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Hiper-realismo
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Arte Ron Mueck
Hiper Realismo
Cátia Lourenço
Cristiana Ministro
10ºB 2010/11
Índice
Introdução ………………………………………………………………………………………….…….2
Arte e Hiper-realismo ………………………………………………………………………………3
Ron Mueck ………………………………………………………………………………………………4
Obras …………………………………………………………………………………………………………5
Conclusão…………………………………………………………………………………………..……… 10
Bibliografia ……………………………………………………………………………………….…………11
Introdução
Nós escolhemos o hiper-realismo porque os pormenores cativam e realçam o que se calhar não veríamos num homem verdadeiro. Achamos que o Ron Mueck tem obras mesmo muito boas e por isso em vez de aprofundarmos uma obra decidimos aprofundar algumas. Assim falamos um pouco de arte, do hiper-realismo e do próprio artista, seguindo-se então a análise de cada obra… Antes de fazer este trabalho há que ter a noção de uma série de conceitos relacionados com o tema. A estética é a disciplina filosófica que se aplica a estudar o belo, aquilo que constitui e merece a nossa contemplação. E nós ao contempla-lo temos uma experiencia estética ou seja captamos cognitivamente os objectos que nos rodeiam, valorizando-os afectivamente, atribuindo-lhes um valor estético e, manifestando sentimentos de alegria, de júbilo e de prazer face a estes. Este juízo estético, é um juízo de valor ou de apreciação relativamente ao belo ou ás categorias que lhe são afins. Este juízo é um juízo desinteressado, o sujeito não o pode ver como meio para algo, ele atribui-lhe um valor fim, havendo sempre a pretensão de tornar o seu juízo universal e por isso, há então dialogo e argumentação com os outros acerca do seu juízo estético. A arte geralmente é entendida como a actividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias com o objectivo de as estimular nos espectadores. Mas há várias teorias á cerda da arte como a arte como imitação da natureza, incluindo a natureza humana , a arte como expressão em que o artista acrescenta algo seu, põe na obra os seus sentimentos, ou então a arte como forma significante em que o que interessa é a combinação de linhas formas e cores, sendo a única qualidade comum a todas as obras de arte. Há vários tipos de obras de arte e de formas de arte, nós escolhemos a escultura. A escultura é a arte que representa imagens plásticas em relevo, que pode ser feita em vários materiais e com várias técnicas como vamos ver mais á frente…
Arte na nossa opinião é uma forma de expressão, um recurso de quem tem muito
para dizer e não pode, arte é a forma de partilhar uma luz que nem todos conseguem ver mas que um dia poderão compreender.
Existem vários tipos de arte compreendendo que a arte é uma criação humana, em expressão, representação e transmissão de emoções e pensamentos. Assim, esta pode ser apresentada em Fotografia, Pintura, Escultura, Dança, Musica….Tudo depende da forma como é interpretada a mensagem destes tipos de arte, por exemplo, a música como arte tem de ser não só ouvida, mas apreciada.
Arte, na nossa opinião está ao nível de emoções, sentimentos e vivencias, depois apresentadas pelos artistas pelas suas obras, quando são vistas pelo observador tornam-se alvo de conhecimento e partilha. Aquele que perceber a mensagem exacta do artista é aquele que com ele se identifica, porem, todos poderão opinar sobre a obra e tirar as suas conclusões pois todos temos sentimentos, emoções e vivencias e isso será o que vai ditar essa nossa conclusão da obra, que deferirá de pessoa para pessoa.
Poderemos dizer que uma pintura abstracta não pode ser considerada arte, contudo, ela foi criada, numa determinada situação, na presença de pensamentos e tudo isto implica a vertente sentimental, que quer o artista queira quer não serão estampados na sua obra como uma nódoa. Poderemos por fim notar isto no uso das cores (frias ou quentes), nas formas, na técnica, no sobre realismo ou na crítica.
