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Descobrir um tesouro vivo por Josh McDowell Descobrir um tesouro vivo por Josh McDowell Com certeza esse foi um momento em que eu estive muito tenso. Eu estava nervoso, realmente muito nervoso. Com os olhos fechados, eu orei novamente para que Deus lhe permitisse ao nosso ministério possuir algo que realmente desejava ter: pelo menos um pequeno fragmento de um antigo manuscrito do Novo Testamento. Nós tínhamos acabado de comprar algumas peças egípcias de 1.600 anos de antiguidade, com a esperança de que, escondidos dentro delas, nós pudéssemos encontrar cópias antigas das Escrituras. Tínhamos esperado dois dias, enquanto especialistas desuniam as peças: o momento da verdade tinha chegado. Era seis de dezembro de 2013. Nosso ministério tinha organizado em Plano, Texas, um evento não visto antes no que reunimos eruditos altamente especializados em línguas antigas, incluídas a língua copta e a língua grega clássica. A «língua copta» é o nome usado para se referir ao estágio final da língua egípcia clássica, depois de que os gregos conquistaram o Egito. A hipótese era que a escrita dentro dessas peças estivesse em língua grega ou copta. Eu estava sentado a não mais de 4,5 metros da mesa onde os especialistas tinham trabalhado por longas horas. Não eram os objetos em si os que me interessavam, mas o fato de que eles estivessem compostos de camadas de papiros do século III a.C. ao século V d.C. Os especialistas tinham trabalhado de maneira fatigante para extraírem e identificarem os papiros dessas raras peças funerárias egípcias, e eu estava esperando, sentado

Descobrir um tesouro vivo

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Portuguese: Discovering a living treasure (booklet)

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Descobrir um tesouro vivopor

Josh McDowell

Descobrir um tesouro vivopor

Josh McDowell

Com certeza esse foi um momento em que eu estive muito tenso. Eu estava nervoso, realmente muito nervoso. Com os olhos fechados, eu orei novamente para que Deus lhe permitisse ao nosso ministério possuir algo que realmente desejava ter: pelo menos um pequeno fragmento de um antigo manuscrito do Novo Testamento. Nós tínhamos acabado de comprar algumas peças egípcias de 1.600 anos de antiguidade, com a esperança de que, escondidos dentro delas, nós pudéssemos encontrar cópias antigas das Escrituras. Tínhamos esperado dois dias, enquanto especialistas desuniam as peças: o momento da verdade tinha chegado.

Era seis de dezembro de 2013. Nosso ministério tinha organizado em Plano, Texas, um evento não visto antes no que reunimos eruditos altamente especializados em línguas antigas, incluídas a língua copta e a língua grega clássica. A «língua copta» é o nome usado para se referir ao estágio final da língua egípcia clássica, depois de que os gregos conquistaram o Egito. A hipótese era que a escrita dentro dessas peças estivesse em língua grega ou copta. Eu estava sentado a não mais de 4,5 metros da mesa onde os especialistas tinham trabalhado por longas horas. Não eram os objetos em si os que me interessavam, mas o fato de que eles estivessem compostos de camadas de papiros do século III a.C. ao século V d.C. Os especialistas tinham trabalhado de maneira fatigante para extraírem e identificarem os papiros dessas raras peças funerárias egípcias, e eu estava esperando, sentado pacientemente — o mais paciente que tinha podido —, para saber se o que eles encontrariam fosse de natureza bíblica.

O Doutor Scott Carroll, um especialista em manuscritos antigos, estava prestes a nos anunciar o que tinham encontrado nas peças. Ele estava rodeado por um grupo de cerca de duas centenas de espectadores formado por apologistas e líderes cristãos que assistiram, «somente por convite», e que participavam observando o que estava a ponto de ser revelado. A hora da verdade estava por vir.

Atraso para chegar ao momento da verdade

Enquanto eu estava sentado lá e nervoso, por causa da grande expectativa do que Scott e a equipe dele estavam prestes a revelar, meus pensamentos voltaram para como tinha chegado até a esse ponto. Scott era quem anteriormente tinha feito todas as providências para adquirir uma Torá hebraica para mim, que eu nomeei «A Torá de Lodz».

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A Torá de Lodz é um rolo de 540 anos de antiguidade que contem os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica. Eu a exponho em minhas palestras, pois me ajuda a explicar como as Escrituras são verdadeiramente confiáveis de uma forma que eu nunca pensei fosse possível. A resposta do público que assiste a estas palestras, especialmente dos jovens, tem sido incrível. O valor educativo da Torá de Lodz levou-me a orar e pedir a Deus que permitisse que o nosso ministério obtivesse um antigo manuscrito do Novo Testamento. Poder mostrar um manuscrito antigo a milhares de jovens e adultos, confronta-os com a realidade da verdade escrita a respeito de Cristo e sua mensagem que transforma vidas. Então, eu pensei que Scott era a pessoa ideal para nos ajudar a localizar um manuscrito antigo.

Dois anos atrás, eu conheci Scott em um seminário na Universidade de Baylor, onde ele estava separando, cuidadosamente, os papiros que faziam parte de um envoltório mortuário antigo de uma múmia egípcia (chamado de «cartonagem»). Ele desenvolveu seus próprios métodos para executar esse processo cansativo que o levou a descobertas extraordinárias de manuscritos que contêm textos bíblicos e manuscritos com textos de obras literárias clássicas. Os papiros que vimos que ele extraiu eram para a Coleção Green, da que Scott tinha a direção naquela época («Green Collection» é a coleção maior de textos bíblicos e peças raras do mundo). Ele conseguiu que a Coleção Green obtivesse mais de cinquenta mil peças antigas, papiros e pergaminhos avaliados em milhões de dólares. Se alguém podia nos ajudar a adquirir um fragmento antigo do Novo Testamento, essa pessoa era Scott Carroll.

