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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 › portals › cadernospde › pdebusca › … · A proposta explicitada neste artigo destacou o trabalho com filmes sobre a discriminação étnica

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ARTIGO:

ESTUDOS ÉTNICO-RACIAIS ATRAVÉS DE FILMES

IRATI / PR

2011

ESTUDOS ÉTNICO-RACIAIS ATRAVÉS DE FILMES

Autora: Eliana Boyko Roepke1

Orientador: Oséias de Oliveira2

Resumo

Neste artigo estão contidos os conteúdos planejados na Unidade Pedagógica, realizado

durante o processo de formação no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do

Paraná (PDE), em integração com a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)

– Campus de Irati, e foram resultantes da atuação pedagógica para os alunos da 8ª série do

Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira – Ensino Fundamental e Médio. O enfoque dos

estudos tem como base a própria evolução histórica e a formação étnica brasileira, marcando

o contexto nacional pela presença de pessoas dos mais variados povos, e desta formação

nacional, nem sempre o convívio entre estas diferenças foi harmonioso e consensual, e, ainda

hoje, revertem-se em alguns conflitos interpessoais, sejam eles marcados pelas características

étnicas ou aos fatores sociais. Estes conflitos, muitas vezes, surgem como fatores negativos a

exemplo da formação social excludente e preconceito étnico-racial, que por sua vez devem ser

superados, e, um dos caminhos, é mostrar, debater e refletir sobre a liberdade de expressão de

uma sociedade democrática, incentivando a valorização das pessoas através de um processo

educacional interdisciplinar, constituído pelo trabalho dos filmes: “Vista a minha pele”,

“Retrato em preto e branco” e “A exceção e a regra”, dirigidos por Joel Zito de Araújo. Os

filmes foram selecionados por possuírem elementos que justificam seu trabalho em sala de

aula e por abordar temáticas relacionadas ao preconceito, ambição, prepotência, diferentes

histórias e visão de mundo, entre outros fatores, interagindo positivamente na integração entre

professor-aluno, visando a formação plena dos educandos, voltada a dinâmica social, em

estudos sobre as diferentes condições sócio-econômicas, pertencimento e preconceito sobre os

fatores étnico-raciais.

Palavras chave: História; sociedade; fatores étnico-raciais; filmes; ensino-aprendizagem.

1Pós Graduada em História e Sociedade, Graduada em História, Colégio Estadual Antonio Xavier da

Silveira – Ensino Fundamental (séries finais), Médio e Profissionalizante, professora na disciplina de História. 2Doutor em História, Graduado em História, Universidade Estadual do Centro-Oeste / UNICENTRO,

professor de graduação e pós-graduação na disciplina de História.

ETHNIC AND RACIAL FACTORS STUDY THROUGH FILMS

Abstract

This article are planned content in Pedagogical Unit, during the process at the Educational Development Program of Paraná (PDE), integrated with the Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) - Campus Irati and were the result of educational activities for students in eighth grade of Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira - Elementary and High School. The focus of the studies is based on the actual historical development and the formation ethnic of Brazil. In the national context, there are presence of many different kinds of people, but in the national formation, not always the relationship among these differences was harmonious and friendly, and it still today, there are some interpersonal conflicts, that can be marked for ethnic or social factors. These conflicts sometimes are negative factors, for example the social and racial exclusion. For try to solve this problem, one of ways is show, discuss and reflect on the freedom of democratic society through an interdisciplinary educational process. The objective is the study of the films: "Wear My Skin", "Portrait in Black and White" and "The Exception and the Rule," directed by Joel Zito Araujo, who were selected because they have evidence justifying their work in the classroom because these films be capable of transmitting different histories and worldview. This study allows the integration of teacher and students, focused on social dynamics, different socio-economic conditions and combat racism ethno-racial.

Keywords: History; society; ethnic and racial factors; films; teaching-learning.

1. Introdução

1.1 Estudos étnico-raciais através de filmes

Os resultados obtidos na produção do referido artigo resultaram de uma

abordagem de intervenção escolar aplicada no Colégio Antônio Xavier da Silveira,

Ensino Fundamental (Séries Fina), Médio e Profissionalizante, com os alunos da 8ª

série do Ensino Fundamental, com a devida autorização e apoio da comunidade

escolar.

A proposta explicitada neste artigo destacou o trabalho com filmes sobre a

discriminação étnica racial, em uma perspectiva interdisciplinar, no que se refere aos

conteúdos sobre as relações étnico-raciais e a valorização humana, bem como,

seguindo as orientações das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

Para direcionamento da prática pedagógica, dentro da disciplina de História,

foram trabalhados os filmes: “Vista a minha pele”, “Retrato em preto e branco” e “A

exceção e a regra” , dirigidos por Joel Zito de Araújo.

Os filmes sugeridos foram selecionados por possuírem suficientes elementos

que justificam seu trabalho em sala de aula e por abordar temáticas relacionadas ao

preconceito, a ambição, prepotência, diferentes histórias e visões de mundos, entre

outros fatores, interagindo positivamente na integração entre professor-aluno,

conforme comentário de Schörner:

Quando os sujeitos interagem em uma instituição educativa, nem sempre o fazem por sua própria vontade e iniciativa, embora pareça natural, nos dias de hoje, que estas interações se processem. Isso significa que os educadores e os educandos envolvidos nas interações pedagógicos necessitam exercitar, permanentemente, procedimentos que levem à abstração e ao rigor, na difícil tarefa de articulação entre distintos tipos de conhecimentos, promovendo experiência interacionais educativas diversificadas (SCHÖRNER, 2009, p.100).

Objetivando a interdisciplinaridade através do reconhecimento, reflexão e

valorização da cultura afro-brasileiras, africanas e indígenas, a perspectiva do

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encaminhamento pedagógico foi o de despertar a atenção do educando no aprender

a aprender, pois, para melhor compreensão da sociedade da qual vivemos,

principalmente no estágio de compreensão de mundo que se encontram os

discentes, se faz necessário estudos, reflexões e discussões sobre o

comportamento social, sensibilizando-os e conscientizando-os em prol a uma

sociedade mais justa.

Outra preocupação, durante a intervenção foi em vista à valorização dos

diferentes momentos e papéis históricos humanos, ressaltando sobre a importância

que a cultura negra possui, bem como as suas contribuições sociais,

desestimulando opiniões ou preconceitos anteriormente incutidos.

Assim, a mediação do professor ocorreu na medida necessária e suficiente

para instigar, sugerir, gerar problematizações, sensibilizar, apontar caminhos, fazer

pensar, refletir e estimular os alunos, conforme prevê as diretrizes curriculares:

Nestas Diretrizes, considera-se que o estudo das ações e das relações humanas do passado parta de problematizações feitas no presente por meio de expectativas de futuro. Assim, a partir da temática proposta pela problematização, o professor e o aluno determinam o período que define os marcos temporais que balizam seu estudo. Contudo, busca-se a superação de periodizações tradicionais determinadas a priori, como, por exemplo, determinado uso da periodização quadripartite da História. Estas diretrizes valorizam as múltiplas temporalidades e perspectivas históricas escolhidas, priorizando os diferentes sujeitos (DCE, 2008, p.62)

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2. Desenvolvimento

2.1 Trabalho com filmes

A sugestão dos trabalhos educacionais utilizando filmes é baseada no atual

desenvolvimento tecnológico e da influência midiática na sociedade, bem como, o

fato de que os filmes possibilitam constatar, através do movimento de suas imagens,

acontecimentos passados, presentes e futuros, colaborando no conhecimento

histórico, principalmente quanto ao ponto de vista da sociedade que constitui nosso

país.

A possibilidade do trabalho com filmes permite aos alunos a visualização de

conceitos ou pré-conceitos raciais adquiridos historicamente, também possibilitando

ao educando uma visão sobre si próprio e sua ação, ou omissão, ao processo social,

bem como as causas destes atos, despertando assim o educando a cidadania, e, ao

combate das formas de iniquidades e desigualdades, conforme citação:

...a produção de um determinado filme leva em conta a visão de seu público alvo, seu universo de referências, conhecimentos e expectativas. Nesse sentido revelam, mais do que outras produções artísticas como um livro ou pintura, o olhar de uma época ou de uma sociedade” (OLIVEIRA, 2006, p.06).

O filme, em seu caráter estético e suas funções sociais, começou a surgir no

início do século XX, com o estudo de um filósofo de Harvard, Hugo Münsterberg,

que propôs a primeira dinâmica mental do espectador no ato de assistir filme, e até

hoje é visto e estudado pela importância de suas funções históricas e sociais,

conforme citação: “... teóricos tentam definir a natureza ímpar do cinema como meio

estético e também especificar suas funções concretas e potenciais” (OUTHWAITE,

1996, p.88)

Almeida (1994, p.12), defende a ideia de que às pessoas ao assistirem filmes e

os analisarem, têm a compreensão do aspecto social, porém, infelizmente, grande

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maioria do público espectador, se apresenta de forma massificada e com pouca

memória escrita, sendo necessário deste modo, discutir as relações entre a

sociedade, como é o caso da referida proposta, que possui o intuito de utilizar as

formas educativas de abordagens através dos filmes em uma perspectiva de

reversão a estes aspectos negativos.

A utilização de filmes, também, oportuniza aos educandos, constatarem em

formas de imagens, uma atuação repressiva e social, representada pelo preconceito

étnico, associada aos fatores como a pobreza, bem como, a luta para igualdade de

condições e valorização humana, e que eles sejam capazes de perceber os

mecanismos de produção e reprodução das desigualdades raciais.

A forma educativa através de filmes, além de ter o intuito de estimular os

discentes a adquirirem este hábito, pretende despertar e trabalhar as diferentes

visões históricas e de compreensão dos filmes, ou seja, enxergar além das imagens,

decifrar e compreender as mensagens, o que elas querem e pretendem transmitir,

influenciando diretamente na formação de um aluno crítico e ativo, conforme citação:

A sala de aula já vem sofrendo a intervenção dos meios de comunicação de massa [...] Porém, é preciso ver que esses meios podem ser considerados como salas de aula, como espaços de transformação de consciência, de aquisição de conhecimentos; que eles dependem de uma pedagogia crítica e que o sucesso dessa pedagogia crítica depende de como vamos ver e ouvir os produtos da indústria cultural. (NAPOLITANO, 2006, p.89)

O processo educativo utilizando filmes, possibilita inúmeras abordagens, bem

como, coloca os aspectos históricos como reflexões dos diferentes momentos

sociais, conforme citação: “... as interferências são múltiplas, por exemplo: na

confluência entre a História que se faz e a História como relação de nosso tempo,

como explicação do devir das sociedades” (FERRO, 1992, p.11).

Devido ao caráter de movimento, as imagens visualizadas através dos filmes,

também em uma perspectiva histórica, exercem caráter primordial, pois as

sociedades atuais a utilizam como um instrumento de comunicação, conforme

citação:

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A imagem, segundo os críticos mais renomados, exerce, nas sociedades contemporâneas, um protagonismo evidente. A relação entre a palavra e a imagem, entre a palavra e as coisas (e a sua representação) tem sido um tema constante nos processos de comunicação entre os homens (CORTEZ, 2003, p.281).

Alguns autores, como Wertsch, comentado por Abdala Júnior, consideram o

filme como uma ferramenta cultural de caráter histórico, capaz de interferir, tanto

individual quanto social, na realização de aprendizado interacional, destacando

assim, a evidente importância que os filmes adquirem, conforme afirmação: “Decorre

dessa premissa que a configuração da consciência, da memória – individual e social

– e a realização do aprendizado são processos que nascem a partir das interações

sociais mediadas por ferramentas culturais”. (ABDALA JUNIOR, 2008, p.125).

