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O Homem, Deus e o Universo 2 - O CONCEITO DE ABSOLUTO II Ritmo Cósmico

O Homem, Deus e o Universo - Cap II

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2 - O CONCEITO DE ABSOLUTO IIRitmo Cósmico

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IntroduçãoVimos que o Princípio Supremo deve ser umasíntese perfeitamente harmoniosa de todos osopostos possíveis e deve conter de forma integradatodos os princípios, qualidades etc. que encontramexpressão e são a base do universo manifesto.Examinemos agora, de maneira mais completa,essas duas idéias:

a perfeita neutralidade dos opostos a integração harmoniosa dos princípios e

estados

Escolheremos alguns casos de neutralização deopostos e consideraremos algumas inferências deimportância fundamental.

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IntroduçãoUma dessas inferências é que deve existireternamente um Ponto ideal no estado nãomanifesto da Realidade, do qual partem todasas manifestações.

A diferenciação primária da Realidade Una nochamado Shiva-Shakti Tattva, dual e polar,presume a existência de outro Tattvafuncionando através de um ponto ou centro,assim como a elipse presume a existência daesfera.

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Introdução

A mesma suposição vale quando se considera asérie matemática dos números naturais:0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10Esses números são a representação derealidades fundamentais da existência, cada umdeles correspondendo a um determinado nívelda realidade.

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Introdução0: representa o Absoluto

2: representa o Shiva-Shakti Tattva.

Entre o 0 e o 2 está o 1.

A Suprema Realidade não diferenciada ou oAbsoluto, que é um vazio, não pode conter umdeterminado ponto, o que significariadistorção e falta de uniformidade. Mas, semum centro eterno não pode havermanifestação.

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IntroduçãoSe tal centro existe, ele pode existir somentese equilibrado por seu exato oposto quemantenha o estado não diferenciado daRealidade Suprema.

Esse oposto é o Espaço sem limites,Mahâkâsha, a “veste” da Realidade Suprema.

O Espaço Supremo Eterno e o Ponto SupremoEterno são ambos reconhecidos no Ocultismoe no Hinduísmo.

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IntroduçãoMahâkâsha ou “veste” da Realidade sedistingue de Cidâkâsha, o espaço mental quevem a existir na manifestação e serve comomeio da Ideação Divina.

O Ponto Eterno, o centro em torno do qualtem lugar a manifestação, é chamadoMahâbindu. É este Ponto que, por suadiferenciação primária em opostos polares,produz os focos do dual Shiva Shakti Tattva econtém em suas profundidades insondáveis oscentros mentais de todos os Logoi Solares eMônadas.

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IntroduçãoO Ponto e o Espaço são aspectos opostos deuma mesma coisa. A contração da esfera gerao ponto e a expansão do ponto produz aesfera que, no infinito, fica sem forma comogeralmente associamos ao espaço. Espaço eponto ideais são os limites de nossaconcepção de “extensão”.

Assim, o conceito de Absoluto esta associadoao conceito de Ponto Supremo e EspaçoSupremo, opostos entre si e em equilíbriosimultâneo na manifestação e na não-manifestação.

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IntroduçãoNo Absoluto, o Ponto ou Centro Laya estápermanentemente presente e em torno dele ouniverso manifesto se cristaliza nos planosinferiores. Ele existe eterna esimultaneamente com o Espaço Supremo e é oveículo de Nirguna-Brahman, a Realidade quevem entre o Absoluto e o Shiva-Shakti-Tattva eque corresponde ao número 1 na série denúmeros mencionada acima.Sendo o Absoluto um estado superintegrado,deve ser de natureza puramente estática. Mascomo nosso universo dinâmico pode ter suafonte em tal Realidade estática?

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IntroduçãoPara responder a isso, temos que nosdeter no aspecto dinâmico da Realidadeque é o complemento necessário doaspecto estático da Realidade.

Esse aspecto é o Ritmo Cósmico.

