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Degustação Babili

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Sinopse: Nessa obra magistral, o espírito Palminha, nos conduz a saga relativa ao povo persa em seus momentos primevos dentro da experiência humana. Junto a ele surge a figura ímpar do imperador Ciro II, junto ao seu inseparável amigo Tahrif. E assim, Palminha sutilmente nos remete portões adentro de Babilônia, fala-nos de seu povo, de seus costumes, dos acontecimentos que se passaram sobre o velário do tempo, os momentos vividos pelo povo judeu em seu cativeiro de dores e sofrimentos, e o planejamento superior confiado a Ciro o “Grande” no que diz respeito à libertação daquele povo.

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Jairo Avellar pelo espírito Palminha

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pelo espírito Palminha

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3ª ediçãoDo 13º ao 15º milheiro

Abril / 2009

Copyright © 2008 byJairo Avellar

CapaPaulo Moran

RevisãoMary Ferrarini

Projeto Editorial e GráficoNoêmia Resende Teixeira

Impresso no Brasil

PEDIDOS:Rua Iporanga, 573 - B. Jardim PérolaContagem - MG - BrasilCEP - 32110-060(31) 3357-6550E-mail: [email protected]

P�9b Palminha (Espírito)A96b Babili: a libertação do povo judeu na Babilônia, pelo imperador Ciro II, abrindo os caminhos para a vinda de Jesus / Palminha (Espírito); psicografado por Jairo Avellar. ¾ Belo Horizonte: Itapuã, �008. ��0 p.

�. Espiritismo. I. Avellar, Jairo. II. Palminha (Espírito). III. Título. CDD ��0 �40ISBN 978-85-98080-52-9

É proibida a reprodução total ou parcial sem a prévia autoriza-ção da Editora Itapuã.

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SumárioPrefácioCapítulo 1Capítulo 2Capítulo 3Capítulo 4Capítulo 5Capítulo 6 Capítulo 7Capítulo 8Capítulo 9Capítulo 10Capítulo 11Capítulo 12Capítulo 13Capítulo 14Capítulo 15Capítulo 16Capítulo 17Capítulo 18Capítulo 19Capítulo 20Capítulo 21Capítulo 22Capítulo 23Capítulo 24

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Capítulo 1

Estávamos, como sempre estamos, em nossas lides diárias junto aos companheiros do caminho assistidos em nossa Colônia Albergue. Todos muito carentes de amparo e desvelos especiais, almas que, em determinado momento, preferiram os caminhos tortuosos dos desmandos pessoais, permitindo ser presas fáceis da raiva e, por vezes, do ódio. Invigilantes, não se deram conta do con-junto de pesadelos que eles próprios teciam para o futuro. (...) — Meu irmão, elas têm doído sem parar um só instante e ainda se encontram com esse mau cheiro insuportável, muito féti-das mesmo, desaguando este líquido amarelecido sem parar. Olha que nada posso reclamar, pois a enfermagem por aqui é maravilhosa. Eles me tratam com toda a atenção e carinho, mas confesso que não tenho visto melhora nestas queimaduras, meu ir-mão. Pior é que eu passo o tempo todo tentando me lembrar onde foi que eu me queimei tanto. Como foi que me feri a ponto de ficar neste estado! Na realidade, não consigo me lembrar. Pior é que não recebo visitas. Pelo jeito, posso até morrer por aqui, que ninguém vai se importar comigo! (...) — Querido amigo Hermínio, ministre a medicação ao nos-so Devair, preciso me ausentar agora e rapidamente por motivo de emergência. (...)