Fiquei fascinado com o trabalho que Scott fazia. Suas investigações e seus muitos contatos no seu campo de estudo de manuscritos antigos e medievais, deu-lhe uma compreensão extraordinária e única do que tinha que procurar. Em lugar de buscar manuscritos em escavações arqueológicas, Scott tentou comprar, legalmente, cartonagem antiga composta principalmente de papiros descartados.

O papiro, é claro, é o material semelhante ao papel no qual, na época de Cristo, as pessoas costumavam escrever. Uma vez que o papiro começava a deteriorar-se ou a escrita a desbotar-se, o texto era copiado em um novo papiro e o original era descartado. O mesmo aconteceu com os escritos dos apóstolos. Mas as pessoas dos tempos antigos não viviam em uma sociedade que descartasse e jogasse fora tudo, assim como fazemos hoje. Naquela época, não era descartado qualquer material que pudesse ser reutilizado ou pudesse ser reparado. As pessoas, frequentemente, coletavam pedaços de papiro que tinha sido descartado e, de fato, esses pedaços eram reciclados. Os umedeciam e eram prensados para uni-los e criar com eles novas peças.

Os objetos funerários egípcios, que eu vi Scott separar na Universidade de Baylor, estavam compostos por camadas compactadas de papiro. Os sacerdotes egípcios que oficiavam nos ritos fúnebres usavam papiros descartados para fazer uma espécie de papel machê, que utilizavam para moldar a estrutura que cobria a múmia ou outros objetos. Às vezes, cobria-se a forma feita de papiro com gesso e depois o pintavam com prata ou ouro. Para visualizar este processo, pense que você arranca as páginas de um livro velho, as molha e depois as cola no rosto de um manequim de uma loja de departamentos, dá forma ao nariz, à testa, aos lábios e aos ouvidos, de acordo com as características faciais embaixo. Depois que o papel seca, coloca-se laca e pintam-se com cores brilhantes as características faciais e, deste modo, você já tem uma máscara. Além dos envoltórios para cobrir múmias, a técnica do papel machê também foi usada para criar vários painéis decorativos, reforços para capas de livros e encadernações e até mesmo objetos domésticos.

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Nosso ministério encomendou Scott Carroll para encontrar uma ou mais dessas peças recompostas, com a esperança de descobrir escritos bíblicos nos papiros que faziam parte do papel machê.

Scott passou meses fazendo pesquisas e viajou milhares de quilômetros em vários países em busca de cartonagens e locais antigos. A procura levou tempo, porque Scott não iria comprar nada no mercado negro. Ele insistiu em obter tudo legalmente, com o qual eu estive completamente de acordo. Finalmente, ele me chamou para me fazer o relatório a seguir:

— Josh, eu já vi mais de uma centena de peças e encontrei o que eu acredito que poderia ser uma descoberta surpreendente. — Estou ouvindo você.

— Bem, eu não posso garantir, mas eu achei peças antigas, que acredito datam do século IV ao século V d.C. Elas provêm de uma determinada área, o que me sugere que há uma alta probabilidade deles conterem papiros bíblicos.

Meu coração começou a bater mais rápido e mais rápido, ao relatar Scott suas descobertas. Engoli em seco e perguntei:

— Qual é o passo a seguir?

— Que você aprove que eu continue, e então farei uma oferta ao proprietário. Acho que podemos comprá-las pelo preço que nós já discutimos.

Eu disse a Scott que as comprasse todas. Minha mente começou a antecipar os eventos, ao começar ele a tomar as providências para descortinar os tesouros escondidos, que eu estava certo, serviriam para fazer crescer o Reino de Deus. Imaginem se, entre todos esses objetos, encontrássemos apenas um fragmento de papiro do Evangelho de Mateus, de João ou qualquer outra passagem do Novo Testamento. Isso era tudo o que eu desejava. Seria uma ilustração poderosa para as crianças e os pais delas; mostrar-lhes como a verdade de Deus foi cuidadosamente transmitida de uma geração para outra. Queria que todos soubessem que, tal como pais e avós têm herdado Bíblias de geração em geração, também os pais cristãos daquela época reverenciavam essas cópias manuscritas dos apóstolos e que também queriam que seus filhos conhecessem a verdade sobre Jesus. Eu estava muito animado. Meu sonho por tanto tempo estava a ponto de se tornar realidade. Ou ao menos, assim pensava eu.

Fiquei desapontado!

Senti as vibrações do zumbido do meu celular pendurado no meu cinto. Era a chamada de Scott. Eu tinha certeza de que ele iria me dizer que já estava em um avião de volta da Europa com as peças na sua mão. Mas, em lugar disso, ele me deu a má notícia de que outro colecionador tinha adquirido tudo o que eu tinha autorizado comprar.

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Fiquei desapontado! Meu gozo foi para o fundo do poço. Depois eu soube que esses objetos continham papiros antigos com texto bíblico e que eram muito valiosos e raros. Pensei comigo mesmo: «Eles deviam ter sido nossos!». Meu coração estava quebrado. Eu tentei me consolar, ao pensar que em algum lugar, no que foi o mundo antigo, haveria outros objetos que eu poderia comprar. Mas o gosto amargo da decepção relutava sair.

