51
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PAULO DE SOUZA MONTENEGRO ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE – PGRRS, UMA ABORDAGEM NA SEGURANÇA DOS TRABALHADORES Joaçaba 2009

Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Monografia de conclusão de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Citation preview

Page 1: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PAULO DE SOUZA MONTENEGRO

ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO

DE SAÚDE – PGRRS, UMA ABORDAGEM NA SEGURANÇA DOS

TRABALHADORES

Joaçaba

2009

Page 2: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

PAULO DE SOUZA MONTENEGRO

ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO

DE SAÚDE – PGRRS, UMA ABORDAGEM NA SEGURANÇA DOS

TRABALHADORES

Monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Área das Ciências Exatas e da Terra, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Joaçaba, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Professora Maria do Carmo Vicensi

Joaçaba

2009

Page 3: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

Dedico este trabalho a todos que contribuíram

em toda trajetória profissional, desde a

primeira aula de graduação até a finalização

dessa pós-graduação, meu grande sonho

desde a conclusão do meu curso de Técnico

de Segurança do trabalho.

Page 4: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

AGRADECIMENTOS

- A minha família, minha namorada e meus amigos que estiveram do meu lado

nesses momentos de luta da minha vida;

- Aos meus colegas de trabalho;

- Aos meus alunos do SENAC Concórdia e FABET;

- A professora Maria do Camo Vicensi, a ter me orientado neste trabalho.

Page 5: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

RESUMO

O presente trabalho apresenta procedimentos para a elaboração do Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS para estabelecimentos

e prestadores de serviço na área de saúde, bem como uma abordagem da

segurança do trabalho dos trabalhadores que manuseiam estes resíduos. O PGRSS

é um plano obrigatório para os estabelecimentos como: hospitais, clínicas

veterinárias, laboratórios e entre outros de prestadores de serviço na área de saúde.

De acordo com a resolução RDC 306 da ANVISA, e a legislação que dispõe sobre o

regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde e que

prevê a elaboração do PGRSS para os estabelecimentos de saúde. A elaboração do

PGRSS é realizada por uma equipe multidisciplinar (SEESMT, CCIH, administração),

onde na composição da mesma o Engenheiro de Segurança do Trabalho tem um

papel muito importante: descrição dos riscos, medidas corretivas e equipamentos de

proteção individual adequados aos funcionários que manuseiam os resíduos de

serviço de saúde. O PGRSS é um plano que deve abranger todos os processos do

resíduo de serviço de saúde, desde sua geração passando pela segregação,

transporte interno, armazenamento externo, transporte externo e sua disposição

final.

Palavras-chave: Resíduo. Saúde. Segurança.

Page 6: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

ABSTRACT

This paper presents an approach for the preparation of the Plan Waste Management

of Health Service - PWMHS for establishments and service providers in health, as

well as an approach to the safety of the workers who handle these wastes. The

PWMHS plan is mandatory for establishments such as hospitals, veterinary clinics,

laboratories and other providers of service in the area of health. In accordance with

resolution RDC 306 ANVISA, and the legislation that provides for technical regulation

for the management of waste from health services and providing for the preparation

of their respective jurisdictions to health facilities. The preparation of the respective

jurisdictions is provided by a multidisciplinary team (SSESMW, CCIH, administration),

where the same composition of the Engineer of Work Safety has a very important

description of the risks, corrective measures and equipment of personal protection to

employees who handle the waste of health service. The respective jurisdictions is a

plan that should cover all processes of the waste of health service, from its

generation through the segregation, internal transport, external storage, external

transport and end disopal.

Key-words: Residue. Health.Security.

Page 7: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Símbolo de risco biológico. ........................................................................ 20

Quadro 1: Modelo de planilha para levantamento de dados sobre os RS................. 39

Page 8: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CEP – Código de Endereçamento Postal

CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CVS – Centro de Vigilância Sanitária

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

LI – Licença de Instalação

LO – Licença de Operação

NBR – Norma Brasileira Registrada

NR – Norma Regulamentadora

PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

RIMA – Relatório de Impacto de Meio Ambiente

RSS – Resíduos de Serviço de Saúde

SEESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

Page 9: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 11

2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 12

2.1 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE ........ 24

2.2 SEGURANÇA NO TRABALHO COM RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE ...... 25

3 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 300

GLOSÁRIO ....................................................................................................................... 333

APÊNDICE .......................................................................................................................... 34

ANEXOS ........................................................................................................................... 466

Page 10: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

1 INTRODUÇÃO

A origem do resíduo de serviço de saúde está relacionada a qualquer

atividade de natureza médico-assistencial humana ou animal, em que estão

enquadrados as clínicas médico-odontológicas, veterinárias, farmácias, centros de

pesquisa - farmacologia e saúde, medicamentos vencidos, necrotérios, funerárias,

medicina legal e barreiras sanitárias.

Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), comumente associados à

denominação lixo hospitalar, representam uma fonte de riscos à saúde e ao meio

ambiente. Os principais problemas gerados pelo manejo inadequado dos resíduos

de serviço de saúde são as lesões infecciosas provocadas por perfuro cortante e a

infecção hospitalar devido ao manejo inadequado destes.

A Resolução ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05 versam

sobre o gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde em todas as suas etapas.

Definem a conduta dos diferentes agentes da cadeia de responsabilidades pelos

resíduos. Refletem um processo de mudança de paradigma no trato dos RSS,

fundamentado na análise dos riscos envolvidos, em que a prevenção passa a ser

eixo principal e o tratamento é visto como uma alternativa para dar destinação

adequada aos resíduos com potencial de contaminação. Com isso, exigem que os

resíduos recebam manejo específico, desde a sua geração até a disposição final,

definindo competências e responsabilidades para tal.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde é um plano que

aponta e descrevem as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas

suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os

aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta,

armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as ações de

proteção à saúde do trabalhador e ao meio ambiente.

Neste trabalho serão abordados assuntos relacionados aos Resíduos de

Serviço de Saúde – RSS, desde a sua geração até a disposição final, a elaboração

do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – PGRSS,

visando à saúde e a segurança dos trabalhadores que os manipulam os próprios

resíduos.

Page 11: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

11

1.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde para

prestadores de serviço na área de saúde tendo como base a legislação vigente.

Page 12: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

2 DESENVOLVIMENTO

A implantação de políticas de gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço

de saúde nos diversos estabelecimentos de saúde é de fundamental importância e

também se faz necessário despertar uma consciência humana e coletiva quanto à

responsabilidade com a própria vida humana e com o ambiente.

A problemática que envolve resíduo sólido urbano tem preocupado cada vez

mais os responsáveis pelas decisões políticas, seja dos estados ou dos municípios,

obrigando-os à elaboração e direcionamento de programas de gerenciamento de

resíduo (MARANGONI, 2006).

Resíduos sólidos e lixo são termos utilizados indistintamente por autores

de publicações especializadas, mas na linguagem cotidiana o termo resíduo é

muito pouco utilizado.

Na linguagem corrente, o termo lixo é usualmente utilizado para designar

tudo àquilo que não tem mais utilidade, enquanto resíduo é mais utilizado para

designar sobra (refugo) do beneficiamento de produtos industrializados

(BRASIL, 2006a)

A Resolução CONAMA nº 005/1993 define resíduos sólidos como: resíduos

nos estados sólido e semi-sólido que resultam de atividades de origem industrial,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de varrição. Ficam

incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de

água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,

bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso

soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia

disponível (BRASIL, 1993).

A norma brasileira (NBR 10004) caracteriza como resíduos sólidos:

[...] resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, face à melhor tecnologia disponível. (BRAGA, 2002, p. 146).

Page 13: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

13

Com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública a NBR

10004/2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: classe I e classe II.

Os resíduos classe I, denominados como perigosos, são aqueles que em

função de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem apresentar

riscos à saúde e ao meio ambiente. São caracterizados por possuírem uma ou mais

das seguintes propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e

patogenecidade. Os resíduos classe II denominados, não perigosos, são

subdivididos em duas classes: classe II-A e classe II-B.

