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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 001 - Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita itens I a IX.

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

I – Espiritismo e Espiritualismo:

• Para designarem coisas novas são precisos termos novos, pois assim o exige a clareza da linguagem, desta forma evitando a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras;

• O espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista;

• Mas em lugar das palavras espiritual, espiritualista e espiritualismo a nova Doutrina Codificada por Kardec, apresenta as palavras novas: espírita e espiritismo, deixando para aquelas palavras as suas significações próprias;

• A Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem os espiritistas;

II – Alma, princípio vital e fluido vital:

• Para se evitar divergências e controvérsias no significado da palavra alma, na Doutrina Espírita chama-se de “alma” ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo, com isso procura-se evitar que seja atribuída a palavra alma outro significado, como o do materialismo, do panteísmo e do próprio espiritualismo;

• Princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem;

• A vida podendo existir, sem a faculdade de pensar, o princípio vital é coisa distinta e independente;

• Para uns, o princípio vital é uma propriedade da matéria, ou seja, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em dadas circunstâncias;

• Segundo outros, ele se encontra num fluído especial, universalmente espalhado, do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida. Este seria o “fluido vital”, que, segundo certas opiniões, não seria outra coisa senão o fluido elétrico animalizado, também designado por fluido magnético, fluido nervoso, etc.;

• Resumindo: os seres orgânicos possuem uma força íntima que produz o fenômeno da vida, enquanto essa força existe. A vida material é comum a todos os seres orgânicos independente da inteligência e do pensamento. A inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas. Entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e pensamento há uma, dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável superioridade perante as outras, e que é a espécie humana;

III – A Doutrina e seus contraditores:

• A Doutrina Espírita, como toda novidade, tem seus adeptos e seus contraditores, contudo, a maior parte das objeções que os seus contraditores fazem provém de uma observação incompleta dos fatos e de um julgamento com muita ligeireza e precipitação;

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• Recordando, em breves palavras, a série progressiva de fenômenos que deram origem a Doutrina Espírita, o primeiro fato observado foi o movimento de objetos que foi designado com o nome de mesas girantes ou dança das mesas;

• A história prova que este fenômeno de movimento de objetos remonta à mais alta antiguidade, acompanhado por circunstâncias estranhas como ruídos insólitos e golpes desferidos sem uma causa ostensiva conhecida;

• A observação sobre estes fenômenos, que inicialmente foram registradas na América, propagou-se rapidamente pela Europa e por outras partes do mundo;

• A princípio, este fato provocou muita incredulidade, mas a multiplicidade das experiências não mais permitiu que se duvidasse da sua realidade;

IV – Manifestações inteligentes:

• Os fenômenos que deram origem aos estudos de Kardec não se restringiam apenas ao movimento de objetos. Havia nesse movimento uma causa inteligente;

• As primeiras manifestações inteligentes verificaram-se por meio de mesas que se moviam e davam determinados golpes, e assim respondiam segundo o que se havia convencionado, por “sim” ou por “não” a questão proposta. Em seguida obtiveram-se respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto associadas a sua ordem numérica no alfabeto;

• O “ser misterioso” que respondia as questões, declarou que era um Espírito ou Gênio, dando seu nome e informações diversas a seu respeito;

• Até este momento ninguém havia pensado nos Espíritos como um meio de explicar o fenômeno, tendo sido o próprio fenômeno que esclareceu este ponto;

• Contudo a comunicação através de pancadas era demorado e incômodo, tendo um desses “seres” aconselhado a utilização de um lápis adaptado a uma cesta ou a outro objeto, que era colocado sobre uma folha de papel e movimentado pela mesma “força oculta” que fazia girar as mesas. Cabe salientar que este conselho foi dado simultaneamente na América, na França e em diversos outros países;

• A cesta ou a prancheta não podem ser postas em movimento senão sob a influência de certas pessoas, designadas pelo nome de médiuns, ou seja, intermediários entre os Espíritos e os homens;

• As condições que produzem esta característica estão ligadas a causas ao mesmo tempo físicas e espirituais, portanto se encontram médiuns de todas as idades, de ambos os sexos, e em todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Essa faculdade pode ser, entretanto, também desenvolvida pelo exercício;

V – Desenvolvimento da psicografia:

• Mais tarde reconheceu-se que a cesta e a prancheta nada mais eram do que apêndices da mão, e o médium, tomando diretamente o lápis, pôde escrever por um impulso involuntário e quase febril. Desta forma as comunicações se tornaram mais rápidas, mais fáceis e mais completas;

• A experiência, por fim, tornou conhecidas muitas outras variedades de faculdade mediúnica, descobrindo-se que as comunicações podiam igualmente verificar-se através da escrita direta dos Espíritos, ou seja, sem o concurso da mão do médium nem do lápis;

• Restava ainda considerar o papel do médium nas respostas, para tanto duas circunstâncias capitais foram tomadas para resolver a questão: A primeira é a mudança radical da letra, segundo o espírito que se manifesta e a cada vez que o mesmo Espírito volta, repetindo-a. A segunda circunstância resulta da própria natureza das respostas, que eram na maioria dos casos, notoriamente fora dos conhecimentos e do alcance intelectual do médium;

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• Eis, portanto, os efeitos evidentes que se produzem fora do círculo habitual de nossas observações, que não se passam de maneira misteriosa, mas à luz do dia, que todos podem ver e constatar, que não são privilégios de um indivíduo e que milhares de pessoas repetem à vontade todos os dias. Esses efeitos têm necessariamente uma causa e desde que revelam a ação de uma inteligência e de uma vontade, saem fora do domínio puramente físico;

VI – Resumo da Doutrina dos Espíritos:

• Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente bom e justo;

• Deus criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais;

• Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos;

• O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo;

• O mundo corporal é secundário, poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita;

• Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes devolve a liberdade;

• Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros;

• A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório;

• Há três coisas no homem: 1ª) o corpo ou ser material semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2ª) a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3ª) o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito;

• Assim, o homem tem duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais tem os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos;

• O laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se algumas vezes visível e mesmo tangível, como ocorre no fenômeno das aparições;

• O Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que somente o pensamento pode conceber; é um ser real, definido, que, em alguns casos, pode ser reconhecido, avaliado pelos sentidos da visão, da audição e do tato;

• Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais em poder, inteligência, saber e nem em moralidade;

• Os Espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram ao passar pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse progresso ocorre pela encarnação, que é imposta a alguns como expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova que devem suportar várias vezes, até que tenham atingido a perfeição absoluta. É uma espécie de exame severo ou de depuração, de onde saem mais ou menos purificados;

• Ao deixar o corpo, a alma retorna ao mundo dos Espíritos, de onde havia saído, para recomeçar uma nova existência material, depois de um período mais ou menos longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante;

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• O Espírito deve passar por várias encarnações. Disso resulta que todos nós tivemos muitas existências e que ainda teremos outras que, aos poucos, nos aperfeiçoarão, seja na Terra, seja em outros mundos;

• A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria um erro acreditar que a alma ou o Espírito pudesse encarnar no corpo de um animal;

• As diferentes existências corporais do Espírito são sempre progressivas e o Espírito nunca retrocede, mas o tempo necessário para progredir depende dos esforços de cada um para chegar à perfeição;

• As qualidades da alma, isto é, as qualidades morais, são as do Espírito que está encarnado em nós; desse modo, o homem de bem é a encarnação do bom Espírito, e o homem perverso a de um Espírito impuro;

• A alma tinha sua individualidade antes de sua encarnação e a conserva depois que se separa do corpo;

• No seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos aqueles que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores desfilam na sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez;

• O Espírito, quando encarnado, está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência pela elevação e pela depuração de sua alma aproxima-se dos bons Espíritos, com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e coloca todas as alegrias da sua existência na satisfação dos apetites grosseiros se aproxima dos Espíritos impuros, porque nele predomina a natureza animal;

• Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo;

• Os Espíritos não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e localizada, estão por todos os lugares no espaço e ao nosso lado, vendo-nos numa presença contínua. É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor;

• Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e o mundo físico uma ação incessante. Eles agem sobre a matéria e o pensamento e constituem uma das forças da natureza, causa determinante de uma multidão de fenômenos até agora inexplicável ou mal explicada e que apenas encontram esclarecimento racional no Espiritismo;

• As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem e estimulam para o bem, sustentando-nos nas provações da vida e ajudando-nos a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos sugestionam para o mal; é um prazer para eles nos ver fracassar e nos assemelharmos a eles;

• As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As comunicações ocultas ocorrem pela influência boa ou má que exercem sobre nós sem o sabermos; cabe ao nosso julgamento discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas ocorrem por meio da escrita, da palavra ou outras manifestações materiais, muitas vezes por médiuns que lhes servem de instrumento;

• Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou por evocação. Podem-se evocar todos os Espíritos, tanto aqueles que animaram homens simples como os de personagens mais ilustres, e com isso obter, por meio das comunicações escritas ou verbais, conselhos, ensinamentos sobre sua situação depois da morte, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes são permitidas nos fazer;

• Os Espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do ambiente em que são evocados;

• Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente repleta da mais alta moralidade, livre de toda paixão inferior; seus conselhos exaltam a sabedoria mais pura e sempre têm por objetivo nosso aperfeiçoamento e o bem da humanidade. A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, muitas vezes banal e até mesmo grosseira, dizem na maioria das vezes coisas falsas e absurdas por malícia ou por ignorância;

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• A moral dos Espíritos superiores se resume, como a de Cristo, neste ensinamento evangélico: “Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem”, ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta, mesmo para as suas menores ações;

• Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que se desliga da matéria já neste mundo, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve se tornar útil segundo as capacidades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, pois aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir seu semelhante transgride a Lei de Deus. Enfim, ensinam que no mundo dos Espíritos nada pode ser escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas baixezas descobertas; que a presença inevitável, em todos os instantes, daqueles com quem agimos mal é um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos equivalem punições e prazeres que desconhecemos na Terra;

• Mas também nos ensinam que não há faltas imperdoáveis que não possam ser apagadas pela expiação. Pela reencarnação, nas sucessivas existências, mediante os seus esforços e desejos de melhoria no caminho do progresso, o homem avança sempre e alcança a perfeição, que é a sua destinação final;

VII – A ciência e o Espiritismo:

• As ciências comuns se apóiam nas propriedades da matéria, que podem ser experimentadas e manipuladas, já os fenômenos espíritas se apóiam na ação de inteligências que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho;

• As observações de uma e de outra, portanto, não podem ser feitas da mesma maneira. No Espiritismo elas requerem condições especiais e outra maneira de encará-las, querer sujeitá-las aos processos ordinários de investigação seria estabelecer analogias que não existem;

• A ciência propriamente dita, como ciência, é incompetente para se pronunciar sobre a questão dos Espíritos, não cabendo ocupar-se do assunto e seu pronunciamento a respeito, qualquer que seja, favorável ou não, nenhum peso teria;

• O Espiritismo repousa inteiramente sobre a existência da alma e o seu estado após a morte, deste modo escapa à competência da ciência material porque não pode ser explicada por números, nem por forças mecânicas;

VIII – Perseverança e seriedade:

• O estudo de uma doutrina como a espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova e grande, não pode ser feito proveitosamente, senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado;

• O que caracteriza o estudo sério é a continuidade. Quem quer adquirir o conhecimento de uma ciência deve estudá-la de maneira metódica começando pelo início e seguindo o seu encadeamento de idéias;

• Os Espíritos superiores só comparecem às reuniões sérias, àquelas, sobretudo, em que reina perfeita comunhão de pensamentos e bons sentimentos;

• Se quisermos respostas sérias, também temos que ser sérios, em toda a extensão do termo, e mantendo-nos nas condições necessárias, pois só assim obteremos grandes

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coisas. Sejamos, além disso, laboriosos e perseverantes em nossos estudos, para que os Espíritos superiores não nos abandonem como faz um professor com seus alunos negligentes;

IX – Monopolizadores do bom senso:

• Além de se constatar que o movimento de objetos é um fato comprovado, como explicar a natureza das repostas quando elas superam as idéias e os conhecimentos dos médiuns, ou ainda como explicar que pela mão do médium menos versado em literatura surgem poesias de uma sublimidade e de uma pureza impecáveis. Esses fatos são reais ou não? A esta pergunta só podemos responder: vede e observai, pois não vos faltarão oportunidades, mas sobretudo observai com consciência, por longo tempo e obedecendo às condições necessárias;

• Os fenômenos em que se apóia a Doutrina Espírita são tão extraordinários que concebemos a dúvida, mas não se pode admitir a pretensão de alguns incrédulos ao monopólio do bom senso, ou que sem respeito às conveniências e ao valor moral dos adversários, tachem de ineptos a todos os que não concordam com as suas opiniões;

• Aos olhos de toda pessoa judiciosa, a opinião dos homens esclarecidos que viram determinado fato por longo tempo e o estudaram e meditaram será sempre, uma prova, ou, pelo menos uma presunção favorável, por ter podido prender a atenção de homens sérios, que não tinham nenhum interesse em propagar erros, nem tempo para perder com futilidades;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 002 - Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita X a XVII e Prolegômenos.

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

X – A linguagem dos Espíritos e o poder diabólico:

• Entre as objeções, algumas são mais ponderáveis pelo menos na aparência, porque se baseiam na observação de pessoas sérias. Uma dessas observações refere-se à linguagem de certos Espíritos, que não parece digna da elevação atribuída aos seres “sobrenaturais”. A este respeito, os próprios Espíritos ensinam que não são iguais em conhecimentos, nem em qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo o que dizem;

• Seguramente, os que deduzem desse fato, que tratamos com seres malfazejos, cuja única intenção é a de nos mistificarem, não conhecem as comunicações dadas nas reuniões em que se manifestam Espíritos superiores, pois de outra maneira não pensariam assim;

• Uma variante desta opinião é a que consiste em ver as comunicações espíritas e todos os fenômenos materiais a que elas dão lugar, como a intervenção de um poder diabólico. Esta opinião não pode ser suscetível de um exame sério, visto que ela já está refutada pelo que foi dito atrás;

• Admitir a possibilidade da comunicação dos “maus” Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações. Ora, desde que estas existem, será com a permissão de Deus;

XI – Grandes e pequenos:

• Estão equivocados aqueles que, questionam o motivo de só se manifestarem Espíritos de personalidades conhecidas, visto que entre os Espíritos que se manifestam espontaneamente há um número maior de desconhecidos do que de ilustres. Este equívoco, como muitos outros, é proveniente da observação superficial que as pessoas fazem da Doutrina Espírita;

• Também estão equivocados os que acham estranho que os Espíritos de homens eminentes atendam familiarmente ao nosso apelo, ocupando-se às vezes de coisas insignificantes em comparação com as de que se ocupavam durante a vida. Isso nada tem de estranho para os que sabem que, o poder ou a consideração de que esses homens gozavam no mundo, não lhe dá nenhuma supremacia no mundo espírita;

XII – Da identificação dos Espíritos:

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• Um fato demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios Espíritos é que Espíritos inferiores apresentam-se muitas vezes com nomes conhecidos e respeitados;

• O controle da identidade do Espírito que se comunica através de um médium é bastante difícil de realizar, contudo pode ser feito através de certos indícios;

• Alguns indícios são, por exemplo, o tipo de linguagem utilizada pelo Espírito e a narrativa de fatos ou coisas particulares ou a mudança da caligrafia do médium nos casos de psicografia;

• A identidade de um Espírito evocado pode ser até certo ponto, estabelecida em alguns casos, contudo não há razão para que ela não possa ser em outros casos;

• A experiência nos ensina que os Espíritos do mesmo grau, do mesmo caráter e animados dos mesmos sentimentos, reúnem-se em grupos e em famílias;

• O número dos Espíritos é incalculável e estamos longe de conhecê-los a todos e a maioria deles não tem nomes para nós;

• Um Espírito da categoria de Fénelon pode, portanto, vir em seu lugar, às vezes mesmo com seu nome, porque é idêntico a ele e pode substituí-lo e porque precisamos de um nome para fixar as nossas idéias;

• Por fim, é certo que a substituição dos Espíritos pode ocasionar alguns enganos, resultar em erros e muitas vezes em mistificações. Esta é uma das dificuldades do Espiritismo prático e nunca é demais lembrar que para se evitar esses equívocos exige-se constante e prolongado estudo;

XIII – As divergências de linguagem:

• Sendo os Espíritos muito diferentes uns dos outros quanto ao conhecimento e à moralidade, é evidente que a mesma questão pode ser resolvida por eles de maneira contraditória, de acordo com as suas respectivas categorias;

• Mesmo entre os Espíritos superiores podem existir respostas diferentes, pois há outras causas que podem exercer certa influência sobre a natureza das respostas, independente da qualidade dos Espíritos. Eis porque o estudo da Doutrina Espírita requer atenção continua, observação profunda e, sobretudo, continuidade e perseverança;

XIV – As questões de ortografia:

• As objeções de alguns céticos quanto às falhas ortográficas de alguns Espíritos, permitem que se esclareça um ponto essencial;

• Essa ortografia deve-se dizer, nem sempre é impecável, mas somente a falta de argumentos pode torná-la objeto de uma crítica séria, com a alegação de que se “os Espíritos tudo sabem”, devem saber ortografia;

• Para os Espíritos, principalmente para os superiores, a idéia é tudo, a forma não é nada. Livres da matéria, sua linguagem é rápida como o pensamento, pois é o próprio pensamento que entre eles se comunica sem intermediários;

• Compreende-se, pois, que os Espíritos liguem pouca importância às puerilidades ortográficas, principalmente quando tratam de um ensinamento profundo e sério;

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XV – A loucura e suas causas:

• Há ainda criaturas que vêem perigo por toda parte, em tudo aquilo que não conhecem, não faltando as que tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo do fato de terem algumas pessoas, que se entregaram a estes estudos, perdido a razão;

• Todas as grandes preocupações intelectuais podem ocasionar a loucura: as ciências, as artes e a religião fornecem os seus contingentes. A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a determinadas impressões;

• É, portanto, possível que o louco religioso se apresente como louco espírita, se o Espiritismo foi a sua preocupação dominante. O Espiritismo não tem nenhum privilégio neste assunto, contudo se o Espiritismo for bem compreendido é um preservativo da loucura;

• As convicções do Espiritismo dão uma resignação e um entendimento que pode preservar as pessoas do desespero e consequentemente das causas da loucura e do suicídio;

XVI – A teoria magnética e a do meio ambiente:

• Resta-nos examinar duas objeções que admitem a realidade dos fenômenos materiais e morais, mas que excluem a intervenção dos Espíritos;

• Para a primeira delas, todas as manifestações atribuídas aos Espíritos seriam apenas efeitos magnéticos. Nesse caso os médiuns ficariam num estado que se poderia chamar de sonambulismo acordado, fazendo com que suas faculdades intelectuais adquiram um desenvolvimento anormal e o círculo da percepção intuitiva se ampliar além dos limites da percepção ordinária. Dessa maneira o médium tiraria de si mesmo e por efeito de sua lucidez tudo quanto diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre as coisas que lhe sejam mais estranhas no estado normal;

• Para rebater esta teoria, basta uma observação mais prolongada e atenta, para constatar que numa multidão de fenômenos a participação dos médiuns é apenas como um instrumento passivo, além de também podermos citar numerosos fatos que demonstram na inteligência manifestante uma individualidade evidente e uma independência de vontade;

• Se todos os fenômenos fossem oriundos unicamente do médium, deveriam ser todos idênticos para um mesmo indivíduo e não se veria o mesmo médium falar linguagens diferentes, nem exprimir alternadamente as coisas mais contraditórias. Essa falta de unidade nas manifestações de um mesmo médium é mais uma prova da diversidade das fontes;

• Segundo a outra teoria, o médium é ainda a fonte das manifestações, mas em vez de tirá-las de si mesmo, tira-as do meio ambiente. O médium seria uma espécie de espelho refletindo todas as idéias, todos os pensamentos e todos os conhecimentos das pessoas que o cercam, nada diria que não fosse conhecido pelo menos de algumas delas;

• Esta teoria é facilmente refutada quando se demonstra, até à evidência, que algumas comunicações do médium são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos, às próprias opiniões de todos os presentes, e

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que essas comunicações são muitas vezes espontâneas e contradizem as idéias preconcebidas;

XVII – Preenchendo os vazios do espaço:

• O ceticismo no tocante à Doutrina Espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática, interesseira, provém quase sempre de um conhecimento incompleto dos fatos, o que não impede algumas pessoas de liquidarem a questão como se a conhecessem perfeitamente;

• A leitura de “O livro dos Espíritos” nos mostra que nos fenômenos mediúnicos, até então considerados estranhos, existe alguma coisa que vai muito mais além do que um simples passatempo ou curiosidade;

• A Ciência Espírita contém duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral, outra filosófica, sobre as manifestações inteligentes. A verdadeira Doutrina Espírita está no ensinamento dado pelos Espíritos, e os conhecimentos que esse ensinamento encerra são muito sérios para serem adquiridos por outro modo senão por um estudo profundo e continuado;

• Os ensinamentos contidos na Doutrina Espírita têm como objetivo guiar os homens desejosos de se esclarecerem, mostrando-lhes nestes ensinamentos uma meta grandiosa e sublime, a do progresso individual e social, e indicando-lhes o caminho a seguir para a sua consecução;

• A razão nos diz que entre o homem e Deus deve haver outros elos, como disseram os astrônomos que entre os mundos conhecidos devia haver outros mundos. Qual é a filosofia que preencheu essa lacuna? O Espiritismo no-la apresenta preenchida pelos seres de todas as categorias do mundo invisível, e esses seres não são mais do que Espíritos dos homens nos diferentes graus que conduzem à perfeição;

Prolegômenos:

• Fenômenos que escapam às leis da ciência comum manifestam-se por toda parte. E revelam como causa a ação de uma vontade livre e inteligente;

• A razão nos diz que um efeito inteligente deve ter como causa uma força inteligente;

• Essa força, interrogada sobre sua natureza, declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do envoltório corporal do homem. Desta maneira é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos;

• As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo pertencem à natureza das coisas e não constituem nenhum fato sobrenatural;

• O Livro dos Espíritos foi escrito por ordem e ditado pelos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de publicá-lo;

• No número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma

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personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados;

• Ler (se houver tempo) ou recomendar a leitura dos termos dados por escrito pelos Espíritos, por meio de muitos médiuns a Kardec, que coube a missão de escrever “O Livro dos Espíritos”.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 003 - Deus e o Infinito; Provas da Existência de Deus; Atributos da Divindade; Panteísmo. (Questões 1 até 16)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Deus e o Infinito:

• Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas;

• Dizer que Deus é infinito seria uma definição incompleta, em razão da pobreza da nossa linguagem, insuficiente para definir as coisas que estão além da nossa inteligência;

• Deus é infinito nas suas perfeições, mas o infinito é uma abstração;

b) Provas da existência da Deus:

• Podemos encontrar a prova da existência de Deus em axioma que aplicamos as nossas ciências: “não há efeito sem causa”. Tudo o que não é obra do homem é obra de Deus;

• A prova da existência de Deus também está presente no sentimento intuitivo que todos os homens trazem consigo, da Sua existência;

• Esse sentimento não é efeito da educação nem produto de idéias adquiridas, pois até os “selvagens” tem este sentimento;

• Atribuir a origem primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa;

• Também não podemos atribuir a uma combinação fortuita da matéria a formação primária das coisas, pois seria um acaso e o acaso não existe. Admitir esta teoria seria um absurdo e uma falta de bom senso;

c) Atributos da Divindade:

• O homem ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus devido à inferioridade de suas faculdades;

• O homem passa a compreender melhor a natureza de Deus à medida que o seu senso moral se desenvolve. Quando não estiver tão obscurecido pela influência da matéria e quanto mais se aproxima da perfeição, mais compreenderá a divindade, embora de forma sempre incompleta;

• Do nosso ponto de vista, Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom;

• Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que remontamos ao infinito e à eternidade;

• É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam;

• É imaterial. A sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito as transformações da matéria;

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• É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo;

• É onipotente. Ele o é, porque e único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas;

• É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus;

d) Panteísmo:

• Deus não é a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas, pois se assim fosse, não existiria porque seria efeito e não a causa e Ele não pode ser ao mesmo tempo uma coisa e outra;

• É um equívoco pensar que todos os corpos da natureza e todos os seres seriam partes de Deus, porque a matéria se transforma sem cessar, Deus, nesse caso, não teria nenhuma estabilidade e estaria sujeito a todas as vicissitudes e mesmo a todas as necessidades da humanidade, faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade;

• A inteligência de Deus se revela nas suas obras, como a de um pintor no seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 004 – Conhecimento do princípio das coisas; Espírito e matéria; Propriedades da matéria; Espaço Universal. (Questões 17 até 36)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Conhecimento do princípio das coisas:

