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Atividade física, qualidade de vida, funcionalidade e nível de adiposidade em crianças participantes de projeto comunitário do Porto Talita Brainer Vieira da Cunha Porto, 2019

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Atividade física, qualidade de vida, funcionalidade e nível de

adiposidade em crianças participantes de projeto comunitário

do Porto

Talita Brainer Vieira da Cunha

Porto, 2019

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Atividade física, qualidade de vida, funcionalidade e nivel de adiposidade

em crianças participantes do projeto comunitário do Porto

Orientador: Professora Doutora Maria Paula Santos.

Talita Brainer Vieira da Cunha

Porto, 2019

Dissertação apresentada com vista à

obtenção do grau de Mestre em Atividade

Física e Saúde, da Faculdade de Desporto

da Universidade do porto ao abrigo do

Decreto de Lei nº.74/2006 de 24 de Março.

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IV

Ficha de catalogação.

Cunha, T. B. V. da. (2019).: Atividade física, qualidade de vida, funcionalidade

e nível de adiposidade em crianças participantes do projeto comunitário do

Porto. T. Cunha. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Atividade

Física e Saúde, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do

Porto. Palavras – chave:

PALAVRAS-CHAVE: ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA,

FUNCIONALIDADE, FMS, ADIPOSIDADE.

.

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V

Financiamento

Esta dissertação foi realizada ao abrigo do Centro de Investigação em Atividade

Física, Saúde e Lazer (CIAFEL), uma unidade de investigação e

desenvolvimento (I & D) alojada na Faculdade de Desporto da Universidade do

Porto FCT/ UID/ DTP/ 00617/2019

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VI

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VII

À minha família.

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VIII

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IX

Agradecimentos Agradeço ao poder maior, Deus, Universo, a oportunidade que me foi

dada a uma nova vida, pessoal e profissional, a um novo caminho.

Embarcar numa experiência de mestrado fora do País de origem é

complicado, é preciso coragem e muita força de vontade. Diante do caminho do

curso de mestrado com dificuldades, saudades, vontades de desistir, devo um

agradecimento especial a todos que me acompanharam nesta jornada, direta e

indiretamente, e me motivaram a não desistir e concluir mais esta etapa, devo

agradecimentos especiais.

Á minha família que me deu o primeiro apoio para seguir nesta aventura

e me ajudou estruturalmente para que eu pudesse concluir o mestrado.

Á José Rafael que me incentivou a inscrever no mestrado e me

acompanha em uma longa jornada do meu crescimento, pessoal e profissional,

com distâncias e presenças mostrando-se ao meu lado.

A Sandra, Jorge, Juliana, Taís, Laura, Maria Gabriela, Maria Eduarda,

Arthur, Lucas, Alice que aprenderam, junto comigo, a lutar por um sonho, a ter

persistência e a aprender a lidar com uma saudade inexplicada e incalculável.

Aos avós, tios, tias, primos que me ajudaram, me visitaram, se mostraram

presente em todos os momentos.

A Adriana, Giane, Marcelle, Karine, Carol, que me incentivavam a todo o

momento, mostrando que a distancia física não é nada comparada a presença

do amor.

A duas pessoas especiais que não pude me despedir e que ainda estavam

presentes quando cheguei em Portugal e me ajudaram neste processo, seja com

a admiração que tinha pelos portugueses e a vontade de vir a Portugal, seja com

exemplo de luta, persistência e vontade de viver: Braulio Reis (bisavô), Gabriela

Kaprepre Campos (amiga).

A Severina Maria da Silva.

Aos amigos que fiz aqui, alguns ficaram, outros se foram, cada um

deixando a sua marca de alguma maneira no percorrer do meu caminho

académico, em especial a Mariana e Heloisa.

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X

Aos amigos que fiz aqui que não fizeram parte da formação académica,

mas fizeram/fazem parte da minha vida no Porto.

A Raquel Lima que me convidou para participar do projeto Mais Ativos

Mais Vividos Intergeracional e confiou em mim para colaboração em um projeto

tão incrível.

A professora Doutora Maria Paula Santos, que me ajudou na correria a

construir este trabalho e me orientou com excelência.

A cidade do Porto que me encantou de uma forma que me fez decidir viver

aqui, na maior aventura da minha vida, me fez crescer emocionalmente e

profissionalmente.

A Alexandre Tavares e alunos que foram compreensivos nas ausências

para a conclusão deste trabalho, bem como na ajuda para terminá-lo.

Á FADEUP, que ajudou na minha construção profissional, seja pela

estrutura, pelo corpo discente, pelas aulas, debates, avaliações e pelo incentivo

a pesquisa.

A Camara do Porto, Obra Diocesana de Promoção da saúde e Ciafel pela

oportunidade de construção deste projeto.

Aos envolvidos no projeto, pais, professores, ajudantes, idosos e crianças

que ajudaram ativamente na construção deste trabalho.

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XI

ÍNDICE GERAL

Dedicatória ............................................................................ VII

Agradecimentos .................................................................... IX

Índice de Tabela .................................................................... XIII

Índice de Figuras: ................................................................. XIV

Lista de Abreviatura e Símbolos ...........................................XV

Resumo……………………………………………..…………….. XVI

Abstract………………………………………………………..… XVII

Índice Geral .............................................................................. XI

1. Introdução…………………………………….…….…........... 1

2. Revisão da Literatura………………………………..…….....3

2.1 Atividade Física……………………………………,….,…...3

2.2 Desenvolvimento Motor……………………..…………..…4

2.3 Competência Motora e Índice de Massa Corporal……....6

2.4 Functional Movement Screen – FMS……….………….....7

3. Objetivos e Hipóteses…………………………………….....14

3.1 Objetivo geral…………………………………………….…14

3.2 Objetivo específico………………………………………….14

3.3 Hipóteses……………………………………………….…...14

4. Materiais e Métodos …………………………………….…...15

4.1 Amostra…………………………………………………..….15

4.2 Instrumentos de Avaliação…………………………….…..16

4.3 Avaliação da composição corporal/ Índice de Massa corporal

IMC…………………………………………………..………..16

4.4 Qualidade de vida QV……………………………………….16

4.5 Avaliação Funcional FMS……………………………………17

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XII

4.6 Nível de Atividade Física…………………………….24

4.7 Procedimento estatístico……………………………..25

5. Resultados………………………………………………..25

6. Discussão…………………………………………………31

7. Conclusão…………………………………………………34

8. Bibliografia………………………………………………..40

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XIII

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1: Testes do FMS com respetivas pontuações

TABELA 2: Amostra do estudo (N) por sexo e idade (média ± desvio padrão)

TABELA 3: Caracterização da amostra (N) de normoponderal e

sobrepeso/obeso por grupo misto, meninos e meninas e % dentro de cada

amostra

TABELA 4: Valores médios do questionário de qualidade de vida por IMC e sexo

TABELA 5: Médias das categorias do FMS por IMC

TABELA 6: Média total do FMS x IMC x Sexo (média ± desvio padrão)

TABELA 7: Média ± Desvio padrão de MVPA e Tempo Sedentário por IMC

TABELA 8: Correlação (r) entre MVPA e FMS (sexo e IMC) e Tempo Sedentário

e FMS (sexo e IMC)

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XIV

INDÍCE DE FIGURAS

FIGURA 1: Fases do desenvolvimento motor

FIGURA 2: Fases do movimento fundamental

FIGURA 3: Pirâmide do desempenho

FIGURA 4 : Escala do AUQEI

FIGURA 5: Deepsquat

FIGURA 6: Hurdle Step

FIGURA 7: InlineLunge

FIGURA 8: Shoulder Mobility

FIGURA 9: Active Leg Raise

FIGURA 10: Trunk Stability Push- Up

FIGURA 11: Rotary Stability

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XV

Índice de Anexos

ANEXO 1 – Curva de IMC das meninas de 2 a 20 anos

ANEXO 2 – Curva de IMC dos meninos de 2 a 20 anos

ANEXO 3 - Ficha FMS

ANEXO 4 – Comitê de Ética

ANEXO 5 - AUQEI

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XVI

RESUMO

O objetivo deste trabalho é analisar a atividade física, qualidade de vida,

funcionalidade e adiposidade em crianças participantes de projeto comunitário

no Porto. Metodologia: A amostra é composta por 43 crianças, 20 meninos e 23

meninas, com idade de 4 anos, participantes do projeto Mais Ativos Mais Vividos

Intergeracional, divididos em dois grupos por Índice de Massa Corporal (IMC),

normoponderal (NP) e sobrepeso/obeso (SP/OB). As crianças tiveram a

atividade física medida por acelerometria, analisando-se o Tempo Sedentário

(TS) e a Atividade Física Moderada Vigorosa (MVPA), a funcionalidade foi

avaliada por Functional Moviment Screen (FMS) e a qualidade de vida por

questionário AUQEI. A análise dos dados foi feita por software de estatística com

análise descritiva, testes paramétricos e não paramétricos e correlação de rô de

Spearman. O presente estudo não apresentou diferenças significativas de FMS,

qualidade de vida e nível de atividade física entre os grupos. A MVPA de crianças

apresentou correlação com FMS em ambos os grupos de IMC. O TS apresentou

correlação negativa com uma categoria do FMS no grupo normoponderal e

correlação positiva com uma categoria do FMS no grupo SP/OB. Conclui-se que

o aumento da MVPA e a diminuição do tempo sedentário podem contribuir para

o desenvolvimento motor infantil.

