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O D espertar COBRIAGEM – NIQUELAGEM CROMAGEM – ZINCAGEM SERRALHARIA CIVIL SOLDADURAS A ELECTROGÉNEO AUTOGÉNEO E ALUMÍNIO REPARAÇÃO DE JANTES EM FERRO E ALUMÍNIO INSTALAÇÕES PRÓPRIAS: RELVINHA Telef. e Fax: 239 825 294 3020-365 COIMBRA Director: Fausto Correia Director-Adjunto: António Carlos de Sousa Ano 90 N.º 8454 – 0,75 6 FEIRA O SEMANÁRIO DE COIMBRA REPUBLICANO INDEPENDENTE FUND FUND FUND FUND FUNDADO EM 1917 ADO EM 1917 ADO EM 1917 ADO EM 1917 ADO EM 1917 PORTE PAGO 12 - Outubro - 2007 R. Afonso Henriques,17 - 231 423 343 Cantanhede R. João de Ruão, 16 - 239 855 555 Coimbra O NOSSO QUERIDO FAUSTO DEIXOU-NOS! Fulminantemente, Fausto de Sousa Correia, o nosso querido Director, deixou-nos na madrugada do passado dia 9 de Outubro, vítima de ataque cardíaco. É uma perda irreparável para o nosso “Despertar”, que ele tanto amou, aquém tanto deu, por quem tanto se sacrificou e de quem tanto esperávamos ainda. Homem Bom, de grande inteligência, perspicaz, elevada capacidade de trabalho, granjeou ao longo da sua vida inúmeras amizades, sendo um Homem respeitado em todos os quadrantes políticos e nos diferentes extractos sociais. Fausto de Sousa Correia pautou sempre a sua vida por princípios e valores dos quais nunca abdicou: A Dedicação à sua família (mesmo longe de Coimbra estabelecia sempre e diariamente vários contactos com sua esposa, Sra. Dra. Maria de Lurdes Correia, e/ou seus filhos – Miguel, António e José, que tanto amava); Continua na última página Funeral realiza-se amanhã, pelas 15 horas As Viagens Mondego- Coimbra e as Viagens Cunha - Cantanhede, manifestam o seu profundo pesar pelo falecimento do Director de “O Despertar” – Dr. Fausto Correia. À família e amigos, apresentam as sentidas condolências

O Despertar – 8454 – 12.10.2007

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Versão integral da edição n.º 8454 do semanário “O Despertar”, que se publica em Coimbra. Primeira edição após a morte de Fausto Correia. No cabeçalho, e como homenagem, o seu nome ainda figurava como director. O semanário passou a ser dirigido interinamente por António Carlos de Sousa. Jornal fundado em 1917. 12.10.2007. Para além de poderem ser úteis para o público em geral, estes documentos destinam-se a apoio dos alunos que frequentam as unidades curriculares de “Arte e Técnicas de Titular”, “Laboratório de Imprensa I” e “Laboratório de Imprensa II”, leccionadas por Dinis Manuel Alves no Instituto Superior Miguel Torga (www.ismt.pt). Para saber mais sobre a arte e as técnicas de titular na imprensa, assim como sobre a “Intertextualidade”, visite http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm (necessita de ter instalado o Java Runtime Environment), e www.youtube.com/discover747 Visite outros sítios de Dinis Manuel Alves em www.mediatico.com.pt , www.slideshare.net/dmpa, www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/discover747 , http://www.youtube.com/camarafixa, , http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2 e em www.mogulus.com/otalcanal Ainda: http://www.mediatico.com.pt/diasdecoimbra/ , http://www.mediatico.com.pt/redor/ , http://www.mediatico.com.pt/fe/ , http://www.mediatico.com.pt/fitas/ , http://www.mediatico.com.pt/redor2/, http://www.mediatico.com.pt/foto/yr2.htm , http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/foto/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/luanda/ , http://www.biblioteca2.fcpages.com/nimas/intro.html

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Page 1: O Despertar – 8454 – 12.10.2007

O DespertarCOBRIAGEM – NIQUELAGEM

CROMAGEM – ZINCAGEMSERRALHARIA CIVIL

SOLDADURAS A ELECTROGÉNEOAUTOGÉNEO E ALUMÍNIOREPARAÇÃO DE JANTESEM FERRO E ALUMÍNIO

INSTALAÇÕES PRÓPRIAS:

RELVINHATelef. e Fax: 239 825 294

3020-365 COIMBRA

Director: Fausto Correia Director-Adjunto: António Carlos de Sousa

Ano 90 N.º 8454 – 0,75 €6.ª FEIRA O SEMANÁRIO DE COIMBRA

REPUBLICANO INDEPENDENTE F U N DF U N DF U N DF U N DF U N D A D O E M 1 9 1 7A D O E M 1 9 1 7A D O E M 1 9 1 7A D O E M 1 9 1 7A D O E M 1 9 1 7

PORTE PAGO12 - Outubro - 2007

R. Afonso Henriques,17 - 231 423 343 CantanhedeR. João de Ruão, 16 - 239 855 555 Coimbra

O NOSSO QUERIDOFAUSTO DEIXOU-NOS!Fulminantemente, Fausto de Sousa Correia, o nosso queridoDirector, deixou-nos na madrugada do passado dia 9 de Outubro,vítima de ataque cardíaco.É uma perda irreparável para o nosso “Despertar”, que ele tantoamou, aquém tanto deu, por quem tanto se sacrificou e de quemtanto esperávamos ainda.

Homem Bom, de grande inteligência, perspicaz, elevadacapacidade de trabalho, granjeou ao longo da sua vida inúmerasamizades, sendo um Homem respeitado em todos os quadrantespolíticos e nos diferentes extractos sociais.

Fausto de Sousa Correia pautou sempre a sua vida porprincípios e valores dos quais nunca abdicou:

A Dedicação à sua família (mesmo longe de Coimbra estabelecia sempree diariamente vários contactos com sua esposa, Sra. Dra. Maria de LurdesCorreia, e/ou seus filhos – Miguel, António e José, que tanto amava);

Continua na última página

Funeral realiza-se amanhã, pelas 15 horas

As Viagens Mondego- Coimbra e as Viagens Cunha - Cantanhede, manifestam o seuprofundo pesar pelo falecimento do Director de “O Despertar” – Dr. Fausto Correia.

À família e amigos, apresentamas sentidas condolências

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 2 O COIMBRINHA

SEMANÁRIO

90.º Ano de Publicação(Sai às sextas feiras)

O Despertar na [email protected]

DirectorFausto Correia

Director AdjuntoAntónio Carlos de Sousa

RedacçãoAntónio Carlos de Sousa(C.P. N.º TE-951)

Zilda Monteiro(C.P. N.º 7937)

ColaboradoresAndré PereiraDinis Manuel AlvesGonçalo ErmidaJoana MartinsLuís MonteiroLuís Pato

ColunistasADIFERAlda ConstançaAmadeu Carvalho HomemBernardes TeixeiraCarlos CidadeCarlos Coelho VeigaCarlos EsperançaEduardo Proença MamedeFernando MartinsJaime RamosJoão BaptistaJoaquim VieiraJorge RuaJosé AndradeJosé Henrique DiasJosé Miguel QueirozJosé SoaresJúlio Gomes CorreiaLino MendesLuís MarquesLuís Martinho do RosárioManuel BontempoManuel Chaves e CastroMarcelo Henriques de BritoMarcos FrancoMaria Emília SeabraPaulo Eduardo CorreiaPaulo Leocádio BernardoPedro FerrãoPedro RedolRui Fausto LourençoSansão CoelhoSofia FigueiredoVítor BotelhoVictor GonçalvesVictor Maia Costa

Administração, Redacção,Publicidade, Assinaturas e ServiçosRua Pedro Roxa, 7-1.ºTelefones: 239 85 27 10/11/12Fax: 239 852 719e-mail: [email protected]

Denominação SocialANTÓNIO DE SOUSA (HERD.), LDA.Contrib. N.º 502 137 258Cap. Social: 7.481,97 Euros

GerênciaMaria Primorosa Santos Costa de SousaAntónio Manuel Marques de SousaMaria de Lurdes Duarte Pedro Correia

Composição e MontagemDepart. Gráfico de “O Despertar”

Tiragem média no mês de Setembro 14.000 Exemplares

ImpressãoBeirastexto - sociedade editora, S.A.Rua 25 de Abril, n.º 7Apartado 44 – 3046-652 Taveiro

Número de Registo 100117

O ex-Presidente da RepúblicaMário Soares lamentou a mortedo eurodeputado socialista Faus-to Correia e destacou o carácter“anti-sectário” do ex-secretáriode Estado dos governos deAntónio Guterres.

Soares recordou que conhe-ceu Fausto Correia “quando aindaestava na Juventude Socialista eera estudante universitário”.

“Nos principais combatespolíticos, Fausto Correia sempreesteve ao meu lado. Nas últimaseleições presidenciais, foi man-datário da minha candidatura nodistrito de Coimbra, tarefa emque se revelou incansável”,declarou Mário Soares.

Mário Soares definiu FaustoCorreia como “um homem soli-dário, fraterno e anti-sectário, oque explica que tivesse amigosem todos os partidos políticos,

Mário Soares recorda

“político anti-sectário”

apesar das suas fortes con-vicções socialistas”.

“A morte de Fausto Correiaé uma grande perda para Coim-bra, para o PS e para o país. Eraactualmente deputado no Parla-mento Europeu, função políticamuito desgastante em termos deactividade e que obriga a penosasviagens”, vincou Mário Soares.

Perante e morte de FaustoCorreia, Mário Soares apresen-tou as suas “sentidas condo-lências à família, em particular àviúva e aos filhos”.

Cavaco Silva lembra“personalidade de relevona vida democrática”O Presidente da República consi-derou que a morte de Fausto Cor-reia, uma “personalidade de relevona vida democrática nacional”,deixou “mais pobre a represen-tação portuguesa no ParlamentoEuropeu e a vida política”.

Cavaco Silva, que se en-contrava em visita oficial aosAçores, enviou um telegrama decondolências à família do euro-deputado, afirmando ter recebidoa notícia da morte do ex-go-vernante e dirigente socialista coma “maior tristeza”.

“Personalidade de relevo navida democrática nacional, o dr.Fausto Correia repartiu a sua acti-vidade profissional entre o exer-cício do jornalismo e da vidapolítica, tendo desempenhadodiversos cargos públicos, entre os

quais os de Deputado, Secretáriode Estado da AdministraçãoPública e dos Assuntos Parla-mentares e administrador daRDP-Radiodifusão Portuguesa”,lê-se numa mensagem distribuídapela Presidência.

Para o Presidente, a “morteprematura” de Fausto Correia“veio deixar mais pobre a repre-sentação portuguesa no Parla-mento Europeu e a vida política ecívica no nosso País”.

ALVORADA

Fausto CorreiaDirector

António Carlos de SousaDirector-Adjunto

90 ANOS - UMAETERNIDADE!

Noventa anos não são noventadias, nem noventa semanas, nemtão - pouco noventa meses.Noventa anos são noventa anos.Uma eternidade!, quando se tratade um jornal.

“O DESPERTAR” faz hojeexactamente 90 anos. Viu a luz dodia a 2 de Março de 1917. Ininter-ruptamente, foram publicadas 8426edições, incluída a que tem nassuas mãos.

Ao longo de todos estes anose destas milhares e milhares depáginas impressas, aí está reunidoum importantíssimo acervo queconta pari-passu a história deCoimbra - cidade, concelho,distrito e região, mas também a dePortugal e a do Mundo.

O MAIS ANTIGO JOR-NAL DE COIMBRA tem-sepautado coerentemente pelolegado dos seus fundadores: foi, ée será sempre uma tribuna livre,aberta, plural e independente. Econtinuará a ser um jornal deprovíncia, sem “a louca veleidadede se abalançar a grandiosasempresas ou arrogar eminentesvirtudes”, como assinalava a notade abertura do primeiro número.

Por outro lado, as regras deouro de “O DESPERTAR”, navertente jornalística, nunca sedesviaram dos sagrados critérios daverdade, da isenção e da objecti-vidade. É a trilogia da casa,impregnada por uma outra: Liber-dade, Igualdade e Justiça Social.

Após 90 anos, importa hoje eaqui destacar, como é justo e devido,os fundadores e os continuadores,os directores e os colaboradores, osanunciantes e os assinantes, osfuncionários, os gerentes e osfamiliares, os fornecedores e osamigos. Sem eles, uns mais novosoutros mais antigos, esta OBRA játeria sucumbido numa qualqueresquina mais ou menos perigosa -e quantas foram ultrapassadas!

Permita-se-nos que recorde-mos a herança que - em termos dedeterminação e vontade, combatee luta - nos foi transmitida pelosnossos antepassados. Dessa galeria,destacamos António de Sousa,nosso avô, e seus filhos, Armando,António, Artur e Lúcia, todos jáfalecidos, que nos legaram estepatrimónio tão despretensiosoquanto humilde, tão rico quantomarcante. Resta-nos a companhia

e a compreensão, ainda que emterras do Rio de Janeiro, de nossatia Ângela Maria de Sousa Antunes.

Abjurando o sensacionalismoe observando inalteravelmente umanorma fundamental, a da correcção,eis-nos dispostos a prosseguir “naáspera estrada do dever”, na felizdefinição que os fundadores adopta-ram na edição inaugural. Mas nãonos iludamos: há ainda um longocaminho a percorrer para fazermoso SEMANÁRIO DE COIMBRAcada vez maior e melhor.

Mas as dificuldades avoluma-ram-se nos últimos tempos. Asobrevivência de “O DESPER-TAR” depende de novas parceriascom reflexo no respectivo capitalsocial. Sem esquecer o aumento donúmero de assinantes e o incre-mento da receita publicitária, ou seja,precisamos de mais anunciantes ede mais assinantes.

Reconvertido graficamente ecom conteúdo de leitura obrigatóriae de referência, aqui estamos paradar a cara por um projecto renovadoe atractivo, no respeito quer pelocarácter republicano e independenteque garbosamente ostenta no seucabeçalho quer pela defesa intran-

sigente dos legítimos e superioresinteresses de Coimbra - cidade,concelho, distrito e região.

Ao longo dos próximos me-ses, vamos comemorar nestaspáginas o nonagésimo aniversário.Com a dignidade que a efemérideexige. Com as modificaçõesurgentes que se impõem. E com aadesão de mais assinantes e demais anunciantes. O SEMANÁ-RIO DE COIMBRA tudo merecee justifica.

Hoje mais do que ontem, édecisivo o apoio dos nossosamigos, fornecedores, familiares,gerentes, funcionários, assinantes,anunciantes e colaboradores - aquem agradecemos, penhorada-mente, o crédito de confiança quenunca nos regatearam, em espe-cial nas horas menos boas.

Assim, e só assim, poderemosconfiar no futuro, como em 1917.Assim, e só assim, poderemosacreditar, em 2007, que levaremosesta nau a bom porto. Rumo aocentenário!

Republicamos como preito de reconhecimento um texto de Fausto Correia, intitulado “90 ANOS - UMA ETERNIDADE” e inseridona nossa edição de 2 de Março de 2007, precisamente no dia em que “O Despertar” completou 0s 90 anos de existência.

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |073O COIMBRINHA

Fausto Correia – cidadão excelsoHá homens, assim, cuja dimensão moral e intelectual os tornareferência da sua geração e orgulho da cidade a que pertencem.

Fausto Correia era um desses homens que sublimou comFernando Vale, de quem era amigo e foi adjunto no Governo Civil,o espírito de tolerância, o sentido da fraternidade e uma enormebondade. Era o intelectual que Miguel Torga acarinhava e,sobretudo, o cidadão solidário que a todos cativava com a suagenerosa amizade.

Foi um político de rara intuição e um governante competentemas foi, sobretudo, um exemplo de homem singular quetransformava os conhecidos em amigos e estes em admiradores.

Fausto Correia era o mais destacado político de Coimbra emactividade e o presidente da Câmara com que a cidade sonhou.Sendo um cidadão do Mundo foi um homem de Coimbra ondevoltava de Bruxelas para o convívio fraterno com os amigos detodos os quadrantes.

Em Celas, no seu Café habitual, a tertúlia nunca mais será amesma. Falta-lhe a seiva que a alimentava, a paixão da vida, oafecto que transbordava de quem foi a referência mais sólida deum numeroso grupo.

Fausto Correia foi dos amigos mais próximosde Torga mas, no fundo, era o amigo de todos quetransbordava simpatia.

Morreu esta manhã. Traiu-o o coração, aquelecoração que o fez abnegado e solidário. Coimbra ficade luto e Portugal mais pobre.

Carlos Esperança

Fausto era um Homem BomConheci o Fausto Correia no liceu D. João III.

A vida separou-nos e só o voltei a encontrar, já como adversáriopolítico, nas eleições locais de 1979 em Miranda do Corvo.

Eu candidato a Presidente de Câmara pelo PPD-PSD e elecomo líder da candidatura socialista à Assembleia Municipal.

Foi um democrata que nunca deixou que diferentes leiturasideológicas se colocassem à frente das relações humanas.

Amigos comuns foram base para encontros e conversas quenos permitiram consolidar uma fraterna amizade.

Era um homem Bom.Possuidor de uma fina ironia, de uma enorme capacidade de

criar e manter bons relacionamentos, de um evidente prazer emsaborear a vida, fui admirando o Fausto Correia, jornalista, “coim-brinha”, apaixonado pela Académica, militante socialista, homemde poder…

Coimbra e a região perderam um excelente político.Nos últimos tempos a “sorte” tem sido madrasta

para Coimbra.Enfrentamos decisões lisboetas que não respeitam

o passado da cidade e prejudicam o futuro da região.Fausto Correia faz-nos falta neste combate

necessário à defesa da nossa cidade.Jaime Ramos

Em direcção à luz...Há notícias que nos recusamosreceber. Depois de entregues,quaisquer que sejam as múltiplasvias, batem contra as nossasresistências, amolgam todas aslógicas, rasgam todas as fibras dosafectos. Há notícias que nãodeviam chegar-nos se pudéssemosesconjurá-las, tão solidamentebrutais nos batem à porta.

Morreu o Fausto. Dito assim,na voz molhada de um amigocomum, tragicamente sincronizadacom os noticiários das televisões.Dizermos não pode ser é, aindamais que o último sopro da incre-dulidade, a tentativa íntima de detero indetível, de execrar a dor quecomeça a minar e a crescer, a subirdegrau a degrau ao limiar da insu-portabilidade. Até ao regresso àcrueza do real, até sabermos quehá notícias que temos de receber.

Conheci Fausto Correia nãosei bem situar quando, mas que seisituar bem. Nos passos perdidosde todos os fora em que se faz davida o exercício da cidadania, docompromisso com valores supe-riores da ideia de servir a respublica, de implicar a existêncianum viver solidário onde a tole-rância impera e os bons costumesimportam na busca da luz maisiluminada da razão para ser livre epensar livremente.

Conheci Fausto Correia noslabirintos de uma saudade retocadada lucidez de pensar Coimbra parao futuro, Coimbra à sua espera nocaminho da mudança que tarda.

E agora, Fausto, que fazer dosprojectos e como encontrar quem?

Abro nesta ferida, nesta fendaque a notícia rasgou, a recordaçãoteimosa daquela noite em Bru-xelas, em que eu com os alunos domeu Instituto, que tem colado onome do nosso Miguel Torga, queo Fausto foi tão claramente expli-cando nos salões da Europa, afazer o que devia, como ensinarao Mestre, aquela noite em que asraparigas e os rapazes do Cursode Comunicação Social (Fausto, amaioria já está aviada com odiploma a fazer-se à vida, e quantosdeles têm aprendido por aqui nascolunas de O Despertar) o ou-viram falar de coisas tão sériascom o ar tão leve do magistérioesclarecido, as ideias arrumadas,o olhar terno, o sorriso envolvente,a Europa farol do crescimentointelectual a dar as mãos à dosoutros desenvolvimentos, o pensarpara além dos quintalinhos equintalecos dos patifes bem fa-lantes que sempre aparecem nahora da despedida.

Fico a dever a Fausto Correiaesse momento alto da convivênciadespreconceituosa que cumpre e

se cumpre na função de repre-sentar o melhor de nós, a suadisponibilidade e uma maneira deestar que as universidades nãoensinam, que se aprendem melhornas infantes correrias pelas ruelasda baixinha coimbrã, onde mal entrao sol mas se doiram as almas, emque definitivamente nos ganhamospara polir o gume cortante de todasas arestas, para trabalhar a brutidãodas pedras rumo aos poliédricosroteiros de uma humanidade me-lhor. A nossa Coimbra, a do povo,sem capas velhinhas e fitas aovento. Com mais encanto na horade estar.

Aqui, nestas páginas que mefacultou para umas croniquetasquinzenais em que me esforço porfalar de pessoas, de alguns dos seusproblemas na medida das minhasposses, vai agora crescer umenorme vazio. Vai faltar-nos aALVORADA. Apaga-se a luz dadiscussão dos grandes problemasnacionais, no plano inclinado dadimensão nacional de Coimbra.Coimbra fica mais pobre. Aindamais pobre.

Quem souber olhar na direc-ção onde nasce o Sol, encontrará olugar onde se resguar-dam os eleitos da nos-sa memória.

Obrigado, Faus-to, por quanto ensi-naste.

José Henrique Dias

O adeusinesperadode FaustoCorreiaFausto Correia, director donosso jornal e eurodeputadosocialista, faleceu terça-feira emBruxelas, vítima de ataquecardíaco. A notícia da sua mortedeixou em choque todos quan-tos tiveram o privilégio decontactar consigo. Amigo doseu amigo, homem de convic-ções e de grande generosidade,Fausto Correia partiu repentina-mente, aos 55 anos, durante anoite, no seu apartamento emBruxelas. É com grande cons-ternação e pesar que os amigosrecordam o homem a quem “avida ficou a dever muitos anos”.

José Sócrates diz que perdeu“um grande amigo”O Primeiro-Ministro, José Sócra-tes, disse estar “profundamentechocado” com a morte do eurode-putado socialista Fausto Correia.

“Perdi um grande amigo.Lamento muito. Era um dos di-rigentes mais destacados do PS.Fiz com ele um trajecto político nasúltimas dezenas de anos”, su-blinhou.

“Foi um grande político. Muitodedicado a Coimbra e à sua região

e destacado deputado e membrodo Governo”, concluiu.

