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  Técnicas empresariais Notas resumo sobre A empresa, produtividade, manutenção e aprovisionament o Compiladas por: Gabriela Rebello da Silva

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  • Tcnicas empresariais

    Notas resumo sobre

    A empresa, produtividade,

    manuteno e aprovisionamento

    Compiladas por:

    Gabriela Rebello da Silva

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    Notas de apoio s disciplinas de OPP e tcnicas empresariais (Departamento de eng. Electrotcnica) compiladas por Gabriela Rebello da Silva (actualizadas em Agosto de 2011)

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    1 Introduo ........................................................................................................................................ 3 2 Objectivos de uma empresa ............................................................................................................. 4 3 Classificao de empresas................................................................................................................ 4

    3.1 Classificao do ponto de vista econmico............................................................................... 5 3.2 Classificao do ponto de vista jurdico .................................................................................... 5 3.3 Do ponto de vista da dimenso ................................................................................................. 6 3.4 Do ponto de vista de actividade ................................................................................................ 6

    4 Subsistemas que constituem uma empresa ...................................................................................... 6 5 Relao da produo com outras reas funcionais .......................................................................... 7 6 A produtividade, produtividades especficas ................................................................................... 8

    6.1 Aces para aumentar a produtividade ..................................................................................... 9 6.2 O papel da direco na produtividade da empresa .................................................................. 10 6.3 Produtividade directa e indirecta ............................................................................................. 11

    7 Rendimento e rentabilidade ........................................................................................................... 11 8 Relao entre produtividade e rentabilidade .................................................................................. 12 9 Manuteno .................................................................................................................................... 12

    9.1 Seleco das polticas de manuteno ..................................................................................... 14 9.2 Condicionantes manuteno ................................................................................................. 14 9.3 Custos de manuteno ............................................................................................................. 14 9.4 Custos de manuteno preventiva e custos de reparao ........................................................ 15

    10 A funo aprovisionamento e a sua ligao com outras funes na empresa ............................... 15 10.1 As actividades do aprovisionamento ................................................................................... 15 10.2 Definies ............................................................................................................................ 16 10.3 Como equacionar a gesto do aprovisionamento numa empresa ........................................ 16 10.4 A importncia da gesto do aprovisionamento.................................................................... 17 10.5 A Gesto de stocks .......................................................................................................... 17 10.6 Generalidades ...................................................................................................................... 17 10.7 Diviso da gesto de stocks ............................................................................................. 21

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    Notas sobre

    A empresa, produtividade, estudo do trabalho, manuteno e planeamento

    1 Introduo A produo consiste na utilizao de determinados recursos, com o objectivo de obter bens e servios. A produo inclui tambm os transportes e a distribuio ou comercializao de bens e ainda a prestao de servios. Um servio consumido medida que produzido, enquanto um bem consumido apenas algum tempo aps a sua produo.

    Em todos os sistemas econmicos existem unidades de produo que combinam determinados recursos (humanos, financeiros e tcnicos) para satisfazer necessidades. Estas unidades de produo, (empresas), so unidades econmicas, que visam a explorao de determinado sector econmico (extractivo, transformador, transporte, prestao de servios ou comercializao de bens) utilizando meios (factores de produo) necessrios, com o objectivo de lhes atribuir valor. A empresa diferencia-se daquilo a que se chama estabelecimento (pode ser a fbrica, o comrcio, a oficina, a sucursal, a agncia); uma empresa pode conter um ou mais estabelecimentos.

    Segundo Colin Clark, distinguem-se trs sectores de actividade: O sector primrio, que inclui a agricultura, a pecuria, a silvicultura, a pesca e a caa; O sector secundrio, que agrupa as minas, as construes, a indstria e a produo de energia elctrica; O sector tercirio, que compreende o comrcio, os transportes, os servios administrativos, pblicos e

    privados e os servios pessoais.

    A indstria considerada como um conjunto de unidades econmicas de produo que utilizam meios financeiros, tcnicos e trabalho e transformam matrias-primas em produtos. O termo indstria utiliza-se muitas vezes para designar tipos de actividades como por exemplo; indstria qumica, indstria alimentar, etc.

    A empresa a unidade de produo caracterstica da economia de mercado, define-se como se indica em cima e tem como funes atingir determinados objectivos, assegurando a satisfao das necessidades. A empresa pode ser analisada como um sistema1 aberto, constitudo por recursos,

    1.1 Humanos (fora de trabalho); 1.2 Financeiros (financiamentos bancrios, leasing, seguros de crdito, etc); 1.3 Tcnicos (matrias primas, equipamento, etc).

    que, usados de modo integrado permitem atingir objectivos predefinidos. Estes objectivos devem estar de acordo com as necessidades, as aspiraes e as caractersticas do meio envolvente. O meio envolvente de uma empresa constitudo por clientes, fornecedores, concorrentes, governos, etc. Assim e no geral a conjuntura poltico-econmica, o mercado e a concorrncia manifestam-se pela criao de oportunidades e de ameaas, sendo necessrio assegurar que se alcana um equilbrio entre a empresa e o meio envolvente.

    O primeiro objectivo de qualquer empresa, no entanto, produzir, evoluindo a gesto da produo de acordo com o desenvolvimento econmico e as solicitaes dos consumidores. Assim, houve uma fase em que a procura era maior do que a oferta e tudo o que se produzia era vendido. A partir do momento em que houve um equilbrio passou-se a uma fase em que os clientes escolhiam os seus fornecedores produzindo-se o que podia ser vendido.

    Actualmente a concorrncia entre as empresas severa sendo os clientes cada vez mais exigentes, o que requer que as empresas se preocupem com:

    Optimizao dos custos; Qualidade; Curtos prazos de entrega e o respeito dos mesmos;

    1 Um sistema, um conjunto organizado de elementos interactivos, animados por tendncias convergentes.

    Um sistema aberto tem trocas energticas com o meio ambiente, com o qual se mantm em equilbrio dinmico.

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    Renovao de produtos com vida encurtada; Adaptao evoluo dos produtos e das tcnicas de fabrico.

