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FACULDADE CÁSPER LÍBERO VICTORIA SIQUEIRA BENTO DE ARAÚJO Relacionamento 2.0: Um estudo sobre a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de Web 2.0 São Paulo 2014

Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

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Monografia da pós-graduação em Relações Públicas e Comunicação Organizacional da Fundação Cásper Libero sobre o trabalho de relacionamento entre marcas, profissionais de comunicação envolvidos no processo e influenciadores digitais.

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FACULDADE CÁSPER LÍBERO

VICTORIA SIQUEIRA BENTO DE ARAÚJO

Relacionamento 2.0:

Um estudo sobre a dinâmica entre influenciadores digitais e as

marcas em tempos de Web 2.0

São Paulo

2014

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FACULDADE CÁSPER LÍBERO

VICTORIA SIQUEIRA BENTO DE ARAÚJO

Relacionamento 2.0:

Um estudo sobre a dinâmica entre influenciadores digitais e as

marcas em tempos de Web 2.0

Monografia apresentada ao

curso de pós-graduação latu

sensu em Comunicação

Organizacional e Relações

Públicas da Faculdade Cásper

Líbero.

Orientadora: Viviane Mansi

São Paulo

2014

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RESUMO

Este trabalho busca entender o relacionamento entre marcas e influenciadores web nos blogs de moda e beleza brasileiros. A partir do contexto dos estudos e entrevistas feitas com profissionais de diferentes áreas da comunicação envolvidos no processo, apresenta oportunidades de melhoria dessa relação com benefício para os dois lados.

Palavras-chave: Internet. Blogs. RP 2.0. Publicidade. Comunicação Digital

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7

2. COMUNICAÇÃO DIGITAL ................................................................................... 9

2.1. História da Internet ......................................................................................... 9

2.2 Internet no Brasil ............................................................................................ 12

2.2.1 Uso da Internet Comercial no Brasil ...................................................... 15

2.2.2 O perfil do atual internauta brasileiro .................................................... 16

2.3 Evolução da Web ........................................................................................... 17

2.4. Cultura de Internet ........................................................................................ 18

3. MARKETING DIGITAL E A PUBLICIDADE NA WEB 2.0 .................................... 21

3.1 Marketing Digital ............................................................................................ 21

3.2 Publicidade Digital ......................................................................................... 26

3.3 Web 2.0 e Redes Sociais ............................................................................... 28

3.4 Teoria da Cauda Longa ................................................................................. 31

3.5 Blogs ............................................................................................................... 32

3.5.1 Os Blogs como Mídia ................................................................................. 35

4. RELAÇÕES PÚBLICAS 2.0 ................................................................................. 37

4.1 RP 2.0 e sua importância na Era da Informação ......................................... 37

4.2. Os novos influenciadores ............................................................................ 41

4.2.1. Definindo os formadores de opinião ......................................................... 45

5. PESQUISA ..................................................................................................... 49

5.1 O relacionamento de acordo com os influenciadores digitais ...................... 51

5.1.1 Perfil das influenciadoras digitais ............................................................... 51

5.1.2. Influência .................................................................................................. 51

5.1.4. O blog como mídia .................................................................................... 55

5.2 O relacionamento de acordo com os comunicólogos ................................ 56

5.2.1 Perfil dos profissionais e rotina do trabalho ............................................... 56

5.2.2 Critérios de seleção e influência ................................................................ 57

5.2.3 Comunicação e relacionamento com os influenciadores ........................... 60

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 63

7. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ....................................................................... 66

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Figura 1: Representação Gráfica da Teoria da Cauda Longa...........................................31

Figura 2 – Os consumidores online confiam nas fontes de informação sobre produtos e serviços..39

Figura 3 - Figura 3 – Relacionamento entre Formadores de opinião, indivíduos e consumidores....41

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, temos acompanhado um grande crescimento do mundo

digital. Se em 2008 a estimativa era de 1,8 bilhão de pessoas conectadas, este

número saltou para 2,4 bilhões em 2013. Esse crescimento pode ser justificado pela

democratização da compra de equipamentos eletrônicos, como PCs, notebooks,

tablets e, principalmente, smartphones. Uma pesquisa realizada pela GlobalWebIndex

mostrou que em 2013 os acessos à Internet via mobile representa cerca dos 65% dos

acessos em todo o mundo, registrando um aumento de 19% em relação a 2012.

No Brasil, segundo pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da

Informação e da Comunicação (Cetic), 85,9 milhões de pessoas estão conectadas à

Internet em 2014, representando cerca de 51% da população com mais de 10 anos

de idade. Este número pode ser justificado com este aumento do uso de equipamentos

portáteis como notebooks, tablets e celulares, sendo este último responsável por

cerca de 31% dos acessos. Em um âmbito geral, o Brasil ocupa a quinta posição

entre os países com o maior número de usuários ativos de acordo com um estudo da

Comscore, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos, Índia e Japão.

Com a expansão do acesso à Internet, também surgiram novas ferramentas,

que possibilitaram não só a comunicação em todo o mundo, mas também permitiram

que qualquer usuário também fosse um gerador de conteúdo. Levy (2000) define que

a rede é universo sem totalidade e que permite a quem tem esse acesso, construir e

compartilhar a inteligência coletiva sem qualquer tipo de restrição. O autor também

afirma que este tipo de conteúdo permite a criação e divulgação por qualquer pessoa

com acesso a um computador e conexão de rede.

Indo ao encontro com a afirmação de Levy, podemos citar frutos da Web 2.0,

como as redes sociais, fotologs e blogs, que ganharam adeptos em todo o mundo na

última década por se tratarem de espaços que permitiam a proliferação do conteúdo

próprio ou a execução de um material coletivo. Desta forma, pessoas comuns

passaram a gerar conteúdo para outras pessoas que por sua vez, divulgavam para

outras. A lógica desta mensagem de “um para muitos” e de “muitos para muitos” pode

ser comparada ao marketing boca-a-boca, técnica desenvolvida pelo psicólogo

George Silverman na década de 70 ao criar um grupo de discussões entre físicos e

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usuários de produtos farmacêuticos, como uma forma de persuadir um grupo cético

ou que haviam tido experiências negativas.

Dentro deste conceito, podemos aplicar a comparação que Manuel Castells

(2003) fez entre a eletricidade na Era Industrial e a Tecnologia da Informação nos dias

atuais, afirmando que a Internet pode ser equiparada tanto com a rede elétrica quanto

ao motor elétrico, em razão da capacidade de distribuir a informação por todo domínio

da atividade humana. Ainda segundo o autor, “a Internet é um meio de comunicação

que permite, pela primeira vez, a comunicação de muitos com muitos, num momento

escolhido, em escala global” (2003).

Com este forte potencial, as redes sociais e blogs tornaram-se fontes de

pesquisa entre pessoas que buscam maiores informações sobre algum produto antes

de adquiri-lo. Uma pesquisa feita pela consultoria TNS Research Internacional

mostrou que 76% dos internautas brasileiros entrevistados procuram informações em

fóruns e blogs e outros 63% compartilham suas experiências, boas ou ruins, em

espaços virtuais.

A partir deste fato, a publicidade, que sempre buscou meios de persuadir e

encantar seu público, enxergou nas mídias sociais e nos blogs uma forma de se

aproximar de potenciais consumidores. Além do lado comercial, coube também as

assessorias de imprensa também representarem seus clientes perante aos editores

destas novas mídias.

Desta forma, este trabalho visa compreender o trabalho de relacionamento

com influenciadores digitais entre os diferentes responsáveis pela comunicação das

marcas (assessoria de imprensa, agências e marketing) e captar aspirações e desejos

entre os envolvidos neste processo.

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2. COMUNICAÇÃO DIGITAL

2.1. História da Internet

Assim como muitas das tecnologias que conhecemos hoje, a Internet

também foi fruto de um estudo para ferramentas estratégicas de Guerra. De acordo

com Castells (2001), a pioneira foi a Advanced Research Projects Agency (ARPA),

agência ligada diretamente ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e

que tinha como missão mobilizar recursos de pesquisa para alcançar a

superioridade tecnológica da União Soviética, que em 1957 havia lançado o

primeiro Sputnik, durante a Guerra Fria.

Em 1969, a ARPA lançou a Arpanet, uma rede de computadores que

permitia a interação e compartilhamento de informações online entre os vários

centros de computadores e grupos de pesquisa que trabalhavam para a agência,

além de armazenar e proteger informações sigilosas do governo norte-americano

em caso de ataque. Em 29 de outubro deste mesmo ano, ocorreu o primeiro

registro de transmissão de e-mail, em uma troca de mensagens entre

a Universidade da California e o Instituto de Pesquisa de Stanford.

Um dos passos seguintes da Arpanet foi possibilitar a conexão com outras

redes de comunicação, começando pela PRNET e a SATNET, administradas

também pela Arpa. Desta forma, nasceu o conceito de uma rede de redes. Em

1973, os cientistas da computação Robert Kahn (ARPA) e Vint Cerf (Universidade

de Stainford), escreveram um artigo delineando a primeira Arquitetura da Internet,

baseado em esforços do Network Working Group, um grupo técnico formado por

representantes de vários centros de computação ligados pelo Arpanet. Para que

estas redes pudessem serem interligadas, era preciso criar protocolos de

comunicação padronizados. Em 1973, num seminário em Stainford, um grupo

liderado por Cerf desenvolveu um projeto do protocolo de controle de transmissão,

o TCP. Cinco anos depois, em 1978, o grupo dividiu o TCP em duas partes,

acrescentando um protocolo intrarede (IP), gerando o protocolo TCP/IP, padrão

usado pela Internet até os dias atuais.

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Em 1975, a Arpanet foi transferida para a Defense Communication Agency

(DCA), que trabalhou nos anos seguintes na criação de uma conexão entre várias

redes sob seu controle afim de disponibilizar a comunicação através do

computador para outros ramos das forças armadas, estabelecendo um processo

chamado Defense Data Network, que operou com protocolos TCP/IP.

Já na década de 80, mais precisamente em 1983, Castells (2001) afirma

que o Departamento de Defesa criou a MILNET, uma rede independente para usos

militares específicos, afim de proteger os dados contra possíveis brechas de

segurança. Desta forma, a Arpanet tornou-se uma ferramenta dedicada apenas

para a pesquisa. No ano seguinte, a National Science Foundation (NSF) montou

sua própria rede, a NSFNET, e passou a usar Arpanet como seu backbone,

infraestrutura física da rede onde as correntes elétricas que são transformadas em

sinais.

Ainda neste período, o Departamento de Defesa norte-americano decidiu

comercializar a tecnologia da Internet, financiando fabricantes de computadores

dos Estados Unidos a incluírem os protocolos TCP/IP.

De acordo com Castells (2001), na primeira metade da década de 90, tanto

a Arpanet quanto a NSFNET foram extintas, abrindo caminho para a operação

privada da Internet. Naquela altura, a maioria dos computadores fabricados nos

Estados Unidos tinham capacidade de acessar a rede. Além disso, neste mesmo

período, muitos provedores de montaram suas redes e estabeleceram suas portas

de comunicação em bases comerciais, fazendo com que a Internet crescesse

rapidamente e se estabelecesse como uma rede global de computadores.

Além da Arpanet, outros projetos contribuíram para que a Internet fosse

como a conhecemos hoje. A BITNET, acrônimo de "Because It's Time to Network",

foi uma rede remota criada em 1981 a partir de um software da IBM chamado

RSCS (Remote Spooling Communication Subsystem) e do protocolo NJE (Network

Job Entry), tendo como objetivo uma comunicação rápida e barata no meio

acadêmico através da troca de correios eletrônicos e arquivos. A primeira conexão

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foi feita entre as redes da Universidade da Cidade de Nova York e a Universidade

de Yale. Até o início da década de 90, o serviço alcançou mais de 2500

universidades e centros de pesquisa em todo o mundo.

O sistema de hipertexto, batizado de world wide web (www), foi uma

aplicação de compartilhamento desenvolvida pelo programador inglês Tim

Berners-Lee em 1990, que, em parceria com Robert Cailliau, desenvolveu um

software que permitia obter e acrescentar informações entre computadores

conectados através da Internet, usando HTTP, MTML e URL. Este navegador da

web foi lançado em agosto de 1991 e teve sua primeira versão modificada em 1992

pelo Instituto de Tecnologia de Helsinki, que apresentou ao mundo o Erwise.

Pouco depois, a Universidade da Califórnia apresentou o Viola, uma nova

adaptação do navegador.

Além do Erwise e do Viola, sugiram outras versões de navegadores

inspirados no “www”, sendo o “Mosaic” um dos mais bem-sucedidos. Desenvolvido

por Marc Andressen e Eric Bina, no National Center of Supercomputer Applications

da Universidade de Illinois, a dupla incorporou ao navegador uma avançada

capacidade gráfica, possibilitando a captação e transferência de imagens pela

Internet. Em 1993, a dupla se uniu ao empresário Jim Clark para fundar a Netscape

Communication. O grupo lançou, em outubro de 1994, o Netscape Navigator,

considerado o primeiro navegador comercial disponível na Internet.

Com o sucesso do Netscape Navigator, a Microsoft apresentou junto ao

Windows 95 seu próprio navegador, o Internet Explorer, baseado numa tecnologia

desenvolvido pela companhia Spyglass. Neste mesmo ano, a Sun Microsystems

desenvolveu o Java, linguagem de programação que permitia que pequenos

aplicativos navegassem entre computadores na Internet, e o disponibilizou

gratuitamente na web.

Desta forma, a Internet começou a se estabelecer de forma privada nos

primeiros anos da década de 90, permitindo a conexão entre computadores em

todo o mundo.

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2.2 Internet no Brasil

Segundo Knight (2014), os primeiros passos foram dados no país em 1975,

quando o Ministério das Comunicações decidiu que a Embratel, operadora de longa

distância e integrante da estatal Telebras, seria responsável pela implantação,

expansão e operação de uma Rede Nacional de Telex e, também, de uma Rede

Nacional de Transmissão de Dados, que incluiria ligações Internacionais.

Ainda de acordo com Knight (2014), entre o final da década de 70 e início da

década de 80, houve um crescente interesse na convergência entre a

telecomunicação e a informática, refletindo em conferências e programas de pesquisa

no Brasil. Em 1979, a Telebras anunciou o projeto batizado de Rede Latina Americana

de Computadores (REDLAC), que tinha como objetivo o desenvolvimento de

pesquisas para a implantação de redes locais e interligação de redes. Este trabalho

de pesquisa envolveu um grupo de comunicação de dados no Centro de Pesquisa e

Desenvolvimento da Telebras (CPqD) em Campinas em parceria com a Universidade

de São Paulo.

Durante este mesmo período, houve um confronto entre o desenvolvimento

das comunicações baseadas no protocolo TCP/IP aplicadas em parcerias

internacionais e as políticas industriais, tecnológicas e de controle de importações

durante o governo militar no Brasil. Elaborada durante o governo de Ernesto Geisel e

estendendo-se até 1979, o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) visava

promover o desenvolvimento da indústria nacional de insumos e equipamentos

eletrônicos, resultando em uma autonomia tecnológica.

Baseado nisso, a Secretaria Especial de Informática (SEI) desenvolveu,

durante o governo de João Figueiredo, uma arquitetura de rede para a interligação de

sistemas abertos (Open Systems Interconnection - OSI), publicada pela primeira vez

em 1981 pela Organização Internacional de Normalização (International Standards

Organization - ISO) e tornou-se padrão ISO em 1984. Porém, o protocolo TCP/IP

ainda era mais simples e mais barata do que o OSI, mas na ocasião os militares

brasileiros consideravam que a adoção da tecnologia subsidiada pelo governo dos

Estados Unidos representaria uma reafirmação da hegemonia norte-americana.

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Em 1978, com apoio e coordenação da UNESCO, foi criado o Bureau

Intergovernamental de Informática entre 35 países, incluindo o Brasil, afim de

promover a informática em países em desenvolvimento e a legislação de fluxos de

dados. A posição brasileira foi representada pelo tenente geral e secretário executivo

da SEI, Joubert de Oliveira Brizida, durante a Primeira Conferência Internacional

Sobre Fluxos de Dados Trans-fronteriços realizada em Roma, na Itália, em junho de

1980. Naquela ocasião, Brizda afirmou que “o país que não se preocupa com o

controle das informações estratégicas que utiliza corre o risco de se tornar

intoleravelmente dependente, através das telecomunicações, dos interesses de

grupos políticos e econômicos fora de suas fronteiras”. Em 1984, países mais

desenvolvidos nas pesquisas de compartilhamento de dados como Estados Unidos,

Reino Unido e Cingapura deixaram o grupo. Nesta mesma época, por conta das

políticas nacionalistas, a implantação e desenvolvimento da Internet do país tornava-

se cada vez mais difícil tanto para as organizações brasileiras (governamentais e

acadêmicas) quanto para as empresas, uma vez que era usado TCP/IP em vez do

OSI.

Knight (2014) ainda afirma que o cenário começou mudar apenas em 1985,

com o final do governo militar e a transferência do SEI do Conselho de Segurança

Nacional para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Em 1990, durante o governo de

Fernando Collor de Mello, a SEI foi oficialmente excluída e substituída pelo

Departamento de Política de Informática e Automação na Secretaria de Ciência e

Tecnologia, que substituiu o então ministério. Neste período, os dados trans-

fronteriços ainda eram controlados pelo Departamento, mas que com a globalização

e o avanço da Internet no país, esta também foi extinta.

Assim como nos Estados Unidos, as primeiras conexões pela Internet foram

voltadas à comunidade acadêmica. De acordo com Knight (2014), os primeiros passos

foram tomados ainda na década de 70 pela professora Liane Tarouco da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, após ela conhecer um dos pioneiros da Arpanet,

Leonard Kleinrock. Anos mais tarde, em 1979, Tarouco publicou o primeiro livro sobre

a comunicação de dados no Brasil. A professora ainda visitou a Universidade de

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Stanford, tendo contato direto com a ferramenta. Ao retornar para o Brasil, tentou

estabelecer uma conexão com a Arpanet, porém, sem sucesso.

Em 1979, foi criado o Laboratório Nacional de Redes de Computadores, uma

entidade virtual criada para veicular instituições que trabalhavam nesta área, como a

Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro (PUC-RJ). Em 1982, a PUC-RJ foi responsável por um projeto conjunto com

a Telebras, Embratel e USP chamado de reDPUC, além de promover cursos de

especialização.

Knight (2014) diz que a primeira tentativa de desenvolver um sistema de redes

de interligação entre instituições acadêmicas e pesquisas no Brasil aconteceu em

1984 e foi chamado de Rede Rio, porém o projeto não vingou por conta do

encerramento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), responsável pelo

financiamento da rede. Em 1986, com o avanço da NSGNET nos Estados Unidos e

mais de 50 redes acadêmicas no mundo, os estudos em torno de uma rede brasileira

foram retomados. Porém, foi em 1987, com o reconhecimento da importância das

redes acadêmicas para o intercâmbio de conhecimento.

