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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA DAYANA CARLA DE OLIVEIRA SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO Natal Novembro/2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · 2019. 4. 14. · DAYANA CARLA DE OLIVEIRA SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE BIOMEDICINA

DAYANA CARLA DE OLIVEIRA

SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA

DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO

CICCO

Natal

Novembro/2016

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DAYANA CARLA DE OLIVEIRA

SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA

DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO

CICCO

Orientador: Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto

Natal

Novembro/2016

Monografia Apresentada à Coordenação do Curso de Biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA

A Monografia SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO elaborada por DAYANA CARLA DE OLIVEIRA e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção do título de BACHAREL EM BIOMEDICINA Natal, 28 de Novembro de 2016 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto, DMP Nome do Orientador (Departamento) Profª. Dra. Cecília Maria de Carvalho Xavier Holanda, DMP Nome do Professor Examinador 1 (Departamento) Profª PhD Vanessa de Paula Soares Rachetti, DBF Nome do Professor Examinador 2 (Departamento)

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RESUMO

A Toxoplasmose, zoonose de ampla distribuição geográfica mundial causada pelo parasita intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, quando adquirida pela primeira vez durante a gestação, pode ser transmitida ao concepto por via transplacentária, causando manifestações clínicas no feto de gravidade variada ou resultar, até mesmo, em casos de aborto. A presença de anticorpos IgG anti-T. gondii caracteriza desenvolvimento de memória imunológica pelo hospedeiro e portanto, de infecção prévia pelo parasita. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar a frequência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii, bem como identificar fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose em gestantes atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco, localizada no município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Para tanto, foram colhidas amostras de sangue de 158 pacientes gestantes entre o período de julho de 2015 a agosto de 2016. Para o diagnóstico sorológico das infecções, foi utilizado ELISA convecional e teste de avidez para anticorpos IgG afim de se saber o tempo da infecção pelo parasita, além da aplicação de questionário socioepidemiológico contendo informações sobre possíveis fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose na população estudada.

Palavras-chaves: Toxoplasmose. Toxoplasma gondii. Toxoplasmose congênita. Recém-nascido. Gravidez. Primo-infecção.

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ABSTRACT

Toxoplasmosis, a zoonosis of a wide geographical distribution worldwide caused by the obligate intracellular parasite Toxoplasma gondii, when first acquired during pregnancy, can be transmitted to the concept via transplacental, causing clinical manifestations in the fetus of varied severity or even result in cases of abortion. The presence of IgG anti-T. gondii antibodies characterizes the development of immunological memory by the host and, therefore, of previous infection by the parasite. The objective of this study was to determine the frequency of antibodies IgG anti-Toxoplasma gondii and identify risk factors associated with occurrence of toxoplasmosis in pregnant women enrolled in Maternidade Escola Januário Cicco, located in the municipality of Natal, state of Rio Grande do Norte, northeast of Brazil. For this, blood samples of 158 patients were collected from pregnant women between the period of july 2016 to august 2016. For diagnosis serological of infections was used ELISA and avidity test for antibodies IgG in order to know the time of parasite infection, besides the application of a socioepidemiological questionnaire containing information about possible risk factors associated with the occurrence of Toxoplasmosis in the study population.

Keywords: Toxoplasmosis. Toxoplasma gondii. Congenital toxoplasmosis. Newborn. Pregnancy. Infection.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ocorrência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii em

gestantes de diversas localidades do Brasil................................................ 11

Tabela 2 - Incidência da toxoplasmose congênita no Brasil.........................12

III

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição da população entrevistada de acordo com a faixa

etária em que se encontram......................................................................... 20

Gráfico 2 - Distribuição da população de estudo de acordo com a renda per

capita das pacientes..................................................................................... 21

Gráfico 3 - Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo...................................................................................................... 22 Gráfico 4 - Nível de escolaridade da população de estudo......................... 23 Gráfico 5 - Hábito de ingerir legumes e verduras crus em pacientes

soropositivas para o anticorpo IgG anti-T. gondii......................................... 24

Gráfico 6 - Perfil das pacientes entrevistadas quanto a ingestão de carnes

cruas ou mal passadas................................................................................. 25

Gráfico 7 - Perfil das pacientes entrevistadas que relataram possuir contato

direto com o solo.......................................................................................... 25

Gráfico 8 - Presença de gatos na residência x frequência de anticorpos IgG

anti-T. gondii................................................................................................. 27

Gráfico 9 - Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos 28

IV

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A - Interpretação de resultados e condutas para gestantes com até

16 semanas de gestação............................................................................. 36

Anexo B - Interpretação de resultados e condutas para gestantes a partir

das 16 semanas de gestação...................................................................... 37

Anexo C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(TCLE).......................................................................................................... 38

Anexo D - Questionário sócio-epidemiólogico............................................. 40

Anexo E - Esquema terapêutico para pacientes com possibilidade de

toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida durante a gestação........ 44

Anexo F - Esquema terapêutico tríplice para gestantes com diagnóstico

definitivo ou provável para toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida

na gestação.................................................................................................. 45

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10

1.1 Aspectos gerais ............................................................................... 10

1.2 Ciclo Biológico ................................................................................. 13

1.3 Transmissão ..................................................................................... 14

1.4 Imunidade ......................................................................................... 15

2 METODOLOGIA ...................................................................................... 16

2.1 Objetivo ............................................................................................ 16

2.2 População......................................................................................... 16

2.3 Coleta das amostras e ensaio imunoenzimático (ELISA) ............. 16

2.4 Teste de avidez ................................................................................ 17

3 RESULTADOS ........................................................................................ 19

4 DISCUSSÃO............................................................................................ 29

5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 32

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 33

GLOSSÁRIO .............................................................................................. 35

ANEXOS ..................................................................................................... 36

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos gerais

Segundo Sroka et. al (2010), cerca de 1/3 da população mundial está infectada

pelo parasita Toxoplasma gondii através da ingestão de água ou alimentos

contaminados e/ou pelo contato com o solo contendo oocistos do protozoário, o

consumo de carnes mal cozidas contendo cistos de T. gondii também é

frequentemente citado como um fator de risco que predispõe a infecção pelo parasito.

