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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA NATUREZA CÍNTIA PEREIRA DOS SANTOS ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE MATERIAL DIGITAL DISSERTAÇÃO LONDRINA 2016

ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE …€¦ · fonética para aprendizes de Língua Inglesa dos mais variados níveis, com foco neste trabalho para o Ensino Médio,

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS,

SOCIAIS E DA NATUREZA

CÍNTIA PEREIRA DOS SANTOS

ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE

MATERIAL DIGITAL

DISSERTAÇÃO

LONDRINA 2016

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CÍNTIA PEREIRA DOS SANTOS

ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE

MATERIAL DIGITAL

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Dutra.

Coorientador: Prof. Dr. Givan José Ferreira dos Santos.

LONDRINA

2016

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TERMO DE LICENCIAMENTO

Esta Dissertação e o seu respectivo Produto Educacional estão licenciados sob uma

Licença Creative Commons atribuição uso não-comercial/compartilhamento sob a mesma licença

4.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite o endereço

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ ou envie uma carta para Creative Commons,

171 Second Street, Suite 300, San Francisco, Califórnia 94105, USA.

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À minha filha Beatriz Maria Leme da Silva, que possa seguir o

mesmo caminho que trilhei, estudando muito com amor e

dedicação.

Aos meus alunos, nos quais pude observar os passos a serem

seguidos para que este trabalho pudesse ser concluído.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Aparecida e João, os quais sempre se

preocuparam em como meu trabalho estava sendo encaminhado e nunca deixaram

de me encorajar em continuar meus estudos e minhas pesquisas.

À minha filha Beatriz que sempre dizia frases de encorajamento quando me

percebia cansada.

Ao meu marido Cláudio, pelo carinho e pela paciência.

A minha orientadora Profa. Dra. Alessandra Dutra e ao meu coorientador

Prof. Dr. Givan José Ferreira dos Santos, os quais se dedicaram em me apoiar e

colaborar com uma grande troca de conhecimento, além de terem me colocado

neste mundo da fonética da Língua Inglesa pelo qual me encontro fascinada.

Aos meus alunos que se dedicaram em participar arduamente das aulas

para a aplicação do material e colaboraram para a elaboração deste trabalho.

Ao SENAC-Londrina, por ter colaborado com o empréstimo de uma de suas

salas de informática para que a aplicação do material fosse possível e,

principalmente, a Juliana Rafaela Suavi de Moura que tornou isto possível.

Aos meus amigos Garey Rickher e Valéria Caitar que se dispuseram em

colaborar com a gravação dos áudios do meu produto.

Aos meus amigos e ao meu irmão Hernani que colaboraram com suas

opiniões para a melhora do que estava sendo elaborado.

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A história reversa do Pinóquio: não é a história do Pinóquio que

era uma marionete de madeira que se tornou um garoto de

pele e osso com a alma de um humano pela escola, mas a

história de um garoto de pele e osso e alma humana que se

tornou em um adulto de madeira, enrijecido e triste como o

Pinóquio é (ALVES, Rubem, 2005, p.2).

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RESUMO

SANTOS, Cíntia P. Ensino de fonética da Língua Inglesa com uso de material digital. 2016. 77 f. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2016.

O ensino da fonética da Língua Inglesa pode colaborar para uma melhora na oralidade do aluno através de uma comunicação condizente entre o falante e o interlocutor. Diante dessa perspectiva, um dos questionamentos da professora pesquisadora era sobre o equívoco dos alunos pronunciarem oralmente – fonema – palavras da Língua Inglesa da mesma forma que são escritas – grafema, sem perceberem que no Inglês a oralidade nem sempre é como se vê a palavra na forma escrita. Assim, o objetivo desta pesquisa é mostrar a efetividade do ensino de fonética para aprendizes de Língua Inglesa dos mais variados níveis, com foco neste trabalho para o Ensino Médio, onde o próprio aluno possa se apropriar de determinados aspectos fonéticos e produzir adequadamente o gênero textual oral limerick. O referencial teórico para este estudo conta com as contribuições de Cristófaro-Silva (2005), Celce-Murcia, Goodwin, Griner (2010), Brinton et al. (2010), que discutem o ensino da fonética da Língua Inglesa, e Marcuschi (2002), Cristovão (2005), que discorrem sobre o uso de gêneros textuais em sala de aula. Como metodologia científica são utilizados os tipos de pesquisa de campo, bibliográfica, descritiva, experimental e analítica. A descrição e análise das atividades aplicadas mostram que os alunos usaram aspectos fonéticos do inglês trabalhados para sua produção textual oral. Apesar das dificuldades encontradas durante a aplicação do material, como falta de estrutura e poucas aulas para execução, uma parcela significativa dos alunos participantes da pesquisa produziu oralmente o Limerick de forma satisfatória em relação aos parâmetros gerais desse gênero textual oral. Palavras-chave: Fonética da Língua Inglesa. Material online. Ensino Médio. Limerick. Produção de gênero textual oral.

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ABSTRACT

SANTOS, Cíntia P. Teaching of English Language phonetics through digital material usage. 2016. 77 f. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2016.

The teaching of phonetics from English Language can collaborate to an oral improvement from students through a suitable communication between speaker and listener. Facing this perspective, one of the researcher-teacher´s question was about the misunderstanding from students when saying orally – phoneme – words in English Language in the same way they are written – grapheme, without observing that in English the orality is not always as you see the words in their written form. Therefore, the objective of this research is to show the effectiveness from phonetic teaching to English Language learners from different levels of knowledge, with focus on this paper on High School, where the student can appropriate him/herself from determined phonetic aspects and produce the oral genre limerick. The theoretical referential for this study is based in the contrbutions from Cristófaro-Silva (2005), Celce-Murcia, Goodwin, Griner (2010), Brinton et al. (2010), whose discuss English Language phonetics teaching, and Marcuschi (2002), Cristovão (2005), who discuss about text genre in the classroom. As scientific methodology is used at this paper field research, bibliographical, descriptive, experimental and analytic. The entailment from this study shows that the students applied the English sound organization to its orally application. Despite of the difficulties faced through this material application such as a lack in the school structure and few classes to the application, the students, which participate on it, had condition to produce the limerick in a suitable form to this genre characteristic. Palavras-chave: English Language phonetics. Online material. High School.

Limerick. Production of an oral genre.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11 2 O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO ................................... 16 2.1 OS MATERIAIS DIDÁTICOS DISPONÍVEIS ...................................................... 16 2.2 A HABILIDADE ORAL......................................................................................... 18 2.2.1 Uso da fonética................................................................................................. 22 2.3 O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS ORAIS .......................................... 25 2.4 GÊNERO TEXTUAL LIMERICK ......................................................................... 29 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 32 3.1 OS ALUNOS PARTICIPANTES .......................................................................... 35 3.2 O ESPAÇO DE APLICAÇÃO .............................................................................. 35 3.3 O PRODUTO EDUCACIONAL ........................................................................... 36 3.4 OS CONTEÚDOS TRABALHADOS ................................................................... 45 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 48

4.1 PRIMEIRO ENCONTRO ..................................................................................... 48 4.2 SEGUNDO ENCONTRO .................................................................................... 51 4.3 TERCEIRO ENCONTRO .................................................................................... 59 4.4 QUARTO ENCONTRO ....................................................................................... 62 4.5 QUINTO ENCONTRO ......................................................................................... 64 4.6 LIMERICKS DOS ALUNOS ................................................................................ 65 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 70

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 74 APÊNDICE ............................................................................................................ 77 APÊNDICE A – Produto Educacional ................................................................... 77

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1 INTRODUÇÃO

A produção oral em língua materna tende a ocorrer de forma natural, pois a

criança convive diariamente com pessoas que falam seu idioma e desenvolve a fala

naturalmente, desde que não haja nenhuma intercorrência e ela esteja em ambiente

propício para a aprendizagem. Porém, para que uma criança aprenda a se

comunicar em língua estrangeira, é necessário que ela seja regularmente exposta a

esse idioma, o que, no Brasil, normalmente ocorre na escola ou em cursos de

línguas. Num ambiente de instrução formal, como a escola, o tempo de contato com

o idioma compreende duas ou três horas semanais, geralmente, com o professor.

Estas e várias outras questões fazem com que o desenvolvimento da

produção oral em língua estrangeira seja um processo mais lento do que na língua

materna (SOUZA, 2009, p.114). Apesar de ser discutido que o aluno brasileiro não

necessita de falar Inglês como um nativo, é necessário evitar que certas

interferências da língua materna prejudiquem a comunicação. O importante é que

ele consiga estabelecer comunicação, entender e se fazer entendido. Assim, o papel

do professor é relevante, uma vez que ele realiza intervenção para que os alunos

aperfeiçoem cada vez mais sua prática oral.

Dentre as principais variações da Língua Inglesa, o RP (Received

Prounciation) é considerado por Cristófaro-Silva (2012) um tipo de pronúncia padrão,

originária do sotaque britânico, o qual é associado com a região sul da Inglaterra. O

mesmo já sofreu várias mudanças, evoluindo ao decorrer dos anos, deixando de ser

o sotaque da era de Shakespeare, sendo conhecido como a era moderna do RP

(ASHTON; SHEPHERD, 2012).

Podem ser apontadas também como variações, segundo (SILVA, 2012, p.9),

as conhecidas como GA (General American) e BA (Broad Australian), porém sabe-

se que ao analisar materiais didáticos de Língua Inglesa, atualmente, é possível

perceber diferentes sotaques, pois assim como a Língua Portuguesa, o Inglês sofre

variações de acordo com fatores como a região ou país em que é utilizado.

Deve-se deixar claro ao aprendiz que quando duas pessoas tentam se

comunicar por intermédio da Língua Inglesa, sejam elas naturais ou não de países

cujo Inglês é a língua materna, espera-se que consigam chegar a uma compreensão

inteligível razoável.

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A língua é uma habilidade criativa, onde se atribui ao professor o papel de

colaborador, facilitador, incentivador e avaliador no processo de aprendizagem

(JUCÁ, 2009, p.2). É através desse papel do professor, como colaborador,

facilitador, incentivador e avaliador do processo, e do uso de materiais didáticos

produtivos que será possível o professor guiar os alunos na aprendizagem, havendo

poucos momentos de aulas expositivas para que assim cada aluno possa seguir a

aprendizagem conforme sua individualidade. Esse processo, no qual o aluno possui

uma maior autonomia, faz com que ele tenha mais liberdade quanto à sua

aprendizagem, podendo ouvir os áudios, que estão disponíveis no produto

educacional elaborado, quantas vezes for necessário, além da possibilidade de

pesquisar na internet suas dúvidas pertinentes e palavras desconhecidas.

O esperado dos alunos participantes da aplicação deste material é que eles

possam se comunicar de forma satisfatória. Será considerada como oralidade

satisfatória para uma comunicação clara entre locutor e interlocutor, mesmo se o

aluno carregar consigo características da fala de sua língua materna, desde que

possa ser observado que o aluno demonstre razoável desempenho dos pontos

discutidos em sala de aula.

Uma vez que o objetivo desse trabalho é elaborar e aplicar um material com

o uso da fonética da Língua Inglesa, é importante salientar o desenvolvimento do

ensino do Inglês nas escolas públicas, ambiente onde o material também poderá ser

aplicado. Diante disso, são discutidas por Oliveira(2010) as funções que o ensino da

Língua Inglesa estabelece dentro das escolas públicas:

Há três funções básicas do ensino de LE na escola pública. A primeira é de natureza legalista: cumprir o que o Ministério da Educação(MEC) determina por meio dos PCNs. Pode-se discordar das determinações do MEC, mas delas não se pode escapar. Portanto, tem-se que aprender, pelo menos, uma língua estrangeira. A segunda razão é de natureza social: o desenvolvimento da leitura em língua estrangeira pode ajudar o estudante no processo de inserção cultural na medida em que ele pode se tornar um cidadão mais consciente de si mesmo e dos outros. Finalmente, a aprendizagem de línguas estrangeiras cumpre a função de ajudar o estudante a se desenvolver cognitivamente uma vez que o auxilia na construção de conhecimentos (OLIVEIRA, 2010, p.30).

Com esta afirmação, é possível perceber o importante papel da

aprendizagem de uma língua estrangeira, com foco nesse trabalho na Língua

Inglesa. Independentemente do ambiente escolar, público ou privado, o Inglês

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possibilita com que o aluno amplie seus horizontes de aprendizagem, indo além da

simples gramática exigida.

O ensino de Língua Inglesa pode se deparar com vários obstáculos tanto na

escola pública como na escola particular, por exemplo, o grande número de alunos

em sala de aula, entre 35 e 50, e a pequena carga horária, pois o professor tem de

lecionar todo o conteúdo programado e obrigatório em 2 aulas semanais que não

ultrapassam os 100 minutos, fator que segundo Jorge(2009, p.166), “ [...] é fruto de

uma cultura escolar que, por anos, entendeu a língua como um conteúdo de

importância marginal”.

Apesar de a escola pública possuir diversos obstáculos para um ensino

adequado da Língua Inglesa, é importante salientar que se deve saber lidar com

estes problemas de forma a trabalhar com o que está disponível em sala de aula,

sempre buscando o avanço educacional do aluno.

Outra situação encontrada dentro da educação pública brasileira é discutida

por Oliveira(2009, p.19), que afirma “[...] vestibular determina em grande parte o

conteúdo programático da escola secundária. [...] Todavia, para ser justo, vários

cursinhos têm elaborado material didático de alta qualidade”. O fato de o Ensino

Médio regular buscar arduamente, por meio de seus alunos, obter bom rendimento

escolar cobrando números, do qual fazem parte a aprovação em vestibulares,

direciona o ensino de Língua Inglesa mais uma vez à leitura e à compreensão

textual. Apesar da cobrança de resultados satisfatórios em vestibulares ser mais

exigido no Ensino Médio, é importante que durante as aulas de Língua Inglesa, “a

língua faça sentido para o aprendiz em vez de ser apenas um conjunto de estruturas

gramaticais” (PAIVA, 2009, p.33).

Assim, a escolha do tema desta pesquisa deu-se pelo fato de a professora

pesquisadora perceber em suas aulas que os alunos enfrentam dificuldades na

oralidade, por exemplo, o acréscimo da vogal “i” no final de palavras que na Língua

Inglesa terminam em consoantes como milk /mɪlk/ e house /haʊs/, o que

compromete a comunicação na Língua Inglesa. Além disso, foi percebida pela

professora pesquisadora a falta de um material no qual os alunos pudessem mesclar

a aprendizagem obrigatória curricular com a prática oral, com aplicabilidade em uma

sala de aula com uma média de 35 a 40 alunos. Fatos como estes chamaram a

atenção da pesquisadora, que percebeu a necessidade de se realizar um trabalho

mais aprofundado com a fonética. Desta forma, surgiu a problemática de pesquisa:

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O que e como trabalhar aspectos da fonética da Língua Inglesa para possibilitar um

bom desempenho de estudantes do Ensino Médio na produção de gêneros textuais

orais como o Limerick?

Assim, os objetivos deste estudo são:

a) elaborar e aplicar material didático com foco em aspectos fonéticos

relevantes da Língua Inglesa, a fim de favorecer o desempenho da oralidade em

alunos do Ensino Médio na produção em Inglês de gêneros textuais orais como o

Limerick;

b) analisar os resultados obtidos com a aplicação do produto educacional

proposto.

Parte-se da hipótese de que se os aspectos fonéticos forem trabalhados

com base em um material digital propício, os alunos poderão pronunciar de modo

mais satisfatório os sons das palavras da Língua Inglesa. Acredita-se também que

os alunos terão maiores condições de produzir o Limerick de forma mais adequada

às características do gênero, uma vez que haverá uma discussão sobre o tema no

material proposto.

Além desta Introdução, que configura o capítulo 1 e aborda os elementos

essenciais da pesquisa, será discutido no capítulo 2 dessa dissertação, como forma

de Fundamentação Teórica, o ensino da Língua Inglesa no Ensino Médio.

Apresenta-se uma breve discussão sobre a variedade de materiais didáticos

disponíveis para o ensino de Inglês nas escolas regulares. Através desta

abordagem, é possível perceber quais materiais são mais usados e quais

argumentos fundamentam o uso deles. Ainda no capítulo 2, são abordadas a

habilidade oral e a necessidade desta habilidade em sala de aula durante as aulas

de Língua Inglesa. Muito se sabe que esta habilidade é a menos trabalhada nas

escolas regulares devido aos inúmeros problemas encontrados em sala de aula,

como a falta de recursos. Expõe-se também o conceito de gêneros textuais, suas

principais características e o como o ensino de gêneros textuais pode ser válido na

aprendizagem da Língua Inglesa nas escolas regulares. Além disso, descrevem-se

as características gerais do Limerick e se esclarece por que este tipo de gênero

textual foi escolhido pela professora pesquisadora.