Assim tudo o que seja feito por alguém de modo a passar uma mensagem que não pode apenas ser gritada ao mundo e possa ser interpretada com a sua própria autenticidade, nela mesma implícita pode ser arte. Esta vai captar os pontos mais essenciais da vida Humana, os mais profundos e os que talvez poucos tenham a ousadia de sequer pensar.
O artista será o lutador, aquele que procura respostas, aquele que forma uma guerra silenciosa com o psíquico e que só alguns conseguem perceber.
Hiper-realismo O hiper realismo é um estilo de pintura e escultura, que procura mostrar uma abrangência muito grande de detalhes, tornando a obra mais detalhada do que uma fotografia ou do que a própria realidade.
As obras hiper-realistas, por apresentarem uma exactidão de detalhes bastante minuciosa que geram um efeito de irrealidade, formando o paradoxo: "É tão perfeito que não pode ser real".
Para este trabalho decidimos abordar a escultura e com um artista muito particular que tem causado grandes mudanças no pensar da sociedade que temos.
Ron Mueck Este escultor nasceu em 1958 em Australia e sempre se dedicou á construção de esculturas, anteriormente marionetas e modelos para filmes, mais tarde para fotografia, e o escultor cada vez era mais realista nos seus trabalhos.
Em 1996, Mueck, colaborou com a sua sogra, Paula Rego, para a produção de pequenas figuras como parte de um quadro que ela estava a mostrar na Hayward Gallery. Rego apresentou-o a Charles Saatchi, que ficou imediatamente impressionado.
As suas esculturas reproduzem fielmente os detalhes do corpo humano, mas joga com escala para produzir desconcertantemente imagens visuais. Ele produz os poros da pele e faz experiências em vários materiais até conseguir exactamente o pretendido.
Começou com a escultura de seu pai morto e de seguida tem vindo a desenvolver um trabalho muito apreciado pelos críticos e sociedade em geral, visto que interpreta questões sociais como a solidão e proporciona aos seus espectadores experiências estéticas muito fortes e memoráveis.
Este artista afirma que não se considera um artista… apenas não se vê a fazer mais nada senão isto… Na próxima página encontram-se algumas obras…
“Mask self Portrait” 2007
Trata-se do rosto do próprio artista,
porém adormecido. Tendo em conta
que o artista não se vê a dormir, os
sentimentos que podemos tirar da
obra vão depender dos sentimentos
que ele teve no momento em que fez o
esboço dele. Estes são exaustividade,
talvez de ter feito uma obra, ou talvez
de uma delas não ter saído bem, pode
sentir-se também um pouco de tristeza
que poderá ter haver não só com o seu
trabalho mas como decorrer da sua
vida.
Assim com isto, o artista poderá
querer dizer que nem quando
adormecemos, os problemas
desaparecem, nós apenas não
pensamos neles.
“Pregnant Woman” 1997
Esta obra foi feita em (…) e consegue
transmitir uma ideia de cansaço. A mulher
está exausta, depois de tantos meses,
sentindo exaustivamente o peso que a
gravidez lhe trouxe. Esta parece ter perdido
a sua sensualidade, vive só para o seu fruto e
sente-se exausta na forma de mulher e mãe,
podendo talvez pela falta de alegria de
alegria no seu rosto constatar que seja um
primeiro filho e que não haja preparação
para tal. Todos os poros conseguem notar-se
nesta obra, os joelhos em que a pele se dobra
ou estica conforme o movimento que o corpo
produz.
Cada pelo do se corpo foi colocado um a um
para que desse exactamente a ideia de
crescimento, tudo tem o seu lugar exacto e a
sua proporção no corpo da obra, fazendo
com que esta obra seja mais real e perfeita
do que a própria realidade. É tido em conta
até o crescimento das unhas, ou até o realce
de veias nos pés por exemplo.
“Two Woman” 2005
Embora em menos dimensões,
esta é tão ou mais expressiva
que as outras.