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SEMPITERNO FAUSTO1.O primeiro encontro foi emMiranda do Corvo. Se a me-mória não me atraiçoa, naGodinhela. Putos de 5 a 7 anosnum casamento. Dos de chan-fana farta. Sopa de casamento,negalhos, muitos pratos e brin-cadeira farta como os pratos. Eaquela foto de dois miúdos enco-lhidos, de sorriso esgar, agarradosa um cenário de fotógrafo “à laminute”.2. Em Coimbra, na Rua AdelinoVeiga, adolescentes: o Faustocontrolado pelo olhar de um paiimponente; eu já mais solto naidade porque dois ou três anoseram diferença grande a desafiarindiferença. Em vez do três oudo sete deixava o eléctrico ir demansinho até lá cima, e parapoupar os furos no passe, galgavaa Baixa, a Sá da Bandeira, asescadas do Liceu e lá estava aarfar na coincidência do toqueestridente da campainha paraevitar os desaforos do “Pulga”.3. A velha FNAT, vizinha da portado Fausto. Os Serões paraTrabalhadores. Os espectáculosinformais quando a televisão erarara. O Fausto a dizer poesia.Não me recordo se já recitavaTorga. Era a alegria num sistemaque se furava sem sabermos bemcomo era mau o sistema.4. O jornalismo: um desejo, umapaixão, sem haver escolas que jáentão reivindicávamos nas pá-ginas de O Despertar – bisse-manário conimbricense republi-

cano, da família Sousa. Republi-canos. Humanistas. Família defazer amizades sólidas. Cidadaniaactiva. A palavra e a honra. Umtostão era dinheiro. A palavra eratudo. Assinar O Despertar eraum acto de bairrismo límpido.Continua a ser.5. As idades afastam-se; asvocações não. Encontramo-nosna reportagem. Reportamos avida em dimensões diferentesconforme os meios de comu-nicação que servimos.6.1974. Abril 25. Liberdade emfesta. Democracia em ensaio.Aquele “comunicado” do Gover-no Civil, no noticiário regional das12h30, “picou” o Fausto. Eu tinhaquatro horas diárias de emissãoprópria e era, então, o únicolocutor/jornalista da Emissoracom o Ventura como assistenteliterário nas notícias e o Carva-lheda em férias. Rimo-nos, maistarde, compreendendo em sosse-go uma manhã e princípio detarde de muitas incompreensõese alguns sonhos. O Fausto passapor jornais e agências. Apareceem força na política. É adjuntodo emérito Fernando Vale. Tevegrande Mestre e subiu a pulso,com mérito, até ao Governo, atéao Parlamento europeu. Fez umoceano de amigos, foi um para-digma de cidadania, consensual,lutou por Coimbra até à exaustãoe pela Briosa também. Foi umapersonalidade de causas e pelascausas seduziu o impenetrável

Torga que conseguiu pôr a ler osseus poemas. O Fausto, semprefraterno, tinha de ternura o seupeso, de bondade e perspicáciao tamanho do Mundo. De amorà família o incomensurável.7. Grand Place. Bruxelas. Umaesplanada. “Não estamos asegredar Professor HenriqueDias, são desabafos...”. “Estása fazer falta em Coimbra, nãopode ser...continuas a fumar ...aviões...stress”. E tu não tomasnada? “Não obrigado”. “Acom-panhamos-te?” Não, apanho umtáxi. O Despertar, Setembro 28.Releiam, por favor, a crónica doDirector-Saudade. “Marés deDificuldades, Janelas de Oportu-nidades”. Na semana anterior euescrevi sobre Coimbra e o PartidoSocialista. Li, na Alvorada doFausto, a 28, uma resposta aomeu lamento numa paixão parti-dária comum que nos tem desas-sossegado. Talvez ousadia minhajulgar-me credor de palavras doFausto. Mas por que não? OFausto era nosso, era de todos,escrevia a todos, um coimbrinhaeuropeu, amigo fixo e fixe, aincentivar tudo e todos, traba-lhador inveterado. Humilde eGrande. E já não tinha medo deandar de avião. 9 deOutubro de 2007.Meio-dia. O quê???!!!Não acredito.“Até breve, Amigo.Maldito Coração”

Sansão Coelho

Autarcas de Miranda do Corvorecordam político “de grande carácter”O eurodeputado socialista FaustoCorreia é recordado em Mirandado Corvo, onde era deputado àAssembleia Municipal, como umhomem “bom, de grande carácter,gerador de consensos e de umaintensa disponibilidade”.

Em declarações à Lusa, asocial-democrata Fátima Ramos,presidente da Câmara Municipalde Miranda do Corvo, lembrouFausto Correia como “um homembom, que acreditava em ideiase que enquanto presidente daAssembleia Municipal colocousempre os interesses de Mirandaà frente das lutas político-parti-dárias”.

“Apesar de ter sido meuadversário político em duas elei-ções, isso nunca prejudicou o nossoexcelente relacionamento”, adian-tou a autarca, acrescentando queo seu desaparecimento deixa “maispobre a região e o país”.

Para o social-democrata JoséManuel Simões, presidente daAssembleia Municipal, Fausto

Correia “era um homem de grandedimensão, que vai fazer falta. Eracordato, consensual e de umaintensa disponibilidade para colabo-rar”.

Destacando “o seu grandecarácter e a postura irrepreensívelem todos os momentos”, recordouque o relacionamento entre ambos,quer pessoal quer político, erapautado pelo respeito.

“A região Centro perde umavoz que se fazia ouvir”, sublinhou.

O vereador socialista AntónioSimões, amigo pessoal de FaustoCorreia, recordou que o eurode-putado “respondeu sempre quechamado a ajudar o concelho, ondetinha raízes familiares, que nuncaesqueceu”.

Salientando que Fausto Cor-reia “era um homem de grandecarácter”, António Simões afirmouque a “política nacional perdeu umgrande vulto, um homem que seregia por princípios e valores,assente no respeito pelos outros,que não se consegue substituir”.

Fausto Correia foi presidenteda Assembleia Municipal deMiranda do Corvo entre 1997 e2001 e actualmente era deputadomunicipal.

O pai e o avô eram naturaisde Cadaixo, uma aldeia da fre-guesia e concelho de Miranda doCorvo.

“Esta mensagem já não é para ti. É para a tua memória.Foste um grande homem e uma grande referência para muitos.Desde que o Torga, teu grande amigo, nos apresentou em1990, não mais deixei de te admirar. Lamento muito o teudesaparecimento. Um abraço fraterno para tua esposa e teus3 filhos. S. Martinho de Anta, que tanto visitaste tambémnão te esquecerá.”

Luís Gonçalves

“Não há palavras que cheguem para dizer quanto sinto talperda. Recebe um forte abraço solidário de um velho amigoda família Sousa e de toda a equipa do ‘Despertar’.”

José António Franco

“A Comissão Política Concelhia de Coimbra do PartidoPopular CDS.PP, vem manifestar o seu profundo pesar pelofalecimento do Dr. Fausto Correia.Figura incontornável do Partido Socialista, o Dr. FaustoCorreia foi, e será sempre, ilustre cidadão de Coimbra.Coimbra perde um Homem bom, uma das suas maioresfiguras, um político sempre dedicado à sua cidade.À sua família e ao Partido Socialista, o CDS apresenta assuas sentidas condolências.”

CDS-PP/Coimbra

“A Comissão Política Distrital do Partido Social Democrata,de Coimbra, manifesta, publicamente, o seu pesar pelofalecimento do Dr. Fausto Correia, ilustre Deputado aoParlamento Europeu e cidadão de Coimbra. Verga-se perantea memória de um ilustre democrata, homem de valores,princípios e convicções que sempre soube honrar oscompromissos com a sua cidade, o seu distrito, a sua regiãoe o País. O Dr. Fausto Correia foi, e será sempre, lembradopor nós como um Político de eleição, capaz e competente,que desempenhou as mais variadas funções na cena políticalocal e nacional mas, sem nunca deixar de afirmar o seuregionalismo e apego a Coimbra.Aos seus familiares e amigos, ao Partido Socialista, o PSDmanifesta o seu sentido pesar.”

PSD/Coimbra

“A Rádio Dueça Informiranda, Cooperativa de Responsa-bilidade Limitada, funcionários, colaboradores e corpossociais, vem por este meio expressar o mais profundo pesarpela morte do Dr. Fausto Correia, Director da vossa prestigiadapublicação. Perante o inesperado acontecimento endereçamosa todos quantos com ele privaram as mais sentidascondolências.”

José Maria dos Santos Ferreira da Silva

“Venho por este meio manifestar à família do Dr. FaustoCorreia o meu sentimento de pesar, extensivo a toda a equipad’ O Despertar. Acredito que o Dr. Fausto Correia será semprerecordado por todos nós.”

Gonçalo Ermida

“Soube à pouco da notícia da morte do nosso querido FaustoCorreia. Não poderia deixar de, nesta hora tão triste, mostrara minha gratidão por uma pessoa que, numa altura em quemuito precisei, me ofereceu emprego. Gostaria também dedar os meus sentimentos à esposa, filhos e família, assim comoa toda a equipa d’ O Despertar, que sei que está a sofrermuito com esta perda. Gostaria também de, nesta hora, daruma especial atenção ao Toni e dizer-lhe que sinto muito amorte do primo. Mais uma vez, as minhas condolências umabraço para todos.”

Paula Almeida

“Hoje perdi um Amigo!”José Soares

“Foi com enorme choque que recebi a notícia da morte doDr. Fausto Correia. Era para mim, um grande Homem, umgrande Político e um grande Socialista. Coimbra e o seuDistrito ficam muito mais pobres. Quero, em meu nome e daminha família, apresentar a toda a família e ao JornalDespertar, os meus sentidos pêsames e dar-lhes um abraçode solidariedade nesta hora tão amarga que estão a pas-sar.”

Lucas dos Santos

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |075O COIMBRINHA

“Nesta hora de profunda consternação pelo falecimento donosso querido Amigo e Director, Exmo. Sr. Dr. Fausto Correia,apresento a toda a equipa de ‘O Despertar’ as minhas maissinceras condolências.”

Vítor Botelho

“Foi com imenso pesar e a consciência de uma enorme perdapara o PS e para a cidade de Coimbra, a Região Centro e ojornal “Despertar”, que fomos confrontados com a trágica einesperada morte do nosso Amigo, Camarada e Conterrâneo,Dr. Fausto Correia. Não há muitas palavras que possamosbuscar para exprimir, com sinceridade, os nossos estados deespírito e a imensidão do absurdo que representa esta perdapara a comunidade.Associamo-nos com tristeza e sinceridade ao luto vivido, deforma particular, no seio do Partido Socialista e da SociedadeCoimbrã. À família enlutada, ao PS e ao Jornal “Despertar”,bem como à autarquia de Miranda do Corvo e à suapopulação, vão os mais profundos votos de condolências,curvando-nos, com respeito e saudade, à memória do nossoAmigo e Camarada Fausto Correia.”

Sindicato dos Bancários do Centro

“A Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra nestemomento de enorme consternação, não pode deixar demanifestar o seu profundo sentimento de pesar pelo desapa-recimento prematuro do Excelentíssimo Senhor DeputadoEuropeu Dr. Fausto Correia.Reconhecida por todos como um homem dos Bombeiros, comligações profundas aos Soldados da Paz, tendo pertencidoinclusive aos Orgãos Sociais de Associações Humanitáriasde Bombeiros Voluntários, com forte sentimento deSolidariedade e Humanismo, defensor e acérrimo das causasdos Bombeiros Portugueses e que sempre os distinguiu com asua amizade.Neste momento triste e ainda de alguma estupefacção pelotrágico acontecimento, a Federação de Bombeiros do Distritode Coimbra endereça a toda a família, ao Partido Socialistae aos seus amigos as mais sentidas condolências pelo seufalecimento.”

Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra

“Gostaria de apresentar os meus sentimentos pelo falecimentodo Dr. Fausto Correia, uma pessoa com grandes qualidadeshumanas, um político empenhado na defesa dos valores e causasem que acreditava e uma referência da cidade de Coimbra e dademocracia portuguesa. A sua morte prematura é uma enormeperda para o País.”

Filipe Almeida

Confrontada com a trágica perda do Ilustre Director doJornal “O Despertar”, a Direcção da Casa dos Pobres deCoimbra vem apresentar a esse conceituado e venerandoSemanário a expressão do seu profundo pesar, que tornaextensiva à Exma. Família em luto, pela perda do seu entequerido.Sendo certo que esta Instituição viveu, e conviveu, durantemais de seis décadas, em relação de vizinhança próxima, deamizade e de cooperação com esse criterioso órgão daInformação, ao ponto de alguns dos seus dirigentesdesempenharem, também, funções nos órgãos sociais da Casados Pobres, a figura do Dr. Fausto Correia, porque figura deCoimbra com uma interminável magnanimidade de coração,em cujo interior se aconchegarem diademas de bondadecristalina, constituía uma referência nobre e notável deamizade de que a Casa dos Pobres muito se orgulha, bemexpressas nas palavras simpáticas e reconfortantes que osaudoso Amigo dirigiu, em data muito recente, ao Directordesta Instituição, com a humildade que caracteriza as pessoasde Bem.Amargurados com o inesperado e bem chocante aconte-cimento que priva Coimbra de Alguém que tanto a amou epor ela se bateu, reiteramos a tristeza que nos invade, comrespeitosos cumprimentos.

A Direcção da Casa dos Pobres

António Arnaut“profundamente chocado”

Coimbra, sempre“Nesta hora de pesar, rendohomenagem a um amigo ge-neroso e a um democrata exem-plar; ao lutador incansável e aocidadão de fundas convicçõesque o Fausto Correia sempre foi.Coimbra não mais será comodantes. O Fausto que lhe deu osseis melhores anos e lhe dedicouo melhor de si, parte cedodemais. Sabendo a pouca deixa,no entanto, um legado imenso:onde e quandofosse, com ocoração emCoimbra. Asua cidade.Sempre.”

Henrique Fernandes

O ex-ministro Jorge Coelho consi-derou que a morte do eurodeputadosocialista Fausto Correia repre-sentou “uma perda para o país epara o PS”, vincando que foi umhomem que se bateu sempre pelascausas cívicas republicanas.

“Fausto Correia era um ho-mem de corpo inteiro, sempresolidário e que dedicou toda a suavida a causas cívicas e aos valoresrepublicanos. Faz muita falta aopaís, ao PS e a mim pessoalmente,porque perdi um dos meus me-lhores amigos”, declarou JorgeCoelho.

Em declarações à Lusa, JorgeCoelho lembrou que Fausto Correiafoi seu secretário de Estado entre1995 e 2001, durante os dois

Jorge Coelho recorda“homem solidário”

governos liderados por AntónioGuterres.

“Fausto Correia foi um go-vernante ilustre, tendo sido en-quanto secretário de Estado daAdministração Pública o grandeartífice da criação das lojas docidadão”, apontou Jorge Coelho.

António Arnaut, fundador do PS edo Serviço Nacional de Saúde,manifestou-se “profundamentechocado” com a morte repentinado seu amigo Fausto Correia.

“Interrogo-me se não há umaqualquer injustiça imanente etranscendente na morte de umhomem aos 55 anos, quando todosesperavam muito dele”, declarouAntónio Arnaut.

Emocionado com o faleci-mento de Fausto Correia, o fun-dador do Partido Socialista disseque o deputado do Parlamento Eu-ropeu “era um homem muitogeneroso”. “A vida ficou a dever--lhe muitos anos”, acrescentou.

António Arnaut afirmou quemantinha com o antigo líder do PSde Coimbra “uma relação degrande fraternidade”.

“Foi pela minha mão e deFernando Valle (outro fundador dopartido, já falecido), que ele entroumuito jovem para o PS”, salientou.

Carlos Encarnaçãoelogia “homemcom orgulhode pertencer”a CoimbraO presidente da Câmara deCoimbra, Carlos Encarnação,elogiou o eurodeputado, como“homem que tinha orgulho depertencer à sua comunidade”.“Perdi um amigo”, declarou oautarca social-democrata, recor-dando que o antigo presidente daFederação de Coimbra do PS“nunca se cansava de enalteceras suas origens” coimbrãs.

Para Carlos Encarnação,Fausto Correia “era um espíritode Coimbra, um homem quesempre foi pela intransigentedefesa” da cidade e do distrito.

Carlos Encarnação disseque Fausto Correia teve várias“desavenças com o seu partido”,colocando os interesses deCoimbra à frente da estratégiado PS e dos governos socialistaspara a região.

“Ele era também um exem-plo de prática democrática”,adiantou o presidente da Câmara,frisando que o eurodeputadoassumiu há alguns anos, “comtoda a galhardia”, o cargo dedirector do “Despertar”, o maisantigo jornal da cidade, pro-priedade da sua família.

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Almeida Santos recorda“político que só sabia fazer amigos”O presidente do PS, AlmeidaSantos, afirmou-se “chocadíssimo”com a morte de Fausto Correia,dizendo que foi um político “ge-neroso”, que “amou” Coimbra eque “só sabia fazer amigos”.

“Estou chocadíssimo, porqueperdi um dos meus melhoresamigos. Fausto Correia só sabiafazer amigos”, declarou AlmeidaSantos à Lusa.

Segundo o presidente do PS,o ex-secretário de Estado dosgovernos de António Guterres “foi

um político generoso, que vivia deacordo com os seus ideais desempre”.

“Fausto Correia desenvolveucom brilhantismo as tarefas que oPS lhe incumbiu. Tinha ainda muitopara dar ao partido, ao país, mastambém a Coimbra - cidade que eleamou como poucos e que Coimbraretribuía amando-o também”, frisouo presidente do PS.

Almeida Santos acrescentouainda que a morte de FaustoCorreia representou para si, “para

o PS e, sobretudo, para a sua família,uma perda irreparável”.

Alegre lamenta morte precoce de quemtinha ainda muito a dar a CoimbraO deputado do PS Manuel Alegrelamentou a morte de FaustoCorreia, que disse ser “umareferência de Coimbra” e que“tinha ainda muito a dar à suacidade”.

Manuel Alegre declarou àLusa sentir “uma grande mágoa”pela morte de Fausto Correia, “umamigo e companheiro de muitoscombates e jornadas na implan-tação do PS no distrito de Coim-bra”.

“É um desperdício, porque eleera muito novo. Era um homem deCoimbra, era uma referência deCoimbra e do PS que tinha aindamuito a dar à sua cidade”, la-mentou.

O deputado do PS acres-centou que Fausto Correia “nãochegou a realizar um dos seussonhos, ser presidente da CâmaraMunicipal de Coimbra, que podia

ter sido”.“É uma perda importante para

Coimbra, para o PS e para mimcomo amigo. Ultimamente nãoestivemos do mesmo lado no PS,mas isso não pôs em causa aafectividade e a amizade”, salien-tou.

“Foi um homem sempre fielàs suas amizades, aos ideaisrepublicanos, democráticos esocialistas”, enalteceu.

Quando Manuel Alegre foicandidato independente à Presi-dência da República, Fausto Cor-reia apoiou o também socialistaMário Soares, que concorreuapoiado pela direcção do PS.

Lembrando os tempos da“implantação do PS no distrito deCoimbra”, Alegre sublinhou queFausto Correia “era mais novo,mas esteve sempre ligado a essafase inicial”, integrando “um núcleo

que ficará para a história dafundação da democracia”.

“Fez parte da tertúlia dosamigos mais próximos do dr.Fernando Valle e do Miguel Torga”,recordou, contando que foi a FaustoCorreia, enquanto jornalista daCapital, que deu a sua primeiraentrevista quando voltou a Portugaldepois do 25 de Abril.

O líder eleito do PSD, Luís FilipeMenezes, lamentou a morte deFausto Correia, considerando que“o PSD também está de luto”devido ao desaparecimento de“uma grande referência” dademocracia portuguesa.

“Hoje, o PSD também estáde luto, porque Fausto Correiaera uma grande referência dademocracia portuguesa”, disseLuís Filipe Menezes em decla-rações aos jornalistas, em Coim-bra, à entrada para um almoçocom os nove presidentes deCâmara social-democratas, mem-bros da direcção da AssociaçãoNacional de Municípios Portu-gueses.

“O PSD também está de luto” diz Luís Filipe MenezesAo expressar a sua tristeza

com a morte do antigo deputadosocialista e ex-líder da FederaçãoDistrital do PS de Coimbra, opresidente do PSD afirmou que,“para além de ser um amigo, oDr. Fausto Correia era umareferência da actividade políticaem todo o país e nesta região emparticular”.

À entrada para o almoço,poucos minutos depois de sernoticiada a morte de FaustoCorreia, vários autarcas mani-festaram o seu pesar com a mor-te de Fausto Correia, que eranatural de Coimbra.

O presidente da AssociaçãoNacional de Municípios Portu-

gueses, Fernando Ruas, desta-cou o seu “espírito pragmático edialogante” e a sua afabilidade.

Numa nota enviada, o pre-sidente da ANMP, FernandoRuas, evoca Fausto Correia, en-

quanto “personalidade desdesempre profundamente ligada àsinstituições municipais de Coim-bra e Miranda do Corvo”, a cujaAssembleia Municipal presidiu noanterior mandato autárquico,

mantendo actualmente o seu lu-gar de deputado no órgão autár-quico.

A ANMP expressa aindacondolências ao Partido Socia-lista e à família do eurodeputado.

O líder da distrital do PSDde Coimbra, Jaime Soares, con-siderou que a sua morte “é umaperda muito grande para a cidade,para o distrito e para o país”.

“Fausto Correia era umhomem de Portugal e do mundo,é uma perda irreparável”, afir-mou Jaime Soares.

Para o presidente da Câ-mara de Gouveia, Álvaro Amaro,a morte de Fausto Correia repre-senta “uma perda irreparável pa-ra o mundo político, para Coimbrae para a região”.

“Família de O DESPERTAR: Venho por este meio apresentar asminhas sinceras condolências à Família do saudoso amigo eDirector desse Jornal Sr. Dr. Fausto Correia. Uma grande mágoae tristeza me invadiu ao tomar conhecimento de tão inesperadanotícia. Todos nós perdemos um amigo que nos deixa umaexemplar lição daquilo que é ser um grande homem de Coimbrae sua Cidade. Paz à sua alma. Com a devida vénia.”

Antonino Neves

“Não há palavras que consigam minimizar o choque e a dordos familiares mais próximos do grande amigo Fausto Correia.Um rude golpe para Coimbra e uma perda irreparável paraquem teve a felicidade de o ter como amigo. Ao ‘DESPERTAR’,familiares e colaboradores, quero deixar a minha palavra deconforto pela perda do seu Director e do verdadeiro amigo.”

Lícinio Ferreira

“Hoje partiu um Amigo. Um Amigo de todas as horas e de todosos trabalhos. Um irmão. Um dos últimos coimbrinhas, num tempoem que os interesses pessoais tudo devoram e nivelam. Umaporta sempre aberta. Um sorriso sempre pronto. Uma voz semprepresente. Um Amigo do seu Amigo. Um coração grande egeneroso. Um Homem que viveu depressa. Depressa de mais.Coimbra perde uma das suas vozes, um dos seus lutadores. Euperdi um Amigo. Um dos poucos Grandes Amigos, desde aprimeira hora. Adeus Fausto, até sempre.”

Rodrigues Costa

“Fiquei estarrecido com a notícia. Com o falecimento de FaustoCorreia, a cidade perdeu, depois de Bissaya Barreto, uma dassuas maiores personalidades. Perdeu Coimbra...”

Manuel Alves

“Conheço Fausto Correia há perto de 30 anos. Desde os seustempos de jornalista na delegação de Coimbra da ANOP. Aolongo deste tempo, tive com ele uma relação próxima, uma relaçãode amizade, uma relação de respeito mútuo.E agora, fui apanhado pela notícia da sua partida deste mundo,um mundo onde ele era lutador, onde ele era um insubmissomilitante. Perdi um amigo. Espero que descanse em paz.”

António Veríssimo

“A emoção não me deixa transmitir por palavras a dor que sinto.Fui professora do Fausto no Liceu D. Duarte. Neste momento,não posso deixar de expressar a minha profunda dor e choque.”

Isabel Jardim

“É impossível transmitir a emoção e dor que sinto pela morte deFausto Correia. Neste momento de grande dor não posso deixarde apresentar os mais sinceros sentimentos a toda a famíliaenlutada e a toda a equipa de ‘O Despertar’”.