Tendo em vista que, a sociedade não é estática, há necessidade de um

encaminhamento educacional, voltado aos alunos, capaz de atender às

necessidades e demanda da sociedade ao qual a escola faz parte, pois devido ao

crescente agravamento da problemática das questões raciais e sociais

discriminatórias, é que as atividades contidas neste material foram fundamentadas,

bem como quanto a sua aplicabilidade, para que sua atuação seja estimulante,

positiva e contínua.

Outro fato, é de que a vivacidade das imagens facilitam a representação

histórica e as manifestações da sociedade atual, mesmo que muitas vezes, alguns

filmes façam parte da ficção, porém a reação do espectador é diferente, comparados

ao de um aluno que está apenas imaginando o que o professor está discorrendo ou

o que está escrito em um livro.

Desta forma, a utilização de filmes representativos a temática étnico-racial,

apresenta uma ruptura ao tradicional, considerando-os como apoio e instrumento

educacional, capaz de construir uma prática pedagógica contemporânea, facilitando

a aprendizagem, conforme citação:

...o professor, enquanto o filme corre, chama atenção dos alunos para os detalhes que julga mais importantes. E todos compreendem o fenômeno descrito porque podem 'ver' com seus próprios olhos a

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natureza em plena ação. O filme exerce desse modo o papel de denominador comum daquelas inteligências juvenis. Nivela-as pelo mesmo interesse no espetáculo e pelo poder que a imagem tem de tornar instantaneamente compreensíveis noções que as palavras nem sempre transmitem com fidelidade. (Laponte apud Esteves, 2006, p. 121).

O intuito do estudo proposto não se respalda em apenas utilizar as facilidades

pedagógicas ou tecnológicas que os filmes podem representar, e sim, consiste na

leitura mais detalhada sobre os aspectos abordados, principalmente aos valores

étnico-raciais, pois as variadas informações e diferentes linguagens apresentadas

constroem um significado, um contexto, enfim uma complexidade de imagens que

devem ser captadas e entendidas, conforme citação:

Ver filmes, entretanto, compreende olhares diferenciados, num processo integrado que parte da perspectiva de que é tão importante sua apreciação quanto sua leitura. Tal apreciação e leitura, entretanto, requer um mínimo de informações acerca de aspectos variados sobre a sua linguagem e sobre os meios utilizados para sua análise. Realizar uma leitura fílmica denota desconstruí-lo para reorganizá-lo posteriormente dando-lhe significados antes não percebidos (FERREIRA, 2009, p.01)

Assim, os recursos históricos estarão vinculados aos filmes em caráter

abrangente, associados à realidade, pois há necessidade das pessoas

compreenderem o contexto como um todo, e de perceptivelmente se sentirem

inseridas dentro dele, conforme a citação:

A contribuição de Bakhtin torna-se essencial à análise, precisamente porque seus trabalhos visam apreender os significados atribuídos ao mundo não a partir dos signos ou dos discursos isolados, mas segundo o enunciado completo no qual estão envolvidos, ou seja, a partir do contexto sociocultural e histórico no qual o enunciado se realiza concretamente. Assim, as teses de Mikhail Bakhtin, conforme esperamos demonstrar, abrem possibilidades de reconhecermos muitas das relações que se estabelecem entre os discursos da história e do cinema em diversos contextos socioculturais. (ABDALA JUNIOR, 2008, p.126)

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A citação de Abdala Júnior se refere aos conteúdos educacionais em filmes,

defendendo a ideia de Bakhtin, que tem por finalidade, trabalhar conteúdos

contextualizados, baseados em relações entre a história e cinema (filme), para que

assim, ao discente, seja possibilitada uma visão ampla e generalizada da temática

que está sendo trabalhada.

Também, quanto à linguagem obtida através dos filmes, associada aos fatos

históricos, há necessidade de compreensão e analise, não apenas para

reconhecimento, e sim para valorização do que esta sendo estudado, conforme

citação: “Nesse sentido, parece decisivo que, ao lidar com cinema, a especificidade

de sua linguagem seja não somente reconhecida, mas valorizada na análise, pois é

ela que permite a construção e o compartilhamento dos discursos cinematográficos

– os filmes” (ABDALA JUNIOR, 2008, p.07).

Tendo por referencia o trabalho com a temática do preconceito étnico-racial em

filmes, é de suma importância à preparação prévia para os argumentos e enfoque a

serem explorados como: a apresentação e exibição, o debate, a reflexão e a

conclusão, enfim, a clareza nos objetivos que devem respaldar o trabalho de

mediação e dialógico do professor, necessários para o a compreensão e efetivação

do aprendizado:

As imagens empregadas em um filme recebem apreciações diferenciadas daquelas que têm na realidade, e seus significados são apreendidos segundo as relações que estabelecem com outras imagens no contexto da película. As imagens estão, assim, em interanimação dialógica com os outros elementos que compõem a narrativa cinematográfica. (ABDALA

Júnior, 2008, P.130)

2.2 Problematização

O fenômeno da discriminação geralmente não é fator isolado, pois se encontra

relacionado a outras várias causas, tanto no aspecto da desigualdade, quanto a

fatores como a restrição de oportunidades, acesso a serviços, estagnação

econômica, locais dotados de menos recursos, entre outros, que agem

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concomitamente a este processo, conforme citação contida na obra sobre as

Políticas Públicas e a Desigualdade Racial no Brasil: “Não há dúvidas de que uma

parte importante dos fatores que impedem a melhorias das condições e

oportunidades dos negros se encontra ofertada em padrões limitados e insuficientes

devido à naturalização social da condição subalterna dessa população” (JACCOUD,

2008, p.59).

Neste sentido, os preconceitos raciais são vistos como discriminação de

classes, pois certos mecanismos excludentes atuam nos espaços sociais,

influenciando não apenas nas oportunidades, e sim reforçam a ideia da composição

racial da pobreza, que por sua vez é formada pela grande maioria populacional

negra, conforme citação: “a legitimidade desse preconceito se assenta exatamente

no fato de que a maioria dos pobres é negra, e de que a imagem do pobre no Brasil

está diretamente associada à negritude” (JACCOUD, 2008, p.60).

As questões étnico-raciais adquirem relevância diante da perspectiva

educacional, pois a indiferença ou ações preconceituosas são elementos

indesejáveis, no entanto, presentes no cotidiano social e em sala de aula, pois

principalmente pelo fato do Paraná possuir predominância de população de povos

de cor branca, conforme citação: “A região Sul do Estado do Paraná, ... é parte de

um território considerado por muitos, como terra de imigrantes loiros de olhos

azuis...” (CAMPIGOTO E SOCHODOLAK, 2009, p.07)

A Escola, no ponto de vista social, visa cumprir objetivos de aspecto

emancipador da plena cidadania dos educandos, fazendo-se necessário uma

mudança de postura frente ao comportamento dos alunos, diante da perspectiva

étnico-racial, pois, conforme citação: “No caso específico do problema da

desigualdade e da discriminação racial no sistema escolar, é flagrante o hiato que

separa os enunciados legais, os direitos anunciados nos tratados internacionais da

alarmante realidade, visível a olho nu...” (SILVA JR, 2002, p.11), constata-se

claramente as ações que devem ser combatidas em meio a sociedade,

principalmente no ambiente escolar.

Diante deste aspecto revelador sobre a desigualdade e descriminação, já

assumidos e combatidos na sociedade, entre outros, o estudo étnico legitima o

trabalho com os alunos, voltado às futuras demandas sociais e trabalhistas

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resultantes das influências educacionais, complementando um questionamento

levantado por Saviani:

A existência do saber sistematizado coloca à pedagogia o seguinte problema: como torná-lo assimilável pelas novas gerações, ou seja, por aqueles que participam de algum modo de sua produção enquanto agentes sociais, mas participam num estágio determinado, estágio este que é decorrente de toda uma trajetória histórica? (2008, p.76).

A conscientização aos fatores sociais e raciais, em sua concepção, desperta à

mudança de postura social quanto ao aspecto dos fatores discriminatórios, sejam

eles oriundos do sistema educacional ou da própria sociedade, pois há

intencionalidade de reverter às condições degradantes que separam e distinguem

certas pessoas pelas suas raças ou cores conforme citação:

O conceito de racismo institucional permite uma melhor percepção acerca dos mecanismos de produção e reprodução das desigualdades raciais, inclusive no que tange às políticas públicas. Sua utilização amplia as possibilidades de compreensão sobre o tratamento desigual, assim como permite identificar um novo terreno de enfrentamento das iniquidades no acesso e no atendimento de diferentes grupos raciais dentro das políticas públicas, abrindo novas frentes de combate ao preconceito e a descriminação, assim como novos instrumentos de promoção da igualdade racial. Sua abordagem permite com que se identifique o racismo não apenas pela sua declaração, mas pelas desvantagens que causa a determinados grupos, independentemente de sua manifestação ser consciente ou ostensiva (PNUD, 2005). Nesse sentido, o racismo institucional se instaura no cotidiano organizacional, inclusive na implementação efetiva de políticas públicas, gerando de forma ampla, mesmo que difusa, desigualdades e iniquidades (JACCOUD, 2008, p.140).

Desta forma, vale ressaltar que a desigualdade racial está associada

estritamente a fatores econômicos e sociais da pobreza, e que a solução desta

problemática não depende apenas de uma ação do Estado, e sim, o enfrentamento

ao preconceito.

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2.2 Encaminhamento Metodológico

Para a prática e a execução da intervenção pedagógica, na disciplina de

História, foram seguidos alguns itens importantes para que o processo educacional e

sócio-cognitivo atingisse gradualmente a todos os alunos que faziam parte deste

projeto.

As atividades propostas aos alunos encontram-se em anexo ao referido

artigo, bem como, algumas atividades realizadas pelos educandos.

A princípio, foi solicitado aos alunos realizarem uma pesquisa, com os

familiares ou pessoas próximas, descendência, profissão, locais que moravam, país

de origem, motivos que vieram a residir nesta região, histórico de gerações, e com

estes apontamentos em mãos, os alunos realizaram uma breve explanação aos

demais, enfocando também as idéias pessoais, relatando os fatos passados em uma

perspectiva de agentes de suas próprias histórias de vida.

A integração do grupo, neste primeiro passo foi de suma importância, pois o

respeito e as várias formas de preconceitos já começam a ser superadas, devido ao

fato de oportunizar aos alunos o relato dos seus diferentes contextos, respeitando-se

mutuamente.

Foi proposto assistir aos filmes, cada um individualmente, intercalando o

tempo necessário para o trabalho, solicitando que os alunos anotem os aspectos

relevantes, explorando posteriormente algumas dinâmicas de análise, como ao

exibir as cenas mais importantes, mediar opiniões, incentivar a participação de todos

e, também, estabelecer relações do modelo ideal com o modelo que costuma

realmente ser.

Após assistir a cada filme, foi realizado com os alunos, um debate geral, com

prerrogativas como a forma que a história é contada, o que marcou, o que chamou

atenção, que idéias estão claramente apresentadas, modelo de sociedade,

característica dos personagens, ideologia, valores, conceitos e o julgamento

individual (opinião pessoal), retomando o filme nos trechos mais importantes,

proporcionando possibilidades maiores de trabalho e discussão sobre a temática.

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Após a realização das atividades foi formado “uma mesa redonda” para a

exposição de idéias, defesa de argumentos, questionamentos, esclarecimentos a

dúvidas, em um processo participativo entre alunos e professor.

O uso da TV, com seus acessórios (DVD), foram essenciais ao apoio

pedagógico, pois a cada nova temática proposta sobre o filme foi exibido e retomado

o trecho selecionado.