Os resíduos classe II-A - não inertes podem ter as seguintes propriedades:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Os resíduos classe II-B – inertes, não apresentam nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade

de água, com exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor (ABNT, 2004).

A manipulação de resíduos de serviço de saúde perfurocortantes com

materiais biológicos, pode causar acidentes levando à contaminação dos

profissionais de saúde, dos funcionários da limpeza, bem como dos coletores de

resíduos. A população em geral estará exposta aos riscos biológicos, caso estes

estejam mal acondicionados e tenham um destino final inadequado (SILVA,

2004).

Um dos fatores importantes estão relacionado ao termo biossegurança que tem

assumido, a partir da Lei n. 8.975, de 5 de janeiro de 1995, que criou a Comissão

Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), uma dimensão ampla, que extrapola a

área da saúde e do trabalho, sendo empregada quando há referência ao meio ambiente

e à biotecnologia (CAIXETA, 2005).

Os riscos biológicos são decorrentes da exposição aos agentes do reino

animal, vegetal, de micro-organismos e de seus subprodutos. Entre os agentes de

risco biológico temos as bactérias, fungos, rickétsias, vírus, protozoários e

metazoários. Tais agentes podem ser veiculados sob diversas formas, ou seja, como

aerossóis, poeira, alimentos, instrumentos de laboratório, água, amostras biológicas

(sangue, urina, escarro, secreções), entre outros.

Segundo Hirata (2002), os agentes infecciosos mais comuns são classificados

de acordo com o grupo de risco a que pertencem:

Page 14: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

14

a) Grupo 1: é constituído de micro-organismos que provavelmente não

provocam doenças no homem ou nos animais;

b) Grupo 2: inclui germes patogênicos capazes de causar doenças em

seres humanos ou animais. Geralmente não apresentam perigo para

os indivíduos do laboratório, comunidade, animais domésticos ou para

o ambiente. A exposição em laboratório pode provocar infecção grave.

No entanto, conhecem-se medidas profiláticas adequadas, e o risco de

propagação é limitado ou reduzido. Para esse grupo o risco individual é

moderado, e baixo para a comunidade.

c) Grupo 3: é constituído de germes patogênicos que costumam provocar

doença grave em seres humanos ou animais, propagada de um

hospedeiro infectado ao outro.

d) Grupo 4: inclui agentes infecciosos patogênicos que geralmente

causam doenças graves ao ser humano ou animais, podendo ser

facilmente transmitidas entre os indivíduos, de forma direta ou indireta.

Na maioria dos casos não se conhece tratamento eficaz e as medidas

profiláticas não estão bem estabelecidas.

Deve-se considerar a importância do uso da terminologia correta relacionada

a cada tipo de resíduo produzido pelos locais de trabalho especialmente em relação

às classes e aos tipos de resíduos, como uma das formas de conscientização das

pessoas para a importância dos RSS de uma maneira geral. A composição dos RSS

varia muito em função de sua origem, ou seja, depende do estabelecimento e da

atividade que o produz. Devido à grande diversidade de atividades desenvolvidas,

um mesmo hospital pode gerar desde resíduos absolutamente inócuos, como por

exemplo, entulho de construção, até os resíduos perigosos, como por exemplo,

peças anatômicas contaminadas com altas doses de medicamentos e etc

(OLIVEIRA, 2002).

A classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, na

medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e

como resultado do conhecimento do comportamento destes perante o meio

ambiente e a saúde, como forma de estabelecer uma gestão segura com base nos

Page 15: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

15

princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação

(BRASIL, 2006a).

Resíduos de hospitais, clínicas, laboratórios de pesquisa e companhias

farmacêuticas apresentam comumente características patológicas e infecciosas,

sendo eles:

a) Resíduos cirúrgicos e patológicos;

b) Animais e cadáveres usados para experiências;

c) Embalagens e resíduos químicos e de drogas;

d) Bandagens, panos e tecidos empregados em práticas médicas;

e) Utensílios usados tais como agulhas, seringas etc.;

f) Equipamentos, alimentos e outros resíduos contaminados.

Resíduos químicos e quimioterápicos, resíduos orgânicos (solventes) e

resíduos radioativos, não são normalmente considerados como resíduos

biomédicos, embora possam ter sido gerados em atividades relacionadas. Isso

decorre da especificidade desses resíduos com relação ao manuseio e das normas

e legislação pertinente.

Deve-se cuidar para evitar a disposição desses resíduos de forma inadequada

na rede pública de esgotos sanitários, evitando contaminar os corpos de água

(BRAGA, 2002).

Os resíduos de serviço de saúde são classificados em cinco grupos assim

distribuídos:

a) Grupo A – Potencialmente Infectantes;

b) Grupo B – Químicos;

c) Grupo C – Rejeitos Radioativos;

d) Grupo D – Comuns;

e) Grupo E – Perfurocortantes.

Page 16: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

16

Quanto ao volume de resíduos de serviço de saúde gerados nos serviços de

prestação a saúde a determinação do volume de resíduos gerados e de suas

características físico-químicas e microbiológicas, varia de acordo com o tipo de

assistência prestada e constitui um importante fator para equacionar o

gerenciamento adequado destes.

De acordo com Philippi Junior et al (2005), os resíduos sólidos oriundos dos

serviços de saúde representam de 1 a 2% do volume total de resíduos sólidos

gerados no Brasil.

Com base no exposto, o aumento da produção de resíduos nos serviços de

saúde tem se constituído em fator preocupante nos hospitais brasileiros. São

coletadas diariamente 228.413 toneladas de resíduos no Brasil; em geral, estima-se

que 1% desse total, ou seja, 2.300 toneladas correspondem aos resíduos de serviço

de saúde. Os resíduos produzidos pelos serviços de saúde, em 74% dos municípios

brasileiros são depositados a céu aberto, em 57% são separados nos hospitais e

somente em 14% das cidades brasileiras esses dejetos são tratados

adequadamente, conforme previsto pela Legislação vigente (MACEDO, 2007).

Em relação à variação do volume produzido de resíduo e dependendo do nível de

complexidade ou do tipo de serviço gerador, o volume dos resíduos poderá ser maiores

do que o normal, devido ao uso de produtos descartáveis que aumenta cada vez mais,

especialmente plástico e papel. (PHILIPPI JÚNIOR et al., 2005).

Em relação à legislação no Brasil sobre resíduos de serviço de saúde,

destacam-se diversas Normas e Orientações Técnicas Brasileiras que, advindas de

diversos setores governamentais, versam sobre assuntos relacionados com a

problemática da contaminação do meio ambiente e segurança do trabalho relacionado

aos RSS. São elas:

a) Resolução ANVISA RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 – Dispõe

sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de

serviço de saúde;

b) Resolução CONAMA nº 358, de 04 de maio de 2005 – Dispõe sobre o

tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá

outras providências;

Page 17: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

17

c) NBR12235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos, de abril

de 1992;

d) NBR 12819 – Coleta de resíduos de serviços de saúde, de janeiro de

1993;

e) NBR 13853 – Coletores para resíduos de serviços de saúde

perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio, de maio de

1997;

f) NBR 7500 – Símbolos de risco e manuseio para transporte e

armazenamento de material, de março de 2000;

g) NBR 9191 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo –

Requisitos e métodos de ensaio, de julho de 2000;

h) NBR 14652 – Coletor-transportador rodoviário de resíduos de serviços

de saúde, de abril 2001;

i) NBR 10004 – Resíduos sólidos – classificação, de 30 de novembro de

2004.

j) Ministério do Trabalho – Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 –

Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – relativas à segurança e

Medicina do Trabalho.

O gerenciamento dos RSS envolve uma série de decisões, desde as mais

simples e rotineiras até aquelas que envolvem aspectos de segurança ou que

determinam grandes investimentos. A base do processo de tomada de decisão é o

conhecimento da problemática dos resíduos, suas características e riscos que eles

apresentam (OLIVEIRA, 2002).

