20
Boletim dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica nº 21 2004 V i d á l i a – Plano de Actividades para 2004 – Plano de Actividades para 2004 – Coastwatch 2003 – Coastwatch 2003 – Escola EB/JI Cecília Meireles – Escola EB/JI Cecília Meireles – Fauna Terrestre – Fauna Terrestre

Vidalia 21

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Vidalia 21

Boletim dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica nº 21 • 2004

V i d á l i a

– Plano de Actividades para 2004– Plano de Actividades para 2004– Coastwatch 2003– Coastwatch 2003– Escola EB/JI Cecília Meireles– Escola EB/JI Cecília Meireles– Fauna Terrestre– Fauna Terrestre

Page 2: Vidalia 21

Vidália 21 2

Sumário

Vidália

Boletim dos Amigos dos Açores– Associação Ecológica

Distribuição gratuita entre os sócios

Os artigos são da responsabilida-de dos autores e não representamobrigatoriamente a posição ofi-cial da Associação.

É permitida a reprodução etranscrição, desde que citada afonte e o autor

ApoioDirecção Regional do Ambiente

Execução Gráfica e ImpressãoEGA

Empresa Gráfica Açoreana, Lda.

ÓRGÃOS SOCIAISPARA 2003-2004

DIRECCAO

PresidenteTeófilo José Soares de Braga

SecretárioFrancisco Manuel Sousa Botelho

TesoureiroMário José Coelho Furtado

VogaisMaria Manuela Borges LivroMaria Judite Barros da Costa

CardosoSuplentes

Lúcia Maria Oliveira VenturaGilberto Manuel Gaspar Cardoso

CONSELHO FISCAL

PresidentePaula Cristina Medeiros Santos

SecretárioEduardo do Jesus Santos

VogalGeorge Robert Eyre Hayes

SuplentesAntónio Onofre Costa Miranda

Soares Vasco Amândio Botelho

ASSEMBLEIA GERAL

PresidenteJoão Carlos Carreiro Nunes

Vice- PresidenteLuís Fernando Miranda Guimarães

SecretárioLuís Filipe Dias Silva

SuplentesMaria do Carmo Melo Moreira

Rodrigo João Medeiros de Sousa

Sede SocialEstá instalada no edifício da Juntade Freguesia do Pico da Pedra,Avenida da Paz, 14. Ali se encon-tram todas as publicações editadase uma biblioteca especializada natemática ambiental. Os interessa-dos poderão visitá-la todos os diasúteis das 8:30h às 12h e das 13h às16h. Aconselha-se a marcação davisita. Contacto: Carla Oliveira,Tel. 296 498 004

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Actividades Realizadas em 2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Plano de Actividades para 2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Escola Cecília MeirelesVisita de Estudo . . . . . . . . . . . . 9

Escola Cecília MeirelesReciclagem de Papel . . . . . . . . 11

Acção de FormaçãoElaboração de Projectosde Percursos Pedestres . . . . . . 12

Fauna Terrestre . . . . . . . . . . . . 13

Fauna Marinha . . . . . . . . . . . . 15

Coastwatch Europe . . . . . . . . . 16

Novos Sócios . . . . . . . . . . . . . . 19

Boletim de Inscrição . . . . . . . . 19

Humor Verde . . . . . . . . . . . . . . 20

www.virtualazores.com/amigosdosacorese-mail: [email protected]

Tel. 296 498 004Fax 296 498 006

Page 3: Vidalia 21

3 Vidália 21

Editorial

A publicação de artigos sobre a problemáti-ca do património natural e construído e a divulga-ção das actividades associativas junto do público edos associados são os objectivos que nos levam aeditar, semestralmente, o boletim Vidália.

Deste boletim número vinte e um constauma síntese do relatório de actividades realizadasno ano transacto, que contemplou um conjunto deprojectos relacionados com a protecção da naturezae com educação ambiental.

Aproveitamos a saída deste primeiro núme-ro de 2004 para apresentarmos o Plano de Activida-des da Associação Ecológica Amigos dos Açorespara o presente ano, que contempla também umconjunto de projectos em várias áreas, já iniciadosem anos anteriores.

Além disso, inserimos, neste número, umartigo sobre uma Acção de Formação sobre “Elabo-ração de Percursos Pedestres”, promovida, já esteano, nos dias 6 e 7 de Março, em Ponta Delgada,pelos Amigos dos Açores com o apoio da SecretariaRegional da Economia, da Federação de Campismoe Montanhismo de Portugal e da Escola B 3 / S dasLaranjeiras.

Será, ainda, apresentado aos leitores umartigo elaborado pela turma do 3º e 4º anos de esco-laridade, da Escola EB / JI Cecília Meireles, da Fajãde Cima, que, tendo como projecto para este anolectivo “Saber estar na Natureza”, contou com o

apoio da Associação Amigos dos Açores na realiza-ção de uma visita de estudo às praias das Melícias edo Pópulo, para observação do local, dos seus pro-blemas de poluição e consequentes perigos.

Achamos também de grande interesse dar aconhecer a Fauna Terrestre dos Açores, nomeada-mente algumas espécies que foram introduzidas noarquipélago e outras que são endémicas.

Nesta Vidália, apresentamos, igualmente,os resultados obtidos, em 2003, em S. Miguel, coma realização do Projecto Coastwatch Europe, pro-jecto que consistiu na caracterização ambiental dazona costeira, após recolha de dados sobre a zona esobre os problemas que a afectam.

Não queremos deixar de chamar a atençãopara a importância deste projecto em termos de pre-servação das áreas sensíveis e de alerta à populaçãopara problemas ambientais da zona costeira e paraa urgência da sua protecção.

Queremos ainda apresentar a todos os asso-ciados e demais leitores uma lista actualizada daspublicações e materiais para venda que a Associa-ção possui.

Por último, alertamos para a importância deconsultar a página da web da Associação, comoforma de obter informação actualizada sobre asactividades que vamos promovendo ao longo doano.

Corália Lopes

Page 4: Vidalia 21

Vidália 21 4

Actividades Realizadas em 2003

O Plano de Actividades para 2003 daAssociação Ecológica AMIGOS DOS AÇO-RES contemplou um conjunto de projectosem várias áreas da protecção da natureza e daeducação ambiental.