Palavras-chave: ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA,

FUNCIONALIDADE, FMS, ADIPOSIDADE.

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XVIII

ABSTRACT

The aim of this paper is to analyze physical activity, quality of life, functionality

and adiposity in children participating in projects developed in Porto.

Methodology: A sample of 43 children, 20 boys and 23 girls, aged 4 years and

older, most active project participants Intergenerational, divided into two groups

by Body Mass Index (BMI), Normoponderal (NP) and Overweight / obese (SP /

OB). As the children had an accelerometry measurement physical activity,

analyzing the sedentary time (TS) and the moderate physical activity vigor

(MVPA), a functionality was evaluated by the Functinal Moviment Screen (FMS)

and with the quality of life of the AUQEI questionnaire. Data analysis was

performed using statistical analysis software, parametric and nonparametric tests

and Spearman correlation. The present study does not present significant

differences in FMS, quality of life and level of physical activity between the

groups. Children's MVPA correlates with FMS in both groups of BMI. The TS

showed a negative correlation with an FMS category in the normoponderal group

and a positive correlation with an FMS category in the SP / OB group. Conclude

that increased MVPA and decreased sedentary time may contribute to the

development of the infantile motor.

Key Words: PHYSICAL ACTIVITY, QUALITY OF LIFE, FUNCTIONALITY,

FMS, ADIPOSITY.

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XX

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AF- Atividade Física

AQUEI - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant

COUNT - Contagem

FMS – Functional Moviment Screen

IMC – Índice de Massa Corporal

IP – Instituto de Desporto de Portugal

MVPA- Atividade Física Moderada Vigorosa

MIN – Minutos

N- Número da amostra

NP - Normoponderal

QV – Qualidade de Vida

OB – Obeso

P- Significância

r- Correlação

SB – Sobrepeso

SIG- valor de significância

TS – Tempo Sedentário

WHO – World Health Organization

% - Percentagem

± - Mais ou menos

>- menor que

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- 1 -

INTRODUÇÃO

Desde o final da década de 1990 a sociedade moderna apresenta um

estilo de vida sedentário, vindo a aumentar a cada ano. As pessoas passaram a

ficar um maior tempo na frente de ecrãs (Saunders, Chaput, & Tremblay, 2014)

e esta permanência de tempo excessivo na frente de telas está associada a

vários marcadores de inflamação e disfunção endotelial (Gabel et al., 2016), a

levar as pessoas a um aumento nos marcadores de adiposidade, um

crescimento das doenças crônicas e uma menor prática de atividade física

insuficiente (Saunders et al., 2014).

Os níveis de atividades físicas são classificados de acordo com as

intensidades: leve, moderada e vigorosa. As recomendações do nível ideal de

atividade física da população, tem por base os minutos de atividade/ intensidade/

tipo de atividade/ idade.

A atividade física insuficiente é um dos principais fatores de risco de morte

em todo o mundo, sendo a quarta maior causa de morte no mundo tornando-se

um fator de risco fundamental para doenças não transmissíveis (IP, 2009).

Aspetos ambientais ligados à urbanização desencorajam as pessoas à prática

de atividade física. Globalmente 1 em cada 4 adultos não está suficientemente

ativo e mais de 80% da população jovem do mundo está insuficientemente ativa

(ORGANIZATION, 2019).

Crianças e adolescentes, entre os 5 e 17 anos devem realizar 60 minutos

diários de atividade física moderada a vigorosa, sendo a maior parte aeróbica

por no mínimo 3 vezes por semana. Idades a partir dos 18 anos devem realizar,

no mínimo, 150 minutos de atividade física aeróbica com intensidade moderada

ou 75 minutos de atividade aeróbica vigorosa, estas deverão ser realizadas por

períodos de no mínimo 10 minutos e trabalho de fortalecimento muscular por no

mínimo 2 vezes por semana (WHO, 2011).

Tem-se evidenciado que a permanência nos hábitos não saudáveis

aumentou o sobrepeso e obesidade e a prevalência de doenças

cardiometabólicas na população em geral, incluindo crianças e jovens (L. S.

Adair, P. Gordon-Larsen, S. F. Du, B. Zhang, & B. M. Popkin, 2014).

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- 2 -

Uma baixa atividade física na população infantil tem sido associada à má

condição física e obesidade (Cermak et al., 2015). Deve-se prevenir a obesidade

infantil com medidas adequadas de prescrição de dieta na infância desde o

nascimento (Mello, Luft, & Meyer, 2004) e no incentivo de mais atividades físicas

o que pode facilitar a redução de atrasos no desenvolvimento de crianças

pequenas (Cataldo et al., 2016).

Crianças com níveis elevados de atividade física apresentam menor

prevalência de sobrepeso e obesidade e melhores resultados nos testes motores

(Bayer et al., 2009), portanto a mudança de hábitos desde a infância traz

benefícios para os mais novos e para a vida, tornando-a mais ativa com o passar

dos anos (Saunders et al., 2014).

O sobrepeso na infância é relacionado com a probabilidade de ter atrasos

no desenvolvimento motor e mental (Cataldo et al., 2016), o excesso de

adiposidade traz prejuízo do controle e planejamento motor, a ser percetível nas

capacidades funcionais diárias (Gill & Hung, 2014).

O desenvolvimento das competências motoras durante a infância é

influenciado pelo meio do qual a criança está inserida (Malina, 2004) e o

desenvolvimento destas habilidades é um mecanismo básico subjacente que

promove o envolvimento na atividade física (Stodden et al., 2008). As estratégias

de treinos multicomponentes parecem ser uma opção de tratamento eficaz para

as crianças com sobrepeso ou obesidade (Colquitt et al., 2016).

Desta forma, as intervenções devem começar com mudanças de hábitos

familiares, desde um novo padrão alimentar a diminuição do tempo em frente às

telas, assim as crianças terão maiores oportunidades de brincadeiras e

permanecerão mais tempo ativos (Dietz, 2001), pois quando realizam atividades,

mesmo que abaixo do recomendado para idade, tem mais benefícios do que as

que não realizam atividade física. (WHO, 2011).

Neste sentido, a presente dissertação tem como objetivo estudar as

possíveis associações entre o nível de atividade física, qualidade de vida,

funcionalidade e índice de adiposidade em crianças participantes do projeto

comunitário no Porto.

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- 3 -

2.0 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ATIVIDADE FÍSICA:

A atividade física é qualquer movimento realizado pelos músculos

esqueléticos que gastam uma determinada quantidade de energia (Caspersen,

Powell, & Christenson, 1985). A atividade física é uma função humana básica

que antes fazia parte do cotidiano das pessoas, mas hoje já temos um cenário

bem diferente. Desde o início do século XXI, a atividade física tem tido um

declínio enorme devido à facilidade e disponibilidade da alimentação, bem como

o avanço das tecnologias, as rotinas mais sedentárias, tempos livres mais

sedentários, entre outras mudanças. Como consequência da inatividade física,

nota-se um aumento na prevalência de obesidade e no comportamento

sedentário (Organization, 2006).

Em geral a atividade física que melhora a saúde compreende as

atividades classificadas como de intensidade pelo menos moderada. A atividade

física moderada- intensa aumenta o batimento cardíaco e o metabolismo

aumenta de 3 a 6 vezes mais que o nível de repouso (Organization, 2006).

Estilos de vida sedentário têm sérias consequências para saúde das

pessoas, o mais visível é o forte aumento da obesidade, consequentemente o

aumento dos riscos de diabetes e doenças cardiovasculares (Organization,

2006).

A permanência em comportamento sedentário é uma caracterização do

estilo de vida da sociedade moderna contemporânea (Saúde, 2016). A

inatividade física e o comportamento sedentário podem levar ao aumento da

gordura corporal e a diminuição da massa muscular (L.S. Adair, P. Gordon-

Larsen, S.F Du, B. Zhang, & B.M. Popkin, 2014), este aumento pode prejudicar

o controle dos movimentos e o planejamento motor (Gill & Hung, 2014).

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- 4 -

2.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR

Desenvolvimento é uma transformação complexa, contínua, dinâmica e

progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem, e

os aspetos psíquicos e sociais. E entende-se por desenvolvimento psicossocial

a junção de fatores biológicos, psíquicos, cognitivos, ambientais,

socioeconômicos e culturais. Desta forma o desenvolvimento pode ser avaliado

nos seguintes aspetos: Maturativo, Psicomotor, Social e Psíquico, tendo todos

os aspetos suas etapas. (Ministerio da Saude, 2002)

Os aspetos Psicomotores são, portanto, a junção de componentes motores,

ligados ao movimento e psíquicos, ligados às questões internas e externas do

indivíduo.