O capítulo 3 destina-se à Metodologia utilizada nesta dissertação. São

informados os alunos participantes, o espaço utilizado para a aplicação do produto

educacional, o produto em si e os conteúdos abordados. Os resultados são

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apresentados no capítulo 4, onde os encontros aparecem descritos um a um e há

análises da professora pesquisadora diante das situações encontradas em sala de

aula. Neste capítulo, registram-se os limericks produzidos pelos alunos e as análises

referentes a esse gênero textual oral.

As Considerações Finais compõem o capítulo 5, que apresenta síntese dos

principais resultados do estudo em vista do problema e objetivos de pesquisa. Por

fim, o produto elaborado poderá ser apreciado no apêndice desta dissertação, assim

como no site cujo endereço se encontra no capítulo destinado à metodologia.

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2 O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO

2.1 OS MATERIAIS DIDÁTICOS DISPONÍVEIS

No Brasil, a LI é ensinada através do uso de diversos meios pedagógicos, os

quais podem se adequar à metodologia adotada pela escola ou pelo professor em

sala de aula. Para isso, em algumas escolas – particulares, públicas ou de línguas -

há material didático usado para nortear as aulas. É de conhecimento que “... o

material didático está explicitamente no centro do processo e precisa ser aplicado e

implementado pelo professor com bastante presença” (WEININGER, 2001, p.6).

Assim, o professor é o responsável em sala de aula por saber como utilizar esse

material de forma efetiva e, como afirmado anteriormente, complementam o que

está ali presente, uma vez que o educador é quem conhece o perfil de seus alunos.

O fato de o professor complementar o material didático também é importante pois

[...] a maioria dos materiais didáticos utilizados no Brasil é produzida por editoras britânicas ou estadunidenses. [...] O fato de o livro didático ser elaborado em outros países inevitavelmente traz questões culturais que precisam ser consideradas pelo professor não apenas no que diz respeito aos temas abordados, que podem ou não interessar aos seus alunos, mas também em termos dos valores ideológicos veiculados, os quais precisam ser problematizados em sala de aula (OLIVEIRA, 2015, p.28).

O uso, nas escolas particulares, de materiais didáticos estrangeiros para

ensino de Língua Inglesa produzidos para falantes brasileiros deixa de proporcionar

ao aluno a inserção em sua própria realizada através de contextos reais do seu

cotidiano, assim o professor pode optar por complementar este material de acordo

com sua necessidade ou até pedir para que seus alunos busquem informações

sobre certos temas que fazem parte de sua realidade. Desta forma o professor pode

responsabilizar os alunos pela sua própria aprendizagem, método que pode

colaborar com a lacuna que existe na escola privada brasileira quanto à falta de

estrutura escolar para a aprendizagem da Língua Inglesa.

Dentre os materiais utilizados em sala de aula, em sua maioria, os livros

didáticos de Língua Inglesa se dividem em livro de texto, livro de gramática e uma

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mídia para que os alunos façam uso em casa ou em sala de aula. Em relação à

gramática, esses materiais

[...] têm como característica a apresentação de uma regra gramatical em uma página e atividades para exercitar o seu uso na outra página. Embora a competência gramatical seja uma dimensão importante no aprendizado de línguas, claramente não abrange tudo o que o aprendizado de uma língua envolve, pois é possível dominar as regras de formação de sentenças em uma língua e ainda não conseguir utilizar a linguagem para uma comunicação significativa (RICHARDS, 2006, p.3).

O material didático deverá ser sempre analisado pelo professor de forma

que ele perceba o que se complementa, como afirmado por Richards(2006), a

gramática, que consta de boa parte dos livros, não é a totalidade da aprendizagem

de uma língua, mas sim uma parcela dos elementos que a constroem.

Deve-se considerar o fato de que “Falta, [...] articulação com a prática de

sala de aula”(CRISTOVÃO, 2005, p.118), assim o professor deve pensar nessa

forma de articular livro didático e sala de aula antes de optar por um material mais

adequado, uma vez que o instrumento perfeito não existe.

O papel do professor se assemelha ao do material didático, por exemplo,

instigar e guiar os alunos, nortear os conteúdos, desenvolver as habilidades da

Língua Inglesa, entre outros. Portanto, o professor deve compreender o material

didático como suporte para suas aulas e não como uma ferramenta indispensável

para que seja possível a aprendizagem do Inglês pelos alunos.

Uma alternativa pedagógica que pode ser utilizada como ferramenta de

aprendizagem pelo professor, como complemento do material didático, seriam as

TIC1, uma vez que

Para familiarizar os alunos com uma postura mais autônoma, o professor deve levar seus estudantes gradualmente a formas de exercícios mais independentes e familiarizá-los com o uso autônomo de recursos das chamadas novas tecnologias”(WEININGER, 2001, p.61).

1Tecnologia da informação e comunicação ou TIC é a área que utiliza ferramentas tecnológicas com o

objetivo de facilitar a comunicação e o alcance de um alvo comum. Além de beneficiar a produção industrial de um determinado bem, as TIC também servem para potenciar os processos de comunicação. Assim, a educação é uma das áreas que mais se beneficia com a implementação das TIC. Uma melhor aprendizagem é uma das consequências de uma melhor comunicação (Disponível em:<http://www.significados.com.br/tecnologia-da-informacao/>).

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O uso das tecnologias possibilita ao aluno seguir a aprendizagem de acordo

com suas limitações. Entretanto, este recurso exige um professor mediador capaz

de identificar a necessidade de cada aluno e que não seja mais o foco da fala da

Língua Inglesa em sala de aula, e sim promova a participação ativa do aluno no

aprendizado.

Segundo Gomes(2016, p.82), é com o uso das TIC que “os participantes

ensinam e aprendem uns com os outros”, o que é um dos objetivos da Língua

Inglesa, se não um dos principais, fazer o aluno ser o falante ativo do Inglês em sala

de aula. É através da participação ativa do aluno no ambiente escolar que o

professor poderá identificar os sons da Língua Inglesa nos quais os alunos possuem

uma maior dificuldade, podendo assim lecionar não só a gramática, interpretação

textual e listening em sala de aula, mas também introduzir o ensino da fonética.

Além disso, o uso das TIC em sala de aula pode “atualizar e diversificar as

suas ofertas continuamente”(WEININGER, 2001, p.59), assim o próprio professor

pode retomar um conteúdo com a turma de forma a modificá-lo de acordo com o

perfil necessário; algo que é mais trabalhoso no material didático impresso, onde o

professor necessita fazer recortes de livros diferentes para que assim possa atender

a turma para quem leciona.

Essas considerações indicam que não existe um material didático completo,

mas vários livros que podem se complementar juntamente com a ajuda das TIC, que

vieram para ajudar o professor de Língua Inglesa.

2.2 A HABILIDADE ORAL

A aprendizagem através de todas as habilidades é válida, entretanto deve se

rever a metodologia como isso é aplicado em sala de aula, por exemplo, qual o

significado e a relevância da leitura para o aluno de uma escola regular. Esta mesma

leitura pode se tornar relevante quando o aluno e professor reconhecem qual é a

pronúncia satisfatória, onde o locutor e interlocutor conseguem se compreender. Por

isso, acredita-se que uma compreensão mais consistente de elementos da fonética

da Língua Inglesa, por parte dos alunos brasileiros, pode torná-los mais proficientes

na produção de texto oral nessa língua.

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Abordando os objetivos do ensino de línguas estrangeiras na escola regular,

os documentos governamentais da educação brasileira dizem que “busca-se a

formação de indivíduos, o que inclui o desenvolvimento de consciência social,

criatividade, mente aberta para conhecimentos novos, enfim, uma reforma na

maneira de pensar e ver o mundo” (BRASIL, 2006, p.90). Tais apontamentos

mostram que é pedido que o professor de Língua Inglesa trabalhe com seus alunos

as diversas manifestações da língua estrangeira,possibilitando a aplicação das

quatro habilidades em sala de aula. É possível observar que os documentos oficiais

discutem a aplicação da habilidade oral em sala de aula, porém o foco do Ensino da

Língua Inglesa, segundo estes documentos, é na habilidade de leitura, justificando

que a “função comunicativa[...] visando prioritariamente a leitura e a compreensão

de textos verbais orais e escritos – portanto, a comunicação em diferentes situações

da vida cotidiana” (BRASIL,2015, p.94).

A habilidade leitora torna-se foco nas aulas de Língua Inglesa, uma vez que

tal habilidade é a exigência principal dos vestibulares e de testes de conhecimento

que são aplicados para os alunos brasileiros. Assim, não há como ignorar a

necessidade do ensino da habilidade de leitura, para tanto é possível e conveniente

que a mesma possa ser complementada pelas outras habilidades – fala, escrita, e

audição.

Para se aprender uma língua estrangeira, o ideal é que haja uma conexão

entre todas as habilidades, deixando de focar apenas em uma, pois quando o aluno

for aplicar a Língua Inglesa em conversas diárias, a pronúncia deve ser inteligível

para o interlocutor.

É importante que ao aplicar a oralidade da Língua Inglesa em sala de aula,

professor e aluno tenham o conhecimento de que é normal que as características de

sua língua materna possam ser transferidas para a nova língua que está em

aprendizagem, no caso o inglês. Para tanto, deve ser apontado que, apesar das

características da língua materna acompanharem a aplicação oral do inglês, aluno e

professor devem se manter atentos para que não haja confusão na compreensão da

mensagem pelo ouvinte.

Conforme Lima (2009, p.71), “no nosso caso, somos e continuaremos sendo

falantes brasileiros de Inglês”, fato que deve ser levado em conta durante a

preparação das aulas do professor de Língua Inglesa, buscando assim mostrar aos

alunos as mais diversas variantes da fala desta língua estrangeira.

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20

Lima (2009) afirma também que

Sem dúvida, a abordagem comunicativa, que se estabeleceu dentro da área de estudos sobre o ensino de línguas no final da década de 1970, foi decisiva para romper com o paradigma da perfeição formal, dado que contribuiu para desmitificar a necessidade/obrigatoriedade da busca do sotaque nativo e, com isso, dar um freio à correção exagerada de aspectos irrelevantes da pronúncia, que não comprometiam a fluência do falante/aprendiz(LIMA, 2009, p.73).

Assim a abordagem comunicativa trouxe para a sala de aula o trabalho com

a oralidade através da aplicação de diálogos que simulam a realidade vivida pelo

aluno. Para que a oralidade possa ser trabalhada de forma que o aluno busque uma

pronúncia satisfatória, é necessário que ele tenha conhecimento razoável também

da fonética da Língua Inglesa.

Apesar de discutir que o aluno brasileiro não necessita falar Inglês como um

nativo, é necessário não deixar que características marcantes da língua materna

impeçam a comunicação , avaliando

[...] cuidadosamente o erro do nosso aluno dentro da sua interfonologia e, consequentemente, decidir o que corrigir”. [...] A necessidade de corrigir palavras que, mesmo não causando ‘estranhamento’ ou ‘incompreensão’ no outro, geram a compreensão de uma mensagem diferente daquela que foi pretendida originalmente pelo falante por um problema de não distintividade vocálica, por exemplo, que coloca palavras de um par mínimo como sheet /shit - coffee / copy em um mesmo contexto (LIMA, 2009, p.72).

Desta forma, é necessário que haja uma intervenção na fala dos alunos pelo

professor, levando em conta o fato da normalidade em carregar as características da

língua materna, assim o ensino da fonética poderá colaborar com esse aprendizado.

“Afinal, se os falantes nativos fazem uso de diferentes variantes, a depender do

lugar onde nasceram e viveram, por que exigir que um aluno de Inglês como LE não

tenha a mesma possibilidade?”(RAMOS, 2009, p.56).

Nesse sentido, conclui-se que o professor deve apresentar a fonética aos

alunos, através de conteúdos relevantes, para que alcancem melhor desempenho

na oralidade.

O ensino da oralidade da Língua Inglesa na escola regular se faz necessário

uma vez que

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Com o desenvolvimento tecnológico, mais notadamente o advento do avião a jato, surgiu uma nova razão para se aprenderem línguas estrangeiras. O turismo se consolidou no mundo ocidental e o contato direto entre pessoas de países diferentes, que falam línguas distintas, intensificou-se. Consequentemente, criou-se a necessidade de se aprenderem línguas estrangeiras para a comunicação (OLIVEIRA, 2009, p.24).

Entretanto, os estudantes de Língua Inglesa enfrentam obstáculos na

pronúncia, uma vez que muitos sons do Inglês não existem na Língua Portuguesa, o

que causa ainda mais desconforto na produção oral.

Para que a aprendizagem de uma língua estrangeira possa atender as

necessidades do aluno, é necessária a utilização de situações concretas

(CRISTÓFARO-SILVA, 2012, p.9), assim o aluno deve aplicar o uso oral do Inglês

através de situações que sejam contextualizadas para que o uso se torne

significativo.

Dentro de sala de aula, a oralidade muitas vezes é vista como um obstáculo

por parte de alguns professores que podem se sentir desafiados por alunos que, por

sua vez, têm um acesso ilimitado ao uso de outras línguas em suas casas, podendo

assim ter um conhecimento diferenciado do docente. Apesar desse fácil acesso à

Língua Inglesa pelos alunos, eles devem ser orientados como realizar a pronúncia

mais adequada, aprendendo assim como proceder com o aparelho fonador, uma vez

que no Inglês há produções sonoras diferentes do português.

O professor deve ter um papel ativo na aplicação do ensino de fonética, pois

o mesmo deve direcionar o aluno para que este possa ter “um autocontrole fonético

crítico para pronunciar de maneira satisfatória os sons da língua que

aprende”(SOUZA, 2009, p.38). A intenção de ensinar ao aluno a oralidade da Língua

Inglesa não deve ser apenas para torná-lo um reprodutor de sentenças, mas sim um

aprendiz crítico que saberá que a “maneira satisfatória” (SOUZA, 2009, p.38) é

aquela na qual o ouvinte poderá compreendê-lo claramente.

Uma das responsabilidades do professor é também explicar para o aprendiz

que ele irá falar Inglês como um brasileiro, pois ao ensinar o aluno a oralidade desta

língua, deve ficar claro a presença de sons do Inglês que devem ser pronunciados

adequadamente, para que não haja confusão na compreensão da mensagem, mas

sem a necessidade de imitação do sotaque dos nativos de Língua Inglesa.

O aluno poderá se tornar um falante do Inglês mesmo carregando as características

da sua língua materna, “tal consciência crítica no aprendizado da pronúncia é

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essencial, uma vez que há uma tendência natural de o aluno transportar os hábitos

linguísticos de sua língua materna na aprendizagem de outra língua”(SOUZA, 2009,

p.38).

2.2.1 Uso da fonética

O aspecto fonético da Língua Inglesa terá um papel importante no produto

educacional elaborado, uma vez que ele irá guiar as aulas para a produção oral dos

alunos. Para tanto, deve-se saber que “[...] fonética é o estudo dos sons da fala

humana” (ANTUNES; ROCHA, 2009, p.126), por exemplo, a questão do

prolongamento da vogal, as letras que são voiced(vozeadas) e

voiceless(desvozeadas), entre outros. A fonética é representada nos dicionários

pelas letras/símbolos entre colchetes[ ] ou barras / /.

Uma confusão que é causada pelos alunos do ensino regular durante as

aulas de Língua Inglesa é o equívoco de pronunciarem o fonema como seu grafema,

ou seja, realizar a fala de uma palavra do inglês assim como ela se encontra na sua

forma escrita. Para tanto, “a importância de se aprender a fonética ao se estudar

uma língua deve-se ao fato de, geralmente, pensarmos na palavra como ela é

escrita e não como ela é dita ou percebida por um ouvinte.”(SOUZA, 2009, p.37).

O material foi elaborado utilizando a fonética da Língua Inglesa:

A primeira contribuição linguística ao ensino da pronúncia ocorreu a partir do Movimento de Reforma no ensino de línguas, influenciado por foneticistas que criaram a Associação Internacional de Fonética em 1886 e desenvolveram o Alfabeto Internacional de Fonética (IPA – International Phonetic Alphabet), resultado do estabelecimento da fonética como uma ciência dedicada a descrever e analisar os sistemas de sons das línguas (SOUZA, 2009, p.35).

Este alfabeto fonético é um instrumento utilizado para descrever e analisar o

sistema sonoro da língua, tendo aqui como destaque a Língua Inglesa. Os símbolos

presentes no IPA buscam representar a fala através da escrita para que os falantes

de uma Língua Estrangeira não confundam o fonema com o grafema.

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Imagem 2 - Símbolos fonéticos conforme o IPA 2015. Fonte: International Phonetic Association.

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Imagem 2 – Tabela fonética simplificada baseada no IPA. Fonte: Pinterest.

Para que o IPA seja usado de forma eficiente, ao se transcrever uma palavra

da Língua Inglesa, deve-se pensar na sua forma sonora e não no spelling(grafia).