Assim, no que diz respeito a edições,foram publicados dois números do boletimVidália, uma brochura sobre o mocho, comuma tiragem de 1500 exemplares e um cader-no escolar sobre as aves de rapina, com umatiragem de 3000 exemplares. Com uma tira-gem total de 7500 exemplares, foram reedita-dos os seguintes roteiros: Salto do Cabrito,Fajã do Calhau, Sanguinho, Furnas e Praia -Lagoa do Fogo. Foi, também, editado umnúmero da folha “Percursos Pedestres”, des-tinada a agentes de turismo. Foi, ainda, edita-do um livro sobre educação científica, umapeça de teatro sobre o sistema solar e, dado ointeresse que tem suscitado e por se encon-trar esgotado, foi reeditado o livro “Paisa-gens Vulcânicas dos Açores”.

A associação esteve presente numEncontro Regional de Eco-escolas, realizadoem Angra do Heroísmo e, em São Jorge, noVI Encontro Regional de Educação Ambien-tal.

Seiscentas e noventa e uma pessoas(691) estiveram presentes nas visitas de estu-do/passeios pedestres organizados pelosAmigos dos Açores. No âmbito do Projecto“caminhar para melhor conhecer e proteger”,percursos pedestres destinados a jovens, onúmero de participantes foi de 471 (quatro-centos e setenta e um).

No que concerne à espeleologia, foifeito o reconhecimento das grutas das Arriba-nas, das Queimadas e das Capelas, bem comofoi concluída a introdução de dados na Basede Dados do Inventário do Património Espe-leológico dos Açores. A associação, também,

participou na Campanha BioespeleológicaPicospel 2003. Além disso, continuou-se apromover ou a guiar visitas de estudo à Grutado Carvão, essencialmente para jovens estu-dantes. O número total de visitantes foi de464 (quatrocentos e sessenta e quatro).

No que respeita ao projecto Lagoasdos Açores, para além da edição de um con-junto de seis painéis sobre as Sete Cidades,realizou-se uma Exposição “Lagoas e Paisa-gens Desconhecidas de São Miguel”

Em cumprimento do estabelecido noProjecto Turismo Suave, foi feito o reconhe-cimento de 8 novos percursos pedestres eapresentadas 4 novas propostas de roteiros erealizaram-se duas sessões: uma para alunosda Escola Antero de Quental intitulada “Ospercursos pedestres e a sua importânciaturístico-ambiental” e outra sobre percursospedestres na Reserva Natural da Lagoa doFogo, na Escola BI de Capelas.

Foram apoiados, através da cedênciade materiais ou acompanhamento de visitasde estudo, etc., 23 estabelecimentos de ensi-no. Entre estes, encontram-se duas escolassecundárias de Portugal continental e cincode outras ilhas

Foi comemorado o Dia Mundial daFloresta, em conjunto com a Escola BásicaIntegrada de Água de Pau, Escola BásicaIntegrada de Rabo de Peixe e Ecoteca daRibeira Grande, com uma visita ao Salto doCabrito e Fajã Redonda. A associação, tam-bém, participou na Sessão Comemorativa doDia da Floresta, promovida pela CâmaraMunicipal da Povoação, através da apresen-tação de duas comunicações.

O Dia da Terra foi comemorado emcolaboração com as Ecotecas da RibeiraGrande e de Ponta Delgada, com a Escola EB2,3 Roberto Ivens e Escola Profissional de

Síntese

Page 5: Vidalia 21

5 Vidália 21

Vila Franca do Campo, através de uma visitade estudo ao Percurso da Energia e de umavisita guiada, pelas jovens do programa Esta-giar- L, à Gruta do Carvão.

O Dia Mundial do Ambiente foi come-morado com um passeio pedestre na ReservaNatural da Lagoa do Fogo.

Em colaboração com a Arena- Agên-cia Regional da Energia da Região Autónomados Açores, realizou-se uma visita de estudopara 40 alunos do 11º Ano e 3 professores àCentral Geotérmica da Ribeira Grande e àCentral Hidroeléctrica da Fajã do Redondo.Na ocasião, foram feitas duas apresentações:uma sobre Energias Renováveis e UtilizaçãoRacional da Energia, a cargo do Director daArena, e outra sobre Geotermia, da responsa-bilidade da Sogeo. Ainda em colaboraçãocom a Arena, realizou-se uma visita de estu-do para 30 alunos e 3 professores da EscolaEB 3/S das Laranjeiras à Central Hidroeléc-trica da Fajã Redonda. Tal como aconteceucom a escola anterior, antes da visita reali-zou-se uma acção de sensibilização sobreEnergias Renováveis e Utilização Racionalda Energia.

Com um número mais alargado departicipantes do que no ano anterior, a asso-ciação coordenou o Projecto Coastwatch nailha de São Miguel.

Na sequência de um Protocolo assina-do com a Secretaria Regional do Ambiente,os Amigos dos Açores responsabilizaram-sepelo funcionamento das Ecotecas da RibeiraGrande e de Ponta Delgada, tendo cedidodiverso material necessário às suas activida-des.

No que diz respeito à ComunicaçãoSocial, foram dadas 16 entrevistas.

Em relação a reuniões com as maisdiversas instituições/entidades, regista-seuma reunião com o Director Regional doAmbiente, uma com a Presidente da Câmarade Ponta Delgada, a propósito da Gruta doCarvão, e uma com a Chefe de Gabinete doSecretário Regional da Economia, a propósi-

to dos roteiros de percursos pedestres de SãoJorge.

A associação promoveu uma visita aoJardim Jácome Correia com um Grupo demadeirenses pertencentes à Associação deAmigos do Parque Ecológico do Funchal euma Conferência intitulada “O Turismo e aValorização do Património Verde - Os Jardinse Quintas do Funchal”, sendo orador o Dr.Raimundo Quintal, daquela associação.

A associação enviou um memorando àCâmara Municipal de Ponta Delgada sobre anecessidade de intervenção urgente na Grutado Carvão e elaborou, a solicitação daquelaautarquia, um parecer sobre a construção deuma bomba de gasolina na Avenida Antero deQuental. Foi, também, enviado à DirecçãoRegional do Ambiente um parecer sobre aproposta de reclassificação do ilhéu de VilaFranca. Por último, foi enviado à AssembleiaLegislativa Regional um parecer sobre a pro-posta de Decreto-Legislativo sobre PercursosPedestres Recomendados.

Page 6: Vidalia 21

Vidália 21 6

gógica sobre o morcego e um livro para crian-ças sobre a vidália, bem como um calendário,para 2005, com espécies endémicas

AVIFAUNA DOS AÇORESCom este projecto, pretende-se dar a conhecere contribuir para a conservação do patrimónioavifaunístico dos Açores. Nesse sentido, a asso-ciação colaborará com outras ONGAS, nomea-damente com a SPEA na divulgação das suas

actividades. Continuar-se-á a reedição e distri-buição de desdobráveis sobre o cagarro e ogarajau e dar-se-á continuidade à iniciativaSOS- Cagarro, nos meses de Outubro eNovembro. Editar-se-á, ainda, um livro, paracrianças, sobre o cagarro.