O conceito de Ritmo Cósmico é expressona filosofia hindú pela Dança de Shiva.

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IntroduçãoComo todos os fenômenos da naturezaadquirem um impulso inicial, passampelo zênite e declinam para depoisdesaparecer ou reaparecer, deve haverna Realidade Suprema um movimentoperiódico e rítmico eterno, tomandodireções opostas em torno de um pontoneutro, que explique a infindávelsucessão de shristi e pralaya e de outrasmudanças periódicas no reino damanifestação.

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IntroduçãoDeve haver uma força que move o universo deShristi para o Pralaya e vice-versa.

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Introdução

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IntroduçãoA Realidade é então concebida como aoscilação da consciência que,alternadamente, se expande numa esferailimitada e raio igual ao infinito e secontrai num ponto ideal, passando assimpor todas as etapas intermediárias.

A idéia de Ritmo Cósmico reconcilia efunde as concepções de Pontoadimensional e do Espaço ilimitado numconceito inteligível.

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IntroduçãoExpanção e Contração Alternadas da Consciência

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IntroduçãoA alternância de “vestes” da Realidademostra a natureza dinâmica daRealidade, que de fato não está em umou outro extremo, mas num equilíbriodinâmico dos dois ao mesmo tempo.

Há um movimento recorrente periódicode Shristi para Pralaya e também ummovimento de Pralaya para Shristi,havendo duas forças, uma centrífuga eoutra centrípeta em ação.

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IntroduçãoO potencial zero do Centro Laya não pode, porsi mesmo, produzir um impulso positivo para amanifestação. Mas como a Realidade é por simesma auto-suficiente, a força que produz asmudanças de Shristi para Pralaya e vice-versaestão na própria Realidade.

Em outras palavras, deve haver ummovimento periódico eterno que explique aprodução automática dessas mudançasperiódicas de Shristi e Pralaya e de outrasmudanças periódicas no reino daManifestação.

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IntroduçãoNa figura abaixo não visualizamos a reversãono reino do infinito. Mas tal reversão é óbviase o Ritmo Cósmico é um fato.O que acontece do lado do Pralaya, nãopodemos conceber, mas podemos intuir quedeve haver daquele “lado” toda uma série demudanças.

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IntroduçãoA onda em retrocessona época do Pralayadesça ao Não-Manifesto. Atinge onadir e retorna maisuma vez ao nível zerocom certo impulso, queocasiona uma ânsia deShristi. Tal movimentoé análogo aomovimento de umpêndulo.

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IntroduçãoNesse caso substituímos a concepçãocomum sobre Shristi e Pralaya, de umuniverso vindo do nada e desaparecendono nada, sem qualquer causa, por outroquadro que nos dá um vislumbre doprocesso total, simples, harmonioso,completo em si mesmo, eterno e emharmonia com as leis científicas.

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IntroduçãoAo ritmo eterno do Não-Manifesto pode seratribuído um número de fenômenosuniversais no reino do manifesto:

A periodicidade que parece comum a todosos fenômenos da natureza;

Fases acompanhadas de aumento ediminuição, fluxo e refluxo, em diversasesferas do universo;

Elevação e redução no nível de energia nossistemas manifestos e organismos menores.

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IntroduçãoFilosoficamente é insatisfatória a visualizaçãoda Realidade Suprema como só existindo noEspaço ilimitado, Mahâkâsha, ou então numponto chamado Mahâbindu. A idéia de RitmoCósmico reconcilia e funde as concepções dePonto adimensional e do Espaço ilimitadonum conceito inteligível e que está de acordocom as idéias científicas modernas.

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IntroduçãoNesse conceito, a Realidade é concebida comouma oscilação da consciência que,alternadamente, se expande numa esferailimitada e raio igual ao infinito e se contrainum ponto ideal, passando assim por todos osestágios intermediários.Entre os dois estágios finais, todos osintermediários são atingidos com rapidezinconcebível e, portanto, estão contidos noestado global. Todos os estados possíveis deexistência são assim fundidos num únicoestado. Portanto, vemos a natureza dinâmicado estado superintegrado da Realidade.