Assim, questionar “Quantas vogais há na Língua Inglesa?” se for pensado primeiro

em termos de grafia, tem-se como resposta cinco - a, e, i, o, u. Mas se analisar por

meio dos sons, haverá muito mais2” (ASHTON; SHEPHERD, 2012, p. 10).

Fizeram parte da elaboração do IPA, além de estudiosos da área, pessoas

que aplicam o ensino de Língua Inglesa para estrangeiros em sala de aula

(BRINTON et al., 2010). Para esta elaboração, seus criadores defenderam as

seguintes noções e práticas:

A forma oral de uma língua é primária e deveria ser ensinada primeiro.

As descobertas sobre a fonética deveriam ser aplicadas ao ensino de línguas.

Os professores devem tem uma aprendizagem sólida em fonética.

2 Tradução livre. “...how many vowels are there in English? If we think in terms of spelling, the answer

is five: a,e,i,o and u. But if we think in terms of the sound that we hear, there are many more.”

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Os aprendizes deveriam ter treinos sobre a fonética para estabelecer bom hábitos em sua fala (BRINTON et al., 2010, p.3).

3

Para a aplicação deste material, o aluno deverá tomar consciência da

existência deste alfabeto e dos símbolos nele presente; para facilitar esta

aprendizagem, a unidade didática irá focar sons relevantes, não havendo a

necessidade de exigir que o aluno decore estes símbolos.

2.3 O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS ORAIS

No Brasil e em muitos outros países, cada vez mais, os professores estão

aderindo à proposta de trabalhar a língua materna ou estrangeira tendo como objeto

de ensino e melhorar a aprendizagem os gêneros textuais:

Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositadamente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. [...] os gêneros são muitos. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por adiante (MARCUSCHI, 2010, p.23).

Existem gêneros textuais que são comuns a diversos domínios discursivos,

ou seja, “[...] o próprio suporte ou o ambiente em que os textos aparecem que

determinam o gênero presente” (MARCUSCHI, 2010, p.22), por exemplo, emails,

conversas telefônicas e relatórios. Há também gêneros textuais que são exclusivos

de determinados domínios discursivos como a missa, sentença judicial e o laudo

médico, característicos respectivamente da religião, poder judiciário e medicina

(SANTOS, 2015).

3 Tradução livre. “The spoken form of a language is primary and should be taught first. The findings of

phonetics should be applied to language teaching. Teachers must have solid training in phonetics. Learners should be given phonetic training to establish good speech habits.”

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Os gêneros textuais podem também serem divididos quanto ao seu grau de

autoria, sendo eles:

Baixo: requerimentos, nota fiscal, ficha cadastral, entre outros;

Médio: ata, B.O, resumo, fichamento, notícia jornalística, entre outros;

Elevado: poema, artigo científico, romance e outros mais.

É possível que um gênero textual se origine de outro já existente, ou seja,

um gênero textual secundário provém de um primário, por exemplo, uma conversa

espontânea (gênero textual primário) que origina os secundários como o

chat(internet) e uma conversa telefônica (telecomunicação) (SANTOS, 2015).

Assim, cada gênero textual tem seus traços característicos, os quais podem

identificar e diferenciar um gênero de outro. Por exemplo, o poema que é um

Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero (LOPEZ, 2013, p37).

Apesar de cada gênero textual possuir características próprias, ele

continuará sendo o mesmo gênero mesmo se o autor omitir certa propriedade em

sua construção. Por exemplo, “uma carta pessoal ainda é uma carta, mesmo que a

autora tenha esquecido de assinar o nome no final e só tenha dito no início: Querida

mamãe” (MARCUSCHI, 2010, p.31).

Ao se referir às diferentes formas de expressar os gêneros textuais,

Pinto(2010, p.51) afirma que a “ fala e escrita como formas de manifestação da

linguagem só se desenvolvem a partir de suas próprias realizações e do uso

contínuo em situações significativas.” Assim sendo, a fala e a escrita interagem, de

modo que se houver um trabalho em sala de aula com essas duas modalidades, o

aluno terá a oportunidade de aperfeiçoar suas habilidades linguísticas de uma forma

mais promissora.

Com a prática da habilidade oral na Língua Inglesa, o aluno se prepara

melhor para produzir gêneros textuais orais, podendo assim analisar, compreender,

contextualizar, questionar e selecionar informações e recursos linguísticos

adequados aos seus objetivos. Para tanto, deve-se saber que gêneros textuais orais

são:

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[...] uma noção cotidiana usada pelos falantes que se apoiam em características gerais e situações rotineiras para identificá-lo. Tudo indica que existe um saber social comum pelo qual os falantes se orientam em suas decisões acerca do gênero de texto que estão produzindo ou que devem produzir em cada contexto comunicativo. Esses gêneros não surgem naturalmente, mas se constroem na interação comunicativa e são fenômenos sociointerativos (MARCUSCHI, 2008, p.187).

Podem ser destacados como alguns exemplos de gêneros orais: aulas

expositivas, exames orais, conversa telefônica, seminário, podcasts, solicitação de

informação e entrevista. Assim cabe ao professor saber escolher os gêneros

textuais orais apropriados para trabalhar em sala de aula, pois é através desta

escolha consciente que o educador terá a oportunidade de proporcionar

aprendizagem sem que a mesma se torne monótona, cansativa e repetitiva, como

de costume nas aulas de Língua Inglesa.

O trabalho com gêneros textuais orais durante as aulas de Língua Inglesa

torna-se produtivo, uma vez que os mesmos podem abordar tópicos exigidos pelas

matrizes curriculares do Ensino Médio, além de possibilitar ao professor discussões

amplas, inserindo assim o aluno em contextos reais dos quais faz parte.

Cabe aqui lembrar que uma das competências do ENEM quanto às línguas

estrangeiras é: “Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como

instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.”

(PARANÁ, 2015). Assim pode-se conectar as características desta competência com

a aplicação de diferentes gêneros textuais orais durante as aula de Língua Inglesa,

uma vez que afirma-se que gêneros textuais orais “ ...são modelos comunicativos.

Servem, muitas vezes, para criar uma expectativa no interlocutor e prepará-lo para

determinada reação” (MARCUSCHI, 2010, p.35). É possível entender por reação o

fato de o aluno ter a possibilidade de aplicar os estudos realizados durante a aula de

Língua Inglesa através de um gênero textual oral, considerando o contexto ao qual

estiver inserido.

Existem inúmeros gêneros textuais orais e escritos, que podem possuir

características em comum, mas que apresentam traços identificadores específicos, a

fim de que cada um possa diferenciar-se dos outros. Em sala de aula, o professor

precisa promover o estudo dos gêneros textuais selecionados para apropriação, de

modo que os alunos consigam desempenho satisfatório na compreensão e produção

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de tais gêneros. Além disso, poderão usar os gêneros textuais para argumentar,

problematizar e interagir oralmente e por escrito.

Marcuschi (2010)recorda:

[...] no ensino de uma maneira geral, e em sala de aula de modo particular pode-se tratar dos gêneros [...] e levar os alunos a produzirem ou analisarem eventos linguísticos os mais diversos, tanto escritos como orais, identificarem as características de gênero em cada um. [...] Mas é de se esperar que por mais modesta que seja a análise, ela será sempre muito promissora (MARCUSCHI,2010, p.37).

Os benefícios de se trabalhar com os gêneros textuais em sala de aula são

vários e alguns podem ser destacados aqui:

Clareza para o professor e alunos;

Facilita o planejamento e a progressão curricular;

Considera o contexto social;

Efetiva a abordagem processual;

Contempla a abordagem pedagógica: o uso – reflexão – uso;

Possibilita trabalho com uma diversidade de textos (SANTOS, 2015).

É com base nesses argumentos que o ensino de fonética da Língua Inglesa

proposto pelo material didático elaborado, e nesta dissertação, irá culminar com a

elaboração de um gênero textual oral conhecido como Limerick. Tal gênero textual

foi escolhido por se tratar de um gênero textual de origem inglesa, o que se

harmoniza com o estudo da dissertação. Além disso, o Limerick trabalha de acordo

com os parâmetros necessários para serem trabalhados em sala de aula. Dentre

estes parâmetros, podem ser destacados o significado social e cultural que o

Limerick proporciona, onde os alunos poderão incluir informações que são de seu

conhecimento e interesse. Além disso, este gênero textual mostra-se compatível

com a capacidade linguística dos participantes desta pesquisa realizada com alunos

do Ensino Médio. Acredita-se que com este gênero textual o aluno terá “[...] a

oportunidade de observar quanto a oralidade como a escrita em seus usos culturais

mais autênticos sem forçar a criação de gêneros que circulam apenas no universo

escolar” (MARCUSCHI, 2010, p.38). O Limerick será produzido pelos alunos de

forma individual como conclusão da aprendizagem da fonética da Língua Inglesa

com a aplicação do conhecimento obtido.

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29

2.4 GÊNERO TEXTUAL LIMERICK

Há diferentes teorias sobre a nomenclatura deste gênero textual, não

existindo entre os estudiosos somente uma que seja aceita como correta; mas pode

ser afirmado que o termo surgiu após a criação do gênero. Até mesmo os textos de

autoria de seu maior precursor, Edward Lear, não eram nomeados como Limericks,

o autor utilizava o termo nonsense(sem sentido) para classificar seus textos. É

possível que o termo nonsense(sem sentido) tenha sido usado devido aos Limericks

serem muito concisos, e assim o autor necessitar exprimir a história, tornando-o

possivelmente confuso ao leitor(ÁVILA, 1995).

Segundo Ávila(1995, p.64), os Limericks possuem “[...] uma forma

extremamente compacta[...]”, devem ser escritos em sua totalidade entre 4 e 5

versos com informações completas. O primeiro verso é usado para a apresentação

do protagonista, o segundo para posicionar a situação inicial, o terceiro deve conter

a ação da história para acelerar o ritmo, e o último pode possuir uma ponte a qual

cause o riso ou conclua com um comentário sobre o caso, podendo haver um

mistério de como a história realmente termina.

Existem controvérsias quanto ao conteúdo que deve estar presente no

último verso, pois antes de Lear fazer uso dele, os Limericks possuíam uma ponte

que tinha como intenção causar o riso no leitor, porém ao se apropriar deste gênero,

Edward Lear causou estranheza ao somente “[...] ecoar o que já fora dito no primeiro

verso” (ÁVILA 1995, p.65). Desta forma, os escritores do gênero passaram a

escrever o último verso de acordo com o que é apropriado com a história

representada pelo seu Limerick.

Para se formar um Limerick, deve haver a presença “[...] de três de seus

aspectos básicos: o ritmo, o esquema de rimas e a economia narrativa” (ÁVILA

1995, p. 65). Um exemplo de Limerick com rimas é o texto chamado Hickory,

Dickory, Dock que se trata de uma versão cantada deste gênero conhecida também

como Nursery Rhymes:

Hickory, dickory, dock, The mouse ran up the clock; The clock struck one, And down he run, Hickory, dickory, dock.

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(Poetry Foundation, 2000)4

Para se tratar do ritmo, segundo Obeid (2016, p.4), “[...] o primeiro verso

rima com o segundo e com o quinto e possuem oito sílabas poéticas. Já o terceiro e

o quarto versos rimam entre si e possuem cinco sílabas poéticas”, formando uma

sequência AABBA de rimas entre os versos. Relativamente às sílabas poéticas,

Obeid(2016) se refere à sequência de sílabas fracas e sílabas fortes no mesmo

verso, para assim haver um ritmo sonoro na leitura de um Limerick. Existem autores

que usam rimas mais incomuns, nas quais modificam a escrita e exigem uma

pronúncia diferente das palavras, além disso, existem aqueles que escrevem os

Limericks sem rima alguma.

Todas essas características existentes para a criação de Limericks nem

sempre foram seguidas, por exemplo, Edward Lear retirou o tom de piada no verso

final do gênero. É discutido por Ávila(1995) o fato de haver também autores que se

cansaram da forma tradicional dos Limericks e começaram a escrevê-lo conforme

lhes fosse apropriado, utilizando seis ou sete versos ou até escrevendo os

chamados double Limericks (uma quadra, depois dois versos curtos, depois outra

quadra).

É importante salientar que o Limerick pode possuir uma história

aparentemente ilógica no decorrer de seus versos, uma vez que se trata de um texto

conciso, além disso, o autor pode optar pela presença ou não de rimas. Como

exemplo desta irregularidade nos Limericks, é relatado por Ávila (2005, p.69) o fato

de que “Lear explora essa insegurança mudando, de Limerick para Limerick, as

regras que governam seu mundo nonsênsico, de maneira a evitar que o leitor venha

a poder controlá-las.” Pode ser destacado como exemplo o seguinte Limerick

elaborado por Edward Lear:

There was an Old Lady of France Who taught little ducklings to dance When she said, “Tick-a- tack”, they only said “Quack” Which grieved that Old Lady of France (LEAR, 1846 apud ÁVILA, 2005, p.68)

5.

4 Poetry Foundation. Hickory, dickory, dock. Disponível em:< https://www.poetryfoundation.org/poems-

and-poets/poems/detail/46964>. Acesso em: 11 de set. 2016. 5 LEAR, Edward. The complete nonsense of Edward Lear. Org. Holbrook Jackson. London, Faber

and Faber, 1987.

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A irregularidade do Limerick é o que o faz ser um gênero textual diferente,

divertido e interessante. Com base nessas reflexões, pode ser afirmado que apesar

das irregularidades na escrita do Limerick, ele possui como características principais

o seu formato de 5 versos, o qual retrata um resumo de uma história escolhida por

seu autor, e a sua intenção de provocar o estranhamento no leitor, que muitas vezes

leva ao riso ou reflexão.

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3 METODOLOGIA

Para a realização da proposta, foram selecionados os tipos de pesquisa:

bibliográfica, de campo, experimental e analítica. Segundo Gil (2002, p.44), a

pesquisa bibliográfica “[...] é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Neste trabalho serviram de

fontes autores como Cristófaro-Silva (2012) e Brinton et al. (2010) para discutir

aspectos fonéticos e oralidade de Língua Inglesa para falantes do Português; Ávila

(1995), que discute as principais características do gênero textual Limerick; e

Weininger (2001), que trazem importantes aspectos sobre os materiais didáticos

disponíveis para o Ensino Médio. Para que a análise do material proposto por este

trabalho pudesse ser concretizada, foi necessária uma pesquisa experimental, a

qual para Gil (2002,p.47) “[...], consiste em determinar um objeto de estudo,

selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de

controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.” Após este

momento de seleção por meio da pesquisa experimental, houve a aplicação do

material proposto por meio da pesquisa de campo, que conforme Gil (2002),

[...] focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, uma vez que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias. —-No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada a importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo. Também se exige do pesquisador que permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente com essa imersão na realidade é que se podem entender as regras, os costumes e as convenções que regem o grupo estudado (GIL, 2002, p.52).

A modalidade pesquisa de campo foi selecionada, uma vez que o material

elaborado foi aplicado em sala de aula, para que seja analisado quanto à sua

efetividade e possa ser reformulado quando necessário.

Para a análise dos resultados da pesquisa, foi necessário o uso das

características presentes na pesquisa analítica, que para Gil (2002), é responsável

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por, “[...] ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas

possibilitem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa” (GIL, 2002, p.78).

O projeto foi aplicado em uma turma de um colégio particular da cidade de

Londrina-PR. Nesse colégio, denominado de Colégio A, o ensino é baseado no

trabalho em equipe com alunos de diferentes séries do Ensino Médio na mesma

turma. Os alunos se dispõem na sala de aula em 7 equipes de 5 alunos cada. Como

a proposta de aprendizagem é interseriada, cada equipe precisa possuir um aluno

de cada série do Ensino Médio. Além disso, os alunos estudam em salas de aula

chamadas de oficinas, onde as disciplinas se desenvolvem por meio de um tema

norteador e, a cada bimestre, os alunos trocam de oficina para poder ter

conhecimento de temáticas diferentes.

Primeiramente, foi conversado com a equipe diretiva do Colégio A para obter

permissão, a mesma só foi concedida desde que a professora aplicasse o material

com todas as turmas do colégio, pois a coordenação afirmou que a temática seria

interessante para todos os alunos. Além disso, a questão de se aplicar em todas as

turmas seria necessária, uma vez que, ao trocar de bimestre, os alunos trocam

também de oficina. Assim, o acompanhamento do conteúdo poderia ser confuso

para os alunos que estavam em oficinas diferentes daquela em que o material

estivesse sendo aplicado, poderiam nem ao menos ter participado do início da

aplicação. Este tipo de proposta não foi aceita pela professora pesquisadora, haja

vista que o colégio possui aproximadamente 300 alunos, assim ficaria inviável a

análise do produto final produzido pelos alunos.

