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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
CURSO DE BIOMEDICINA
DAYANA CARLA DE OLIVEIRA
SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA
DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO
CICCO
Natal
Novembro/2016
DAYANA CARLA DE OLIVEIRA
SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA
DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO
CICCO
Orientador: Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto
Natal
Novembro/2016
Monografia Apresentada à Coordenação do Curso de Biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA
A Monografia SOROEPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES DA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO elaborada por DAYANA CARLA DE OLIVEIRA e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção do título de BACHAREL EM BIOMEDICINA Natal, 28 de Novembro de 2016 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto, DMP Nome do Orientador (Departamento) Profª. Dra. Cecília Maria de Carvalho Xavier Holanda, DMP Nome do Professor Examinador 1 (Departamento) Profª PhD Vanessa de Paula Soares Rachetti, DBF Nome do Professor Examinador 2 (Departamento)
RESUMO
A Toxoplasmose, zoonose de ampla distribuição geográfica mundial causada pelo parasita intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, quando adquirida pela primeira vez durante a gestação, pode ser transmitida ao concepto por via transplacentária, causando manifestações clínicas no feto de gravidade variada ou resultar, até mesmo, em casos de aborto. A presença de anticorpos IgG anti-T. gondii caracteriza desenvolvimento de memória imunológica pelo hospedeiro e portanto, de infecção prévia pelo parasita. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar a frequência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii, bem como identificar fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose em gestantes atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco, localizada no município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Para tanto, foram colhidas amostras de sangue de 158 pacientes gestantes entre o período de julho de 2015 a agosto de 2016. Para o diagnóstico sorológico das infecções, foi utilizado ELISA convecional e teste de avidez para anticorpos IgG afim de se saber o tempo da infecção pelo parasita, além da aplicação de questionário socioepidemiológico contendo informações sobre possíveis fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose na população estudada.
Palavras-chaves: Toxoplasmose. Toxoplasma gondii. Toxoplasmose congênita. Recém-nascido. Gravidez. Primo-infecção.
I
ABSTRACT
Toxoplasmosis, a zoonosis of a wide geographical distribution worldwide caused by the obligate intracellular parasite Toxoplasma gondii, when first acquired during pregnancy, can be transmitted to the concept via transplacental, causing clinical manifestations in the fetus of varied severity or even result in cases of abortion. The presence of IgG anti-T. gondii antibodies characterizes the development of immunological memory by the host and, therefore, of previous infection by the parasite. The objective of this study was to determine the frequency of antibodies IgG anti-Toxoplasma gondii and identify risk factors associated with occurrence of toxoplasmosis in pregnant women enrolled in Maternidade Escola Januário Cicco, located in the municipality of Natal, state of Rio Grande do Norte, northeast of Brazil. For this, blood samples of 158 patients were collected from pregnant women between the period of july 2016 to august 2016. For diagnosis serological of infections was used ELISA and avidity test for antibodies IgG in order to know the time of parasite infection, besides the application of a socioepidemiological questionnaire containing information about possible risk factors associated with the occurrence of Toxoplasmosis in the study population.
Keywords: Toxoplasmosis. Toxoplasma gondii. Congenital toxoplasmosis. Newborn. Pregnancy. Infection.
II
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Ocorrência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii em
gestantes de diversas localidades do Brasil................................................ 11
Tabela 2 - Incidência da toxoplasmose congênita no Brasil.........................12
III
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição da população entrevistada de acordo com a faixa
etária em que se encontram......................................................................... 20
Gráfico 2 - Distribuição da população de estudo de acordo com a renda per
capita das pacientes..................................................................................... 21
Gráfico 3 - Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo...................................................................................................... 22 Gráfico 4 - Nível de escolaridade da população de estudo......................... 23 Gráfico 5 - Hábito de ingerir legumes e verduras crus em pacientes
soropositivas para o anticorpo IgG anti-T. gondii......................................... 24
Gráfico 6 - Perfil das pacientes entrevistadas quanto a ingestão de carnes
cruas ou mal passadas................................................................................. 25
Gráfico 7 - Perfil das pacientes entrevistadas que relataram possuir contato
direto com o solo.......................................................................................... 25
Gráfico 8 - Presença de gatos na residência x frequência de anticorpos IgG
anti-T. gondii................................................................................................. 27
Gráfico 9 - Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos 28
IV
LISTA DE ANEXOS
Anexo A - Interpretação de resultados e condutas para gestantes com até
16 semanas de gestação............................................................................. 36
Anexo B - Interpretação de resultados e condutas para gestantes a partir
das 16 semanas de gestação...................................................................... 37
Anexo C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TCLE).......................................................................................................... 38
Anexo D - Questionário sócio-epidemiólogico............................................. 40
Anexo E - Esquema terapêutico para pacientes com possibilidade de
toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida durante a gestação........ 44
Anexo F - Esquema terapêutico tríplice para gestantes com diagnóstico
definitivo ou provável para toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida
na gestação.................................................................................................. 45
V
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10
1.1 Aspectos gerais ............................................................................... 10
1.2 Ciclo Biológico ................................................................................. 13
1.3 Transmissão ..................................................................................... 14
1.4 Imunidade ......................................................................................... 15
2 METODOLOGIA ...................................................................................... 16
2.1 Objetivo ............................................................................................ 16
2.2 População......................................................................................... 16
2.3 Coleta das amostras e ensaio imunoenzimático (ELISA) ............. 16
2.4 Teste de avidez ................................................................................ 17
3 RESULTADOS ........................................................................................ 19
4 DISCUSSÃO............................................................................................ 29
5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 32
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 33
GLOSSÁRIO .............................................................................................. 35
ANEXOS ..................................................................................................... 36
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos gerais
Segundo Sroka et. al (2010), cerca de 1/3 da população mundial está infectada
pelo parasita Toxoplasma gondii através da ingestão de água ou alimentos
contaminados e/ou pelo contato com o solo contendo oocistos do protozoário, o
consumo de carnes mal cozidas contendo cistos de T. gondii também é
frequentemente citado como um fator de risco que predispõe a infecção pelo parasito.
Dessa forma, a toxoplasmose é causada pelo parasita intracelular obrigatório,
Toxoplasma gondii, protozoário caracterizado por apresentar ciclo biológico
heteroxênico facultativo, e, portanto, possuir hospedeiro definitivo, geralmente
representado pelos felídeos, no qual ocorre as fases assexuada e sexuada ou
coccidiana, e hospedeiro intermediário, seres humanos e outros homeotermos, no
qual a fase assexuada é desenvolvida (SHEN et al., 2016).