Semanas se passaram. Scott continuou lutando para conseguir o que ele tinha proposto e, finalmente, ao estar na Europa, informou-me que ele tinha localizado alguns objetos antigos, que ele pensava, valeria a pena obter. Entre eles estavam duas máscaras funerárias de múmias, dois painéis com papiros comprimidos e um rolo de papiro comprimido. Eu disse para ele: «Compra-os todos imediatamente!».

Vinte e quatro horas antes do momento da verdade

Em vez de apressar-nos para extrair os papiros desses objetos antigos, Scott e o nosso ministério decidiram fazer um evento para que o processo também fosse uma experiência educacional para outros. Por isso, convidamos duzentas e cinquenta pessoas, entre elas apologistas, líderes cristãos, leigos e eruditos especializados em línguas antigas; chamamos esta reunião de «Descobre a evidência».

A reunião foi agendada para o 5 e 6 de dezembro de 2013. Durante a manhã do primeiro dia, uma enorme tempestade de gelo atingiu a cidade de Dallas. As rodovias estavam cobertas com gelo e não havia eletricidade no edifício onde teríamos tão importante reunião. Parecia que alguém não queria que a reunião se realizasse. Não era que eu estivesse muito nervoso, mas certamente estava inquieto. Eu me perguntava: Será que vão chegar os eruditos em línguas antigas? Será que vão chegar os convidados especiais? Tentei manter a calma e orei para que a vontade de Deus fosse feita e que Ele fosse honrado.

Para surpresa de todos, cerca do noventa por cento dos oradores e participantes conseguiu chegar. A energia elétrica foi restaurada e começou a reunião, porém, com uma hora de atraso.

A ideia principal da reunião era permitir que outros participassem desta experiência única, mesmo histórica. Todos nós estaríamos aí para ter a oportunidade de observar os eruditos e especialistas realizar o processo minucioso de desmontagem e identificação do conteúdo da cartonagem antiga. Imaginem poder observar e ser parte do descobrimento de textos antigos das obras literárias clássicas ou da Bíblia nos que a luz do dia não tinha brilhado em mil ou dois mil anos, ou até mais tempo. Talvez descobrissem o texto de uma obra clássica da que nunca antes se tivesse encontrado um manuscrito. Ou talvez emergisse um texto da Bíblia, o mais antigo em existência. Ninguém sabia o que iria se encontrar dentro desses objetos antigos. O processo terminaria até o segundo dia, por isso, para concluir o encontro de dois dias, agendamos para o final as palestras dos especialistas em tradução e preservação de textos bíblicos.

Eu, é claro, estava muito interessado em ouvir o que diriam os especialistas. Eu realmente queria que o momento chegasse, no segundo dia, em que as peças estivessem completamente separadas e os estudiosos nos dissessem o que continham.

Um dos palestrantes foi o Dr. Peter Flint, diretor do Instituto dos Manuscritos do Mar Morto da Universidade Trinity Western na província British Columbia, no Canadá. Ele passou vários anos em

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Israel na edição e/ou na coedição de quase trinta Manuscritos do Mar Morto para a sua publicação.

Enquanto ele estava dando sua palestra, eu novamente fiquei impressionado pela forma como, ao longo dos séculos, Deus sobrenaturalmente preservou sua Palavra. O Dr. Flint explicou que praticamente todas as traduções modernas da Bíblia (inglês ou mesmo português) estão baseadas em um manuscrito hebraico, conhecido como o Códice de Leningrado e que data do ano 1009 d.C.

«O que é surpreendente é como um descobrimento, relativamente recente, confirmou a precisão e confiabilidade do texto hebraico ― apontou o Dr. Flint ―. Essa descoberta de manuscritos, a maior nos tempos modernos, ocorreu em umas cavernas próximas de um antigo sítio chamado Qumran.

»Até hoje, quase 1.050 rolos tem sido identificados, entre estes, cerca de 300 foram classificados como bíblicos. E estes pergaminhos, agora conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto, datam do ano 250 a.C. ao ano 68 d.C. Isso significa que agora temos manuscritos hebraicos que datam de mais de 1.250 anos antes do Texto Massorético (o Códice de Leningrado), que foi utilizado como base para as traduções do nosso Antigo Testamento.

»A grande questão é ― apontou o Dr. Flint ― como o Códice de Leningrado, no que nossas traduções do Antigo Testamento estão baseadas, pode ser equiparado com os Manuscritos do Mar Morto, que são muito mais antigos».

Durante sua palestra, ele usou um retroprojetor e colocou nele uma transparência com um texto dos Manuscritos do Mar Morto e sobre ela colocou outra transparência com um texto do Código de Leningrado; as duas transparências continham a mesma passagem da Bíblia. Claramente, poderíamos dizer que era um emparelhamento quase perfeito (uma comparação quase perfeita). Mas também havia diferenças.

O Dr. Flint explicou que o nosso Antigo Testamento hebraico atual é idêntico, palavra por palavra, em mais do 95% do texto. Ele também explicou que o 4% das diferenças consiste principalmente em variações ortográficas. Por exemplo, das 166 palavras em Isaías 53, só houve dúvida de dezessete letras. Dessas dezessete letras, dez eram questões de ortografia e quatro eram sobre mudanças de estilo. Somente três letras permaneceram em dúvida. O Dr. Flint declarou enfaticamente: «Os Manuscritos do Mar Morto confirmam que a Bíblia chegou até nós com o 99% de precisão e fidelidade». Então ele entrou em detalhes com o 1% das diferenças.