Os impactos ambientais causados pelo gerenciamento inadequado dos

resíduos hospitalares podem atingir grandes proporções, desde contaminações e

elevados índices de infecção hospitalar, até a geração de epidemias ou mesmo

endemias devido a contaminações do lençol freático pelos diversos tipos de resíduos

dos serviços de saúde. Ao contrário de outros segmentos empresariais que

trabalham com resíduos (sucata, reciclagem), que já avançou no tema, a área da

saúde necessita de iniciativas que contribuam para uma nova realidade em que a

preocupação com o desenvolvimento sustentável seja um dos caminhos para

manutenção e melhoria da qualidade de vida das pessoas (NAIME, 2008).

Page 18: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

18

Particularmente os resíduos dos serviços de saúde merecem atenção

especial em suas fases de separação, acondicionamento, armazenamento, coleta,

transporte, tratamento e disposição final, em decorrência dos riscos graves e

imediatos que podem oferecer, particularmente na questão infecto-contagiosa

(NAIME, 2004).

A preocupação com a segregação de resíduos de serviços de saúde dentro

das instituições hospitalares somente passou a ganhar a devida importância, na

última década, com a aplicação da legislação regulamentadora. As resoluções da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Conselho Nacional do

Meio Ambiente determinam os procedimentos para o gerenciamento de resíduos

de serviços de saúde e tornam obrigatória a qualificação dos profissionais que

atuam com tais resíduos (MACEDO, 2007).

Há que se ressaltar que o gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde

deve representar uma questão de maior importância devido à necessidade de

socialização do conhecimento, do desenvolvimento de recursos humanos, dos

processos legais e normativos envolvidos, bem como da necessidade de minimizar

os impactos causados à saúde e ao meio ambiente (MARTINS, 2004).

O gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde consiste em um conjunto

de procedimentos planejados e implementados, a partir de bases científicas e

técnicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a geração de resíduos e

proporcionar aos mesmos um manejo seguro, de forma eficiente, visando a proteção

dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio

ambiente , de acordo com RDC ANVISA nº 306/04 (ANVISA, 2006).

Há uma preocupação por parte dos prestadores de serviço de saúde de

grande porte no que diz respeito ao volume de resíduos de serviço de saúde,

planejando estrategicamente para que estes resíduos tenham um destino final

adequado. Já os pequenos estabelecimentos de serviço de saúde com menor

geração de resíduos demonstram uma falta de recursos para implantar um sistema

de gestão dos próprios resíduos.

O gerenciamento de resíduos, segundo a ANVISA, é composto pelas etapas:

segregação, que consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua

geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado

físico e os riscos envolvidos; acondicionamento, que se trata do ato de embalar os

Page 19: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

19

resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às

ações de punctura e ruptura; identificação, que se refere ao conjunto de medidas

que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes

fornecendo informações ao correto manejo dos RSS; transporte interno, que

consiste no transporte dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao

armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de

apresentação para a coleta (MACEDO, 2007).

A redução na fonte facilita a definição de modelos de gerenciamento. Estudos

citam que a racionalização de outras atividades como a ordenação dos estoques por

data de vencimento dos produtos, centralização das compras e estoques e o

treinamento dos profissionais para o manejo dos resíduos são ações importantes na

minimização da geração (GONZÁLES, 2007).

O manuseio e o descarte dos resíduos de serviço de saúde podem variar de

acordo com o porte do serviço de saúde, ou seja, os de maior porte possuem maior

número de passos a ser seguidos do que os serviços de saúde de menor porte,

pelas dimensões das instalações e/ou pelas características dos resíduos gerados.

De acordo com a NBR 10004 (ABNT, 2004), a Resolução 283/01 do

CONAMA (2001) e a RDC 33/03 da ANVISA (2003), os RSS requerem técnicas e

cuidados especiais para seu manuseio, desde a segregação até o descarte final,

após receberem tratamento. Os passos para o seu manuseio e descarte, dentro e

fora dos estabelecimentos de saúde, se constituem em diferentes etapas que,

segundo uma adaptação da NBR 12809 e as recomendações técnicas do Centro de

Vigilância Sanitária (CVS) de São Paulo possuem algumas características, assim

apresentam-se elas:

a) Separação ou Segregação: este primeiro passo deve ser feito na

própria fonte geradora no instante em que o resíduo é produzido,

completando com a sua identificação. A separação é feita de acordo

com as categorias de classificação e tem por objetivo racionalizar os

recursos, impedir a contaminação de grande quantidade de resíduo,

intensificar as medidas de segurança e facilitar a ação em caso de

acidentes ou emergências. Também é importante que esteja ele

Page 20: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

20

acordo com os métodos de tratamento e de disposição final, não se

admitindo separação posterior.

b) Acondicionamento: deve estar de acordo com o tipo de resíduo,

observando-se, principalmente, que materiais cortantes, perfurantes ou

líquidos devem ser embalados em recipientes rígidos e resistentes.

De acordo com a NBR 9190 os resíduos líquidos devem ser acondicionados

em recipientes igualmente resistentes e inquebráveis, dotados de tampa que não

permitem vazamento e também, embalados em sacos plásticos, lembrando que

resíduo classificado como infectante deve ser acondicionado em dois sacos

plásticos, branco leitoso, impermeável e resistente, que garantam a segurança dos

manipuladores destes resíduos até o destino final (HIRATA, 2002).

Os sacos e as lixeiras devem ser identificados de acordo com as

características dos resíduos produzidos, devendo também ser adequadamente

fechados para impedir vazamentos, ou rompimento; a embalagem rígida para

descarte de perfurocortantes devem ter impresso o símbolo universal de material

infectante ou risco biológico. (PHILIPPI JÚNIOR, 2005).

Figura 1: Símbolo de risco biológico.

Fonte: Philippi Júnior (2005, p. 342)

Os resíduos radioativos têm seu gerenciamento regulamentado pela

Resolução 6.05 cio CNEN (1985).

O armazenamento deve ser feito em embalagem e recipiente compatíveis

com as suas propriedades, ou seja, que não haja reação com o produto armazenado

Page 21: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

21

contendo rótulo de identificação facilmente legível, no qual conste o nome do

produto, propriedades físicas e químicas, volume, data de embalagem, além das

informações a suas reações químicas correspondentes (reativo, corrosivo,

inflamável, etc.) e também as tampas das embalagens serem obrigatoriamente

vedantes (PHILIPPI JÚNIOR, 2005).

O recolhimento de RSS consiste em coleta interna, e externa e especial

dependendo do porte e tipo de estabelecimento de saúde. A coleta interna consiste

do resíduo da lixeira, no local de produção que e transportando até uma sala de

depósito interno para resíduo (sala de resíduo ou de material sujo), temporariamente

É imprescindível que cada unidade hospitalar tenha uma sala de resíduo para

guarda temporária de resíduo antes de ser levado para tratamento ou ao local de

apresentação à coleta externa. O preenchimento da embalagem de coleta deverá

ser apenas de dois terços de sua capacidade total, não permitindo o empilhamento

excessivo e a transferência do conteúdo de um recipiente para outro, devendo

respeitar a cor e a identificação do saco e utilizar sempre o Equipamento de

Proteção Individual.

Ao terminar a coleta, deve-se recolocar firmemente novo saco na lixeira e

tampá-Ia. Em caso de derramamento de conteúdo, proceder à limpeza imediata com

hipoclorito de sódio e recolhê-lo com pá e pano a ser desprezado. Os resíduos que

por ventura os sejam dispersos no ambiente deverão ter tratamento imediatamente

com hipoclorito de sódio, e após recolhidos e descartados em uma sala para

depósito temporário, os resíduos devem ser transportados diretamente ao local de

apresentação à coleta pública municipal ou externa; os horários de coleta devem

obedecer a uma programação de conhecimento de todos, observando-se que os

resíduos permaneçam o menor tempo possível na unidade geradora.

