.

Cabe ainda ressaltar sobre as DTM, o comprometimento da qualidade de vida e do

estado geral de saúde dos indivíduos acometidos pela cronicidade desse problema. Dessa

maneira, é necessário que o portador da disfunção seja avaliado e tratado por uma equipe

transdisciplinar, composta não somente pelos cirurgiões dentistas, mais também por

psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e neurologistas de forma a não fragmentar as

ações de saúde, mas integralizá-las, focando nas necessidades físicas e psicossociais do

paciente (CANALES et al., 2019). Haja vista a complexidade das disfunções

temporomandibulares e sua influência em outros sistemas, como, por exemplo, o sistema

nervoso, o digestivo, o respiratório, o circulatório e o endócrino (URBANI et al., 2019).

Frente esse breve panorama, fica evidente que as DTM são um problema de saúde

pública mundial e como tal deve ser abordada e estudada.

2.2 Instrumentos de diagnóstico de DTM

A avaliação e diagnóstico das DTM podem ser realizados através de variados

meios, que serão selecionados de acordo com o paciente e o profissional que realizará o

procedimento. A grande variedade de instrumentos de triagem e diagnóstico de DTM

existentes na literatura acaba tornando essa prática complexa na rotina dos serviços

públicos de saúde bucal e da clínica odontológica (SEABRA et al., 2012; PAIVA, 2013;

CHAVES et al., 2008). Muitos destes são extensos, e requerem conhecimento e prática

especializada, tornando-se inadequados a diagnósticos de rotina em estudos

epidemiológicos. Percebe-se, na literatura, que poucos instrumentos de diagnóstico são

rápidos de serem aplicados, adequadamente validados e internacionalmente difundidos.

Os índices são normalmente utilizados para rastrear os sinais e sintomas,

mensurando a gravidade da disfunção (GÓES, 2018). Já os questionários são mais

utilizados para descobrir os sintomas presentes naqueles que estão sendo entrevistados.

(GÓES, 2018)

Os instrumentos mais comumente citados na literatura são o índice de Helkimo,

Questionário de Disfunção Temporomandibular da Academia Americana de Dor

Orofacial (AAOP), o Índice Anamnésico de Fonseca (FAI) e os Critérios de Diagnóstico

e Pesquisa de DTM (RDC/TMD).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

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Helkimo foi um dos pioneiros a desenvolver um índice para avaliação da DTM.

Seus estudos iniciais visavam uma investigação epidemiológica da função e disfunção do

sistema mastigatório na Finlândia (CHAVES, 2008). O Índice de Disfunção Clínica

Craniomandibular (IDCCM) mais conhecido como Índice de Helkimo classifica os

pacientes em categorias de severidade de sinais clínicos de DTM (CHAVES, 2008). É

subdividido em cinco itens: limitação na amplitude de movimento mandibular, limitação

na função da ATM, dor muscular, dor na ATM e dor no movimento mandibular

(CHAVES, 2008). Para cada item são atribuídas pontuações: 0, 1 e 5; a somatória das

pontuações classifica o paciente em quatro categorias: sem sintomas de DTM (0 ponto),

sintomas leves (1 a 4 pontos), moderados (5 a 9 pontos) e severos (10 a 25 pontos).

O AAOP publicou seus parâmetros em 1990. Esse questionário foi proposto para a

triagem inicial dos pacientes, e o número de respostas positivas ajudaria os clínicos a

decidir se uma avaliação mais detalhada seria necessária para obter um diagnóstico

definitivo de DTM. Embora as questões do AAOP tenham resultados consistentes, seja

bem aceito entre especialistas e tenham evoluído a partir de instrumentos e protocolos

apresentados em outras publicações, elas nunca foram suficientemente testadas em

adultos e adolescentes (FRANCO-MICHELLONI, 2014).

O FAI foi desenvolvido em português do Brasil para avaliar a gravidade da DTM,

com base em sinais e sintomas, sendo elaborado a partir dos índices anamnésicos de

Helkimo (GÓES, 2018; BERNI, 2015). Esse índice é composto por dez perguntas cujas

respostas fornecem um escore, que é determinado pela soma dos pontos de todos os itens

e permite a seguinte classificação: ausência de sinais e sintomas de DTM, DTM leve,

DTM moderada e DTM grave (BERNI, 2015). De acordo com o estudo de Góes (2018)

o FAI é um dos questionários mais utilizados nos dias atuais por ser simples para realizar,

onde vai qualificar a severidade da disfunção, todavia consiste em algumas limitações

como a falta de classificação diagnóstica da DTM e sua pontuação não se mostra tão

específica quanto desejado.

O RDC / TMD foi introduzido em 1992 para promover a padronização e replicação

da pesquisa em DTM (SCHIFFMAN, et al. 2014). Baseia-se em uma série de

procedimentos clínicos protocolados e sobre critérios de diagnóstico rigorosos aplicados

aos tipos mais comuns de DTM (SCHIFFMAN, et al. 2014; MELO JÚNIOR, 2019). Ele

tem duas partes: eixo I (diagnóstico clínico) e eixo II (avaliação para dor relacionada à

deficiência e status psicológicos) (SCHIFFMAN, et al. 2014; ORTIZ-CULCA, et al.

2019). O Eixo I classifica os indivíduos em três grupos, sendo DTM muscular,

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

18

deslocamentos do disco articular e outras condições das articulações (ATMs), enquanto

o Eixo II os agrupa segundo intensidade da dor crônica e incapacidade, grau de depressão,

escala de sintomas físicos não-específicos e limitação da função mandibular (CAMPOS

et al. 2007). O RDC / TMD foi testado em muitos estudos em diferentes países e idiomas

e nos quais sua qualidade de precisão, validade e confiabilidade foram demonstradas.

(FRANCO-MICHELONI, 2014).

O RDC, por ser mais difundido e traduzido em vários idiomas, é considerado o

padrão-ouro no diagnóstico de DTM. Possui além da anamnese um exame clínico

detalhado, que são demorados e difíceis de serem aplicados na prática clínica. Outros

instrumentos como FAI, AAOP e Helkimo, embora sejam mais breves, não são tão

conhecidos internacionalmente.

Mais recentemente, os Critérios de Diagnóstico para Disfunção

Temporomandibular (DC / DTM) foi publicado como resultado do grupo INFORM,

apresentando critérios validados para as DTMs mais comuns (ORTIZ-CULCA, et al.

2019). Quanto à estrutura do instrumento, o duplo eixo é mantido e parece possuir uma

maior sensibilidade e especificidade para identificar o diagnóstico de DTM quando

comparado ao RDC / TMD (ORTIZ-CULCA, et al. 2019; MELO JÚNIOR, 2019). Esse

novo método de diagnóstico está em processo de validação no Brasil e ainda existem

poucos artigos publicados que permitem uma comparação adequada com os resultados

obtidos com a versão anterior (MELO JÚNIOR, 2019).

Sabe-se que avanços no entendimento sobre a prevalência, etiologia, e progressão

natural da DTM, bem como o estabelecimento de suas estratégias de tratamento

dependem de critérios de diagnóstico confiáveis e válidos (FRANCO-MICHELLONI,

2014). Essa dificuldade de se encontrar um instrumento de diagnóstico fidedigno, de fácil

aplicação e com validação continua sendo o grande desafio tanto para a prática clínica

quanto para os estudos epidemiológicos e, com isso, o planejamento de ações, no intuito

de diagnóstico, tratamento e controle dessa condição nos serviços de saúde bucal.

2.3. Levantamento epidemiológico de diagnóstico DTM

Os estudos epidemiológicos são úteis para o gerenciamento dos serviços de saúde,

permitindo determinar o perfil de uma população e ajudar a estabelecer políticas públicas

com o objetivo de controlar e erradicar condições adversas de saúde (MELO JÚNIOR,

2019).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

19

Desde o início dos anos de 1950 que levantamentos epidemiológicos em saúde bucal

vêm sendo realizados, no campo de ação dos programas incrementais, abrangendo a

população escolar (RONCALLI et al. 2012). Essas iniciativas possibilitaram desenvolver

e consolidar no país, importantes conhecimentos epidemiológicos. (RONCALLI et al.

2012)

O primeiro inquérito de saúde bucal de abrangência nacional ocorreu em 1986, dez

anos depois, foi realizado o segundo inquérito. Apesar da grande importância que tiveram

esses estudos não se constituiu enquanto um componente da política de saúde bucal

vigente. (RONCALLI et al. 2012)

Com o intuito de levantar informações sobre a situação do país em relação as Metas

em Saúde Bucal para o Ano 2000, propostas pela OMS, o Mistério da Saúde lançou o

Projeto SB 2000 (SB2000). Este levantamento só foi concluído em 2003, por essa razão

o estudo ficou conhecido como SBBrasil 2003. (RONCALLI et al. 2012) Como

metodologia foram realizados exames bucais e aplicados questionários em domicílios

para avaliar a prevalência e os principais agravos bucais, assim como fatores relacionados

à situação socioeconômica, acesso a serviços odontológicos e percepção de saúde.

(BRASIL, 2020).

O “Projeto SB Brasil 2003 – Condições da Saúde Bucal da População Brasileira” do

Ministério da Saúde foi o embasamento epidemiológico para a criação da Política

Nacional de Saúde Bucal em 2004 (BRASIL, 2012). Entre os pressupostos da Política

Nacional de Saúde Bucal estão os seguintes: (a) utilizar a epidemiologia e as informações

sobre o território para subsidiar o planejamento e (b) centrar a atuação na Vigilância à

Saúde, incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, dos

riscos e dos determinantes do processo saúde-doença (BRASIL, 2012).

O SBBrasil tornou-se um marco da saúde bucal coletiva pois serviu de embasamento

epidemiológico para a criação da Política Nacional de Saúde Bucal em 2004, reforçando

a incorporação das Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia Saúde da Família (ESF)

e a criação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Sistema Único de

Saúde (SUS). (BRASIL, 2012; RONCALLI et al. 2012).

