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Do Profij à Universidade Dois Casos de Sucesso O “Liceu” entrevistou dois alunos universitários que frequentaram cursos do PROFIJ na Escola Secundária Antero de Quental, tendo optado, posteriormente, por uma formação académica na Universi- dade dos Açores. ACTIVIDADES OPINIÃO PÁGINA 3 ESAQ Talentos Procuram-se novos talentos entre alunos da ESAQ!! Está a decorrer uma selecção faseada de concorrentes que culminará numa final, aberta ao público. PÁGINA 9 O Rendimento Mínimo é o Máximo! “Uma geração que não aproveita o Rendimento Míni- mo é uma geração que nunca o foi!” Maria João Ruivo PÁGINA 14 A “Neo-inquisição” e Saramago Despertou-me a atenção a violência da reacção ao livro (…).” Jorge Alves PÁGINA 15 PROFESSORES Lógica do objecto e lógica do fenómeno “Com o fio das ideias tecemos nós o que permite des- locarmo-nos (…).” Pedro Leite PÁGINA 16 A Outra Face “Afinal, não foi nada difícil a escolha de um tema a introduzir num jornal novo (…).” João Luís Soares PÁGINA 16 Homossexualidade vs Adopção. Porque não?! “Sou a favor do casamento homossexual e (…) a favor da criação de legislação que permita a estes casais adoptar crianças.” Nisa Cabral ( 10º E ) PÁGINA 17 Liberdade/ Liberdades “… pensava que a liberdade era a ausência de cons- trangimentos … .” Ângela Lúcio ( 12º P ) PÁGINA 19 Criamos Avatares “Cada vez mais, a internet e as redes sociais assu- mem um papel importante no quotidiano dos jovens. Cabe-nos a nós reflectir se tal contribui para um maior crescimento intelectual, social e pessoal.” Turma B/N ( 10º ) PÁGINA 18 O Nº 1 “PENSAR, LER E ESCREVERABRIL DE 2010 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PÁGINA 10 Dia Mundial da Filosofia Comemorou-se a efeméride no passado dia 19 de Novembro, com uma conferência na biblioteca da Escola intitulada “A imigração e inter- culturalidade nos Açores”. PÁGINA 2 PÁGINA 4 Jogos Florais Novos Alunos e Novos Professores Sendo a Escola, por natureza, um local de passagem, fomos ouvir alunos e professores que vêm de outras realidades, principalmente de realidades geográficas diferentes. PÁGINA 12 ALUNOS ESAQ CUP PÁGINA 9 Ranking Alunos PÁGINA 21 Desenhos em Desenho A PÁGINA 22 UNECA E OPORTUNIDADE PÁGINA 7 ESCOLA SECUNDÁRIA ANTERO DE QUENTAL

ESCOLA SECUNDÁRIA ANTERO DE QUENTAL Do …Os Jogos Florais constituem uma velha tradição da nossa esco-la. Em conversa com um antigo professor do Liceu, Dr. Fernando Aires, confirmámos

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Page 1: ESCOLA SECUNDÁRIA ANTERO DE QUENTAL Do …Os Jogos Florais constituem uma velha tradição da nossa esco-la. Em conversa com um antigo professor do Liceu, Dr. Fernando Aires, confirmámos

Do Profij à Universidade

Dois Casos de Sucesso O “Liceu” entrevistou dois alunos universitários que frequentaram cursos do PROFIJ na Escola Secundária Antero de Quental, tendo optado, posteriormente, por uma formação académica na Universi-dade dos Açores.

ACTIVIDADES

OPINIÃO

PÁGINA 3

ESAQ Talentos Procuram-se novos talentos entre alunos da ESAQ!! Está a decorrer uma selecção faseada de concorrentes que culminará numa final, aberta ao público. PÁGINA 9

O Rendimento Mínimo é o Máximo! “Uma geração que não aproveita o Rendimento Míni-mo é uma geração que nunca o foi!” Maria João Ruivo PÁGINA 14

A “Neo-inquisição” e Saramago “Despertou-me a atenção a violência da reacção ao livro (…).” Jorge Alves PÁGINA 15

PR

OFE

SS

OR

ES

Lógica do objecto e lógica do fenómeno “Com o fio das ideias tecemos nós o que permite des-locarmo-nos (…).” Pedro Leite PÁGINA 16

A Outra Face “Afinal, não foi nada difícil a escolha de um tema a introduzir num jornal novo (…).” João Luís Soares PÁGINA 16

Homossexualidade vs Adopção. Porque não?!

“Sou a favor do casamento homossexual e (…) a favor da criação de legislação que permita a estes casais adoptar crianças.” Nisa Cabral ( 10º E ) PÁGINA 17

Liberdade/ Liberdades “… pensava que a liberdade era a ausência de cons-trangimentos … .”

Ângela Lúcio ( 12º P ) PÁGINA 19

Criamos Avatares “Cada vez mais, a internet e as redes sociais assu-mem um papel importante no quotidiano dos jovens. Cabe-nos a nós reflectir se tal contribui para um maior crescimento intelectual, social e pessoal.” Turma B/N ( 10º ) PÁGINA 18

O Nº 1

“PENSAR, LER E ESCREVER”

ABRIL DE 2010 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

PÁGINA 10

Dia Mundial da Filosofia Comemorou-se a efeméride no passado dia 19 de Novembro, com uma conferência na biblioteca da Escola intitulada “A imigração e inter-culturalidade nos Açores”. PÁGINA 2

PÁGINA 4

Jogos Florais

Novos Alunos e Novos Professores Sendo a Escola, por natureza, um local de passagem, fomos ouvir alunos e professores que vêm de outras realidades, principalmente de realidades geográficas diferentes. PÁGINA 12

ALU

NO

S

ESAQ CUP PÁGINA 9

Ranking Alunos PÁGINA 21

Desenhos em Desenho A PÁGINA 22

UNECA E OPORTUNIDADE PÁGINA 7

ESCOLA SECUNDÁRIA ANTERO DE QUENTAL

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O Liceu 2 Actividades

Dia Mundial da Filosofia

O Dia Mundial da Filosofia foi instituído, em 2005, pela UNESCO. Celebra-se na terceira 5ª feira do mês de Novembro. Segundo o director-geral da UNESCO, Koichuro Matsuura, com esta efeméride “pretende-se promover a Filosofia, reforçar e estender o seu ensino, conseguindo, assim, o diálogo e a abertura de novos horizon-tes, questionando as nossa incertezas e convic-ções”.

Este ano lectivo, no dia 19 de Novembro, para assinalar esta efeméride decorreu, na biblioteca da nossa escola, uma conferência subordinada ao tema A imigração e intercultu-ralidade nos Açores, orientada pelo Dr. Paulo Mendes.

Esta actividade foi desenvolvida pelo grupo de Filosofia desta escola. Procurou, fundamen-talmente, promover o debate e a troca de ideias relativamente à diversidade e diálogo cultural, uma vez que é um assunto actual na nossa região e consta dos conteúdos programáticos da disciplina de Filosofia. Segundo o coordena-dor do grupo disciplinar, esta iniciativa foi bas-tante gratificante, devido à participação empe-nhada de todos os intervenientes.

Refira-se ainda que, no âmbito desta come-moração, realizou-se uma exposição foto-bio-bibliográfica evocativa do filósofo português Agostinho da Silva, intitulada Pensamento e acção de Agostinho da Silva. Esta exposição foi realizada pelo 12º P, sob a orientação da pro-fessora Conceição Estrela, e esteve patente ao público no Hall da Secção.

EDITORIAL

A existência de um jornal escolar é sem-pre motivo de regozijo para todos aqueles que nele participam e para toda a comuni-dade escolar. É certamente uma oportuni-dade para professores e alunos divulgarem as actividades em que estiveram envolvidos ou que planeiam realizar; mais um meca-

nismo que permite aos Departamentos fazerem um balanço dos seus projectos, enfim, um espaço onde todos podem opinar sobre os mais diversos assuntos.

Mas é também um espaço de responsabilidade: responsa-biliza todos aqueles que nele participam, por aquilo que dizem (leia-se “escrevem”) e os que não participam, por aquilo que deixam por dizer. Em nome da equipa redacto-rial, deixo um sincero agradecimento aos que dispensaram algum do seu tempo para contribuírem para esta edição do Liceu; para os que pensaram colaborar, mas não chegaram a tempo, fica a informação de que poderão fazê-lo em futu-ras edições, na medida em que pretendemos que este seja um projecto com continuidade.

O mérito da iniciativa é, pois, de todos: dos que se lembra-ram de ressuscitar um projecto antigo que parecia estar esquecido - o jornal Antero – e dos nossos prezados colabo-radores que, como pretendíamos, são dignos representan-tes não só dos professores mas também dos alunos.

Mérito é também uma das preocupações desta edição d’ O Liceu, que relembra os alunos distinguidos, em 2009, com o Prémio Antero de Quental e com diplomas de mérito pelo seu desempenho escolar excepcional. Prática em tem-pos esquecida ou desvalorizada, este hábito de premiar a excelência parece estar presentemente em voga, e ainda bem, pois é com certeza factor de estímulo para todos os alunos. É também uma prática contemplada em diplomas legais e referida amiúde por individualidades ligadas à Edu-cação. Em ambos os casos são aconselhadas iniciativas que assinalem o mérito dos alunos.

Nesta edição, é ainda feito um balanço positivo de alguns projectos realizados na escola, no primeiro e segundo perío-dos. É dado destaque à comemoração do Dia Mundial da Filosofia, promovida pelo grupo de Filosofia; relembram-se as actividades realizadas no âmbito do Programa Parlamen-to dos Jovens, da responsabilidade da Assembleia da Repú-blica, de que a escola é cooperante, e que tem como coor-denadores os professores do grupo de Ciências Físico-Químicas; é, ainda, lançado um olhar particular sobre os concursos ESAQ Talentos e Jogos Florais, o primeiro voca-cionado para as artes do espectáculo e o segundo para a escrita criativa.