Ao final do trabalho, foi solicitado aos alunos discorrerem sobre as questões

étnico-raciais e sobre os valores humanos, permitindo mensurar se o objetivo geral

da etapa desenvolvida foi alcançado, tendo em vista os parâmetros iniciais e finais

da aplicação da respectiva proposta.

O intuito era fazer uma mediação necessária e suficiente para instigar,

sugerir, gerar problematizações, sensibilizar, apontar caminhos, fazer pensar, refletir

e estimular os alunos.

2.2 Análise e resultados da prática pedagógica

As atividades planejadas referente ao trabalho sobre fatores étnico-raciais, na

disciplina de História, foram objeto de reflexão enquanto prática da pedagogia

progressista, defendida por Saviani, pois, as mudanças comportamentais da

sociedade, e principalmente dos educandos, que são os futuros representantes

desta, não ocorre de forma mecânica, imediata ou através da imposição, conforme

afirmação: “A passagem para um novo paradigma não é abrupta e nem radical. É

um processo que vai crescendo, se construindo e se legitimando” (BEHRENS, 2005,

p.26).

O entendimento do contexto histórico é imprescindível e conforme a Diretriz

Curricular Estadual da disciplina de História (2008, p.46) as formas de agir, pensar,

sentir, representar, imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e

politicamente são fatores resultantes das relações humanas no transcorrer do tempo

e do espaço, assim, adquirindo significação fundamental quanto ao processo

emancipativo pleno na formação da cidadania.

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Seguindo ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais, visando uma formação

cidadã consciente dos educandos, é que as atividades sobre fatores étnico-raciais

foram planejadas e elaboradas, pois: “permite questionar com o estudante as ideias

históricas permeadas de preconceitos que são difundidas pelos meios de

comunicação de massa. A partir da valorização de novas narrativas históricas é

possível construir ideias históricas sistematizadas em um diálogo cognitivo com o

outro” (DCE, p.75).

Os conteúdos foram trabalhados com os alunos da 8ª série “E”, do Colégio

Estadual Antonio Xavier da Silveira, Ensino Fundamental e Médio, no turno

matutino.

Alguns gráficos foram elaborados para melhor mostrar as ideias expositivas

dos alunos, bem como fatores positivos e negativos inerentes a mediação, tendo em

vista que a aplicabilidade desta proposta de trabalho não é de forma alguma estática

ou neutra, mas sim, principalmente, uma tentativa de tornar os alunos protagonistas

do processo educacional, visando as suas formações enquanto cidadãos

conscientes.

Primeira atividade: Entrevista

A primeira atividade consistia em realizar uma pesquisa familiar para constatar

algumas questões como o histórico das gerações, trabalho, história de vida, enfim,

fazer o aluno buscar conhecimentos além dos habituais, e, refletir sobre eles.

Além da identificação pessoal dos alunos e de seus pais, a entrevista

perguntava sobre a origem da ascendência dos pais, avôs ou bisavôs, enfim, o

quanto mais os educandos conseguissem regredir no aspecto histórico.

Os resultados dos alunos apresentados sobre seus ascendentes foram os

seguintes: 3 ascendentes eram de origem austríaca, 6 ascendentes eram de origem

alemã, 6 ascendentes eram de origem brasileira, 1 espanhola, 1 francesa, 2

holandesa, 11 italiana, 1 paraguaia, 15 polonesa, 2 portuguesa, 7 ucraniana, 3 não

sabem, 4 alunos não mencionaram sobre seus ascendentes, conforme o Gráfico 1 –

Ascendência:

14

3

6

6

1

1

2

11

1

15

2

7

3

4

0 5 10 15

1

Gráfico 1 - Ascendêncianão

mencionaramnão sabem

ucraniana

portuguesa

polonesa

paraguaia

italiana

holandesa

francesa

espanhola

brasileira

alemã

austríaca

Os dados a respeito quanto à ascendência dos alunos revelam que,

aparentemente pela pesquisa realizada, na sala de aula não há pais, avôs ou

bisavôs de origem direta da África.

Vários foram os relatos da história de vida a respeito dos entrevistados,

contada pelos alunos, e unanimidade, os educandos dizem orgulharem-se de suas

famílias.

Os relatos dos entrevistados sobre o trabalho no campo, a vida difícil para

manter seus filhos, está presente em todas as narrativas dos alunos, até mesmo

com a própria negação deste último, como a exemplo de dois trechos de textos de

alunos: “Antigamente era muito mais difícil porque não tinha automóveis, era só

carroça, e para ir para outras cidades não tinha carro, ônibus, avião, era só trem. E

meus avôs chegaram a passar fome porque naquela época o trabalho era quase

escravo, e tinham que trabalhar na roça ou em casa de famílias lavando roupas e

sua maior conquista foi ter seus filhos e conseguir educá-los”. O segundo texto,

apesar da própria negação do aluno reconhecendo sua falta de vontade, relata o

orgulho que possui da própria família: “Minha família tem tudo que tem hoje porque

15

lutou, a minha avó criou minha mãe e minhas tias sozinha e eu até agora só dei dor

de cabeça, para minha família. nem estudo que era o mínimo que eu posso fazer eu

não faço”.

Quanto aos motivos que os pais, avôs ou bisavôs vieram para o Brasil houve

apenas dois motivos apontados. Dos entrevistados, 19 pessoas disseram que

vieram devido à guerra, 8 pessoas vieram em busca de emprego ou condições mais

favoráveis para modificar a vida e 4 alunos não relataram comentários, conforme o

gráfico 2- Motivos da vinda ao Brasil pelos ascendentes:

Gráfico 2 - Motivo da vinda ao Brasil pelos ascendentes

61%26%

13%Guerra

Trabalho ou expectativa de

melhorar de vida

Não comentaram

Desta forma, as pesquisas realizadas aos ascendentes apontaram para os

relatos das dificuldades da vida no campo ou de trabalho manuais, casas de

madeira, o fato de não poder estudar, o orgulho aliado ao sofrimento e a luta para

poder sustentar a família (que geralmente era grande), conforme exemplo do aluno:

“Eu penso que minha família é bastante unida e amam seus filhos, eu sou muito

apegado com meus pais”.

Para o encerramento da atividade de entrevista, como o planejado, foi proposto

o relato oral individual, e, apesar da timidez, vergonha e resistência por parte de

alguns alunos, marcou o início dos trabalhos com uma certa “cumplicidade” entre os

alunos e o professor, pois, as experiências devem ter afetado o lado sensitivo de

cada discente durante a execução do relato familiar.

16

Além dos resultados apresentados na pesquisa, o aspecto dialógico familiar foi

privilegiado, pois o contato familiar, proporcionados pela busca e interesse dos

alunos em conhecer um pouco mais sobre seus ascendentes, propiciou tempo

necessário para uma das conseqüências advindas do contexto globalizado, que as

pessoas temem, às vezes nem percebem ou simplesmente por alienação não têm

conhecimento, conforme explicitação do sociólogo polonês Zygmunt Bauman: “e nós

usamos nossos celulares para bater papo, enviar e receber mensagens, de modo

que possamos nos sentir permanentemente “estar em contato”, sem os desconfortos

que o verdadeiro “contato‟ nos reserva. Substituímos os poucos relacionamentos

profundos por uma profusão de contatos pouco consistentes e superficiais (2005,

p.76), e que também são preocupações do referido trabalho.

Assim, além do contato familiar houve maior aproximação entre eles,

integrando-se e harmoniosamente trazendo uma proximidade dos alunos em seus

convívios sociais de forma respeitosa, além da experiência inicial de aprendizagem.

Segunda atividade: uso do filme “A exceção e a regra”

O uso das imagens de filmes foi instrumento da abordagem pedagógica da

segunda atividade proposta aos alunos, com o filme a “Exceção e a regra” de Joel

Zito Araújo.

Para o trabalho com os filmes, foram adotadas pelo professor as considerações

propostas por Moran quanto ao uso pedagógico adequado das imagens, sem

esquecer da importância do processo de mediação do professor, pois, conforme

anteriormente mencionado, as mensagens audiovisuais, exigem momentos de

pensamentos e reflexão do receptor, daí a importância da associação entre o

professor mediador e o material tecnológico utilizado.

Posteriormente a visualização do filme, foi solicitado aos alunos para que

fossem respondidas algumas questões, e, a primeira questão, de letra “a”, foi

redigida da seguinte forma: “Tendo em vista que o filme foi produzido em 1997, e,

naquela época, o Brasil tinha 151.000.000 de habitantes, sendo que 44% deles eram

afro-descendentes, segundo o censo 2007, o Brasil possui 183.987.291 de

17

habitantes. Tendo como base os valores mencionados responda quantos afro-

descendentes havia em 1997, e quantos haveriam, segundo o senso de 2007, se

fossem mantidas as mesmas porcentagens nesta última contagem? Para você, este

número é significativo em relação ao país?”

A resposta dos alunos consistia em fazer os cálculos de quantos afro-

descendentes havia em 1997, que seria de 66.440.000, quantos afro-descendentes

havia no ano de 2007, que mantendo a porcentagem de 44%, seriam de

80.954.408,04 habitantes afro-descendentes. Quanto a significação do número de

representantes afro-descendentes em relação ao contexto populacional geral do

país, seria um número representativo, pois este número é quase a metade da

população.

Dos trinta alunos que participaram da segunda atividade, apenas 02 alunos

responderam corretamente as questões matemáticas, 26 estudantes erraram ou não

responderam e 2 alunos deixaram em branco as questões. Quanto a significação

populacional composta entre os pardos e os negros em relação ao país, 11 alunos

acham um número considerável, 9 estudantes responderam que este número não é

significativo e 10 alunos não responderam, conforme aponta o Gráfico 3.1 –

Referência ao número de questões respondidas corretamente pelos alunos e Gráfico

3.2 – Significação de afro-descendentes em relação ao percentual populacional:

26

2

2

0 10 20 30

1

Gráfico 3.1 Referência ao número de

questões respondidas corretamente

pelos alunos:

Deixaram em

branco

Responderam de

forma correta as

questões

matemáticas

Erraram as

questões

matemáticas

Gráfico 3.2 - Número de afro-

descendentes em relação ao país

11

10

9

0 10 20

1

Não Responderam

Responderam que

este número não é

signif icativo

Responderam que é

um número

considerável

Dando continuidade da primeira questão, a letra “b” perguntava se o aluno

achava que a porcentagem de afro descendentes aumentou e, na letra “c” para

18

realizar uma pesquisa atual sobre esta porcentagem e emitir algum parecer sobre a

influência se há alguma espécie de preconceito atualmente.

Esta resposta estaria já pronta se os alunos consultassem a Wikipédia, que

segundo a estimativa do IBGE para o ano de 2010, é de 192.000.000 de habitantes,

conforme texto retirado do site:

A demografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as

características demográficas do território brasileiro. O Brasil possui cerca de 192

milhões de habitantes (estimativa do IBGE, 2010) o que representa uma das maiores

populações absolutas do mundo ) ... ( Nos censos, a maioria da população brasileira

continua a classificar-se como branca (49,9%), uma parcela considerável como

parda (43,2%) e um número muito reduzido como preta (6,3%). Fato é que,

geneticamente, o Brasil possui uma população cujas origens são africanas, europeias

e indígenas, e não "branca", nem "negra", nem "parda" como diz o censo: 86% dos

brasileiros teriam mais de 10% de genes africanos, sendo que a herança europeia é a

dominante. Ou seja, apenas 14% dos brasileiros seriam geneticamente brancos,

número bem inferior aos quase 50% dos censos do IBGE. A motivação de grande

parte dos brasileiros em classificarem-se como brancos no censo, é fruto de um

racismo velado enraizado na cultura do País, onde é imposto pela mídia um padrão

de beleza caucasiano” (Wikipédia, 25/10/10)

Das repostas, 20 alunos acham que a porcentagem de habitantes afro-

descendentes aumentou, 08 estudantes acham que não aumentou e 2 alunos não

responderam, conforme a indicação no gráfico 4.1 – Resposta pessoal sobre o

aumento ou não de afro- descendentes no Brasil:

4.1 Resposta pessoal sobre o aumento ou não

de afro-descendentes no Brasil

20

8

2

0

5

10

15

20

25

1

Considerações pessoais sobre o

aumento de afro-descendentes

Considerações pessoais sobre o

não aumento de afro-

descendentesNão responderam

Quanto ao porcentual de números total de habitantes no Brasil e a relação ao

porcentual dos afro-descendentes, os números citados por 26 alunos da pesquisa

19

não eram atuais ou estavam errados, pois eles coletaram dados do ano de 2007, e,

conforme a pergunta solicitava os dados deveriam ser atuais, assim, apenas 2

alunos conseguiram realizar a pesquisa corretamente e 2 alunos não responderam.