Desta forma, o acordado com a direção foi que o material seria aplicado em

todas as oficinas, desde que uma delas pudesse permanecer imutável de um

bimestre para o outro. Assim os mesmos alunos participariam da aplicação do início

ao fim e, como consequência, não haveria um volume elevado de material final para

análise. O acordo foi finalizado desta maneira, então houve a necessidade da

reserva da sala de informática para que a aplicação pudesse ser iniciada.

Ao requerer a reserva da sala de informática, única para o uso de todo o

colégio, a professora pesquisadora se deparou com o fato de que a mesma estava

sem uso, uma vez que faltavam os acessórios dos computadores como mouse e

teclado, e a internet estava com problemas. Outra alternativa seria através do uso da

wi-fi do colégio, porém a autorização para o uso da mesma foi negada, pois ela só

pode ser utilizada por funcionários, e não por alunos.

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A coordenação do colégio ofereceu como alternativa o uso do datashow

para a aplicação do material durante duas semanas para que a regularização da

sala de informática fosse realizada. A proposta foi aceita pela professora

pesquisadora para que assim não houvesse atrasos na aplicação do material e não

prejudicasse a análise de dados posteriormente. Como este tipo de aplicação não

era o desejado pela professora, uma vez que ela era a única pessoa a possuir o

contato com o material e não os alunos, foi solicitado à coordenação o acesso à

sala de informática a qual, após três semanas, ainda não estava regularizada e já

não havia mais prazo para que isto acontecesse. Assim, em uma reunião de

orientação, foi decidido por suspender a aplicação do material até que uma nova

solução fosse encontrada.

Durante este período, a professora pesquisadora foi contratada por uma

outra instituição, aqui denominada de Colégio B, para lecionar também Língua

Inglesa, a qual depois de uma conversa explicativa com a coordenação sobre o

material elaborado, obteve a liberação de uma de suas salas de informática para

que os alunos do Colégio A pudessem usar durante a aplicação do produto.

Na mesma semana, foi conversado com os alunos de todo o Colégio A

sobre esta nova proposta, aplicar o material nas dependências do Colégio B, uma

vez que lá seria possível o uso de computadores de forma individual por eles. Foi

pedido para que os alunos que possuíssem interesse fossem até a professora

pesquisadora para se inscreverem em um prazo máximo de 7 dias. Houve a

inscrição de 18 alunos de um total de 323 que o Colégio A possuía no Ensino Médio,

fato que ocorreu possivelmente devido à aplicação da atividade ser em outra

localidade, o que exigiu o deslocamento dos alunos e, além disso, esta aplicação

seria realizada em um horário alternativo, somente na sexta à noite, liberado pelo

Colégio B que possui esta sala de informática.

Esse processo de regularização da aplicação da atividade levou 3 meses

para acontecer, ou seja, a aplicação do material que havia sido planejada para ter

início em fevereiro de 2015, com aproximadamente 10 encontros de 1h e 40min.

cada, começou a ser aplicada somente em julho desse mesmo ano e podendo ser

aplicado unicamente uma vez por semana durante 2 horas de aula, totalizando 5

encontros.

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35

3.1 OS ALUNOS PARTICIPANTES

Inicialmente, para a aplicação do material, foi escolhida uma das turmas

aleatoriamente. Uma vez que os alunos se encontram interseriados, essa escolha

não iria influenciar as atividades. A sala possui 35 alunos, sendo 10 do 1º ano do

Ensino Médio, 15 do 2º ano e 10 do 3º ano, os quais se posicionam em equipes

interseriadas de 5 alunos, sem a necessidade de quantos alunos de cada série

devem estar em cada equipe.

Entretanto, após a falta de equipamentos necessários para a aplicação do

material com os alunos no Colégio A, houve a necessidade de pedir para que os

alunos se inscrevessem para poder participar da atividade em outra localidade.

Assim, os alunos foram avisados sobre a situação e a professora pesquisadora

explicou a importância da atividade para que os alunos se inscrevessem para estas

aulas. No prazo de 7 dias, houve 18 inscrições, finalizando este passo antes da

aplicação da atividade.

Os alunos que se inscreveram possuem entre 15 e 18 anos, pois foram

alunos interseriados do Ensino Médio - sendo 4 de 3º ano, 9 de 2º ano e 5 de 1º ano

- que se dispuseram a participar da atividade. Entre esses 18 alunos, somente 2

frequentam aulas de Inglês em escola de idiomas, o restante possui o conhecimento

da Língua Inglesa referente ao que se aprende na escola regular.

3.2 O ESPAÇO DE APLICAÇÃO

A aplicação do produto foi realizada em uma sala de informática em um

endereço diferente de onde os alunos participantes estudam. Esta sala de

informática possui 25 computadores, sendo todos notebooks com acesso à internet.

Além disso, há também um datashow, lousa branca, caixas de som e uma tela para

reprodução das mídias.

Os computadores são dispostos em fileiras, os alunos organizados um ao

lado do outro e o professor possui um computador individualizado com acesso à

internet e acessibilidade para a reprodução das informações através do

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datashow.Este espaço foi disponibilizado para a aplicação somente às sextas-feiras

das 18h 30min. até às 20h 30min.

Imagem 3 - Espaço disponibilizado para a aplicação do material Fonte: Acervo pessoal.

3.3 O PRODUTO EDUCACIONAL

Para atingir os objetivos deste trabalho, foi elaborado um material didático

com foco em aspectos fonéticos relevantes da Língua Inglesa, a fim de favorecer o

desempenho da oralidade em alunos do Ensino Médio na produção em Inglês de

gêneros textuais orais como o Limerick; e posteriormente analisados os resultados

obtidos com a aplicação. Este material foi aplicado junto a alunos do Ensino Médio

de um colégio particular situado na cidade de Londrina-Paraná.

A fonética do Inglês foi trabalhada com a presença de tópicos explicativos de

como assimilar e produzir os sons relevantes da Língua Inglesa para falantes

brasileiros. As atividades presentes no material em questão têm a intenção de tornar

os alunos aptos a entender os símbolos fonéticos da Língua Inglesa para assim

produzir os sons, praticando-os em diálogos contextualizados.

As atividades foram finalizadas pela criação de um Limerick oral produzido e

gravado pelos alunos através das ferramentas que eles possuem como celular ou

computador, o qual será enviado por email para a análise do áudio pela professora.

3.3.1 A produção do material

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Para a produção do material em discussão nesta dissertação, foi optado por

sons da Língua Inglesa que são relevantes na pronúncia para os falantes do

Português Brasileiro6. Para tanto, a professora pesquisadora teve de questionar os

temas escolhidos quanto à necessidade deles no material elaborado, levando em

consideração o nível de conhecimento dos alunos e o tempo hábil para a aplicação

do produto. O primeiro questionamento da professora pesquisadora surgiu ao iniciar

a elaboração do produto, uma vez que o tema de abertura não poderia ser algo

aprofundado sobre fonética, para que assim os alunos não se desmotivassem sobre

a temática ao se deparar com algo que possui certa complexidade. Desta forma, a

solução da temática inicial do material elaborado, deu-se através do conhecimento

da vivência em sala de aula da professora pesquisadora, onde foi concluído por ela

que grande parte dos alunos realizam na primeira aula o equívoco de pronunciar as

palavras da mesma forma como são escritas. Então, é através da discussão sobre

writing x pronunciation que o produto é iniciado, fazendo uso de exemplos do inglês

e também do português, para que assim os alunos não pensem que o fonema se

difere do grafema somente na Língua Inglesa.

A discussão inicial sobre a diferença de grafema e fonema dá abertura para

a introdução dos símbolos fonéticos, para que os alunos possam compreender que a

fala pode ser representada por símbolos, evitando assim um possível equívoco que

eles possam cometer na pronúncia através da simples leitura das palavras em

inglês. Para mostrar a serventia dos símbolos fonéticos, foi optado pela professora

pesquisadora em continuar o material elaborado com o uso do dicionário como

suporte para pronunciar palavras na Língua Inglesa, uma vez que a pronúncia

fonética está presente neste tipo de ferramenta.

Antes de iniciar a análise para quais sons da Língua Inglesa são relevantes

para o falante do português brasileiro, a pesquisadora optou por inserir no material

os sons, e seus respectivos símbolos fonéticos, das letras do alfabeto. Assim é

possível discutir que uma letra pronunciada de forma individual possui um som e

quando inserida em uma palavra pode possuir outro, fato que possibilita a criação de

pronúncias inadequadas na fala em inglês, como por exemplo, a palavra apple, onde

6 Caracteriza-se aqui como português brasileiro, pois há grandes variações linguísticas e estruturais

da língua portuguesa de outros países.

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falantes equivocados perante ao som que a letra A possui no alfabeto /ei/,

pronunciam /eipəl/, sendo que a fala satisfatória para apple é /ˈæpəl/.

Para dar continuidade ao material era necessário pensar quais seriam os

sons discutidos e a sequência a ser seguida, para tanto a professora decidiu por

optar por tópicos analisados pela pesquisadora em aspectos fonéticos Cristófaro-

Silva (2012) no livro “Pronúncia do Inglês- para falantes do português brasileiro”.

Entretanto nem todos os sons discutidos neste livro foram abordados no material

elaborado, pois a professora pesquisadora confrontou os tópicos levantados por

Cristófaro-Silva (2012), com a sua experiência de 7 anos em sala de aula para assim

chegar ao sumário final do produto. O livro “Pronúncia do Inglês- para falantes do

português brasileiro” foi escolhido como base para a escolha dos sons inseridos no

material uma vez que autora Cristófaro-Silva (2012, p.16), afirma que: “Como se

trata de um livro diretamente voltado para os falantes do português brasileiro, serão

enfatizados aspectos da pronúncia do Inglês relevantes para os brasileiros que

aprendem Inglês como língua estrangeira.”

Os sons escolhidos foram divididos conforme as letras que os emitem

iniciando assim pelas consoantes, assim elas foram divididas em voiceless

(desvozeadas) e voiced (vozeadas). Este primeiro momento do tópico consonant

sounds (sons das consoantes), é para uma explicação da emissão de tais sons de

forma geral para que não houvesse a necessidade da explicação desse tema em

cada aula que o tópico estivesse presente. A professora pesquisadora pensou em

iniciar a apresentação das consoantes as dividindo em voiceless (desvozeadas) e

voiced (vozeadas) ao lembrar-se dos sons existentes para o TH // e /θ/, e da

necessidade de eliminar o acréscimo da vogal I da pronúncia no final de palavras

como, por exemplo, milk /mɪlk/, temas que também foram discutidos no produto.

Durante uma das aulas da qual a professora pesquisadora leciona durante a

semana, um aluno questionou o porquê da diferença na pronúncia do artigo THE /ði/

e /ðə/, em frases distintas presentes em um diálogo. A professora apresentou os

argumentos com exemplos para sanar a dúvida do aluno, e então foi optado por

adicionar estes sons ao produto, uma vez que os alunos desconhecem a diferença.

O som da consoante G foi acrescentado, pois durante a pesquisa para a

elaboração do produto a professora se deparou com reportagens e discussões sobre

a pronúncia da palavra GIF /jif/. Este assunto estava em alta nesse momento devido

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ao pronunciamento realizado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, adotando

uma pronúncia para esta palavra. Em contrapartida o criador do GIF, se proferiu

tomando frente quanto à forma “correta” de dizer o nome de sua criação, além disso,

se trata de uma ferramenta virtual que faz parte do cotidiano dos alunos, assim tal

som foi tido como relevante para o material. Para que a letra G não ficasse limitado

a sua presença somente na palavra GIF, a professora pesquisadora optou por

prolongar a discussão dos sons emitidos por esta consoante através do uso do

sufixo-ING, para que os alunos pudessem compreender que não há a pronúncia

significativa da letra G neste caso.

Uma discussão presente no material que pode não ser muito familiar para

residentes de outras regiões do Brasil, que não sejam do interior, é o som emitido

pela letra R no início de palavras na Língua Inglesa devido à forma como foi

abordada em sua apresentação. A professora escolheu acrescentar este som no

produto, não somente pela diferença de sua pronúncia do Inglês Americano para o

Britânico, mas para que os alunos para os quais ela leciona, na cidade de Londrina

no interior do Paraná, pudessem se orgulhar da pronúncia que realizam da

consoante R, sendo um R “puxado”, um som muito característico dessa região, que

se iguala ao som emitido pela LI. O som do R foi estendido para discutir o connected

speech (conexão das palavras durante a fala), uma vez que o som dessa letra é

emitido para conectar palavras durante a fala em uma frase.

Para que os alunos entendessem a diferença do som da letra R que

reproduzimos no interior do estado que se assemelha ao produzido na LI como em

rose, ao som “seco” que esta mesma letra reproduz no Português em palavras como

rosa, a professora deu sequência ao material com a letra H, responsável por este

último som emitido na Língua Portuguesa pela letra R. Também para a consoante H,

foi explicado a isenção de som em algumas palavras como em helicopter, por isso a

professora pesquisadora pôde dar continuidade ao material fazendo uso do tema

das sillent letters (letras silenciosas) em outros casos existentes.

Para discutir as vogais, não foi necessária uma seleção prévia de quais

seriam discutidas no material, uma vez que existem somente 5 delas. Logo no início

do capítulo dedicado a este tema, foi selecionada uma imagem para que os alunos

pudessem ter conhecimento uma vez mais, de que em Inglês, as palavras podem

ser pronunciadas diferentemente da forma como são escritas, pois apesar de

existirem somente 5 vogais, em LI as mesmas totalizam 11 sons diferentes. Desta

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forma, o material trouxe cada vogal, com seus respectivos sons e algumas

observações sobre essas diferentes pronúncias. O som chamado de schwa /ə/ foi

acrescentado de forma que antecede todas as vogais, uma vez que ele pode ser

emitido por diferentes letras.

Por se tratar de um material no qual se espera que ao final o aluno esteja

apto a realizar pronúncias na LI de forma satisfatória, a professora pesquisadora

optou também por adicionar tópicos que são perceptíveis somente durante a fala

como sentence/word stress, intonation, rhyming e homophones.

A primeira produção do produto educacional aqui discutido foi realizada

através do programa chamado Power Point que faz parte do pacote Office – o

download para teste deste programa pode ser realizado através do link:

<http://www.baixaki.com.br/download/microsoft-powerpoint.htm>. Esta decisão foi

feita, pois a professora pesquisadora teve como ideia criar um material sobre

fonética utilizando vídeos e áudios, e o Power Point era, até então, o único programa

de conhecimento da pesquisadora que poderia suportar diferentes mídias. Neste

primeiro momento, a ideia era de criar um material que proporcionasse o

conhecimento sobre fonética da Língua Inglesa para alunos do Ensino Médio de

uma escola regular iniciando com a temática sobre Lendas Urbanas.

Desta forma, os alunos iriam discutir o tema em questão e então partir para

as particularidades da fonética da Língua Inglesa e finalizar com a criação de um

Limerick sobre Lendas Urbanas. Entretanto este projeto foi modificado, pois, ao

iniciar o material com a discussão sobre a temática das Lendas Urbanas, seria

necessário um grande número de aulas, uma vez que o produto educacional estava

longo, além disso, os alunos que não se sentirem à vontade sobre o tema teriam que

escrever sobre ele da mesma maneira que os demais alunos.

O segundo esboço foi criado com base no mesmo programa do primeiro, o

Power Point. Para a criação deste segundo produto, houve a possibilidade de

reaproveitar algumas páginas do primeiro esboço sobre a fonética da Língua

Inglesa. Ao levar o material para os orientadores, foi observado o excesso de

informações e a falta de possíveis interações entre o produto educacional e os

alunos. Para tanto, decidiu-se por reorganizar este mesmo material, a fim de poder

ser aplicado em sala de aula de forma que se tornasse mais interessante a alunos

do Ensino Médio de uma escola regular. É possível analisar este esboço no link:

<http://cintiaps.pbworks.com/w/file/111120766/produto%202%20versao.pptx>.

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Para dar continuidade à criação do produto educacional, a professora

pesquisadora usou as observações levantadas pelos orientadores e assim utilizou o

segundo esboço como base para uma melhor versão. Para que isto fosse possível,

foi realizada pesquisa de vídeos através do site <youtube.com> que abrangessem

os temas fonéticos discutidos no produto educacional. A ideia era de que os vídeos

colaborassem com a interação do produto educacional com os alunos e se tornasse

mais atraente, podendo também facilitar o entendimento de algumas explicações.

Para adicionar os vídeos no Power Point, é necessário salvá-los na mesma pasta do

documento criado, assim não é possível que eles funcionem em outro computador.

Então a professora pesquisadora optou por colocar os links dos vídeos abaixo deles

e, além disso, os adicionar em sua wiki onde o professor, ao usar o material, possa

baixá-los para utilizá-los em sala de aula.