Chaves e Castro“A minha ligação tão forte à família Sousa faz-me dizer-vos:estou surpreendido e chocado com tão inesperada e tristenotícia. Acompanho-vos na dor. Vivendo longe (relativamente),estive sempre perto de vós porque a amizade não tem distâncias.Os meus sentidos pêsames à família e também ao Despertar.”

Fausto Linhares

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |077O COIMBRINHA

Pouco passava do meio dia. NaCasa dos Pobres, mais concre-tamente nos seus serviços admi-nistrativos que se situam no Largodo Romal, decorria uma reunião.Entretanto o telemóvel retiniu. Dooutro lado vinha a notícia, triste,abrupta, como que envolta emnegrumes doloridos de agoirentospresságios: “Morreu o dr. FaustoCorreia!… - “Afinal, o queridoAmigo que baqueou, de súbito,impotente de travar o salto trai-çoeiro da Parca temível, essamisteriosa divindade romana, quesustenta ter o direito à vida do serhumano.

Todos os dias morrem pes-soas de maior ou menor estaturapública, social, terrena. Mas aspessoas que compõem o estádiodo nosso mundo, da nossa cidade,das nossas aldeias, parafraseandoo dr. António Almeida Santos, nahomenagem ao professor doutorBissaya Barreto, “são como asárvores: crescem umas mais do

que as outras”. E Fausto Correiatambém cresceu no nosso conceitode calcorrear as veredas, tantasvezes sinuosas e ínvias do itineráriomundano que também apresentaemboscadas de traição, de opró-brio, que o querido Amigo combatiacom as armas da sinceridade, dainteireza de carácter. Neste mo-mento trágico em que os crepesda saudade drapejam ao vento dasrecordações que, no dizer deAntónio Feliciano de Castilho “sãoos únicos belos astros que ador-nam noite de velhice”, curvamo--nos, respeitosamente, sobre amemória” de quem, há mais detrinta anos era como que peçavaliosíssima do sagrado relicário danossa amizade, da nossa estima,como era – não temos dúvida – detantas e tantas pessoas com quemsustentava um relacionamentofranco, que é apanágio das pessoasde Bem, cujo coração está impre-gnado das flores mais belas datolerância e da santa virtude da

Fraternidade.Fausto Correia deixou-nos no

pendor da velhice da Mocidade.Lembro que, ainda em Julhopassado, perante a impossibilidadede marcar presença na mega-sardinhada que a Casa dos Pobresrealizou nas suas novas instalaçõesem S. Martinho do Bispo, porcompromissos das suas funções deeuro-deputado, mandou-me oseguinte cartão: “Caro AníbalDuarte de Almeida, PrezadoAmigo: Com os melhores cum-primentos, o Fausto Correia juntoremete o cheque n.º 6533756681,s/ o Millenium BCP, no valor deEuros 250 (duzentos e cinquentaeuros), que se destina a colaborar,ainda que modestamente, naconclusão das novas instalações da“nossa” Casa dos Pobres, naQuinta do Cedro, em S. Martinhodo Bispo. A minha vida é, hoje,passada entre aviões, de cá paralá e vice-versa. Nem oportunidadetive de comparecer à mega-sar-dinhada. Obrigado e parabéns peloseu exemplo”.

Quando, há muitos anos,

desempenhou funções no Go-verno Civil de Coimbra, ao deixaressas funções, mandou-me umcartãozinho que começava assim:“Na hora da despedida, os Amigostêm mais encanto”…

Quando, em princípios dadécada de 70, organizei convíviosem S. Martinho, com jornalistas,representantes dos jornais diáriosde Lisboa, Porto e Coimbra e dossemanários da nossa cidade, bemcomo elementos da EmissoraNacional, lá vinha o então “Faus-tito”, como lhe chamava o tambémsaudoso Amigo, seu tio Armandode Sousa, a tão simpáticas eoriginais jornadas, que além dojantar-convívio, com arroz demalandro e frango de churrasco,consagravam o jornalista do ano,eleito democraticamente por todosos colegas presentes, com umapeça artística de cerâmica, ofe-recida por esse grande artista eamigo Victor Eliseu, já falecidotambém, e um ramo de cravos dolugar de Fala, que o igualmentesaudoso amigo Basílio Baptistatrazia para o efeito. Dessas ter-

túlias faziam parte o cónego dr.Urbano Duarte, o padre NunesPereira, o Albano Rocha Pato,o Manuel Rodrigues dos Santos,o Álvaro Perdigão, o AntónioLourenço, o Varela Pecurto, oEduardo Pinho Simões, o SansãoCoelho, o José Maria dos Santos,o Penalva Rocha, o ValdemarPeixoto e mais uns tantos cujosnomes não me ocorrem.

Fausto Correia deixa-nosainda na flor da vida – vida queprocurou levar pautada pelossentimentos nobres do ternoempenho pela amizade. Talcomo Safo, a poetisa gregacitada por Torga, considerandoque a Morte não era boa elapreferia viver, tal como o queridoAmigo que tão depressa nosdeixou, sem tempo sequer delançar o seu protesto, comoTorga no últimoDiário, emRequiem pormim:E tenho penade acabar assim

Alberto Martins chocado com mortede “uma pessoa luminosa e solidária”

PS consternado com perda de “homemmuito amigo e fraterno”

Edite Estrela lamenta “perda irreparável”

Marinho Pinto lamenta“grande perda”

O líder parlamentar do PS, Al-berto Martins, declarou-se cho-cado com a morte do eurode-putado socialista Fausto Correia,seu amigo, que recordou como“uma pessoa luminosa e soli-dária”. “É muito chocante a mortedo Fausto Correia, um homem deenorme coração, amigo, gene-roso. Era uma pessoa luminosa esolidária”, afirmou o líder par-

lamentar do PS.Alberto Martins contou que

conheceu Fausto Correia emCoimbra, quando este era estu-dante finalista do liceu D. João III.

Referiu que Fausto Correiaera “socialista desde sempre” elembrou que, antes de ser euro-deputado, foi membro do Governoe deputado à Assembleia da Re-pública.“Deixa-nos uma saudade

imensa e fraterna”, acrescentouo líder parlamentar do PS.

O porta-voz do PS, Vitalino Canas,afirmou que o partido está cons-ternado a morte do eurodeputadosocialista Fausto Correia, quedefiniu como “um homem com-bativo, mas sobretudo muito amigoe fraterno”. “Recebemos estanotícia com grande tristeza, deixou--nos consternados. Morreu umsocialista de grande prestígio, umsocialista de grande gabarito”,

declarou o porta-voz do PS.Vitalino Canas lembrou a

longa militância de Fausto Correiano PS, os cargos que exerceu econsiderou-o “um homem com-bativo, mas sobretudo muito amigoe fraterno”. “É um grande cho-que”, acrescentou.

“Pessoalmente, convivi comele muitos anos no Governo, ondemostrou ser muito competente do

ponto de vista técnico e do pontode vista político”, referiu ainda oporta-voz do PS.

A líder da delegação do PS aoParlamento Europeu, Edite Estrela,afirmou à Lusa que a morte deFausto Correia constitui “umaperda irreparável”, destacando as“excepcionais qualidades políticase humanas” do eurodeputadosocialista. “Além das grandesqualidades políticas, era umapessoa com grandes qualidades

humanas, muito solidária, amigo doseu amigo, sempre disponível eempenhado”, comentou EditeEstrela, ainda em “estado dechoque” com a notícia da mortede Fausto Correia, de 55 anos.

“Estamos todos em estado dechoque. Nada levava a crer queisto acontecesse. Custa a acreditarque seja verdade”, declarou.

Requiem por Fausto Correia

Aníbal Duarte

O advogado António MarinhoPinto, que enquanto jornalistatrabalhou 10 anos com FaustoCorreia na delegação da antigaANOP, em Coimbra, considerouque a morte do eurodeputadorepresenta “uma grande perda”para a cidade. “Fausto era umverdadeiro ‘coimbrinha’, naquiloque esta palavra tem de mais beloe de mais dignificante para oshabitantes de Coimbra”, declarouMarinho Pinto.

O candidato a bastonário daOrdem dos Advogados enalteceu,assim, a dedicação que o antigocompanheiro sempre demonstrouà cidade, no jornalismo, na inter-venção cívica e na política.

Marinho Pinto salientou tertrabalhado cerca de uma décadacom Fausto Correia na ANOP, a

partir de 1978, quando o colegachefiava a delegação regional daagência, na Baixa de Coimbra, noedifício onde funcionou depois aLUSA. “Estivemos ali muitos anossó os dois a trabalhar”, recordouMarinho Pinto, que já tinha con-fraternizado com Fausto Correiana Associação Académica deCoimbra e quando frequentavama Faculdade de Direito da Uni-versidade de Coimbra.

O grão-mestre do Grande OrienteLusitano (GOL), António Reis,afirmou que a sua obediênciamaçónica está de luto com a mortede um dos seus mais “dilectosobreiros”, o eurodeputado socia-lista Fausto Correia.

“O GOL está de luto pelamorte de Fausto Correia, um dosseus mais dilectos obreiros, quechegou a exercer altos cargos seioda ordem”, declarou António Reis.

António Reis disse guardarde Fausto Correia “a memória deum homem profundamente ge-neroso, que se batia com deter-minação pelos nossos valores de

sempre: liberdade, igualdade,fraternidade, cidadania e laici-dade”. “Recordo também o empe-nhamento que ultimamente FaustoCorreia vinha a revelar na rea-ctivação da Liga Portuguesa dosDireitos do Homem”, acrescentouo grão-mestre do GOL.

GOL está de luto

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 8 O COIMBRINHA

Guilherme d’ Oliveira Martinsrecorda “cidadão activo e empenhado”

Victor Baptista lamenta“perda para Coimbra”O líder da Federação de Coimbrado PS, Vítor Baptista, lamentou odesaparecimento de Fausto Cor-reia, frisando que o eurodeputadodeveria candidatar-se à Câmara deCoimbra nas autárquicas de 2009.

“Contávamos com ele comocandidato do PS à Câmara Muni-cipal. Fausto Correia parte de ummomento para o outro, sem o ver-mos fazer esse combate”, declarou.

A morte repentina de FaustoCorreia, hoje, em Bruxelas, “é umaperda para o PS e para Coimbra”,sublinhou.

“Parte demasiado cedo umhomem solidário e fraterno queadorava a sua cidade e que tinhamuito para dar à vida”, lamentou opresidente da Federação do PS,revelando ter começado a sua vida

política, no partido, por influênciade Fausto Correia.

Vítor Baptista, deputado evereador da Câmara de Coimbra,recordou que o camarada falecido“ultrapassava as divergênciaspontuais”, no seio do PS, “com amaior das facilidades”.

PCP manifesta pesare consternaçãoO deputado do PCP AntónioFilipe lamentou a morte doeurodeputado socialista FaustoCorreia, de quem disse guardar“boas recordações” das “rela-ções cordiais” de trabalho naAssembleia da República.

“Foi com consternação quetomámos conhecimento do súbitofalecimento de Fausto Correia.Tivemos com ele, na Assembleiada República, relações de traba-lho muito cordiais, quer enquantodeputado quer enquanto secre-tário de Estado dos AssuntosParlamentares”, afirmou AntónioFilipe.

O vice-presidente da Assem-bleia da República manifestou pesarpela morte do eurodeputado, acres-centando guardar de Fausto Correia“boas recordações”.

Campos Coroa honra “académico dedicado”

O presidente do Tribunal de Con-tas, Guilherme d’Oliveira Martins,afirmou-se chocado com a mortede Fausto Correia, que recordoucomo “um cidadão activo eempenhado”.

“Foi um choque saber da mor-te de um amigo com quem trabalheimuito directa e intensamente”,afirmou Oliveira Martins.

O ex-ministro e antigo de-

putado do PS recordou FaustoCorreia como “um cidadão activoe empenhado para quem a vida ea política se confundiam”.

“Sempre o encontrei nocombate sem tréguas pela liber-dade e pela justiça - e agora poruma Europa mais humana.

Ainda agora nos deixou e jáfica uma enorme saudade”,acrescentou.

35 anos de vivências inesquecíveis35 anos de vivências inesquecíveis35 anos de vivências inesquecíveis35 anos de vivências inesquecíveis35 anos de vivências inesquecíveisA Ana Wilson telefonou à minha filha Luisa e esta avisou-me.Desabaram sobre mim 35 anos de vivências inesquecíveis.Conhecemo-nos em 1972.O ideal comum juntou-nos numa luta comum pejada de alegrias ede tristezas, mas não foi isso que nos tornou Amigos/Irmãos: foi aternura, o carinho, o verdadeiro interesse e a dedicação ao outrocom que o Fausto impregnava o seu relacionamento.Ele unia-se aos outros numa óptica de fraternidade -fossem quem fossem os outros! Partiu. A morte (quenão a vida) tem destas injustiças relativas, masdolorosas: ele foi na pujança da vida e eu, já fora deprazo, fiquei!Até breve... Júlio Correia

Nestes momentos tão particularmente violentos edolorosos em que todo o nosso ser treme empermanente convulsão psicológica, onde o desgostoenorme parece materializar-se ganhando a forçado vácuo, de ausência insuportável como se deum “buraco negro” cerebral se tratasse, não meocorre nada melhor senão abrir a minha janela edeixar entrar o ar a jorros, o ar que também é teuque é parte de ti, aqui nesta baixa da nossa amadaCoimbra que tão elevadamente serviste.

Nesta transcendente situação em que secomeça a tomar consciência de que já não te vamosencontrar na nossa barbearia para partilhar dosenso de humor que tão saudavelmente partilhavascom os teus amigos… que já não teremos asatisfação do telefonema a agradecer os “cartoon’sdo “Chico Melenas”… ao concluir que nãocontinuaremos a ler os “Alvorada” no teu (nosso)“Despertar”, tão carregados da tua personalidadepolítica, mas também do Homem que eras…nãome ocorre nada mais estimulante do que recordaras nossas vidas.

Na juventude, chegados das aulas do liceu D.João III, onde nem estudávamos muito porque osprofessores eram tão bons que, mesmo semsermos particularmente atentos, (e eles tanto seesforçavam para que o fôssemos) conseguiram omilagre de nos transmitir culturas, saberes,conhecimentos, cidadania, respeito, compa-nheirismo; foi já nessa altura que notámos pelaprimeira vez que terias alguma deficiência nessecoração que agora tão prematuramente deixou debater…

Cansavas-te muito para a tua idade…essecoração que era tão grande que sempre respondeua quem necessitava…

Lembro-me bem quando nos juntávamos no“Texas” da D.Luísa, onde namorávamos as Maria

O antigo presidente da Acadé-mica Campos Coroa, que suce-deu a Fausto Correia na liderançado clube de futebol dos estu-dantes, recordou o eurodeputado,como “cidadão impoluto e fra-terno”.

“Era um académico dedica-do”, declarou o médico, frisandoque assumiu a liderança da

Briosa, em 1995, quando FaustoCorreia passou a integrar oGoverno de António Guterres.

Campos Coroa disse queFausto Correia “era amigo do seuamigo” e “mostrava a sua ami-zade quando as pessoas maisprecisavam”.

“Homens como este fazemfalta ao país”, concluiu.

de Lurdes, as Maria Helenas, as Fátimas…enfim,as raparigas que mais tarde se transformaram nasmães dos nossos filhos, o teu trato fino para comtodos e a tua preciosa amizade.

Recordo sobretudo o enorme legado desolidariedade que deixaste…quando o Manel ficousem o seu estabelecimento comercial consumidopelo fogo, foste tu a força matriz que a todosmobilizou e que revitalizou o negócio…eras aindaum rapaz! Mais tarde…décadas mais tarde, quandoevitaste que ele cometesse um acto tresloucadoporque a vida lhe fôra adversa…

Recordo quando te pedi ajuda para tratar damãe que precisava dos cuidados competentes deum lar, que tu imediatamente te prestaste aresolver…

Recordo o amigo Raposo que veio do Brasilem dificílima situação, doente, amputado de umaperna…arranjaste-lhe a reforma de que vive e umtecto onde é acarinhado e tratado.

São inúmeras as recordações em que, nacompanhia do Carlos Nobre, do Fausto Choila, doCarlos Andrade, do Manuel do Eldorado, do Nini ede outros tantos, nos divertíamos na PraçaVelha…até que o pai Fausto chegava e fazia de paide todos nós… “Pra casa, toca a estudar!…” Enós, íamos!…

Este ar que me entra pela janela vemimpregnado da tua presença, talvez um pouco menosfresco porque já não o respiras mas vai estar semprepor cá, lembrando que eras um Homem bom, dequem já temos saudades.

Até sempre,Fausto, até sempre!

Belisário

Até sempre, Fausto, até sempre!

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Até Sempre, Fausto !Há momentos que desejamos que não existam ou que por nós nãopassem.

A notícia do que aconteceu ao Fausto Correia, é disso exemplo.Fausto, para nós que convivemos com ele, não desapareceu,

pois se há homens que não podem ser arredados da memóriacolectiva, o Fausto é um deles.

Não posso esquecer nesta hora que nos delicera o coração, ohomem que conheci há 15 anos numa situação particularmente dificilpara mim, e que foi dos poucos, que se me dirigindo, mecumprimentou com um forte abraço e me manifestou a sua totalsolidariedade. Ali estava o Fausto, homem solidário.

Não posso esquecer o caminho político desde aí trilhado, quese transformou em reconhecimento e amizade, e que passei a tercomo referência, pois desde aí, muitos momentos, aliás osfundamentais e determinantes na minha vida, sempre tiveram comobase a conversa amiga e fraterna com ele. Ali estava o Fausto,homem amigo e fraterno.

E na passada quinta-feira, mais uma vez me socorri do Fausto,para ouvir a sua voz avisada, para ouvir a sua opinião, para ouvir oseu conselho, numa conversa, que o levou a dar-me dois conselhos.Um deles de imediato o cumpri. O segundo há-de ser cumprido emais do que isso lutarei por ele, honrando o precioso conselho queme deixou. Ali estava há dias o Fausto, o homem conselheiro.

Que mais posso dizer de um homem, que todos sabemos quenos vai fazer falta, pois muitos de nós quando a dúvida nos acercava,sabiamos a quem nos poderíamos dirigir, pois ele, o Fausto estariasempre disponível para conversar, para atender o telemóvel, senãoera no momento, ao final do dia lá entrava emcontacto com quem precisava da sua ajuda. Era oFausto, o homem sempre disponível para ajudar.

Camarada e amigo Fausto, muita coisa ficoupor fazer que certamente gostarias de concretizar.Saibamos todos honrar o teu desejo.

Um até Sempre, Fausto !Carlos Cidade

A derradeira viagem de Fausto CorreiaFausto Correia, o director de “O DESPERTAR”, acaba de partirpara a grande viagem deixando-nos atónitos com esta “despedida”,em Bruxelas, o genuíno Coimbrão, que situava a cidade de Coimbraentre o idealismo e o progresso hodierno, inteligente, culto, oradormuito significativo em mil vertentes do pensamento foi um lutadorintansigente pelos ideais republicanos e democratas.

Morreu o nosso Director. A cidade e o país perdem umaconsciência social na sua actividade política que testemunhou todaa sua acção cívica por uma geometria intelectual rara, esteticamenteevoluído colocou acima de tudo o “interesse regional” numa profundareflexão num diálogo transversal e onde a liberdade de expressãotomou o lapidar sentido cartesiano.

Figura de enorme prestigio prestou relevantes serviços ao país,como governante, como autarca, como homem da cultura, emmomentos ingratos para a Europa, a sua voz fez-se ouvir emBruxelas, em exposição tranquilamente arguta que bem podia ser o“filósofo de tempos de crise” em argumentações provenientes dosaber, do estudo, da linguagem cheia da dimensão humana.

Desde criança que lidei com Fausto Correia, o Faustito, e agorasentia-me radiante por vê-lo a dirigir o mais antigo Jornal da Cidade.

Ficámos mais pobres. As suas reflexões semanais dentro dasua postura estético-filosófica, coerentes, ilustrativas, eram na suapena brilhante o Mundo em mutação, onde o Homem, comoProtágoras, era o centro.

Já estamos a sentir a eterna saudade. O dr. Fausto Correia,era para nós, um ente de família.

A ética, a moral, o civismo, a cultura, o amor ao país,particularmente, à sua e nossa COIMBRA, foi o seu breviário.

A sua personagem vai permanecer na nossamemória, nesta redacção, não abstractamente masnuma realidade concreta, histórica, e social, e naalegria que ele punha em tudo por Coimbra e pelosvalores mais condizentes com as relações humanas.

O seu exempo é lição para os que ficaram nestaredacção. Até breve, AMIGO!

Manuel Bontempo

Fausto, um grande abraço!Tantas vezes homenageaste o Torga, que nesta hora extrema elegostaria decerto de te poder também homenagear. E como podiafazê-lo melhor do que enviando-te um poema?

Pela nossa parte, eu e a Fernanda, aqui em casa, escolhemosser mensageiros deste poema do Miguel Torga, para assim tedarmos um abraço que é já de uma saudade sem medida.

COMBATEManhã do mundo que não amanheces!Tantos poetas a cantar na sombra,E nenhuma alvorada se anuncia!Somos nós maus profetas no degredo,Ou és tu, sol da vida, que tens medoDe iluminar a nossa profecia?

Rui Namorado

Faustito, até já“Estranho destino este. Estranha perfeição adeste mundo imperfeito. Além, aí algures nestejornal, escrevo sobre a morte de um ex--colaborador, amigo exemplar. Aqui tenho queredigir uma nota sobre a morte de Fausto Correia,intempestivamente acontecida ao princípio damanhã de terça-feira. O “Faustito”, como otratava há mais de 30 anos, deixou-se vencer pelamorte, ele que em tudo o mais era um lutadordestemido. Homem público, um homem e umpolítico em peregrinação constante, tevedificuldade, ao longo das últimas dezenas de anos,em se refugiar dos excessos a que a vida socialtão activa quanto a dele pode conduzir. Vida activano exercício das funções variadas que foidesempenhando, mais activa ainda por ser umhomem bom, um cavalheiro distinto, um amigosincero, um verdadeiro homem de Coimbra que,por não saber dizer não nem às pessoas nem àscausas, era uma porta nunca fechada sempre queo solicitavam. Por não saber dizer não, por nãosaber negar a ajuda solicitada por alguém, pornão recusar nunca uma causa que tivesse empano de fundo Coimbra trajando o seu fatodomingueiro de ética revestido, Fausto Correia,que se sabia doente, preferiu morrer lutando, aviver desistindo.

Coimbra perdeu um dos seus homens bons.Diria até, perdeu um dos seus melhores. Traídopelo coração generoso, estou certo que morreucomo gostaria de ter morrido. No seu posto detrabalho, assumindo-se como se a vida fosseinfinita, caiu de pé, com a certeza que em todosnós deixa um rasto de mágoa, de admiração, deprofunda saudade. Fomos contemporâneos. Emtudo. Desde a Faculdade ao Jornalismo. Dopolítico sério ao observador atento. Unidos pelosmesmos ideais. Comprometidos com Coimbra.Servidores da verdade. Ele foi longe, eu fiquei--me por aqui. À distância de um contactointermediado pela fiel secretária, aquela Gracindaque era já uma parte do próprio Fausto Correia.Por onde passou, pelas causas por que se bateu,pelos ideais por que lutou, foi sempre um honradocidadão e combatente, adversário leal e frontal,companheiro das boas e das más horas. Por ondepassou, assumiu-se sempre como um homem deCoimbra, terra que amava e conhecia comopoucos, deixando atrás de si um rasto de respeitoe admiração. Amigo íntimo de Torga, de MárioSoares, António Guterres, António Campos,António Arnaut e outros mais, trocou uma dúziade anos de vida pela entrega aos outros e àscausas em que acreditava e que assumia comosuas. A morrer, ele que da vida tanto gostava, decerteza que preferia morrer agora, lutando, do

que acomodando-se atrás das trincheiras ondese refugiam os políticos sem dimensão. E ele queme desculpe, lá longe no lugar para onde foi eonde só mora o pensamento e a imaginação, eutambém preferi que morresse agora, a que ofizesse depois de vender ao desbarato aintegridade que sempre lhe conheci. Coisa queele nunca faria, eu sei. Mas para resistir iria sofrermuito mais, logo ele que já pagara cara a coragemde muitas vezes dizer “eu não vou por aí”.