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Capítulo 2

Enquanto seguíamos para os círculos terrenos, aproveitáva-mos aqueles instantes para conversar, Rubens Gávio e eu, sobre o Devair. — Nosso irmão, depois de muitos desmandos no campo afetivo, vivendo verdadeiras batalhas campais na área do afeto sem-pre não correspondido, foi ludibriado por determinada companhei-ra. Ela, depois de iludi-lo totalmente por alguns anos, jurando-lhe grande amor e integral dedicação, privou-o de sua companhia ao largá-lo e fazer uma nova opção afetiva. Durante vários anos, ele andou a lhe implorar o retorno e o reatamento do convívio, questão essa que a nossa companheira sempre tratou com muito desprezo e impaciência total, fixando-se mesmo ao novo companheiro. (...) — Mas ele se machucou muito, meu irmão! — Sim, porque não era amor. O amor, em momento algum se machuca, pois ele não cai nem se fere. Ele a tudo respeita e em tudo cede. É versátil, adaptável. Pena que muitos o confundam com o sentimento de posse e queiram manter pessoas, coisas e circuns-tâncias sob domínio. Amigo, o amor jamais escraviza, ele liberta sempre! O sentimento de posse, querido Rubens, tem sido um dos grandes entraves ao processo evolutivo e um dos maiores respon-sáveis por grande número de derrocadas morais a que assistimos frequentemente. (...)

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— Muito mais do que perdoar, primeiramente precisa aprender a pedir perdão. É necessário habilitar-se primeiro ao difícil exercício da humildade. Nosso companheiro foi antigo viajante que cuidava do transporte e do comércio em época bastante remota. Vivia com o seu povo, vendendo e comprando aqui e ali. Assim, teve várias mulheres com as quais movimentou grandes e ardentes paixões. Infelizmente, sempre agia conforme seus próprios interesses, sem se preocupar com os corações que lhe eram queridos e que acredita-vam na sinceridade de suas doações afetivas e, assim, se entregavam a ele sem reservas. A grande maioria, captada em tenra idade, muito inexperiente, deixava-se levar pelos sonhos e pelas ilusões que ele semeava em seus corações. Devair, ou Atrensis, o mercador, sem nenhum motivo nem preocupação, de repente as vendia sem o menor escrúpulo nem pie-dade, sempre frio e zombeteiramente, a quem pagasse o melhor preço, e saía sem nem sequer olhar para trás. Jamais se importou com as lágrimas, as dores e os sofrimentos. Atrensis passava despudoradamente pelos sentimentos alheios, levando consigo apenas a ânsia pela próxima aventura e a volúpia dos próximos lucros. Assim, durante muitos séculos, bebeu do próprio veneno, perseguido por vários corações, espoliado em suas reservas afetivas e enganado em sua ânsia de encontrar sentimentos verdadeiros. Há muito, vive o caudal das mágoas e dos ressentimentos. Em sua última passagem pelo casulo denso, viveu o aban-dono por parte de uma mulher e suas oito filhas, que lhe saqueavam diariamente até o último vintém, fazendo-o de escravo das suas am-bições desmedidas, deixando a ele somente contas, dívidas, preo-cupações, agressões, terminando por abandoná-lo à própria sorte, quando adoeceu irreversivelmente, tendo passado os seus últimos anos em desvalimento total. — Querido irmão, isso nunca terá fim? (...)

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Capítulo 4

— Querido Palminha, ao que parece, todos estão saindo da-qui irmanados em torno das propostas fechadas, buscando os plane-jamentos futuros, conciliando as coisas e harmonizando em torno dos resultados que buscam atingir. Que maravilha, não?! — Querido Rubens, seja mais cauteloso e nunca confie nas aparências. Isso somente durará enquanto as vibrações presentes no ambiente perdurarem, porque, seguramente, seguir-se-ão mais alguns anos de acirradas disputas internas. — Disputas internas, meu irmão? (...) — Claro que sim! Muitos vivem aqui à cata do modismo e da transformação que não lhes custe mexidas profundas na própria intimidade, e assim vivem o faz-de-conta do dia a dia. Vários se transformaram em livreiros ambulantes. Leem, mas não estudam; esbanjam conhecimentos, mas não os transfor-mam em sabedoria. Assim, não passam de bibliotecas ambulantes, sempre à espera dos próximos livros, sem se darem conta da impor-tância de transformá-los em sinalizações preciosas para que se passe a buscar novos caminhos. Outros se transformam em médiuns do intercâmbio vazio, na medida em que a doutrinação atinge os irmãos infelicitados mas não traz aos medianeiros a devida e inadiável reflexão sobre as co-municações verificadas e, assim, passam décadas nas mesas mediú-nicas esquecendo-se de doutrinar a si mesmos. (...) Assim, um sem-número de companheiros perde diariamen-