• O homem ainda não pode conhecer o princípio das coisas, porque devido ao grau de evolução dos Espíritos que encarnam na Terra, nem tudo lhes pode ser revelado;

• Na medida em que o homem evolui compreende um número cada vez maior de coisas, mas para a compreensão de outras coisas, necessitamos de faculdades que ainda não possuímos;

• O homem pode penetrar, através das investigações científicas, em alguns dos “segredos” da natureza, visto que a ciência nos foi dada para auxiliar o nosso adiantamento, mas não podemos ultrapassar os limites fixados por Deus;

• Se for útil para a humanidade, o homem pode receber comunicações de uma ordem mais elevada sobre aquilo que não consegue aprender através da ciência;

b) Espírito e matéria:

• Como foi anteriormente dito, não compreendemos muitas coisas, desse modo ainda não podemos saber se a matéria existe desde toda eternidade ou foi criada por Deus num certo momento;

• Quando definimos a matéria como aquilo que tem extensão, pode impressionar os sentidos e é impenetrável, estamos definindo a matéria segundo o nosso ponto de vista. Mas a matéria existe em estado que ainda não percebemos. Ela pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que não produza nenhuma impressão em nossos sentidos, entretanto, será sempre matéria;

• A matéria é o liame que escraviza o Espírito, é o instrumento que ele usa, e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação;

• O Espírito é o princípio inteligente do universo;

• Dentro do nosso entendimento, ainda não conseguimos compreender a natureza do Espírito;

• Espírito não é sinônimo de inteligência. A inteligência é um atributo essencial do Espírito;

• Espírito e matéria são distintos, mas é necessária a união do Espírito com a matéria para dar inteligência a esta;

• Há dois elementos gerais no Universo: a matéria e o Espírito, e acima de ambos Deus. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal;

• Ao elemento material é necessário ajuntar o fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão;

• O fluido universal é suscetível de inúmeras combinações. O que chamamos de fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que é propriamente falando, uma matéria mais perfeita, mais sutil, que se pode considerar como independente;

c) Propriedades da matéria:

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• A ponderabilidade é um atributo da matéria como conhecemos, mas não da matéria considerada como fluido universal. A matéria etérea e sutil que forma esse fluido é imponderável;

• A matéria é formada de um só elemento primitivo. Os corpos que consideramos simples, não são verdadeiros elementos, mas a transformação da matéria primitiva. O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os demais elementos que consideramos como simples, não são mais do que modificações de uma substância primitiva;

• As diferentes propriedades da matéria provêm das modificações que as moléculas elementares sofrem, ao se unirem e em determinadas circunstâncias;

• As moléculas têm uma forma determinada que é constante para as moléculas elementares primitivas, mas variável para as moléculas secundárias, que são aglomerações das primeiras. Isso que chamamos de molécula está ainda longe da molécula elementar;

d) Espaço Universal:

• O espaço universal é infinito. Se tivesse limites, o que haveria além? A razão diz que além do limite que conseguimos perceber, há alguma coisa;

• O vazio absoluto não existe no espaço universal. Nada é vazio e o que nos parece vazio está ocupado por uma matéria que escapa aos nossos sentidos e aos nossos instrumentos;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 005 – Formação dos Mundos; Formação dos Seres Vivos; Povoamento da Terra – Adão; Diversidade das Raças Humanas; Pluralidade dos Mundos Habitados; Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação. (Questões 37 até 59)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Formação dos mundos:

• O Universo compreende a infinidade dos mundos que vemos e não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço e os fluidos que o compreendem;

• O Universo não pode ter sido feito por si mesmo e se existisse de toda a eternidade não poderia ser obra de Deus;

• Os mundos se formam pela condensação da matéria espalhada no espaço, é o que se pode dizer e podemos compreender;

• É um absurdo acreditar na influência dos corpos celestes como vulgarmente lhes atribuem, mas eles têm sua parte de influência em certos fenômenos físicos;

• Um mundo completamente formado pode desaparecer, e a matéria que o compõe espalhar-se de novo no espaço. Deus renova os mundos como renova os seres vivos;

b) Formação dos Seres Vivos:

• No começo tudo era caos e pouco a pouco cada coisa tomou o seu lugar, então começaram a surgir os primeiros seres vivos adequados ao estado do globo;

• A Terra continha os germes necessários para o surgimento dos seres vivos, que esperavam o momento favorável para desenvolver-se. Os princípios orgânicos reuniram-se desde o instante em que cessou a força de dispersão, e formaram os germes dos seres vivos, que permaneceram em estado latente e inerte até o momento propício para o surgimento das espécies;

• Ainda há seres que surgem espontaneamente, porque o germe primitivo ainda existe em estado latente;

• A espécie humana já se achava entre os elementos orgânicos do globo terrestre e surgiu a seu tempo. Foi isso que deu motivo a dizer-se que o homem foi feito do limo da Terra;

• Ainda não podemos determinar com precisão a época da aparição do homem e de outros seres vivos na Terra;

c) Povoamento da Terra – Adão:

• A espécie humana não começou por um só homem. Aqueles que chamamos de Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra;

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• O homem cuja tradição se conservou sob o nome de Adão foi um dos que sobreviveram, em alguma região, a um dos grandes cataclismos que em diversas épocas modificaram a superfície do globo, e tornou-se o tronco de uma das raças que hoje o povoam;

• Alguns, e com muita razão consideram Adão como um mito ou uma alegoria, personificando as primeiras idades do mundo;

d) Diversidade das Raças Humanas:

• As diferenças físicas e morais que distinguem as variedades de raças humanas na Terra possuem diversas origens, tais como o clima, do tipo de vida e de determinados hábitos;

• O homem apareceu em muitos pontos do globo e em diversas épocas, e essa é uma das causas da diversidade das raças. Depois, o homem se dispersou pelos diferentes climas e aliando-se os de uma raça aos de outras, formaram-se novos tipos;

• Essas diferenças entre as raças não representam espécies distintas, pois todos pertencem à mesma família ou espécie;

• Mesmo não pertencendo a um único tronco, todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo Espírito e tendem para o mesmo alvo;

e) Pluralidade dos mundos:

• Há outros globos que circulam no espaço que são habitados, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição;

• Nada, aliás, nem a posição, no volume ou na constituição física da Terra, pode razoavelmente levar-nos à suposição de que tenha o privilégio de ser habitada, com a exclusão de tantos mundos semelhantes;

• A constituição física dos diferentes globos não é a mesma, ou seja, eles absolutamente não se assemelham;

• A constituição física dos diversos mundos não sendo a mesma, os seres que os habitam terão organização diferentes;

• Para aqueles mundos que, pela distância, são privados da luz e do calor do sol existem outras fontes que suprem suas necessidades. Aliás, os Espíritos não nos disseram que todos os seres que habitam outros mundos vivam como nós, com órgãos semelhantes e com as mesmas necessidades que as nossas;

f) Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação:

• Os povos fizeram idéias bastante divergentes sobre a criação, segundo o grau de seus conhecimentos. A razão apoiada na ciência reconheceu a impossibilidade de algumas teorias. A que os Espíritos nos oferecem confirma a opinião há muito admitida pelos homens;

• A objeção que se pode fazer a teoria oferecida pelos Espíritos é a de estar em contradição com os textos dos “livros sagrados”. Mas, um exame sério nos leva a

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reconhecer que essa contradição é mais aparente que real, resultante da interpretação dada a passagens que, em geral, só possuíam sentido alegórico;

• A Bíblia diz que o mundo foi criado em seis dias, e está provado que os seis dias da criação representam outros tantos períodos, cada um deles, talvez, de muitas centenas de milhares de anos;

• A ciência, escavando os arquivos da Terra, descobriu a ordem em que os diferentes seres vivos apareceram na superfície, e essa ordem concorda com a indicada na Gênese, com a diferença de que essa obra, em vez de ter saído milagrosamente das mãos de Deus, em apenas algumas horas, realizou-se, sempre por sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais, em alguns milhões de anos;

• É prudente não acusar muito ligeiramente de falsas, as doutrinas que podem, cedo ou tarde, como tantas outras, oferecer um desmentido aos que as combatem. As idéias religiosas, longe de se perder, se engrandecem, ao marchar com a ciência, sendo esse o único meio de não apresentarem ao ceticismo, um lado vulnerável;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 006 – Seres Orgânicos e Inorgânicos; A Vida e a Morte; Inteligência e Instinto. (Questões 60 até 75-a)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Seres Orgânicos e Inorgânicos:

• Os Seres orgânicos são os que trazem em si mesmos uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida – nascem, crescem, reproduzem-se e morrem – são providos de órgãos especiais para os atos da vida;

• Os seres inorgânicos são os que não possuem vitalidade nem movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria;

• A lei de atração é a fonte que une os elementos materiais tanto nos corpos orgânicos como nos inorgânicos (é a mesma para todos);

• Não há diferença entre a matéria dos corpos orgânicos e inorgânicos, sendo que nos orgânicos a matéria está animalizada;

• A causa da animalização na matéria dos seres orgânicos é a sua união com o princípio vital. É ele que dá vida a matéria, quando o absorvem e assimilam;

• A vida é um efeito produzido pela ação de um agente (princípio vital) sobre a matéria. Esse agente sem a matéria não é vida, da mesma forma que a matéria não se animaliza sem a sua presença;

• O princípio vital não constitui um terceiro elemento constitutivo do universo, tem a sua fonte nas modificações da matéria universal (fluido universal);

• O princípio vital é o mesmo em todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies;

• Ao mesmo tempo em que o agente vital impulsiona os órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o agente vital, mais ou menos como o atrito produz calor;

b) A Vida e a Morte:

• A causa da morte nos seres orgânicos é a exaustão dos órgãos;

• Após a morte, a matéria, agora inerte, se decompõe podendo passar por novas combinações para compor novos seres. O princípio vital retorna à massa;

• A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie;

• A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida se o fluido não for renovado pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm;

• O fluido vital pode ser transmitido de um indivíduo a outro;

c) Inteligência e Instinto:

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• A inteligência não é um atributo do princípio vital;

• A fonte da inteligência é a inteligência universal;

• A inteligência é uma faculdade própria de cada ser;

• O instinto é uma espécie de inteligência rudimentar, ou seja, não racional. É por ele que todos os seres provêm às suas necessidades;

• O instinto existe sempre e não diminui à medida que crescem as faculdades intelectuais;

• O instinto pode também conduzir ao bem;

• O instinto varia em suas manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o que dizer, à vontade e à liberdade;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 007 – Origem e Natureza dos Espíritos; Mundo Normal Primitivo; Forma e Ubiquidade dos Espíritos; Perispírito; Diferentes Ordens dos Espíritos; Escala Espírita; Progressão dos Espíritos; Anjos e Demônios. (Questões 76 até 131)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Origem e Natureza dos Espíritos:

• Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Eles povoam o universo, além do mundo material;

• Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou seja, não são emanações ou porções de Deus;

• Os Espíritos tiveram um princípio, o que quer dizer que não existem de toda eternidade, como Deus;

• Considerando que existem dois elementos gerais no universo: o inteligente e o material, os Espíritos são formados do elemento inteligente, assim como os corpos inertes são formados do elemento material;

• Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, quando e como isso acontece é que desconhecemos;

• A criação dos Espíritos é permanente, o que quer dizer que Deus jamais cessou de criar;

• Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque sua essência difere de tudo o que conhecemos pelo nome de matéria, assim, não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas ou por um enorme esforço da imaginação;

• A existência dos Espíritos não tem fim;

b) Mundo Normal Primitivo:

• Os Espíritos constituem um mundo à parte, além do mundo material que normalmente vemos. É o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas;

• O mundo espírita é o principal na ordem das coisas, ele preexiste e sobrevive a tudo;

• O mundo material poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem com isso alterar a essência do mundo espírita. Esses dois mundos são independentes, e não obstante sua correlação é incessante, porque interagem permanentemente;

• Os Espíritos estão por toda parte, ou seja, não ocupam apenas uma determinada região circunscrita. Há os que estão sempre ao nosso lado, observando-nos e atuando sobre nossos pensamentos, sem mesmo percebermos;

• Nem todos os Espíritos vão a toda parte, porque há regiões interditadas aos menos avançados;

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c) Forma e Ubiquidade dos Espíritos:

• Aos nossos olhos os Espíritos (em sua essência, ou seja, desprovidos de perispírito) não têm uma forma determinada, limitada e constante. Eles são, a título de comparação, como um clarão ou uma centelha etérea, que varia do escuro ao brilho do rubi, de acordo com o grau de pureza de cada um;

• O Espírito gasta algum tempo para percorrer as distâncias, mas o faz tão rápido como o pensamento, visto que quando o pensamento está em alguma parte a alma também o está, pois é a alma que pensa, ou seja, o pensamento é um atributo da alma;

• Se o Espírito quiser, pode perceber a distância que está percorrendo, mas essa distância também pode desaparecer por completo. Isso vai depender de sua vontade, bem como de seu grau de evolução;

• A matéria não oferece obstáculo aos Espíritos;

• Não pode haver divisão de um Espírito, mas cada um é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Esse poder de irradiação depende do grau de pureza de cada um. Em outras palavras, cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode estender o seu pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir. É somente nesse sentido que se deve entender o dom de ubiquidade dos Espíritos;

d) Perispírito:

• O Espírito propriamente dito não vive a descoberto, ou seja, é envolvido por uma substância “vaporosa ou semimaterial” aos nossos olhos, que chamamos perispírito;

• O Espírito retira a substância necessária para a formação do perispírito, do fluido universal de cada globo. Por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos;

• O perispírito assume uma forma de acordo com a vontade do Espírito, podendo tomar uma forma visível e até mesmo palpável;

e) Diferentes Ordens dos Espíritos:

• Os Espíritos não são todos iguais, ou seja, são de diferentes ordens, segundo o grau de perfeição a que tenham chegado;

• O número dessas ordens é ilimitado, pois não há entre elas uma linha demarcatória traçada como uma barreira, de maneira que se podem multiplicar ou restringir as divisões, à vontade. Contudo, se considerarmos os caracteres gerais, poderemos reduzi-las a três ordens principais;

• Na primeira ordem podemos colocar os que já chegaram à perfeição, são os Espíritos puros.

• Na segunda ordem estão os que chegaram ao meio da escala, para esses o desejo do bem é a sua preocupação;

• Na terceira ordem se encontram os que estão na base da escala, ou seja, são os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que lhes retardam o desenvolvimento. Contudo, os Espíritos que

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estão nessa ordem, não são todos essencialmente maus, uns não fazem o bem nem o mal;

f) Escala Espírita:

• A classificação dos Espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições de que ainda não se livraram;

• Esta classificação nada tem de absoluta. Nenhuma categoria apresenta caráter bem definido, a não ser no conjunto, assim sendo, de um grau a outro, a transição é insensível, pois, nos limites, as diferenças se apagam;

• Os Espíritos admitiram, geralmente, três categorias principais ou três grandes grupos. Esta divisão pareceu para Kardec perfeitamente racional e com caracteres bem definidos. Ele subdividiu esses grupos em um número suficiente, de acordo com as nuanças principais de cada um;

• Com a ajuda desta divisão, fica relativamente fácil determinar a ordem e o grau de evolução dos Espíritos com os quais podemos entrar em contato e, por conseguinte, o grau de confiança que eles merecem;

• Esta é de alguma maneira, a chave da ciência espírita, pois só ela pode explicar-nos as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos as irregularidades intelectuais e morais dos Espíritos;

• Cabe ainda destacar que os Espíritos não pertencem para sempre a esta ou àquela classe. O seu progresso se realiza gradualmente, e como muitas vezes se efetua mais num sentido que no outro, eles podem reunir as características de várias categorias, o que é fácil apreciar por sua linguagem e seus atos;

• Ver anexo com quadro contendo as ordens, os seus caracteres gerais e suas subdivisões ou classes;

g) Progressão dos Espíritos:

• Os Espíritos não são bons ou maus por natureza, estão em uma ou em outra condição em razão das suas escolhas. Eles mesmos se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma superior;

• Deus criou todos os Espíritos iguais, simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um a missão de se esclarecer e chegar à perfeição. Esta perfeição é que nos conduz a verdadeira felicidade;

• Os Espíritos adquirem o conhecimento passando pelas provas que lhes são impostas. A forma como cada um de nós passa pelas provas vai ditar o nosso progresso, ou seja, uns se adiantam mais rapidamente enquanto outros ficam, por sua culpa, mais distanciados da perfeição e da felicidade;

• Não há Espíritos que ficarão perpetuamente nas classes inferiores, assim, todos se tornarão perfeitos;

• Depende de cada um de nós apressarmos o avanço para a perfeição. Chegaremos mais ou menos rapidamente, segundo o nosso desejo e a observância das Leis Divinas ou Naturais;

• Os Espíritos não podem degenerar-se, ou seja, quando concluímos uma prova adquirimos o conhecimento e este não mais se perde. Podemos em alguns casos permanecer estacionários, mas nunca retrogradar;

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• Nem todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem, passamos sim pela ignorância;

• Os Espíritos seguem o caminho do bem ou do mal segundo o seu livre-arbítrio, isto porque Deus não criou Espíritos maus. Como já vimos todos fomos criados iguais, ou seja, simples e ignorantes, tão aptos para o bem como para o mal. Assim os que ainda praticam o mal, o fazem por sua vontade;

• O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Não haveria liberdade se as nossas escolhas fossem provocadas por causas estranhas à nossa vontade;

• As influências que muitas vezes contribuem para as nossas escolhas erradas são provocadas por Espíritos imperfeitos que ainda se comprazem em retardar o nosso progresso;

• O Espírito, que por sua escolha, seguiu o caminho do mal também poderá chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros, mas o tempo para que isto aconteça será mais longo e sua caminhada mais difícil;

• Todos os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais, mas não sabendo de onde vêm, é necessário que o livre-arbítrio se desenvolva, a fim de progredirem mais ou menos rapidamente, tanto em inteligência como em moralidade;

h) Anjos e Demônios:

• Os seres que chamamos de anjos, arcanjos e serafins não formam uma categoria especial e de natureza diferente dos outros Espíritos. São Espíritos puros, que estão no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições. Estes Espíritos percorreram todo o caminho necessário para chegar a esta condição, uns mais depressa e outros mais lentamente;

• Não há demônios, no sentido que se dá esta palavra. Se houvessem eles seriam obra de Deus e, onde estaria a justiça de Deus ao criar seres infelizes, eternamente voltados ao mal? Os que chamamos de demônios nada mais são do que Espíritos imperfeitos que ainda se comprazem com o mal;

• Os homens fizeram com os demônios o mesmo que com os anjos, ou seja, da mesma maneira que acreditam na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus;

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS – DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS E ESCALA ESPÍRITA (QUESTÕES 96 A 127)

ORDEM CLASSES CARACTERÍSTICAS

TERCEIRA ORDEM

ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Predominância da matéria sobre o Espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo

e todas as más paixões que são suas conseqüências. Eles têm a intuição de Deus, mas

não o compreendem.

Décima Classe

Espíritos Impuros São inclinados ao mal e fazem dele o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos falsos, provocam a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as formas para melhor enganar.

Nona Classe

Espíritos Levianos

São ignorantes, maliciosos, inconsequentes e zombeteiros. Envolvem-se em tudo, respondem a tudo, sem se preocupar com a verdade. Comprazem-se em causar pequenos desgostos e pequenas alegrias, atormentar e induzir maliciosamente ao erro por meio de mistificações e espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente designados sob os nomes de duendes, trasgos, gnomos, diabretes.

Oitava Classe

Espíritos Pseudo-Sábios

Seus conhecimentos são bastante amplos, mas acreditam saber mais do que sabem na realidade. Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, sua linguagem tem uma característica séria que pode induzir ao erro e ocasionar enganos sobre suas capacidades e seus conhecimentos. Mas isso é apenas um reflexo dos preconceitos e das idéias sistemáticas que conservam da vida terrena. É uma mistura de algumas verdades ao lado dos erros mais absurdos, no meio dos quais sobressai a presunção, o orgulho, a inveja e a obstinação das quais não puderam se libertar.

Sétima Classe

Espíritos Neutros

Não são bastante bons para fazer o bem, nem suficientemente maus para fazer o mal. Inclinam-se tanto para um quanto para o outro e não se elevam acima da condição comum da humanidade, tanto pela moral quanto pela inteligência. Eles se prendem às coisas deste mundo e lamentam a perda das alegrias grosseiras que nele deixaram.

Sexta-Classe

Espíritos Batedores e Perturbadores

Estes Espíritos não formam, propriamente falando, uma classe distinta quanto às qualidades pessoais, podendo pertencer a todas as classes da terceira ordem. Manifestam, freqüentemente, sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, o movimento e o deslocamento anormal dos corpos sólidos, a agitação do ar, etc. Parecem estar ainda, mais do que outros, ligados à matéria e ser os agentes principais das variações e transformações das forças e elementos da natureza no globo, seja ao atuarem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros ou nas entranhas da terra.

SEGUNDA ORDEM

BONS ESPÍRITOS

Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poder para

fazer o bem estão em conformidade com o grau que alcançaram. Uns têm a ciência; outros, a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados

reúnem o saber às qualidades morais.

Quinta Classe

Espíritos Benévolos Sua qualidade dominante é a bondade; satisfazem-se em prestar serviços aos homens e em protegê-los, mas seu saber é limitado. Seu progresso é maior no sentido moral do que no intelectual.

Quarta Classe

Espíritos Sábios

O que os distingue especialmente é a abrangência de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais do que com as científicas, para as quais têm mais aptidão. Mas consideram a ciência somente do ponto de vista da utilidade, livre das paixões que são próprias dos Espíritos imperfeitos.

Terceira Classe

Espíritos Prudentes As qualidades morais do mais elevado grau formam seu caráter. Sem ter conhecimentos ilimitados, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes dá um julgamento preciso e sábio sobre os homens e as coisas.

Segunda Classe

Espíritos Superiores

Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem revela sempre a benevolência e é constantemente digna, elevada, muitas vezes sublime. Sua superioridade os torna mais aptos que os outros para nos dar noções mais justas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem conhecer. Comunicam-se benevolentemente com os que procuram de boa-fé a verdade e que têm a alma já liberta dos laços terrestres para compreendê-la. Mas se afastam dos que são movidos apenas pela curiosidade ou dos que a influência da matéria desvia da prática do bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para realizar uma missão de progresso e nos oferecem, então, o modelo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo.

PRIMEIRA ORDEM

ESPÍRITOS PUROS

Não sofrem nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta em

relação aos Espíritos das outras ordens.