No ano de 2010 foi realizado o SBBrasil 2010 importante para construção de uma

série história das condições de saúde bucal da população brasileira. Buscou-se identificar

as doenças mais prevalentes como a cárie dentária, doenças periodontais, necessidade de

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

20

próteses dentárias, condições da oclusão, traumatismo dentário e impacto das condições

de saúde bucal na qualidade de vida, entre outros aspectos. (BRASIL, 2020)

No ano de 2020, seria realizado o 5° levantamento epidemiológico, com a pretensão

de dar continuidade às pesquisas feitas em 2003 e 2010. Tendo em vista a pandemia

decorrente da COVID-19 no Brasil, a Coordenação-Geral de Saúde Bucal suspendeu as

ações relacionadas à coleta de dados. (BRASIL, 2020)

Embora vários estudos com fins de levantamento epidemiológico para diagnóstico

das disfunções temporomandibulares tenham sido realizados na população em geral, o

número de estudos bem estruturados que descrevem a prevalência de diagnóstico de DTM

é relativamente baixo (CHRISTIDIS, 2019). Além disso, a prevalências descritas para

DTM na literatura são muito divergentes. Isto pode ser explicado pelo uso de diferentes

ferramentas de diagnóstico para DTM, ausência de exames clínicos específicos, e sinais

e sintomas autorreferidos, tornando a avaliação totalmente subjetiva e sob a ótica do

paciente (MELO JÚNIOR, 2019).

Magalhães e seu grupo de pesquisa, em 2014, desenvolveu um estudo no qual

analisava a influência de fatores socioeconômicos e demográficos, como gênero, classe

econômica, idade e estado civil na ocorrência das desordens temporomandibulares. Sua

pesquisa concluiu que as classes D e E estavam mais propensas à dor miofascial e

problemas articulares, sendo a pobreza uma condição importante na exibição de dor

miofascial e problemas articulares. Também é sabido que essa população é a que mais

procura os serviços públicos de saúde. E acabam sendo sub diagnosticados pela ausência

de políticas públicas voltadas para o diagnóstico e tratamento das DTM.

Por essa razão que é tão importante se encontrar um instrumento de diagnóstico

fidedigno, de fácil aplicação e com validação no Brasil para que estudos epidemiológicos

possam ser desenvolvidos e, com isso, o planejamento de ações, no intuito de diagnóstico,

tratamento e controle dessa condição nos serviços de saúde bucal, seja uma realidade.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

21

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

• Construir um instrumento de avaliação e diagnóstico de DTM de fácil

aplicabilidade para estudos epidemiológicos nacionais.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Elaborar itens do questionário e protocolo clínico a partir de revisão de literatura.

• Estabelecer a evidência de validade de conteúdo do instrumento.

• Estabelecer a evidência de validade do processo de resposta do instrumento.

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22

4 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de desenvolvimento de um instrumento de diagnóstico, o

qual foi submetido à primeira etapa de validação. Outras etapas de validação, como

validade baseada na estrutura interna (Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória) e

demais etapas para aperfeiçoamento desse instrumento como análise de acurácia e

adaptações transculturais, fazem-se necessárias e serão executadas posteriormente.

4.1. ASPECTOS ÉTICOS

Seguindo os critérios e exigências estabelecidos pela Resolução nº. 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS) o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da UFRN, sob o número de parecer 3.483.032. Todos os indivíduos foram

informados quanto aos objetivos e as características da pesquisa.

Inicialmente foi enviada uma carta convite via e-mail contendo informações

básicas sobre esta pesquisa para professores doutores e com expertises em DTM e

epidemiologia convidando-os para serem juízes do presente instrumento e participarem

da primeira etapa de Validação do Conteúdo. Em caso de aceite, um novo e-mail foi

enviado com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A) para

leitura e assinatura por parte dos juízes.

Para a segunda etapa, Validação dos Processos de Resposta, foi elaborado um

outro TCLE (Apêndice B) contendo todos os propósitos desta fase do estudo destinado

aos entrevistados envolvidos. Após o esclarecimento verbal e por escrito, aqueles que

estiveram de acordo em participar da pesquisa assinaram o TCLE. Nesse sentido, só

foram incluídos aqueles que aceitaram ser voluntários na pesquisa.

4.2. LOCAL DO ESTUDO

Este trabalho foi desenvolvido no Departamento de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (DOD-UFRN), localizado na cidade de Natal-RN.

4.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

A seleção da amostra foi feita através de amostragem por conveniência. E foram

incluídos no estudo usuários atendidos nos diversos serviços oferecidos pelo DOD-

UFRN, que possuam idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, e que aceitem participar,

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

23

após serem informados sobre os propósitos da pesquisa. Nesse sentido, essa investigação

foi realizada tanto com indivíduos saudáveis, como com portadores de DTM sem dor. No

entanto, foram excluídos aqueles que estivessem em quadro clínico agudo de DTM, que

inviabilize a realização do protocolo clínico, seja por dor intensa na realização dos

movimentos ou por recusa a palpação.

4.4. PERÍODO DE COLETA DOS DADOS

Agosto de 2019 a novembro de 2020.

4.5. PLANO AMOSTRAL

Para a validade baseada no conteúdo do teste, foram selecionados por

conveniência, 30 juízes, professores doutores ou com expertises em DTM e/ou

epidemiologia. Estes foram convidados por possuírem destaque nacional e reconhecida

produção científicas na temática de DTM, dor orofacial e/ou saúde pública na área de

Odontologia, distribuídos nas 5 regiões brasileiras.

Na segunda fase, para a obtenção de evidências de validade baseada nos processos

de resposta, foram selecionadas aleatoriamente 40 pessoas escolhidas dentre os usuários

que procuram o serviço de atendimento do DOD-UFRN.

4.6. COLETA DE DADOS SEGUNDO AS ETAPAS DE VALIDAÇÃO

4.6.1. Detalhamento do instrumento de avaliação e diagnóstico

Para o planejamento e desenvolvimento da primeira versão do instrumento, em

um primeiro momento foi utilizado como base teórica uma extensa revisão de literatura

nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO e Cochrane, visando

verificar os principais fatores de risco e os sinais e sintomas da DTM, investigados em

estudos sobre questionários para fins de diagnóstico de DTM.

Para isso, a mesma estratégia de busca foi utilizada em todas as bases com os

seguintes descritores #1Temporomandibular Joint Disorders AND Diagnosis AND

Surveys and Questionnaires AND Validation Studies AND Evaluation; #2

Temporomandibular Joint Disorders AND Diagnosis AND Surveys and Questionnaires

AND Validation Studies; #3 Temporomandibular Joint Disorder AND Diagnosis AND

Surveys and Questionnaires AND Evaluation; #4 Temporomandibular Joint Disorders

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

24

AND Diagnosis AND Surveys and Questionnaires. Uma busca manual também foi

realizada no intuído de complementar os achados bibliográficos.

A partir da leitura de todos os itens presentes nos instrumentos encontrados na

literatura, o grupo de pesquisa se reuniu e elaborou as questões. O critério de seleção para

elaboração das perguntas foi dado pelo grau de relevância e importância no diagnóstico

diferencial com outras manifestações orofaciais, baseando-se nos parâmetros utilizados

nas reuniões anuais da INFORM (International Network For Orofacial Pain And Related

Disorders Methodology) e na IADR (International Association for Dental Research).

4.6.2 Evidência de Validade Baseadas no conteúdo

A fase de evidência de validade baseada no conteúdo analisa a proporção de

relevância e representatividade dos itens do instrumento em relação a base teórica da

doença objeto de estudo, considera a redação e formato dos itens e as instruções

necessárias para a sua execução (AERA; APA; NCME, 2014; MAGALHÃES JUNIOR,

2018).

Para esta etapa de validação foi utilizada uma adaptação do Método Delfos. Esse

método consiste em uma estratégia metodológica de pesquisa, estruturada em rodadas de

consultas, que pretende obter o consenso máximo de um grupo de especialistas (juízes)

sobre um determinado tema (REVOREDO,2015; PESSOA, NORO 2015). Na primeira

rodada, eles foram consultados para opinarem sobre um questionário estruturado

desenvolvido com base em extensas revisões da literatura (MAO, LOKE, HU, 2020;

PESSOA, NORO 2015). Todas as opiniões foram analisadas, revisadas e agrupadas em

uma nova versão do questionário (REVOREDO,2015). A segunda rodada constitui-se da

análise dos juízes sobre os resultados da primeira etapa, e no retorno de novas respostas

e justificativas (REVOREDO,2015). Os novos resultados foram mais uma vez analisados

e avaliados quanto ao grau de consenso (REVOREDO,2015). Uma abordagem Delfos

modificada on-line foi a adotada neste estudo para obter o julgamento de um corpo de

experts em DTM e dor orofacial e epidemiologia, com o objetivo de agregar a experiência

nessa temática nas demais regiões do Brasil.

Dessa maneira, primeira versão do instrumento foi enviada por meio de

correspondência eletrônica para um comitê multidisciplinar, formado por 30 juízes,

selecionados por sua reconhecida produção científicas na temática de DTM, dor orofacial

e/ou saúde pública na área de Odontologia no Brasil. No intuito de avaliar a relevância, a

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

25

pertinência ao que se propõe captar e a clareza dos itens propostos, foi requerido que

atribuíssem uma nota entre 0 e 10 (em que 10 corresponde a aceitação máxima do item e

0 a sua exclusão), que julgassem mais apropriado para cada item. Além disso, foi

solicitado que justificassem suas notas e sugerissem mudanças. Assim como também

eram livres para inserirem comentários ou acrescentarem itens que considerassem

relevantes e que não estivessem contemplados no instrumento.

