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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGFPROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA
ÁREA DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
A UTILIZAÇÃO DAS TICS NO ENSINO DA MATEMATICA NA ESCOLA DE
ENSINO MÉDIO ANDRÉ CARTAXO
FRANCISCO CICERO DA SILVA
Fortaleza – CEJaneiro de 2012
FRANCISCO CICERO DA SILVA
A UTILIZAÇÃO DAS TICS NO ENSINO DA MATEMATICA NA ESCOLA DE
ENSINO MÉDIO ANDRÉ CARTAXO
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Matemática, do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na área de matemática da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza.
Orientador: Daniel Gadelha Martins
Fortaleza – CEJaneiro de 2012
Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na Área de matemática, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em matemática, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza - FGF.
______________________________________________Nome do aluno
Orientador
__________________________________________________________________Examinador 1
___________________________________________________________________Examinador 2
Nota obtida: ______
Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____
DEDICATORIA
Dedico esta pesquisa a todos os meus colegas professores para que percebam a importância das TICs no processo ensino aprendizagem, veja como uma porta de saída para os obstáculos que encontramos no nosso dia-a-dia.
AGRADECIMENTO
• A Deus, pela Inteligência e saúde para dar continuidade aos meus estudos;• A Minha família pelo apoio e compreensão durante todo o trajeto acadêmico;• Aos tutores, em especial a Daniel Gadelha, que estavam sempre dispostos a
orientar e tirar as dúvidas durante o curso e a finalização da monografia;• Ao meu amigo Felizardo que proporcionou a todos nós a oportunidade de
concluir mais uma graduação;• Aos meus colegas cursistas que estavam sempre presente, tirando duvidas,
trocando experiências construindo, portanto conhecimento.
“Vivemos em uma sociedade da aprendizagem, na qual aprender constitui uma exigência social crescente que conduz a um paradoxo: cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender”.Ignácio Pozo
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo compreender como se processa o uso das TICs no ensino da matemática na Escola de Ensino Médio André Cartaxo, analisando a concepção dos professores e a visão que tem sobre os laboratórios implantados na escola. Sabemos que a utilização da informática e seus recursos na educação têm motivado reflexões sobre as concepções de inclusão e aprendizagem e o papel que cada um dos envolvidos assume. Pensar nas novas tecnologias na educação é repensar novas propostas de ensino e aprendizagem como também promover a revisão do papel do professor nos dias atuais para a utilização desse novo recurso na sua prática pedagógica. Para atingir o objetivo utilizou além da pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, com entrevista realizada entre os professores de matemática, onde os mesmos tiveram a oportunidade de expressar sua compreensão sobre o assunto aqui abordado. Com esse trabalho pode se constatar que a educação esta em contínua transformação e vale a pena utilizar a Tecnologia da Informação e Comunicação no ensino de matemática, a fim de moldar o cotidiano e resgatar a autoestima daqueles alunos desacreditados no processo de aprendizagem. Mostra também, que os laboratórios de informática não são tidos apenas para cursos básicos de informática ou instrumento de pesquisa, mas sim um recurso didático, que cabe ao professor capacitar-se, atualizar-se para conhecer programas e software que melhor contribui para o enriquecimento do conteúdo estudado. Para se chegar a essa compreensão recorremos às orientações teóricas de Imenes e Jakubovic, Morais, Pontes, Nepomuceno, Chaves, Frota entre outros que dissertam sobre a temática aqui apresentado.
PALAVRAS CHAVES – Tecnologia – Matemática – Conhecimento.
SUMARIO
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................091 O ENSINO DA MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS ..........................111.1 Concepções sobre o ensino da matemática ..............................................................111.2 As novas tecnologias na educação e a sociedade da informação .............................13 1.3 – A internet na sala de aula .......................................................................................161.4 – Os prós e contra do uso do computador na educação ............................................182 O PAPEL DAS TISC NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMATICA ..................................................................................................232.1 A importância do computador e o software no processo de ensino/aprendizagem de matemática ...........................................................................................................222.2 O papel do educador de matemática no laboratório de informática.........................273 CONHECENDO A REALIDADE ..............................................................................303.1 Metodologia ..............................................................................................................303.2 Os laboratórios da Escola André Cartaxo .................................................................303.3 Concepção e perspectiva dos Professores .................................................................34CONCLUSÕES ..............................................................................................................37REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...........................................................................39
9INTRODUÇÃO
Diante das dificuldades encontradas pelos alunos, dos baixos rendimentos
nas avaliações externa e interna e das constantes reclamações dos educadores, em
relação a autoestima dos alunos, vislumbra-se nas Tecnologias da informação e
Comunicação, TICs, uma saída para a superação desses problemas. Partindo-se da
suposição de que com uso do computador através do software educativo, é possível
facilitar o processo de ensino aprendizagem em matemática tornando as aulas mais
atraente, prazerosa e dinâmica.