CONHECER PARA PROTEGERTendo por objectivo principal a verificação “inloco” do estado do ambiente e a recolha de ele-mentos para uma futura elaboração de itinerá-rios de descoberta da natureza e roteiros de per-cursos pedestres, realizar-se-ão 13 passeiospedestres/visitas de estudo. Estas visitas serão

O Plano de Actividades para 2004 da Associação Ecológica AMIGOS DOS AÇORES contempla umconjunto de projectos em várias áreas da protecção da natureza e da educação ambiental, alguns dosquais foram iniciados em anos anteriores.

VIDÁLIAA publicação de artigos sobre a problemáticado património natural e construído e a divulga-ção das actividades associativas junto do públi-co e, em especial, dos associados, são os objec-tivos que nos levam a continuar a editar,semestralmente, o boletim VIDÁLIA.

CONGRESSOS, SEMINÁRIOS,FORMAÇÃOSendo a participação em congressos, seminá-rios e acções de formação na área do ambientefundamental ao desenvolvimento pleno dasnossas actividades, pretende-se garantir a dis-ponibilização de uma verba para fazer face àsdespesas associadas à preparação de eventuaiscomunicações e deslocações. Está prevista,entre outras, a participação no VI EncontroRegional de Educação Ambiental, a realizar nasFlores, bem como no XI Simpósio Internacio-nal de Vulcanoespeleologia que se realiza de 12a 17 de Maio na Madalena do Pico.

INTRODUÇÕES VERSUSENDEMISMOSDesde a época das Descobertas, centenas deespécies de animais e plantas foram introduzi-das nestas ilhas, com os mais diversos objecti-vos (alimentares, medicinais, ornamentais,etc.). Nos Açores, como em praticamente todoo mundo, muitas das espécies introduzidas tor-naram-se, inesperadamente, nocivas, pondo emrisco actividades humanas (por exemplo, aagricultura), ou perturbando profundamente asespécies endémicas. Pretendemos, com o pre-sente projecto, alertar e consciencializar osjovens açorianos para este problema, através dareedição de vários materiais, chamando a aten-ção para o perigo da introdução de espéciesexóticas, bem como editar outros, para divulgarespécies endémicas, como o morcego e a vidá-lia. Está prevista a edição de uma maleta peda-

Plano de Actividades para 2004

Introdução

Page 7: Vidalia 21

7 Vidália 21

complementadas, sempre que possível, com adistribuição, aos órgãos de comunicação sociale aos participantes, de informações sobre oslocais a visitar.

ESPELEOLOGIANo domínio da espeleologia, pretende-se elabo-rar um glossário de termos vulcanoespeleológi-cos e, sempre que possível, fazer novas explora-ções. Continuar-se-á a promover e a acompanharvisitas de estudo à Gruta do Carvão.

PEDESTRIANISMOEm sequência da edição nos anos anteriores devários roteiros de percursos pedestres, preten-de-se proceder à edição de dois novos roteirose à reedição de outros que se venham a esgotar,abrangendo o património histórico, artístico,natural e etnográfico, instrumentos de carácterinterdisciplinar indispensáveis à educação am-biental e úteis ao desenvolvimento de um turis-mo alternativo, mais respeitador do ambiente.Pretende-se, também, no âmbito da colabora-ção com a Secretaria Regional da Economia,preparar textos para novos roteiros, nomeada-mente para a ilha de São Jorge. Está prevista,também, a realização de uma acção de forma-ção sobre “Apresentação de Projectos de Per-cursos Pedestres”

CAMINHAR PARA MELHORCONHECER E PROTEGEREste projecto tem por principais destinatáriosgrupos de jovens de escolas da ilha de S.Miguel, bem como jovens pertencentes a Asso-ciações Juvenis ou a grupos de Jovens ligadosàs Paróquias. São seus objectivos, entre outros,despertar o prazer de apreciar a natureza, sensi-bilizar para a necessidade da sua preservação,fomentar a discussão sobre hábitos saudáveis eproporcionar alternativas de ocupação dostempos livres.

APOIO À ESCOLA-ACÇÕES DESENSIBILIZAÇÃO- ÁGUA E RESÍDUOSEste projecto consistirá de visitas a escolas devários níveis de ensino, onde se realizarãoacções de sensibilização e distribuição de mate-riais editados pelos Amigos dos Açores ou poroutras entidades. Está já prevista a colaboraçãocom as seguintes escolas: EB 3/S da RibeiraGrande, EB3/S das Laranjeiras, EBI/EB2,3Gaspar Frutuoso- Clube de Ambiente/Progra-

ma Eco-Escolas, EBJI da Fajã de Cima, EB2,3Canto da Maia- Programa Eco-Escolas.De entre os temas a tratar, será dado destaqueàs questões relacionadas com a água e com osresíduos, estando prevista a reedição de umdesdobrável sobre a água e alguns materiaissobre resíduos.

COMEMORAÇÕESCom este projecto pretende-se assinalar algu-mas datas importantes no calendário para a pro-tecção da natureza e do ambiente, nomeada-mente os Dias: da Floresta, da Água, da Terra edo Ambiente. Para o Dia da Floresta pretende-se alertar a comunidade em geral, através dosórgãos de comunicação social, para a necessi-dade de se proteger a flora primitiva dos Aço-res. Os Dias da Água e da Terra serão come-morados através da distribuição de umdesdobrável apelando ao consumo racional daágua, de “planos de aulas” destinados a docen-tes, elaborados pela Earth Day Network, e comvisitas de estudo e acções de sensibilização. DoDia do Ambiente constará um alerta a divulgaraos órgãos de comunicação social, chamando aatenção para a situação das Áreas Protegidasdos Açores e uma visita à Reserva Natural daLagoa do Fogo.

ECOTECA DA RIBEIRA GRANDEOs Amigos dos Açores, na sequência de umProtocolo assinado com a Secretaria Regionaldo Ambiente, ficarão responsáveis pelo fun-cionamento da Ecoteca da Ribeira Grande,cuja sede se localiza no Museu Local do Picoda Pedra, colaborando na sua coordenação,assegurando o cumprimento do Plano de Acti-vidades e projectando novas iniciativas. Os Amigos dos Açores compro-metem-se, ainda, a ceder mate-

Con t i nua

Page 8: Vidalia 21

Vidália 21 8

rial técnico e pedagógico, bem como a parti-cipar com os seus especialistas na concretiza-ção de colóquios, actividades de ar livre eoutras actividades propostas no programa daEcoteca e previstas no seu orçamento.