Ele nos pediu buscar em nossas Bíblias o Salmo 22. Os autores dos Evangelhos referem-se a este Salmo como uma profecia da crucificação de Cristo. No versículo 16, a maioria das traduções diz: «Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés» (Salmo 22:16). Isto, obviamente, se refere aos soldados romanos que pregaram Cristo na cruz. Mas o Dr. Flint afirmou que os críticos desafiam essa tradução e que eles têm razão para fazê-lo. Alguns manuscritos posteriores, em hebraico, do versículo 16, empregam a palavra «traspassaram» ou «perfuraram», mas o Códice de Leningrado, o mais antigo e considerado o

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mais preciso, traduz o versículo 16 do seguinte modo: «Um bando de maus fecham-se sobre mim como um leão em minhas mãos e meus pés».

«Os críticos apontam que os tradutores ignoraram as palavras mais exatas em hebraico e inseriram uma referência a Jesus no texto porque eles queriam que fosse uma profecia da crucificação de Cristo. Mas a pergunta é ― salientou o Dr. Flint ―: Que palavras foram escritas nos Manuscritos do Mar Morto, quando copiaram neles o versículo 16?

»Leiam o que o Salmo 22:16 diz nos Manuscritos do Mar Morto ― continuou o Dr. Flint ―. Eu mesmo traduzi esta passagem. Aqui está! (as palavras apareceram na tela). Esta é a cópia mais antiga do Salmo 22 encontrada no mundo inteiro, e diz: “Cães tem me cercado, um bando de maus me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés!”. Não é isso incrível?!»

Eu senti arrepios em toda minha espinha. Eu estava observando a projeção da cópia mais antiga conhecida do Salmo 22, a qual confirma que o rei Davi realmente profetizou a crucificação de Jesus, como Marcos, João e Mateus o afirmaram. Os críticos estavam errados. Os manuscritos em hebraico, dos quais foi traduzido o nosso Antigo Testamento, são realmente precisos!

No segundo dia, o dia que eu fiquei sabendo qual era o tesouro que estava dentro da nossa cartonagem antiga, tinha que falar o sacerdote Columba Stewart. Ele é o diretor executivo do Museu e biblioteca de manuscritos Hill, da Universidade Saint John, em Collegeville, Minnesota. Explicou como ele e seus colegas dedicam-se à proteção de manuscritos antigos no mundo inteiro e como os fotografam. Seu ministério tem sido fundamental para fotografar mais de 40.000 manuscritos. Ele descreveu os perigos de entrar em países destroçados e devastados pelas guerras nos que dominam os terroristas. Fiquei surpreendido ao saber que, ao coordenar equipes locais, este ministério ainda continua preservando cerca de 5.000 manuscritos por ano.

Também falou o Dr. Dan Wallace, um erudito no grego do Novo Testamento e diretor executivo do Centro de estudo dos manuscritos do Novo Testamento. Seu ministério também tem se dedicado a preservar manuscritos bíblicos. O Dr. Wallace tem se concentrado particularmente em fazer a fotografia digital de todos os manuscritos existentes do Novo Testamento em grego, além de fazer upload online para seu uso gratuito e que os estudiosos possam fazer pesquisas deles. Fiquei impressionado e fui incentivado quando o Dr. Wallace fez a seguinte ousada e definitiva declaração: «Nos últimos 130 anos, não tem havido nem uma descoberta de um manuscrito autêntico que diga algo novo ou diferente do que o Novo Testamento diz».

Considere o seguinte: houve milhares de descobertas de fragmentos do Novo Testamento nos últimos dez anos, e alguns são mais antigos do que aqueles usados para traduzir o Novo Testamento que hoje usamos. Mas, como os Manuscritos do Mar Morto, as novas descobertas só confirmam a precisão e confiabilidade do nosso Novo Testamento.

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Finalmente chega o momento da verdade!

No segundo dia, depois do almoço, todos nos reunimos na «sala de provas». Scott e seus colegas trabalharam durante a hora do almoço, para separar, com cuidado, os papiros da cartonagem e já tinham identificado várias peças. Esse foi o momento que eu tinha esperado. Sentei-me a cerca de 4,5 metros de distância da mesa cuja superfície estava coberta com fragmentos de papiros. Os eruditos em línguas antigas estavam, com suas lupas, amontoados sobre os fragmentos.

Enquanto os convidados voltavam para os seus lugares, o Dr. Scott Carroll limpou a sua garganta e disse: «Vou começar com as coisas de Josh». Tentei manter a calma. Meu neto estava sentado no meu colo. Dottie, minha esposa, estava sentada à minha direita e um dos meus colegas, à minha esquerda. Scott tinha uma pinça na mão. Ele cuidadosamente pegou um fragmento de papiro com a pinça e fitou-me. Respirei profundamente.

«Aqui temos uma paráfrase dos evangelhos — texto bíblico em língua copta — que data do século IV». O meu colega pegou no meu braço e não disse nada. Eu só respirei fundo novamente, olhei para o céu e em voz baixa disse: «Sim! Obrigado, Senhor!».

Scott colocou o fragmento sobre a mesa, pegou um segundo fragmento com a pinça e disse: «E aqui temos um segundo texto do Evangelho de Marcos, três linhas... Um texto bíblico uncial muito bonito». Ele repetiu este processo uma e outra vez. Depois de identificar e analisar todos os fragmentos, novamente eu agradeci a Deus que Ele nos tivesse permitido, a mim e ao nosso ministério, tornar-nos proprietários, ou protetores, de possivelmente seis passagens antigas do Novo Testamento e um fragmento do manuscrito do Antigo Testamento: sete tesouros em total! (Cada um deles deve ser analisado, pesquisado e publicado). Incluem: um fragmento de um manuscrito de Jeremias 33, que eu soube, é um dos três papiros coptos mais antigos existentes até hoje dessa passagem; manuscritos de Marcos 15, João 14, Mateus 6 e 7, e de 1 João 2, e é possível que todos estes sejam os papiros mais antigos existentes registrados, em qualquer língua, das passagens mencionadas; Gálatas 4, considerado como um dos papiros mais antigos com uma passagem bíblica que tenha sido encontrado. Eu estava eufórico!