    Esta fase em que a empresa deve produzir o que j est vendido leva a que seja prestada muito mais ateno s questes de gesto. A empresa tem necessidade de influenciar o mercado e internamente, o que leva necessidade de mudar a cultura da empresa

    A dimenso ptima de uma empresa define-se como sendo a da empresa que em dadas condies de tcnica e de capacidade de organizao tem o menor custo mdio de produo (incluindo os custos que devem ser cobertos a longo prazo).

    Nos custos acima mencionados podemos distinguir custos fixos de custos variveis:

    Custos fixos so os custos que no dependem do volume de produo (ex: seguros, aluguer de instalaes, fabris, equipamento, etc). Custos variveis variam com o volume da produo.

    O custo total (C) de uma dada produo (Q), varia consoante a natureza e a importncia relativa daqueles diferentes tipos de custo (fixos e variveis). O custo mdio da produo (Cm), o custo total por cada unidade de produo e representa-se do seguinte modo: Cm = C/Q

    2 Objectivos de uma empresa Os objectivos de uma empresa so metas ou alvos que a empresa pretende alcanar e podem ser: Objectivos de curto prazo (ou operacionais), a alcanar num exerccio; Objectivos de mdio ou longo prazo que tm a ver como o desenvolvimento, o crescimento ou a

    sobrevivncia empresariais.

    Nestes objectivos contam-se os seguintes: a sobrevivncia; a criao e distribuio de riqueza; a produo de bens e de servios; a obteno de equilbrio com interesses exteriores. a posio no mercado (obteno de quotas de mercado mais favorveis que as dos seus concorrentes); a inovao; a satisfao dos seus clientes e dos consumidores em geral; a formao, promoo e realizao dos colaboradores. A produtividade

    O alcance dos objectivos de uma empresa, muitas vezes medido atravs de factores como: Lucro e rentabilidade mnimos; Taxa de crescimento anual; Parcelas de Mercado; Nvel da qualidade; Valor de bens e servios; Nvel de satisfao do pessoal.

    3 Classificao de empresas As empresas podem ser: industriais, comerciais e de servios.

    As empresas industriais, so agrupamentos humanos hierarquizados que atravs de processos tcnicos, extraem, transformam ou prestam servios, utilizando meios fsicos, financeiros e intelectuais (tcnicos), sob uma direco pessoal ou colegial, com motivao de lucro ou utilidade social. As empresas comerciais exercem

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    actividade puramente mercantil, adquirindo produtos que so comercializados sem sofrerem qualquer transformao.

    A classificao geral das empresas pode ser efectuada segundo vrias pticas, nomeadamente econmica, jurdica, dimenso e ramo de actividade.

    3.1 Classificao do ponto de vista econmico 3.1.1 Unidades de produto 3.1.1.1 Do domnio concreto

    De matrias-primas ou produo originria (esto no princpio do processo econmico); De meios de produo So as da esfera intermdia do processo econmico. Os seus inputs provm

    de outras empresas e os outputs destinam-se a outras empresas; De bens de consumo Empresas que actuam na parte final do processo econmico estabelecendo as

    relaes com os consumidores; Intermedirias Incluem-se as empresas de servios, tais como as comerciais e outras.

    3.1.1.2 Do domnio financeiro ou abstracto Incluem-se neste grupo os bancos, companhias de seguros e outras do gnero.

    3.1.2 Unidades de consumo As unidades de consumo podem ser pblicas ou privadas.

    3.2 Classificao do ponto de vista jurdico 3.2.1 Empresa individual ou singular Apenas uma pessoa assume a funo empresarial (o empresrio). Neste tipo de empresa o empresrio organiza a produo e assume todos os riscos inerentes funo empresarial. O empresrio responde pela empresa com todos os seus haveres.

    3.2.2 Sociedade comercial de responsabilidade ilimitada ou sociedade em nome colectivo uma sociedade de pessoas, sendo todos scios e respondendo solidria e ilimitadamente pela empresa. Estas sociedades so, em geral, formadas por um nmero reduzido de scios cabendo a gerncia a todos eles. Estas empresas habitualmente no tm uma expanso considervel devido aos riscos pessoais em que incorrem os scios entre si em relao a terceiros.

    3.2.3 Sociedades annimas, sociedades de capitais Sociedades annimas, so aquelas em que o elemento pessoal se esbate quase completamente. O capital destas sociedades encontra-se dividido em pequenas fraces a cada uma das quais corresponde uma aco.

    Nas sociedades annimas, a responsabilidade de cada scio encontra-se limitada ao montante do capital por ele subscrito; isto ao montante do capital representado pelas aces que possui.

    3.2.4 Sociedade em comandita simples e por aces Nas sociedades em comanditas encontramos dois tipos de scios: os comanditados e os comanditrios. Os scios comanditados, do mesmo modo que os scios das sociedades em nome colectivo, respondem solidria e ilimitadamente pelo passivo social; os scios comanditrios do mesmo modo que o das sociedades annimas, tm a sua responsabilidade limitada pela sua participao no capital social.

    3.2.5 Sociedades por quotas Trata-se de sociedades de responsabilidade limitada; os scios respondem pelas dvidas da sociedade at ao montante das suas participaes no capital social; estas sociedades aproximam-se das sociedades annimas.

    3.2.6 Sociedades de economia mista O Estado participa habitualmente em algumas empresas. Esta participao muitas vezes no fruto de uma vontade deliberada mas acontece por exemplo quando o Estado vem em socorro de empresas cuja falncia pode ser ruinosa para a economia de um Pas (bancos, empresas de transporte, etc.); ou quando o Estado pretende

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    conciliar o interesse privado e o pblico em sectores fundamentais da vida social ou para evitar o monoplio privado em campos onde a concorrncia se revela impraticvel. Nestes casos as empresas, habitualmente, revestem formas de sociedade annimas.

    O Estado e outras colectividades pblicas participam no capital social das empresas, tendo representao no Conselho de Administrao e intervindo na gesto das empresas.