Parabéns a todos os colegas pelas suas realizações e votos para que continuem a contribuir para tornar a escola um espaço dinâmico de aprendizagem, cultura e criativida-de.

João Costa

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O Liceu 3 Actividades

Orador convidado Professor Francisco Negalha

No passado dia 13 de Janeiro realizou-se na Biblioteca da Escola Secundária Antero de Quental uma palestra subjugada ao tema A República, sendo orador convida-do o Professor Francisco Negalha.

No ano em que se comemora o centenário da Implantação da República Portuguesa importa lem-brar e dar a conhecer o seu percur-

so na história, incutindo o espírito reflexivo e crítico dos alunos sobre o tema. Esta iniciativa desenvolveu-se no âmbito do Programa Parla-mento dos Jovens, programa da responsabilidade da Assembleia da República, na qual a Escola Secundária Antero de Quental é cooperante.

Educação Sexual em Contexto Escolar e República

A Escola Secundária Antero de Quental promoveu, no passado dia 18 de Janeiro, na Biblioteca da escola, uma palestra e debate sobre A Educação Sexual em Con-texto Escolar e a Implantação da República. A palestra teve como

o r a d o r convidado o Profes-sor Doutor L u i z Fagundes D u a r t e , deputado eleito pelo Círculo Re-gional dos Açores à A s s e m -bleia da

República e Presidente da Comis-são Parlamentar de Educação e Ciência.

Esta iniciativa surge no âmbito do programa Parlamento dos Jovens a par de um conjunto de

actividades que a Escola Secundá-ria Antero de Quental irá realizar na comemoração do Centenário da Implantação da República Portu-guesa. Desta forma, fomentou jun-to dos seus alunos e restante comunidade escolar momentos de reflexão sobre a importância da República na evolução da nossa sociedade e do nosso País.

Nesta palestra os alunos do 3º ciclo e ensino secundário tiveram oportunidade de questionar e com-preender melhor as virtudes e vicissitudes do sistema repu-blicano, mas também as suas falhas ao longo da história.

Sendo a promoção da saúde sexual e reprodutiva dos indivíduos um importante contributo para a

sua formação pessoal e social, os alunos tiveram oportunidade de questionar sobre as linhas orienta-doras para a promoção da educa-ção sexual nas escolas. Dúvidas como a implementação da discipli-na de Educação para a Saúde; qual o papel da família e como é que esta se articula com a educa-ção sexual na escola; a diferencia-ção pedagógica e objectivos de ensino de acordo com a faixa etá-ria foram, entre muitas outras, alvo de debate.

Simultaneamente, esclarece-ram junto do Professor Luiz Fagun-des Duarte questões de foro profis-sional relacionadas com as fun-ções de um deputado à Assem-bleia da República que, certamen-te, em muito enriqueceram o conhecimento e perspectivas pro-

Os jovens deputados eleitos pela Escola Secundária Antero de Quental representa-rão a sua escola nos próximos dias 22 e 23 de Março nas Sessões Regionais a decor-rer na Assembleia Regional, na Horta.

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O Liceu 4 Actividades

Os alunos participantes colocaram, ainda, à prova as suas capacidades de argumenta-ção na defesa e proposta de ideias, e da viabilidade das suas propostas de medida no âmbito do Programa Parlamento dos Jovens cujos temas, este ano, são subjuga-dos à Educação Sexual e A República.

Da esquerda para a direita o Presidente do Conselho Executivo da ESAQ Boanerges Melo, os professores Carla Machado, Maria João Lopes, Bruno Couto e Professor Luiz Fagundes Duarte em visita ao Museu da Física, um projecto em desenvolvimento na Escola Secundária Antero de Quental.

fissionais futuras dos nossos alu-nos.

O programa Parlamento dos Jovens é uma iniciativa da Assem-bleia da República, em parceria com a Assembleia Regional dos Açores e da Madeira.

Os alunos, eleitos deputados por cada escola, têm a oportunida-de de contribuir com propostas para a resolução de questões que afectam o seu presente e futuro individual, e colectivo, transmitin-do as suas propostas junto de um elemento do poder político. Os

jovens deputados eleitos propõem-se a apresentar recomendações nas Sessões Regionais, a realizar na Assembleia Regional, que pos-teriormente serão submetidas à Sessão Nacional do Parlamento dos Jovens, a decorrer na Assem-bleia da República em Lisboa.

Pretende-se, também, que no decorrer de todo o processo os alunos desenvolvam competências e capacidades de argumentação na defesa das ideias, mantendo o respeito pelos valores da tolerân-cia e da formação da vontade da maioria.

Este programa permite, ainda, aos participantes a oportunidade de vivenciarem a qualidade de deputados por um dia, ao fazer ouvir a sua voz na Assembleia Regional e na Assembleia da República.

São coordenadores deste pro-jecto na Escola Secundária Antero de Quental os docentes do Grupo de Ciências Físico-Químicas, em colaboração com o Conselho Exe-cutivo da unidade de ensino.

Boanerges Melo, Luiz Fagundes Duarte, Maria João Lopes e Manuel Borges

Os Jogos Florais O nome “Jogos Florais” parece

vir da Antiguidade Clássica, época em que se faziam competições literárias em homenagem à deusa Flora. Este acontecimento desen-rolava-se no período entre 28 de Abril e 13 de Maio do calendário Romano e os vencedores ganha-vam pedras preciosas em forma de flores.

Os Jogos Florais constituem uma velha tradição da nossa esco-la. Em conversa com um antigo professor do Liceu, Dr. Fernando Aires, confirmámos que, nos anos 30 do século XX, altura em que era aqui aluno, já se realizava este concurso literário, fazendo então parte do Júri de apreciação dos trabalhos “o Dr. Rui Galvão de Car-

valho e o Dr. João Bernardo de Oli-veira Rodrigues”, recorda Fernan-do Aires.

Assim, gostaríamos de manter viva esta tradição e aproveitamos para divulgar aqui os vencedores dos Jogos Florais dos dois últimos anos lectivos:

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O Liceu 5 Actividades

Sendo esta uma actividade que promove o gosto pela escrita, era bom que pudéssemos reavivá-la. Para isso, gostaríamos de contar com uma participação mais activa dos alunos, que têm aqui uma oportunidade de mostrar que são

criativos ou, quem sabe, descobrir que a escrita é uma forma nobre de expressão que devemos culti-var.

Está na hora de concorrer! Os alunos que desejarem fazê-lo podem falar com a sua professora

de Português que já tem consigo o Regulamento dos Jogos Florais para o presente ano lectivo.

Boa Escrita!

Maria João Ruivo

Poemas

O AMOR

Quando te vejo Sinto um olhar devastador Sinto o meu coração A bater por amor Amor é dor Dor de não nos aceitar Dor de saber o que vai acontecer Uma dor para parar Amor também é alegria É paz e Harmonia Amor é dizer Sim, já tenho companhia Quando nos magoamos Sentimos um aperto Aperto no coração Ao perdermos a nossa paixão Quando nos apaixonamos Não queremos saber de mais nada Parece que sentimos A presença de uma fada.

EDUARDO MIGUEL FARIA (7º K)

2º Prémio de Poesia dos Jogos Florais de 2007/2008

(Escalão A)

O PODER SENTIR

O barulho da chuva, o brilho do olhar, o calor de uma voz, a luz de um sorriso. Infiltro-me nos oceanos profundos e nas ondas do mar. Deixo-me escurecer nas asas do isolamento, no martírio das rochas, no barulho do mar. Toco nas pétalas de uma flor, nada sinto. Tento sen-tir a lenidade e o júbilo de um girassol e nada possuo. Cresço até ao alto das montanhas, alcanço as nuvens, toco no azul do céu, usufruo da sua frescura, da sua frescura presença e nada sinto. Enlaço a pureza do som e nada oiço. Esqueço-me da ansiedade e afabilidade de expres-sar, não reconheço a delicadeza das palavras. Alegro-me com a água miserável e contínua sem intenção. Não vejo o consolo, o poder, o valor de uma simples frase, frase de um mero “a”.

Pinto na tela uma vida dispersa, uma ilusão desfe-ta, um devaneio esquecido, um pensamento dissemi-nado, a imperfeição do mundo, anomalia de um círcu-lo, de uma recta…

Desenho um gosto ausente, uma porta fechada, um abraço, um salto, uma corrida.

Percorro indeterminada estrada ilimitada, ignoro manias causticas, deixo penetrar a luz no vácuo. Não acompanho a escolha de uma razão.

Não distingo a verdade da mentira. Jamais poderei entender o poder de um não.

RITA MARIA VIVEIROS ARAÚJO (10º B)

1º Prémio de Poesia dos Jogos Florais de 2007/2008

(Escalão B)

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O Liceu 6 Actividades

TRABALHOS PREMIADOS 2007/2008

POESIA EDUARDO MIGUEL DO CARMO PEREIRA FARIA – 7º K O Amor 2º Prémio

CAROLINA ÁVILA PINHEIRO - 9º B Não Consigo Dormir 3º Prémio

CONTO CATARINA CARREIRO BETTENCOURT – 7º G Papá, Clonei a Terra 1º Prémio

CRÓNICA / DIÁRIO / TEXTO DE REFLEXÃO MADALENA SILVA SOARES DE ALBERGARIA – 9º G Tentativa de Chegar aí Acima 1º Prémio BEATRIZ GAROUPA ALBERGARIA BICUDO GONÇALVES – 9º G Dualidade 2º Prémio ANA CAROLINA DE MEDEIROS ANDRADE CONSTÂNCIA – 9º H Alegria Musical 3º Prémio

Escalão A (3º Ciclo)

Escalão B (Secundário) POESIA

RITA MARIA VIVEIROS ARAÚJO – 10º B O Poder Sentir 1º Prémio

DÉBORA OLIVEIRA MONIZ – 10º I Viver, Lutar e Amar 2º Prémio

HELENA DE MEDEIROS BENEVIDES – 11º L Eu, Ela 3º Prémio

CONTO MILTON RAFAEL MEDEIROS PEREIRA – 10º Q Eu Quero, Posso e Mato 2º Prémio

HELENA DE MEDEIROS BENEVIDES – 11º L Campo de Morangos 3º Prémio

CRÓNICA / DIÁRIO / TEXTO DE REFLEXÃO SÍLVIA CRISTINA MEDEIROS PEREIRA – 11º G 20 de Outubro de 2007 2º Prémio

TRABALHOS PREMIADOS 2008/2009

1º Prémio Conto

CATARINA CARREIRO BETTENCOURT (8ºF) Passado Tornado Presente

1º Prémio

Crónica / Diário / Texto de Reflexão

RENATA FILIPA MONIZ RIBEIRA (11º I) 2 de Outubro de 1871

2º Prémio Conto

DULCE RITA ARRUDA CORREIA (10ºB) Dia 14 de Julho de 2008

3º Prémio Conto

RENATA FILIPA MONIZ RIBEIRA (11º I) Página

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O Liceu 7 Actividades

Visita à Quinta do Priôlo

Todas as quartas-feiras de manhã, alguns alunos das turmas Uneca 4 e Oportunidade II A e B vão à Quinta do Priôlo.