A validade inicial foi conferida através de uma análise quantitativa descritiva das

notas e qualitativa dos comentários e sugestões dos experts. Foi usado como medida de

tendência central o valor da mediana e de variabilidade a distância interquartil (Q75-Q25).

A segunda versão do instrumento foi reenviada eletronicamente aos mesmos

juízes para uma nova arguição. Na correspondência eletrônica continha uma tabela

descrevendo como a primeira versão do IDE/DTM estava estruturada, a nota que foi dada

pelo respectivo juiz (a), os resultados da análise descritiva, bem como as principais

sugestões por item com a sugestões do respectivo juiz (a) destacado. Após cada tópico,

foi explicitado se o item sofreu alguma modificação e em seguida foi apresentado o seu

correspondente na nova versão do IDE/DTM, a ser avaliada.

Para a nova análise e avaliação, foram dadas as mesmas orientações quanto a

atribuição das notas da rodada anterior, além disso foi pedido que classificassem cada

item da nova versão como “adequado” ou “inadequado” no intuito de avaliar a relevância,

a pertinência ao que se propõe captar e a clareza dos itens propostos. Em cada item, houve

novamente a possibilidade de o avaliador justificar sua avaliação.

A partir desses resultados, foi feito o cálculo do Índice de Validade de Conteúdo

(IVC). A literatura preconiza que o valor válido para a manutenção do item deveria ser

a partir de 0,78 e o valor de IVC aceitável de concordância entre os especialistas deve ser

de no mínimo 0,80 e, preferencialmente, maior que 0,90 (ALEXANDRE; COLUCI,

2011; POLIT; BECK, 2006). O cálculo do IVC de cada item da segunda rodada foi

realizado pela soma das respostas "adequadas" dos especialistas por item e dividida pelo

número total de respostas, conforme fórmula a seguir: IVC = No de respostas adequadas/

No total de respostas.

4.6.3. Evidências de validade baseadas nos processos de respostas

A validade baseada nos processos de resposta é a etapa seguinte, cujo objetivo é

resolver possíveis mal-entendidos de interpretação das perguntas por parte dos

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

26

entrevistados e problemas de execução do protocolo clínico por parte dos examinadores

(PERNAMBUCO et al, 2016). Assim como, ajustar os itens de acordo com o desempenho

e as respostas dos entrevistados.

No presente estudo, para o desenvolvimento dessa etapa tomou-se por base a

proposta de condução descrita por Pernambuco et al, 2016. Padilla e Benítez, em 2014

sugerem um número entre 20 e 50 entrevistas como um adequado tamanho amostral.

Baseado nisso, decidiu-se, por conveniência, que o instrumento seria aplicado em 40

pessoas escolhidas aleatoriamente dentre os usuários que procuram o serviço de

atendimento do DOD-UFRN.

O método escolhido para obter essa fonte de evidência foram as entrevistas, uma

vez que é o método mais frequentemente mencionado na literatura. Para controlar

possíveis vieses todas as entrevistas foram conduzidas pelos mesmos pesquisadores,

sendo um o examinador e o outro o observador.

A entrevista foi conduzida da seguinte maneira: após cada pergunta respondida, o

entrevistado era questionado quanto à clareza do item, em seguida pedido para repetir

como entendeu a pergunta que lhe foi feita. O observador transcreveu as perguntas que

ficaram diferente da sentença original tal qual a repetição, para que fossem identificados

os problemas da construção das questões, tanto em relação ao seu significado, quanto da

sua interpretação ao conteúdo abordado de cada item do instrumento (AERA; APA;

NCME, 2014; PADILLA; BENÍTEZ, 2014). Estratégias indiretas também foram

adotadas, como expressões faciais e corporais (desconforto, estranhamento, dúvida,

impaciência, ansiedade ou intranquilidade, por exemplo) foram registradas pelo

observador. (PERNAMBUCO et al., 2016)

A partir desses resultados, uma análise qualitativa com base no processo de

resposta-entrevista cognitiva e da descrição das respostas, e uma quantitativa por meio

das frequências relativas e absolutas foram realizadas, para verificar a necessidade de

novos ajustes e a estruturação final de instrumento. Além disso, com o intuito de realizar

análise estatística dos dados, converteu-se a compreensão das questões por parte dos

indivíduos em escores, da seguinte maneira: repetiu adequadamente – 0; esqueceu o

termo, mas apontou para o local – 1; esqueceu algum termo – 2; não conseguiu repetir a

pergunta – 3. Dessa maneira, quanto maior o número do escore pior a compreensão das

questões. Para análise dos resultados, os escores foram somados por questão e por

pacientes. Para análise da normalidade da distribuição dos dados, foi utilizado o teste

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

27

Kolmogorov-Sminov. Para correlacionar a dificuldade em compreensão das questões e a

idade dos indivíduos, foi aplicado o teste de correlação de Pearson.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

28

5 RESULTADOS

5.1. Evidência de Validade Baseadas no conteúdo

5.1.1. Desenvolvimento do instrumento

Foram levados em consideração nesta etapa os instrumentos mais citados na

literatura, como: Índice de Helkimo, o Questionário em Disfunção Temporomandibular

da Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP), o Índice Anamnésico de Fonseca,

Critério de Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular (RDC/TMD) e

os Critérios de Diagnóstico para Disfunção Temporomandibular (DC/TMD).

Somado a isso, em um segundo momento, a base empírica para formulação das

questões foi fundamentada com base na experiência clínica e científica dos pesquisadores

responsáveis pela atual pesquisa. Nesse sentido, esse grupo decidiu sobre os itens mais

relevantes relacionados aos sinais e sintomas mais frequentes da DTM na população e os

elementos chaves que devem ser utilizados no seu diagnóstico, o que resultou na versão

inicial do instrumento (Apêndice C).

O instrumento de diagnóstico epidemiológico IDE/DTM é destinado à aplicação

em levantamentos epidemiológicos, por essa razão é estruturado em duas partes: um

questionário e um protocolo clínico, ambos curtos e de fácil execução e calibração de

examinadores.

A versão inicial do questionário consta de 09 perguntas, que buscam fazer o

diagnóstico diferencial de DTM com outras dores orofaciais. Nesse sentido, as perguntas

foram relacionadas aos principais sinais e sintomas das disfunções e estão agrupadas em

categorias: dor, dores de cabeça, sons articulares, dificuldade ou travamento de mandíbula

durante movimento de abertura e fechamento da boca. O questionário possui duas opções

de respostas: sim e não. O protocolo clínico foi baseado no exame clínico do DC/TMD,

de maneira simplificada, avaliando a presença de dor a palpação das ATM e dos músculos

temporal e masseter; verificando o padrão de movimento de desvio e deflexão durante

abertura ou fechamento da boca; a máxima abertura de boca em milímetros; avaliando a

existência de ruídos (estalidos ou crepitação) e/ou dor durante os movimentos de abertura

boca, lateralidade e protrusão. Os escores foram sim e não, para presença ou ausência dos

sinais e sintomas.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

29

5.1.2 Avaliação das questões pelo comitê de especialistas

Inicialmente foram selecionados, por conveniência, 41 pesquisadores com

expertise em DTM, dor orofacial ou epidemiologia, destes 31 concordaram em participar

da pesquisa, porém obtivemos a resposta avaliativa de 30 experts. Composto por 14

homens e 16 mulheres, distribuídos pelas regiões brasileiras da seguinte forma: 1 da

região Norte, 11 do Nordeste, 5 do Centro-oeste, 10 do Sudeste e 2 da região Sul e um

dos juízes vive na Austrália. Com relação a formação acadêmica 26 são doutores, 3

mestres e 1 especialista, destes 19 atuando na área de DTM/dor orofacial e 11 na área de

saúde coletiva/ epidemiologia. Noventa porcento (27) atuam em Universidades brasileiras

como professores e apenas 3 dedicam-se a prática clínica da Odontologia.

Com relação a avaliação da primeira versão do instrumento, foi realizada a análise

quantitativa descritiva das notas e qualitativa dos comentários e sugestões dos experts. Os

valores de mediana 10 e distância interquartil 2 foram considerados satisfatórios. Os itens

que estiveram fora desse parâmetro foram analisados e sofreram os ajustes maiores, além

disso, novas informações foram incluídas de acordo com as sugestões dos experts.

A Tabela 1 descreve a estruturação da primeira versão do IDE/DTM, os

resultados da análise descritiva, as principais sugestões por item, assim como explicita se

o item sofreu alguma modificação e apresentada o item correspondente na nova versão

do IDE/DTM.

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30

TABELA 1. Descrição da estruturação da primeira versão do IDE/DTM, os resultados da análise descritiva, as principais sugestões por item,

modificações realizadas e correspondente na nova versão.

QUESTIONÁRIO

Questão 1ª versão Mediana

(n=30)

Q75-

Q25

Principais sugestões dos avaliadores Modificações

realizadas

Questão 2ª versão

1. Você sente

dificuldade ou dor

ao abrir a boca?

10 2 “Restrição de movimento é um importante sinal de DTM”

“É um sinal clássico de DTM”

“O que você pretende identificar aqui: dor ou “dificuldade” ao

movimentar a mandíbula? Sugiro avaliar a presença de dor em

movimento”.

“Há duas variáveis nesta questão: dificuldade e dor. Se a combinação

das duas não fizer diferença para o que se quer avaliar, ok. Se fizer,

tem que separar em duas questões”.

As questões 1 e 2

foram mescladas

gerando o novo

item excluindo a

dificuldade e

deixando apenas a

dor como variável.

Você sente dor ao abrir a boca

ou ao movimentar a mandíbula

(boca) para os lados ou para a

frente?

2. Você sente

dificuldade para

movimentar sua

mandíbula para os

lados?