Segundo (Gallahue, 2002) os estágios de desenvolvimento motor

compreendem fases que vão desde o nascimento até os 14 anos.

• Fase do Movimento Reflexo (no útero a 1 ano),

• Fase do Movimento Rudimentar (Nascimento aos 2 anos),

• Fase do Movimento Fundamental (dos 2 aos 7 anos),

• Fase do Movimento Especializado (7 aos 14 anos – Utilização vitalícia).

Figura 1: Fases do desenvolvimento motor

Na fase de movimentos reflexos temos desenvolvimento dos aspetos neurais

e aperfeiçoamento do mecanismo propriocetores para realização de tarefas

Fase do Movimento

Reflexo (útero até 1 ano)

Fase de Movimento Rudimentar (Nascimento

até os 2 anos)

Fase de Movimento

Fundamental (dos 2 aos 7

anos)

Fase do Movimento

Especializado (Dos 7 aos 14

anos)

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- 5 -

motoras básicas, este processo inicia de maneira proximal para distal, ou seja,

de estabilização das articulações da coluna e do tronco (proximal) a progredir

para as articulações dos membros (distal) (G. Cook, Burton, & Hoogenboom,

2006).

Os movimentos rudimentares constituem a base sobre a qual as crianças se

desenvolvem e aperfeiçoam os padrões dos movimentos fundamentais. Nesta

fase temos os movimentos estabilizadores mais firmes, manipulativos mais

aprimorados e locomotores iniciados, sendo todos aperfeiçoados nas fases

seguintes (Gallahue, 2005).

Os movimentos fundamentais são aprendidos com a variedade de estímulos

na qual as crianças são expostas (G. Cook, Lee, & Hoogenboom, 2006). As

habilidades fundamentais são organizadas em aspetos estabilizadores,

locomotores e de manipulação, que tiveram início na fase rudimentar, porém,

nesta fase, as crianças passam a explorar mais estes aspetos bem como deixá-

los mais complexos (Gallahue, 2002; Stodden et al., 2008).

Figura 2: Fases do movimento fundamental

A Fase do movimento especializado é onde o indivíduo tem as habilidades

fundamentais mais maduras e refinadas tornando-o mais consciente de sua

aplicabilidade e execução, esta fase segue até a vida adulta (Gallahue, 2002).

Desta forma, observa-se que as fases motoras seguem de maneira

cronológica e linear. O desenvolvimento da competência motora durante a

infância depende e é influenciado pelas características de crescimento e

maturação da criança (Malina, 2004) . As fases, sendo bem exploradas levam a

Fase do Movimento

Fundamental

Aspectos Estabilizadores

Aspectos Locomotores

Aspectos Manipulativos

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- 6 -

um aprimoramento da capacidade motora. Assim como é preciso aprimorar cada

uma das fases, inserir as crianças em ambientes favoráveis é essencial, pois

verificou-se que o contexto é influenciador direto no desenvolvimento motor das

mesmas. (Cattuzzo et al., 2016; Duncan & Stanley, 2012; Malina, 2004; Nobre,

Bandeira, & Zanella, 2015)

Para Stodden et al. (2008) o desenvolvimento da competência das

habilidades motoras é um mecanismo básico subjacente que promove o

envolvimento na atividade física. As capacidades motoras apresentam relações

com estado do peso corporal, aptidão cardiorrespiratória e aptidão

musculoesquelética, sendo assim, as capacidades motoras devem ser

trabalhadas na infância a fim de garantir uma melhor capacidade funcional do

individuo promovendo saúde ao longo da vida (Cattuzzo et al., 2016).

2.3 Competência motora e Índice de Massa Corporal IMC

O desenvolvimento de competência motora está inversamente associado

com o peso corporal e positivamente associado a aptidão cardiorrespiratória e

musculoesquelética (Cattuzzo et al., 2016).Crianças com sobrepeso tem maior

probabilidade revelarem de atrasos no desenvolvimento motor e mental

comparado a crianças com peso normal (Cataldo et al., 2016).

Em revisão (Cattuzzo et al., 2016) analisaram a associação entre

componentes de competência motora e componentes de saúde e atividade

física, sendo avaliados apenas 19 estudos com crianças de 3 a 18 anos. O teste

mais aplicado para a avaliação da capacidade motora foi o Köperkoordination-

Test für Kinder (KTK) e apenas 1 estudo avaliou as crianças pré-escolares. O

resultado mostrou uma relação inversa entre o IMC e a competência motora

explicado pelo aumento da massa gorda podendo ser prejudicial no desempenho

da competência motora promovendo padrões de movimentos ineficientes das

habilidades de projeção de objetos. Também verificou que quanto maior a

competência motora e um estado de peso saudável maior adaptação

musculoesquelética e cardiorrespiratória, desta forma, as crianças mais ativas

podem apresentar melhoras no desenvolvimento das habilidades motoras.

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Luz et al. (2015) analisou a relação entre IMC e desempenho da

competência motora no KTK e verificou, através de meta-análise, maiores

valores de IMC estão diretamente associados ao baixo desempenho no KTK com

uma pequena diferença entre o sexo masculino e moderada no sexo feminino.

O desenvolvimento físico geral promove o aumento da capacidade

funcional de indivíduos que podem promover trajetórias positivas de vida útil da

capacidade funcional e podem contribuir para resultados de saúde a longo prazo

(Cattuzzo et al., 2016).

2.4 Functional Moviment Screen - FMS

Dentro os testes de avaliação de capacidade funcional do movimento

existe o Functional Movement Screen (FMS), teste desenvolvido a priori para

avaliação de atletas a fim de detetar padrões de movimentos em déficits e evitar

lesões (G. B. Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2012).

O FMS avalia a mobilidade e estabilidade nos exercícios. A mobilidade é

a flexibilidade, amplitude de movimento e liberdade de movimento e a

estabilidade é a capacidade de manter a postura e/ou movimento de controle,

esta pode ser dividida em estabilidade estática e estabilidade dinâmica. (G. B.

Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2012). Este teste apresentou excelente

confiabilidade e mostrou-se possível a aplicabilidade em diferentes faixas etárias

(Dornelas Lde & Magalhaes Lde, 2016; Schneiders, Davidsson, Hörman, &

Sullivan, 2011).

De acordo com G. B. Cook, Lee; Hoogenboom, Barb (2012) a filosofia

desse sistema de avaliação pode ser transformado em pirâmide, denominado

pelo mesmo como “pirâmide do desempenho”, esta pirâmide é constituída por 3

retângulos sendo construídos um em cima do outro de tamanhos decrescentes,

onde cada retângulo representa um tipo de movimento (base larga e topo

estreito). A base da pirâmide, o primeiro pilar, consiste na capacidade de

percorrer padrões fundamentais. O segundo pilar corresponde ao desempenho,

sendo a capacidade de estabelecer o movimento, analisando a eficiência do

movimento, o que se define por potência, sendo uma capacidade geral e

mensurável, capacidade de produzir ou gerar energia. O último pilar da pirâmide

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- 8 -

corresponde as habilidades especificas do desporto, avaliada com teste

específicos para cada desporto. As duas bases mais importantes para a pirâmide

são a primeira e a segunda, denominadas de “buffer zone”, tendo esses dois

pilares equilibrados os riscos de lesão, desequilíbrios musculares diminuem.

Desta forma, o FMS é um instrumento de avaliação do primeiro pilar da pirâmide.

Figura 3: Pirâmide do desempenho

O FMS consiste em 7 exercícios de padrões fundamentais de movimento

e tem como ponto focal identificar limitações significativas do lado direito e

esquerdo em alguns indivíduos em níveis de movimentos muito básicos. Este

teste é realizado por um avaliador que vai identificar falhas ou compensações de

movimentos, estes são marcados, de 0 a 3 pontos, onde a melhor pontuação

são 21 pontos. (G. B. Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2006a)

(I) Deep Deep Squat: O agachamento profundo é um teste que desafia a

mecânica total do corpo quando realizado adequadamente é utilizado para

avaliar a mobilidade bilateral, simétrica e funcional dos quadris, joelhos e

tornozelos. O bastão suspenso avalia a mobilidade bilateral e simétrica dos

ombros e da coluna torácica

(II) Hurdle Step: O movimento requer coordenação e estabilidade adequada

entre os quadris e tronco durante o movimento de pisada, bem como a

estabilidade da postura de uma perna. O passo do obstáculo avalia a

mobilidade funcional bilateral e a estabilidade dos quadris, joelhos e

tornozelos.