Essa protozoose possui ampla distribuição geográfica mundial, havendo uma
maior prevalência de casos da infecção em regiões de clima quente e úmido, sendo
90% dos casos assintomáticos ou oligossintomáticos (PESSANHA et al., 2011),
caracterizados, portanto, pela ausência de sinais e sintomas ou cursar com o
aparecimento de manifestações clínicas genéricas, com os seguintes sintomas:
quadro febril, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia e eventual rash cutâneo (Dubey
et al., 2012), em pacientes imunocompetentes, o que dificulta o diagnóstico precoce
em casos de primo-infecção durante a gestação, tornando o diagnóstico laboratorial,
que é um procedimento obrigatório em países como França e Áustria, responsável
pela redução da toxoplasmose fetal de 40% a 7%, segundo SPALDING et al. (2003).
O diagnóstico precoce desses casos é uma condição indispensável para a
implantação de tratamento e com isso, reduzir os potenciais efeitos deletérios que
podem ser causados ao feto e a gestação, como abortos, crescimento intrauterino
retardado, prematuridade e acometimento neurológico e oftalmológico.
A doença pode ocorrer por qualquer uma das três formas infectantes do
parasito: os taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos (DUBEY et al., 1998) causando a
toxoplasmose e é transmitida ao feto por via transplacentária quando a primo-infecção
é adquirida durante o período gestacional, havendo um risco geral de infecção fetal
de 40%, sendo este diretamente proporcional ao período gestacional em que a mulher
11
encontra-se, apresentando menor risco do aparecimento de sequelas fetais no
primeiro trimestre da gravidez e maior risco no terceiro trimestre. Além disso, fatores
como virulência da cepa do parasita e capacidade da resposta imune da mãe são
responsáveis por definir a gravidade e o aparecimento das manifestações clínicas.
(MITSUKA- BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO, 2010).
Dessa forma, a realização de pesquisas sorológicas para anticorpos IgG anti-
Toxoplasma gondii em diferentes estados e municípios brasileiros, entre os anos de
1996 a 2007, mostraram os maiores índices de soropositividade para toxoplasmose
em pacientes gestantes nos estados de Mato Grosso do Sul e Recife, havendo uma
soropositividade igual a 91,6% e 74,7%, respectivamente, enquanto os munícipios de
Caxias do Sul e Passo Fundo, ambos pertencentes ao estado do Rio Grande do Sul,
apresentaram os menores índices de soropositividade em gestantes, com 31,0% e
48,5%, respectivamente, como observado abaixo na tabela 1.
Tabela 1. Ocorrência de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii em gestantes de diversas localidades do Brasil.
Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.
12
Segundo a Organização Mundial de Saúde (Torgerson; Mastroiacovo, 2013), a
toxoplasmose apresenta uma incidência anual e mundial de 190.100 casos,
representando, no Brasil, aproximadamente 1,5 casos para cada 1000 nascidos vivos.
De acordo com a tabela 2, a incidência de toxoplasmose congênita varia de 0,3/1.000
recém-nascidos em Ribeirão Preto, São Paulo (Carvalheiro et al., 2005) a 5/1.000 em
Uberlândia, Minas Gerais/MG (Segundo et al., 2004).
Tabela 2. Incidência da toxoplasmose congênita no Brasil.
Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.
Apesar de controversos, diversos trabalhos tem se proposto a definir e
caracterizar os principais fatores de risco que predispõem uma maior prevalência da
infecção na população, dessa forma, Lopes et al. (2009), em estudo realizado com
gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde de Londrina, avaliaram fatores
como idade, renda per capita, grau de escolaridade, presença de gato na residência
e hábito de ingerir verduras e legumes crus e associaram estes à maior chance de
adquirir a toxoplasmose, enquanto que fatores como ingestão de carnes cruas ou mal
passadas e contato com solo não demonstraram esta associação. Estudos de Cook
et al. (2000) em seis grandes centros da Europa (Nápoles, Bruxelas, Lausanne,
Copenhagen, Oslo, Milão), no entanto, relataram ausência de correlação entre o
contato com gatos e uma maior predisposição a aquisição da infecção, enquanto
demonstrou associação estatisticamente significativa entre a maior ocorrência de
casos de Toxoplasmose em pacientes que relataram ingerir carnes cruas ou mal
13
cozidas e possuir contato direto com o solo. Avelino et al. (2008), em estudo realizado
com pacientes gestantes do município de Goiânia, Goiás, demonstrou presença de
correlação entre a presença de gatos na residência e uma maior probabilidade pra
aquisição da infecção apenas entre as entrevistadas que informaram possuir outros
filhos.
1.2 Ciclo Biológico
O desenvolvimento do ciclo biológico tem início quando o hospedeiro
intermediário (mamíferos em geral e aves, geralmente) ingere água e/ou alimentos
contaminados, como carne crua ou mal cozida, leite ou verduras, com oocistos
maduros contendo esporozoítos, os quais migram para o lúmen do tubo
gastrintestinal, atravessam a mucosa intestinal, instalando-se no epitélio intestinal,
sofrendo processo de diferenciação em taquizoítos e intensa multiplicação
intracelular. Posteriormente, após formação do vacúolo parasitóforo, ocorre uma nova
fase de multiplicação destes por um processo de divisão binária (endodiogenia) no
interior de diversos tipos de células nucleadas, dando origem a novos taquizoítos (fase
proliferativa) que irão romper a célula parasitada e atingir a circulação para infectar
novas células (DUBEY 1996). Além disso, alguns parasitos podem evoluir para a
forma cística – bradizoítos, caracterizando a forma crônica da doença, após
desenvolvimento de resposta imune específica. (CINERMMAN 1999).
A presença de taquizoítos livres na circulação sanguínea ou linfática caracteriza
a fase aguda da doença, podendo resultar no aparecimento de sintomas mais ou
menos graves, a depender do grau de imunocompetência do indivíduo, e formação de
resposta imune específica capaz de reduzir a carga parasitária extracelular presente
na circulação sanguínea, linfática e nos órgãos viscerais (SHEN et al., 2016).
