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ESTUDO SOBRE OS PROCESSOS DE PRÉ-ABATE DE BOVINOS EM MATADOURO - FRIGORÍFICO DE UBERLÂNDIA-MG, VISANDO O BEM

ESTAR ANIMAL. TÂMARA DUARTE BORGES1 ; LAERTE PEREIRA DE ALMEIDA2 Resumo O conceito de bem-estar animal pode ser aplicado aos animais que sofreram interferência do homem em suas vidas. Para que se possa desenvolver tal relação, o homem necessita conhecer e respeitar a fisiologia destes animais, levando em conta o conjunto de três fatores: o orgânico, o emocional e o comportamental. Tendo como premissa as normas de bem-estar animal, realizou-se o acompanhamento do manejo de bovinos durante o período de pré-abate, por meio de cinco observações em um frigorífico de inspeção federal de Uberlândia – MG. Neste estudo foi analisado o comportamento do homem e os problemas estruturais que dificultam a permanência e movimentação destes animais dentro do estabelecimento, confrontando a situação estudada com as normas de bem-estar animal. Constatou-se que os problemas identificados nas atividades de manejo e instalações podem ser facilmente solucionados com realização de cursos, treinamento e educação continuada para os funcionários da área de pré-abate e adequação do layout das infra -estruturas existentes, de forma que o animal se comporte de maneira natural, ou seja, necessitando o mínimo possível da interferência do homem. Palavras-chave: Bem-estar animal, abate de bovinos, saúde pública. Abstract The conception of animal welfare can be aplicated to animals that had suffered human interference in their lives. To development this relanshionship, the man needs to respect and know the physiology about the animals, observing three factors: the organic, emotional and the behavior. Based on the norms of animals welfare, was realized an attendance about bovines management during a period of pre – discount, was used five observations in a federal inspection frigorific, in Uberlândia –MG. In this study was analyzed human behavior and all structural problems that difficulties the permanence and the movement about these animals inside this establishment, confronting the studied situations with the rules of animals welfare. Although, was certified that the problems identified in the management activities and in the installations can be resolved realizing some courses, training and an intensive educational program to all servants that works in pre – discount area, and adjusting the plant layout, objectifying that animals have a natural behavior, so it means, less human interference. Key-words: Animal welfare, bovine discount, health public, 1-Estudante de Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Av. Pará, 1720 Bloco 2T – Campus Umuarama. 38400-902. E-mail: [email protected] 2- Docente da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia

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Introdução

Atualmente, o bem-estar animal é uma

área em expansão que produz e divulga

informação sobre a biologia dos

animais, notadamente, sobre suas

capacidades de percepção, aptidões

mentais, necessidades, preferências e

respostas comportamentais que estes

animais têm perante determinadas

formas de tratamento (MENDEL,

1998).

O conceito de bem-estar animal está

relacionado com a capacidade que o

animal tem de ir se ajustando ao meio

em que se encontra. Essa definição não

tem sido isenta de controvérsias. O

temo é definido de diferentes maneiras,

de acordo com a forma como a questão

é abordada. Há quem considere que o

mais importante é o funcionamento

orgânico, outros acham que o estado

emocional e os sentimentos e outros,

ainda, que é fundamental que o animal

possa comportar-se de forma natural.

No entanto, quando se aborda,

exclusivamente, um destes pontos de

vista, corre-se o risco de não se fazer

uma avaliação completa da situação.

Assim, de uma forma geral, o bem-estar

animal pode ser compreendido como o

estado do animal enquanto tenta

adaptar-se a um determinado ambiente

(BROOM, 1986, apud FRASER;

BROOM, 1990), devendo-se, no

entanto, ter em conta o conjunto dos três

conceitos: o orgânico, o emocional e o

comportamental em questão

(APPLEBY, 1999).

Devido às controvérsias existentes sobre

o assunto a Royal Society for

Prevention of Cruelty over Animals

(RSPCA, 1994), uma instituição do

Reino unido, criou os padrões de bem-

estar que se baseiam em cinco

“liberdades” que todos os animais

domésticos têm direito, e assim devem

estar:

1) Livres de Medo e Estresse:

Todos indivíduos que trabalham com

animais devem compreender os

princípios básicos do comportamento

animal, para evitar o estresse destes

animais, em particular quando são

deslocados, carregados ou

descarregados. Misturar animais de

grupos sociais, idades e sexos diferentes

pode também ser um causa de estresse e

até originar ferimentos.

2) Livres de Dor, Ferimentos e Doença:

Os animais devem ser protegidos de

ferimentos e de elementos que lhes

possam causar dor ou doença. O

ambiente em que vivem deve ser bem

gerido para promover uma boa saúde e

receber pronta atenção veterinária

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sempre que necessário. Os padrões

exigem, ainda, que todas as explorações

animais tenham um Plano de saúde

Veterinária.