Muitos de nós perdemos uma pessoa debem. A sua família, muitas vezes sacrificada pelasua dedicação às causas do mundo, aguardavaansiosa a hora da compensação. Que não viráem forma de tempo. Mas que está aí na dorprofunda sentida por milhares e milhares depessoas, pelo luto de que Coimbra se vestiu logosoube da sua morte, com as pessoas a olhar ochão, como que em busca de um porquê que odestino reserva sempre para si. Estranha eescassa compensação, eu sei, quando analisadasobre o corpo quente de quem partiu. Mas otempo dirá o quanto a honra valerá como lenitivocompensador, sobretudo para a família daquelesque a viver, se recusariam a fazê-lo sem ela.

Perdi um dos grandes amigos da minhavida, logo eu que há anos me compatibilizei coma morte, como se ela da própria vida fizesse parte.Mas ninguém rouba a vez a ninguém. O Faustofoi na sua vez, que não no seu tempo. Mas viveuo suficiente para deixar em mim uma mágoa que,de mãos dadas com outras mágoas, manterádentro da minha alma o peregrino rebelde quesempre fui. Como eu gostaria que Deusreservasse para mim destino idêntico: morrer depé, de mãos dadas com a lealdade e a integridade!Para quem pensa que a vida para além da mortenão vai além da memória e da saudade dos queficam, a mais não posso aspirar.

Faustito, até já.”Lino Vinhal

“A minha maior ambição éver os meus filhos, Miguel,António e José, rapidamentecom um canudo. Em 2009,deixo o Parlamento e esperopassar a ter uma semana dequatro dias de trabalho.Provavelmente, passarei adedicarmais tempoao Despertar.”

FAUSTOCORREIA

O COIMBRINHA

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“Olivais ficoumuito mais pobre” “Foi com enorme emoção, quea família olivanense foi surpre-endida com a notícia do faleci-mento do nosso presidente daAssembleia-Geral.Aos 55 anos de idade, FaustoCorreia foi atraiçoado pelo co-ração. Esteve sempre disponívela ajudar o seu Olivais, clube deque era sócio desde 1972. Aindarecentemente se desdobrou emvárias reuniões para ajudar aencontrar as melhores soluçõespara o Olivais Futebol Clube.Fausto Correia tomou possecomo presidente da Assembleia--Geral em 1996, cuja direcçãoera presidida por José AugustoBrito Xavier. Manteve-se sem-pre em funções até à sua ines-perada morte, colaborando comtodos os outros presidentes dadirecção: Valdemar Pinho, An-tónio Albuquerque, Carlos Gon-çalves (dois mandatos) e agoracom Carlos Ângelo.Com o desaparecimento deFausto Correia, o Olivais ficoumuito mais pobre. Morreu umdos sócios que mais se destacounacional e internacionalmente.À Família enlutada, a Direcçãodo Olivais Futebol apresenta assuas mais sentidas condolên-cias.”

A Direcção

VOTO DE PESARO Dr. Fausto Correia desempenhou ao longo da sua vida vários

cargos públicos a nível municipal e a nível nacional.A sua vida pautou-se por uma luta constante na defesa dos ideais

da democracia, da solidariedade e da Paz.A sua forma de estar granjeou-lhe muitos amigos, mesmo entre

aqueles que não compartilhavam as suas opções político--partidárias.

O Dr. Fausto Correia era um Homem bom, muito generoso quedefendia com determinação os valores da liberdade, igualdade,fraternidade e cidadania.

Foi um Homem muito fiel às suas amizades e ao interesse danossa região.

O seu desaparecimento constitui uma enorme perda paraMiranda do Corvo, para a região e para o País.

Assim, a Câmara Municipal de Miranda do Corvo e a AssembleiaMunicipal de Miranda do Corvo manifestam pesar pela sua morte,apresentando aos seus familiares e amigos as mais sentidascondolências.

Paços do Município de Miranda do Corvo, 10 de Outubro de 2007

A Presidente da Câmara MunicipalDr.ª Fátima Ramos

O Presidente da Assembleia MunicipalDr. José Manuel Simões

Pelos Autarcas do Partido SocialistaEng.º António Simões

Municipio de Miranda do Corvo

O eurodeputado do CDS-PP LuísQueiró declarou-se “chocado” coma morte de Fausto Correia elamentou a perda do antigo com-panheiro de liceu em Coimbra.

“Estou chocado com a notíciainesperada da morte dele (...) Emmeu nome e do CDS-PP, queriaapresentar sentidas condolências àfamília”, afirmou Luís Queiró.

O presidente da mesa doCongresso do CDS-PP recordouFausto Correia como “amigo ehomem político”. “Tinha enormesqualidades humanas e valorizavasobretudo a amizade, apesar dasnossas diferenças políticas. Recor-do também o homem político: em-bora tivéssemos seguido caminhosdiferentes, sempre foi solidário eempenhado naquilo em que acre-ditava”, salientou o eurodeputadodemocrata-cristão.

Luís Queiró recordaamigo e homem político

Amigos desde a época deliceu, em Coimbra, Fausto Correiae Luís Queiró integravam ambosa comissão parlamentar de Trans-portes e Turismo. “Tivemos oportu-nidade de muitas vezes colaborarem matérias de interesse comumpara Portugal”, sublinhou Queiró,garantindo que os eurodeputadosnacionais irão continuar a “honrara memória” de Fausto Correia emBruxelas.

O presidente da Comissão Euro-peia, Durão Barroso, lembrou oeurodeputado socialista FaustoCorreia como “um europeístaconvicto e um político empe-nhado”. “O dr. Fausto Correia eraum europeísta convicto, um políticoempenhado e um deputado portu-guês muito apreciado nas insti-tuições europeias”, afirmou.

O presidente da comissão eex-líder do PSD manifestou ainda“as mais sinceras condolências” à

Durão Barroso recorda“europeísta convicto”

VOTO DE PESARDR. FAUSTO CORREIA

“ O Sindicato dos Bancários do Centro e a Delegação da RegiãoCentro da UGT – União Geral de Trabalhadores, associam-se, nestahora de pesar, ao luto que cobre a cidade de Coimbra e a RegiãoCentro, pelo trágico e inesperado desaparecimento do Dr. FaustoCorreia.

Figura incontornável do meio político e académico de Coimbrae de Portugal, honrou a sua região e as suas gentes com os seusdesempenhos nas várias funções que foi ocupando ao longo dasua ainda curta, mas rica e preenchida, vida.

É com profunda tristeza que os Corpos Gerentes do Sindicatodos Bancários do Centro, em representação dos seus milhares deassociados, beneficiários e trabalhadores, e o Coordenador daDelegação da Região Centro da UGT – União Geral de Trabalhadores,em representação de todos os seus sindicatos filiados, manifestamas mais profundas e sinceras condolências à família enlutada, aoPartido Socialista, a Miranda do Corvo e à cidade de Coimbra.

Pela UGTDelegação da Zona Centro

O CoordenadorFrancisco Carapinha

Pela Direcção,O Presidente,Carlos Silva

família de Fausto Correia e ao PS,partido a que o eurodeputadopertencia.

Não basta um coração grandepara impedir tão grande injustiça“Interrogo-me se não há qualquer injustiça,imanente ou transcendente, na morte de umhomem aos 55 anos e quando se esperava aindatanto dele”. Foi com esta dúvida que AntónioArnaut reagiu ao desaparecimento do seu/nossoamigo Fausto Correia. “A vida não foi justa paracom o Fausto”, não hesita em concluir, de imediato,o advogado e fundador do Serviço Nacional deSaúde.

“A vida não foi justa para com o Fausto”.Nem para com quem é/era seu amigo, para comquem dele esperava tanto, para com a de-mocracia, o país e Coimbra. A vida foi injustapara com o Fausto. Mas também muito, muitoinjusta para connosco, que perdemos o homemsolidário e fraterno, generoso e afectivo,disponível e grande, empenhado e tolerante, o

amigo.São tantos os amigos que deixaste, Faustito!

Sabias fazer e ter amigos como ninguém. Dentroe fora do teu PS, da tua Académica, da tuacidade… A vida não foi justa para contigo, não foijusta para connosco. Fica o teu exemplo. Não épouco, nada pouco. É muito, mesmo muito. Mastu merecias mais, nós esperávamos ainda mais.Ainda mais. E temos a certeza que não te cansariasnunca.

Sabemos agora, Fausto. Agora,como poucas vezes, muito poucas,terá sido e será, com a tua partida,demonstrado. Não basta ter umcoração grande, para impedir tãogrande injustiça.

CondolênciasTêm sido inúmeras as mensagens de apoio que têmchegado ao jornal “O Despertar” neste momento de luto.Toda a equipa agradece as condolências de:

Fátima Ramos, Carlos Ferreira, Maurício TeixeiraMarques, Artur Serra, Fernando Ribeiro, Délia AdãoGomes, Manuel Subtil, Rui Neves, José Soares, LinoCraveiro, Manuela Carranca Redondo, Susana CarrancaRedondo, Arminda Linhares, Fausto Linhares, AdrianoBento, José Marieiro, Carlos Daniel David, José FrotaAntunes, Afonso Barbosa, Jaime Ribeiro, RicardoStricker, António Mingocho, Rosa Abreu, Maria EmíliaSeabra, Cecília Patrocínio Tavares, João Fernandes,José António Franco, Alberto Martins, Guida Menezes,António Sousa Marques, Fernando Reis Chim, CarlaGisela Silva, Julieta Esperança Carvalho, Direcção daDelegação da Zona Centro da Associação Nacional deDeficientes e Sinistrados Trabalho, Administração daMatobra, Ana Madalena, Fernando Ribeiro, Silva Santos,Jorge Lé, Jorge Peixoto, Rui Peixoto, José João MatosMaria, Joaquim Querido, Fernando Raposo, GabrielaGodinho, Maria Luísa Amaral, Maria Helena Toscano,José Lopes, Nuno Loureiro.

João Fonseca

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Democracia mais pobre“É com enorme consternação epesar que registo o desapare-cimento de uma figura incon-tornável da democracia portu-guesa.

Defensor insistente e persis-tente da Região e de Coimbra, oDr. Fausto Correia assumiu-sesempre como uma referência daactividade política, cívica e social.

A amizade e a admiração nãoconhecem cores políticas, por issoé com tristeza que verifico a perdade uma pessoa de grande valor,deixando a Região de luto e avivência democrática mais pobre.

À família, aos amigos e aoPartido Socialista apresento asminhas sinceras e sentidas condo-lências.” Luís Leal

Uma vida incrível de dádiva“Alheio a todos os credos políticos ou religiosos, Fausto Correia édigno do respeito pela sua memória. Amigo ímpar, fraternal, sempredisponível, com vida incrível de dádiva de quem dele seaproximava, deixa em Coimbra um vazio e quiçá em Portugal.

Perdemos o contacto com um ‘HOMEM’ um ser humanoinigualável.

Estarás sempre connosco.Um abraço fraterno.”

Fernando Ribeiro

Uma fraterna amizade, um sentido adeus“Um dos aspectos negativosdesta profissão de jornalista é aobrigatoriedade de lidar quo-tidianamente com a Morte, defazer dela protagonista de muitodo espaço de cada edição detodos os jornais.

Mas essa rotina, involun-tariamente mórbida, vai criandoem nós, tal como nos leitores, umainconsciente carapaça, mais oumenos sólida, razoavelmenteimpermeável, que o instinto dedefesa nos obriga a envergar paranos proteger das cruéis agressõesda Natureza – que, de formadespótica, se sente no direito(talvez na obrigação…) de roubara Vida que concebe.

Daí que as notícias de catás-trofes em que morrem milharesde pessoas por esse Mundo alémnos não provoquem, as mais dasvezes, senão um mecânico desa-bafo de pena, que depressa édiluído pelo caudal impetuoso dasfelicitações e dos pequenos pro-blemas da vidinha nossa de cadadia.

Coisa bem diferente sucedequando a Morte nos toca de perto,quando nos leva um familiar ouum amigo.

Pois foi isso que me sucedeuontem, quando a notícia, brutal, mechegou, de manhã, pelo telefone,através da voz comovida, quaseembaraçada, de um amigo co-mum: “olha, é para te dizer que oFausto morreu …”

De repente tudo pára!Por momentos queremos

crer que não ouvimos o queouvimos, ou que entendemos mal,ou que deve haver ali qualquerconfusão, ou que…

Mas a voz amiga não nosdeixa margens para fuga. Acres-centa pormenores. Confirma aqui-lo que pretendíamos não terouvido, que desejávamos nãotivesse acontecido.

Ainda em choque, poisámoso telefone.

E, inevitavelmente, logo voltaatrás, no registo da memória, agravação da nossa existênciacomum, e nos surgem tantas

imagens com espantosa nitidez,desde o passado longínquo até aomais recente.

Desde os tempos de miúdos,de calções no D. João III, até àsconversas de há escassos dias,passando por tantas confidências(que só a amizade fraterna con-sente e que a divergência de opi-niões nunca impediu), por muitascumplicidades, por algumas lou-curas…

Este retorno ao passado éinterrompido, a espaços, portelefonemas de outros amigos,também eles incrédulos, a sentiremnecessidade de partilharem cons-ternações.

E são tantos os amigos doFausto!

Dos mais humildes até àsdestacadas figuras da cena inter-nacional. E esta circunstância ébem mais eloquente do que todasas palavras que eu aqui conseguialinhar.

Quem, ao longo de poucomais de meio século de vida, foiconquistando tantos e tão bonsamigos, até mesmo no campo dapolítica partidária – muitas vezesmesquinho!… - só pode ser umapessoa de qualidades raras.

E o Fausto Correia era-o, defacto!

Para atenuar a dor destaenorme saudade que me aperta opeito convenço-me de que oFausto foi feliz.

Desde a infância brincalhonana Baixa de Coimbra, até aotrabalho no Parlamento Europeua que ascendera há dois anos.

Foi um jornalista corajoso nostempos em que tal não era nadafácil.

Foi um político combativo,que logo muito jovem teve funçõesde responsabilidade no GovernoCivil de Coimbra, como adjunto deFernando Valle (uma das suasreferências éticas, juntamentecom Miguel Torga), nos anosagitados que se seguiram àRevolução de Abril. Mais tardeassumiu funções governativassem que tal lhe afectasse asimplicidade – ao contrário de

outros que se põem em bicos depés mal alguém lhes atira umamigalhas do Poder…

Foi um socialista conse-quente, sempre disponível paratodas as missões de que o incum-biram.

Mas foi também um políticoque respeitava os seus adversáriose que por eles era respeitado, emtodos os quadrantes ideológicos.

Foi um gestor público íntegroe rigoroso.

Foi um desportista apai-xonado pela sua Académica, aque presidiu de forma abnegada,mas igualmente fervoroso apoian-te e dirigente do Olivais.

Foi um cidadão exemplar,sempre empenhado em causasnobres, desde os Bombeiros Vo-luntários até outras instituiçõesaltruístas.

Foi um chefe de família de-dicado, que sempre procuroucompensar as esforçadas ausên-cias com uma constante ternurapelos três filhos e uma incomen-surável admiração pela Mulher(muitas vezes me disse que tinhade erigir uma estátua à Lurdes,companheira sempre tolerante,sempre disponível para o apoiar).

Queria ser presidente daCâmara de Coimbra – e terá sidoesse o único dos seus grandessonhos que não chegou a concre-tizar-se.

E foi uma pena para Coim-bra!”

Jorge Castilho

Profunda tristezapela perda de um amigo“Ao tomar conhecimento dotrágico falecimento do Dr. FaustoCorreia, o Presidente da CâmaraMunicipal de Vila Nova dePoiares, Jaime Carlos MartaSoares, em seu nome pessoal eem nome do Município de VilaNova de Poiares, não pode deixarde manifestar a sua profundatristeza pela perda deste seuamigo pessoal, político de grandevalor que exercia as suas funçõesno Parlamento Europeu comoeurodeputado Português, e dessegrande académico que tendo sidoPresidente da AAC/OAF, divi-diu a sua carreira entre o dirigismodesportivo, o jornalismo e apolítica.

Numa hora tão difícil comoesta, de consternação e luto,

endereço as mais sentidas condo-lências à sua esposa, filhos edemais família, ao Partido Socia-lista, à Assembleia Municipal deMiranda do Corvo, ao Jornal “ODespertar” e a todos os seusamigos.”

Jaime Soares

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“É esta homenagem que lhe deixoem três palavras: era um cidadãoexemplar, um amigo irrepetível eobrigado Fausto! É uma responsa-bilidade que nos fica saber inter-pretar e respeitar a herança políticaque nos deixou. O Fausto sabia fazeruma expressão rigorosa e humanada palavra amizade. É um grandevazio que fica.”

Armando PereiraIn Diário As Beiras

“Era um grande amigo de Coimbra,de toda a gente, independentementede cores políticas. Coimbra perdeuum grande amigo e acredito que estáhoje de luto. A semente que FaustoCorreia deixou vai transmitir-sedepois da sua morte. Os seus valo-res e o seu pensamento ultrapas-sam-no a ele próprio.”

António Luzio VazIn Diário As Beiras

“É uma perda muito significativa paraa política nacional. Era um homembom que tinha uma participaçãocívica muito importante.”

Isabel DamascenoIn Diário As Beiras

“Coimbra e a região perderam um dosgrandes defensores. Além das diver-gências partidárias, aprendi com elemuita coisa. Era uma pessoa quequando acreditava num projecto nãotinha barreiras ideológicas. Ajudavatodas as pessoas, independente-mente de todas as ideologias polí-ticas. Um homem de extrema gene-rosidade, que punha acima de tudoas suas relações de amizade pessoal.”

Maurício MarquesIn Diário As Beiras

“São mais de 30 anos de amizade.Estou profundamente sensibilizadoe triste com esta perda ingrata eprematura. O Fausto Correia é umcidadão que se empenhou sempre navida da cidade, por isso, hoje foi umabandeira de Coimbra que foi arreada.Pela sua personalidade, fraternidade,carinho com que tratava os amigos etodas as pessoas. Penso que a nossacidade tem uma dívida de gratidãopara com o Fausto.”

Manuel MachadoIn Diário de Coimbra

“A sua morte é um profundo choquee uma perda irreparável. Foi umcidadão exemplar e todos quantos secruzaram com ele ficaram seus ami-gos. Era o príncipe perfeito da amizadee da solidariedade. Guardo pequenosgestos e grandes atitudes de umhomem que nunca esquecerei. Culti-vou o nome de Coimbra como pou-cos. O país perde um grande homeme Coimbra despede-se de um dosmais verdadeiros filhos da cidade.”

José Manuel PortugalIn Diário de Coimbra

“Nunca poderei pagar a Coimbra tudo o que me deu. Limitar-me-ei a pagaros juros dessas dádivas. Coimbra deu-me a família, o curso, os amigos, astertúlias e a Académica, que para mim não é um clube mas uma paixão”.

FAUSTO CORREIANa “Quebra Costas” do “Campeão das Províncias”, em Março de 2004

Fausto de Sousa Correia faleceu na madrugada deterça-feira, aos 55 anos. Vítima de ataque cardíaco, este“verdadeiro amigo”, assim apelidado por todos quantoscom ele lidaram de perto, acabou por sucumbir no seuapartamento em Bruxelas.

Nascido em Coimbra, na Freguesia da Sé Nova, a29 de Outubro de 1951, Fausto Correia formou-se emDireito pela Universidade de Coimbra, repartindo a suavida entre o jornalismo e a actividade política. Ojornalismo sempre esteve presente na sua vida, tendocomeçado a escrever, aos 14 anos, no jornal “ODespertar”, actualmente com 90 anos e propriedadeda família. Esta ligação manteve-se sempre ao longo davida, assumindo actualmente o cargo de Director dojornal, o mais antigo da cidade, a quem o ligavaminquebráveis laços afectivos.

Jornalista do “República”, co-fundador de “A Luta”e chefe da Delegação Regional Centro da ANOP –Agência Noticiosa Portuguesa, regeu a cadeira de“Iniciação ao Jornalismo” no Liceu D. Duarte, emCoimbra. Durante nove anos, de 1983 a 1992, fez partedos sucessivos Conselhos de Administração da RDP –

Fausto Correia (1951-2007)

Traído pelo bom coração aos 55 anos…Radiodifusão Portuguesa. De Abril de 1992 a Outubro de1995, foi Vice-Presidente da Direcção-Geral da Agência Lusade Informação, CIPRL.

Ocupava ainda a função de presidente das Assembleias-gerais de António de Sousa (Herdeiros), Lda., empresaproprietária d’ “O Despertar”, de que era Director desde14 de Outubro de 2005 e cujo capital social é pertença integralda Família.

Foi, ainda, deputado socialista, membro do XIII e doXIV Governos Constitucionais: Secretário de Estado daAdministração Pública (1995-1999) e, sucessivamente,Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Secretáriode Estado Adjunto do Ministro de Estado e SecretárioAdjunto do Primeiro-Ministro (1999-2002). Eleito deputadopelo Círculo de Coimbra à Assembleia da República na IVLegislatura, foi reeleito nas VII, VIII e IX Legislaturas. Alémde eurodeputado eleito em 13 de Junho de 2004, FaustoCorreia era actualmente deputado à Assembleia Municipalde Miranda do Corvo e presidente da Mesa da ComissãoPolítica da Federação de Coimbra do PS, estrutura de quefoi o líder entre 1978 e 1980 e entre Março de 2002 e Abrilde 2003.

Militante do PS desde 1974, foi (desde Maio de 1992 eaté Outubro de 2000) Secretário-Coordenador da FederaçãoDistrital de Coimbra, cargo que já desempenhara entre 1978e 1980; em Março de 2002, voltou a liderar a Federação deCoimbra, enquanto Coordenador da Comissão ExecutivaDistrital, estrutura transitória que cessou funções no XICongresso Federativo (realizado em Abril de 2003). Membrodo Secretariado Nacional desde Março de 1994 e darespectiva Comissão Permanente desde 1996 e até aoantepenúltimo Congresso Nacional, em 2002, onde foi eleitomembro da Comissão Nacional, primeiro, e da ComissãoPolítica Nacional, depois. Voltou a ser eleito membro daComissão Nacional no XV Congresso Nacional, que decorreuem Santarém nos dias 10, 11 e 12 de Novembro de 2006.

Foi dirigente da Associação Académica de Coimbra, co--fundador do Clube Académico de Coimbra, Vice-Presidenteda Assembleia-geral da Académica/Organismo Autónomo deFutebol e Presidente da Direcção da Associação Académicade Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol, de Maio aOutubro de 1995, e integrava o seu Conselho Académico.