Caminhei até a mesa e contemplei os fragmentos de cor bege, e depois, levemente, passei os dedos sobre eles. Eu estava comovido pela emoção. Deus verdadeiramente respondeu às minhas orações. Lembro-me da emoção que senti quando pela primeira vez vi um manuscrito antigo com um texto bíblico e do enorme impacto que teve sobre mim.

Descoberta de manuscritos coptos1 João 2:21 João 14:28 Mateus 7:4Gálatas 4:17 Jeremias 33:24 Mateus 6:33

Marcos 15:9

A primeira vez que vi um manuscrito antigo, foi há mais de 50 anos, eu tinha 19 anos de idade nessa época, e era muito cético. Minha busca como cético levou-me à biblioteca da Universidade de Glasgow, na Escócia. Tinha deixado os meus estudos com o intuito de refutar o cristianismo,

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porque eu especificamente queria provar que o Novo Testamento não era historicamente confiável, e que Jesus Cristo não poderia ter sido o ressuscitado Filho de Deus.

Eu estava olhando uma rara coleção de peças do Egito, que tinha sido escavada de umas ruínas da antiga cidade egípcia chamada Oxirrinco. Diante do mostruário que continha fragmentos de papiro do século II ao século VI d.C., meus olhos puderam ver uma porção do Evangelho de João. Resultava-me muito estranho que agora eu me encontrasse, cinquenta anos mais tarde, olhando um texto do Evangelho de João, só que desta vez com uma atitude completamente diferente. Senti-me honrado porque Deus estava a ponto de me deixar compartilhar este tesouro, e outras passagens, com o mundo.

Quando visitei a Escócia, como um jovem rebelde, eu não era humilde. Minha arrogância tinha apreendido o melhor de mim. Eu estava determinado a provar a um grupo de estudantes cristãos que sua fé em Cristo e na Bíblia era algo bobo e sem fundamento. Quando zombei deles, desafiaram-me a examinar a evidência de que a Bíblia é confiável e que Cristo é quem afirmou ser. Com orgulho no meu coração, aceitei o desafio, e a minha procura começou em Glasgow.

Deixei as bibliotecas e museus da Escócia, só para chegar às bibliotecas de Cambridge, Oxford e Manchester, na Inglaterra. Estudei e examinei os manuscritos antigos que estavam naquelas bibliotecas, incluídos os manuscritos mais antigos do Novo Testamento que eram conhecidos nessa altura. Antes do final da minha viagem, passei meses fazendo mais pesquisas em universidades da Alemanha, França e Suíça. Depois de «devorar» dúzias de livros e ter discussões com os principais estudiosos sobre a matéria, acabei na Evangelical Library (Biblioteca Evangélica) que estava na Rua Chiltern, em Londres. Eram cerca das 6:30 da tarde, foi quando eu deixei de lado os muitos livros que estavam ao meu redor. Encostado para trás, sentado em uma cadeira, olhando para o teto, sem pensar pronunciei as seguintes palavras em voz alta: «O que a Bíblia diz é verdade!». Repeti as mesmas palavras mais duas vezes: «É verdade! É realmente verdade!».

Uma torrente de emoções arrastou-me, ao perceber que os registos que estão na Bíblia sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo foram feitos com precisão e que eram verdadeiros. Eu já não podia continuar rejeitando a verdade de Cristo e ser intelectualmente honesto comigo mesmo. O impacto daquela realidade realmente foi um momento decisivo para mim. Entendi que eu não rejeitava Cristo por qualquer razão intelectual, mas por razões emocionais. Pouco a pouco, comecei a entender a minha rebeldia e ódio contra o meu pai alcoólatra. Comecei a perceber que a minha vida de pecado ficava entre mim e um Deus amoroso, que enviou seu Filho para morrer por mim. O significado profundo desses manuscritos antigos me colocou frente a frente com a pessoa que é a Verdade, e seu nome é Jesus.

O poder de um fragmento de papiro

Pensando no que me tinha acontecido anos atrás, entendi que a revelação bombástica que explodiu em minha mente, naquela biblioteca em Londres, já havia sido montada e teve sua origem na biblioteca da Escócia, quando eu vi o pequeno fragmento antigo de papiro, cujas palavras foram inspiradas pelo próprio Deus. Quando vi aquele fragmento do Evangelho de João, percebi que uma pessoa de carne e osso tinha copiado o texto por uma razão importante. O escritor ou, para dizê-lo mais precisamente, o copista, obviamente sentiu que a mensagem no livro era tão valiosa que deveria ser transmitida à próxima geração.

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Compreendi que esses manuscritos ― como indica a mesma palavra, escritos à mão ― foram copiados por pessoas que queriam contar a história ― a Boa Nova ― de Jesus. Atrás de cada cópia dos antigos manuscritos das Escrituras, esteve uma pessoa que, com cuidado e reverência, copiou cada palavra, letra por letra. A tinta em cada papiro parecia sair para me alcançar e me dizer: «A verdade destas palavras sobre Jesus Cristo, deu nova vida para outros. Elas também foram escritas para você. Você vai acreditar em Cristo e experimentar uma nova vida nele?»

Essa é a mensagem que o apóstolo João escreveu em papiro séculos atrás. Quando João percebeu quem era realmente Jesus, ele colocou as suas experiências em escritos e explicou por que o fez: «Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele» (João 20:30-31). Havia poder naquelas palavras escritas à mão, e também têm poder hoje.