O transporte externo dos resíduos do serviço de saúde consiste na coleta dos

mesmos no estabelecimento onde é gerado até o local de tratamento ou destinação

final. Até recentemente, era de responsabilidade exclusiva da administração pública

municipal, e passou a ser responsabilidade do gerador, onde o transporte deve ser

feito em caminhões tipo baú, sem compactação, seguindo fluxos e horários

previamente estabelecidos, bem como deve seguir as rotinas e recomendações para

proteção da saúde ocupacional dos coletores e do ambiente.

Page 22: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

22

A coleta especial é indicada para todo resíduo de alto risco no transporte;

exige a presença de técnicos especializados e rotinas separadas dos demais tipos

de coleta. Os produtos químicos, inflamáveis, material radioativo acumulado,

medicamentos vencidos e materiais biológicos concentrados são exemplos de

resíduos que necessitam desse tipo de coleta.

Todos os estabelecimentos de saúde, independente do porte, deverão

respeitar as normas para recolhimento e destinação adequada dos RSS, dentre

estes estão os consultórios médicos, odontológicos e veterinários, laboratórios em

geral, bancos de leite e de sangue, farmácias e similares.

O armazenamento deve ser na unidade, nas chamadas salas de resíduos

e nos abrigos para apresentação do lixo à coleta externa; e fora da unidade, nas

chamadas estações de transbordo, quando o local de destino final dos resíduos

fiel for muito distante os locais de geração. O armazenamento objetiva guardar e

proteger os resíduos gerados antes de seu transporte, tratamento ou destinação

final. Essas salas de resíduos devem observar os padrões mínimos de higiene e

segurança, estabelecidos pela ABNT. A adoção de contêineres, como forma de

armazenamento, não exclui a necessidade do abrigo, devendo ser utilizados

com tampa, sem empilhamento excessivo de sacos plásticos. É importante

observar nessa fase de gerenciamento dos resíduos a manutenção das

condições de higiene e limpeza das instalações e dos equipamentos, devendo o

local de armazenamento ser fresco, arejado, telado e de acesso exclusivo a

funcionários do serviço.

O transporte deve obedecer a um roteiro preestabelecido, de forma a impedir

o cruzamento de material limpo com os sujos e não coincidir com os horários de

grande movimento de pessoas. Os resíduos devem ser transportados em veículos

ou carrinhos exclusivos, dimensionados de acordo com o volume coletado. Esses

carrinhos precisam ser de material liso, sem arestas e fechados, sendo lavados e

higienizados diariamente.

O Local de armazenamento dos resíduos à coleta externa deverá ser

protegido de animais, insetos e pessoas não ligadas a este serviço. A localização

desses abrigos deve ser de fácil acesso, tanto ao transporte interno do hospital

quanto à coleta pública, e estar de acordo com as normas e padrões de

construções e instalações de serviços de saúde.

Page 23: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

23

Os profissionais que manuseiam os resíduos de serviço de saúde devem ter

uma atenção especial, principalmente àqueles envolvidos na coleta. Segundo

recomendações da ANVISA, tais profissionais devem passar por treinamento por

equipe técnica responsável pelo PGRSS. Esse treinamento se realiza por ocasião do

ingresso do trabalhador, bem como em programas de educação continuada, de

forma a permitir a aquisição de conceitos quanto às características dos resíduos, seu

potencial de risco, uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual, tais como

luvas, avental, botas e gorros, entre outros, conforme normas do Ministério do

Trabalho, além de padrões de manuseio de acordo com o esforço ergométrico,

preparando o funcionário para realizar, de forma segura e adequada, suas funções.

(JÚNIOR, 2005)

O destino final dos resíduos de serviço de saúde está relacionado à

resolução do CONAMA, nº 358, de 29 de abril de 2005 (BRASIL, 2005) que dispõe

sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, em seu

artigo 3º: cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável

legal, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de

forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional,

sem prejuízo de responsabilização solidária de tanto de, pessoas físicas e/ou

jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação

ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de

tratamento e disposição final, nos termos da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.

A mesma resolução determina em seu artigo 5º que o PGRSS deverá ser

elaborado por profissional de nível superior, amparado pelo seu conselho de classe,

com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica, Certificado de

Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber.

A partir da coleta externa, que transporta os RSS do estabelecimento gerador

ao local onde serão dispostos, os resíduos de serviços de saúde devem ter como

destinação final um aterro sanitário, que se constitui em solução aceita por

autoridades governamentais e científicas, desde que os resíduos dos tipos infecciosos

e químicos (grupos A e B) tenham sido submetidos a tratamentos prévios específicos.

O destino final do RSS deve seguir as normas sanitárias do município a que

pertencem, respeitando-se a separação de acordo com o tipo de resíduo, ou seja,

biológicos, químicos e etc.

Page 24: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

24

2.1 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o

documento que aponta e descrevem as ações relativas ao manejo dos resíduos

sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos.

Contempla os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,

coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as

ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente (PHILIPPI JÚNIOR 2005).

Além da responsabilidade, já definida, pela implantação do PGRSS a unidade

geradora deve contemplar ainda outras medidas que envolvam todo o pessoal de

modo a estabelecer o envolvimento coletivo. O planejamento do Programa deve ser

feito em conjunto com todos os setores definindo-se responsabilidades e obrigações

de cada um em relação aos riscos ambientais de cada setor (RIO DE JANEIRO,

2002).

Gerenciar adequadamente todo este processo, identificando os profissionais

engajados no serviço é sem dúvida uma das principais tarefas no contexto do

manejo dos resíduos. Esta tarefa toma proporções importantes quando estendemos

estes cuidados para todos os grupos de resíduos e às especificidades de cada um

(pois conforme a resolução 306 da ANVISA existe um conjunto de procedimentos a

ser adotado conforme o tipo de resíduo gerado). O gerador de resíduos de saúde é

o responsável por todas as etapas do manejo inclusive a disposição final, portanto a

empresa deverá acompanhar e garantir que os resíduos receberão tratamento

adequado, mesmo após a retirada destes resíduos da área de armazenamento

(NAIME, 2008).

A elaboração, implantação e desenvolvimento do PGRSS, devem envolver os

setores de higienização e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, e

os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho, onde houver

obrigatoriedade de existência desses serviços, através de seus responsáveis,

abrangendo toda a comunidade do estabelecimento, em consonância com as

legislações de saúde ambiental e de Energia Nuclear, vigentes (RIO DE JANEIRO,

2002).

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde deve ser baseado

nas características dos resíduos, volumes gerados e ser compatível com as normas

Page 25: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

25

locais relativas à coleta, ao transporte e à disposição, estabelecidas pelos órgãos

responsáveis. Quando exigido pelas autoridades locais de saúde e/ou ambiente, deve ser

submetido à aprovação prévia (BRASIL, 2006a).

2.2 SEGURANÇA NO TRABALHO COM RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

Uma oportunidade muito estudada para redução de custos em serviços de

saúde americanos é o gerenciamento de resíduos. Os hospitais nos Estados Unidos

geram, mais de 6.600 toneladas de RSS por dia. Isto representa aproximadamente

1% de todo o resíduo gerado naquele país a cada dia. Pode parecer um baixo

percentual, mas estas 6.600 toneladas dia obrigam os hospitais investirem recursos

financeiros para a disposição e tratamento de resíduos; recursos estes que poderiam

ser aplicados em cuidados com o paciente, desenvolvimento e treinamento de

funcionários ou projetos de redução de custos. (SHANER E MCRAE, 2000 apud

OLIVEIRA, 2002).

O pessoal envolvido diretamente com o PGRSS, deve ser capacitado na

ocasião de sua admissão e mantido sob treinamentos periódicos para as atividades

de manejo de resíduos, incluindo a sua responsabilidade com higiene pessoal e dos

materiais. A capacitação deve abordar a importância da utilização correta de

equipamentos de proteção individual - uniforme, luvas, avental, máscara, botas e

óculos de segurança específicos a cada atividade, bem como a necessidade de

mantê-los em perfeita higiene e estado de conservação. Todos os profissionais que

trabalham em estabelecimentos de saúde, mesmo os que atuam temporariamente

ou não estejam diretamente envolvidos nas atividades do PGRSS, devem conhecer

o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a prática de segregação de

resíduos, reconhecimento de símbolos, expressões, padrões de cores adotados,

localização de abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis à completa

integração ao PGRSS (RIO DE JANEIRO, 2002).