De acordo com o Wikipédia, a primeira discussão em torno da implantação da

rede no país aconteceu em 1987 na Universidade de São Paulo (USP) com a

presença de representantes do governo e da Embratel. O objetivo desta reunião era

criar uma rede para interligar a comunidade acadêmica e científica brasileira com

outros países, facilitando a troca de informações.

A primeira conexão foi feita no ano seguinte, em 1988, quando o Laboratório

Nacional de Computação Científica (LNCC) conectou-se com a Universidade de

Maryland através da Bitnet por conta da restrição ao uso do protocolo TCP/IP. Neste

mesmo ano, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

conectou-se ao Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab) em Chicago, usando

esta mesma tecnologia. No ano seguinte, a Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ) conectou-se também pelo Bitnet com uma universidade norte-americana.

Ainda em 1989, foi criada a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) com apoio do Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável por

fornecer acesso à Internet para cerca de 600 instituições brasileiras durante a década

de 1990.

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Nos anos seguintes às essas conexões, o uso da Internet continuava

privilegiando o meio acadêmico e empresas privadas. Segundo o Wikipédia em 1995

foi realizada a primeira transmissão a longa distância entre estados, realizada por São

Paulo e Rio Grande do Sul.

2.2.1 Uso da Internet Comercial no Brasil

Com o crescimento do uso da Internet por pessoas comuns em todo o mundo

e a democratização de ferramentas como o e-mail, aumentou o interesse por parte

das empresas e entusiastas da tecnologia pelo acesso à rede mundial de

computadores. No Brasil, o uso comercial começou a ser feito apenas em 1995, com

o fim da NSFNET e um primeiro serviço fornecido pela Embratel durante o governo

do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Knight (2014), FHC e o então

Ministro das Comunicações, Sérgio Motta, determinaram em abril deste mesmo ano,

a Norma 004-1995, que definia o “Serviço de Conexão à internet” como um nome

genérico sobre um serviço de valor agregado que permite o acesso à internet por

usuários e provedores de serviços de informação, garantindo assim que não houvesse

um monopólio da Embratel sobre a rede. A chamada Norma 4 também contribuiu para

o surgimento de pequenos e médios provedores que atendem áreas remotas, onde

grandes empresas costumam não atender.

Além da liberação comercial do uso da Internet, segundo o Wikipédia, em

1995 também foi criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil, em vigor até os dias

atuais, que tem como objetivo “coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços

de Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação

dos serviços ofertados”.

Segundo Carvalho (2006), o uso comercial ativo da Internet ganhou força em

1996, mas com uma infraestrutura insuficiente para atender a demanda dos novos

provedores de acesso comercial e usuários. Em junho do mesmo ano, foi anunciado

durante a Américas Telecom, novos investimentos do governo em infraestrutura de

telecomunicações, proporcionando um aumento na oferta de meios de transmissão

de dados, de novos provedores de backbone e de acesso, como Mandic e Zip.Net,

contribuindo para a expansão do desenvolvimento da Internet no país. No ano

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seguinte, a Embratel implementou a maior infraestrutura backbone Internet da

América Latina.

Assim como em países mais desenvolvidos, a Internet brasileira cresceu

rapidamente com a disseminação da web, com o surgimento de lojas virtuais, grandes

portais de conteúdo e os primeiros mecanismos de busca, como Universo Online

(UOL), Brasil Online (BOL), Cadê? e iG (Internet Grátis). Além disso, serviços também

começaram a ser prestados através da web, como a entrega da declaração de

Imposto de Renda a partir de 1997 e resultados das eleições em tempo real.

2.2.2 O perfil do atual internauta brasileiro

Durante o ano de 2013, a Comscore promoveu a “2014 Brazil Digital Focus”,

uma pesquisa cujo objetivo foi traçar o perfil dos internautas globalmente e apresentar

o cenário do usuário brasileiro nesse contexto.

De acordo com este estudo da Comscore, o Brasil tem cerca de 68 milhões

de visitantes únicos, ocupando o 5º lugar entre os países com maior número de

acessos, ficando atrás da China, Estados Unidos, Índia e Japão. Este número

corresponde à 40% dos acessos feitos a partir de países da América Latina que,

somados, representam 10% da origem dos acessos entre todos os continentes. Já em

permanência online, os brasileiros ocupam o 3º lugar, com 29,7 horas/mês, acima da

média latina de 21,9.

Este estudo mostrou que 51% dos internautas brasileiros são homens e que,

entre o total, 65% tem menos de 35 anos. A maior parte dos acessos feitos no país

são de estados do Sudeste (53%), seguido de Sul (17%), Nordeste (16,5%), Centro-

Oeste (8,2%) e Norte (5,2%).

A maior parte do tempo online gasto por estes internautas está relacionada

ao uso de sites sociais, seguido aos portais, serviços, entretenimento, notícias e

esportes. No que se diz respeito aos sites, 95,2% dos usuários acessam portais.

Assuntos relacionados à moda e beleza representam 30,8% dos acessos no Brasil.

No mundo, os acessos relacionados a este tema representam 24%.

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Outro estudo que reforça o perfil do na rede é o TIC Domicílios e Usuários

2013, estudo promovido pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação

e da Comunicação (CETIC.br), departamento pertencente ao NIC.br, e é responsável

pela coordenação e publicação de pesquisas sobre o uso e desenvolvimento da

Internet no país. Esta pesquisa mostrou que no ano de 2013, 85,9 milhões de pessoas

residentes no Brasil tiveram acesso à Internet em 2013 ao menos uma vez por

trimestre, seguindo parâmetros internacionais usados para classificar um usuário da

rede. Este número representa cerca de 51% da população brasileira com mais de 10

anos de idade.

2.2.3 O perfil do internauta brasileiro nas redes sociais

O Brasil está em segundo lugar entre os países que mais acessam blogs,

alcançando 77,3% dos acessos. Em primeiro lugar está o Japão, com 78,4%. No

entanto, os brasileiros são considerados os usuários com maior engajamento nas

redes sociais, com uma média de 13 horas conectados ao mês.

De acordo com o TIC Domicílios e Usuários 2013, 60% dos usuários utilizam

a rede para compartilhar conteúdos (texto, vídeo e foto) e 36% também produz e

disponibiliza conteúdos autorais na Internet.

2.3 Evolução da Web

Gabriel (2010) diz que, do início da Internet comercial aos dias atuais, a web

passou por mudanças significativas. A principal delas foi uma mudança estática para

um modelo mais dinâmico, voltado ao conteúdo colaborativo e interativo.

E foi baseado neste caminho que a O’Reilley Media classificou, em 2004,

essas mudanças em três momentos: Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0.

A Web 1.0 é o primeiro estágio da web, apresentada no nos primeiros tópicos

deste capítulo. Gabriel (2010) define este tipo de web como estática, destinada para

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a leitura e de via de mão única. O uso de páginas produzidas a partir da linguagem

HTML e scripts simples são características desta web (Wikipédia).

A Web 2.0 é o termo utilizado para descrever a segunda geração da World

Wide Web, que vivemos atualmente. Gabriel (2010) cita que Tim O’Reilly definiu a

Web 2.0 como plataforma de participação, permitindo que o usuário não só consuma

o conteúdo, mas também o produza e interaja com ele. Ferramentas como blogs,

redes sociais (Orkut, Facebook, MySpace), microbloggins (Twitter), Wikis (Wikipédia)

e compartilhamento de vídeos (Youtube, Vimeo) são alguns exemplos de plataformas

participativas deste tipo de web.

Um dos pontos que diferenciam a Web 2.0 da 1.0 é a facilidade de publicar e

compartilhar um conteúdo, possibilitando que qualquer pessoa com acesso à Internet

possa fazê-lo. Desta forma, o ambiente torna mais dinâmico e conta com o usuário

para a produção de um conteúdo colaborativo.

Já a Web 3.0 é um termo atribuído ao jornalista John Markoff do New York

Times que, em 2006, escreveu um artigo sobre o futuro da Internet em sua terceira

geração. De acordo com Markoff, esta nova geração da web visa tirar proveito de todo

conteúdo já disponível na rede, tornando o uso mais organizado e inteligente. Ao

contrário da 2.0, esta inovação estará mais focada mais na estrutura dos sites e menos

no usuário, buscando a convergência entre várias outras tecnologias, resultando em

uma grande sinergia.

Existe também uma corrente que defende que a Web 3.0 estará associada

com a ideia da Internet móvel, disponível em qualquer hora, lugar e dispositivo.

2.4. Cultura de Internet

O uso da Internet nos dias atuais está ligado ao surgimento de uma nova

cultura e sua importância para a atividade humana. Para Costa (2003), a cultura da

atualidade está diretamente ligada à ideia de interatividade, de interconexão e

interpelação entre o homem, a informação e imagens que estão diretamente ligadas

à expansão tecnológica dos últimos anos. O autor também afirma que o efeito causado

pela presença da Internet e equipamentos tecnológicos no nosso dia-a-dia como

celulares e computadores são visíveis.

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19

Castells (2001) vê a Internet como tecido da vida moderna e compara a

tecnologia da informação com a eletricidade na Era Industrial. Seguindo esta lógica,

reforça que a Internet pode ser equiparada tanto a rede elétrica quanto ao motor

elétrico pela capacidade de distribuir a informação por todo domínio da atividade

humana.

Desta forma, Castells (2003) define que a cultura da Internet é a cultura de

seus criadores, formada por um conjunto de valores e crenças que formaram o

comportamento, além de padrões de comportamento que geraram costumes que são

repetidos, tanto por instituições como por pessoas. O autor reforça ainda que a cultura

é a construção coletiva que transcende as preferências individuais e influencia a

prática de pessoas em seu meio e divide a cultura da Internet em uma estrutura

dividida em quatro camadas, que juntas, contribuem para a ideologia da liberdade

disseminada dentro da rede. São elas:

Tecnomeritocratas: cultura relacionada ao meio acadêmico. Está

relacionado a descoberta e desenvolvimento científico e tecnológico no

progresso da humanidade.

Hackers: comunidade fomentadora de inovações tecnológicas mediante

a cooperação e comunicação livre, além de fazer a ponte entre o conhecimento

gerado entre os tecnomeritocratas e os subprodutos da Internet difundidos na

sociedade.

Comunidades virtuais: grupos de interesse formados por usuários.

Seguem duas características muito particulares, priorizando a comunicação

livre e a formação autônoma, permitindo que qualquer pessoa encontre, crie e

divulgue uma informação, induzindo assim a formação de uma nova rede.

Empresários: envolve o uso comercial da Internet, financiamento e

produção de novas tecnologias e inovações para a expansão da rede e o

nascimento de uma nova economia.

Esses pilares estão colocados de forma hierárquica e dependente uma da outra. A

cultura tecnomeritocráticas é especificada como a cultura hacker ao incorporar

normas e costumes as redes de cooperação voltada aos projetos tecnológicas. As

comunidades virtuais acrescentam o social ao compartilhamento tecnológico,

Page 20: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

20

transformando a rede em um meio de interação e integração. A cultura empresarial,

por sua vez, trabalha ao lado da cultura hacker e de comunidades virtuais buscando

formas de monetizar o meio.

Desta forma, Castells (2003) sintetiza que a cultura de internet é baseada em

uma crença tecnomeritocrática no progresso humano a partir da tecnologia, levado

até às comunidades hackers que prosperam na criatividade tecnológica, incrustada

em redes virtuais que pretendem reinventar a sociedade e, por fim, materializada por

empresários motivos a dinheiro e o desenvolvimento de uma nova economia.

A cultura de internet se fortaleceu com a democratização do acesso à internet

banda larga e o surgimento de novas plataformas que possibilitaram a interação e o

conteúdo colaborativo dos usuários na rede. Esta nova forma de interagir na rede

influenciou não só o comportamento, mas também o surgimento de novo modelo de

negócios para as empresas, que passaram a sentir necessidade de se comunicar

diretamente com seus públicos

Page 21: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

21

3.MARKETING DIGITAL E A PUBLICIDADE NA WEB 2.0

3.1 Marketing Digital

Com a expansão da Internet e dos diferentes usos no ambiente digital, surgiu

a necessidade de também adaptar as técnicas de venda e envolvimento do

consumidor. Chleba (2000) compara esta atualização ao que o homem tem feito há

milhares de anos afim de manter sua subsistência, ressaltando que cada sociedade

tem suas técnicas e tecnologias, dominando não apenas a forma como sobrevivem,

mas transmitindo a visão de como as pessoas que vivem neste mundo sobrevivem.

Na chamada Era da Informação, em que nossa visão de mundo é baseada na troca

de dados, o homem precisou criar outras tecnologias como a informática e a Internet,

para armazenar e distribuir estas informações de maneira ágil.

Essa afirmação vai ao encontro das ideias de Gabriel (2005), que afirma que

essas mudanças tecnológicas também causaram uma mudança na forma de nos

comunicarmos, tanto na produção de conteúdo como em soluções instantâneas em

tempo real.

Chleba (2000) ainda diz que assim como toda nova tecnologia, o digital tem

alterado não apenas a forma como as pessoas se relacionam como também a maneira

de as empresas fazerem negócios, mudando seus processos e atividades para

atender as novas exigências do mercado.

As alterações culturais e estruturais decorrentes desse cenário precisam ser

constantemente avaliadas e implementadas. Este processo, muitas vezes radical,

empresas que não se atualizaram saíram de cena, enquanto outras enxergaram neste

novo mercado um potencial para outras oportunidades.

Kotler (apud Gabriel, 2005) diz que o marketing é definido como uma “atividade

humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos por meio de troca”. A autora

complementa que, apesar das mudanças, este trabalho deve ser pautado nas

necessidades e desejos e que esses devem vir acompanhados ou não da tecnologia,

bem como um planejamento estratégico pautado na análise SWOT e nos 4P do

marketing mix –produto, preço, praça e promoção.

Page 22: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

22

Chleba (2000) complementa essa ideia e afirma que as novas tecnologias

possibilitaram o desenvolvimento de novos modelos de negócio e,

consequentemente, trouxeram riscos e oportunidades. O autor diz que o planejamento

estratégico das empresas deve contemplar como o marketing digital pode influenciar

o negócio não só no presente, mas também no futuro. Por conta disso, sugere que as

empresas comtemplem o que ele chamou de “Sete Forças do Marketing Digital”, que

oferecem uma nova dimensão à comunicação, vendas e ao relacionamento com o

mercado:

Interatividade

Exigência crescente do cliente, trata-se da possibilidade do usuário encontrar uma

informação, por meio da troca de dados, com a facilidade que deseja. Com o

advento da interatividade, a empresa passa a estudar os públicos que pretende

atingir, suprindo possíveis necessidades de informação e oferecendo outras

facilidades para diferentes perfis.

Personalização

Embora seja considerada um atendimento em massa, o marketing digital também

deve possibilitar o atendimento personalizado. Por meio dele, é possível prestar

serviços de qualidade com baixos custos operacionais.

Globalização

A Internet permite que uma pessoa, em qualquer lugar do mundo, tenha

informações atualizadas sobre um produto ou serviço, bem como solicitar

orçamentos, prazos de entrega, consultar preços além de buscar opiniões de

terceiros. Além disso, a Internet permite distribuir conteúdo gerado a partir de um

computador com acesso à rede em questão de segundos, permitindo que outras

pessoas acessem este material aonde quer que estejam. Esse compartilhamento

de conteúdo também torna-se interessante para a publicidade, que passa a ter sua

mensagem divulgada globalmente.

O autor ainda ressalta que a força da globalização não se restringe apenas à mídia,

mas também na construção de marcas em mercados aonde não possuem uma

estrutura de operação local através de lojas virtuais.

Page 23: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

23

Integração

Com o advento da Internet, cada vez mais o relacionamento das empresas será

integrado ao uso da rede. Desta forma, as operações passam a ter um custo

reduzido como fossem formadas por uma única rede, proporcionando a

interligação dos sistemas de informação.

Aproximação

Com a ajuda da tecnologia multimídia, divulgação de produtos e serviços dentro

da rede torna-se mais próxima do consumidor graças aos recursos oferecidos por

ela, que fornecem um grande volume de informações durante o processo de

compra online. O autor sugere que esta força afetaria muitos mercados, causando

uma mudança nos novos modelos de negócio e na forma como as empresas

organizam seus canais de distribuição.

A aproximação consiste também na relação entre consumidores e lojas varejistas

físicas, uma vez que hoje é possível comprar através da rede e receber em casa.

Convergência

Para Chleba (2000), a representação digital de imagens, vídeo, som e texto abriu

um novo horizonte para os setores de entretenimento, informação, equipamentos

eletrônicos e demais serviços de comunicação, chamada Era da Convergência.

Nesta Era, a TV e o computador tornam-se um único eletrodoméstico, a TV

Interativa, e abre oportunidade para um novo meio de comunicação diferente dos

atuais e com um novo potencial de desenvolvimento para novos serviços e

formatos de informação e entretenimento.

O principal diferencial desta nova mídia perante aos formatos tradicionais está nos

múltiplos formatos de distribuição de informações e é bilateral, permitindo a

interação entre o veículo e o usuário.

Page 24: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

24

Democratização da Informação

O autor destaca que nunca a informação pode ser disponibilizada de maneira tão

volumosa, barata e rápida. A Internet disponibiliza conteúdos informativos através

de sites gratuitos e pagos à um custo incomparável aos formatos tradicionais,

como livros, enciclopédias e revistas.

Chleba (2000) e Gabriel (2005) concordam em dizer que o ambiente digital de

marketing permite a convivência de diversas tecnologias e plataformas que podem

originar estratégias de marketing para este mercado. São elas:

Páginas digitais (sites, microsites, hotsites, portais, blogs e perfis sociais);

E-mail;

Realidades Mistas (realidade aumentada, realidade virtual);

Tecnologias Mobile (APPs, SMS, MMS, Bluetooth);

Plataformas digitais de redes sociais;

Plataformas digirais de pesquisa (Google, Bing);

Entretenimento digital (games, streamings de música, streamings de filme);

Vídeo/TV Digital

A combinação destas tecnologias serve de base para o desenvolvimento de

estratégias digitais de marketing como presença digital, e-mail marketing, social media

marketing (SMM), search engine optimization (SEO), mobile marketing, dentre outros.

Gabriel afirma que as estratégias digitais podem ser combinadas entre as diferentes

tecnologias digitais e também tradicionais. Desta forma, uma estratégia de

comunicação podem combinar um trabalho focado em presença digital (Facebook +

Twitter + Instagram + site institucional), links patrocinados em sites de busca, banners

em grandes portais, inserções na TV e anúncios em revistas de grande circulação

nacional.

Uma das vantagens neste tipo de estratégia é permitir que o trabalho seja feito

de forma contínua como forma de atrair e engajar seu público, diferentemente das

campanhas tradicionais, que são feitas de forma isolada.