O poder desses fragmentos de papiro e outros manuscritos antigos com os que eu me deparei ao longo de muitos anos durante a minha procura, levou-me a uma conclusão inelutável: os escritos da Bíblia são confiáveis, Cristo é quem afirmou ser, e Ele ressuscitou do sepulcro para me dar vida eterna ao ter um relacionamento com Ele. E agora, mais de cinquenta anos mais tarde, eu estava diante de sete poderosos fragmentos das Escrituras que Deus me permitira compartilhar com o mundo. Pensei nisto. Não são fragmentos ordinários com qualquer escrita neles: foram copiados à mão, por volta do ano 350 d.C. de outras cópias de cartas do apóstolo Paulo e dos escritos de João, Marcos e Mateus. Fiquei impressionado, em reverência, quando reparei em que, naquela época, estes documentos importantes ainda não tinham sido oficialmente reconhecidos por um concílio de uma igreja como as palavras inspiradas por Deus! O Novo Testamento foi canonizado até o Concílio de Hipona, no ano 393 d.C., e o Concílio de Cartago, no ano 397 d.C. Então, por que estas cartas e escritos continuaram copiando-se cerca de 250 anos depois de serem escritos por primeira vez? A resposta é realmente significativa.

Os cristãos coptos, no Egito, reconheceram que havia algo sobrenaturalmente poderoso nestes escritos. Quando leram as palavras, eles sentiram nelas a presença de Deus mesmo. Talvez um corpo eclesiástico oficial ainda não as tivesse declarado como Escrituras Sagradas, mas sentiram que de fato tinham sido «inspiradas por Deus». O Espírito Santo de Deus falou destas mesmas páginas. O apóstolo Paulo o tinha manifestado claramente na sua carta aos Gálatas: «Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo» (Gálatas 1:12). E os pais e os líderes egípcios perceberam que o próprio Deus estava vivo nas palavras que tinham copiado e preservado.

Não pode haver outra razão convincente para que esses egípcios crentes continuassem copiando os escritos de Mateus, os de João, Marcos, Paulo, etc., exceto que eles sabiam no seu coração que o que liam era um tesouro vivo escrito por homens enviados por Deus. Eles estavam cientes, como o disse o autor da carta aos Hebreus, de que «a palavra de Deus é viva e poderosa» (Hebreus 4:12). E, quando passei os dedos sobre as palavras que foram escritas em cada fragmento de

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papiro, eu também compreendi que o que agora era propriedade do nosso ministério é um tesouro que milagrosamente continua «vivo e poderoso».

É muito claro que a mão de Deus tem estado em tudo isto, e tem sido muito emocionante. Mas parecia haver algo adicional e muito profundo que Deus estava dando ao nosso ministério através destes fragmentos antigos das Escrituras. Eu não sabia o que era, até que um amigo me mostrou. Quando ele me mostrou, senti arrepios percorrendo por toda minha espinha. Deixem eu me explicar. Ainda há muito que fazer com estes fragmentos. Eles precisam ser analisados por eruditos e depois devem ser publicados. Isso poderia levar até quatro anos.

Profunda afirmação do ministério de Deus

Deus tinha previamente dado ao nosso ministério uma Torá. Agora, além da Torá, também tínhamos sete fragmentos de papiro que reforçariam, de maneira poderosa, aos jovens e aos adultos do mundo inteiro que a Palavra de Deus foi inspirada de maneira sobrenatural e que é absolutamente confiável. Mas parecia que Deus queria dar ao nosso ministério algo adicional. Aparentemente, Ele queria afirmar e ratificar algo que eu vinha fazendo há mais de 50 anos. Havia algo sobre estes sete fragmentos específicos, para o qual eu não estava suficientemente preparado ou tivesse esperado. Quando um amigo me mostrou, eu não o podia acreditar. Para mim ainda é difícil acreditar nisso.

O que eu estou a ponto de dizer, não significa que Deus esteja validando ou reconhecendo o «nosso» ministério. Refere-se ao SEU ministério, do que Ele me permitiu fazer parte. Eu não poderia estar fazendo o que eu faço, sem a força e o poder de Deus.

Quando era um homem jovem, eu tinha muita bagagem na minha contra ― um lar destruído pelo alcoolismo e a raiva, o trauma de ter sido abusado sexualmente durante a infância, minhas lutas contra sentimentos de inferioridade que se manifestavam como gagueira ―, mas Deus tomou as fraquezas da minha vida e Ele as transformou em pontos fortes. Com o tempo, compreendi por que tudo isso tinha acontecido comigo e entendi que, se não fosse pela graça de Deus, eu não seria nada na vida. No entanto, aprendi a adotar como minhas as palavras que Deus deu a Paulo, palavras como: «o meu poder é mais forte quando você está fraco» (2 Coríntios 12:9). E, enquanto o «meu» ministério é fraco na minha força, o ministério DELE é forte na SUA força. Eu considero o que vou dizer a seguir como uma profunda afirmação do ministério de Deus para o mundo.