Dentro do contexto descrito, a conscientização dos profissionais para o cuidado

com a segregação dos resíduos gerados durante sua atuação no ambiente hospitalar é

também relevante por proporcionar uma visão ampliada das questões ambientais da

atualidade, por despertar interesse e estimular sua participação nos programas de

qualidade ambiental das unidades de saúde. Além disso, o conhecimento dos custos

Page 26: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

26

associados ao uso de materiais e insumos, e ao seu tratamento após uso, pode diminuir

a utilização descontrolada e inadequada de materiais hospitalares. A expectativa é que

profissionais de todos os níveis e áreas de atuação, conscientes da importância da

correta segregação dos resíduos gerados nos serviços de saúde, sintam-se

comprometidos com o processo, encaminhando apenas para tratamento aqueles

materiais que realmente necessitem ser tratados (MACEDO, 2007).

Após a coleta o funcionário deve lavar as mãos ainda enluvadas, retirando-as e

colocando-as em local apropriado, e o mesmo deve lavar as mãos antes de calçar as

luvas e depois de retirá-las e em caso de ruptura das luvas, o funcionário deve

descartá-las imediatamente, não as reutilizando. Estes equipamentos de proteção

individual devem ser lavados e desinfetados diariamente e sempre que houver contato

direto com material possivelmente infectante, devem ser substituídos imediatamente

(GONZÁLES, 2007).

Em relação aos acidentes de trabalho envolvendo os resíduos de serviço de

saúde, a incidência dos mesmos no Brasil tem declinado de forma significativa nas

últimas décadas, bem como a sonegação da notificação por parte das empresas,

decorrente de vários fatores, entre os quais as frequentes mudanças de legislação,

têm sido o principal argumento sustentado para explanar tal fato. Entretanto, outros

fatores devem estar influenciando essa tendência, pois nesse período, tanto a

economia do País, como os padrões de emprego transformaram-se

substancialmente, como as questões relacionadas aos direitos dos trabalhadores. É

rara na literatura científica brasileira a discussão do efeito de medidas preventivas e

educativas sobre a ocorrência de acidentes de trabalho, mas também é pouco

provável que a acentuada redução observada seja a conseqüência de respostas às

ações de prevenção postas em prática pelas empresas ou agências governamentais

responsáveis (WÜNSCH FILHO, 1999).

No que diz respeito aos acidentes de trabalho que atingem os trabalhadores das

unidades hospitalares vale destacarem, que estas apresentam elevado número de

riscos ocupacionais para os seus profissionais tanto os relacionados ao atendimento de

pacientes/clientes como as de apoio aos serviços de atenção à saúde, que predispõem

à ocorrência de acidentes de trabalho de variadas naturezas (SALLES, 2008).

Em relação às conseqüências dos acidentes com materiais biológicos entre

os profissionais de saúde, podem ser de curto a médio prazo, sendo que o registro

Page 27: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

27

junto aos serviços competentes da unidade hospitalar (Medicina do Trabalho,

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e outros), seja fundamental.

(CAIXETA, 2005).

Quando o acidente ocorre com material contaminado pode acarretar doenças

como a Hepatite B, Hepatite C e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS

entre outras doenças hematológicas e dermatites de contato. O acidente com

materiais contaminados proveniente de resíduos de serviço de saúde, é responsável

por mudanças nas relações sociais, familiares e de trabalho requerendo acolhimento

e acompanhamento profissional de saúde especializado para este tipo de

atendimento. O impacto emocional após a exposição ocupacional, também são

aspectos preocupantes como os diversos efeitos adversos dos medicamentos

utilizados no tratamento das doenças já citadas (MARZIALE, 2004).

O mesmo autor ainda ressalta que os acidentes ocasionado por agulhas

contaminadas, são responsáveis por 80 a 90% das transmissões de doenças

infecciosas entre trabalhadores de saúde. O risco de transmissão de infecção,

através de uma agulha contaminada, é de grande relevância para Hepatite B,

Hepatite C e para HIV.

Acidente de trabalho de acordo com a legislação brasileira no artigo 19 da Lei

8.213 de 24 de julho de 1991, é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente.

O Ministério do Trabalho criou normas especificas com o objetivo de reduzir e

prevenir acidentes de trabalho, entre elas a Norma Regulamentadora de Segurança

e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde (BRASIL, 2006b).

Esta norma define, que toda ocorrência de acidente de trabalho, envolvendo

riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Os trabalhadores devem comunicar,

imediatamente, todo acidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao

responsável pelo local do trabalho e, quando houver, ao Serviço de Segurança e

Saúde do Trabalhador e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,

bem como notificar a Vigilância Epidemiológica (GONZÁLES, 2007).

Para garantir os benefícios trabalhistas, os hospitais devem estabelecer o

registro desses. Além disso, é necessário o estabelecimento de rotinas relacionadas

Page 28: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

28

às medidas de precaução imediatas, bem como as orientações e a disponibilidade

da quimioprofilaxia em casos de acidentes com material biológico de pacientes

soropositivos para o HIV ou desconhecidos. (CAIXETA, 2005).

Em caso de acidente com perfurantes e cortantes, as seguintes medidas

deverão ser tomadas:

a) Lavar bem o local com solução de detergente neutro;

b) Aplicar solução anti-séptica;

c) Notificar imediatamente o Responsável Técnico ou seu assistente, e

encaminhar para o pronto atendimento se necessário.

Page 29: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

3 CONCLUSÃO

Os resíduos gerados em serviços de saúde sejam de origem biológica,

química ou radioativa, em qualquer estado físico (sólido, líquido ou gasoso),

representam um risco à saúde humana e ao ambiente, quando inadequadamente

manuseados e gerenciados.

A elaboração e cumprimento de um Programa de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS, trarão beneficio ambiental, social e

ocupacional para os profissionais que trabalham com os Resíduos de Serviço de

Saúde – RSS.

A implantação do PGRSS é uma forma de padronização do gerenciamento

dos resíduos de saúde, determinando normas sobre segurança e saúde dos

trabalhadores e reforçando a obrigação para as empresas se adequarem na questão

ambiental.

O PGRSS deve ser visto pelos administradores de hospitais como um

investimento que resultará em beneficio para o hospital, pois estará implementando

medidas de prevenção, diminuindo o risco de acidentes e doenças relacionados aos

acidentes com estes resíduos. Além disso, o hospital poderá investir no “marketing

verde”, no qual poderá divulgar ações de educação ambiental junto à sociedade.

Page 30: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. São Paulo: ABNT, 2004. BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2002. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 2006a. BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Brasília, 16 de novembro de 2006b. BRASIL, Resolução CONAMA n. 283, de 12 de julho de 2001, dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos de serviço de saúde. Brasília, 01 de outubro de 2001. BRASIL, Resolução CONAMA n. 358, de 29 de abril de 2005, dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Brasília, 04 de maio de 2005. BRASIL, Resolução CONAMA n. 5, de 5 de agosto de 1993, relativa à definição de normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários. Brasília, 31 de agosto de 1993. BRASIL, Resolução RDC n. 306, de 07 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 10 de dezembro de 2004. CAIXETA, Roberta Betânia. Acidente de trabalho, com material biológico, em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil, 2002/2003. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(3):737-746, maio/jun., 2005. PHILIPI JÚNIOR, Arlindo. et al. Saneamento, saúde e ambiente. Barueri: Malone, 2005.

