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Dra. Angela Mara de Barros Lara Profa. da Universidade Estadual de Maringá Descreve sobre Políticas Educacionais e Relaçôes de Trabalho
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As perspectivas das políticas
públicas para a educação
Profª. Dra. Angela Lara
UEM/PPE/DFE
Eixo da Discussão:
Concepções
Globalização
Políticas Educacionais
Relações de Trabalho
Redes Sociais e Responsabilidade
Concepções:
Estado
Governo
Políticas Púbicas
Políticas sociais
ESTADO
É o desencadeador das políticas educacionais,
tem a sua base na vida material, o que significa
afirmar que ele não existe como obra da classe
dominante;
Assume a forma da vontade dominante, ao
constituir-se como o resultado do modo
material de vida dos indivíduos.
múltiplas concepções de Estado
conjunto de instituições permanentes
criadas por documentos legais
chamados constituições (órgãos
legislativos, tribunais, exército e outras
que não formam um bloco monolítico
necessariamente).
Estado neoliberal
forma histórica
Estado de classe
Estado máximo para o capital internacional já que no processo ele se retira, transferindo para o mercado o controle das políticas sociais
Estado mínimo para as políticas de bem-estar social
GOVERNO
refere-se ao grupo ou associação de grupos de indivíduos (políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros) que, quando eleitos, democraticamente ou não, assumem os poderes executivo e legislativo, propondo programas e projetos.
assume e desempenha as funções de Estado por um período temporário, fixo e curto, normalmente de quatro anos, podendo ou não ser reconduzido.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Representam o Estado em ação, o Estado implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade.
Políticas de responsabilidade do Estado (quanto à implementação e manutenção) a partir de um processo de tomada de decisões que envolvem órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada.
POLÍTICAS SOCIAIS
Ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pela sociedade.
Abrangem ações nas áreas da saúde, previdência e assistência social, cultura, comunicações e educação.
Qualificadoras da democracia e do projeto de inclusão social
Globalização
Neoliberalismo
Pilares da Política Neoliberal
Retrocesso histórico com as políticas
neoliberais
Globalização
No seu "Dicionário da Globalização" Pierre Size
acredita que: " A globalização é um termo utilizado
há vários anos pelos economistas da moda para
descrever um processo apresentado como recente,
mas de fato, existente desde o início do século, e que
foi descrito por Lenin, em " Imperialismo, Estágio
Supremo do Capitalismo": crescimento e primazia
das exportações de capital, desenvolvimento da
divisão internacional do trabalho, dos trustes
multinacionais, interconexão das economias dos
diferentes países, etc.
Este nome surge pelo fato de que este processo tomou uma amplitude particular desde os anos 80, em que a desregulamentação generalizada acelera as condições da concorrência no plano mundial e o desenvolvimento dos meios de transporte e telecomunicações suprimiram um a um os obstáculos à deslocalização de centros de produção. Ao mesmo tempo, as crises financeiras , que no passado levavam meses ou anos para se propagar, agora tocam todas as praças financeiras em alguns instantes" (p.55-56.)
Neoliberalismo
a ideologia do capitalismo na era em que há a
emergência de um regime de acumulação
predominantemente financeiro (MORAES, 2001)
Objetivo de recolocar o poder e a riqueza tão
plenamente quanto possível nas mãos da fração
superior das classes capitalistas e das instituições
onde se concentra sua capacidade de ação =
concentração riqueza (CHESNAIS, 2005).
A ideologia neoliberal contemporânea é,
essencialmente, um liberalismo econômico, que
exalta o mercado, a concorrência e a liberdade de
iniciativa empresarial, rejeitando de modo agressivo,
porém genérico e vago, a intervenção do Estado na
economia (BOITO JR, 1999, p. 23)
Concorrência, sistema de preços e soberania do
consumidor seriam aspectos indissociáveis de um
mecanismo único, o mercado, que estaria na base da
riqueza, da liberdade e do desenvolvimento humano
(p. 26).
Princípios da ideologia neoliberal não correspondem, de maneira coerente, às propostas e à prática política que eles inspiram;
Defesa do mercado circunscreve-se apenas e tão somente àquilo que convém aos grandes monopólios e ao imperialismo, na era do capitalismo monopolista e da especulação financeira (BOITO JR, 1999, p. 27).