ECOTECA DE PONTA DELGADAOs Amigos dos Açores, na sequência de umProtocolo assinado com a Secretaria Regionaldo Ambiente, ficarão responsáveis pelo fun-cionamento da Ecoteca de Ponta Delgada,cuja sede ficará instalada na Quinta do Priôlo,colaborando na sua coordenação, asseguran-do o cumprimento do Plano de Actividades eprojectando novas iniciativas. Os Amigos dos Açores comprometem-se,ainda, a ceder material técnico e pedagógico,bem como a participar com os seus especia-listas na concretização de colóquios, activida-des de ar livre e outras actividades propostasno programa da Ecoteca e previstas no orça-mento.

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DOSAMIGOS DOS AÇORESPretende-se dinamizar o Centro de Documen-tação dos Amigos dos Açores que possui umabiblioteca onde poderá ser consultada biblio-grafia sobre as seguintes temáticas: meio físi-co (água, ar e solos), actividades humanas,energia, conservação da natureza e resíduos.Ao mesmo tempo, far-se-á uma maior divul-gação do mesmo e proceder-se-á ao seu enri-quecimento, através da aquisição de novasobras e materiais, bem como da assinatura derevistas. O Centro de Documentação que fun-ciona na sede do Museu local do Pico daPedra, Avenida da Paz, 9, está aberto todos osdias das 9 às 12h e das 13 h às 16h. Aconse-lha-se um pré- aviso da visita através doseguinte contacto: Carla Oliveira (telefone-296498004)

ENERGIA: NO POUPAR É QUE ESTÁ OGANHOCom este projecto pretende-se, por um lado,fomentar a utilização racional da energia e,por outro, divulgar e promover as energiasrenováveis, contribuindo assim para melhorara qualidade de vida das pessoas e a qualidadedo ambiente. No presente ano, para além dacolaboração com os projectos escolares,

nomeadamente, com as Escolas EB 2,3 Cantoda Maia e B 3/S das Laranjeiras, pretende-sesensibilizar os habituais participantes nospasseios pedestres promovidos pelos Amigosdos Açores. Da iniciativa constam a divulga-ção de um desdobrável sobre a utilizaçãoracional da energia e a visita a uma centralhidroeléctrica, à Central Geotérmica daRibeira Grande e à Central da Biomassa.

COASTWATCH EUROPETendo como principais objectivos específi-cos: 1- recolher dados sobre as característicasdas zonas de costa e também sobre os princi-pais problemas ambientais que as afectam, 2-elaborar uma base de dados nacional e inter-nacional actualizada (ano a ano) sobre o esta-do do litoral, 3- fornecer aos órgãos de deci-são local, nacional e internacional elementosque contribuam para a gestão sustentada doLitoral, para a recuperação de zonas degrada-das e para a preservação das áreas sensíveis e,4- alertar a população para os problemasambientais da zona costeira e para a urgênciada sua protecção, pretende-se implementar oprojecto na Ilha de São Miguel e se possívelalargá-lo a outras ilhas.Assim, para além do envolvimento do maiornúmero possível de associados, será feito umesforço suplementar no sentido de envolveroutros intervenientes e instituições, com des-taque para as escolas.

VULCÕES E PAISAGENSEm virtude do livro “Paisagens Vulcânicasdos Açores” estar esgotado, e uma vez queesta publicação constitui um importanterecurso de carácter educacional, permitindouma melhor interpretação da nossa paisageme constituindo um importante meio de divul-gação turística da Região, pretende-se reedi-tar aquele livro, com os necessários ajusta-mentos a nível de paginação e revisão deconteúdos.

TURISMO, AMBIENTE E CULTURA Na sequência de um colóquio promovido, emconjunto e a convite do Forum Açoriano, em2002, pretende-se co-editar as comunicaçõesentão apresentadas.

Page 9: Vidalia 21

9 Vidália 21

A nossa turma do 3º e do 4º ano deescolaridade, da Escola Cecília Meireles, quefica na freguesia da Fajã de Cima, em PontaDelgada, tem como projecto para este ano“Saber estar na Natureza”.

Como nós tínhamos interesse em sabermais sobre o Ambiente que nos rodeia, con-tactámos com a Associação Amigos dos Aço-res, que logo se disponibilizou para um dosseus elementos vir à nossa sala de aula expli-car como devemos proteger o Ambiente.

Então, no dia 3 de Dezembro, recebe-

mos a visita de dois elementos da Associação,que nos vieram alertar para os perigos dapoluição. No fim desta visita, ficou o convite

para irmos conhecer o estado de limpeza deduas praias da costa de Ponta Delgada.

Ao chegar o dia 9 de Dezembro, dia danossa visita, saímos da escola pelas 9 horas e

30 minutos, com destino às praias das Melí-cias e do Pópulo.

Quando lá chegamos, observámoscom atenção o local. Tratava-se

Escola Cecília Meireles

Visita de Estudo

Con t i nua

Page 10: Vidalia 21

Vidália 21 10

de uma área habitacional, com arbustos,dunas e rochas. Nesta zona não existiam riosnem ribeiras.

Também observámos que o local atin-gido pela maré alta e a zona atingida pelasmarés vivas, têm, como coberto dominante,areia, canas e rocha.

Depois destas observações, a turmaencontrou alguns animais vivos, como: gaivo-

tas, lagartos, um cão abandonado e um rato; ealguns animais mortos, como: um cagarro,um pardal e um rato.

Por fim, ainda vimos que existiam os

seguintes resíduos sólidos no local:- 13 latas de bebida;- 30 garrafas de vidro;- 92 garrafas de plástico;- alguns sacos de plástico vazios;- 10 recipientes de substâncias peri-

gosas;- 140 argolas de plástico das latas de

bebida;Neste local não encontramos manchasde alcatrão nem de petróleo.Quando chegámos ao fim da nossa

visita de estudo às duas praias, o nosso reló-gio marcava 11 horas e 30 minutos. Eramhoras de voltar à escola.

Nós gostámos do dia 9 de Dezembrode 2003, porque foi um dia diferente e tam-bém porque tivemos a oportunidade deconhecer de perto as condições de limpeza dapraia do Pópulo e das Melícias.