3) Livres de Fome e de Sede:

A alimentação deve ser suficiente,

apropriada e segura. Empurrões e

competição durante as refeições podem

ser minimizados providenciando espaço

suficiente para cada animal comer e

beber. Os animais devem ter acesso

permanentemente à água de boa

qualidade.

4) Livres de Desconfortos:

Devem ter uma área de cama limpa,

seca, confortável e muito espaço para se

movimentarem, assim como área

coberta para se protegerem das

condições climáticas. Os padrões da

RSPCA estipulam dimensões de espaço

para assegurar que todos os animais

tenham espaço adequado para se

deitarem confortavelmente, se

limparem, e se levantar e deitar

facilmente. O ambiente em que vivem

deve levar em consideração as

necessidades de bem-estar dos animais

e ser projetado para protegê-los de

desconforto físico e térmico.

5) Livres para expressar um

comportamento normal:

Deve-lhes ser dado espaço suficiente,

instalações limpas e a companhia de

animais da sua própria espécie. Por

exemplo: as marrãs quando gestantes

gostam de fazer ninhos para suas crias,

por isso devemos deixar camas

disponíveis para esses animais. Essa

cama também irá enriquecer o

ambiente, proporcionar um local

adequado para esses animais, explorar,

fuçar, brincar e deitar.

A primeira lei Brasileira, em que se

mostrava o cuidado com o bem estar

animal, foi criada em 10 de julho de

1934 e estabelecia medida de proteção

aos animais e, pela primeira vez, o

Estado reconhecia como tutelados todos

os animais existentes no País (Art. 1º).

Em seu artigo 3º, essa lei considera

como maus tratos as seguintes condutas:

-Praticar ato de abuso ou crueldade em

qualquer animal.

-Manter animais em lugares anti-

higiênicos ou que lhes impeçam a

respiração, o movimento ou descanso,

ou os privem de ar ou luz.

-Obrigar os animais a trabalhos

excessivos ou superiores as suas forças

e a todo o ato que resulte em sofrimento

para deles obter esforços que,

razoavelmente, não se lhe possam exigir

senão com castigo.

-Golpear, ferir ou mutilar

voluntariamente, qualquer órgão ou

tecido de economia, exceto a castração,

só para animais domésticos, ou

operações outras praticadas em

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benefício exclusivo do animal e as

exigidas para defesa do homem, ou no

interesse da ciência.

-Abandonar animal doente, ferido,

extenuado ou mutilado, bem como

deixar de ministrar-lhes tudo o que

humanitariamente se lhe possa prover,

inclusive assistência veterinária.

-Dar morte rápida, livre de sofrimentos

prolongados, a todo animal cujo

extermínio seja necessário para

consumo ou não.

-Abater para o consumo ou fazer

trabalhar os animais em período

adiantado de gestação.

- Prender animais atrás dos veículos ou

atados às caudas de outros

-Fazer viajar um animal a pé, mais de

10 quilômetros, sem lhe dar descanso,

ou trabalharem mais de seis horas

contínuas sem lhe dar água e alimento.

-Conservar animais embarcados por

mais de 12 horas, sem água e alimento

-Conduzir animais, por qualquer meio

de locomoção, colocados de cabeça para

baixo, de mãos ou pés atados, ou de

qualquer outro modo que lhes produza

sofrimento.

-Transportar animais em cestos, gaiolas

ou veículos sem as proporções

necessárias ao seu tamanho e número de

cabeças, e sem que o meio de condução

em que estão encerrados esteja

protegido por uma rede metálica ou

idêntica que impeça a saída de qualquer

membro do animal.

-Encerrar em curral ou outros lugares,

animais em número tal que não lhes seja

possível mover-se livremente, ou deixá-

los sem água e alimentos mais de 12

horas.

-Deixar sem ordenhar, as vacas por

mais de 24 horas, quando utilizadas na

exploração de leite.

-Ter animais encerrados juntamente

com outros que os aterrorize ou

molestem.

-Ter animais destinados à venda em

locais que não reúnam as condições de

higiene e comodidades relativas.

-Expor, nos mercados e outros locais de

venda, por mais de 12 horas, aves em

gaiolas, sem que se faça nestas a devida

limpeza e renovação de água e

alimentos.

- Engordar aves mecanicamente.

-Despelar ou depenar animais vivos ou

entregá-los vivos a alimentação de

outros.

-Ministrar ensino a animais com maus

tratos físicos.

-Realizar, ou promover lutas entre

animais da mesma espécie ou de espécie

diferente, tourada e simulacros de

touradas, ainda mesmo que em lugar

privado.