Desempenhou igualmente, entre outras, as funções deVogal da Junta Distrital de Coimbra; Vice-Governador Civilde Coimbra; Presidente-Substituto e Vereador da CâmaraMunicipal de Coimbra; Secretário do Conselho Fiscal daAssociação Atlântica dos Jovens Dirigentes Políticos;Deputado à Assembleia Municipal de Coimbra; Presidenteda Mesa da Assembleia-geral da Associação Humanitária dosBombeiros Voluntários de Coimbra; membro da Direcçãodo Instituto de Imprensa Democrática (IID); e Presidenteda Assembleia Municipal de Miranda do Corvo (2001-2005).

Actualmente, ocupava o cargo de Presidente da Mesada Comissão Política da Federação de Coimbra do PS,

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0713O COIMBRINHA

“Fiquei muito surpreendido com a suamorte. Fausto era das pessoas do PScom quem eu tinha o privilégio detransmitir tudo o que pensava. Querosublinhar essa capacidade que eletinha de, em todos os momentos – aténos mais conturbados de maiordivergência –, falar desassombrada-mente e sem receios. [A sua morte] éum empobrecimento político.”

Jorge Gouveia MonteiroIn As Beiras

“Era um homem ‘probo’, de umahonradez e de uma seriedade abso-lutamente acima de qualquer suspeita,tinha um grande humanismo, um gran-de sentido de tolerância, de solida-riedade e de justiça, a que se juntavamais três qualidades políticas: acoragem, a coerência e a memória.”

Rui AvelarIn Campeão das Províncias

«Distinguia-se pelas suas qualidades– nobreza de carácter, integridade ecoerência de ideias. Tinha um pro-fundo apego aos conceitos de liber-dade individual e democracia plena.Lamento que tenha partido deixandopor concluir o que desejava para acidade que o viu nascer».

Francisco RodeiroIn Campeão das Províncias

Perdi o meu melhor amigo, de há 36anos, o meu companheiro de boas emás recordações, dos momentos emque sempre estivemos juntos. Tivemosuma amizade fraternal, por isso perdium irmão. Era um homem com umcoração enorme, o mesmo que omatou. Se calhar foi do tanto quedeu».

Dias LoureiroIn Campeão das Províncias

“De repente tudo pára! Por mo-mentos queremos crer que não ouvi-mos, ou que entendemos mal, ou quedeve haver ali qualquer confusão, ouque…”

Jorge CastilhoIn Centro

“Foi um chefe de família dedicado,que sempre procurou compensar asforçadas ausências com uma cons-tante ternura pelos três filhos e umaincomensurável admiração pelaMulher (muitas vezes me disse quetinha de erigir uma estátua à Lurdes,companheira sempre tolerante,sempre disponível para o apoiar.”

Jorge CastilhoIn Centro

“Comecei a escrever no jornal – o mais antigo do distritode Coimbra - com 14 anos e hoje sou o director. É umapaixão e um compromisso.” FAFAFAFAFAUSTUSTUSTUSTUSTO CORREIAO CORREIAO CORREIAO CORREIAO CORREIA

Presidente da Assembleia-geral do Olivais Futebol Clube etambém membro da Assembleia Municipal de Miranda doCorvo.

Era sócio honorário da Associação Humanitária dosBombeiros Voluntários de Coimbra e sócio de mérito doOlivais Futebol Clube, bem como da Secção de Andebol daAssociação Académica de Coimbra, além de militantehonorário da Juventude Socialista. Distinguido pela Secçãodo Botão do PS com a placa “Alcides Neves/2000”. Em 2002,foi homenageado pela Casa da Académica em Lisboa. Eratambém sócio honorário do Coro dos Antigos Orfeonistas daUniversidade de Coimbra. Foi condecorado pelo PresidenteJorge Sampaio, a 11 de Fevereiro de 2006, com a Ordem deMérito (Grande-Oficial). Homenageado no dia 9 de Dezembrode 2006, pela Junta de Freguesia de S. Bartolomeu, ondeviveu durante toda a sua juventude, tendo o Rui Alarcão,antigo Reitor da Universidade de Coimbra, pronunciado oseu elogio.

Advogado, consultor de empresas e gestor. Era Pre-sidente da Assembleia-geral da Promogolf, com sede na Cu-ria; Vogal do Conselho Fiscal da Casa de Repouso Coimbra;membro do Conselho Superior da Invesvita; membro doConselho de Fundadores da FAQ – Fundação AnteroQuental; e membro do Conselho de Estratégia da ADFP –Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional,de Miranda do Corvo.

Membro do Conselho Consultivo da ARCA e Presidenteda Direcção do Fórum Conimbrigae, duas instituições tambémsediadas em Coimbra, era ainda Vice-Presidente da Direcçãoda APLD – Associação para um Portugal Livre de Drogas,com sede em Lisboa. Curador da Fundação Fernando Valle,com sede em Côja, Arganil, era também Vice-Presidente daAssembleia-geral da Casa da Académica em Lisboa.

Era membro do Conselho Nacional de Solidariedade Afro--Lusitana. No Parlamento, era membro da Comissão Par-lamentar das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internose membro suplente da Comissão Parlamentar dos Trans-portes e Turismo do Parlamento Europeu.

Integrava ainda a delegação para as Relações com osPaíses da Comunidade Andina e era membro suplente dasdelegações para as Relações com o Mercosul e à AssembleiaParlamentar Euro-Latino-Americana (EUROLAT).

Como obras publicadas, tem Praça da República I, 1997;Praça da República II, 1998; e Praça da República III, 1999.

Um minutode silêncio

em BruxelasO Parlamento Europeu guardou anteontem um minuto desilêncio, na abertura da mini-sessão plenária em Bruxelas,em memória de Fausto Correia.

O presidente do PE, Hans-Gert Pöttering, abriu a sessãodando conta à assembleia da “triste notícia” da morte deFausto Correia, e sublinhou que o deputado era “conhecidoe estimado” no Parlamento “pelo seu empenho em favor dademocracia e defesa das ideias de fraternidade e amizade”.

Pöttering indicou que foi aberto um livro de condolênciasà entrada do hemiciclo para os deputados europeus erestantes funcionários.

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, ManuelLobo Antunes, que interveio a seguir no hemiciclo, numdebate sobre a Cimeira de Lisboa, agradeceu, em nome doGoverno e da presidência portuguesa da UE, a homenagemprestada e a “referência tão calorosa e amiga e tambémjusta” feita por Pöttering ao “desaparecimento tão doloroso”de Fausto Correia, “alguém que era efectivamente umhomem bom” e “um exemplo a seguir”.

“ Coimbra tem pelafrente marés de

dificuldades. Maseste é o momento, se

bem aproveitado,para abrir janelas deoportunidades. Esta

é uma verdadeinquestionável.

E a nossa aposta.”Fausto Correia

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 14

Como comenta os números do Eurostat que dão conta de uma taxa de desemprego recorde em Portugal, tendo atingido os 8,3% em Agosto?

O PAÍS

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PRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICA

CASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES“O processo eleitoral correu mal,deu uma má imagem do PSD e,por arrastamento, dos partidos.Felizmente, apurados os votos,todos reconheceram a sua legi-timidade.”

André FreireProfessor de Ciência Política

08/10/07

“Olhando para o estado daOposição, não é difícil de adi-vinhar que Sócrates, tal comoCavaco, fará uma dobradinhana maioria absoluta.”

Domingos de AndradeChefe de Redacção

08/10/07

“No espaço de poucos dias, osbispos declararam a guerra,lançaram os morteiros e procla-maram vitória. Com um por-menor: ninguém sabia do queestavam eles a falar.”

Rui TavaresHistoriador

08/10/07

“Sou um soldado que está sem-pre pronto para o combate, maspara combater não preciso de terdivisas nos ombros nem de ne-nhuma graduação especial.”

Pedro Santana LopesEx-primeiro-ministro

09/10/07

“O Governo tende a ser maisforte se tiver uma oposição fortee bom será para todos queMenezes encontre uma fórmulaeficaz.”

José Leite PereiraDirector

09/10/07

“Algo infelizmente habitual nonosso país.”

Patrícia Sousa25 anos, Estudante

“Cada vez mais caminhamospara o abismo.”

Carla Tavares24 anos, Estudante

“Penso que é uma consequêncianatural das medidas governa-mentais.”

Rui Castro35 anos, Arquitecto

“Infelizmente é a realidade.”

Filipa Nogueira23 anos, Estudante

“É uma realidade triste mas quetemos de superar.”

Pedro Palma32 anos, Motorista

A GNR espera váriospicos de 250 mil peregrinosno Santuário de Fátimadurante os três diasda peregrinaçãoque encerra ascomemorações dos 90 anosdas Aparições e incluia inauguraçãoda nova Igreja daSantíssima Trindade.

Esse número poderá mesmo“subir um pouco” no domingo, jáque a celebração dominical serápresidida pelo cardeal TarcisioBertone, secretário de Estado doVaticano, e incluirá uma mensagemtelevisiva, transmitida em directo,de Bento XVI, explicou o tenente--coronel Vítor Lucas, comandantedistrital da GNR de Santarém.

Nos domingos do Verão éfrequente haver no Santuárioconcentrações de 200 mil pessoas,pelo que as autoridades admitemque este número suba mais estefim-de-semana por se tratar daPeregrinação Aniversária deOutubro.

“Pensamos que no domingovão ser mais pessoas”, admitiu oresponsável da GNR, até porqueo Santuário fez um apelo àsparóquias vizinhas para partici-parem na primeira eucaristiadominical no novo templo.

Além da celebração de do-mingo, as autoridades contam hojecom grandes afluências durante acerimónia de inauguração da novaigreja (16:00) e Procissão das Velas(21:30) e durante a eucaristia de

amanhã (10:00).Para prevenir congestiona-

mentos do trânsito, os 300 militaresmobilizados programaram um anelde segurança em torno do santuárioque compreende todo o perímetrointerior das avenidas Beato Nunoe João XXIII.

Esta área poderá ser vedadaa residentes caso o afluxo detrânsito o exija, explicou o tenente--coronel Vítor Lucas, salientandoque nos momentos mais proble-máticos os condutores serãoencaminhados para sul, para umaestrada secundária com cerca decinco quilómetros, de modo a aliviarao máximo a pressão sobre aspraças de portagem da Auto-es-trada do Norte (A1).

A praça funciona como “umfunil” já que a capacidade deescoamento da avenida onde eladesemboca é “limitada”, reco-nheceu o militar.

Para a cidade de Fátima,foram mobilizados militares devárias áreas, como investigaçãocriminal e protecção do ambiente,equipas cinotécnicas, brigadas detrânsito e patrulha a cavalo.

A principal preocupação dosmilitares é o trânsito rodoviário, jáque são esperados muitos carros eo número de peregrinos a pé deveráser inferior ao que verificou emMaio.

Na área da saúde e protecçãocivil, estão mobilizados centena emeia de bombeiros que terão umposto de socorros junto ao quartela que se somam os própriosserviços do Santuário, junto à CasaNossa Senhora das Dores.

Fátima/90 Anos

Autoridades esperam picosde 250 mil peregrinos

A boa disposição esteve sempre presente durante a visita doPresidente da República, Aníbal Cavaco Silva, aos Açores

O Primeiro-Ministro José Sócrates foi presenteado emMontemor-o-Velho com os doces conventuais tão caracte-rísticos daquele município

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0715VOZ DE COIMBRA

A Câmara de Coimbradecidiu abrir um concursopúblico, orçado em cerca de700 mil euros, para aexecução de obras deconsolidação estrutural doantigo Convento de SãoFrancisco, e para arealização de trabalhos dearqueologia.

O lançamento da empreitada,aprovado na segunda-feira emreunião do executivo camarário,destina-se à consolidação deelementos estruturais em situaçãode instabilidade, execução derebocos em fachadas exteriores, erealização de trabalhos de ar-queologia necessários para acontinuidade da reabilitação doedifício.

O antigo Convento de S.Francisco, propriedade da autar-quia, que no futuro será um centrode congressos, situa-se no sopé da

Colina de Santa Clara, nas ime-diações do centro de lazer Portugaldos Pequenitos e dos conventos deSanta-Clara-a-Velha e SantaClara-a-Nova.

É originário dos primórdios doséculo XVII, construído segundoo estilo maneirista coimbrão e foiocupado pela congregação dosFranciscanos de 1609 até à revoltaliberal.

No século XX funcionoudurante alguns anos como fábricade lanifícios.

De acordo com o presidenteda Câmara, Carlos Encarnação, ocusto da empreitada será suportadoem 79 por cento por fundosdisponibilizados pelo Instituto doTurismo de Portugal.

O prazo de execução para apresente empreitada é de 150 dias.

Na reunião do executivocamarário de segunda-feira, foiainda decidido atribuir ex-aequo, aduas equipas de arquitectos, oPrémio Municipal de Arquitectura

“Diogo de Castilho”, no valor de3.750 euros.

João Mendes Ribeiro, DésireéPedro e Carlos Antunes, com oprojecto “Remodelação e Prefi-guração do Museu das Ciências -Laboratório Chimico”, e GonçaloByrne, José Laranjeiro, João Nevese Carlos Ribas, autores de “EntradaPoente do Parque Verde do Mon-dego”, foram os contemplados.

A autarquia decidiu tambématribuir o estatuto de InteressePúblico Municipal à IPN Incu-badora - Associação para o Desen-volvimento de Actividades de Incu-bação de Ideias e Empresas.

A IPN Incubadora foi cons-tituída em 2002 para apoiar acriação de empresas de basetecnológica, assumindo a tarefaaté então desempenhada peloInstituto Pedro Nunes, uma ins-tituição vocacionada para atransferência de saber da Uni-versidade de Coimbra para omeio empresarial.

Muita magia no Dolce VitaO Dolce Vita de Coimbra acolheu, no fim-de-semana passado, oDolcelândia, um evento que encheu de magia este espaçocomercial. A presença de “Bob, o Construtor” encantou ascrianças e encerrou um programa que se prolongou por 16 dias eque ofereceu um mundo de diversões aos mais pequenos. ADolcelândia não se restringiu ao Dolce Vita de Coimbra. Estevetambém nos Dolce Vita de Miraflores, Ovar, Porto e Vila Real,tendo atraído em todos estes centros comerciais milhares decrianças.

Especialistas einvestigadores estão adebater, até amanhã, emCoimbra, o tema “CoimbraMedieval”, num ciclo deconferências organizadopela autarquia que começouontem e onde serãoabordados temas como apaisagem urbana, asociedade e a arquitectura.

“É a primeira vez que se fazuma abordagem tão profunda ediversificada deste tema, escal-pelizando desde a questão geo-gráfica e urbanística, até aodomínio de Coimbra, o castelo, opúblico e o privado, as comu-nidades minoritárias e a Baixa dacidade, desde o Arnado até SantaCruz”, assinalou o vereador MárioNunes.

O objectivo, segundo o ve-reador, responsável pelo pelouroda Cultura, é fazer “um percursodesde a nossa independência e aconquista de Coimbra até ao

século XV e à afirmação do Mos-teiro de Santa Cruz”.

“É uma forma - esclareceu -de tomar conhecimento com todosos fundamentos de um passadomedieval que se prolongou atéhoje, com muitas alterações, mascom raízes no contexto desta ur-banidade que somos nós”.

Neste ciclo de conferênciasserão proferidas comunicaçõessobre Coimbra romana, o seucastelo medieval, o Mondego, oromânico e a sua influência na SéVelha e nas igrejas do Mosteirode Santa Cruz e São Tiago e o“culto” ao Convento de SantaClara-a-Velha, que acolhia aRainha Santa Isabel.

A conquista de Coimbra porD. Sesnando e os seus domínios,como era a cidade na Baixa,desde o Arnado até Santa Cruz,nos séculos XI e XII, e a fun-dação do Mosteiro de Santa Cruzaté à configuração moderna domundo vão ser também objecto deabordagem dos 15 investigadoresparticipantes, que são na suamaioria professores catedráticosda Universidade de Coimbra.

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R. Corpo de Deus, 118-120 3000 COIMBRA

Convento de S. Francisco

Câmara de Coimbra aplica700 mil euros em obras

Ciclo decorre até amanhã

Investigadores retratama cidade medieval

Canil Municipal de Coimbra

Câmara introduz inquérito obrigatóriopara adoptantes

O Serviço MédicoVeterinário Municipal daCâmara de Coimbra vaipassar a realizar uminquérito aos interessadosem adoptar animais deforma a promover “umaadopção responsável”,revelou o vereador LuísProvidência.

“Muitas vezes, verifica-se aadopção por instinto por pessoasque, passados uns dias, aban-donam os animais”, disse o verea-dor da Câmara de Coimbra.

O inquérito, apresentado emconferência de imprensa no Diado Animal, contém duas dezenasde perguntas sobre as condiçõesque a pessoa interessada emadoptar um animal do Canil eGatil Municipal de Coimbra podegarantir, e é acompanhado porum termo de responsabilidade,visando evitar o seu abandonofuturo.

A introdução do inquérito

obrigatório no Canil e Gatil Mu-nicipal começou no dia 4, DiaMundial do Animal e do MédicoVeterinário, tendo sido acom-panhada pela aplicação gratuitado “microchip” (identificaçãoelectrónica) em todos os canídeosadoptados nesse dia.

De acordo com o vereador,o concurso para o alargamento doCanil e Gatil - Centro Municipalde Recolha Oficial de Animais deCompanhia de Coimbra - vai serlançado até ao final do ano.

Esse alargamento vai per-mitir criar zonas específicas paraalbergar animais de grande porte,exóticos e aves, além do aumentodas áreas destinadas aos recursoshumanos.

Na conferência de imprensa,realizada no âmbito do Dia Mun-dial do Animal e do Médico Ve-terinário, foram também di-vulgadas as campanhas de sen-sibilização e informação da po-pulação sobre as “Regras cívicasa ter com os animais de com-panhia” em geral e, sobretudo,com os canídeos considerados pe-

rigosos ou potencialmente perigo-sos.

Estas campanhas começaramcom a distribuição de panfletos euma recolha de donativos, con-tinuando a divulgação daquelasbrochuras em parques públicos elocais da cidade de maior afluênciade pessoas, numa iniciativa queconta com o apoio do Governo Civilde Coimbra e das autoridadespoliciais do concelho.

Também vão merecer divul-gação as actividades e funçõesoficiais da competência do ServiçoMédico Veterinário Municipal deCoimbra (do Departamento deAmbiente e Qualidade de Vida daautarquia), enquanto autoridadesanitária veterinária do concelho.

Na conferência de imprensa,que decorreu no Canil Municipal deCoimbra, estiveram presentes amédica veterinária da autarquia,Filomena Ramalho, e represen-tantes da PSP e da GNR.

De acordo com o vereador LuísProvidência, este ano deram entradano Centro de Recolha 1040 animais,dos quais 750 eram cães.

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 16

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“Isto é o inferno. Hoje, nosnossos dias, o Inferno deve serassim, um local grande e vazio, enós, cansados de estar de pé, comuma torneira a pingar água quenão se pode beber, esperamosalgo sem dúvida terrível e nadaacontece e continua a nãoacontecer nada. Como pensar?Já não se pode pensar, é comoestar já morto. Alguns sentam-seno chão. O tempo passa gotaapós gota”.

Escrito entre o final de 1945 eo início de 1947, “Se Isto é UmHomem” é, antes de mais, anarrativa seca e minuciosa de umaexperiência extrema: um ano vividopor Primo Levi, um químico italiano,no campo de concentração deAuschwitz, vítima e testemunha deum dos maiores horrores produzidospelo século XX.

Figura essencial da literaturaitaliana do pós-guerra, Levi foi umjudeu que sobreviveu “por sorte”aos campos de extermínio nazis, eque dedicou o resto da sua vida atentar responder à pergunta essen-cial de Auschwitz: o que é umhomem?

A sua obra é um impres-sionante estudo daquilo em que oshomens podem transformar outroshomens e da luta constante destesúltimos para não deixarem de o ser.

De facto, os campos de con-centração foram a maior criaçãoinstitucional do nazismo. Atravésdeles se tentou levar à prática ateoria demencial de Hitler, queapontava para a ideia de uma raçapura e, portanto, superior: a raça dosarianos louros, dolicocéfalos, maispreservada na Alemanha do que emqualquer outro lugar da Europa. Aeste povo competiria fatalmente odomínio do mundo, se necessárioatravés da submissão ou da elimi-nação dos povos ditos inferiores.

Esta teoria simultaneamentetenebrosa e racista tinha comoobjectivo primacial a afirmação daraça ariana. No fundo, tratava-sede fazer ressuscitar a grandeza danação alemã.

Para tal, procedeu-se desde

PASSEAR NA HISTÓRIA

O homem rivaliza com o inferno e dá lições ao diabo...logo a uma tentativa de higienizaçãodo povo alemão, preservando-o detodo o tipo de ameaças internas.Promoveram-se, assim, os cha-mados casamentos eugénicos,contraídos por homens e mulheresalemães, cuja superior qualidaderacial estivesse devidamente com-provada, no sentido de um aper-feiçoamento cada vez maior daestirpe.

Por outro lado, encetou-se naprópria sociedade alemã, um pro-cesso de eliminação dos “degene-rados”, onde cabiam deficientes,idosos incapacitados e doentesincuráveis. Esta iniciativa ficouconhecida como o Programa daEutanásia (Aktion T4), sendoresponsável pelo assassínio demilhares de homens e mulheres que,de acordo com os preceitos nazis,tinham “uma vida indigna de servivida”.

No entanto, o povo alemãoteria também que ficar a salvo deelementos nocivos, destruidoresde culturas, que viviam na Ale-manha. Estas afirmações visa-vam, essencialmente, os judeus,considerados pelos alemães comoseres sem natureza e sem pátriae, por isso, responsáveis por todosos males que ocorres-sem nointerior da Alemanha.

Este ódio irracional e ubíquotorna-se um sentimento obses-sivo e enraizado na sociedadealemã, pelo que a única soluçãoconsiderada possível e justa seriaa eliminação da raça judaica.

Da interiorização desta ideiase passou rapidamente à prática.Os judeus, logo desde a subidade Hitler ao poder, passam a seralvo de ataques físicos e verbaise de todo o tipo de legislação arbi-trária, no sentido de os segregare expulsar do país. Gradualmen-te, vão sendo afastados dossectores público e privado e aindado contacto com o povo alemão.

Quando se inicia a SegundaGuerra Mundial, os judeus viviamjá como uma comunidade lepro-sa, evitada e injuriada. Comoseres socialmente mortos. Víti-

mas de genocídio psicológico.Com a guerra a decorrer,

tornava-se imperioso e urgentedar solução ao chamado “pro-blema judaico” (judenfrage). Aguerra convencional cruzava-secom a guerra racial, arrastando-se ambas no espaço e no tempo.Os alemães perfilavam-se entredois grandes objectivos: coman-dar os destinos do mundo, por umlado; libertar a Alemanha e aEuropa em geral da influência ju-daica, por outro.

Foi nesta altura, por volta de1941, que se iniciou a construçãovoraz dos campos de concen-tração que, apesar de já existirem,ainda que em menor número des-de o início do mandato de Hitler,passam agora a ter um objectivomais específico: tornam-se, nasua maioria, campos de extermí-nio. Autênticas fábricas de morteonde seres humanos eram pro-gressivamente transformados emseres sub-humanos numa espé-cie de linha de montagem (ou dedesmontagem neste caso) con-ducente à morte.

Nos campos de concentra-ção nazis (Kz), a única regraexistente era precisamente a au-sência de regras. A arbitrarie-dade. Não eram reconhecidos àsvítimas os laços de parentesco.Ultrapassados os portões docampo, a família deixava de exis-tir.