Quanto a influência resultante do aspecto de afro-descendência, 08 alunos

responderam positivamente afirmando que o número de afro-descendentes no Brasil

é grande, 20 estudantes não emitiram parecer e 2 alunos não responderam. Quanto

ao preconceito, 07 alunos admitem ainda ocorrer, nenhum estudante disse que não

há preconceito, 2 alunos não responderam e 21 estudantes não emitiram parecer,

conforme representação do Gráfico 4. 2 - Influência e Preconceito étnico-racial:

8

0

22

7

0

23

0 5 10 15 20 25

1

Gráfico 4.2 - Influência e Preconceito étnico-racial

Não emitiram parecer

sobre o preconceito

Não há peconceito

Ainda há preconceito

Não emitiram parecer

sobre a influência

Não influência de afro-

descendentes no país

Influência de afro-

descendentes no país

A primeira questão englobava aspectos interdisciplinares, exigindo atenção às

questões, bem como, na pesquisa solicitada para os alunos realizarem. Os

resultados apontaram que falta amadurecimento quanto à resposta de questões de

cunho pessoal, falta de atenção no que realmente é solicitado na pergunta, e

também o desconhecimento da matemática básica, necessária para o uso cotidiano

e o fato de não saber pesquisar, registrados como aspectos negativos dos alunos.

Talvez, a imaturidade, a desvalorização da escola, respeito aos professores, a

perspectivas dos alunos, a falta de conhecimento de conteúdos relevantes,

influenciaram negativamente o início das atividades, preocupação que exige

redobrada exigência quando ao aspecto de mediação pelo professor, bem como,

quanto a conscientização dos alunos.

A segunda questão estava centrada em acontecimentos sobre o relato do filme,

que solicitava aos alunos responder o que eles entendiam como: demissão

20

arbitrária, pergunta da letra “a”, o significado de clarear o setor, questão de letra “b”

e descrever a visão pessoal de “racismo ao contrário” remetido no filme, referente a

letra “c”.

A questão “a”, sobre o entendimento do termo “demissão arbitrária”, foi

compreendida pela grande maioria dos alunos, sendo que 25 deles discorreram a

respeito de uma qualificação intencional e arbitrária praticada pela empresa em

relação ao trabalhador afetando-o negativamente sem motivo, 4 alunos não

conseguiram clareza ou afirmaram de forma divergente a respeito do que era

demissão arbitrária e 1 aluno não respondeu.

Na questão “b”, sobre o significado de clarear o setor, 27 alunos referiram-se

de forma coerente sobre o significado de “clarear o setor”, como uma distinção e

preferência de pessoas brancas trabalhando naquele local ou empresa, 02

estudantes tiveram respostas divergentes ou faltou clareza e 1 aluno não respondeu.

A questão “c”, sobre a descrição pessoal de “racismo ao contrário”, devido a

sua complexidade, exigia atenção aos detalhes do filme, que conforme a primeira

decisão judicial mostrado no primeiro julgamento do personagem Vicente, na

tentativa de reintegrar-se a empresa, o racismo ao contrário deveria ser interpretado

como uma forma de usar o preconceito em benefício próprio, pois igualmente

brancos e negros foram demitidos pela mesma empresa, e em momento algum os

brancos tiveram seus empregos novamente. Apenas 3 alunos souberam entender e

descrever sobre o que remetia a expressão “racismo ao contrário”, 25 estudantes

apresentaram pensamentos divergentes da pergunta na resposta e 2 alunos não

responderam. Sobre estas últimas três questões está a representação do Gráfico 5

- Análise de expressões relatadas no filme e suas definições segundo o

entendimento dos alunos:

21

Gráfico 5 - Análise de expressões relatadas no filme e suas

definições segundo o entendimento dos alunos

25

4

1

27

21

3

25

2

0

5

10

15

20

25

30

1

Definiram corretamente sobre "demissão arbitrária"

Resposta divergente ou sem clareza sobre

"demissão arbitrária"Não responderam sobre "demissão arbitrária"

Definiram corretamente sobre "clareamento do

setor"Resposta divergente ou sem clareza sobre

"clareamento do setor"Não responderam sobre "clareamento do setor"

Definiram corretamente sobre "racismo ao contrário"

Resposta divergente ou sem clareza sobre "racismo

ao contrário"Não responderam sobre "racismo ao contrário"

Na segunda atividade, as duas primeiras expressões, representadas nas letras

“a” e “b”, que poderiam ser interpretadas independentemente do entendimento do

filme, foram definidas de forma precisa pela maioria dos alunos, enquanto que a

última expressão, letra “c”, “racismo ao contrário”, que era definida pelo próprio

exemplo do filme, grande maioria dos alunos tiveram dificuldades e não souberam

defini-la adequadamente.

Diante da solicitação do personagem do filme, Vicente, para conseguir

novamente reintegração ao quadro de funcionários da Eletrosul, é que foi feito o

embasamento da terceira questão, pois era para os alunos fazerem um comentário

sobre o personagem Vicente, da empresa Eletrosul e a história como um todo,

conforme trecho retirado do material para os alunos responderem: “No final, após

tantas batalhas, Vicente consegue ser reintegrado ao quadro de funcionários da

Eletrosul, que por sua vez, recorreu mas perdeu a ação judicial novamente. Faça um

comentário sobre o que você pensa sobre a luta e a pessoa de Vicente, a empresa

Eletrosul e na história como um todo”.

As respostas dos alunos manteve-se situada nos fatores de preconceito, na

luta e força de vontade de Vicente, como exemplo de persistência, e nos erros da

empresa. Porém, analisando a pergunta de modo geral, dos 30 alunos, apenas 11

falaram de forma completa, conforme a questão solicitava, outros 14 estudantes

falaram apenas sobre o personagem Vicente e sua luta na retomada do emprego, 2

22

alunos relataram apenas sobre a empresa e o racismo, 1 aluno emitiu comentário

divergente do que se pedia e 2 alunos não responderam, conforme o Gráfico 6 –

Comentário dos alunos:

Grafico 6 - Comentário dos alunos

2

14

11

1

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1

Apenas sobre a empresa, a demissão e o

racismo

Apenas sobre o personagem Vicente e sua luta

Adequadamente relatou sobre a empresa,

Vicente, preconceito e a busca pelos direitos

Comentário diferente do questionamento

Não responderam

A questão 4, relatava sobre o caso de uma estudante de jornalismo, Mônica de

Oliveira, que foi recusada para uma vaga de auxiliar administrativo, devido a fatores

preconceituosos. A pergunta da letra “a” versava na alegação que a empresa emitiu

sobre o sumiço de uma declaração comprobatória a respeito da cor branca exigida

para o emprego e a substituição desta declaração preconceituosa por outra, para ser

apresentada aos tribunais que dizia que era para pessoas de boa aparência.

A maioria das respostas, 27 alunos descreveram que a desculpa inicial dada

pela empresa ao policial era uma atitude de outras pessoas e não daquele

determinado setor (era culpa da central), substituindo a declaração que o policial

enganosamente devolveu a empresa e modificando a expressão de “cor branca”

para de “boa aparência”, 2 alunos relataram outras imposições e 1 aluno não fez a

atividade.

Ainda na questão 4, letra “b”, perguntava o que os alunos achavam da

expressão “boa aparência”, em relação ao fato de ser afro-descendente.

No caso, pelo entendimento da empresa, seria uma substituição do termo de

aceitação apenas de pessoas de “cor branca” pelo de “boa aparência”, para livrar-se

23

dos processos que porventura poderia ocorrer e, certamente no caso da empresa, o

termo “boa aparência” já vinha incutido com orientações, direcionamento ou

instrução aos funcionários responsáveis pela contratação, sendo assim, a falta de

aparência, já era atribuído a pessoas de pele de cor negra. Para os alunos, a

expressão estaria vinculada também, de certa forma, ao preconceito social e que a

boa aparência não condiz com o fato de ser negro. A resposta positiva dos alunos,

entre a relação entre boa aparência e sua consequente significação de “cor branca”,

foi de 20 alunos, 9 estudantes relataram que não há relação e 1 aluno não

respondeu, conforme Gráfico 7 – Relação entre a expressão “de boa aparência” ser

atribuído a pessoas de “cor branca”.

Gráfico 7 - Relação entre a expressão "de boa aparência" ser atribuído

a pessoas de "cor branca"

67%

30%

3%

Concordam

Discordam

Não responderam

A questão 5 relata sobre um caso de preconceito racial de Kelly Cristina, que

além de não receber por três meses, era xingada de “urubu” e “macaca”. O fato foi

presenciado por acaso pelo delegado, que ao confirmar a autenticidade do crime,

em delegacia de sua competência, prendeu o acusado, Rogério César. Para os

alunos, na questão “a”, foi perguntado se a maneira de agir, tanto do delegado como

do acusado preso, foram adequadas. Sobre o delegado, a resposta de 19 alunos

apontam que foi uma atitude correta, 03 alunos discordam relatando a passividade

do delegado por não fazer nada, 07 estudantes relataram outros motivos e 01 aluno

não respondeu. Sobre o preso, o fato de agir com preconceito e racismo foi

denunciado por 17 alunos, 11 estudantes descreveram o fato como um fato de

impunidade, 1 aluno comentou um fato não relacionado a questão e 1 aluno não

respondeu..

24

As perguntas “b”, “c” e “d” foram atribuídas aos acontecimentos decorrentes do

filme, sobre o episódio de Kelly Cristina, relatados posteriormente, no que se referia

a transferência do delegado e a impunidade do acusado Rogério César, mostrando

um painel de como está a justiça neste país e perguntando, também, se os alunos

concordavam com o desfecho da situação, e, se isto ocorre atualmente no país.

Os relatos de injustiça social foram admitidos pelos 29 alunos da turma, apenas

um não respondeu a questão. Quanto à possibilidade de ver essas injustiças, ou

exemplos semelhantes, concretizando-se, 25 alunos afirmaram que estes

acontecimentos são possíveis de serem observados em nosso contexto social, 02

estudantes responderam que não acontece devido ao fato de que o racismo é crime,

01 aluno apenas discordou e 2 alunos não responderam.

A última questão era para relatar sinteticamente sobre o contexto dos alunos,

em questões sobre a pobreza, leis iguais para todos, preconceito racial, emprego,

moradia, enfim, deixando livre para os alunos relatarem sobre o que considere

importante.

Os comentários são diversos, pois 5 alunos acham que no local onde moram

as leis são respeitadas, 5 alunos relatam que as injustiças sociais e o racismo

devem ser combatidos, 19 alunos relatam que há algum tipo de discriminação social

ou racial, 1 aluno não fez a questão, conforme o Gráfico 8 : Contexto dos alunos.