Hoje, o estudo das TIC constitui um importante passo para se construir
conhecimento. Nesse sentido, o manuseio de software voltado para o ensino de
matemática é algo importante no ensino, pois auxilia o aluno/professor a desenvolver as
suas potencialidades. Em fim, ela vai auxiliar o desenvolvimento do raciocínio lógico e
da capacidade do educando de repensar sobre algo. Pensando assim esta pesquisa tem
como objetivo compreender como se processa o uso das TIC no ensino da matemática
na Escola de Ensino Médio André Cartaxo, analisando a concepção dos professores e a
visão que se tem sobre os laboratórios implantados na escola.
O estudo parte uma análise bibliográfica teorizando sobre o ensino da
matemática e o uso da tecnologia para a aquisição do conhecimento, ressalta-se o papel
dos computadores e a internet na sala de aula, prosseguindo com uma pesquisa entre os
professores da referida escola para constar ou refutar as hipóteses sobre a contribuição
das TICS no ensino da matemática.
Para atingir o objetivo utilizou-se além da pesquisa bibliográfica, a pesquisa
de campo, com entrevista realizada entre os professores de matemática, onde os mesmos
tiveram a oportunidade de expressar sua compreensão sobre o assunto aqui abordado.
Com esse estudo pretendo mostrar alguns pontos, de suma importância, que
possam gerar uma reflexão sobre a introdução da Informática juntamente com alguns
softwares educativos na escola para possibilitar uma nova metodologia para o ensino de
matemática. Pois esta se caracteriza como sendo a disciplina que mais apavora e que
mais reprova nossos alunos.
10
Com esse trabalho pode se constatar que a educação está em contínua
transformação e que vale a pena utilizar as TIC no ensino de matemática, a fim de
moldar o cotidiano e resgatar a auto-estima daqueles alunos “desacreditados” no
processo de aprendizagem. Para tanto, vale também salientar que o educador deve
selecionar o melhor software que se adeque ao conteúdo estudado a fim de promover
uma maior contextualização dos conteúdos além de estabelecer uma relação dos
conteúdos anteriormente estudados com os novos.
Mostra também que hoje as escolas se encontram, em sua grande maioria,
informatizadas e a comunidade escolar tem o dever social de buscar maneiras que
incluam os alunos nesses ambientes tecnológicos, para que, aos poucos, acabe a
desinformação tecnológica entre os educandos e que todos tenham oportunidade de
acessar e dominar esse “novo” meio de ensino-aprendizagem dentro e fora da escola.
Sendo, assim vejo no nessa metodologia um caminho de inovação e um
meio para estimular e conquistar aqueles que encaram a educação com tanta dificuldade
e falta de entusiasmo. Esperando que ela proporcione, tanto para os professores como
para os alunos situações inovadoras para que possam oportunizar um conhecimento que
sirva de solução para os problemas apresentados.
11O ENSINO DA MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS
1.1 Concepções sobre o ensino da matemática
A cada dia depara-se com situações desafiadoras com relação ao ensino da
matemática. Em todos os lugares ela está presente, seja em uma atividade que requer
conhecimento geográfico, cálculo mental, uso de medidas, o manuseio de calculadora,
até mesmo o uso de telefones celulares e relógios. No entanto as essas práticas do
cotidiano passam despercebidas pelos seus usuários.
Exatamente por essa falta de percepção do real que a matemática tornou-se o
“bicho papão” das escolas. Despertar a atenção dos alunos para os conteúdos
matemáticos requer um tratamento privilegiado por parte dos professores. A
complexidade natural do processo ensino/aprendizado envolve o desenvolvimento de
metodologias que despertam a motivação e o interesse dos alunos em diferentes níveis e
faixas etárias. Para tanto, muito se tem feito para operacionalizar essa motivação e
interesse, quer seja na forma de projetos, na aquisição de livros e materiais, como
também atualização e formação de professores e a utilização das novas tecnologias
(TICS).
Entretanto, mesmo com a utilização de todos os recursos, só haverá uma
transformação, segundo Krasilchik (1994) na citação a seguir, quando todos os
envolvidos no processo estejam em consenso, evitando apresentar uma visão parcial do
processo.
