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2. Estética medieval 2.2. Proportio- Integritas - Claritas

5 proportio, integritas, claritas

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2. Estética medieval

2.2. Proportio- Integritas - Claritas

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A Grande Teoria da BelezaOrdem, precisão e proporção

Beleza: harmonia e proporçãoOráculo de Delfos “O mais justo é o mais belo”

Afrodita de Milos Hermes, Praxilteles

Proportio e integritas

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Ordem – precisão – proporçãonumerus – pondus - mensura

Leis na arte: lei do marco e lei do esquema geométrico

Página da Cruz, Evangeliho Lindisfarne 715 Evangelho de São Marcos

Idade Média: idéia de beleza clássica na sua interpretação quantitativa e transcendental

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Evangelho de Lorsch, 810, Aachen, Carilingio, São Mateus e Livro de Kells, 800 Irlanda

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Saint Pierre de Moissac, 1115-30, França

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Bíblia de Morgan S. XIII

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adequação

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Novo Testamento, São Marcos, Iluminura insular S. VIII

Ornamentoadorno

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Livro de Durrow, Novo Testamento São Marcos S. VII,

Leitura, ECO, 2005, p. 111- 1130

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Villard de Honnecourt. Do livro de desenhos, S. XIII

Coordenadas geométricas

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Rabano Mauro, S. IX

Liber de laudibus Santae Crucis

“Já que Deus só pode fazer as coisas ordenadas a si, já que a ordem pressupõe o número, o número pressupõe a medida, já que só estão ordenadas a outro as coisas numeradas e só estão numeradas as coisas limitadas, é necessário que Deus tenha feito as coisa em número, peso e medida”(Boaventura, S. XIII, Comentários às Senteças 1,43,1)

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Ventos, elementos, temperamentos de manuscrito Baviera, S. XII

Correspondências numéricas são correspondências estéticas

Número 4 -- tetrágonoPontos cardinais, estações do ano, fases da lua, elementos, faculdades da alma...Número da perfeição moral

Número 5 --- pentágonoEssencias de las cosas, as zonas elementais,os generos vivos, matriz constitutiva de Deus, as cinco pragas...

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Detalhe de nicho em mesquita de Isfahan, Iran

Os autores da escola de Chartres (Guilhermo de Conches, Allan de Lille, Bernardo Silvestre e Thierry de Chartres), não falam de uma ordem matemática imóvel, mas de um processo orgânico, a natureza e não o número é a que rege este mundo, a beleza nasce também dos contrastes.

Rosácea

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Doumo, mesquista de Lutf Allah em Isfahan

Catedral de Chartres, 1145

Integritas – estética do organismo - todo orgânico, não pode faltar parte - adequação ao fim – pulchrum utile – pulchrum bonumTomas de Aquino: forma substancial como matéria e como essênciaDialética entre ideia e realidade, entre essência e existência, entre forma e matéria

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Tomás de Aquino: estética do organismo – qualidade integra - sob o aspecto da unidade Duns Scotus: teoria da pluralidade das formas – ao contrário acentua o sentido relacional, a unidade do composto não requer a unidade da forma, mas a subordinação natural das formas parciais à forma última (leitura ECO, p. 125, 2010) que se agregam. Esta estética acentua o sentido relacional da integritas – a forma relacional mas adequada ao Gótico e á individualidade, originalidade e a irredutibilidade crescente no final da Idade Média (a unidade tomista é mais adequada à unicidade dos séculos anteriores)

(leitura ECO, p. 125, 2010) Detalhe de cruz, Essen

Cruz Madonna Matilda

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O Bom Pastor, mauseleu de Galia Placidia, Ravena, Italia Século V

Claritas

São Apolinário, S.V., São Apolinário , Ravenna,

Fachada de Catedral Orvieto e detalhe portal Catedral de Amiens com cores originais

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Vitrais Catedral de Chartres, França

