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Arte Bizantina . O termo refere-se à expressão artística de caráter religioso dos primórdios do cristianismo no Império Bizantino. A arte bizantina consistiu numa mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, cabendo-lhe, durante mais de um milênio, preservar e transmitir a cultura clássica grega. Com fases alternadas de crise e esplendor, a arte bizantina se desenvolveu do Século 5, com o desaparecimento do Império Romano do Ocidente enquanto unidade política, até 1453, quando Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, instituída sobre a antiga cidade grega de Bizâncio, foi ocupada pelos exércitos otomanos. Justamente nessa ocasião, a arte bizantina encontrava-se em vias de uma terceira idade áurea. Arte e religião juntas Seu caráter inconfundível decorre, sobretudo da combinação de elementos tão diferentes como o grego, o persa e o romano, diversidade que prevaleceu sobre fatores de ordem técnica. Quase sempre estreitamente vinculada à religião cristã, teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação mística decorrente dessa proposição. O aspecto grandioso das figuras frontais, vigente nas primeiras obras da arte bizantina, deu lugar a formas que, embora ainda solenes e majestosas, mostravam-se mais vivazes e variadas. A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos, que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do império.

Arte bizantina

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Arte Bizantina.

O termo refere-se à expressão artística de caráter religioso dos primórdios do cristianismo no Império Bizantino. A arte bizantina consistiu numa mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, cabendo-lhe, durante mais de um milênio, preservar e transmitir a cultura clássica grega. Com fases alternadas de crise e esplendor, a arte bizantina se desenvolveu do Século 5, com o desaparecimento do Império Romano do Ocidente enquanto unidade política, até 1453, quando Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, instituída sobre a antiga cidade grega de Bizâncio, foi ocupada pelos exércitos otomanos. Justamente nessa ocasião, a arte bizantina encontrava-se em vias de uma terceira idade áurea. Arte e religião juntas

Seu caráter inconfundível decorre, sobretudo da combinação de elementos tão diferentes como o grego, o persa e o romano, diversidade que prevaleceu sobre fatores de ordem técnica. Quase sempre estreitamente vinculada à religião cristã, teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação mística decorrente dessa proposição. O aspecto grandioso das figuras frontais, vigente nas primeiras obras da arte bizantina, deu lugar a formas que, embora ainda solenes e majestosas, mostravam-se mais vivazes e variadas.

A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos, que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do império.

Período constantiniano

A formação da arte bizantina deu-se no período constantiniano, quando vários elementos se combinaram para dar forma a um estilo bizantino, mais presente nas criações arquitetônicas, já que pouco resta da pintura, da escultura e dos mosaicos da época.

Período Justiniano

Das poucas obras de arte que restam desse período, a mais notável é a Catedral de Maximiano, em Ravenna (546-556), recoberta de placas de marfim com cenas da vida de Cristo e dos santos. Ainda basicamente helenísticos são os “marfins Barberini" (Museu do Louvre) e o díptico do arcanjo Miguel (Museu Britânico). Uma das características deste período se apresenta na decoração, com formas naturalísticas em ornatos sempre mais elaborados. Igual tendência manifesta-se nos tecidos de seda, como os conservados no Museu de Cluny, em Paris, de inspiração nitidamente persa.

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Da produção artística que medeia entre a morte de Justiniano I e o início da fase iconoclasta destacam-se o artesanato em metais. O culto às imagens e às relíquias, por ser considerada idolatria de feição pagã, foi combatido pelos imperadores ditos iconoclastas, nos Séculos 7 e 8, quando foram destruídos quase todos os conjuntos decorativos e as raras esculturas da primeira idade áurea, principalmente em Constantinopla. Após Justiniano, as artes somente voltaram a florescer durante a dinastia macedoniana, depois de superada a crise iconoclasta.Pintura. No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino. No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitivia evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina. Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.

Mosaico

O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: o ouro.

Arquitetura

A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela a importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais. A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados. A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente

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elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresentam pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.

Escultura

Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e conseqüentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.

Bibliografia:www.pitoresco.com.br/art.../arte_bizantina/index.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_bizantina