Um questionamento que a professora pesquisadora se fez era de que os

alunos deveriam ter oportunidade de ouvir as palavras presentes no produto

educacional pronunciadas por uma pessoa que não fosse brasileira, de preferência

um nativo da Língua Inglesa. Assim, uma alternativa encontrada pela pesquisadora

foi a de pedir a um colega americano – chamado Garey que reside em Martinez,

Califórnia, nos Estados Unidos da América - para que gravasse o conteúdo que

estava em Inglês no produto educacional em diferentes faixas de áudio para serem

adicionados corretamente ao material. As redes sociais são grandes aliadas em

encontrar pessoas que são falantes nativos da Língua Inglesa, ou até não são mas

residem em países que têm como língua materna o Inglês, situação que colabora

para a criação de material para a aprendizagem desta língua e até para a prática

dos alunos. Enfim, a professora pesquisadora entrou em contato com o Garey,

através de uma rede social da qual ambos fazem parte, para pedir que ele gravasse

as faixas de áudio, pedido que foi aceito imediatamente por ele. As faixas

demoraram 10 dias para retornarem para a professora pesquisadora, que logo as

adicionou ao produto educacional no Power Point, para que pudesse ser levado aos

orientadores de forma completa.

Ao iniciar a aplicação, a professora se deu conta de que não haveria como

os alunos terem contato autônomo com o produto educacional, uma vez que ele foi

criado através do Power Point, que não é um programa online, e para que um aluno

tenha acesso a ele, deve-se salvar o documento no computador a ser usado. Ao ser

percebido este problema e o fato de o colégio não dispor de uma sala de informática

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com os equipamentos necessários, a professora pesquisadora necessitou rever a

criação do produto educacional.

Foram pesquisadas através do site de busca <google.com.br> as

ferramentas disponíveis para a publicação de um material em forma de ebook que

pudesse possuir vídeos e áudios, uma vez que a característica do ebook é a de

possuir textos e não interatividade. Através desta pesquisa, foi possível descobrir um

programa chamado Kotobee Author, o qual cria ebooks com toda a interatividade

que a professora pesquisadora necessitava. Foi realizado o download grátis do

programa pelo site <https://www.kotobee.com/pricing>, e então a pesquisadora

começou a interagir com esta nova ferramenta, a fim de descobrir as funções

disponíveis nela e se seria possível criar o produto educacional através dela. Após

um tempo para descobrir quais as funções presentes neste novo programa, a

professora pesquisadora iniciou a criação do produto educacional neste novo

formato. O programa Kotobee Author permite criar um ebook interativo com base em

um PDF que você possa possuir. Desta forma, a professora pesquisadora salvou no

formato .pdf o produto educacional que se encontrava em .ppt, o próprio Power Point

permite realizar esta conversão através da guia ‘Arquivo’, em ‘Salvar Como’. Após

este processo, o PDF foi aberto no programa Kotobee Author para que os vídeos e

os áudios fossem adicionados.

Ao fim da elaboração do produto educacional pelo programa Kotobee

Author, a professora pesquisadora não encontrou uma forma de publicar online o

material através desta mesma ferramenta. Assim, foi optado por salvar o produto

educacional nos formatos ebook.exe e ebook.zip na nuvem da professora

pesquisadora pelo Google drive nos seguintes links:

<https://drive.google.com/open?id=0Byj9u0Les9nob0p2Wl9TVnlnOGM>,

<https://drive.google.com/open?id=0Byj9u0Les9nocENBd1Y0a1pScTQ>,

<https://drive.google.com/open?id=0Byj9u0Les9noUDltVVNEZWFQRmc> e

<https://drive.google.com/open?id=0Byj9u0Les9noWDNoSDgxaVV4OFk>.

O material é o mesmo em todos os links, porém a disponibilidade em locais

diferentes fez-se necessária para evitar problema com o carregamento do material.

O aplicativo é simples de ser manuseado, pois possui poucos botões de navegação,

facilitando o uso por parte dos alunos e do professor. Para maior compreensão na

forma de manusear o material, foi elaborado o esquema que se segue.

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Imagem 4 – Tela de download do material. Fonte: Produto Educacional.

Imagem 5 – Tela do aplicativo do material. Fonte: Produto Educacional.

Para iniciar a aplicação desse material, é necessário que o professor

introduza o tema da fonética da Língua Inglesa para os alunos, para que assim eles

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se sintam situados durante as aulas. O material possui essas introduções, mas o

professor deve se sentir livre para complementá-las. Além disso, é fundamental que

o professor assista aos vídeos antes da visualização pelos alunos, pois há vídeos

que não possuem explicação e atividades no material, cabendo ao educador fazer

este papel, o de introduzir o tema e discutir com os alunos.

Durante a aplicação do material, não há necessidade da fala do professor

em todas as páginas, os alunos podem fazer o estudo dirigido e o professor somente

irá mediar esta aprendizagem, cabendo ao educador saber quando parar as

atividades para explicar o conteúdo, de forma geral para todos os presentes.

Imagem 6 – Exemplo de página com explicação Imagem 7 – Exemplo de vídeo sem para ajuda do professor. explicação. Fonte: Produto Educacional. Fonte: Produto Educacional.

Ao aplicar as atividades ou explicações com vídeos, o professor irá

encontrar logo abaixo um link para download ou para acesso direto da fonte que a

ferramenta foi retirada. É interessante que o professor esteja preparado para

qualquer problema que ocorra, pois como de conhecimento, quando se depende do

uso das tecnologias, é importante antever o que pode acontecer. Por isso, pode ser

necessário que o professor faça o download destes vídeos para que assim evite

qualquer problema que venha ocorrer durante a aplicação diante do uso das

tecnologias disponíveis.

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Para a aplicação dos áudios, ou até mesmo dos vídeos, é interessante que o

professor peça aos alunos que tragam de casa fones de ouvido, pois assim o

estudante pode se sentir confortável em ouvir quantas vezes for necessário para a

compreensão. Além disso, o material disponibiliza as funções completas para utilizar

o áudio, pelo qual o aluno pode pausar quando sentir necessidade e até retornar ao

ponto que sentiu dificuldade na compreensão, assim o professor fica livre para dar

atenção àqueles que sentem uma maior dificuldade em atividades do gênero.

Deixando os alunos livres para darem andamento nas atividades, o professor pode

se sentar ao lado do aluno que possui uma maior dificuldade e ajudá-lo através de

explicações e até mesmo acompanhá-lo durante os exercícios. É possível também

que o professor possa acompanhar o diálogo entre duplas diferentes, pois como os

alunos estão realizando as atividades e o professor livre para mediar, se torna mais

fácil essa participação durante a oralidade dos alunos, além disso, o educador pode

fazer anotações das maiores dificuldades e finalizar a aula discutindo esses pontos.

As atividades propostas para a realização pelos alunos estão disponíveis no

site

<http://cintiaps.pbworks.com/w/browse/#view=ViewFolder&param=Material%20para

%20download%20-%20fon%C3%A9tica>, para que o professor possa fazer a

impressão.

3.4 OS CONTEÚDOS TRABALHADOS

Na primeira aula, foi trabalhado o tema escrita versus pronúncia, uma vez

que na LI, em sua maioria, as palavras são lidas de forma diferente da qual são

escritas. O tema foi escolhido para iniciar o material para que os alunos pudessem

perceber a necessidade da aprendizagem da oralidade da LI através do uso da

fonética. Assim, deu-se continuidade ao tema através da forma de como os símbolos

fonéticos estão dispostos nos dicionários.

Ainda nesta primeira aula, os símbolos fonéticos foram apresentados aos

alunos seguidos dos sons das letras do alfabeto, pois é necessário aprender que os

sons das letras no alfabeto são muitas vezes diferentes dos sons que produzem nas

palavras. Foi possível que os alunos aplicassem oralmente o som das letras do

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alfabeto através de diálogos com soletrações. Então deu-se início aos sons das

consoantes, sendo inicialmente o som do th, uma vez que esse conjunto de letras

possui duas pronúncias diferentes inexistentes para os falantes do português, sendo

o th // voiced (vozeada) e /θ/ unvoiced (desvozeada).

Na segunda aula, os alunos continuaram a trabalhar o som do th seguido

das diferentes pronúncias de the. O som dessa palavra se faz necessário, uma vez

que pode haver divergências na compreensão da fala, se houver troca entre os sons

de the, a ênfase no contexto poderá ser diferente da pretensão da fala. Parte-se do

som da palavra the para o som da consoante G através de uma polêmica atual na

pronúncia da palavra GIF, amplamente pronunciada com som do G como em guitar,

porém o próprio criador da ferramenta questionou esta pronúncia, corrigindo-a para

G como em giraffe.

Outro som problemático para falantes de português que se segue no

material é o som da consoante R no início e meio de palavras, além de sua ausência

na pronúncia britânica. Para acompanhar o raciocínio da pronúncia da letra R, o

material trabalha o som da letra H, o qual, em sua maioria, na LI é pronunciado

como nosso R em início de palavras ou é omitido. Como continuidade, há a

discussão sobre a presença do som da vogal I no final das palavras da LI quando

pronunciadas por falantes do português. Tal tema se fez necessário, pois este som é

constante na fala da maioria dos alunos.

Para contrastar a inserção de letras onde não há, são trabalhadas na

sequência as silent letters(letras silenciosas), uma vez que os falantes de português

se prendem em ler as palavras em LI assim como são escritas, esquecendo que há

possibilidade de haver a presença de algumas letras somente em sua forma escrita.

Assim, o material continua com os aspectos da fala no connected speech(discurso

conectado), para que os alunos possam usar sua fala o mais próximo possível da

fala de um nativo, onde as palavras são conectadas de acordo com algumas regras.

Para finalizar a aula, foi iniciado o trabalho com os sons das vogais, discutindo

primeiramente a existência de vogais longas e curtas, para que assim não haja o

risco de má interpretação pelo ouvinte, uma vez que o alongamento ou não de uma

vogal muda o significado de sua fala.

O schwa /ə/ foi incluído no material, pois este som é emitido no lugar de

várias vogais em diferentes palavras no Inglês. E assim, se finaliza a aula pelo

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estudo da vogal A, pois pode produzir dois sons /Ɛ/ e /æ/, percebidos pelo falante do

português como o som do é, por este motivo há a presença desta vogal no material.

Na terceira aula, foram trabalhados somente os sons das vogais, uma vez

que cada uma delas possui diversos sons. Tal tema se fez necessário para que os

alunos pudessem perceber que a escrita é realmente diferente da fala, por exemplo,

a vogal escrita A pode virar ó na fala como na palavra all /l/.

Na quarta aula, foram revisados os sons das vogais, devido à sua amplitude

de sons, através de exercícios de fixação. A aula continuou com a discussão sobre

word stress(tonicidade nas palavras), pontuando as diferenças entre a Língua

Inglesa e Portuguesa. Para que a construção da atividade final fosse possível, foram

incluídos neste material os temas: intonation(intonação), rhyming(rimas), minimal

pair(pares mínimos) e homophones(homofones), para que assim os alunos

pudessem usá-los na criação do Limerick oral.

Na quinta aula, foi discutido com os alunos o Limerick, pois será através

desse gênero textual que os alunos irão aplicar oralmente o que foi praticado

durante as aulas, fazendo uma gravação do áudio de um Limerick criado por eles

como tarefa de casa. Esta gravação foi analisada pela professora, que verificará se

as discussões sobre a pronúncia da Língua Inglesa em sala de aula foram utilizadas

pelos alunos nos áudios dos Limericks.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 PRIMEIRO ENCONTRO

No primeiro dia de aplicação, a professora se adiantou do horário

programado para poder preparar a sala e verificar realmente todos os materiais

disponíveis, além de providenciar as cópias de todos os exercícios que exigiam a

escrita por parte dos alunos. Assim, foi constatado que, dos 25 computadores,

somente 13 estavam funcionando adequadamente, o que de certa forma não

prejudicou as atividades para este dia, pois dos 18 alunos previstos, somente 12

compareceram. Ao analisar o acesso aos computadores, a professora fez o

download do material –

<https://drive.google.com/file/d/0Byj9u0Les9noUDltVVNEZWFQRmc/view>- para

que assim o carregamento fosse adiantado e não atrasasse os alunos que possuem

uma maior dificuldade ao lidar com tecnologia. Dos 12 alunos presentes, 2

chegaram com muito atraso – de 30 a 40 minutos, perdendo o início das atividades,

porém foi conversado com os estudantes para que em casa acessassem o site do

material e assim houvesse uma recuperação de conteúdos.

Nesta primeira aula, para haver melhor adequação dos alunos ao tema, as

explicações foram expositivas com várias orientações por parte da professora. As

explicações foram realizadas através da projeção do material pelo datashow, onde

os alunos acompanharam em seus próprios computadores conforme a discussão ia

se encaminhando.

A aula foi iniciada com a apresentação do material, apontando a justificativa

e seus objetivos, para mostrar aos alunos o que seria aprendido a partir daquele

momento. Após esta introdução, foram exemplificados os grafemas e fonemas, suas

diferenças e o que seria uma pronúncia satisfatória, para que não haja equívocos na

interpretação do ouvinte.

Ao acessar um fragmento do filme “A Pantera Cor-de-Rosa”, sobre a

dificuldade da pronúncia adequada para uma futura discussão, este causou risos e

atingiu seu objetivo para com os alunos. Os alunos entenderam que a pronúncia

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satisfatória do Inglês não é difícil somente para os falantes da Língua Portuguesa e

que a mesma deve ser praticada pelo aprendiz.

Os alunos tiveram acesso aos símbolos fonéticos e também da forma como

estes símbolos estão dispostos em um dicionário e, para um melhor contato, foi

entregue uma tabela com os símbolos fonéticos para as consoantes na Língua

Inglesa. Ao observar a tabela de símbolos fonéticos, os alunos questionaram se era

necessário que todo o conteúdo ali presente deveria ser decorado. Então a

professora explicou que não há a necessidade de se decorar aquela tabela, uma vez

que até mesmo os professores sentem dificuldade em lidar com este material.

Além disso, foi explicado também aos alunos que a tabela é para ser

utilizada como ferramenta de pesquisa durante o curso, e que conforme a mesma for

utilizada, o conhecimento sobre alguns símbolos ali presentes será adquirido. Esta

tabela de símbolos fonéticos também está presente no material proposto. Houve

uma breve explicação desses símbolos para os alunos, que tentaram reproduzir os

sons dos símbolos conforme os analisavam.

Estes símbolos foram praticados através de exercícios em que os alunos

deveriam buscar em dicionários os símbolos referentes às letras ou grupos de letras

em destaque em cada palavra. Para a realização desses exercícios, foi pedido que

os alunos acessassem o site <http://dictionary.cambridge.org/pt/>. Através dele, os

alunos deviam digitar a palavra que se encontrava na folha de exercícios e encontrar

os símbolos que se referiam às letras que estavam em itálico nas palavras

desejadas.

Houve 08 alunos que conseguiram realizar o exercício com facilidade, uma

vez que lhes foi explicado que um dos exercícios se referia aos símbolos fonéticos

do começo da palavra e a outra ao final. Dos 12 alunos, 5 não alcançaram o objetivo

da atividade, pois os mesmos não conseguiram identificar os símbolos fonéticos

quando estes eram identificados de forma conjunta , como nas palavras chalk /tʃɑːk/

onde era pedido o som de CH que se refere à /tʃ/ e judge /dʒʌdʒ/ onde deveria ser

buscado a simbologia para dge /dʒ/. Através desse exercício, foi possível discutir a

diferença de escrita e som de uma letra ou o conjunto delas, pois foi onde todos os

alunos perceberam que uma letra pode ter seu som representado por um ou dois

símbolos fonéticos.

Na sequência da aula, foram discutidos os sons do alfabeto, quando foi

percebido um erro na elaboração do material por parte da professora, pois a

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paginação do material partiu para os exercícios sobre o alfabeto sem a explicação

dos sons do alfabeto. Desta forma, os alunos estariam inaptos a realizar os

exercícios sobre o alfabeto sem o conhecimento dos sons do mesmo.

Por falta de conhecimento da localização da página explicativa do alfabeto, a

professora acessou o site <youtube.com> para assim todos os alunos poderem

escutar a música referente aos sons das letras do alfabeto. Então, os alunos

puderam se sentir confiantes para os exercícios sobre os sons das letras do

alfabeto, em que primeiramente deveriam dividir as letras conforme o símbolo

fonético.

Houve outra atividade para a prática da habilidade oral com o uso da

soletração de abreviações para o colega. E, para finalizar o tema, propôs-se um

exercício de listening(audição) para ouvir soletrações de nomes estrangeiros e

assim selecionar o nome correto. Com o uso dos sons das letras do alfabeto, é

possível discutir com os alunos a existência de um som para a letra quando ela se

encontra sozinha, como no alfabeto, e outro som quando incluída em uma palavra.