Trata-se de duas velhinhas, já
com o peso de todas as suas
vivências, que comentam algo
sobre alguém próximo. A sua
expressividade é tanta, tendo
todas as rugas sobressaídas,
exactamente os olhos cansados
com o pesar dos anos, normais
de um velhinho, que no meio d
multidão parecem ser mais duas
pessoas que comentam,
desconfiadamente o que se passa
á sua volta.
Nesta obra talvez as motivações
do artista tenham sido
exactamente representar o
cansaço, a experiência e a
desconfiança.
“Baby” 2000
Talvez com esta obra o artista queira produzir um momento da sua vida, ou
um desejo seu, neste caso ter um bebé ou voltar a ser um.
A perfeição nesta escultura é grandiosa, todos os pormenores, desde o
sangue, o brilho da pele, dão a noção de humidade, ou até o cabelo, um
pouco “empastado” por ter nascido, exactamente naquele momento. A cor da
sua pele também está muito realista, pois tem um tom esbranquiçado que
resulta da presença do bebé no útero da mãe e é a verificável do seu
nascimento. As unhas estão ligeiramente crescidas, o seu rosto suavemente
inchado, o cordão umbilical ainda está presente, e a sua expressão é a
expressão de uma coisa nova, de curiosidade e de alívio.
“Big Man” 1998
Com esta obra o artista foi capaz de
produzir a total solidão. Nesta é
possível é possível observar o homem
cujos pensamentos parecem vazios,
devido a não ter com quem os
partilhar, assim a expressão levava a
cabo pelo rosto (cansado, arrependido
e ao mesmo tempo vazio), pela posição
do corpo (agachado), fechando-se em
si mesmo, o acompanhamento da pele
ao longo do corpo, que a fez esticar-se
através de uma amontoar de pelo, a
pele dos pés acompanha cada
pormenor do movimento, até á mais
pequena ruga de expressão.
Dá que pensar a presença de um
homem solitário que partilha a
indiferença num dos cantos, de lado,
onde passam centenas de gente e não
se pode falar com ele, fazer com que a
solidão por ele sentida pare.
“Couple” 2003
Esta obra mostra um casal, mostra que talvez possam ter tido algum tipo de
relação, porém que ficou uma certa angústia entre ambos, parece também
que a qualquer momento, o homem se vai levantar e dizer algo, pois
realmente há algo entalado que tem de ser dito e esclarecido. Porem a mulher
parece estar angustiada de mais para dizer algo e espera que ele fale embora
ele esteja num impasse. Para além disto nota-se que como casal
complementam-se, tendo ele aquilo que ela não tem e vice -versa. São o oposto
um do outro formando uma só personagem com dois lados, como uma moeda
por exemplo.
Só com a expressão que o autor dá aos rostos das personagens, há nela uma
história que pode ser subentendida e formará á conclusão de cada um, a cerca
da mensagem que o artista quis produzir.
“Man in blankets” 2000
Esta obra no geral representa a
velhice, quando se envelhece embora
a experiencia atinja o aos, o passado
pese e o conhecimento seja quase
absoluto, a saúde já não é a mesma o
que leva a que estas pessoas
dependam dos que lhes querem bem
para elas mesmas se sentirem bem,
precisam de uma ajuda, carinho e
todo o amor que se possa dar para
que percebam que sempre tiveram e
hão-de ter alguém que os ame e
apoie.
Geralmente quando pensamos num
bebé vemo-lo no seu conforto o
aconchego de um cobertor, e como os
bebés precisam exactamente da
mesma preocupação, atenção, ajuda e
amor que os velhinhos, o artista
decidiu representar isto mesmo com a
sua obra “Man in blankets” pois ter
vivido mais e pela experiencia de vida
ser maior, não quer dizer que não se
necessite de mais ninguém.
“Seated Woman” 1996
Na representação desta obra o
artista teve em conta mais uma vez
a velhice, mas desta vez retratou o
peso dos anos, com uma expressão
de cansaço, uma posição física de
conformidade e de pesar profundo
num pensamento interminável.