Para se ter uma idéia das circunstancias que influenciam o ensino em todos os níveis e dos obstáculos para uma transformação real e profunda será necessário verificar se há realmente e quais as opiniões dos vários envolvidos no processo. (Krasilchik, 1994, p. 2 ).
A autora acrescenta que, o processo de pesquisa não pode limitar-se à elaboração
de projetos lastimando o seu fracasso, mas, ao contrario, deve prover informações que
garantam o seu sucesso. No caso do uso das TICS, os projetos devem ser articulados
para o sucesso e não fracasso.
Segundo os parâmetros curriculares, os problemas do ensino da matemática
estão centrados em procedimentos mecânicos, desprovidos de significados para o aluno.
12
Acrescenta também que há urgência em reformular objetivos, rever conteúdos e buscar
metodologias compatíveis com a realidade de hoje, como também uma formação
continuada de professores e condições de trabalho.
“Decorrentes dos problemas de formação de professores, as práticas de sala de aula os livros didáticos que, infelizmente são muitas vezes de qualidade insatisfatória. A importância de propostas inovadoras, por sua vez esbarra na falta de uma formação profissional qualificada, na existência de concepções pedagógicas inadequadas e ainda nas restrições ligadas as condições de trabalho.” (PCNs, 1997, p.24 ).
Tendo as TICS como uma proposta inovadora nas escolas, o problema recai,
como anunciado pelos PCNs, para a falta de formação de professores. Assim sendo,
constata-se que nas escolas, os laboratórios estão montados. No entanto, sua utilização
deixa a desejar, visto que, são poucas o que detêm o conhecimento sobre a utilização
desse recurso educacional. Além de não dominar as novas tecnologias alguns
professores ainda desconhecem e não estão atentos ao real significado e sua utilização
prática do ensino da matemática.
Segundo os PCNs a matemática proporciona ao ser humano a capacidade de
generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento, a
generalização do raciocínio dedutivo e a aplicação de soluções, de problemas da vida
cotidiana e do mundo do trabalho. Habilidades estas presentes na perspectiva e
exigência da sociedade da informação.
O que os parâmetros afirmam, todos sabem. No entanto, no dia-a-dia da sala de
aula, se deparam com perguntas que levam a resposta vagas como “porque vai cair no
vestibular”, “porque você vai usar mais na frente”, contudo, não satisfazem a
curiosidade do alunos.
Segundo Imenes e Jakubovic (1999) é fácil entender porque não temos respostas
satisfatórias para estas perguntas:
“Ensinamos o que aprendemos e a matemática que aprendemos também é desligada da realidade. Nós também muitas vezes não sabemos para que serve a matemática, embora saibamos que ela serve para alguma coisa”. (Imenes e Jakubovic, p.30).
13
Os autores acrescentam que o mundo está a nossa volta e matemática está
presente nele cotidianamente nas atividades de muitas pessoas. Orientam ainda, que
precisamos sair mais em busca disso, conversar com outras pessoas como, desenhistas,
mecânicos, mestres de obras, comerciantes, bancários e entre outros que utilizam a
matemática nas suas atividades profissionais. Pois, além de mostrar a utilidade prática
da matemática, o professor deve investigar ao realizar os desafios da matemática.
“Vivemos num mundo extremamente utilitarista onde as coisas têm sempre que servir a um fim material especifico. No entanto, o homem continua gostando de fazer certas coisas que não tem utilidade imediata, como resolvermos certos problemas simplesmente com a intenção de vencer desafios, de divertir-nos é possível sentir prazer brincando com a matemática.”(Imenes e Jakubovic, p.43)
E o aprender brincando, o aprender com prazer, pode sim ser bem aproveitado
com a utilização de softwares, entre outros recursos que as TICS proporcionam. As
idéias matemáticas têm estado presentes nas construções de todo o edifício do
conhecimento, justificada pela riqueza dos diferentes processos de criatividade que ele
exibe e proporciona ainda, ao educando, excelentes oportunidades de exercitar e
desenvolver suas faculdades intelectuais, contribuindo assim, na construção de todo o
edifício do conhecimento humano.
1.2 As novas tecnologias na educação e a sociedade da informação
Acreditando na sua trajetória histórica que a educação se fortalece cada vez mais
para buscar desenvolver o seu papel social, estando ao mesmo tempo comprometido
com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Para Iahn et al (2002), as novas tecnologias da informação, bem como a
comunicação com seu poder multiplicado, se insere em todas as atividades do ser
humano, tanto na família, como nas empresas, indústrias e instituições educacionais,
esta última vem ampliando de forma significativa os avanços do pensamento
hegemônico acerca das questões tecnológicas. Ou seja, a utilização das novas
14
tecnologias está presente no cotidiano das pessoas e não há dúvida na discussão para sua
inserção nas instituições educacionais.