Page 11: Vidalia 21

11 Vidália 21

No dia 16 de Dezembro, entre as 9h30 eas 12h, realizou-se uma sessão prática sobrereciclagem de papel, na escola EBJI CecíliaMeireles da Fajã de Cima, com os alunos daturma D (3º e 4º anos) da professora CarlaMadalena Rosa.

Na véspera da realização do processode reciclagem, foram recolhidos jornais, quedepois de rasgados em tiras muito finas foramcolocados num recipiente a que se juntou águae deixou-se de molho até ao dia seguinte, demodo a que o papel atingisse uma consistênciapastosa.

Na aula do dia seguinte, deu-se, então,início ao processo de reciclagem do papeldemolhado na véspera.

Os alunos, com a ajuda da professora,começaram por triturar muito bem o papel e

depois colocaram-no numa pana de modo afacilitar a utilização do molde. Seguidamente,os alunos juntaram as duas peças do molde,colocando a moldura sem rede por cima damoldura com rede (peneira) de modo a que arede ficasse no meio. Depois, mergulharamverticalmente este conjunto na pasta, rodandolentamente até ficar na horizontal, para que apasta se espalhasse sobre a rede de modo uni-forme.

Feito isto, os alunos retiraram o conjun-to de molduras e a pasta com cuidado e deixa-ram escorrer bem a água.

Retiraram a moldura simples de manei-ra a manter o formato da folha sobre a rede. De

seguida, com muito cuidado, inverteram a redesobre um pano para soltar a pasta.

Colocaram outro pano por cima dapasta e, com a ajuda da professora, passaram,várias vezes, a pasta de papel com o ferro deengomar até secar a pasta.

Os alunos tiveram uma intervençãomuito activa neste processo, tomando consciên-cia da forma como se realiza a reciclagem depapel.

Corália Lopes

Escola Cecília Meireles

Reciclagem de Papel

Page 12: Vidalia 21

Vidália 21 12

Acção de Formação

Elaboração de Projectos de Percursos Pedestres

Com a presença de Joaquim Gonçalvese Dina Leitão, respectivamente técnico e for-madora da Federação de Campismo e Monta-nhismo de Portugal,realizou-se nos passa-dos dias 6 e 7 deMarço, em Ponta Del-gada, uma acção deformação sobre “Ela-boração de Projectosde Percursos Pedes-tres”, promovida pelosAmigos dos Açores,com o apoio da Secre-taria Regional da Eco-nomia, da Federaçãode Campismo e Mon-tanhismo de Portugale da Escola EB 3/Sdas Laranjeiras.

A acção de formação apresentou duascomponentes: uma teórica, onde foram tratadosos temas: Pedestrianismo, Regime Jurídico dos

Percursos Pedestres Classificados da RegiãoAutónoma dos Açores e Elaboração de Projec-tos de Percursos Pedestres, e outra prática, rea-

lizada entre as Calhetas e os Poços, onde, noterreno, foram dadas explicações sobre os con-teúdos ministrados nas sessões teóricas.

Para além de associadosdos Amigos dos Açores,participaram na acção deformação representantesdas seguintes entidades:Escola Profissional daPovoação, Picos de Aven-tura, Associação deJovens “Norte Crescen-te”, Discover the Azores,Kairós, Associação deJuventude de Candeláriae Câmara Municipal deVila do Porto.

TB

Page 13: Vidalia 21

13 Vidália 21

Fauna

FAUNA TERRESTRE

Ao longo do povoamento, além das espéciesnecessárias à agricultura e à pecuária, foram intro-duzidas, intencionalmente ou não, várias espéciesanimais.

• AvesNo que diz respeito às aves, podemos dizer

que passam nos Açores cerca de 200 espécies deaves migratórias. 21 espécies são nidificantes, sendo12 destas subespécies endémicas.

Segundo Luís Silva, entre as 21 espéciesnidificantes nos Açores, provavelmente 6 foramintroduzidas: a perdiz (Alectoris rufa), o pintassilgo(Carduelis carduelis parva), o verdilhão (Carduelischloris aurantiiventris), o canário da terra (Serinuscanaria canaria), o pardal (Passer domesticus) e oestorninho (Sturnus vulgaris vulgaris).

O pintassilgo, o verdilhão e o pardal sãoaves que estão ligadas aos ambientes humanizados enidificam recentemente nos Açores.

Muito abundante no século passado, na parteoriental da ilha de São Miguel, o priôlo (Pyrrhulamurina), a partir de 1950, passou a considerar-seuma espécie rara nos Açores, considerando-semesmo que é uma espécie endémica da ilha de SãoMiguel. Actualmente, está limitada à Reserva Natu-ral do Pico da Vara, sendo mais facilmente observa-

da na Serra da Tronqueira e vale da Ribeira do Gui-lherme.

O priôlo é uma ave de aspecto robusto queexibe coroa negra na cabeça, peito cinzento-amare-lado, penas pretas nas asas e na cauda e bico forte,curto e cónico, de cor preta.

O período reprodutivo desta espécie ocorreentre Junho e Agosto. O ninho é construído numaárvore pela fêmea e é composto principalmente porraízes, ramos finos e musgo. Os ovos são incubadospela fêmea durante 12 a 14 dias e a partir de Julhoos primeiros juvenis, de cabeça castanha, aparecema voar com os adultos.

Alimenta-se, sobretudo, de plantas nativas:sementes da uva-da-serra (Vaccinium cylindra-ceum), da amora (Rubus hochstetterorum), da ginja-do-mato (Prunus lusitanica spp. azorica), dos botõesflorais do azevinho (Ilex perado ssp. azorica) e dosesporângios e folhas jovens de alguns fetos. As plan-tas introduzidas tornaram-se importantes na sua ali-mentação – o Polygonum capitatum (na época dareprodução), a Leicesteria formosa (durante a mudadas penas) e a Clethra arbórea (no Inverno).

A sobrevivência do priôlo está dependenteda preservação do seu habitat - a floresta naturalaçoriana de altitude. Urge por isso controlar as plan-tas exóticas e expandir a floresta endémica de altitu-de, não esquecendo a contribuição que todos nóspodemos dar, evitando colher ou danificar as plantasque fazem parte da dieta alimentar desta espécie.

• MamíferosSão 7 as espécies de mamíferos introduzidas

nos Açores: o ouriço-cacheiro (Erinaceus euro-paeus), o ratinho (Mus musculus), a ratazana (Rattusrattus), o coelho bravo (Oryctolagus cuniculus), adoninha (Mustela nivalis) e o furão (Mustela furo).