Caso que ocorre, por exemplo, com a letra A, a qual no alfabeto é representada por

/eɪ/ enquanto ao ser incluída na palavra apple é descrita com os símbolos /ˈæ/ que

se parece com o som do “é” em português, porém com um som mais aberto. Para a

realização desse último exercício, foi pedido para que cada aluno colocasse seu

fone de ouvido, respeitando sua própria individualidade, ouvindo o áudio quantas

vezes fossem necessárias.

A explicação sobre os sons das consoantes foi iniciada, todos os alunos

repetiram o som que a professora fez ao exemplificar as consoantes

voiced(vozeadas) e voiceless(desvozeadas). Um dos alunos comentou que algumas

consoantes fazem o mesmo som do português, mas que nunca havia verificado que

o som era percebido desta forma fonológica - som do B como em but - pois sempre

pensava neste som dentro de sua função fonética - som do B como no alfabeto /bi:/.

Aproveitando a ligação com a explicação anterior, foram introduzidos os

sons do TH em Inglês – voiced(vozeado) // e voiceless(desvozeado) /θ/ - com a

demonstração do som pela professora, mostrando a posição da língua e a vibração

que deve ser percebida com a mão na garganta. Todos os alunos repetiram o som e

acompanharam os movimentos da professora e reproduziram as palavras e frases

presentes no vídeo, no qual há a explicação destes sons realizada por uma nativa

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americana. Após esta atividade, a aula foi finalizada, pois já havia passado do

horário combinado para o término da aula e assim este último tema – o som do TH –

ficou para ser revisado na próxima aula.

Apesar de haver a explicação da diferença entre os sons do TH no Inglês, é

importante salientar que mesmo o aluno não conseguindo emitir algum destes sons,

ou mesmo os dois, ele não deixará de ser compreendido pelo seu ouvinte. Nesta

situação, poderá haver uma confusão inicial, entretanto essa interferência não irá

interferir na mensagem entre locutor e ouvinte.

4.2 SEGUNDO ENCONTRO

Novamente, a professora se adiantou do horário para organizar a sala de

aula; ligou os computadores e acessou o material proposto na página que a aula iria

se iniciar.

Dos 18 computadores, somente 13 funcionaram adequadamente para a

aplicação do material – com acesso à internet e ao aplicativo do produto

educacional, além do computador designado ao uso da professora, totalizando 14

computadores para uso.

Nesta aula, compareceram novamente 12 alunos, porém um dos alunos que

compareceu no encontro anterior se ausentou neste dia, e um aluno que havia

faltado na semana passada – será chamado aqui de aluno W – compareceu.

A aula iniciou às 18h e 35min. com a explicação da professora de como os

conteúdos seriam encaminhados. Assim foi explicado aos alunos que, neste

encontro, eles deveriam dar encaminhamento de forma autônoma, através da leitura

das informações presentes no material, audição dos áudios e visualização dos

vídeos quando houvesse a presença dos mesmos.

Quanto à presença dos vídeos no material, a explicação da professora foi

“os vídeos de explicações estão em Inglês, não têm legenda, mas dá para vocês

entenderem porque a intenção é vocês verem o movimento da boca de como faz o

som e dá para entender certinho pelo vídeo mesmo sem saber o Inglês, tá?”. A

intenção desta fala era motivar os alunos a assistirem os vídeos de forma que

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pudessem interpretá-los, focando no ponto que era de interesse, a forma de

pronúncia da Língua Inglesa.

Foi reportado aos alunos que, após aproximadamente 10 minutos de aula, a

professora iria iniciar suas explicações, sentando por entre as duplas de alunos

como mediadora da aprendizagem. Referentemente aos exercícios, os mesmos

deveriam ser feitos nas folhas de atividade que seriam entregues pela professora.

Após esta explanação, a professora passou pelos alunos, entregando as folhas

referentes a todas as atividades propostas para esta aula.

Durante a entrega das atividades, a professora percebeu que o computador

de um dos alunos, o aluno B, não estava funcionando e assim pediu para que o

aluno trocasse de máquina, uma vez que ainda sobrava um computador para ser

utilizado. Neste momento, após 5 minutos de aula, o aluno I chegou, com atraso,

perguntando por seu colega, o aluno G, para assim poder sentar próximo a ele.

Desta forma, a professora teve que explicar todos os comandos novamente para o

aluno I para que ele não se sentisse deslocado com a aula. A professora aproveitou

este momento também para organizar os alunos em duplas para que os diálogos

propostos fossem praticados; de todos os alunos presentes, somente o aluno B e a

aluna M não possuíam um colega ao seu lado para formarem pares, então foi pedido

para que a aluna M trocasse de lugar, de forma a se sentar ao lado do aluno B e

assim poderem praticar os diálogos, proposta que foi aceita sem problemas pela

aluna.

Após 7 minutos de aula, as alunas Z e a aluna L chegaram à aula, a

professora se direcionou a elas, dizendo que não teria como sentarem juntas, pois

não havia computadores próximos, o que causou protesto por parte das alunas, pois

as mesmas são muito amigas. Entretanto, foi percebido que a aluna M ainda estava

trocando de lugar para fazer par com o aluno B, o que disponibilizou duas máquinas

próximas para as alunas que se atrasaram.

Os comandos da aula foram repassados novamente para as alunas Z e L, e

a professora já as direcionou a realizar as páginas que estavam anotadas na lousa e

que deveriam fazer os exercícios nas folhas entregues, observando que a

professora iria acompanhar cada aluno individualmente. Enquanto repassava esses

comandos, a professora definiu para estas alunas a aula como algo light(tranquilo),

uma vez que os alunos não deveriam ficar acompanhando as explicações feitas pela

professora.

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O aluno G questionou a professora a respeito das razões pelas quais nesta

aula eles deveriam fazer as atividades sozinhos. Para tal questionamento, a

professora explicou, dizendo que seria “porque daí vai ficar melhor pra eu explicar

porque daí eu vou explicando individualmente pra vocês (pausa) entendeu? Daí eu

vou deixar vocês fazendo conforme for passando eu vou sentando com vocês e vou

explicando o que você já fizeram (pausa) entendeu?”.

Essa metodologia foi adotada para esta aula, pois a professora esperava

que a aula fosse menos monótona que a anterior, e que assim a dúvida de cada

aluno pudesse ser atendida individualmente, uma vez que com a aula expositiva não

sobra muito tempo para sanar as dúvidas sobre o tema. Com essa introdução da

aula - exposição dos comandos que foram feitos em três momentos diferentes e a

entrega dos exercícios, se passaram 10 minutos, o que já saiu do planejado pela

professora que seria começar a aula e imediatamente sentar com os alunos.

Deste modo, a professora repensou sua metodologia e iniciou a andar pela

sala para acompanhar individualmente os alunos quando necessário, ou seja, a

professora só iria conversar com o aluno quando o mesmo lhe questionasse sobre

alguma dúvida ou quando ela percebesse que a página que o aluno estava lendo

necessitava de uma explicação com mais detalhes.

Nesta segunda aula, foi possível retomar os sons das letras do alfabeto com

os alunos através da recolocação da página na ordem esperada, pois durante a

semana que se passou, a professora reorganizou o material, podendo assim

perceber onde estava o erro – a página foi numerada erroneamente e assim

colocada fora da ordem proposta. Houve uma breve explicação desta página de

forma expositiva, para deixar claro qual era o som que cada símbolo fonético

representava no exercício referente ao alfabeto, para que desta forma o aluno se

sentisse mais confiante e autônomo para dar andamento ao seu estudo.

Apesar da explicação do alfabeto ter acontecido de forma expositiva, a

professora optou por passar pela mesa dos alunos, iniciando pela dupla dos alunos

W e J, com a justificativa de que o aluno W não havia comparecido na aula anterior

e assim necessitava de uma atenção maior neste início da aula para que pudesse se

localizar no conteúdo e poder caminhar com o material de forma autônoma. Para

esta explicação, a professora fez uso da seguinte fala “então aqui, vocês vão ler o

texto que tá aí do lado, certo? Tá explicando sobre o alfabeto, vai assistir o vídeo,

então esse vídeo aqui vocês vão ouvir ele, certo? Não precisa ouvir ele inteiro (...)

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depois disso, você vão dividir aqui embaixo de acordo com os sons de cada

letra(...)”. A professora continuou a explicação “então você vai dividir aqui ó (se

referindo ao exercício sobre o alfabeto) quais letras fazem /ei/, fazem som de /ei/,

quais(...)”.

Para finalizar a explicação, a professora complementou aos alunos W e J

“(...)quais letras fazem som de /i:/ - /bi:/, /ci:/ - quais que fazem /e/, /é/ daí você vai

colocando o sonzinho, certo?”. Entretanto a professora não se atentou somente à

explicação e disse para os alunos irem colocando o “sonzinho” onde deveria ser

falado sobre as letras do alfabeto para o som adequado. A aluna J questionou se

estes sons “vale para o final, tipo /dãboiu/”. Para acompanhar o entendimento da

aluna J, a professora afirmou que “Yes, pode ser, qualquer lugar da pronúncia que

ele fizer esse som, tem letras que podem repetir em mais de uma coluna, por

exemplo, tá? Tem letras que você pode colocar em mais de uma coluna se ela fizer

o som, que nem por exemplo o W /dãboiu/, certo?, então /dãboiu/, ele tem som de

/u:/ e tem o som do /i:/, /dãboiu/, tá? Daí eu posso repetir ele em duas se vocês

quiserem, não tem problema, ok?”. Após esta explicação, foi pedido para que a

dupla desse início às atividades e que logo a professora voltaria em caso de dúvidas

e para futuras explicações.

A professora foi questionada por 8 alunos sobre o número de linhas deste

exercício, se realmente haveria mais letras em uma coluna do que nas outras. A

professora explicou a estes alunos individualmente que poderia haver colunas com

mais letras dos que as outras, podendo ser colocado as letras uma na frente das

outras. Neste momento também a professora se direcionou aos alunos M e C para

ver se estavam conseguindo dar andamento às atividades, e aproveitou para

explicar como os áudios funcionam no material, que eles podem pausar no momento

que precisarem e voltarem ao play para continuar o exercício.

Este questionamento fez a professora perceber que os alunos realizam este

tipo de exercício se direcionando pelas linhas ali presentes para, ao final da

atividade, poderem “jogar” a letra que possuem dúvidas ou que sobrou na coluna

que ficou com linhas sem serem preenchidas. Os alunos M e C, igualmente aos

alunos J e W, questionaram sobre a presença de diferentes sons na mesma letra “o

/eitch/?” - se referindo à letra H, “– ele é os dois?” – o aluno aponta as duas colunas

que estava em dúvida”. Para que a explicação não ficasse repetitiva e para que este

questionamento não fosse mais recorrente, a professora explicou que “(...) se vocês

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virem que tem palavras7 que fazem mais de um som, vocês podem repetir em

colunas diferentes”.

O exercício sobre o alfabeto causou dúvidas em 6 alunos, alguns desses

questionamentos foram descritos acima, além disso, foi percebido que as questões

levantadas por estes alunos foram bem parecidas, ou seja, se a explicação tivesse

sido feita de forma expositiva poderia ter evitado tantos questionamentos. Na

realização da atividade, foi percebido também que o material online do aluno G

estava funcionando de forma irregular, os botões do áudio foram trocados por letras,

porém o fato não atrapalhou o funcionamento da ferramenta.

Ao circular entre os alunos, a professora percebeu no exercício sobre os

sons das letras do alfabeto da aluna M que a mesma havia colocado a letra W na

coluna para o som de /ai/, o que fez a professora questionar “como se fala W?”,

tendo como resposta “dábiu”. Para que a própria aluna M pudesse perceber onde se

encontrava a diferença da pronúncia, a professora a questionou novamente “/dãboiu/

não é? Ele faz /ai/?”, ao perceber a diferença sonora a aluna respondeu sorrindo que

não é assim, corrigiu a troca que havia feito referente ao som da letra H.

As folhas de exercícios que foram entregues pela professora no início da

aula foram questionadas por 4 alunos quanto à presença das diversas atividades em

uma única folha e onde elas se encontravam no material online. Para justificar o fato,

foi replicado - “é que eu coloquei vários exercícios em uma página só, pra não ficar

mais folhinhas. Vai passando que depois em alguma página ele vai aparecer pra

você.” A aluna compreendeu a explicação, e assim deu continuidade às atividades

que realizava.

Durante a realização do diálogo com o uso dos sons do TH - /θ/, //- a

professora foi questionada pela aluna Z pela tradução da palavra bags que estava

presente no diálogo. Para que o estudo continuasse a ser autônomo, a professora

aceitou traduzir estas palavras como bolsas e malas, porém aconselhou aos alunos

a buscarem as traduções em dicionários online como <wordreference.com> e

<dictionary.cambridge.org/pt/>, tomando nota destes endereços na lousa para

melhor visualização pelos alunos.

7 Ao dizer palavras a professora se referia as letras do alfabeto. Em uma explicação posterior ao

aluno G a professora se autocorrigiu quanto a esta referência “(...) aqui é palavras, letras né, que fizerem som de /u:/(...)”.

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Ao perceber que a maioria dos alunos estava finalizando as atividades

propostas sobre o alfabeto, a professora se direcionou aos estudantes para explicar

que, na próxima atividade, o diálogo com o uso dos sons do TH- /θ/, //- eles iriam

depender de um colega para praticar. Como os alunos estavam encaminhando as

atividades conforme suas especificidades, foi recomendado que, ao perceber que

estava adiantado do colega, o educando continuasse em suas atividades até que

sua dupla conseguisse chegar ao diálogo sugerido. Desta forma, o aluno que se

encontrava adiantado deveria pausar suas atividades para praticar os diálogos com

o colega até que este alcançasse este estágio.

No decorrer do diálogo, a professora parou ao redor das duplas para escutar

a pronúncia dos alunos, porém em 3 das 6 duplas formadas, a professora percebeu

que os aprendizes estavam lendo o diálogo sem a atenção necessária para as

pronúncias do TH- /θ/, //- tema discutido nas últimas páginas. Então foi pedido para

que as duplas prestassem atenção nas informações anteriores e assim praticassem

o diálogo adequadamente. A aluna M possui uma maior dificuldade para a

pronúncia, exigindo que a professora efetuasse a leitura das falas para que fossem

repetidas pela aluna. Um fator importante sobre a aluna M, diz respeito à sua origem

nordestina, possuindo um sotaque forte dessa região, o que parece dificultar a

realização de alguns sons da Língua Inglesa.

As alunas Z e L sentiram dificuldade para a realização do exercício referente

aos sons da letra TH- /θ/, //- em que deveria ser circulada a palavra que escutaram

no áudio, exigindo uma explicação como revisão sobre o tema pela professora.

Assim, a professora explicou que “este daqui /θ/, é só lembrar ó, não parece o

desenho da língua no meio da boca ó – a professora fez o gesto com a boca para

demonstrar juntamente com o som – então é esse som, agora esse daqui // é o – a

professora fez o som vibrado para demonstrar para as alunas – que vibra (...) na

verdade, você vai circular qual você escutou, então de acordo com o áudio você

escutou face ou faith (...) porque são sons que se confundem”. Com base na

explicação, a professora observou as alunas que demonstraram realmente haver

compreendido a explicação sobre os sons do TH- voiceless(desvozeado)/θ/,

voiced(vozeado) //- e consequentemente o exercício a ser realizado.

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É importante para os alunos saberem da existência dos dois sons existentes

para o TH- /θ/, //- na Língua Inglesa, para que assim saibam que palavras como

day /deɪ/ e they /ðeɪ/ são pronunciadas de forma diferente devido à presença da

vibração no som do TH na segunda palavra. Entretanto, deve ser esclarecido que

essa diferença sonora não irá fazer o falante não ser compreendido por um falante

nativo do Inglês, uma vez que esses sons são desconhecidos para falantes de

outras línguas que não seja a LI.

O gravador foi deixado com a dupla dos alunos M e B para que fosse

gravada a conversa presente para a prática dos sons do TH- /θ/, //. Durante a

análise desse áudio, a professora percebeu que a aluna M estava bem insegura

para iniciar a prática, pois foi possível escutá-la dizer “mais uma vez”, se referindo ao

fato de ter que ouvir o áudio do diálogo. Por este motivo, pode-se perceber a grande

importância que a presença do áudio no material tem, pois é através dele que o

aluno pode prestar uma atenção maior na pronúncia da Língua Inglesa, sem a

necessidade de se basear sempre na pronúncia da professora.

A aluna M ainda usou várias expressões para demonstrar sua insegurança

como “eu ia ouvir mais uma vez” e “ai meu Deus”. Só foi possível que a aluna

iniciasse o diálogo após a chegada da professora que começou a praticar as

palavras que eram o foco do diálogo, palavras com TH- /θ/, //. Desse modo, a

professora começou a ler as palavras com TH- /θ/, //- do diálogo para que a aluna

M as repetisse, usando como estratégia a leitura em que antes de ler a palavra, a

professora indicava se o som era voiced(vozeado) ou voiceless(desvozeado),

utilizando a palavra “assopra” quando voiceless e “vibra” quando voiced.