A Quinta do Priôlo, situada em São Gonçalo, bem no centro de Ponta Delgada, é um Centro de Educação Ambiental. Este espaço tem como principal objectivo cons-ciencializar as crianças para as questões ambientais.

Os alunos são acompanhados rotativamente pelas professoras Carla Carvalho, Patrícia Silva, Cata-

rina Martins, Olinda Forte, Kalliopi Reka e Raquel Silva.

Apenas podem ir 15 alunos de cada vez. Assim, da turma Uneca 4 vai só o aluno Marco Elias. Da tur-ma Oportunidade II A vão quatro alunos, o André Amaral, o Patrício Furtado, o Nuno Gravito e a Diana Carvalho. Já da turma Oportunida-de II B vão apenas três alunos, a Beatriz Botelho, o Marco Soares e a Verónica Silva.

“Vou à Quinta do Priôlo todas as quartas-feiras.

Na Quinta já tratei de animais, andei de bicicleta, fiz biscoitos e bolos de chocolate na cozinha, fiz folhas de papel na reciclagem, andei de cavalo, cantei músicas, plantei cenouras e cavei na horta, andei de carrinho e dei comida aos cavalos, aos burros, aos cães, aos coelhos, às cabras e às ove-lhas.

Não há nenhuma tarefa que eu

não goste de fazer na Quinta do Priôlo mas a minha tarefa preferi-da é andar de cavalo.”

Marco Elias, turma Uneca 4

“Às quartas-feiras chego à Escola e espero pela carrinha. Depois vamos de carrinha para a Quinta do Priôlo. Uns vão para a horta, uns vão para a música…

Já reguei plantas na horta e já fiz karaoke.

Gosto muito da Quinta do Priôlo.”

Verónica Silva, Oportunidade II B

“Eu gosto de tudo: dos burros, dos póneis, das galinhas, dos gatos, dos cães, dos perus, dos patos, das pombas. De tudo!

As pessoas que trabalham na Quinta do Priôlo são muito simpáti-cas e muito bem-educadas.

Eu gosto de fazer tudo, não gosto de estar parada.”

Beatriz Botelho, Oportunidade II B

O Dia Da Alimentação No dia 16 de Outubro de 2009,

os alunos das turmas Uneca 4 e Oportunidade II A e B foram assis-tir a um colóquio na Biblioteca da Escola sobre o tema “Alimentação Saudável”. A oradora, a Dr.ª Cidália Ponte, chamou a atenção dos alu-nos para os problemas de uma alimentação desequilibrada, sensi-bilizou-os para hábitos alimentares saudáveis e informou-os sobre as consequências dos distúrbios ali-mentares.

Os alunos foram acompanhados pelas professoras Dulcineia

Bolhão, Manuela Bettencourt, San-dra Morais, Raquel Silva, Kalliopi Reka e Olinda Forte.

UNECA 4 e OPORTUNIDADE II A/B

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O Liceu 8 Actividades

Corta-Mato Escalão Distância Aluno Turma Classificação

Iniciados Masculinos 2,5 km Marco Elias Uneca 4 5º

Iniciados Masculinos 2,5 km Patrício Furtado Oportunidade II A 4º

Iniciados Feminino 2 km Diana Carvalho Uneca 4 3º

Juvenis Masculino 3,5 km Marco Soares Oportunidade II B Último

No dia 25 de Novembro, à tarde, alguns alunos das turmas Uneca 4 e Oportunidade II A e B participa-ram no Corta-Mato, uma activida-de do departamento de Educação Física da Escola, que teve lugar no Jardim António Borges. Os nossos alunos ficaram muito bem classificados! A Diana está apurada para o Cor-ta-Mato Regional, que será realiza-do no Pinhal da Paz e onde partici-

parão apenas os melhores classifi-cados de cada escola da ilha de S. Miguel. Apesar de o aluno Marco Soares ter sido o último classificado do

escalão de Juvenis Masculinos, é de salientar o seu enorme empe-nho em ter completado o percurso de 3,5 km.

A tabela acima apresenta as classificações que os alunos obtiveram

Visita de Estudo ao Museu Carlos Machado (Núcleo de Arte Sacra)

O Museu Carlos Machado é o mais antigo museu do arquipélago. Os alunos das turmas Uneca 4 e Oportunidade II A e B visitaram a Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta Delgada, que alberga a colecção de arte sacra e o espólio de Natália Correia. Esta visita reali-zou-se no dia 11 de Novembro de 2009. Com esta iniciativa pretendeu-se fomentar e desenvolver o interes-se e valorização do património cul-tural.

“Saímos da Escola Secundária Antero de Quental para ir ao Museu Carlos Machado. Fomos os professores e colegas das turmas UNECA 2 e Oportunidade II A e B. No Museu vimos os quadros, a sacristia, a Dalmática, o piano e o presépio. O que gostei mais de ver foi a Capela-mor. Gostava de ter ficado mais tempo no Museu.”

(Cristiana Aveiro – Uneca 4)

Actividades Pré-Profissionalizantes Os alunos da turma Uneca 4 par-ticipam nas actividades Pré-Profissionalizantes. Estas activida-des têm como principal objectivo promover a integração dos alunos da turma na sociedade.

As actividades estão divididas em cinco áreas: bar, jardinagem, cantina, reprografia e papelaria. Ao longo do 1º período, a Marlene Mendonça, a Cristiana Aveiro e a

Erica Bispo estiveram a trabalhar na Cantina da Escola; o Marco Sil-va esteve na área da jardinagem; a Inês Gravito trabalhou na Papela-ria; e a Carolina Castro e o Hugo Pereira ficaram na Reprografia.

Na Cantina, os alunos geralmen-te tratam da limpeza do espaço e embrulham talheres nos sacos de papel para serem colocados poste-riormente nos tabuleiros.

“Vou para a Cantina às terças, quartas, quintas e sextas-feiras. As tarefas que costumo fazer na Cantina são arrumar e limpar as mesas, lavar o chão, colocar os talheres nos sacos de papel e limpar os tabuleiros.

Lavar o chão é o que eu gosto mais de fazer na Cantina e o que eu gosto menos é de embrulhar os talheres, que é uma tarefa

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O Liceu 9 Actividades

ESAQ Talentos O 12º E, sob a orientação do

professor Jorge Cabral, escolheu como trabalho/tema a desenvolver neste ano lectivo, na Área de Pro-jecto, uma iniciativa original: iden-tificar, promover e premiar novos talentos entre os alunos da ESAQ. Para o efeito, vão realizar, na esco-la, uma selecção faseada dos con-correntes que culminará numa final, aberta ao público, agendada

para meados de Junho, no Coliseu Micaelense.

As categorias/talentos a selec-cionar são: dança (individual/grupo) e música (instrumental/canto/misto). As inscrições termi-naram no passado dia dezanove de Fevereiro, tendo já sido realiza-dos dois castings. Segundo a orga-nização, já estão a decorrer os pre-parativos para a grande final.

ESAQ CUP

A turma G do 11º ano, do Curso Tecnológico de Desporto tem como um dos objectivos na disciplina de Práticas Desportivas e Recreativas a organização de um torneio de uma modalidade desportiva. Opta-mos por organizar um torneio de futebol 7, cujo nome é “ESAQ CUP”. Esta competição iniciou-se em Novembro de 2009 e é direc-cionada a todos os alunos da Esco-la Secundária Antero Quental, sob a orientação do professor Paulo Santos.

com 16 equipas com dez elemen-tos cada, divididas por quatro gru-pos, a primeira fase da competição já está quase no final, visto que apenas falta um jogo a cada equi-pa para a conclusão da fase de grupos. Segue-se a fase final da competição, confrontando-se as melhores equipas de cada grupo até à final.

A ESAQ CUP tem decorrido com muita aplicação por parte dos par-ticipantes, muito empenho e bons jogos, quer a nível técnico quer a nível táctico, tendo-se assistido a muitos e bons golos e a jogos mui-to bem disputados.

Esperamos que o empenho e concentração se mantenham até ao fim da competição de forma a que a ESAQ CUP seja um suces-so.

Saudações Desportivas!! Paulo Santos

Os principais objectivos que se pretendem atingir com a realiza-ção deste torneio são a promoção da prática desportiva da modalida-de, a ocupação dos tempos livres, fomentar a cooperação entre as equipas do torneio, a promoção da actividade física e do desporto para todos. Mas também promover o espírito de organização das equi-pas, para atingir um objectivo comum (neste caso o primeiro lugar) e por fim, desenvolver nos jovens das equipas o verdadeiro espírito de desporto.

A competição (ESAQ CUP) conta

muito “chata”. No próximo período gostava de

ir trabalhar para a Papelaria da Escola para vender senhas.”