A única espécie autóctone e endémica é omorcego (Nyctalus azoreum). O morcego é ummamífero raro que se abriga em fendas estreitas deedifícios e nas rochas. Durante a noite, é possívelobservá-lo nas localidades costeiras, caçando insec-tos que são atraídos pela iluminação pública. Tam-bém é possível observá-lo de dia nas zonas altas dointerior.

O morcego é muito pequeno, atingindocerca de 9 cm de comprimento, e tem a face, as ore-lhas e a membrana alar castanho-escuro. Tem ocorpo coberto de pêlos castanhos muito escuros nodorso e um pouco mais claros no ventre. O pêlo écurto e mais escuro na base do que na extremidade.Este mamífero desloca-se voando e utiliza a mem-brana alar como se fosse uma asa. Essa membrana éuma prega de pele que liga os ossos alongados dosdedos da mão aos lados do corpo, aos membros pos-teriores e à cauda.

No que diz respeito à alimentação, o morce-go caça pequenos insectos em voo. Produz constan-temente ultra-sons que, ao chocarem com um obstá-culo, voltam para trás e são captados pelas orelhas.Assim, um morcego sabe a que distância está a suapresa.

• AnfíbiosOs Açores possuem apenas dois anfíbios, a

rã (Rana perezi) e o tritão de crista (Triturus crista-tus).

A rã está espalhada por todo o arquipélago eterá sido introduzida em São Miguel para com-bater os mosquitos nos primeirosanos do século XIX.

Con t i nua

Page 14: Vidalia 21

Vidália 21 14

Vive em quase todos os tipos de zonas aquá-ticas, com excepção de ribeiros de caudal rápido eem matas fechadas. Durante o dia, as rãs permane-cem na margem, enquanto de noite, especialmentequando há precipitação, mas também quando o graude humidade é grande, empreendem grandes cami-nhos terra adentro. Podem ser observadas nas mar-gens, ricas em vegetação, da Lagoa do Fogo.

O coachar das colónias começa-se a ouvir apartir de Março. Os ovos são depositados nas maisdiversas zonas aquíferas, no geral com vegetaçãosubmersa abundante.

Esta espécie só tem sido ameaçada pela des-truição de pequenas áreas onde se reproduz ou peloenvenenamento pontual.

Quanto ao tritão, a sua presença em SãoMiguel, a única ilha onde pode ser encontrado, datade 1922, podendo ser encontrado por toda a zonacentral da ilha. O tritão de crista é um dos anfíbiosmais ameaçados a nível mundial e, por tal motivo,está protegido por legislação internacional.

Vive em águas paradas, como charcos, tan-ques e ribeiras de corrente lenta, embora possa per-manecer em terra, fora do período de reprodução,em sítios sombrios e húmidos, principalmentedebaixo de pedras e troncos caídos, onde hiberna.

Tem cerca de 15 cm de comprimento (noestado adulto, as fêmeas são maiores que osmachos), tem pele nua, quatro patas (as patas ante-riores têm quatro dedos e as posteriores têm cincodedos), e uma cauda que é musculada e forte. Odorso tem uma coloração pardo-negra, com man-chas mais escuras, o ventre é amarelo-alaranjado,brilhante e com manchas negras.

Em ambiente aquático, no período de repro-dução, o macho desenvolve uma crista dorsal alta edentada. A fêmea tem apenas uma membrana sobrea cauda.

Em terra, desloca-se com o auxílio das patase em meio aquático, utiliza a sua cauda para impul-sionar-se na água .

Alimenta-se de larvas de insectos aquáticose também de lesmas, minhocas, aranhas e pequenoscaracóis. No entanto, enquanto larva, o tritão ali-menta-se de pequenos crustáceos aquáticos queestão em suspensão na água.

Na época da reprodução (na Primavera), otritão regressa ao meio aquático onde nasceu e iniciaa parada nupcial que consiste numa dança mais oumenos complicada, onde o macho se exibe para afêmea abanando a cauda.

Após a fecundação interna, dias mais tarde,a fêmea deposita os ovos nas algas filamentosas enas plantas aquáticas.

Quinze dias mais tarde, nascem as larvasque medem 1 cm e apresentam brânquias externas.Mais tarde, já no Verão, perdem as brânquias emedem já 7 cm. Nessa altura, abandonam a água eabrigam-se, como os adultos, debaixo de pedras,troncos caídos e musgos. Atinge a maturidade aosdois anos.

• RépteisNo nosso arquipélago, apenas existe um rép-

til – a lagartixa (Lacerta duguesii). Esta lagartixa foiprovavelmente introduzida em 1860 e é muitocomum nos depósitos de lava costeiros e nas praiasde calhau rolado.

• PeixesA fauna ictiológica das águas doces dos

Açores era muito reduzida. Era abundante o peixevermelho (Carassius auratus) e também se encon-travam duas espécies de carpa (Cyprinus carpio eCyprinus rex cyprinorum). Introduzidos pelohomem, estes ciprinídeos vivem e propagam-se naslagoas e em tanques.

A fauna piscícola de água doce foi, noentanto, progressivamente enriquecida com a intro-dução de algumas espécies como a truta (Salmogairdneri), o lúcio (Esox lucius), o sandre (Stizoste-dion luciperca), a perca (Perca fluviatilis), etc.

• InsectosEntre os insectos, estão presentes 150 espé-

cies de Lepidópteros e 524 espécies de Coleópteros,das quais 61 são endémicas. Em relação aos Formi-cidae, a quase totalidade das 12 espécies terá sidointroduzida acidentalmente, transportadas, a partirde Portugal continental e da ilha da Madeira, emconjunto com o material vegetal.

A abelha (Apis mellifera) é referida desde oséculo XVI, associada à produção de mel. Este poli-nizador generalista encontra-se nas ilhas, pelomenos desde o início do povoamento, pelo que está,desde então, disponível para a polonização das plan-tas, quer autóctones, quer introduzidas.

O escaravelho japonês (Popollia japonica)foi introduzido na ilha Terceira no início dos anossetenta, ou mesmo no final da década de sessenta, apartir dos Estados Unidos, tendo sido declarada umapraga de quarentena.

• Moluscos Ao nível dos moluscos, a Lymnaea trunca-

tula foi detectada pela primeira vez em São Miguelem 1975, constituindo um hospedeiro intermediárioda Fasciola hepatica.

