CHAMADOS PELO NOME No ritual do batismo chama-se os candidatos cujo nome é CATECUMENOS (aqueles que se preparam para receber o batismo) pelo seu nome de nascença. Em todas as culturas o nome da pessoa encerra algo particular. É sua identidade.

No Antigo Testamento, Deus Pai está presente onde é invocado (Is 18,7). O nome dele habita no templo, enquanto Ele mesmo mora nos céus (Dt 12,11). Conhecer o nome de Deus é fazer experiência de sua pessoa (Sl 9,16). Um mensageiro fala em nome e com autoridade daquele que o envia (Jr 25,29).

Na anunciação do anjo diz a Maria que deve dar a seu filho o nome de Jesus (Lc 1,3ss). Jesus torna conhecido o nome de Deus Pai (Jo 17,6.26). Jesus também chama os apóstolos pelo nome (Mc 16,17). Por isso no batismo chamar o nome do Catecúmeno e de suma importância o nome traz a identidade da pessoa.

FILHOS NO FILHO Jesus não é apenas o filho amado de Deus, mas, o seu Filho único (Jo 3,16). Cheio de graça e de verdade (Jo 1,14), Jesus aceita a profissão de fé de Pedro, porque ele é o Filho de Deus vivo (cf. Mt 16,16-17). Diante do Sinédrio, Jesus reconhece sua filiação divina (cf. Lc 22,70). O centurião exclama: “Na verdade, este era o Filho de Deus!” (Mc 15,39b).

Somos Filhos adotivos do Pai no Filho unigênito que afirma-nos: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,5-20).

A FORÇA DA CRUZ Traçando o sinal da cruz sobre quem será batizado, o ministro adverte: “Nosso sinal é a cruz de Cristo. Por isso vamos marcar esta criança com o sinal do Cristo Salvador”. Jesus tomou sobre a si a cruz destinada a cada um de nós e diz que: “Aquele que quiser ser meu discípulo deve pegar sua cruz todo dia e segui-lo” (Lc 9,23).

A cruz é o lugar em que Deus fala no silêncio. Morrendo na cruz, Jesus desceu no mais profundo da experiência humana, no abismo de sua dor, de sua pobreza, de sua solidão (Mc 15,34). Como São Paulo nos relata é preciso insistir no sentido da cruz de Cristo, ainda que parecer loucura ou maldição; para que os que se salvam, ela foi e será sempre força de Deus (cf. 1Cor 1,17-18; Gl 6,14; Cl 2,14).

Lembro que o mais importante é ressaltar que Jesus morreu na cruz por amor para nos salvar. A palavra Amor deve ser colocada a frente, pois assim entendemos a entrega total de Jesus de uma maneira mais positiva e não meramente cruenta. Jesus morreu por amor na cruz e por isso apagou nossos pecados.

NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO Jesus adverte Nicodemos, de que, para alcançar a vida eterna e entrar no Reino de Deus, é preciso nascer da água e do Espírito Santo (cf. Jo 3,3-6). Não se trata de uma simples extensão desta vida terrena, mas de uma dimensão inteiramente nova de vida, concedida gratuitamente, sem mérito nenhum de nossa parte. Uma vida para além daquela natural: sobrenatural.

Por causa do pecado, esta vida se transformou em fator de morte (Cf. Rm 7,10). É preciso, portanto, nascer do alto, nascer de Deus (cf. 1Jo 3,9).

A vida eterna exige uma transformação espiritual que devemos procurar a vida inteira numa verdadeira justiça e santidade (cf. Ef 4,23-24). Pelo batismo, o Espírito nos torna filhos da promessa (cf. Gl 4,28), gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (cf. Jo 1,13).

NECESSIDADE DO BATISMO A Sagrada Escritura não nos dá outro caminho de Salvação a não ser a pessoa de Jesus Cristo (cf. Mt 28,19; Mc 16,15-16; Jo 3,6; At 2,38; At 22,16; Ef 5,26; Tt 3,5; 1Pd 3,21).

O critério para a salvação é a Caridade, ou seja, o amor que devemos ter para com o próximo e Deus e este amor deve ser transformado em ações (Caridade). A Igreja católica não é a única que conduz a salvação. Ela tem todos os meios para que o fiel possa se salvar, entretanto, o critério da salvação e viver como Jesus viveu. A vida de Jesus foi a vivência da Caridade.

Para finalizarmos é importante ressaltar que há o BATISMO DE DESEJO: Lc 7,47; Lc 10, 27; Lc 18,14; At 10, 46ss. Se a pessoa deseja ser batizada com certeza Deus não a deixará desamparada. O conceito de batismo de desejo procura tornar compreensível a existência de uma ação salvadora e santificadora de Jesus na humanidade, fora do âmbito visível da Igreja.

Outro ponto importante a ser ressaltado é o das CRIANÇAS QUE MORREM SEM O BATISMO: embora a Sagrada Escritura não ofereça nenhuma resposta concreta sobre esse tema, não se pode conciliar a vontade salvífica de Deus em relação aos seres humanos com o castigo eterno a alguém que venha a morrer sem a graça do sacramento do batismo.

PERGUNTAS: A) Qual a importância do nosso nome? Como Deus nos chama pelo nome?

B) “É preciso nascer do alto”, em que aspecto de sua vivência você sente que deve e pode crescer?

CITAÇÕES COMPLEMENTARES: JESUS FILHO DE DEUS:Jo 5,19; Jo 6,57; Jo 16,15; Jo 17,10. VESTE BRANCA: Gl 3,37; VELA: Mt 5,14; Fl 2,15; ÁGUA BATISMAL: Jo 3,5.