Primeira Classe ou Classe Única

Espíritos Puros

Passaram por todos os graus da escala e se libertaram de todas as impurezas da matéria. Tendo atingido o mais elevado grau de perfeição de que é capaz a criatura, não têm mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, a vida é para eles eterna e a desfrutam no seio de Deus. Gozam de uma felicidade inalterável. Mas essa felicidade não é de uma ociosidade monótona passada numa contemplação perpétua. São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. São chamados, às vezes, de anjos, arcanjos ou serafins.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 008 – Finalidade da encarnação; Da Alma; Materialismo (Questões 132 até 148).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Finalidade da encarnação:

• Os Espíritos encarnam para progredir e chegar à perfeição. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação;

• Mesmo os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem, têm necessidade da encarnação, pois, como fomos todos criados simples e ignorantes, nos instruímos através das lutas e atribulações da vida corporal;

• Aqueles que escolhem o caminho do bem desde o início, não estão isentos da encarnação, mas chegam mais depressa à perfeição. Além disso, os sofrimentos da vida são frequentemente a consequência da imperfeição do Espírito, logo quanto menos imperfeito ele for menos tormentos sofrerá;

• Aquele que não for invejoso, nem ciumento, nem avarento ou ambicioso, não passará pelos tormentos que se originam desses defeitos; ou seja, nem todos os Espíritos passam pelas mesmas provas ou por todas as provas;

b) Da Alma:

• As almas não são mais que os Espíritos. Antes de ligar-se ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes (Espíritos) que povoam o mundo invisível, e depois se reveste temporariamente de um invólucro carnal, para se purificar e esclarecer;

• Há no homem um liame que une a alma e o corpo (perispírito);

• O perispírito é de natureza “semimaterial”, ou seja, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a do corpo, sendo assim necessário para que eles possam comunicar-se. Desta forma é através do perispírito que o Espírito interage com a matéria, e vice-versa;

• O homem (encarnado) é formado de três partes essenciais: 1º - O corpo, ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital. 2º - A alma, Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação temporária. 3º - O perispírito, princípio intermediário, substância semimaterial, que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo;

• O corpo pode existir sem a alma, e não obstante, desde que o corpo deixa de viver, a alma o abandona. Antes do nascimento não há uma união definitiva entre a alma e o corpo, ao passo que, após o estabelecimento dessa união, a morte do corpo rompe os liames que a unem a ele, e a alma o deixa. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo sem vida;

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• Quando não possui uma alma, o corpo é apenas uma massa de carne sem inteligência;

• O mesmo Espírito não pode encarnar-se de uma vez em dois corpos diferentes, visto que, por ser indivisível não pode animar duas criaturas diferentes;

• A alma age por meio dos órgãos do corpo físico, e esses são animados pelo fluido vital que se reparte entre eles;

• A alma não está encerrada no corpo. Ela irradia e se manifesta no exterior, como a luz através de um globo de vidro ou como o som ao redor de um centro sonoro. A alma, como já vimos, tem dois envoltórios: um sutil e leve, o primeiro, que chamamos perispírito e outro grosseiro, material e pesado, que é o corpo. A alma é o centro desses envoltórios;

c) Materialismo:

• O materialismo é consequência do orgulho dos homens, que tudo crêem saber, não admitindo que alguma coisa possa ultrapassar o seu entendimento. Assim, não é verdade que o materialismo seja uma consequência dos estudos científicos. É o homem que deles tira uma falsa consequência, pois ele pode abusar de tudo, mesmo das melhores coisas;

• Recomendar a leitura da nota de Kardec ao fim do Capítulo.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 009 – A alma após a morte. Sua Individualidade. Vida eterna; Separação da alma e do corpo; Perturbação Espírita (Questões 148 até 165).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) A alma após a morte. Sua Individualidade. Vida eterna:

• A alma no instante da morte “volta” a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos que ela havia deixado temporariamente;

• Após a morte do corpo físico a alma conserva a sua individualidade, ou seja, não a perde jamais;

• Não tendo mais o corpo material, a alma constata sua individualidade através do seu perispírito;

• A alma nada leva deste mundo, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor;

• Podemos ter a prova da individualidade da alma, após a morte, pelas comunicações dos Espíritos desencarnados;

• Os que pensam que a alma, com a morte, volta ao todo universal estão equivocados, se por isso entendem que ela perde a sua individualidade (panteísmo);

• Devemos entender como “vida eterna” a vida do Espírito, a vida do corpo material é transitória, passageira. Como já aprendemos, quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna;

b) Separação da alma e do corpo:

• A separação da alma e do corpo não é dolorosa, neste momento a alma nada sente;

• A separação da alma e do corpo se opera através do rompimento dos liames que retinham a alma “ligada” ao corpo, então a alma se desprende;

• A alma se desprende gradualmente. Os dois estados (encarnado – desencarnado) se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos seus liames;

• Durante a vida, o Espírito está ligado ao corpo pelo perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando cessa a vida orgânica. O desprendimento do Espírito não se completa subitamente. Ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para uns é bastante rápido, para outros, sobretudo naqueles cuja encarnação foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado, dura às vezes alguns dias, semanas e até mesmo meses ou anos. Deste modo, quanto mais o Espírito estiver identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela;

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• A separação definitiva entre a alma e o corpo pode verificar-se antes da cessação completa da vida orgânica;

• A sensação que a alma sente no momento em que se reconhece no mundo dos Espíritos varia segundo o grau de evolução e entendimento de cada um;

• Geralmente na morte violenta ou acidental a separação da alma e a cessação da vida orgânica ocorrem simultaneamente, contudo o desprendimento completo é mais lento visto que os liames que unem o corpo ao perispírito são mais tenazes;

c) Perturbação Espírita:

• Deixando o corpo, a alma não tem consciência imediata de si mesma. Ela fica perturbada por algum tempo;

• Nem todos os Espíritos experimentam no mesmo grau e pelo mesmo tempo a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo, pois isso depende da sua evolução. Pode ser de algumas horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos;

• O conhecimento do Espiritismo exerce uma grande influência, sobre a duração dessa perturbação, pois o Espírito compreende antecipadamente a sua situação; mas a prática do bem e a pureza de consciência são o que exerce a maior influência;

• No momento da morte, tudo a princípio é confuso, e a alma necessita de algum tempo para reconhecer. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam à medida que se extingue a influência da matéria de que se desprendeu, e que se dissipa essa espécie de perturbação que lhe embaraça os pensamentos;

• Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos indivíduos e, sobretudo com o gênero de morte. Por exemplo: nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu. Esta ilusão mantém-se até o completo desprendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e compreende que não faz mais parte do mundo dos encarnados;

• A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem: é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar tranquilo. Para aquele cuja consciência não está pura, é cheia de ansiedade e angústias;

• Nos casos de morte coletiva nem todos que pereceram ao mesmo tempo sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte cada um vai para o seu lado ou só se preocupa com aqueles que lhe interessam;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 010 – Da Reencarnação; Justiça da Reencarnação; Encarnação nos Diferentes Mundos; Transmigração Progressiva; Sorte das Crianças após a Morte (Questões 166 até 199-a).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Da Reencarnação:

• O Espírito é submetido à prova de novas encarnações para depurar-se e progredir, a fim de que atinja a “perfeição” (quando se torna um Espírito puro e não necessita mais encarnar);

• Todos nós já passamos por diversas encarnações;

• A encarnação tem como finalidade o melhoramento progressivo da humanidade e faz parte da justiça divina;

• O número de encarnações não é o mesmo para todos os Espíritos e também não se limita a um número predeterminado, ou seja, cada Espírito encarnará quantas vezes for necessário até que não precise mais das provas corpóreas;

b) Justiça da Reencarnação:

• O “dogma” da reencarnação se funda na justiça Divina, visto que todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes proporciona os meios de consegui-la, com as provas da vida corpórea;

• A razão nos diz que a doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus;

• A doutrina da reencarnação é também a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas;

c) Encarnação nos Diferentes Mundos:

• As diferentes existências corporais não se verificam somente na Terra, ou seja, podem se passar em diferentes mundos. As encarnações aqui passadas não são as primeiras nem as últimas;

• Podemos voltar a reencarnar na Terra depois de já ter vivido noutros mundos;

• Dentro do nosso grau de evolução, ainda precisamos encarnar na Terra ou em outro mundo de igual condição;

• Em nosso grau de evolução, não há vantagem particular em permanecer desencarnado;

• Para atingirmos a perfeição, não necessitamos encarnar em todos os globos do Universo;

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• Um espírito pode encarnar em um mundo inferior como missão;

• Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas nunca retrogradam;

• Nem todos os espíritos encarnados em um globo estão no mesmo grau de evolução, há os que estão mais ou menos adiantados;

• Passando de um planeta para outro, o Espírito conserva toda a inteligência;

• Mundos diferentes – Perispírito diferente – Corpos diferentes (“Há muitas moradas na casa de meu Pai”). Tanto o perispírito como o corpo material será mais ou menos depurado, segundo o grau de pureza a que chegaram os Espíritos encarnados no globo;

• A encarnação se dá no mundo compatível com o grau de adiantamento do espírito;

• O grau de evolução de um mundo está ligado ao grau de evolução dos espíritos que ali encarnam.

• Também existem mundos destinados a habitação de Espíritos que não necessitam mais de um corpo material, só tendo por envoltório o perispírito, e esse envoltório torna-se de tal maneira etéreo, que para vós é como se não existisse. É esse o estado dos Espíritos puros;

• A substância do perispírito não é a mesma em todos os globos, em uns é mais etérea do que em outros;

• Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens na Terra. Eles podem, melhor que os outros, estar em toda parte;

d) Transmigração Progressiva:

• No princípio da sua formação, o Espírito ainda não goza da plenitude de suas faculdades;

• Em suas primeiras encarnações, os Espíritos não têm mais do que uma existência instintiva, possuindo apenas a consciência de si mesmos e de seus atos. Só pouco a pouco a inteligência se desenvolve;

• As paixões indicam certo grau de desenvolvimento, uma vez que demonstram indício de consciência própria, contudo elas não indicam a perfeição;

• A vida dos Espíritos é constituída por várias fases, que teve um começo, porém não terá fim, sendo necessário um tempo imenso para se alcançar o desenvolvimento completo. Essa caminhada também é marcada por uma série de existências corporais, que são oportunidades de progresso, e que podem ocorrer em diversos mundos;

• Mesmo que o Espírito tenha uma conduta perfeita numa encarnação, isto não é suficiente para atingir o desenvolvimento completo, visto que existem muitas coisas para aprender tanto no campo intelectual como moral. Contudo, quanto mais ele se adianta numa encarnação, menos longas e penosas serão as suas provas nas encarnações seguintes;

• A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia, e não descem do plano atingido. Nas suas diferentes existências corporais, podem descer como “homens”, mas não como Espíritos;

• Depende de cada um apressar seu progresso ou atrasar-se indefinidamente;

• A vida material é uma espécie de crivo ou de depurador, pelo qual os Espíritos devem passar para chegarem à perfeição, mas isto só ocorre depois de muitas

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encarnações sucessivas, num tempo mais ou menos longo segundo os seus esforços;

e) Sorte das Crianças após a Morte:

• O Espírito de uma criança que desencarna em tenra idade pode ser tão ou mais adiantado quanto o de um adulto, inclusive de seus pais, visto que pode ter aproveitado melhor as encarnações anteriores para progredir;

• Não é pelo fato de ter desencarnado ainda quando criança que o Espírito é “puro”, o seu grau de adiantamento está relacionado ao progresso que alcançou nas encarnações anteriores, por seu próprio esforço;

• Existem várias causas para a interrupção da vida material na infância, pode ser, por exemplo, o complemento de uma encarnação anterior interrompida antes do termo devido e, por qualquer que seja o motivo, frequentemente é uma prova ou expiação para os pais;

• Quando uma criança desencarna o Espírito retorna ao mundo espiritual, onde, no devido tempo, se prepara para uma nova encarnação, ou seja, para uma nova existência material;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 011 – Sexos nos Espíritos; Parentesco e Filiação; Semelhanças Físicas e Morais; Idéias Inatas (Questões 200 até 221-a).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Sexos nos Espíritos:

• Os Espíritos podem encarnar tanto em corpos masculinos como em corpos femininos, isto porque não possuem sexo;

• O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência e vice-versa;

• Para o Espírito pouco importa a preferência por encarnar em um corpo masculino ou feminino, uma vez que isto vai depender mais das suas necessidades e das provas que tem de passar na encarnação;

• Como devemos progredir em todos os sentidos, cada sexo assim como cada posição social, nos oferece provas e deveres especiais, bem como novas ocasiões de adquirir experiências;

b) Parentesco e Filiação:

• Os pais não transmitem aos filhos uma porção de sua alma, porque a alma é indivisível. Desta forma a contribuição genética dos pais ocorre apenas no corpo físico da criança;

• O parentesco, muitas vezes, remonta às encarnações anteriores, visto que a sucessão de existências corpóreas estabelece entre os Espíritos liames que remontam a estas encarnações. Disso decorre frequentemente as causas de simpatia e antipatias entre determinados Espíritos;

• A doutrina da reencarnação amplia os laços de família, em vez de destruí-los.

• A reencarnação amplia os deveres da fraternidade, pois uma pessoa que conhecemos pode ser um Espírito que foi um familiar em uma encarnação anterior;

• O culto sincero aos antepassados não é uma coisa ridícula, isto porque devemos sentir-nos felizes de pertencer a uma família na qual encarnam Espíritos elevados. O mérito deste ato se encontra no esforço que devemos fazer para seguir os bons exemplos daqueles que já desencarnaram. Não se aplica a este caso o culto que é feito apenas em nome do orgulho e da vaidade;

c) Semelhanças Físicas e Morais:

• Os pais transmitem aos filhos, muitas vezes, as semelhanças físicas, não transmitindo as semelhanças morais, isto porque se tratam de Espíritos diferentes. “O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito”;

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• As semelhanças morais que existem, às vezes, entre pais e filhos advém da simpatia entre estes Espíritos, que se atraem pela afinidade de suas inclinações;

• Os Espíritos dos pais exercem influência sobre os dos filhos, uma vez que têm a missão de desenvolvê-los pela educação. Se os pais negligenciarem esta tarefa estarão falhando em uma das suas obrigações na encarnação;

• A semelhança de caráter que existe, muitas vezes, entre irmãos também advém da similitude de seus sentimentos, o que os torna felizes por estarem juntos;

• Não é uma regra que Espíritos que encarnam como irmãos gêmeos tenham que ser Espíritos simpáticos;

• Um povo é uma grande família em que se reúnem Espíritos simpáticos, isto ressalta o caráter distintivo que se observa em cada povo;

• O homem pode conservar em suas novas existências, os traços do caráter moral das existências anteriores, visto que a condição moral é inerente ao Espírito. Mas ao melhorar-se, ele também se modifica até que um progresso notável venha mudar completamente o seu caráter;

• O corpo no qual o Espírito encarna numa nova encarnação, não tem nenhuma relação necessária com o anterior, pois pode provir de uma origem muito diversa;

d) Idéias Inatas:

• O Espírito encarnado conserva uma vaga lembrança das conquistas e dos conhecimentos que adquiriu em existências anteriores, o que lhe dá o que chamamos de idéias inatas;

• Os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem. Durante a encarnação pode esquecê-los em parte, momentaneamente, mas a intuição que lhe fica ajuda o seu adiantamento. O Espírito liberto da matéria, sempre se recorda desses conhecimentos;

• O sentimento instintivo da existência de Deus e o pressentimento da vida futura são lembranças que o Espírito conserva daquilo que sabia antes de encarnar, mas o orgulho frequentemente abafa esse sentimento;

• O Espírito encarnado, conservando a intuição do seu estado de Espírito, tem a consciência instintiva do mundo invisível. Mas quase sempre ela é falseada pelos preconceitos, e a ignorância mistura a ela a superstição;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 012 – Considerações sobre a pluralidade das existências. (Questão 222)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

• O dogma da reencarnação não é criação da Doutrina Espírita, é uma idéia antiga;

• Os princípios básicos do Espiritismo decorrem da própria natureza;

• A idéia da Transmigração das almas era crença comum na antiguidade, com algumas diferenças (metempsicose);

• Como esta idéia apareceu na antiguidade? Pode ter sido “revelação” ou “intuição”;

• A Doutrina Espírita renova a idéia da reencarnação sob uma ótica racional;

• Kardec analisa a reencarnação numa posição neutra para que a “razão” comprove ou não a sua existência;

• Atribui a mesma probabilidade para a hipótese de a reencarnação existir ou não existir;

• Descarta objeções pueris e sem fundamentação (já sofri demais e não quero sofrer mais);

• Descarta um “futuro qualquer” para a alma após a morte e o panteísmo (qual seria a utilidade do bem?);

• Se não existisse a reencarnação a alma nasceria junto com o corpo, mas como explicar, por exemplo:

o As aptidões diversas e independentes das adquiridas pela educação; o As aptidões extraordinárias de algumas crianças; o As idéias inatas ou intuitivas; o Os impulsos precoces de vícios ou virtudes em algumas crianças,

independente do meio onde nasceram;

• Não se pode atribuir estas possibilidades ao corpo físico, pois senão o homem não seria mais do que uma máquina;

• Só a sucessão de existências anteriores e progressivas consegue explicar tais questões;

• Os homens trazem ao nascer a “bagagem” que já adquiriram;

• Deus na sua justiça não pode criar almas perfeitas e outras menos perfeitas;

• A Doutrina Espírita mostra que as almas são mais ou menos atrasadas, mas sempre suscetíveis ao progresso;

• A doutrina da reencarnação também responde a vários questionamentos sobre o futuro da alma;

• Aquilo que não pudemos fazer numa existência, faremos em outra;

• Ninguém escapa à lei do progresso;

• Cada um será recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento;

• Ninguém será excluído da felicidade suprema;

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• Finalmente Kardec nos mostra a reencarnação nas passagens das Escrituras:

o Evangelho segundo São Mateus, cap. XVII: “João Batista era Elias”; o Evangelho segundo São João, cap. III: “Diálogo de Jesus com Nicodemos –

necessário vos é nascer de novo”.

Obs. Abrir espaço de tempo para que os participantes tirem suas dúvidas sobre todo conteúdo do capítulo IV – Pluralidade das Existências, tendo em vista a importância deste tema que é um dos princípios básicos da Doutrina Espírita.

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Tema 013 – Espíritos Errantes; Mundos Transitórios; Percepções, Sensações e Sofrimento dos Espíritos. (Questões 223 a 256)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Espíritos Errantes:

• A Alma pode, às vezes, reencarnar imediatamente após a separação do corpo, mas na maioria das vezes a reencarnação acontece depois de intervalos mais ou menos longos;

• Nos intervalos das encarnações a alma é considerada um Espírito errante, que aspira um novo destino e o espera;

• Não existe um tempo limite para o estado errante que, pode ser de algumas horas ou prolongar-se por muito tempo, mas nunca é perpétuo. Essa duração é uma consequência do livre-arbítrio, mas também, depende de imposições ligadas às necessidades dos Espíritos;

• A erraticidade, por si mesma, não é um sinal de inferioridade, pois há espíritos errantes de vários graus;

• Nem todos os Espíritos não encarnados são errantes, visto que os Espíritos puros, que chegam a perfeição, não são errantes, pois seu estado é definitivo, ou seja, não necessitam mais encarnar. Logo, errantes são apenas aqueles Espíritos, livres do corpo material, que ainda necessitam reencarnar;

• Os Espíritos errantes conservam as paixões humanas de acordo com o seu grau de evolução, e serão felizes ou infelizes segundo os seus méritos e o grau de desapego às coisas do mundo material;

• No estado errante o Espírito pode melhorar-se bastante, mas sempre de acordo com a sua vontade e o seu desejo, mas é na existência corpórea que põe em prática o que aprendeu;

• No estado errante os Espíritos podem ir aos locais ou mundos conforme o seu grau de desenvolvimento. Já os Espíritos puros vêem frequentemente aos mundos inferiores a fim de os ajudar a progredir;

b) Mundos Transitórios:

• Existem mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes;

• Os Espíritos errantes podem habitar esses mundos transitórios temporariamente para que possam repousar durante a erraticidade;

• Esses mundos são posições intermediárias entre os outros mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los, e que neles gozam de maior ou menor bem-estar;

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• Os Espíritos que se encontram nesses mundos podem deixá-los livremente para seguir o seu destino;

• Os mundos transitórios não são habitados ao mesmo tempo por Espíritos errantes e seres corpóreos;

c) Percepções, Sensações e Sofrimento dos Espíritos:

• A alma, uma vez no mundo dos Espíritos, mantém as percepções que possuía e outras que não possuía, porque o corpo material as obscureciam;

• As percepções e os conhecimentos dos Espíritos são limitados ao grau de evolução, assim sendo, quanto mais próximo da “perfeição”, mais sabem;

• A noção de tempo e espaço é diferente para os Espíritos, eles não os compreendem como nós;

• Quanto mais evoluído for o Espírito, mais precisa e justa será a idéia que ele terá sobre o presente;

• A lembrança do passado não é mais limitada pela matéria, contudo só se lembram das coisas que realmente importam e são necessárias;

• Os Espíritos não conhecem tudo, a começar pela sua própria criação;

• O conhecimento do futuro depende do grau de perfeição do Espírito. Quando ocorre, quase sempre é apenas uma antevisão, uma vez que, por mais evoluído que seja não terá o completo conhecimento do futuro, porque Deus é o único e soberano senhor e ninguém o pode igualar;

• Quanto mais evoluído for o Espírito melhor compreenderá Deus;

• A vista dos Espíritos não é circunscrita como nos seres corpóreos, é uma faculdade geral. O mesmo ocorre com a faculdade de ouvir, pois o Espírito percebe sons que são inaudíveis para o encarnado.

• Em resumo, todas as percepções são atributos do Espírito e fazem parte do seu ser, quando ele se reveste do corpo material, elas se manifestam pelos meios orgânicos, mas no estado de liberdade, não estão mais localizadas, neste ou naquele órgão;

• A música tem para os Espíritos mais elevados, encantos infinitos em razão de suas qualidades sensitivas muito desenvolvidas. Trata-se aqui da música celeste, que é muito mais bela e suave que a do mundo material. Já os Espíritos mais inferiores podem provar algum prazer ao ouvir a música do mundo material;

• Os Espíritos conhecem as necessidades e os sofrimentos dos encarnados, porque já os sofreram, mas não os experimentam da mesma forma, porque são Espíritos;

• Os Espíritos não experimentam nem a fadiga e nem a necessidade do repouso como entendemos, pois eles não têm órgãos cujas forças devam ser reparadas;

• O sofrimento dos Espíritos é de natureza moral, que os torturam mais que os sofrimentos físicos. Quando algum Espírito se queixa de alguma dor, de calor ou de frio, é um reflexo da lembrança do que sofreram enquanto encarnados. Algumas vezes esta lembrança é tão penosa como a própria realidade;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 014 – Ensaio teórico sobre a sensação nos Espíritos (Questão 257).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

• O corpo é o instrumento da dor – a alma tem a percepção dessa dor;

• A lembrança que o Espírito conserva da dor pode ser muito penosa, mas não tem ação física;

• O estudo mais aprofundado do perispírito veio lançar luz sobre esta questão;

o O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria; o É tomado do meio ambiente, do fluido universal; o Contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético e a própria

matéria inerte; o Poderíamos dizer que é a quintessência da matéria; o É um dos princípios da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, porque

esta pertence ao Espírito; o O perispírito é também o agente das sensações externas;

• No corpo físico, as sensações se localizam nos órgãos que lhe servem de canais;

• Destruído o corpo, as sensações se tornam generalizadas;

• Liberto do corpo o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é o mesmo do corpo;

• A dor que sentem não é a dor física. É um vago sentimento interior, de que nem sempre o Espírito tem perfeita consciência, porque não está localizada e não é produzida por agentes exteriores;

• Esta dor é antes uma lembrança, também penosa;

• No momento da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo;

• Como a separação do corpo e do perispírito não se completa repentinamente, pode ocorrer uma espécie de repercussão moral, que em alguns casos pode transmitir ao perispírito a sensação do que se passa com o corpo;

• Enquanto encarnados, o corpo recebe as impressões e as transmite ao Espírito, por intermédio do perispírito;

• O Espírito, desligado do corpo (após o desencarne), experimenta a sensação, mas como esta não lhe chega por um canal limitado, torna-se geral;

• O perispírito é apenas um agente de transmissão. É o Espírito que possui a consciência;

• Quanto mais o Espírito se purifica, mais eterizada se torna a essência do seu perispírito, de maneira que a influência material diminui;

• O Espírito tem percepção, sensação, audição, visão, como atributos de todo o seu ser, e não apenas de certos órgãos, como nos encarnados;

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• O Espírito tem em si mesmo a faculdade de todas as percepções. Na vida corpórea elas são limitadas pela grosseria dos nossos órgãos e na vida extracorpórea, libertam-se mais e mais, à medida que se torna menos denso o perispírito;

• Ao passar de um mundo para outro, os Espíritos mudam de envoltório, como mudamos de roupa ao passar do inverno para o verão;

• Os Espíritos mais elevados quando vêm visitar-nos, revestem o perispírito terrestre, então as suas percepções se assemelham com as dos Espíritos vulgares;

• Nos primeiros momentos após a morte, a vista do Espírito é sempre turva e confusa, esclarecendo-se na proporção que ele se liberta;

• O sofrimento que o Espírito enfrenta é consequência da maneira como viveu na Terra. É, também, o resultado dos laços que ainda existem entre o Espírito e a matéria;

• Os que sofrem é por que assim quiseram, e só devem queixar-se de si mesmos, tanto no outro mundo quanto neste.