Dessa forma, a toxoplasmose é causada pelo parasita intracelular obrigatório,

Toxoplasma gondii, protozoário caracterizado por apresentar ciclo biológico

heteroxênico facultativo, e, portanto, possuir hospedeiro definitivo, geralmente

representado pelos felídeos, no qual ocorre as fases assexuada e sexuada ou

coccidiana, e hospedeiro intermediário, seres humanos e outros homeotermos, no

qual a fase assexuada é desenvolvida (SHEN et al., 2016).

Essa protozoose possui ampla distribuição geográfica mundial, havendo uma

maior prevalência de casos da infecção em regiões de clima quente e úmido, sendo

90% dos casos assintomáticos ou oligossintomáticos (PESSANHA et al., 2011),

caracterizados, portanto, pela ausência de sinais e sintomas ou cursar com o

aparecimento de manifestações clínicas genéricas, com os seguintes sintomas:

quadro febril, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia e eventual rash cutâneo (Dubey

et al., 2012), em pacientes imunocompetentes, o que dificulta o diagnóstico precoce

em casos de primo-infecção durante a gestação, tornando o diagnóstico laboratorial,

que é um procedimento obrigatório em países como França e Áustria, responsável

pela redução da toxoplasmose fetal de 40% a 7%, segundo SPALDING et al. (2003).

O diagnóstico precoce desses casos é uma condição indispensável para a

implantação de tratamento e com isso, reduzir os potenciais efeitos deletérios que

podem ser causados ao feto e a gestação, como abortos, crescimento intrauterino

retardado, prematuridade e acometimento neurológico e oftalmológico.

A doença pode ocorrer por qualquer uma das três formas infectantes do

parasito: os taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos (DUBEY et al., 1998) causando a

toxoplasmose e é transmitida ao feto por via transplacentária quando a primo-infecção

é adquirida durante o período gestacional, havendo um risco geral de infecção fetal

de 40%, sendo este diretamente proporcional ao período gestacional em que a mulher

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encontra-se, apresentando menor risco do aparecimento de sequelas fetais no

primeiro trimestre da gravidez e maior risco no terceiro trimestre. Além disso, fatores

como virulência da cepa do parasita e capacidade da resposta imune da mãe são

responsáveis por definir a gravidade e o aparecimento das manifestações clínicas.

(MITSUKA- BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO, 2010).

Dessa forma, a realização de pesquisas sorológicas para anticorpos IgG anti-

Toxoplasma gondii em diferentes estados e municípios brasileiros, entre os anos de

1996 a 2007, mostraram os maiores índices de soropositividade para toxoplasmose

em pacientes gestantes nos estados de Mato Grosso do Sul e Recife, havendo uma

soropositividade igual a 91,6% e 74,7%, respectivamente, enquanto os munícipios de

Caxias do Sul e Passo Fundo, ambos pertencentes ao estado do Rio Grande do Sul,

apresentaram os menores índices de soropositividade em gestantes, com 31,0% e

48,5%, respectivamente, como observado abaixo na tabela 1.

Tabela 1. Ocorrência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii em gestantes de diversas localidades do Brasil.

Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (Torgerson; Mastroiacovo, 2013), a

toxoplasmose apresenta uma incidência anual e mundial de 190.100 casos,

representando, no Brasil, aproximadamente 1,5 casos para cada 1000 nascidos vivos.

De acordo com a tabela 2, a incidência de toxoplasmose congênita varia de 0,3/1.000

recém-nascidos em Ribeirão Preto, São Paulo (Carvalheiro et al., 2005) a 5/1.000 em

Uberlândia, Minas Gerais/MG (Segundo et al., 2004).

Tabela 2. Incidência da toxoplasmose congênita no Brasil.

Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.

Apesar de controversos, diversos trabalhos tem se proposto a definir e

caracterizar os principais fatores de risco que predispõem uma maior prevalência da

infecção na população, dessa forma, Lopes et al. (2009), em estudo realizado com

gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde de Londrina, avaliaram fatores

como idade, renda per capita, grau de escolaridade, presença de gato na residência

e hábito de ingerir verduras e legumes crus e associaram estes à maior chance de

adquirir a toxoplasmose, enquanto que fatores como ingestão de carnes cruas ou mal

passadas e contato com solo não demonstraram esta associação. Estudos de Cook

et al. (2000) em seis grandes centros da Europa (Nápoles, Bruxelas, Lausanne,

Copenhagen, Oslo, Milão), no entanto, relataram ausência de correlação entre o

contato com gatos e uma maior predisposição a aquisição da infecção, enquanto

demonstrou associação estatisticamente significativa entre a maior ocorrência de

casos de Toxoplasmose em pacientes que relataram ingerir carnes cruas ou mal

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cozidas e possuir contato direto com o solo. Avelino et al. (2008), em estudo realizado

com pacientes gestantes do município de Goiânia, Goiás, demonstrou presença de

correlação entre a presença de gatos na residência e uma maior probabilidade pra

aquisição da infecção apenas entre as entrevistadas que informaram possuir outros

filhos.

1.2 Ciclo Biológico

O desenvolvimento do ciclo biológico tem início quando o hospedeiro

intermediário (mamíferos em geral e aves, geralmente) ingere água e/ou alimentos

contaminados, como carne crua ou mal cozida, leite ou verduras, com oocistos

maduros contendo esporozoítos, os quais migram para o lúmen do tubo

gastrintestinal, atravessam a mucosa intestinal, instalando-se no epitélio intestinal,

sofrendo processo de diferenciação em taquizoítos e intensa multiplicação

intracelular. Posteriormente, após formação do vacúolo parasitóforo, ocorre uma nova

fase de multiplicação destes por um processo de divisão binária (endodiogenia) no

interior de diversos tipos de células nucleadas, dando origem a novos taquizoítos (fase

proliferativa) que irão romper a célula parasitada e atingir a circulação para infectar

novas células (DUBEY 1996). Além disso, alguns parasitos podem evoluir para a

forma cística – bradizoítos, caracterizando a forma crônica da doença, após

desenvolvimento de resposta imune específica. (CINERMMAN 1999).