8 5 “Tal dificuldade pode ser devido à incoordenação de movimento”

“Irrelevante, muitos indivíduos não conseguem, mesmo sem a

DTM”

“Pode ser integrada a pergunta anterior: “... dificuldade de

movimentar a mandíbula ou dor ao abrir a boca.”

“Vários pacientes possuem dificuldades nessa movimentação sem

apresentar DTM”

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

31

3. Tem cansaço ou

dor muscular

quando mastiga?

8 2,75 “Dor é um dos sintomas de DTM, mas cansaço pode ser atribuído a

bruxismo, por exemplo.”

“Cansaço não é um dos sintomas cardinais de DTM.”

“Removeria o cansaço e deixaria somente dor muscular”.

“Deixaria só a “dor” ao mastigar”

Item removido

4. Você sente dor

na região das

têmporas (lateral

da cabeça)?

10 2 “Esse sintoma também pode ser decorrente de alguma cefaleia

primária, podendo gerar confusão diagnóstico”

“Especificar que é diferente de dor de cabeça tensional/ especificar

característica da dor”.

“Sugiro agrupar todas as perguntas envolvendo músculos.”

As questões 4 e 5

foram mescladas

gerando o novo

item agrupando as

perguntas

envolvendo dor

muscular.

Você sente dor nas têmporas

(lado da cabeça), ou músculos

das bochechas ao mastigar,

falar, bocejar ou apertar os

dentes?

5. Você sente dor

nos músculos das

bochechas?

8 3 “Conhecer a queixa de dor do paciente é importante. Unir este item

com o 4 seria interessante pelo fato dos dois sugerirem envolvimento

muscular e reduzir o tamanho do instrumento.”

6. Tem dor de

ouvido ou na

região das

articulações

(ATMs)?

10 2 “Acrescentar próximo ao ouvido”

“Usaria dor no ouvido ou na frente do ouvido. Pacientes nem sempre

sabem onde é a ATM.”

Item mantido com

pequenas

modificações

Você sente dor nos ouvidos ou a

frente dos ouvidos ao mastigar,

falar, bocejar ou apertar os

dentes?

7. Você percebe

estalos/ruídos nas

articulações

quando mastiga,

10 0 “Indicativo de alteração de posição de disco, mas não

necessariamente aponta necessidade de tratamento.”

“Frequentemente associado à dor, mas lembre-se que não podemos

supervalorizar este item como “doença”

Item mantido com

pequenas

modificações

Você percebe estalos/ruídos nas

articulações quando mastiga,

movimenta a mandíbula para os

lados, para a frente ou abre ou

fecha a boca?

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

32

abre ou fecha a

boca?

“Embora não presente em todos os tipos de DTM, sua presença é um

importante sintoma para diagnostico diferencial.”

8. Sua mandíbula

já ficou ou fica

travada (a ponto

de você não

conseguir abrir ou

fechar a boca)?

10 1,75 Apesar de não tão comum, é altamente incapacitante...

“Acho válido, mas sintoma menos prevalente dentre os demais.”

“Item importante para alguns subtipos de DTM, não para todos”

Item mantido Sua mandíbula já ficou ou fica

travada (a ponto de você não

conseguir abrir ou fechar a

boca)?

9. Você tem o

hábito de apertar

e/ou ranger os

dentes?

8 4,75 Bruxismo não indica necessariamente DTM.

“Hábitos Parafuncionais não necessariamente estão relacionados à

DTM.”

Item removido

PROTOCOLO CLÍNICO

1ª Versão Mediana

(n=30)

Q75-

Q25

Principais sugestões dos avaliadores Modificações realizadas

1.1 TEMPORAL

PRESENÇA DE DOR

( ) SIM( ) NÃO

INTENSIDADE

( ) LEVE ( ) MODERADA

( ) SEVERA

10 2 “Sugiro que seja incluída uma ilustração indicando o local e posição correta de

palpação, bem como instrução para calibração em balança simples (como de

cozinha);. sugestão vale para toda palpação.”

“Os parâmetros de intensidade são muito subjetivos.... poderia se tentar utilizar

os critérios objetivos de Okeson (2019)”

“É muito importante para um correto diagnóstico saber se a dor que o indivíduo

relata durante a palpação é familiar à sua queixa.”

Item mantido, acrescentado

parâmetros mais objetivos de

intensidade e questionamento se a dor

é familiar

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

33

1.2 MASSETER

PRESENÇA DE DOR

( ) SIM( ) NÃO

INTENSIDADE

( ) LEVE ( ) MODERADA

( ) SEVERA

10 2 “Sugiro tentar simplificar mais ainda; focando simplesmente se a questão é

muscular, articular ou mista.”

1.3 ATM

PRESENÇA DE DOR

( ) SIM( ) NÃO

INTENSIDADE

( ) LEVE ( ) MODERADA

( ) SEVERA

10 1,75 A dor à palpação na ATM deve ser considerada com cuidado já que é uma

articulação superficial, sensível à determinada pressão mesmo que não haja

alteração.”

“Acho as referências apontadas extremamente válidas. Masséter, temporal e

ATM são ótimos indicadores de estruturas comprometidas por quadros de

DTM.”

1ª Versão Mediana

(n=30)

Q75-

Q25

Principais sugestões dos avaliadores Modificações

realizadas

2ª versão

2.1 Desvio na abertura ou

fechamento da boca?

10 2 “Também sugiro ilustração, ou ainda, um endereço online onde o examinador

possa ver vídeos muito curtos com exemplos de alterações de movimento”

“Acho que para um screening inicial, somente questionar se há

“irregularidades” durante a abertura...”

“Importante sintoma associado a DDCR e alguns casos de hipermobilidade da

ATM em casos de assimetrias, mas nem sempre presente, além do fato de que

alguns profissionais têm dificuldade para visualizá-lo”.”

Os itens 2.1 e 2.2 foram

mesclados gerando o

novo item,

considerando que as

assimetrias durante

abertura estão mais

comumente

relacionadas a DTM de

origem articular.

Assimetria (desvio

ou deflexão) na

abertura ou

fechamento da

boca?

2.2 Deflexão na abertura ou

fechamento da boca?

10 2 As mesmas observações do item anterior.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

34

2.3 Máxima abertura de

boca medida em

milímetros:__________

mm

Dor durante abertura?

10 2 “Será que seria interessante fazer a abertura máxima assistida para evitar um

resultado falso positivo. Talvez nem tenha componente articular envolvido.”

“Subdividir: assistida e não-assistida e se há dor”

“Importante verificar transpasse vertical”

Item mantido e

acrescentado abertura

máxima assistida

Abertura máxima

não-assistida

medida em

milímetros:__mm

Presença de dor?

3.1 Estalido durante a

abertura boca?

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

10 2 “Os sons articulares são sinais sensíveis à percepção e treinamento do operador.

Além do fato de que não sinalizam uma patologia em si mesma.”

“Questionar somente “ruídos” sem especificar...”

“Poderia apenas verificar a presença de estalido ou crepitação, seja abertura,

fechamento ou movimentos excursivos. Possivelmente não modifique o

diagnóstico.”

Para a verificação de

ruídos manteve-se

apenas a aferição

durante abertura e sem

diferenciar os tipos de

ruídos, devido a

sensibilidade da técnica

detectar ruídos, bem

como devido ao fato de

a presença de ruídos

articulares estar

relaciona a DTM de

origem articular.

Inserido

questionamento de dor

familiar em caso de

dor.

Presença de

ruído (estalido

ou crepitação)

durante a

abertura boca?

3.2 Crepitação durante a

abertura boca?

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

10 2 Considerar as mesmas observações do item anterior para os demais itens.

3.3 Estalido durante

movimento de

lateralidade?

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

9 3 Considerar as mesmas observações do item anterior para os demais itens.

3.4 Crepitação durante

movimento de

lateralidade?

9 3 Considerar as mesmas observações do item anterior para os demais itens.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

35

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

3.5 Estalido durante

movimento de protrusão?

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

9 3 Considerar as mesmas observações do item anterior para os demais itens.

3.6 Crepitação durante

movimento de protrusão?

( ) SIM ( ) NÃO

Presença de dor?

9 3 Considerar as mesmas observações do item anterior para os demais itens.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

36

5.1.3. Detalhamento da segunda versão do instrumento

Após a primeira rodada de avaliações, as questões 1 e 2 foram mescladas gerando

um novo item, excluindo a dificuldade e deixando apenas a dor como variável. Os itens

3 e 9 foram removidos. As questões 4 e 5 foram mescladas, agrupando as perguntas

envolvendo dor muscular em um novo item. Os itens 6 e 7 foram mantidos com pequenas

modificações e o item 8 foi mantido idêntico a primeira versão.

O protocolo clínico também sofreu alterações. Os itens 1.1,1.2 e 1.3 foram

mantidos, acrescentado parâmetros mais objetivos de intensidade de dor (leve, moderada

e intensa) e questionamento se a dor é familiar. Os itens 2.1 e 2.2 foram mesclados

gerando um novo item, considerando que as assimetrias durante abertura estão mais

comumente relacionadas a DTM de origem articular. O item 2.3 foi mantido e

acrescentado abertura máxima assistida. Para a verificação de ruídos manteve-se apenas

a aferição durante abertura e sem diferenciar os tipos de ruídos, devido a sensibilidade da

técnica para detecção de ruídos, bem como devido ao fato de a presença de ruídos

articulares estar relaciona a DTM de origem articular. Inserido questionamento de dor

familiar em caso de dor.

Assim, surgiu a segunda versão do IDE/DTM mais reduzida, composta por um

questionário com 5 itens e um protocolo clínico com 8 itens, totalizando 13 itens

(Apêndice D).

5.1.4 Avaliação da segunda versão do IDE/DTM pelo comitê de especialistas

A segunda versão do instrumento foi enviada eletronicamente para o mesmo

comitê de jurados e obtivemos o retorno de 29 juízes com suas avaliações e sugestões.

