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Suplemento sobre a relação com o paciente. Coordenação: Associação Portuguesa de Grupos Ba l int

Março 2007 • n.º11 • suplemento integrante do Jornal Médico de Família n.º120

Editorial 2007: Ano Balint

Antónia Lavinha

Médica de família e membro

da direcção da APGB

alavinha@portugalmail.pt

Sumário

para os Grupos Balint em Vilamoura,no 24º Encontro Nacional de ClínicaGeral (quinta-feira, dia 22 de Março,pelas 9 horas, na sala Lince), com acoordenação de Jorge Brandão e dostambém médicos de família RizérioSalgado e João Sequeira Carlos.

Afectos intemporais

Decorrem movimentos de mudançae outros que se avizinham céleres.Não sabemos ainda qual o pendor

da medicina do futuro no nosso país.Mas mesmo que atitudes preventivas,cuidados antecipatórios, visão sisté-mica do paciente e medicina centradana pessoa se vejam reduzidos a con-ceitos obsoletos, de uma coisa esta-mos certos: os afectos, esses, nuncapassarão à história. Nem a morte osapaga, porque um rasto de emoçõese sentimentos os perpetuam...E é com isso e disso que se cons-troem relações de conança ondepoderão ancorar os medos, quer dodoente, quer do técnico de saúde. E,quem sabe, encontrar soluções!2007 é o Ano Balint! 1 a 5 de Setem-bro, assentem já nas vossas agendas!

TODOS AO 15ºCONGRESSOINTERNACIONALBALINT!

BALINT NO 24ºENCONTRONACIONAL DECLÍNICA GERAL

reboliço que vai pelos camarins daorganização do 15º Congresso In-ternacional Balint, antes que se acen-dam as luzes da ribalta.A Associação Portuguesa de Gru-pos Balint (APGB) – numa organi-zação conjunta com a nossa “maisvelha” Associação Portuguesa dosMédicos de Clínica Geral (APMCG)

 – acolhe, este ano, com muito pra-zer e honra, a realização, em Lisboa,do referido evento.

Com estes sentimentos em cartei-

ra, omédico de

família e membroda direcção da APGB, Jorge

Brandão, convida-nos para um cur-to passeio pelo programa, já quasedenitivo, deste importante aconte-cimento. Um passeio a pé, calmo esaudável, como convém, de olhos eouvidos bem abertos para o muitoque se vai pensando, investigando eescrevendo sobre a relação médico/paciente, nomeadamente no que dizrespeito aos Grupos Balint.

Uma metodologia actual

Da Europa às Américas e até da lon-gínqua Austrália, Balint vem colhendo

frutos nestes 50 anos de história.Fascina-nos a actualidade desta me-todologia, pelo que um dos nossosprimeiros apelos vai para os queestão ainda no início da carrei-ra (desde que seja prossional dasaúde e seja qual for a especialidadeque abrace, mesmo que não seja a

Medicina Geral e Familiar). Da von-tade de manter a contextualização te-órica dos Grupos Balint nas reuniõesmagnas da MGF portuguesa vai acon-tecer – à semelhança do Congressode Medicina Familiar de 2006, emAveiro – uma sessão de sensibilização

Não sabemos se é da praxe mos-trar os bastidores, deixar assistir

aos ensaios, permitir alguma cusquice...A teoria diz que, pelo menos, nosGrupos Balint não é de bom tom apresença de voyeurs – leia-se elemen-tos que não estejam disponíveis pararelatar/ partilhar um caso – porque ométodo vê-se assim desvirtuado, fal-sicado, omisso num ambiente quese quer de conança eprotegido. Mas, como

se trata de noticiar,cativando, seduzin-do, resolvemosdar a conhecerum pouco do

GRUPOS BALINT EMFUNCIONAMENTO

Balint no 24º Encontro Nacional de Clínica GeralWorkshop Balint

Quinta-feira, 22 de Março, 9 horas, Sala Lince

Programa:

Da relação médico/doente à me-

todologia Balint  – Jorge Bran-dão (MGF)

Como funciona um Grupo Balint – Que mais-valias?   – RizérioSalgado (MGF)Balint na agenda educativa dos mé-

dicos – João Sequeira Carlos (MGF)

GRUPO DE LISBOA DASSEGUNDAS-FEIRAS

(GRUPO FECHADO):19 de Março16 de Abril21 de Maio18 de Junho

16 de Julho20 de Agosto

17 de Setembro15 de Outubro

19 de Novembro17 de Dezembro

GRUPO DE LISBOA DASQUARTAS-FEIRAS(SEMI-ABERTO):

18 de Abril23 de Maio20 de Junho18 de Julho

22 de Agosto19 de Setembro24 de Outubro

21 de Novembro12 de Dezembro

23 de Janeiro de 2008. 