A fase sexuada ou coccidiana ocorre nas células epiteliais do intestino delgado
de gatos e de outros felídeos jovens não-imunes após estes ingerirem oocistos
contendo esporozoítos ou outras formas infectantes, como bradizoítos e/ou
taquizoítos, os quais, sofrerão processo de multiplicação por endodiogenia e
merogonia (esquizogonia), dando origem a vários merozoítos, os quais, após
rompimento da célula parasitada, invadirá novas células epiteliais, diferenciando-se,
então, em macro e microgametócitos, formas sexuadas responsáveis por originar o
ovo ou zigoto, após processo de fecundação. Este evoluirá dentro do epitélio
14
intestinal, formando o oocisto imaturo que será liberado para o meio extracelular após
rompimento da célula em alguns dias, alcançando o meio exterior juntamente com as
fezes e sofrendo maturação por processo de esporogonia, podendo manter-se viáveis
por um período de 12 a 18 meses a depender de condições ambientais, como
umidade, temperatura e local sombreado favorável (NEVES, et al., 2011).
1.3 Transmissão
Dada a taxa de soropositividade em adultos variando de 6.1% a 74.5%, em
algumas regiões, mediante a realização de testes sorológicos, segundo Sakikawa,
Makiko et al. (2012), pode-se caracterizar a infecção pelo Toxoplasma gondii como
uma das zoonoses mais difundidas no mundo, havendo uma série de fatores de risco,
como fatores geográficos, climáticos, hábitos alimentares e tipo de trabalho, que
predispõem a maior ou menor prevalência da mesma em diferentes regiões. (Sroka et
al., 2010).
A infecção por T. gondii, segundo Mitsuka-Breganó; Lopes-Móri; Navarro
(2010) pode ocorrer por três vias principais:
Fecal-oral: Ingestão de água e/ou alimentos, como frutas e verduras,
contaminados com oocistos maduros eliminados em conjunto com as fezes de gatos
e felídeos;
Carnivorismo: Ingestão de alimentos de origem animal (caprinos, suíno e
ovinos), como carne crua ou mal cozida, contendo cistos teciduais;
De acordo com Inagaki eSchimer (2009), alguns autores ainda consideram a
transmissão através do leite cru não pasteurizado, principalmente de cabra.
Transmissão vertical: Passagem de taquizoítas, presentes na circulação
materna durante a fase aguda da infecção, para o feto, havendo, segundo NEVES et
al. (2011), um risco de transmissão uterina igual a 59% nos últimos trimestres da
gravidez, podendo resultar na ocorrência de abortos (1º trimestre), coriorretinite,
calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, retardamento psicomotor,
alterações no volume craniano (micro ou macrocefalia), entre outras alterações (2º
trimestre).
15
1.4 Imunidade
A multiplicação e disseminação dos taquizoítos na circulação sanguínea e
linfática, na fase proliferativa, são responsáveis por induzir o desenvolvimento da
resposta imune humoral com formação de anticorpos específicos anti-Toxoplasma
gondii e da resposta imune celular, a fim de reduzir a carga parasitária extracelular
circulante.
Dessa forma, segundo Giannoulis, C. et al. (2008), em um período de 7 a 14
dias após infecção por T. gondii é possível detectar a presença de IgG anti-T. gondii
em testes sorológicos. No entanto, a presença de IgM por ser de curta duração, é
utilizada, geralmente, para direcionar um possível diagnóstico de casos de
toxoplasmose congênita em indivíduos recém-nascidos, devido a sua forma
pentamérica não atravessar a placenta, a presença na circulação fetal indica produção
do anticorpo pelo próprio recém-nascido, porém ainda segundo Giannoulis, C. et al.
(2008), a presença deste não pode ser usada para confirmar casos de infecção aguda
pelo parasita.
A cascata da resposta imune celular é desencadeada quando ocorre a
produção de IL-12 por macrófagos, induzida pela presença de taquizoítas no interior
destes, com posterior ativação de células natural killer (NK) e células T para produção
de IFN-y, o qual atuará em conjunto com o fator de necrose tumoral (TNF), resultando
em uma grande produção de óxido nítrico (NO), afim de causar a morte dos parasitos.
Nesse caso, as células T CD8+ possuem um papel indispensável nos mecanismos de
proteção contra T. gondii. (SOUZA, W. e BELFORT, R. 2014).
Além disso, a evolução da infecção é observada através dos títulos sorológicos
obtidos em testes sorológicos, indicando se a mesma é recente ou pregressa (Anexo
A e B). Dessa forma, segundo MITSUKA- BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO,
(2010) durante o curso infeccioso da toxoplasmose, a presença de anticorpos IgM
anti-T. gondii, marcador sorológico da fase aguda, surge dentro de 5 dias e pode
desaparecer em algumas semanas, meses ou até anos, não sendo, portanto,
necessariamente um indicativo de infecção recente, enquanto o aparecimento de IgG
ocorre em 1 ou 2 semanas, podendo atingir seu pico em 1 a 2 meses. Anticorpos IgA
também podem ser detectados em infecções agudas e em doença congênita,
apresentando, para o diagnóstico desta, maior sensibilidade que IgM.
16
2 METODOLOGIA
2.1 Objetivo
Determinação da frequência de Ac IgG anti-T. gondii em pacientes
gestantes atendidas na MEJC, localizada no município de Natal, Estado
do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.
Identificar fatores de risco associados a ocorrência de Toxoplasmose na
população de estudo.
2.2 População
A pesquisa foi realizada no município de Natal, capital do estado do Rio Grande
do Norte afim de se realizar um estudo de prevalência transversal da população.
Foram coletadas amostras sanguíneas de 158 pacientes gestantes atendidas no
ambulatório da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), no período de junho de
2015 a agosto de 2016.
A participação na pesquisa ocorreu mediante autorização da paciente, por
escrito, em termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) – (Anexo C), seguido
da aplicação de um questionário sócio-epidemiológico (Anexo D), contendo
informações sobre possíveis fatores de risco associados à toxoplasmose congênita, e
da coleta do material para análise.
2.3 Coleta das amostras e ensaio imunoenzimático (ELISA)
Realizou-se a coleta sanguínea das pacientes mediante punção venosa
periférica, utilizando-se seringas descartáveis de 10mL, e antissepsia prévia do local
com álcool a 70%. As amostras foram colocadas em tubos à vácuo sem
anticoagulante com posterior obtenção do soro através da centrifugação da amostra
por 5 minutos à 1500 rpm e estocagem deste, em tubos estéreis de microcentrífuga,
à temperatura de -20°C até a realização da sorologia.