Novamente, foi realizada a análise quantitativa descritiva das notas e qualitativa dos

comentários e sugestões dos experts. Foi calculado o Índice de Validade de Conteúdo

(IVC) e todos os itens tiveram IVC> 0,80, os resultados detalhados estão apresentados

tabela 2.

Como preconizado na literatura, todos os itens da nova versão se mantiveram sem

grandes ajustes para a segunda fase de validação.

TABELA 2. Cálculo do IVC da segunda versão do instrumento.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

37

ITENS Respostas/julgamento IVC ( N=29)

1. Você sente dor ao abrir a boca ou ao movimentar a

mandíbula (boca) para os lados ou para a frente?

28 ADEQUADO

01 INADEQUADO

0,96

2. Você sente dor nas têmporas (lado da cabeça), ou

músculos das bochechas ao mastigar, falar, bocejar ou

apertar os dentes?

28 ADEQUADO

01 INADEQUADO

0,96

3. Você sente dor nos ouvidos ou a frente dos ouvidos ao

mastigar, falar, bocejar ou apertar os dentes?

28 ADEQUADO

01 Sem resposta

0,96

4. Você percebe estalos/ruídos nas articulações quando

mastiga, movimenta a mandíbula para os lados, para a

frente ou abre ou fecha a boca?

26 ADEQUADO

02 INADEQUADO

01 Sem resposta

0,89

5. Sua mandíbula já ficou ou fica travada (a ponto de você

não conseguir abrir ou fechar a boca)?

28 ADEQUADO

01 INADEQUADO

0,96

1.1 TEMPORAL 28 ADEQUADO

01 INADEQUADO

0,96

1.2 MASSETER 29 ADEQUADO 1,0

1.3 ATM 29 ADEQUADO 1,0

2.1 Assimetria (desvio ou deflexão) na abertura ou

fechamento da boca?

25 ADEQUADO

03 INADEQUADO

01 Sem resposta

0,86

2.2 Abertura máxima não-assistida medida em

milímetros:__________ mm

26 ADEQUADO

03 Sem resposta

0,89

2.3 Abertura máxima assistida medida em

milímetros:__________ mm

26 ADEQUADO

03 Sem resposta

0,89

3.1 Presença de ruído (estalido ou crepitação) durante a

abertura boca?

26 ADEQUADO

03 INADEQUADO

0,89

5.2. Evidências de validade baseadas nos processos de respostas

Foram selecionados, aleatoriamente, 40 usuários dos serviços de atendimento do

DOD/UFRN, sendo composto por 17 participantes do sexo masculino e 23 do sexo

feminino, com idade variando de 18 a 75 anos. Distribuídos demograficamente em Natal

(27), Parnamirim (4), Ceará-mirim (1), São Gonçalo do Amarante (1), São Miguel do

Gostoso (1), Santa Cruz (2), Goianinha (1), Extremoz (2) e Bom Jesus (1). Com relação

ao nível de escolaridade, 8 (20%) possuíam o ensino fundamental, 19 (47,5%)

completaram o ensino médio e 13 (32,5%) o ensino superior completo/incompleto.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

38

Após a análise qualitativa com base no processo de resposta-entrevista cognitiva

e da descrição das respostas, observou-se que todos os entrevistados afirmaram que

compreenderam claramente as perguntas e comandos solicitados. No entanto, a análise

quantitativa mostrou que na questão 1: 31 entrevistados repetiram adequadamente, 7

esqueceram alguns termos dos itens enquanto repetiam as perguntas e 2 não conseguiram

repetir a pergunta. O item 2: 17 entrevistados repetiram adequadamente, 6 suprimiam

alguns termos, mas apontavam corretamente, com os dedos, para a região referente a

pergunta, 15 esqueceram alguns termos dos itens enquanto repetiam as perguntas e 2 não

conseguiram repetir a pergunta. Para o item 3: 34 repetiram adequadamente, 4

esqueceram alguns termos dos itens enquanto repetiam as perguntas e 2 não conseguiram

repetir a pergunta. Na questão 4: 26 entrevistados repetiram adequadamente, 10

esqueceram alguns termos dos itens enquanto repetiam as perguntas e 4 não conseguiram

repetir a pergunta. Já a questão 5: 37 repetiram adequadamente, 2 esqueceram alguns

termos dos itens enquanto repetiam as perguntas e apenas 1 não conseguiram repetir a

pergunta.

Ao somar-se os escores (repetiu adequadamente – 0; esqueceu o termo, mas

apontou para o local – 1; esqueceu algum termo – 2; não conseguiu repetir a pergunta –

3) por questão (tabela 3), observou-se que os itens 2 e 4 obtiveram os maiores valores,

33 e 22, respectivamente, indicando que estes itens foram os mais problemáticos e,

portanto, foram inseridas novas instruções de aplicação ao IDE/DTM para facilitar a

compreensão destes itens, orientando que os examinadores apontassem as regiões

anatômicas durante a leitura das questões 2 e 4, resultando na terceira versão do

instrumento (Apêndice E).

TABELA 3. Análise quantitativa (escores) com base no processo de resposta-entrevista

cognitiva e da descrição das respostas.

Entrevistado Questão 1

Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5

1 0 1 0 0 0

2 1 1 0 1 1

3 0 0 1 3 0

4 0 1 0 3 0

5 0 2 0 1 0

6 0 0 0 0 0

7 0 0 0 0 0

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

39

8 0 0 0 0 0

9 0 0 0 0 0

10 0 1 1 1 0

11 0 0 0 0 0

12 0 1 1 0 0

13 0 1 0 1 0

14 1 1 1 1 0

15 1 1 0 0 0

16 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0

20 0 0 0 1 0

21 0 0 0 0 3

22 1 1 0 0 0

23 1 0 0 3 0

24 3 3 0 0 1

25 0 1 3 3 0

26 0 0 0 0 0

27 0 1 0 0 0

28 0 2 0 1 0

29 0 0 0 0 0

30 0 1 0 0 0

31 0 1 0 0 0

32 0 0 0 0 0

33 1 2 0 1 0

34 3 3 3 1 0

35 0 0 0 1 0

36 0 1 0 0 0

37 1 2 0 0 0

38 0 1 0 0 0

39 0 2 0 0 0

40 0 2 0 0 0

Somatório 13 33 10 22 5

Verificou-se que a distribuição dos dados se deu de forma normal pelo teste

Kolmogorov-Sminov. O teste de correlação de Pearson demonstrou uma correlação baixa

(r = 0,366), porém estatisticamente significante (p 0,020) entre a dificuldade em

compreensão das questões (score por paciente) e a idade dos indivíduos, indicando que

quanto maior a idade do indivíduo, maior é a dificuldade de compreensão das questões.

No tocante à relação entre dificuldade de compreensão e escolaridade dos

indivíduos, não foi possível realizar um teste estatístico de correlação devido ao fato de

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

40

escolaridade ser uma variável qualitativa categórica. As médias dos escores de

compreensão das questões (score por paciente) por escolaridade foram as seguintes:

ensino superior 0,61, ensino médio 1,95 e ensino fundamental 4,75. Pode-se observar,

através da análise do box splot (Figura 1), que as medianas são deferentes entre os níveis

de escolaridade, porem os gráficos se cruzam em algum dos intervalos interquartis,

indicando que apesar das diferenças numéricas, não há significância estatística. Porém há

uma tendência de maior de dificuldade de compreensão das questões por indivíduos com

menor nível de escolaridade.

FIGURA 1. Box splot da escolaridade.

Outro resultado encontrado foi com relação ao tempo de aplicação do instrumento,

observou-se que a equipe levou pouco tempo para a aplicação, cerca de 12 minutos, um

tempo aceitável para o caráter epidemiológico a que se propõe o instrumento.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

41

6 DISCUSSÃO

Este estudo teve o intuito de criar um instrumento capaz de sinalizar se o paciente

é ou não portador de DTM. O IDE/DTM foi desenvolvido para ser aplicado por qualquer

profissional da saúde desde que treinado e calibrado, por isso os autores tiveram a

preocupação de fazer recomendações e instruções conforme a necessidade de cada item.

Os instrumentos de diagnóstico devem ser avaliados quanto à sua utilidade para

determinar se demonstrarão benefícios claros para a saúde pública de acordo com as reais

necessidades de saúde da população (GONZALEZ et al., 2011). Carrara e colaboradores

(2010) ressaltaram a importância de que estudos nacionais com metodologia adequada

fossem realizados para que se conheça a situação da DTM no Brasil. E ainda, reforçou

que seria indispensável a inclusão da DTM e de outras patologias não dentárias no

“Levantamento das condições de saúde bucal da população brasileira” (CARRARA;

CONTI; BARBOSA, 2010). A dificuldade de encontrar uma ferramenta diagnóstica

validada e de fácil aplicação que contenha um questionário de sintomas e um exame

clínico para avaliar os sinais de DTM permanece um grande desafio para os estudos

epidemiológicos na área.

A maioria dos instrumentos citados pela literatura tem limitações metodológicas

ou logísticas ou carecem de confiabilidade e evidências de validade adequadas

(GONZALEZ et al., 2011; SCHIFFMAN et al., 2010). O Índice de Helkimo, por

exemplo, classifica os pacientes em categorias de severidade de sinais clínicos de DTM

baseado nas respostas autorreferidas sem nenhuma avaliação clínica. Tal prática pode

levar a diagnósticos de falso positivos. O AAOP é proposto para a triagem inicial dos

pacientes e uma avaliação mais detalhada seria necessária para obter um diagnóstico

definitivo de DTM (FRANCO-MICHELLONI, 2014). O FAI também avalia a gravidade

da DTM, todavia alguns estudos apontam limitações em seus itens por terem relevância

muito diferente na etiologia e sintomatologia da disfunção (RODRIGUES-BIGATON;

CASTRO; PIRES, 2017). A aplicabilidade do RDC / TMD em estudos epidemiológicos

pode ser difícil, dependendo da técnica da entrevista ou do tempo disponível para a coleta

de dados, sem mencionar na necessidade de treinamento e experiência do avaliador

(RODRIGUES-BIGATON; CASTRO; PIRES, 2017).