A presença de taquizoítos livres na circulação sanguínea ou linfática caracteriza

a fase aguda da doença, podendo resultar no aparecimento de sintomas mais ou

menos graves, a depender do grau de imunocompetência do indivíduo, e formação de

resposta imune específica capaz de reduzir a carga parasitária extracelular presente

na circulação sanguínea, linfática e nos órgãos viscerais (SHEN et al., 2016).

A fase sexuada ou coccidiana ocorre nas células epiteliais do intestino delgado

de gatos e de outros felídeos jovens não-imunes após estes ingerirem oocistos

contendo esporozoítos ou outras formas infectantes, como bradizoítos e/ou

taquizoítos, os quais, sofrerão processo de multiplicação por endodiogenia e

merogonia (esquizogonia), dando origem a vários merozoítos, os quais, após

rompimento da célula parasitada, invadirá novas células epiteliais, diferenciando-se,

então, em macro e microgametócitos, formas sexuadas responsáveis por originar o

ovo ou zigoto, após processo de fecundação. Este evoluirá dentro do epitélio

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intestinal, formando o oocisto imaturo que será liberado para o meio extracelular após

rompimento da célula em alguns dias, alcançando o meio exterior juntamente com as

fezes e sofrendo maturação por processo de esporogonia, podendo manter-se viáveis

por um período de 12 a 18 meses a depender de condições ambientais, como

umidade, temperatura e local sombreado favorável (NEVES, et al., 2011).

1.3 Transmissão

Dada a taxa de soropositividade em adultos variando de 6.1% a 74.5%, em

algumas regiões, mediante a realização de testes sorológicos, segundo Sakikawa,

Makiko et al. (2012), pode-se caracterizar a infecção pelo Toxoplasma gondii como

uma das zoonoses mais difundidas no mundo, havendo uma série de fatores de risco,

como fatores geográficos, climáticos, hábitos alimentares e tipo de trabalho, que

predispõem a maior ou menor prevalência da mesma em diferentes regiões. (Sroka et

al., 2010).

A infecção por T. gondii, segundo Mitsuka-Breganó; Lopes-Móri; Navarro

(2010) pode ocorrer por três vias principais:

Fecal-oral: Ingestão de água e/ou alimentos, como frutas e verduras,

contaminados com oocistos maduros eliminados em conjunto com as fezes de gatos

e felídeos;

Carnivorismo: Ingestão de alimentos de origem animal (caprinos, suíno e

ovinos), como carne crua ou mal cozida, contendo cistos teciduais;

De acordo com Inagaki eSchimer (2009), alguns autores ainda consideram a

transmissão através do leite cru não pasteurizado, principalmente de cabra.

Transmissão vertical: Passagem de taquizoítas, presentes na circulação

materna durante a fase aguda da infecção, para o feto, havendo, segundo NEVES et

al. (2011), um risco de transmissão uterina igual a 59% nos últimos trimestres da

gravidez, podendo resultar na ocorrência de abortos (1º trimestre), coriorretinite,

calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, retardamento psicomotor,

alterações no volume craniano (micro ou macrocefalia), entre outras alterações (2º

trimestre).

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1.4 Imunidade

A multiplicação e disseminação dos taquizoítos na circulação sanguínea e

linfática, na fase proliferativa, são responsáveis por induzir o desenvolvimento da

resposta imune humoral com formação de anticorpos específicos anti-Toxoplasma

gondii e da resposta imune celular, a fim de reduzir a carga parasitária extracelular

circulante.

Dessa forma, segundo Giannoulis, C. et al. (2008), em um período de 7 a 14

dias após infecção por T. gondii é possível detectar a presença de IgG anti-T. gondii

em testes sorológicos. No entanto, a presença de IgM por ser de curta duração, é

utilizada, geralmente, para direcionar um possível diagnóstico de casos de

toxoplasmose congênita em indivíduos recém-nascidos, devido a sua forma

pentamérica não atravessar a placenta, a presença na circulação fetal indica produção

do anticorpo pelo próprio recém-nascido, porém ainda segundo Giannoulis, C. et al.

(2008), a presença deste não pode ser usada para confirmar casos de infecção aguda

pelo parasita.

A cascata da resposta imune celular é desencadeada quando ocorre a

produção de IL-12 por macrófagos, induzida pela presença de taquizoítas no interior

destes, com posterior ativação de células natural killer (NK) e células T para produção

de IFN-y, o qual atuará em conjunto com o fator de necrose tumoral (TNF), resultando

em uma grande produção de óxido nítrico (NO), afim de causar a morte dos parasitos.

Nesse caso, as células T CD8+ possuem um papel indispensável nos mecanismos de

proteção contra T. gondii. (SOUZA, W. e BELFORT, R. 2014).

Além disso, a evolução da infecção é observada através dos títulos sorológicos

obtidos em testes sorológicos, indicando se a mesma é recente ou pregressa (Anexo

A e B). Dessa forma, segundo MITSUKA- BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO,

(2010) durante o curso infeccioso da toxoplasmose, a presença de anticorpos IgM

anti-T. gondii, marcador sorológico da fase aguda, surge dentro de 5 dias e pode

desaparecer em algumas semanas, meses ou até anos, não sendo, portanto,

necessariamente um indicativo de infecção recente, enquanto o aparecimento de IgG

ocorre em 1 ou 2 semanas, podendo atingir seu pico em 1 a 2 meses. Anticorpos IgA

também podem ser detectados em infecções agudas e em doença congênita,

apresentando, para o diagnóstico desta, maior sensibilidade que IgM.

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2 METODOLOGIA

2.1 Objetivo

Determinação da frequência de Ac IgG anti-T. gondii em pacientes

gestantes atendidas na MEJC, localizada no município de Natal, Estado

do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.

Identificar fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose na

população de estudo.

2.2 População

A pesquisa foi realizada no município de Natal, capital do estado do Rio Grande

do Norte afim de se realizar um estudo de prevalência transversal da população.

Foram coletadas amostras sanguíneas de 158 pacientes gestantes atendidas no

ambulatório da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), no período de junho de

2015 a agosto de 2016.