Page 25: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

25

Gabriel (2005) ressalta que atualmente vivemos em uma época em que a

interatividade e a experiência são dois itens essenciais para o sucesso na estratégia

de marketing. Para a autora, embora o digital permita a interatividade, nem sempre

ela garante uma boa experiência. Por outro lado, proporcionar uma boa experiência

para o usuário envolve outros pontos que vão além do uso da tecnologia. Por isso,

Gabriel (2005) diz que é preciso conhecer bem seu público alvo e, também, estar

atento a transformações em um cenário em constante mudança e adaptação,

conhecendo e se atualizando de cada uma das tecnologias disponíveis naquele

momento.

No que se diz respeito ao público alvo, Gabriel (2005) destaca que no

marketing digital, ele não é apenas um consumidor, mas também mídia e gerador de

mídia. O público hoje é definido como ativo e dinâmico, e esta mudança pode ser

atribuída as mídias sociais, que vem se fortalecendo como uma das mais importantes

formas de mídia a ser considerada nas estratégias de marketing digital. A autora

considera que, apesar de não haver mudanças na metodologia do marketing, o

relacionamento e engajamento dos públicos passa a ser ainda mais importante neste

tipo de abordagem afim de converter, manter e atrair novos consumidores.

Outro ponto do marketing digital citado por Chleba (2000) e destacado por

Gabriel (2005) é a convergência, que neste caso também está associada a transmídia.

Estes fenômenos se deram com a proliferação e difusão das plataformas sociais no

dia-a-dia, fazendo com que plataformas digitais e mídias tradicionais se misturassem.

De acordo com Gabriel (2005), transmídia é o uso integrado de diferentes

mídias que permite que uma mensagem ultrapasse o limite entre elas. Uma das

principais características deste fenômeno é o fato dela exigir mais de um tipo de mídia

para suportar a mensagem/história e a sua distribuição ou suporte. O uso da

transmídia, no entanto, não se restringe ao digital, podendo se estender entre os

formatos tradicionais, como cinema, revistas, livros, fotografia e TV.

Page 26: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

26

Já a convergência é, segundo Gabriel (2005), faz o processo contrário da

transmídia, fazendo com que tecnologias que até pouco eram usadas de forma

independente, passam a compartilhar o mesmo meio e interagem entre si de forma

sinérgica, dando origem a novas funcionalidades. Seu uso consiste, basicamente, em

permitir que a mesma mensagem seja consumida em diversas plataformas de mídia,

viabilizando a portabilidade destes conteúdos.

Gabriel (2005) ainda destaca que entender a dinâmica destas estruturas é

imprescindível para empresas que buscam desenvolver estratégias adequadas ao

produto ou serviço. Mas, para que o marketing se beneficie delas, é preciso conhecer

o comportamento do público-alvo em relação às mídias e plataformas que utiliza.

3.2 Publicidade Digital

Com a evolução digital, o avanço da rede e a era da informação, os meios de

mídia tradicional passaram a ser confrontados com os novos formatos, que vinham

acompanhados de uma nova maneira de se produzir, consumir e transmitir o

conteúdo, permitindo também a participação do público. Como visto em Marketing

Digital, muitas empresas passaram a rever suas estratégias de administração e

comunicação por conta do avanço da Internet, sobretudo na hora de promover seus

produtos e serviços. Assim, o marketing e a publicidade precisaram ser adaptados a

esta nova realidade, passando a integrar também digitalmente as estratégias das

empresas.

Abreu (2012) associa a história da digitalização e o desenvolvimento de

computadores e redes com a difusão das tecnologias da informação. Hoje, o

compartilhamento de dados é a atual forma de conhecimento e este intercâmbio de

informações é um dos principais pontos da sociedade atual. Esse comportamento é

reforçado pelo confronto entre da mídia tradicional e pelas novas mídias, que

permitem a interação do usuário com a rede, a ideia de desterritorialização e

mobilidade, resultando em experiências jamais antes imaginadas e uma profunda

transformação em diversas áreas desta sociedade. Com o mercado de mídia e bens

culturais cada vez mais delineado, a demanda de inovações tecnológicas que supram

Page 27: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

27

a necessidade da distribuição da informação ganha cada vez mais força, ao mesmo

tempo que surge a necessidade da compreensão deste novo comportamento e forma

com que é conduzido os novos negócios.

Ainda de acordo com Abreu (2012), a Internet permitiu que um conteúdo

diverso fosse produzido e divulgado, colocando em cena uma nova forma de

compartilhar a informação, além de gerar novos cenários para a indústria do

entretenimento, consumo e demais negócios. Neste cenário, a publicidade

globalizada, sobretudo impulsionada pelo cenário digital, reforça a imagem das

marcas, vende o mesmo produto em diferentes países usando a mesma linguagem e

cria uma nova forma de se relacionar com o consumidor de forma singular, permitindo

que esta conversa seja uma via de mão dupla e promovendo a interação entre ele e

a empresa.

Assim como a tecnologia, a publicidade digital também evoluiu com o passar

dos anos, se adaptando as novas necessidades e modelos de negócio. Andrade

(2009) diz que os primeiros espaços publicitários usando a Internet como meio de

mídia foram faixas de propaganda em sites de forte relevância entre a primeira

geração de internautas na era comercial da rede, em 1997. No ano seguinte, em 1998,

a publicidade via banners havia se tornado um negócio lucrativo e muitos sites

passaram a adotar a mesma técnica usada na mídia impressa, cobrando o anúncio

por impressões.

Com o avanço dos produtos e serviços oferecidos na Internet, Andrade (2009)

afirma que houve a necessidade de expandir sobre a forma de comunicá-los, uma vez

que a simples impressão do banner, embora muitas vezes gerasse o clique, não

garantia conversão em venda, gerando um retorno muito pequeno ao investimento de

mídia. A partir desta nova necessidade, surgiram novas plataformas e com elas,

oportunidades para a inserção da publicidade, ao mesmo tempo que veículos

passaram a gerar lucros.

Este crescimento da publicidade digital ganhou força nos últimos anos com o

surgimento da segunda era da Internet, a Web 2.0, e as plataformas colaborativas.

Page 28: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

28

Abreu (2012) sugere que, apesar da propaganda ainda manter boa parte dos seus

investimentos na publicidade tradicional, sua versão digital traz a possibilidade da

contribuição do usuário ao projeto como um todo, fazendo com que a propaganda

torne-se participativa. Se as marcas e responsáveis por sua comunicação (marketing,

agência de publicidade, assessoria de imprensa) planejam e produzem da estratégia

ao produto final, o usuário faz, edita, organiza, divulga, comenta e avalia aquela

mensagem. O autor ainda sugere que um dos grandes desafios da comunicação

publicitária neste novo momento é fazer com que as empresas não apenas

comuniquem, mas se relacionem com seus consumidores, identificando e cativando

seu público alvo e fazendo com que ele também multiplique estas mensagens.

Para Schiavoni (2009), neste novo momento é preciso apostar em modelos

de comunicação unidirecionais, reforçando que o consumidor passou de receptor a

provedor de conteúdo e que as empresas que souberem explorar e misturar as

novidades tecnológicas como as redes sociais com o conteúdo produzido por seus

consumidores, terão bons resultados com seus públicos. Desta forma, o autor ressalta

que o binômio comunicação e tecnologia traz para profissionais de comunicação

desafios e oportunidades, aprendendo, sobretudo, a conversar com audiências

segmentadas.

Dentro deste mesmo pensamento, Scott (2007) sugere que publicidade e o

marketing trabalhem em conjunto com o relações públicas neste cenário, uma vez que

nova estratégia não consiste apenas em promover o produto para gerar venda, mas

proporcionar uma experiência e apresentar os produtos para o potencial consumidor.

Desta forma, espera-se gerar não apenas um cliente, mas um defensor da marca.

3.3 Web 2.0 e Redes Sociais

Conforme descrito no capítulo 1 deste trabalho, a Web 2.0 é um termo criado

por Tim O’Reilly em 2005 para definir a segunda geração da Internet, que tem como

principal diferencial a participação do usuário na produção dos conteúdos criados na

rede através de perfis sociais, wikis e blogs, por exemplo.

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29

Gabriel (2005) descreve que a popularização da banda larga para acesso à

Internet foi crucial para o crescimento e fortalecimento de plataformas baseadas no

conceito da Web 2.0, tornando possível a participação dos usuários de forma mais

ativa. A partir deste fato, observou-se a proliferação das redes sociais online, um dos

principais frutos da segunda era da rede mundial de computadores.

As redes sociais são definidas por Gabriel (2005) como uma estrutura formada

por indivíduos ou empresas, chamados de nós, que são conectados por um ou mais

tipos de interesse chamado de nós (amizade, gostos, afinidade, trocas financeiras,

relacionamentos).

No entanto, o conceito das redes sociais é muito mais antigo do que o

surgimento da Internet e popularização do acesso à rede. De acordo com Gabriel

(2005), as redes sociais existem há mais de três mil anos, quando homens se

sentavam ao redor de uma fogueira para conversar sobre assuntos de interesse em

comum. Ao longo dos anos, estas redes evoluíram junto com as tecnologias de

comunicação foram se desenvolvendo. A escrita, correios, telégrafo, telefone,

computador e mais recentemente, o telefone celular, são alguns exemplos destas

tecnologias.

Neste novo momento, as redes sociais ganharam um novo significado a partir

da ideia de comunidades online. Este cenário começou a ser delineado ainda na

primeira geração da web, com ferramentas de conversação instantânea como as

comunidades online, ICQ e MSN, e-mails, bate-papo e fanlistings. Com a

democratização da banda larga e o surgimento de redes sociais como Orkut,

Facebook e Twitter, bem como a introdução da mobilidade por meio dos smartphones,

este movimento ganha mais força a cada dia. No entanto, a autora reforça que as

redes sociais são mantidas, sobretudo, por pessoas e não pela tecnologia, uma vez

que a essência deste ambiente é a comunicação e estas ferramentas e aparelhos

funcionam apenas como catalizadores e facilitadores das interações e do

compartilhamento.

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30

Com o crescimento destas comunidades virtuais, os ambientes sociais

tornaram-se importantes para uma estratégia de marketing e publicidade no ambiente

digital. Gabriel (2005) destaca duas características importantes deste cenário, que

tornam-se critérios para a escolha estratégica dos ambientes sociais:

Viralização: voltada para impactar o maior número de pessoas possíveis,

gerando também o compartilhamento por parte dos usuários.

Poder analítico: ideal para gerar relevância e credibilidade, que são

alcançadas apenas em ambientes que propiciem discussões e análises.

A partir destes dois pontos, é possível traçar e escolher em quais ambientes

a caberá a estratégia criada pelo marketing. Gabriel (2005) classifica estes ambientes

sociais em cinco tipos, de acordo com suas capacidades virais ou analíticas:

Microblogs: ambiente de mensagens curtas e compartilhamento rápido,

destacam-se pelas opiniões imediatas, como por exemplo o Twitter. Tem pouco

poder analítico e grande força viral.

Blogs: ambientes que trazem opiniões e/ou relatos mais complexos do que os

microblogs e por conta disso, apresenta uma grande força analítica e médio

potencial viral.

Redes Sociais: ambientes que promovem um debate em torno de um assunto

ou interesse em comum, como o Orkut, Facebook e LinkedIn. Tem grande

potencial analítico e pouca força viral.

Redes Virais: ambientes que consistem na troca e compartilhamento de

arquivos, como o Youtube, Vimeo, Flickr, SlideShare, 4Shared. Apresenta um

pequeno teor analítico e forte potencial viral.

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31

Imprensa Online: o autor não considera um ambiente social, mas adverte que

estes sites de notícia tem um forte poder e influência social, e apresentam, por

meio dos comentários de seus usuários, um complemento de seus conteúdos.

A partir desta classificação, é possível traçar um cenário para atuação dentro

das mídias sociais. Gabriel (2005) exemplifica que quando uma marca atua em

mercados fragmentados, com diversos players, o recomendável é investir em uma

estratégia mais focada no efeito viral para tornar a marca conhecida, tendo o poder

analítico em segundo plano. Desta forma, o foco do trabalho deve priorizar o uso os

microblogs e redes virais, tendo blogs e redes sociais como sustentação da

campanha. Por outro lado, se a marca está em um mercado com poucos players e

sua marca já tem grande destaque, a estratégia deve privilegiar o poder analítico para

valorizar seu reconhecimento com trabalhos envolvendo blogs, redes sociais e

imprensa online, colocando os microblogs e redes virais em segundo plano.

A autora complementa que após definir o posicionamento da estratégia e

determinar os ambientes sociais e respectivos sites a serem usados, é preciso

priorizar a qualidade das ações desenvolvidas para garantir o sucesso do plano.

Dessa forma, deve-se considerar e analisar o perfil tanto do público-alvo e da

empresa, devidamente alinhados com os objetivos deste trabalho.

3.4 Teoria da Cauda Longa

Descrita por Anderson (2006), a teoria da Cauda Longa está diretamente

associada com o formato que é conduzido os novos negócios na Era da Informação a

partir do novo comportamento perante a cultura e economia.

Para Anderson (2006), a cultura e a economia atuais privilegiam o mercado

de nicho (cauda) aos produtos de massa (topo da curva), fazendo com o que os

segmentados tornem-se economicamente tão atrativos quanto os já consagrados e

com forte apelo entre o público geral.

Page 32: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

32

Figura 1: Representação Gráfica da Teoria da Cauda Longa

Fonte: site Administradores1

Esta teoria está associada à queda no custo da produção e distribuição,

sobretudo nas transações online, tornando menos necessário massificar a demanda

em um único formato ou tamanho para seus consumidores, transformando produtos

e serviços segmentados economicamente tão atrativos quanto os de massa.

3.5 Blogs

De acordo com Blood (2000 apud Amaral, Recuero e Montardo, 2009), o

termo “weblog”, acrônimo de web + log (arquivo web), foi usado pela primeira vez em

1997 por Jorn Barger em referência a um conjunto de sites que acumulavam e

compartilhavam links interessantes na web.

Gabriel (2005) define os blogs como sites em formato de diário que

apresentam textos regulares chamados de posts publicados em ordem cronológica,

mantidos por um indivíduo ou pequenos grupos.

Já Schmidt (apud Amaral, Recuero e Montardo, 2009) define que os blogs são

plataformas frequentemente atualizadas com conteúdo publicado em uma base

regular e posicionados em ordem cronológica reversa. O conteúdo consiste em textos,

1 Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/marketing/cauda-longa-diversifique-e-

tenha-melhores-resultados/57133/> Acesso em jul. 2014

Page 33: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

33

fotos, vídeos ou arquivos de som e seus leitores podem interagir através dos

comentários.

A popularização da ferramenta veio em 1999, com o lançamento do Pitas,

uma ferramenta de manutenção de sites via web e pelo Blogger, lançado pela Pyra.

Estes sistemas facilitaram a publicação e manutenção dos sites e, por não exigir

conhecimentos específicos em linguagem HTML, ganharam facilmente adeptos.

Scott (2007) descreve os blogs como uma forma fácil e eficiente de

compartilhar pontos de vista, tanto de forma pessoal quanto profissional. O autor

afirma que um dos pontos essenciais para o sucesso desta ferramenta é a facilidade,

podendo ser construídos em minutos.

Orihuela (apud Mesquita, 2012) acrescenta que uma das características

básicas do blog como meio de comunicação é que o processo de publicação é, muitas

vezes, transparente e simultâneo à escrita. Além disso, os blogs estão associados à

informalidade, espontaneidade e o apelo pessoal.

A fama de “diário virtual” atribuída aos blogs está diretamente associada ao

fato de que os primeiros endereços continham publicações pessoais, de acordo com

Amaral, Recuero e Montardo (2009). Este hábito, no entanto ainda não mudou:

embora existam diferentes segmentos e usos para os blogs, os pessoais continuam

sendo os com maiores adeptos.

Waichert e Malini (2008) estudaram a evolução da blogosfera de acordo com

marcos cronológicos que criaram uma identidade do blogueiro e dividiram em quatro

momentos:

Fase Filtro: trata-se dos primeiros blogs, sem formato ou ferramentas de

publicação, com uma reunião de links e breves anotações. Eram mantidos

pelos primeiros internautas e entusiastas da Internet, uma vez que requeria um

conhecimento razoável da linguagem HTML. Não havia a intenção de tornar

Page 34: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

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um veículo de formação de opinião, tendo apenas a função de reunir links e

conduzir a primeira geração de usuários da Internet comercial à outros sites.

Fase Diário: a partir de 1999, com o lançamento do Pitas e do Blogger, houve

a popularização da ferramenta e o surgimento de milhares de blogs em todo

mundo. Esta fase foi crucial para a linguagem da blogosfera, com destaque a

linguagem informal e a interação com o leitor e outros blogueiros por meio dos

comentários. Neste momento, a linha editorial dos blogs tendia aos diários

pessoais, com o compartilhamento de experiências, preferências e o dia-a-dia

de seus autores.

Fase Informativa: o ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001,

é usado como marco desta fase da blogosfera por diversos autores. O motivo

é que, enquanto a imprensa convencional cobria o acontecimento, as pessoas

recorriam à Internet em busca de informações sobre mortos, feridos e

sobreviventes. Muitos blogs cumpriram este papel como uma mídia alternativa

não só na divulgação destas informações, mas com sobreviventes usando este

espaço para compartilhar suas experiências e ajudar outras pessoas. Este

evento deu origem a uma nova linguagem, chamada micro-cobertura.

Fase Profissional: com o crescimento e fortalecimento da blogosfera como

mídia, muitos blogs se profissionalizaram e passaram a monetizar seu trabalho.

O marco desta fase são os programas de afiliados que permitem a inserção de

anúncios publicitários nas páginas por meio de banners e de textos

patrocinados (publieditoriais).

As razões que levam um usuário a criar e alimentar um blog variam entre a

busca ou compartilhamento de conhecimento, necessidade de se expressar ou

exposição. Diferentemente do jornalismo, os blogs permitem que o usuário fale sobre

qualquer assunto, sem a necessidade de qualificação profissional. Este fato pode ser

notado com o crescimento dos blogs de moda e beleza, mantido geralmente por

mulheres que compartilham experiências relacionadas à compra ou preferências.

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35

3.5.1 Os Blogs como Mídia

Augustinho (2009) afirma que blogs com grande audiência muitas vezes tem

uma audiência maior do que canais de TV por assinatura, além do fato destes serem

referências em seus nichos de atuação, com leitores fieis. Estes blogs podem ser

considerados formadores de opinião e consequentemente, os tornam atraentes para

as empresas.