Síntese elaborada por:Corália Lopes / Eulália Brum / Maria Teixeira

Page 15: Vidalia 21

15 Vidália 21

INTRODUÇÃO

O “Coastwatch Europe” é um projecto deâmbito europeu que consiste na caracterizaçãoambiental da faixa costeira, através do preenchi-mento de um questionário por cada troço de 500 m,em blocos de 5 km.

Este projecto surgiu na Irlanda em 1988 e érealizado, simultaneamente, por vários países euro-peus na época pós-balnear.

Os objectivos gerais visam contribuir para aimplantação da Agenda 21 “Pensar global/agirlocal”; promover a educação ambiental; praticarhábitos sadios de convívio e de utilização dos tem-pos livres e fomentar o pedestrianismo.

Os objectivos específicos do projecto con-sistem na recolha de dados sobre as característicasdas zonas de costa e sobre os principais problemasambientais que as afectam; na elaboração de umabase de dados nacional e internacional actualizada,ano a ano, sobre o estado do litoral; no fornecimen-to, aos órgãos de decisão local, nacional e interna-cional, de elementos que contribuam para a gestãosustentada do Litoral, para a recuperação de zonasdegradadas e para a preservação das áreas sensíveis,e em alertar a população para os problemas ambien-tais da zona costeira e para a urgência da sua pro-tecção.

No ano de 2003, o projecto “CoastwatchEurope” foi implementado na ilha de S. Miguel soba coordenação dos Amigos dos Açores. Como enti-dades participantes, destaca-se a presença de oitoescolas, a saber: Escola Profissional da Povoação,Escola Básica 2,3 Gaspar Frutuoso, Escola Básica3/S da Ribeira Grande, Escola Básica Integrada deLagoa, Escola Básica 2/3 Roberto Ivens, EscolaBásica 2,3 Canto da Maia, Escola Básica Integrada

dos Arrifes e Escola EB JI Cecília Meireles. Salien-ta-se ainda a colaboração prestada por vários profes-sores, nomeadamente: Corália Lopes, Eulália Brum,Maria Teixeira, João Lima, Miguel Sousa, TeófiloBraga, Mário Furtado, Lúcia Ventura, Paula Tavares,Carla Rosa, Luís Noronha Botelho, Luís Guimarães,Jorge Torres, Marisa Toste, Ana Paula Alves, SérgioFreitas e Ricardo Correia.

RESULTADOS

A partir da análise dos oitenta e dois inquéri-tos, obteve-se um conjunto de dados que, de seguida,estão tratados e representados graficamente.

1. Inquéritos por concelhoDos vários concelhos da ilha de S. Miguel,

aquele em que a linha de costa foi mais percorridafoi o da Ribeira Grande, seguindo-se o da Lagoa.

No que respeita à área coberta por concelho,verifica-se que nenhum dos concelhos foi analisadopor completo. O concelho de Ponta Delgada foi omais inquirido, seguindo-se o de Ribeira Grande.No entanto, o concelho da Lagoa foi o único quealcançou, relativamente à sua área total, cerca de50% de unidades inquiridas.

2. Caracterização das entradas do mar eda área em torno do seu términos

As entradas líquidas no meio marinho sãomaioritariamente canos ou tubos (54%). As valas dedrenagem ocorreram em apenas 4% das entradas.

A maioria das entradas é de pequena dimen-são, verificando-se apenas 10% de entradas comgrandes dimensões.

Coastwatch Europe

Con t i nua

Page 16: Vidalia 21

Vidália 21 16

3. Animais encontrados na unidade anali-sada

Em cinquenta e seis unidades foram encon-trados animais. A grande maioria dos animaisencontrados vivos foi aves marinhas, seguindo-seoutros (essencialmente pombos da rocha), crustá-ceos e peixes. Foram encontrados também 19 ani-mais mortos, sendo a sua maioria aves.

4. Objectos de grandes dimensões encon-trados na zona supratidal e/ou intertidal

Das oitenta e duas unidades estudadas, emquarenta e três foram encontrados objectos degrandes dimensões, verificando-se uma maior pre-sença de materiais de construção e lixo domésticoem sacos ou amontoados.

5. Quantidade de resíduos encontrados Encontrou-se com maior frequência garra-

fas de bebidas em plástico e sacos de plástico paracompras. No entanto, foram encontradas 24 unida-des sem a presença de resíduos, nomeadamente nosconcelhos da Ribeira Grande, de Ponta Delgada, daPovoação e da Lagoa.

6. Categorias de lixo ou poluição encon-tradas nas zonas supratidal e intertidal

Quer nas zonas supratidais, quer nas zonasintertidais, foram encontrados, em maior quantidade,papel, cartão e/ou madeira, tendo-se verificado umamaior ocorrência destes na zona supratidal. Com per-centagens significativas encontram-se os aparelhos depesca em plástico e latas, tendo sido encontradas, noentanto, cerca de vinte e cinco unidades limpas.

Page 17: Vidalia 21

DISCUSSÃOPerante a análise dos dados obtidos relativos

às oitenta e duas unidades observadas, verificou-se quepersistem alguns dos problemas observados aquandodo Coastwatch do ano anterior (2002).

Assim sendo, verificou-se que a maioria dasáreas analisadas é acessível a pé, e que a principal uti-lização da zona interior contígua é habitacional. Taisfactos serão certamente agravantes para os problemasambientais observados em ambos os anos.

Relativamente às entradas do mar e da área emtorno do seu términos, verificou-se a presença de 51entradas, principalmente por canos ou tubos, ao con-trário do ano passado, em que se verificava maiorocorrência de ribeiras. Em ambos os anos, a dimensãodas entradas era predominantemente pequena e eranotável a existência de esgotos, mau cheiro e despejode lixo. Por sua vez, a referência a peixes mortos eóleo ou derivados de petróleo é nula.

Quanto aos nitratos, apenas foram testadascinco entradas, verificando-se em duas delas 50 mg/lde NO3 e noutra 10 mg/l de NO3. Contrariamente, noano anterior, das entradas testadas, em seis não foidetectada a presença de nitratos e uma das entradasregistou um valor de 100 mg/l de NO3.

Em relação à concentração anormalmente ele-vada de micro-algas na superfície intertidal, notou-seque em ambos os anos a sua existência é desconheci-da pela maioria dos participantes e apenas uma peque-na percentagem tem conhecimento desta ocorrência.

Relativamente aos animais encontrados, emambos os anos observou-se um grande número de avesmarinhas vivas, entre outros animais. Em relação aos

17 Vidália 21

animais mortos, nos dois anos foi também observadoum grande número de aves marinhas mortas e de crus-táceos.