Obs. Abrir espaço de tempo para que os participantes tirem suas dúvidas sobre o conteúdo abordado.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 015 – Escolha da provas; Relações de Além-túmulo. (Questões 258 a 290)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Escolha da provas:

• No estado errante, antes de nova existência corpórea, o Espírito escolhe o gênero de suas provas de acordo com o seu livre-arbítrio e de acordo com o seu grau de evolução;

• As tribulações da vida não são castigo de Deus, mas nada acontece sem a sua permissão, ou seja, através do cumprimento de suas leis;

• A escolha do gênero das provas não implica na escolha de todos os detalhes da encarnação. Só os grandes acontecimentos estão previstos;

• Para atingir a perfeição, o Espírito não necessita passar por todos os gêneros de provas;

• Quanto mais desenvolvido o livre-arbítrio, maior é a responsabilidade sobre as escolhas;

• Escolhemos as provas de acordo com a natureza de nossas faltas;

• As escolhas no estado errante estão ligadas ao grau de evolução, enquanto que as escolhas quando encarnado estão ligadas a intenção;

• Até que chegue ao estado de perfeita pureza, o Espírito tem que passar constantemente por provas, mas atingindo um determinado grau de evolução essas provas já não são penosas;

b) Relações de Além-túmulo:

• Existe entre os Espíritos uma relação de hierarquia e de autoridade que se dá através da ascendência moral irresistível;

• O status e o poder que se tem enquanto encarnado não são os mesmos na erraticidade;

• A condição moral é que dita o rebaixamento ou a elevação de um Espírito quando este deixa o mundo material e retorna ao mundo espiritual;

• Aquele que foi “grande” na Terra e que se encontra inferior entre os Espíritos, quase sempre sente humilhação, sobretudo se era orgulhoso e invejoso;

• Espíritos de ordens diferentes se aproximam ou se afastam de acordo com os seus sentimentos, sendo que os da mesma ordem se reúnem por uma espécie de afinidade;

• Os bons Espíritos têm mais liberdade de acesso para influenciarem os menos evoluídos e se relacionam com eles para lhes ajudar a progredir;

• A comunicação entre os Espíritos se dá pela transmissão do pensamento, sendo o fluído universal o veículo da transmissão;

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• Os Espíritos não podem dissimular seus pensamentos, bem como não podem se esconder uns dos outros, porém esta não é uma regra absoluta, visto que Espíritos superiores podem tornar-se invisíveis para outros menos evoluídos;

• Os Espíritos constatam a sua individualidade e reconhecem os outros pelo perispírito;

• A alma ao deixar o corpo material nem sempre vê imediatamente os parentes e amigos que a precederam no mundo dos Espíritos, pois é necessário algum tempo para reconhecer o seu estado e dissipar a perturbação que ocorre após o desencarne;

• Nossos parentes e amigos que nos precederam no retorno ao mundo espiritual, às vezes vêm ao nosso encontro;

• A reunião na erraticidade de Espíritos que foram parentes ou amigos enquanto encarnados, depende da elevação de cada um e dos caminhos que seguem;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 016 – Relações Simpáticas e Antipáticas entre os Espíritos - Metades Eternas; Lembrança da Existência Corpórea; Comemoração dos Mortos – Funerais. (Questões 291 a 329)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Relações Simpáticas e Antipáticas entre os Espíritos - Metades Eternas:

• Além da simpatia geral, determinada pelas semelhanças, há afeições particulares entre certos Espíritos;

• O liame que une os Espíritos é mais forte na ausência do corpo;

• No mundo espiritual só existem aversões entre Espíritos impuros, que conservam ressentimentos e animosidades até que se purifiquem;

• As afeições entre Espíritos puros não são mais suscetíveis de alterações;

• As simpatias entre pessoas na Terra podem prosseguir na erraticidade se não forem apenas ligadas aos interesses materiais e ao “amor-próprio”;

• Não existem “almas-gêmeas”, ou seja, não existem Espíritos predestinados a uma união particular e fatal desde sua origem. Se um Espírito devesse completar o outro perderia a sua individualidade. As uniões e as simpatias entre os Espíritos ocorrem por suas tendências e instintos;

• A afinidade necessária para a simpatia perfeita entre certos Espíritos é resultado da igualdade dos seus graus de elevação;

• Dois Espíritos que hoje não são simpáticos podem sê-lo, isto ocorrerá quando o Espírito que está numa determinada esfera inferior se aperfeiçoar e chegar à esfera em que se encontra o outro;

• Dois Espíritos simpáticos podem deixar de sê-lo se um deles é “preguiçoso” e não acompanha a evolução do outro;

b) Lembrança da Existência Corpórea:

• Quando na erraticidade os Espíritos possuem a lembrança da vida corpórea;

• Esta lembrança não é completa e ocorre aos poucos. Lembram-se das coisas mais importantes. Não alcançam de maneira absoluta todos os atos;

• Esta lembrança se desenrola na memória do Espírito e às vezes se passa como um quadro que tenha ante os olhos;

• Virão à tona todos os atos que tenham interesse para sua lembrança, os outros ficam mais ou menos no fundo da memória ou completamente esquecidos. Aquilo que se lembra muito bem, são os fatos principais, que o ajudam a se melhorar;

• As lembranças podem atingir quase todas as existências do Espírito, mas ele não se lembra de uma maneira absoluta de todos os seus atos, recordando-os apenas na razão da influência que tenham sobre o seu estado presente. As primeiras existências perdem-se no vazio do esquecimento;

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• O Espírito, de acordo com o seu grau de evolução, considera o corpo físico, que acabou de deixar, como uma veste imprópria;

• Dependendo da maneira mais ou menos elevada pela qual consideram as coisas materiais, verá com maior ou menor indiferença o seu corpo em decomposição ou as coisas que lhe tenham pertencido;

• Os Espíritos frequentemente conservam a lembrança dos sofrimentos que suportaram durante a sua última encarnação, isto os faz melhor avaliar a felicidade que ainda poderão desfrutar;

• Os Espíritos inferiores, normalmente lastimam a perda dos gozos materiais;

• Dependendo de sua elevação ou da missão que possa ter a cumprir, o Espírito ainda se interessará pelos trabalhos que fez na Terra, bem como pelo progresso das artes e das ciências;

• O amor a pátria também segue o mesmo princípio do grau de evolução do Espírito. Para os mais evoluídos, a pátria é o universo, para os outros a pátria na Terra será aquela onde possuir maior número de pessoas simpáticas;

• A situação dos Espíritos e a sua maneira de ver as coisas variam de acordo com o seu grau de desenvolvimento moral e intelectual;

• O espanto do retorno à vida espiritual se dá em virtude da perturbação que se segue ao despertar;

c) Comemoração dos Mortos – Funerais:

• Os Espíritos são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra. Se são felizes, serve-lhes para aumentar a felicidade, e se são infelizes, serve-lhes de alívio;

• Com relação à comemoração aos mortos, os Espíritos são atraídos pelo pensamento, no dia de finados como em qualquer outro dia;

• A visita ao túmulo é uma maneira de se manifestar a lembrança que se teve pelo desencarnado, ou seja, é um ato exterior. Na verdade é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar se a lembrança é ditada pelo coração;

• A reunião dos despojos mortais de familiares pouco representa para os Espíritos;

• Em alguns casos, dependendo de seu estado e da necessidade, o Espírito assiste ao seu funeral, mas algumas vezes não percebe o que se passa, por estar ainda passando pela perturbação natural que ocorre após o desencarne. O mesmo ocorre no caso das reuniões de seus herdeiros;

• O respeito instintivo do homem pelos mortos é um efeito da intuição da existência futura;

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Tema 017 – Prelúdio do Retorno; União da Alma com o Corpo – Aborto. (Questões 330 a 360)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Prelúdio do Retorno:

• Os Espíritos percebem a aproximação do momento da reencarnação;

• Dependendo do grau de evolução e do progresso alcançado pelo Espírito, a reencarnação é, seguramente, uma necessidade da vida espírita, como a morte é uma necessidade da vida corpórea;

• Nem todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação. Há os que não pensam nela e que nem mesmo a compreendem, isso depende de sua natureza mais ou menos avançada;

• Em alguns casos o Espírito pode abreviar ou retardar o momento da sua reencarnação, mas não pode prolongar este momento indefinidamente;

• O corpo físico ao qual o Espírito irá se vincular é sempre designado com antecedência;

• A “escolha” do corpo físico se dá em função das provas e das necessidades do Espírito;

• Todo corpo físico de uma criança destinada a “viver” tem sempre um Espírito vinculado;

• A união de um Espírito com um determinado corpo físico pode ser imposta como expiação;

• A perturbação que antecede o momento da encarnação é maior e mais longa que a que sofre o Espírito após o desencarne;

• A incerteza do sucesso na nova encarnação é motivo de aflição para o Espírito;

• Dependendo da esfera em que habita, o Espírito pode ser acompanhado por outros Espíritos amigos, que acompanham a sua partida do mundo espiritual;

• Os Espíritos amigos, que nos seguem durante a vida são, por vezes, os que vemos em sonho, e que se nos apresentam com feições desconhecidas;

b) União da Alma com o Corpo – Aborto:

• A união da alma com o corpo se inicia no momento da concepção e se completa no momento do nascimento;

• O laço fluídico que liga o Espírito ao corpo se encurta cada vez mais até o momento do nascimento;

• A união do Espírito com o corpo é definitiva no sentido de que outro Espírito não pode substituí-lo no corpo designado;

• A encarnação pode não se consumar se o Espírito recuar ante a prova escolhida;

• As mortes prematuras têm utilidade para o Espírito e para os pais;

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• A vinculação a um novo corpo físico após uma tentativa de encarnação que não se consumou, não ocorre imediatamente;

• O Espírito já encarnado não pode se lamentar da escolha de suas provas, visto que não se lembra destas escolhas. Se considerar estas provas acima dos seus limites, em alguns casos recorre ao suicídio, que será, na verdade, uma escolha muito equivocada;

• No intervalo entre a concepção e o nascimento o Espírito entra em um estado de perturbação que lhe limita o gozo de todas as suas faculdades;

• As faculdades do Espírito não se restabelecem plenamente no instante do nascimento, visto que elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos;

• Pode ocorrer o caso de natimortos onde jamais houve a designação de um espírito para o corpo, podendo, em alguns casos, chegar ao tempo normal de nascimento, mas não viverá;

• O aborto provocado é um crime diante das leis divinas;

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Tema 018 – Faculdades morais e intelectuais; Influência do organismo; Idiotismo e loucura. (Questões 361 a 378)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Faculdades morais e intelectuais:

• As qualidades morais dos homens, boas ou más, são as do Espírito nele encarnado;

• O homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem vicioso a de um Espírito imperfeito;

• Os Espíritos não podem ter paixões estranhas à humanidade;

• É o Espírito que dá ao homem tanto as qualidades intelectuais como as qualidades morais, portanto o homem não tem em si dois Espíritos;

• Pode ocorrer que um homem inteligente seja vicioso porque o progresso do Espírito não se realiza simultaneamente em todos os sentidos, num período pode evoluir intelectualmente e num outro moralmente;

b) Influência do organismo:

• Sendo a matéria apenas o envoltório do Espírito, este ao se unir com o corpo conserva os atributos da natureza espiritual;

• O Espírito encarnado para manifestar as suas faculdades depende dos órgãos do corpo físico, que lhe servem de instrumento, sendo que algumas de suas faculdades podem estar comprometidas pelo estado grosseiro da matéria ou por deficiências desta;

• O homem possui sempre as faculdades que são próprias do Espírito, desta forma não são os órgãos do corpo físico que lhe dão estas faculdades;

• A diversidade de aptidões entre os homens decorre do estado de evolução do Espírito de cada encarnado, mas é necessário ter em conta a influência da matéria, que entrava mais ou menos o exercício dessas aptidões;

c) Idiotismo e loucura:

• O Espírito encarnado em uma pessoa que apresente algum tipo de problema mental não é necessariamente de natureza inferior;

• Um Espírito que passa por esta prova sofre pela insuficiência dos meios que dispõe para se comunicar. São Espíritos em expiação, que vivem em corpos limitados por uma determinada deficiência;

• Em alguns casos é, para o Espírito, uma existência destinada a reparar o abuso que tenha feito de certas faculdades e que estão temporariamente suspensas;

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• As pessoas com algum tipo de deficiência mental, quando no estado de Espírito podem ter consciência de seu estado mental. É o corpo que está desorganizado e não o Espírito. Isto acontece em função de suas escolhas feitas anteriormente;

• Após o desencarne o Espírito, durante algum tempo, se ressente da perturbação de suas faculdades pelas quais passou durante a sua última encarnação;

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Tema 019 – Da Infância; Simpatia e Antipatia Terrenas; Esquecimento do passado. (Questões 379 a 399)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Da Infância:

• O Espírito encarnado no corpo de uma criança pode ser mais desenvolvido do que o encarnado no corpo de um adulto. O Espírito no corpo de uma criança não pode demonstrar tal adiantamento em razão dos órgãos que ainda não estão completamente desenvolvidos;

• A perturbação que acompanha a reencarnação não cessa de súbito com o nascimento e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos;

• Na morte de uma criança o Espírito não retoma a sua lucidez enquanto não desaparecer por completo a ligação com o corpo físico;

• O Espírito encarnado não sofre constrangimento com a infância, pois esta é um estado natural;

• Para o Espírito encarnado a infância tem a utilidade de torná-lo mais flexível e acessível aos novos aprendizados que recebe e que podem ajudar em seu progresso intelectual e principalmente moral;

• Mudança de caráter que acontece em certa idade ocorre porque o Espírito retoma a sua natureza e se mostra tal como é;

• A infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas, sobretudo é a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo;

b) Simpatias e Antipatias Terrenas:

• Dois Espíritos que já se conheceram em outras encarnações podem se reencontrar e, embora não se reconheçam podem sentir-se atraídos um pelo outro;

• Nem sempre seria agradável para os Espíritos se reconhecerem, visto que a recordação das existências passadas pode causar uma série de situações inconvenientes;

• A simpatia entre duas pessoas nem sempre tem origem em existência anterior;

• A repulsa instintiva que ocorre, à primeira vista, entre certas pessoas decorre de antipatias anteriores. A antipatia pode também originar-se da falta de sintonia no modo de pensar.

c) Esquecimento do passado:

• O Espírito encarnado perde a lembrança do seu passado. Pelo esquecimento do passado ele é mais ele mesmo;

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• A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode distinguir o bem e o mal. Com o esquecimento do passado, o Espírito tem o devido mérito por suas atuais escolhas;

• O Espírito encarnado tem a intuição – “voz da consciência” – e as tendências instintivas para orientá-lo em suas escolhas, desta forma tentando evitar os mesmo erros do passado;

• A lembrança de nosso passado pode trazer graves inconvenientes, visto que poderia nos trazer humilhação ou exaltar o nosso orgulho bem como poderia gerar desagradáveis efeitos sobre as nossas relações sociais;

• Nem sempre podemos ter revelações sobre as nossas existências anteriores, porém algumas pessoas podem saber o que foram e o que fizeram;

• Em alguns casos a lembrança de um passado desconhecido pode ser real, mas frequentemente é uma ilusão;

• Nas existências corpóreas de natureza mais elevada a lembrança do passado é mais precisa;

• Através de suas tendências instintivas o homem pode perceber as escolhas equivocadas que já cometeu, mas é preciso ter em conta o progresso que pode ter-se operado no Espírito;

• Dependendo de seu grau de adiantamento, o Espírito pode ser arrastado a novas faltas. O Espírito pode avançar ou parar, mas nunca recuar;

• Da natureza das vicissitudes (provas e expiações), do Espírito encarnado podemos deduzir o gênero da existência anterior, pois cada um deve reparar os equívocos cometidos;

Recomendar leitura do comentário de Kardec feito após a questão 399 de “O livro dos Espíritos”

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Tema 020 – O sono e os sonhos; Visitas Espíritas entre vivos; Transmissão oculta do pensamento. (Questões 400 a 421)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) O sono e os sonhos:

• Durante o sono a alma não repousa como o corpo uma vez que o Espírito jamais fica inativo;

• Pelos sonhos observamos a liberdade parcial do Espírito, visto que os liames que o ligam ao corpo se afrouxam, podendo o Espírito percorrer o espaço e entrar em relação mais direta com outros Espíritos;

• Quando o corpo repousa o Espírito dispõe de mais faculdades que no estado de vigília, podendo ter a lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro;

• Quando dormimos nos encontramos momentaneamente no estado em que estaremos de forma permanente após a morte. Assim é que, pelo efeito do sono os Espíritos encarnados se relacionam de forma mais efetiva com o mundo dos Espíritos;

• O sonho pode ser a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, como também pode ser a lembrança do que fez ou do que o preocupa no estado de vigília;

• Não nos recordamos sempre dos sonhos porque a matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito;

• Algumas significações atribuídas aos sonhos podem ser absurdas. Estes sonhos muitas vezes podem ser verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas nestes casos, frequentemente não tem relação com o que se passa na vida corpórea;

• Não é necessário o sono completo para a emancipação do Espírito;

• As idéias que temos durante o sono, são o resultado da liberdade do Espírito gozando de suas amplas faculdades, ou também podem ser conselhos dados por outros Espíritos;

• A atividade do Espírito, durante o sono, pode reagir sobre o corpo e às vezes produzir fadiga.

b) Visitas Espíritas entre vivos:

• Durante o sono o Espírito se emancipa e a vida do corpo cede lugar à da “alma”, mas não existem duas existências, são na verdade duas fases da mesma existência;

• Duas pessoas que se conhecem podem se encontrar durante o sono e, em alguns casos encontram pessoas que pensam não conhecer;

• Na maioria das vezes ao despertar resta apenas uma intuição destes encontros;

• O fato de, em estado de vigília, desejar encontrar alguém não assegura que isto ocorrerá durante o sono;

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c) Transmissão oculta do pensamento:

• Durante o sono os Espíritos se comunicam entre si, e ao despertar podem se lembrar do que aprenderam, é desta forma que uma idéia pode surgir em diversas partes ao mesmo tempo;

• O Espírito não está completamente preso ao corpo como se estivesse em uma caixa, desta forma os Espíritos podem se comunicar com os outros mesmo em estado de vigília (despertos), embora o façam com maior dificuldade;

• Dois Espíritos simpáticos podem ter as mesmas idéias simultaneamente, mostrando que se comunicam mesmo estando em estado de vigília.

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Tema 021 – Letargia, Catalepsia, Morte Aparente; O Sonambulismo; Êxtase; Dupla Vista. (Questões 422 até 454-a)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Letargia, Catalepsia, Morte Aparente:

• O letárgico ou cataléptico pode ver o que se passa ao seu redor, mas não tem como exprimir o que está vendo e ouvindo, pois percebe tudo isto pelo Espírito, que tem consciência de si;

• Não pode se comunicar porque o estado do corpo físico o impede;

• Nestes casos o corpo não está morto e, consequentemente o Espírito continua ligado ao corpo;

• Quando um homem aparentemente morto volta à vida, é que a morte não estava consumada;

• Pode-se através de cuidados dispensados a tempo, renovar os laços que estão se rompendo e prolongar a vida de um ser que sem estes cuidados morreria;

• O magnetismo é, nestes casos, muitas vezes, um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos;

b) O Sonambulismo:

• O sonambulismo natural é um estado de independência da alma, mais completo que no sonho;

• Neste caso, a alma tem percepções que não atinge em sonho;

• Este estado se manifesta principalmente durante o sono;

• No sonambulismo, as percepções do Espírito chegam ao corpo físico com maior intensidade, o que faz com que se produzam os sintomas conhecidos;

• O sonambulismo magnético se diferencia do natural por ser provocado, é tido como o estágio mais profundo do transe hipnótico;

• Nos casos de clarividência sonambúlica é a alma que vê, contudo há freqüentes enganos, isto ocorre devido ao grau de evolução do Espírito;

• O sonâmbulo possui normalmente mais conhecimentos do que demonstra em estado de vigília, por isso em alguns casos pode falar com exatidão de temas que não sabe quando acordado;

• Os sonâmbulos também podem receber comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que eles devem dizer;

• O desenvolvimento da clarividência sonambúlica tanto depende da organização física como da natureza do Espírito encarnado;

• O sonâmbulo pode sentir as sensações, por exemplo, de calor ou frio do lugar onde se encontra a alma porque a alma não deixou inteiramente o corpo, permanece a ele ligada por um laço;

c) Êxtase:

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• O êxtase é um sonambulismo mais apurado e, neste caso a alma do extático é ainda mais independente;

• Pode em alguns casos ver e compreender a felicidade que existe em mundos superiores;

• Dependendo do grau de depuração do Espírito, o extático exprime o desejo de deixar a Terra;

• O extático pode até chegar a morrer se for deixado se levar por esta vontade;

• O que o extático vê é real para ele, contudo muito frequentemente ele pode equivocar-se;

d) Dupla Vista:

• O que se chama de dupla vista é também o resultado da emancipação do Espírito, sem que o corpo esteja adormecido;

• A dupla vista, ou segunda vista é a vista da alma;

• A faculdade da dupla vista é permanente, mas não o seu exercício;

• Na maioria das vezes a dupla vista é espontânea, mas a vontade também pode desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento;

• A faculdade da dupla vista pode ser desenvolvida com o exercício;

• Por também estar ligada a fatores orgânicos, a dupla vista pode ser transmitida hereditariamente;

• Algumas circunstâncias podem colaborar para o desenvolvimento da dupla vista, tais como: uma doença, a proximidade de um perigo, uma grande comoção;

• Nem sempre as pessoas dotadas de dupla vista têm consciência de sua faculdade;

• Em alguns casos a faculdade da dupla vista pode permitir a presciência de algumas coisas, dependendo do seu grau de desenvolvimento.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 022 – Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista (Questão 455).

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

• Os fenômenos de sonambulismo natural se produzem espontaneamente;

• O sonambulismo magnético não difere do sonambulismo natural, senão pelo fato de ser provocado;

• Um dos fenômenos pelos quais o sonambulismo se caracteriza é o da clarividência;

• A causa da clarividência, tanto no sonambulismo magnético como no natural são a mesma: um atributo da alma;

• Na visão à distância o sonâmbulo não vê as coisas do lugar em que se encontra o seu corpo. Ele as vê presentes, porque a sua alma lá se encontra realmente;

• A vista da alma ou do Espírito não é circunscrita e não tem um órgão determinado;

• O poder de lucidez sonambúlica não é indefinido. O Espírito, mesmo quando completamente livre, é limitado em suas faculdades e em seus conhecimentos, segundo o grau de perfeição que tenha atingido;

• No estado de desprendimento em que se encontra, o Espírito do sonâmbulo consegue entrar em comunicação mais fácil com outros Espíritos encarnados ou não;

• Essa comunicação se estabelece pelo contato dos fluídos que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento. O sonâmbulo não tem a necessidade de que o pensamento seja articulado através da palavra;

• O sonâmbulo vê, ao mesmo tempo, o seu próprio corpo e “seu Espírito”;

• Pelos fenômenos do sonambulismo, seja natural ou magnético, temos a prova irrecusável da existência e da independência da alma, além de presenciarmos a sua emancipação;

• O êxtase é o estado pelo qual a independência entre a alma e o corpo se manifesta da maneira mais sensível;

• No sonho e no sonambulismo a alma vaga pelos “mundos terrestres”, já no êxtase, ela penetra um mundo desconhecido sem, contudo poder ultrapassar certos limites;

• No estado de êxtase o aniquilamento do corpo é quase completo, ele só conserva, por assim dizer, a vida orgânica;

• Nesse caso, todos os pensamentos terrenos desaparecem para dar lugar ao sentimento puro que é a própria essência do ser imaterial;

• Acontece com os extáticos o mesmo que com os sonâmbulos, ou seja, sua lucidez pode ser mais ou menos perfeita, de acordo com o grau de evolução do Espírito;

• A emancipação da alma se manifesta às vezes no estado de vigília, e produz o fenômeno designado pelo nome de dupla vista que dá aos que o possuem a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites dos nossos sentidos;

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• No momento em que se produz o fenômeno da dupla vista o estado físico é sensivelmente modificado: os olhos têm qualquer coisa de vago, olhando sem ver, e toda fisionomia reflete uma espécie de exaltação;

• O esquecimento se segue, em geral, a essa lucidez passageira, cuja lembrança se torna cada vez mais vaga, e acaba por desaparecer, como a de um sonho.

• O poder da dupla vista vai desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes e ausentes;

• O sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista, não são mais do que variedades ou modificações de uma mesma causa: a emancipação da alma;

• Esses fenômenos, da mesma maneira que os sonhos, são todos de ordem natural e neles encontramos a explicação de uma infinidade de fatos que os preconceitos fizeram passar como sobrenaturais.