Para Scott (2007), os blogs são veículos independentes e muitas vezes

pessoais, contendo opiniões e impressões sobre tudo, uma vez que os blogueiros

usam este espaço para compartilhar suas experiências, inclusive sobre produtos ou

serviços. E, por se tratar de um veículo pessoal, os leitores tendem a confiar mais na

opinião do blogueiro do que a comunicação tradicional, que muitas vezes se mantém

na defensiva.

Por este motivo, o autor sugere que marcas e seus respectivos departamentos

de comunicação deveriam monitorar frequentemente o que é dito sobre seus

respectivos produtos e serviços na blogosfera, uma vez que este seria seu melhor

feedback, por se tratar de opiniões de potenciais consumidores. A estimativa de Scott

(2007) era de que apenas 30% das empresas norte-americanas acompanhavam blogs

regularmente. Em 2013, a US Media Consulting divulgou um relatório sobre os

padrões de consumo de mídia na América Latina e apontou que 91% dos executivos

brasileiros acompanham blogs.

Assim como o mercado, a ascensão dos blogs tanto como veículo de mídia

quanto relevância podem ser associados com a teoria da Cauda Longa, já descrito

neste capítulo. Com a democratização do acesso à banda larga e a popularização dos

blogs como ferramenta de produção e compartilhamento de conteúdo, a comunicação

para a massa produzida pelos grandes veículos passou a ser nichada e informal,

atingindo e atraindo diferentes públicos.

Para Anderson (2006), a blogosfera é o mais poderoso vetor de todos os

tempos para a expressão de novas vozes. De acordo com o autor, a convenção de

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construir links para o compartilhamento de links ou ideias, independente se a

procedência seja profissional ou amadora, é uma prova da força da diversidade.

Nos últimos anos, os blogs têm se fortalecido como veículo de mídia e de

relevância para muitos internautas, despertando o interesse não só do marketing e da

publicidade, mas também dos profissionais de relações públicas, que enxergaram

nesta oportunidade uma forma de se aproximar dos seus potenciais consumidores.

Page 37: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

37

4. RELAÇÕES PÚBLICAS 2.0

4.1 RP 2.0 e sua importância na Era da Informação

Assim como o marketing e a publicidade, a área de Relações Públicas

também passou por profundas mudanças por conta da Era Digital e as transformações

na forma comunicar a mensagem para seus públicos. Para se adequar a este novo

modelo de negócio, estes profissionais, que já tinham a função de cuidar da imagem

da organização, passaram a exercer o papel de mediador entre a empresa e o público.

De acordo com Terra (2010), as Relações Públicas 2.0 são caracterizadas

pela atividade de mediação e/ou interação por parte das organizações com seus

públicos na Internet, sobretudo nas menções feitas em mídias sociais.

A autora diz que o RP ganhou muita importância com a mídia gerada pelo

usuário, característica da chamada Web 2.0. Tudo isso se deve, principalmente pelas

resenhas publicadas em sites de compra, blogs e outras redes sociais, gerando uma

mídia espontânea em torno de um produto ou serviço, aumentando a reputação e

resultando também em um estímulo ao chamado boca-a-boca.

O estímulo ao boca-a-boca também é descrito por Anderson (2006) na teoria

da Cauda Longa, como uma conversa pública, que se desenvolve em publicações e

comentários em blogs, assim como as resenhas de clientes em sites de compra. Para

o autor, este tipo de propaganda está substituindo o marketing tradicional na criação

da demanda, uma vez que as pessoas tendem a confiar mais em pessoas iguais a

elas, fazendo com que o coletivo controle a mensagem. Ainda de acordo com

Anderson (2006), os novos formadores de preferência são os próprios consumidores.

Li (apud Baroni, 2010) aponta um novo comportamento no relacionamento

com empresas e outras pessoas, denominado groundswell. Este comportamento é

descrito como uma tendência social na qual as pessoas usam a tecnologia como

forma de obter o que desejam uma das outras e não com corporações.

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38

Ainda de acordo com a autora, este fenômeno é sustentado por um tripé

formado por pessoas, tecnologia e aspectos financeiros. Desta forma, o fenômeno

pode ser explicado pelo fato de as pessoas dependerem uma das outras e do apoio

entre elas, e a tecnologia a serviço da sociedade gerou as redes sociais. Com o

aumento do tráfego na Internet, os potenciais consumidores também utilizam a rede

para navegar em sites e fazer compras online. Estes hábitos, aliados ao desejo dos

indivíduos em estarem conectados às novas tecnologias, apontam um novo momento

da sociedade.

Baroni (2010) afirma que, a partir destas evidências, é possível constatar que

atualmente o mundo vive em uma sociedade de consumo baseada na sedução e

incentivo ao consumo. Por isso, não basta apenas uma empresa estar na Internet,

uma vez que para um bom planejamento, é preciso entender os potenciais clientes,

compreendo suas preferências e hábitos. Para a autora, identificar o que atrai e

mobiliza o público-alvo da empresa na Internet, bem como entender seu

comportamento dentro das redes sociais, é o ponto de partida para a construção de

um diálogo. Desta forma, conhecimento, informação e sensibilidade tornam-se as

premissas desta comunicação.

Terra (2010) reforça Baroni (2010), afirmando que as mídias sociais podem

ser fontes de informações para empresas levantarem suposições e testá-las. A autora

cita Danah Boyd, que diz que estamos vivendo a economia da atenção digital, exigindo

que das organizações diálogo, interação, criatividade e comunicação mais relevante.

Li (apud Baroni, 2010) divide o groundswell em seis diferentes perfis, cuja

escala de participação no mundo virtual é crescente e representa diferentes grupos

de consumidores, chamada Escada Tecnocrata Social:

Criadores: os mais ativos virtualmente, são os responsáveis pela

criação de blogs, sites e produz demais conteúdos desenvolvidos para a web

como vídeos, textos e fotos.

Page 39: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

39

Críticos: responsáveis por escreverem resenhas de produtos ou

serviços em sites de compra, eventualmente escrevem artigos para sites e

blogs, atualizam wikis e comentam em blogs.

Colecionadores: assinam feeds, salvam nos favoritos do

navegador, adicionam tags e acompanham o que é produzido pelos criadores

e críticos.

Participantes: mantém perfil em sites de relacionamento como o

Facebook e acompanha as atualizações feitas por amigos ou páginas.

Espectadores: acompanha o material produzido pelos criadores

e críticos, se posicionando na posição de espectador, sem qualquer interação.

Inativos: não participam de nenhuma das atividades descritas

acima.

As características acima, de acordo com Baroni (2010), devem ser

consideradas no plano, para que possa a estratégia esteja de acordo com o perfil do

potencial consumidor, uma vez que o relacionamento 2.0 faz parte de um processo, e

como em todo relacionamento, é preciso estabelecer afinidades com o outro para que

possa ser bem sucedido.

Uma prova do impacto da propaganda boca-a-boca e sobretudo, das opiniões

compartilhadas pelos criadores e críticos, é o gráfico produzido por Li (apud Baroni,

2010), apresentando o comportamento dos consumidores norte-americanos na hora

de consultar uma opinião antes da aquisição de um produto ou serviço.

Page 40: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

40

Figura 2 – Quando os consumidores online confiam nas fontes de informação sobre

produtos e serviços

Fonte: LI (apud Baroni, 2010 p.67)

O gráfico mostra que boa parte dos entrevistados confia mais na opinião de

um amigo ou da imprensa do que informações disponibilizadas nos sites ou redes

sociais das empresas. Demais números, como a análise feita por usuários de sites

de conteúdo, de consumidores ou blogueiros também apresentam pertinentes.

O estudo Trust Barometer 2014, apresentado pela agência de relações

públicas Edelman Significa, mostrou que o nível de confiança entre os meios

tradicionais e os sites de busca são equivalentes, representando 65%. As mídias

sociais aparecem com 47%. Baroni (2010) chama atenção, no entanto, para que um

número crescente de pessoas tem usado ferramentas da rede para compartilhar suas

opiniões sobre produtos e serviços e ressalta que, apesar de não ser um hábito, este

fato configura uma tendência. Desta forma ter um espaço social na rede, seja um blog

ou uma rede social coorporativa disponível para ouvir opiniões, críticas, dúvidas ou

sugestões vem se tornando uma regra neste novo modelo de negócios, uma vez que

os consumidores estão cada vez mais conectados e bem informados

Page 41: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

41

Este fato pode ser comprovado de acordo com uma pesquisa divulgado pelo

Ibope Inteligência em 2009 citada por Terra (2010), que mostra o comportamento do

entrevistado antes de fazer uma compra de um produto ou serviço on ou off-line. Neste

estudo, mostra que 46% dos entrevistados leem comentários de outros internautas,

40% visitam o site oficial do fabricante/empresa e 33% procura informações em

portais. A autora também cita uma segunda pesquisa, conduzida pela consultoria

comScore Media Metrix, apontando que 34% dos blogueiros compartilham

experiências com marcas e produtos e 37% fazem resenhas.

4.2. Os novos influenciadores

Conforme descrito ao longo deste trabalho, diversos autores atribuem o poder

coletivo chamada Era da Informação, impulsionada pelas ferramentas da Web 2.0.

Neste novo momento, pessoas até então anônimas, puderam criar seus espaços e

compartilhar suas opiniões e visões para outras pessoas, promovendo a interação

entre elas.

Powell et al. (2011) afirmam que, dentro da estratégia de marketing nas redes

sociais online, existem três personagens que conduzem este trabalho nestes

ambientes:

Formadores de Opinião: ajudam a gerar valor social para a

marca a partir da boa reputação e estão positivamente inclinados em relação à

organização. Amplificam as mensagens para o público-alvo, alcançando o

público com uma mensagem, na maioria das vezes, positiva.

Indivíduos em geral: juntam-se a uma comunidade, participando

ativamente dela a partir do consumo ou compartilhamento de conteúdo,

conversando com outros indivíduos e convidando outras pessoas para

participar. Este público pode advogar a favor da marca quando existe uma

relação com ela.

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42

Consumidor: subconjunto dos indivíduos ativos na mídia social,

estes podem ser defensores da marca e do produto, compartilhando suas

experiências nas redes. Estes podem ser consumidores no passado, presente

ou futuro.

Essas divisões são feitas de acordo com suas personalidades e atuação

dentro da mídia social. De acordo com os autores, cada um destes grupos podem

mudar suas personalidades de forma com que possam transitar entre as categorias.

Um consumidor, pode se tornar um formador de opinião ou então formador de opinião

pode se tornar um consumidor, por exemplo.

Figura 3 – Relacionamento entre Formadores de opinião, indivíduos e consumidores

Fonte: Powell et al (2011, p.43)

Embora os grupos transitem entre si, os comunicadores envolvidos no

processo devem criar estratégias diferentes para cada um deles, fazendo com que

eles sempre se envolvam e defendam a marca. Assim como no planejamento de

marketing, é preciso identificar os desejos e expectativas destes públicos para que

seja impactado.

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43

Powell et al. (2011) alertam que o trabalho junto ao formador de opinião deve

agregar valor ao desejo dele. O esforço desta estratégia deve ser para que o

influenciador passe a mensagem a diante para seus seguidores, e não

necessariamente que ele adquira os produtos. No caso dos blogs, deve-se lembrar

que marcas concorrentes provavelmente sondem os mesmos influenciadores por isso,

a estratégia deve privilegiar também um relacionamento mais forte e duradouro.

Entre os consumidores, os autores sugerem que a melhor forma de envolvê-

los é conduzir e transmitir mensagens através da mídia digital, apresentando seus

diferenciais perante os concorrentes.

Já entre os indivíduos, a estratégia deve ser focada no relacionamento com a

marca, provocando um envolvimento direto ou fazendo com que outros indivíduos se

tornem consumidores. No segundo caso, este tipo de envolvimento está associado

com posts, opiniões ou conversas promovidas pela marca para que outros

consumidores possam ver ou serem pegas pelos dispositivos de busca, como Google

e Bing.

Para que a estratégia gere resultados, é preciso identificar o que motiva estes

influenciadores a comprarem ou compartilharem suas experiências. Powell et al.

(2011) afirmam que todos os indivíduos participam da mídia social com base em

motivações, seja por interesse próprio ou advogando a favor de algo, agindo como um

formador de opinião. A partir da compreensão destas motivações, os profissionais de

comunicação conseguem desenvolver mensagens corretas para serem transmitidas

à eles, visando na conversão de um indivíduo em formador de opinião e/ou

consumidor.

Os autores definem as motivações para participar de uma comunidade social

da seguinte maneira:

Indivíduos: se comunicar com pessoas próximas,

compartilhamento de conteúdo (texto, vídeo, foto), networking, educação,

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44

autoexpressão, jogos, engajar em alguma causa, fazer compras, obter

recompensas monetárias, obter valor de aquisições atuais ou planejadas

Formadores de Opinião: ser considerado um especialista,

tornar-se um formador de opinião, liderar uma causa, expandir seus contatos

profissionais

Outro ponto importante para o desenvolvimento da estratégia junto a estes

influenciadores é analisar o comportamento nas redes sociais. Com informações

corretas sobre seu público ou um influenciador em específico, é possível identificar

com mais certeza a mensagem ou abordagem a ser executada, aumentando assim a

possibilidade de convertê-lo a uma compra ou defensor da marca.

Dentre os três perfis, o formador de opinião é considerado o mais importante,

pelos autores, por ser o perfil que amplifica a mensagem passada pela organização.

Nas mídias sociais, estes formadores de opinião possuem seguidores, grupo

constituído por indivíduos, que podem ser outros formadores de opinião ou então,

consumidores, uma vez que estes podem pertencer ao público-alvo do produto ou

serviço anunciado na mensagem.

Para os autores, para definir quem são os formadores de opinião daquela

marca e seu grau de influência, o profissional deve acompanhar suas atualizações

para compreender o estilo do influenciador e traçar semelhanças entre conteúdos e

interesses pertinentes entre ele e à marca. Já o tamanho da influência pode ser

analisado de acordo com a audiência. No caso dos blogs, é possível analisar à partir

dos números de sua audiência a partir do comportamento deste influenciador com

seus seguidores e como ele transmite as mensagens, bem como a reação perante ao

alcance.

Os autores ainda afirmam que os formadores de opinião podem ser

segmentados não apenas com base em seus seguidores, mas também a partir de

suas motivações e a forma com que se comportam.

Page 45: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

45

4.2.1. Definindo os formadores de opinião

De acordo com Powell et al. (2011), estudos determinaram um conjunto de

características gerais que ajudam a identificar indivíduos com maior probabilidade de

serem formadores de opinião, tanto on quanto off-line. Através de pesquisas

específicas, os responsáveis pela estratégia de marketing podem reunir informações

sobre as características destes formadores de opinião e estabelecer um trabalho

dirigido diretamente para estes indivíduos.

Berry e Keller (apud Powell et al., 2011) apresentam pontos diferenciam os

formadores de opinião dos indivíduos normais:

Pagariam mais caro por um produto caso acredite que seja de

uma melhor qualidade ou traga mais benefícios;

Experimentam novos lançamentos;

Gostam de compartilhar suas experiências relacionadas a

produtos ou serviços novos;

Amigos e família costumam procura-lo para pedir conselhos ou

sugestões relacionadas a uma situação;

Pessoas próximas pedem a opinião deles sobre um produto ou

serviço;

Tendem a confiar menos, geralmente buscam mais de uma fonte

para obter o máximo de informações;

Possuem uma ampla rede social e geralmente se relaciona com

pessoas de diferentes esferas;

Gostam de conversar sobre diversos assuntos como produtos e

serviços;

Estão propensos a recomendarem produtos e serviços nos quais

tiveram boas experiências;

Ganham valor pessoal quando compartilham informações;

São vistos como especialistas pelos outros;

Page 46: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

46

São conscientes pelo fato de serem vistos como especialistas e

buscam reconhecimento;

Buscam ativamente conselhos de terceiros.

Berry e Keller (apud Powell et al, 2011.) complementam que este perfil

normalmente abrange todos os perfis demográficos, geográficos, políticos, gênero e

renda.

Powell et al. (2011) ainda promove uma subdivisão destes influenciadores de

acordo com características específicas relacionadas com o meio em que vivem ou

atuam:

Formadores de Opinião de Colegas: influenciam pequenos

grupos dentro e fora da Internet, principalmente entre amigos e familiares.

Indivíduo como Formador de Opinião: surge de forma

ocasional, quando o indivíduo é impactado por uma mensagem e divulga entre

amigos e conhecidos.

Formadores de Opinião Auto-Identificados: possuem grande

número de seguidores e buscam constantemente táticas que aumentem a

contagem de amigos e seguidores e reconhece o valor de postar regularmente

conteúdos para seus públicos. Costumam ser defensores de marcas.

Formadores de Opinião Latentes: formadores de opinião que

ainda não exibiram seu poder de influência para a comunidade, seja por não

ter o perfil determinado para uma marca ou não serem tão influentes entre seus

seguidores.

Formadores de Opinião “Quase-Celebridades”:

desconhecidos para o público geral, mas extremamente influentes em

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47

determinados nichos. Tornaram-se influentes apenas pelo que conseguiram

realizar para um grupo através da sua presença online. Possuem uma forte

audiência e uma grande base de seguidores.

Formadores de Opinião Celebridades: conhecidos pelo público

geral, tanto dentro quanto fora da Internet, possuem um grande número de

seguidores pelo fato de ficarem famosos.

Além dessa divisão, Powell et al. (2011) também sugerem uma estratificação

dos formadores de opinião com base na hierarquia da conversas à partir da categoria

da marca e das dimensões que podem influenciar, de forma direta ou indireta, o

aumento das vendas:

Formadores de Opinião relacionados com consumidores:

escrever sobre os próprios consumidores em uma determinada categoria pode

influenciar um segmento específico ou a categoria como um todo. Está

relacionado com o comportamento de compra.

Formadores de Opinião relacionados com a categoria:

descrevem sobre uma categoria de forma genérica, sem citar marcas, mas que

podem impactar toda uma categoria.

Formadores de Opinião relacionados com a marca: escrevem

diretamente para a marca, emprestando sua credibilidade, espontaneamente

ou monetariamente, à elas, tornando-se defensores. Este pode estar

relacionado ao aumento do alcance das publicações e de potenciais

consumidores da marca.

Formadores de Opinião de marcas concorrentes: são os

influenciadores que defendem marcas concorrentes. A estratégia deve

envolver menções positivas ou neutras perante à marca que o profissional

representa.

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48

Formadores de opinião relacionados aos canais de

distribuição: pode ser feito por qualquer formador de opinião, no entanto,

publicações negativas ou positivas sobre um parceiro do canal de distribuição

pode impactar toda a categoria.

Formadores de Opinião de fatores externos: deve-se monitorar

possíveis publicações sobre produtos ou serviços impactados por um fator

externo à marca, para que o impacto de uma publicação negativa seja

neutralizado pela equipe de marketing.

Após identificar as características de cada formador de opinião e quais os

nomes mais adequados para a marca, bem como a estratégia, é preciso definir os

canais aonde a mensagem será propagada, alinhada preferencialmente com o

público-alvo da marca.