A detecção dos anticorpos anti-T. gondii foi realizada no Laboratório de Malária
e Toxoplasmose (LABMAT), localizado no departamento de Morfologia e Parasitologia
(DMP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo ELISA convencional,
segundo metodologia descrita por Alvarado-Esequiel e colaboradores (2011), afim de
se determinar as frequências da ocorrência de infecções agudas e/ou crônicas por T.
17
gondii. O ensaio imunoenzimático ocorre mediante sensibilização prévia da placa de
96 poços fundo chato (Greiner Bio-One GmbH, Frickenhausen, Germany) com
antígenos de Toxoplasma gondii na concentração de 1ug/mL, devendo-se
acrescentar, por poço, 100uL da solução de antígeno, diluída em coating buffer
(pH=9,6), deixando-se a placa sensibilizada, embrulhada em papel alumínio, overnight
em geladeira (4°C).
No dia seguinte, a solução de antígeno contida nos poços deverá ser
desprezada, seguindo-se as 4 etapas de lavagens da placa com solução de lavagem
(PBS Tween + 0,05% - PBS-T) e a realização do bloqueio dos sítios inespecíficos com
200μL de solução de bloqueio (Leite Molico 2%) (Molico-Nestlé®, Araçatuba, SP,
Brazil) por poço, com posterior incubação por 1h em estufa a 37ºC, sendo esta etapa
seguida por mais 4 lavagens com PBS-T.
Em seguida, é necessário diluir o soro em PBS, na concentração de 1/100,
acrescentando 100uL desta diluição em cada poço da placa, com posterior incubação
por 1h à 37ºC. A placa terá poços para controles positivos, negativos e branco (PBS
no lugar do soro), além dos soros-teste. Ao final da incubação serão realizadas,
novamente, 4 lavagens com PBS-T.
As duas últimas etapas envolvem a adição, em cada poço, de 100uL da solução
contendo o Ac conjugado (Sigma-Aldrich, St.Louis, MO, USA) IgG (1:5.000) ou IgM
(1:500) e a incubação em estufa por 1h, ocorrendo ao fim desse tempo, o descarte da
solução contendo o conjugado e a lavagem 5x da placa com PBS-T. Finalizando-se o
processo, com a adição de 50uL de solução reveladora TMB/poço (Invitrogen-Life
Technologies Gaithersburg, MD, USA), ocorrendo a reação em abrigo da luz por um
período de 10 minutos, devendo esta ser parada com 30μL de H2SO4 diluído em água
destilada (1:20). A leitura ocorrerá em espectrofotômetro no comprimento de onda de
490nm.
2.4 Teste de avidez
O teste de avidez é realizado durante o teste de Elisa afim de se conhecer a
capacidade de ligação dos anticorpos IgG anti-T. gondii produzidos durante a infecção
pelo parasita e dessa forma, determinar o tempo de infecção. A etapa de adição da
solução contendo o anticorpo conjugado é antecedida pelo acréscimo de 100uL de
PBS-T20/Ureia 6M em cada poço por 5 minutos com agitação a temperatura
18
ambiente, após única etapa de lavagem da placa. Decorridos os 5 minutos, proceder
com o descarte da solução contida nos poços e não realizar lavagem adicional. Caso
apenas metade da placa seja utilizada para determinação da avidez de IgG,
acrescentar apenas 100uL de PBS nos demais poços.
Em seguida, realizar a adição de 100uL de PBS em todos os poços e repetir as
etapas de agitação da placa a temperatura ambiente por 5 minutos, descartando a
solução de PBS entre os ciclos e secando a placa ao final do último ciclo de 5 minutos
para proceder com etapa de adição da solução contendo o anticorpo conjugado.
2.5 Análise dos dados
Todos os dados foram analisados em Excel (versão 2013, Microsoft, Brasil) e
pelo software EPI-INFO (Versão 7.0, CDC, USA), de acordo com a subdivisão das
158 pacientes entrevistadas em dois grupos: Soropositivas para o anticorpo anti-T.
gondii e soronegativas para a presença do mesmo anticorpo, com um total de 82 e 76
pacientes, respectivamente.
19
3 RESULTADOS
Foram analisadas amostras de 158 pacientes, em período gestacional,
atendidas na ala ambulatorial da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC),
localizada no município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.
No estudo em questão fatores como idade, renda per capita, grau de
escolaridade, presença de gato na residência, maternidade prévia, hábito de ingerir
verduras e legumes crus, ingestão de carnes cruas ou mal passadas e contato com o
solo, foram observados.
Dessa forma, de acordo com os dados obtidos 75,60% (62/82) das
entrevistadas ganha 1 salário mínimo ou menos (sendo este no valor de R$ 880 no
ano de 2016) e 59,57% (28/47) das pacientes encontra-se em idade entre 25 e 30
anos. (Gráficos 1 e 2)
O nível de escolaridade da população em estudo corresponde a um
percentual de 19,62% (31/82) para mulheres com ensino médio completo, havendo
um total de 51,89% (82/158) pacientes soropositivas para anticorpos anti-T. gondii
(Gráfico 3 e 4).
Não observou-se relação entre a presença de gatos na residência e um maior
risco para obter a infecção (Gráfico 8). Em contrapartida, houve a existência de
correlação entre o hábito de ingerir legumes e verduras crus e um risco maior para
adquirir a infecção pelo parasito se comparada aquelas pacientes que relataram o não
consumo de legumes e verduras crus. (Gráfico 5)
O consumo de carne mal passada e hábitos de jardinagem relatados pelas
pacientes não foram considerados fatores de risco para aquisição da infecção.
(Gráfico 6 e 7)
20
Gráfico 1. Distribuição da população entrevistada de acordo com a faixa etária em que se
encontram.
Idade (anos) Soropositivas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
Soronegativas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
13-18 anos 28,57% (4/14) 13-18 anos 71,42% (10/14)
19-24 anos 42,85% (9/21) 19-24 anos 57,14% (12/21)
25-30 anos 59,57% (28/47) 25-30 anos 42,55% (20/47)
31-36 anos 53,33% (24/45) 31-36 anos 46,66% (21/45)
37-42 anos 53,84% (14/26) 37-42 anos 46,15% (12/26)
43-45 anos 75% (3/4) 43-45 anos 25% (1/4)
Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)
OR = 1.0000 (0.7020 < OR < 1.4245)
21
Gráfico 2. Distribuição da população de estudo de acordo com a renda per capita das
pacientes.