Hoje, quando se fala na inserção da tecnologia na educação, o pensamento
dirige-se rapidamente para a utilização da informática, no entanto ela inclui o uso da
televisão, do vídeo, do rádio entre outros instrumentos inventados pelo homem com o
objetivo de facilitar e simplificar as relações interssociais e de produção. Entretanto nos
deteremos neste estudo refletir sobre as tecnologias de informação e conhecimento com
base na informática.
A utilização da informática e seus recursos na educação têm motivado reflexões
sobre as concepções de inclusão e aprendizagem e o papel que cada um dos envolvidos
assume. Pensar nas novas tecnologias na educação é repensar novas propostas de ensino
e aprendizagem como também promover a revisão do papel do professor nos dias atuais
para a utilização desse recurso na sua prática pedagógica.
Para compreender a inserção desses novos recursos na educação, faz-se
necessário refletir sobre seu surgimento na sociedade como um todo. Para Castels
(1999) um conjunto de ações induziu o processo de transição da sociedade industrial
para a sociedade da informação, dentre elas destaca-se: A informação como a matéria
prima mais importante; a penetração social das novas tecnologias da informação é
elevada e crescente; a existência de uma lógica de rede modular; a flexibilidade é
fundamental em todo o processo1.
Seguindo este pensamento, nos deparamos com a afirmação de que a “expressão
sociedade da informação é frequentemente usada como sinônimo de sociedade em rede
ou sociedade do conhecimento” (Brasil, 2000), onde a informação flui em alta
velocidade e em grandes quantidades.
Sendo a educação instrumento de formação e construção do conhecimento, ela
não podia ficar alheia a essas mudanças ocorridas na sociedade como um todo. Por isso,
para corresponder às exigências da sociedade, deve desenvolver habilidades que
atendam a essas exigências e, para isso, acredita-se que o caminho passa a ser a
introdução das novas tecnologias.
1 Cit. Retirada do modulo novas tecnologias da educação, FGF/2010
15
Nessa perspectiva a educação deve ser compreendida como um processo em
constante construção, em que as relações predominantes caracterizem-se pelas
interações e enriquecimento mútuo.
Para Morais (2001), na sociedade da informação a escola tem como missão
atender usuários originais, singulares, diferentes e únicos, com diferentes interesses,
habilidades e formas de aprender. A autora acrescenta ainda, que:
O aluno deverá ser visto como aquele que aprende que constrói o conhecimento não apenas usando o seu lado racional, mas também utilizando todo o seu potencial criativo, o seu sentimento as suas sensações e suas emoções. (Morais 2001, p.84)
Entende-se que com a utilização desses novos instrumentos, os alunos tornam-se
protagonistas da aprendizagem, onde o mundo é o limite para o uso de sua criatividade.
Assim sendo, o aluno passivo e o professor como difusor do saber são descartados, pois
os professores assumem o papel de parceiros e dinamizadores do conhecimento onde ele
organiza o saber; fornecem meios e recursos de aprendizagem e estimula o diálogo, a
reflexão, a participação crítica dos alunos construtores. .
Entendemos que para ter sucesso no uso das novas tecnologias, faz-se necessário
repensar na formação dos educadores. Para Mercado (2002), o professor, neste contexto
de mudança, precisa saber orientar os educandos sobre onde colher as informações,
como tratá-las e utilizá-las.
Esse educador será encaminhador da autopromoção e conselheiro da aprendizagem dos alunos, ora estimulando o trabalho individual. Ora apoiando o trabalho de grupo reunidos por áreas de interesses. ( Mercado, 2002, p.12)
No entanto, poucos professores estão preparados para a informatização nas
escolas, isto porque segundo Mercado (2002), esse processo esta acontecendo de forma
verticalizada, sem ser precedida de uma discussão com professores, sem prepará-los
para esse novo recurso que auxiliará sua pratica.