Desempenho Funcional

(Eficiencia do movimento - Potência)

Habilidade Funciona

(Habilidades especificas)

Movimento Funcional

(Padrões fundamentais)

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- 9 -

(III) In – Line Lunge: O lunge em linha tenta colocar o corpo em uma posição que

focalize as tensões simuladas durante os movimentos rotacionais,

desacelerados e laterais. O lunge em linha é um teste que coloca as

extremidades inferiores em posição de tesoura, desafiando o troco e as

extremidades do corpo para resistir à rotação e manter o alinhamento

adequado.

(IV) Shoulder Mobility: Avalia a mobilidade do ombro, combinando rotação

interna com adução e rotação externa com abdução. O teste também requer

mobilidade escapular normal e extensão da coluna torácica.

(V) Active Straight Leg Raise:Testa a capacidade de desassociar a extremidade

inferior do tronco, mantendo a estabilidade do tronco. Avalia os músculos

isquiotibiais ativos e a flexibilidade do gastrocnemio, mantendo uma pelve

estável e uma extensão ativa da perna oposta.

(VI) Trunk Stability Push-Up: A flexão do tronco testa a capacidade de estabilizar

a coluna vertebral nos planos anterior e posterior durante o movimento da

parte superior do corpo em cadeia cinética fechada. Pressupõe a estabilidade

do tronco no plano sagital enquanto é realizado um movimento simétrico de

extremidade superior.

(VII) Rotary Stability: O teste de estabilidade rotativa é um movimento complexo

que requer coordenação neuromuscular adequada e transferência de energia

de um segmento do corpo para outro através do tronco. O teste de

estabilidade rotativa avalia a estabilidade do tronco em vários planos durante

um movimento das extremidades superior e inferior.

Tabela 1: Testes do FMS com respetivas pontuações

3 2 1 0

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(I) Hurdle

Step

Quadris, joelhos e

tornozelos

permanecem

alinhados no plano

sagital; mínimo ou

nenhum

movimento é

observado na

região lombar da

coluna vertebral;

Bastão e fio

permanecem

paralelos.

O alinhamento é

perdido entre

quadris, joelhos e

tornozelos;

movimento é

observado na

coluna vertebral

lombar; bastão e

fio não

permanecem

alinhados.

Ocorre o

contacto

entre pé e

corda;

observada

perda de

equilíbrio.

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

(II) In- line

Lunge

O bastão

permanece em

contacto com a

extensão da

coluna lombar;

nenhum

movimento do

tronco é

observado; bastão

e pés permanecem

no plano sagital;

joelho toca a

prancha atrás do

calcanhar do pé da

frente.

O bastão não

permanece em

contacto com

extensão da

coluna; O

movimento é

observado no

tronco; bastão e

pés não

permanecem no

plano sagital; o

joelho não toca

atrás do calcanhar

do pé dianteiro.

Perda de

equilíbrio é

observada.

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

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(IV) Shoulder

Mobility

Os punhos estão a

um comprimento

de uma mão

(aproximadamente

8 cm)

Os punhos estão a

um comprimento

de uma mão e

meia

(aproximadamente

15 cm)

Os punhos

estão a um

comprimento

maior que

uma mão e

meia (além

de 30 cm)

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

(V) Active

Straight

Leg

Raise

O tornozelo / barra

reside entre a coxa

e os pés

O tornozelo/barra

reside entre a coxa

e a linha média da

rotula

O tornozelo/

barra reside

abaixo da

linha média

da rotula

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

(VI) Trunk

Stability

Push-Up

Homens realizam

uma repetição

com os polegares

alinhados com a

parte superior da

testa; Mulheres

realizam uma

repetição com os

polegares

alinhados com o

queixo

Homens realizam

uma realização

com os polegares

alinhados com o

queixo; Mulheres

realizam com os

polegares

alinhados com a

clavícula.

Homens são

incapazes de

realizar uma

repetição

com as mãos

alinhadas

com o

queixo;

Mulheres são

incapazes de

realizar uma

repetição

com

polegares

alinhados

com a

clavícula.

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

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(VII) Rotary

Stability

Executa uma

repetição

unilateral correta

mantendo a coluna

paralela à

superfície; toque

joelho e cotovelo

Executa uma

repetição diagonal

correta enquanto

mantem a coluna

paralela à

superfície; toque

joelho e cotovelo

Incapacidade

de realizar

repetições

diagonais

Sentir

dor ou

não

consegui

realizar

o

exercício

Os exercícios de Deep Squat, Hundle Step, In – line Lunge avaliam a

função bilateral, estabilidade e mobilidade das articulações dos quadris, joelhos

e tornozelos, ainda nos membros inferiores o Active Straight Leg Raise avalia a

flexibilidade dos isquiostibiais; exercícios que avaliam os membros superiores o

Shoulders Mobitity e o Trunk Stability Push – Up observam a amplitude de

movimento dos ombros, mobilidade de coluna torácica, estabilidade do tronco

em plano sagital; por fim um exercício que combina superior com inferior Rotary

Stability que avalia a estabilidade do tronco durante a execução do

movimento(G. B. Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2006a, 2006b).

As limitações significativas nos desequilíbrios esquerda – direita

distorcem drasticamente a aprendizagem do motor, a percepção do movimento,

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a consciência do corpo e a mecânica, tornando os indivíduos com menos

eficiência nos movimentos sendo escondidos, por vezes, com movimentos

compensatórios e desequilíbrios musculares(G. B. Cook, Lee; Hoogenboom,

Barb, 2012).

Crianças que crescem em ambientes com estimulação variada tendem a

manter o equilíbrio nas atividades de pular, empurrar, puxar e quando tem este

controle realizam o teste sem dificuldades, porem se analisar os adolescentes a

realizar o mesmo teste já notam-se alguns desequilíbrios nos padrões de

movimentos devido ao crescimento assimétrico entre tronco e membros (G. B.

Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2012).

O estudo de Schneiders et al. (2011) estabeleceu valores normativos em

uma população de indivíduos ativos e saudáveis entre 18 e 40 anos,

estabeleceu-se a média de 15,7 pontos e identificou que não houve diferenças

entre homens e mulheres.

Duncan and Stanley (2012) realizaram o estudo com crianças de 7 a 10

anos com o objetivo de observar a associação entre sobrepeso e obesidade em

crianças britânicas e observou que a obesidade e o sobrepeso estão

significativamente associados a pior desempenho funcional em crianças. As

crianças obesas apresentaram escore geral significativamente mais baixo

comparado aos normoponderais e tanto o grupo do sobrepeso como o grupo dos

obesos apresentaram pior desempenho nos testes de obstáculo e pernas

estendidas.

Ao analisar os dados do teste com o índice de massa corporal de

universitários jovens e aparentemente saudáveis com idades compreendidas

entre 18 a 35 anos Trindade (2015) não encontrou diferenças entre a capacidade

funcional e a qualidade de vida desses jovens e o índice de massa corporal teve

baixo valor de correlação com FMS.

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3.0 OBJETIVOS E HIPÓTESES

3.1 Objetivo Geral

Analisar as variações das capacidades funcionais em crianças

participantes de um projeto comunitário do Porto.

3.2 Objetivos específicos

(I) Verificar relação entre Idade e Capacidade Funcional

(II) Verificar relação de Índice de Massa Corporal (IMC) e Capacidade

Funcional

(III) Verificar escores de Functional Movimento Screem (FMS) por exercício

(IV) Verificar relação entre nível de atividade física e Capacidade Funcional

(V) Analisar se há diferenças entre gêneros nas Capacidades Funcionais

(VI) Verificar relação entre Qualidade de Vida e Capacidade Funcional

3.3 Hipóteses

(I) Crianças com sobrepeso/obesos apresentam diferenças no desempenho motor

funcional, quando comparadas com crianças normoponderais

(II) Existem diferenças entre meninos e meninas na capacidade funcional

(III) A Qualidade de vida das crianças com sobrepeso/obesidade está associada com

a capacidade functional.

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4.0 Materiais e Métodos

4.1 Amostra

Os participantes deste estudo são oriundos do projeto “Mais Ativos Mais

Vividos Intergeracional” uma parceria da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto (FADEUP) com a Obra Diocesana de Promoção da Social

do Porto. A Obra possui 12 centros comunitários, localizados em Bairros Sociais

do Porto, onde oferecem apoio a nível da infância: creches e pré-escolares, e a

Terceira Idade.

Participaram do estudo 4 centros da Obra Diocesana: Regado, Pasteleria,

Fonte da Moura, São Tomé escolhidos por conveniência dentre os que faziam

parte do projeto Mais Ativos Mais Vividos Intergeracional. Os centros foram

divididos em 2 grupos: Controlo e Intervenção, onde o grupo controle realizava

atividades manuais, sem atividade física, e o grupo intervenção realizava

atividade física multicomponente. O projeto teve duração de 28 semanas, com

dois encontros semanais. Os grupos eram compostos por crianças da pré-escola

e idosos pertencentes do centro.