Obs. Abrir espaço de tempo para que os participantes tirem suas dúvidas sobre o conteúdo abordado.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 023 – Penetração do nosso Pensamento pelos Espíritos; Influência Oculta dos Espíritos sobre os nossos Pensamentos e as nossas Ações; Possessos; Convulsionários. (Questões 456 até 483)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Penetração do nosso pensamento pelos Espíritos:

• Os Espíritos podem ver o que fazemos;

• Estamos permanentemente rodeados por Espíritos;

• Os Espíritos só vêem as coisas que lhes interessam;

• Os Espíritos podem conhecer os nossos pensamentos;

• Os nossos pensamentos não podem ser dissimulados para os Espíritos desencarnados;

• Espíritos levianos riem e zombam dos nossos atos equivocados, enquanto que os Espíritos sérios tentam nos ajudar;

b) Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações:

• A influência dos Espíritos sobre nossos pensamentos e atitudes é maior do que podemos supor;

• Temos pensamentos que são nossos e outros que nos são sugeridos;

• Os pensamentos contraditórios que temos sobre um mesmo assunto indicam, muitas vezes, os nossos pensamentos e os sugeridos pelos Espíritos que nos rodeiam;

• Embora seja difícil, podemos diferenciar os nossos pensamentos daqueles que nos são sugeridos – os nossos são, normalmente, aqueles que surgem num primeiro impulso, enquanto os sugeridos pelos Espíritos são como uma voz que nos fala;

• A responsabilidade pelos nossos atos é sempre nossa, mesmo seguindo um pensamento que nos foi sugerido;

• Para distinguir que tipo de Espírito está nos sugerindo um pensamento, basta analisar o seu conteúdo;

• Através da nossa vontade e da prática do bem, podemos nos afastar da influência dos Espíritos que nos sugerem pensamentos negativos;

• Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando ele o faz, é por sua própria vontade;

c) Possessos:

• Um Espírito desencarnado não entra no corpo de outra pessoa;

• Pode se vincular pela afinidade de pensamentos a um encarnado que tenha as suas mesmas imperfeições morais, para agir conjuntamente;

• É sempre o Espírito do encarnado, mesmo estando vinculado pelo pensamento a um desencarnado, que age sobre o seu corpo físico;

• O encarnado pode ficar na dependência de um desencarnado, de modo a se achar subjugado ou obsidiado, tendo a sua vontade, de certa maneira, paralisada. Este aspecto é que pode ser denominado de possessão;

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• Este processo (possessão) não se efetua jamais sem a participação daquele que sofre, seja por sua fraqueza, seja por seu desejo;

• O encarnado pode se libertar de uma obsessão, desde que tenha força de vontade para mudar o pensamento e as atitudes;

• Uma pessoa de bem pode ajudar um obsidiado a sair deste processo, desde que o obsidiado queira ser auxiliado;

• As fórmulas de exorcismo não têm qualquer eficácia nos casos de subjugação;

• A prece é um poderoso socorro para auxiliar no tratamento da obsessão;

d) Convulsionários:

• Os Espíritos podem ter influência em alguns processos de convulsão, o magnetismo, porém, é a causa originária de tais fenômenos;

• Os Espíritos que provocam este tipo de fenômeno são sempre de condição evolutiva inferior, pois os Espíritos superiores não se comprazem com semelhantes coisas;

• A insensibilidade física que se observa em alguns convulsionários é, exclusivamente, efeito do magnetismo, que atua sobre o sistema nervoso do mesmo modo que certas substâncias;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 024 – Afeição dos Espíritos por Certas Pessoas; Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos. (Questões 484 até 521)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Afeição dos Espíritos por Certas Pessoas:

• A afeição que aproxima os Espíritos das pessoas encarnadas é resultante da semelhança de sensações, assim os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, enquanto que os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se;

• Essa afeição deriva principalmente da condição moral;

• Os bons Espíritos se preocupam com as nossas vicissitudes, mas sabendo que a vida corporal é transitória, se afligem principalmente com aquelas de natureza moral;

• Nossos parentes ou amigos de outras encarnações normalmente nos são mais simpáticos e frequentemente nos amparam, de acordo com a condição de evolução em que se encontram;

b) Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos:

• Existem Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para protegê-lo;

• Os Anjos da guarda são na verdade Espíritos protetores, de uma ordem mais elevada que a do encarnado;

• Os Espíritos protetores têm como missão nos conduzir pelo caminho do bem através de seus conselhos, nos consolar e sustentar nossa coragem nos momentos difíceis;

• O Espírito protetor é ligado ao encarnado desde o seu nascimento até o momento do desencarne, e frequentemente o acompanha também na vida espírita;

• A tarefa do Espírito protetor é para ele uma obrigação, mas ele pode escolher para esta missão as pessoas que lhe sejam mais simpáticas;

• Se o Espírito protetor for designado para outra missão, outro Espírito lhe substituirá nesta tarefa;

• O Espírito protetor se afasta do “protegido” quando este não lhe ouve os conselhos, mas retorna sempre que chamado;

• O Espírito protetor que por algum motivo abandona o seu protegido, jamais lhe fará o mal;

• O Espírito protetor não está constantemente próximo de seu protegido, visto que existem circunstâncias em que sua presença não se faz necessária;

• Quando atingimos um determinado grau de evolução não temos mais a necessidade de um Espírito protetor, mas isso não acontece em nosso planeta;

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• A ação dos Espíritos em nossa vida é oculta e, não se faz de maneira mais ostensiva para podermos agir por nós mesmos e exercitarmos o nosso livre-arbítrio, alcançando, assim, o progresso por nossos próprios méritos;

• Quando o Espírito protetor consegue conduzir seu protegido pelo caminho do bem se sente feliz e isto lhe serve como adiantamento. Quando não consegue este feito não se sente responsável, pois fez o que dele dependia. Neste caso o Espírito protetor sofre pelos nossos erros e lamenta a nossa aflição, mas também sabe que mais cedo ou mais tarde encontraremos o caminho certo;

• Quando estivermos na vida espírita reconheceremos o nosso Espírito protetor, visto que frequentemente já o conhecíamos antes de reencarnarmos;

• Os Espíritos que desencarnam, mesmo em boas condições, nem sempre podem proteger aos que ama e que aqui permaneceram;

• Não existe um “mau” Espírito ligado aos encarnados da mesma forma que há o Espírito protetor. Se existe ligação com esta categoria de Espírito é pelo grau de afinidade entre encarnado e desencarnado;

• Existem Espíritos protetores responsáveis por grupos sociais, cidades e até nações para um direcionamento superior, contudo não são Espíritos evoluídos que se dedicam ao papel de proteger o “orgulho das raças”.

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Tema 025 – Pressentimentos; Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida; Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da natureza. (Questões 522 até 540)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Pressentimentos:

• O pressentimento pode ser tanto o conselho íntimo e oculto de um Espírito como também a intuição de uma escolha anterior, ou seja, a voz do instinto;

• O Espírito, antes de encarnar, tem conhecimento das principais fases de sua existência, ou seja, do gênero de suas provas;

• Esse registro “adormecido” é que “desperta” em algumas situações, tornando-se um pressentimento;

• Os pressentimentos e a voz do íntimo são normalmente vagos, por isso, quando estamos em dúvida, devemos invocar nosso Espírito protetor e orar a Deus;

• As advertências de nosso Espírito protetor são principalmente direcionadas a nossa conduta moral, mas também podem ter relação com as coisas do cotidiano;

b) Influência dos Espíritos sobre os acontecimentos da vida:

• Através de seus conselhos os Espíritos exercem influência sobre os acontecimentos em nossas vidas;

• Os Espíritos podem exercer essa influência além dos pensamentos, agindo diretamente sobre a realização das coisas, mas não agem nunca fora das leis naturais, em outras palavras: podem exercer influência sobre a matéria, mas para o cumprimento das leis da natureza e não para derrogá-las (citar exemplos – Q.526 a 528);

• Os Espíritos levianos e brincalhões podem provocar embaraços em nossas atividades que são destinadas a exercitar a nossa paciência, mas não podemos responsabilizá-los por todas as nossas frustrações que, na maioria das vezes somos nós mesmos os causadores;

• Os Espíritos que provocam a discórdia podem agir em razão de animosidades pessoais oriundas de inimizades de existências anteriores e, em outros casos podem agir sem motivo aparente;

• Os Espíritos que nos fizeram mal quando estavam encarnados, podem nos perseguir após o desencarne e, para tentar evitar que isto aconteça devemos orar por eles;

• Os Espíritos não podem interferir inteiramente em nossas provas, porque há males que pertencem aos desígnios da Providência, neste caso nos socorrem fortalecendo nossa paciência e resignação;

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• Os Espíritos que concedem favores materiais podem ser “bons ou maus”, dependendo da intenção, mas no geral são Espíritos que nos querem arrastar ao mal e encontram meio fácil de fazer pelos prazeres que a fortuna proporciona;

• Os obstáculos que se antepõem em nossas vidas, algumas vezes ocorrem por influência dos Espíritos, contudo na maioria das vezes somos nós que os atraímos pela nossa própria postura;

• Quando as coisas felizes acontecem em nossas vidas devemos agradecer, sobretudo a Deus e depois aos bons Espíritos;

c) Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da natureza:

• Tudo que acontece tem uma razão de ser, inclusive os grandes fenômenos da natureza;

• Esses fenômenos acontecem com o objetivo de restabelecer o equilíbrio e a harmonia das forças da natureza;

• Deus não se entrega a uma ação direta sobre a natureza, mas tem os seus agentes dedicados, em todos os graus de escala dos mundos;

• A mitologia dos povos antigos considerava os Espíritos envolvidos nos fenômenos da natureza como divindades;

• Os Espíritos que presidem os fenômenos da natureza não são seres à parte da criação;

• Na produção de certos fenômenos os Espíritos se reúnem em massas inumeráveis;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 026 – Os Espíritos durante os combates; Dos pactos; Poder oculto, talismãs, feiticeiros; Benção e maldição. (Questões 541 até 557)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Os Espíritos durante os combates:

• Existem Espíritos que assistem e amparam cada força envolvida de uma batalha;

• Os povos antigos tinham estes Espíritos como deuses e os representavam por figuras alegóricas;

• Numa guerra há Espíritos que só buscam a discórdia e a destruição, pouco lhes importando a justiça;

• Os Espíritos podem influenciar os comandantes no planejamento das batalhas;

• Um comandante, algumas vezes, pode ser guiado por uma espécie de dupla vista. Este comandante é inspirado por Espíritos que se servem das faculdades que ele possui;

• Dentre os Espíritos que desencarnam em uma batalha alguns continuam a se interessar por ela enquanto outros se afastam;

• Ocorre com os Espíritos que desencarnam em uma batalha o mesmo que se verifica em todos os casos de morte violenta, fica surpreso e aturdido, não acreditando que está morto;

• Após o desencarne, os Espíritos que se combatiam quando vivos, em um primeiro momento podem ainda se odiar, mas dependendo de sua evolução moral, posteriormente podem ver que isto não tem sentido;

b) Dos pactos:

• Não existem pactos entre encarnados e “maus” Espíritos desencarnados, mas uma natureza má simpatizando com maus Espíritos;

• Um encarnado pode pedir o auxílio de Espíritos inferiores para prejudicar alguém, mas isso não significa que tal fato irá se concretizar tendo em vista a vigilância de pensamentos da pessoa e a assistência dos bons Espíritos;

• O vínculo que se forma entre o encarnado e Espíritos inferiores desencarnados provém da sintonia de pensamentos o que não se caracteriza como pacto;

• As lendas sobre “venda da alma a satanás” em troca de favores mostram um ensinamento moral de que as falsas conquistas geram graves consequências na vida futura;

c) Poder oculto, talismãs, feiticeiros:

• O “poder dos feitiços” só existe na imaginação das pessoas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da natureza;

• Todas as fórmulas e práticas com as quais certas pessoas pretendem dispor da vontade dos Espíritos são charlatanices;

• Fórmulas cabalísticas são ditadas por Espíritos inferiores que zombam da credulidade das pessoas supersticiosas e ignorantes;

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• Uma pessoa que acredita no poder de um talismã pode atrair Espíritos através da confiança que nele deposita, mas é o pensamento que age e, neste caso o talismã funciona apenas para direcionar os pensamentos;

• A natureza dos Espíritos atraídos através da evocação com uso de talismã depende da intenção do pedido e da elevação dos sentimentos;

• Os chamados “feiticeiros”, quando de boa-fé, são pessoas que possuem certas faculdades como o poder magnético ou a dupla vista;

• O conhecimento do Espiritismo e do Magnetismo nos revela o que é impossível, o que está nas Leis da Natureza e o que não passa de crença ridícula;

• O poder magnético de uma pessoa pode chegar ao dom de curar por simples contato quando é investido pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, pois os bons Espíritos concorrem para tal, mas é necessário desconfiar das pessoas que exploram a credulidade em proveito próprio;

d) Benção e maldição:

• A benção ou a maldição pode ocasionar uma influência momentânea, mesmo sobre a matéria, contudo nunca acarretará nada contrário as Leis Divinas, ou seja, jamais pode atingir o amaldiçoado se ele não estiver em sintonia de pensamentos, como também a benção não alcança aquele que não mereça;

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Tema 027 – Ocupações e missões dos Espíritos. (Questões 558 até 584-a)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

• Os Espíritos, além de se ocuparem com o seu melhoramento pessoal, também concorrem para a harmonia do Universo;

• A vida espírita é uma ocupação contínua, mas nada tem de penosa como a da Terra, pois não está sujeita a fadiga corpórea nem as angústias da necessidade;

• Todos os Espíritos, mesmo os inferiores e imperfeitos, desempenham um papel útil no Universo;

• Os Espíritos, sem exceção, devem adquirir o conhecimento de todas as coisas, mas há um tempo para cada coisa;

• Mesmo os Espíritos de ordem mais elevada possuem ocupações, ou seja, não ficam em estado de ociosidade eterna;

• Existem Espíritos que são ociosos ou que não se ocupam com coisas úteis, mas este estado é temporário e subordinado ao seu grau de desenvolvimento;

• Um Espírito que teve uma especialidade na Terra, segundo o seu grau de adiantamento, pode se interessar por esta atividade após o seu desencarne;

• Os Espíritos mais vulgares possuem um ponto de vista mais limitado e podem admirar as mesmas coisas que os encarnados;

• Os Espíritos vulgares, algumas vezes, se intrometem em nossas ocupações e em nossos prazeres;

• Os Espíritos podem cumprir missões tanto em estado errante como quando encarnados;

• As missões que os Espíritos em estado errantes podem ser encarregados são tão variadas que seria impossível descrevê-las;

• Alguns Espíritos nem sempre compreendem os desígnios que estão encarregados de cumprir, mas outros sabem muito bem com que objetivo agem;

• A importância de cada missão está relacionada com a capacidade e a elevação do Espírito;

• A missão dos Espíritos encarnados são mais ou menos gerais e importantes, sendo que cada um tem a sua missão neste mundo, porque cada um pode ser útil em algum sentido;

• As ocupações comuns nos parecem antes deveres que missões propriamente ditas, mas podemos reconhecer que um homem tem uma missão real na Terra pelas grandes coisas que ele realiza, ou seja, pelo progresso que faz os seus semelhantes realizarem;

• Às vezes os homens que têm uma missão importante são “predestinados” a ela antes do reencarne e têm conhecimento disto, mas na maioria das vezes os homens ignoram este aspecto e suas missões se desenham após o nascimento segundo algumas circunstâncias;

• Nem tudo que o homem faz é consequência de uma missão a ele predeterminada;

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• O Espírito, se não for superior, pode falhar, por sua culpa, na missão que lhe foi confiada e será necessário recomeçar a tarefa;

• O Espírito que encarna para cumprir uma missão não tem as mesmas apreensões daquele que o faz como prova, visto que ele tem a experiência;

• A paternidade é sem dúvida uma missão para o Espírito. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a conduzam no caminho do bem;

• Se uma criança se transviar, apesar dos cuidados dos pais, estes não são responsáveis, porém mais penosa é a tarefa e maior será o mérito;

• Os conquistadores que só tem em vista satisfazer a sua ambição, na maioria das vezes nada mais são do que um instrumento que Deus se serve para o cumprimento de seus desígnios;

• Cada um é recompensado segundo suas obras, o bem que desejou fazer e a orientação de suas intuições.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 028 – Os três reinos. (Questões 585 até 613)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Os minerais e as plantas:

• Existem diferentes divisões da Natureza e, segundo os Espíritos, dependendo do ponto de vista todas são boas;

• Do ponto de vista material não há senão seres orgânicos e seres inorgânicos;

• Do ponto de vista moral há quatro graus, com caracteres bem definidos, muito embora seus limites pareçam confundir-se: os minerais, as plantas, os animais e o homem;

• As plantas não têm consciência da sua existência, visto que não pensam, possuindo apenas a vida orgânica;

• As plantas possuem apenas impressões físicas da ação sobre a matéria, não tendo percepções e consequentemente não possuem, por exemplo, sensação de dor;

• Certas plantas têm movimentos que acusam certa “sensibilidade”, parecendo ter uma “espécie de vontade”, mas estes movimentos ocorrem sem a participação da vontade, não implicando, portanto, na necessidade de uma percepção;

• Dependendo da extensão que se atribua a palavra “instinto”, pode-se dizer que há nas plantas uma espécie de “instinto de sobrevivência”, mas que é puramente mecânico;

• Quando ocorre, nas reações químicas, a união entre dois elementos, se opera uma espécie de “afinidade” entre eles, nem por isso chamamos isto de instinto;

• Nos mundos superiores tudo é mais perfeito, mas as plantas são sempre plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens;

b) Os animais e o homem:

• Comparando o homem e os animais em relação à inteligência, o homem é um ser à parte, que desce às vezes muito baixo ou que pode elevar-se muito alto;

• O corpo do homem se destrói como os dos animais, mas “seu Espírito” tem um “destino” que só ele pode compreender, porque só ele é completamente livre;

• O instinto domina nos animais, mas há neles, também, uma espécie de inteligência limitada, cujo exercício é mais precisamente concentrado nas suas necessidades físicas e de conservação;

• Os animais não possuem livre-arbítrio, o que possuem é certa liberdade de ação limitada pelas suas necessidades e que não pode ser comparada com a dos homens;

• Há nos animais um princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. Esse princípio, dependendo do sentido em que se tome a palavra, é também uma “alma”;

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• Há entre a “alma” dos animais e a dos homens, tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus;

• A “alma” dos animais conserva após a morte a sua individualidade, mas não conserva a consciência de si mesma;

• A “alma” dos animais não pode escolher a espécie em que prefira “encarnar” visto que não possui livre-arbítrio;

• Após a morte do animal, a “alma” fica numa “espécie de erraticidade”, pois não está ligada a um corpo, contudo não é um Espírito errante;

• Após a morte, a “alma” dos animais é classificada pelos Espíritos incumbidos disso e utilizada quase que imediatamente, não dispondo de tempo para se pôr em relação com outras criaturas;

• Os animais seguem uma lei progressiva como os homens e, nos mundos superiores onde os homens são mais adiantados, os animais também o são;

• O progresso dos animais se dá pela força das coisas, sendo por isso que para eles não existe expiação;

• A inteligência é um ponto comum entre a “alma” dos animais e a do homem, mas os animais não têm senão a inteligência da vida material, já nos homens a inteligência produz a vida moral;

• O homem não tem duas almas, mas o “corpo tem os seus instintos”, que resultam da sensação dos órgãos, sendo assim, não há no homem senão uma dupla natureza: a natureza animal e a espiritual;

• Pelo corpo o homem participa da natureza dos animais e dos seus instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos;

• Existe uma diferença enorme entre a “alma” dos animais e a dos homens, de tal maneira que a de um não pode animar o corpo criado para o outro;

• O princípio inteligente que constitui a “alma” dos animais é retirado do elemento inteligente universal;

• O princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida, sendo de certa maneira comparado a uma germinação na qual, com o passar do tempo, o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito;

• A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana, visto que o período de humanidade começa, em geral, nos mundos ainda mais inferiores, no entanto, essa não é uma regra absoluta;

• O Espírito do homem, mesmo após a morte não tem consciência das existências que precederam, para ele, o período da humanidade;

• O Espírito, dependendo da distância que separa os dois períodos (antes e depois de se tornar Espírito) e do progresso alcançado, pode conservar alguns traços do que havia sido precedentemente;

c) Metempsicose:

• A comunhão de origem dos seres vivos no princípio inteligente, não é de maneira alguma a consagração da doutrina da metempsicose, visto que duas coisas podem ter a mesma origem e posteriormente não se assemelharem em nada;

• No momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, não tem mais relação com o seu estado primitivo;

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• O Espírito que animou o corpo de um homem não pode encarnar-se num animal, pois isto seria retrogradar e o Espírito não retrograda;

• A idéia ligada a metempsicose não passa apenas de um resultado do sentimento intuitivo das diferentes existências do homem;

• O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se prendem ao princípio das coisas e estão no “segredo de Deus”. Não é dado ao homem conhecê-las de maneira absoluta, e ele não pode fazer, a esse respeito, senão suposições;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 029 – A Lei Divina ou Natural. (Questões 614 até 648)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Caracteres da lei natural:

• A lei natural é a lei de Deus, é a única necessária à felicidade do homem e ela lhe indica o que ele deve fazer ou não fazer. Quando dela se afasta, o homem se torna infeliz;

• A lei divina é eterna e imutável, como o próprio Deus;

• Os homens são obrigados a modificar as suas leis, mas as leis de Deus são perfeitas;

• Todas as leis da natureza são leis divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas;

• As leis divinas não são as mesmas para todos os mundos, pois a razão nos diz que elas devem ser apropriadas à natureza de cada mundo e proporcionais ao grau de adiantamento dos seres que os habitam;

b) Conhecimento da lei natural:

• Todos os homens podem conhecer as leis divinas, mas nem todos a compreendem;

• O Espírito antes de sua união com o corpo pode, segundo o seu grau de adiantamento, compreender melhor as leis divinas;

• A lei de Deus está escrita na consciência dos homens;

• Como os homens esquecem ou desprezam as leis divinas, é necessário que seja lembrada, para tal em todos os tempos houve homens que receberam essa missão;

• Os Espíritos superiores que reencarnam com essa missão o fazem com a finalidade de trazer o progresso para a humanidade; Jesus é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo;

• Como o ensino de Jesus foi trazido de forma alegórica e por parábolas, os ensinamentos trazidos pelos Espíritos têm como objetivo explicar e desenvolver as leis divinas, uma vez que tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam;

c) O bem e o mal:

• A moral é a regra da boa conduta e, portanto, da distinção entre o bem e o mal. Esta regra está sempre fundamentada na observância da lei de Deus;

• O bem é tudo que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta;

• Deus dotou o homem de inteligência para distinguir, por si mesmo, o bem e o mal e discernir entre um e outro;

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• O homem, que está sujeito a erros, pode se enganar na apreciação do bem e do mal, achando que faz o bem quando, na realidade, faz o mal, então, deve observar o que Jesus disse: fazei ao teu próximo o que queres para ti;

• A lei natural traça para o homem o limite de suas necessidades, quando ele o ultrapassa é “punido” pelo sofrimento;

• O mal não se encontra na natureza das coisas, visto que Deus cria todos igualmente: simples e ignorantes;

• As diferentes condições que existem na natureza estão de acordo com a lei do progresso;

• Cabe a razão distinguir as necessidades reais das necessidades fictícias ou convencionais;

• A lei de Deus é a mesma para todos, mas o mal depende, sobretudo, da vontade que se tenha de fazê-lo;

• O bem é sempre o bem e o mal sempre mal, qualquer que seja a posição do homem, a diferença está no grau de responsabilidade, segundo o seu entendimento. Assim, o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz;

• O mal parece, algumas vezes, ser consequência da força das circunstâncias, contudo não é menos mal por parecer necessário;

• Aquele que não faz o mal, mas aproveita o mal praticado por outro, é culpável no mesmo grau;

• O desejo do mal é tão repreensível quanto o mal, mas há virtude em resistir voluntariamente ao mal que se sente desejo de praticar, sobretudo quando se tem a possibilidade de satisfazer esse desejo;

• Não há ninguém que não possa fazer o bem, visto que a cada dia a vida oferece essa possibilidade a quem não estiver cego pelo egoísmo, porque fazer o bem não é apenas ser caridoso mas ser útil na medida do possível;

• O meio em que certos homens vivem pode ser o motivo principal de muitos vícios e crimes, contudo nisto reside a prova “escolhida” pelo Espírito para passar na encarnação;

• Para o homem que está mergulhado na atmosfera do vício, o mal se torna para ele um arrastamento, mas não que seja irresistível;

• O mérito do bem está diretamente relacionado à dificuldade encontrada para fazê-lo;

d) Divisão da lei natural:

• Toda a lei de Deus está contida na máxima do amor ao próximo, ensinada por Jesus, e que resume todos os deveres dos homens entre si. A lei natural compreende todas as circunstâncias da vida;

• A divisão da lei natural em dez partes compreendendo as leis sobre a adoração, o trabalho, a reprodução, a conservação, a destruição, a sociedade, o progresso, a igualdade, a liberdade e a justiça, amor e caridade, podem abranger todas as circunstâncias da vida no que é essencial;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 030 – Lei de adoração. (Questões 649 até 673)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Finalidade da adoração:

• A adoração é a elevação do pensamento a Deus, sendo através dela que o homem se aproxima do criador;

• A adoração é o resultado de um sentimento inato, como é o da existência de Deus;

• Nunca houve povos completamente desprovidos do sentimento de adoração;

• A adoração faz parte da lei natural por ser o resultado de um sentimento inato do homem;

b) Adoração exterior:

• A adoração não necessita de manifestações exteriores, visto que a verdadeira adoração é a do “coração”;

• A adoração exterior, se não for uma farsa, pode ser útil para dar um bom exemplo;