Iniciava-se então o processode desumanização das vítimas,que eram tatuadas com númerosnos pulsos, privadas do seu nome,

do seu cabelo. Numa palavra, dasua individualidade. O vestuárioinadequado, a fome, a violênciae o trabalho extenuante e vão,rapidamente transformavam osprisioneiros, de forma a ajus-tarem-se à imagem sub-humanaque os senhores dos campos,pequenos hitlers, tinham deles.

Os Kz simbolizavam o novomundo alemão, dominador, e onovo mundo sub-humano, domi-nado. Um mundo demente e semregras. Um inferno organizado,onde o medo era uma companhiaomnipresente. Um mundo quedestruía caracteres e personali-dades e que me faz regressar àquestão inicial de Primo Levi: oque é um homem? E me impelea responder-lhe com uma outraquestão: o que pode ser um ho-mem quando todas as condiçõesde existência humana lhe sãosubtraídas?

No entretanto, outras ques-tões me surgem: como é que osalemães, povo civilizado, pude-ram tolerar os campos de con-centração e de extermínio? On-de estava o Homem no meio detodo este drama? O Homemcom a sua inteligência, a suaconsciência, o seu coração? Eraassim tão frágil o verniz dacivilização, que pôde ser des-truído tão facilmente por umadoutrina selvagem e primária?

Há quem pense que o fenó-meno do Holocausto está paraalém da compreensão humana.Mas ficar indiferente e não tentarcompreender o porquê de crimescomo este, pode pôr em risco onosso futuro comum. Esta questãonão diz apenas respeito aos ju-deus. É uma questão universal.Da humanidade.

Os nossos instintos egoístaspodem tentar-nos a virar as costascom repugnância para nos recu-sarmos a olhar...e a ver. Mas estaé uma tentação que deveremosvencer. Porque o Holocaustoaconteceu. Em pleno coração daEuropa. E só foi levado a caboporque pessoas iguais a si, caro (a)

leitor (a) e a mim decidiramque assim fosse. Fizeram a escolhade planear mortes em massa aolongo de um período de vários anos.Poderiam ter escolhido algo dife-rente. Deveriam tê-lo feito!

Este momento da nossa His-tória recente leva-me a considerarque o instinto do mal, o instinto dematar provocando o sofrimento ea humilhação, está inscrito nosgenes da nossa espécie de formainequívoca. Eles põem em evidên-cia a imperiosa necessidade deuma intensa reflexão sobre a na-tureza humana.

Por isso, constituirá sempreuma responsabilidade para pais,professores e políticos ensinar àsnovas gerações que ao lado daopção errada existe sempre umaopção certa. Mas só poderemosfazer a opção certa se compre-endermos ao que pode conduzir aopção errada.

Pouco depois de ser publicadoo livro de Primo Levi, uma questãolhe foi colocada: pode um homemsobreviver ao facto de ter sobre-vivido a Auschwitz?

A esta pergunta respondeu oautor anos mais tarde. No dia 11de Abril de 1987, Primo Levi suici-dava-se em Turim. Com o núme-ro 174517 ainda tatuado no pulso...

*Docente do Ensino Superior

Maria Pinto*

Primo Levi

Auschwitz

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0717REVISTA ESTRANGEIRA

Tem acompanhado os confrontos, liderados pelos monges budistas, que assolaram a Birmânia nos últimos dias e que já conduziramà detenção e morte de largas centenas de pessoas?

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PRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICA

CASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES

“As milícias no Rio de Janeirotêm a sua semente na inca-pacidade dos órgãos do Estadode garantir condições aos po-lícias, seja no exercício da suaprofissão ou na vida quotidiana.São quase a resposta a um gritode desespero.”

Mário Sérgio DuarteAntigo Comandante do BOPE

08/10/07

“Não seria justo que por causade um regime político ou de umditador não se fizesse uma reu-nião a este nível com África noseu conjunto.”

Durão BarrosoPresidente da Comissão Europeia

09/10/07

“Che Guevara, se tal se pode dizer,já existia antes de ter nascido.Che Guevara, se tal se podeafirmar, continua a existir depoisde morto.”

José SaramagoEscritor Português

09/10/07

“Acredito que haverá um acordopolítico em relação ao tratado[Europeu] este mês de Outu-bro.”

José SócratesPrimeiro-Ministro português

09/10/07

“África tem estado à margem dosgrandes debates da globaliza-ção.”

João Gomes CravinhoSec. de Estado dos Neg. Estrangeiros

09/10/07

“Não tenho acompanhado.”

Simão Homem27 anos, Engenheiro Informático

“Sim, mas muito de fora.”

Armando Reis26 anos, Estudante

“Não estou a par.”

Flora Rocha28 anos, Designer

“Sim, e acho horroroso esta sériede confrontos.”

Francisco Duarte27 anos, Professor

“Sim, tenho estado a par destatragédia que tem assolado aBirmânia.”

Marília Monteiro24 anos, Estudante

Sarkozy defendeunião da Europa

O Presidente francêsconsiderou “muitoimportante a Europamanter-se unida” sobre odossier do Kosovo e desejou“uma solução que nãohumilhe quem quer queseja”, durante umaconferência de imprensa emMoscovo.

“Em relação ao Kosovo, émuito importante que a Europa semantenha unida e que a discussãose mantenha aberta com os nossosamigos russos sobre esta questão,que é um assunto europeu, sobreo qual tentamos absolutamenteencontrar uma solução que nãohumilhe quem quer que seja”,declarou Nicolas Sarkozy, quefalava durante uma conferência deimprensa conjunta com o Presi-dente russo, Vladimir Putin.

Contrariamente à França, aRússia, aliada tradicional da Sérvia,recusa ouvir falar de independênciatotal da província sérvia e temameaçado vetar a proposta noConselho de Segurança da ONU.

Por outro lado, numa alusãoao dossier iraniano, Vladimir Putindeclarou “não ter informações”que demonstrem que o Irão está aponto de “produzir armas nuclea-res”, mas prontificou-se a “con-tinuar a cooperar” com a comu-nidade internacional.

“Não temos informaçõessegundo as quais o Irão aspira aproduzir armas nucleares. Nãotemos esses dados objectivos”,declarou Putin.

“Partilhamos as preocupa-ções dos nossos parceiros” quepretendem que “os planos do Irãosejam mais transparentes”, adian-tou Putin, assegurando que “o Irão

dá passos no sentido da comuni-dade internacional”.

Sarkozy saudou a “vontade decooperar” da Rússia e insistiu queo programa nuclear iraniano é “umassunto que preocupa o planeta”.

“A poucos dias da sua deslo-cação a Teerão, dizer que elecoopera, que quer continuar acooperar, é algo de importante”,disse o chefe de Estado francês.

Durante a conferência deimprensa conjunta dos dois chefesde Estado, Sarkozy declarou aindaque “a França não deseja dar liçõesa quem quer que seja” sobredireitos humanos.

“Reconheço e compreendo aespecificidade russa” e “fiz valersobre um certo número de questõesas minhas convicções com fran-queza” a Vladimir Putin, adiantouSarkozy. “Putin respondeu-me coma mesma franqueza porque nósconsideramos que a amizade con-siste em dizer as coisas, a olhar oseventuais desacordos e a olhar paraas soluções”, disse Sarkozy.

“Não há surpresas, há sim-plesmente transparência da qual eufalava sempre sobre o planoeconómico, nós também a temossobre a questão política”, concluiuo chefe de Estado francês.

Sobre o plano económico,Sarkozy referiu que os inves-timentos franceses estão dispo-níveis para “entrar no capital” dogigante do gás russo Gazprom.

Diogo CabritaCirurgia Geral

(varizes, esclerose, úlceravaricosa, doenças da tiróide,

vesícula, fimoses,hidrocelos, etc.)[email protected]

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A visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, à Rússia, ondefoi recebido pelo presidente Vladimir Putin, deverá constituirum virar de página da era Chirac-Putin

População, Governo e as forças de segurança durante ominuto de silêncio em memória pela vítima do atentado daETA, em Bilbau, País Basco

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 18 O ACADÉMICO

Assim começava um dos poemasque tantas vezes ouvi o meu Pairecitar. E estes versos levan-tavam para mim, menina curiosa,uma interrogação: Que tempo?Em que tempo teria a escola sidorisonha e franca?

Passados tantos anos semprena escola, como aluna e depoiscomo professora, a mesma inter-rogação. Terá sido a Escola emPortugal?

Filha de funcionário públicotive de mudar de terra e de escolavárias vezes. Comecei em Espo-sende e não tenho grandes recor-dações da escola. Na primeiraclasse aborrecia-me porque nãose avançava como eu queria.Quando entrei já sabia ler e cus-tava-me ouvir vezes sem conta osmesmos textos. A mata, má , mau,o miau mia muito, Maio, amuo,mói a mó. Ou mais tarde – aEmilita é muito esperta e gostade ajudar a mãe. Minha mãe jásei varrer a cozinha, arrumar ascadeiras e limpar o pó.

De tanto ouvir acabei porfixar todos os textos, muitos delesaté hoje.

A segunda classe foi aindapior. A professora era nova, tinhaum bebé que muitas vezes levavacom ela e punha as alunas afazerem todo o serviço da escola,além de tomarem conta do bebé.Além disso batia muito com apalmatória e a cana., às vezes porcoisa nenhuma. Um dia espetou--me uma cana na sobrancelhadireita. O meu pai não gostou efez queixa ao Delegado Escolar.Dias depois apareceu na escolaum inspector que interrogou aprofessora sobre os maus tratos

Naquele tempo a escola era risonha e francaDo velho professor, as cãs e a barba brancaInfundiam respeito, impunham simpatia...

infligidos às alunas, o que estanegou. Claro que nós estávamoslá e apresentámos ao inspector acana e a “menina dos 5 olhos” quea professora tinha escondido.

Se o meu relacionamentocom a professora não era dosmelhores, a partir daí piorouimenso a ponto de nunca maisconseguir nada de mim. Certa vezem que me queria dar umasreguadas por indisciplinar a turmae não o tendo conseguido levou--me à sala do Delegado Escolarpara ser ele a fazê-lo. A sala doDelegado era no 1º andar e a dasmeninas no rés-do-chão.

O Delegado Escolar, profes-sor dos rapazes, tinha uma can-tilena antes de aplicar as palma-toadas, cantava a Ladainha e osalunos tinham que responder Orapro nobis. Nunca tinha entradonaquela sala nem sabia dosestranhos hábitos, mas o quedesde logo me interessou foiverificar se haveria alguma portaou janela por onde escapar da-quela humilhação. E de facto umadas janelas estava aberta.

O professor mandou-meestender a mão, levantou a réguae, antes de a baixar cantou bemalto: Santa Luzia...Eu não fizmais nada, corri para a janelaenquanto respondia: eu vou-meembora... e saltei, felizmente paracima dum monte de areia, ou nãoestivéssemos numa praia. A partirdesse dia conquistei o respeito detodos os rapazes.

A sorte, ou talvez não, foi terde mudar de terra e de escola.

A 3ª e 4ª classes fi-las emFelgueiras. Nesses anos, Fel-gueiras era verdadeiramente uma

terra de senhores feudais e servosda gleba. Havia os senhores,proprietários e alguns industriaise os caseiros e operários. Estadivisão em duas classes prolon-gava-se na escola. As filhas doscaseiros sentavam-se atrás, juntoao mapa das colónias, e rara-mente alguém lhes dirigia apalavra. Aí estavam até aos 14anos, muitas vezes sem nadaaprender. As meninas dos se-nhores, eu incluída, sentavam-seà frente, em carteiras de doislugares com tampos de levantare um tinteiro de tinta roxa no meio.Ninguém parecia estranhar ou pôrem causa esta ordem pré esta-belecida. Nesse primeiro ano aprofessora tinha a 3.ª classe e a1.ª e no seguinte a 4.ª e a 2.ª e aprofessora da sala ao lado asoutras duas classes. Aqui, osrapazes tinham aulas noutroedifício, junto aos Bombeiros.

Estranhei imenso esta divisãosocial a que não estava habituadae tratei de o dizer à professora oque me valeu uma dúzia de re-guadas e o epíteto de bolchevistaque não sabia o que era. Foi o piorque a professora podia ter feito. Apartir daí nunca me calava se elanão ensinasse as meninas daprimeira e resolvi fazer uma coisa

inédita. Levava todas essas me-ninas para minha casa e ensinava--lhes a ler e a fazer as contas. Aídeve ter nascido a minha vocaçãode professora. O certo é que nesseano muitas das meninas passarampara a segunda classe e eu, aoensiná-las aprendi imenso. No anoseguinte fiz o mesmo. Ainda há unsanos fui a Felgueiras e precisei dumtrabalho de costura e quando quispagar a senhora não deixou porquese lembrava que tinha sido eu queensinara a filha Alzira. Fiquei muitocomovida!

E assim passou a escolaprimária, sem deixar saudades. Assaudades que tenho desse temposão as do recreio em que tantobrincávamos. Jogávamos ao matacom bola ou ringue, às 5 pedrinhasque se foram transformando empequenos saquinhos cheios deareia para não aleijar os dedos, àsescondidas, à macaca; saltávamosa corda; fazíamos rodas oubrincávamos à condessa condes-sinha, condessa de Aragão;fazíamos casas ou mercearias.Em Esposende além das brinca-deiras na escola brincava em casa,ou melhor, no muro à frente danossa casa. A rua só tinha casasdum dos lados e do outro havia

um muro que separava a rua dumribeiro que, na minha imaginaçãoera o reino das fadas. Passavahoras no muro e na margem doribeiro e conversava com as fadasminhas amigas. Às minhas irmãs,mais novas do que eu, dizia queainda não tinham idade para poderentrar no reino das fadas e,mesmo que o conseguissem nãoas veriam nem conseguiriam falarcom elas. E assim me evadia dosproblemas da escola, criando ummundo de fantasia só meu.

Depois de Felgueiras fomospara Fronteira, no Alto Alentejo.Tive uma professora particularque me preparou para o tãoimportante exame de admissãoaos liceus. Particular, mas commais dois colegas uma menina eum rapaz. Foi uma trégua naescola e as coisas correram bem.Fiz o exame em Portalegre, noLiceu Nacional.

Frequentei ainda em Fron-teira o primeiro e segundo ano dosliceus e comecei a reconciliar-melentamente com a escola. A Di-rectora era uma senhora afável eos restantes professores tam-bém eram muito diferentes dosque tive anteriormente. Recordoparticularmente o professor dePortuguês, o Prior de Fronteira, eo professor de Desenho e Ciên-cias, o Veterinário local, que mefizeram começar a gostar umbocadinho da escola.

* Professora do EnsinoSecundário - Aposentada

(Cap. 1 - Anos 50)

Maria Emília Seabra*

A Escola em Portugal

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0719

Hoje, observa-se que as novas tecno-logias proporcionam facilidades queprovocam, para alguns, o fim dainformação tal como ela se apresenta– hoje temos Blogs, vídeos, pocasts,etc., – ou seja, conteúdos feitosatravés de “produções caseiras” quealimentam a difusão de e para o“Ego” (Egocasting). Aliás, aqui, sereflectirmos um pouco, facilmentese chega à conclusão de que hoje,para se produzir conteúdos multi-média bastarão cerca de mil euros– aspecto que é fruto da total demo-cratização de aparelhos como palm-corders, telemóveis, computadores,etc.; ou seja, conclui-se que a esferaentre quem produz e quem consomeestá cada vez mais diminuta.

No entanto, apesar do “Mundoter mudado” e passar a ser mais“Público” observa-se um receio,constante, perante esta demo-cratização – este aspecto baseia-senuma pulverização entre todos oselementos dos media, sem exce-pção, e despreza os mecanismosque eram provenientes de um certoclassicismo (onde alguns influen-ciavam muitos e se (re)organizavao poder na mão dos mesmospoderosos de sempre). Aliás, poder-se-á afirmar que quando isto nãoacontece há a colocação de umapatente de descrédito, funda-mentada, aparentemente, na história,perante o conteúdo que está a sermediatizado. Steinbeck refere, noseu livro “As Vinhas da Ira”, que aindustrialização, com o passar dosanos, trouxe uma mecanização dasfunções e originou uma progressivadestruição dos valores familiares edos valores sociais. Manuel Castellsdefine este aspecto como: Fordisme afirma que, apesar de ter latenteuma homenagem à histórica indus-trialização automóvel do “Ford T”feito por Henry Ford em Detroit(EUA), existe: “uma relutância‘crónica’ a qualquer tipo de inova-ção”- aspecto que silenciava aspersonagens que se destacavam nasociedade. Portanto, conclui-se que:o que interessava era a quantidadeem vez da qualidade das opiniões deuma massa crítica.

Já agora, por falar em “Terrasdo Tio Sam”, lembro-me de, nadécada de oitenta do século passa-

do, ter visto um musical chamadoLittle Shop of Horrors, onde umaflor carnívora, com cerca de doismetros de altura, comia tudo o quea entediava – aqui destaca-se apersonagem que era preconizadapelo actor Rick Moranis – o“eterno ameaçado” deste espectá-culo. Aqui, tal como acontecia nomusical, podemos ver que paracombater o tédio e controlar osexcessos da inovação já existe nainternet a implementação, ainda queresidual, de uma comunidade deopinion makers com fortesconvic-ções acerca dos maisvariados assuntos que fulminamtudo o que entra em rotinasrepetitivas. Mas como será o futurodesta massa critica?

Narciso’s & Maven’s?Durante o abandono, progressivo,da esfera da burguesia dos media,historicamente separados, observa--se que as promessas digitais daconvergência de realidades comointernet, rádio e TV só poderãofuncionar através de uma acumu-lação flexível; sob uma plataformacom um grau de veracidadecientífica comprovada por váriosautores – aspecto que é aindaresidual na internet. Por exemplo,no campo da informação, organi-zada em bases de dados enciclopé-dicas, podemos observar o exemplodo “movimento wiki” – aspecto quese resume à produção e difusão deconteúdos enciclopédicos, disse-minado em várias línguas, a partirdas colaborações voluntárias dopúblico consumidor de conteúdos.Para combater as fraudes noespaço da Wikipedia há umaselecção mínima, feita no início decada participação, baseada emconsultas sobre temas provenientesde confrontações entre teses de

vários autores reconhecidos pelacomunidade. No entanto, como esteaspecto é ainda residual há, natural-mente, muita relutância para aceitaralguma veracidade desta realidadepela comunidade científica inter-nacional. Actualmente, observa-seque esta é a característica quedomina a consulta de conteúdos nainternet – aspecto que causa umcerto grau de narcisismo baseadoem fórmulas históricas; uma certaprocura dos “actores” integrantesde um star system, proveniente dosmedia clássicos, que, entretanto, jáse implantou na internet. Aqui,como sempre, não deixará de seruma geração que gosta de reco-nhecer e de descobrir o seu outro“eu” numa grande figura (clássica)que reinterpreta os problemas domomento. Ah! Como todos gosta-ríamos de ser “Jasões contem-porâneos” a combater as “Medu-sas” que, até há pouco tempo,castravam a nossa imaginação.Aqui, a implementação da internetfez com que houvesse umas “botascom asas” que nos fazem “voar” etransformar os nossos receios empedra com o reflexo que imana doécran do nosso PC enquantonavegamos na internet. Já em 1983,esta necessidade icónica narcisistaé referida por Gilles Lipovetskycomo “um dos temas centrais dacultura americana” que natural-mente passou para a internet.

Aqui, podemos ver os traba-lhos de Malcolm Gladwell, jornalistada revista Newyorker, que fala, noseu livro The Tipping Point, acercado termo Maven para se referiràquele que acumula conhecimentoe é respeitado pela comunidadeonde se insere. No mundo dainternet, esta realidade social podeser vista nos elementos que estãomais atentos e, por isso, quando háalgum aspecto menos correcto sãoos primeiros a apontá-lo. Porexemplo, a luta, “já ancestral”, entrea Microsoft e a Macintosh é umexemplo claríssimo de mavens afuncionarem em duas “barricadas”diferentes. Por isso, em suma,poder-se-á concluir que a internetnão deixa de sentir a necessidadede ter estas pessoas (que fun-cionam como referências) incluídasnas várias realidades que a com-põem...

*Docente do Ensino Superiorhttp://videoonscreen.blogspot.com

O OBSERVADOR

17 PERGUNTAS A

RUI NAMORADO

INTERNET – REALIDADE BASEADANUMA SEDUÇÃO ANCESTRAL NONSTOP?

Rui Manuel dos Santos Namorado, 66 anos, nasceue reside em Coimbra. Professor da Universidade

de Coimbra, casado, um [email protected],pt

http://ograndezoo.blogspot.com/

O diabo em pessoa: O perverso melífluo com pele de piedoso

Com o diabo no corpo: Chamar-lhe diabo é uma boa piada.

O diabo que o (a) carregue: Se puder…

Põe-me nos píncaros: O ataque de um imbecil.

Santos vícios: “ Ai que prazer não cumprir um dever…”

Pecado sem remorsos: Os sonhos de que nos esquecemos.

Problema insuperável: Todo aquele de que não temosconsciência.

Formiga ou cigarra? Cigarra sempre que possível, formigasempre que necessário.

Telemóvel ou micro-ondas? Telemóvel para cozinhar palavras,micro-ondas para ganhar tempo.

Vinho ou Coca-Cola? Vinho de Silgueiros, Coca-cola se voltara ser proibida.

Hillary Clinton ou Al Gore? Ambos aceitáveis: mas ela votouno Senado a favor da invasão do Iraque e ele suportou commansidão a fraude eleitoral que lhe roubou a Presidência e pôs osegundo Bush à frente dos USA.

Nascer em berço de ouro? Uma vantagem tão preciosa quantoinjusta.

Quem tem filhos tem cadilhos? Quem os não tem devia tê-los.

O pior filme da minha vida: Um dos que me fez sono sem medeixar dormir.

Desporto detestável: O massacre dos cristãos nos coliseusromanos e os autos-de-fé para queima de cristãos novos e outroshereges.

Data para esquecer: 28 de Maio de 1926.

Sem perdão: No mundo: ver no que se gasta a pagar salários,uma despesa inútil; e no que se gasta a pagar como lucros, o oxigénioda economia. Em Portugal: as alarvidades salazarentas.

Por Luís Miguel Pato*[email protected]

SSSSSSUUUUUUDDDDDDOOOOOOKKKKKKUUUUUU

PROBLEMAS DE

Pelo Prof. Doutor Manuel CrisóstomoN.º

45 SODUKU Solução

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O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 20 GERAL

CERTIFICO, para efeitos de publica-ção que por escritura de hoje, exarada afolhas noventa e quatro e seguintes dolivro de notas para escrituras diversas nú-mero cinquenta - E, deste Cartório a cargoda Notária Lic. Maria Alexandra CanotilhoTeixeira Ribeiro, compareceram comooutorgantes:

FERNANDO MADEIRA (NF:172.166.268;BI. 0494946 de 08/01/80 -CICC de Lisboa),e mulher ISILDA RODRIGUES LUCAS (NF:146.130.570; BI. 0588968 de 20/11/84 -CICC de Lisboa), naturais, ele da freguesiade Santo António dos Olivais, concelho deCoimbra, ela da freguesia de Eiras,concelho de Coimbra, onde residem nolugar de Dianteiro, casados no regime dacomunhão geral de bens.