    3.2.7 Empresas pblicas So empresas nas quais os poderes pblicos se concentram nas suas mos as funes de empresrio e de chefe da empresa, podem ser empresas no ramo das florestas e minas, arsenais e fbricas de material de guerra, distribuio de electricidade, gs e gua.

    3.3 Do ponto de vista da dimenso As empresas podem ser classificadas em pequenas, mdias e grandes empresas, segundo critrios que podem variar. Em Moambique os critrios para a classificao de empresas encontram-se definidos pela legislao industrial, no entanto possvel encontrar critrios diferentes em legislao no mbito do trabalho e das finanas.

    As pequenas e mdias empresas so habitualmente criadas em sectores em que a industrializao no atingiu um grau elevado, no permitindo grandes produes em srie. Estas empresas surgem tambm quando os consumidores e as matrias-primas esto dispersos e os custos de transporte so elevados; exigem normalmente capitais pouco elevados e no exigem grandes conhecimentos tcnicos nem grandes esforos de investigao. Apesar das grandes empresas conseguirem habitualmente realizar a produo a custos mais baixos, verifica-se que h habitualmente um predomnio de pequenas e mdias empresas.

    3.4 Do ponto de vista de actividade Existe um classificador econmico nacional:Classificao das Actividades Econmicas de Moambique, editado pelo Instituto Nacional de Estatstica, que define a classificao das empresas nacionais.

    4 Subsistemas que constituem uma empresa As empresas internamente so constitudas pelos seguintes subsistemas:

    O subsistema normativo ou social. A organizao obtm valores do seu ambiente e exerce sobre eles a sua prpria influncia. As normas condicionam atitudes, comportamentos e decises;

    O subsistema tcnico, constitudo pelas tecnologias, equipamentos e processos de fabricao utilizados na transformao dos inputs;

    O subsistema psicolgico, tendo como componentes as motivaes e as condutas dos indivduos e os estatutos e relaes de grupos;

    O subsistema administrativo, que resulta da forma como se dividem ou agrupam as vrias tarefas e dos processos de coordenao. Inclui as cadeias hierrquicas e funcionais;

    O subsistema de gesto, dividido em trs nveis: estratgico, coordenativo e operativo.

    Em relao a este ltimo subsistema, importa referir o seguinte:

    O nvel mais elevado de gesto, o estratgico, preocupa-se principalmente com a ligao entre a empresa e a envolvente, definindo a estratgia. Compreende a formulao de polticas e de planos abrangentes. O horizonte temporal o de longo prazo.

    No nvel operativo, tenta-se assegurar o cumprimento eficaz e eficiente dos objectivos operacionais definidos. As preocupaes so de curto prazo.

    O nvel coordenativo ou tctico, situa-se entre os dois anteriores e tem como objectivo fundamental a integrao eficaz das actividades internas, especializadas por funo e/ou nvel hierrquico. Este nvel ocupa-se da traduo de planos estratgicos em tcticos.

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    5 Relao da produo com outras reas funcionais

    Objectivos estratgicos

    Encomendas propostas Nomenclaturas Especificaes

    Consultoria encomendas Gamas Implantaes, investimentos

    Motivao Manuteno dos recursos Recrutamento formao

    Tratamento da informao Fabricao de produtos

    Controle de custos Matrias primas, Componentes, Produtos acabados, Produtos em curso de fabrico Balano - Conta de resultados Gesto da qualidade - controle

    Todas as organizaes industriais ainda que sejam simples tm trs grandes reas funcionais:

    A rea produtiva, que envolve a obteno e utilizao dos factores de produo, (mo de obra, materiais, equipamentos, tecnologias);

    A rea comercial, associada s actividades de marketing, distribuio e vendas; A rea financeira, associada s possveis fontes de financiamento e respectivos custos, hipteses de

    aplicao de fundos, e manuteno de equilbrio financeiro entre os recursos e os encargos.

    Numa organizao industrial, distingue-se a produo, da gesto da produo.

    A produo a fabricao de um bem atravs da utilizao de um conjunto de recursos.

    A gesto da produo, exerce-se num quadro de profundas inter-relaes com os vrios sectores funcionais da organizao, para alm do prprio processo produtivo.

    A gesto da produo relaciona-se com as outras funes de uma empresa, no entanto tem funes contraditrias em relao a algumas das outras funes:

    Contradies a nvel dos prazos Servio comercial: os prazos devero ser os mais curtos possveis; Servio de produo: necessrio tempo para fabricar produtos muito diferenciados e de qualidade.

    Direco

    Comercial

    Aprov. compras

    Pessoal

    Estudos

    Mtodos

    Manuteno

    Fabricao Informtica

    Controle de gesto Armazns

    Gesto Da

    Produo

    Contabilidade Qualidade

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    Contradies ao nvel da qualidade Servio comercial: um produto vende-se mais facilmente se for de boa qualidade; Servio de produo; um produto de qualidade mais difcil de conseguir.

    Contradies ao nvel de preos Servio comercial: mais fcil vender um produto de baixo preo. Servio de produo: a reduo de custo sempre difcil de conseguir.

    A gesto da produo necessita da colaborao de vrias pessoas em vrios sectores da empresa.

    6 A produtividade, produtividades especficas

    O nvel de vida de uma pessoa ou de uma comunidade normalmente o bem-estar material de que dispe essa pessoa ou comunidade e que lhe necessrio para assegurar a subsistncia e um modo de vida conveniente. O nvel de vida varia substancialmente de Pas para Pas e mesmo dentro de um Pais.

    O nvel de vida da populao de um determinado Pas encontra-se directamente relacionado com a produo de bens e servios desse Pas. A produo de bens e servios depende de factores diversos e pode ser aumentada pelo aumento do nmero de trabalhadores ocupados ou ainda pelo aumento da produtividade.

    O que a produtividade? A produtividade define-se habitualmente como a relao entre o produto obtido e os recursos que so utilizados para o obter (factores de produo consumidos).

    A produtividade de uma empresa em geral depende de vrios factores alguns dos quais escapam ao controle do gestor da empresa, como, por exemplo o nvel da procura, a situao do mercado de matrias primas e acessrios, as taxas fiscais e de juro, a existncia ou no de mo de obra qualificada.