(Marlene Mendonça – Uneca 4)

“Eu trabalho na Papelaria todos os dias da semana excep-to a segunda-feira.

Gosto muito de ajudar a senhora Manuela e gosto muito

de fazer as senhas de almoço. No próximo período gostava de ir para a Reprografia da Escola.”

(Inês Gravito – Uneca 4)

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O Liceu 10 Entrevista

Do Profij à Universidade Dois Casos de Sucesso

O “Liceu” entrevistou dois alu-nos universitários que frequenta-ram cursos do PROFIJ na Escola Secundária Antero de Quental, ten-do optado, posteriormente, por uma formação académica na Uni-versidade dos Açores. As pergun-tas colocadas à Joana Borges e ao Pedro Sousa foram as seguintes:

1.Porquê a escolha do Profij (10º ano)? Curso?

2.De que gostaram mais e menos no curso (Profij)?

3.Como surgiu a ideia da Univer-sidade e como aconteceu o ingresso?

4.Como está a decorrer a vida académica na Universidade dos Açores?

5.Qual é a situação profissional ou académica actual? Expectati-vas futuras?

———————————————-

Nat u ra l d a Ribeira Grande, 24 anos, fre-q u e n t a o 2º semestre do 2º ano da licen-ciatura de Turis-mo na Universi-dade dos Aço-

res.

1. A escolha do Profij ocorreu, essencialmente, porque já me tinha matriculado duas vezes no 12º ano, nomeadamente no I Agrupamento – Científico Natu-ral, no qual estava com dificulda-des em passar na disciplina de Matemática nos exames nacio-nais. Por este facto, decidi ins-crever-me no Profij devido à pos-

sibilidade de equivalência ao 12º ano de escolaridade.

Ora, quando fui informar-me melhor sobre os cursos existen-tes no Profij, indicaram-me que, naquele ano lectivo (05/06), apenas tinham aberto dois cur-sos. Destes dois achei mais ali-ciante o “Curso Técnico de Agên-cia de Viagens”.

2. Gostei imenso do meu Curso Profij. Apesar de ter sido muito extenso, no que respeita à carga horária, achei-o muito bem estru-turado quer a nível escolar, quer a nível profissional (estágios).

Contudo, penso que as pessoas envolvidas neste projecto, quer instituição, quer professores, quer colegas, quer funcionários, quer tutores e colegas de está-gio, também muito contribuíram para a satisfação que tive em ter frequentado este curso, devido ao bom trabalho, relacionamento envolvente entre nós.

3. Com a realização deste tipo de curso poderia concluir os meus estudos obrigatórios (12º ano escolar). Posso dizer que, a dada altura, esta era a minha principal expectativa em relação a este curso. Mas, com o passar do tempo, fui ganhando outras perspectivas com a finali-zação do mesmo. Ganhei o dese-jo de aprofundar os meus conhe-cimentos na área do Turismo. Isto deveu-se, também, aos bons resultados que fui obtendo ao longo do curso, por influência de familiares e, conjuntamente, por parte de alguns docentes.

Para ingressar tive que me ins-crever nos exames nacionais! E

como era aluna do Profij, a minha inscrição foi como aluna externa. Naquele ano lectivo, tive muito trabalho, porque tinha que assistir às aulas do curso, tive que realizar a prática em contex-to de trabalho (260 horas do total de 1200 horas de estágio), tinha que realizar as minhas pro-vas finais do Curso Profij, apre-sentação do meu Portfólio e defesa da minha PAP a um júri. E, para além disso, tinha que estudar e colocar-me a par das alterações do programa do 12º ano, nomeadamente, da discipli-na de Português. Recorri a uma ajuda profissional e, para aluna externa e com aquele trabalho todo, obtive um bom resultado na prova de ingresso. Esta decor-reu em 2008, na primeira fase, permitindo-me ingressar no cur-so e universidade que actual-mente frequento.

4. Eu estou gostando de frequen-tar a Universidade, pois estou a aprofundar os meus conheci-mentos na área do Turismo. Acho que o meu curso é alician-te, pois tenho a possibilidade de colocar em prática, com os está-gios, aquilo que vou assimilando com a teoria das disciplinas.

5. Actualmente, encontro-me só a frequentar a Universidade. Frequento o 2º semestre, do 2º ano da licenciatura de Turismo na UAç (Universidade dos Aço-res).

No que concerne a expectativas futuras, espero que me corram bem os estudos, como até agora e, claro, como qualquer licencia-do, espero conseguir trabalhar na área em que estudo, pois

Joana Correia

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penso que os Açores têm bas-tante potencial a nível turístico, e, quem sabe, arranjar novas perspectivas para o desenvolvi-mento do mesmo, tornando este arquipélago um destino mais agradável.

———————————————

Natural da ilha de Santa Maria, mais precisa-mente da fre-guesia de São Pedro, 22 anos, frequenta o segundo ano da

Licenciatura de Gestão.

1. Frequentei o curso de Técni-cas Administrativas do Profij III entre 2005 e 2008. Bem, na altura inscrevi-me neste curso por mero acaso, porque quando vim para São Miguel, vinha para frequentar o curso de Banca e Seguros no Inetese (Instituto de Banca e Seguros), no qual estive inscrito. Mas a sua abertura tar-dou e então, para minha segu-rança, inscrevi-me na escola Antero de Quental, no curso já referido, já com três semanas de atraso.

Uns meses mais tarde, o Ine-tese ligou-me a saber se queria frequentar o curso e resolvi dizer não, porque a minha adaptação a este curso foi acima das expectativas e, claro, os resulta-dos estavam a ser muito bons logo no início. Também não só por esse motivo; vi claramente que este curso, a nível profissio-nal, iria dar-me mais saída para o mundo do trabalho, o que real-

mente aconteceu.

2. Durante o curso de Técnicas Administrativas do Profij III, hou-ve momentos inesquecíveis, como as relações criadas entre alunos e professores e o ambiente à sua volta, como as visitas de estudo criadas no âmbito do curso. Em relação aos estágios, que foram efectuados sempre na Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, CRL, na qual actualmente sou funcionário, houve desde início um bom espí-rito de trabalho e deram-me liberdade para pôr em prática os conhecimentos adquiridos, o que foi preponderante para o meu ingresso nos seus quadros de pessoal.

3. Como já verificaram na minha vinda para São Miguel, logo de início, os planos que tinha traça-do foram alterados, mas não tinha intenção de um dia mais tarde ingressar no Ensino Supe-rior. Apenas queria terminar o curso técnico nível III e entrar para o mercado de trabalho. Mais tarde, precisamente no últi-mo ano de curso, tomei a deci-são de frequentar a Universida-de e esta decisão teve muito a ver com a influência de alguns docentes e também de familia-res e não esquecendo que os resultados obtidos durante o curso também pesaram para seguir em frente. O meu ingresso ocorreu em 2008, com a minha inscrição como aluno externo no exame nacional de Economia, em que passei na primeira fase, tendo obtido a terceira melhor nota entre os alunos da escola Antero de Quental. Depois, con-corri somente para a Universida-de dos Açores, onde entrei para

a Licenciatura de Gestão e actualmente frequento o 2º ano.

4. A Universidade tem muita diferença em relação ao percur-so percorrido até então, mas tem-me dado a oportunidade de aprofundar conhecimentos den-tro da área da Gestão. Apesar de algumas matérias abordadas apresentarem dificuldades e o tempo disponível não ser o mais desejado, o percurso obtido até agora tem sido bastante satisfa-tório na minha perspectiva. A minha entrada na Universidade permitiu conhecer novas pes-soas, novas ideias e, claro, uma nova visão para o futuro.

5. Actualmente, estou emprega-do na Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, CRL, situada nos Arrifes, empresa na qual estagiei durante o curso do Profij III, em que me proporcionam as melho-res condições possíveis para que continue a estudar e, nesse aspecto, têm sido incansáveis. Aqui desempenho as funções de apoio administrativo, mais preci-samente, de controlo financeiro e comercial. Depois de acabar a Licenciatura em Gestão, preten-do tornar-me Técnico Oficial de Contas. Para tal, terei de realizar os exames de acesso à Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas e, provavelmente, continuarei a estudar, ou seja, prosseguirei os estudos dentro da área em que já estou inserido. Pela frente poderão aparecer outros desa-fios aliciantes os quais podem alterar o rumo dos meus pensa-mentos e, assim sendo, o futuro dirá o rumo dos acontecimentos.

O Liceu 11 Entrevista

Pedro Figueiredo

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O Liceu 12 Entrevista

Novos Alunos e Novos Professores A Escola é um local de passa-

gem. Não para os professores! Nessa passagem, os alunos conhecem algumas/várias esco-las. E os professores, na sua “permanência”, conhecem algu-mas, por vezes muitas. É sempre interessante conhecer a opinião daqueles que vêm de outras reali-dades, principalmente de realida-des geográficas diferentes. Por isso, fomos ouvir alunos do secun-dário, bem como docentes que optaram, neste ano lectivo, pela nossa escola. Relativamente aos professores, seleccionámos aque-les que vieram de “longe”. O ques-tionário utilizado foi o seguinte:

Alunos

1. Identificação? Escola de ori-gem?

2 . P o r q u ê a A n t e r o ? Expectativas?

3. Do que gostaste?

4. Do que não gostaste?

5. Relativamente à tua anterior escola, de que sentes saudades?

Professores

1. Identificação? Escola onde lec-cionou no ano lectivo anterior?

2 . P o r q u ê a A n t e r o ? Expectativas?

3. O que o surpreendeu?

4. Uma medida da sua anterior escola para ser adoptada pela Antero?

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Alunos

1. EB 2,3 José Carlos da Maia (Olhão/Algarve).

2. Porque é uma boa escola e porque o nível de exigência é maior. Espero obter boas notas/médias para poder entrar na Faculdade.

3. De nada em especial.

4. Da organização da escola.

5. Principalmente dos amigos e da relação entre alunos e pro-fessores.

1. Escola Secun-dária Domingos Rebelo.

2. Escolhi esta escola porque me pareceu uma escola que me pode preparar muito bem para a Uni-versidade e é esta também a minha expectativa.