A participação na pesquisa ocorreu mediante autorização da paciente, por

escrito, em termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) – (Anexo C), seguido

da aplicação de um questionário sócio-epidemiológico (Anexo D), contendo

informações sobre possíveis fatores de risco associados à toxoplasmose congênita, e

da coleta do material para análise.

2.3 Coleta das amostras e ensaio imunoenzimático (ELISA)

Realizou-se a coleta sanguínea das pacientes mediante punção venosa

periférica, utilizando-se seringas descartáveis de 10mL, e antissepsia prévia do local

com álcool a 70%. As amostras foram colocadas em tubos à vácuo sem

anticoagulante com posterior obtenção do soro através da centrifugação da amostra

por 5 minutos à 1500 rpm e estocagem deste, em tubos estéreis de microcentrífuga,

à temperatura de -20°C até a realização da sorologia.

A detecção dos anticorpos anti-T. gondii foi realizada no Laboratório de Malária

e Toxoplasmose (LABMAT), localizado no departamento de Morfologia e Parasitologia

(DMP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo ELISA convencional,

segundo metodologia descrita por Alvarado-Esequiel e colaboradores (2011), afim de

se determinar as frequências da ocorrência de infecções agudas e/ou crônicas por T.

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gondii. O ensaio imunoenzimático ocorre mediante sensibilização prévia da placa de

96 poços fundo chato (Greiner Bio-One GmbH, Frickenhausen, Germany) com

antígenos de Toxoplasma gondii na concentração de 1ug/mL, devendo-se

acrescentar, por poço, 100uL da solução de antígeno, diluída em coating buffer

(pH=9,6), deixando-se a placa sensibilizada, embrulhada em papel alumínio, overnight

em geladeira (4°C).

No dia seguinte, a solução de antígeno contida nos poços deverá ser

desprezada, seguindo-se as 4 etapas de lavagens da placa com solução de lavagem

(PBS Tween + 0,05% - PBS-T) e a realização do bloqueio dos sítios inespecíficos com

200μL de solução de bloqueio (Leite Molico 2%) (Molico-Nestlé®, Araçatuba, SP,

Brazil) por poço, com posterior incubação por 1h em estufa a 37ºC, sendo esta etapa

seguida por mais 4 lavagens com PBS-T.

Em seguida, é necessário diluir o soro em PBS, na concentração de 1/100,

acrescentando 100uL desta diluição em cada poço da placa, com posterior incubação

por 1h à 37ºC. A placa terá poços para controles positivos, negativos e branco (PBS

no lugar do soro), além dos soros-teste. Ao final da incubação serão realizadas,

novamente, 4 lavagens com PBS-T.

As duas últimas etapas envolvem a adição, em cada poço, de 100uL da solução

contendo o Ac conjugado (Sigma-Aldrich, St.Louis, MO, USA) IgG (1:5.000) ou IgM

(1:500) e a incubação em estufa por 1h, ocorrendo ao fim desse tempo, o descarte da

solução contendo o conjugado e a lavagem 5x da placa com PBS-T. Finalizando-se o

processo, com a adição de 50uL de solução reveladora TMB/poço (Invitrogen-Life

Technologies Gaithersburg, MD, USA), ocorrendo a reação em abrigo da luz por um

período de 10 minutos, devendo esta ser parada com 30μL de H2SO4 diluído em água

destilada (1:20). A leitura ocorrerá em espectrofotômetro no comprimento de onda de

490nm.

2.4 Teste de avidez

O teste de avidez é realizado durante o teste de Elisa afim de se conhecer a

capacidade de ligação dos anticorpos IgG anti-T. gondii produzidos durante a infecção

pelo parasita e dessa forma, determinar o tempo de infecção. A etapa de adição da

solução contendo o anticorpo conjugado é antecedida pelo acréscimo de 100uL de

PBS-T20/Ureia 6M em cada poço por 5 minutos com agitação a temperatura

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ambiente, após única etapa de lavagem da placa. Decorridos os 5 minutos, proceder

com o descarte da solução contida nos poços e não realizar lavagem adicional. Caso

apenas metade da placa seja utilizada para determinação da avidez de IgG,

acrescentar apenas 100uL de PBS nos demais poços.

Em seguida, realizar a adição de 100uL de PBS em todos os poços e repetir as

etapas de agitação da placa a temperatura ambiente por 5 minutos, descartando a

solução de PBS entre os ciclos e secando a placa ao final do último ciclo de 5 minutos

para proceder com etapa de adição da solução contendo o anticorpo conjugado.

2.5 Análise dos dados

Todos os dados foram analisados em Excel (versão 2013, Microsoft, Brasil) e

pelo software EPI-INFO (Versão 7.0, CDC, USA), de acordo com a subdivisão das

158 pacientes entrevistadas em dois grupos: Soropositivas para o anticorpo anti-T.

gondii e soronegativas para a presença do mesmo anticorpo, com um total de 82 e 76

pacientes, respectivamente.

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3 RESULTADOS

Foram analisadas amostras de 158 pacientes, em período gestacional,

atendidas na ala ambulatorial da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC),

localizada no município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.

No estudo em questão fatores como idade, renda per capita, grau de

escolaridade, presença de gato na residência, maternidade prévia, hábito de ingerir

verduras e legumes crus, ingestão de carnes cruas ou mal passadas e contato com o

solo, foram observados.

Dessa forma, de acordo com os dados obtidos 75,60% (62/82) das

entrevistadas ganha 1 salário mínimo ou menos (sendo este no valor de R$ 880 no

ano de 2016) e 59,57% (28/47) das pacientes encontra-se em idade entre 25 e 30

anos. (Gráficos 1 e 2)

O nível de escolaridade da população em estudo corresponde a um

percentual de 19,62% (31/82) para mulheres com ensino médio completo, havendo

um total de 51,89% (82/158) pacientes soropositivas para anticorpos anti-T. gondii

(Gráfico 3 e 4).