Os autores reforçam que no desenvolvimento de uma estratégia bem

sucedida na mídia social, é fundamental estabelecer um esquema de segmentação

adequado para divulgar a mensagem. E isso inclui uma estratégia bem estruturada,

que contemple as diferentes áreas da comunicação, para que a empresa possa

alcançar um resultado em um todo.

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5. PESQUISA

O principal objetivo deste trabalho é compreender a relação entre

influenciadores digitais e as marcas, através de seus representantes na comunicação

(departamento de marketing, assessoria de imprensa e agência digital). Uma das

principais motivações para este estudo é o fato de ser um novo momento da

comunicação, em grande ascensão mas, ainda carente de informações em torno do

trabalho desempenhado entre as áreas envolvidas.

Para compreender as questões levantadas neste trabalho, a pesquisa foi

dividida em duas etapas. A primeira foi uma pesquisa de caráter exploratório-

descritivo que, de acordo com Gil (2002), tem como objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito e propício para a construção

de hipóteses. Por conta de seu planejamento flexível, que permite a consideração de

vários aspectos relacionados ao fato estudado, este tipo de pesquisa visa o

aprimoramento de ideias e a descoberta de intuições.

Nesta etapa do trabalho, foram feitas pesquisas em livros, artigos acadêmicos

e estudos conduzidos por institutos de pesquisa, buscando estruturar as bases dos

novos modelos de negócios, RP 2.0 e sobre quem são estes novos influenciadores.

Para buscar um melhor entendimento deste universo, na segunda fase foi

aplicado dois questionários distintos para as partes envolvidas neste processo,

influenciadores digitais (blogueiros) e comunicólogos envolvidos no trabalho de

publicidade e relacionamento digital. Lakatos e Marconi (2003) definem o questionário

como um instrumento de coleta de dados constituído de uma série de perguntas que

devem ser escritas sem a presença do entrevistador.

Os formulários para coleta dos dados entre os entrevistados foram feitos pelo

aplicativo Google Drive, um aplicativo que permite tanto a criação quanto a tabulação

dos resultados obtidos. As questões foram aplicadas entre os dias 21 de julho e 11 de

agosto de 2014. No total, foram entrevistados 15 indivíduos, sendo 6 influenciadores

e 9 profissionais de comunicação.

O primeiro formulário, destinado aos influenciadores, foram entrevistadas 6

blogueiras relacionadas ao público feminino, com audiência entre 1000 e 80.000

pageviews diários:

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50

Bruna Tavares – Pausa Para Feminices

(http://www.pausaparafeminices.com)

Camila Zatz – Loucas por Esmalte

(http://www.loucasporesmalte.com.br)

Carolina Türch – Garotas Nerds (http://www.garotasnerds.com)

Cinthya Rachel – Pensamentos Insanos (http://www.cynthiarachel.com)

Tatiana Michels – Passaneura (http://www.passaneura.com)

Thalassa Coutinho – Botica Urbana (http://www.boticaurbana.com.br)

Já o segundo formulário foi encaminhado para 9 profissionais de comunicação

envolvidos no processo das áreas de marketing, publicidade digital e relações públicas

de marcas que costumam lidar com blogueiros e influenciadores digitais. São eles:

Marketing

Fernanda Fabian – Petit Jolie

Narda Oliveira – Lojas Marisa

Rafael José – Grupo WorldToys e Step2 do Brasil

Verônica Costa – Moleco Produções Gráficas

Agência Digital

Vivian Freitas – Social Agency

Thaís Pontes – Brand Connect

Iran Giusti – Remix Social Ideas

Assessoria de Imprensa

Gabriel dos Anjos – S2Publicom

Cássia Alves – Edelman Significa

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51

5.1 O relacionamento de acordo com os influenciadores digitais

5.1.1 Perfil das influenciadoras digitais

Para esta pesquisa, foram selecionadas influenciadoras, cujo conteúdo é

prioritariamente destinado ao público feminino e que lidam diariamente com a

abordagem de empresas, que as procuram para envio de produtos, convites para

eventos, press releases ou publicidade por meio de posts patrocinados.

As blogueiras entrevistadas têm audiências extremas, que vão de 1000 a

80.000 pageviews diários e tem, no mínimo, 4 anos à frente de seus blogs.

5.1.2. Influência

Todas as entrevistadas têm plena consciência do seu papel de influenciadora

e do seu poder de envolvimento perante aos leitores, tanto em posts patrocinados

quanto escritos de forma espontânea, com produtos enviados pelas marcas ou

comprado por elas. Isso foi afirmado quando questionadas sobre o entendimento no

papel de influenciadora e formadora de opinião.

A opinião sincera e confiança por parte do leitor são as palavras-chave para

elas, que consideram a transparência e a espontaneidade como pontos importantes

na construção do relacionamento com as marcas e com seus leitores, contribuindo de

forma direta ou indireta para uma boa imagem relacionada à uma marca.

Bruna Tavares, do Pausa Para Feminices, destaca que o blog faz parte da

lista anual da Signature9, que elege os 99 blogs de moda e beleza mais influentes do

mundo, e considera que isso a qualifica de alguma forma. A blogueira afirma que

engajamento através de comentários no blog e compartilhamentos feitos pelas leitoras

nas redes sociais, rendem bons frutos para ela sobretudo em ações publicitárias, já

que muitas agências elogiam o retorno e costumam anunciar novamente. Bruna cita

como exemplo sua parceria com a perfumaria Sephora e conta que constantemente

esgota produtos por conta de suas indicações.

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52

Tatiana Michels, do blog Passaneura, atribui sua influência às resenhas e

indicações de produtos que recebe de marcas ou ela mesma compra, como o caso

do Kindle, aparelho usado para leitura de e-books, adquirido em janeiro de 2013. A

blogueira conta que compartilhou em diversos momentos suas impressões sobre o

produto nas redes sociais e que isso incentivou muitos de seus seguidores a

comprarem. Tatiana acredita a propaganda gratuita de um produto bem avaliado tem

peso sobre as pessoas.

Esse é o mesmo pensamento de Camila Zatz do blog Loucas Por Esmalte,

afirmando que muitos leitores consideram as experiências e opiniões dela antes de

comprar um produto.

Quando questionadas sobre como justificam sua audiência e influência, as

blogueiras afirmaram que usam o Google Analytics, ferramenta que mede a audiência

diária de sites e blogs. Porém, de forma unânime, citaram as interações com os

leitores como principal diferencial.

Cinthya Rachel, do blog Pensamentos Insanos, diz que embora a audiência

de seu blog, hoje estimada em 2.000 visualizações ao dia, seja baixa quando

comparada a outros blogs do mesmo segmento, a confiança que os leitores têm em

sua opinião é o principal diferencial.

Bruna Tavares, que tem a maior audiência dentre os blogs entrevistados com

80 mil visualizações diárias, diz que a interação é fundamental para sua relevância e

afirma que só números não comprovam engajamento. Um bom exemplo é que, apesar

de outras blogueiras terem mais seguidores do que ela no Instagram, a hashtag

#pausaparafeminices na rede social tem mais de 80.000 marcações feitas por leitoras,

que utilizam esta funcionalidade para compartilhar maquiagens feitas por elas ou

inspiradas nos tutoriais de Bruna.

Complementando o pensamento de Bruna, Tatiana Michels diz que os

números são relativos, já que é possível ter muitas visitas e, em contrapartida, pouca

credibilidade e interação.

As blogueiras também foram questionadas sobre possíveis critérios para a

seleção de marcas parceiras. Todas as entrevistadas afirmaram que se relacionam

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53

apenas com empresas idôneas e que tenham alguma afinidade com elas ou com o

blog.

Thalassa Coutinho do blog Botica Urbana acredita não ser defender algo que

ela não endossa e acrescenta que isso feriria sua ideologia. Para ela, é preciso que

esta relação seja compatível com seus gostos. Cinthya Rachel também concorda com

esta afirmação, reforçando que precisa se identificar com a sugestão do post e que

tudo precisa estar no contexto geral do blog. Outro ponto que a blogueira toca é com

relação a idoneidade da marca.

Assim como Cinthya, Camila Zatz afirma que um dos pontos mais importantes

para ela é com relação à ética da marca perante consumidores, colegas blogueiras e

outras.

Carolina Türck do blog Garotas Nerds também cita a reputação negativa de

algumas marcas como um impedimento para o relacionamento. Por isso, antes de

fechar uma parceria, Carolina pesquisa a reputação da marca nas redes sociais,

verificando a forma com que eles tratam o consumidor e o histórico com outros

blogueiros.

5.1.3 Comunicação e relacionamento com as marcas

Quando questionadas sobre o entendimento entre as diferentes áreas

responsáveis pela comunicação e diferenciais sobre suas respectivas atribuições,

como envio de presskit e post patrocinado, todas as influenciadoras afirmaram

compreender o processo. No entanto, apontaram que muitas vezes falta objetividade,

que foi considerada a palavra-chave desta questão.

Bruna Tavares afirma que muitas vezes não existe a unificação da informação

sobre a blogueira com relação a marca entre as partes envolvidas, sobretudo entre

assessoria de imprensa e agência digital. A influenciadora cita como exemplo marcas

que ela cria um bom relacionamento, por meio de envio de presskits ou releases, mas

na hora de anunciar, escolhem uma blogueira menos acessível e que dificilmente

publica coisas de forma espontânea. Ela afirma que, embora compreenda que esta

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54

escolha é muitas vezes estratégica, acaba desgastando o relacionamento, tornando

o influenciador um delator da marca.

Além desse ponto, Bruna também revelou que outro ponto que a incomoda é

quando uma marca chega querendo impor condições para o relacionamento, forçando

uma publicação de algo que deveria ser feito de forma espontânea. A influenciadora

cita como exemplo uma ocasião em foi contratada para fazer uma ação patrocinada

mas a agência em questão exigiu algumas inserções no texto que ela definiu como

“vendida e artificial” e, por conta disso, desistiu de fazê-la. Para Bruna, apesar de estar

sendo paga para executar uma publicação patrocinada, é essencial manter sua voz

editorial.

A posição de Bruna vai de encontro com o de Thalassa Coutinho, dizendo que

dentre as particularidades desta relação, é muito comum quando uma assessoria ou

agência pressiona para a publicação de algo. Embora entenda que a função da

comunicação é amplificar a informação, uma vez que muitos profissionais impõem

isto, fazendo com o que a replicação deixe de ser orgânica.

A falta de informações relevantes também é um ponto negativo considerado

pelas entrevistadas. Camila Zatz afirma que, muitas vezes, observa que grandes

marcas deixam a desejar no compartilhamento de informações e que ela encontra

estes dados mais facilmente em outros blogs do que no material enviado pelas

assessorias. Já Tatiana Michels complementa, dizendo que muitas vezes não há

retorno de informações extras solicitadas por parte dos responsáveis pelo

relacionamento, fazendo com que ela deixe de publicar sobre o assunto.

Outras críticas foram apontadas quando questionadas sobre quais fatores

elas consideram imprescindíveis para o relacionamento com as marcas.

Thalassa Coutinho acredita que confiança está em primeiro lugar, mas que é

preciso estabelecer um relacionamento genuíno, humanizado e duradouro, embora

muitas vezes haja um sistema de rodízio entre o mailing como uma forma de privilegiar

todas as influenciadoras presentes nele. Ela ainda afirma que é preciso ter respeito

pelo trabalho dos blogueiros, uma vez que eles são a ponte direta entre a empresa e

o consumidor.

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55

Para Camila Zatz, a atualização e a troca de informações devem ser

constantes. Além disso, afirma perceber falhas na comunicação dentro de uma

mesma marca, aonde cada uma das partes repassa informações diferentes sobre um

mesmo produto ou serviço. A blogueira ainda diz que, embora exista uma progressão

na forma de lidar com o relacionamento entre influenciadores, poucos profissionais

sabem lidar da maneira adequada.

Sobre o fato dos profissionais de comunicação enxergarem uma diferença na

abordagem entre blogueiros e jornalistas, a maioria acredita que sim. No entanto,

acreditam que alguns pontos ainda podem ser adaptados a esta nova realidade, uma

vez que a relação com blogueiro é mais próxima.

Para Tatiana Michels, ainda há uma confusão entre os profissionais, que

muitas vezes veem o blog como uma revista virtual. Para ela, o atendimento com o

blogueiros deve ser mais pessoal, uma vez que o profissional lidará diretamente com

o autor do blog, diferentemente de uma revista, que conta com diferentes camadas.

Cinthya Rachel afirma que esse comportamento depende da assessoria e que

muitas delas, acostumadas com o off-line, encontram dificuldades para lidar com o on.

Carolina Türck diz que, embora ainda receba materiais adaptados aos métodos

tradicionais, tem percebido uma adaptação na linguagem entre materiais

desenvolvidos para blogueiros e para a imprensa em geral.

Endossando este pensamento, Camila Zatz diz que ainda há muita dificuldade

nesta questão e que vive-se uma dualidade: se por um lado muitos blogueiros não

compreendem sua posição dentro da comunicação, muitos profissionais da

comunicação não sabem reconhecer um blogueiro que desempenha um papel

relevante e verdadeiro no meio.

5.1.4. O blog como mídia

Questionadas sobre como os leitores reagem as publicações aonde uma

marca é citada, todas as blogueiras afirmaram que seus seguidores entendem a

diferenciação entre posts espontâneos e patrocinados.

Page 56: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

56

Para Tatiana Michels, houve uma reeducação do leitor com relação à isso.

Para ela, assim como as marcas se adaptaram aos blogs na hora de anunciar, os

leitores estão se adaptando com a publicidade nestes espaços. Para ela, o fato de

nem todos os blogueiros serem transparentes com relação a veiculação de posts

patrocinados no blog acaba afetando quem o faz de forma clara e identificada.

Bruna Tavares afirma que sempre procura ser transparente com seus leitores,

identificando que aquela publicação teve uma interferência da marca, seja por posts

patrocinados ou ações de relacionamento, como envios de presskit ou eventos. A

blogueira complementa prioriza posts patrocinados de marcas ou produtos que ela já

conhece, e que estejam alinhados com seu público.

No que se diz respeito a relação comercial, blogueiras que contam com um

representante responsável pelas negociações afirmam que este profissional ajuda a

filtrar o que é interessante para elas, mas que a decisão final sempre será delas.

Para Carolina Türck, a vantagem de ter um representante comercial a frente

do site é de que ele filtra as propostas e traz apenas clientes em potencial , dispostos

a investir valores mais altos nas ações.

Cinthya Rachel diz que apesar de ter um comercial, não muda o modo em que

ela define se fará ou não uma publicação patrocinada. Camila Zatz diz que já negou

parceria com um portal que o comercial indicou porque não concordou com as

políticas de parceria.

5.2 O relacionamento de acordo com os comunicólogos

5.2.1 Perfil dos profissionais e rotina do trabalho

Para esta etapa da pesquisa, foram entrevistados profissionais envolvidos no

processo de relacionamento com influenciadores. Grande parte dos entrevistados,

embora façam parte da equipe de marketing ou agências de relações públicas, são

nomeados como Analistas de Mídias Sociais. O tempo de experiência na área varia

entre 1 e 7 anos, com uma média de 4 anos e meio.

Page 57: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

57

Estes profissionais desempenham funções variadas relacionadas ao trabalho

em mídias sociais, que vão desde a produção de conteúdo, interação com

consumidores e fãs da marca nas redes sociais até o trabalho de estratégia e

relacionamento com influenciadores.

5.2.2 Critérios de seleção e influência

Todos os profissionais afirmaram que analisam números e interações dos

influenciadores para determinar quais serão selecionados para um trabalho de

relacionamento ou publicitário.

A analista de mídias sociais Fernanda Fabian, da Petit Jolie, diz que a marca

busca prestigiar e privilegiar os consumidores que conversam, interagem e participam

dos canais da marca. No caso das blogueiras, o critério é definido pelo conteúdo e

pela identificação com o conceito da marca, deixando a influência e a audiência em

segundo plano. Ainda de acordo com Fernanda, a marca promove algumas ações

pontuais entre blogueiras de grande audiência em parceria com a assessoria de

imprensa, mas fez questão de ressaltar que este trabalho é bem esporádico.

Gabriel dos Anjos, analista de mídias sociais da S2Publicom, diz que além

dos números, levam em consideração o objetivo geral da ação para determinar qual

influenciador é melhor para cada momento. A ideia é que a mensagem seja passada

corretamente para as pessoas certas, no nicho certo.

Para a Coordenadora de Mídias Sociais Naísa Modesto, da Ketchum Brasil, o

resultado é uma combinação entre o número de interações e audiência, mas que eles

também usam um pouco da experiência na hora da seleção. Ela justifica que muitas

vezes, um influenciador é bom para uma determinada ação por conhecer o perfil dele

e que nem sempre será um perfil de grande audiência.

Verônica Costa, gerente de conteúdo da Moleco Produções Gráficas, diz que

a empresa busca pessoas que estejam alinhadas com a filosofia da empresa. Para

ela, a blogosfera muitas vezes prega o consumo desenfreado e por isso, a marca que

tem um conceito sustentável e ecológico, buscando se relacionar com pessoas

sensatas, “gente como a gente” e com números compatíveis aos da empresa nas

redes sociais.

Page 58: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

58

Segundo Iran Giusti, gerente de projetos na agência Remix Social Ideas,

considera a influencia uma combinação de qualidade e quantidade. Para ações, Iran

afirma que o ideal é conciliar a audiência com um bom conteúdo, já que caso o

influenciador não atinja o resultado esperado em termos de números, o conteúdo de

qualidade atingirá o público alvo da campanha.

Rafael José, gerente de e-commerce do Grupo WorldToys e Step2 do Brasil,

diz que KPIs quantitativos, como quantidade de seguidores e interações, são métricas

importantes para definir o início do trabalho, mas a geração de conteúdo de qualidade

e relevante pesa mais do que os números. Para ele, blogs e pessoas que geram

conteúdo direcionado de qualidade são capazes de gerar mais conversão e

engajamento com a marca.

Quando questionados sobre os benefícios que os blogueiros trazem para a

marca, todos os comunicólogos afirmam que esta é uma maneira de aproximar a

marca de seus potenciais consumidores, usando um influenciador como ponte.

Para a analista de estratégia e conteúdo da Edelman Significa, Cássia Alves,

é preciso levar em conta como será feita a abordagem, uma vez que muitas

estratégias não contemplam um relacionamento marca-blog a longo prazo.

Vivian Freitas, analista de relacionamento da agência Social Agency, afirma

que ao conquistar um blogueiro com relacionamento, a marca ganha um fã

influenciador e consequentemente, um advogado da marca, que tende a falar bem e

defendê-lo diante do seu público. Naísa Modesto, da Ketchum Brasil, reforça que,

quando o produto ou serviço é trabalhado no target certo, os resultados são ótimos,

aumentando as chances de encantar o influenciador e ter ele do lado da marca.