Posteriormente, em 1941, o Decreto-lei

n.º 3688 reforça as medidas de Lei de

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1934, tratando da omissão de cautela na

guarda ou condução de animais e

prevendo pena para a prática da

crueldade animal e estendendo-a para

aquele que, embora para fins didáticos

ou científicos, realiza, em lugar público

ou exposto ao público, experiência

dolorosa ou cruel em animal vivo (§ 1º

do Art. 64).

Somando-se esta preocupação com o

bem-estar dos animais, e de uma forma

geral, criou-se a Lei n.º 5517, de 23 de

outubro de 1968, que dispõe sobre o

exercício da profissão de médico

veterinário e cria os Conselhos Federal

e Regionais de Medicina Veterinária.

Nela fica explicita a regulação da

profissão e, no Artigo 5º, a competência

privativa do médico veterinário para a

prática da clínica em todas as suas

modalidades e assistência técnica e

sanitária dos animais sob qualquer

forma, dentre outras funções.

Enfrentando dificuldades em se fazerem

cumprir as leis de bem-estar animal,

alguns países estão sendo obrigados a

formularem leis mais radicais, como é o

caso da Inglaterra que aprovou em 2000

uma lei que proibe expressamente o uso

de animais em testes laboratoriais,

devendo esses testes serem feitos nos

próprios usuários beneficiados. Outros

países, como os Estados Unidos, vêm

tentando contornar o problema

propondo uma lei que obrigue os

fabricantes de roupas feitas de pele ou

de couro a colocarem em suas etiquetas

a forma como esses animais foram

sacrificados, sendo talvez uma forma

desses fabricantes se preocuparem mais

com um sacrifício humanitário (REINO

ANIMAL, 2000).

Com relação aos animais de produção

tem aumentado a preocupação com o

modo pelo qual esses animais foram

criados, transportados e abatidos. Tem

ocorrido isto com os países da União

Européia e Estados Unidos, onde a

preocupação com os métodos de criação

e manejo dos animais criados para o

consumo exerce uma grande pressão

sobre os criadores e abatedores de

animais, uma vez que estes serão

obrigados a seguir as normas de bem-

estar animal para garantir a venda de

seus produtos (FILHO & SILVA,

2004).

Por outro lado, a União Européia, em

normas previstas para a sua

constituição, relata sobre a criação e o

manejo chamados de humanitários, os

quais visam garantir uma melhor

qualidade de vida aos animais desde sua

criação ao abate. Com o intuito de

facilitar o cumprimento dessas normas o

código de recomendações dessa

entidade enumera fatores como: o

conforto ambiental, maneiras de

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transporte, captura, densidade de

criação, liberdade de movimentos e

abate humanitários dos animais. Além

de se preocupar também com as

liberdades previstas para os animais

confinados, entre elas, a ausência de

fome ou sede, desconforto, dor, injúria,

doença, medo e, principalmente, poder

expressar o comportamento esperado

sob condições naturais.

Na atualidade, embora o Brasil seja o

maior exportador de carne do mundo, se

ele não se adequar às leis dos países

desenvolvidos, poderá acabar perdendo

esse ranking. Para que isso não ocorra o

Brasil tem que começar a se preparar

com o que na União Européia eles

chamam de “carne ética”, que seria a

produção e a obtenção do alimento da

forma mais ética possível. A isso estaria

relacionada a criação dos animais, lhes

proporcionado tudo o que tem direito, o

transporte tranqüilo ao abatedouro e o

abate humanitário.

Segundo Escosteguy (1997), o local

onde os animais se encontram deve

proporcionar:

-espaço para o animal movimentar-se

livremente

-suficiente ar fresco e luz diurna natural

-proteção contra excessiva luz solar, as

temperaturas extremas e o vento forte.

-área de repouso suficiente e nos

animais alojados deve proporcionar-se

uma cama de material natural

-acesso fácil à água corrente e o ao

alimento

-ambiente sadio que evite efeitos

negativos nos produtos finais

-quando se prolonga o dia com

iluminação artificial, a iluminação total

não deve ultrapassar às 16h e deve

concluir com um período de

obscuridade.

-as mutilações devem ser evitadas ao

máximo. Alguns casos específicos de

castrações e corte de cauda são

permitidos

-não é permitido corte de dentes,

debicagem ou queimas de asas.

-a descorna também é considerada

mutilação e deve ser evitada sempre que

possível.

O confinamento intensivo, isolamento

social, ausência de substrato, fome, alta

densidade, agressões de animais

dominantes, monotonia do ambiente,

mutilações, baixa qualidade do ar, são

todos fatores estressores que podem

levar os animais a redirecionar o seu

comportamento natural para “vícios”,

estereótipos ou comportamento

anômalo. (ESCOSTEGUY, 1997).