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

42

Nessa perspectiva, o IDE/DTM difere dos demais instrumentos uma vez que os

de triagem, que são mais curtos pecam pela falta de um exame clínico que possibilitaria

o diagnóstico mais preciso; já os de diagnóstico, apresentam versões longas e mais

completas, porém apresentam limitações para uso em estudos epidemiológicos. Nesse

sentido, o IDE/DTM destaca-se dos instrumentos de tamanho reduzido devido ao

protocolo clínico. É notório que a avaliação clínica do paciente é uma etapa fundamental

para o diagnóstico de DTM, permitindo-se assim classificar com mais precisão a

gravidade da doença e a escolha do tratamento (OKESON, 2013). As ferramentas de

diagnóstico de DTM apenas com perguntas são limitadas, pois as respostas na sua maioria

das vezes são autorreferidas, o que pode levar a um diagnóstico não diretamente

relacionadas aos sinais e sintomas de DTM (MANFREDI; SILVA; VENDITE, 2001).

As evidências de validade são essenciais para a construção de um instrumento de

rastreio para que este tenha embasamento científico e corresponda com a realidade clínica

do constructo investigado. O instrumento aqui proposto, em fase inicial do processo de

validação, executou todas as etapas iniciais de obtenção das evidências de validade

baseadas no conteúdo e nos processos de respostas.

A evidência de validade baseada no conteúdo é vista como uma etapa muito

importante dos processos de validação e a análise de um comitê formado por profissionais

renomados e com vasta experiência nas temáticas de DTM, dor orofacial e/ou saúde

pública na área de Odontologia possibilitou aperfeiçoar e modificar a primeira versão do

instrumento (ALMEIDA et al, 2017). As perspectivas dos juízes de ambas as áreas

contribuíram muito positivamente com a construção do instrumento, uma vez que os

especialistas em DTM avaliaram a relevância e pertinência dos itens quanto ao

diagnóstico da disfunção. Enquanto os especialistas na área de saúde coletiva trouxeram

uma visão epidemiológica ao instrumento, avaliando quanto ao entendimento das

questões além de sugestões instruções e aplicação do IDE/DTM.

Além disso, a análise dos especialistas permitiu excluir questões que não havia

consenso científico, como por exemplo atividades parafuncionais e DTM, sintetizar itens

que possuíam o mesmo objetivo unindo-os em um único item, reformular itens

considerados de difícil identificação e observação, como a aferição de ruídos, devido a

sensibilidade da técnica em detectá-los. Depois da análise dos juízes, os autores também

acataram sugestões, como adequações de terminologias, inclusão de parâmetros mais

objetivos de intensidade de dor, questionamento sobre dor familiar e avaliação da abertura

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

43

máxima assistida, assim como a adição de instruções mais detalhadas para futuros

examinadores, aperfeiçoando o conteúdo do instrumento.

Quanto à evidência de validade baseada nos processos de resposta, observou-se

que a equipe levou pouco tempo para a aplicação, cerca de 12 minutos, um tempo

aceitável para o caráter epidemiológico a que se propõe o instrumento. Além de ser outra

vantagem frente ao padrão outro, DC/TMD, cuja aplicação leva em média 40 minutos,

inviabilizando a perspectiva de aplicação em amostras populacionais. Não há na literatura

nenhum dado acerca do tempo ideal para aplicação de um instrumento em pesquisas

epidemiológicas. O manual do SBBrasil sugere que devem ser realizados 20 exames por

dia por avaliador (BRASIL 2009). Considerando a importância da inserção de um

levantamento epidemiológico de DTM estar inserido em uma perspectiva de um

levantamento mais amplo acerca das condições de saúde bucal da população, a utilização

de um instrumento de rápida aplicação parece ser mais viável do ponto de vista

operacional.

As dúvidas apresentadas pelos entrevistados ocorreram principalmente com relação

a alguns termos técnicos, como também foi observado pelos pesquisadores, e confirmado

pela estatística, que a idade e grau de instrução dos entrevistados pode dificultar ou

favorecer a compreensão de algumas perguntas. Resultados semelhantes tiveram Isobe

(2013) e Vianell (2014), apesar dos estudos não avaliarem as mesmas condições, quando

aplicavam questionários em sua metodologia. Isobe et al (2013) em seu estudo sobre

reprodutibilidade de um instrumento para controle de dieta em gestantes encontraram que

a menor escolaridade está relacionada com a maior dificuldade de compreensão do

método empregado. Já Vianello (2014) em estudo sobre a compreensão oral em idosos

observou que o pior desempenho ocorreu entre os participantes mais velhos e menos

escolarizados.

Por isso, os autores acrescentaram novas instruções aos examinadores que eles

indicassem com os dedos para as regiões anatômicas enquanto faziam as perguntas, uma

vez que a principal dificuldade observada durante a aplicação do instrumento foi de o

paciente indicar qual era a região a que a pergunta se referia. Ainda para facilitar a

aplicação do IDE/DTM, tais instruções foram posicionadas próxima às questões

correspondentes, uma vez que a maioria dos aplicadores não olharam no guia e utilizaram

suas experiências prévias para a aplicação (ALMEIDA et al, 2017).

Dessa maneira, nesta pesquisa o IDE/DTM foi criado e submetido apenas as

primeiras etapas de validação. As próximas etapas, como validade baseada na estrutura

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

44

interna (Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória) e demais etapas para

aperfeiçoamento desse instrumento como análise de acurácia e adaptações transculturais,

serão executadas posteriormente.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

45

7. CONCLUSÃO

Foi possível a elaboração de um instrumento de rastreio para DTM com finalidade

epidemiológica com evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de

resposta. As evidências de validade efetuadas até o momento permitiram relevantes

modificações e tornaram este instrumento mais conciso e adequado ao seu objetivo. É

necessário seguir com o processo de validação para analisar as outras evidências de

validade.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

46

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coluna cervical em alunos da Escola Superior de Saúde Jean Piaget do

Algarve Rev Port Saúde Pública. v. 29, n. 2, p. 140-147, 2011.

34. OKESON, J.P. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão.

7a ed. São Paulo: Mosby Elsevier, 2013.

35. ORTIZ-CULCA F et al. Implementation of TMD pain screening

questionnaire in peruvian dental students. Acta Odontol. Latinoam. v. 32, n

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36. PADILLA, J.-L.; BENÍTEZ, I. Validity evidence based on response

processes. Psicothema, v. 26, n. 1, p. 136–44, 2014.

37. PAIVA A.M.F.V. Construção e validação de questionário simplificado para

triagem de pacientes com disfunção temporomandibular (QST/DTM)[tese]

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38. PARENTE I.A.; CERDEIRA D.Q. Disfunção temporomandibular: a

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do município de Sobral-Ceará SANARE. v.12, n. 2,p. 27-33,2013.

39. PERNAMBUCO, L. A. et al. Screening for Voice Disorders in Older Adults

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v. 30, n. 2, p. 246e9-246e17, 2016a

40. PESSOA TRRF, NORO LRA. Caminhos para a avaliação da formação em

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41. POLIT, D. F.; BECK, C. T. The content validity index: Are you sure you

know what’s being reported? Critique and recommendations. Research in

Nursing and Health, v. 29, n. 5, p. 489–497, 2006.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

50

42. REVORÊDO LS et al. O uso da técnica de Delphi em saúde: uma revisão

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Conhecimentos aplicados à clínica odontológica. Natal: Edições Uern; 2012.

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49. URBANI G.; JESUS L.F.; SILVA E.N.C. Temporomandibular joint

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50. VIANELLO L. Compreensão oral e escolaridade em idosos – projeto

envelhecimento e saúde. [tese] Belo Horizonte: Universidade Federal de

Minas Gerais 2014.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

51

EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES

GERÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA

APÊNDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar de parte da pesquisa intitulada

“DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS

DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, realizada no Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O objetivo da pesquisa é elaborar e

validar um instrumento epidemiológico que possa ser aplicado por qualquer profissional de saúde

para o diagnóstico de DTM. Por ser epidemiológico, seu objetivo não é identificar características

clínicas, o que poderá ser feito posteriormente por meio de uma avaliação mais específica,

utilizando outros instrumentos.

Caso decida aceitar o convite, o (a) senhor(a) participará como juiz avaliador do

instrumento relacionado à área de DTM, que vem após este Termo. E realizará a avaliação dos

itens de um questionário composto por 10 questões, de aplicação simples e rápida e de um

protocolo clínico de 08 itens de avaliação clínica.

Durante a realização da pesquisa poderão ocorrer eventuais riscos, como o vazamento de

dados durante as correspondências virtuais. Esses riscos poderão ser minimizados com medidas

de segurança on-line, navegação e de compartilhamento de informações na internet.

Como benefícios da pesquisa você ajudará a contribuir cientificamente para os estudos

de levantamentos epidemiológicos nacionais de diagnóstico de DTM, que auxiliará futuramente,

no planejamento e criação de políticas públicas de prevenção, controle e tratamentos dessas

disfunções nos serviços públicos de saúde. Ou seja, será um benefício para toda sociedade.

Durante todo o período da pesquisa os responsáveis pela pesquisa poderão ser contatados

a qualquer momento através dos contatos de Raul Elton Araújo Borges, Cel: (84) 998088618, E-

mail: ([email protected]) e da Profª Patrícia dos Santos Calderon

([email protected]) , no Departamento de Odontologia da UFRN, no endereço Av.