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te maravilhosas oportunidades de realizar o reencontro com Jesus. Esses são os “Devair” do caminho! Vivem mergulhados nas reclamações diárias, enfeixados no próprio umbigo, morrendo de sede, sem perceberem que o rio da misericórdia corre manso e cristalino bem a seu lado. — Mas, querido Palminha, parecem ainda muito novos. — Sim, meu irmão Rubens Gávio! Se você se refere à pauta de atividades no bem, digo que são novíssimos mesmo. Mas, se fala nas recalcitrâncias e nas repetições sistemáticas nos ódios pessoais, são todos milenares detratores. — Antigos? Milenares?! — Ora, querido Rubens Gávio, foi instalado nesta institui-ção um representativo grupo cuja origem da grande maioria dos componentes remonta às transmigrações de Capela ou Capra. Eles aportaram no orbe terreno no seio do povo ária. Por certo, você já ouviu falar na transmigração das almas! — Dos árias? — Sim, dos árias! Um povo sanguinário e turbulento. Mui-tos deles foram nômades, guerreiros e viviam nos desertos, fazendo das lutas o seu grande instrumental. — Um núcleo grande de árias ainda está estagiando por aqui? — Sim, aqui, particularmente, estão muitos que viveram junto ao império persa, um povo bárbaro e violento por natureza, mas do qual os milênios não apagaram o mérito coletivo. Graças ao imperador Ciro II, carregam consigo o positivismo da libertação do povo judeu do jugo da antiga Babilônia. A Pérsia, a Média, Babili, meu caro Rubens, foi uma pon-te de libertação e de oportunidades para muitos. Aliás, por detrás desses rostos respeitáveis, presentes nesta assembleia de hoje, estão antigos caravaneiros, mercadores implacáveis de escravos e, mais precisamente, de escravas, guerreiros, nobres, e por que não dizer, também, grandes alcoólatras, estroinas e sexólatras que viveram em orgias e faustuosos dias de encantamento. — Meu irmão, será por isso que daqui partem tantos pedi-dos ligados às questões afetivas, esposas, filhas, desarmonias conju-

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gais, doenças, derrocadas financeiras? — Todo efeito tem sua causa no pretérito escabroso! Caro Rubens, aqui estão as mulheres postas à venda ontem e que hoje reclamam a devida atenção e carinho. Aliás, meu irmão, é da lei! Também encontramos vários companheiros que foram grandes salteadores nas estradas de ontem e que hoje vivem um ganhar e perder infindo. Sempre assaltados seguidamente, lutam, lutam e lutam e nada conseguem ajuntar, porque, sempre que se acham bem, vivem seus reveses. — Já aprendi! É da lei, não é mesmo, irmão Palminha?Quem dispara sistematicamente este processo que ocasiona a repe-tição das perdas? — Ora, ora! A própria consciência! Sintonia pura e simples. Não há como se esquivar, os plugues mentais estão sempre ligados! Com isso, não há desvinculação da culpa. Sim, claro, Rubens, como muito bem disse, é da lei... Por aqui estão os caçadores de tesouros sempre iludidos com o ganho fácil, guerreiros incontroláveis quando de espada nas mãos e, por mais que os atendamos e ajudamos por meio da fluidoterapia, dos passes e dos muitos tratamentos, eles estão sempre debaixo dos bis-turis e das dores implacáveis. — Ah, irmão Palminha, é por isso que as doenças não param por aqui e, muitas vezes, o grupo passa por desencarnes doloridos, levando irmãos hoje operosos no bem? — É da lei! Graças a Jesus, estão podendo operar a colheita em tempos de muito amor, beneficiados pela Misericórdia Infinita, assim operando os expurgos sem que haja maiores sacrifícios. (...) — Ora, Rubens Gávio, essa bebedeira vem desde o tem-po das orgias vividas em Babili, das festas intermináveis. A grande maioria ainda tem muito a avançar em torno do álcool e do sexo desregrado. Aliás, por detrás da aparência destes respeitáveis senhores e senhoras, também observamos que o álcool e a sexualidade desre-grada têm sido a mutilação de muitos, e as grandes pedras de tro-