3 e 4. Gostei de tudo, exceptuan-do o Bar, porque tem pouca coi-sa.

5. Da minha anterior escola, só tenho saudades de alguns ami-gos.

———————————-

1. Rodrigo Almeida Pacheco, alu-no do 12º C. St. Mary’s Secundary School.

2. Decidi entrar na Antero, pois é

uma das melhores escolas dos Açores a nível de ensino e propor-ciona uma boa área de trabalho e lazer aos estudantes. Tinha expectativas de encontrar bons funcionários e professores que disponibilizassem auxílio aos estudantes e um ambiente agra-dável na sala de aula.

3. Gostei do espaço utilizado para Educação Física e da localiza-ção da Escola, no centro da cida-de.

4. Não gostei do facto de a escola ser dividida numa parte antiga e noutra mais recente. Os alunos que passam mais tempo na sec-ção têm acesso a melhor material escolar e a um melhor funciona-mento, enquanto que os outros alunos que estão na parte mais antiga parecem estar numa esco-la completamente diferente.

1.Escola Básica e Secundária de Vila Franca do Campo.

2. Vim para a Antero de Quental, pois não há por enquanto a área de Artes na Vila Franca. A Antero foi-me também recomendada por familiares, professores e amigos. As minhas expectativas eram boas, esperava um bom funciona-mento, apoio aos alunos (na cria-tividade e não só) e qualidade dos vários grupos (funcionários, professores, bar, papelaria etc.)

3. Gostei da turma, dos alunos, professores e funcionários em geral, da localização da escola na

Sofia Cabral Aluna do 10º E

Ana Beatriz Sousa Aluna do 10º E

André Vieira Aluno do 10º L

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cidade de Ponta Delgada

4. Não gostei do facto de os alu-nos terem um difícil acesso às casas de banho masculinas, acho que o bar pode ter mais varieda-de, ou pelo menos, manter os mesmos produtos o dia inteiro, e não só até metade do dia. Por último, o facto de estar nesta escola tira-me muito tempo em viagens de transportes públicos.

5. Sinto saudades dos amigos e das instalações, pois a escola está a ser reconstruída e está com boas condições, comparan-do com o liceu, e de estar mais perto de casa, comparativamente a agora.

_______________

Professores

1. Natural do Fun-chal, Professora de Matemática. No

ano lectivo anterior leccionei na Escola Básica e Secundária da Povoação, Escola Básica 1, 2, 3/JI de Furnas.

2. Porque foi a escola onde estu-dei até ao 9º ano de escolarida-de, pela sua localização e, sem dúvida, por a Escola Secundária Antero de Quental ter sido classi-ficada como a melhor escola do Arquipélago dos Açores. Quanto às expectativas, apenas afirmo que vou exercer a minha activida-de com competência, habilidade interpessoal e equilíbrio emocio-nal, assim como promover a tole-rância recíproca e zelar pela aprendizagem dos alunos, tendo consciência que, para além do desenvolvimento cognitivo de cada discente, também é muito

importante o seu desenvolvimen-to humano. A função do professor não é apenas ensinar, não se resume a pedagogias e o desafio de hoje é levar os alunos à con-templação do saber.

3. A dinâmica da escola, os even-tos culturais e os projectos; a for-ma como a escola interage com a comunidade onde se insere.

5. Presentemente, nenhuma.

_______________

1. Miguel Sousa, professor de Educação Física. Sou madeirense e estou cá há sete anos. Leccio-nei sempre na Escola Secundá-ria da Ribeira Grande, desde que cheguei à vossa bela Ilha.

2. Vim para a ESAQ, porque preci-sava de me sentir mais perto dos meus filhos que estudam em Ponta Delgada. A escolha desta Escola teve em conta a grande tradição que se sente que a insti-tuição tem. Interessa esclarecer que quando me refiro à tradição, não só estou pensando na cultu-ral (devido aos grandes vultos da cultura açoriana que por aqui passaram) mas também à tradi-ção das boas práticas pedagógi-cas. Vai daí a minha grande expectativa em enriquecer-me enquanto profes-sor que acredita numa escola de valores. Uma escola cultural, tal como propõe Manuel Patrício, Leonardo Coim-bra, Delfim dos Santos entre outros.

3. Pela positiva: a sua grandeza enquanto instituição; pela negati-va: a sensação que tenho que muitos elementos da instituição não sentem a responsabilidade de transmitir o valor, o peso cul-tural de grande significado que a

ESAQ tem.

4. Porque fui coordenador do projecto de educação para a saú-de da escola que leccionei, julgo ser necessário um plano integra-do nesta área de maneira a mudar mentalidades.

_______________

1. Sou professor desde 1983 e des-de essa data, a

vida já me levou a leccionar em escolas de três continentes dife-rentes: Europa (Sernancelhe, Seia e Coimbra), Ásia (Macau) e África (Escola Portuguesa de Moçambique). No ano passado estive a leccionar em Coimbra, na Escola Secundária Avelar Bro-tero, que é, tal como a Antero, uma escola centenária… (mas que, actualmente, está a ser renovada pelo Ministério da Edu-cação!...).

2. Porquê a Antero? Bom… Meio a brincar, meio a sério, costumo dizer, aos amigos mais chega-dos, que devo ter tido um qual-quer tetravô marinheiro e que dele herdei o gosto pelo risco, pela viagem e pela aventura!... Estas são, muito provavelmente, razões “abstractas”, insuficientes e incompreensíveis para algumas pessoas… Contudo, elas acabam por ser bastante reais, plausíveis e suficientes para quem nasceu em África e se habituou, desde muito pequeno, a viver em sítios diversos e distantes!... No fundo, acho que consigo viver em qual-quer lugar do mundo!… Há, no entanto, outras razões, muito mais chegadas ao plano da terra e que andam à roda de um certo descontentamento, inquietação e

O Liceu 13 Entrevista

Paula F. Antunes Prof. de Matemática

Vítor Roque Prof. de Português

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O Liceu 14 Opinião

vontade de mudar e dar um novo rumo à minha vida… Expecta-tivas? Conseguir isso mesmo: encontrar aqui um novo rumo, novas oportunidades, novos ami-gos e descobrir mais sobre este “cantinho de Portugal no meio do mar plantado”… O pior é se o espírito do meu avô marinheiro me volta a incomodar outra vez…

3. Ainda me sinto num processo de adaptação e descoberta… Tenho, por isso mesmo, muito com que me surpreender… No entanto, posso talvez referir uma coisa que me tocou: esta é a úni-ca escola que conheço que está instalada num Palácio!... Não é para todos!... E se isso pressupõe algumas dificuldades estruturais, cria também, penso eu, uma cer-ta “mística” e vontade, como cos-tuma dizer-se no futebol, de “suar a camisola” pelo nosso clu-be…

4. Uma medida?!... Mas quem sou eu para chegar aqui e come-çar a sugerir medidas… No entan-to, recordo com saudade algu-mas “facilidades” da Escola Por-tuguesa de Moçambique… Tínha-mos, por exemplo, um projector de vídeo em cada sala de aulas… Nada de extraordinário ou muito inovador, pois já o mesmo acon-tece na Escola Secundária Tomás de Borba, na ilha Terceira! Mas não seria o máximo termos um palácio tecnológico!...

_______________

1. Natural de Angra do Heroísmo. No ano lectivo anterior leccionei

na Escola Secundária Domingos Rebelo.

2. Porque sinceramente fica per-to da minha residência, e onde os miúdos têm por norma um bom comportamento.

Espero que seja entusiasmante trabalhar com os alunos, que sejam alunos dispostos para o trabalho físico e motivados para a disciplina de Educação Física. Quanto aos colegas espero que sejam de fácil relacionamento e dispostos a cooperar.

3. Bom ambiente na escola quer entre professores como professo-res e alunos e o bar funcionar em conjunto (professores / alunos).

4. Acho que seria mais fácil o uso exclusivo do infoponto para todos os professores, utilizando todas as potencialidades do programa e deixar de haver papelinhos para faltas e afins.

O Rendimento Mínimo é o Máximo! Uma geração que não aprovei-

ta o Rendimento Mínimo é uma geração que nunca o foi!

Que pena tenho, Almada Negreiros, de que não tenhas vivi-do neste grandioso século do Ren-dimento Mínimo Garantido! O que terias para dizer! E como!

O quê? Não te ouço bem! Se o R.M. (Rendimento Mínimo) é uma

generosa ajuda do Governo para quem não pode trabalhar? Foi isso que me perguntaste? Não! Infeliz-mente não. Ou melhor, raramente o é! Na maior parte dos casos, é uma ajuda compulsiva dos contri-buintes trabalhadores para os que não têm muita paciência para tra-balhar.

Ah? Continuo a não te ouvir bem. Ah!, não percebes? Nem eu!

De facto, esta história do R. M. é deveras curiosa. Tenho desco-berto, mesmo sem investigar, uns casos interessantes e dignos de registo.

Esta semana fiquei comovida quando vim a saber que uma rapa-riga que conheço (tão saudável, coitadinha!) vai deixar de trabalhar para apoiar psicologicamente a recém-enviuvada sogra que está a precisar de companhia.

Esta moça passará a usufruir do R.M. (diz ela, que eu não me lembraria de tal coisa!), e sublinho mínimo em troca de dois sacrifí-cios máximos: deixar de trabalhar e aturar a sogra a tempo inteiro! Este é, a meu ver, um exemplo máximo de altruísmo e foi isso que me comoveu.

Maria João Ruivo Professora

Paulo Henrique Prof. de E.F.