    Os recursos utilizados na obteno de um produto podem ser: Terra e construo; Matrias-primas e materiais; Instalaes, mquinas e ferramentas; Actividade do Homem.

    A importncia relativa de cada um dos recursos acima mencionados depende da natureza da empresa, do Pas, da disponibilidade e custo dos recursos e da natureza dos produtos e processos de fabrico.

    As matrias-primas em alguns tipos de produo representam por vezes cerca de 60% do preo do custo do produto acabado pelo que por vezes a produtividade referida s matrias-primas tem uma importncia fundamental para algumas empresas.

    A economia de matrias primas pode ser conseguida em algumas fases do processo da produo, em particular quando no processo de concepo do produto se tem em ateno o facto de a produo poder vir a ser conseguida pela utilizao de um mnimo de matrias primas.

    Deve-se ter em ateno tambm que os materiais a usar sejam econmicos tendo em ateno por exemplo o consumo de combustveis.

    Na fase de fabricao tambm necessrio utilizar o processo mais adequado e assegurar que o mesmo seja executado da forma mais correcta. O nmero e qualidade do equipamento influenciam tambm a produtividade das empresas. O bom ou mau abastecimento de matrias-primas e acessrios pode influenciar de modo significativo a produtividade.

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    Os trabalhadores devem ser formados e deve-se ter em ateno a necessidade de no produzir peas defeituosas evitando o desperdcio de material pela sua rejeio.

    As movimentaes e transportes inteis devero ser eliminados, devendo as operaes respectivas serem correctamente concebidas e executadas.

    Uma fonte importante de economia para uma empresa a utilizao correcta e eficaz do terreno e das construes.

    Assim, muitas vezes de modo mais simples a produtividade medida em relao a um dos factores de produo, surgindo o conceito de produtividade especfica ou seja o quociente da produo por um dos factores de produo. Exemplos de produtividades especficas:

    Produtividade da terra quando esta usada para a agricultura aumenta quando, por exemplo, pela utilizao de fertilizantes ou de uma semente de melhor qualidade se consegue aumentar a produo por hectare de um produto agrcola.

    Produtividade de matrias Diz-se que houve um aumento da produtividade de um material, quando, por exemplo, um carpinteiro consegue com uma mesma quantidade de madeira produzir duas carteiras ao contrrio de um outro carpinteiro que com o mesmo material apenas produz uma carteira.

    O simples facto de a produtividade relativa mo-de-obra, terra, s matrias ou s mquinas numa empresa aumentar, pode no dizer nada no que refere s razes deste aumento.

    Tambm, nem sempre o facto de a produo ter aumentado significa que houve um aumento de produtividade. Se, por exemplo, houver um aumento do volume dos recursos utilizados e se este for em percentagem superior ao aumento da produo haver um decrscimo da produtividade.

    A produtividade da empresa depende do modo como estes recursos so utilizados. A utilizao dos mesmos pode normalmente ser quantificada em termos de valores correspondentes a despesas reais. Quando se produz uma maior quantidade utilizando o mesmo nvel de recursos, reduz-se o custo e o lucro aumenta.

    Para a quantificao da produtividade introduz-se normalmente a noo de tempo e atende-se decomposio da durao total do trabalho.

    Utilizam-se muitas vezes como unidades de medida da produo de bens e servios horas-homem ou horas-mquina. Uma hora-homem, representa o trabalho de um homem durante uma hora. Uma hora-mquina, representa o trabalho de uma mquina ou de um aparelho durante uma hora.

    6.1 Aces para aumentar a produtividade Um aumento de produtividade a nvel nacional permite de modo geral aumentar a competitividade no mercado internacional e melhorar a qualidade de vida da populao.

    So algumas as aces que podem ser desenvolvidas com o objectivo de aumentar a produtividade: Especializao e normalizao; Aperfeioamento do produto e estudo do mercado; Estudo e preparao do trabalho e melhoria das condies de trabalho; Formao e incentivos mo-de-obra; Melhoria das aces de planeamento e controle de produo; Melhoria das tcnicas de aprovisionamento e gesto de stocks; Melhoria das tcnicas de manuteno e de segurana; Melhoria da qualidade.

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    6.2 O papel da direco na produtividade da empresa Durante muitos anos considerou-se que o mais importante no que refere produtividade, era o que resultava da melhor ou pior realizao do trabalho humano. No entanto verificou-se que a produtividade do trabalho influenciada pelo efeito de grande nmero de factores que se interrelacionam como o equipamento, as tcnicas introduzidas, o grau de abastecimento de matrias-primas, etc.

    Todos os aspectos acima mencionados e que afectam a produtividade, relacionam-se com o modo como gerida uma empresa, assumindo assim, o papel da gesto de topo (direco) uma grande importncia.

    Compete direco da empresa zelar para que seja efectuada a melhor utilizao dos recursos da produo, assegurando que os mesmos so combinados de modo a obter-se a maior produtividade possvel. Sem direco normalmente a empresa est votada ao fracasso.

    A direco apenas conseguir cumprir o seu papel se tiver a participao activa e voluntria dos seus trabalhadores a todos os nveis.

    O papel da direco de uma empresa na coordenao dos recursos exemplificado de seguida:

    R E C U R S O S

    Com o objectivo

    de produzir

    P R O D U O

    Terreno e

    construes

    Materiais

    Instalaes Mquinas Equipamento

    Actividade humana

    A DIRECO

    Informa-se

    Organiza

    Dirige

    Coordena

    Controla

    Estimula

    BENS E SERVIOS

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    6.3 Produtividade directa e indirecta

    PRODUTIVIDADE

    Melhorada pela Melhorada pela Organizao industrial organizao administrativa

    ESTUDO DO TRABALHO TRATAMENTO DA INFORMAO

    Funo Mtodos Funo planeamento Sistema de informao Sistema de deciso

    O qu? Quando? N V E I S D E G E S T O Onde? Quem? Como? Quanto? Mecanismos de controle

    Anlises de desvios Aces correctivas

    Reduo do ciclo de produo Reduo do custo de produo

    7 Rendimento e rentabilidade

    Rendimento define-se como a relao entre a quantidade produzida e a prevista. Expressa-se habitualmente em percentagem.