Renda per capita Soropositivas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
Soronegativas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
Até 1 salário 75,60% (62/82) Até 1 salário 77,63% (59/76)
Entre 2 e 3 24,39% (20/82) Entre 2 e 3 19,73% (15/76)
Entre 4 e 5 0% (0/82) Entre 4 e 5 2,63% (2/76)
Acima de 6 0% (0/82) Acima de 6 0% (0/76)
Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)
OR = 1.0000 (0.5965 < OR < 1.6764)
22
Gráfico 3. Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo.
Soroprevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii na população de estudo
IgG positivos IgG negativos Indeterminados Nº total de pacientes
82/158 69/158 7/158 158
23
Gráfico 4. Nível de escolaridade da população de estudo.
Nível de escolaridade Soropositivas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
Soronegativas para anticorpo
IgG anti-T. gondii
Sem escolaridade 0% (0/82) Sem escolaridade 1,31% (1/76)
1º grau incompleto 13,92% (22/82) 1º grau incompleto 32,89% (25/76)
1º grau completo 7,59% (12/82) 1º grau completo 5,26% (4/76)
2º grau incompleto 8,86% (14/82) 2º grau incompleto 19,73% (15/76)
2º grau completo 19,62% (31/82) 2º grau completo 38,15% (29/76)
Ensino superior 1,89% (3/82) Ensino superior 2,63% (2/76)
Total 51,89% (82/158) Total 48,1% (76/158)
OR = 1.0000 (0.6932 < OR < 1.4427)
24
Gráfico 5. Hábito de ingerir verduras e legumes crus em pacientes soropositivas para o anticorpo IgG anti-T. gondii.
Hábito de ingerir verduras e legumes crus
Ingestão 76,82% (63/82)
Não ingestão 23,17% (19/82)
OR = 0.8842 (0.4163 < OR < 1.8779)
25
Gráfico 6. Perfil das pacientes entrevistadas quanto a ingestão de carnes cruas ou mal passadas.
Gráfico 7. Perfil das pacientes entrevistadas que relataram possuir contato direto com o
solo.
26
Carne mal passada1 Hábitos de jardinagem2
Soropositivas para anticorpo IgG
anti-T. gondii
Soropositivas para anticorpo IgG anti-T.
gondii
Ingestão 41,46% (34/82) Praticam 19,51% (16/82)
Não ingestão 58,53 (48/82) Não praticam 80,48% (66/82)
Soronegativas para anticorpo Soronegativas para anticorpos IgG anti-T.
IgG anti-T. gondii gondii
Ingestão 34,21% (26/76) Praticam 22,36% (17/76)
Não Ingestão 65,78% (50/76) Não praticam 77,63% (59/76)
OR1 = 1.3622 (0.7138 < OR < 2.5995) OR2 = 0.8414 (0.3904 < OR < 1.8130)
27
Gráfico 8. Presença de gatos na residência x frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii.
Presença de gatos x frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii
Soropositivas para anticorpo IgG
anti-T. gondii
Soronegativas para anticorpo IgG
anti-T. gondii
51,47% (35/68) 48,52% (33/68)
OR = 1.4586 (0.7476 < OR < 2.8456)
28
Gráfico 9. Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos
Pacientes que relataram ter outros filhos x contato com gatos
Outros filhos 52,94% (54/102)
Presença de gatos 51,47% (35/68)
Outros filhos x presença de gatos
40,74% (22/54)
Ausência de filhos anteriores x presença de gatos
48,18% (13/27)
*Entrevistadas soropositivas para anticorpo IgG anti-T. gondii.
OR = 0.7404 (0.2922 < OR < 1.8762)
29
4 DISCUSSÃO
Segundo Barbosa et al. (2009) em estudos anteriores, o clima tropical da cidade
de Natal, RN, localizada no Nordeste do Brasil, é um fator determinante para a
sobrevivência de oocistos de T. gondii que predispõe uma maior ocorrência de
pacientes com sorologia positiva para o anticorpo IgG anti-T. gondii, observada na
população em estudo com uma porcentagem igual a 51,89% (82/158), esse fator
aliado as baixas condições socioeconômicas representada pelo percentual de 75,60%
(62/82) das pacientes recebendo até 1 salário mínimo e ao hábito de ingerir verduras
ou legumes crus representando cerca de 76,82% (63/82) caracterizaram fatores de
risco que resultaram em maior vulnerabilidade para aquisição da infecção.
Dessa forma, as baixas condições socioeconômicas da população estudada e
consequentemente, o acesso limitado a bens de consumo higienizados
adequadamente, além das condições de moradia e acesso a saneamento básico
precários, predispõem a veiculação de oocistos do parasita, resultando em alta
prevalência na frequência de anticorpos anti-T.gondii nessas pacientes. No entanto,
segundo o autor citado, o Brasil apresenta taxas de soropositividade para anticorpos
anti-T. gondii semelhantes aquelas encontradas em outros países, como França
(71%) e EUA (22,5%), por exemplo, e nesses casos as baixas condições
socioeconômicas e de moradia, assim como o acesso a saneamento básico não são
fatores exclusivos e determinantes para ocorrência da infecção, devendo-se
compreender que múltiplos fatores estão relacionados com o desenvolvimento da
infecção, entre eles, podendo-se destacar os hábitos culturais e alimentares, bem
como o clima local de cada região estudada.
Além disso, o maior número de pacientes apresentando anticorpos específicos
para toxoplasmose possuir idade entre 25 e 45 anos comprova que a infecção é
diretamente proporcional a idade da população, indicando que a mesma é adquirida
ao longo da vida.
No entanto, pode-se observar a ausência de relação significativa entre o grau
de escolaridade observado na população em estudo e maior probabilidade de
ocorrência da infecção, porém, em contrapartida, torna-se importante ressaltar que o
programa educacional da rede pública de ensino com frequência não aborda o tema
30
do presente estudo, podendo justificar a ausência de correlação existente entre o grau
de escolaridade e um maior fator de risco para o desenvolvimento da infecção.
A presença de correlação observada entre a ingestão de verduras e legumes
crus com a maior frequência de anticorpos IgG anti-T.gondii nas pacientes pode ser
explicada pela lavagem dos alimentos com água contaminada antes do consumo ou
pela presença de oocistos maduros no solo onde houve o plantio desses vegetais.
Esses dados já haviam sido observados em estudos realizados por Lopes et al. (2009)
em pacientes gestantes do município de Londrina, Paraná.