Neoliberalismo/neoliberais
Crítica ao modelo estatal calcado sobre uma concentração e centralização rígida das suas funções e que seria incapaz de responder ao volume das demandas sociais.
Discurso da satanização do Estado e exaltação do Estado orientado para o mercado e na apologia à eficiência do setor privado.
ação reformista afirmativa de desmonte da política estatal anterior.
Pilares da Política Neoliberal
1. Abertura comercial e
desregulamentação financeira;
2. Política de privatização;
3. Política de desregulamentação do
mercado de trabalho e supressão dos
direitos sociais (Armando Boito Jr).
Retrocesso histórico com as políticas neoliberais:
noção de que o bem-estar-social deixa de ser responsabilidade coletiva para se tornar responsabilidade individual.
bem-estar-social sai do terreno coletivo e passa para o âmbito privado.
os indivíduos, as famílias e as comunidades é que devem responsabilizar-se pelos “seus” problemas sociais, tanto pelas causas como pelas soluções.
soluções que passam pela filantropia, caridade, solidariedade, parcerias, terceirização.
Políticas Educacionais
Educação
Educação como política pública
Políticas Educacionais
Políticas públicas:
EDUCAÇÃO:
Pode ser pensada como uma política pública
social, uma política pública de corte social, de
responsabilidade do Estado, mas não
planejada somente por seus organismos.
Educação como política pública
“A política educacional definida como policy – programa de ação – é um fenômeno que se produz no contexto das relações de poder expressas na politics – política no sentido da dominação [...]” (AZEVEDO, 2001, p.viii).
É constituída em “[...] relações
sociais que plasmam as assimetrias,
a exclusão e as desigualdades que se
configuram na sociedade e no nosso
objeto” (AZEVEDO, 2001, p.viii).
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
componentes do conjunto das políticas públicas de corte social, entendidas como a expressão da ação (ou não ação) social do Estado
têm como principal referente a máquina governamental, no movimento de regulação do setor educação
processo em que interagem distintos atores ou sujeitos coletivos que assumem papéis diferenciados
Toda política educacional
É expressa por mecanismos
legais, que formalmente são
identificados por leis e decretos.
LDB é a lei maior da educação
no país.
Relações de Trabalho
Do Fordismo ao Toyotismo:
Qualidade Total
Programa de Ajustes Estruturais
Relações de trabalho
Do Fordismo ao Toyotismo:
a passagem da segunda Revolução industrial
para a terceira, processo que ora vivemos.
Mudanças => relacionadas ao surgimento do
sistema fabril, a mudanças na agricultura, no
comércio, nos bancos e meios de transporte.
Antes 1ª Revolução Industrial
Sistema de produção – manufatura.
Transição do Capitalismo.
Comercial para o Industrial –
caracterizado pela produção fabril.
Essa Revolução compreendeu o séc.
XVIII até o final do séc. XIX =
revolução caracterizada por mudanças
sociais.
2ª Revolução Industrial
Final séc. XIX – tecnologia a vapor
substituída pela eletricidade como
força motriz. Nessa o modelo de
produção foi o fordismo e o
taylorismo.
3ª Revolução Industrial
Agora o grande avanço tecnológico
(informática), novas formas de
gestão e de produção. Globalização
do processo de produção, do sistema
financeiro e à formação de grandes
blocos econômicos. Década de 1980
= transformação no mundo do
trabalho.
“Qualidade Total”:
• Receberam influência de outros processos produtivos estes são
substituídos pela flexibilização da produção, etc...
• O toyotismo é o mais novo modelo de produção. Com a ocidentalização houve a
retração dos governos da social-democracia européia e a subordinação a
vários pontos da agenda neoliberal.
Fordismo:
É a forma pela qual a indústria e o processo
de trabalho consolidaram-se ao longo do
século e cujos elementos constitutivos básicos
eram dados pela: produção em massa através
da linha de montagem e de produtos mais
homogêneos; controle dos tempos e
movimentos pelo cronômetro fordista e
produção em série taylorista; existência do
trabalho parcelar e fragmentação das funções;
separação entre elaboração e execução no processo de trabalho; existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas; constituição/consolidação do operário-massa, do trabalhador coletivo fabril, entre outras dimensões. É um processo de trabalho que junto com o taylorismo, predominou na grande indústria capitalista ao longo deste século (Antunes, 1995, p. 17).