• Aproximam-se mais de Deus os que o adoram com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que pensam honrá-lo através de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes;

• Aquele que só tem a aparência da piedade é um hipócrita e sua adoração é apenas fingimento, pois sua conduta está em contradição com o que diz acreditar;

• Os homens reunidos por uma comunhão de pensamentos e sentimentos têm mais força para atrair bons Espíritos, acontecendo o mesmo quando se reúnem para orar a Deus, contudo isto não quer dizer que a oração em particular seja menos eficaz;

c) Vida contemplativa:

• Não há mérito em se dedicar exclusivamente a uma vida contemplativa só pensando em Deus;

• Quando se vive exclusivamente em contemplação, aparentemente não se faz o mal, mas também não se faz o bem e, não fazer o bem já é um mal;

• Aquele que se consome na exclusividade da meditação e da contemplação, sem fazer o bem, nada tem de meritório, pois sua vida pessoal é inútil para a humanidade;

d) Da prece:

• A prece é sempre agradável a Deus quando ditada pelo coração, com fé, fervor e sinceridade, porque a intenção é o mais importante no ato de orar;

• A prece é um ato de adoração por nos aproximar de Deus;

• Pela prece nos colocamos em comunicação com Deus para louvar, pedir ou agradecer;

• A prece torna o homem melhor porque aquele que ora com fervor e confiança se torna mais forte para resistir às suas más inclinações, recebendo também o auxílio dos bons espíritos nesta tarefa;

• A prece, por si só, não corrige nossos erros, visto que o perdão de nossas faltas só ocorre quando mudamos nossa conduta e reparamos o que fizemos de errado;

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• As boas ações são as melhores preces, uma vez que atos valem mais do que palavras;

• A prece realizada por outra pessoa será útil quando temos o desejo sincero de fazer o bem, pois neste caso teremos o concurso dos bons Espíritos na tarefa de tentarmos auxiliar o próximo;

• A prece não tem o poder de mudar os desígnios de Deus, portanto quando oramos solicitando a mudança de nossas provas podemos não ser atendidos, visto que há provas que devem ser suportadas até o fim;

• A prece atrai bons Espíritos que nos dão forças para suportar com coragem as provas que devemos passar;

• Quando oramos pelos desencarnados e por Espíritos sofredores, a alma destes experimenta certo alívio, porque pode levar até eles bons Espíritos que tentam esclarecê-los, consolá-los e dar-lhes esperanças;

• Podemos orar aos bons Espíritos para solicitar auxílio, mas o poder de ajudar está relacionado ao seu grau de adiantamento;

e) Politeísmo:

• Mesmo sendo uma idéia errônea, o politeísmo foi uma das crenças mais antigas da humanidade, sendo difundida por vários pontos do planeta;

• A idéia de um Deus único só podia acontecer como resultado do progresso mental e moral do homem, que era incapaz de conceber um ser imaterial, sem uma forma determinada, agindo sobre a matéria;

• Eram atribuídos a Deus atributos da natureza corpórea, ou seja, uma forma e uma figura. Do mesmo modo, tudo que parecia ultrapassar as proporções da inteligência comum tornava-se uma divindade. Este fato também atingia os Espíritos, pois os homens chamavam de Deus tudo que lhes parecia sobre-humano.

f) Sacrifícios:

• A prática de sacrifícios humanos ocorria entre os povos antigos em razão da falta de compreensão de Deus como sendo a fonte da bondade;

• Estes povos se entregavam a crueldade porque ainda eram desprovidos de um senso moral que lhes permitiria entender o equívoco que cometiam;

• Deus jamais exigiu sacrifícios, nem de animais, nem de homens, ou seja, Deus não pode ser honrado com a destruição inútil de criaturas de sua própria criação;

• As chamadas “guerras santas” são impulsionadas por Espíritos ignorantes, visto que quando fazemos a guerra contra nossos semelhantes estamos agindo de forma contrária a lei divina, que manda o homem amar ao próximo como a si mesmo;

• Deus abençoa sempre os que praticam o bem, desta forma quando amparamos os pobres e os aflitos, encontramos a melhor maneira de honrá-lo;

• Para honrar a Deus não são necessários cultos ou cerimônias especiais que despendem dinheiro em sua preparação, visto que este dinheiro pode ser empregado mais utilmente no auxílio ao próximo;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 031 – Lei do trabalho. (Questões 674 até 685-a)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Necessidade do trabalho:

• O trabalho é uma lei da natureza, e por isso mesmo é uma necessidade;

• A civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres;

• Não devemos entender por trabalho somente as ocupações materiais visto que o Espírito também trabalha. Toda ocupação útil é um trabalho;

• O homem deve trabalhar como consequência da natureza corpórea, visto que dele obtém sua alimentação, sua segurança, e o seu bem-estar, mas ao mesmo tempo em que o trabalho pode ser uma expiação, serve também para aperfeiçoar a inteligência;

• Tudo trabalha na natureza, os animais trabalham para sobreviverem, eis porque, entre eles, o trabalho “não conduz ao progresso”;

• Entre os homens o trabalho tem um duplo objetivo: a conservação do corpo e o desenvolvimento do pensamento, que é também uma necessidade e o eleva acima de si mesmo;

• Nos mundos mais avançados, o homem é submetido a trabalhos de natureza diferente, uma vez que a natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades;

• Quanto menos necessidades materiais, menos material é o trabalho, mas não é por isso que podemos julgar que nos mundos mais evoluídos o homem pode permanecer inativo e inútil, pois ociosidade seria para ele um suplício em vez de um benefício;

• O homem que possui bens suficientes para assegurar sua subsistência sem a necessidade do trabalho, deve ter a obrigação de ser útil ao seu semelhante;

• Há homens que estão impossibilitados de trabalhar, mas isto não os impede de ser útil na proporção de suas faculdades;

• A lei da natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalhar para os pais, assim como os pais devem trabalhar para os filhos, eis porque existe naturalmente o amor filial e o paternal, para que através dessa afeição recíproca os membros da família se auxiliem mutuamente;

b) Limite do trabalho – repouso:

• O repouso necessário após o trabalho é uma lei da natureza, servindo para reparar as forças do corpo;

• Também tem a função de deixar um pouco mais de liberdade à inteligência, que deve elevar-se acima da matéria;

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• O limite do trabalho é o limite das forças, não obstante Deus dá ao homem a liberdade de escolher entre continuar ou parar num determinado momento;

• Todo aquele que é responsável pelo excesso de trabalho dos seus subordinados está transgredindo a lei de Deus;

• Todo homem tem direito ao repouso na velhice, e não está obrigado a nada, senão na proporção de suas forças;

• O idoso que precisa trabalhar para viver e não pode, deve ser mantido pela família e na falta desta a sociedade deve ampará-lo, nisto consiste a lei da caridade;

c) Nota de Kardec:

• Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar, é necessário também que, aquele que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece.

• Quando a falta de trabalho se generaliza, toma proporções de um flagelo, como a escassez.

• A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá sempre intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver.

• Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é o conjunto de hábitos adquiridos.

• Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?

• Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis.

• A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 032 – Lei da reprodução. (Questões 686 até 701)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) População do globo:

• A reprodução dos seres vivos é uma lei natural, pois sem ela o mundo corpóreo acabaria;

• Através das leis naturais o equilíbrio se mantém, evitando um desequilíbrio que aconteceria com progressão constante da população na Terra que se tornaria excessiva;

b) Sucessão e aperfeiçoamento das raças:

• Existem, raças humanas que diminuem, e que desaparecerão da Terra, mas outras lhe tomam o lugar;

• Os Espíritos que encarnam nos atuais habitantes da Terra são os mesmos que habitaram os seres primitivos e que retornaram para se aperfeiçoarem em novos corpos;

• A ciência ainda hoje não pode afirmar com precisão a origem de todas as raças humanas, mas é fato que qualquer que seja o tronco primitivo de cada uma, estas puderam mesclar-se e produzir novos tipos;

• O caráter distintivo e dominante das raças primitivas era a força bruta em detrimento da inteligência, ao passo que atualmente ocorre justamente o contrário;

• O homem é um instrumento de Deus para atingir seus fins, tudo devendo fazer para chegar à perfeição, desse modo, nada há de contrário à lei natural em favorecer, através da Ciência, a perfeição das raças animais e vegetais, isso faz com que o homem exercite e desenvolva a inteligência;

c) Obstáculos à reprodução:

• O ser humano possui domínio sobre todos os outros seres vivos, um poder que deve usar para o bem, mas não abusar;

• O ser humano pode controlar a reprodução segundo suas necessidades, no sentido de promover o equilíbrio, contudo não deve impedi-la sem propósitos úteis;

• O obstáculo da reprodução humana para satisfazer apenas a sensualidade, demonstra uma inferioridade moral do ser humano, que permite uma predominância da matéria sobre o espírito;

d) Casamento e celibato:

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• O casamento, ou seja, a união estável de dois seres é um progresso na marcha da humanidade e, portanto, não é contrária à lei natural;

• A abolição do casamento na sociedade humana seria um retrocesso à infância da humanidade e, neste caso o homem se colocaria abaixo de certos animais;

• A indissolubilidade absoluta do casamento é lei humana e contrária à da natureza;

• O celibato voluntário por egoísmo não caracteriza um estado de perfeição, por outro lado aquele praticado com sacrifício pessoal e em benefício da humanidade é um ato meritório, e que eleva o homem acima da sua condição material;

e) Poligamia:

• Por si só, a igualdade numérica aproximada entre os sexos, já é um indício da proporção em que eles se devem unir;

• A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social;

• Na poligamia não existe a verdadeira afeição, nela se sobrepõe o desejo apenas de se satisfazer a sensualidade;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 033 – Lei de conservação. (Questões 702 até 727)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Instinto de conservação:

• O instinto de conservação é, sem dúvida, uma lei da natureza;

• Todos os seres vivos possuem, qualquer que seja o seu grau de inteligência;

• Enquanto na maioria dos seres é puramente mecânico, no ser humano é racional;

• O instinto de conservação tem por finalidade manter a vida que por sua vez é necessária para o aperfeiçoamento dos seres;

b) Meios de conservação:

• A necessidade de viver é uma lei natural, por isso encontramos na natureza os meios necessários para nossa sobrevivência, e se isso não ocorre é por nossa falta de compreensão;

• A Terra pode produzir o suficiente para fornecer o necessário aos seus habitantes, pois só o necessário é útil ao homem e o supérfluo jamais será útil;

• A terra forneceria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se, mas este, porém, não se contenta com o necessário, empregando no supérfluo o que a Terra produz;

• A falta dos meios de subsistência que atinge certos indivíduos deve ser atribuída ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre;

• O homem pode ser privado dos meios de subsistência independentemente de sua vontade, o que constitui uma prova que lhe compete passar;

• A necessidade de viver não atenua o crime dos que, para saciar a fome, sacrificam a vida de seus semelhantes;

• Nos mundos mais evoluídos, os seres vivos também têm necessidade de alimentação, contudo os alimentos nesses mundos guardam relação com a sua natureza, sendo menos grosseiros que os existentes na Terra;

c) Gozo dos bens da Terra:

• O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens e é conseqüência da necessidade de viver;

• Os atrativos no gozo dos bens materiais são estímulos para o homem dar cumprimento à sua missão, servindo, também, como tentação para experimentá-lo, a fim de desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos;

• O próprio homem se pune ao praticar excessos no gozo dos bens materiais, aproximando-se da morte física e moral;

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d) Necessário e supérfluo:

• O Homem sensato conhece o limite do necessário por intuição enquanto outros o conhecem à custa de suas próprias experiências;

• A natureza traçou o limite do necessário em nossa própria organização;

• Por ser muitas vezes insaciável, o homem adere aos vícios que alteram a sua constituição e criaram para ele necessidades artificiais;

• Os que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o supérfluo, em detrimento dos que não têm sequer o necessário, desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem;

e) Privações voluntárias. Mortificações:

• O homem está obrigado, pela Lei de Conservação, a prover às necessidades do corpo, pois que, sem força e saúde, ser-lhe-ia impossível o trabalho;

• O bem-estar é um desejo natural, sendo reprovável apenas o abuso, visto que este é contrário à lei de conservação;

• As privações voluntárias, com vistas a expiação também voluntária, não têm mérito algum diante de Deus, visto que seria mais meritório fazer o bem aos outros;

• Somente são meritórias as privações voluntárias dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma;

• Submeter-se a privações no trabalho pelos outros é a verdadeira mortificação, de acordo com a caridade cristã;

• Tudo aquilo de que o homem possa se alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido;

• Dentro da constituição física do homem, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece, devendo este, portanto, alimentar-se segundo a sua organização;

• Os únicos sofrimentos que elevam o homem são os naturais, logo, os sofrimentos voluntários não servem para nada, quando nada valem para o bem dos outros;

• O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os sofrimentos, então o homem deve fustigar o Espírito e não o corpo, mortificar o orgulho, sufocar o egoísmo e estará fazendo mais pelo seu adiantamento do que por meio de rigores ao corpo físico;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 034 – Lei de destruição. (Questões 728 até 765)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Destruição necessária e destruição abusiva:

• A destruição é uma lei da natureza porque é necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamamos de destruição não é mais do que uma transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos;

• Para se nutrirem, os seres vivos se destroem entre si com um duplo objetivo, isto é para manter o equilíbrio da reprodução e para utilizar os restos do invólucro exterior;

• Os seres vivos dispõem de meios de preservação e conservação para evitar a destruição antes do tempo necessário, isto porque toda destruição antecipada entrava o desenvolvimento do princípio inteligente;

• O homem tem pela morte um horror instintivo (instinto de preservação ou conservação) com a finalidade de procurar prolongar a sua vida para cumprir a sua tarefa;

• Os meios de conservação estão ao lado dos meios de destruição para manter o equilíbrio e servir de contrapeso;

• A necessidade de destruição diminui entre os homens à medida que o Espírito supera a matéria, é por isso que ao horror da destruição vemos surgir o desenvolvimento intelectual e moral;

• O homem não tem direito ilimitado de destruição sobre os animais, esse direito é regulado pela necessidade de prover a sua alimentação e a sua segurança;

• Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei natural ou divina;

b) Flagelos destruidores:

• A humanidade sofre com os flagelos destruidores para avançar mais depressa;

• Os flagelos destruidores não são o único meio do homem progredir, visto que diariamente temos a oportunidade do progresso através das escolhas que fazemos, por isso aprendemos a distinguir o bem e o mal;

• Os flagelos destruidores muitas vezes têm utilidades do ponto de vista físico, visto que eles modificam o estado de uma região, mas o bem que deles resulta, geralmente só será sentido por gerações futuras;

• Os flagelos são provas que proporcionam o homem a ocasião para exercitar a inteligência, mostrar sua paciência e sua resignação, ao mesmo tempo em que lhe permite desenvolver os sentimentos de abnegação, desinteresse e de amor ao próximo, isso se ele não for dominado pelo egoísmo;

• Muitos flagelos são resultado da própria imprevidência do homem;

• Na medida em que o homem adquire conhecimentos e experiências, pode prevenir os flagelos destruidores ao pesquisar suas causas;

c) Guerras:

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• A guerra é causada pela predominância material sobre a espiritual no homem que ainda se deixa levar por suas paixões;

• À medida que o homem progride as guerras se tornam menos frequentes, porque ele evita as suas causas e quando ela se faz necessária ele sabe adicionar-lhe a humanidade;

• A guerra desaparecerá na Terra quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus, então todos os povos serão irmãos;

• Aquele que suscita a guerra em seu proveito é o verdadeiro culpado e necessitará de muitas existências para expiar todos os assassínios de que foi causa;

d) Assassínio:

• O assassinato é um crime perante as leis divinas, pois aquele que tira a vida de outra pessoa interrompe uma vida de expiação ou de missão;

• Não há nos assassínios o mesmo grau de culpabilidade, em virtude de que é sempre levado mais em conta a intenção do que o fato;

• Durante a guerra, não tem o homem culpa pelos assassínios que pratica constrangido pela força, todavia, é culpado se o comete com crueldade e sem levar em conta o sentimento de humanidade;

• Os povos em que o infanticídio se constitui um costume e está consagrado pela legislação comprovam que o desenvolvimento intelectual não implica na necessidade do bem. Este exemplo demonstra que um espírito pode ser superior em inteligência, porém ainda inferior moralmente;

e) Crueldade:

• A crueldade é o que o instinto de destruição tem de pior, visto que se a destruição às vezes é necessária, a crueldade jamais o é;

• A crueldade é sempre consequência de uma “natureza má” e decorre da falta de senso moral;

• Não é que o homem de “natureza má” não possua senso moral, ele existe mais ainda não está desenvolvido, visto que o senso moral existe, em princípio, em todos os homens;

• Existem homens cruéis nas civilizações mais adiantadas, porque os Espíritos de uma ordem inferior, muito atrasados, podem reencarnar entre homens mais adiantados, com a finalidade de também se adiantarem;

• Como a humanidade progride, um dia a sociedade dos homens de bem estará livre dos malfeitores, que renascerão sob um outro envoltório, e como terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal;

f) Duelo:

• O duelo não pode ser considerado como um caso de legítima defesa;

• É um suicídio por parte daquele que conhece a sua fragilidade e sempre será um assassínio por parte daquele tira a vida do outro;

• Não existe honra em matéria de duelo, o que existe é o orgulho e a vaidade, que são as chagas da humanidade;

g) Pena de morte:

• A pena de morte desaparecerá da legislação humana quando a humanidade progredir e, sua extinção será um claro sinal deste progresso;

• Sua restrição já é sinal de certo adiantamento da humanidade;

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• Há outros meios de se preservar do perigo, sem matar aquele que é um risco para a sociedade;

• Nunca deve se admitir a pena de morte, muito menos em “nome de Deus”;

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Tema 035 – Lei de sociedade. (Questões 766 até 775)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Necessidade da vida social:

• A vida social é natural, pois o homem possui a fala e outras faculdades necessárias para viver e se relacionar em sociedade;

• O isolamento absoluto é contrário à lei natural. Os homens buscam a sociedade por instinto a fim de que, ajudando-se mutuamente, todos concorram para o progresso da humanidade;

• O homem para progredir precisa do contato com os seus semelhantes, visto que no isolamento completo ele estaciona em sua evolução intelectual e moral;

b) Vida de isolamento. Voto de silêncio:

• Possuímos o livre arbítrio para realizar nossas escolhas, mas o gosto pelo isolamento absoluto é condenável por ser uma satisfação egoísta, visto que nessa condição o homem não pode ser útil a ninguém;

• A reclusão absoluta para fugir do contato pernicioso com o mundo também pode ser considerada como egoísmo;

• O isolamento absoluto que tem como objetivo uma expiação, como imposição de penosa renúncia não é meritório, uma vez que a melhor maneira de se compensar o mal que foi feito é fazer um bem ainda maior;

• O homem que escolhe o isolamento absoluto para tentar evitar o mal acaba cometendo outro, que é o de esquecer a lei de amor e caridade;

• Os homens que abdicam dos prazeres do mundo para se devotarem ao amparo dos mais necessitados, têm duplo mérito, pois além de se colocarem acima dos prazeres materiais fazem o bem pelo cumprimento da lei do trabalho;

• Os homens que buscam no retiro a tranquilidade necessária para a execução de certos trabalhos, não se isolam da sociedade, uma vez que estão trabalhando por ela, por isso mesmo não podem ser comparados aos que se adotam o isolamento absoluto por egoísmo;

• O voto de silêncio é uma tolice uma vez que, da mesma maneira que o isolamento absoluto, priva o homem das relações sociais que lhe podem fornecer as ocasiões para fazer o bem e de cumprir a lei do progresso;

c) Laços de família:

• Os laços que existem entre os animais na condição de pais e filhos deixam de existir quando os últimos não precisam mais de cuidados, porque os animais vivem a vida material e não a moral;

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• Entre os animais esta condição na fase inicial da vida está ligada simplesmente ao instinto de preservação da espécie;

• O homem tem outro destino além do instinto de preservação, existem outras coisas além das necessidades físicas; existe a necessidade do progresso intelectual e moral;

• Os liames sociais são necessários ao progresso e os laços de família resumem os liames sociais, por isso a vida em família e em sociedade é uma lei natural;

• O relaxamento dos laços de família seria para a sociedade um agravamento do egoísmo se tornando assim, um verdadeiro empecilho para o progresso da humanidade;

OBS.: Para encerrar o estudo ler, a nota do tradutor (1) que existe na Edição da LAKE.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 036 – Lei do progresso. (Questões 776 até 802)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Estado Natural:

• O estado natural e a lei natural não são a mesma coisa;

• O estado natural é o estado primitivo e a lei natural é a lei divina, que contribui para o progresso da humanidade;

• O estado natural é a infância da humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral;

• O estado natural é transitório e o homem o deixa pelo progresso e pela civilização;

• A lei natural rege toda a condição humana e o homem se melhora na medida em que melhor a compreenda e melhor pratica essa lei;

• O homem não pode retroceder para o estado natural, visto que deve progredir sem cessar;

b) Marcha do progresso:

• O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma maneira. É então que os mais adiantados ajudam os outros a progredir, pelo contato social;

• O progresso moral segue sempre o progresso intelectual e é sua consequência, mas não o segue sempre imediatamente;

• O progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral dando a compreensão do bem e do mal, pois então o homem pode fazer suas escolhas;

• O desenvolvimento do livre-arbítrio segue-se ao desenvolvimento intelectual e aumenta a responsabilidade do homem pelos seus atos;

• Não é permitido ao homem deter a marcha do progresso, mas pode entravá-la algumas vezes;

• Sendo o progresso uma condição da natureza humana, ninguém tem o poder de se opor a ele;

• O homem não pode permanecer perpetuamente na ignorância; ele se esclarece pela própria força das circunstâncias;

• Enganam-se aqueles que acreditam que a perversidade do homem é bastante intensa, fazendo que ele esteja regredindo no ponto de vista moral;

c) Povos degenerados:

• Para entender a situação que a história nos mostra de povos que já foram evoluídos e que após algum tempo recaíram na barbárie, é necessário entender

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que os Espíritos que reencarnam neste povo, agora degenerado, já não são os mesmos dos tempos de seu ápice;

• As raças, por sua própria natureza, rebeldes ao progresso, se aniquilam materialmente, mas que passando por várias experiências reencarnatórias, chegarão à perfeição;

• Os homens mais civilizados, antes de chegarem a esta condição, já foram selvagens;

• O progresso não reunirá todos os povos da Terra numa só nação devido às várias diversidades, mas quando a lei Divina ou natural constituir por toda parte a base da lei humana, os povos praticarão a caridade de um para o outro, vivendo felizes e em paz;

• A Humanidade progride através dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem, de forma que quando estes se tornam numerosos, tomam a dianteira e arrastam os outros;

d) Civilização:

• A civilização é um progresso incompleto, pois o homem não passa subitamente da “infância” para a “maturidade”;

• Não devemos condenar a civilização, mas aqueles que dela abusam;

• A civilização se depurará um dia, fazendo desaparecer os males produzidos por ela, quando a moral estiver tão desenvolvida quanto a inteligência;

• A civilização não realiza imediatamente todo o bem que poderia produzir porque os homens ainda não se encontram em condições, nem dispostos a obter este bem;

• Poderemos reconhecer uma civilização “completa” pelo seu desenvolvimento moral;

e) Progresso da legislação humana:

• A sociedade poderia ser regida somente pelas leis naturais, sem o recurso das leis humanas, se os homens as compreendessem bem e quisessem praticá-las;

• A causa da instabilidade das leis humanas está nas paixões dos homens, que sob esta influência, muitas vezes criam direitos e deveres imaginários e contrários a lei natural;

• A severidade das leis penais, muitas vezes, é uma necessidade para as sociedades depravadas, mas infelizmente essas leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a cortar a raiz do mal. Somente a educação pode reformar os homens, que assim não terão mais necessidade de leis tão rigorosas;

• O processo de reforma das leis humanas acontecerá naturalmente, pelas forças das circunstâncias e pela influência das pessoas de bem;

f) Influência do Espiritismo no progresso:

• O Espiritismo se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na história da humanidade, porque pertence à Natureza e chegou o tempo em que deve tomar o

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seu lugar entre os conhecimentos humanos, no entanto haverá grandes lutas a sustentar, mais contra interesses do que contra a convicção;

• O Espiritismo pode contribuir para o progresso destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade;

• O Espiritismo faz o homem compreender onde está o seu verdadeiro interesse, levando-o a entender melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente;

• Os Espíritos não ensinaram desde todos os tempos o que ensinam hoje porque cada coisa tem o seu devido tempo;

• Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou desfiguraram, mas que atualmente podem compreender;