Page 31: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

31

GONZÁLES, Alberto Duran; PETRIS, Airton José. Revisão sobre resíduos de serviço de saúde: proposta de um plano de gerenciamento para farmácia. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 8, n. 2, p. 01-10, jun. 2007. HIRATA, Mario Hiroyki et al. Manual de Biossegurança. Barueri: Editora Malone, 2002. MACEDO, Luara Christina. Segregação de resíduos nos serviços de saúde: a educação ambiental em um hospital-escola. Revista Cogitare Enfermagem, p. 183-188, abr./jun. 2007. MARANGONI, Maria Cristina. Gerenciamento de resíduo de serviço de saúde: estudo de caso no hemocentro da UNICAMP. 2006. 114 f. Tese (Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. MARTINS, Fátima Leone. Gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde. Análise comparativa das legislações federais. 2004. 135 f. (Mestrado em Sistemas de Gestão da) Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004. MARZIALE, Maria Helena Palucci. Riscos de contaminação ocasionados por acidentes de trabalho com material perfuro-cortante entre trabalhadores de enfermagem. Revista Latino-am Enfermagem, v. 12, p. 36-42, jan./fev. 2004. MONTENEGRO, Paulo de Souza. Sugestão de roteiro para elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Concórdia, 2009. NAIME, Robertto et al. Avaliação do sistema de gestão dos resíduos sólidos do hospital das clínicas de Porto Alegre. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 9, n.1, p.1-17, dez. 2008. ________. Uma abordagem sobre a gestão de resíduos de serviço de saúde. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 5, n. 2, p. 17-27, jun. 2004. OLIVEIRA, Joseane Machado. Análise do gerenciamento de resíduos de serviços de Saúde nos hospitais de Porto Alegre. 2002. 96 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Administração) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. RIO DE JANEIRO. Boas práticas em resíduos de serviços de saúde (RSS). 2002. Disponível em: <http://www.saude.rj.gov.br/Docs/cecih/Residuos_OUT_2002.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2009.

Page 32: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

32

SALLES, Carmen Ligia Sanches. Acidentes de trabalho ocorridos com os trabalhadores da saúde nos diferentes processos de um plano de gerenciamento de resíduos de saúde. 2008. 59 f. (Mestrado em Enfermagem) Universidade de Guarulhos, Guarulhos, 2008. SILVA, Magda Fabri Isaac. Resíduo de serviço de saúde, gerenciamento no centro cirúrgico, central de material e centro de recuperação anestésica de um hospital do interior paulista. 2004. 103 f. Tese (Programa de Doutorado em Enfermagem Interinidades da Escola de Enfermagem) Universidade de São Paulo, Riberão Preto, 2004. WÜNSCH FILHO, Victor. Reestruturação produtiva e acidentes de trabalho no Brasil: estrutura e tendências. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 15(1):41-51, jan./mar., 1999.

Page 33: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

GLOSSÁRIO

Acondicionamento – guardar em local conveniente.

Biotecnologia – aplicação de conhecimentos tecnológicos às ciências biológicas.

Coleta – ação ou efeito de coletar.

Geração – ação ou efeito de gerar.

Equipe Multidisciplinar – equipe formada por profissionais de diversas áreas do

conhecimento.

Gerenciamento – gestão, administração.

Patológico – ramo da medicina que estuda as alterações estruturais e/ou funcionais

dos tecidos e órgãos afetados pelas doenças.

Segregação – pôr (-se) de lado; isolar.

Transporte – ação ou efeito de transportar, conduzir de um lugar para o outro.

Tratamento final – ação ou efeito de tratar, eliminar os agentes biológicos.

Page 34: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

APÊNDICE

Page 35: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

35

APÊNDICE A – SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO

DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

Um estabelecimento de serviço de saúde, antes da elaboração e

implementação de um PGRSS, deve realizar um planejamento com todas as partes

envolvidas em um plano de resíduos (Administração, SEESMT, CCIH, Departamento

Pessoal entre outros), para levantar os dados do que já foi realizado no

estabelecimento em relação ao PGRSS, o que se tem de dados de RSS no hospital,

indicar a legislação vigente sobre RSS, o que já foi realizado em outros hospitais

(experiências bem sucedidas) entre outras.

Após isso, deve-se estabelecer um responsável para elaboração do PGRSS

com os seguintes requisitos:

a) Ter registro ativo junto ao seu conselho de classe.

b) Apresentar a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, ou o

Certificado de Responsabilidade Técnica, ou documento similar

quando couber.

c) Compor uma equipe de trabalho, de acordo com a tipificação dos

resíduos gerados.

Composta a equipe responsável pela a elaboração do PGRSS juntamente

com o ser responsável técnico (que pode ser um Engenheiro de Segurança do

Trabalho), a equipe pode realizar junto ao hospital:

a) Reuniões com os vários setores para apresentar a ideia, o possível

esquema de trabalho e o que é esperado de cada unidade.

b) Atividades de sensibilização sobre a temática, como, por exemplo,

conferências, oficinas, filmes e outras.

c) Criar formas permanentes de comunicação com os funcionários, como,

por exemplo, um painel que seja regularmente atualizado com

informações sobre temáticas ambientais e o desenvolvimento do

PGRSS.

d) Organizar campanhas de sensibilização sobre necessidade do

PGRSS.

Page 36: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

36

e) Preparar um questionário para levantar a percepção dos funcionários

sobre o meio ambiente, de forma a identificar eventuais questões

chaves relacionadas aos resíduos de serviços de saúde.

f) Divulgar os resultados da pesquisa a todos os funcionários, por meio

de cartazes, folhetos e outros meios disponíveis na organização.

Essas atividades pode já estar inclusas no PGRSS, pois as mesmas têm

finalidade de comunicação interna sobre os trabalhos que virão acontecer em

relação aos RSS no hospital, além de mostra a importância que o hospital tem com o

meio ambiente e a segurança dos trabalhadores que manuseiam os RSS.

Após essa etapa, a equipe deve elaborar um escopo do PGRSS, que pode

ser composto por nove etapas:

a) Identificação e caracterização do empreendimento;

b) Identificação, classificação e localização dos pontos de geração dos

RSS;

c) Acondicionamento e identificação dos RSS;

d) Coleta e transporte interno;

e) Armazenamento externo;

f) Transporte externo;

g) Disposição final;

h) Treinamento e procedimentos para os funcionários que manuseiam o

RSS;

i) Rotina em caso de acidente com material biológico.

1 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Na sequência da elaboração do PGRSS, é feito a identificação do gerador do

RSS, que deve conter no mínimo os seguintes dados:

a) Razão Social;

b) Nome Fantasia;

Page 37: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

37

c) CNPJ;

d) Endereço;

e) CEP;

f) Fone;

g) Cidade;

h) Número de funcionários;

i) Horário de funcionamento;

j) Responsável pelo estabelecimento.

Na identificação do empreendimento, registra-se também colocar os dados da

equipe que elaborou o PGRSS:

a) Responsável pelo PGRSS;

b) Identificação ART do responsável;

c) Número do conselho de classe;

d) Nome dos técnicos/cargos.

Na caracterização do empreendimento é necessário descrever os itens

relacionados à questão do PGRSS, como:

a) Alvará sanitário (número e validade);

b) Licença ambiental (número e validade);

c) Estrutura física (tipo de construção e número de pavimentos)

d) Abastecimento de água;

e) Tratamento de esgoto sanitário (qual tipo de tratamento).

2 IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE

GERAÇÃO DOS RSS

Nesta etapa o técnico e a equipe responsável pela elaboração do PGRSS

realizam vistorias in loco para identificar, classificar e localizar os pontos de geração

de RSS.

A etapa de identificação é feita juntamente com os profissionais da área de

saúde e de limpeza de um hospital:

Page 38: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

38

a) Técnico (a) de enfermagem;

b) Enfermeiro (a);

c) Médico (a);

d) Técnico (a) em raio-X;

e) Odontólogos (a); e

f) Demais profissionais.