Não observou-se relação entre a presença de gatos na residência e um maior

risco para obter a infecção (Gráfico 8). Em contrapartida, houve a existência de

correlação entre o hábito de ingerir legumes e verduras crus e um risco maior para

adquirir a infecção pelo parasito se comparada aquelas pacientes que relataram o não

consumo de legumes e verduras crus. (Gráfico 5)

O consumo de carne mal passada e hábitos de jardinagem relatados pelas

pacientes não foram considerados fatores de risco para aquisição da infecção.

(Gráfico 6 e 7)

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Gráfico 1. Distribuição da população entrevistada de acordo com a faixa etária em que se

encontram.

Idade (anos) Soropositivas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

Soronegativas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

13-18 anos 28,57% (4/14) 13-18 anos 71,42% (10/14)

19-24 anos 42,85% (9/21) 19-24 anos 57,14% (12/21)

25-30 anos 59,57% (28/47) 25-30 anos 42,55% (20/47)

31-36 anos 53,33% (24/45) 31-36 anos 46,66% (21/45)

37-42 anos 53,84% (14/26) 37-42 anos 46,15% (12/26)

43-45 anos 75% (3/4) 43-45 anos 25% (1/4)

Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)

OR = 1.0000 (0.7020 < OR < 1.4245)

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Gráfico 2. Distribuição da população de estudo de acordo com a renda per capita das

pacientes.

Renda per capita Soropositivas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

Soronegativas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

Até 1 salário 75,60% (62/82) Até 1 salário 77,63% (59/76)

Entre 2 e 3 24,39% (20/82) Entre 2 e 3 19,73% (15/76)

Entre 4 e 5 0% (0/82) Entre 4 e 5 2,63% (2/76)

Acima de 6 0% (0/82) Acima de 6 0% (0/76)

Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)

OR = 1.0000 (0.5965 < OR < 1.6764)

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Gráfico 3. Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo.

Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo

IgG positivos IgG negativos Indeterminados Nº total de pacientes

82/158 69/158 7/158 158

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Gráfico 4. Nível de escolaridade da população de estudo.

Nível de escolaridade Soropositivas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

Soronegativas para anticorpo

IgG anti-T. gondii

Sem escolaridade 0% (0/82) Sem escolaridade 1,31% (1/76)

1º grau incompleto 13,92% (22/82) 1º grau incompleto 32,89% (25/76)

1º grau completo 7,59% (12/82) 1º grau completo 5,26% (4/76)

2º grau incompleto 8,86% (14/82) 2º grau incompleto 19,73% (15/76)

2º grau completo 19,62% (31/82) 2º grau completo 38,15% (29/76)

Ensino superior 1,89% (3/82) Ensino superior 2,63% (2/76)

Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)

OR = 1.0000 (0.6932 < OR < 1.4427)

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Gráfico 5. Hábito de ingerir verduras e legumes crus em pacientes soropositivas para o anticorpo IgG anti-T. gondii.

Hábito de ingerir verduras e legumes crus

Ingestão 76,82% (63/82)

Não ingestão 23,17% (19/82)

OR = 0.8842 (0.4163 < OR < 1.8779)

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Gráfico 6. Perfil das pacientes entrevistadas quanto a ingestão de carnes cruas ou mal passadas.

Gráfico 7. Perfil das pacientes entrevistadas que relataram possuir contato direto com o

solo.

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Carne mal passada1 Hábitos de jardinagem2

Soropositivas para anticorpo IgG

anti-T. gondii

Soropositivas para anticorpo IgG anti-T.

gondii

Ingestão 41,46% (34/82) Praticam 19,51% (16/82)

Não ingestão 58,53 (48/82) Não praticam 80,48% (66/82)

Soronegativas para anticorpo Soronegativas para anticorpos IgG anti-T.

IgG anti-T. gondii gondii

Ingestão 34,21% (26/76) Praticam 22,36% (17/76)

Não Ingestão 65,78% (50/76) Não praticam 77,63% (59/76)

OR1 = 1.3622 (0.7138 < OR < 2.5995) OR2 = 0.8414 (0.3904 < OR < 1.8130)

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Gráfico 8. Presença de gatos na residência x frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii.

Presença de gatos x frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii

Soropositivas para anticorpo IgG

anti-T. gondii

Soronegativas para anticorpo IgG

anti-T. gondii

51,47% (35/68) 48,52% (33/68)

OR = 1.4586 (0.7476 < OR < 2.8456)

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Gráfico 9. Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos

Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos

Outros filhos 52,94% (54/102)

Presença de gatos 51,47% (35/68)

Outros filhos x presença de gatos

40,74% (22/54)

Ausência de filhos anteriores x presença de gatos

48,18% (13/27)

*Entrevistadas soropositivas para anticorpo IgG anti-T. gondii.

OR = 0.7404 (0.2922 < OR < 1.8762)

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4 DISCUSSÃO

Segundo Barbosa et al. (2009) em estudos anteriores, o clima tropical da cidade

de Natal, RN, localizada no Nordeste do Brasil, é um fator determinante para a

sobrevivência de oocistos de T. gondii que predispõe uma maior ocorrência de

pacientes com sorologia positiva para o anticorpo IgG anti-T. gondii, observada na

população em estudo com uma porcentagem igual a 51,89% (82/158), esse fator

aliado as baixas condições socioeconômicas representada pelo percentual de 75,60%

(62/82) das pacientes recebendo até 1 salário mínimo e ao hábito de ingerir verduras

ou legumes crus representando cerca de 76,82% (63/82) caracterizaram fatores de

risco que resultaram em maior vulnerabilidade para aquisição da infecção.

Dessa forma, as baixas condições socioeconômicas da população estudada e

consequentemente, o acesso limitado a bens de consumo higienizados

adequadamente, além das condições de moradia e acesso a saneamento básico

precários, predispõem a veiculação de oocistos do parasita, resultando em alta

prevalência na frequência de anticorpos anti-T.gondii nessas pacientes. No entanto,

segundo o autor citado, o Brasil apresenta taxas de soropositividade para anticorpos

anti-T. gondii semelhantes aquelas encontradas em outros países, como França

(71%) e EUA (22,5%), por exemplo, e nesses casos as baixas condições

socioeconômicas e de moradia, assim como o acesso a saneamento básico não são

fatores exclusivos e determinantes para ocorrência da infecção, devendo-se

compreender que múltiplos fatores estão relacionados com o desenvolvimento da

infecção, entre eles, podendo-se destacar os hábitos culturais e alimentares, bem

como o clima local de cada região estudada.