• Os Espíritos não apressam o progresso da humanidade para permitir aos homens o mérito por seu progresso, bem como para que se convençam dessa necessidade através da razão e não através de “milagres”;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 037 – Lei de igualdade. (Questões 803 até 824)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Igualdade natural:

• Todos os homens são iguais perante Deus e tendem para o mesmo fim;

• Todos os homens são submetidos às mesmas leis naturais;

• Deus não concedeu superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte;

b) Desigualdade de aptidões:

• Embora Deus tenha criado todos os Espíritos iguais, em determinado momento os Espíritos passam a ter diferentes aptidões. Isso acontece porque cada Espírito viveu mais ou menos tempo e, por conseguinte, realizou mais ou menos aquisições;

• A diferença de aptidões está relacionada ao grau de experiência e na vontade de cada um, ou seja, no livre-arbítrio. Desta forma uns se aperfeiçoam mais rapidamente do que outros, resultando assim essas desigualdades;

• A mistura de aptidões é necessária a fim de que cada um possa contribuir para o progresso da humanidade, ou seja, o que um faz, o outro não faz, e é assim que cada um tem a sua função útil;

• Ao passar de um mundo superior para um inferior o Espírito conserva integralmente as suas faculdades adquiridas;

• Espírito que progrediu não regride mais, mesmo estando em um envoltório mais rude ou em uma situação mais precária que a anterior. Isto também lhe servirá de lição para ajudá-lo a progredir ainda mais;

• Concluindo: a diversidade das aptidões dos homens não se relaciona com a natureza íntima de sua criação, mas com o grau de aperfeiçoamento a que ele tenha chegado como Espírito;

c) Desigualdades Sociais:

• A desigualdade das condições sociais não é uma lei natural, ela é obra do homem e não de Deus;

• Essa desigualdade desaparecerá um dia, aos poucos, juntamente com o desaparecimento do orgulho e do egoísmo. Restará, então, tão somente, a desigualdade do mérito, uma vez que somente o Espírito é mais puro ou menos puro, e isso não depende da posição social;

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• Aqueles que abusam da superioridade de sua posição social para oprimir o fraco em seu proveito, sendo responsáveis pelos seus atos, terão de passar por situações que lhes permitam a oportunidade de reparar as suas atitudes equivocadas;

d) Desigualdade das riquezas:

• A desigualdade das riquezas pode ou não ter origem na desigualdade das faculdades;

• Uma riqueza tanto pode ser constituída através da aplicação honesta das faculdades e do trabalho, como também pode ser constituída através da astúcia e do roubo;

• Os herdeiros de uma fortuna mal adquirida não são responsáveis pelo mal que os outros tenham feito, mas pode ser uma oportunidade para que os herdeiros venham a reparar uma injustiça cometida por seus antecessores;

• A igualdade absoluta das riquezas não é possível em razão da diversidade das faculdades e dos caracteres dos Espíritos que habitam a Terra;

• Ao contrário da igualdade das riquezas, a igualdade do bem-estar é possível. Isso ocorre porque o bem-estar é uma condição relativa a cada indivíduo, e seria perfeitamente possível se todos se entendessem bem;

• Será possível que os homens se entendam, quando todos praticarem a lei da justiça;

• Quando as pessoas, por culpa própria, caem na miséria, a sociedade pode ser responsabilizada por ter deixado de velar pela educação moral de seus membros, uma vez que é, frequentemente, a má educação que falseia o critério dessas pessoas, em lugar de aniquilar-lhes as tendências perniciosas;

e) Provas da riqueza e da miséria:

• Deus concede a uns a riqueza e o poder e a outros a miséria para provar cada um de maneira diferente, de acordo com as suas necessidades;

• Tanto a prova da miséria como a prova da riqueza são perigosas para o homem, uma vez que se aprova da miséria pode provocar a murmuração contra a Providência, a prova da riqueza pode levar a todos os excessos;

• O rico sofre mais tentações, contudo também dispõe de mais meios para fazer o bem, o que nem sempre faz, visto que às vezes torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável;

• A riqueza e o poder despertam todas as paixões que nos prendem à matéria e nos distanciam da perfeição espiritual;

f) Igualdade dos direitos do homem e da mulher:

• O homem e a mulher são iguais e têm os mesmos direitos, visto que Deus deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir;

• A inferioridade moral da mulher em certas regiões procede do injusto e cruel domínio que o homem exerceu sobre ela. É uma consequência das instituições

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sociais e do abuso da força sobre a debilidade. Entre os homens pouco adiantados do ponto de vista moral a força é o direito;

• As funções a que a mulher foi destinada pela Natureza têm maior importância que as conferidas aos homens, visto que, é ela quem lhe dá as primeiras noções de vida;

• Todos sendo iguais perante a lei de Deus devem sê-lo igualmente perante a lei humana, nisto reside o primeiro princípio da justiça;

• A legislação humana deve sempre consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher;

• Os sexos só existem na organização física, pois os Espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferenças entre eles a esse respeito. Por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos;

g) Igualdade perante o túmulo:

• O desejo de algumas pessoas de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres decorre de um ato de orgulho;

• Quando a suntuosidade dos monumentos fúnebres é determinada pelos parentes, é por orgulho destes que querem exibir a riqueza que possuem;

• Nem todas as homenagens fúnebres são reprováveis. Aquelas feitas em memória de um homem de bem são justas e um bom exemplo;

• Ler comentário de Kardec na questão 824;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 038 – Lei de liberdade. (Questões 825 até 872)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Liberdade natural:

• Não há posições no mundo em que o homem possa gabar-se de gozar de uma liberdade absoluta, pois todos necessitam uns dos outros, tanto os pequenos como os grandes;

• Desde que haja dois homens juntos, há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade absoluta;

• A obrigação de respeitar os direitos alheios não tira do homem o direito de se pertencer a si mesmo, pois esse é um direito que lhe vem da natureza;

b) Escravidão:

• Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos;

• Mesmo quando a escravidão pertença aos costumes de um povo, também são repreensíveis os que a praticam, ainda que julguem estar seguindo um costume que lhes parece natural;

• O mal é sempre o mal e nada fará que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que dispondes para compreender. Portanto, aquele que se serve da escravidão é sempre culpável de uma violação da lei natural, mas nisso, como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa;

• A desigualdade natural das aptidões coloca certas raças humanas sob a dependência das raças inteligentes, mas com a finalidade de fazê-las progredir e não para embrutecê-las ainda mais na escravidão;

c) Liberdade de pensamento:

• É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo;

• O homem é responsável pelos seus pensamentos perante Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, condena-o ou absolve-o, segundo a sua justiça;

d) Liberdade de consciência:

• A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos;

• O homem não tem o direito de por entraves à liberdade de consciência, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência;

• Impor entraves à liberdade de consciência é constranger os homens de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas.

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• A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso;

• Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal;

• Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam quaisquer prejuízos aos outros, não é atentar contra a liberdade de consciência, porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade;

e) Livre-arbítrio:

• O homem tem livre-arbítrio nos seus atos, pois tem a liberdade de pensar e de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria uma máquina;

• O homem tem a liberdade de agir, desde que tenha a vontade de fazê-lo. Assim, nas primeiras fases da vida a liberdade é quase nula, ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades;

• As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer não se constituem em um obstáculo ao exercício do seu livre-arbítrio;

• Estas predisposições instintivas são as do Espírito antes da sua encarnação e, conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo a atos repreensíveis. Por outro lado, mesmo que sinta o desejo de cometer algum ato repreensível, não há arrastamento irresistível quando se tem a vontade de resistir;

• O Espírito é certamente influenciado pela matéria, que pode entravar as suas manifestações. Eis porque nos mundos em que os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desenvolvem com mais liberdade. Contudo cabe ressaltar que não é o organismo físico que dá faculdade ao Espírito;

• A alteração das faculdades pode tirar do homem o seu livre-arbítrio, ou seja, aquele cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer, perde o domínio do seu pensamento e desde então não tem mais liberdade;

• A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez não pode ser usada como desculpa pelos atos repreensíveis, visto que o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer as suas paixões;

• No homem em estado selvagem a faculdade dominante é o instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade em certas circunstâncias;

f) Fatalidade:

• Não há fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, ou seja, todos os acontecimentos não são predeterminados;

• A fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito de sofrer este ou aquele gênero de prova. Ao “escolher” suas provas traça para si mesmo uma espécie de “destino”, que é a própria consequência do estado de evolução em que se encontra. Isto em relação as provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir;

• Aquelas pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independente da sua maneira de agir, estão sujeitas as provas que devem sofrer e que elas mesmas escolheram através das faltas cometidas anteriormente;

• Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegando esse momento, de uma forma ou de outra a ele não podeis furta-vos. Contudo, por causa da infalibilidade da hora da morte não se deve deixar de tomar precauções para evitá-la;

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• Quando a nossa vida se encontra em perigo é essa uma advertência a fim de nos desviarmos do mal e nos tornarmos melhores;

• O Espírito sabe que o gênero de vida por ele escolhido o expõe a morrer mais de uma maneira do que de outra;

• Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade do Espírito não pode conjurar, contudo não acrediteis que tudo o que acontece “estava escrito”;

• Pode o homem, por sua vontade e pelos seus atos, evitar acontecimentos que deviam realizar-se e vice-versa, desde que esse desvio aparente possa caber na ordem geral da vida que ele escolheu;

• Os costumes sociais não obrigam o homem a seguir um caminho errado. São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus. Se os homens se submetem aos costumes sociais, isso é também um ato de livre-arbítrio, pois se quisessem poderiam rejeitá-los;

• Há pessoas para as quais a sorte é contrária e outras parecem favorecidas por elas, isto acontece porque as que parecem favorecidas sabem se orientar melhor, contudo isso também pode ser um gênero de prova;

• A expressão “nascido sob uma boa estrela”, é mera superstição, segundo a qual aas estrelas estariam ligadas ao destino de cada homem. É uma alegoria que certas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra;

g) Conhecimento do futuro:

• Em princípio o futuro é oculto do homem e só em casos raros e excepcionais Deus lhe permite a sua revelação;

• O futuro é oculto aos homens porque se o conhecêssemos negligenciaríamos o presente e não agiríamos com a mesma liberdade de agora, pois seríamos dominados pelo pensamento de que se alguma coisa deve acontecer não adiantaria nos ocuparmos dela, ou então procuraríamos impedi-la;

• Deus permite, às vezes, a revelação do futuro quando esse acontecimento antecipado deve facilitar o cumprimento das coisas, em vez de embaraçá-lo, levando o homem a agir, dessa maneira, diferente do que o faria se não o tivesse. Além disso, muitas vezes é uma prova.

h) Resumo teórico da motivação das ações humanas:

• Orientar a leitura, pois este tópico é um resumo de tudo o que foi visto neste capítulo, com as palavras e observações de Kardec, que tornam o entendimento dessas questões mais simples.

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 039 – Lei de justiça, amor e caridade. (Questões 873 até 892)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Justiça e direito natural:

• O sentimento de justiça é de tal modo natural que vos revoltais ao pensamento de uma injustiça. Assim, ele não resulta de idéias adquiridas;

• O sentimento de justiça se desenvolve com o progresso moral;

• Muito embora a justiça seja uma lei natural, os homens a entendem de maneira diversa porque em geral misturam suas paixões ao julgamento;

• A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um;

• Esses direitos são determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural;

• O direito consagrado pela lei humana é estabelecido pelos homens de acordo com seus interesses e tende a evoluir com o passar dos tempos e com o progresso moral;

• A base da justiça fundada na lei natural está consagrada no ensinamento de Jesus: “Querer para os outros, o que quereis para vós mesmos”;

• A necessidade de viver em sociedade acarreta aos homens obrigações particulares, e a primeira de todas é respeitar os direitos dos semelhantes;

• Aquele que respeita os direitos de seus semelhantes estará sendo justo;

• Para que o homem conheça o limite de seus direitos, é necessário que reconheça os direitos de seu semelhante em relação a ele;

• A justiça em toda sua pureza consiste em amar ao próximo e praticar a caridade, a exemplo do que fez Jesus;

b) Direito de propriedade. Roubo:

• O primeiro de todos os direitos naturais do homem é o de viver. É por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida do semelhante ou de fazer qualquer coisa que possa comprometer a sua existência corpórea;

• O direito de viver confere ao homem o direito de ajuntar o que necessita para viver e repousar, mas deve fazê-lo em família e sem egoísmo;

• A propriedade que é fruto do trabalho honesto constitui um direito natural. Assim, aquilo que o homem ajunta pelo trabalho honesto é uma propriedade legítima, que ele tem o direito de defender;

• O desejo de possuir é natural, mas quando esse desejo visa somente à satisfação das paixões pessoais, se torna egoísmo;

• A propriedade legítima é aquela que foi adquirida sem prejuízo para os outros;

c) Caridade e amor ao próximo:

• O verdadeiro sentido da palavra caridade, como nos ensinou Jesus, é a benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias e o perdão das ofensas;

• O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito;

• A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes;

• Quando Jesus nos ensinou “Amai aos vossos inimigos”, não quis dizer para termos com eles um amor terno e apaixonado, mas perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem;

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• O homem reduzido a pedir esmolas se degrada moral e fisicamente: se embrutece;

• Numa sociedade baseada na lei de Deus e na justiça, deve-se prover a vida do fraco, sem humilhação para ele;

• Não é a esmola que é censurável, mas quase sempre a maneira porque ela é dada;

• A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente, tanto está no ato como na maneira de fazê-la;

• A indulgência para com os erros de nossos semelhantes também é uma forma de caridade. Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os;

• Não basta apenas dar a esmola, é necessária uma boa educação moral com base nas leis de Deus, para resgatar os homens que estão na mendicância por sua culpa;

d) Amor maternal e filial:

• O amor maternal é tanto uma virtude, como também é um sentimento instintivo;

• A natureza deu a mãe o amor pelos filhos, no interesse de sua conservação, mas no animal esse “amor” é limitado às necessidades materiais e cessa quando os cuidados não são mais necessários;

• Nos casos das mães que odeiam os filhos, muitas vezes desde o nascimento, são normalmente uma prova ou expiação para os Espíritos envolvidos nessa situação;

• Mesmo quando os filhos causam desgostos aos pais, estes não podem abandoná-los, visto que se trata de um encargo que lhes foi confiado e sua missão é a de fazer todos os esforços para reconduzi-los ao bem;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 040 – Perfeição moral. (Questões 893 até 919-a)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) As virtudes e os vícios:

• Todas as virtudes têm o seu mérito, porque todas são indícios de progresso no caminho do bem;

• Já existe virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências;

• A virtude mais sublimada consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem segunda intenção. Portanto, a virtude mais meritória é aquela que se baseia na caridade mais desinteressada;

• As pessoas que não têm de lutar contra nenhum sentimento contrário, e que fazem o bem por um impulso espontâneo, é porque já realizaram o progresso, ou seja, o bem se tornou um hábito para elas;

• Nos mundos mais avançados que o nosso, o bem se encontra por toda a parte e de maneira espontânea, porque são mundos habitados somente por bons Espíritos;

• À parte os defeitos e os vícios sobre os quais ninguém se enganaria, o interesse pessoal é o indício da imperfeição, isto porque um homem pode possuir qualidades reais que o fazem para o mundo um homem de bem; mas essas qualidades, embora representem um progresso, não suportam em geral a certas provas e basta ferir tecla do interesse pessoal para se descobrir o fundo;

• O apego às coisas materiais é um indício notório de inferioridade, quanto mais o homem se apega aos bens deste mundo, menos compreende o seu destino;

• As pessoas desinteressadas, mas sem discernimento, que prodigalizam os seus haveres sem proveito real, por não saberem empregá-los de maneira razoável, tem o mérito do desinteresse, mas não o do bem que poderiam fazer;

• É necessário que aprendamos a fazer o bem por caridade, ou seja, com desinteresse. Contudo, os Espíritos nos ensinam que também podemos fazer o bem com o desejo natural de progredir para sair da situação penosa desta vida, por isso não é errado pensar que pela prática do bem se pode esperar uma situação melhor;

• Mesmo sendo a vida corpórea apenas uma efêmera passagem por este mundo, é sempre útil nos esforçarmos em também adquirir conhecimentos científicos que se refiram as coisas e necessidades materiais;

• Cobiçar a riqueza com o desejo de praticar o bem, somente será um sentimento louvável quando for verdadeiramente puro;

• Não há culpa em estudar os defeitos alheios se isso for feito com a intenção de proveito pessoal, para se evitar aqueles defeitos;

• Somente será útil sondar e desvendar os males da sociedade se isto for feito em prol de sua melhora, ou seja, com esta intenção;

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• Não é repreensível reconhecer o bem que se faz desde que não se envaideça e cometa assim uma falta;

b) Das paixões:

• Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. Assim, o princípio das paixões não é, portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais de nossa natureza;

• A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento e está no excesso que se comete e não na causa. Esse excesso se torna mal quando tem por consequência algum mal;

• Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal distancia-o da natureza espiritual, bem como todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição;

• Todos nós podemos vencer a nossas más tendências pelos nossos próprios esforços, o que nos falta, na maioria das vezes, é vontade. Assim, não existem paixões irresistíveis, que a vontade não possa superar;

• Através das orações podemos encontrar a ajuda dos bons Espíritos para superar as paixões;

• O meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea e a prática da abnegação;

c) Do egoísmo:

• Entre os vícios o mais radical é o egoísmo, pois dele se deriva todo o mal;

• Se estudarmos todos os outros vícios veremos que no fundo de todos existe o egoísmo;

• O egoísmo é a verdadeira chaga da sociedade;

• Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo, pois ele é incompatível com a justiça, o amor e a caridade e é capaz de neutralizar todas as outras qualidades;

• Para extirpar o egoísmo do coração é necessário que os homens se esclareçam sobre as coisas espirituais e passem a dar menos importância às coisas materiais;

• O egoísmo não será um obstáculo permanente ao reino do bem na Terra, porque ele se liga à inferioridade dos Espíritos que estão encarnados na Terra e não à humanidade em si mesma. Os Espíritos que ainda possuem o sentimento de egoísmo irão se purificar através das sucessivas encarnações, perdendo o egoísmo assim como perdem outros vícios;

• O egoísmo é a imperfeição humana mais difícil de desenraizar porque se liga à influência da matéria. Ele se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material e, sobretudo com a compreensão que o Espiritismo nos dá quanto ao nosso futuro real e não desfigurado pelas ficções alegóricas;

• O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver o outro, tal deve ser o objetivo de todos os

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esforços do homem, se que assegurar sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro;

d) Caracteres do homem de bem:

• Pode-se reconhecer o progresso real no homem quando todos os atos de sua vida corpórea constituem a prática das leis de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual;

• O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza;

• O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, e sacrifica o seu interesse pela justiça;

• Ele é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raça ou de crenças;

• Se possui o poder e a riqueza usa para o bem e disso não se envaidece;

• Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência;

• É indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência;

• O homem de bem não é vingativo;

• Respeita nos seus semelhantes todos os direitos decorrentes da lei natural, como desejaria que respeitassem os seus;

e) Conhecimento de si mesmo:

• Um sábio da antiguidade já nos disse: “conhece-te a ti mesmo”. Este é o meio mais prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal;

• Para chegar a isto, devemos, no fim de cada dia, interrogar a nossa consciência e passar em revista o que fizemos, nos perguntando se não faltamos com o cumprimento de algum dever ou se ninguém teria motivo para se queixar da gente;

• O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Para julgar a si mesmo sem se enganar, basta perguntar a nossa própria consciência, como qualificaríamos outra pessoa se tivesse feito as coisas que fazemos;

• Logo, aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar, que explore a sua consciência, a fim de arrancar dali às más tendências.

• A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precisa do que uma máxima que, frequentemente, não aplicamos a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou por um não, que não deixam alternativas; são igualmente argumentos pessoais e, pela soma das respostas pode-se calcular a soma do bem e do mal que está em nós;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 041 – Penas e gozos terrenos. (Questões 920 até 957)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) Felicidade e infelicidade relativas:

• O homem não pode gozar na Terra de uma felicidade completa, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação;

• O homem é, na maioria das vezes, o artífice de sua própria infelicidade. Contudo, se praticar a lei de Deus ele pode poupar-se de muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta a sua existência num plano grosseiro;

• A felicidade terrena é relativa à posição de cada um. Porém, há uma medida comum de felicidade para todos os homens: para a vida material a posse do necessário e para a vida moral a consciência pura e a fé no futuro;

• De acordo com as idéias materiais, influenciadas pela ambição e por caprichos ridículos, o que é supérfluo para alguns se torna o necessário para outros;

• O homem sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para os que lhe estão acima a não ser para elevar sua alma ao infinito;

• O homem justo que sofre por males que não dependem da sua maneira de agir, se deseja progredir, deve resignar-se e suportar sem queixas, pois encontra sempre uma consolação na sua própria consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor quando ele faz o necessário para obtê-lo;

• A fortuna é uma prova geralmente mais perigosa que a miséria;

• A civilização criando novas necessidades é a fonte de novas aflições, isto porque os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que os homens criam;

• O homem não é verdadeiramente desgraçado senão quando sente falta daquilo que lhe é necessário para a vida e a saúde do corpo. Essa privação é talvez consequência de sua própria falta e então ele só deve queixar-se de si mesmo. Se a fosse de outro, a responsabilidade caberia a quem a tivesse causado;

• O homem privado de todos os recursos, jamais deve ter a idéia de se deixar morrer de fome. Ele deve encontrar um trabalho qualquer que o possa ajudar a viver, mesmo deslocado de sua posição;

• Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, o homem impossibilitado de prover às suas necessidades em consequência de moléstias ou outras causas independentes de sua vontade, não deve morrer de fome;

• As classes sociais sofredoras são mais numerosas que as felizes porque a Terra é um lugar de expiação. Quando o homem a tiver transformado em morada de bem e dos bons Espíritos, não mais será infeliz nesse mundo, que será para ele o paraíso terrestre;

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• Na Terra, os maus exercem geralmente maior influência sobre os bons, em virtude da fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos enquanto os bons são tímidos. Estes, quando quiserem, assumirão a preponderância.

• O homem é, em geral, o artífice dos seus sofrimentos materiais e, é mais ainda responsável pelos seus sofrimentos morais;

b) Perda de entes queridos:

• A perda de entes queridos causa um sofrimento legítimo, que atinge tanto o rico como o pobre, sendo uma prova ou expiação e lei para todos. Mas é uma consolação poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios de que dispondes;

• Não há profanação nas comunicações com o além-túmulo, quando há recolhimento e quando a evocação é feita com respeito e decoro;

• As dores inconsoláveis dos que ficam na Terra afeta o Espírito que parte, na medida em que ele vê nesse excesso uma falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte um obstáculo ao progresso e talvez ao próprio reencontro com os que deixou;

c) Decepções, ingratidão, quebra de afeições:

• As decepções, provocadas pela ingratidão e pela fragilidade dos laços de amizade, são para o homem de coração uma fonte de amarguras;

• O homem de bem deve se lastimar pelos ingratos e pelos amigos infiéis, pois estes são mais infelizes, visto que a ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta mais tarde encontrará também corações insensíveis como ele próprio o foi;

• A ingratidão é uma prova para a persistência do homem em fazer o bem;

• É um erro deixar-se endurecer e tornar-se insensível pelas ingratidões sofridas. Também é um erro o homem achar que seria mais feliz se fosse menos sensível, a não ser se ele preferir a felicidade do egoísta;

d) Uniões antipáticas:

• Normalmente os Espíritos simpáticos são levados a se unir. Contudo, entre os encarnados a afeição frequentemente existe apenas de um lado e o amor sincero é recebido com indiferença e mesmo com repulsa. Também encontramos entre os encarnados casos em que a mais viva afeição pode se transformar em antipatia e algumas vezes em ódio;

• Há duas espécies de afeição: a do corpo e a da alma e, frequentemente se toma uma pela a outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é duradoura, enquanto que a do corpo é perecível, eis porque os que se julgam amar com um amor eterno acabam se odiando quando passa a ilusão;

• A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos é igualmente uma fonte de sofrimento;

• Muitas vezes os encarnados se unem mais para satisfazer o orgulho e a ambição do que por felicidade de uma afeição mútua, o que acaba sendo uma dura expiação.