Toyotismo:
É o mais novo modelo de produção. Foi criado no Japão e introduzido na indústria automobilística japonesa, porque o trabalhador necessitava operar com várias máquinas simultaneamente (em média, cinco), rompendo-se com a relação de um homem para uma máquina, característica do fordismo. A seguir, com a crise financeira, as empresas sentiram a necessidade de responder ao aumento da produção sem aumentar o número de trabalhadores.
Dessa forma as empresas necessitam
produzir somente o “método Kanban”,
ou seja, a capacidade de atender o
mercado interno que solicita produtos
diferenciados e faz pedidos pequenos
(ohnismo) (Antunes, 1995, p. 23-24).
Fordismo/Taylorismo => Acumulação Flexível Desemprego Estrutural ou Tecnológico
Mudanças produtivas: automação flexível e integrada, gestão e sistemas de comunicação informatizados; flexibilização de recursos humanos e equipamentos etc .
Trabalhadores do conhecimento X Trabalho precarizado/desregulamentado
Trabalho intelectualizado? Reunificação de tarefas: concepção-execução?
PROGRAMA DE
AJUSTES ESTRUTURAIS
PAE: vinculações com a conjuntura mais geral de reestruturação capitalista e de ajustes macroeconômicos implementados sob “orientação” de instituições financeiras internacionais.
FASES:
1ª) Estabilização econômica
2ª) Ajuste estrutural propriamente dito
1ª Fase: Estabilização econômica
1. Desvalorização e unificação da taxa de
câmbio
2. Austeridade fiscal: gastos públicos
3. Liberalização dos preços: eliminação de
subsídios e do controle de preços
4. Fixação dos preços dos produtos
petrolíferos e dos serviços públicos
2ª Fase: Ajuste estrutural
6. Liberalização do comércio: eliminação de barreiras protetoras
7. Liberalização do sistema bancário: privatização de bancos públicos de desenvolvimento e desregulação do sistema bancário comercial.
8. Privatização das empresas públicas: estatais mais lucrativas
9. Reforma tributária = mudança na tributação
direta
10. Privatização da terra = concentração de
propriedades fundiárias
11. Mercado de trabalho = desregulamentação
12. Sindicatos = desestruturação
13. Sistema de aposentadorias e pensões =
reforma dos sitemas
14. Pobreza e redes de seguridade social =
gerir a pobreza : focalização e
privatização = ONGs
15. Boa governança
Relações de trabalho
Produção flexibilizada
Conseqüências para o mundo do trabalho:
Redução do proletariado fabril estável mediante reestruturação, flexibilização e desconcentração do espaço produtivo
Incremento dos assalariados médios e de serviços
Incremento do novo proletariado, do
subproletariado fabril e de serviços
(terceirizados/subcontratados)
Aumento significativo do trabalho
feminino
Exclusão dos jovens e dos idosos do
mercado de trabalho dos países centrais
Inclusão precoce e criminosa de crianças no mercado de trabalho
Expansão de trabalho social combinado (trabalhadores de diversas partes do mundo participam: do processo de produção e de serviços)
Degradação crescente do meio ambiente
Precarização da força humana de trabalho
Fragmentação e heterogeneização da classe trabalhadora
Trabalhador "polivalente multifuncional" X massa de trabalhadores precarizados, sem qualificação
Aumento dos níveis de exploração do trabalho
Mudanças permanentes nos perfis profissionais=> Qualificação dos trabalhadores?