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IntroduçãoO que faz o universo manifesto começar a secontrair depois de exaurido o impulso para aexpansão? O que o faz vir a manifestar-seapós um período de Pralaya?Uma indicação para essas perguntas está nacombinação da idéia de expansão e contraçãona região positiva, acima do nível zero, com aidéia de expansão e contração na regiãonegativa, abaixo do nível zero, fazendo assimtodo o ciclo do processo cósmico completo,automático e análogo aos ciclos similares nocampo dos fenômenos naturais.

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IntroduçãoObservando um pouco mais em detalhes ociclo completo, quando a onda de contraçãoatinge o limite do Ponto ideal, não inverte suadireção e começa a expandir-se outra vez; elaatravessa o Ponto e emerge no lado negativocomo onda de expansão. Ao atravessar oPonto, ela não apenas muda sua direção,passando de onda de contração para onda deexpansão, mas também sofre em sua naturezauma mudança que se assemelha a virar umaluva do avesso, como se vê na figura a seguir.

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Introdução

No ponto 0 a onda muda sua direção dentro de um setor de um círculomas o processo pode ser imaginado em termos de contração eexpansão numa esfera com o centro no ponto 0.‘

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IntroduçãoPode-se visualizar a reversão do movimentono ponto 0, mas não sua reversão no reino doinfinito, quando depois de expandir-se aoinfinito, a frente de onda começa a se contrairmais uma vez, tanto na região do Manifestoquanto do Não-Manifesto. Que tal reversãotem lugar é óbvio, se o Ritmo Cósmico é umfato e se o processo cósmico, com suaalternância de Shristi e Pralaya, é umaatividade automática e eterna no Absoluto,não necessitando de impulso inicial paracriação ou dissolução.

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IntroduçãoO Universo Negativo

Se o Ritmo Cósmico está na base de todos osmovimentos e mudanças periódicos no cosmo,o conjunto de todo o estado manifesto deveter sua contraparte negativa e um estadomanifesto negativo que equilibre o estadomanifesto positivo e mantenha o estado vaziodo Absoluto. Assim, podemos falar em temponegativo, em espaço negativo, massa negativaetc.Todos os fenômenos da natureza reforçam aconcepção do Ritmo Cósmico na RealidadeSuprema.

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IntroduçãoO conceito de Ritmo Cósmico e sua adequaçãoao conhecimento científico moderno fica maisclaro com a análise do diagrama abaixo.

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IntroduçãoNele mostra-se o reflexo repetido de ondas deluz emitidas por um foco colocado no centrode uma esfera de vidro. A superfície externada esfera é prateada e a superfície internaserve como um espelho esférico, refletindo asondas de luz que seguem a direção dos raiosda esfera. Os raios avançam pelos raios daesfera e quando atingem a superfície internareflexiva, são refletidos de volta pelo mesmocaminho. Todos os raios refletidos passampelo centro da esfera e a frente de onda emcontração converte-se, outra vez, em frente deonda em expansão.

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IntroduçãoTodo o processo repete-se ad infinitum com avelocidade da luz, desde que a forma da esferaseja perfeita e perfeito o espelho.

A frente de onda emerge do centrorepetidamente e depois de refletida na parededa esfera desaparece no centro. Esses doisprocessos correspondem ao Shristi e Pralaya,criação e dissolução. A única diferença é quenesse caso a reversão nesse caso tem lugar nasuperfície interna da esfera enquanto que nocaso do Ritmo Cósmico a reversão se passa naregião sombria do Não-Manifesto.

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IntroduçãoO Espaço Supremo, Mahâkâsha, é infinito esem fronteiras enquanto o universo manifestoé um fenômeno relativamente limitado, aindaque estupendo e infinito. Ele é chamado deBrahmânda ou “ovo do criador”

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Introdução

FIM