Nesta intervenção todos os participantes e pais foram informados dos

objetivos do programa de intervenção, dos procedimentos de avaliação, e foram

recolhidas as autorizações para participação da coleta dos dados (ANEXO DO

TERMO). As crianças foram avaliadas pré e pós-intervenção, mas apenas os

dados da avaliação pré – intervenção serão utilizados neste estudo.

Este estudo é de característica quase-experimental, sendo amostra

pertencente ao projeto piloto, composta por 43 crianças (20 meninos e 23

meninas), com idade entre 4 e 6 anos.

Tabela 2: Amostra do estudo por sexo e idade (média e desvio padrão)

N Idade

Meninos 20 5 ± 0,00

Meninas 23 4,91 ± 0,288

Total 43 4,95 ± 0,13

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4.2 Instrumentos de Avaliação

As crianças, após os termos de consentimento terem sido devidamente

assinados, foram submetidas às avaliações da composição corporal, da

qualidade de vida e da capacidade funcional. As avaliações iniciais foram

realizadas no total de 3 encontros em cada um dos centros no mês de dezembro

de 2016. No primeiro encontro foi avaliada a composição corporal com

peso/altura, no segundo encontro aplicamos o questionário de qualidade de vida

e ao terceiro encontro realizamos os testes funcionais, estes escolhidos para

aplicar ao último encontro para que as crianças já tivessem mais familiarizadas

com os avaliadores, e colocamos os acelerômetros nas crianças a serem

retirados ao final de uma semana (8 dias).

4.3 Avaliação da Composição Corporal/ Índice de Massa Corporal (IMC)

A avaliação da composição Corporal das crianças deu-se por aferência

de peso na balança Tanitta, modelo Inner Scan BC- 522, configurados com a

idade e altura aferida, na hora, com estadiômetro. Os dados anotados, portanto,

foram peso, altura e IMC, calculados pela própria balança. Após os resultados

do IMC as crianças foram divididas em dois grupos: Grupo de Normoponderal e

Grupo de Sobrepeso/Obeso, determinados pelas curvas de crescimento de

acordo com o sexo e a idade. Segundo a Diretoria Geral da Saúde (DGS), são

classificadas como normoponderais as crianças com percentil > 85, sobrepeso

percentil fica entre ≤ 85 e > 95 e obesas percentil acima de ≤ 95 (Ministerio da

Saude, 2006)

4.4 Qualidade de Vida (QV)

O questionário escolhido foi o Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant

(AUQEI) por ser facilmente aplicado à crianças em idade pré-escolar, apesar de

ser um autoquestionário foi necessário a ajuda de um avaliador para ler as

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questões e explicá-los. O AUQEI é composto por 26 questões das quais as

crianças precisam dizer como elas se sentem em relação a questão escrita, no

topo da página do questionário encontra-se 4 desenhos de rosto de boneco com

expressões que remetem aos sentimentos.

Figura 4 : Escala do AUQEI - retirada do artigo de Assumpção, Kuczynski,

Sprovieri, and Aranha (2000)

A pontuação vai de acordo com o sentimento, quanto mais feliz maior a

pontuação, numa escala de 0 a 4 expressa por Muito Triste, Triste, Feliz e Muito

Feliz. Este questionário foi traduzido e validado por Assumpção et al. (2000) e

pode ser utilizado por crianças de 4 a 12 anos. (Anexo – AUQEI)

4.5 Avaliação Funcional – FMS

A avaliação funcional foi feita através do FMS, escolhemos um local mais

tranquilo para aplicação do teste, onde as crianças eram avaliadas

individualmente, o espaço variou de acordo com a disponibilidade de cada

centro, variando entre a quadra, a sala de aula ou o pátio da escola. A roupa dos

alunos era apropriada para a prática das atividades físicas, desta forma, não

havia limitação de movimento e sapatilhas apropriadas para desporto.

O matéria utilizado foi o equipamento do FMS composto por 3 bastões

sendo dois menores e um maior, uma banda elástica, uma plataforma e uma

ficha de avaliação. As avaliações foram respetivamente frontais e laterais

quando houvessem dúvidas, todos os exercícios seguiram as instruções

contidas no Manual do FMS (G. B. Cook, Lee; Hoogenboom, Barb, 2012)

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Inicialmente foi perguntado a cada criança qual era o seu lado dominante,

como eram crianças de 4 anos, foi perguntada com qual a mão eles escreviam,

após a pergunta era anotado na ficha de avaliação qual era o lado dominante,

depois foi medido altura do chão até a tuberosidade da tíbia para utilização de

alguns testes posteriormente.

A criança era instruída em como realizar o movimento, as instruções do

exercício era o mais verbal possível a fim de minimizar os efeitos da

demostração, pois com a visualização talvez conseguissem não realizar de

forma espontânea os movimentos.

Foi dada 3 chances de para a execução do padrão de movimento, caso

na primeira tentativa já executassem com perfeição ou apresentassem dor não

era solicitado a repetição, nas 3 execuções a melhor era levada em consideração

e, em caso de dúvidas da pontuação, foi optado pela menor pontuação, a seguir

recomendações do protocolo.

O teste é composto por 7 exercícios, pontuados de 0 a 3 pontos, podendo

ser avaliado por exercício ou por somatória dos pontos totais, onde a pontuação

0 é a não realização do exercício ou queixa de alguma dor, a pontuação 1 é a

incapacidade de completar o padrão ou incapacidade de entrar na posição,

pontuação 2 é a realização do movimento com compensação para executa-lo e

3 a realização com perfeição sem compensação (G. B. Cook, Lee; Hoogenboom,

Barb, 2012). As avaliações eram feitas de ambos os lados, direito e esquerdo, e

no total era levado em conta o valor mais baixo dos lados e na área da

observação da ficha, era anotado a diferença dos lados.

O primeiro movimento a ser executado é o Deep Squat, com os pés

deviam permanecer no solo, na largura dos ombros, com o bastão em mãos,

deveria esticar os braços acima da cabeça e realizar um agachamento profundo

sem tirar os calcanhares do chão ou projetar demasiadamente o tronco à frente,

caso houve uma dessas compensações era colocado a plataforma sobre os

calcanhares.

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Figura 5: Deepsquat Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook, Lee;

Hoogenboom, Barb, 2012)

O segundo teste é o Hurdle Step montado com a barreira no tamanho da

tuberosidade da tíbia, medida ao inicio do protocolo, os pés no chão e com os

dedos encostados na plataforma, o bastão encostado nos ombros abaixo do

pescoço, e uma perna de cada vez, ultrapassando a barreira, sem tocá-la,

tocavam o calcanhar no chão do outro lado e imediatamente retomavam a

posição inicial, este movimento deve ser feito sem fletir a perna esticada,

mantendo em todo o movimento o tronco em posição ereta.

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Figura 6: Hurdle Step - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook, Lee;

Hoogenboom, Barb, 2012)

O terceiro teste é o In-line Lunge, este teste é executado todo em cima da

plataforma, um dos pés é posicionado na marca zero da plataforma e o outro pé

é posicionado na distancia da medida da tuberosidade da tíbia, o bastão foi

colocado nas costas, de forma que ficasse da cervical até o sacro e encostado

a coluna vertebral, a mão que segura o bastão na região cervical é a oposta da

perna que está a frente na plataforma a outra mão segura o bastão na altura da

lombar, após posicionamento correto a criança deveriam fletir a perna traseira e

encostar o joelho na plataforma sem perder o apoio do bastão com a coluna

vertebral e retornar a posição inicial.

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Figura 7: InlineLunge - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook, Lee;

Hoogenboom, Barb, 2012)

O quarto teste é o Shoulder Mobility, primeiramente mede-se o tamanho

das mãos, distância entre o vinco distal do punho e a ponta do terceiro dedo,

depois, com os punhos cerrados firmemente com os polegares presos nas mãos,

os alunos deveriam tentar aproximar as mãos nas costas, o movimento deveria

ser realizado ao mesmo momento, sendo uma das mão por cima da cabeça e a

outra por baixo do corpo, assim que chegaram na posição, sem tentar aproximá-

los mais, foi medida a distância entre os pontos mais próximos dos punhos, o

ideal era que a distancia entre os punhos seja correspondente ao tamanho da

mão.

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Figura 8: Shoulder Mobility - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook,

Lee; Hoogenboom, Barb, 2012)

O quinto teste é o Active Straight Leg Raise, a criança deveria deitar ao

chão, decúbito dorsal, com as pernas esticadas, braços ao lado do corpo e

cabeça no chão, a plataforma foi colocada por baixo dos joelhos, e o bastão entre

a crista ilíaca anterior superior e o ponto central da rótula, após o comando a

criança precisava elevar a perna que seria avaliada, com o pé em dorsiflexão e

joelhos esticados, enquanto a perna de apoio deveria permanecer no solo, com

o joelho apoiado na plataforma e o pé em dorsiflexão, a perna deveria ser

elevada na sua máxima distancia, foi avaliado a distancia do maléolo da perna

em movimento em relação ao bastão.