    Rentabilidade um indicador econmico que exprime a relao entre duas grandezas, expressas em valores monetrios. Habitualmente uma delas um resultado e a outra uma aplicao ou receita geradora da primeira.

    Exemplos:

    Rentabilidade do Resultado lquido da explorao Capital prprio = _____________________________ x 100 Capital prprio

    Rentabilidade das Resultado lquido da explorao Vendas = _____________________________ x 100 Facturao

    PRODUTIVIDADE DIRECTA

    PRODUTIVIDADE INDIRECTA

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    8 Relao entre produtividade e rentabilidade A produtividade global e a rentabilidade, evoluem no mesmo sentido quando os preos dos factores de produo e dos produtos se mantm no tempo.

    No entanto, se a estrutura de preos muda com o tempo, a evoluo destes indicadores pode alterar-se.

    Por exemplo, um aumento dos preos dos produtos acabados, acompanhado de uma diminuio de preos de alguns factores de produo, pode conduzir a um aumento da rentabilidade e a uma reduo da produtividade.

    9 Manuteno

    Todos os equipamentos em funcionamento numa empresa sofrem deteriorao, pelo que necessrio mant-los em boas condies o que permite aumentar a produtividade.

    Assim, qualquer tipo de equipamento sofre inspeces programadas, reparaes de grande ou pequeno porte com a substituio de peas e de rgos, lubrificaes, limpezas, pinturas e outros. Estas aces constituem aquilo a que se chama manuteno. A planificao da produo deve ser realizada em coordenao com a planificao da manuteno, no sentido de manter a operacionalidade dos equipamentos a custos baixos.

    Atravs da funo produo, a empresa procura atingir os seus fins (produo de bens e/ou servios), utilizando os equipamentos de que dispe e explorando as suas capacidades.

    Atravs da manuteno, a empresa procura garantir as condies de funcionamento e conservao dos equipamentos. Falhas na manuteno podem conduzir imobilizao frequente de equipamentos causando quebras na produo e no permitindo aproveitar as capacidades instaladas.

    A manuteno devido sua implicao na produo e aos altos custos envolvidos na mesma considerada um factor determinante na economia das empresas.

    Objectivo da manuteno

    O objectivo principal da manuteno como acima se referiu manter a operacionalidade dos equipamentos a custos baixos. Os equipamentos devero estar disponveis durante o tempo programado de produo devendo por tal serem reduzidos ao mnimo os tempos de imobilizao do equipamento.

    Ao manter os equipamentos operacionais conseguimos nveis de produo elevados, no entanto temos de ter em ateno outros factores como a segurana, a qualidade e os custos da reparao que determinam a poltica de manuteno.

    A segurana importante porque afecta os trabalhadores, os equipamentos e muitas vezes at o meio em que se insere a unidade fabril.

    A qualidade importante porque se os equipamentos no estiverem em boas condies podem causar desperdcios e defeitos de produo afectando o rendimento e at o meio ambiente.

    Os recursos humanos desempenham um papel importante na garantia de uma boa manuteno sendo importante que sejam seleccionados de acordo com as actividades a realizar, tendo e conveniente acompanhamento.

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    O custo resultante do trabalho de manuteno deve ser sempre minimizado at onde for possvel.

    Em pases como Moambique em que a componente nacional de fabrico de equipamentos industriais pequena, apresentam-se como condicionantes adicionais manuteno:

    Dependncia tecnolgica do exterior; Fornecimento de peas sobressalentes e dificuldades de gesto de stocks.

    Definio de manuteno

    A manuteno pode assim ser definida como o conjunto de aces realizadas ao longo da vida til de um equipamento ou bem, de forma a manter ou repor a sua operacionalidade nas melhores condies de qualidade, custo e disponibilidade, de uma forma segura.

    Polticas de manuteno

    A poltica de manuteno definida pela empresa destina-se a determinar qual a abordagem da empresa em relao a esta funo:

    Manuteno planeada Organizada, dirigida, planeada e controlada

    Preventiva Visa evitar avarias. Actua antes da avaria acontecer. Sistemtica executada segundo um calendrio pr-estabelecido. Actua independentemente

    do equipamento apresentar indcios de avaria. executada em intervalos fixos de tempo de vida.

    Condicionada executada quando o equipamento apresenta sinais de avaria (vibraes anormais, aquecimento, etc).

    Planeada No planeada

    Preventiva Correctiva Emergncia

    Sistemtica Condicionada

    Poltica de manuteno

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    TrackSticky Noteregras de manuntencao

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    Este tipo de manuteno implica uma vigilncia peridica ao funcionamento dos equipamentos. Aumenta a vida til dos equipamentos, reduz as paragens intempestivas e as intervenes inteis.

    Correctiva Visa restabelecer a operacionalidade dos equipamentos actuando depois da avaria acontecer

    Manuteno no planeada No gerida (ao acaso), efectuada quando acontece uma avaria.

    9.1 Seleco das polticas de manuteno A poltica de manuteno a adoptar depende da importncia do funcionamento do equipamento.

    Metodologia: Definir para cada sistema e/ou equipamento, quais as suas funes; Determinar quais e de que natureza so as consequncias resultantes da paragem, nomeadamente

    quanto: segurana de pessoal; segurana dos restantes componentes da instalao; ao processo

    produtivo; aplicabilidade de programas de manuteno condicionada. Determinar se existe manuteno capaz de evitar a perda de operacionalidade.

    9.2 Condicionantes manuteno

    a) Na fase de aquisio Amortizao e custo de manuteno; aquisio de marcas consagradas; garantia de curso ou estgio para conduo e manuteno; garantia de sobressalentes; garantia de informao tcnica; garantia de fornecimento de ferramentas.

    b) Na fase de conduo Garantir a formao de pessoal nas reas de produo e de manuteno

    c) Localizao e instalao do equipamento Acesso para conduo e manuteno; condies recomendadas pelo fabricante

    9.3 Custos de manuteno Custos directos reflectem o que se gasta, equipamentos e materiais, pessoal; decises e estudos,

    registos. Custos indirectos So devidos aos lucros perdidos com a imobilizao: paragem de produo,

    qualidade deficiente, stocks de sobressalentes.