Fernanda Fabian, da Petit Jolie, diz que quanto mais uma blogueira publica

sobre a marca, mais as leitoras percebem que ela se identifica com os produtos

oferecidos por ela. Com isso, a tendência é aumentar a base de seguidores da marca

e também, a credibilidade no mercado. Desta forma, Fernanda considera que os

maiores benefícios são a visibilidade, a possibilidade de angariar novos fãs da marca,

acompanhar o feedback por meio dos comentários nos blogs e permite que eles

tenham uma opinião fora dos canais oficiais da marca, que normalmente apresentam

apenas opiniões positivas.

Page 59: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

59

Para a analista de mídias sociais das Lojas Marisa Narda Oliveira, o conteúdo

espontâneo e o feedback são os maiores retornos em termos de relacionamento, e

tem como principal benefício a visibilidade proporcionada pelo influenciador frente ao

público.

No entanto, Iran Giusti da Remix Social Media, afirma que com a

profissionalização dos blogueiros e a monetização de ações, a participação e

publicações espontânea em ações de relacionamento tem se tornado escassa.

Porém, afirma que é preciso evidenciar bons trabalhos de relacionamento, mostrando

o quão bom é este trabalho.

Com o crescimento do número de blogs e o fortalecimento da figura do

blogueiro como formador de opinião, surgiu o interesse também destes

influenciadores em se relacionarem com a marca. Baseado nisso, os entrevistados

foram questionados se existe um atendimento por parte dos blogueiros sobre a

relação deles com as marcas.

A maioria dos influenciadores acreditam que neste ponto, há uma dualidade:

se por um lado há um entendimento e uma responsabilidade em torno desta relação,

por outro os profissionais acreditam que muitos não entendem como este processo

funciona.

Fernanda Fabian, da Petit Jolie, acredita que os blogueiros se dividem entre

os que entendem e aqueles que não entendem sua importância no meio. Ela cita como

exemplo um concurso cultural entre blogs realizado pela marca em 2013 e percebeu

que muitas blogueiras, sobretudo as mais novas, não se importavam com o layout ou

bom conteúdo, mas apenas em ganhar brindes e participar dos desafios propostos.

Fernanda acredita que as blogueiras consideradas famosas chegaram neste ponto

por um mix composto por merecimento, bom diálogo com as marcas e construção de

seus nomes no mercado.

Rafael José, do Grupo WorldToys e Step2 do Brasil, sintetiza que blogueiros

que veem o blog como um simples espaço de mídia tradicional com ocupação de

banners em destaque não entendem o que é a construção de relacionamento. Por

outro lado, blogueiros que enxergam o blog como um portfólio de conteúdo de

qualidade tende a compreender a relação com uma marca a longo prazo.

Page 60: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

60

Vivian Freitas da Social Agency diz que os influenciadores mais profissionais

estão acostumados com este trabalho, no entanto, uma parte dos blogueiros acredita

que esta relação é pautada em uma troca de interesses, no melhor estilo "eu falo bem

de você e você me manda presente".

Para Iran Giusti, da Remix Social Ideas, embora a maioria entenda sua função

na blogosfera, outros não se importam com a construção de um relacionamento,

fazendo com que muitos blogueiros não percebam que ser influenciador é também

ser o porta-voz de uma marca.

5.2.3 Comunicação e relacionamento com os influenciadores

Questionados sobre o fato dos blogueiros compreenderem a diferença entre

os trabalhos de publicidade e relacionamento, as respostas ficaram divididas.

Gabriel dos Anjos da S2 Publicom afirma que em geral, os blogueiros sabem

diferenciar estes trabalhos apenas de maneira prática mas, por outro lado, não

compreendem quando este trabalho contempla um aspecto mais estratégico, com

definições de quando e como será trabalhado cada um deles.

Essa posição é defendida também por Naísa Modesto da Ketchum Brasil, que

acredita que muitos blogueiros por mais que entendam a diferença entre cada item,

não enxergam a estratégia para cada uma das opções.

Nesta mesma linha, Iran Giusti da Remix Social Ideias, acredita que muitos

blogueiros compreendam a diferença entre as áreas, porém ignoram pelo fato do

relacionamento não ser monetariamente interessante para eles.

Já Fernanda Fabian da Petit Jolie, acredita que as polêmicas em torno da não

identificação de posts patrocinados em blogs, expondo a falta de transparência por

parte de alguns influenciadores, ajudou a esclarecer esta dúvida entre blogueiros e

leitores.

Sobre as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre o trabalho dos

comunicólogos, está a dificuldade em compreender o processo da relação marca-blog

como um todo.

Page 61: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

61

Para Gabriel dos Anjos da S2Publicom, uma das maiores dificuldades está

em alguns influenciadores não entenderem que a agência é um bom intermediador

entre ele e o cliente. Em algumas ocasiões, os blogueiros tentam um contato

diretamente com o marketing da empresa a fim de encurtar o processo, mas de acordo

com Gabriel, acabam tendo menos sucesso na empreitada do que se contassem com

o endosso da agência.

Rafael José do Grupo WorldToys e Step2 do Brasil diz que muitas vezes os

influenciadores não entendem que muitas vezes, a empresa quer fazer uma ação de

marketing que tenha foco em vendas, e não apenas na construção do branding. O

profissional afirma que é possível que as duas sejam feitas apenas usando ações de

relacionamento, sem envolver uma publicidade direta.

Quando a pergunta é sobre as diferenças entre a abordagem entre blogueiros

e jornalistas, todos os profissionais que trabalham de forma mais ativa com a imprensa

tradicional confirmam que há diferenças na abordagem, porém que o profissionalismo

entre as duas categorias é praticamente o mesmo hoje em dia.

Cássia Alves da Edelman Significa diz que, embora os blogueiros tenham uma

abordagem um pouco mais informal, o profissionalismo é o mesmo. Ela sugere que

as campanhas podem ser trabalhadas de diversas maneiras com o blog e que essa

amplitude diferencia o relacionamento entre blogueiros e jornalistas. Cássia ainda diz

que as pautas dos blogs são mais flexíveis, permitindo que as empresas tenham mais

liberdade de aparecer nestes canais e por sua vez, atingindo mais pessoas.

Para Iran Giusti da Remix Social Ideias, a principal diferença entre blogueiros

e jornalistas é o fato de ser um espaço pessoal, menos parcial, expressão de uma

única voz e de opiniões, permitindo assim que a pessoa por trás daquele veículo seja

impactada por meio de ações.

Gabriel dos Anjos da S2Publicom reforça que existe uma diferença na

abordagem por conta da proximidade entre o blogueiro, fazendo com que a interação

seja diferente.

Verônica Soares da Moleco Produções Gráficas diz que jornalista costumam

ser mais desconfiados quanto às intenções, ponderam e solicitam mais informações,

enquanto os blogueiros reproduzem na íntegra o conteúdo de divulgação informado

Page 62: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

62

pela marca, além de não recusarem cortesias ou presentes. Fernanda Fabian da Petit

Jolie complementa dizendo que jornalistas procuram a marca em busca de coisas

mais pontuais, como pautas de tendência ou fotos dos produtos, enquanto as

blogueiras raramente tem um objetivo quando contatam a empresa.

Por fim, os entrevistados foram questionados sobre um possível impacto no

relacionamento entre blogueiros que possuem um comercial à sua frente. Grande

parte dos profissionais afirmam que haver uma ponte entre ele e o influenciador,

muitas vezes, ajuda no trabalho de relacionamento.

Fernanda Fabian da Petit Jolie acredita que ajuda, já que as blogueiras mais

cobiçadas possuem uma demanda muito grande de solicitações. Ter um comercial à

sua frente agiliza e facilita o processo no ponto de vista das empresas que buscam

contato. Narda Oliveira, das Lojas Marisa, concorda e justifica que blogueiros tem uma

agenda cada vez mais atribulada e, por isso, ter alguém para fazer de comunicação

torna o processo mais fácil para ambos lados.

Para Vivian Freitas da Social Agency, os comerciais mais ajudam do que

atrapalham porém, acredita que para relacionamento o ideal seria ter o contato direto

com o blogueiro, sem intermediários.

Cássia Alves da Edelman Significa acredita que o comercial deve se envolver

apenas na parte financeira/administrativa, uma vez que o blogueiro conhece seu

público e linha editorial, e não deve repassar essa responsabilidade para um terceiro.

Page 63: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

63

6. CONCLUSÃO

Com o avanço da Internet banda larga e a evolução da web, o mundo está

vivendo uma verdadeira revolução nas comunicações. Além de encurtar distâncias, a

Internet possibilitou que milhões de pessoas em todo o mundo participassem

ativamente da rede, compartilhando suas opiniões e ideias com outras pessoas.

Chleba (2000) afirma que a Internet possibilitou que a democratização da informação,

uma vez que nunca houve um acesso ao conteúdo de maneira volumosa, barata e

rápida quando comparada aos métodos impressos, como enciclopédias, livros e

revistas.

Um dos frutos da Era da Informação e da Web 2.0 são as redes sociais digitais

e os blogs, ferramentas que possibilitaram a produção de conteúdo colaborativo e

opinativo em tempo real, produzido por qualquer pessoa com acesso à rede mundial

de computadores.

Essa facilidade, permitiu que milhares de, até então, anônimos ganhassem

espaço e se fortalecessem como amplificadores do “marketing boca-a-boca”. A

opinião sobre aquele produto deixou de ser um comentário familiar ou na roda de

amigos e passou a influenciar milhares de outras pessoas. Das resenhas em sites de

compra aos blogs, todo internauta virou um potencial formador de opinião, em menor

ou maior grau.

Anderson (2006) descreveu na teoria da Cauda Longa as conversas que

acontecem nas resenhas de sites e comentários de blog como um grande estímulo ao

marketing boca-a-boca, uma vez que as pessoas tendem a confiar mais em outras

pessoas do que em materiais veiculados nas grandes mídias.

Com esta oportunidade de inserir produtos e serviços em um contexto mais

nichado e próximo aos consumidores, grandes empresas começaram a inserir o digital

em suas estratégias de marketing, focando sobretudo na comunicação com seus

potenciais consumidores e influenciadores digitais estratégicos para a marca.

Page 64: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

64

Desta forma, os blogs deixaram de ser vistos apenas como diários virtuais

para ganhar ares de veículo de mídia com forte potencial publicitário. Os blogueiros,

que antes eram simples autores que compartilhavam situações do seu dia-a-dia e

impressões sobre experiências relacionadas a produtos e serviços, passaram a ser

vistos como formadores de opinião e referências em determinados assuntos,

tornando-se tão relevantes quanto jornalistas. Dentre os fatores para este sucesso

está o fato da proximidade, da linguagem informal e da sensação do blogueiro ser

“gente como a gente”. Como definido por Lévy (2000), a comunicação agora é

horizontal e pública.

O relacionamento entre influenciadores e marcas é, relativamente, uma

novidade e como todo novo negócio, surgem dúvidas entre aqueles que estão

envolvidos no processo. E esta foi a motivação deste trabalho, que buscou

compreender o trabalho de relacionamento entre os novos influenciadores e os

diferentes responsáveis pela comunicação das marcas, como departamento de

marketing, agência digital e assessoria de imprensa.

O trabalho alcançou o objetivo esperado, que era traçar um panorama do

cenário de relacionamento com influenciadoras relacionadas a temas femininos com

empresas que incluíram o RP 2.0 e a publicidade digital como parte de sua estratégia

de comunicação.

Com a pesquisa, notou-se que o cenário está em constante adaptação entre

todos os envolvidos no processo. Se por um lado os blogueiros estão aprendendo a

diferenciar as funções da publicidade e do RP, os responsáveis pela comunicação

buscam se adaptar a um formato de interação com estes influenciadores que propicie

não só uma aproximação momentânea, mas sobretudo, um relacionamento a longo

prazo com a marca.

Assim como toda relação, este foi o momento em que as partes se

conheceram e descobriram interesses em comum e também diferenças. Daqui para a

frente, a tendência é que esta relação amadureça, tornando-se cada vez mais

interessante para todas as partes envolvidas. Se antes os blogueiros não entendiam

Page 65: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

65

o porquê eram chamados para participação de eventos, hoje eles têm plena

consciência do valor do seu trabalho, projeção de sua influência e principalmente, do

impacto de sua opinião. Da mesma forma que a comunicação, seja publicitária ou

relacionamento, passou a compreender o valor da opinião de um influenciador e o

impacto que ele tem sob potenciais consumidores daquela marca, seja ela

espontânea ou paga.

Page 66: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

66

7. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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Page 71: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

71

8. APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS INFLUENCIADORES

DIGITAIS

Qual seu nome?

Qual seu blog?

Há quanto tempo você mantém seu blog?

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Como você justifica para as marcas sua influência?

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar, seja

publicitária ou por relacionamento?

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits, convites para

eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu trabalho?

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a abordagem

entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por relacionamento

(presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou demais ações

remuneradas)?

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem de

forma espontânea em seu blog?

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72

8. APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COMUNICÓLOGOS

Qual seu nome?

Qual empresa você trabalha?

Em qual área da comunicação a empresa atua?

Qual seu cargo?

Há quanto tempo você atua na área?

Quais atividades sua função desempenha?

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros neste

mercado?

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento?

Ou ter uma pessoa para fazer esta ponte ajuda neste trabalho?

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Page 73: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

73

9. ANEXO 1 – ENTREVISTA COM INFLUENCIADOR THALASSA COUTINHO

Qual seu nome?

Thalassa Coutinho

Qual seu blog?

Botica Urbana

Há quanto tempo você mantém seu blog?

4 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

1000 visitas diárias

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Porque sou uma consumidora como todo mundo com a diferença que, tendo uma

página, você automaticamente "arrebanha" leitores com opiniões semelhantes (ou

não) ou que buscam opiniões sobre produto/serviço. Acredito que a partir do momento

que você tem alguns leitores que acompanham suas postagens está contribuindo com

a formação de opinião (se bem que a gente já faz isso no offline, mas no on a

proporção é maior, né).

Como você justifica para as marcas sua influência?

Engajamento se dá por muitos fatores, mas acredito que interação é fundamental. O

blogueiro que fala sozinho, que não conversa com o leitor de alguma forma não tem

tanta força como aquele que interage sempre que dá. Os números são só

consequência disso.

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Sim. O ponto principal é ter a ver comigo, não ferir ideologias ou coisa do tipo. Sejam

coisas compatíveis com o que gosto, penso, visto, acho. Não dá pra falar de algo que

não se acredita. E confiança, claro.

Page 74: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

74

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

O espontâneo significa que gostamos muito, não é? Então eu acho que é bacana pra

empresa quando ela desenvolve uma ação que pega a gente de surpresa, que faz

uma parte do dia feliz (mesmo!) e isso acaba ficando acentuado quando postamos

nas redes/blog. Isso conta pontos pra marca, independente do "tamanho" da

blogueira, creio eu.

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Confiança em primeiro lugar. O desejo de estabelecer um relacionamento genuíno,

humanizado e duradouro - ainda que exista muitos blogs e sistema de "rodízio" em se

tratando de ações no geral - é uma coisa muito importante. Respeito pelo trabalho do

blogueiro, porque ele é a ponte direta entre empresa e consumidor. E é isso.

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Completamente - acho que, em particular, por eu lidar com esse outro lado também.

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Quando o interno das marcas - ou agência, whatever - são atrapalhados. Tem muitas

particularidades, mas uma coisa em comum é quando "sugerem" fortemente que você

poste. Acho que deixa de ser orgânico, porque é como se fôssemos pressionados a

postar (claro que é a intenção da marca/assessoria/adjacências), e não acho legal,

não.

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Acho que isso já existiu com mais intensidade. Hoje o povo entende mais a função da

blogueira, o papel que ela desempenha e tal.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Page 75: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

75

De um modo geral, talvez. Porque hoje os blogs adotam uma linguagem meio formal,

foge um pouco do que eram os blogs de raiz, com texto coloquial e muito pessoal.

Dava pra diferenciar bem mais. Não consigo generalizar para um sim ou não.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

Ainda não, mas pelo menos comigo as pessoas sabem quando é pago ou não. Mas

vendo pelos outros vejo que há uma ignorância bem grande a respeito.

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

Não tenho um comercial, mas atuo como tal: o representante pode filtrar isso pelo

blog, afinal se ele pensa que o blog é um canal de comunicação pessoal e não um

portal/site/imprensa especializada, consegue fazer um bom trabalho. E sim, as

opiniões dele influenciam um pouco.

Page 76: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

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9. ANEXO 2 – ENTREVISTA COM CAMILA ZATZ

Qual seu nome?

Camila Zatz

Qual seu blog?

Loucas Por Esmalte

Há quanto tempo você mantém seu blog?

4 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

30 mil visitas por dia

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Porque as pessoas esperam pelas experiências que eu tenho com o uso de meus

produtos preferidos, e vejo que elas levam minhas opiniões em consideração quando

consomem os produtos que eu divulgo.

Como você justifica para as marcas sua influência?

As visitas do blog são importantes, mas mais do que isso, mostramos que não temos

afiliação com nenhuma marca e que nossa opinião é sincera e livres de quaisquer

influências externas.

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Sim. Marcas com histórico de atitudes antiéticas seja com consumidores, colegas

blogueiras ou outras que não aprovamos não são divulgadas em nossos espaços.

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Acho que nossas leitoras acabam tendo ainda mais confiança naquilo que divulgamos,

sejam informações pessoais de uso como até mesmo propagandas, afinal, não é

Page 77: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

77

porque fazemos um publieditorial que não acreditamos naquilo que o anunciante

oferece.

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Acho que a atualização e troca de informação deve ser constante. Sinto falhas na

comunicação até mesmo dentro das marcas, assessoria digital fala uma coisa,

assessoria de imprensa outra... A verdade é que as marcas já progrediram bastante

mas poucas sabem como lidar com blogs da maneira mais adequada (e nem tô

falando de enviar ~brindes, tem marca que manda um pen drive pra você e acha que

o blog tem que postar sobre ela eternamente Zzzzzz).

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Sim, isso é bem tranquilo para mim.

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Receber mais informações relevantes ao público de meu blog, sinto que até mesmo

as grandes marcas deixam a desejar no compartilhamento de informações. Eu sei

mais lendo blog do que pelas assessorias.

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Não sei.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Acredito que ainda há muita dificuldade nessa questão, Mas vai dos dois lados, pois

temos muitos blogueiros que não sabem exatamente qual é sua posição, assim como

profissionais ~oficiais~ de comunicação também não sabem reconhecer um blogueiro

que desempenha um trabalho relevante e verdadeiro.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

Page 78: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

78

A maioria sabe, sim, até porque fazemos questão de deixar isso bem claro em nossos

espaços.