5 5

19

1

0

5

10

15

20

1

Grafico 8 - Contexto dos alunos

As pessoas são respeitadas

As pessoas devem combater

as injustiças sociais e o racismo

Há descriminação social e racial

Não fez a atividade

Para finalizar a segunda atividade sobre o filme, “A exceção e a regra”, foi

solicitado aos alunos para relatarem aos demais suas considerações a respeito da

última questão e também defender seus pontos de vista.

25

No relato sobre as atividades, os alunos fizeram apenas comentários tímidos

sobre as questões realizadas, a temática abordada, e que, apesar das condições

mediadas entre professor / aluno e das constatações verificadas no filme, é possível

verificar que os alunos reconhecem as injustiças sociais e o racismo, porém não de

forma clara e abrangente, faltando para eles uma reflexão e compreensão do

processo social, do qual eles são agentes ativos.

Terceira atividade: uso do filme “Retrato em preto e branco”

O Filme “Retrato em preto e branco”, de Joel Zito Araújo, foi a terceira atividade

trabalhada e efetivou-se através da participação de 27 alunos.

O filme retrata sobre a imagem perfeita do Brasil mostrada no exterior e não

uma sociedade excludente e injusta, principalmente quanto aos fatores raciais e

econômicos que o país apresenta.

A primeira questão, letra “a”, por ser o filme uma espécie de carta escrita para

alguém fazendo uma denúncia racial e preconceituosa do país, também no aspecto

sócio-econômico, é questionado, aos alunos, para quem seria o destinatário da

carta (ou do filme), bem como, em complemento a isto, na letra “b”, a seguinte

pergunta: “Você poderia responder a pergunta sobre a situação dos negros e dos

brancos, nas atuais circunstâncias, perguntada também no filme”.

Os alunos ignoram que este “amigo”, utilizado pelo narrador, é dirigido para

eles (ou para qualquer espectador), através de um jogo da escrita, para promover o

processo dialógico, dos quais os alunos ainda não refletem e não compreendem que

fazem parte e são agentes ativos. Assim, 6 alunos acham que é uma carta remetida

a uma pessoa branca, 9 alunos acham que é escrita para uma pessoa negra, 10

estudantes acham que o destinatário é para ele mesmo (para o escritor mesmo) e 2

alunos acham que é para alguém que valoriza os direitos humanos.

Quanto a situação dos negros e dos brancos, nas atuais circunstâncias, 23

alunos responderam que há mais valorização da pessoa de cor “branca” em relação

a cor “negra”, 3 alunos responderam que existe discriminação , preconceito e

26

exclusão social e 1 estudante teve uma resposta divergente do que foi perguntado,

conforme gráfico 8 – Valorização dos “brancos” em relação às pessoas “negras”:

Gráfico 9 - Valorização dos "brancos" em relação às

pessoas "negras"

85%

11% 4%A pessoa "branca" é mais

valorizada que a "negra"

Há discriminação,

preconceito e exclusão

social

Divergência sobre o que foi

perguntado

A segunda questão abrange a temática da imagem mostrada do Brasil ao

exterior, citando: a Amazônia, a ginga das mulheres, o futebol de Pelé, a Bahia de

todos os Santos, o Olodum, filhos de Gandhi, mãe menininha, capoeira, enfim,

vários exemplos representantes de origem africana.

A letra “a” perguntava a respeito de qual ou de que tipo de trabalho é exercido

por grande parte dos negros, e a questão “b”, sobre os cargos de supremacia nos

centros das decisões, é, em sentido amplo, ocupado por pessoas brancas ou por

pessoas negras?

Em relação a que tipo de trabalho, foi unânime a resposta dos alunos

afirmando que, para os homens negros são, em grande maioria, designados os

serviços braçais considerados pesados, como pedreiro, carpinteiro, gari, funcionário

de firma de construção de asfalto, em fábricas, e, para a mulher negra, as

atribuições são de empregada doméstica e cabeleireira. No que se refere aos cargos

de decisão, 29 alunos indicaram os brancos como detentores desses cargos, apesar

de não concordarem com esta prática e 1 não respondeu a questão.

Em relação a outro fato, a pergunta da letra “c”, faz menção a um grupo

musical mostrado no filme, Filhos de Gandhi, que tem este nome por homenagear

Mohamas Karamchand Gandhi, mas conhecido como Mahatma Gandhi, que

significa “grande alma”. Nesta questão, foi solicitando aos alunos, uma pesquisa e

comentários sobre quem foi Mahatma Gandi. Para realizar uma pesquisa superficial,

27

bastava ir a um site como a da Wikipédia, e poderíamos ter a seguinte definição:

“Mahatma Gandhi (do sânscrito "Mahatma", "A Grande Alma") foi o idealizador e

fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da

não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução, depois

de Jesus Cristo” (Wikipédia, 26/10/2010).

As pesquisas dos alunos foram realizadas de forma superficial e sem interesse,

pois apenas 8 alunos deram, pelo menos um mínimo de exemplificação semelhante

a definição da wikipédia, outros 8 alunos relataram que os próprios negros devem

valorizarem-se, 6 alunos escreveram que ele era importante ou alguma informação

qualquer e 5 alunos não responderam. O gráfico 10 – Índice de alunos que

pesquisam, mostra, o porcentual de alunos que preocupam-se em pesquisar:

Gráfico 10 - Índice de alunos que pesquisam

29%

30%

22%

19%

Pesquisam, embora o

mínimo

Apenas descrevem pelo

conhecimento empírico

Não pesquisam e não

contextualizam as

respostas

Não pesquisam e não

respondem

A terceira questão é referente ao enfoque dado pelo próprio filme, em relação a

mídia televisiva, no qual há um relato de observações referentes ao que aparece na

TV, e este contexto é visto com a perspectiva de que apenas os brancos são

bonitos, consumidores, têm família e, os heróis são brancos ou amarelos. A letra “a”

perguntava, aos alunos, se é realmente estes estereótipos que representam a

sociedade atual.

As repostas de 24 alunos concordam que ainda há algum tipo de

discriminação, embora não tão acentuada como no passado, 2 alunos dizem que há

um certo equilíbrio quanto a distribuição dos papéis e 1 aluno não respondeu.

28

A pergunta da letra “b” questionava a sobre a valorização ou desvalorização

dos afro-descendentes pela TV, e, na questão “c”, se outros meios de comunicação

desvalorizam os afro-descendentes.

A resposta de 21 alunos acham que a TV desvaloriza, de alguma forma, os

afro-descendentes, 4 alunos consideram que a TV valoriza, 1 aluno optou que

conforme a abordagem é dada (ponto de vista do enfoque da matéria) e 1 aluno não

respondeu. Entre outros meios de comunicação questionado, em grande maioria

não foi citado nenhum pelos alunos, mas sim, a relação e acesso ao trabalho, pois

19 alunos citaram a respeito de falta de trabalho e do acesso a bons empregos, 03

alunos comentaram sobre as propagandas em cartazes, 01 aluno relatou a respeito

das falhas do livro didático e 04 alunos não responderam.

A questão da letra “d” era a respeito onde estudavam as crianças negras no

filme e no contexto do próprio aluno, paralelamente.

Em suas respostas, quanto ao estudo das crianças do filme, 13 alunos

relataram que estudaram em escolas públicas precárias, mas a respeito do contexto

do próprio aluno, a realidade era diferente, 7 alunos relataram apenas que estudam

em escolas públicas, não emitindo parecer de bom ou ruim, 2 alunos responderam

que a realidade do filme era apresentada em seu contexto também, 3 alunos

responderam que há pouco número de negros e 2 não responderam a questão,

conforme o gráfico 11 – Relação das escolas, conforme os aluos, no filme e na

realidade:

Gráfico 11 - Relação das Escolas, conforme os alunos,

no filme e na realidade

49%

26%

7%

11%7%

Escolas públicas precárias

no filme, porém na realidade

dos alunos é diferente

Apenas escolas públicas

No filme e na realidade são

iguais

Há poucos alunos negros

Não responderam a questão

29

A letra “e”, perguntava aos alunos a quem foi dado a preferência de colonizar o

país, e dentre os 27 alunos participantes, 23 educandos responderam que a

preferência foi oferecida aos europeus, 2 alunos responderam que era para os

negros e 2 não responderam.

A questão de número 4 , letras “a” e “b”, perguntavam a respeito empregos

como a prestação de serviços, construção civil, indústria de trabalhos manuais,

ocupados em maioria pelos negros, e, se este fato poderia significar igualdade para

todos, questão da letra “a” e também se havia equiparação salarial, questão da letra

“b”.

As respostas dos alunos remeteram ao fato de que estes tipos de trabalho não

são considerados como segurança de igualdade, bem como a equiparação salarial

está longe de ocorrer, sendo que 23 alunos concordaram com esta afirmação, 1

aluno relata que há equiparação e 03 alunos não responderam as questões.

A questão 5 comenta sobre as ações culturais e políticas, nos sindicatos, nas

escolas, órgãos governamentais, entidades, e dentro destas perspectivas, os negros

lutam para o país assumir o seu lado negro. A questão “a” pergunta ao aluno se

vale o esforço e sacrifício e a interrogativa da letra “b”, se é importante a união para

estas conquistas.

Houve unanimidade nas respostas, afirmando que só há conquistas com lutas,

seja em torno do preconceito, espaço social ou trabalho, ficando apenas 2 alunos

sem dar respostas. O fato desta parceria para uma luta organizada foi confirmado,

também, por unanimidade dos alunos, mencionando a importância da união de

todos, com a explicação de que somente com todos juntos, as conquistas ocorrerão,

bem como, ampliarão os horizontes e abirão novos caminhos. Nesta atividade, 4

alunos não responderam.

A questão “c” comenta sobre a competividade da sociedade atual, e a pergunta

aos alunos era sobre se eles achavam que vivemos em um mundo de

concorrências. Na opinião de 22 alunos, a resposta foi de que há muita

concorrência, 02 alunos afirmaram não haver motivos para concorrência e 03 alunos

não responderam a questão.

A questão de letra “d” perguntava sobre o processo de concorrência nos

concursos, exemplificando os casos do concurso de Ministério do Trabalho e

Emprego, exigindo curso superior dos candidatos e teve 54.681 inscritos para 234

30

vagas e também do concurso do Banco do Brasil, que exigia o nível médio e teve

1.260.000 candidatos para 440 vagas.

A pergunta aos alunos era referente ao que pensam sobre essa concorrência,

se é bom para o país, e, se é bom para eles. A resposta de 12 alunos aprova os

concursos como uma forma de promover a igualdade, sendo que o resultado

depende do esforço de cada um, 11 alunos discordam, pois é necessário que sejam

abertos novos postos de trabalho para que estas vagas ampliem-se e todos possam

ter a oportunidade de trabalhar e 4 discentes não responderam, conforme gráfico 12

– o que os alunos pensam dos concursos como forma de promover a igualdade:

Gráfico 12 - O que os alunos pensam sobre os

concursos como forma de promover a igualdade

44%

41%

15%

Aprovam, pois o resultado

depende do desempenho de

cada um

Não aprovam, pois deveria

haver mais empregos e

vagas para todos

Não responderam

A última questão, letra “e”, perguntava quais as perspectivas dos alunos em

relação aos estudos e ao trabalho. Em suas respostas, diferentes formas de

pensamentos sobre o assunto foram emitidas, e, predominantemente, 16 alunos

afirmaram que é essencial estudar para uma futura colocação no mercado de

trabalho, 3 alunos relataram que a questão de estudo e emprego está em um nível

aceitável, 1 estudante descreveu que o ensino deveria ser igual para todos, 1 aluno

afirmou que há muita exigência no mercado de trabalho, 1 disse que é direito de

todos, 1 aluno disse que que há pouco trabalho para muitas pessoas, além da

precariedade das escolas e 4 estudantes não responderam.