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    9.4 Custos de manuteno preventiva e custos de reparao se o mnimo da curva (QEE).

    Custos totais

    Custos da manuteno preventiva

    M

    Custos de reparao

    Actividade de manuteno A manuteno preventiva tem custos que aumentam com a actividade O equipamento avariado traduz-se em produo perdida e tem csto Os custos de reparao diminuem com o aumento da manuteno preventiva;

    A partir de M no se justifica manuteno preventiva adicional.

    10 A funo aprovisionamento e a sua ligao com outras funes na empresa

    A funo aprovisionamento o conjunto de operaes que concorrem para assegurar aos servios utilizadores de uma empresa o fornecimento de materiais, equipamentos, matrias primas ou servios adquiridos no exterior, adequados utilizao a que se destinam com a qualidade apropriada, nas quantidades necessrias, nas datas de utilizao previstas, ao fornecedor mais indicado e por um custo total mnimo.

    O aprovisionamento tem ligaes funcionais com outras reas contribuindo para o correcto funcionamento da empresa. Entre outras reas o aprovisionamento liga-se ao gabinete de estudos, produo e ao sector comercial.

    10.1 As actividades do aprovisionamento

    As principais actividades do aprovisionamento so:

    A Gesto de stocks;

    cust

    os

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    A Gesto administrativa de compras e recepo.

    10.2 Definies

    Algumas definies necessrias compreenso do que se segue:

    10.2.1 Stock uma proviso de produtos destinados ao consumo. Considera-se como stock a quantidade de material existente fisicamente no armazem. 10.2.2 Produtos englobam:

    a) Mercadorias So produtos comprados para serem revendidos tal qual; b) Matrias primas so produtos que servem de base ao fabrico; c) Matrias consumveis So produtos que concorrem directa ou indirectamente para o

    fabrico; d) Produtos acabados So produtos fabricados prontos a vender; e) As embalagens; f) Resduos So produtos que provm do fabrico.

    10.2.3 Consumo, Para um gestor de stocks um produto consumido quando sai do stock. 10.2.4 Artigos em stock Todos os elementos que constituem o stock duma empresa. 10.2.5 Unidade de contagem (ou de movimento) Unidade pela qual se conta a quantidade em stock, ex: unidade, dezena, dzia, grama, litro, metro cbico, etc. 10.2.6 Unidade de facturao Quantidade correspondente ao preo unitrio de facturao pelo fornecedor. 10.2.7 Unidade de compra a mais pequena quantidade inteira que se pode comprar ao fornecedor, ex: Tambor de leo de 180 litros, sacos de 50Kg, perfil de ao com 1 tonelada de peso e comprimento de 10 metros, etc. 10.2.8 Movimento de stock Um stock varia frequentemente. Aumenta com as entradas (entregas de fornecedor, devolues) e diminui com as sadas (venda, perda, roubos, destruio). 10.2.9 Ruptura de stock D-se quando o consumo faz com que o stock chegue ao nvel zero e ainda continue a verificar-se a sada do material. A ruptura de stock, acontece quando o consumidor ou utilizador do material requisita um artigo ao armazm e o seu stock j se encontra em zero. 10.2.10Encomenda A encomenda na maior parte dos casos materializada por um contrato bilateral entre comprador e fornecedor.

    10.3 Como equacionar a gesto do aprovisionamento numa empresa Quer seja numa nova empresa ou na reorganizao duma j existente, para se definir a funo aprovisionamento, dever-se- ter em ateno o seguinte:

    10.3.1 A escolha dos locais de armazenagem e o seu dimensionamento: Minimizando distncias a percorrer entre os pontos de armazenagem e os locais onde iro ser

    utilizados; Possibilitando fcil e econmica recepo e armazenagem dos materiais; Permitindo correcto manuseamento para satisfazer as requisies.

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    10.3.2 Estudo do lay-out de cada armazm, equipamentos e movimentao para: Racionalizar movimentaes internas; Minimizar possibilidades de deteriorao e acidentes.

    10.3.3 Estudo de um sistema eficaz de identificao de produtos e verificao das quantidades existentes.

    10.3.4 Organizao de um processo que minimize a possibilidade de entrada ou sada fsica de bens sem a recepo dos documentos necessrios.

    10.3.5 Organizao de sistema para programar com antecipao as encomendas e respectivas quantidades de modo a limitar o risco de ruptura de stocks.

    10.3.6 Organizao do processo tcnico-administrativo de preparao de encomendas, garantindo as especificaes correctas e o bom entendimento por parte dos fornecedores.

    10.3.7 Implementao e actualizao do ficheiro de fornecedores para conhecer: qualidade dos produtos; prazos de entrega e condies de venda.

    10.3.8 Implementao de um processo de seguimento das encomendas, desde a emisso recepo.

    10.3.9 Organizao de um sistema de recepo quantitativa e qualitativa dos materiais enviados pelos fornecedores.

    10.4 A importncia da gesto do aprovisionamento O aprovisionamento assume grande importncia nas empresas pois no raro que o montante das compras seja de 50 a 70% do volume dos negcios. O pessoal afecto aos aprovisionamentos normalmente no mais que 2% dos efectivos da empresa.

    A importncia da gesto do aprovisionamento, deriva de: A percentagem, geralmente elevada, do montante dos stocks no valor do activo da empresa; A rea ocupada pelos armazns; Os meios humanos e materiais necessrios arrumao dos armazns, movimentao dos

    materiais e controle das existncias; O custo de efectivao da encomenda; As consequncias da ruptura de stocks.

    10.5 A Gesto de stocks A gesto de stocks pode-se definir como a gesto previsional, econmica e administrativa dos materiais de stock de modo a optimizar as existncias necessrias contnua laborao da empresa. A gesto de stocks visa criar condies que permitam decidir em primeiro lugar quando se deve aprovisionar e em segundo lugar quanto se deve aprovisionar.