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e) Preocupação com a morte:

• A preocupação com a morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade;

• As pessoas são persuadidas desde cedo de que há um inferno e um paraíso, sendo mais certo que elas vão para o inferno. Assim quando se tornam adultos, se tiverem um pouco de raciocínio, não podendo admitir isso, se tornam ateus ou materialistas;

• A morte amedronta o homem porque ele duvida do futuro e porque acredita deixar na Terra todas as suas afeições e todas as suas esperanças;

f) Desgosto pela vida. Suicídio:

• O desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis é efeito da ociosidade, da falta de fé e da saciedade;

• O homem não tem o direito de dispor da sua própria vida. O suicídio voluntário é uma transgressão da lei de Deus;

• O suicídio nem sempre é voluntário, como por exemplo, o louco que se mata não sabe o que faz;

• Várias são as alegações para o suicídio: escapar às misérias e decepções do mundo, escapar da vergonha de uma ação má, para alimentar a esperança de chegar mais cedo a uma vida melhor, quando vê a sua frente uma morte iminente e terrível, ou ainda quando não suportam a perda de pessoas queridas se matam na esperança de se juntarem a elas. Todas essas tribulações são provas e expiações pelas quais o Espírito deve passar e em todos esses casos responderá por seu ato como se tivesse que responder por um assassínio;

• O suicídio não apaga a falta, não isenta de vergonha, retarda o progresso e a entrada num mundo melhor. Afasta daqueles que desencarnaram antes, não tendo, portanto, os suicidas, a compensação que esperavam;

• O sacrifício da vida só não é considerado suicídio quando tem por objetivo salvar a vida de outros ou ser útil aos seus semelhantes;

• As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma consequência que o suicida não pode escapar é o desapontamento. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interrompeu;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 042 – Penas e gozos futuros. (Questões 958 até 1018)

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

a) O nada. A vida futura:

• O homem tem instintivamente o horror ao nada, porque o nada não existe. A idéia do nada é contrária a razão;

• O homem tem o sentimento instintivo da vida futura porque antes da encarnação o Espírito conhece todas essas coisas e, a alma guarda uma vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual;

• Em todos os tempos o homem se preocupou com o futuro de além-túmulo, porque sempre soube o quanto a vida material é curta e precária, pois pode ser interrompida a qualquer instante. Assim é que o homem passa a se questionar sobre o que acontecerá após a morte do corpo físico;

• Crer em Deus sem admitir a vida futura é um contrassenso, visto que o sentimento de uma existência melhor está no foro íntimo de todos os homens;

• A vida futura implica a conservação de nossa individualidade após a morte, uma vez que não nos importaria sobreviver ao corpo, se a nossa essência moral tivesse de se perder no infinito, ou seja, se perdêssemos a nossa individualidade, as consequências disso para nós seriam as mesmas do nada;

b) Intuição das penas e dos gozos futuros:

• A crença, que se encontra em todos os povos, de que o homem passará por penas ou gozos no futuro, procede do pressentimento da realidade que o Espírito traz ao reencarnar e da qual tem uma vaga lembrança, uma voz interior que nos fala;

• No momento da morte os sentimentos que dominam a maioria dos homens são: a dúvida para os céticos, o medo para os culpados e a esperança para os homens de bem;

• Mesmo sabendo que o Espírito ao reencarnar traz o sentimento das coisas espirituais, observamos que ainda existem os céticos, mas são em menor número do que supomos. Muitos destes céticos, que por orgulho defendem suas opiniões durante a vida material, no momento da morte não se conservam tão seguros quanto ao seu ponto de vista.

• Podemos concluir que a consequência da vida futura se traduz na responsabilidade de nossos atos. Aí está a verdadeira justiça de Deus, que através de suas leis, nos faz alcançar uma recompensa ou sofrer, de acordo com nossas atitudes;

c) Intervenção de Deus nas penas e recompensas:

• Deus se ocupa, através de suas Leis, de todos os seres da criação, por menores que sejam;

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• Deus não nos recompensa ou pune segundo “a sua vontade”, isto porque existem as leis naturais que regulam as nossas ações. Desse modo não existe um julgamento de Deus sobre nossas atitudes, mas um limite traçado por suas leis. Nossos sofrimentos são consequências dos excessos que cometemos, ou seja, uma punição resultante da infração da lei natural cuja responsabilidade é nossa, e não um capricho de Deus;

• Todas nossas ações são submetidas às leis naturais, não existindo nenhuma delas, por mais insignificante que seja, que não esteja sujeita a essas leis. Por menor que seja o nosso equívoco, este se constituirá numa violação a essa lei;

• Quando estamos sofrendo as consequências dessa violação, devido as nossas próprias escolhas, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, pois somos nós os artífices de nossa felicidade ou infelicidade futura;

d) Natureza das penas e gozos futuros:

• O bom senso nos diz que as penas e os gozos da alma após a morte, no plano espiritual, não podem ser materiais, uma vez que o espírito não é constituído de matéria;

• O homem ainda faz idéias tão grosseiras e absurdas das penas e dos gozos da vida futura porque ainda não tem a inteligência suficientemente desenvolvida. Por isso, em tempos anteriores foi necessário fazer comparações, sendo que essas imagens e figuras foram tomadas como a própria realidade;

• A felicidade dos bons Espíritos consiste em conhecer todas as coisas e em não ter as paixões que fazem a infelicidade dos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade. Não experimentam nem as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes com o bem que fazem;

• A felicidade dos Espíritos é sempre proporcional à sua elevação. Somente os Espíritos puros gozam, na verdade, da felicidade suprema, mas nem por isso os demais são infelizes.

• Entre os “maus” e os “perfeitos” há uma infinidade de graus, nos quais os gozos são relativos ao estado moral;

• A satisfação das necessidades materiais ainda traz para o homem uma fonte de gozos, porque em nosso grau de evolução ainda estamos muito ligados aos instintos animais;

• Os sofrimentos dos Espíritos inferiores são tão variados quanto as causas que os produzem e proporcionais ao seu grau de inferioridade;

• A influência que os bons Espíritos exercem sobre os outros é sempre boa, mas os espíritos “perversos” procuram desviar do caminho do bem e do arrependimento os que consideram suscetíveis de serem arrastados;

• A morte não nos livra das “tentações”. Contudo dependendo do grau de evolução, a ação dos “maus” Espíritos pode ser menor sobre os desencarnados por não estarem mais sujeitos às paixões materiais;

• Os “maus” Espíritos para exercerem influência sobre os outros Espíritos se utilizam do pensamento, visto que se as paixões não existem materialmente, existem, entretanto nos pensamentos dos Espíritos atrasados;

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• Os maiores sofrimentos por que passam os “maus” Espíritos estão relacionados às torturas morais ocasionadas pelos seus erros e pelo pensamento de acharem que serão condenados para sempre;

• As comunicações espíritas têm por fim mostrar-nos o estado futuro da alma, não mais como uma teoria, mas como uma realidade. Colocam sobre nossos olhos as vicissitudes da vida do além-túmulo, mas ao mesmo tempo no-las apresentam como consequências perfeitamente lógicas da vida terrena;

• Os Espíritos inferiores sofrem quando compreendem a felicidade do justo, isto porque entendem que estão privados dela por sua própria culpa;

• Ver os Espíritos que sofrem não é uma aflição para os Espíritos bons porque eles sabem que o mal terá um fim e ajudam os outros no seu aperfeiçoamento, estendendo-lhes a mão;

• Os Espíritos não podem ocultar-se reciprocamente os pensamentos, assim o culpado não pode esconder-se de suas vítimas, o que se torna para ele um sofrimento até que ele tenha expiado suas culpas;

• Quando estamos no mundo dos Espíritos, todo nosso passado, estando descoberto, o bem e o mal que tivermos feito serão igualmente conhecidos;

• A recordação das faltas que o Espírito cometeu durante sua evolução não perturba a sua felicidade porque ele já resgatou essas faltas e saiu vitorioso das provas a que se submeteu com esse fim;

• As provas que o Espírito ainda terá de passar podem ser uma preocupação penosa quando este ainda está num grau de evolução inferior, mas para os que já estão mais adiantados são vistas como oportunidades de aprendizado para acelerar o seu progresso;

• Pode existir uma grande diferença para o estado futuro do Espírito, dependendo de como este encara o momento da morte (com medo, com indiferença, com alegria, etc.);

• É o bem que assegura a sorte futura, o bem é sempre o bem, qualquer que seja o caminho que a ele conduz;

• Não é correto afirmar que o homem só por crer no Espiritismo possa assegurar uma melhor condição na vida futura. Mas, essa crença pode nos ajudar a se melhorar ao nos ensinar determinados pontos sobre o futuro;

e) Penas temporais:

• O Espírito, após o desencarne, não sofre mais as dores físicas, mas segundo as faltas que tenha cometido pode ter dores morais mais cruciantes;

• As vicissitudes da vida podem ocorrer tanto por erros cometidos na encarnação atual ou ainda para expiar as faltas cometidas em encarnações anteriores;

• A reencarnação da alma num mundo menos grosseiro é uma consequência de sua evolução;

• O Espírito que progrediu numa encarnação pode ainda reencarnar no mesmo mundo;

• O homem que numa encarnação não praticou o mal, contudo nada fez para se libertar da influência da matéria, desde que não deu nenhum passo na direção da perfeição, deve recomeçar uma nova existência semelhante a que deixou;

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• A soma da felicidade futura está na razão da soma do bem que se tiver feito e a da infelicidade, na razão do mal que se tenha feito;

f) Expiação e arrependimento:

• O arrependimento se verifica no estado espiritual, mas pode também verificar-se no estado corpóreo, quando bem compreendeis a distinção entre o bem e o mal;

• A consequência do arrependimento no estado espiritual normalmente gera no Espírito o desejo de uma nova encarnação para se purificar, uma nova existência, em que poderá expiar suas faltas;

• O arrependimento no estado corpóreo tem como consequência o progresso daquele que se arrepende, se houve tempo para reparação da falta cometida;

• O homem que só possui o instinto do mal parecendo inacessível ao arrependimento, terá que progredir e para isso renasce muitas vezes, a fim de que um dia tenha o sentimento do bem;

• O homem perverso que durante a vida não reconheceu suas faltas, depois da morte as reconhecerá, mas não de imediato;

• Não se deve esquecer que após a morte do corpo o Espírito não é subitamente transformado. Se sua vida foi repreensível é que ele era imperfeito e a morte não o torna imediatamente perfeito. Ele pode persistir nos seus erros, nas suas falsas opiniões, em seus preconceitos até que seja esclarecido pelo estudo, pela reflexão e pelo sofrimento;

• Os Espíritos que se obstinam no mau caminho, apesar dos sofrimentos, mais cedo ou mais tarde reconhecerão haver tomado uma senda falsa e o arrependimento se manifestará;

• A expiação se realiza no estado corpóreo através das provas a que o Espírito é submetido e na vida espiritual pelos sofrimentos morais decorrentes do seu estado de inferioridade;

• Só o arrependimento sincero não é suficiente para extinguir as faltas, ou seja, o arrependimento auxilia a melhora do Espírito, mas o passado deve ser expiado;

• Podemos, desde esta vida, resgatar as nossas faltas através da reparação, mas não por privações pueris ou por meio de doações após a morte, quando de nada mais necessitamos;

• O mal que fizermos só é reparado pelo bem que fizermos, e a reparação só terá mérito se nos fizer diminuir o orgulho ou nossos interesses materiais;

g) Duração das penas futuras:

• A duração dos sofrimentos está ligada às leis divinas. Deus nunca age de maneira caprichosa e todo o Universo é regido por leis que revelam a sua sabedoria e bondade;

• O que determina a duração dos sofrimentos é o tempo necessário para o melhoramento do culpado. À medida que ele progride e que os seus sentimentos se depuram, seus sofrimentos diminuem e se modificam;

• Para o espírito sofredor o tempo parece mais longo;

• A duração do sofrimento não pode ser eterna. Deus nos criou simples e ignorantes, para progredirmos num tempo mais ou menos longo, de acordo com a nossa

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própria vontade. Assim sendo, a lei que rege a duração das penas é eminentemente sábia e benevolente, pois subordina essa duração aos esforços do Espírito, jamais lhe tirando o livre-arbítrio. Se fizermos mau uso dele, sofreremos as consequências disso; (“A cada um segundo suas obras”)

• Há, portanto, Espíritos cujo arrependimento é tardio, mas pretender que jamais se melhorem seria negar a lei do progresso;

h) Ressurreição da carne:

• O dogma da ressurreição da carne é a consagração da reencarnação ensinada pelos Espíritos, com o detalhe que algumas pessoas tomaram essa expressão ao pé da letra, o que contradiz a lógica. O que se quis transmitir na época foi também a pluralidade das existências;

• A ciência demonstra a impossibilidade da ressurreição segundo a idéia vulgar, uma vez que o corpo é formado por elementos diversos que se dispersam pela decomposição;

• Não se pode, portanto racionalmente admitir a ressurreição da carne, senão como uma figura simbolizando o fenômeno da reencarnação;

• Outro ponto a ser esclarecido é o de que a ressurreição vulgarmente entendida não deve ocorrer se não no fim dos tempos, enquanto a doutrina espírita nos mostra que a reencarnação ocorre todos os dias;

i) Paraíso, inferno, purgatório. Paraíso perdido. Pecado original:

• Não há um lugar circunscrito no Universo destinado às penas e aos gozos dos Espíritos;

• As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição do Espírito. Cada um traz em si mesmo o princípio de sua própria felicidade ou infelicidade;

• Como os Espíritos estão por toda parte, não existe nenhum lugar circunscrito ou fechado que se destine a uns ou a outros;

• Quanto aos Espíritos encarnados, estes são mais ou menos felizes de acordo com o grau de elevação do mundo que habitam;

• Os Espíritos felizes e infelizes estão por toda parte. Entretanto os Espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia;

• A localização absoluta dos lugares de penas e de recompensas só existe na imaginação dos homens e é proveniente da sua tendência de materializar e circunscrever as coisas cuja natureza ainda não pode compreender;

• O purgatório está relacionado às dores físicas e morais, ou seja, ao tempo de expiação, e é quase sempre na Terra que fazemos o nosso purgatório a fim de expiarmos as nossas faltas;

• Os Espíritos que relatam estar sofrendo as torturas do inferno ou do purgatório, mesmo desencarnados não estão completamente desmaterializados, conservando uma parte de suas idéias terrenas e traduzem as suas impressões pelos termos que lhes são familiares;

• Inferno pode se traduzir por uma vida de prova, extremamente penosa, com a incerteza de uma melhora. Purgatório, uma vida também de prova, mas com consciência de um futuro melhor;

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• O céu é o espaço universal, são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as atribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade;

• Quando Jesus disse “Meu reino não é deste mundo”, ele quis dizer que não reinava senão sobre os corações puros e desinteressados. Ele está em todos os lugares onde domine o amor ao bem, mas os homens ávidos das coisas deste mundo e ligados aos bens da Terra, não estão com ele;

• O bem reinará na Terra quando entre os Espíritos que aqui reencarnam, os bons superarem os maus. Então eles farão reinar o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade.

• É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e afastará os maus. Mas os maus só a deixarão quando o homem tiver banido daqui o orgulho e o egoísmo;

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Estudo Doutrinário de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Tema 043 – Conclusão

Principais pontos a serem abordados e debatidos:

• Para aqueles que só se interessam pelos fenômenos mediúnicos, o Espiritismo é tido como um passatempo ou simplesmente um instrumento para satisfazer sua curiosidade. Estes não compreendem que a mediunidade é um fenômeno simples e que é conhecido desde a antiguidade;

• Aqueles que não acreditam em nada além do mundo material e que criticam o Espiritismo deveriam estudar a Doutrina Espírita antes de emitir suas conclusões, porque em boa lógica a crítica só tem valor quando o crítico conhece o assunto;

• O Espiritismo é o mais perigoso antagonista do materialismo; não é, pois, de admirar que tenha os materialistas por adversários, que se acobertam com o manto da razão e da ciência, tomando por alvo, sobretudo o maravilhoso e o sobrenatural, que não admitem;

• O Espiritismo diz e prova que os fenômenos sobre os quais se apóia só têm de sobrenatural a aparência. Esses fenômenos não parecem naturais aos olhos de certas pessoas pelo fato de serem insólitos e exorbitarem dos atos conhecidos. Mas não são mais sobrenaturais do que todos os fenômenos de que a ciência nos dá hoje a solução e que em outras épocas pareciam maravilhosos.

• Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, são consequências de leis gerais. Eles nos revelam uma das forças da natureza, ainda hoje desconhecida ou incompreendida. O Espiritismo, portanto, repousa menos no maravilhoso e no sobrenatural do que qualquer Religião, e os que o atacam nesse sentido não o conhecem;

• Entre as duas doutrinas, o materialismo e o Espiritismo, uma nega o futuro, a outra que o proclama e o prova; uma que nada explica, outra que tudo explica e por isso mesmo se dirige à razão. Uma é a sanção do egoísmo, a outra oferece uma base à justiça, à caridade e ao amor ao próximo. A primeira não mostra mais do que o presente e aniquila toda a esperança, a segunda consola e mostra o vasto campo do futuro. Qual das duas é a mais perniciosa?

• O progresso da humanidade tem como princípio a aplicação da lei de justiça, amor e caridade, e essa lei se funda sobre a certeza do futuro. Tirai essa certeza e lhe tirareis sua pedra angular. Dessa lei derivam todas as outras porque ela encerra todas as condições da felicidade humana. Somente ela pode curar as chagas da sociedade;

• Pode-se avaliar o futuro com base no passado. Já estamos vendo se extinguirem, pouco a pouco, as antipatias entre os povos; as barreiras que os separam caem com a civilização; eles se estendem as mãos de um extremo a outro do mundo; maior justiça preside as leis internacionais; as guerras se tornam cada vez mais raras, etc.;

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• Sob todos os aspectos estamos ainda longe da perfeição e existem ainda muitos resíduos antigos a serem destruídos, até que tenham desaparecido os derradeiros vestígios da barbárie;

• O homem por natureza quer ser feliz e não busca o progresso senão para aumentar a sua felicidade, sem o que o progresso não teria objetivo. Mas quando tiver a soma de felicidade que o progresso intelectual lhe pode dar, perceberá que essa felicidade não é completa, reconhecendo que ela é impossível sem a segurança das relações sociais. E esta segurança ele só encontrará no progresso moral. Então, por força das circunstâncias ele mesmo impulsionará o progresso nesse sentido e o Espiritismo lhe oferecerá a mais poderosa alavanca para atingir esse objetivo;

• Com o Espiritismo a Humanidade deve entrar numa fase nova: a do progresso moral, que lhe é consequência inevitável;

• Como o homem quer a sua felicidade acima de tudo, não é de admirar que se interesse por uma idéia que o torna feliz. O desenvolvimento dessas idéias apresenta três períodos distintos: o primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos; o segundo é o do raciocínio e da filosofia; o terceiro, o da aplicação e das consequências;

• O período da curiosidade já passou: a curiosidade não dura mais que certo tempo e, uma vez satisfeita muda de objeto; mas o mesmo não acontece com o que se refere ao pensamento sério e ao julgamento. O segundo período já começou e o terceiro o seguirá inevitavelmente;

• O Espiritismo progrediu, sobretudo depois que foi melhor compreendido na sua essência, depois que lhe perceberam o alcance, porque ele toca nas fibras mais sensíveis do homem: os da sua felicidade, mesmo neste mundo. Nisso está a causa de sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar. Ele torna feliz os que o compreendem, enquanto a sua influência não se estende sobre as massas;

• O Espiritismo é forte porque se apóia nas próprias bases da religião: Deus, a alma, as penas e recompensas futuras, e porque, sobretudo mostra essas penas e recompensas como consequências naturais da vida terrena, oferecendo um quadro futuro em que nada pode ser contestado pela mais exigente razão;

• Seria fazer uma idéia bem falsa do Espiritismo acreditar que a sua força decorre da prática das manifestações materiais e que, portanto, entravando-se essas manifestações, pode-se minar-lhe as bases. Sua força está na sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso;

• O Espiritismo não tem segredos para ninguém: fala uma linguagem clara, sem ambiguidades; nada há nele de místico, nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Ele quer ser compreendido por todos porque chegaram os tempos de se fazer que os homens conheçam a verdade;

• O Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém se pode dizer seu autor porque seus princípios são tão antigos quanto a Criação;

• A moderna Ciência Espírita reúne em um todo, o que estava disperso; explica em termos próprios o que só se conhecia em linguagem alegórica; poda tudo aquilo que a superstição e a ignorância haviam criado para deixar somente o que é real e positivo: eis o seu papel;

• Mas, não lhe cabe o papel de fundadora. Ela revela o que existe, coordena, mas não cria nada, porque as suas bases estão em todos os tempos e em todos os lugares;

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• O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios da filosofia e moral que delas decorrem e o da aplicação desses princípios;

• Decorrem destes aspectos as três classes, ou melhor, os três graus de adeptos: 1º) os que crêem nas manifestações e se limitam a constatá-las; 2º) os que lhe compreendem as suas consequências morais; 3º) os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral;

• Quanto aos adversários da Doutrina Espírita, também podemos classificá-los em três categorias: 1º) os que negam por sistema tudo o que é novo e não procede de suas próprias mentes, e que dele falam sem conhecimento de causa; 2º) os que, sabendo muito bem o que devem pensar da realidade dos fatos, não obstante, os combatem por motivos de interesse pessoal. Para eles o Espiritismo existe, mas temem suas consequências e o atacam como a um inimigo; 3º) os que encontram na moral espírita uma censura demasiada severa para os seus atos ou de suas tendências. O Espiritismo tomado a sério os incomodaria. Esses não rejeitam nem o aprovam, preferem fechar-lhe os olhos. Os primeiros são levados pelo orgulho e pela presunção; os segundos pela ambição e os terceiros pelo egoísmo;

• Seria presumir demasiado da natureza humana acreditar que ela pudesse transformar-se subitamente pelas ideias espíritas. Ação dessas ideias não é certamente a mesma, nem do mesmo grau em todos os que as professam; mas qualquer que seja o seu resultado, mesmo fraco, representa sempre uma melhora, mesmo que seja apenas o de dar a prova da existência de um mundo extracorpóreo, o que implica na negação das doutrinas materialistas;

• Entre os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele vêem alguma coisa mais do que os fenômenos, os efeitos são outros;

• O primeiro e o mais geral é o de desenvolver o sentimento religioso até mesmo naquele que, sem ser materialista, seja indiferente às coisas espirituais;

• O segundo efeito, talvez tão geral como o primeiro, é a resignação em face das vicissitudes da vida. O Espiritismo faz ver as coisas de tão alto que a vida terrena perde três quartas partes de sua importância e o homem não mais se perturba tanto com as suas tribulações. Daí mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos e daí também o afastamento do desejo de abreviar a vida, porque a ciência espírita ensina que pelo suicídio se perde sempre o que se pretendia ganhar;

• O terceiro efeito é o de despertar a indulgência para com os defeitos alheios; mas é necessário dizê-lo, o princípio do egoísmo e tudo o que dele decorre é o que há de mais tenaz no homem e, por conseguinte mais difícil de se desenraizar;

• O Espiritismo não encerra uma moral diferente daquela de Jesus. Os Espíritos vêm não somente confirmá-la, mas também mostrar-nos a sua utilidade prática; eles tornam inteligíveis e patentes as verdades que só haviam sido ensinadas sob a forma alegórica;

• As comunicações com os seres de além-túmulo tiveram por resultado nos fazer ver as verdades ditas por Jesus, nos iniciar nos princípios das penas e dos gozos que nos esperam, segundo nossos méritos e, por isso mesmo, conduzir ao espiritualismo aqueles que não admitiam em nós mais do que uma matéria orgânica. Assim tivemos razão de dizer que o Espiritismo matou o materialismo através dos fatos;

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• O número de pessoas que o Espiritismo conduziu a sentimentos melhores, neutralizando as suas más tendências e desviando-os do mal, é maior do que se pensa e aumenta todos os dias;

• Os adversários do Espiritismo não se esqueceram de utilizar contra ele algumas divergências de opinião, sobre certos pontos da doutrina. Não é de admirar que no começo de uma ciência, quando as observações estão ainda incompletas e, cada um as encara sob o seu ponto de vista, sistemas contraditórios tenham podido aparecer. Mas três quartas partes desses sistemas já estão hoje aniquiladas diante dos estudos mais aprofundados;

• Os Espíritos sempre nos aconselham a não nos inquietarmos com essas divergências, pois que a unidade se faria: ora, a unidade já se fez sobre a maioria das questões e as divergências tendem a desaparecer a cada dia;

• Se entre os adeptos do Espiritismo há os que divergem de opinião sobre alguns pontos da teoria, todos, entretanto, estão de acordo sobre os pontos fundamentais;

• Os demais pontos são secundários e em nada ferem as bases fundamentais. Pode, aliás, haver escolas que procurem esclarecer-se sobre as partes ainda controvertidas da ciência, mas não deve haver seitas rivais. A razão deve ser sempre o argumento e a moderação assegurará melhor o triunfo da verdade do que as críticas envenenadas pela inveja e pelo ciúme. Os bons Espíritos não pregam senão a união e o amor ao próximo e jamais um pensamento malfazejo ou contrário à caridade pode surgir de uma fonte pura.