A presença de gatos na residência e/ou na vizinhança não predispõe maiores
riscos de contaminação (Gráfico 8), sendo necessário haver contato com outras fontes
infecciosas ou mesmo estar em situação de imunodepressão. Diversos estudos, como
o de Cook et al. (2000) e o de Brisighelli Neto (1998) não encontraram associação
estatisticamente significativa entre a maior probabilidade de soropositividade para
anticorpos específicos anti-T.gondii e a presença de gatos na residência e/ou
vizinhança.
Estudos de Avelino et al. (2004) sugerem que o imunocomprometimento
estabelecido durante o período gestacional para tolerar o feto e as diversas alterações
hormonais surgidas na gravidez podem resultar em maior probabilidade de aquisição
da infecção, resultando em maior frequência de soropositividade para o anticorpo IgG
anti-T. gondii entre mulheres que possuem um ou mais filhos, porém esses dados não
foram observados nos dados analisados, podendo ter ocorrido devido a elevada
discrepância entre o número de amostras analisadas no trabalho citado e o pequeno
número amostral utilizado no presente trabalho. (Gráfico 9)
A ausência de correlação entre o consumo de carnes mal passada e a maior
frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii nas pacientes entrevistadas pode ser
explicada pela baixa virulência das cepas de T. gondii que infecta animais ou estar
relacionado ao congelamento prévio das carnes consumidas, pois sabe-se que o
processo de congelamento a uma temperatura de -20°C por 18 a 24 horas destruiria
os cistos presentes na carne contaminada. Essa ausência de correlação já havia sido
observada em estudo realizado por Ertug et al. (2005) e Avelino et al. (2004).
A ausência de uma maior predisposição a infecção pelo parasita entre as
entrevistadas que exerciam atividades relacionadas a hábitos de jardinagem e que,
31
portanto, possuíam contato direto com o solo, pode ser explicada pelo
desenvolvimento de uma resposta imune adequada e capaz de impedir a instalação
da infecção pelo T. gondii, bem como por fatores como tamanho do inóculo e virulência
da cepa do parasita presente no solo possuir relação direta com o estabelecimento ou
não da infecção, porém trabalhos realizados por Cook et al. (2000) em seis grandes
centros da Europa, demonstraram que fatores como o consumo de carnes cruas ou
mal cozidas, assim como o contato direto com o solo, representava fatores de risco
significativos para uma maior ocorrência da infecção.
Dessa forma, é possível observar que os fatores de risco variam de acordo com
cada país ou mesmo região analisada, havendo a necessidade de se realizar
constantes estudos afim de avaliar o perfil epidemiológico de cada espaço
demográfico e mediante esse conhecimento, definir estratégias preventivas e
terapêuticas para as pacientes gestantes ou em idade reprodutiva.
Além disso, testes complementares como o teste de avidez, realizado em
pacientes em período gestacional que apresenta positividade sorológica para os
anticorpos IgM e IgG anti-T. gondii, por exemplo, se torna útil para detectar casos de
infecção primária adquirida há menos de 4 meses, possibilitando a implantação de
esquema terapêutico, o qual segundo MONTOYA e ROSSO (2005) tem como objetivo
reduzir a incidência e a gravidade da infecção fetal. O esquema inclui espiramicina
nas 21 primeiras semanas, até o término da gestação, em casos onde o feto não está
infectado, e sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico quando há infecção fetal
suspeita ou confirmada até o final da gestação. (Anexo E e F).
Em conclusão, a realização de estudos complementares para observação das
taxas de soroconversão materna e infecção congênita são de extrema importância
nesse cenário, devendo estar aliadas ao conhecimento estatístico da prevalência
regional de toxoplasmose e da implantação de programas preventivos nas unidades
de atendimento que realizam o acompanhamento gestacional.
32
5 CONCLUSÃO
Dessa forma, é possível observar que fatores como idade, renda per capita e
hábito de ingerir verduras e legumes crus se mostraram relevantes no
desenvolvimento e estabelecimento da infecção pelo Toxoplasma gondii na população
estudada, resultando em maior frequência de soropositividades para anticorpos IgG
anti-T. gondii nas amostras analisadas das pacientes que relataram possuir idade
entre 25 a 45 anos, possuir renda mensal até 1 salário mínimo e ingerir verduras e
legumes crus com frequência. Enquanto fatores como presença de gatos na
residência, consumo de carnes cruas ou mal passadas, maternidade prévia e contato
direto com o solo não caracterizaram fatores de risco que resultaram em maior
probabilidade para aquisição da infecção nas entrevistadas. Hábitos culturais,
alimentares, além das condições ambientais e climáticas de cada região são fatores
diretamente relacionados a ocorrência da infecção em maior ou menor prevalência,
resultando em diferentes taxas de soropositividade observadas nas diferentes
populações estudadas.
33
REFERÊNCIAS
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3. BRISIGHELLI NETO A. Prevalência da toxoplasmose em gestantes da cidade de Bragança Paulista: São Paulo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 1998.
4. CARVALHEIRO CG, MUSSI-PINHATA MM, YAMAMOTO AY, et al. Incidence of congenital toxoplasmosis estimated by neonatal screening: relevance of diagnostic confirmation in asymptomatic newborn infants. Epidemiol Infect 1333, 485-491, 2005.
5. CINERMMAN, B, CINERMMAN S. Parasitologia Humana e seus Fundamentos gerais. São Paulo. Ed. Atheneu, 1999.
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8. DUBEY JP, LINDSAY DS, SPEER CA. Structures of Toxoplasma gondii Tachyzoites, Bradyzoites, and Sporozoites and Biology and Development of Tissue Cysts. Clinical Microbiology Reviews. 1998; 11(2):267-299.
9. DUBEY JP. Infectivity and pathogenicity of Toxoplasma gondii oocysts for cats. J Parasitol 82:957-960, 1996.
10. ERTUG S, OKYAY P, TURKMEN M, YUKSEL H. Seroprevalence and risk factors for toxoplasma infection among pregnant women in Aydin province, Turkey. BMC Public Health. 2005;5:66.
11. GIANNOULIS, C., ZOURNATZI, B., GIOMISI, A., DIZA, E., & TZAFETTAS, I. (2008). Toxoplasmosis during pregnancy: a case report and review of the literature. Hippokratia, 12(3), 139–143.