- Em relação à alimentação dos animais:

A dieta deve ser equilibrada conforme

as necessidades dos animais (para um

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nível de produção razoável e um

crescimento normal) e ser de boa

qualidade. Bovinos devem ter pastos

verdes a disposição e fazer a rotação de

pastagem para que eles tenham pasto de

qualidade o ano inteiro

(ESCOSTEGUY, 1997).

A tecnologia do abate dos animais

destinados ao consumo, somente

assumiu importância científica quando

se passou a perceber que as etapas de

transporte até o abate no frigorífico

tinham grande relevância na qualidade

final da carne. Para entender as normas

de bem-estar dentro das etapas de abate

dos animais, criou-se o termo “abate

humanitário” que tem como definição

ser: “o conjunto de diretrizes técnicas

que garantam o bem-estar no

abatedouro até a etapa de sangria.”.

(FILHO; SILVA, 2004).

Como se pode notar pela definição, o

abate humanitário engloba não só a

etapa de abate propriamente dita, como

também leva em consideração aspectos

relacionados às etapas de pré-abate, a

exemplo do transporte dos animais até o

abatedouro, dos métodos de captura,

aspectos relacionados à condução dos

animais pelo abatedouro, às operações

de atordoamento e, finalmente, à

sangria dos animais. O importante é que

em todas as etapas, os animais sofram o

menos possível e que sejam tratados sob

condições humanitárias ao longo dos

períodos que antecedem sua morte

(FILHO; SILVA, 2004).

O estresse pré-abate pode influenciar

negativamente a qualidade da carne.

Estresse aplicado em porcos

imediatamente antes do abate pode

afetar a característica iniciais da carne,

tais como pH, temperatura e rigor

mortis, e também reduz a capacidade de

reter água às 24 horas pós-morte (VAN

DER WAL et al. 1999). O estresse pré-

abate também está relacionado com a

incidência de carne DFD (escura, dura e

seca) e de carne PSE (pálida, mole e

exsudativa).

Para que fique clara a idéia de abate

humanitário dos animais, é necessário

que se tenha noção dos processos e

etapas que envolvem o abate, tanto nas

operações de pré-abate quanto nas

operações de abate propriamente ditas.

O embarque dos animais para o

frigorífico é início do processo de pré-

abate dos animais e onde as

preocupações devem começar, pois é o

processo onde os animais estarão

suscetíveis a iniciar o processo de

estresse. Nesta etapa deve-se tomar

cuidado com as técnicas utilizadas para

introduzirem os animais entrarem nos

caminhões. Não devendo, portanto,

utilizar ferrões ou choque elétrico com o

intuito de fazer o animal entrar mais

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rapidamente no caminhão. Ao se lançar

mão destes métodos, os animais estarão

sendo levados a uma condição de

estresse, resultante de dor e sofrimento

desnecessários, podendo ainda levar ao

comprometimento da qualidade da

carcaça, que poderá sofrer lesões

durante o processo “forçado” de

condução e entrada dos animais no

caminhão de transporte (FILHO;

SILVA, 2004).

Outro aspecto importante é quanto à

inclinação da rampa de embarque dos

animais (20º para suínos e bovinos) e os

mecanismos para se evitar o

escorregamento destes até a subida no

caminhão. Cuidados com estes pontos

são muito importantes, pois, eles têm

reflexos diretos nos padrões de

qualidade das carcaças.

Depois de embarcados, os animais serão

transportados até o abatedouro, onde é

necessário que se atente para aspectos

como: a densidade de carga do

caminhão (Kg/m2), tempo de viagem até

o abatedouro (horas), tempo de restrição

alimentar e de água, condições

ambientais da viagem (temperatura,

UR% e velocidade do vento) e

condições das rodovias (trepidações e

solavancos).

Quanto à densidade de carga, esta

deverá variar conforme a espécie animal

transportada e o tempo estimado da

viagem em caminhões. É necessário que

o produtor tenha conhecimento das

normas específicas de bem-estar para o

assunto “transporte dos animais”, pois

nelas estarão detalhadas as

recomendações de densidades de

animais por espécie e por tempo de

viagem. A densidade de animais

transportados deverá ser adequada ao

meio de transporte ou ao compartimento

para se evitar brigas ou sufocamento

dos animais e diminuir o nível de

estresse a que foram submetidos durante

o embarque.

Para o tempo de viagem, as normas de

bem-estar estabelecem tempos máximos

de viagem para os animais. Se o tempo

necessário para o transporte superar o

máximo estabelecido pela norma,

recomenda-se que a viagem seja

interrompida e se dê um prazo de

descanso aos animais, para só então

continuar a viagem.

Para o desembarque dos animais no

abatedouro, os procedimentos deverão

ser basicamente os mesmos adotados

para o embarque dos animais na

fazenda.

É fundamental que logo que os animais

sejam desembarcados no abatedouro,

tenham a sua disposição um local,

geralmente chamado de curral de

espera, onde permanecerão por um

tempo suficiente para que se acalmem e

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descansem da viagem, antes de

prosseguirem para as próximas etapas

de abate.