A Idade Média joga com cores elementares, com zonas cromáticas definidas e inimigas do matiz, com a aproximação de tintes que geram luz pela concordância de conjunto [...] Pseudo – Dioniosio Areopagita (S. VI): Deus é luzEscoto Erígena (S. IX): [...] “Deus o padre das luzes, porque Dele são todas as coisas, pelas que e em que se manifesta e no resplendor da luz da sua sabedoria as unifica e as faz.” (ECO, p. 104, 2005)

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Grosseteste – Cosmologia da luz - (Comentário a Hexameron): para resolver oposição entre principio quantitativo e qualitativo (entre forma ideal e forma substancial) define a luz como a máxima proporção e adequação a si. A proporção do mundo é a ordem matemática em que a luz se materializa.

Leitura ECO, 2005 p. 126 e 129 Boaventura -metafísica da luz, luz uma realidade metafísica – na linha aristotélica, luz é forma substancial dos corpos. Lux (energia, força criadora)– lumem (ser luminoso) Tomás de Aquino - luz realidade física, qualidade ativa do sol que encontra nos corpos diáfanos a disposição para receptá-la

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..Quem quer que tu sejas,caso queiras exaltar a glória dessas portas,que não te deslumbres com o ouro nem com os gastos,mas com o trabalho da obra.Pois a obra nobre brilha, mas esta obra,que brilha com nobreza,iluminará as mentes para que, sendo luzes verdadeirascheguem à luz verdadeira,onde Cristo é a verdadeira porta.A porta dourada define dessa maneira a luz interior:a mente estúpida se eleva em direção à verdade passando pelo materiale antes, imersa no abismo, ressurge à vista dessa luz.

E no lintel:

Acolhe, Juiz implacável, as orações de teu filho Suger,Faz com que, por tua clemência, eu esteja entre as tuas ovelhas.Suger, Das obras realizadas durante sua administração, XXVII, 12-22.

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Irmãos Limbourg, Abril, As mais Ricas Horas do Duque de Berry, 1410-11

Hugo de São Vitor: “Respeito à cor das coisas não é necessário discutir muito porque a própria vista demonstra quanta beleza se soma à natureza quando está adornada com tantas e tão diversas cores, existe algo mais belo que a luz que mesmo sem ter uma cor em si, no entanto faz a aparecer as cores de todas as coisas iluminando-as? [...] A cor verde que supera a qualquer outra cor em beleza, como arrebata os espíritos de quem o contempla, quando na nova primavera, os brotes se abrem a uma nova vida [...] que diremos então das obras de Deus quando admiramos tanto incluso suas falsas imitações, fruto do engenho humano que engana aos olhos?” (Eruditio Didascalica, XII)

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Beato de Liébana, S. VIII

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E vi no mistério de Deus, como em meio de uma atmosfera austral, uma bela e maravilhosa imagem com figura humana, cujo rosto era tão formoso e de tanta luminosidade que mais facilmente poderia eu olhar o sol, um grande circulo dourado cobria sua cabeça. [...] Hildegarda de Bingen, Liver Divinorium Operum. Visão 1, 1163-1174

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Cimabue, Virgem e Menino no Trono e imagens da Paixão de Cristo, S. XIII

Claritas – a radioatividade do elemento formal

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Luva Imperial Palermo, 1220 Coroa Imperial de Conrad II, S. X

Dante: “A doce cor do oriental zafiro”

Caixa, bronze pintado,

1180, Limonges,

França

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Giotto, “Cristo frente a Caiaphas”, Capela Arena, ou Capela degli Scrovegni Pádua, 1305

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WebtecaBeato de Liebana, imagensEntre a pintura e a poesia, o nascimento do amor e a elevação da condição feminina na Idade MédiaOs mistérios da Capela Scrovegni, vídeo Youtube de Twilder, em italianoTour virtual Cappella ScrovegniVida e obra de Hildegarda de Bingen (espanhol)

BibliografiaGOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1999. 16ª ed.JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ECO, U. Arte e Beleza na Estética Medieval. Editora Record, 2010.___, _. História da Beleza. Editora Record, 2005.