Que são donos e legítimos possuido-res, com exclusão de outrém, dos seguin-tes imóveis, sitos concelho de Coim-bra, ainda por descrever na competenteConservatória do Registo Predial.

Um: - Rústico, composto de eucaliptale dezassete oliveiras, com a área de seismil e duzentos metros quadrados, sito emVale Minhoto, freguesia de Santo Antóniodos Olivais, a confrontar de norte comAntónio Rosalino, nascente com RosáriaMadeira, sul com Manuel Soares e poenteAntónio Lourenço Simões, inscrito na ma-triz sob o artigo 564, com o valor patrimonial,tributário e atribuído (para efeitos de IMT)de mil trezentos e quarenta euros equarenta cêntimos e (para efeitos deIMI) e atribuído de trinta e sete euros esessenta e um cêntimos.

Dois: - Rústico, composto de terrade fruteiras, oliveiras e vinha, sito em Car-reirinha, freguesia de Torres do Mondego,com a área de mil novecentos e sessentametros quadrados, a confrontar de nortee poente com Florindo Batista, nascentecom estrada e sul com Manuel, inscrito namatriz sob o artigo 1.808, com o valor

CARTÓRIO NOTARIAL DE PENACOVADE LIC. MARIA ALEXANDRA CANOTILHO TEIXEIRA RIBEIRO

JUSTIFICAÇÃOpatrimonial tributário (para efeitos de IMT)e atribuído de quinhentos e noventa enove euros e quarenta e oito cênti-mos e (para efeitos de IMI) de dezoitoeuros dezanove cêntimos.

Três: - Rústico, composto de terrade cultura, pinhal e sobreiros, sito emCabeço Alto, freguesia de São Paulo deFrades, com a área de cinco mil trezentose oitenta metros quadrados, a confrontarde norte com António da Costa Júnior, sulcom serventia, nascente com Júlio Madei-ra e poente com Octávio Alves, inscrito namatriz sob o artigo 943, com o valor patri-monial tributário (para efeitos de IMT) eatribuído de mil quatrocentos e ses-senta e oito euros e sessenta e seiscêntimos e (para efeitos de IMI) de quaren-ta e seis euros e cinquenta e um cêntimos.

Que possuem os ditos imóveis semqualquer interrupção, à vista de toda agente, sem qualquer oposição, cultivando--os, preparando e lavrando a terra, se-meando-a, retirando dela os respectivosprodutos e frutos, cortando e vendendoeucaliptos, e pinheiros, limpando o mato,pagando as contribuições e impostos res-peitantes, posse que assim exerceramcomo verdadeiros proprietários que semprese julgaram, eram e são dos ditos imóveis,pelo que os adquiriram por usucapião,fundada nessa posse, que exerceram emseu próprio nome, de boa fé, de modo pací-fico, contínua e publicamente, por períodosuperior a vinte anos, estando eles justifi-cantes impossibilitados de comprovar pelosmeios extrajudiciais normais a aquisição doseu direito sobre aqueles imóveis, atento otítulo de aquisição.

Penacova, 29 de Setembro de 2007.

A ColaboradoraMaria Isabel Bento Batista e Pina

“O Despertar” N.º 8454, de 07/10/12

CARTÓRIO NOTARIAL DE COIMBRANotário, JOAQUIM MANUEL SALES GUEDES LEITÃO

JUSTIFICAÇÃO NOTARIALCERTIFICO, narrativamente, para

efeitos de publicação, que neste Cartórioe no livro de notas para escriturasdiversas número 100-A, a folhas 87 seencontra exarada uma escritura dejustificação notarial, outorgada hoje, pelaqual, ANÍBAL DOS SANTOS AZENHA emulher, MARIA DA GRAÇA SIMÕESBERNARDES, casados no regime dacomunhão geral, residentes na RuaOuteiro, n.° 128, no lugar e freguesia deTaveiro, concelho de Coimbra e com osNIF. 102.252.513 e 102.252.521, decla-raram que, com exclusão de outrém, sãodonos e legítimos possuidores, do prédiorústico, composto de terra de semeaduracom oliveiras e laranjeiras, sito no Outeirode Cima, freguesia de Taveiro, concelhode Coimbra, com setecentos e vintemetros quadrados, a confrontar do nortecom a C.P., do sul com estrada, donascente com Firmino Balhau Jorge e dopoente com herdeiros de Belmiro da CruzFresco, inscrito na matriz em nome delejustificante marido sob o artigo 1486, como valor patrimonial de euros 820,54, nãose achando descrito na Segunda Conser-vatória do Registo Predial de Coimbra.

Mais declararam que o mencionadoprédio veio à sua posse por doação

verbal feita por sua mãe e sogra,Felismina Rigueiro, viúva, residente quefoi em Taveiro, entretanto falecida,ocorrida no ano de mil novecentos esetenta e cinco, sem que no entantoficassem a dispor de título formal que lhespermita obter o seu registo na competenteConservatória.

Todavia, possuem-no há mais devinte anos e tal posse sempre foi exercidade forma pública, pacífica e seminterrupção, tal como se correspondesseao exercício do direito de propriedade,plantando, cortando árvores, efectuandoa sua limpeza e por tal motivo, perante ainexistência do titulo de aquisição, alegamos justificantes terem adquirido o citadoprédio por um outro modo de adquirir, ausucapião, insusceptível, porém, decomprovar pelos meios extrajudiciaisnormais.

DE CONFORMIDADE COM O ORI-GINAL.

Coimbra e Cartório Notarial, 09 deOutubro de 2007.

O colaborador devidamente autorizado:(Armindo Gonçalves Augusto)

“O Despertar” N.º 8454, de 07/10/12

Grupo Folclórico da Casa do Povo de Ceirarealizou descamisada na Praça 8 de Maio

Era sábado, mal rompia o sol e jáem Ceira, tudo se preparava paramais um dia de esfrega, que iriadurar até tarde. Primeiro a dejejua,depois, tratar do gado, limpar a eirae pôr os bois ao carro, preparar oalmoço e adiantar o jantar para opessoal falado para a apanha domilho.

Duas boas carradas. Valeu apena toda a faina com a semen-teira, a monda, o amanho, assucessivas regas, a desponta e adesfolha. Houve, ainda, tempo parao rebusco do feijão, que há-deservir para compor a panela dasopa durante todo o ano. Deregresso a casa e antes da sestapara retemperar forças, o jantar debatatas cozidas com bacalhau,couves, azeite e alho, bem regadocom uma boa pinga da pipa grande.

Ao final da tarde, quando osol se escondia e o luar, juntamentecom gasómetros e candeeiros apetróleo davam luz à noite, come-çaram a chegar os familiares evizinhos de Ceira, que vinham daruma demão na descamisada domilho. É sempre um pretexto parase encontrarem, porem a conversaem dia e, sobretudo, uma grandefesta.

Umas iam compondo cestase poceiros com o milho dos carros,outros iam transportando para opátio, onde as mulheres e algunsque não podem pegar em carregos,começavam a descamisada. Apatroa ia distribuindo os aguços,cumprimentos e agradecimentos àmedida que a aldeia se ia juntando.

Ainda não estava cheia aprimeira cesta e já aparecia umaespiga mulata e, consequente-mente, o primeiro momento degrande satisfação. O patrão atento,entre duas ordens, trazia o garrafãoe os figos para animar o pessoal.Já lá estavam os tocadores com aconcertina e as gaitas de beiços,para animarem o trabalho e lhedarem o ambiente de festa. Opessoal foi acompanhando comumas cantigas bem animadas emuita alegria.

Entre as mulheres comen-tava-se o caso da mulher que seatirou ao rio na ponte da Boiça e omarido que andava à sua procurano açude do Cabouco, por ela sertão teimosa, que não ia para baixo,mas antes para cima. Os homenslamentavam a péssima colheita devinho que se avizinhava. Muitosdeles já tinham desistido de fazera vindima. O melhor era aproveitara beber enquanto houvesse.

A descamisada continuava, eo homem que acartava as espigaspara a eira, cada vez mais animadopor uns copitos, não tardou a cair

no meio das maçarocas, espa-lhando tudo quanto levava na cesta.A Maria, que é uma raparigaprendada, encontrou uma espigamulata e foi toda contente, mas umpouco tímida, ao encontro doSenhor Vereador da Cultura, daCâmara Municipal, a quem disse:

“Espiga mulata, criada nomeu jardim, se eu lhe pedir umabraço, o Senhor diz-me que sim?”

Foi um abraço e dois beijinhos.Quem não ficou muito contente foio Zé, que anda há tantos anos apiscar o olho à cachopa e ficou aolhar, lá por detrás do monte dascapas.

No cedeiro duas mulheresiam desfiando as capas para pôrnos colchões. Está o verão a acabare é necessário deitar fora a palhavelha, lavar os panos e torná-los aencher com capas novas e fofas.Pena é que o Ti Albino tenhamorrido sem deixar ninguém quesaiba acolchoar. Esse sim, faziacolchões onde era um regalodormir.

Passaram-se alguns dias, omilho em espiga, andou ao sol eestá pronto para malhar. Doishomens fortes e com a experiência,agarraram-se aos malhos e numadança de paus, foram malhando e

separando o grão do casulo. Oraagora dás-lhe tu, ora agora dou--lhe eu, sempre certo e a andar deroda. Volta não volta lá ia umhomem e uma mulher juntar asespigas para o meio e o grão parao lado. O casulo com os poucosgrãos que lhe ficaram agarradosforam ensacados para seremdescasulados ao serão, ao redor dalareira.

O milho, esse continuou naeira, onde todos os dias é espalhadoao sol, virado e revirado, com ospés ou com o ancinho de madeiraaté estar bem seco. Duas mulheres,com os joeiros e aproveitando ovento que sopra foram-no limpandoa preceito. A patroa foi, então,medir o milho com o alqueire e orodo e ensacá-lo para finalmentecolocar na arca. Durante o ano há--de dar para levar ao moinho etrocar por farinha para cozer a broaou fazer umas papas lavessas e,também, para dar aos galináceos.

Chegava a hora de tratar doestômago e todos se reuniram àvolta de uma mesa recheada depataniscas de bacalhau, chouriçoqueijos, figos, bolachas e boloslêvedos, regados com bom vinho ejeropiga.

A noite terminou como, sem-

pre, com umas danças de terreiro.O público marcou presença

na Praça 8 de Maio e esteve atentoe entusiasmado. Muitos terão vistouma descamisada pela primeiravez, outros reviveram tempos, nãomuito distantes, mas, porventura,já esquecidos. Houve quem pedis-se para descamisar milho e paralevar espigas para casa.

Como alguém disse, foi maisuma maravilhosa reconstituição doGrupo Folclórico da Casa do Povode Ceira, que com muito poucosapoios, teve qualidade, mérito e

público. Quantas manifestaçõesculturais se realizam na nossacidade de Coimbra que se possamombrear com as iniciativas dosGrupos Folclóricos. Porquê, porvezes, tanta indiferença? A cara-puça para quem a queira enfiar.

Um agradecimento ao Grupode Teatro do CPT de Sobral de Ceirapelo seu importante apoio logístico,ao INATEL e à Junta de Freguesiade Ceira e ao Dr. Mário Nunes,Vereador da Câmara Municipal e àDr.ª Cristina, pela sua disponibilidadeempenho e presença.

A M B U L Â N C I A SSERVIÇO

PERMANENTE

André Dinis, Lda.R. 6 de Outubro, 75-Dt.º

Tel. 239 496 118Tlm. 966 005 720

COIMBRA

Page 21: O Despertar – 8454 – 12.10.2007

O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0721A VOZ DESPORTIVA

Acredita que a Selecção Nacional de Futebol irá conseguir vencer amanhã o Azerbeijão e manter-se na corrida ao apuramento para o Europeu de 2008?PRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICAPRAÇA PÚBLICA

CASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITCASA DAS CITAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES“O mais importante foi conse-guido, mas o que nos espera émuito trabalho.”

Ulisses MoraisTreinador da Naval

08/10/07

“Os jogadores estão de parabénspelo comportamento que tiveram.Tudo fizeram para chegar àigualdade, mas as coisas nãocorreram como pretendíamos.”

Domingos PaciênciaTreinador da Académica

08/10/07

“José Mourinho fez muito maispela aproximação de dois paísesda União Europeia do que fezPedro Santana Lopes e, se calhar,mais do que fazem outros Josésde êxito que temos: o Sócrates[…] e o Barroso.”

Sérgio de AndradeJornalista

09/10/07

“Nós fomos para a nossa base [detreino] porque as mulheres nofutebol são um flagelo. Elas nãoentendem que os homens precisamde trabalhar, que eles têm umtrabalho duro a fazer.”

Jozséf SzabóTreinador do Dínamo de Kiev

09/10/07

“Estou contente com o grupode trabalho uma vez que tenhojogadores ambiciosos e quequerem melhorar.”

Domingos PaciênciaTreinador da Académica

08/10/07

“Sim, claro.”Patrícia Fonseca

24 anos, Estudante

“É imperativo vencermos.”Fernando Silva

30 anos, Advogado

“Somos obrigados a vencer.”Manuel Leite

27 anos, Empresário

“Claro que sim.”António Antunes

25 anos, Estudante

“Estou totalmente confiante.”Sónia Meireles

25 anos, Estudante

A Naval conquistou finalmente aprimeira vitória do campeonato

frente ao Leixões (1-0), umresultado positivo que surgiu

precisamente no jogo de estreia donovo treinador

Uma grande penalidade ditou a derrota da Académica narecepção ao líder FC Porto. Apenas esse golo ditou a diferença

Page 22: O Despertar – 8454 – 12.10.2007

O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 22 O PREGOEIRO

FAZEM ANOS:HOJE: Maria Delmina Silva Ferreira; Fran-cisco Sérgio Cunha Mano; Sérgio FilipeDuarte Silva.AMANHÃ: Rui Henriques dos Santos.DOMINGO: Maria Licínia Mendes de Oli-veira da Costa Leite; José Simões; José LuísGonçalves Serafim; Maria Helena Toscano.

SOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADE

Linha Cidadão Idoso .................. 800 203 531SOS Solidão ............................... 800 205 535

(Diariamente das 16 à 1 hora)Programa Turismo Sénior ........ 217 901 023

(Linha Directa 24 Horas)Provedor da Justiça .................. 808 200 084

(Linha destinada a Idosos)Portugal Telecom Pensionistas.. 800 206 206Linha Mulher ............................... 800 201 805SOS Voz Amiga ......................... 800 202 669

TELEFONES ÚTEIS

Intoxicações .................................. 808 250 143Com. Iguald. e Dir. da Mulher ..... 800 202 148APAV ....................... 218 884 732 / 218 876 351Cons. Nac. Pol. da 3.ª Idade ....... 217 816 530Fund. Port. Cardiologia ............... 213 815 000Assoc. Def. Diabéticos ................. 213 628 675Assoc. Port. Osteoporose ........... 213 633 314Inst. Port. de Reumatologia ......... 213 572 326Ass. Apoio Doentes Depressivose Bipolares. .............................. 239 810611/12

BOMBEIROSBombeiros Sapadores ... 239 792 800Bombeiros Volunt. ........... 239 822 323

H O S P I TA I SEmergência Social ........... 239 822 139Universidade ...................... 239 400 400Covões ................................. 239 800 100Celas ...................................... 239 404 030Pediátr ico ............................ 239 484 163Sobral Cid ........................... 239 404 422

Mat. Dan ie l de Matos ....... 239 403 060Instituto Maternal .............. 239 480 400Hosp i ta l M i l i t a r ................. 239 403 080 “ “ ....................... 239 405 058SERVIÇOSPSP Urgência ........................................... 112Polícia Segurança Pública ....... 239 797 640Telefone SOS ....................... 239 721 010Socorro e Emergência .... 239 792 808S e r v. E l e c t r i c i d a d e ......... 800 506 506S O S E s t u d a n t e .................. 808 200 204

TELEFONES URGENTES

SEGUNDA: José António Mingocho deAbreu; Alberto Augusto Martins Mourão.TERÇA: Armando Jorge Pereira Canas.QUARTA: Vicente Crespo; José Luís Fran-cisco da Cruz; Rui Manuel Gomes da SilvaFernandes.QUINTA: Gonçalo Manuel Sousa Antunes.

T E R M O A C U M U L A D O R E ST E R M O A C U M U L A D O R E ST E R M O A C U M U L A D O R E ST E R M O A C U M U L A D O R E ST E R M O A C U M U L A D O R E S

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HOJES. P. - SITÁLIA: R. Gen. Humberto Delgado, 400

Coimbra - Tel: 239 702 500S. P. - GASPAR: Rua Carlos Seixas, Nº 102

Coimbra - Tel: 239 405 504S. R. - CENTRAL: Rua da Sofia, 19-21

Coimbra - Tel: 239 822 089

AMANHÃS. P. - DONATO: Est. dos Covões- Bl. G-S

S. M. Bispo - Coimbra - Tel: 239 812 444S. P. - SILVA SOARES: R. Vasco da Gama, 44

B. Norton de Matos - Tel: 239 711 454S. R. - RAINHA SANTA: Av. F. Magalhães, 425

Coimbra - Tel: 239 836 307

DOMINGOS. P. - LOPES RODRIGUES: R. Fern.Tomás, 2

Coimbra - Tel: 239 822 634S. P. - CELAS: Av. Armando Gonçalves, lt. 15

Coimbra - Tel: 239 484 045S. R. - FIGUEIREDO: Rua da Sofia,107-109

Coimbra - Tel: 239 822 837

SEGUNDAS. P. - S. JOSÉ: Al. Calouste Gulbenkian, Lote 5

Coimbra - Tel: 239 484 497S. P. - DUARTE - Calçada Sta Isabel, 46

Sta. Clara - Coimbra - Tel: 239 445 830S. R. - RODRIGUES DA SILVA: R. F.Borges, 32

Coimbra - Tel: 239 824 348

TERÇAS. P. - M. NAZARÉ: Av. João das Regras,132

Coimbra - Tel: 239 441 123S. P. - ESTÁDIO: R. D. João III, 11

Coimbra - Tel: 239 792 470S. R. - UNIVERSAL: Praça 8 de Maio, 35

Coimbra - Tel: 239 823 744

QUARTAS. P. - BATISTA: Praça da República, 9

Coimbra - Tel: 239 823 747S. P. - PAIVA: R. Luís A. Duarte Santos, Lt 9

V. das Flores - Coimbra - Tel: 239 781 044S. R. - CRUZ VIEGAS: Rua do Brasil,154

Coimbra - Tel: 239 714 821

QUINTAS. P. - NAZARETH: R. Ferreira Borges, 135-139

Coimbra - Tel: 239 822 605S. P. - S. SEBASTIÃO: Av. Elísio Moura, Lt 6, 443

Coimbra - Tel: 239 712 802S. R. - OLIVEIRA RAMOS: R. Cidade Santos, 67

M. Formoso - Coimbra - Tel: 239 492 758

OBSERVAÇÃO:S. P. - Serviço Permanente• Inicia às 9h e encerra às 9 do dia seguinteS. R. - Serviço de Reforço

06.30 Fátima, 90 Anos de Fé09.00 Fátima, 90 Anos de Fé -Cortejo09.45 Missa de Fátima eAngelus de Roma13.00 Jornal da Tarde14.15 Top+15.00 Perdidos15.45 Sessão da tarde:

“T“T“T“T“Tempestade”empestade”empestade”empestade”empestade”18.15 Operação T18.15 Operação T18.15 Operação T18.15 Operação T18.15 Operação Triunforiunforiunforiunforiunfo

06.30 Bom Dia Portugal10.00 Praça da Alegria13.00 Jornal da Tarde14.10 Prova de Amor14.35 Lingo15.30 Portugal no Coração18.00 Portugal em Directo19.00 Operação Triunfo19.05 O Preço Certo20.00 Telejornal21.00 Notas Soltas21.30 Sabe Mais Do Que UmMiúdo de 10 Anos?22.30 Prós e Contras01.00 Última Sessão:Sessão:Sessão:Sessão:Sessão:

“Capitão Blood”“Capitão Blood”“Capitão Blood”“Capitão Blood”“Capitão Blood”04.00 Televendas06.05 Nós

HOJE

06.45 SIC Kids06.45 SIC Kids06.45 SIC Kids06.45 SIC Kids06.45 SIC Kids08.30Disney Kids10.30 Chiquititas12.00 BBC Vida Selvagem13.00 Primeiro Jornal14.00 Filme a designar16.00 Filme a designar18.00 Filme a designar20.00 Jornal da Noite21.00 Reportagem SIC21.30 SIC 15 Anos21.45 Família Superstar00.15 A Lei do Mais Forte01.00 Hora H01.45 Filme:

“T“T“T“T“Terapia do Amor”erapia do Amor”erapia do Amor”erapia do Amor”erapia do Amor”03.45 Quando o T03.45 Quando o T03.45 Quando o T03.45 Quando o T03.45 Quando o Telefone Telefone Telefone Telefone Telefone Tocaocaocaocaoca

07.00 Diário da Manhã10.15 Você na TV!13.00 Jornal da Uma14.00 As Tardes da Júlia16.00 Comemorações dos 90anos das Aparições de Fátima19.15 Morangos Com Açúcar20.00 Jornal Nacional21.15 Euromilhões21.30 Casamento de Sonho22.00 Ilha dos Amores23.00 Deixa-me Amar00.00 Casamento de Sonho00.15 Dr. Preciso de Ajuda01.30 Procissão das Velas02.30 Toca a Ganhar03.45 O Escritório04.15 TVI Negócios04.30 Nip/Tuck05.30 Televendas

07.00 Euronews07.30 Zig Zag13.00 Hora Discovery14.00 Sociedade Civil15.30 Entre Nós16.00 National Geographic17.00 Zig Zag18.30 A Fé dos Homens19.00 Reclame19.45 Zig Zag20.45 Friends21.15 National Geographic22.00 Jornal 222.40 O Amor no Alasca23.30 Vidas00.30 Noites da 201.00 Hora Discovery02.00 Bastidores02.30 Arte & Emoção03.00 Sociedade Civil

06.30 Bom Dia Portugal10.00 Praça da Alegria13.00 Jornal da Tarde14.10 Prova de Amor15.15 Lingo16.00 Futebol:

Bulgária-PortugalBulgária-PortugalBulgária-PortugalBulgária-PortugalBulgária-Portugal18.00 Portugal em Directo18.55 Operação Triunfo19.00 O Preço Certo20.00 Telejornal21.15 Fátima, 90 anos de Fé22.15 Procissão das Velas23.00 The Tudors00.45 Sessão da Noite:

“O Milagre de Fátima”“O Milagre de Fátima”“O Milagre de Fátima”“O Milagre de Fátima”“O Milagre de Fátima”02.45 Câmara Café03.15 Só Visto!