A condução dos animais até a linha de

abate deverá ser executada de maneira

menos estressante possível. Isso será

atingido levando-se em consideração os

aspectos construtivos das instalações,

ou seja, aspectos como a construção de

linhas de condução dos animais na

forma circular, facilitando a locomoção

dos animais, uma vez que não

conseguirão enxergar o que está a sua

frente e, portanto, avançarão com mais

facilidade e a colocação de pisos

aniderrapantes que irão impedir a queda

dos animais.

Outro fator importante é quanto à

presença de pontos metálicos que

possam provocar reflexos ou ruídos de

alta intensidade. Além disso, pessoas

nos arredores, locais escuros e

mudanças bruscas na cor do piso podem

representar também barreiras que

afetarão o avanço normal dos animais

pela linha de abate.

Na rampa de acesso ao box de

atordoamento é onde deve ser avaliado

o estresse ante mortem provocado nos

animais, que de acordo com Roça

(1999) deve-se avaliar os deslizamentos

(observando contusões, quebra de patas,

esfoliamentos), as vocalizações ou

mugidos dos animais na rampa de

acesso ao box de insensibilização. As

vocalizações e mugidos são indicação

de dor nos bovinos. O número de vezes

que o animal vocaliza tem a ver com a

concentração de cortisol plasmático que

é liberado no estresse.

Segundo o mesmo autor, a utilização de

bastões elétricos para conduzir os

animais, é um dos responsáveis pelo

alto índice de estresse na rampa de

acesso ao box de atordoamento.

O atordoamento é uma etapa

fundamental para se garantir o abate

dentro dos princípios humanitários, uma

vez que garantirá a inconsciência dos

animais que ira durar até o fim da

sangria. A insensibilização dos animais

na hora do abate é indicada para facilitar

a operação de manejo e sangria bem

como visar a humanização do sacrifício

(PARDI et al, 1995).

A operação de sangria consiste no corte

dos grandes vasos de circulação de

sangue do pescoço dos animais. Ela

deverá ser iniciada logo após a operação

de insensibilização, de modo a provocar

um rápido e completo escoamento do

sangue, antes que o animal recobre a

consciência e deve durar, no mínimo, 3

minutos.

Por fim, pesquisas nas áreas de pré-

abate e abate humanitário dos animais

tem surgido com maior freqüência,

ultimamente, e isso se dá pelo fato de

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que, além da preocupação constante

com o bem-estar dos animais, existe um

fator ainda mais atraente ao produtor,

que é o maior retorno financeiro que

deverá surgir em decorrência das

menores perdas durante as operações de

abate dos animais e com resultante

melhora na qualidade final do produto.

Objetivos

Investigar as etapas de pré-abate de

bovinos em Matadouro – Frigorífico,

sob inspeção visando à detecção de

pontos referentes ao bem – estar animal

e confrontação com normas de bem –

estar preconizadas.

Material e métodos

Esta pesquisa foi desenvolvida em um

frigorífico que abate bovinos sob

inspeção Federal, na região de

Uberlândia-MG. Analisaram-se cinco

aspectos no frigorífico em questão. Para

o desenvolvimento desta pesquisa foi

utilizado um delineamento

observacional tipo estudo ecológico,

cuja unidade de análise será constituída

pelo frigorífico.

1) Etapa de pré-abate

Nesta etapa foram verificados os

seguintes pontos:

Chegada e desembarque dos animais no

frigorífico; Comportamento dos animais

no curral; a presença de sinais

indicativos de estresse e a condução dos

animais para a rampa de acesso ao box

de atordoamento.

2) Procedimentos técnicos

Foram coletados dados das variáveis

escolhidas por meio de instrumentos

descritivos, sendo descrito cada um dos

pontos sob observação. Após a obtenção

das descrições de cada ponto eleito, fez-

se uma revisão para detectar possíveis

pontos falhos. Depois os dados foram

categorizados de maneira homogêneas,

para efeito de síntese e análise.

3) Análise de dados

Com o objetivo de detectar e controlar

possíveis vias de aferição, os dados

obtidos foram objeto de verificações

constantes, visando à detecção de falhas

nas descrições do objeto. Essas

verificações foram feitas logo após

coleta e, posteriormente, durante a

edição dos dados. Após verificada a

ausência de possíveis falhas nas vias de

aferição, os dados editados foram

analisados através da análise de

conteúdo. Estas descrições foram,

posteriormente, confrontadas com

normas específicas existentes e que

levem em conta o bem-estar animal.

Estes dados foram, ainda, comparados

com práticas concebidas segundo a

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concepção de bem-estar animal. Para

facilitar a compreensão dos resultados,

os dados obtidos serão dispostos em

quadros.