Figura 9: Active Leg Raise - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook,

Lee; Hoogenboom, Barb, 2012)

O sexto teste é o Trunk Stability Push-Up, as crianças deveriam estar

deitadas em decúbito ventral, com os pés juntos a tocar as pontas dos dedos no

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chão, pernas esticadas e as mãos a tocar o chão, separadas na largura dos

ombros, subir o tronco até a posição mais alta com os braços esticados, um

movimento de flexão dos braços, não poderiam realizar nenhuma compensação

com a região lombar, o corpo deveria permanecer rígido durante todo o

movimento e sem diferença em relação ao tempo de execução entra os ombros

e o quadril, vale salientar que neste teste a posição do polegar variava de acordo

com o sexo, meninos deixavam os polegares na linha da testa e meninas

deixavam os polegares na linha do queixo, quando as crianças não conseguiam

realizar o movimento, foram utilizadas as adaptações do teste, a alterar a posição

das mãos, trazendo as mãos na altura do queixo ( meninos) ou na altura da

clavícula (meninas).

Figura 10: Trunk Stability Push- Up - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook,

Lee; Hoogenboom, Barb, 2012)

O sétimo teste é o Rotary Stability, na posição de “quatro apoios” com

ombros e quadris em 90 graus ao solo e joelhos em 90 graus com ponta dos pés

a tocar o solo, a plataforma foi colocada entre os joelhos e as mãos das crianças,

os joelhos e os polegares estavam em contato com a plataforma, as crianças

deveriam esticar uma das pernas atras (no ar) e o braço do mesmo lado a frente

(no ar) e realizar o movimento de encostar o cotovelo no joelho do mesmo lado,

quando não conseguiam realizar o movimento, solicitou-se que as crianças

repetissem o movimento, agora de forma diagonal, a perna que estaria esticada

tocaria o cotovelo do lado oposto.

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Figura 11: Rotary Stability - Imagem reproduzida a partir do Manual (G. B. Cook, Lee;

Hoogenboom, Barb, 2012)

Todos os testes descritos seguiram as recomendações do Manual, desta

forma, caso a criança não conseguisse realizar o movimento as adaptações de

cada teste eram realizadas.

4.6 Nível de Atividade Física

O uso de acelerômetro tem sido muito usado com as crianças, por ser um

método mais fiel, tendo por objetivo avaliar os níveis de atividade física e criar

estratégias de intervenções, pois a infância é o período de vida durante o qual a

prevenção pode ser mais eficaz (Nielsen et al., 2016). O Acelerômetro vai

analisar de acordo com os pontos de corte qual nível de atividade física o

individuo encontra-se (ActhGraph, 2010).

O modelo utilizado foi o da marca Actigraph, GT1M (Pensacola - FL 32502

USA), configurados para 8 dias, com um final de semana, epocs de 5. Os

acelerómetros foram colocados na região do quadril com um cinto em elástico

para que o mesmo não caísse. Johansson, Larisch, Marcus, and Hagstromer

(2016) validaram o limiar de intensidade em crianças de 4 anos, utilizando os

acelerómetros no pulso e no quadril, tendo o quadril apresentado maior validade.

As crianças foram informadas que só poderiam retirar o cinto para tomar banho

e dormir e que deveriam utilizar pelo período de uma semana. Os pais receberam

uma ficha na qual os mesmo deveriam anotar as horas que foram retiradas os

acelerómetros e a hora que foram recolocados, também foram enviados SMS

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diariamente, para os pais que autorizaram o contacto, durante a utilização do

acelerômetros, a fim de não esquecerem de colocar os acelerômetros.

A configuração dos acelerómetros foi realizada através do ActiLife

Software, fez-se a conversão da contagem de counts/min de tempo sedentário,

atividade leve, moderada e moderada vigorosa.

Ao final dos oito dias foi retirado os cintos das crianças e analisados os

dados no software analisou-se apenas o tempo de atividade física moderada-

vigorosa (MVPA) e o tempo sedentário (TS), calculou-se a média dos valores

relativos de TS e MVPA.

4.7 Procedimentos estatísticos

A analise dos dados foi feito pelo IBM SPSS Statistics versão 25. A analise

exploratória foi realizada com o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov

nas variáveis a serem analisadas. Em seguida aplicou-se um Test-t de amostras

independentes para as variáveis normais (QV x MVPA x TS) e o teste não

paramétrico de amostras independentes, Levene para amostras sem distribuição

normal (FMS total e categorias do FMS), valor de significância p> 0,05. Após

esta análise a base foi dividida entre os grupos de IMC e repetidos os testes

acima. Para uma melhor comparação das variáveis foi realizado correlação de

rô de Spearman entre o nível de atividade física e FMS (total e categorias), onde

assumiu-se valores de significância de p < 0,05 e p < 0,01.

5. Resultados

Para responder o objetivo pretendido pelo estudo, foi realizado um Test – T

de amostras independentes para avaliar se existia relação entre os grupos com

características normais e um teste não paramétrico de amostras independentes,

Teste U – Man Whitney para analise dos fatores não normais.

Na primeira analise encontrou-se que 44,2% das crianças estão com IMC

considerado normal para a idade e 55,8% tem sobrepeso ou obeso, quando

separados por sexo o grupo normoponderal tem 47,4% de meninos e 52, 6% de

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meninas, enquanto o grupo de sobrepeso/obeso apresenta 45,8% de meninos e

54,2% de meninas, não apresentando diferenças significativas entre os grupos.

Tabela 3: Caracterização da Amostra (N) de normoponderal e sobrepeso/obeso

por grupo misto, meninos e meninas e % de crianças dentro de cada amostra

Meninos Meninas Misto

N % N % N %

Normoponderal 9 47,4% 10 45,8% 19 44,2

Sobrepeso/obeso 11 52,6% 13 54,2% 24 55,8%

O grupo de sobrepeso e obeso não apresentou diferença estatisticamente

significativa em relação a quantidade de crianças comparadas com pesos

considerados dentro da normalidade. O grupo de meninas apresentou o IMC

sobrepeso/obeso sem diferenças estatisticamente significativas do IMC dos

meninos (p=0,132), contrapondo o estudo de Kyriazis et al. (2012), onde os

meninos apresentaram um IMC mais alto significativamente do que o das

meninas.

Ao analisar a qualidade de vida (QV) das crianças o grupo normoponderal

apresentou uma média de 51,79 pontos, enquanto o grupo de sobrepeso e obeso

apresentou uma média de 49,92 pontos, sem diferença estatisticamente

significativa (p=0,513) entre os grupos. Ao separar os grupos de IMC por sexo,

as meninas com peso normal apresentaram média de 49,90 pontos e os meninos

apresentaram média de 53,89 pontos, não apresentando diferenças

estatisticamente significativas (p=0,129). O grupo do sobrepeso/ obeso

apresentou média feminina de 45,85 pontos e os meninos média de 54,73

pontos, não apresentando diferenças significativas entre os grupos (p=0,051).

Tabela 4: Valores médios do questionário qualidade de vida por IMC e por sexo

Média Sig Média Sig

Normoponderal

51,79

P=0,513

Feminino

Masculino

49,90

53,89

P=0,129

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Sobrepeso/

Obeso

49,92

Feminino

Masculino

45,85

54,73

P= 0,051

A capacidade funcional das crianças apresentou uma média de total de

11,70 pontos de um total de 21 pontos. O total dos pontos do FMS divididos por

categoria de IMC apresentou como resultados um total de 11,16 pontos para o

grupo normoponderal e 12,13 pontos no grupo sobrepeso/obeso.

Em analise por categoria, os dois grupos apresentaram melhor resultado

no teste de Active Leg Raise (Média normoponderal = 2,37 e sobrepeso/ obeso

= 2,42) e o resultado mais baixo foi o teste de Should Mobility (Média

normoponderal = 0,32 e sobrepeso/obeso = 0,17), apenas o inlinelunge

apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos ( p= 0,009)

Tabela 5: Médias das categorias do FMS por IMC

NP SP/OB SIG

TOTAL 11,16 (DP ± 3,97) 12,13 (DP ± 2,89) p = 0, 538

DEEPSQUAT 2,21 (DP ± 0,91) 2,00 (DP ±0,93) p = 0,420

HURDLSTEP 1,95 (DP ± 0,62) 1,96 (DP ± 0,35) p = 0,775

INLINELUNGE 1,26 (DP ± 1,09) 2,17 (DP ± 1,04) p = 0, 009

SHOULD MOBILITY 0,32 (DP ± 0,79) 0,17 (DP ± 0,71) p = 0, 454

ACTIVE LEG RAISE 2,37 (DP ± 0,89) 2,42 (DP ± 0,65) p = 0, 945

TRUNK STABILITY PUSH-UP

1,89 (DP ± 0,76) 2,21 (DP ± 0,65) p = 0,269

ROTARY STABILITY 1,89 (DP ± 0,76) 1,21 (DP ± 0,97) p = 0,805

Na análise por sexo as meninas com peso normal tiveram melhor média

no teste de Deepsquat (média 2,60) e os meninos obtiveram melhor resultado

no Active Leg Raise (média 2,56) e pior resultado no teste de Should Mobility

nos dois grupos (meninas 0,40; meninos 0,22). No grupo de sobrepeso as

meninas apresentaram maiores pontos no Active Leg Raise (média 2,46) e pior

no Should Mobility e os meninos apresentaram melhores pontuações em dois

testes no Active Leg Raise e no Trunk Stability Push – Up (média 2,36), e piores

no Should Mobility, nenhuma das amostras apresentaram diferenças

significativas.