Reestruturação Produtiva
Novo Paradigma Produtivo
Características:
Novas formas de produção e de organização da
produção (automação flexível e integrada, gestão de
sistemas de comunicação informatizados)
Flexibilização de recursos humanos e de
equipamentos
Reunificação das tarefas/Inovações permanentes
Novo perfil de qualificação do trabalhador (trabalho intelectual/qualificado)
Novas competências/habilidades cognitivas e sociais/inteligência como matéria-prima da força de trabalho (aprender a aprender)
Resultado
Qualidade, eficiência, produtividade,
competitividade
Tecnologia
Educação de
qualidade
Novo
Paradigma
De
Produção
E
desenvolvimento
Elevada
qualificação
Redes Sociais e
Responsabilidade
Setor público,
Setor privado,
Terceiro setor
Setor Público Conjunto de órgãos e empresas industriais ou de
serviços pertencentes ao Estado. Amplamente dominante nos países socialistas e em alguns países capitalistas europeus, esse setor tem se desenvolvido também no mundo capitalista, sobretudo o subdesenvolvido. No processo produtivo, a ação do setor público ocorre principalmente na construção de obras de infra-estrutura (nos setores de transportes, energia, educação, saúde) ou quando o investimento necessário, muito elevado, faz com que o retorno seja demorado e não compensatório para a iniciativa privada (SANDRONI, 2001, p.768).
Setor Privado
Conjunto das empresas particulares e propriedades
urbanas e rurais pertencentes a pessoas físicas ou
jurídicas cujo controle não é de responsabilidade do
Estado. Nos países de economia capitalista, é o
principal setor da vida econômica nacional; mas na
medida em que a intervenção do Estado na economia
se tem intensificado consideravelmente desde 1930,
o setor privado tende a tornar-se tributário ou mesmo
dependente do setor público, sobretudo nos países
em desenvolvimento.
O pensamento econômico liberal, no entanto,
se insurge constantemente contra essa
tendência, advogando o pleno e ilimitado
desenvolvimento do setor privado
(SANDRONI, 2001, p.768).
Terceiro Setor Estratégias do capitalismo para superação da crise:
• Reestruturação produtiva
• Globalização
• Neoliberalismo
• Terceira Via
Redefinem o papel do Estado
(PERONI - PPGEDU/UFRGS)
• Analisaremos a relação entre o diagnóstico
neoliberal, incorporado pela Terceira Via, de
que o “culpado” pela crise é o Estado,
• e as estratégias que fundamentam o Plano de
Reforma do Estado no Brasil (1995) e
propõem o deslocamento da execução das
políticas sociais do Estado para a sociedade.
• Terceira Via se apresenta como
uma alternativa ao
Neoliberalismo e também à
antiga social-democracia.
- O Terceiro Setor é a estratégia proposta pela Terceira Via em substituição à proposta de privatização do Neoliberalismo. Enfim, os dois concordam que a crise esteja no Estado, que gastou demais e deve se retirar da execução das políticas sociais.
- Para a Terceira Via, o Estado deve repassá-las para a sociedade, através do Terceiro Setor; para o Neoliberalismo, devem ser transferidas para o mercado, através das privatizações.
Montaño (2002) destaca que, entre os diversos autores
que estudam o Terceiro Setor, alguns se referem a ele
como:
atividades públicas desenvolvidas por particulares,
outros como função social em resposta às necessidades
sociais,
e há ainda os que o apresentam como conjunto de
valores de solidariedade local, auto-ajuda e ajuda
mútua.
Montaño desenvolve a tese de que, com o
Terceiro Setor, ocorre a configuração de uma
nova modalidade de trato à questão social:
1. com a transferência da responsabilidade da
questão social do Estado para o indivíduo, que
a resolverá através da auto-ajuda, ajuda mútua
ou, ainda, adquirindo serviços como
mercadorias.
2. as políticas sociais passam a ser focalizadas,
perdendo, assim, seu princípio universalista.
3. com a descentralização administrativa, as
políticas tornam-se ainda mais precarizadas,
entre outros problemas, porque são transferidas
as competências sem os recursos
correspondentes e necessários para executá-las.
O Terceiro Setor multiplicou-se em um contexto de crise do Estado-Providência, período em que o Neoliberalismo tem como objetivo fundamental a desregulamentação da economia, tentando retirar o poder do Estado para esvaziar o poder do voto.
Nesse período particular do capitalismo,
o alto grau de desemprego intensificou a
exclusão social provocada,
principalmente, pela reestruturação
produtiva e pela globalização financeira.
Esse fato teve seus efeitos agravados pela
reforma do Estado, que tem ocasionado
uma diminuição nas políticas sociais.