    10.6 Generalidades 10.6.1 Vantagens e inconvenientes dos stocks Os stocks apesar de serem uma necessidade para as empresas, em termos financeiros tm um cuto elevado pois chegam a representar 25 a 35% do capital imobilizado. Assim importante para as empresas reduzir os stocks o mximo possvel. Esta reduo encontra-se associada a aces como:

    Preveno de avarias nas mquinas utilizando a manuteno mais adequada;

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    Preveno de produtos defeituosos; Reduo dos tempos de mudanas de sries; Melhoria da gesto no geral.

    Normalmente um stock permite assegurar o consumo regular de um produto ainda que o seu consumo e a sua produo sejam irregulares, permitindo tambm fazer face a irregularidades na entrega. O stock permite assim equilibrar entregas e utilizaes efectuadas a ritmos diferentes.

    Os stocks tm inconvenientes que normalmente se associam a: Fragilidade de determinados produtos o que obriga condies especiais de armazenagem; Material no vendido que imobiliza uma parte maior ou menor do capital sem qualquer lucro; Venda em saldo ou at a necessidade de apenas se proceder eliminao de determinados

    produtos com perdas contablisticas; Ruptura que para um fabricante se traduz a falta nas vendas e que pode levar a perda de clientela.

    10.6.2 Funo do stock Sem os stocks correctos seria impossvel utilizar de modo racional a capacidade produtiva e satisfazer as encomendas dos clientes em tempo oportuno.

    A gesto de stocks, tem normalmente as seguintes funes:

    a) Anular ou minimizar as consequncias das variaes imprevisveis de: Procura de produtos acabados; Consumos de materiais; Prazos efectivos de entrega das encomendas colocadas nos fornecedores; Qualidade dos materiais dos fornecedores, que impliquem a sua devoluo ou operaes de

    recuperao. Com o objectivo de no transferir para a produo as consequncias de variaes sazonais na produo ou compra de materiais.

    b) Proporcionar mais ampla possibilidade: De compra a custos favorveis (maiores quantidades); De produo de sries econmicas com melhor distribuio dos custos de preparao e

    lanamento.

    10.6.3 Objectivo da gesto de stocks A gesto de stocks tem por objectivo manter, num patamar aceitvel, o nvel de servio aos clientes.

    a) Estudar a localizao e Lay-out dos armazns de modo a: Minimizar os custos de armazenagem; Evitar a deteriorao dos materiais ou produtos armazenados; Facilitar a identificao de cada material ou produto; Racionalizar as movimentaes dentro dos armazns, no fornecimento de servios e na recepo

    de bens; Promover o fornecimento de bens em tempo e correctamente.

    b) Implementar e gerir um sistema administrativo para: Registrar a movimentao de materiais nos armazns; Controlar as quantidades existentes; Conhecer as quantidades em armazm j comprometidas;

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    Prever a entrada de novos materiais e produtos.

    c) Estudar as quantidades (mdia, mxima e mnima) a manter em stock para conseguir um equilbrio entre:

    O montante financeiro imobilizado em stocks; O custo de posse em armazm dos materiais e dos produtos; Uma elevada probabilidade de no se constiturem stocks obsoletos; Uma probabilidade aceitvel de no haver ruptura de stocks.

    Assim: Gerir um stock fazer com que ele esteja apto a responder s encomendas dos clientes, dos utilizadores dos artigos em stock.

    10.6.4 Categorias de artigos em stocks So as seguintes as categorias principais dos artigos em stocks:

    a) Artigos de consumo corrente; b) Peas de segurana fazem face a incidentes de carcter aleatrio; c) Artigos em trnsito so artigos armazenados que tm em vista trabalhos determinados; d) Artigos no classificados- porque so tecnicamente ultrapassados ou for a de moda; e) Resduos de fabrico ou de demolio; f) stocks de recuperao constitudos por artigos que aguardam reparao; g) stocks de guerra- Que podem compreender os artigos anteriores para alm de mscaras de gs,

    cartes de alimentao, etc; h) stock estratgico para fazer face a ruptura de aprovisionamento ligada a acontecimentos

    polticos. 10.6.5 Custos de stocks Os stocks suportam trs tipos de despesas, as despesas de processamento de encomenda que esto ligadas constituio e renovao do stock e que se somam ao preo de compra dos artigos. As despesas de posse de stock inerentes existncia de um stock que aumentam os preos de stock sada do armazm. As despesas de ruptura de stock criadas pelo facto do stock no permitir satisfazer a procura.

    a) Despesas de Processamento de Encomenda, incluem as despesas inerentes s compras: Salrios e encargos sociais: dos agentes dos servios de aprovisionamento encarregues das vrias

    actividades; dos agentes dos servios contabilsticos encarregues do registo e pagamento de facturas e do registo de entradas;

    Despesas de funcionamento dos servios de aluguer, energia, material de escritrio, despesas de expediente;

    Despesas de deslocao de agentes; Despesas de recepo e experimentao de artigos comprados; Despesas de informtica.

    b) Despesas de Posse de stock: Encargos financeiros, juros de emprstimo para financiar as compras; Encargos de armazenagem: custos de funcionamento dos armazens; amortizao ou aluguer das

    instalaes; amortizao de equipamentos e mquinas de manuteno; prmio de seguro; perdas diversas; custos de transporte; custos de obsolescncia; custo de informtica ou contabilidade anual.

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    c) Despesas de Ruptura de stock: Despesas devidas ao facto do stock se ter esgotado e no satisfazer a procura. Podem ser despesas de perdas de cliente, penalidades por atrasos de entrega, aumento de preo de custo por substituio de material, etc. Geralmente difcil avaliar tais custos, mas pode afirmar-se que em geral so muito elevados.