Resultados e Discussão

Instalações:

Quadro 1: Rampa de desembarque

Observações realizadas Recomendações do bem-estar animal

1- Plataforma:

1.1- Medidas:

- Largura: 1,60m

-Comprimento: 4,00m

-Altura: 1,00m

1.2- Piso:

É de cimento com ondulações de ± 7,0

cm de altura e de ± 15cm de largura.

2- Rampa:

2.1- Medidas:

- Largura:80cm

- Comprimento: 4,0m

- Inclinação: 25º

- As rampas de desembarque devem

conter uma plataforma plana, de no

mínimo 3,0m de comprimento, para que

os animais caminhem antes de descer e

possuírem largura e altura comparáveis

com as larguras e alturas das portas dos

caminhões.

-O piso deve conter ranhaduras

quadriculadas de 20 cm de lado, com

sulcos em “v” de 4,0cm x 4,0cm ou

utilizar uma malha quadriculada, de

preferência de ferro pesado, com

quadrados com lados iguais a 30cm.

- O ângulo máximo aceitável para rampas

ajustáveis é de 25º e para rampas fixas é

de no máximo 20º.

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2.2- Piso:

É de cimento com ondulações de ±

7,0cm de altura e de ± 15 cm de

largura.

No final da rampa:

- Possui uma elevação de 8,0 cm de

altura.

- Uma porta vazada que fica fechada e

ao seu lado uma curva com inclinação

de 90º para a entrada na balança.

-Um piso plano de 60 cm de

comprimento.

2.3- Paredes:

Possuem a lateral esquerda fechada e a

lateral direita vazada, sendo feita de

madeiras.

- O piso deve possuir ondulações com

alturas recomendáveis de 9,0cm e de

largura de no mínimo 30cm. Que

conferem maior aderência do que listras

ou sulcos.

- Deve-se evitar obstáculos no piso os

quais os animais possam tropeçar ou cair.

- Evitar portas ou estruturas vazadas no

final da rampa, preferindo estruturas

maciças.

-Evitar ângulos agudos e cantos.

- As rampas devem culminar em um piso

plano equivalente a largura de um bovino.

-As paredes devem ser fechadas.

Como se pode observar no quadro 1

o comprimento da plataforma de

desembarque está dentro dos

padrões estabelecidos pelo Bem-

estar animal, porém a altura desta

deve ser ajustada ou contar com

peças de apoio, pois possui altura

menor do que a de alguns

caminhões. Nas observações feitas

no frigorífico, foi observado que, os

caminhões não se aproximaram

adequadamente da plataforma

ficando assim um vão entre eles,

além do degrau que é formado.

Para Temple Grandin (1991), pode

levar a quedas, tropeções e

contusões. Portanto seria adequada a

utilização de uma estrutura que

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ligasse o caminhão à plataforma

amenizando assim o problema.

Para a mesma autora, o piso da

plataforma deve ser de ranhaduras

com sulcos em “v” de 4,0 x 4,0 cm,

sendo estes melhores do que as

ondulações, pois evitam tropeções

em pisos planos, no entanto o piso

da rampa de desembarque deve

possuir ondulações de alturas

máximas de 10,0 cm e de largura de

no mínimo 30 cm, o que conferem

maior aderência do que listras ou

sulcos. Portanto, de acordo com o

observado no quadro 1, as

dimensões destas ondulações são de

7,0 cm de altura e 15 cm de largura,

o que confere um ângulo muito

agudo podendo gerar quedas e

tropeções, atingindo assim um

objetivo contrário ao proposto.

Sendo a rampa de desembarque

desse frigorífico fixa, o ângulo

aceitável é de no máximo 20º,

porém angulação observada foi de

25º, o que somado com as

dimensões incorretas das

ondulações e com a elevação de 8,0

cm de altura observada em seu final,

pode levar a um número maior de

acidentes.

Para Grandin (1990), as paredes das

plataformas e rampas de

desembarque devem ser, em suas

totalidade, fechadas, pois dessa

forma os animais não se distraem e

não se assustam com momentos

vindos de fora, além disso, as

rampas devem ser seguidas de

curvas suaves, de forma que o

animal perceba que no final possui

uma continuidade para outro setor,

caso contrário o animal irá recuar,

pois se encontra sem saída. O que

contradiz o observado no quadro 1,

onde no final da rampa possui uma

abertura para a entrada na balança,

que confere uma angulação de 90º,

além de possuir uma porta vazada,

que fica fechada, em seu final

Quadro 2: Currais de chegada

Observações realizadas Recomendações do bem-estar animal

1- Tamanho:

-15m2

- Como regra geral tem-se que um animal

de 540Kg de peso vivo deve contar com

2m2 de área no curral.