Assim, o objectivo é dizer que esta
vida toda também cansa, já houve
muito para passar, houve muito
para viver, já se teve todas as
alegrias e tristezas e o que resta a
partir daí é esperar, esperar pelo
dia em que criarão uma nova vida
para além da que têm agora. E
nesta obra a velhinha parece
pensar no seu passado, no que já
foi a sua vida, pensando com a
força e o peso dos anos que tem e
esperando simplesmente pelo
recomeço de outra vida.
“Dead Dad” 1996
Com esta obra, o artista representa a morte
do seu pai o que provoca em nós,
espectadores, um sentimento de vazio, não
há realmente muito a tirar desta escultura a
não ser o vazio, talvez seja isso que ele
queira representar, quando ficou sem o pai,
sentiu-se tão mal que a sua vida e tudo o que
dele faz parte se tornou completamente
vazio.
Talvez esta obra seja também uma
justificação para a falta de forças para fazer
obras que representassem mais que o vazio,
pois parte-se do princípio de que com a
morte do pai houve tanto abalo que a sua
vida ficou sem sentido talvez, vazia como já
referimos o que o impede de pegar noutras
situações que não o que ele sente no
momento. E assim ele prefere dar esse
sentido exactamente à sua obra e mostrar o
que lhe passa realmente na mente criando
“Dead Dad” uma obra que talvez não tivesse
muito a dizer, disse tudo, enfrenta-se o medo
da morte de alguém que se ame, formula-se a
ideia de que se perde a orientação quando
tal acontece e partilham-se tais emoções com
quem ainda não conhece.
“Boy” 1999
Chegou a ser produzida em várias
dimensões, sempre com o mesmo
esboço e propósito.
Esta foi talvez uma das obras mais
meditadas de todas as produzidas
por –Ron Mueck, pois mostra uma
criança em que se nota medo,
curiosidade, frustração, insegurança
e até um pouco de ingenuidade.
São um misto de emoções que se
podem tirar desta obra, tudo para
concluir que qualquer criança é
indefesa e precisa de um guia e que
existem momentos em que as
crianças simplesmente não
encontram um, o que talvez seja o
caso deste rapaz pois parece exposto
a um medo exterior, uma fraqueza, e
a sua única alternativa é refugiar-se
em si mesmo. Para além disto as suas
dimensões gigantes realçam os
detalhes fazendo o impacto psíquico
ser maior.
Dependendo de pessoa para pessoa,
muitas conclusões podem ser tiradas,
desde que o sofrimento da vida
começa na infância até aos pais que
vêm a obra finalmente se
aperceberem que os filhos
necessitam realmente deles, mesmo
que não o digam.
Conclusão:
Gostamos muito de fazer este trabalho e achamos que correu bem, porque tivemos a oportunidade de estudar e analisar a vida e obra deste artista e interpretar alguns problemas da sociedade ou simplesmente a vida nas suas obras. Mas tivemos dificuldades em enquadrar as suas obras em situações e vivências que as motivassem, por isso tentamos interpretar ao máximo o que as obras nos poderiam dizer. Ron Mueck enfrenta a total perfeição que faz as suas criações parecerem mais que humanas. Faz questão de por cada cabelo um a um, tem cuidado com todos os pormenores, realça as veias, expressões, crescimento das unhas, dos cabelos… realça rugas de expressão. Consegue fazer com que as suas obras consigam transmitir os seus pensamentos e tudo o que ele quer transmitir. Ele tenta em todos os pormenores fazer um elo de ligação que conduzira a um todo que será totalmente aquilo que um artista quer, produzindo assim uma obra simplesmente perfeita, como as que vimos.
Bibliografia:
http://pt.shvoong.com/humanities/479657-experi%C3%AAncia-est%C3%A9tica/
http://en.wikipedia.org/wiki/Ron_Mueck
http://www.fba.ul.pt/portal/page?_pageid=401,821661&_dad=portal&_schema=PORTAL
http://hermes-embuscadesophia.blogspot.com/2008/06/forma-significante-ii.html
http://www.slideshare.net/Lin/ron-mueck-22120