Opinão

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O Liceu 15 Opinião

Não li o último livro d e S ar amag o,

Caim, que despoletou a recente tempestade de críticas ao autor. Devo referir que não aprecio Saramago como escritor e muito menos como pessoa. No entanto, acompanhei a polémica através dos Media, por se relacionar com uma área do meu interesse: a análise lógica dos dogmas da reli-gião cristã e a argumentação envolvente. Despertou-me a aten-ção a violência da reacção ao livro, a fazer lembrar polémicas semelhantes relacionadas com o islão. Afinal, vive-se uma paz (embora dissuasora) entre ciên-cia, filosofia, literatura e a religião católica em Portugal. Por isso, acompanhei, com atenção, a polémica, lendo vários artigos de opinião na imprensa escrita. No entanto, em vez de encontrar crí-ticas fortes, o que encontrei foram críticas com pés de barro, praticamente todas dirigidas ao

autor e não à obra. No essencial, as críticas reduziam-se a dois argumentos: 1 – O que Sarama-go pretendeu foi publicidade, coi-sa em que é mestre; 2- O livro resulta de uma leitura literal (desadequada e grosseira) do antigo testamento. Nesta atmos-fera, foi com particular curiosida-de e interesse que assisti a um curto frente a frente, na Sic Noti-cias, entre Saramago e um espe-cialista da Bíblia, o padre Carreira das Neves. Esperei o pior para Saramago. Era o momento para ser confrontado com a sua alega-da ignorância, por um especialis-ta e logo na televisão. E o que se seguiu?! Saramago foi esmagado pelo conhecimento do padre Car-reira das Neves? Tropeçou? Fra-quejou? Não. Pelo contrário, Sara-mago esteve bastante bem, refu-tando plenamente os argumentos do especialista. Este usou, como argumento central, o argumento habitual: que a Bíblia é um texto simbólico, que não pode ser alvo de uma leitura literal. Saramago contrapôs, argumentando que se assim é, então, qual é o seu valor,

enquanto texto normativo, se per-mite “todas” as interpretações. Não obteve resposta! Mas, na minha opinião, a questão mais interessante, por ser original e desafiadora sob o ponto vista lógico e teológico, colocada por Saramago, foi: o que estava Deus a fazer antes da criação? Pode parecer infantil a pergunta, mas, sob o ponto vista lógico, é bastan-te pertinente. Por outras palavras, Deus sempre existiu. O Universo não. Então, houve um tempo (muito tempo? pouco tempo?) em que Deus esteve “desocupado”, pelo menos com este universo. O ponto é o seguinte: justificar o desfasamento entre a criação do universo e a pré-existência do criador. Também não houve res-posta!

Concluindo, o que resta das críticas ao livro? O argumento da publicidade. Um argumento?! Em rigor, uma insinuação, ou no máximo, um argumento ad homi-nem! Não resta nada!

Jorge Alves Professor

A “Neo-inquisição” e Saramago

Não há dúvidas de que a terra ideal para as sogras viúvas de todo o mundo é aquela cujo governo paga às noras para ficarem em casa no pleno desempenho de uma ocupação recém-criada de apoio da sogra ao domicílio, a que poderíamos também chamar psi-cologia doméstica aplicada (às sogras).

Eu cá não vou comentar. O meu objectivo era só o de elucidar. Julgo que não o consegui, mas isso também não é importante. Só sei é

que não vou comentar.

Um país em que as coisas fun-cionam desta forma claro que não merece um rendimento máximo! O mínimo é mais do que suficiente.

Este é o século em que, para se ficar na História, não é preciso ser-se inteligente, nem brilhante, nem “o máximo”. Basta inventar-se o Rendimento Mínimo.

Portugal irá acordar um dia (?) e irá perguntar o que lhe aconte-ceu. Aí, irá verificar que não há

ninguém que lhe possa responder. Os que poderiam fazê-lo, terão emigrado para um planeta onde se premeia o mérito e o esforço e os que ficaram vão dizer que vivem do R. M. e que não lhes pagam o suficiente para pensar, apenas para não fazerem nada. Viva o R.M.! Abaixo o trabalho e o empenho! Pim!

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O Liceu 16 Opinião

Quem duvida de que o copo com água sobre a mesa mais tar-de ou mais cedo se irá transfor-mar noutra coisa que não aquele copo, ou que um dia terá outra função que não aquela que no momento lhe é dada?

Mas lá por isso irá alguém dei-xar de beber a água que lhe deram porque dali a mil anos o copo estará em algum museu como raro testemunho de um tempo que já não é, ou, no seu devido juízo, o atire ao chão, argumentando que mais dia menos dia ele irá partir-se em cacos dispersos no solo ou por junto reciclados em novo objec-to?

A lógica que serve num caso será a mesma que serve para o outro?

Creio que não. Para o imediatismo do objecto

geralmente as chamadas lógica matemática, lógica clássica, lógi-ca formal, são quanto basta, com os seus dois destacados princí-pios, o da não contradição e o do terceiro excluído: uma coisa ou é ou não é; e se é não é outra coisa!

Mas para o mediatismo do f e n ó m e n o t a l l ó g i c a é perfeitamente insuficiente. Só a lógica dialéctica nos ajuda, com os seus três princípios, o da uni-dade dos contrários, o da trans-formação da quantidade em qua-lidade e da qualidade em quanti-dade e o da negação da negação.

Sendo assim é importante não equivocar tanto o imediatismo da acção como o mediatismo da decisão.

A teia é caminho, é casa, é armadilha para a aranha alimen-tar-se, acomodar-se, multiplicar-se, deslocar-se.

Com o fio das ideias tecemos nós o que permite deslocarmo-nos, multiplicarmo-nos, acomodar-mo-nos e alimentarmo-nos.

A complexidade das representa-ções anula-se no momento da acção tanto quanto se avoluma antes e após a acção. É isto a cul-tura.

A contradição de classes, a luta pela produção e a investigação científica dão raízes ao que embrionariamente cada um de nós foi deixando de ser ao longo

do seu devir.

Dogmatismo é tratar o fenóme-no com a lógica do objecto.

Idealismo é tratar o objecto com a lógica do fenómeno.

Vou exemplificar.

Uma criança é uma criança, é óbvio; mas, na generalidade dos casos, lá porque o é não deixa-rá de o deixar de ser, crescendo; idealista é aquele que quer, pelo facto da criança ser um ser em devir, que ela seja já o que ela amanhã poderá ser.

Um exemplo de dogmatismo é o caso, no ensino, do que se quer impor na avaliação de alunos e professores. O que pretende a Socrática (salvo seja!) administra-ção? Quer que se interprete o que é de ordem do fenómeno (do ensino-aprendizagem) tentando impor, no entanto, para o efeito, o estrito recurso à lógica do objecto (neste caso mercadoria ou poten-cial mercadoria) que professores e alunos são a seus cobiçosos olhos conteúdo e continente.

Pedro Albergaria Leite Pacheco

A Outra Face

Afinal, não foi nada difícil a escolha de um tema a introduzir num jornal novo, em boa hora sur-gido, com um nome que, a muitos, traz as melhores reminiscências e que, para muitos, ainda continua a ser a designação que contraria a

nova nomenclatura de ‘unidade orgânica’… Para tal escolha, procu-rei, simplesmente, olhar à volta e transpor, para O Liceu, aquilo que, felizmente, também consigo, sem esforço, vislumbrar no meu/nosso Liceu – a outra face!

Falo daquela face que não a simbolicamente religiosa e de todos conhecida; falo daquela face humana, visível, risonha, determi-

nada, empenhada, comprometida, sensível, exemplar e exem-plificativa que nos ajuda, por lon-gos momentos, a esquecer os, infelizmente demasiado longos, lapsos de tempo que passamos a tentar compreender as situações menos positivas que constituem os escolhos no caminho do nosso dia-a-dia. Refiro-me, pois, à tal face / faceta que motiva a nossa população escolar – de todos os

João Luís Soares Professor

Lógica do Objecto e Lógica do Fenómeno

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O Liceu Opinião 17

níveis etários e de escolaridade - a levar a cabo as mais diversas reali-zações que nos “enchem o olho”, e, sobretudo, a alma.

Ao percorrer o meu/nosso “Liceu”, guardo os inúmeros ges-tos de solidariedade, nas mais diversas vertentes, que, esponta-neamente, têm surgido da parte dos nossos alunos e que enobre-cem e enriquecem quem os pro-move sem nada exigir em troca - nem sequer o reconhecimento.

Ao recordar-me das muitíssimas “deslocações” entre edifícios que somos obrigados a fazer, retenho a quantidade de cartazes, anún-cios, convites, etc. … aos quais correspondem outras tantas con-cretizações, bem sucedidas e sem necessidade de registo de “evidências”.

Ao calcorrear os corredores nos meus “passos de perdição” (fruto da tal ‘lei do fumo’!), não posso deixar de reter as magníficas mani-festações de sensibilidade na arte e nas artes com que os nossos alunos nos presenteiam ao longo de todo o ano lectivo.

Ao presenciar as muitas iniciati-vas levadas a efeito no âmbito da disciplina de Área de Projecto (apesar da minha opinião pessoal sobre a mesma), não posso deixar

de realçar o enorme esforço de diversificação das temáticas cober-tas e com as quais toda a comuni-dade educativa tem vindo a lucrar.

Ao assistir aos mais diversos eventos – desde as mais simples, ou mais trabalhadas, representa-ções teatrais, às mais elaboradas manifestações musicais, ou outras, sejam elas também de índole cultural, ou desportiva, pas-sando pelas comemorações mais ou menos “caseiras” às quais os respectivos intervenientes empres-tam a contagiante alegria, não posso deixar de relembrar os sorri-sos garbosos daqueles no momen-to dos aplausos merecidos.

Ao fim e ao cabo, não terá sido necessário um grande esforço para recolher, reconhecer, recor-dar os bons momentos de arte, de poesia, de ciência, de cultura, de tecnologia, de cidadania também (por onde perpassam, entre outras, desde as preocupações ambientais à defesa dos direitos humanos), que nos têm sido pro-porcionados pelos nossos alunos. E (felizmente!) não me recordo de todos; consigo, ainda assim, os suficientes para mostrar e demonstrar que está aí, bem à frente dos nossos olhos, a tal outra face que, efectivamente, existe.