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Tabela 6: Média total do FMS x IMC x Sexo (média ± dp)

NP SP/OB

MENINAS MENINOS MENINAS MENINOS

DEEPSQUAT 2,60 ± 0,699 1,78 ± 0,972 2,00 ± 0,913 2,00 ± 1,00

HURDLE STEP 2,10 ± 0,568 1,78 ± 0,667 1,85 ± 0,376 2,09 ± 0,302

INLINELUNGE 1,60 ± 1,075 0,89 ± 1,054 2,38 ± 0,961 1,91 ± 1,136

SHOULD MOBILITY 0,40 ± 0,843 0,22 ± 0,661 0,15 ± 0,555 0,18 ± 0,603

ACTIVE LEG RAISE 2,20 ± 0,789 2,56 ± 1,014 2,46 ± 0,660 2,36 ± 0, 809

TRUNK STABILITY

PUSH – UP

1,80 ± 0,919 2,00 ± 0, 866 2,08 ± 0, 641 2, 36 ± 0, 674

ROTARY

STABILITY

1,20 ± 0,789 1,11 ± 0,782 1,23 ± 1,092 1, 18 ± 0,874

TOTAL 11,90 ± 3,84 10,33 ± 4, 183 12,15 ± 2,911 12, 09 ± 3, 015

Ainda na divisão por grupos de IMC, verificou-se as médias do nível de

atividade física moderada vigorosa e o tempo de atividade sedentária. As

crianças normoponderais apresentaram uma média de MVPA de 365, 92

counts/min e 5271,09 counts/min de tempo sedentário. As crianças com

sobrepeso/ obeso apresentaram média de 381, 25 counts/ min de MVPA e

4647,08 de tempo sedentário. Não apresentando diferenças estatisticamente

significativas entre os grupos.

Tabela 7: Média ± Desvio Padrão de MVPA e Tempo sedentário por IMC

NP OB SIG

MVPA 365,92 ± 187,91 381,25 ± 190,15 P= 0, 792

TEMPO

SEDENTÁRIO

5271,09 ± 2196,01 4647, 08 ± 2322,33 P= 0,375

Após analises descritivas e testes para verificar diferenças entre os

grupos, foram realizados os testes de correlação. Para tal verificação realizou-

se a correlação de rô e Spearman (r) com os níveis de atividade física (MVPA e

Tempo Sedentário) e o teste funcional. A correlação foi realizada com o total do

FMS e por categoria do teste, sendo avaliados por grupo misto, por sexo e por

IMC.

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Na análise mista verificou-se alguns resultados significativos de

correlação estatisticamente fraca. Apenas a MVPA apresentou relação, MVPA e

total do FMS (r = 0,345), MVPA e Inlinelunge (r = 0,314) e MVPA e Trunk Stability

Push – Up (r = 0,424).

Ao analisar por sexo, o resultado entre os meninos apresentou correlação

estatisticamente fraca entre MVPA e Trunk Stability Push – Up (r = 0,486) e as

meninas apresentaram correlação estatisticamente fraca para MVPA e total do

FMS (r = 0,415) e MVPA e Inlinelunge (r = 0,432).

Na análise por grupo de IMC normoponderal verificou-se correlação

moderada entre MVPA e Trunk Stability Push – Up (r = 0,568), e correlação

negativa moderada entre Tempo Sedentário e HurdleStep (r = - 0, 630).

No grupo de sobrepeso/obeso encontrou-se correlação estatisticamente

moderada entre MVPA e Inlinelunge (r = 0,510) e correlações estatisticamente

fracas entre MVPA e Rotary Stability (r = 0, 452), MVPA e total do FMS (r = 0,

407) e Tempo Sedentário e Trunk Stability Push – Up (r = 0,433).

Tabela 8: Correlação (r) entre MVPA e FMS (Sexo x IMC) e Tempo

Sedentário e FMS (Sexo x IMC)

TOTAL FMS

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,379*

p = 0,012

r = 0,404

p = 0,77

r = 0,415*

p = 0,049

r = 0,443

p = 0,058

r = 0,407*

p = 0,048

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = 0,119

p = 0,449

r = 0,385

p = 0,094

r = - 0, 161

p = 0, 462

r = - 0,351

p = 0,141

r = 0,007

p = 0,976

DEEPSQUAT

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r =0,017

p =0,913

r = 0,266

p =0,257

r = - 0, 142

p = 0, 519

r = - 0, 145

p = 0, 555

r = 0,167

p = 0,435

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = -0,069

p = 0,659

r = - 0,305

p = 0,191

r = 0, 207

p = 0,344

r = - 0, 102

p = 0, 677

r = - 0, 077

p = 0, 722

HURDLESTEP

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,130

p = 0,407

r = 0,224

p = 0,342

r = 0,080

p =0,716

r = - 0,018

p = 0,940

r = 0, 252

p = 0, 235

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TEMPO

SEDENTÁRIO

r = -0,134

p = 0,393

r = - 0,159

p = 0,504

r = - 0,137

p = 0, 535

r = - 0, 630

p = 0, 004

r = 0, 334

p = 0, 111

INLINELUNGE

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,314*

p = 0,41

r = 0,306

p = 0,189

r = 0,432*

p = 0,039

r = 0, 242

p = 0, 318

r = 0, 510*

p = 0, 011

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = -0,247

p = 0,110

r = -0,040

p =0,868

r = - 0, 268

p = 0, 216

r = - 0, 149

p = 0, 542

r = - 0, 190

p = 0, 373

SHOULDER MOBILITY

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,058

p = 0,710

r = 0,096

p =0,687

r = 0,058

p = 0,791

r = 0,184

p = 0, 450

r = - 0, 022

p = 0, 920

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = 0,111

p = 0, 478

r = 0,129

p = 0,588

r = 0,156

p = 0,478

r = - 0, 053

p = 0, 830

r = 0, 196

p = 0, 359

ACTIVE STRAIGHT LEG RAISE

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,166

p = 0,287

r = 0,121

p = 0,611

r = 0,184

p = 0,400

r = 0, 454

p = 0, 001

r = - 0, 085

p = 0, 692

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = 0,037

p = 0,812

r = - 0,068

p = 0,777

r = - 0, 022

p = 0, 922

r = - 0, 166

p = 0, 497

r = 0, 201

p = 0, 347

TRUNK STABILITY PUSH – UP

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = 0,424**

p = 0, 005

r = 0,506*

p = 0,023

r = 0,383

p = 0,071

r =- 0,568*

p = 0, 011

r = 0, 262

p = 0, 216

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = 0,040

p = 0,801

r = - 0,025

p = 0,916

r = 0,074

p = 0, 736

r = - 0, 374

p = 0, 114

r = 0, 433*

p =0, 034

ROTARY STABILITY

MISTO MENINOS MENINAS NP SP/ OB

MVPA r = -0,287

p = 0,062

r = 0,201

p = 0,395

r = 0,365

p = 0,086

r = 0, 150

p = 0, 541

r = 0, 425*

p = 0, 027

TEMPO

SEDENTÁRIO

r = -0,205

p = 0,188

r = - 0,171

p = 0,472

r = - 0, 207

p = 0, 344

r = - 0, 234

p = 0,334

r = - 0, 166

p = 0, 439

*p < 0,05 **p < 0,001

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6. DISCUSSÃO

O sobrepeso e a obesidade na população infantil têm sido bastante estudado

nos últimos anos devido a prevalência dos casos cada vez mais cedo, na nossa

amostra corresponde a 55,8% das crianças com sobrepeso/obeso. Diante da

preocupação eminente com este problema verificar as relações entre

adiposidade e atrasos no desenvolvimento tornam-se uma forma de tentar

buscar soluções para controle destes aspetos.

Elkum, Al-Arouj, Sharifi, Shaltout, and Bennakhi (2016) analisaram a

prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares no Kuwait, e encontraram

uma maior prevalência de obesidade nos meninos em comparação com as

meninas.

French et al. (2016) acreditam que o tempo expostos as telas e o consumo

de bebidas açucaradas são diretamente ligados ao IMC, desta forma, avaliaram

a viabilidade de intervenção para diminuição do tempo expostos as telas e

consumo de bebidas açucaradas, conseguiram diminuir o tempo na tela, mas

não apresentaram diferenças significativas no IMC.