Além disso, o maior número de pacientes apresentando anticorpos específicos

para toxoplasmose possuir idade entre 25 e 45 anos comprova que a infecção é

diretamente proporcional a idade da população, indicando que a mesma é adquirida

ao longo da vida.

No entanto, pode-se observar a ausência de relação significativa entre o grau

de escolaridade observado na população em estudo e maior probabilidade de

ocorrência da infecção, porém, em contrapartida, torna-se importante ressaltar que o

programa educacional da rede pública de ensino com frequência não aborda o tema

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do presente estudo, podendo justificar a ausência de correlação existente entre o grau

de escolaridade e um maior fator de risco para o desenvolvimento da infecção.

A presença de correlação observada entre a ingestão de verduras e legumes

crus com a maior frequência de anticorpos IgG anti-T.gondii nas pacientes pode ser

explicada pela lavagem dos alimentos com água contaminada antes do consumo ou

pela presença de oocistos maduros no solo onde houve o plantio desses vegetais.

Esses dados já haviam sido observados em estudos realizados por Lopes et al. (2009)

em pacientes gestantes do município de Londrina, Paraná.

A presença de gatos na residência e/ou na vizinhança não predispõe maiores

riscos de contaminação (Gráfico 8), sendo necessário haver contato com outras fontes

infecciosas ou mesmo estar em situação de imunodepressão. Diversos estudos, como

o de Cook et al. (2000) e o de Brisighelli Neto (1998) não encontraram associação

estatisticamente significativa entre a maior probabilidade de soropositividade para

anticorpos específicos anti-T.gondii e a presença de gatos na residência e/ou

vizinhança.

Estudos de Avelino et al. (2004) sugerem que o imunocomprometimento

estabelecido durante o período gestacional para tolerar o feto e as diversas alterações

hormonais surgidas na gravidez podem resultar em maior probabilidade de aquisição

da infecção, resultando em maior frequência de soropositividade para o anticorpo IgG

anti-T. gondii entre mulheres que possuem um ou mais filhos, porém esses dados não

foram observados nos dados analisados, podendo ter ocorrido devido a elevada

discrepância entre o número de amostras analisadas no trabalho citado e o pequeno

número amostral utilizado no presente trabalho. (Gráfico 9)

A ausência de correlação entre o consumo de carnes mal passada e a maior

frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii nas pacientes entrevistadas pode ser

explicada pela baixa virulência das cepas de T. gondii que infecta animais ou estar

relacionado ao congelamento prévio das carnes consumidas, pois sabe-se que o

processo de congelamento a uma temperatura de -20°C por 18 a 24 horas destruiria

os cistos presentes na carne contaminada. Essa ausência de correlação já havia sido

observada em estudo realizado por Ertug et al. (2005) e Avelino et al. (2004).

A ausência de uma maior predisposição a infecção pelo parasita entre as

entrevistadas que exerciam atividades relacionadas a hábitos de jardinagem e que,

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portanto, possuíam contato direto com o solo, pode ser explicada pelo

desenvolvimento de uma resposta imune adequada e capaz de impedir a instalação

da infecção pelo T. gondii, bem como por fatores como tamanho do inóculo e virulência

da cepa do parasita presente no solo possuir relação direta com o estabelecimento ou

não da infecção, porém trabalhos realizados por Cook et al. (2000) em seis grandes

centros da Europa, demonstraram que fatores como o consumo de carnes cruas ou

mal cozidas, assim como o contato direto com o solo, representava fatores de risco

significativos para uma maior ocorrência da infecção.

Dessa forma, é possível observar que os fatores de risco variam de acordo com

cada país ou mesmo região analisada, havendo a necessidade de se realizar

constantes estudos afim de avaliar o perfil epidemiológico de cada espaço

demográfico e mediante esse conhecimento, definir estratégias preventivas e

terapêuticas para as pacientes gestantes ou em idade reprodutiva.

Além disso, testes complementares como o teste de avidez, realizado em

pacientes em período gestacional que apresenta positividade sorológica para os

anticorpos IgM e IgG anti-T. gondii, por exemplo, se torna útil para detectar casos de

infecção primária adquirida há menos de 4 meses, possibilitando a implantação de

esquema terapêutico, o qual segundo MONTOYA e ROSSO (2005) tem como objetivo

reduzir a incidência e a gravidade da infecção fetal. O esquema inclui espiramicina

nas 21 primeiras semanas, até o término da gestação, em casos onde o feto não está

infectado, e sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico quando há infecção fetal

suspeita ou confirmada até o final da gestação. (Anexo E e F).

Em conclusão, a realização de estudos complementares para observação das

taxas de soroconversão materna e infecção congênita são de extrema importância

nesse cenário, devendo estar aliadas ao conhecimento estatístico da prevalência

regional de toxoplasmose e da implantação de programas preventivos nas unidades

de atendimento que realizam o acompanhamento gestacional.

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5 CONCLUSÃO

Dessa forma, é possível observar que fatores como idade, renda per capita e

hábito de ingerir verduras e legumes crus se mostraram relevantes no

desenvolvimento e estabelecimento da infecção pelo Toxoplasma gondii na população

estudada, resultando em maior frequência de soropositividades para anticorpos IgG

anti-T. gondii nas amostras analisadas das pacientes que relataram possuir idade

entre 25 a 45 anos, possuir renda mensal até 1 salário mínimo e ingerir verduras e

legumes crus com frequência. Enquanto fatores como presença de gatos na

residência, consumo de carnes cruas ou mal passadas, maternidade prévia e contato

direto com o solo não caracterizaram fatores de risco que resultaram em maior

probabilidade para aquisição da infecção nas entrevistadas. Hábitos culturais,

alimentares, além das condições ambientais e climáticas de cada região são fatores

diretamente relacionados a ocorrência da infecção em maior ou menor prevalência,

resultando em diferentes taxas de soropositividade observadas nas diferentes

populações estudadas.