Sen. Salgado Filho, nº 1787, Lagoa Nova, Natal – RN, ou pelo telefone (84)3215-4138.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

52

responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo

pesquisador e reembolsado para vocês se necessário.

Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,

previsto ou não, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá entrar em contato com o Comitê

de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone: 3342-5003, endereço:

Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis – Espaço João Machado – 1° Andar – Prédio Administrativo

- CEP 59.012-300 - Nata/Rn, e-mail: [email protected].

Os dados poderão ser divulgados em meios científicos, como periódicos e eventos,

sempre resguardando a identidade dos voluntários. Este documento será impresso em duas vias.

Uma ficará com você e a outra com os coordenadores da pesquisa, sobretudo com Raul Elton

Araújo Borges.

Certos em contar com a sua colaboração, ficamos à disposição para quaisquer

esclarecimentos que se façam necessários.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para

mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa

“DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS

DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, __/__/__

Assinatura do participante da pesquisa

Obs: Por favor, ao assinar o TCLE (por meio de scanner, foto ou assinatura digital), envie

este termo com sua assinatura e data para o e-mail: [email protected].

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO

DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os

procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

53

participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do

mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal (RN), ___ de ______________de 20___

Assinatura do (a) Pesquisador (a) Responsável

Nome do (a) Pesquisador (a) Responsável

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

54

APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “DESENVOLVIMENTO E

VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, que tem como pesquisadores responsáveis Raul Elton Araújo Borges

e Luana da Rocha Alves Mendonça, com a coordenação da profa. Dra. Patrícia dos Santos

Calderon (orientadora) e do prof. Dr. Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira (co-

orientador).

Esta pesquisa tem como objetivo a elaboração e a validação de um instrumento de

avaliação e diagnóstico de disfunção temporomandibular (DTM) de fácil aplicabilidade para

estudos epidemiológicos nacionais.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a falta de informações sobre diagnóstico e

prevalência da DTM em âmbito nacional, o que justifica a necessidade de dados epidemiológicos

destas patologias no país. E, consequentemente, a deficiência de ações que promovam a

prevenção e controle dessa doença. Além disso, o diagnóstico das DTM, torna-se complexo e

pouco acessível devido aos mais variados tipos de instrumentos existentes na literatura.

Caso decida participar você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimentos: responder

a um questionário e passar por um exame da boca e articulação. O questionário é composto por

21 itens, de aplicação simples e rápida (15 minutos). Garantimos que a realização da pesquisa

será em ambiente adequado e reservado para garantir a sua privacidade.

Durante a realização da pesquisa poderá ocorrer um eventual desconforto e possível risco

de dor no exame da articulação, sentidos como um suave incômodo durante a palpação na

avaliação clínica. Esses riscos poderão ser minimizados com o uso de compressa quente, uma vez

que, esses sintomas terão remissão fisiológica em poucos instantes.

Como benefícios da pesquisa você ajudará a contribuir cientificamente para os estudos

de levantamentos epidemiológicos nacionais de DTM, que auxiliará futuramente, no

planejamento e criação de políticas públicas de prevenção, controle e tratamentos dessas

disfunções nos serviços públicos de saúde. Ou seja, será um benefício para toda sociedade.

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá

direito à assistência gratuita que será prestada no Centro Integrado de Atendimento aos portadores

de Disfunções do Aparelho Estomatognático (CIADE) da UFRN, através de acompanhamento

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

55

odontológico com os cirurgiões-dentistas Raul Elton Araújo Borges e Luana Alves Rocha

Mendonça.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para com Raul Elton

Araújo Borges (84) 998088618, E-mail: [email protected] e a Profª Patrícia dos Santos

Calderon, no Departamento de Odontologia da UFRN, no endereço Av. Sen. Salgado Filho, nº

1787, Lagoa Nova, Natal – RN, ou pelo telefone (84)3215-4138.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador

responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo

pesquisador e reembolsado para vocês.

Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,

previsto ou não, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética

em Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisas antes que elas comecem e fornece

proteção aos participantes das mesmas – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos

telefones (84) 3215-3135 / (84) 9.9193.6266, através do e-mail [email protected] Você

ainda pode ir pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h

às 18:00h, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Av. Senador Salgado Filho, s/n.

Campus Central, Lagoa Nova. Natal/RN.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com os

coordenadores da pesquisa, sobretudo com Raul Elton Araújo Borges.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para

mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa

“DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS

DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal (RN),____ de ______________de 201__

Impressão datiloscópica do

participante

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

56

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO

DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES PARA USO EM LEVANTAMENTOS

EPIDEMIOLÓGICOS”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os

procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao

participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do

mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal (RN), ___ de ______________de 201__

Assinatura do pesquisador responsável

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

57

APÊNDICE C – PRIMEIRA VERSÃO DO IDE/DTM

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

INSTRUÇÕES AOS AVALIADORES

A atual pesquisa tem como objetivo desenvolver e validar um instrumento de

diagnóstico de Disfunções Temporomandibulares (DTM) de fácil aplicabilidade para

estudos epidemiológicos nacionais. De acordo com a Academia Americana de Dor

Orofacial (2018), a DTM corresponde ao “conjunto de distúrbios que envolvem os

músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas

associadas”.

Esta é uma etapa inicial da pesquisa, na qual participam pesquisadores e

especialistas na temática de DTM e Dores Orofaciais e Epidemiologia, no intuito de

avaliar a relevância, a pertinência ao que se propõe captar e a clareza dos itens

propostos e possíveis alterações ou inclusões de novos itens ao instrumento apresentado

a seguir.

Nesse sentido, atribua uma nota entre 0 e 10 (em que 10 corresponde a aceitação

máxima do item e 0 a sua exclusão), que o(a) senhor(a) julgue mais apropriado para cada

item, referente a sua adequação em diagnosticar a presença de DTM. Em cada item, é

necessário que o avaliador justifique sua NOTA.

Após as etapas de validação, nosso objetivo é que esse instrumento seja capaz de

sinalizar se o paciente é ou não portador de DTM, e em caso de diagnóstico positivo de

DTM, se a origem da desordem é muscular, articular ou mista. Além disso, o instrumento

deve ser capaz de detectar a severidade da desordem, classificando-a como leve,

moderada ou severa. Com isso, pretende-se precisar se um indivíduo necessita ou não de

tratamento/acompanhamento com um profissional generalista, em caso de DTM leve, ou

se deverá ser encaminhado para um atendimento especializado, em caso de DTM

moderada ou severa, nos serviços públicos de saúde.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

58

QUESTIONÁRIO

Questão Resposta Sua nota para

este item

Justifique sua resposta e apresente

SUGESTÕES

1. Você sente dificuldade ou dor ao abrir a boca? ( ) SIM ( ) NÃO

2. Você sente dificuldade para movimentar sua

mandíbula para os lados?

( ) SIM ( ) NÃO

3. Tem cansaço ou dor muscular quando mastiga? ( ) SIM ( ) NÃO

4. Você sente dor na região das têmporas (lateral da

cabeça)?

( ) SIM ( ) NÃO

5. Você sente dor nos músculos das bochechas? ( ) SIM ( ) NÃO

6. Tem dor de ouvido ou na região das articulações

(ATMs)?

( ) SIM ( ) NÃO

7. Você percebe estalos/ruídos nas articulações

quando mastiga, abre ou fecha a boca?

( ) SIM ( ) NÃO

8. Sua mandíbula já ficou ou fica travada (a ponto de

você não conseguir abrir ou fechar a boca)?

( ) SIM ( ) NÃO

9.Você tem o hábito de apertar e/ou ranger os dentes? ( ) SIM ( ) NÃO

PROTOCOLO CLÍNICO

1. Verificar presença de dor a palpação dos seguintes músculos e ATM:

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

59

Instruções para palpação (local/intensidade): Com o paciente sentado, o examinador se posiciona a sua frente e, em seguida, pede para

o paciente fechar a boca e apertar os dentes. Com os dedos indicadores e médios localiza-se os músculos a serem palpados. Solicitar que o

paciente relaxe e separe levemente os dentes. Realizar a palpação ao longo de todo o músculo, imprimindo uma força de 1,5 Kg para o masseter

e 2 Kg para o temporal.

Para localizar as ATMs, posicionar os dedos indicadores e médios logo a frente dos ouvidos e solicitar que o paciente abra e feche a boca.

Solicitar que o paciente relaxe e separe levemente os dentes. Realizar palpação lateral da ATM, imprimindo uma força de 1 Kg.

Em caso de presença de dor, perguntar se essa dor é leve, moderada ou severa.

MÚSCULO PRESENÇA

DE DOR

INTENSIDADE Sua nota para

este item

Justifique sua resposta e apresente

SUGESTÕES

1.3 TEMPORAL ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

1.4 MASSETER ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

1.5 ATM ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

2. Verificar padrão de movimento:

Instruções: Com o paciente sentado, o examinador se posiciona a frente do paciente e solicita que ele abra e feche a boca pausadamente.

Observar a trajetória da mandíbula enquanto o paciente executa o movimento. Registrar alteração no movimento caso essa se repita em 2 de 3

movimentos. Para aferir a abertura máxima, o examinador usará uma régua milimetrada.

SINAL Presente? Sua nota para este

item

Justifique sua resposta e apresente SUGESTÕES

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

60

2.1 Desvio na abertura ou fechamento da boca? ( ) SIM ( ) NÃO

2.2 Deflexão na abertura ou fechamento da boca? ( ) SIM ( ) NÃO

Dor durante abertura? ( ) SIM ( ) NÃO

2.3 Máxima abertura de boca medida em milímetros:__________ mm

3. Verificar existência de ruídos:

Instruções: Com o paciente sentado, o examinador se posiciona em frente ao paciente e com os dedos indicadores e médios localizar a

ATM. Cada movimento deve ser repetido por 3 vezes, considerar presença de ruído se for observado em pelo menos 2 vezes.