Cadenas-Sanchez et al. (2016) realizaram uma comparação da prevalência

de sobrepeso/ obeso e o nível de aptidão física em crianças de 4 anos no Norte

e Sul da Europa, verificando que a Espanha tem maior sobrepeso e obesos em

comparação com a Suécia, mas nos testes de aptidão física os resultados foram

mistos, não existindo um padrão de resposta para uma determinada região.

Cataldo et al. (2016) visaram analisar a diferença entre IMC nas crianças e

desenvolvimento motor e mental e verificaram que as crianças com sobrepeso

têm mais probabilidades do que as crianças com pesos normais de ter atrasos

no desenvolvimento motor e mental.

Ferrari et al. (2016) objetivaram avaliar correlatos de MVPA entre crianças

brasileiras, encontraram resultados significativos em relação a circunferência da

cintura, viagem à escola, status do emprego materno, sendo apenas o modo de

viagem à escola o fator comum de correlação entre o grupo de meninas e

meninos.

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Boone-Heinonen, Markwardt, Fortmann, and Thornburg (2016) analisaram a

relação entre o peso corporal ao nascer e a adiposidade com a MVPA de

adolescentes e concluiu que as meninas que tinham baixo peso ao nascer

apresentaram o IMC mais alto e baixa MVPA comparadas as meninas que não

apresentavam baixo peso ao nascer.

A MVPA pode estar relacionada com fatores ligados ao nascimento e

implicações no cotidiano das crianças. Na busca por relação entre MVPA e

funcionalidade das crianças, nossa amostra apresentou algumas correlações

entre MVPA e FMS, mostrando que o nível de MVPA mais alto pode indicar uma

melhor capacidade funcional nas crianças, principalmente no sexo feminino,

onde verificou-se mais correlações.

Na análise do FMS encontramos uma média de 11,70 pontos. Um estudo de

Schneiders et al. (2011) estabeleceu valores normativos para uma população

entre 18 e 40 anos, sendo um total médio de 15,7. Mitchell, J., and A. (2015)

encontraram média de 14,9 pontos. A população do nosso estudo tem uma faixa

etária em que não se encontram outros estudos, o que torna mais dificil

estabelecer um parametro de pontuação ideal pra o grupo.

Mitchell et al. (2015) no estudo realizado com crianças de 8 e 11 anos,

relacionaram o escore final do FMS com assimetrias, IMC, idade e encontraram

algumas relações, mas poucas significativas, apenas a relação entre força do

core e o total do FMS foi significativo.

A nossa amostra apresentou uma correlação negativa, moderada, entre o

Tempo Sedentário e o Hurdle Step em crianças com IMC normal. Achados com

relação ao tempo sedentário foram encontrados por Hjorth et al. (2014) onde

avaliaram crianças de 8 a 11 anos, medindo a Atividade física, o tempo

sedentário, a duração do sono e a relação com marcadores de síndrome

metabólica (colesterol, circunferência da cintura, triglicerídeos, resistência a

insulina, lipoproteína de alta intensidade) e encontraram associação entra baixa

MVPA e alto tempo sedentário com o aumento dos marcadores de doenças

cardiometabólicas. Nielsen et al. (2016) analisaram marcadores inflamatórios

com a atividade física em crianças de 8 a 11 anos e verificou que a MVPA foi

negativamente associada a adiponectina, hormônio modulador de processo

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- 33 -

metabólico, enquanto o tempo sedentário foi associado positivamente com o

mesmo hormônio.

Desta forma pode-se supor que além de marcadores inflamatórios, o alto

tempo sedentário pode ser prejudicial na funcionalidade das crianças,

independente da MVPA e do IMC, é preciso mais estudos de relação entre o

tempo sedentário e testes funcionais.

Em estudo realizado por Trindade (2015) onde buscava avaliar o equilíbrio

estático e dinâmico, nível de atividade física e qualidade de vida de população

entre 18 e 35 anos, não foram encontradas diferenças significativas entre FMS

e a qualidade de vida e condição física, corroborando com nosso estudo que não

encontrou correlação entre FMS e QV.

Duncan and Stanley (2012) realizaram estudo com FMS e crianças de 7 a 10

anos e verificaram que as crianças obesas possuem escore geral

significativamente mais baixo comparados com grupo normoponderal, o grupo

de sobrepeso apresentou desempenho mais baixo no Deepsquat e no Should

Mobility e os dois grupos de IMC (sobrepeso e obeso) apresentaram resultado

inferior no teste de Hurdle Step e Active Leg Raise. O nosso estudo achou

resultados semelhantes no Active Leg Raise comparando o grupo de meninos e

meninas e encontrou no grupo SP/OB pior resultado no Should Mobility.

Molina-Garcia et al. (2019) avaliaram crianças de 8 a 12 anos com o objetivo

de identificar associações entre indicadores de gordura, encontraram que todos

os indicadores, exceto a circunferência abdominal, foram negativamente

associados ao escore total do FMS.

Concomitantemente com a associação ao escore total do FMS nosso estudo

mostrou correlação fraca entre MVPA e FMS, independente do IMC. Apresentou

relação na MVPA com o Inlinelunge e Trunk Stability Push-UP. Ao separar por

grupo de IMC encontrou-se no grupo normoponderal, correlação negativa

moderada entre TS e Hurdle Step e correlação positiva moderada entre MVPA

e Trunk Stability Push – UP. O grupo sobrepeso/obeso também apresentou

correlações. A MVPA do grupo SP/OB apresentou correlação com dois testes

específicos do FMS e com o total do teste; correlação moderada entre MVPA e

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- 34 -

Inlinelunge, correlação fraca entre MVPA e rotary stability e MVPA e total FMS e

o TS apresentou correlação com o teste Trunk Stability Push – Up

A MVPA de crianças em idade pré-escolar apresentou correlação com a

funcionalidade das mesmas, estas nem sempre sendo relacionadas com IMC,

assim como o TS apresentou algumas correlações que podem ser estudadas

mais afundo em trabalhos posteriores. A inconsistência dos resultados pode ser

atribuída ao pouco uso dos acelerómetros. Por ser uma população com idade

baixa é mais difícil encontrar estudos para comparar os resultados, assim como,

existem poucos estudos que utilizam da bateria de teste FMS na idade pré-

escolar.

7. Conclusão

O presente estudo buscou encontrar relações entre a atividade física,

qualidade de vida, funcionalidade e adiposidades em crianças em idade pré-

escolar. Concluímos que a MVPA está diretamente ligada ao escore total do FMS

bem como a algumas variáveis do teste. Estas associações foram identificadas

tanto relacionadas ao IMC como sem relação com a mesmo, mostrando que o

IMC pode não ser o único determinante para comprometimento do

desenvolvimento motor, tendo o nível de atividade física importância na melhoria

do desenvolvimento. Desta forma, concluímos que o aumento da MVPA e a

diminuição do tempo sedentário podem contribuir para o desenvolvimento motor

infantil. Os estudos com FMS nas crianças em idade pré-escolar ainda são

poucos, desta forma, torna-se necessário mais estudos nestes aspetos com uma

amostra maior para possibilitar intervenções na área.

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- 35 -

9.0 ANEXOS

Anexo 1 – CURVA DE IMC Meninas 2 a 20 anos – MINISTÉRIO DA SAUDE

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ANEXO – CURVA IMC MENINOS 2 A 20 ANOS – MINISTERIO DA SAUDE

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- 37 -

ANEXO 3– FICHA FUNCTIONAL MOVIMENT SCREEN - FMS

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- 38 -

ANEXO 4 – Comitê de Ética

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- 39 -

Anexo 5: AUQEI

Cód:

Questionário AUQEI

Algumas vezes estás muito triste? Diz porquê.

Algumas vezes estás triste? Diz porquê.

Algumas vezes estás feliz? Diz porquê.

Algumas vezes estás muito feliz? Diz porquê.

_____________________________________________________________________

Diz como te sentes: Muito Triste Triste Feliz Muito Feliz

1- À mesa, com tua família.

2- À noite, quando te deitas.

3- Se tens irmão, quando brincas com eles.

4- À noite, ao dormir.

5- Na sala de aula

6- Quando vês uma fotografia tua.

7- Em momentos de brincadeira, durante o recreio.

8- Quando vais a uma consulta médica.

9- Quando praticas um desporto.

10- Quando pensas no teu pai.

11- No dia do teu aniversário.

12- Quando fazes os trabalhos de casa.

13- Quando pensas na tua mãe.

14- Quando estás internado no hospital.

15- Quando brincas sozinho(a).

16- Quando o teu pai ou a tua mãe falam de ti.

17- Quando dormes fora de casa.

18- Quando alguém te pede que mostres alguma coisa que sabes fazer.

19- Quando os amigos falam de ti.

20- Quando tomas medicamentos.

21- Durante as férias.

22- Quando pensas em quando fores grande.

23- Quando estás longe da família.

24- Quando recebes as notas da escola.

25- Quando estás com os teus avós.

26- Quando vês televisão.

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