O debate sobre o filme e a respeito das respostas das questões finalizou o

trabalho com o filme: “Retrato em Preto e Branco”, mostrando, ainda, que grande

maioria dos alunos possuem dificuldades em relatar sobre seus pensamentos, isto é,

31

possuem limites individuais, e prendem-se na leitura, porém, incentivados e

mediados pelo professor tentam superar alguns obstáculos da exposição oral e

expressar suas opiniões.

Algumas indicações negativas como a falta de iniciativa para pesquisa,

conhecimento empírico superficial a respeito de determinadas questões, outros sem

a preocupação e falta de compromisso com a aprendizagem são elementos que

desestruturam o processo, embora fatores de constante preocupação pelo professor

para reverter este quadro e tornar o processo de ensino efetivo.

Também, foi perceptível o crescimento e envolvimento dos alunos nas

questões étnico-raciais e principalmente quanto ao fator do mercado de trabalho,

pois suas constatações sobre a competividade atual deste processo que chamamos

globalização e a falta de oportunidades e justiça para todos está longe de ser

alcançada.

A temática étnico-racial, suas consequências e reflexos sociais, abordados em

várias perspectivas durante a mediação, permitiram ao aluno, em seu aspecto inicial,

conseguir refletir que faz parte do processo social, com seus benefícios e suas

limitações, e por estar vivenciando ou ao menos presenciar situações, conseguem

enxergar e aproximarem-se dos conteúdos trabalhados no filme como parte do seu

próprio contexto, como o fato da procupação com os estudos para a possibilidade do

crescimento pessoal e profissional.

Quarta atividade: uso do filme “Vista a minha pele”

O Filme “Vista minha pele”, de Joel Zito Araújo, foi a quarta etapa da

abordagem pedagógica trabalhada e contou com 34 alunos participando das

atividades.

A sinopse apresentada aos alunos anteriormente ao filme, bem como, a

semelhança de o ambiente escolar, facilitou o entendimento, aproximando os

ambientes do filme ao contexto dos alunos.

32

A abordagem dada ao filme pelo diretor, em colocar uma menina branca, em

um mundo que apenas os negros predominam, inverte os papéis e oferecem

diferentes perspectivas e ângulos de visão aos espectadores (no caso os alunos).

A primeira questão, após os alunos assistirem ao filme, estava disposta da

seguinte forma: “No filme observamos Maria perguntar a sua amiga quantas atrizes

brancas você vê na novela. Sabemos que a pergunta seria quantas atrizes negras

você vê na novela (pois o filme está ao inverso), e que este papel está se

revertendo, pois hoje, a maior emissora de TV do Brasil possui uma atriz negra

como protagonista da novela „Viver a vida‟”.

As perguntas das letras “a” e “b” questionavam se o aluno acredita se

realmente está mudando a discriminação racial ou apenas é aparência, solicitando o

que os estudantes pensam sobre isso.

Para a questão de letra “a”, 21 alunos acham que está mudando, 5 estudantes

acham que está mudando de forma lenta, 4 alunos relatam que é apenas aparência,

2 alunos divergiram suas respostas da questão e 2 alunos não fizeram. Em

continuidade à suas respostas, a respeito das considerações pessoais dos alunos

sobre a aparência e se o processo discriminatório esta se revertendo, 22 alunos

acham que o processo discriminatório está mudando devido a luta pelos direitos

para diminuir o preconceito, 7 alunos discorreram que é pelo motivo da sociedade

apresentar-se de forma igualitária, 2 alunos afirmam que ainda há o conflito racial, 1

aluno respondeu de forma divergente e 2 alunos não responderam. Estas

observações podem ser vistas nas comparações dos gráficos 13.1 – Mudanças

quanto a fatores preconceituosos no Brasil e gráfico 13.2 – Motivos da mudança ou

não dos fatores preconceituosos.

33

21

5

4

2

2

0 10 20 30

1

Gráfico 13.1 - Mudanças quanto aos

fatores preconceituosos no Brasil

Não responderam

Respostas não

condizentes com a

questãoApenas aparentemente

Está sendo superado de

forma lenta, porém

gradativaEstá sendo superado

22

7

2

1

2

0 20 40

1

Gráfico 13.2 - Motivos da mudança ou não

dos fatores preconceituosos

Não responderam

Resposta divergente da

pergunta

Ainda há conflito racial

A sociedade já está

apresentando um

processo de igualdade

Devido a luta para

diminuir o preconceito

Na segunda questão, há comentários do filme, “Vista minha pele”, em que

vários depoimentos de professores, alunos e pais relatam que não se pode ser

paternalista, e, no Brasil, as leis são iguais e aqueles que batalham vencem.

A letra “a” perguntava o que o aluno entende por paternalista. As respostas

para a definição descritas pelos estudantes foram: é quem cuida (como um pai) ou

alguém que da atenção além da necessária, foi a resposta de 22 alunos, 5 alunos

discorreram que são as ações para não ficar dependendo dos outros, 2 estudantes

tiveram uma resposta divergente da pergunta e 2 alunos não responderam.

A letra “b” perguntava se a lei é igual para todos, e segundo as respostas de 18

alunos, confirmaram esta afirmativa, 14 alunos dizem que não é igual e 2 alunos não

responderam.

Quanto à persistência e o fato de não desistir da luta quando se pretende

conquistar algo ou conquistar um determinado lugar, foi a questão da letra “c”, e 30

alunos responderam que não costumam desistir, 2 alunos dizem que desistem e 2

não responderam as questões.

Nestas questões a temática da atitude foi explorada, pois não se deve apenas

esperar ações do Estado, mas sim tomar atitudes para proveito de si próprio e dos

outros, e também, que existem leis para toda a Nação, porém nem sempre ela é

34

eficaz em sua atuação, como foi citado de forma indireta pelos alunos nas respostas

a estas questões.

A questão de número 3 mergulha na vivência do personagem José, que pelo

motivo de ter que trabalhar para ajudar a família, deixou de estudar, sendo da

opinião que devemos ter os pés no chão. Segundo José, é melhor fazer um cursinho

em 45 dias para lhe garantir um diploma, pois não há tempo para ser desperdiçado

com estudos.

As questões de letra “a” e “b” perguntam se os alunos concordam com a

opinião de José e o que acham sobre o salário supostamente pago a ele, e, o que

ele fará para ter um futuro digno e honesto.

Nestas questões, há fatores inerentes a própria vida do estudante, que

certamente influenciaram em suas respostas, assim, 26 alunos relataram que não

concordam com a reposta de José e que surgirão oportunidades futuras,

principalmente se voltar a estudar, 3 alunos disseram que não concordam e ele

(José) deve conciliar trabalho e estudo, 1 aluno não concorda, mas infelizmente é o

caminho dele , 3 alunos são adeptos do pensamento de José, pois ele tem que

ajudar a família e 2 alunos não responderam. Para o desfecho das questões “a” e

”b”, foi unânime o fato de que ele deve retomar os estudos para ter um futuro digno,

3 alunos não responderam a última questão.

Ao responder esta questão, foi oportunizado aos alunos pensar e refletir sobre

os desdobramentos apresentados no filme, com as condições de vida de cada um e

com as futuras escolhas deles próprios, instigando assim a reflexão do discente em

relação aos conteúdos abordados e sua futura utilização prática para vida.

A questão 4, letra “a”, perguntava aos alunos, o que eles pensam sobre a

igualdade de raça, origem e cor. A resposta de 21 deles relataram que somos iguais

(inclusive perante a lei e Deus), 07 alunos relataram que não deve haver nenhuma

espécie de preconceito, 3 estudantes descreveram a importância das características

individuais de cada um (raça, origem e cor) e 3 alunos não responderam.

A questão de número 5, fala das pequenas ações que vão sendo somadas e

que podem fazer as grandes transformações, segundo o filme, contida em uma

cena, nas palavras do embaixador à sua filha. A letra “a” perguntava aos alunos

quais ações que poderiam nos fazer melhores como pessoas perante os outros , e,

na letra “b” como realizar estas pequenas ações.

35

Para as ações que nos poderiam fazer melhores, através de ajuda aos outros,

foi a resposta de 17 alunos, 11 alunos responderam que tratando às pessoas

cordialmente e com respeito, 2 alunos responderam que valorizando, 1 aluno

respondeu que sabendo mais a respeito das pessoas e 3 estudantes não

responderam. Quanto a questão de como realizar estas ações de nos tornarem

melhores como seres humanos, 19 alunos responderam que auxiliando os outros de

alguma forma, 9 alunos responderam que agindo sem preconceito e cordialmente, 2

alunos descreveram que agindo dentro das possibilidades, 1 aluno disse que não

procura ajudar e 3 alunos não responderam.

A questão 6, comenta sobre o fato de se sobressair na vida, esclarecendo que

sobressair não é ser jogador de futebol com fama, ser rico, atriz, mas sim ser uma

pessoa honesta e conseguir ter uma vida e um espaço digno, revertendo uma

situação desfavorável. A pergunta da letra “a” era para ver se algum aluno conhecia

alguém que reverteu uma situação de extrema pobreza ou de preconceito racial e

conseguiu ter uma vida digna. Nas respostas, apenas 5 alunos disseram e relataram

exemplos, entre estes exemplos o pai, mãe, amigo (a), 26 alunos responderam que

não conhecem e 3 alunos não responderam a questão.

Na questão da letra “b”, solicitava aos alunos descreverem uma maneira de

como é possível reverter uma situação desfavorável, como a exemplo a pobreza ou

sofrer alguma espécie de preconceito. Através da luta, batalhando, seguir em frente,

trabalho e estudo foi a resposta de 20 alunos, 4 alunos relataram que não se deve

dar ouvidos a atitudes preconceituosas, 3 estudantes disseram não conhecer

ninguém e não citaram exemplos, 1 aluno descreveu que não saberia como reverter

esta situação, 1 aluno relatou que deveria haver mais oportunidades para as

pessoas e 5 alunos não responderam.

Para as respostas das questões “a” e “b” houve certa superficionalidade dos

alunos, pois poucos relataram conhecer casos de superação da pobreza, talvez

pelo motivo da palavra extrema, que seleciona os indivíduos que estão além da

margem da sociedade, ser empregada na frase, porém, quanto as possibilidades de

reverter as situações desfavoráveis, em grande parte, a resposta apresentada pelos

alunos se deu de forma consciente.

Na questão 7, foi descrito aos alunos que, muitas vezes, não temos

oportunidades nem chances, como a exemplo do personagem Carlos do filme, que

36

faz o papel de pai de Maria e fala que está cansado de carregar o país nas costas,

enquanto o dinheiro e o poder ficam com os outros.

As três questões que seguiam “a”, “b”, e “c”, perguntava aos alunos se eles

achavam que sofriam qualquer espécie de preconceito, se eles concordavam com a

afirmação do personagem Carlos no filme, e o que eles fazem, em suas realidades

para mudar isso.

Quanto ao aspecto do preconceito, 14 alunos relataram não sofrer nenhum

problema, 4 alunos relataram sofrer preconceito devido a outros fatores que não o

racismo ou o fator econômico, 13 alunos destacaram o racismo e o fator econômico

dos personagens do filme (e não os seus) e 3 alunos não responderam às questões.

Quanto a afirmação de Carlos sobre a sensação de carregar o país nas costas, 19

alunos discordam, 12 estudantes concordam e 3 não responderam a questão.

Sobre a atuação dos alunos em seus contextos, 8 alunos afirmam que

contribuem não agindo preconceituosamente, 7 alunos dizem que ajudam tratando

às pessoas com igualdade e respeito, 7 estudantes relataram que procuram

conversar sobre a temática do racismo, bem como utilizam outras formas de auxílio

para ajudar os outros a superarem obstáculos ou estudarem, 4 alunos relataram que

não agem de forma alguma, 4 responderam que as pessoas devem seguir adiante,

sem ater-se às palavras e ações discriminadoras e 4 alunos não responderam a

questão.