12. INAGAKI, A.D.M.; SCHIMER, J. Toxoplasmose na gestação. Revista Científica de enfermagem, v. 7, n. 22, 2009.
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14. MITSUKA-BREGANÓ, R.;LOPES-MÓRI,F.M.; NAVARRO, I.T. Toxoplasmose Adquirida na Gestação e Congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas. Londrina: EDUEL, 2010.
15. MONTOYA JG & ROSSO F. Diagnosis and management of Toxoplasmosis. Clin Perinatol 32: 705-726, 2005.
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34
18. SAKIKAWA M, NODA S, HANAOKA M, et al. Anti-Toxoplasma Antibody Prevalence, Primary Infection Rate, and Risk Factors in a Study of Toxoplasmosis in 4,466 Pregnant Women in Japan. Clinical and Vaccine Immunology : CVI. 2012;19(3):365-367. doi:10.1128/CVI.05486-11.
19. SEGUNDO GRS, SILVA DAO, MINEO JR, et al. A Comparative Study of Congenital Toxoplasmosis between Public and Private Hospitals from Uberlândia, MG, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 99:13-17, 2004.
20. SHEN, BANG, YUAN YUAN, JIANXI CHENG, MING PAN, NINGBO XIA, WEICHAO ZHANG, YIFAN WANG, YANGIN ZHOU, & JUNLONG ZHAO. "Activation of chronic toxoplasmosis by transportation stress in a mouse model." Oncotarget [Online], 5 (2014): n. pag. Web. 30 Nov. 2016.
21. SPALDING, Silvia Maria et al. Estudo prospectivo de gestantes e seus bebês com risco de transmissão de toxoplasmose congênita em município do Rio Grande do Sul. Rev. Soc. Bras. Med, Trop. Uberaba, v. 36, n.4, jul. 2003.
22. SROKA, SUSANN et al. “Prevalence and Risk Factors of Toxoplasmosis among Pregnant Women in Fortaleza, Northeastern Brazil.” The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 83.3 (2010): 528–533. PMC. Web. 25 Oct. 2016.
23. TORGERSON, PAUL R, and PIERPAOLO MASTROIACOVO. “The Global Burden of Congenital Toxoplasmosis: A Systematic Review.” Bulletin of the World Health Organization 91.7 (2013): 501–508. PMC. Web. 25 Oct. 2016.
24. SOUZA, W and BELFORT, R. Toxoplasma e Toxoplasmose congênita. Ed. Fiocruz. 2014.
35
GLOSSÁRIO
Bradizoítos Forma de multiplicação lenta
Coriorretinite Inflamação da coroide e da retina
Endodiogenia Processo de reprodução assexuada responsável
pela produção de esporozoítos
Esporogonia Processo de reprodução assexuada responsável
pela proliferação rápida de taquizoítos
Esporozoítos Formas infectantes do parasita presente no interior
dos oocistos maduros
Hepatoesplenomegalia Aumento de tamanho do fígado e baço
Linfoadenopatia Aumento de tamanho dos linfonodos
Macrogametócitos Forma sexuada feminina do parasita
Merozoítos Forma responsável pela geração de gametas
sexuais
Merogonia Processo de reprodução assexuada responsável
pela produção de merozoítos
Microgametófitos Forma sexuada masculina do parasita
Oocistos Forma infectante do parasita
Rash cutâneo Erupção cutânea de cor vermelha
Taquizoítos Forma proliferativa, móvel e de multiplicação rápida
36
ANEXOS
Anexo A – Fluxograma de diagnóstico e condutas para gestantes com até 16 semanas de gestação
Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.
37
Anexo B - Interpretação de resultados e condutas para gestantes a partir das 16 semanas de gestação
Fonte: Manual de Vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas para Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, Londrina, 2010.
38
Anexo C – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Este é um convite para você participar da pesquisa: “AVALIAÇÃO
IMUNOPARASITOLÓGICA, EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO
GRANDE DO NORTE”, que tem como pesquisador responsável o doutorando Claudio Bruno Silva de
Oliveira devidamente assistido pelo seu orientador Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto.
Esta pesquisa pretende determinar a frequência e fatores de risco associados com a
toxoplasmose congênita, investigando aspectos imunoparasitológicos de modo a contribuir no
conhecimento da doença e assim reduzir os índices de infecção na Maternidade Escola Januário
Cicco, bem como nos munícipios que fazem uso da mesma.
O motivo que nos leva a realizar este estudo está relacionado com o fato da toxoplasmose
congênita ser uma das principais formas da doença, estando relacionada com importantes taxas
de abortos e más formações congênitas e perinatais. Caso você decida participar, você deverá
responder a um questionário (com duração de 5-10 minutos) que apresentará questões gerais e
alguns fatores de riscos relacionados à transmissão da doença. Além disso, você será
submetida a coleta de sangue (5 - 10 mL) para que seja realizado um exame referente ao
diagnóstico da toxoplasmose.
Durante a realização da coleta de sangue a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que
você corre é semelhante àquele sentido em um exame de rotina. Pode acontecer um leve desconforto
que será minimizado por meio da compressão do local e você terá como benefício a avaliação de
um contato prévio com a toxoplasmose, bem como orientações com relação a medidas de
prevenção para esta doença.
No caso de ocorrer qualquer problema, relacionado com a pesquisa, você terá direito a
assistência gratuita que será prestada pela equipe da Maternidade Escola Januário Cicco.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Claudio
Bruno Silva de Oliveira ou Valter Ferreira de Andrade Neto (084) 99699-1353 ou 98832-0018.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo
pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será
indenizado.
39
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Claudio Bruno Silva de Oliveira.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão
coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para
mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “AVALIAÇÃO
IMUNOPARASITOLÓGICA, EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO
GRANDE DO NORTE”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos
e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
Natal, / / .
Assinatura do participante da pesquisa
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “AVALIAÇÃO IMUNOPARASITOLÓGICA,
EPIDEMIOLÓGICA E DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
NA MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO, NATAL, RIO GRANDE DO NORTE”, declaro que
assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos
que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e
confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –
CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, / / .
Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________________
Impressão datiloscópica do
participante
40
Anexo D - Questionário sócio-epidemiólogico
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Nº______
PARTICIPANTE: _________________________________________RG: _______
ENDEREÇO: ____________________________________________________
FONE: ______________________________ PRONTUÁRIO Nº: ___________
DATA:________________________ PERIODO DE GESTAÇÃO:__________
1. IDADE:
( ) 13-18 ANOS ( ) 31-36 ANOS
( ) 19-24 ANOS ( ) 37-42 ANOS
( ) 25-30 ANOS ( )OUTROS_______________________
2. GRAU DE ESCOLARIDADE
( ) SEM ESCOLARIDADE ( ) 1º GRAU INCOMPLETO ( ) 1º GRAU COMPLETO ( ) 2º
GRAU INCOMPLETO ( ) 2º GRAU COMPLETO ( ) SUPERIOR
3. ATIVIDADE PROFISSIONAL _______________________________
4. RENDA FAMILIAR
( ) ATÉ UM SALÁRIO MÍNIMO/MÊS
( ) DE 2 A 3 SALÁRIOS /MÊS
( ) DE 4 A 5 SALÁRIOS/MÊS
( ) ACIMA DE 6 SALÁRIOS /MÊS
( ) OUTROS ____________________________________________
5. CONHECIMENTO DA DOENÇA
( ) DESCONHECE
( ) JÁ OUVIU FALAR MAS NÃO SABE NADA A RESPEITO
( ) SABE ALGO A RESPEITO
6. OUTROS FILHOS
( ) NÃO
( ) SIM . QUANTOS?_______________
7. ALGUM DESSES FILHOS TEM COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS E/OU OCULAR
?
( ) SIM QUAL? _______________________
( ) NÃO
8. HISTÓRIA PRÉVIA DE ABORTO OU MORTE NEONATAL
( ) SIM QUANTOS ? ______________
( ) NÃO
41
9. NA RESIDÊNCIA, POSSUI SANEAMENTO BÁSICO? (ÁGUA TRATADA, COLETA
DE LIXO, SISTEMA DE ESGOTO)
( ) SIM
( ) NÃO. ÁGUA:_______________________________________
ESGOTO: _____________________________________
LIXO: _________________________________________
10. PRESENÇA DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NA CASA E/OU VIZINHANÇA
( ) PRESENÇA DE GATOS
( ) OUTROS ______________________________________
11. CONTATO COM ESSES ANIMAIS
( ) HÁ CONTATO DIRETO COM ESSES ANIMAIS
( ) MORA NA CASA MAS NÃO HÁ CONTATO DIRETO
( ) NÃO HÁ CONTATO DIRETO
12. ESSES ANIMAIS DEPOSITAM DEJETOS NO JARDIM OU TERRAÇO
DA CASA?
( ) NÃO
( ) SIM
13. TEM HÁBITOS DE JARDINAGEM?
( ) NÃO
( ) SIM . USA PROTEÇÃO NAS MÃOS? ___________________
14. NA RESIDÊNCIA, HÁ VEICULOS DE TRANSMISSÃO DE OOCISTOS
(RATOS, BARATAS, MOSCAS)?
( ) NÃO
( ) SIM . QUAL? _______________________________________
15. CONSOME OU JÁ CONSUMIU LEITE DE CABRA OU VACA NÃO
PASTEURIZADO OU NÃO COZIDO?
( ) NÃO
( ) SIM . FREQUÊNCIA:
________________________________________
16. CONSOME VEGETAIS E LEGUMES CRUS?
( ) SIM
( ) NÃO
17. QUAL O PROCESSO DE LAVAGEM DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS
ANTES DO CONSUMO?
( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR
42
( ) LAVA EM ÁGUA CORRENTE
( ) DEIXA ALGUM TEMPO NO HIPOCLORITO PARA DESINFECÇÃO
( ) OUTROS _______________________________________________
18. CONSOME OU JÁ CONSUMIU AVES OU CARNES SUÍNAS, BOVINAS OU
CAPRINAS MAL PASSADA OU POUCO COZIDA?
( ) NÃO
( ) SIM
19. CORTA OS LEGUMES COM A MESMA FACA QUE CORTA A CARNE?
( ) SIM, MAS LAVA ANTES DE REUTILIZAR;
( ) SIM, CORTA SEM ANTES LAVAR;
( ) NÃO CORTA COM A MESMA FACA.
20. SEMPRE CONHECE A PROCEDÊNCIA DESSES ALIMENTOS?
( ) SIM . (PRÓPRIO OU DE AÇOUGUE COM PADRÃO DE HIGIENE)
( ) NÃO (MERCADOS PÚBLICOS OU FEIRAS LIVRES)
21. LAVA AS MÃOS ANTES DE PREPARAR OS ALIMENTOS?
( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR
( ) LAVA SEMPRE
( ) NÃO TEM ESSE HÁBITO
22. LAVA AS MÃOS APÓS IR AO BANHEIRO?
( ) SEMPRE LAVA
( ) AS VEZES ESQUECE DE LAVAR
( ) QUASE NUNCA LAVA
23. NOS ÚLTIMOS MESES, FEZ ALGUMA VIAGEM?
( ) NÃO
( ) SIM . QUANDO
____________________________________________
24. NESSA VIAGEM, SE ALIMENTOU EM BARES, RESTAURANTES OU
LANCHONETES?
( ) NÃO
( ) SIM
25. FREQUENTA FAZENDAS, SÍTIOS, GRANJAS?
( ) SIM
( ) NÃO
26. APRESENTA HIPERTENSÃO (PRESSÃO ALTA)?
( )NÃO
43
( )SIM, HÁ QUANTO TEMPO_____________________________
27. COMO VOCÊ CLASSIFICA SEU CONSUMO DIÁRIO DE SAL NA ALIMENTAÇÃO?
( ) ALTO
( ) MÉDIO
( ) BAIXO
28. APRESENTA HISTÓRICO DE ECLAMPSIA EM GESTAÇÕES PASSADAS?
( ) SIM. QUANTAS __________________
( ) NÃO
( ) NÃO SABE.
29. TEM HISTÓRICO DE PROBLEMAS RENAIS?
( ) SIM
( ) NÃO.
30. FAZ USO DE ALGUM MEDICAMENTO?
( ) SIM. QUAL(IS) _____________________
( ) NÃO.
31. PRESSÃO ARTERIAL NO DIA:
SISTÓLICA: ______
DIASTÓLICA: ______
44
Anexo E - Esquema terapêutico para pacientes com possibilidade de toxoplasmose fase aguda da infecção, adquirida durante a gestação.
Pacientes Tratamento
Em qualquer idade gestacional
45
Anexo F - Esquema terapêutico tríplice para gestantes com diagnóstico definitivo ou provável para toxoplasmose, fase aguda da infecção, adquirida na gestação.
Pacientes Tratamento
Após a 18ª semana de gestação