Page 14: Pre Abate e Abate Bovino

14

2- Laterais;

- São feitas de cordoalhas de aço e

cercam todos os currais.

- Possuem as laterais vedadas

externamente com placas de madeiras,

na áreas de maior movimento de

pessoas e caminhões.

- Prendendo a placa de madeira

possui, no lado interno do curral,

pontas de arame e porcas de parafusos

sobressalentes.

- Nas junções das cercas há grandes

cordoalhas de aço que formam

inúmeras pontas cortantes.

2- Piso:

- É de cimento bruto

- Com irregularidades que chegam até

a 5,0cm de altura.

- Nas separações dos currais existe um

calha de escoamento de água

descoberta, com dimensões de 30cm

de largura por 30cm de profundidade.

3- Tanques de água:

- Comprimento: 60cm

-Largura:45cm

-Possui base larga e sobressalente,

com um cano de água de ± 15cm

voltado para dentro do curral.

- a água estava turva com insetos,

folhas e poeiras em sua superfície.

- As laterais dos currais que possuem

muito movimento devem ser vedadas.

- As superfícies de contato devem ser

lisas, evitando assim bordas agudas de

menor diâmetro, como os de ferro, canos

sobressalentes e canaletas.

- As pontas dos canos devem ser voltadas

para o lado de fora do curral, de forma que

o animal não tenha contato.

- Os pisos devem ser anti-derrapantes,

regulares e sem obstáculos para os

animais.

- As canaletas de drenagem devem ser

colocadas fora das áreas que os animais

caminham, devendo estas serem

tampadas.

- Todos os animais devem ter acesso fácil

a água de bebida e esta deve ser de boa

qualidade.

Page 15: Pre Abate e Abate Bovino

15

No quadro 2 pode-se observar que os

currais de chegada são dotados de uma

série de obstáculos no chão e de

instrumentos cortantes ou perfurantes

nas laterais, o que pode levar a sérias

lesões no gado, fazendo com que estes

animais sofram até a hora do abate,

como também depreciando o couro e

contaminando a carne, o que esta de

acordo com Grandin (1991), que

demonstra também que é fácil de

detectar os pontos que produzem as

lesões, observando apenas os lugares

que possuem mantas de pêlos grudadas.

Estes problemas são fáceis de serem

solucionados, devendo isso ser feito o

mais rápido possível, pois as lesões

sofridas são causas de estresse crônico

para o gado. De acordo com as

dimensões do tanque de água,

verificadas no quadro 2, pode-se inferir

que estas não são suficientes para

atender um número mínimo de 20% dos

animais bebendo água ao mesmo tempo,

o que entra em desacordo com Roça

(1999), que completa dizendo que esta

água deve ser de boa qualidade e limpa,

ao contrário do que é demonstrado no

mesmo quadro citado.

Quadro 3: Corredores de Abate

Observações realizadas Recomendações do bem-estar animal

1- Observações gerais:

- Piso de cimento com britas na

superfície

-Paredes de cimento liso de altura de ±

2,0m em toda a extensão

- Presença de porcas e parafusos

sobressalentes nas paredes

-Portas que separam os corredores são

de ferro e possuem remendos que se

desgastaram, enferrujaram e dobraram

formando pontas agudas.

-As portas são do tipo guilhotina e

possuem contrapeso para deixá-las

abertas ou fechadas.

- Os pisos devem se de material anti-

deslizante

- Portões, cercas e paredes devem ter

superfícies lisas, para evitar machucados.

Não devendo portanto existir pontas

agudas de menor diâmetro, como as de

ferro, bem como canos ou qualquer outro

objeto que sobressaia.

-Portas do tipo guilhotina devem ter

contrapesos, para evitar que estas caiam

em cima dos animais.

Page 16: Pre Abate e Abate Bovino

16

2- Observações específicas:

2.1- Corredor 01:

- Piso com elevação de 10cm de altura

em sua metade, e com depressões.

-Entrada com iluminação natural,

sendo mais escura do curral de abate.

2.2- Corredor 02:

- Na transição com o corredor 01

possui um degrau (descida) de 20cm

de altura, que na hora do abate fica

escondido com água suja.

- Em seu final possui uma rampa de

subida que possui a ponta desgastada,

o que gerou uma elevação de 7,0cm de

altura.

2.3- Corredor 03:

- Na transição com o corredor 02

possui um degrau descendente de

30cm de altura.

-Na transição com a seringa possui

uma rampa com desnível de 5,0cm em

sua borda.

-Sua parede é interrompida por uma

porta que é escondida por placa de

ferro com final formando pontas

cortantes.

- Os pisos devem ser regulares e

uniformes evitando assim elevações e

depressões

-Os corredores devem ser unidos por solos

de níveis parecidos um com outro. E no

caso de possuir rampas, estas devem estar

localizadas na saída de um corredor e na

entrada do próximo corredor interligando-

os.