    10.6.6 Conceitos Tericos a) Frequncia

    o nmero de vezes em que o material pedido em determinado perodo de tempo. b) Prazo de Aprovisionamento (PAP)

    o intervalo de tempo que decorre entre a manifestao da respectiva necessidade e a sua entrega em armazm, tambm se pode chamar prazo de entrega.

    c) Ponto de Encomenda (PEC) o nvel de existncias (stock) que quando atingido deve dar origem a uma nova encomenda.

    d) Quantidade a encomendar a quantidade de material que dever ser adquirida. Pode-se calcular de vrias maneiras de acordo com o mtodo de gesto.

    e) stock Afectado ou Cativo (SAF) o stock cativo para determinado fim. Considera-se consumido.

    f) stock Livre em Armazem (SLA) o total de existncias no afectadas . Representa o que est disponvel.

    g) stock Total em Armazem (STA) o total de existncias em armazm (SAF+SLA). Representa o capital empatado num dado momento (engloba stock segurana).

    h) stock mdio em armazm (SMA) Representa o capital empatado em existncias, num dado perodo. Constitui o nvel de stock em torno do qual as operaes de reaprovisionamento e consumo se realizam. O stock mdio em armazm dado pela frmula:

    Sm (t1+ t2+ t3+ t4+ tf)= s+s1 t1 + s1+s2 t2 + s2+s3 t3+ s3+s4 t4+ s4+sf tf 2 2 2 2 2

    Normalmente os dados contabilsticos no permitem fazer a curva e considera-se que o stock mdio anual a mdia dos stocks no fim do ms:

    SMA = stock mensal 12

    i) stock livre terico (SLT) Faz intervir as quantidades em curso de aquisio. igual existncia em armazm mais a quantidade encomendada.

    j) stock total terico (STT) constitudo pela existncia em armazm mais a existncia potencial, isto , a quantidade em curso de aquisio. Engloba: stock de segurana (SEG); stock afectado (SAF); stock livre em armazm (SLA) e stock potencial em curso de aqusio (SPT)

    STT= SEG+SAF+SLA+SPT

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    k) stock de segurana um nvel suplementar de existncias, criado para evitar rupturas de stock devido a irregularidades de consumos e de entregas, devido a situaes de emergncia..

    10.6.7 Eficincia da gesto de stocks Indicam-se a seguir alguns indicadores cuja evoluo histrica permite visualizar a evoluo verificada nos stocks:

    Taxa de rotao = valor total de sadas por ano = consumo anual Valor mdio mensal stock stock mdio

    Taxa de ruptura = N total de requisies no satisfeitas N total de requisies

    10.6.8 Tipos de stocks As mercadorias - produtos comprados para serem revendidos As matrias primas Produtos que servem de base de fabrico Produtos acabados Produtos fabricados prontos a vender Materiais de conservao - Materiais destinados ao eventual arranjo das mquinas. 10.7 Diviso da gesto de stocks

    10.7.1 Gesto Material dos stocks Objectivos da gesto material dos stocks

    Facilitar a recepo, a conferncia, a arrumao e a expedio dos bens; Dispor as quantidades em espao mnimo, com fcil acesso; Proteger os bens de deteriorao e roubo; Planear cada armazm para se adaptar economicamente a futuras necessidades; Racionalizar as tarefas dos trabalhadores.

    10.7.2 Gesto Administrativa dos stocks Objectivos da gesto administrativa dos stocks:

    Registar correcta e oportunamente, as entradas e as sadas de cada material no armazm; Saber, em cada momento quantas unidades de cada material devem existir em stock; Controlar as quantidades de bens ainda em armazm, mas j reservadas para serem entregues em

    prazos fixos; Manter actualizadas as previses de entrada de materiais em armazm em quantidades e prazos; Analisar os desvios entre as quantidades efectivamente existentes e as que deviam existir.

    10.7.3 Gesto econmica dos stocks A maior parte das empresas, lida no dia a dia com um nmero bastante grande de artigos em armazm, sendo assim as decises sobre as quantidades a encomendar bastante importantes o que implica que se estabeleam regras para as mesmas.

    O objectivo da gesto econmica de stocks o de racionalizar o aprovisionamento por forma a minimizar o custo total de cada produto sada do armazm (custo que inclui o preo pago ao fornecedor e os custos de efectivao da encomenda, transporte e armazenagem).

    A gesto econmica de stocks destina-se a garantir que:

    a) Qualquer artigo seja fornecido aos utilizadores pelo mnimo custo total;

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    b) Seja assegurada a continuidade de fornecimento aos servios utilizadores da empresa; c) A obteno da continuidade de fornecimento no seja mais cara que a falta que suprime.

    A gesto econmica de stocks baseia-se nas provises de consumo em cada perodo; nos prazos de aprovisionamento; nas variaes de preos por nveis de encomenda; nos custos de efectivao das encomendas; nos custos de transporte; nos custos de armazenagem, funo do espao ocupado e do perodo de estacionamento e nos custos provocados por rupturas de stocks. As informaes acima mencionadas permitem responder s duas questes bsicas de: quando e quanto encomendar?

    O valor de um artigo assim igual ao pagamento ao fornecedor + custo de posse do stock + custo de processamento de encomenda para cada artigo.

    O encargo de processar a encomenda menor quanto maior o n de artigos encomendados por vez. O custo de posse tanto maior quanto maior for o n de artigos encomendados de cada vez.

    A quantidade econmica da encomenda (QEE) aquela que corresponde aos encargos mnimos e calcula-se do modo seguinte:

    QEE = LEC = (2 x CPE x CAP)/ CPs

    CPE custo de processamento de uma encomenda; CPs custo de posse do stock por unidade; CAP consumo anual previsto.

    O ponto de equilbrio calculado estabelecendo a expresso matemtica, derivando, igualando a zero, obtendo-se o mnimo da curva (QEE).

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    Custo total

    Custo de posse do stock

    Custo de processamento da encomenda

    Conhecido o consumo anual e o QEE, pode-se determinar o n econmico de encomendas. NEE = CAP/QEE

    400

    200 PAP Ponto de encomenda (PEC)

    tempo Jan. Fev. Mar Maio Julho

    600

    400 Novo PEC = 400 UN

    200 PAP stock cativo (SAF)

    tempo Jan. Fev. Mar Abril Maio Julho

    Nv

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