Um amigo me mostrou as sete passagens que Deus nos permitiu obter nos fragmentos de papiro e me ajudou a relacioná-los. Ele me mostrou que o texto de cada fragmento provém de uma passagem ou no contexto de um capítulo que enfatiza a mensagem que eu tenho pregado durante toda a minha vida no ministério. Quando ele me mostrou, fiquei surpreendido! Era como se Deus estivesse a me dizer: «Agora você tem o tesouro vivo que eu queria que você descobrisse. Outra pessoa comprou a cartonagem que você pensou que queria ter, mas, como na vida de José, "Eu mudei o mal [que outros compraram a primeira cartonagem] em bem para fazer o que hoje estamos vendo" (Gênesis 50:20). Permiti que você, Josh, obtivesse certas passagens da minha

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Palavra com um propósito. Estes fragmentos têm registrado neles a minha mensagem que provém da minha Palavra e que você tem pregado por mais de 50 anos, e eu quero deixar bem claro o seguinte: Continue pregando essa mensagem por todo o planeta, até que o mundo inteiro ouça!».

Leia comigo o que dizem estes sete manuscritos da Bíblia:

1. Agora temos um fragmento que provavelmente seja do papiro mais antigo conhecido com as seguintes palavras de Mateus, quem cita Jesus: «Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas» (Mateus 6:33).

Mateus 6:33

Esta passagem ― como outras passagens ― é a que eu procuro na Bíblia quando eu confronto decepções na vida. Aparentemente, Deus queria que eu soubesse que Ele me dá tudo o que eu preciso, mesmo que no início as coisas não pareçam sempre dessa forma. Esta passagem representa o «Deus zeloso de seu relacionamento com você [e comigo]» (Êxodo 34:14). O tema de todas as minhas mensagens passadas que falam sobre a construção de relacionamentos, durante mais de 50 anos, tem sido: «Busque a Deus e seus caminhos, moral e eticamente e em todas as relações de você, e Deus vai lhe dar o que você precisa, porque Ele é o seu amoroso provedor e protetor».

Obter o antigo fragmento de Mateus 6 é como se Deus me dissesse: «Continua pregando esta mensagem por Mim, até que o mundo inteiro ouça».

2. É possível que agora tenhamos o papiro copto mais antigo conhecido com as seguintes palavras do profeta Jeremias: «Jeremias, você sabe que andam dizendo que rejeitei Israel e Judá, as duas famílias que eu havia escolhido? Assim desprezam o meu povo e não o consideram mais como uma nação» (Jeremias 33:24).

Jeremias 33:24

Embora a rebelde e teimosa nação de Israel estivesse sendo julgada, Deus lhe fez uma promessa. O contexto e tema de Jeremias 33, encontra-se antes do versículo 24: «Eu, o SENHOR, prometo que sempre haverá um descendente de Davi para reinar em Israel» (Jeremias 33:17). Este fragmento de Jeremias declara que um Messias virá; Ele não rejeitará o seu povo. «Porque removerei o seu cativeiro e apiedar-me-ei deles» (Jeremias 33:26).

Em todos os meus anos de ministério, eu tenho pregado a profecia messiânica e falado das evidências de que a pessoa que está profetizada em Jeremias e Isaías nasceu em Belém, de uma virgem, chama-se Jesus — o Filho de Deus —, e reinará sentado no trono de Davi para sempre.

Obter o antigo fragmento de Jeremias 33 é como si Deus me dissesse: «Continua pregando esta mensagem por Mim, até que o mundo inteiro ouça».

3. É possível que agora tenhamos o papiro mais antigo conhecido com as palavras do apóstolo João: «Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a

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conhecem» (1 João 2:21, NVI). «Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo... Escrevo-lhes estas coisas a respeito daqueles que os querem enganar» (Versículos 22 e 26).

1 João 2:21

4. Temos também um dos papiros mais antigos conhecidos com as palavras do apóstolo Paulo: «Esses homens mostram grande interesse por vocês, mas a intenção deles não é boa» (Gálatas 4:17).

Gálatas 4:17

Desde que comecei meu ministério, tenho advertido aos jovens e aos adultos que há falsos mestres que afirmam que Jesus era só um bom mestre, mas que não era o divino Filho de Deus. Eu tenho pregado milhares de vezes, mostrando sempre a evidência, que Jesus tem que ser quem afirmou ser: Deus encarnado.

Obter estes fragmentos antigos de 1 João 2 e Gálatas 4 é como si Deus me dissesse: «Continua pregando esta mensagem por Mim, até que o mundo inteiro ouça».

5. É possível que agora tenhamos o papiro mais antigo conhecido com as palavras de Jesus: «Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?» (Mateus 7:4).

Mateus 7:4

Durante décadas, eu tenho pregado essa passagem. É uma mensagem para ajudar os cristãos a compreender que Deus deu à sua Igreja uma forma de julgar e diferenciar corretamente entre o que é verdadeiro e o que é falso; o que é bom e o que é mau.

Obter este fragmento antigo de Mateus sete é como si Deus me dissesse: «Continua pregando esta mensagem por Mim, até que o mundo inteiro ouça».

6. É possível que agora tenhamos o papiro mais antigo conhecido com as palavras do apóstolo João, quem cita Jesus: «Vocês ouviram o que eu disse: “Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês”» (João 14:28).

João 14:28

7. Também, é possível que tenhamos o papiro mais antigo conhecido com as palavras de Marcos, quem cita Pilatos: «Vocês querem que eu lhes solte o Rei dos judeus?» (Marcos 15:9).

Marcos 15:9

Desde o início do meu ministério, uma parte essencial e importante dele tem sido fornecer evidências da morte e ressurreição de Cristo. Estes dois fragmentos estão dentro do

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contexto de que Jesus foi entregue para ser crucificado e a extensa explicação que Ele deu a seus seguidores que Pilatos não tinha poder sobre Ele. Nesta passagem de João 14, Jesus disse que Ele é o caminho, a verdade e a vida, e que depois que ressuscitasse dos mortos, iria preparar um lugar para nós e voltaria para que pudéssemos viver com Ele para sempre. Eu tenho pregado esta mensagem de ressurreição e salvação milhares de vezes, e tem sido parte do nosso ministério desde que começou.