- As superfícies de contato devem ser

lisas, evitando assim bordas agudas de

menor diâmetro, como os de ferro, canos

sobressalentes e canaletas.

- Os corredores devem ser bem

iluminados, de preferência com uma

iluminação crescente, na medida que se

anda por eles, e uma iluminação que evite

a formação de sombras.

Para Grandin (1991), os degraus

observados no quadro 3 devem ser

evitados, pois os bovinos não possuem

boa noção de profundidade, podendo

achar que estão de frente para um

precipício. Bem como deve-se evitar

também o empoçamento de água que

tampam esses degraus, pois os bovinos

Page 17: Pre Abate e Abate Bovino

17

relutam em pisar em lugares que eles

não vêem o chão, por outro lado o

bovino sem estar preparado para descer

um degrau pode perder o equilíbrio,

sendo isso uma outra fonte importante

de estresse para esses animais.

A transição entre corredores deve ter

uma boa iluminação, que para Grandin

(1990), deve ser uma iluminação

crescente, pois os bovinos tendem a

andar dos lugares mais escuros para os

mais claros, dessa forma aproveitaria o

comportamento natural do animal.

As paredes compactas que impedem

que os animais vejam o movimento de

fora são convenientes nos corredores de

acesso ao box de atordoamento. Dessa

forma os animais ficam menos nervosos

por não ver movimentos e pessoas atrás

das paredes (GRANDIN, 1991), estando

portanto de acordo com as instalações

observadas no quadro 3.

As portas que separam os corredores

devem ser de material maciço e

possuírem contrapesos para evitar que

os animais consigam abrir e voltem para

o corredor anterior. As bases desses

portões podem ser revestidas com

borracha de pneus, evitando assim os

enferrujamentos e a formação de pontas

cortantes, que segundo a mesma autora

necessitam de uma preocupação

especial, já que o gado tende a se

aglomerar nos cantos dos currais,

podendo sofrer sérias escoriações e

grandes prejuízos devido ao estresse

sofrido.

As instalações dos corredores de abate

observados são retilíneas.

Para Grandin (1994), corresponde a um

erro comum e sério nos desenhos das

instalações do Matadouro-frigorífico.

Instalações que possuem uma só fila

para a condução dos animais para o box

de atordoamento dá uma impressão de

ser um caminho sem saída, o que faz

com que os bovinos relutem em andar

para frente. Instalações que dão a

impressão de ser um caminho sem saída

funcionam com grande dificuldade pois

os bovinos se recusam a entrarem. Para

que eles sigam adiante, em corredores

retos é necessário que sejam capazes de

observar pelo menos metade do corpo

do animal que está a sua frente. Outro

ponto a ser notado é que a união do

curral de abate com o primeiro corredor

deve ser feito com uma curva, cujas

laterais devem ser abertas.

Page 18: Pre Abate e Abate Bovino

18

Conclusão

De acordo com as observações feitas

podemos concluir que:

1- As instalações do matadouro-

frigorífico devem ser

melhoradas, tanto em seu

formato como em defeitos

existentes em seu interior

(irregularidades do chão,

degraus e valas no meio do

caminho, existência de

estruturas pontiagudas e

cortantes, etc.), sendo esse, um

ponto importante de estresse

para os bovinos e para o homem,

pois dificulta o manejo.

2- As iluminações das instalações

devem ser melhoradas, fazendo,

se possível, uma iluminação

crescente, de acordo com a rota

dos animais. Preocupando-se

principalmente com a

iluminação da entrada do box de

atordoamento, pois esta área

demonstrou-se bastante

estressante aos animais.

3- Box de atordoamento deve

receber ajustes como laterais

móveis em forma de “v” que se

ajustem ao animal, de forma que

se consiga o manejo de um

único animal dentro do box e

este permaneça imóvel, como

também podem ser realizados

ajustes com pedaço de ferro para

prender a cabeça do animal e

tampar seus olhos.

4- Devem ser realizados cursos de

treinamento e educação

continuada para operários,

reforçando a idéia da

importância de um manejo sem

estresse, com o uso mínimo do

choque e do tratamento

humanitário dos animais visando

assim o bem-estar animal, bem

como treiná-los a manejar o

gado respeitando o ponto de

balanço, a zona de fuga e o

comportamento natural dos

animais e utilizando bandeiras

plásticas no lugar de choques

pra fazer os animais andarem

nos corredores. Estes operários

também devem ser treinados

para a realização de manejos

corretos e humanitários de

animais caídos ou feridos

5- Os Médicos Veterinários devem

acompanhar com maior

intensidade o manejo dos

animais, verificando assim

pontos falhos que devem ser

imediatamente corrigidos,

melhorando assim o bem-estar

animal.

Page 19: Pre Abate e Abate Bovino

19

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