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REFERÊNCIAS

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14. MITSUKA-BREGANÓ, R.;LOPES-MÓRI,F.M.; NAVARRO, I.T. Toxoplasmose Adquirida na Gestação e Congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas. Londrina: EDUEL, 2010.

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16. NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana. São Paulo. Ed. Atheneu, 2011. 17. PESSANHA, Tatiana Melino et al. Diagnostic and therapeutic management

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19. SEGUNDO GRS, SILVA DAO, MINEO JR, et al. A Comparative Study of Congenital Toxoplasmosis between Public and Private Hospitals from Uberlândia, MG, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 99:13-17, 2004.

20. SHEN, BANG, YUAN YUAN, JIANXI CHENG, MING PAN, NINGBO XIA, WEICHAO ZHANG, YIFAN WANG, YANGIN ZHOU, & JUNLONG ZHAO. "Activation of chronic toxoplasmosis by transportation stress in a mouse model." Oncotarget [Online], 5 (2014): n. pag. Web. 30 Nov. 2016.

21. SPALDING, Silvia Maria et al. Estudo prospectivo de gestantes e seus bebês com risco de transmissão de toxoplasmose congênita em município do Rio Grande do Sul. Rev. Soc. Bras. Med, Trop. Uberaba, v. 36, n.4, jul. 2003.

22. SROKA, SUSANN et al. “Prevalence and Risk Factors of Toxoplasmosis among Pregnant Women in Fortaleza, Northeastern Brazil.” The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 83.3 (2010): 528–533. PMC. Web. 25 Oct. 2016.

23. TORGERSON, PAUL R, and PIERPAOLO MASTROIACOVO. “The Global Burden of Congenital Toxoplasmosis: A Systematic Review.” Bulletin of the World Health Organization 91.7 (2013): 501–508. PMC. Web. 25 Oct. 2016.

24. SOUZA, W and BELFORT, R. Toxoplasma e Toxoplasmose congênita. Ed. Fiocruz. 2014.

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GLOSSÁRIO

Bradizoítos Forma de multiplicação lenta

Coriorretinite Inflamação da coroide e da retina

Endodiogenia Processo de reprodução assexuada responsável

pela produção de esporozoítos

Esporogonia Processo de reprodução assexuada responsável

pela proliferação rápida de taquizoítos

Esporozoítos Formas infectantes do parasita presente no interior

dos oocistos maduros

Hepatoesplenomegalia Aumento de tamanho do fígado e baço

Linfoadenopatia Aumento de tamanho dos linfonodos

Macrogametócitos Forma sexuada feminina do parasita

Merozoítos Forma responsável pela geração de gametas

sexuais

Merogonia Processo de reprodução assexuada responsável

pela produção de merozoítos

Microgametófitos Forma sexuada masculina do parasita

Oocistos Forma infectante do parasita

Rash cutâneo Erupção cutânea de cor vermelha

Taquizoítos Forma proliferativa, móvel e de multiplicação rápida

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ANEXOS

Anexo A – Fluxograma de diagnóstico e condutas para gestantes com até 16 semanas de gestação

Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.

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Anexo B - Interpretação de resultados e condutas para gestantes a partir das 16 semanas de gestação

Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.

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38

Anexo C – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa: “AVALIAÇÃO

IMUNOPARASITOLÓGICA, EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO

GRANDE DO NORTE”, que tem como pesquisador responsável o doutorando Claudio Bruno Silva de

Oliveira devidamente assistido pelo seu orientador Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto.

Esta pesquisa pretende determinar a frequência e fatores de risco associados com a

toxoplasmose congênita, investigando aspectos imunoparasitológicos de modo a contribuir no

conhecimento da doença e assim reduzir os índices de infecção na Maternidade Escola Januário

Cicco, bem como nos munícipios que fazem uso da mesma.

O motivo que nos leva a realizar este estudo está relacionado com o fato da toxoplasmose

congênita ser uma das principais formas da doença, estando relacionada com importantes taxas

de abortos e más formações congênitas e perinatais. Caso você decida participar, você deverá

responder a um questionário (com duração de 5-10 minutos) que apresentará questões gerais e

alguns fatores de riscos relacionados à transmissão da doença. Além disso, você será

submetida a coleta de sangue (5 - 10 mL) para que seja realizado um exame referente ao

diagnóstico da toxoplasmose.

Durante a realização da coleta de sangue a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que

você corre é semelhante àquele sentido em um exame de rotina. Pode acontecer um leve desconforto

que será minimizado por meio da compressão do local e você terá como benefício a avaliação de

um contato prévio com a toxoplasmose, bem como orientações com relação a medidas de

prevenção para esta doença.

No caso de ocorrer qualquer problema, relacionado com a pesquisa, você terá direito a

assistência gratuita que será prestada pela equipe da Maternidade Escola Januário Cicco.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Claudio

Bruno Silva de Oliveira ou Valter Ferreira de Andrade Neto (084) 99699-1353 ou 98832-0018.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local

seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

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Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Claudio Bruno Silva de Oliveira.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para

mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “AVALIAÇÃO

IMUNOPARASITOLÓGICA, EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO

GRANDE DO NORTE”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos

e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, / / .

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “AVALIAÇÃO IMUNOPARASITOLÓGICA,

EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO GRANDE DO NORTE”, declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos

que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e

confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –

CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, / / .

Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________________

Impressão datiloscópica do

participante

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Anexo D - Questionário sócio-epidemiólogico

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Nº______

PARTICIPANTE: _________________________________________RG: _______

ENDEREÇO: ____________________________________________________

FONE: ______________________________ PRONTUÁRIO Nº: ___________

DATA:________________________ PERIODO DE GESTAÇÃO:__________

1. IDADE:

( ) 13-18 ANOS ( ) 31-36 ANOS

( ) 19-24 ANOS ( ) 37-42 ANOS

( ) 25-30 ANOS ( )OUTROS_______________________

2. GRAU DE ESCOLARIDADE

( ) SEM ESCOLARIDADE ( ) 1º GRAU INCOMPLETO ( ) 1º GRAU COMPLETO ( ) 2º

GRAU INCOMPLETO ( ) 2º GRAU COMPLETO ( ) SUPERIOR

3. ATIVIDADE PROFISSIONAL _______________________________

4. RENDA FAMILIAR

( ) ATÉ UM SALÁRIO MÍNIMO/MÊS

( ) DE 2 A 3 SALÁRIOS /MÊS

( ) DE 4 A 5 SALÁRIOS/MÊS

( ) ACIMA DE 6 SALÁRIOS /MÊS

( ) OUTROS ____________________________________________

5. CONHECIMENTO DA DOENÇA

( ) DESCONHECE

( ) JÁ OUVIU FALAR MAS NÃO SABE NADA A RESPEITO

( ) SABE ALGO A RESPEITO

6. OUTROS FILHOS

( ) NÃO

( ) SIM . QUANTOS?_______________

7. ALGUM DESSES FILHOS TEM COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS E/OU OCULAR

?

( ) SIM QUAL? _______________________

( ) NÃO

8. HISTÓRIA PRÉVIA DE ABORTO OU MORTE NEONATAL

( ) SIM QUANTOS ? ______________

( ) NÃO

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9. NA RESIDÊNCIA, POSSUI SANEAMENTO BÁSICO? (ÁGUA TRATADA, COLETA

DE LIXO, SISTEMA DE ESGOTO)

( ) SIM

( ) NÃO. ÁGUA:_______________________________________

ESGOTO: _____________________________________

LIXO: _________________________________________

10. PRESENÇA DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NA CASA E/OU VIZINHANÇA

( ) PRESENÇA DE GATOS

( ) OUTROS ______________________________________

11. CONTATO COM ESSES ANIMAIS

( ) HÁ CONTATO DIRETO COM ESSES ANIMAIS

( ) MORA NA CASA MAS NÃO HÁ CONTATO DIRETO

( ) NÃO HÁ CONTATO DIRETO

12. ESSES ANIMAIS DEPOSITAM DEJETOS NO JARDIM OU TERRAÇO

DA CASA?

( ) NÃO

( ) SIM

13. TEM HÁBITOS DE JARDINAGEM?

( ) NÃO

( ) SIM . USA PROTEÇÃO NAS MÃOS? ___________________

14. NA RESIDÊNCIA, HÁ VEICULOS DE TRANSMISSÃO DE OOCISTOS

(RATOS, BARATAS, MOSCAS)?

( ) NÃO

( ) SIM . QUAL? _______________________________________

15. CONSOME OU JÁ CONSUMIU LEITE DE CABRA OU VACA NÃO

PASTEURIZADO OU NÃO COZIDO?

( ) NÃO

( ) SIM . FREQUÊNCIA:

________________________________________

16. CONSOME VEGETAIS E LEGUMES CRUS?

( ) SIM

( ) NÃO

17. QUAL O PROCESSO DE LAVAGEM DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS

ANTES DO CONSUMO?

( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR

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( ) LAVA EM ÁGUA CORRENTE

( ) DEIXA ALGUM TEMPO NO HIPOCLORITO PARA DESINFECÇÃO

( ) OUTROS _______________________________________________

18. CONSOME OU JÁ CONSUMIU AVES OU CARNES SUÍNAS, BOVINAS OU

CAPRINAS MAL PASSADA OU POUCO COZIDA?

( ) NÃO

( ) SIM

19. CORTA OS LEGUMES COM A MESMA FACA QUE CORTA A CARNE?

( ) SIM, MAS LAVA ANTES DE REUTILIZAR;

( ) SIM, CORTA SEM ANTES LAVAR;

( ) NÃO CORTA COM A MESMA FACA.

20. SEMPRE CONHECE A PROCEDÊNCIA DESSES ALIMENTOS?

( ) SIM . (PRÓPRIO OU DE AÇOUGUE COM PADRÃO DE HIGIENE)

( ) NÃO (MERCADOS PÚBLICOS OU FEIRAS LIVRES)

21. LAVA AS MÃOS ANTES DE PREPARAR OS ALIMENTOS?

( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR

( ) LAVA SEMPRE

( ) NÃO TEM ESSE HÁBITO

22. LAVA AS MÃOS APÓS IR AO BANHEIRO?

( ) SEMPRE LAVA

( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR

( ) QUASE NUNCA LAVA

23. NOS ÚLTIMOS MESES, FEZ ALGUMA VIAGEM?

( ) NÃO

( ) SIM . QUANDO

____________________________________________

24. NESSA VIAGEM, SE ALIMENTOU EM BARES, RESTAURANTES OU

LANCHONETES?

( ) NÃO

( ) SIM

25. FREQUENTA FAZENDAS, SÍTIOS, GRANJAS?

( ) SIM

( ) NÃO

26. APRESENTA HIPERTENSÃO (PRESSÃO ALTA)?

( )NÃO

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( )SIM, HÁ QUANTO TEMPO_____________________________

27. COMO VOCÊ CLASSIFICA SEU CONSUMO DIÁRIO DE SAL NA ALIMENTAÇÃO?

( ) ALTO

( ) MÉDIO

( ) BAIXO

28. APRESENTA HISTÓRICO DE ECLAMPSIA EM GESTAÇÕES PASSADAS?

( ) SIM. QUANTAS __________________

( ) NÃO

( ) NÃO SABE.

29. TEM HISTÓRICO DE PROBLEMAS RENAIS?

( ) SIM

( ) NÃO.

30. FAZ USO DE ALGUM MEDICAMENTO?

( ) SIM. QUAL(IS) _____________________

( ) NÃO.

31. PRESSÃO ARTERIAL NO DIA:

SISTÓLICA: ______

DIASTÓLICA: ______

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Anexo E - Esquema terapêutico para pacientes com possibilidade de toxoplasmose fase aguda da infecção, adquirida durante a gestação.

Pacientes Tratamento

Em qualquer idade gestacional

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Anexo F - Esquema terapêutico tríplice para gestantes com diagnóstico definitivo ou provável para toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida na gestação.

Pacientes Tratamento

Após a 18ª semana de gestação