Durante a realização dessa atividade, após 20 minutos de aula, o aluno F

chegou. Ele justificou seu atraso devido à forte chuva que acontecia no momento,

assim a professora parou de andar por entre os alunos para integrar o aluno F nas

atividades. Como os alunos estavam encaminhando a aula de maneira autônoma,

não houve a necessidade de uma revisão de conteúdos por parte da professora,

somente o repasse dos passos a serem seguidos. O aluno F é de origem angolana,

por este motivo as informações lhe são repassadas em inglês para melhor

compreensão de ambos – aluno e professora. Apesar da língua materna do aluno F

ser a Língua Portuguesa, há a presença de um sotaque forte em sua pronúncia,

tornando difícil para a professora entender a fala do aluno. Além desses comandos

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ao aluno F, a professora pediu para que o aluno W pausasse suas atividades

quando percebesse que o colega estivesse no diálogo sobre os sons do TH- /θ/, //-

para que não houvesse um déficit de atividades para o aluno que chegou atrasado.

No decorrer da atividade proposta sobre o som da consoante G, foi

observado que os alunos estavam com dificuldades para realizá-la, uma vez que

questionaram a professora quanto à pronúncia de algumas palavras para saber qual

era a coluna designada para cada palavra. A aluna Z questionou a professora sobre

um dicionário para buscar estas palavras, porém um no qual ela pudesse ouvir a

pronúncia. Então a professora sugeriu o site do dicionário Cambridge que já estava

sendo utilizado por eles.

O aluno G se sentiu confuso com a página sobre a explicação do som do G

através da imagem explicativa sobre a discussão da pronúncia correta de GIF. A

situação foi percebida quando a professora o questionou se havia gostado do GIF,

usando a pronúncia correta para a palavra /di:f/, porém o aluno demonstrou sua

confusão, dizendo “mas não é com J?(...) o GIF?”. Percebendo a confusão, a

professora explanou que “ a pronúncia dele é /di:f/ (...) a escrita é com G (...) é que

na verdade eles tão falando a pronúncia né? Porque a gente pensa que pronuncia o

G com o som do G mas não é o som do G que não é /gif/ igual a gente fala em

português é /d/ o som que o J faz em Inglês, /di:f/”. O aluno G demonstrou que

compreendeu e encaminhou-se para a página com o exercício.

O som da letra G deve ser explicado para os falantes da Língua Portuguesa,

uma vez que palavras que terminam em –ing, por exemplo studying /ˈstʌdiɪŋ/,

possuem um som discreto para a letra G, de forma que o ouvinte não percebe este

som.

Depois de aproximadamente 1h de aula, todos os computadores ficaram

sem internet por alguns minutos, entretanto a maioria voltou a funcionar

normalmente com exceção de 3 computadores, em um deles estava a aluna J que

conseguiu acesso em outro computador. Nas outras 2 máquinas, estavam as alunas

L e Z que tiveram que se realocar para o computador da professora, ou seja, as

duas deveriam usar o mesmo computador para terminar as atividades.

Os computadores dos alunos W e F se limitaram quanto ao acesso à

internet, dificultando o acesso aos vídeos. Pela falta de computadores para

realocação dos alunos W e F, a professora pediu que lessem as explicações e

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fizessem os exercícios, deixando os vídeos para um momento que os computadores

funcionassem adequadamente ou até que os vissem em casa.

Quando a professora percebeu que faltava apenas 30 minutos para terminar

a aula e não teria tempo suficiente para corrigir os exercícios individualmente com as

explicações, foi decidido que a correção se faria de forma expositiva para toda a

turma. Através da correção, a professora foi realizando as explanações necessárias

para entendimento dos alunos sobre o conteúdo proposto. Esta correção foi

realizada através de slides com as respostas dos exercícios propostos, estes slides

se encontram disponíveis no site pessoal da professora

<cintiaps.pbworks.com/w/file/108445006/respostas%20exerc%C3%ADcios%20do%

20produto.pptx>.

O único exercício que a professora encontrou grande divergência de

respostas com um aluno foi o exercício onde os alunos deveriam identificar se o som

do R /r/ nas palavras presentes no áudio era de origem britânica(RP) ou americana.

Neste exercício, o aluno G identificou a pronúncia das palavras de forma inversa,

sendo que onde deveria ser identificado como pronúncia americana o aluno colocou

como britânica e vice-versa. É possível concluir que o aluno compreendeu a

diferença na pronúncia da letra R nas palavras propostas, confundindo-se somente

quanto às abreviações terminológicas indicadas no enunciado do exercício.

Na despedida da aula, a professora questionou informalmente sobre o que

os alunos haviam achado da aula deste dia, em que tiveram autonomia nos estudos.

Os 3 alunos que responderam mostraram uma negativa em relação à metodologia

utilizada, fazendo a professora ir para casa repensando na estratégia a ser usada na

próxima aula.

4.3 TERCEIRO ENCONTRO

A aula começou com uma recapitulação dos conteúdos das aulas anteriores

através de um resumo oral realizado pela professora. O foco inicial foi som /æ/ e /Ɛ/,

pois se trata de sons parecidos, tornando assim confusa a aprendizagem para um

falante do português. Primeiramente a professora apresentou aos alunos na lousa

os símbolos fonéticos para que pudessem ter esse conhecimento.

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Para dar continuidade ao tema, os alunos deveriam assistir a um vídeo no

qual um professor de Inglês ensina a diferença entre as pronúncias de /æ/ e /Ɛ/,

porém em alguns computadores, 2 deles, os alunos não conseguiram visualizar o

vídeo, aparecendo uma mensagem de erro. Desta forma, a professora optou por

passar o vídeo na tela em comum para a turma pelo datashow, para que nenhum

aluno fosse prejudicado. Através deste recurso, a professora foi explicando a fala do

personagem do vídeo para que os alunos compreendessem melhor o que estava

sendo explicado.

Após assistirem ao vídeo, a professora fez os dois sons através do mesmo

exemplo do vídeo, man /mæn/ e men /mɛn/, e então pediu para que os alunos

tentassem produzi-los, fazendo o movimento correto com a boca. Houve alunos com

comentários que para pronunciá-los era só fazer cara de feliz e triste. Quanto a

estes sons, a aluna Z concluiu que estes símbolos são necessários, pois em Inglês

não existe acento, e que então os símbolos “esquisitos”, segundo ela, ajudariam a

diferenciar a letra “forte da fraca”.

Na continuação da explicação dos sons da vogal A, ao explicar que esta

letra emite o som referente ao ó do português como na palavra law /lɔː/, a professora

mostrou que teve dificuldade ao entender os símbolos fonéticos que representam

este som, uma vez que ela explicou que no Inglês americano foi encontrado para a

palavra law a transcrição /lɔː/, entretanto para a pronúncia britânica foi encontrada

como /l/.

O som da vogal E foi explicado através do uso do produto educacional. Para

a prática dos alunos, foi pedido para que eles ouvissem as frases onde havia a

distinção do som do E, sendo elas /e/, /Ɛ/ e /i:/. Ao terminar o áudio, foi pedido aos

alunos que repetissem as frases, podendo ouvi-las novamente e pausá-las para

repetição. A aluna M mostrou grande dificuldade para pronunciar as frases por

completo, assim a professora adaptou a atividade pedindo, de forma conjunta, para

que os alunos que sentiram dificuldade em repetir as frases completas falassem

somente às palavras que possuem a vogal e que se encontravam em destaque

perante as outras.

Para incentivar os alunos na participação da repetição das palavras com a

vogal E, a professora sempre emitia em voz alta a frase “vamos lá pessoal,

repetindo. Quero escutar ein!” E desta forma os próprios alunos começaram a

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participar mais ativamente, pronunciando as frases em tom mais alto do que se

escutava anteriormente. A aluna Z parava sua sequência de repetição para

questionar a professora quanto ao significado de algumas palavras, por exemplo,

dollar, onde Z comparou o uso com o da professora do curso de idiomas onde ela

costuma fazer uso da palavra bucks e não dollar.

A mesma aluna questionou o significado da frase My head is on my neck,

pois ela havia compreendido a sentença com a tradução literal, assim os dois

questionamentos foram explicados pela professora para que as dúvidas da aluna Z

fossem sanadas. Durante esta atividade de repetição, a professora pôde caminhar

por entre os alunos, desta forma foi possível acompanhar a pronúncia dos alunos,

corrigindo-as quando necessário. A maior parte de correção da pronúncia nesta

atividade foi entre as frases onde o E faz som da vogal I /i:/ longa, pois os alunos

emitiam o som como no português um I /i/ curto. Entretanto essa correção só foi feita

devido à exigência do exercício, mas deve ser lembrado que esta troca para as

palavras presentes nesta atividade não irão modificar a compreensão da mensagem

do locutor ao receptor.

Para a explicação da vogal I, a professora usou as informações presentes no

material, expondo as informações com exemplos na lousa. Na realização do

exercício onde os alunos deveriam diferenciar o som da vogal I entre longa e curta, a

professora expôs uma “dica” para que os alunos pudessem se basear nela. Assim

os alunos deveriam prestar atenção nas palavras com duas vogais, onde o som do I

seria longo e nas com uma vogal o som emitido em sua maioria é de I curto.

Ao escutar o áudio referente a esta atividade, a aluna Z comentou que havia

uma pegadinha no meio da atividade, pois ela percebeu que, no áudio com a

pronúncia britânica, a palavra Portuguese /ˌpɔːtjʊˈgiːz / possui no grafema somente

uma vogal mas no fonema o som do I longo, contrariando assim a “dica” que a

professora havia falado. Para poder esclarecer este questionamento da aluna Z, a

professora repetiu sua fala anterior focando na palavra “maioria”, “[...] as palavras

com uma vogal o som emitido em sua MAIORIA é de I curto.”

Durante o seguinte trava-línguas: “Does this shop stock shot silk socks with

spots?”, presente na explicação dos sons da vogal O, a professora percebeu que

os alunos se sentiram motivados em repeti-lo, mas sem sucesso. Assim a professora

decidiu ajudá-los, lendo palavra por palavra, pedindo para que os alunos as

repetissem. Ao final da repetição, a professora leu o trava-línguas de forma mais

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rápido e pediu para que os alunos fizessem o mesmo, ao perceberem que obtiveram

sucesso, eles emitiram expressões de felicidade.

As vogais seguintes foram explicadas pela professora com o

acompanhamento dos alunos, os quais tinham a liberdade para ouvir os áudios e ver

os vídeos, além de realizar as atividades, porém para as explicações, houve aula

expositiva. Durante essas explicações, os alunos se sentiram bem à vontade para

realizar os exercícios, nos quais foi observado que, ao sentirem dúvidas diante de

algum exercício, eles voltavam ao material para ler a explicação novamente, desta

forma não houve questionamentos durante as atividades.

4.4 QUARTO ENCONTRO

Esta aula foi iniciada com os exercícios sobre os sons das vogais para que

assim os alunos revisassem os conteúdos anteriores. As atividades foram entregues

em folha impressa, assim como nas aulas anteriores. Foi pedido para que os alunos

fizessem esses exercícios de uma única vez, possibilitando assim à professora

andar por entre os alunos, discutindo as dúvidas e percebendo as lacunas de

compreensão da fonética da LI. Alguns dos exercícios foram corrigidos pelos

próprios alunos, pois no material há o áudio com a resposta; para as outras

atividades, os alunos corrigiram juntamente com a professora através do uso do

datashow.

Dentre as atividades que finalizavam os sons das vogais, há um no qual os

alunos devem sinalizar V(verdadeiro) ou F (falso), indicando se as palavras

presentes nas frases rimam ou não, por exemplo, na sentença “shoe rima com toe”.

Durante esta atividade, foi possível perceber que, apesar de todos os alunos terem

obtido sucesso em todas as questões, eles possuíram dúvidas quanto às rimas de

algumas palavras, pois havia pronúncias no áudio, presente no material, que os

alunos perceberam serem diferentes das que eles conheciam previamente.

Então ao perceber que os alunos estavam questionando se as pronúncias

estavam certas ou não, a professora pediu uma pausa na atividade para reforçar

que a pronúncia de uma língua difere de uma região para outra, pois depende muito

das influências culturais que o falante possui. Assim, foi pedido para que os alunos

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resolvessem a atividade de acordo com a pronúncia presente no áudio do material,

de um falante americano originário do estado da Califórnia, e não em seu

conhecimento prévio para não causar confusão no resultado.

Como continuidade do material, os alunos seguiram para o tópico de word

stress(tonicidade na palavra), no qual a professora pediu para que ouvissem o

áudio, com o uso de seus fones de ouvido, da explicação sobre o tema em questão.

Após esta introdução realizada pelo áudio, a professora explicou em português o

que é o word stress(tonicidade na palavra) na LI, incluindo como encontrar o word

stress(tonicidade na palavra)no dicionário que é representado pelo símbolo /´/.

No exercício seguinte, no qual os alunos são apresentados às palavras cuja

sílaba tônica muda de lugar conforme se determinam como verbos ou substantivos,

a professora fez uma breve explicação da diferença deste tipo de entonação, dando

como exemplo a palavra record, que quanto ao substantivo se pronuncia /ˈrɛkɔːd/ e

ao verbo /rɪˈkɔːd/. Como continuidade, foi pedido para que os alunos escutassem as

frases dos exercícios seguintes, as repetissem em duplas, devendo prestar atenção

onde eles deveriam colocar a entonação nas palavras presentes nas sentenças.

Com o início da atividade, os alunos começaram a questionar se haviam escutado

corretamente a entonação nas palavras presentes nas frases, porém como a

professora caminhava pelas duplas, ela conseguiu sanar os questionamentos,

pedindo para os alunos repetirem as frases com ela e depois com o colega.

Para a explicação da sentence stress(tonicidade na frase), a professora

reproduziu os áudios presentes na atividade, sempre pausando ao fim de cada frase

para questionar os alunos qual a palavra que eles escutaram de forma mais forte na

frase. Desta forma, foi possível que todos prestassem atenção ao tópico e

participassem de maneira ativa sem que devessem somente escutar e esperar o

próximo tópico.

Em duplas os alunos leram as palavras presentes no exercício sobre

rhyming(rimas), um aluno devia ler as que estavam presentes em um dos círculos,

enquanto o outro leria as palavras do segundo círculo, as conectando conforme a

presença de rimas entre elas. Foi pedido pela professora para que esta leitura fosse

realizada conforme o conhecimento prévio dos alunos quanto à pronúncia das

palavras presentes no exercício, para que somente na correção eles ouvissem o

áudio com a leitura do exercício em questão.

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Tal procedimento foi interessante, pois foi possível perceber que durante a

leitura das palavras, os próprios alunos se sentiam à vontade em colaborar com o

colega quando eles conheciam a pronúncia, situação que ocorreu sem constranger

nenhum dos participantes. As outras atividades propostas sobre intonation e

rhyming(intonação e rima)foram realizadas pelos alunos através de uma breve

explicação realizada pela professora. As correções das atividades foram realizadas

através dos slides no datashow. Em sua maioria, 09 alunos, conseguiram um

desempenho bastante satisfatório nas atividades, atingindo o objetivo em 90% das

questões, enquanto os outros 03 alunos alcançaram 70%, ambos foram resultados

positivos, porém o segundo grupo obteve menos sucesso do que da grande parte

dos participantes.

4.5 QUINTO ENCONTRO

Esta aula foi planejada para ter uma hora de duração, uma vez que o curso

havia sido planejado para somente 4 dias de aulas de 2 horas cada. Entretanto, não

foi possível devido ao número de questionamentos no decorrer das atividades e a

previsão para a realização dos exercícios havia sido menor do que o ocorrido.

Devido ao fato desta aula ter sido realizada fora do cronograma pré-programado,

houve a presença de somente 5 alunos.

Nesta aula, a professora mostrou através do datashow as páginas que os

alunos deveriam seguir livremente durante esta aula, para que após a leitura atenta

deles o conteúdo pudesse ser questionado e assim as dúvidas sanadas. Se tratava

das explicações sobre as principais características do Limerick.

Os alunos levaram 30 minutos para finalizar a leitura do material para que

então a professora pudesse questioná-los e passar a atividade final. Assim a

professora os questionou sobre pontos pertinentes referentes ao tema, por exemplo,

o que é o Limerick e como ele se constrói. Desta maneira, a explicação foi realizada

juntamente aos alunos com o uso da lousa e do próprio material projetado pelo

datahow.

Durante a explicação, a professora expôs que os Limericks são de origem da

Língua Inglesa e por este motivo este seria o gênero que eles produziriam como

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atividade final para o curso aplicado. Dentre as explicações, há um vídeo de um

Limerick conhecido como canção para crianças chamada Hickory Dickory Dock; foi

através dele que a professora demonstrou que os Limericks podem também

apresentar rimas quando desejado.