• Nesse contexto, a solução apontada é
“aliviar os níveis de pobreza” para se
evitar o caos – e o Terceiro Setor é
chamado a desempenhar essa tarefa.
Exclusão e minorias
Mensagem do Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas
Desde seu início, a Organização das Nações Unidas busca a construção de um mundo melhor, mais seguro, mais pacífico para as crianças em todas as partes do planeta e pressiona os governos para que cumpram suas responsabilidades com relação à liberdade e ao bem-estar de seus jovens cidadãos. Ao celebrarmos o 60º aniversário da ONU, reafirmando nosso compromisso com a Declaração do Milênio e com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, reafirmamos também o lugar central que as crianças ocupam como alvo de nossos esforços. Mais do que para a nossa geração, é para atender as gerações futuras que a ONU existe.
A publicação do relatório Situação Mundial
da Infância deste ano coincide com o início
do 60º ano de atividades do UNICEF. Este
relatório projeta luz sobre vidas em um
mundo freqüentemente oculto ou
negligenciado – um mundo de vulnerabilidade
e exclusão. E nos convoca a todos para que
nos manifestemos pelos direitos da criança, e
para que atuemos em favor daquelas que
precisam de proteção.
Após cinco anos de trabalho visando aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, podemos ver as
inúmeras maneiras pelas quais os objetivos atendem às crianças. Se fizermos um bom trabalho em favor
das crianças – se pudermos cumprir nossos compromissos e permitir que cada criança exerça seu direito à infância, à saúde, à educação, à igualdade e à proteção –, poderemos fazer um bom trabalho para
todas as pessoas, de qualquer idade.
Eu acredito que podemos.
Kofi A. Annan (UNICEF, 2005).
É preciso salientar as estratégias neoliberais de (des)estruturação dos serviços públicos sociais: a descentralização dos serviços sociais. Esta tem sido caracterizada pela transferência da responsabilidade sobre os serviços que não podem mais cumprir seu papel, tendo em vista não possuir financiamento para os níveis locais de governo.
A preocupação com a focalização como
perspectiva de políticas sociais tem sido o
seu conteúdo discriminatório, conhecido a
qualquer conceito de cidadania,
mostrando-se ineficaz na América Latina,
já que os pobres constituem a grande
maioria e focaliza serviços que, de
antemão, devem ser dirigidos aos mais
carentes.
Faz-se necessário admitir que não se pretende
apenas criticar a sociedade capitalista, mas
compreender como construir direitos
mediante a tentativa de eliminar a
desigualdade e de propor a redemocratização
da estrutura social, procurando entender como
o cidadão brasileiro pode competir frente a
esta nova ordem mundial estabelecida em
tempos de globalização.
O que se procura tratar é em que medida essa preocupação se efetiva, ou mesmo se ela existe no ambiente das políticas públicas (sociais). Segundo Rodrigues e Lara (2006), nos documentos dos organismos multilaterais, a eqüidade aparece em todos eles. As nossas críticas a essas orientações, é que elas não promovem a eqüidade social de gênero e raça como prometem seus defensores, mas que resultam, na maioria das vezes, em atendimento incompleto e de baixa qualidade, provocando processos de exclusão, já que se destina a classe mais pobre, prevalecendo a desigualdade social brasileira.
A perspectiva desta discussão não é compreender os programas informais, pelo seu baixo custo, mas pelo fato de que são programas incompletos, implantados como soluções de emergência, porém extensivas, resultando em atendimento de baixa qualidade. Essa “população vulnerável” necessita, sim, e têm o direito a programas completos e estáveis como medidas de correção das injustiças que vêm sofrendo histórica e sistematicamente.
Na perspectiva dos direitos faz-se necessário acrescentar que as políticas de proteção social que poderiam garantir proteção integral e prioridade absoluta, continuam apresentando-se como uma forma de luta das associações de classe e, outras, que mostram as ações fragmentadas, estratégias de governo que são consideradas pelos dirigentes como políticas públicas.
O processo que influenciou a educação passou pela (trans)formação do Estado prestador de serviços em Estado regulador. Esta questão firma-se nos ajustes das contas fiscais que tinham e tem a intencionalidade de impulsionar os modelos de gestão democráticos e participativos (NOMA; LARA, 2007).