37

8

7

7

4

4

4

0 2 4 6 8

1

Gráfico 14 - Atuação dos alunos em seus contextos no

combate ao preconceito

Não responderam

Acham que não contribuem

Não prendem-se a atitudes ou palavras

preconceituosas

Contribuem com conversas sobre a temática do

racismo, bem como outras formas de auxílio para

superar obstáculos ou estudarTratam todos com igualdade e respeito

Não agem preconceituosamente

A questão de número 8 solicitava aos alunos para redigirem sobre o que eles

pensam sobre as questões raciais, o preconceito, a desigualdade social e as

atitudes que devemos ter com outras pessoas, bem como, o que eles fazem para o

benefício próprio, e também, para auxiliar as pessoas que estão ao seu lado.

Por ser uma questão aberta, as respostas apresentadas receberam diferentes

comentários, temáticas e pontos de vista, entre outros, os alunos redigiram de forma

diversa seus pensamentos, e para haver um controle, foram registrados alguns

tópicos retirados de suas produções textuais dos quais tiveram maior ênfase através

de exemplificações:

Os alunos explanaram suas idéias expondo seus pontos de vista, focando as

duas principais idéias mostradas no filme e as mais combatidas e que devem ser

superadas, que são o preconceito social, a exemplo: “Hoje em dia tem muita

desigualdade social o que é errado, pois pessoas que tem um poder maior querem

se achar mais do que as de menos poder” e o preconceito racial, como na citação:

“...não estamos livres de algum tipo de preconceito. Isto está presente no nosso dia

a dia, quase não nos damos conta disso, basta olhar para as pessoas que você pré

julga ela sem mesmo conhecer. Se olhamos pessoas negras já pensamos que é

ladrão ou presenciamos comentários preconceituosos”

38

O respeito entre as pessoas, a falta de oportunidade, necessidade de

conscientização e a luta para superação dos obstáculos sociais foram comentados

pelos alunos, como a exemplo: “os negros na sua maioria não fazem faculdade e

trabalham em empregos muito precários como lixeiros, garis, pedreiros, etc., e

ainda, convivem com o preconceito racial” , em outro exemplo: “devemos ser como

uma grande família abrindo o coração e a mente sem preconceito, racismo,

desigualdade social” e “O Brasil se diz um país sob controle, mais não é nada disso.

No Brasil ainda tem, muitos roubos, assassinatos e muitas coisas desagradáveis, e

nem com esses problemas o Brasil desiste de realizar a copa do Mundo de 2014, as

Olimpíadas de 2016. No lugar de o presidente pensar nisso, ele tinha que pensar

nos problemas sociais: racismo, pessoas sem moradia, pessoas passando fome”

Quanto aos fatores preconceituosos estarem ocorrendo, embora que em

número decrescente, foi comentado por vários alunos em suas dissertações, como

no exemplo: “Apesar de ainda existir racismo, preconceito, desigualdade social não

é como antigamente que havia a escravidão e os negros eram impedidos de entrar

em certos lugares. Eu não estou dizendo que hoje está resolvido o preconceito, mas

que está melhor que antes”.

Outros tipos de discriminações como fatores de preconceito tiveram seus

espaços nas criações dos alunos: “... os negros, mestiços, pardos, pessoas fora do

padrão de moda, ou seja obesos, magrelas, altos demais, baixos e principalmente

os mais pobres sofrem com a discriminação e não conseguem emprego, estudo,

dignidade e respeito. Eles não tem vez na sociedade brasileira”

Contribuições da cultura africana em benefício ao país, o aspecto da evolução

histórica, também foi um dos assuntos comentados, a exemplo: “eles são os

principais responsáveis pela mistura de culturas que ocorre no Brasil, também são

responsáveis pela variedade lingüística que temos. Até na nossa culinária eles tem

influência...”.

“O preconceito não é todo mundo que tem, mais sim, quem é ignorante” foi

uma das frases que enfatizou o repúdio ao preconceito, havendo questionamentos

de estar ocorrendo o racismo ao contrário, conforme proferiu o juiz, apresentado no

filme “A exceção e a regra”.

Muitas destas frases, citadas anteriormente, ou quase todas elas foram

argumentos para defender as idéias dos alunos em suas explanações orais aos

39

colegas, exigência de conclusão da etapa da abordagem pedagógica

especificamente trabalhada, a servir como fonte de relato da respectiva proposta,

porém em hipótese alguma representa o encerramento dessas discussões étnico-

raciais ou outros fatores que contribuam no crescimento humano dos discentes,

sendo isto um trabalho gradativo e que talvez oportunize, como exemplo, a outros

profissionais estarem trabalhando com seus alunos.

Nesta última discussão, os alunos participaram ativamente, mostrando a

superação do estágio inicial, suas idéias e atitudes, também tiveram uma melhora

considerável, pois foi perceptível uma espécie de cumplicidade ao relatarem até

atitudes preconceituosas que apenas existem em seus pensamentos, os fatos que

ocorrem em suas realidades, suas considerações e respeito aos demais,

destacando que através da reflexão, valorização individual, método pedagógico

planejado, há grandes possibilidades de tornar a educação uma forma

emancipadora dos alunos em vista a sua formação social.

40

3 Conclusões

O contexto escolar vem se modificando de forma gradativa, assim como os

meios tecnológicos vêm interferindo no aspecto educacional, e na medida que os

alunos têm acesso a eles. Para esta observação há dois pontos que devem ser

considerados de extrema influência diante do que é apresentado a população.

A primeira consideração pode ser apresentada em fatos negativos, como a

passividade, a aceitação, a alienação ou simplesmente a assimilação de conceitos

de desvio de conduta, por exemplo:

O problema do Brasil não é tecnológico, mas de desigualdade estrutural. A

interatividade tem muito a ver com poder de compra, com educação de qualidade,

com cultura empreendedora. A grande maioria das pessoas depende do modelo

passivo de uma TV que dá tudo pronto, aparentemente de graça. Esse modelo fez

sucesso. A interatividade pressupõe uma atitude de vida muito mais ativa,

investigativa, inovadora (MORAN, 2007).

A segunda consideração, ao contrário da primeira, é utilizar de forma mediada

e reflexiva a tecnologia no processo educacional, principalmente aos aspectos

culturais, conforme citação:

As tecnologias evoluem muito mais rapidamente do que a cultura. A cultura implica em padrões, repetição, consolidação. A cultura educacional, também. As tecnologias permitem mudanças profundas já hoje que praticamente permanecem inexploradas pela inércia da cultura tradicional, pelo medo, pelos valores consolidados. Por isso sempre haverá um distanciamento entre as possibilidades e a realidade. O ser humano avança com inúmeras contradições, muito mais devagar que os costumes, hábitos, valores. Intelectualmente também avançamos muito mais do que nas práticas. Há sempre um distanciamento grande entre o desejo e a ação. Apesar de tudo, está se construindo uma outra sociedade, que em uma ou duas décadas será muito diferente da que vivemos até agora. (MORAN, 2007).

Assim, não podemos enxergar em uma sala de aula um ambiente pacífico e de

aceitação, pois a princípio, ocorre uma característica dos jovens que é o

41

imediatismo, desejando quase que instantaneamente os resultados de suas ações,

pois não têm a experiência de vida suficiente das finalidades e destinos dos

conteúdos escolares, e desejam para aquele momento o conhecimento superficial,

ou em alguns casos não desejam conhecimento, pois querem evitar as exigências

que necessita o aprender, como a exemplo do fato de assistir um filme, os discentes,

pensam apenas na diversão, porém deixam de lado o saber, que é algo mais

complexo, profundo e exige envolvimento mental quanto ao conhecimento, reflexão

e amadurecimento, garantindo a emancipação individual ou em grupo que

porventura possam encontrar nos processos futuros de sua vivência, conforme

afirmação:

Há uma preocupação com o ensino de qualidade mais do que a educação de

qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma

série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas especificas

do conhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de

ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter

uma visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a

encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que

contribua para modificar a sociedade que temos. (MORAN, 2000, p.12).

Através do acompanhamento mensurável do estágio inicial ao final da

aplicação do referida abordagem pedagógica aos discentes, e a constatação de não

se conseguir o parâmetro de envolvimento e compromisso pela totalidade dos

alunos da sala de aula, conforme os objetivos propostos, foi perceptível o avanço de

grande maioria desses discentes, refletidos no amadurecimento em suas posturas

em relação aos estudos étnico–raciais através dos filmes, pois o envolvimento, o

estar trabalhando com conteúdos que de fato fazem parte de suas realidades,

aliados a tecnologia das imagens dos filmes, colocaram os alunos como

protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.

Neste mesmo sentido, as produções textuais dos discentes não são meras

solicitações de atividades simplesmente repetitivas, mas sim, de pessoas que

participaram de um processo, e que se integraram em uma caminhada, refletiram,

analisaram e formaram suas opiniões, não fixando apenas cognitivamente os

conteúdos abordados, mas sim atribuindo a estes conhecimentos fatores

42

sóciocognitivos, conforme exemplo “da trajetória que vai da referência a

referenciação, segue-se a que vai do cognitivismo ao sócio-cognitivismo (a partir do

qual a cognição é concebida como construção social, intersubjetiva e historicamente

situada” (MORATO, 2005, p.09), melhorando suas formas de pensar e agir sobre o

mundo.

A proposta de trabalho com os estudos étnico-raciais procurou, além dos

aspectos motivadores, do uso de instrumentos pedagógicos tecnológicos e

inovadores, buscou ir além das atividades rotineiras, relativistas, de conhecimento

popular ou de elogios, mas sim, fazer uma reflexão referente ao aspecto social, aos

direitos sociais, a uma vivência que estas diferenças são situações de fato e devem

ser encaradas com respeito e solidariedade mútua, pois apenas assim há

idealização a uma sociedade justa:

Para que avancemos na construção de práticas educativas que contemplem o uno e o

múltiplo, rompendo com a idéia de homogeneidade e uniformização que ainda

impera no campo educacional, observa que precisamos entender a educação além de

seu aspecto institucional e compreendê-la dentro do processo de desenvolvimento

humano (JOVINO, 2009, p.17).

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2010-veja-a-concorrencia-aqui/ - Disponível em 25/04/2010

http://www.livroseconcursos.com.br/index.php?page=candidato_vaga – Disponível

em 25/04/2010

ANEXOS

1

ATIVIDADES

Atividade 1 - Entrevista

Esta pesquisa tem por objetivo verificar os valores históricos da família, que

muitas vezes não temos a preocupação ou tempo suficiente, em observar a trajetória

familiar no aspecto quanto à valorização humana.

Nome do aluno (a):.........................................................................................................

Nome dos pais ou responsáveis: .................................................................................

.......................................................................................................................................

Antes mesmo de você ter nascido, você já tinha um sobre nome pré-estabelecido,

por isso que a palavra sobre quer dizer que esta acima do nome, você sabe de qual

origem descende seu sobrenome? E a sua real origem você sabe de onde vem?

.......................................................................................................................................

Pesquise na sua família com seus pais, avôs, bisavôs, o que tiver mais idade, sobre

a origem dos pais deles (ascendentes) e veja se você consegue descobrir:

De que lugar eles eram:................................................................................................

........................................................................................................................................

Como eram as casas, a vila ou a cidade na época e o ano aproximadamente?

........................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

Vieram de algum outro país ou se sabem de alguém da família que veio?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Conhecem os motivos pelo qual vieram?

.......................................................................................................................................