GRUPODE COIMBRA:

17 de Abril22 de Maio

19 de JunhoGRUPOS

DE AVEIRO:28 de Março

(manhã e tarde)24 de Abril (manhã e tarde)

Fundamentos:

O relacionamento terapêutico que se estabeleceentre médicos e doentes contém especicidadese virtualidades que importa ter em conta, como objectivo de melhor controlar o resultado daacção médica, impulsionando as suas potenciali-dades curativas e de apoio no sofrimento.

Para além de uma aproximação médico-cientí-ca de carácter técnico, a relação médico/doenteestá incrustada de elementos próprios dos rela-cionamentos humanos, onde avultam aspectosemocionais que, se não forem bem compreendi-

dos e trabalhados pelos médicos, poderão detur-par ou contrariar o sentido positivo e de ecáciacom que é pretendido actuar-se.Das muitas metodologias usadas para compreensãoe treino da relação médico/doente, os Grupos Balintmantêm a sua prática um pouco por todo o mundo,desde há cerca de 50 anos, principalmente junto dos

médicos de Clínica Geral/Medicina Familiar.

Demonstração

de Grupo Balint

Sexta-feira, 23 de Março, 11 horas, Sala Lince

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Todos ao 15º Congresso Internacional Balint!

 15 º CONGRESSO INTERNACIONAL BALINT

 Jorge Brandão

Médico de família

e membro da direcção da APGB

Caros Colegas,Em nome da comissão organizado-ra do 15º Congresso InternacionalBalint, convido-os a tomar conhe-

cimento dos objectivos, estrutura econteúdo, daquele que será, entreos dias 1 e 5 de Setembro próximos,um importante acontecimento noâmbito da relação médico/doente.Ao longo dos seus 50 anos de histó-ria, os Grupos Balint têm protagoni-zado um modo especíco de olhar esentir a comunicação e o relaciona-mento entre médicos e doentes. Umdos objectivos enunciados, tem sidoo de proporcionar aos médicos ummaior conforto, segurança e ecáciana relação terapêutica. Pretende-seque o contexto da consulta se tornemais favorável a desfechos positivos,

correspondentes às expectativas dosdoentes e dos médicos, impulsionan-do e potenciando a acção clínica.Como relação humana que é, sofren-do as inuências dos múltiplos ele-mentos que lhe são inerentes, o en-contro entre médicos e doentes vivedas expectativas que emanam do sa-ber aprendido nas faculdades, nos li-vros e na prática clínica, mas que casujeito às inevitáveis e imprevisíveisconsequências de uma comunicaçãointermediada pelas tensões própriasde um confronto de personalidadescom partilha de emoções. Muitas ve-

Comissão Organizadora Comissão Científca

• Ana Maria Sardinha

(MGF; Matosinhos);

• Antónia Lavinha (GF; Seixal);

• Benedita G. Moura

(MGF; Matosinhos);

• João Sequeira Carlos

(MGF; H. da Luz);

• Jorge Brandão (MGF; Amadora);

• José A. Simões (MGF; Cantanhede);

• Josena Marau (MGF; Sintra);

• Teresa Laginha (MGF; Lisboa);• Rizério Salgado (MGF, Oeiras).

• Caldas de Almeida (Psiq; Lisboa);

• João Hipó lito (Psiq; Lisboa);

• João M. Teixeira (Psiq; Porto);

• John Salinsky (GP ; Inglaterra);

• José Mendes Nunes (MGF; Oeiras);

• Heide Otten (GP; Alemanha);

• Henry Jablonsky (Psiq; Suécia);

• Manuel Luciano Silva

(MGF; Matosinhos);

• Michel Delbrouck (GP; Bélgica);

• Paul Sackin (GP; Inglaterra);• Vítor Ramos (MGF; Cascais).

zes, nesse processo, na consulta, nãosão encontradas nem aceites as me-lhores soluções para os problemasapresentados, pois algo – que não os

conhecimentos técnicos – foi capazde causar perturbação ou indesejá-veis ruídos entre os intervenientes.Ao procurar fornecer ao médico algu-mas ferramentas psicológicas e emo-cionais que lhe permitam enfrentarsituações potencialmente adversas,sem esmorecimentos nem perdas deecácia terapêutica, a frequência degrupos Balint tem-se revelado uminstrumento de formação comple-mentar da aprendizagem médica.Por isso, o convite especial que gos-taríamos de aqui deixar aos colegasdo Internato Complementar de Me-dicina Geral e Familiar, para que par-

ticipem no Congresso. Terão condi-ções especiais de inscrição.