MOVIMENT0 Presente? Presença de

dor?

Sua nota para

esse item

Justifique sua resposta e

apresente SUGESTÕES

3.1 Estalido durante a abertura boca? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

3.2 Crepitação durante a abertura boca? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

3.3 Estalido durante movimento de lateralidade? ( ) SIM( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

3.4 Crepitação durante movimento de

lateralidade?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

3.5 Estalido durante movimento de protrusão? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

3.6 Crepitação durante movimento de protrusão? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

61

APENDICE D- SEGUNDA VERSÃO DO IDE/DTM

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO – IDE/DTM

Nome:__________________________________________________ Idade: ________

Data de nascimento:_____/_____/____

Endereço:________________________________________ Bairro: _______________

Cidade: _________________Tel.:__________________________

Escolaridade:_____________________ Profissão: _____________________________

Questionário Resposta:

1. Você sente dor ao abrir a boca ou ao movimentar a mandíbula (boca) para os lados ou

para a frente?

( ) Sim

( ) Não

2. Você sente dor nas têmporas (lado da cabeça), ou músculos das bochechas ao mastigar,

falar, bocejar ou apertar os dentes?

( ) Sim

( ) Não

3. Você sente dor nos ouvidos ou a frente dos ouvidos ao mastigar, falar, bocejar ou apertar

os dentes?

( ) Sim

( ) Não

4. Você percebe estalos/ruídos nas articulações quando mastiga, movimenta a mandíbula

para os lados, para a frente ou abre ou fecha a boca?

( ) Sim

( ) Não

5. Nos últimos 30 dias, sua mandíbula já ficou ou fica travada (a ponto de você não

conseguir abrir ou fechar a boca)?

( ) Sim

( ) Não

PROTOCOLO CLÍNICO

1.Verificar presença de dor a palpação dos seguintes músculos e ATM:

Instruções para palpação (local/intensidade): Com o entrevistado sentado, o

examinador se posiciona a sua frente e, em seguida, pede para o mesmo fechar a boca e

apertar os dentes. Com os dedos indicadores e médios localiza-se os músculos a serem

palpados. Solicitar que o entrevistado relaxe e separe levemente os dentes. Realizar a

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

62

palpação ao longo de todo o músculo, imprimindo uma força de 1,5 Kg para o masseter e

2 Kg para o temporal.

Para localizar as ATMs, posicionar os dedos indicadores e médios logo à frente dos

ouvidos e solicita que o entrevistado abra e feche a boca. Solicitar que o entrevistado relaxe

e separe levemente os dentes. Realizar palpação lateral da ATM, imprimindo uma força de

1 Kg.

Em caso de presença de dor, perguntar se essa dor é leve, moderada ou severa, seguindo

os seguintes parâmetros: dor leve = relato de incômodo; dor moderada = relato de

desconforto ou dor; dor severa = esquiva do entrevistado, lacrimejamento ou recusa de ser

palpado novamente.

Em caso de presença de dor, questionar se a dor é familiar (ou seja, uma dor semelhante

a percebida nos últimos dias na região palpada).

Músculo Presença de dor? Intensidade Dor familiar?

1.1 Temporal ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA ( ) SIM ( ) NÃO

1.2 Masseter ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA ( ) SIM ( ) NÃO

1.3 ATM ( ) SIM ( ) NÃO ( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA ( ) SIM ( ) NÃO

2. Verificar padrão de movimento:

Instruções: Com o entrevistado sentado, o examinador se posiciona a frente do

entrevistado e solicita que ele abra e feche a boca pausadamente. Observar a trajetória da

mandíbula enquanto o entrevistado executa o movimento. Registrar alteração no

movimento caso essa se repita em 2 de 3 movimentos.

Para aferir a abertura máxima de boca e o trespasse vertical, o examinador usará uma

régua milimetrada.

Sinal Presente?

2.1 Assimetria (desvio ou deflexão) na abertura ou fechamento da boca? ( ) SIM ( )

NÃO

Dor durante

abertura?

2.2 Abertura máxima não-assistida medida em milímetros:_______ mm ( ) SIM ( ) NÃO

2.3 Abertura máxima assistida medida em milímetros:__________ mm ( ) SIM ( )

NÃO

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

63

3. Verificar existência de ruídos:

Instruções: Com o entrevistado sentado, o examinador se posiciona em frente ao

entrevistado e com os dedos indicadores e médios localizar a ATM. Cada movimento

deve ser repetido por 3 vezes, considerar presença de ruído se for observado em pelo

menos 1 vez. Verificar a presença de dor durante o movimento. Em caso de dor, perguntar

se essa dor é familiar (ou seja, uma dor semelhante a percebida nos últimos dias na região

palpada).

Movimento Presente? Presença de dor? Dor familiar?

3.1 Presença de ruído (estalido ou

crepitação) durante a abertura de boca?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

64

APENDICE E- TERCEIRA VERSÃO DO IDE/DTM

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO – IDE/DTM

Nome:________________________________________________________________ Idade: ____________

Data de nascimento:_____/_____/_____

Endereço:_____________________________________________

Bairro: ____________________________ Cidade: _________________Tel.:__________________________

Escolaridade:__________________________ Profissão: _________________________________________

Instruções para a aplicação do questionário:

Para a questões 2 e 4, o examinador deve apontar, em si mesmo, para a região

anatômica (têmporas, músculos das bochechas ou articulações) enquanto faz a

pergunta.

Questão Resposta: 1. Você sente dor ao abrir a boca ou ao movimentar a mandíbula (boca) para os lados ou para a frente? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

( ) Sim ( ) Não

2. Você sente dor nas têmporas (lado da cabeça), ou músculos das bochechas ao mastigar, falar, bocejar ou apertar os dentes? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

( ) Sim ( ) Não

3. Você sente dor nos ouvidos ou a frente dos ouvidos ao mastigar, falar, bocejar ou apertar os dentes? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

( ) Sim ( ) Não

4. Você percebe estalos/ruídos nas articulações quando mastiga, movimenta a mandíbula para os lados, para a frente ou abre ou fecha a boca? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

( ) Sim ( ) Não

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …

65

5. Sua mandíbula já ficou ou fica travada (a ponto de você não conseguir abrir ou fechar a boca)? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

( ) Sim ( ) Não

PROTOCOLO CLÍNICO

1. Verificar presença de dor a palpação dos seguintes músculos e ATM:

Instruções para palpação (local/intensidade): Com o entrevistado sentado, o

examinador se posiciona a sua frente e, em seguida, pede para o mesmo fechar a

boca e apertar os dentes. Com os dedos indicadores e médios localiza-se os

músculos a serem palpados. Solicitar que o entrevistado relaxe e separe

levemente os dentes. Realizar a palpação ao longo de todo o músculo, imprimindo

uma força de 1,5 Kg para o masseter e 2 Kg para o temporal.

Para localizar as ATMs, posicionar os dedos indicadores e médios logo à frente

dos ouvidos e solicita que o entrevistado abra e feche a boca. Solicitar que o

entrevistado relaxe e separe levemente os dentes. Realizar palpação lateral da

ATM, imprimindo uma força de 1 Kg.

Em caso de presença de dor, perguntar se essa dor é leve, moderada ou severa,

seguindo os seguintes parâmetros: dor leve = relato de incômodo; dor moderada

= relato de desconforto ou dor; dor severa = esquiva do entrevistado,

lacrimejamento ou recusa de ser palpado novamente.

Em caso de presença de dor, questionar se a dor é familiar (ou seja, uma dor

semelhante a percebida nos últimos dias na região palpada).

MÚSCULO PRESENÇA DE DOR?

INTENSIDADE DOR FAMILIAR

? 1.1 TEMPORAL

( ) SIM ( ) NÃO

( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

( ) SIM ( ) NÃO

1.2 MASSETER

( ) SIM ( ) NÃO

( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

( ) SIM ( ) NÃO

1.3 ATM

( ) SIM ( ) NÃO

( ) LEVE ( ) MODERADA ( ) SEVERA

( ) SIM ( ) NÃO

Comentários:

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2. Verificar padrão de movimento:

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Instruções: Com o entrevistado sentado, o examinador se posiciona a frente do

entrevistado e solicita que ele abra e feche a boca pausadamente. Observar a

trajetória da mandíbula enquanto o entrevistado executa o movimento. Registrar

alteração no movimento caso essa se repita em 2 de 3 movimentos.

Para aferir a abertura máxima de boca e o trespasse vertical, o examinador usará

uma régua milimetrada.

SINAL PRESENTE?

2.1 Assimetria (desvio ou deflexão) na abertura ou fechamento da boca?

( ) SIM ( ) NÃO

DOR DURANTE

ABERTURA? 2.2 Abertura máxima não-assistida medida em milímetros:_______ mm

( ) SIM ( ) NÃO

2.3 Abertura máxima assistida medida em milímetros:__________ mm

( ) SIM ( ) NÃO

Comentários:

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3. Verificar existência de ruídos:

Instruções: Com o entrevistado sentado, o examinador se posiciona em frente ao

entrevistado e com os dedos indicadores e médios localizar a ATM. Cada

movimento deve ser repetido por 3 vezes, considerar presença de ruído se for

observado em pelo menos 1 vez. Verificar a presença de dor durante o

movimento. Em caso de dor, perguntar se essa dor é familiar (ou seja, uma dor

semelhante a percebida nos últimos dias na região palpada).

MOVIMENT0 PRESENTE? PRESENÇA DE DOR?

DOR FAMILIAR?

3.1 Presença de ruído (estalido ou crepitação) durante a abertura de boca?

( ) SIM ( ) NÃO

( ) SIM ( ) NÃO

( ) SIM ( ) NÃO

Comentários:

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