07.00 Floribella07.45 SIC Kids09.15 Chiquititas10.00 Fátima13.00 Primeiro Jornal14.15 Eterna Magia15.15 Contacto18.00 Floribella19.00 A Ganhar é Que aGente se Entende20.00 Jornal da Noite21.30 SIC 15 anos21.45 Os Malucos do Riso22.15 Família Superstar22.30 Paraíso Tropical23.45 Vingança00.30 CSI Las Vegas01.30 Procissão das Velas02.00 Filme:

“Dupla Face”“Dupla Face”“Dupla Face”“Dupla Face”“Dupla Face”

07.00 Animação09.00 Comemorações dos 90anos das Aparições de Fátima13.00 Jornal da Uma14.00 Águas Profundas16.00 Filme a designar18.00 Filme a designar20.00 Jornal Nacional21.30 Ilha dos Amores22.45 Deixa-me Amar00.00 Casamento de Sonho00.30 Filme:

“Erros Reparáveis”“Erros Reparáveis”“Erros Reparáveis”“Erros Reparáveis”“Erros Reparáveis”02.45 Toca a Ganhar03.45 O Escritório04.30 Nip/Tuck05.30 Televendas

07.00 SIC Kids08.30 Disney Kids10.00 Cerimónias de Fátima200713.00 Primeiro Jornal14.00 Êxtase15.00 Futsal:

Sporting-BelenensesSporting-BelenensesSporting-BelenensesSporting-BelenensesSporting-Belenenses17.00 Desprevenidos17.15 CSI Miami18.00 18.00 18.00 18.00 18.00 Filme a designar20.00 Jornal da Noite21.30 SIC 15 Anos21.45 Os Malucos do Riso22.15 Paraíso Tropical23.45 Vingança00.30 Filme:

“007, O Agente Secreto”“007, O Agente Secreto”“007, O Agente Secreto”“007, O Agente Secreto”“007, O Agente Secreto”02.45 Amazónia03.30 Quando o Telefone Toca

07.00 Euronews07.30 Zig Zag13.00 Hora Discovery14.00 Sociedade Civil15.30 Entre Nós16.00 Zig Zag17.30 National Geographic18.30 A Fé dos Homens19.00 Eurodeputados19.45 Zig Zag20.45 Friends21.15 National Geographic21.45 A Hora da Sorte22.00 Jornal 222.40 Os Sopranos23.40 DocLisboa 2007- “TomaiLá do O’Neill”00.40 A Verdade Sobre OsAlimentos01.15 Universidades01.45 Hora Discovery

07.00 Euronews07.30 África 7 Dias08.00 Notícias de Portugal09.00 Universidade Aberta11.00 Euronews11.15 Palco12.30 Sons da Música13.00 Os Simpsons13.30 Reclame14.00 Parlamento15.00 Desporto 217.00 Programa a designar19.00 Entre Pratos19.30 Kulto20.00 Documentário21.00 Diga Lá Excelência21.45 A Hora da Sorte22.00 Jornal 222.40 Sessão Dupla:

“Coisas Secretas”“Coisas Secretas”“Coisas Secretas”“Coisas Secretas”“Coisas Secretas”02.45 Desporto 2

AMANHÃ

DOMINGO

SEGUNDA

06.30 Fátima, 90 anos de Fé10.30 Cerimónias de Fátima13.00 Jornal da Tarde14.15 Fátima, 90 anos de Fé17.00 Futebol:

Azerbaijão-PortugalAzerbaijão-PortugalAzerbaijão-PortugalAzerbaijão-PortugalAzerbaijão-Portugal19.30 Contra20.00 Telejornal21.00 A Voz do Cidadão21.15 Operação Triunfo23.45 Sessão da Noite:23.45 Sessão da Noite:23.45 Sessão da Noite:23.45 Sessão da Noite:23.45 Sessão da Noite:

“O Especialista”“O Especialista”“O Especialista”“O Especialista”“O Especialista”01.30 Última Sessão:01.30 Última Sessão:01.30 Última Sessão:01.30 Última Sessão:01.30 Última Sessão:

“Crime No Dia das Águias”“Crime No Dia das Águias”“Crime No Dia das Águias”“Crime No Dia das Águias”“Crime No Dia das Águias”03.15 A Hora da Sorte04.00 Televendas

21.00 As Escolhas deMarcelo Rebelo de Sousa21.30 Gato Fedorento22.30 Conta-me Como Foi23.30 Fátima, 90 Anos de Fé01.00 Top+01.30 Automobilismo04.00 Televendas

20.00 Telejornal

07.00 Euronews07.30 Músicas de África08.30 Á[email protected] Caminhos09.30 70x710.00 Nós11.00 Da Terra Ao Mar11.30 Consigo12.00 Vida Por Vida12.30 Olhar o Mundo13.00 Os Simpsons13.30 Entre Pratos14.00 A Europa Aqui TãoPerto14.45 A Voz do Cidadão15.00 Desporto 219.00 Arte & Emoção19.30 A Alma e a Gente20.00 Gente da Cidade 200720.30 Os Simpsons21.00 A Verdade Sobre OsAlimentos22.00 Jornal 222.40 Câmara Clara23.30 Britcom

07.00 Animação09.00 Comerações dos 90 anosdas Aparições de Fátima11.45 Deluxe13.00 Jornal da Uma14.00 Filme a designar16.00 Filme a designar17.45 Bwinliga - Golos18.00 Filme a designar20.00 Jornal Nacional21.30 Casamento de Sonho00.30 Filme:

“Câmara Indiscreta”“Câmara Indiscreta”“Câmara Indiscreta”“Câmara Indiscreta”“Câmara Indiscreta”02.45 Toca a Ganhar04.00 Nip/Tuck05.00 Televendas06.30 Todos Iguais

07.00 Diário da Manhã10.15 Você na TV!13.00 Jornal da Uma14.00 As Tardes da Júlia17.00 Quem Quer Ganha18.15 Morangos Com Açúcar20.00 Jornal Nacional21.30 Casamento de Sonho22.00 Ilha dos Amores23.00 Deixa-me Amar00.15 Casamento de Sonho00.45 Filme:

“A Rede”“A Rede”“A Rede”“A Rede”“A Rede”02.45 Toca a Ganhar03.45 O Escritório04.15 TVI Negócios04.30 Nip/Tuck05.30 Televendas

07.00 Floribella07.45 SIC Kids09.15 Chiquititas10.00 Fátima13.00 Primeiro Jornal14.15 Eterna Magia15.15 Contacto18.00 FloribellaFloribellaFloribellaFloribellaFloribella19.00 A Ganhar É Que aGente se Entende20.00 Jornal da Noite21.30 SIC 15 Anos21.45 Família Superstar22.15 Paraíso Tropical23.45 Vingança00.30 CSI Las Vegas01.30 Filme: “Soldado Universal”“Soldado Universal”“Soldado Universal”“Soldado Universal”“Soldado Universal”03.30 Quando o Telefone Toca

Page 23: O Despertar – 8454 – 12.10.2007

O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar 12| OUTUBRO |0723GERAL

Aguarela de LeiriaAguarela de LeiriaAguarela de LeiriaAguarela de LeiriaAguarela de Leiria

Joaquim VieiraSIM, VALEU A PENA, LEIRIA, MAS...

Fui convidado pela Câmara para assistir à inauguração dos trabalhos executadosatravés do POLIS, pelo nosso Primeiro Ministro, José Sócrates, no dia 29 de Agostopassado. Como leiriense de gema que sou, evidentemente que não poderia faltar.

Assim, naquele dia e à hora marcada, lá estava eu, entre muitas centenas depessoas, à entrada do jardim Luís de Camões. Logo, e com facilidade, encontrei umamigo, o Eng.º Mendes e Sousa, que, como bom conversador e observador que é,me serviu de companhia para, debaixo de um tórrido calor, acompanharmos o chefedo governo nas inaugurações que se iriam fazer. A primeira foi logo à entrada dojardim, no descerrar de uma placa que diz: “Intervenção do programa Polis na cidadede Leiria. Inaugurado pelo Senhor Primeiro Ministro Eng.º José Sócrates e a Dr.ªIsabel Damasceno Presidente da Câmara Municipal de Leiria em 29 de Agosto de2007”. Passámos na ponte do Bairro dos Anjos, em direcção ao parque da cidade,no qual se encontram melhoramentos de destaque, entre os quais o parque dascrianças. Seguidamente, atravessámos a antiga ponte da Fonte Quente, que foimelhorada com corrimões metálicos, e novamente entrámos no velho Marachãopara, poucos metros à frente, tornar a atravessar o Lis através de uma nova ponte,de onde se podem verificar os açudes que ali foram feitos, permitindo navegar eaté, como antigamente, fazer competições de natação ou de remo. Seguimos ajusante e, durante algumas dezenas de metros, verificámos uma passagem pedonalfantástica em madeira. Observámos, neste recanto, o que foi e o que é agora aantiga Fonte Quente, onde também foi construído um estacionamento subterrâneo.

Eu e o meu amigo companheiro, dadas as idades avançadas, já vínhamospensando e comentando que possivelmente teríamos de seguir a pé até ao alto docemitério, para ver a nova casa mortuária e pensámos que, sendo assim, seria muitoviolento o nosso esforço. Entretanto, verificámos que, um pouco mais ao fundo, seencontravam estacionados alguns veículos Mobilis e um grande corrupio de pessoasa entrar. “Amigo Eng.º ”, disse eu, “vamos aproveitar já!” Demos uma pequenacorrida e o primeiro já estava completamente cheio, mas logo fomos ao segundo e,antes que fosse mais tarde e porque os lugares já estavam todos ocupados, entrámosatabalhoadamente, seguindo viagem mesmo de pé. O destino desta boleia foi não oque pensávamos mas sim S. Romão. Ficámos muito admirados com o que nos foidado observar neste local. Primeiro, a nova ponte que ali foi feita e logo ao lado àdireita, no local da antiga propriedade do dr. Verde, onde outrora era um terrenode milho e outros produtos agrícolas, um grande parque de desportos radicais.

Não há dúvida de que ficámos radiantes com o que foi feito, mas, à medidaque íamos observando estes melhoramentos, estávamos sempre atentos, como éhábito dizer-se, “com um olho no burro e outro no cigano”, não fôssemos nósperder o transporte para novas inaugurações. Vigiámos bem o local doestacionamento dos veículos e logo fomos dos primeiros a entrar. Seguiu-se novaviagem, mas sentadinhos, e só parámos frente à antiga parada do R. I. 7.

Antes de observar o belíssimo recinto, onde impera o bom gosto, para quemqueira ter o prazer de gozar momentos de descanso à beira-rio, lendo um bom livroou o jornal de sua preferência, que ali tem o local de repouso ideal, aproximei-meda margem e veio-me à memória quando no lado oposto, nos finais dos anos 20 einícios de 30, um “puto” (que era eu), com um garfo na mão direita, levantava com aesquerda, com muito cuidadinho, do fundo do leito, um seixo para observar seestava alguma enguia escondida e violentamente a espetar. Por vezes era ao anzol,e pescava bons barbos, bogas, etc. Reparei nas antigas noras que movimentavamo moinho do caseiro, onde íamos, a troco de uma porção de milho, buscar farinhapara a minha mãe fazer papas, que, com sardinhas assadas, eram um bom pitéu.Também admirei a grande nora do R.I.7 devidamente restaurada, mas sem osalcatruzes, claro, e, olhando um pouco mais acima, as quedas de água onde, todosnus, íamos tomar banho. Mais acima ainda, a velha Ponte dos Caniços, na qualexibíamos a nossa destreza, mergulhando para as águas do Lis. Neste meupensamento recordo que, ainda mais acima, acompanhado por grupos de rapazesda escola primária e não só, em pleno Verão, me ia banhar nas águas do afluentedo Lis com a Ribeira do Sirol, tão límpidas que até por vezes se bebia delas .

Bom, vamos deixar estas tão saudosas recordações e continuar a integrar--nos na comitiva destinada a fazer mais inaugurações, tão progressivas para anossa Leiria. Assim, junto à margem esquerda, e à sombra de frondosas ecentenárias árvores de plátanos, que dão beleza à paisagem, estavam a oferecer,para quem pretendesse, água e sumos, que dispensámos. Logo, a poucos metros,havia um local devidamente protegido com um grande toldo, cobrindo um espaçocom muitas cadeiras para quem se quisesse sentar e ouvir os discursos da praxe,que iriam ser feitos pelos dirigentes políticos que propositadamente se deslocaramà cidade. Olhei para o meu amigo companheiro e ele para mim, adivinhando onosso cansaço e desejo de regressar a casa. Desistimos, com muita pena de nãopodermos ouvir nem continuar a apreciar as muitas inaugurações que aindafaltavam. E assim, em conversa amena e um pouco estafados, regressamos aolocal do nosso encontro, onde nos despedimos, seguindo cada qual o seu destino.

Depois de chegar a casa, concentrei-me no meu gabinete, reflecti, pensando nasobras que foram executadas, e pensei para comigo: “Sim, valeu a pena, Leiria, mas...e a zona histórica, a relíquia dos nossos antepassados, que não tem sido tratada comobem merece?” Saber esperar é uma virtude, e, agora que já se vê uma luz ao fundo dotúnel, vamos, dar tempo ao tempo, aguardando com a esperança de que esta zona serárestaurada em condições devidas, para encanto dos turistas e orgulho dos leirienses.

Está projectado um elevador para o castelo. E porque não um teleférico entreo castelo e ermida da Senhora da Encarnação? Isto é apenas o parecer de umleiriense visionário. E até, a concretizar-se tal ideia, seria possível obter maisrendimento do que com o Estádio.

Novamente o interfacede CeiraRecebi, em 8 de Outubro, umacarta da Administração da MetroMondego datada de 25 de Setem-bro, na qual, amavelmente, meprestam esclarecimentos àcercados apontamentos que nestejornal, em 14 e 28 de Setembro,dediquei à construção do interfacede Ceira.

São duas as informaçõesprestadas:

Começo pela segunda: “Li-gação directa entre o parque deestacionamento e a Quelha dosLouros” . No apontamento de 28de Setembro, à custa de infor-mação que me foi prestada porpessoa amiga, rectifiquei aquelaminha sugestão e congratulei-mepor a Administração da MetroMondego ter encontrada umasolução muito melhor para o caso,como confirmei pela planta quefizeram o favor de me remeter.

Só o facto de a carta que re-cebi ter sido escrita em 25 de Se-tembro justifica, compreensivel-mente, o reparo que me foi feito.

Quanto à primeira: “Neces-sidade de suspender por dois anosa circulação no Ramal da Lousã”.É confirmada esta situação que aAdministração da Metro reco-nhece ir ser penosa se bem que,como é natural, venha a sercompensada, depois de dois anosde obras,em termos de rapidez,conforto e frequência.

NAS MARGENS DO CEIRANAS MARGENS DO CEIRANAS MARGENS DO CEIRANAS MARGENS DO CEIRANAS MARGENS DO CEIRA

João [email protected]

Diz a Administração da Me-tro Mondego que “será facultadoàs populações transporte alter-nativo” às quais atempadamenteserão feitos avisos e dados con-selhos para a melhor maneira deefectuarem as suas deslocações.

Estamos, assim, num períodode espera que para muitos repre-senta ansiedade. É evidente queo transporte alternativo só poderá,a nosso ver, ser feito utilizando au-tocarros. Não perspectivamos ou-tra solução.

E é neste ponto que a nossapreocupação continua ou, por-ventura até, aumenta. Sabemospor experiência própria que, emhoras de ponta, especialmente,são largas centenas os passa-geiros que descem em São Josée na Coimbra Parque. Quetomaram o transporte nas esta-ções e apeadeiros entre Serpinse Coimbra. Será oportuno dizerde novo aquilo que já escrevi. EmCeira, nos transportes das 8 e das8.40 o problema não consiste emter lugar sentado, Isso é umamiragem. O problema é conseguirentrar pois a lotação em pé vem

já largamente excedida.Estou certo que a Adminis-

tração da Metro procurará mini-mizar os incomodos que as popu-lações vão sentir mas, penso, queas soluções alternativas devem serdadas a conhecer tão brevequanto possível, na medida emque, cada qual, terá que, com tem-po procurar outras soluções quenão sejam as que lhe serão ofe-recidas.

Na minha ignorância nãoconcebo a ideia de pôr, simulta-neamente, em movimento algu-mas dezenas de autocarros!

Para não abordar o problema, a meu ver grave, da interrupçãoda circulação durante dois anosque, inevitavelmente, conduzirá auma perda de hábitos e rotina quedemorarão a recuperar.

Não vale já a pena falar dasimples electrificação do ramalque sempre defendi e que con-tinuarei a entender ser a melhorsolução. Resta-me a consoladoracerteza de que muitas e concei-tuadas vozes se ergueram no mes-mo sentido.

A Metro Mondego diz, eacredito que o fará, tem por missãomelhorar as condições de vida daspopulações e pedindo a colabo-ração de todos para atingir os seusobjectivos permitir-me-à que digada minha intenção de sempre ofazer, se bem que humildemente,mas com a franqueza e lealdadeque faz parte dos meus hábitos.

Instalação de parque de inovação

Câmara avança com expropriaçõesde mais 60 hectares

O presidente da Câmara deCoimbra anunciou que aautarquia vai avançar comexpropriações de mais 60hectares de terrenos para ainstalação do Parque deInovação em Ciência,Tecnologia e Saúde(Coimbra iParque).

Carlos Encarnação falava nacerimónia de adjudicação daprimeira fase de obras do CoimbraInovação Parque (Coimbra iPar-que), que vai ser realizada nos 45hectares de terreno já expro-priados pela Câmara para a ins-talação desta nova área de ino-vação tecnológica, científica eempresarial.

“Não podemos ter empresasse não as ajudarmos a instalar-se”,afirmou.

Em declarações aos jorna-

listas no final da sessão, o pre-sidente da Câmara de Coimbrareiterou críticas expressas no seudiscurso, condenando o modeloseguido pela autarquia nos últimos25 anos, com a aquisição deapenas 17 hectares de terrenospara áreas empresariais.

“Há 25 anos, a Câmaracomprava por 200 vezes menos.Estamos a fazer agora tudo aquiloque já devia ter sido feito há muitotempo. Numa altura de contençãoorçamental, de sacrifício, nósestamos a investir o que devia tersido investido há muitos anos atrás.Bastava terem comprado dezhectares por ano para, ao fim de25 anos, serem 250 hectares”,afirmou.

Para Carlos Encarnação,presidente da mesa da assembleia--geral do Coimbra iParque, este foi“um modelo errado, que não podiadar resultados”.

“Com estes números não

podíamos ir a lado nenhum, en-quanto todas as outras câmarasmunicipais investiram fortementenesta área”, disse o autarca,exemplificando com o caso domunicípio de Oeiras.

A primeira fase das obras doCoimbra Inovação Parque inclui ainfra-estruturação de um espaçocom cerca de 29 hectares e tem ovalor de 6.249.183 euros, acrescidode IVA.

Situado em Antanhol, nosarredores da cidade, o iParque de-verá receber as primeiras empre-sas em Julho de 2008.

“Tem início hoje mais umaetapa do Coimbra iParque. Umaetapa decisiva, definitiva e irre-versível. O Coimbra iParque deixoude ser uma ideia para ser umarealidade: mudou o tempo verbal”,afirmou, na sessão, o presidente doconselho de administração dasociedade anónima, Norberto Pi-res.

Page 24: O Despertar – 8454 – 12.10.2007

O O O O O DDDDDeeeeespespespespespertrtrtrtrtararararar12| OUTUBRO |07 24 O COIMBRINHA

A Amizade, amigo do seu amigo, com uma impres-sionante sensibilidade, sentido de solidariedade ebondade cativantes;

Lutador acérrimo, convicto das causas em queacreditava, das quais jamais desistia;

Homem Honrado em que a Seriedade e a Trans-parência constituíram evidências ao longo da sua vida;

Engrandecer o seu jornal “O Despertar”, uma dassuas paixões, a que dedicou uma parte da sua vida.Desde muito cedo, ainda adolescente, passava horasdo dia na oficina, a ajudar o avô, o nosso saudosoAntónio Sousa, sua mãe Lúcia e seus tios, Artur,Armando, Ângela e António, verificando e corrigindoprovas, dobrando jornais, colando cintas, etc. Poste-riormente, como colaborador, com os seus brilhantesartigos, e mais tarde, como Director;

Coimbra, um amor de sempre, a quem tanto deu, e,muito, muito mais, queria e teria para dar!

Associação Académica de Coimbra, outra grandepaixão, e da qual foi Presidente. Quem com ele privava,sabe o quanto sofria com as derrotas e o quanto vibravacom as vitórias do seu clube de sempre;

Olivais FC o clube que seu avô foi co-fundador e sócion.º 1 e onde exerceu o cargo de presidente daAssembleia Geral. Esteve sempre presente com a suaamizade e ajuda, nos momentos mais dificeis destebaluarte do desporto conimbricense, honrando assim, opassado afectivo da sua família;

Na vertente Política, era um Homem cujas convicçõesse pautavam pela autenticidade, pelo espírito de serviço,sem nunca perder de vista o diálogo fecundo e de totalabertura com que norteava as suas relações com os quese colocavam em campos antagónicos.Fausto de Sousa Correia – que vontade férrea de(con)viver! Que irreverência!

O Fausto que parecia vender saúde, alegria, simpatia,foi traído pelo seu coração (Grande, Muito Grande)! Deforma irreversível, irreparável!!Mas, nós família, amigos e colaboradores do Despertar,jamais o esqueceremos.Continuará sempre connosco! Para sempre!

(Continuado da 1.ª página)

ATÉ SEMPRE QUERIDOPRIMO E SOBRINHO!

As lágrimas brotaram dos nossos olhos, de um modoirreprimível, incontrolável, ao tomarmos conhecimento datrágica notícia! A Dor é grande e profunda!

Ao sentimento de impotência que se apoderou de nós,juntou-se a Revolta (enorme), a Injustiça!

Indescritível o estado de espírito que se instalou emnós, face à brutalidade ocorrida.

Faustito, foste e serás um exemplo para todos nós! Pelatua personalidade, afectividade, amizade, companheirismoe humanidade.

Admirámos-te, respeitámos-te e amámos-te!E tu sabia-lo!Irás continuar sempre connosco. Sentimos uma enorme

honra e privilégio, por te termos tido como primo e sobrinho.Sempre foste um elemento agregador da nossa família!

Pugnaremos por continuar essa união!Até sempre!

Teus primos e tios.

Até Sempre Fausto!Apesar do raiar do dia, a “Alvorada” continua semse fazer sentir. O nevoeiro que caiu sobre nós, nãose quer dissipar. A notícia da tua morte apanhou atodos desprevenidos.

Deixou Coimbra, a região e o país em choquee nós, que transformávamos a tua força e a tuapaixão em redobrada esperança, permanecemosem estado de choque, sem querer acreditar quenos deixaste.

Hoje como ontem, continuamos a ter-te aquiconnosco, em cada linha, em cada frase, em cadapágina…

Dizias que “O Despertar” era, simultanea-mente, a tua “paixão” e o teu “compromisso”. Nóssabíamos. Nós sentíamo-lo. Víamo-lo no teu olhar.

Apesar de não estares cá fisicamente, a tuaforça e a tua energia permanece connosco.

Tudo faremos para manter viva esta paixão epara honrar o teu – e o nosso – projecto. Tudofaremos para honrar a tua memória.

Até sempre Fausto!Os funcionários de “O Despertar”

Carlos Dinis; Diana Oliveira; Zilda Monteiro

A última viagemde Fausto CorreiaO funeral de Fausto Correia estáprevisto para as 15H00 de amanhã.

O corpo do eurodeputado deve-rá chegar hoje a Lisboa, ao princípioda noite. Segue para Coimbra, ondevai estar em câmara ardente noPavilhão da Académica/OrganismoAutónomo de Futebol, na Solum,onde decorrerão também as cerimó-nias fúnebres.

O corpo vai a sepultar em jazigode família, no cemitério de SantoAntónio dos Olivais.

As bandeiras das câmaras muni-cipais de Coimbra e Miranda doCorvo mantêm-se a meia haste atéao dia do funeral.