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

Influencia pouco. Já negamos parceria com um portal que nosso comercial indicou,

por não concordarmos com as políticas da parceria.

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79

9. ANEXO 3 – ENTREVISTA COM CINTHYA RACHEL

Qual seu nome?

Cinthya Rachel

Qual seu blog?

Pensamentos Insanos por Cinthya Rachel

Há quanto tempo você mantém seu blog?

8 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

2 mil visitas por dia

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Por minhas opiniões sinceras e pé no chão. As leitoras confiam no que eu digo.

Como você justifica para as marcas sua influência?

Interação. Meus números não impressionam, mas a confiança que as pessoas tem na

minha opinião.

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Sim. Precisa ser uma empresa idônea, independente de qq coisa. Preciso me

identificar com o tema do publi. E tem que fazer sentido para as leitoras. E sem ser

publi tem MUITA coisa q a gente posta apenas por relacionamento com as

assessoras.

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Acredito que contribui e muito. A minha força é a minha imagem, a minha palavra, a

minha credibilidade. Quando posto de uma marca acabo levando isso para ela. E

muitas leitoras depois comentam que compraram tal produto pq comentei. Sendo ou

não publi.

Page 80: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

80

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Profissionalismo e agilidade.

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Sim.

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Não encontro muita, mas tem marcas que não tem uma pessoa simpática que a

represente. E como a gente sempre fala com a assessora diretamente, isso acaba

influenciando.

E tb marcas que só se pautam pelos views, sem se dar conta de todo o resto.

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Não sei responder.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Nops! Nem sempre, depende da assessoria. Tem muita assessoria que está

acostuma com o off, e encontra dificuldade de lidar com o online.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

Sim, pois deixo isso muito claro

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

Acredito que de alguma forma sim, pois muitas empresas só entram em contato

através do comercial. Mas não muda o modo que escolho para fazer ou não um publi.

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9. ANEXO 4 – ENTREVISTA COM BRUNA TAVARES

Qual seu nome?

Bruna Tavares

Qual seu blog?

Pausa para Feminices

Há quanto tempo você mantém seu blog?

5 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

80 mil

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Bom, eu entrei para a lista dos 99 blogs mais influentes do mundo da Signature 9.

Acho que isso já me qualifica de certa forma. Mas enxergo o meu engajamento através

dos muitos comentários, likes e compartilhamentos dos posts que tenho nas redes

sociais. A interatividade das leitoras é grande inclusive no blog, sigo tendo muitos

comentários por post.

Fora que vejo o retorno disso em publicidade. Na minha linha maquiagem que só

cresce porque tem bons retornos e na minha parceria com a SEPHORA (vira e mexe

esgoto produto por lá, e no ranking de vendas estou sempre em 1ºlugar). Sempre que

fazem publicidade comigo, retornam para fazer outra e elogiam. Acho que tudo isso

me faz acreditar na influência do meu conteúdo.

Como você justifica para as marcas sua influência?

Bom, eu entrei para a lista dos 99 blogs mais influentes do mundo da Signature 9.

Acho que isso já me qualifica de certa forma. Mas enxergo o meu engajamento através

dos muitos comentários, likes e compartilhamentos dos posts que tenho nas redes

sociais. A interatividade das leitoras é grande inclusive no blog, sigo tendo muitos

comentários por post.

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Fora que vejo o retorno disso em publicidade. Na minha linha maquiagem que só

cresce porque tem bons retornos e na minha parceria com a SEPHORA (vira e mexe

esgoto produto por lá, e no ranking de vendas estou sempre em 1ºlugar). Sempre que

fazem publicidade comigo, retornam para fazer outra e elogiam. Acho que tudo isso

me faz acreditar na influência do meu conteúdo." Analytics e seguidores com

certeza. Mas é fundamental mostrar interatividade. Tem blogueiras com mais

seguidores no Instagram por exemplo, mas ninguém tem uma hashtag com tantas

fotos publicadas como eu. O #pausaparafeminices tem mais de 80.000 marcações, é

a hashtag mais emplacada entre todos os blogs de moda e beleza, só perde mesmo

para o #geracaopugliesi que é outra área. Isso mostra que as leitoras querem que eu

veja o que elas estão postando. Como disse minha interatividade é meu maior trunfo.

Também tem a lista da Signature e a parceria com a Revista Nova, que me ajudam

nesse sentido de "provar" engajamento. Porque só números não provam não.

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Sim, como disse, só por afinidade mesmo! E eu sou talvez a única blogueia fechada

editorialmente falando. Falo de maquiagem e às vezes libero algo de moda. Mas eu

mantenho o foco!

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Acho que isso cria um relacionamento da marca comigo. As meninas já pensam em

MAC e vão me pedir ajuda pra escolher o que comprar por exemplo, porque eu

amoooo MAC, acho que nunca fiz nada diretamente com eles de publicidade, mas eu

vendo tanta coisa via SEPHORA que por tabela acabo ganhando por causa deles.

Afinidade é tudo!

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Transparência! Como disse, não tem coisa mais chata do que ser mimada pela marca

e depois ela ir lá e fechar publicidade com outra. É TIPO A MAIOR PALHAÇADA.

Também acho que a blogueira tem que ter noção, né? Não adianta você fazer uma

publicidade um dia falando que aquilo é incrível e no dia seguinte achar incrível o do

Page 83: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

83

concorrente rsrsrs. Poxa, vamos ser sensatas. Por isso gosto de me envolver com o

que estou divulgando como publicidade. Muitas vezes as publicidades ganham

dezenas de links posteriores, porque acabo falando daquilo em outros momentos.

Exemplo disso é o post do DreamTone da Lancôme, vira e mexe linko ele de novo pra

justificar a melhora da minha pele! E eles só pagaram pelo post e não por essa "re-

divulgação" mas a publicidade não morreu ali, eu uso o produto mesmo, de verdade.

A publicidade só me deu a oportunidade de conhecer e me aproximar dele, mas eu

gostei e levei pra vida (se não teria publicidade pra começo de conversa). Porque

assim que tem que ser, fazer publicidade por fazer é perigoso, uma hora ou outra,

você é pega no contrapé, e isso é a coisa mais chata que pode acontecer com uma

blogueira, arranha a credibilidade.

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Hoje em dia sim! Mas é um pouco confuso ainda a forma como as assessorias

trabalham com isso. Rola muita coisa mal combinada rsrsrs. Tem agência de

publicidade que fecha com você uma PUTA ação, mas ai a a agência de marketing

não te manda jabá ou mesmo não tem convida pro evento. Outra coisa

chatíssimaaaaa, você tem um mega relacionamento com a marca via marketing e na

hora da publicidade simplesmente te ignoram e vão fazer com outra. Acontece

sempre! Ai a gente fica meio assim "oi???". Acho confuso! Deveria rolar uma

unificação melhor de comunicação da marca com o marketing e a publicidade. A

impressão que eu tenho é que o marketing tenta emplacar de graça só com amor e

carinho, e a publicidade compra as outras que não foram conquistadas rsrsrs. Faz

sentido $$$, mas é tosco a longo prazo. Cansei de ver blogueira (e eu me incluo)

deletando marca da vida por causa disso. Rola uma valorização desigual entre as

duas partes (e não to falando de blogs com acessos diferentes, tô falando de blogs

com o mesmo nível de números e compatibilidade com a marca, e isso é o que

incomoda). Mas hoje "entendo", pelo menos, que são assessorias diferentes, mas sigo

não entendendo a falta de unificação da informação sobre a relação da blogueira com

a marca.

Page 84: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

84

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Isso que eu falei na resposta acima. E claro, marca que já chega querendo impor as

coisas. Hoje em dia deixo de receber muita coisa porque a marca já pede o endereço

com segundas intenções, se percebo isso, JÁ ERA. Nem quero receber. Se terminar

a frase assim "queremos te mandar pra você compartilhar com as leitoras as

novidades" ou coisa do tipo eu já corto. Quer me mandar coisa? Ótimo, mas sem

pressão pra publicar. Quer fechar publicidade, ótimo também, mas não inventa moda.

Já perdi uma ação enorme (tive até que devolver o press kit kkkkkkkkkkkkk) porque

eles estavam me pedindo uma inserções muitos idiotas, do tipo "vendida e artificial".

Ai não rola, né? Não é porque você tá me pagando que você pode mandar na minha

voz editorial. Muita calma nessa hora! Muita empresa ainda confunde isso. Ai a gente

dá aquele corte mesmo, paciência.

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Ultimamente quem me procura já sabe o que quer. Mas normalmente eles querem

saber números mesmo. Saber sobre possíveis retornos. É difícil medir certas coisa

com precisão, se sinto que a empresa tá muito exigente com isso nem fecho porque

não quero decepcionar (vai saber, né? Ela olha que tenho 80.000 acessos diários e

acha que vai ganhar o mundo com o post, não tem uma noção real, sabe? Mas isso

empresa pequena, empresa grande sabe como funciona). Mas enfim, ainda rola muito

email de gente perguntando se "fecho parceria em troca de produto", acho que essa

é a maior dúvida mesmo, a empresa acha (ou se faz de boba mesmo!) pra tentar

fechar coisa por permuta, muitas empresas acreditam nesse modelo ainda. Modelo

que já caiu faz tempo no mercado de blogs com milhões de acessos mensais. Mesmo

com os menores, sinto que a permuta está sendo cada vez menos aceita.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Num geral os releases são todos iguais, né? Mas rola sim uns eventos especiais para

blogs e jabás idem. Rola um namoro mais forte, porque a relação é direta. Mas sei lá,

acho que é igual a relação que a marca tem com o editor da revista (não com o

repórter, mas com o editor mesmo, sabe? Eu me sentia muito mimada pelas marcas

Page 85: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

85

como editora. Até mais se bobiar rsrsrs. O respeito ainda é diferente, nem todo mundo

respeita a blogueira, por maior que ela seja. Blogueira é meio que nem ex-bbb para

parte da mídia.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

99% sim, minhas leitoras fiéis sabem. Até porque eu SOU MEGA transparente, marco

duas vezes e ainda falo no texto normalmente que "fui convidada para falar disso e

aquilo". Mas olha, no meu blog eu só falo de coisa que eu provavelmente já falei em

outro momento "de graça", fica natural. Perco $$$, sim, perco. Mas penso que esse

$$$ nem era pra ser meu. Prefiro focar em ações maiores e que fecham demais

comigo e com meu público. Exemplo bom disso é a ação que fiz para Disney da

maquiagem da Malévola. Com o lançamento do filme eu ia fazer esse tutorial de

qualquer jeito, aí a proposta da Disney foi maravilhosa, uni total o "útil com o

agradável". Ganhei dinheiro em cima de uma coisa que eu ia fazer de qualquer jeito.

E 90% das minhas ações tem essa pegada. Eu escrevo isso sempre que sinalizo publi,

escrevo que publi compra espaço e não opinião. Como tenho muitas coisas pra falar,

se a empresa paga ela tem uma vantagem de espaço/data, mas só isso, é impossível

ser comprada por uma marca que eu não tenho nenhum

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

Nop, tudo passa por mim e eu sou MUITOOOOOOOOOOOOOOOOO chata para

aceitar publicidade. Coitadas das assessoras (tenho 2), penam comigo rsrs!

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9. ANEXO 5 – ENTREVISTA COM TATIANA MICHELS

Qual seu nome?

Tatiana Michels

Qual seu blog?

Passaneura

Há quanto tempo você mantém seu blog?

3 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

3 mil

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Do meu ponto de vista, um dos motivos principais é por causa da propaganda gratuita,

seja por produto recebido ou comprado por mim. Um exemplo é a minha paixão pelo

meu Kindle, que comprei em Janeiro de 2013. Sempre falei muito sobre ele nas redes

sociais e perdi as contas de quantos leitores me falaram que compraram um por minha

causa, ou seja, mesmo que seja uma 'propaganda' inconsciente, nota-se que o que

eu falo, pelo sim ou pelo não, tem peso para algumas pessoas, que acabam cogitando

comprar algo, ou mesmo compram, por conta da minha aprovação e opinião positiva.

Como você justifica para as marcas sua influência?

Interação, pois números são relativos, já que é possível ter muitas visitas e pouca

credibilidade e interação.

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Sem dúvida. Muitas marcas tem um efeito negativo e não há como negar. Às vezes

eu gosto da marca, mas como ela tem uma reputação estranha nas redes sociais eu

evito me associar.

Page 87: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

87

Acho muito importante este filtro, pois é o meu rosto e o meu nome e valorizo muito

isso. O meu filtro é feito pela reputação da marca, como ela trata os consumidores

nas redes sociais, relacionamento com blogueiros, etc.

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Eu sou uma pessoa muito séria no que diz respeito a divulgação e já deixei de divulgar

um presskit por conta de uma 'ação' de divulgação que teve um efeito meio negativo

nas redes sociais.

Eu raramente vou em lançamentos, pois gosto de prestigiar apenas as marcas que

tenho muito carinho e respeito. Por este motivo, acredito que o que eu passo para os

meus seguidores é exatamente isso: prestigiar o que eu gosto. Não concordo com ser

'arroz de festa' e não consigo nem pensar em ir em vários eventos e lotar a minha

timeline com isso. Respeito quem faz, mas não é o meu perfil, definitivamente.

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Respeito e envio de informações antes delas serem pedidas. Exemplo: me enviam um

presskit de um lançamento, mas não há informação sobre ele. Dai eu tenho que ir lá,

enviar um e-mail, esperar a boa vontade da pessoa em responder e nisso eu perco o

timing das coisas. Eu valorizo MUITO a otimização de tempo, pois quanto menos e-

mails eu preciso enviar para conseguir uma informação, melhor.

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Sem dúvida. São trabalhos completamente diferentes e fico bem inconformada

quando vejo pessoas confundindo as coisas - e até mesmo se desentendendo com

as marcas.

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Falta de retorno. Muitas vezes eu PRECISO de uma informação para a elaboração de

uma postagem, entro em contato com a marca em questão e não obtenho retorno

algum. Nesses casos acabo por não postar sobre o assunto.

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Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Como funciona parcerias. Esse assunto é o que mais me rende e-mails, porém sempre

noto uma confusão enorme sobre o assunto. Há uma confusão sobre parceria e

obrigatoriedade, onde não se vê que uma parceria é uma via de mão dupla - e,

exatamente por isso, tenho um pouco de receio com o termo.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Existem casos e casos. Conheço profissionais que são incríveis e que sabem que são

canais de mídia diferentes, mas há quem ache que um blog é uma revista, com os

mesmos moldes e acabam nos tratando da mesma forma e isso é péssimo.

Com blogueiro é preciso um atendimento mais pessoal, pois você lida diretamente

com quem escreve e é 'dono' do canal - salvo exceções. Já uma revista possui

trocentos cargos, mil 'camadas' para você se comunicar. São coisas tão diferentes

que eu não consigo entender como há quem confunda as coisas.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

O que eu tenho visto é uma re-educação do leitor com relação a isso. Antigamente

era comum algum comentário me perguntando se um presskit era publieditorial, já

atualmente, nunca mais aconteceu isso.

Assim como as marcas se adaptaram com os blogs, os leitores se adaptaram um

pouco mais com a publicidade em blogs. Não está 100%, pois muitos blogueiros não

são claros e até mesmo não são honestos e isso dificulta a vida de quem trabalha

direito. Mas acredito que no futuro as coisas ficarão mais claras e organizadas.

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

De forma alguma. Tudo é passado por mim e há uma aprovação antecipada.

Page 89: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

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A única coisa que eu sinto ser influenciada e que não me agrada é a falta de controle

do que foi recusado - pelo menos no meu caso.

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9. ANEXO 6 – ENTREVISTA COM CAROLINA TÜRCK

Qual seu nome?

Carolina Türck

Qual seu blog?

Garotas Nerds

Há quanto tempo você mantém seu blog?

5 anos

Qual a média de pageviews diários do seu blog?

56 mil

Por quais fatores você se considera um influenciador web?

Acredito que o Garotas Nerds conseguiu desconstruir o gênero, mostrando que

assuntos como games e quadrinhos também são apreciados por mulheres.

Como você justifica para as marcas sua influência?

Analytics e seguidores

Você tem algum filtro para selecionar marcas que você pretende se associar,

seja publicitária ou por relacionamento?

Não, sempre recebo e estudo todas as propostas - sempre dando prioridade as

marcas que tenham ligação com a linha editorial do site.

Como você acha que sua imagem contribui para uma marca em uma divulgação

espontânea de relacionamento?

Pouco, procuro não ligar muito minha imagem ao site.

Quais fatores você considera imprescindível na sua relação com as marcas e

profissionais de comunicação ligados à elas?

Objetividade. Lidar com números, acessos e ao mesmo tempo engajamento nem

sempre mantem os resultados claros. Trabalhar com objetividade mostrando o

Page 91: Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em tempos de web 2.0

91

resultado que o blog oferece facilita a negociação e aumenta a credibilidade dos

profissionais em relação a marca.

Você entende a diferença entre o trabalho de relacionamento (presskits,

convites para eventos) e publicitário (ações reumuneradas, publieditoriais)?

Sim, dando devido valor a cada uma.

Quais as maiores dificuldades que você encontra na relação com marcas?

Que as agências entendam a diferença de convites, press kits e ações remuneradas

:P

Quais são as maiores dúvidas dos profissionais de comunicação sobre seu

trabalho?

Alguns profissionais de comunicação ainda não estão preparados para lidar com o

tipo de mídia que ofereço e ainda recebo algumas propostas inviáveis no meio digital.

Você acredita que os profissionais de comunicação sabem diferenciar a

abordagem entre blogueiros/influenciadores e imprensa tradicional?

Aos poucos, sim. Ainda recebo releases e material produzido exclusivamente para a

imprensa, mas a maioria dos profissionais já adaptou a abordagem blogueiro X

imprensa.

Você acredita que seus leitores sabem diferenciar uma divulgação por

relacionamento (presskits, eventos) e uma ação publicitária (publieditorial ou

demais ações remuneradas)?

Acredito que não, por isso utilizo sempre a sinalização de "publieditorial" no posts

patrocinados ou qualquer ação nas redes sociais.

APENAS PARA BLOGUEIROS COM COMERCIAL: O fato de ter um representante

comercial à sua frente influencia na escolha de produtos e marcas que aparecem

de forma espontânea em seu blog?

Sim, manter um representante comercial a frente do site filtra propostas e traz apenas

clientes em potencial e dispostos a investir valores mais altos nas ações e divulgações

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9. ANEXO 7 – ENTREVISTA COM FERNANDA FABIAN

Qual seu nome?

Fernanda Fabian

Qual empresa você trabalha?

Petit Jolie

Qual seu cargo?

Analista de Mídias Sociais

Há quanto tempo você atua na área?

5 anos, sendo 1 ano e meio na Petit Jolie

Quais atividades sua função desempenha?