O factor mais preocupante foi, tal como noano transacto, o lixo e poluição nas várias zonas dacosta. Assim, em ambos os anos, cerca de 50% dasunidades analisadas apresentavam objectos de grandesdimensões (principalmente materiais de construção elixo doméstico em sacos ou amontoados), e cerca de70% das unidades apresentavam resíduos (garrafas debebidas em plástico e sacos de plástico para compras).

Estabelecendo a comparação entre as catego-rias de lixo ou poluição encontradas nas zonas supra-tidal e intertidal, verificou-se que em ambas as zonashá uma maior ocorrência de papel, cartão e/ou madei-ra, divergindo do ano passado, em que se verificouuma maior ocorrência de plásticos e recipientes deplástico duro.

Relativamente à frequência de incidentes depoluição por esgotos, verificou-se, ao contrário do anoanterior, que esta era habitual na maioria das unidades.

Constatou-se que, em uma grande percenta-gem das unidades analisadas (35%), não se verifica-ram alterações significativas na sua aparência devido acondições meteorológicas, tal como ocorreu no anotransacto.

Relativamente à limpeza das unidades analisa-das, cerca de 30% apresenta risco efectivo ou ameaçaiminente (tal como no ano anterior), sendo os mais fre-quentes a erosão marítima e a poluição por esgotos.

No que respeita à existência de construções naárea em análise, registou-se uma diminuição das mes-mas do ano passado para este ano, de 18 para 9 cons-

truções.Relativamente à

ocorrência de petróleo ouderivados, observou-setambém uma diminuição,tendo sido observada esteano em apenas uma uni-dade, contrariamente aoano anterior, em que foiobservada em 15 unida-des.

Síntese elaborada por:Corália LopesEulália Brum

Maria Teixeira

Page 18: Vidalia 21

LIVROS Associados Não Assoc. Nº ValorGrutas, Algares e Vulcões 5,00 7,50Lagoas e Lagoeiros da Ilha de São Miguel 7,50 12,50Paisagens Vulcânicas dos Açores 5,00 8,00Borboletas Nocturnas dos Açores Grátis 2,50Moinhos da Ribeira Grande Grátis 2,50Parque Natural Reg. Plataforma Costeira das Lajes do Pico Grátis 2,50Cavidades Vulcânicas dos Açores Grátis 2,50Orientação Grátis 1,00BROCHURASPercurso Pedestre da Ribeirinha Grátis 1,50Percurso Pedestre do Salto do Cabrito Grátis 1,50Percurso Pedestre da Serra Devassa Grátis 1,50Percurso Pedestre do Pico da Vela Grátis 1,50Percurso Pedestre das Três Lagoas Grátis 1,50Percurso Pedestre Praia – Lagoa do Fogo Grátis 1,50Percurso Pedestre Pinhal da Paz Grátis 1,50Percurso Pedestre do Sanguinho Grátis 1,50Percurso Pedestre das Sete Cidades Grátis 1,50Percurso Pedestre das Quatro Fábricas da Luz Grátis 1,50Percurso Pedestre da Ponta da Madrugada Grátis 1,50Percurso Pedestre da Fajã do Calhau Grátis 1,50Percurso Pedestre das Furnas Grátis 1,50Percurso Pedestre de Santa Bárbara Grátis 1,50OUTROS MATERIAISBonés "Amigos dos Açores" 2,00 3,00T-Shirt "Salvemos o Pombo Torcaz" 3,00 4,00T-Shirt "Golfinhos" 4,00 5,00T-Shirt "Amigos dos Açores" 5,00 6,00Casacos para Protecção da Chuva 10,00 11,00Sweat-Shirt "Amigos dos Açores" 12,50 13,00

Vidália 21 18

Publicações e Materiais para Venda

Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2

AMIGOS DOS AÇORES- Avenida da Paz,14 9600-053 PICO DA PEDRATelefones - 296 498 004 / 296 498 774 Fax - 296 498 006 E-mail - [email protected]

Formulário de Encomenda

Por favor envie as quantidades acima assinaladas para o endereço:

Nome

Rua e nº

Código Postal

Page 19: Vidalia 21

19 Vidália 21

Novos Sócios

BOLETIM DE INSCRIÇÃO

Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso-ciação regional de defesa do ambiente, inde-pendente do poder político-económico e aparti-dária, que vem, desde 1985, trabalhandoininterruptamente a favor da conservação damaior riqueza dos Açores: o seu patrimónionatural.Mas uma associação como esta, para desempe-nhar ainda melhor o seu papel, tem de conti-nuar a aumentar a sua principal base de apoio:os seus associados.

Porque é fundamental contribuir para a garantiada existência de uma voz independente e firmena defesa do ambiente nos Açores, vimos con-vidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, paratal basta preencher a ficha que junto enviamose devolvê-la para:

AMIGOS DOS AÇORESAvenida da Paz, 14

9600-053 PICO DA PEDRA

SÓCIO N.º _______Quota anual (mínimo 10 )_________,____ Donativo anual ________,____

NOME _____________________________________________________________________________

MORADA __________________________________________________________________________

LOCALIDADE______________________________CÓDIGO POSTAL ________________________

TELEFONE_____________________ E-MAIL ____________________________________________

PROFISSÃO ____________________________________ DATA DE NASCIMENTO ____/____/____

N.º DO B. IDENTIDADE____________________ N.º DE CONTRIBUINTE ___________________

TIPO DE COLABORAÇÃO____________________________________________________________

PARTICIPAÇÃO NOS PASSEIOS PEDESTRES: SIM________ NÃ0________

DATA____/____/____ ASSINATURA____________________________________________________

AO BANCO _________________________________

Agência de _______________________________

_________________, ___ de ___________ de ______

Exmos.Senhores,

Por débito na minha conta com o NIB _______________________________ nesse Banco,solicito que transfiram para crédito da conta dos AMIGOS DOS AÇORES com o NIB001200009399438830116 (Agência de Ponta Delgada do BANCO COMERCIAL DOSAÇORES), a importância de ___________ , ____ , no primeiro dia útil de _________________de cada ano, até instruções minhas em contrário. Agradeço ainda que, ao efectuarem astransferências, indiquem sempre o nome completo e morada do ordenante. Esta ordem anulatodas as eventuais anteriores.

De V.Exas.Muito Atentamente

_________________________________(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)

(quota anual + donativo)

• A associação passará recibo dos donativos, os quais poderão ser deduzidos à colecta do ano para efeitos de IRS ou IRC.

Page 20: Vidalia 21

HUMOR VERDE