Obter estes fragmentos antigos de Marcos 15 e João 14 é como si Deus me dissesse: «Continua pregando esta mensagem por Mim, até que o mundo inteiro ouça».

Estes fragmentos de manuscritos antigos foram uma descoberta incrível. Deus nos permitiu obter estes tesouros vivos para ajudar aos jovens a entender que a Palavra dele foi inspirada por Deus e é historicamente confiável. Mas, o que é igualmente incrível para mim, são as próprias passagens. Eu nunca teria imaginado que as sete passagens representam o que tem sido toda a minha vida no ministério. A mensagem escrita nestes fragmentos de papiro é o que eu tenho pessoalmente pregado milhares de vezes a milhões de pessoas. E eu estou surpreso que Deus permitiu que o nosso ministério descobrisse essas passagens específicas. Alguns dizem que é uma coincidência. Eu vejo isso como um apelo e motivação de Deus para continuar fazendo o que eu tenho feito por tantos anos. Em parte, é uma das razões pelas que o meu filho Sean e eu decidimos nos unir ― nós temos formado uma equipe de pai e filho ― para pregar essas mensagens nos próximos três anos e ainda mais.

Formar campeões heroicos da verdade

Hoje os pais cristãos e líderes dos jovens estão enfrentando um grande desafio. Pesquisas mostram que os jovens de hoje crescem, logo vão à universidade, mas não voltam para a igreja. David Kinnaman, do Barna Research Group, diz que dentro dos próximos dez anos, depois de se tornarem adultos, a maioria dos jovens, que professa ser cristã, vai afastar-se da igreja e vai «abandonar numa estante» qualquer compromisso que tenha feito com Cristo.1 Muitos dos jovens que vêm de bons lares cristãos e boas igrejas não estão adotando ou seguindo a fé ou crenças dos pais deles. Uma pesquisa importante mostra que o ceticismo intelectual2 é a principal razão que os jovens dizem ter para eles rejeitarem os princípios (ou doutrinas) cristãos.

Quando perguntaram aos jovens por que estavam céticos sobre o cristianismo, entre as respostas estavam declarações como: «Não faz sentido para mim», «Algumas coisas do cristianismo são inverossímeis para eu acreditar», «Eu acho que não há nenhuma prova científica real do cristianismo» e «Há muitas perguntas que não podem ser respondidas». Mas, o comentário mais comum foi: «Ninguém pôde responder às minhas perguntas».3

Sean e eu formamos uma equipe, num esforço para dar respostas tanto aos jovens como aos pais dos jovens. Vamos dar palestras que chamamos «Heroic Truth Experience» (Experiência heroica da verdade) para pais e filhos. Vamos exibir a antiga Torá de Lodz e os fragmentos de manuscritos do Novo Testamento. Também vamos ajudar esta geração de jovens a perceber que Deus nos deu uma Bíblia fidedigna e na que podemos confiar. Vamos aprofundar temas e responder às perguntas que os nossos filhos estão fazendo e

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que enfrentam ao viver em uma cultura cética e anticristã. Também vamos responder perguntas sobre Deus, sobre a criação, como saber o que é a verdade e sobre outros temas; são perguntas e respostas desenvolvidas para munir os nossos filhos para que «Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês» (1 Pedro 3:15, NVI). Não podemos permitir que o mundo afaste e desvie os nossos filhos, através do pensamento e do raciocínio, da fé e das crenças deles. Para mais detalhes sobre estas palestras, consulte o site: www.heroictruth.com

Vivemos em tempos de desafios, mas Deus está vivo e presente nesta geração de jovens. Ele quer que os nossos jovens não só saibam o que eles acreditam, mas também por que acreditam. Contudo, Deus quer que os jovens vão além das simples crenças para viver a verdade dele todos os dias. Você também quer isso para seus filhos.

Os manuscritos antigos que Deus nos permitiu cuidar e preservar, não só pertencem a nós, mas também pertencem ao corpo de Cristo. Queremos compartilhá-los com você; queremos que seus filhos compreendam que a Palavra de Deus é um tesouro vivo que deve viver no nosso coração. Você pode reivindicar para a sua família a mesma promessa que Deus fez a Israel quando Ele disse: «Eu porei as minhas leis na mente deles e no coração deles as escreverei. Eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo» (Hebreus 8:10).

As palavras de Deus estão vivas e são poderosas. Elas são um tesouro vivo que Deus nos deu a cada um de nós. Permita que as palavras de Deus saturem a mente de você. Permita que Deus escreva as palavras dele no coração de você. Depois transmita as palavras de Deus a sua família, a seus vizinhos e a uma geração inteira, até que o mundo inteiro ouça!

_____________________________1David Kinnaman and Gabe Lyons, unChristian [David Kinnaman e Gabe Lyons, Não-cristão] (Grand Rapids, MI: Baker Books, 2007), página 74.

2Christian Smith, Soul Searching: The Religious and Spiritual Lives of American Teenagers [Christian Smith, A procura na alma: a vida religiosa e espiritual dos adolescentes estadunidenses] (New York, NY: Oxford University Press, 2005), página 89.

3Ibid.

Estes fragmentos de manuscritos coptos, recém-descobertos, estão à espera de mais pesquisas e publicação. Eu não usaria essas descobertas como uma fonte autorizada, até que tenham sido submetidas a uma maior investigação e sejam aprovadas. (Isso pode levar de dois a quatro anos).

As fotos não estão claras, a fim de evitar que os manuscritos sejam copiados antes da publicação.