Como era a vida naquela época? E como são os dias atualmente?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

2

Peça para relatarem alguma passagem importante dos ascendentes (pais e avôs

deles) ou deles próprios, como por exemplo, as dificuldades de moradia, trabalho,

família grande, guerras, enfim o que tiverem vontade de relatar

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Verifique se eles têm orgulho nestas conquistas da família. Se podem contar ou

comentar os motivos pelos quais orgulham-se.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Você, como aluno, após realizar a pesquisa, o que pensa sobre a história de sua

família?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

A respeito da época, você considera que antes era mais difícil do que agora? Fale o

que você pensa?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Escreva e compartilhe com seus colegas e professor, em sala de aula, sobre o que

você pensa a respeito de sua família e apresente um pouco mais sobre você, sua

história, a história de sua família, suas conquistas, enfim o que achar importante,

seja nos estudos, em casa ou no trabalho.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

3

Atividade 2 – Filme: “A exceção e a regra”

1) Na produção cinematográfica de Joel Zito Araújo, “A exceção e a regra”,

podemos perceber relatos e histórias de vida com embates judiciais na luta e defesa

pelos direitos humanos e o combate aos preconceitos raciais.

a) Tendo em vista que o filme foi produzido em 1997, e, naquela época, o Brasil

tinha 151.000.000 de habitantes, sendo que 44% deles eram afro-descendentes,

segundo o censo 2007, o Brasil possui 183 987 291 de habitantes. Tendo como

base os valores mencionados responda quantos afro-descendentes havia em 1997,

e quantos haveriam, segundo o senso de 2007, se fossem mantidas as mesmas

porcentagens nesta última contagem? Para você, este número é significativo em

relação ao país?

........................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

........................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

b) Você acha que esta porcentagem aumentou hoje? Justifique a sua resposta.

........................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

c) Faça uma pesquisa, seja ela via internet, mídia impressa ou televisiva, a mais

atual possível, e veja se você consegue chegar a números mais atuais sobre a

população brasileira e a porcentagem de afro-brasileiros, relatando sobre a

influência que estas pessoas têm no País e se ainda hoje há o preconceito.

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2) O filme foi produzido de forma intercalada e o primeiro caso relatava sobre a

história de Vicente Francisco do Espírito Santo, residente em Florianópolis, Santa

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Catarina, que trabalhava na Eletrosul, e foi demitido pela necessidade em diminuir o

efetivo de funcionários segundo a empresa.

a) O que você entende por demissão arbitrária?

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b) Clarear o setor, esta oração tem qual significado para você?

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c) No primeiro julgamento o juiz alegou que seria racismo ao contrário. Descreva o

que você entende por racismo ao contrário no contexto do filme e na visão do juiz.

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3) No final, após tantas batalhas, Vicente consegue ser reintegrado ao quadro de

funcionários da Eletrosul, que por sua vez, recorreu mas perdeu a ação judicial

novamente

a) Faça um comentário sobre o que você pensa sobre a luta e a pessoa de Vicente,

a empresa Eletrosul e na história como um todo.

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4) No dia 18 de maio de 1993, a estudante de jornalismo, Mônica de Oliveira foi

recusada para uma vaga de auxiliar administrativo.

a) Após a “bobeira” do policial em entregar a declaração que continha um

depoimento preconceituoso, bem como o sumiço desta declaração, o que a empresa

alegou para se defender?

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b) Pessoa de boa aparência, nos anúncios de jornais, para você tem alguma relação

ao afro-descendente?

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5) Kelly Cristina, além de não receber por ter trabalhado três meses ainda era

xingada de “urubu” e “macaca” .

a) Rogério César, o acusado, ficou preso apenas porque levou azar de não ver o

delegado e continuar falando, assim o delegado confirmou sobre a autenticidade de

racismo. Comente sobre o comportamento do preso e do delegado.

Comportamento do delegado:.......................................................................................

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Comportamento do preso: ...........................................................................................

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b) O que aconteceu ao preso e ao delegado poucos dias depois?

Preso: ............................................................................................................................

Delegado:.......................................................................................................................

c) Você concorda com o que ocorreu? Comente?

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d) Nos dias de hoje, estes acontecimentos ainda ocorrem?

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6) Faça uma síntese entre o filme e a realidade de onde você mora, escola, cidade,

contendo os aspectos de justiça social (pobreza, leis iguais para todos, preconceito

racial, emprego, moradia...) enfim, o que você acha importante que está

acontecendo e relate aos outros alunos

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Obs: Referências da consulta sobre a população brasileira

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/contagem_final/ta

bela1_1.pdf - retirado do site em 24/04/2010

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Atividade 3 – Filme: “Retrato em preto e branco”

1) No filme, “Retrato em preto e branco”, uma pessoa está escrevendo uma carta a

um amigo.

a) Quem pode ser o amigo?

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b) Você poderia responder a pergunta sobre a situação dos negros e dos brancos ,

nas atuais circunstâncias, perguntada no filme?

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2) A mídia mostra a imagem externa do Brasil em vários ângulos, como a Amazônia,

o carnaval e a ginga das mulheres, o futebol de Pelé, a Bahia de todos os santos

com suas praias, o Olodum, filhos de Gandhi, mãe menininha, capoeira, enfim uma

síntese brasileira marcada pela africanidade.

a) Segundo o filme quais os tipos de trabalho que os negros possuem em grande

parte? E atualmente ainda é assim?

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b) Nos centros de decisões, a supremacia é dos brancos ou negros? Você

concorda?

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c) O grupo que recebe o nome de “filhos de Gandhi”, tem este nome em relação ao

estilo de Música que tocavam ou em homenagem a Mohandas Karamchand Gandhi,

conhecido como Mahatma Gandhi, que significava a grande alma? Pesquise e

comente descrevendo um pouco mais sobre este resultado.

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3) Programas que refletem onde o belo é o branco, branco é o consumidor, branco

tem família, os heróis são brancos ou amarelos, enfim a TV, é um grande poder

manipulador porque mostra as imagens de pessoas de cor clara.

a) Ainda ocorre isto nos dias atuais? Justifique

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b) Segundo o filme a TV valoriza ou desvaloriza os afro-descendentes? Você

concorda com isso?

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c) Há outros meios que desvalorizam os afro-descendentes?

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d) Grande maioria das crianças negras estudam onde, segundo o filme? E na sua

cidade?

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e) Na história do Brasil, em sua colonização, foi dado preferência aos negros ou aos

europeus para colonizar o País?

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4) Prestação de serviços, construção civil, indústria de trabalhos manuais, são quase

empregos geralmente ocupados pelos negros.

a) Isto significa igualdade para todos? Comente

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b) Os salários de todos os níveis são sempre equiparados? Justifique

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5) Em ações culturais e políticas, nos sindicatos, nas escolas, órgãos

governamentais, entidades, os negros lutam para o País assumir seu lado negro e a

cada dia vem ganhando mais força.

a) Você acha que vale o esforço e o sacrifício? Por quê?

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b) A união para estas conquistas é importante e primordial, o que você pensa sobre

este assunto?

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c) Você acha que vivemos em um mundo de concorrências? Comente sobre sua

resposta

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d) Tendo em vista a situação de trabalho atual, em concursos como ao do Ministério

do trabalho e emprego, que possuía 234 vagas para 54.681 inscritos*, com

exigência de curso superior, ou o concurso de escriturário do Banco do Brasil com

1.260.000 candidatos para 440 vagas*, exigindo o ensino médio, o que você pensa

sobre este processo de concorrência? Isto é bom para o País? E para você?

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e) Quais são as suas perspectivas em relação ao estudo e trabalho? Relate sobre o

que você pensa aos seus colegas

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Obs:

http://www.concursos-online.com/concurso-do-ministerio-do-trabalho-e-emprego-

2010-veja-a-concorrencia-aqui/ - Disponível em 25/04/2010

http://www.livroseconcursos.com.br/index.php?page=candidato_vaga – Disponível

em 25/04/2010

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Atividade 4 – Filme: “Vista a minha pele”

“Vista a minha pele” - faz uma paródia sobre o racismo - (31/10/2006 - 14:06)

Sinopse

Maria é uma menina branca pobre, que estuda num colégio particular graças

à bolsa de estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A

maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com

exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países

pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade. Maria quer ser "Miss Festa

Junina" da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a

predominância da supremacia racial negra (a mídia só apresenta modelos negros

como sinônimo de beleza), a resistência de seus pais, a aversão dos colegas e a

dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito

pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série

de aventuras para alcançar seus objetivos.

Vencer ou não o Concurso não é o principal foco do vídeo, mas sim a

disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto

mais confia em si mesma, mais possibilidades ela tinha de convencer outros de sua

chance de vencer.

Retirado do site:

http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=331 em 20/04/2010

Questões referentes à temática do filme

1 - No filme observamos Maria perguntar a sua amiga quantas atrizes brancas você

vê na novela. Sabemos que seria quantas atrizes negras você vê na novela (pois o

filme está ao inverso), e que este papel está se revertendo, pois hoje, a maior

emissora de TV do Brasil possui uma atriz negra como protagonista da novela “Viver

a vida” .

a) Você acredita que isto está mudando ou é apenas aparência?

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b) Comente sobre sua resposta explicando porque você acha isso?

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2) Há vários comentários no filme em que professores, alunos e pais falam que não

se pode .ser paternalista, que no Brasil as leis são iguais e os que batalham

vencem.

a) O que você entende por ser paternalista?

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b) Você acredita que a lei no país é igual para todos? Caso discorde cite algum

exemplo?

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c) Você costuma desistir sem tentar ou acredita que quem batalha vence?

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3) No caso dos estudos, o personagem José falou que é mais interessante fazer um

cursinho de 45 dias e tem que trabalhar e caminhar com os pés no chão, para

ajudar sua família.

a) Você concorda com o entregador José? Por quê?

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b) Hoje José não deve ganhar mais um salário mínimo por mês fazendo o serviço de

entregas. Amanhã (no futuro – 10 ou 15 anos) certamente ele não passará dessa

média. O que ele pode fazer para ter um futuro digno e honesto?

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4) Somos iguais nos direitos e deveres não importando a raça, origem e classe

social.

a) O que você pensa sobre a igualdade de raça, origem e cor?

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5) As pequenas ações que vão sendo somadas e que podem fazer as grandes

transformações, palavras proferidas pelo embaixador a sua filha, dizendo que

aqueles que batalham vencem.

a) Quais pequenas ações nos fazem melhores como pessoas para os outros?

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b) Você procura realizar estas pequenas ações consigo e com os outros? Como?

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6) A exemplos de pessoas que conseguem se sobressair na vida, sobressair não é

ser rico, ser jogador de futebol ou atriz ou ser embaixador como no filme, é o fato de

ser um cidadão honesto e conseguir conquistar um espaço para uma vida digna,

reverter uma situação que era desfavorável.

a) Você conhece alguma história de alguém que conseguiu reverter uma situação de

extrema pobreza ou preconceito racial para ter uma vida digna? Você admira esta

pessoa?

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b) Descreva em poucas linhas como aconteceu isto ou, se você não conhece

ninguém que mudou isso como é possível mudar esta situação?

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7) Muitas vezes achamos que não temos oportunidades nem chances, como Carlos,

pai de Maria, fala que já está cansado de carregar o País nas costas, enquanto o

poder e o dinheiro ficam com os outros?

a) Você acha que sofre alguma espécie de preconceito? Qual ou que tipo?

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b) Você concorda com a afirmação de Carlos? Por quê?

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c) O que você está fazendo para mudar isso?

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8) Redija em aproximadamente uma lauda, descrevendo o que você pensa sobre as

questões raciais, o preconceito, a desigualdade social e as atitudes que devemos ter

com outras pessoas e o que faz por você mesmo e atitudes que contribuem em um

todo para aqueles que estão a seu lado. Relate aos seus colegas

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