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peço que vêm consumindo os séculos de muitos de nossos compa-nheiros. — E o Anésio? — Irmão Gávio, melhor seria que se chamasse “Milionési-mo”. Trata-se de antigo comandante babilônio que sempre viveu da usurpação do poder e das riquezas alheias, comandando aos gri-tos e impondo sua vontade a ferro e fogo, até que, ao final de sua experiência, conheceu Jeriel. Daí para a frente, ingressou no plano contínuo de progresso, custeado por esse digno trabalhador. (...) — Desculpe-me a curiosidade, mas e o Jorge? — Ele e Cármem continuam juntos até os dias atuais em cobranças intermináveis. Ela lhe fora, durante décadas, escrava hu-milhada e sofrida. Hoje, cobra-lhe ceitil por ceitil. Ela o mantém nas algemas da dominação e lhe exige até a última gota de suor em joias e roupas. Ainda bem que o Evangelho lhes tem feito um grande bem. Hoje, ela começa a se desagregar do passado e inicia a marcha como evangelizadora. — Evangelizadora? — É tudo de que precisava a aborticida de ontem. Se não veio com a permissão de ser mãe no próprio lar, pode ser aqui, ver-dadeiramente. Isso não estava nos planos, mas o Evangelho no lar faz milagres e, de uma forma ou de outra, ela tem avançado bastan-te. — Irmão Palminha, mas por que as discussões são tão aca-loradas por aqui? Como todos vêm de um mesmo grupamento, de-veriam ser mais pacíficos, não acha? — Há sempre a enxertia, caro Rubens. Por aqui existem al-guns macedônios, também bárbaros ainda, e muitos gregos, que se acham os donos da sabedoria. Há um bom número de romanos, que estão sempre destilando superioridade e querendo assumir o controle de tudo, sem falar que judeu aqui é que não falta, e estão sempre aí, querendo repor o tempo perdido! — Irmão Palminha, a Pérsia, então, dá pano para manga até hoje, hein? A Babilônia ainda tira o sono de muita gente e garante a

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inquietude de muitos, não é mesmo? — O passado não existe, meu fraterno Rubens! Existe apenas o hoje a tornar tudo presente! Vivemos o substrato de nós mesmos na árdua tarefa de recomposição do ser divino, do eu profundo, da consciência integral. Nada passa, tudo é vivo em nós, meu amigo. (...) — Mas, meu irmão, poderíamos falar mais sobre a Pérsia? — Vamos, então, caríssimo Rubens Gávio, consultar os arquivos mentais que aqui se encontram. Talvez assim possamos remontar partes dessa importante passagem no concerto da huma-nidade. A velha e maravilhosa Pérsia, transbordante de beleza e en-cantos, terra bárbara, quando habitada pelos árias há mais de oito mil anos, desempenhou um papel importantíssimo como uma es-tação para readaptação psicológica por meio da bendita bênção do esquecimento e da terapia do trabalho concedidas a todos por um regime intensivo. (...)

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Capítulo 5

Os séculos corriam céleres até o momento em que Ciro II, “o Grande”, assumiu o comando dos persas, reorganizando e for-talecendo o Estado, cuidando de seus exércitos com a argúcia de um verdadeiro comandante. Assim que se viu suficientemente for-te, tratou de instalar campanha contra os vizinhos, até que, em 546 a.C., os medos se curvaram diante da força de seus exércitos, plena-mente extenuados, depois de três anos de intensas pelejas. Nesses anos, aquelas planícies, antes tranquilas, cobriram-se de sangue e de mutilações, pelos seguidos combates, até a capitula-ção final dos valentes medos. Assim os cavaleiros viajaram à veloci-dade do vento anunciando, de lugarejo em lugarejo, que os medos haviam se rendido. — Grande Ciro, os medos se renderam! — Atrihses, meu general, eu o saúdo por essa glória que será sempre lembrada por Deus e estará registrada em meu coração. Vou agora mesmo, pessoalmente, para a frente de batalha. Quero cumprimentar nossos valorosos soldados, quero abraçar um a um. (...)

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