Se me ative a este tema, fi-lo com um propósito – o propósito evidente de tornar público aquilo que muitos de nós, certamente, pensaremos, mas que nunca tive-mos a possibilidade, ou a oportuni-dade, de expressar de forma mais abrangente.

Sem pretensões (e, muito menos, jeito!) jornalísticas, aqui fica, nesta fase de arrancada d’O Liceu, um simples contributo, que não pretende mais do que ser um incentivo, sentido e sensível, aos nossos alunos, e que constitui, talvez no fundo, o pagamento de ‘um favor’ que recebi há cerca de dois anos, por ocasião de uma exposição de trabalhos levada a efeito pelas turmas de PERE e UNECA na nossa escola: ao elogiar o trabalho de um aluno que me recebeu com pouco à-vontade - até com algum incómodo - e com o semblante carregado, os brevíssi-mos segundos que se seguiram ao cumprimento transformaram, por completo, aquele semblante num sorriso aberto e franco, originando uma conversa simples e desinibi-da… – afinal, também ali estaria, certamente, um exemplo daquela outra face…

Homossexualidade vs Adopção. Porque não?!

Visto que esteve recentemente em discussão no nosso parlamen-to a regularização do casamento

homossexual, tema muito aborda-do e que divide o nosso povo, onde muitas questões polémicas se colocam, entre as quais a adopção de crianças por estes casais, resol-vi também expor a minha opinião.

Sou a favor do casamento homossexual e, consequentemen-te, também sou a favor da criação

de legislação que permita a estes casais adoptar crianças. De segui-da, passo a enunciar as razões que fundamentam a minha posi-ção.

Seria uma forma de aumentar a adopção em Portugal. Lembre-mos o exemplo das muitas crian-ças indefesas que são vítimas de

Nilsa Cabral Aluna do 10º E

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O Liceu 18 Opinião

Criamos Avatares Cada vez mais, a internet e as

redes sociais assumem um papel importante no quotidiano dos jovens. Este é um facto. Cabe-nos a nós reflectir se tal contribui para um maior crescimento intelectual, social e pessoal.

As redes sociais, como por exemplo, o Facebook, o Twitter, o hi5 anularam as distâncias, trans-formando o mundo numa aldeia global. Ao estarmos numa das redes sociais sentimo-nos numa “Polis” virtual”. No entanto, são as máquinas que se ligam e não as pessoas. Ao conversar com o outro, escreve-se a palavra mas o nosso sorriso e o nosso olhar per-dem-se na frieza de uma tecla e na velocidade de um “clic”.

Muitos de nós defendemos que

é possível e fácil dizer virtualmente aquilo que os olhos nos olhos não temos capacidades de o dizer. Este é o problema: temos medo do olhar do outro. Na rede social vive-mos uma ilusão: julgamos estar acompanhados quando no fundo estamos solitários. Não é porque se passa horas em rede que se comunica. Nas horas que nós jovens passamos “ligados”, cria-

mos um “Avatar”, a maior parte das vezes, à nossa imagem numa ilusão de “2nd Life”. Não há segunda vida, mas sim um “faz-de-conta”. Nós só temos uma vida e cabe a nós não fugir dela mas sim reinventá-la, recriá-la e abraçar o nosso projecto de vida.

Sabemos que há jovens, por sinal nossos amigos, que depois de elaborar listas de amigos nas redes do facebook, adicionando os amigos dos amigos, constatam e sofrem de angústia quando nin-guém os contacta e a tristeza ins-tala-se.

No entanto, a Internet contribui para um espaço de conhecimento intercultural onde se reconhece a natureza plural e diversificada da cultura humana. É possível com-

Turma B/N do 10º ano

maus tratos físicos e psicológicos nas instituições que as recebem. Porque não haverão de ser adopta-das por um casal, mesmo sendo homossexual, que deseje realmen-te protegê-las e dar-lhes amor? Tenho a certeza de que se fosse dado a escolher a estas crianças entre permanecer numa instituição e serem adoptadas por um casal homossexual, a tendência seria escolher a adopção. Porque por mais bem tratadas que sejam nas instituições, falta-lhes sempre mui-to, nomeadamente, atenção, espa-ço só para elas, amor e carinho. Condições que estes casais lhes poderão proporcionar;

Os adversários da adopção argumentam que há o perigo de estas crianças poderem vir a ter tendências homossexuais por influência dos pais, mas tal pode até nem acontecer dado que os próprios homossexuais são criados

por pais heterossexuais. Por esta linha de pensamento, não deve-riam eles também ser heterosse-xuais?

Outro argumento contra a adop-ção é o perigo de estas crianças virem a ser discriminadas pela sociedade, nomeadamente na escola, pelos pais serem homosse-xuais, o que infelizmente acontece na mesma, pois são discriminadas por estarem em instituições.

Podemos também recordar-nos da época em que os filhos de pais divorciados eram discriminados e constatamos que, actualmente, é um acontecimento normal e que estes já não sofrem discriminação. Portanto, tem de haver sempre os “pioneiros” da situação para que, mais tarde, se normalize os acon-tecimentos. Tenho a esperança de que o mesmo aconteça com as crianças adoptadas por casais

homossexuais.

O casamento homossexual entrou em vigor em Portugal com o objectivo de haver igualdade e para que se acabe com a discrimi-nação a estas pessoas. Mas a ver-dade é que continua a haver discri-minação, pois aos casais heteros-sexuais é dada a possibilidade e liberdade de adopção e aos casais homossexuais não. O que a meu ver não é justo.

Concluindo, estamos no século XXI e há que aprender a aceitar e respeitar as decisões de cada um. Penso que existem muitos benefí-cios com a adopção de crianças pelos casais homossexuais, princi-palmente para as próprias crian-ças.

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O Liceu Opinião

Liberdade/ Liberdades A liberdade tem sido cantada

por vários poetas e reflectida por vários pensadores.

Antes de começar a estudar Filosofia, pensava que a liberdade era a ausência de constran-gimentos, ausência de lei, fazer tudo o que nos apetecia. Pensava que a imagem da liberdade podia bem ser uma gaivota a voar no céu azul sem qualquer barreira. Mal sabia eu que na ausência das bar-reiras não há liberdade.

Para os pensadores determinis-tas, influenciados pelas ciências da natureza e pela explicação dos fenómenos através da relação cau-sa-efeito, a liberdade não existe. Defendem que qualquer aconteci-mento é o resultado de causas que o antecedem; Tudo o que fazemos é inevitável. Sendo assim, nin-guém pode ser responsabilizado.

Com o desenvolvimento da ciência, nomeadamente, da Física Quântica, que considera que não é possível prever o comportamento das partículas com exactidão, mas sim apenas atribuir um grau esta-tístico de probabilidade, assim também, os pensadores indetermi-

nistas consideram que as acções humanas são indeterminadas, elas ocorrem aleatoriamente, depen-dem do acaso e não da vontade do ser humano.

A meu ver, tanto o indeterminis-mo, como o determinismo, têm uma percepção negativa da liber-dade. Em minha opinião, a liberda-de é a capacidade de interferir no curso normal das coisas, com capacidade racional deliberativa. Ser livre é não ter um só caminho, mas sim a capacidade de escolher entre várias alternativas. Ser livre é a possibilidade de nos auto criar-mos e auto determinarmos. Ser livre não é ser absolutamente, não é sê-lo independentemente de coacções exteriores, nem tão pou-co fazer-se tudo o que se quer ou nos apetece. Ser livre não é ser omnipotente.

Ser livre é ser responsável pelas escolhas que vamos reali-

zando ao longo da vida; ser livre é optar por um determinado projecto de vida; ser livre é ter autonomia em detrimento de uma heterono-mia. Ao contrário da gaivota, que voa e apenas tem um caminho, nós seres humanos, podemos inventar, escolher o rumo da nossa vida e o caminho a seguir entre vários. Ser livre é não esbarrar com a necessidade.

Para Kant, sou livre na medida em que me submeto à lei, que a minha razão dita e assim, sou capaz de escolher o melhor para mim. Ao escolher o melhor para mim, escolho e comprometo toda a humanidade. Por isso, falar de liberdade é falar de “liberdades”: políticas, económicas, sociais e religiosas, liberdade de imprensa e de edição, liberdade de expressão, liberdade de consciência, liberda-de de associação..., passando do singular para o plural, o conceito de liberdade deixa o mundo das “entidades” metafísicas para entrar no das realidades mais sen-síveis.

Ângela Lúcio Aluna do 12º P

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partilhar valores e promover redes de cooperação solidária aquando em situações de catástrofes. Como aconteceu no Haiti e tão recente-mente na Madeira.

A utilização da Internet e das redes sociais não pode ser um espaço de alienação, de um esca-pe de não cumprir um dever, mas sim outro caminho, entre outros, para lugar de encontro. O desafio da comunicação nunca estará do lado da performance técnica, mas do lado da experiência do outro. É por esta razão que é necessário ao

fim de algum tempo desligar o computador e sair. Sair da frente do écran e sentarmo-nos a escu-tar quem vive ao nosso lado. Ouvir e partilhar o nosso quotidiano com quem trabalha todo o dia para que nada nos falte.

A Internet não pode ser um lugar de mentira, de “faz-de-conta”, de fraude. Julgamos ser importantes, repensar os princí-pios da acção do internauta; pelo que julgamos necessário e urgente uma ética para o utilizador da Internet. Será legítimo fazer Down-

load de músicas e filmes, esque-cendo os direitos de autor? Será legítimo mentir nas redes sociais? Será legítimo fazer “copy-paste” de parágrafos inteiros de textos sem indicar a fonte consultada? Enfim…

Internet sim, faz parte do nosso quotidiano mas sem perdermos a nossa capacidade crítica e reflexi-va. Só assim seremos consumido-res activos e não meros “fantoches” manipulados por redes invisíveis.