O aluno B questionou se as frases do Limerick podem ser constituídas de

somente uma palavra, uma vez que se trata de um texto do qual qualquer tema pode

ser tratado e o mesmo não possui uma forma fixa. Para tal questionamento, a

professora usou exemplos e explicações presentes no material para mostrar que os

Limericks possuem uma forma assim como qualquer outro gênero textual.

Entretanto, foi explicitado que, se necessário, o aluno poderia construir uma frase

com somente uma palavra desde que ela faça parte da sequência do conteúdo

apresentado em seu texto, totalizando as 5 linhas que o Limerick deve apresentar.

Após esta explicação, a professora indicou os passos que os alunos

deveriam seguir para criar seu próprio Limerick, uma vez que não seria exigido um

tema comum para todos e não haveria a necessidade da presença de rimas. Devido

ao fato de esta ser a última aula, foi pedido para que os alunos criassem seus

Limericks e gravassem o áudio em casa, para posteriormente enviá-los para a

professora por email ou através das redes sociais.

4.6 LIMERICKS DOS ALUNOS

Para que fosse possível a análise da atividade final proposta pelo material, a

criação do Limerick, devido ao pouco tempo hábil em sala de aula, os alunos

deveriam enviar os textos juntamente com seus áudios por email ou através das

redes sociais. Para esta análise, dos cinco Limericks recebidos, foram selecionados

os materiais de três alunos, sendo selecionados 2 que possuíam uma maior

facilidade na aprendizagem durante as aulas, sendo um deles denominado J, e um

aluno com uma dificuldade maior. O aluno J enviou o seguinte Limerick:

This home is in Saul Avenue

I tell you the truth

Every day is hot

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The dinner is full

My grandmother listens to Slipknot.

É possível perceber que, diante da escrita do Limerick, o aluno J efetivou

adequadamente os critérios básicos para a produção desse gênero oral. Diante

disso, o Limerick deste aluno está seguindo a linha do nonsense(sem sentido) que o

próprio criador do gênero adotava. Referente à sua pronúncia é possível perceber

que o mesmo se atentou à pronúncia do TH em truth. Nesta palavra, o som a ser

emitido é desvozeado, representado pelo símbolo /θ/, isto está bem claro ao se

escutar o áudio, pois se percebe um som parecido com da letra F que é emitido na

Língua Portuguesa. Quanto ao restante das pronúncias, diante do que foi aprendido

no material proposto, houve uma troca de pronúncia quanto ao som do TH em this,

the e grandmother. Nestas palavras, o som emitido do TH é vozeado, representado

pelo símbolo //, onde a língua deve emitir uma pequena vibração; é possível

escutar na pronúncia do aluno o som da letra D do português sem vibração alguma.

Segundo Cristófaro-Silva(2012, p.126), “É comum entre falantes brasileiros

de Inglês ocorrer a substituição de /θ/ ou // por outros sons. Geralmente, substitui-

se /θ/ por s, f ou t. Já a consoante // tende a ser substituída por z ou d”. Desta

forma, percebe-se que a troca cometida pelo aluno diante da pronúncia de TH com

o som de // é comum para falantes brasileiros, mas não deixa de ser confuso ao

ouvinte, pois ainda de acordo com Cristófaro-Silva(2012, p.126), “[...] ao substituir

[...] pode ocorrer troca de significados de palavras”. No caso das palavras presentes

no Limerick do aluno, não houve mal entendido com a troca de significados como

haveria em palavras como they /ðeɪ/ e day /deɪ/ onde o som vozeado do TH //, se

não emitido, poderia confundir a compreensão do ouvinte.

O sentence stress(tonicidade na frase) foi trabalhado pelo aluno, o qual

possibilitou ao ouvinte perceber qual é a palavra mais importante em sua frase, por

exemplo, na frase Every day is hot, onde o aluno pronunciou com mais tonicidade as

palavras every e hot. Este tópico se torna importante quando visto por falante nativo

que “[...] pode não compreender ou pode se tornar impaciente na falta de um stress8

8 Som emitido durante a fala para enfatizar a sílaba ou palavra mais importante em uma palavra ou

frase.

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ou uma palavra-chave presente na frase9” ( BRINTON et. al., 2014, p. 212, tradução

nossa).

O segundo exemplo de Limerick, que será mostrado abaixo, permeia mais

claramente as descrições das principais características do gênero feitas por

Ávila(1995).

[...] essa forma é usada para transmitir uma anedota curta, que se conforma ao ritmo e rimas, de maneira a atrelar cada verso na função narrativa: o primeiro verso introduz o protagonista, o segundo delineia a situação inicial, [...] o último verso conclui e comenta o caso narrado (ÁVILA, 1995, p.66).

Estas características podem ser visualizadas no Limerick de um dos outros

dois alunos:

I don’t know where I left my hat!

I was told that is with my cat.

Give me back my hat for me!

Am I talking to a tree?

I think my cat do not know chat!

Percebe-se a presença de rimas entre as palavras hat, cat, chat, me e tree.

Entretanto, ao explicar os passos para a elaboração do Limerick aos alunos, as

rimas não foram solicitadas, pois alguns alunos apontaram que poderia se tornar

mais difícil a criação do texto com este critério.

A análise da pronúncia deste aluno diante de seu Limerick revela que ele

não deu importância a sentence stress(tonicidade na frase), deixando a leitura

contínua, como se estivesse lendo uma frase em português. Além disso, o aluno não

usou o que foi aprendido no material referente as long vowels(vogais longas), por

exemplo, na palavra tree /triː/, que ao ser pronunciada, não foi possível distinguir o

som das duas vogais E com o som do único E em me /miː/. É possível perceber essa

semelhança na pronúncia deste aluno, pois “Uma vogal longa conta como duas

unidades em termos de pronúncia. É como se pronunciássemos continuamente,

sem interrupção, a mesma vogal pelo dobro de tempo[...]”(CRISTÓFARO-SILVA,

9 “[...] may either fail to comprehend or they may grow impatient at the lack of selective stress on key

words.”

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2012, p.126). Devido à falta dessa qualidade sonora, o prolongamento do som da

vogal E em tree /triː/, é possível afirmar que o aluno não se atentou aos pontos

discutidos durante as aulas ou que se baseou em sua pronúncia do português.

O terceiro Limerick foi realizado por um aluno que apresentou muitas

dúvidas e, consequentemente, dificuldade durante as aulas. A seguir expõe-se a

produção do aluno:

Here waiting for you

I can not accept it

With what I see

For what I see

Is that you

Quanto ao Limerick, o aluno focou em um tema pertinente em outros

gêneros textuais, o amor, deixando de falar sobre coisas que podem ser

humorísticas ou nonsense(sem sentido), que normalmente são característicos deste

gênero de texto. Apesar da percepção da professora quanto à dificuldade oral deste

aluno, ele gravou um áudio que surpreendeu a pesquisadora. Em sua pronúncia,

apesar de mais rápida do que dos outros alunos, foi possível perceber o

prolongamento da vogal e na palavra see /siː/.

Este aluno teve facilidade ao conseguir distinguir este som em sua

pronúncia, pois “[...] as palavras do Inglês não devem terminar em vogais breves.

Sempre que uma vogal ocorre em final de palavra em Inglês, esta vogal é

longa”(CRISTÓFARO-SILVA, 2012, p.97). Conclui-se assim que este som é natural

na pronúncia de uma palavra do Inglês, uma vez que o aluno que a pronunciou

possui várias dificuldades diante da LI.

Na produção oral deste aluno, é importante salientar que em sua pronúncia

houve a junção das palavras what I /wɒt aɪ/ e that you /ðæt juː/,uma vez que

Se uma palavra terminar com o som de uma consoante [...] e é seguida de uma palavra que começa com o som de uma vogal [...], você deve pronunciar totalmente o som da consoante a fim de juntá-la a próxima vogal

10 (ASHTON; SHEPHERD, 2012, p.93).

10

If a word that ends with a consonant sound[...] is followed by a word that starts with a vowel sound […] you must fully pronounce the consonant on the end of the word and use it to join onto the next vowel.

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Esta junção das palavras what I /wɒt aɪ/ e that you /ðæt juː/ foram feitas pelo

aluno através da pronúncia da letra R no lugar da letra T em ambas as frases, fato

chamado de “tepe” por Cristófaro-Silva (2012,p.78) “[...]quando pronunciadas

isoladamente as palavras it e did terminam respectivamente em t e d. [...] se essas

mesmas palavras forem [...] seguidas de uma vogal, elas terão um tepe [...]: it is /iiz/

e did it /diid/”. É possível perceber que o aluno conseguiu se lembrar deste ponto

que foi discutido durante as aulas, chega-se a esta conclusão, uma vez que este

participante demonstrou dificuldade na LI, principalmente em sua pronúncia.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O material aqui discutido foi elaborado para que os alunos do Ensino Médio

de escolas regulares pudessem praticar a oralidade da LI através da aprendizagem

de sua fonética. Foi optado por este tema devido à percepção da professora

pesquisadora de que os alunos do Ensino Médio sentem dificuldade em falar algo na

LI, por não ter conhecimento ou por não sentirem confiança no conhecimento que

possuem. A forma como a escola regular aborda a LI é também discutida por

Jucá(2009, p.10260) “[...] no máximo se conseguiu que eles aprendessem algumas

estruturas gramaticais e um vocabulário do cotidiano[...]”.

Cabe aqui relembrar a seguinte citação que também se encontra na epígrafe

deste trabalho, onde Alves (2005), afirma

A história reversa do Pinóquio: não é a história do Pinóquio que era uma marionete de madeira que se tornou um garoto de pele e osso com a alma de um humano pela escola, mas a história de um garoto de pele e osso e alma humana que se tornou em um adulto de madeira, enrijecido e triste como o Pinóquio é (ALVES, Rubem, 2005, p.2).

O material elaborado e aqui discutido propõe que essa aprendizagem da

fonética da LI, seja através da interação do aluno com as diversas ferramentas

disponíveis em sala de aula, desde acesso à tecnologia até a troca de conhecimento

entre alunos e aluno-professor, uma vez que é necessária a participação ativa dos

envolvidos para que os objetivos possam ser alcançados. Desta forma, este trabalho

teve como principais objetivos:

a) elaborar e aplicar material didático com foco em aspectos fonéticos

relevantes da Língua Inglesa, a fim de favorecer o desempenho da oralidade em

alunos do Ensino Médio na produção em Inglês de gêneros textuais orais como o

Limerick;

b) analisar os resultados obtidos com a aplicação do produto educacional

proposto.

O fato de ser ensinada fonética durante a aplicação deste material era para

que os alunos pudessem se comunicar de forma satisfatória, onde pudesse haver

compreensão na comunicação entre locutor e interlocutor. Apesar das dificuldades

encontradas durante a aplicação do material, como a falta de estrutura e um número

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pequeno de aulas – total de 5 aulas de 2 horas cada, os alunos que participaram da

atividade conseguiram, em sua maioria, produzir satisfatoriamente alguns dos sons

estudados em sala, sendo perceptível na elaboração do Limerick oral.

Sabe-se que o aprendizado da fonética é um trabalho complexo, assim este

produto educacional buscou fazer com que os alunos conhecessem este tipo de

aprendizagem da Língua Inglesa de forma a monitorarem as suas pronúncias e não

decorarem os símbolos fonéticos existentes. Conforme afirma Ramos(2009),

Seria preciso refletir até que ponto as interferências e transferências fonológicas que nossos alunos demonstram, efetivamente, constituem impedimento à comunicação. Afinal, nesse processo não está em jogo apenas a produção de sons isolados individuais, mas também tonicidade das palavras e frases, entonação, aspectos do discurso corrente, contexto, expressões não verbais, entre outros. È preciso lembrar que a produção fonológica em Língua Inglesa é tarefa das mais complexas (RAMOS, 2009, p.55).

Os alunos participantes da pesquisa tiveram condições de produzir o

Limerick de forma adequada às características desse gênero, uma vez que houve

um estudo sistemático e aprofundado sobre o tema ao fim do material proposto.

Além disso, os alunos puderam usar a organização sonora do Inglês para sua

aplicabilidade oral.

Diante das discussões propostas nas análises deste trabalho, foi possível

perceber que ambos objetivos foram alcançados, porém é possível afirmar que, por

se tratar de alunos do Ensino Médio, os mesmos não se sentem motivados a

estudar algo que não faça parte das aulas regulares. Ao solicitar com que os alunos

devessem se deslocar para outro colégio para que as aulas fossem possíveis, houve

um pequeno número de adesão que inclusive foi diminuindo no decorrer das aulas.

Assim, torna-se conveniente o professor preparar suas aulas baseando-se

antecipadamente na estrutura disponível em sua escola, como a disponibilidade do

uso das TIC. Apesar das tecnologias digitais serem uma ferramenta que vêm para

melhorar as aulas de LI, ainda há escolas, públicas e privadas, que não possuem os

materiais necessários para aulas com esses recursos. A falta de estrutura no

Colégio A prejudicou muito a aplicação deste material, além de o número de aulas

ter sido menor do que o previsto, uma vez que os alunos tiveram de elaborar seus

Limericks oralmente em casa.

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Quando o aluno leva atividade para ser realizada em casa, exige um

estresse maior do professor, uma vez que ele terá que cobrar do aluno para que o

material retorne às mãos do educador.

Este trabalho partiu da hipótese de que se os aspectos fonéticos fossem

explorados com base no material digital proposto, os alunos poderiam ter a

oportunidade de conhecer, discutir e aplicar os aspectos fonéticos da Língua

Inglesa, quebrando ainda com a aprendizagem fossilizada de algumas palavras do

Inglês. Pois, é necessário que o aluno possa ter este contato com o uso da fonética

da LI para que assim a pronúncia seja mais clara para eles de forma que também

possam se sentir mais seguros durante a fala nesta língua. Essa hipótese foi

confirmada com a pesquisa realizada e os resultados obtidos através dessa

dissertação. Além disso, é afirmado por Godoy; Gontow; Marcelino (2006):

Estudar a pronúncia influência significativamente a maneira como você entende o inglês falado. Ouvir e pronunciar formam uma rua de mão-dupla. Você precisa ser capaz de discriminar sons de maneira que os produza corretamente. Ao mesmo tempo, uma vez que você aprende a pronunciar corretamente uma palavra, você também será capaz de reconhecê-la quando ouvi-la. Você irá descobrir que enquanto sua audição melhora você será compreendido mais facilmente. A comunicação então se torna muito mais confortável em ambas as direções

11

(GODOY;GONTOW;MARCELINO,2006,p.22).

Para futuras pesquisas, sugere-se que o produto educacional seja aplicado

gradualmente durante as aulas, podendo durar um semestre ou até um ano letivo,

conforme a necessidade dos alunos e do conteúdo a ser lecionado naquele

momento. Assim, caberá ao professor decidir qual o melhor momento para explicar

cada tópico presente no produto educacional, dando autonomia ao educador para

fazer uso das páginas que quiser e na ordem que for necessário.

O material aqui proposto pode também ser aplicado de outras formas como,

por exemplo, com o uso ou não dos vídeos presentes no produto educacional, uma

vez que nem todas as escolas possuem os aparatos digitais e tecnológicos para

este tipo de uso. É possível também que o professor opte por substituir, incluir ou

11

Tradução livre. “Studying pronunciation significantly influences the way you understand spoken English. Listening and pronunciation form a two-way street. You need to be able to discriminate sounds in order to produce them right. At the same time, once you learn how to pronounce a word correctly, you´ll also be able to recognize it when you hear it. You will find that while your listening will improve, you´ll also be more easily understood. Communicating then becomes a lot more comfortable in both directions.”

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até excluir vídeos e/ou os exercícios presentes no produto educacional, conforme a

necessidade de seus alunos e o andamento das aulas.

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APÊNDICE

APÊNDICE A – Produto Educacional

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS,

SOCIAIS E DA NATUREZA

CÍNTIA PEREIRA DOS SANTOS

ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE

MATERIAL DIGITAL

DISSERTAÇÃO

LONDRINA 2016

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CÍNTIA PEREIRA DOS SANTOS

ENSINO DE FONÉTICA DA LÍNGUA INGLESA COM USO DE

MATERIAL DIGITAL

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Dutra.

Coorientador: Prof. Dr. Givan José Ferreira dos Santos.

LONDRINA

2016

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TERMO DE LICENCIAMENTO

Esta Dissertação e o seu respectivo Produto Educacional estão licenciados sob uma

Licença Creative Commons atribuição uso não-comercial/compartilhamento sob a mesma licença

4.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite o endereço

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ ou envie uma carta para Creative Commons,

171 Second Street, Suite 300, San Francisco, Califórnia 94105, USA.

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