Criação de conteúdo, monitoramento, relacionamento com todos os públicos que

participam com a marca, ativação de campanhas e ações digitais, redação e gestão

das presenças digitais da marca.

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Nós sempre buscamos prestigiar e privilegiar os consumidores que conversam,

interagem e participam com frequência dos canais da marca. Não privilegiamos tanto

a influência das blogueiras, mas sim o tipo de conteúdo e a identificação que possuem

com a marca. Temos a Ferraz Assessoria e com isso muitas vezes fazemos trabalhos

pontuais com as blogueiras da FHits, que geralmente geram uma audiência muito boa,

principalmente para o público que ainda não conhece a marca. Mas são trabalhos

pontuais, sempre tentamos mesmo privilegiar quem gosta da marca e da atenção a

ela.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Difícil responder. Acho que existe os que entendem e os que não entendem. Fizemos

ano passado um concurso com blogueiras e percebemos em varias participações que

muitas eram bem novas e não se importavam com layout, bom texto e coisas básicas,

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estavam interessadas em ganhar brindes e participar dos desafios, isso considero

ruim e considero que não entendem a relação certa. Percebo que as blogueiras

chamadas famosas até chegaram a este ponto por merecer, por conseguir dialogar

bem com as marcas e criarem seus nomes no mercado.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

O que percebo é uma constatação óbvia, quanto mais a blogueira pública sobre a

marca, mais as leitoras percebem que ela se identifica com a marca. Com isso,

passamos a ter muito mais fãs e credibilidade no mercado.

Então, os benefícios são a visibilidade, a possibilidade de alcançar novos fãs, e

principalmente ver e perceber as opiniões das leitoras nos comentários. Permite que

a gente veja as opiniões em outro canal, e não nos canais oficiais da marca apenas,

que geralmente são só coisas boas.

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Acho que isso se tornou mais claro com os problemas que algumas blogueiras e

marcas tiveram e foram expostas no mercado. Nunca tivemos problemas com isso,

quando mandamos presentes para as blogueiras - as que mais se identificam e

gostam da marca - elas geralmente expõem nos posts que publicaram a marca porque

gostam.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Não sei opinar sobre isso. Acho que elas até não tem dúvidas, a Petite Jolie é muito

transparente e dinâmica, acho que por ter essa flexibilidade de marca facilita meu

trabalho.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Ops, acho que respondi na anterior. Acho que entendem sim, ao menos não recebo

questionamentos que indicam o contrário.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

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Acredito que ajuda, já que tem algumas blogueiras que possuem uma demanda

grande de solicitações e isso agiliza e facilita no ponto de vista das empresas que

buscam contato.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Sem dúvidas, jornalistas geralmente pedem coisas pontuais. Exemplo: tendências,

fotos dos produtos... Já blogueiras é raro ter um objetivo, pedem coisas aleatórias e

até vagas.

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9. ANEXO 8 – ENTREVISTA COM NARDA OLIVEIRA

Qual seu nome?

Narda Oliveira

Qual empresa você trabalha?

Lojas Marisa

Qual seu cargo?

Analista de Mídias Sociais e Conteúdo

Há quanto tempo você atua na área?

5 anos em comunicação, 2 anos na Marisa

Quais atividades sua função desempenha?

- Gestão das redes sociais da empresa

- Gestão de desenvolvimento e revisão de conteúdo para redes sociais

- Gestão de estratégias digitais

- Operacionalização de ações digitais

- Coordenação e follow up de agência digital (fornecedor)

- Análise de relatórios de monitoramento

- Interface com áreas estratégicas da empresa

- Relacionamento com blogueiras

- SAC 2.0

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Analisamos a audiência do blog, bem como o nível de engajamento dos leitores e

seguidores.

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Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Sim, mas acredito que a cobrança e expectativas (de ambas as partes) estão cada

vez maiores, a medida que as empresas passam a considerar os blogs como midia e

formadores de opinião.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Conteúdo espontâneo e/ou feedbacks são os maiores retornos que temos em ações

de relacionamento. Como principal benefício podemos ter visibilidade (como marca)

frente ao público.

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Acredito que sim. Mas alguns não entendem a diferença de presskits e gifts.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

No meu caso, em especifico, como tenho blog procuro não misturar o profissional e o

pessoal. Com isso, não dou muitos detalhes do meu papel dentro do marketing da

empresa.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

-

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Ajuda no sentido de, no geral, ser mais fácil para o contato e a negociação. Atrapalha

no sentido de encarecer a ação.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Sim. No geral, o jornalismo tem uma linguagem mais informativa e imparcial. A

pessoalidade e informalidade na forma de comunicar dos blogueiros traz mais

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proximidade com o público, o que é extremamente benéfico - quando positivo - para

as marcas.

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9. ANEXO 9 – ENTREVISTA COM VIVIAN FREITAS

Qual seu nome?

Vivian Freitas

Qual empresa você trabalha?

Social Agency

Qual seu cargo?

Amplificação e Relacionamento

Há quanto tempo você atua na área?

1 ano e meio

Quais atividades sua função desempenha?

- Relacionamento com influenciadores e formadores de opinião

- Relacionamento com fãs e seguidores mais engajados

- Distribuição de releases e presskit à formadores de opinião e público estratégico

- Produção de ações e BTL

- Gestão de terceiros e controle de cronograma de ações

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Relevância, que pode ser familiaridade com o tema proposto (foco/nicho do blogueiro),

perfil do público do blogueiro e números de audiência/engajamento.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Muitos não... Os mais profissionais sim, mas a maioria acha que é uma relação de "eu

falo bem de você e você me manda presente”.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

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Conquistando o blogueiro com relacionamento, a marca ganha um fã influenciador e

consequentemente um "advogado", que irá falar bem e defende-la diante do seu

público.

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Acredito que sim. Mas alguns não entendem a diferença de presskits e gifts.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

A maioria eram dúvidas sobre ações.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Acredito que sim.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Alguns sim, acho que a maioria sim. O que acabam não entendendo é que o cliente

não entende essa função, e isso acabava impactando o meu trabalho com o blogueiro.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Não sei, nunca trabalhei com jornalistas.

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9. ANEXO 10 – ENTREVISTA COM THAÍS PONTES

Qual seu nome?

Thaís Pontes

Qual empresa você trabalha?

Brand Connect

Qual seu cargo?

Gerente de Conteúdo e Social Media

Há quanto tempo você atua na área?

6 anos

Quais atividades sua função desempenha?

Produção de conteúdo, gerenciamento de ações em mídias sociais

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Visualizações e audiência.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

A maioria não entende. Não são mesmo profissionais, não são veículos. Então

acontece de ou de deslumbrarem, ou de negligenciarem.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Acho que quando publicam algo a partir de uma ação dessas, o resultado é mais

positivo do que na ação patrocinada. Geralmente é uma recomendação genuína, e o

leitor percebe.

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Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Sim! Melhor que os meus pais. Até porque eles acabam tendo que fazer também, para

eles.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Nunca tive este problema.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Nunca tive nenhum problema.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Ter um comercial facilita muito nosso trabalho.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

-

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9. ANEXO 10 – ENTREVISTA COM GABRIEL DOS ANJOS

Qual seu nome?

Gabriel dos Anjos

Qual empresa você trabalha?

S2Publicom

Qual seu cargo?

Analista de Mídias Sociais

Há quanto tempo você atua na área?

3 anos e meio

Quais atividades sua função desempenha?

Criação de conteúdo escrito, de vídeo e visual, planejamento de ações e conteúdo,

ações online e offline, relacionamento com usuários e influenciadores. Análise de

resultados e mensuração de métricas.

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Basicamente, público. Mas só número não quer dizer muita coisa. Levamos em

consideração o objetivo geral da ação para determinar qual influenciador é melhor

para cada momento. A ideia é que a mensagem seja passada corretamente para as

pessoas certas. Mas se o grupo for um nicho, alguém com público pequeno pode ser

o correto.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Até bem demais.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Dependendo da maneira como a coisa acontece, o benefício (ou o malefício) são

incalculáveis.

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Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Acho que apenas de maneira geral, prática mesmo. Mas não sei se compreendem a

diferença de intenção, trabalho e planejamento quando definimos como vamos

trabalhar com cada coisa.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Na verdade, hoje, os blogueiros com os quais trabalhamos já estão acostumados ao

que pedimos. A não ser a ação em si seja diferente, com algo novo, aí as dúvidas

aparecem.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Nunca tive nenhum problema.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Os grandes blogueiros hoje possuem agendas complicadíssimas, então ter alguém

para fazer essa ponte de comunicação é interessante, sim.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Sim. Mas hoje tentamos diminuir ao máximo a forma de relacionamento. Acabamos

dando pesos e importância iguais, atualmente.

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9. ANEXO 11 – ENTREVISTA COM CÁSSIA ALVES

Qual seu nome?

Cássia Alves

Qual empresa você trabalha?

Edelman Significa

Qual seu cargo?

Estratégia e Conteúdo

Há quanto tempo você atua na área?

4 anos e meio em digital, 7 anos de carreira.

Quais atividades sua função desempenha?

Planejamento de conteúdo, relacionamento com influenciadores e gerenciamento de

comunidades.

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Audiência, relevância e envolvimento com o tema abordado pela marca.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Depende do jeito que é feito o relacionamento. Algumas abordagens tornam o

relacionamento marca-blog muito difícil e não valorizam o relacionamento a longo

prazo.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Fidelidade e opinião sincera sobre a marca.

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Alguns sim, depende do jeito que a abordagem é feita.

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Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Qual o envolvimento que tenho com a marca e como posso apresentar projetos deles

para meu cliente.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Alguns sim, depende do tipo de interesse que o blogueiro tem pela marca.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Depende, o comercial precisa se envolver apenas na parte financeira/administrativa.

O blogueiro é quem conhece seu público e linha editorial e não pode repassar isso

para o depto. comercial.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

O blogueiro pode ter uma abordagem um pouco mais informal, mas ainda sim com o

mesmo nível de profissionalidade. As campanhas podem ser trabalhadas das mais

diversas formas com os blogs,e essa amplitude de abordagem é a melhor parte deste

relacionamento e que nem sempre é tão variada com os jornalistas. As pautas dos

blogs são mais flexíveis e as empresas têm mais liberdade para aparecer nestes

canais, muitas vezes atingindo muito mais gente.

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9. ANEXO 12 – ENTREVISTA COM NAÍSA MODESTO

Qual seu nome?

Naísa Modesto

Qual empresa você trabalha?

Ketchum Brasil

Qual seu cargo?

Social Media Coordinator

Há quanto tempo você atua na área?

5 anos

Quais atividades sua função desempenha?

Gerenciamento de contas e equipe de atendimento para campanhas de social media

(Redes Sociais e Blog Relations).

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

É uma combinação, na verdade! Usamos números e muuuuuito de nosso feeling! =)

Às vezes um influenciador é bom para uma ação por que você o conhece e sabe que

ele tem total fit com a coisa. Nem sempre a coisa fica só em quem tem os maiores

números.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

De maneira geral, sim.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Inúmeros! =)

Quando a gente trabalha o produto/marca/serviço beeem certinho no target, os

resultados são incríveis! Temos mais chances de encantar o influenciador e ter ele do

nosso lado!"

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Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Sim, entendem! As vezes, eles não enxergam bem a estratégia por trás de cada uma

das opções, mas acho que eles entendem a diferença.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Acho que alguns influenciadores (a minoria, AMÉM) ainda não entenderam que a

agência é um bom intermediador entre ele e o cliente. Tem coisas que os blogueiros

tentam acessar diretamente a marca, mas acabam tendo menos sucesso do que se

contassem com o endosso da agência!

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Acho que aqui complementa um pouco da resposta anterior. Sim, a maioria dos

influenciadores entende SIM e tenta construir coisas bacanas com a gente!

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Acho que é meio que o papel da agência entre o blogueiro e o cliente... Se alguém

pode profissionalizar e contribuir para o bom entendimento entre as partes, melhor!

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Existe sim. Vim de assessoria de imprensa e o modo de abordagem, o contato mais

próximo e a interação acaba sendo diferente.

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9. ANEXO 13 – ENTREVISTA COM VERÔNICA COSTA

Qual seu nome?

Verônica Costa

Qual empresa você trabalha?

Moleco Produções Gráficas

Qual seu cargo?

Gerente de Conteúdo, mas sou jornalista e faço de tudo um pouco, inclusive

assessoria de imprensa, quando necessário.

Há quanto tempo você atua na área?

5 anos

Quais atividades sua função desempenha?

Produzo conteúdo para os perfis em redes sociais digitais (Facebook e Twitter),

mantenho o blog da empresa, entro em contato com blogueiros e parceiros em

potencial para envio de cortesias e ainda contribuo com a direção da empresa na

criação de campanhas promocionais, inclusive anúncios.

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Mais do que números, buscamos pessoas que de alguma forma estejam alinhadas

com a filosofia da empresa. Muitos blogs se pautam pelo consumo exagerado,

buscamos pessoas sensatas, com cara de "gente como a gente" e cujos números em

redes sociais sejam maiores ou equivalentes aos da empresa.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Sim, em sua maioria. Aqueles que despertam maior interesse sabem muito bem que

são uma grande vitrine para as vendas.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

Reforça a identidade da marca como um produto útil e acessível, algo que qualquer

um pode ter.

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Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Sim, quem não age de maneira correta se faz de bobo para tirar vantagem do

processo, creio.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Não recebemos muitas dúvidas, mas a maioria deles recebe as cortesias e não dá

continuidade à parceria.

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Sim. Acho que essa relação já está bem definida entre aqueles que já podem se

considerar "profissionais", ou seja, mantêm relações comerciais com as empresas,

não são amadores.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Acho que torna o processo mais profissional, mas se o comercial não está alinhado

aos interesses do blogueiro, fica difícil dialogar.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Sim. Jornalistas são mais desconfiados quanto às intenções, ponderam mais o

recebimento de cortesias, questionam mais, pedem mais informações. Blogueiros

geralmente repetem o conteúdo que informamos e não recusam uma cortesia ou

presente.

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9. ANEXO 14 – ENTREVISTA COM IRAN GIUSTI

Qual seu nome?

Iran Giusti

Qual empresa você trabalha?

Remix Social Ideas

Qual seu cargo?

Gerente de Projetos

Há quanto tempo você atua na área?

Desde 2007, 7 anos

Quais atividades sua função desempenha?

Gestão e Atendimento

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Analytics, midia kit, interação em redes, qualidade do conteúdo. Pra mim influencia

está em uma combinação de qualidade e quantidade. Priorizo para ações

influenciadores que tem um bom conteúdo e audiência, porém mesmo que ele tenha

uma audiência considerada baixa porém um conteúdo de muita qualidade que atinge

o público que quero dou preferencia.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Sim, mas confesso que acho que elas não se importam, não pelo menos na maioria

das vezes, não se vem como porta voz, infelizmente :(

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

É raro que participem, e em parte estão certos, afinal ser blogueiro se tornou um

trabalho, porém acho que nada impede de evidenciar bons trabalhos de

relacionamento, isso incluindo mostra o quão bom é esse trabalho..

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Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Entendem, mas ignoram o relacionamento.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

-

Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Sim sim, sempre tive contato e explicava que fazia a ponte da empresa com a agência,

assim como o criativo.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Dificulta bastante.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Sim, é mais pessoal, menos parcial. O blog não é um veículo, é a expressão de uma

única voz; Ele é opinativo então pode ser influenciado.

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9. ANEXO 15 – ENTREVISTA COM RAFAEL JOSÉ

Qual seu nome?

Rafael José

Qual empresa você trabalha?

Grupo WorldToys e Step2 do Brasil

Qual seu cargo?

Gerente de E-Commerce

Há quanto tempo você atua na área?

Desde 2007, 7 anos

Quais atividades sua função desempenha?

- Análises de Conversão (monitoramento, análise de funil de compras e conversão)

- Estudo de comportamento da base de visitantes e clientes

- Social Media Marketing

- Campanhas de Email Marketing

- Gestão de conteúdo on e off site

- Search Engine Marketing com dois focos: consumidor final e revendas

- Análises de Usabilidade

- Relacionamento e implementação de novos afiliados e parceiros comerciais

Quais critérios você usa para medir a influência de determinados blogueiros

neste mercado?

Obviamente os KPIs quantitativos como números de seguidores, base de fãs e talk

about são métricas importantes para definir um início de trabalho. Mas no meu

negócio, a geração de conteúdo de qualidade e relevante pesa muito mais. Blogs,

sites e pessoas que geram conteúdo direcionado de qualidade são capazes de gerar

mais conversão e engajamento com a marca.

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Mas já cheguei a consultar Google Analytics, Alexa, e recentemente tenho usado as

ferramentas de SEO da empresa MOZ que ajudam a medir a relevância perante ao

algoritmo de busca do Google.

Você acredita que os blogueiros entendem a relação entre eles e as marcas?

Blogueiro que vê seu blog como um simples espaço de mídia tradicional com

ocupação de banners de destaque não entende o que é construção de

relacionamento.

Blogueiro que vê seu blog como uma portfólio de conteúdo de qualidade tende a

entender melhor o que uma marca precisa no longo prazo.

Quais benefícios o blogueiro traz para a marca em uma ação de relacionamento?

- Escalabilidade direcionada de divulgação

- Aumento de conversão

- Fortalecimento do branding através de conteúdo relevante

- Melhorias para o SEO

Você acredita que os blogueiros entendem a diferença entre a publicidade

(publieditoriais, ações remuneradas) e o trabalho de relacionamento (presskits,

eventos)?

Sim, a grande maioria sim. Até porque, quem é relevante já está no mailing das

assessorias de imprensa e já sabe seu papel perante a ela.

Quais são as dúvidas mais comuns entre os blogueiros sobre seu trabalho?

Blogueiros não entendem que muitas vezes uma empresa quer fazer uma ação de

marketing que tem como foco a conversão em vendas, e não o branding. E dá sim,

para fazer as duas coisas separadamente. Mas as duas são construídas através de

relacionamento e quebras ou construções de gatilhos mentais.

Então, eu percebo, que a maior dúvida que os blogueiros ou mães de Facebook

tenham é saber o que é Branding e o que é Conversão.

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Você acredita que os blogueiros entendem sua função dentro da empresa?

Sim, entendem a função. Mas talvez não entendam todas as implicações do nosso

negócio.

Você acredita que o fato de alguns blogueiros ter um comercial à sua frente

atrapalha no trabalho de relacionamento? Ou ter uma pessoa para fazer esta

ponte ajuda neste trabalho?

Muito pelo contrário. Ajuda bastante ter alguém profissional e ciente de tudo que é

possível fazer e entregar.

Existe alguma diferença na abordagem de um blogueiro para um jornalista?

Para mim a diferença é que o Blog por ter um interesse comercial está mais aberto, já

os jornais tendem a ser mais seletivos gerando a necessidade de se contratar os

traficantes de influência aka assessores de imprensa.