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O Liceu 20 Destaque

A Escola Secundária Antero de Quental realizou, em 2009 e pela terceira vez, uma cerimónia em que premiou alguns dos seus melhores alunos. A redacção do Liceu divulga aqui os nomes daqueles que, no ano lectivo 2007/2008, se destacaram pelo seu desempenho na vida escolar. À melhor aluna, a Carolina Ponte, foi atribuído o Prémio Antero de Quental; aos restantes foram entregues diplomas de mérito. Estava, assim, constituído, o Qua-dro de Excelência da escola relati-vo àquele ano lectivo.

Os premiados são adolescentes como os demais: são dinâmicos, criativos, embora o seu mundo esteja ainda em construção; ado-ram divertir-se, estar com amigos; nem sempre arrumam o quarto; acham todos os adultos (sobretudo os pais) uns “cotas”. O seu mérito resulta apenas de terem interiorizado uma pequena verdade muito simples – a de que a escola é, essencialmente, um espaço de trabalho. Brincadeira também, mas, acima de tudo, tra-balho. Perceberam também que o sucesso implica esforço e sacrifí-cio, em vez de facilitismo e inércia, como muito bem o disse Marçal Grilo, a propósito de uma outra cerimónia em que também se pre-miava o mérito:

«Participei há dias numa cerimônia no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, e tive a grande satisfação de ser eu próprio uma das pessoas que distribuíram aos melhores estudantes do Institu­to as Bolsas de Mérito que o Ministério da Educação criou para incentivar e premiar os que obtêm classificações mais elevadas nos diferentes cursos de cada instituição de ensino superior.

(…)

Estamos numa fase de evolução da nossa sociedade que mere­ce alguma preocupação e se não tivermos a coragem e a determi­nação para impor o reconhecimento do mérito como um factor que tem consequências directas para a vida das pessoas e para a sua carreira, escolar ou profissional, dificilmente sairemos deste "mais ou menos" em que vivemos.

(…)

A avaliação e o reconhecimento do mérito têm, no entanto, que ser assumidos pela sociedade no seu conjunto e, em particular, por cada um dos grupos que a compõem. Significa isto que os pais têm que trabalhar activamente nos órgãos que definem os projectos da

escola e que conduzem a gestão de toda a vida escolar, e têm que desempenhar o seu papel, tendo em vista o objectivo de aumentar os standards e a exigência. É bem desejável que os pais nunca mais defendam as facilidades e o "está tudo bem, desde que o meu filho passe".

(…)

E significa ainda que os estudantes têm que compreender que a escola é o seu local de trabalho, que estudar é um acto que implica esforço, dedicação e, por vezes, sacrifícios, e que o reconhecimento desse esforço tem que ser exigido a quem tem a responsabilidade de ensinar, ou seja, aos professores.» (1)

Foi, pois, com este espírito que, em 2009, se tornou público a Quadro de Excelência da Escola Secundária Antero de Quental em que se reconhecia o mérito de duzentos alunos que, no ano lectivo 2007/2008, freqüentaram, nesta escola, os diversos anos do ensino básico e secundário.

(1) in Marçal Grilo, Desafios da Educação – Ideias para uma política educativa no século XXI

QUANDO O MÉRITO FAZ A DIFERENÇA

QUADRO DE EXCELÊNCIA DA ESCOLA SECUNDÁRIA ANTERO DE QUENTAL

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O Liceu Destaque 21

QUADRO DE EXCELÊNCIA - 2007/2008

PRÉMIO ANTERO DE QUENTAL CAROLINA PONTE (12º ano)

DIPLOMAS DE MÉRITO ATRIBUÍDOS

ANA RITA SENRA

ANDRÉ GONÇALVES

ÂNGELA ARRUDA

ANTÓNIO FRAGOSO

BÁRBARA SOUSA

BEATRIZ CABRAL

BRUNO MEDEIROS

CATARINA BETTENCOURT

DIOGO GARCIA

DUARTE COUTINHO

FERNANDO SANTOS

FILIPE MACEDO

FRANCISCO BORGES

HELENA GAUDÊNCIO

BÁRBARA DIAS

BERNARDO SILVA

FRANCISCO GOMES

FRANCISCO REBELO

FREDERICA PICANÇO

HENRIQUE VITORINO

IVAN FERREIRA

JOÃO CARREIRO

JOÃO MILHOMENS

JOÃO TEIXEIRA

JÚLIO ALMEIDA

MAFALDA FRAGOSO

MANUEL ALMEIDA

MARGARIDA PAIVA

MARIA ARRUDA

MARIA MELO

MIGUEL ALMEIDA

NILSA CABRAL

NUNO LOPES

NUNO MILHOMENS

PAULO TEIXEIRA

RAQUEL CABRAL

RITA SILVA

TATIANA FRAGATA

TIAGO MEDINA

INÊS BRILHANTE

INÊS CASTRO

JOÃO SILVA

JORGE VASCONCELOS

MANUEL BONITO

MARIANA BRANDÃO

MARIANA MEDEIROS

MIGUEL BORGES

MIGUEL SOUSA

PEDRO SOUSA

RAQUEL COSTA

RODRIGO VIEIRA

RUI ESTEVES

SANCHA SANTOS

SOFIA TAVARES

THAÍS MENDES

ANA CONSTÂNCIA

ANTÓNIA CANTO

BÁRBARA OLIVEIRA

BEATRIZ CABRAL

BEATRIZ GONÇALVES

CLARA NEMÉSIO

DULCE CORREIA

FLORA MEDEIROS

AARON LEMBKE

ANA ALFAIATE

ANA ANDRADE

ANA FERREIRA

ANA MELO

ANDRÉ FRIAS

ANDREA MACHADO

BÁRBARA VIEIRA

BRUNO MOREIRA

CAROLINA MONIZ

CAROLINA SIMAS

JULIANA CABRAL

CAROLINA TEIXEIRA

CATARINA SARAIVA

CRISTINA RAPOSO

DANIELA CASTRO

DIOGO LIMA

EUGÉNIA CONTENTE

FILIPA BARROS

HELENA ANTUNES

HUGO AZEVEDO

INÊS MIGUEL

INÊS PEREIRA

BRUNA DUARTE

CAROLINA SOUSA

CATARINA CARREIRA

CÁTIA ANDRADE

DÚNIO PACHECO

FRANCISCO RAPOSO

FRANCISCO SEQUEIRA

GRIMANEZA SOUSA

HENRIQUE ARRUDA

JOÃO BAPTISTA

JOÃO ORNELAS

JOÃO SOUSA

JOSÉ FURTADO

LUÍS OLIVEIRA

MANUEL REGO

MARGARIDA LIMA

MIGUEL DUARTE

RAQUEL SOUSA

RAYANNE PINTO

RODRIGO MAIA

SARAH STOKREEF

SOFIA NORONHA

SOFIA SILVA

ALICE MENDES

ANA LIMA

ANA OLIVEIRA

AUGUSTA ARRUDA

BEATRIZ RODRIGUES

CARLA COSME

CARLOS FARIA

CARMEN GAUDÊN-CIO

CAROLINA FERREIRA

CAROLINA PONTE

CATARINA BARBOSA

AFONSO FERNANDES

ALICE PATO

ANA CATARINA GOMES

7º Ano

8º Ano

9º Ano

FRANCISCO LOPES

JOANA SOUSA

JOÃO CRUZ

LUÍS ABRANTES

MARIA TEIXEIRA

MARIANA OLIVEIRA

MIGUEL PONTE

RUI GONÇALVES

SOFIA SILVA

TIAGO DIAS

10º Ano

ISABEL ANDRADE

ISABEL MELO

JOANA RAPOSO

JOANA RODRIGUES

JOANA TERESA RAPOSO

JOÃO CORDEIRO

JOÃO OLIVEIRA

LUÍS RESENDES

MANUEL SILVA

MARIA ALICE MONIZ

MARIA CÂMARA

MARIA LINDO

MARIANA BARBOSA

MARIANA JOSEFA BARBOSA

MARINA COUTO

MIGUEL FURTADO

NICOLE PACHECO

NUNO MEDEIROS

PATRÍCIA ALMEIDA

RODRIGO VAZ

SARA DIAS

SARA GARCIA

SARA PIMENTEL

SARA SILVA

SÉRGIO PINHO

SOFIA JARIMBA

SOFIA SOARES

VALENTIM TOSTE

11º Ano ALEXANDRA MEDEIROS

ALEXANDRE PACHECO

ANA MACHADO

ANA SAMPAIO

BEATRIZ LIMA

12º Ano

CATARINA DIAS

CLÁUDIA CORDEIRO

DIOGO CUNHA

FILIPA CRUZ

FILIPA PÓVOA

INÊS CASTRO

ISABEL ROCHA

JÂNIA PACHECO

JOANA VIEIRA

JOÃO BORGES

JOÃO COSTA

JOÃO HORTA

JONAS RODRIGUES

JORGE RODRIGUES

JULIANA ALMEIDA

LETÍCIA BALANCO

MAFALDA BOTELHO

MARIA FREITAS

MARIA MANO

MARIA MELO

MARIANA MACHADO

MARIANA MARQUES

MARIANA TEIXEIRA

MARTA CABRAL

PAULO QUENTAL

PEDRO MENDES

RENATA COELHO

RITA RODRIGUES

RODRIGO VALIDO

SIÂN CALADO

SOFIA BRADFORD

TADEU LIMA

VERÓNICA MELO

Coordenação - João Costa; Jorge Alves; Maria João Ruivo

Paginação - Jorge Alves; Pedro Melo Contacto - [email protected]

Propriedade - Escola Secundária Antero de Quental Tiragem - 100 Ex.

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Desenhos em Desenho A Alguns exercícios de representação com riscadores diversos realizados

na disciplina de Desenho A pelos alunos do 12ºI e J.

Joana Teixeira 12º I Joana Teixeira 12º I

Carolina Teixeira 12º I Eugénia Contente 12º J

Joana Teixeira 12º I Inês Teixeira 12º I

O Liceu