Medicina, Evidência e Emoções

Vivemos um tempo de procura deevidências, visando o progresso quan-to ao aumento de certeza com quepraticamos os nossos actos clínicos.Queremo-los baseados em resulta-dos de experimentações anteriores,sujeitos ao crivo dos métodos es-tatísticos, signicativos e extrapolá-veis. Isso, serve-nos de guia perantea multiplicidade de escolhas possíveisaquando da necessidade em decidirface ao doente concreto. A decisãonal, porém, terá que ter em contanovas variáveis saídas do próprio do-ente, do contexto em que se inseree do tempo e modo em que se está aefectuar a consulta. Podem gerar-seresistências à melhor aplicação práti-ca do que se evidenciou como maiscorrecto. Poderá ter que haver lugarà negociação, à exibilidade e à inte-racção com elementos subjectivos esem possibilidade de experimentaçãoprévia. A compreensão desses ele-mentos, contudo, poderá favorecera aplicação da evidência, ajudando arelativizá-la e a colocá-la ao nível de

aceitação dos doentes.Como tema forte do 15º Congres-so, a procura das contradições, dassinergias ou das complementarida-des entre uma Medicina Baseadana Evidência ou outra, Baseada naEmoções, constituirá um importanteassunto de debate. Diversas comuni-cações versarão o tema, perspecti-vando-o de modos diversos.

Que futuro para os Grupos

Balint?

De acordo com uma das comunica-ções que será apresentada, na histó-ria dos Grupos Balint distinguem-se,

fundamentalmente, duas fases. A dosprimeiros tempos, em que foi pensadopoderem constituir um método paraformar e treinar clínicos gerais que pu-dessem actuar como psicoterapeutas.

PROGRAMA

Secretariado: Av da República, Nº 97 – 1º; 1050-190 Lisboa;

Telf. 217 615 250 E-mails: apmcg@netcabo.pt; Jorge.hipotalam@netcabo.pt

1 a 5 de Setembro de 2007

Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, Campo de Santana

Em Setembro, Lisboa vai acolher“balintianos” de todo o mundo e será

a capital do movimento iniciado por Michael Balint nos idos anos 50

comportamentos aparentementeinaceitáveis e assustadores.

Participem!

Aqui caram expressos alguns moti-vos potencialmente aliciadores paraa vossa participação no 15º Congres-so Internacional Balint.Gostaríamos que assim acontecesse,pois este primeiro grande contactoe diálogo entre o Balint nacional e oexperimentado movimento interna-cional será profundamente enrique-cedor, com aporte de novas ideias

e práticas susceptíveis de apoiar osnossos modos de actuar.Haverá oportunidade para entrarmais adentro da metodologia, queem Portugal, apesar dos esforçosdos últimos anos, ainda é mais co-nhecida nos seus fundamentos teó-ricos do que praticada. No entanto,o Balint, como metodologia viva e deprofunda interacção entre quem nelequeira participar, para ser plenamen-te compreendido, terá que ser pra-ticado. A interacção com os colegasestrangeiros e a experimentação nosgrupos que se irão formar ao longodos dias de Congresso – em Portu-

guês, Inglês e Francês – poderão ac-tivar a vontade para que, após o dia5 de Setembro, haja mais vontade emenos hesitação em aderir.Participem!

Seguiu-se a fase dos seis minutospor doente, em que os grupospassaram a ser olhados comosuporte a uma actividade médica

com especicidades particularesquanto ao tempo e ao modo deactuação. Desde então, tem sidocom estes pressupostos que sevem construindo o presente eo futuro dos Grupos Balint, re-criando a sua dinâmica interna eobjectivos de trabalho de acor-do com a própria evolução daprática clínica nos cuidados desaúde primários.Um das últimas expressõesdesse tipo de desenvolvimento,foi o trabalho de doutoramen-to defendido em Setembro de2006, na Universidade de Upp-

sala, pela colega Dorte Kjeld-mand, que conclui poderem osGrupos Balint constituir um lo-cal seguro para reectir sobre aprática da clínica geral, levandoao fortalecimento da identidadeprossional. Os estados emo-cionais induzidos por relaciona-mentos frustrantes ou mal di-geridos, poderão obter esclare-cimento e levar à melhoria dasrelações. Ao mesmo tempo, ogrupo pode ajudar a tomar con-trolo sobre as situações proble-máticas e a impedir o burnout.É um método suave e ecientepara facilitar o desenvolvimen-to de novas compreensões da relaçãomédico/doente, com possíveis efeitospositivos sobre o doente.A médica Dorte Kjelmand estará noCongresso de Lisboa.

Grupos Balint com internos

Como método particularmenteindicado para os médicos que fre-quentam o internato, talvez que nasua aplicação mais vasta esteja, jun-to desse grupo de colegas, um dosimportantes caminhos futuros dosGrupos Balint.

Em alguns programas internacionaisde formação, estes grupos até exis-tem como elemento curricular obri-gatório, o que tem levantado algumasdiscussões e reservas, com opiniõespró e contra a manifestarem-se.Será este, também, um dos assuntosa merecer intenso debate no 15ºCongresso, em que a intervençãode John Salinsky, da Sociedade BalintBritânica, trará importantes achegas.Entre as diversas vantagens referen-ciadas, uma das ideias é a de que osGrupos Balint com internos pode-rem ajudar a ultrapassar diculdadesde relacionamento com tutores e

levarem a uma melhor compreensãodo sistema de saúde em que se estãoa integrar. Ao mesmo tempo, permi-tirem compreensões mais empáticase distendidas quanto a doentes com