Após identificado a geração do resíduo, o próximo passo é a classificação e

quantificação do mesmo orientados pela resolução do RDC nº 306, de 7 de

dezembro de 2004, que em seu anexo traz a definição dos grupos de RSS:

a) GRUPO A (POTENCIALMENTE INFECTANTES) - resíduos com a

possível presença de agentes biológicos que, por suas características

de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de

infecção;

b) GRUPO B (QUÍMICOS) - resíduos contendo substâncias químicas que

apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente, independente

de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e

toxicidade;

c) GRUPO C (REJEITOS RADIOATIVOS) – são considerados rejeitos

radioativos quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que

contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de

isenção especificados na norma CNEN-NE-6.02 - “Licenciamento de

Instalações Radiativas”;

d) GRUPO D (RESÍDUOS COMUNS) - são todos os resíduos gerados

nos serviços abrangidos por essa resolução que, por suas

características, não necessitam de processos diferenciados

relacionados ao acondicionamento, identificação e tratamento,

devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos – RSU;

e) Grupo E - PERFUROCORTANTES - são os objetos e instrumentos

contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas,

capazes de cortar ou perfurar.

Page 39: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

39

Identificados e quantificado o RSS, deve-se para melhor interpretação do

PGRSS o interessante é elaborar uma planta baixa com a indicação de geração

dos RSS através de simbologia apropriada, um trabalho similar ao mapa de

riscos.

O Quadro 1 é um exemplo de planilha que a equipe responsável pelo

PGRSS pode usar no levantamento de dados e quantificação dos RSS no

PGRSS:

SETOR:

GRUPO DE RESÍDUOS VOLUME MEDIDO (m³/dia) VOLUME ESTIMADO (m³/mês)

Quadro 1: Modelo de planilha para levantamento de dados sobre os RSS. Fonte: Montenegro, 2009.

3 ACONDICIONAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DOS RSS

Nesta etapa de acondicionamento e identificação dos RSS é realizada

juntamente com o levantamento da Identificação, classificação e localização dos

pontos de geração dos RSS (etapa anterior), quando se pode fazer uma

comparação do acondicionamento dos RSS (situação atual) e o que se deve ser

feito (o que a legislação determina).

É necessária a identificação dos vários fatores como:

a) Identificar que tipos de recipientes são utilizados como contenedores

dos RSS.

b) Identificar os tipos de embalagens: sacos, plásticos, bombonas, caixa

de papelão, caixa para perfurocortantes etc.

c) Verificar se a quantidade de embalagens é compatível com os resíduos

gerados.

d) Identificar e verificar se existem definição e padronização dos

contenedores e embalagens.

e) Verificar se estão sendo respeitados os limites de preenchimento dos

contenedores e embalagens.

Page 40: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

40

f) Verificar a adequação das embalagens para os resíduos químicos

perigosos, em função das suas propriedades físicas.

g) Verificar a existência de acondicionamento em recipiente adequado

para os perfurocortantes.

h) Verificar se os contendedores são de material lavável, resistente à

punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de

abertura, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento.

Deve constar no PGRSS, o procedimento correto para o acondicionamento e

identificação dos RSS que se deve seguir a resolução RDC nº 306, de 7 de

dezembro 2004, cujo teor consta em seu texto. A identificação deve estar aposta nos

sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos

recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local

de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases,

atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7500 da ABNT, além de

outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de

cada grupo de resíduos.

Ainda a mesma resolução RDC Nº 306, descreve que as identificações dos

sacos que armazenam os RSS deverão ser feita por adesivos, de forma que seja

garantida a resistência destes, aos processos normais de manuseio dos sacos e

recipientes.

4 COLETA E TRANSPORTE INTERNO

A coleta e o transporte interno é um item muito importante no PGRSS,

pois obedece um roteiro pré-estabelecido, de forma a impedir o cruzamento de

material limpo com os resíduos e não coincidir com os horários de grande

movimento de pessoas para evitar acidentes de trabalho e transtornos.

Page 41: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

41

Abaixo seguem alguns itens para serem observados no levantamento de

dados para elaboração do PGRSS:

a) Verificar se a coleta está sendo feita separadamente de acordo com o

grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de

resíduos.

b) Descrever as coletas abordando sua forma em função do grupo de

resíduos, tipos de recipientes, carros de coleta, equipe, quantidade,

freqüência, fluxos de resíduos etc.

c) Verificar se o dimensionamento da coleta está adequado ao volume

gerado, número de funcionários disponíveis, número de carros de

coletas, equipamentos de proteção individual - EPIs necessários

conforme as normas de saúde e segurança do trabalho e demais

ferramentas utensílios utilizados na coleta.

d) Verificar se existe padronização de turnos, horários e frequência de

coleta para os diferentes tipos de resíduos.

e) Verificar a técnica do manuseio da coleta: fechamento e transporte dos

sacos de resíduos, uso de EPIs.

f) Verificar se o tipo de resíduo é compatível com a cor do saco.

g) Verificar se, para o transporte manual, os recipientes estão adequados.

h) Verificar o transporte mecânico e uso de carro de coleta.

i) Verificar se os carros de coleta estão devidamente identificados com

símbolos de segurança.

j) Verificar o estado de conservação dos carros de coleta.

No PGRSS os itens acima devem estar descritos em forma de Ordem de

Serviço, para que todos os funcionários que trabalham na coleta e transporte interno

dos RSS façam uma verificação antes de realizar o trabalho.

Além de estabelecer um roteiro com horários de coletas dos RSS nos setores.

Para melhor identificação cada funcionário de coleta dos RSS deverá ter em mãos

uma planta baixa com o fluxo de coleta dos RSS.

Page 42: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

42

5 ARMAZENAMENTO EXTERNO

O armazenamento externo deve ser descrito no PGRSS de acordo com

as normas vigentes. Desta forma a equipe de trabalho poderá supervisionar o

cumprimento das normas preconizadas.

Outras informações sobre o trabalho de armazenamento externo devem ser

seguidas, tais como:

a) Verificar a quantidade de contenedores a ser utilizada para cada grupo

de RSS, capacidade volumétrica de cada um e disposição na área.

b) Informar a rotina do armazenamento externo do estabelecimento de

saúde.

c) Descrever a rotina de recepção dos RSS das coletas internas.

d) Informar como é higienizado o abrigo, os contenedores, carros

coletores e com que frequência.

e) Informar os EPIs e EPCs a serem utilizados.

6 TRANSPORTE EXTERNO

No PGRRS é descrito no PGRSS o processo externo de transporte dos RSS,

que na maioria das vezes para os hospitais são realizados por empresas

terceirizadas, essas mesmas empresas dão o destino final aos RSS.

Informações a cerca do transporte externo que deverão serem seguidas:

a) Se a coleta externa é realizada pelo setor público ou empresa

contratada ou sob concessão;

b) O tipo de veículo utilizado para o transporte;

c) A rotina e frequência de coleta externa do estabelecimento para os

diferentes tipos de resíduos gerados;

d) O destino dos resíduos coletados, por tipo;

e) Anexar os documentos comprobatórios (licenças, alvarás e outros) das

empresas coletoras, dos transbordos, quando houver;

Page 43: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

43

f) Anexar fichas de EPIs e Ordens de Serviços dos trabalhadores que

trabalham com o transporte externo.

7 DISPOSIÇÃO FINAL

A disposição final do RSS é um item muito importante no PGRSS, pois neste

dever estar descriminado os procedimentos corretos de armazenagem, transporte e

disposição final do RSS, além de informações a respeito do tipo de serviço realizado,

se é próprio do hospital ou terceirizado. Em ambos os casos deve constar em anexo

a licença ambiental de transporte e disposição final dos RSS.

Também deve indicar a localização das unidades de disposição final adotadas

para cada grupo de resíduos e seus respectivos responsáveis técnicos (nome, RG,

profissão, registro profissional, empresa ou instituição responsável e telefone).

A disposição final dos RSS em grande maioria da região oeste de Santa

Catarina é disposta em vala séptica. Neste caso, deve-se anexar cópia da licença

ambiental, contendo a data de vencimento.

8 TREINAMENTO E PROCEDIMENTOS PARA OS FUNCIONÁRIOS QUE

MANUSEIAM O RSS

No PGRSS deve estar descrito todos os treinamentos e conteúdos necessários

para os funcionários e terceiros que manuseiam os RSS. O treinamento e a elaboração

de procedimentos são fundamentais para os funcionários que manuseiam o RSS, bem

como os terceiros envolvidos nesse processo (empresa responsável para transportar e

que realiza o destino final do RSS), pois a não identificação e armazenamento correto

desses resíduos podem causar acidentes de trabalho.

De acordo com a NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de

Saúde (BRASIL, 2006b), o treinamento para os funcionários que manuseiam os RSS

deve conter os seguintes assuntos:

a) Segregação, acondicionamento e transportes de resíduos;

b) Definições classificação e potencial de risco dos resíduos.

Page 44: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

44

c) Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;

d) Formas de reduzir a geração de resíduos;

e) Conhecimento das responsabilidades e tarefas;

f) Reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de

resíduos;

g) Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;

h) Orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual –

EPIs.

Além dos itens acima descritos na NR 32 (BRASIL, 2006b), é importante que

o funcionário tenha conhecimento de questões ambientais, como destino final,

contaminação e acidentes com estes resíduos.

Equipamentos de Proteção individual necessários para o manuseio do RSS:

a) Botina de couro sem cadarço ou bota de borracha (conforme o

ambiente);

b) Luvas: nitrílica, borracha de raspa de couro ou de vaqueta (conforme a

situação de trabalho);

c) Óculos de proteção;

d) Uniforme: calça e jaleco de manga comprida de brim;

e) Máscara PFF2 para risco biológico.

9 PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTE COM OS RSS

Os procedimentos em caso de acidentes de trabalho já é uma rotina

padronizada em hospitais, por se tratar de risco biológico com probabilidade de

contagio de vírus e bactérias.

Os procedimentos em caso de acidentes com os RSS devem estar descritos no

PGRSS, desde a conduta de primeiros socorros até a etapa de exames complementares:

Page 45: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

45

Em caso de acidente com o material RSS (biológico) o funcionário deve:

a) Avisar o supervisor e o SESMT;

b) Realizar os exames de rotina (AIDS, hepatite B, C);

c) Caso seja positivo o resultado do exame (o funcionário tenha contraído

um vírus) o médico responsável deverá indicar a medicação necessária

e realizar o acompanhamento clínico laboratorial;

d) A próxima etapa é preencher a CAT – Comunicação de Acidente de

trabalho e realizar a investigação do acidente.

Page 46: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

ANEXOS

Page 47: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

47

ANEXO A – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

SEGUNDO A PORTARIA ANVISA RDC-306

GRUPO A

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características,

podem apresentar risco de infecção.

A1

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos

biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos

ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência,

inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação

genética. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com

suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4,

microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador

de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo

mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo

sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação,

ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos,

recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo

sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A2

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais

submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem

como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de

microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram

submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica.

A3

- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais

vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou

Page 48: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

48

idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e

não tenha havido requisição pelo paciente ou familiar.

A4

- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de

equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e

secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos

de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica

e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se

torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja

desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.

- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro

procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não

contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos

cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não

submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem

como suas forrações.

- Bolsas transfusionais vazia ou com volume residual pós-transfusão.

A5

- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e

demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com

suspeita ou certeza de contaminação com príons.

GRUPO B

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde

pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade e toxicidade.

Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;

imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados

Page 49: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

49

por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou

apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados

pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais

pesados;

-reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).

- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas

Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da

ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham

radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas

normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com

radionuclídeos, proveniente de laboratórios de análises clinica, serviços de medicina

nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.

GRUPO D

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao

meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de

vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia

de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1;

- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

- resto alimentar de refeitório;

- resíduos provenientes das áreas administrativas;

- resíduos de varrição, flores, podas e jardins

- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde

GRUPO E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear,

agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas

Page 50: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

50

diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e

lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório

(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

Page 51: Monografia paulo de_souza_montenegro_eng_seg_trabalho

51

ANEXO B – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO – CAT

PREVIDÊNCIA SOCIAL Instituto Nacional do Seguro Social

1 – Emitente 1 – Empregador 2 – Sindicato 3 - Médico 4 – Segurado ou dependente 5 – Autoridade pública

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT

2 – Tipo de CAT 1 – Início 2 – Reabertura 3 – Comunicação de óbito em:

I - E

MIT

EN

TE

Em

preg

ador

3 – Razão Social / Nome

4 – Tipo 1 – CNPJ 2 – CEI 3 - CPF 4 –NIT

5 – CNAE

6 – Endereço Rua,Av,Nº,Compl.

Bairro

CEP

7 – Município

8- UF

9– Telefone

Aci

dent

ado

10 – Nome SERGIO DUARTE DA SILVA

11 – Nome da Mãe

12 – Data de nasc.

13 – Sexo 1 – Masc. 3 – Fem.

14 – Estado Civil 1-Solteiro 2-Casado 3-Viúvo 4-Sep.Jud 5-Outro 6-Ignorado

15– CTPS Série Data emissão

16– UF

17 – Carteira de Identidade Data de emissão Órgão Exp.

18–UF

19 – PIS/PASEP

20 – Remuneração Mensal

21 – Endereço Rua,Av,Nº,Compl.

Bairro

CEP

22 – Município

23–UF

24– Telefone

25 – Nome da ocupação

26 – CBO

27 – Filiação à Previdência Social 1 – Empregado 2 - Trab.avulso 7 - Seg.especial 8 - Médico resid.

28 – Aposentado 1-Sim 2-Não

29 – Área 1-Urbana 2-Rural

Aci

dent

e ou

Doe

nça

30 – Data do acidente

31-Hora do acidente

32-Após quantas horas trabalho

33 – Houve afastamento? 1-Sim 2-Não

34- Último dia trabalhado

35 – Local do acidente

36 – CGC/CNPJ

37 – Município do local do acidente

38–UF

39 – Especif. do local do acidente

40 – Parte(s) do corpo atingida(s)

41 – Agente Causador

42 – Descrição da situação geradora do acidente ou doença

43 – Houve registro policial? 1-Sim 2-Não 44 – Houve morte? 1-Sim 2-Não

Tes

tem

unha

s

45 – Nome 46 – Endereço Rua,Av,Nº,Compl.

Bairro

CEP

47 – Município

48–UF

Telefone

49 – Nome 50 – Endereço Rua,Av,Nº,Compl.

Bairro

CEP

51 – Município

52–UF

Telefone

___________________________________________________________ __________________________________________________________ Local e data Assinatura e carimbo do emitente

II –

AT

ES

TA

DO

DIC

O

Ate

ndim

ento

53 – Unidade de atendimento médico

54 – Data | |

55 – Hora

56 – Houve internação ? 1 – Sim 2 - Não

57-Duração provável do afastamento _______ dias

58 – Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? 1 – Sim 2 – Não

Lesã

o

59 – Descrição e natureza da lesão

Dia

gnós

tico

60 – Diagnóstico provável

61 – CID – 10

62 – Observações

__________________________________________________________ _____________________________________________________ Local e data Assinatura e carimbo do médico com CRM

III -

INS

S

63 – Recebida Em ___/___/_______

64 – Código da Unidade

65 – Número da CAT Notas: A inexatidão das declarações

desta comunicação implicará nas sanções previstas nos arts. 171 e 299 do Código Penal.

A comunicação de acidente de trabalho deverá ser feita até o 1º dia útil após o acidente, sob pena de multa, na forma prevista no art. 134 do Decreto nº 2.172/97.

A comunicação, os conceitos, e a caracterização são regidos pelo Decreto nº 2.172/97.

66 – É reconhecido o direito do segurado à habilitação de benefício acidentário? 1 – Sim 2 - Não

67 – Tipo 1 – Típico 2 – Doença 3 – Trajeto

68 – Matrícula do servidor

___________________________ ____________________________________ Matrícula Assinatura do servidor

A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO TRABALHO