É preciso que o professor participe de todo o processo e reveja de modo critico
seu papel de parceiro na busca de novas aprendizagens. “Ele e o aprendiz estudam,
16
pesquisam, debatem, discutem e chegam a construir, desenvolver habilidades e atitudes”
(Mercado, 2002. p. 20)
Mais adiante ele afirma:
As novas tecnologias de informação se bem utilizadas por professores bem capacitados irão abrir um novo mundo de oportunidades educativas, desde o momento da animação ao estudo, passando pela ampliação da atuação do aluno. (Mercado, p.138)
O que preocupa na verdade e coloca-se como dificuldade está não só na falta de
preparo dos professores, mas no custo dos equipamentos e a falta de softwares
educativos de qualidade. Fato que impede a efetivação de práticas pedagógicas ligadas à
tecnologia.
1.3 – A internet na sala de aula
Desde que foi criada a internet passou a influenciar o modo de pensar e conviver
com a sociedade. Ela possibilita aos seus usuários escolher que caminho do
conhecimento quer seguir. Cada passo que se dá abri-se janelas que poderá ser ou não
exploradas pelos seus usuários. Com a internet, é possível perceber que a produção do
conhecimento e sua difusão são incalculáveis. Ainda com a internet podemos trocar
informações, atualizar-se, capacitar-se, interagir e construir o conhecimento.
Como é possível observar, é incalculável o potencial que a internet tem para a
educação. Trata-se de um fenômeno espantoso que, segundo Nepomuceno (2008),
começou de forma intensa e promissora em pequenos ambientes inovadores e tem se
alastrados para grupos maiores, modificando como os seres humanos se comunicam e
produzem conhecimento e riqueza.
Em menos de 15 anos, a internet e com ela o ambiente de rede a longa distancia surgiu como uma nova ferramenta de comunicação acessível a usuários domésticos e empresariais. (Nepomuceno, 2008, p.63)
Com ela: “Alunos e professores caminham rumo à produção compartilhada de
conhecimento. O professor assume o papel daquele que navega junto com seus alunos,
17
apontando a exploração de novos caminhos sem a preocupação de ter passado por eles
alguma vez, motivando-os para a resolução de problemas ou para o desenvolvimento de
projetos que mobilizem suas expectativas, desejos e interesses.
Segundo as orientações do modulo da FGF, podemos constatar que o professor
concentra-se no aprender fazendo, proporcionando situações de aprendizagem e
crescendo o individual e coletivo. “Eles selecionam as informações que lhe são mais
pertinentes, as internalizam, as transformam e devolvem ao grupo.”
Para Sobral (1999), a internet na educação justifica-se por oferecer um número
ilimitado de recursos informacionais, por não apresentar uma organização precisa de
informação e por motivar o esforço da pesquisa além de obrigar a seleção de
informações supérfluas entre outras.
Ainda comentando sobre a justificativa da internet na sala de aula, recorre-se a
Tjara (2000) que apresenta 12 pontos que trazem ganhos pedagógicos como:
• Acessibilidade a fontes diversas de assuntos para pesquisas;
• Páginas educacionais especificas para a pesquisa escolar;
• Páginas para busca de softwares;
• Comunicação e interação com outras escolas;
• Estímulo para pesquisa a partir de temas previamente definidos ou a partir da
curiosidade dos próprios alunos;
• Desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização;
• Estimulo a escrita e a leitura;
• Estimulo a curiosidade;
• Estimulo ao raciocínio lógico;
• Desenvolvimento da autonomia;
• Aprendizado individualizado;
• Troca de experiências entre professores, entre alunos e entre professores e
alunos.2
Aspectos semelhantes a estes são apresentados também por Kaliuke (2003),
acrescentando que os alunos podem chegar a resultados semelhantes percorrendo
2 Informações retiradas no modulo educação a distancia da FGf.
18
diferentes percursos de aprendizagem, alem de que poderão ser publicado e socializado
entre todos.
A grande dificuldade para os alunos saberem localizar as informações que
desejam entre as paginas disponíveis, alem de que as pesquisas feitas na maioria das
vezes não são interpretadas, mas apenas copiadas utilizando na linguagem deles o
“Control-C Control-V”, que para os professores é um quebra cabeça, eles não lêem e
nem selecionam.
1.4 – Os prós e contras do uso do computador na educação
Os baixos índices de aprendizagem, a evasão e repetência são problemas que
afligem tanto educadores como gestores. São problemas que vem sendo combatido,
entretanto continuam permeando os ambientes escolares. Alguns acreditam e apontam a
inclusão das TICS, em especial o computador, como um recurso capaz de minimizar
estes problemas. Só que, como toda prática pedagógica tem os contras e os a favor e
sobre essa questão Chaves (2011) afirma:
Muito se tem dito a favor e contra sobre a utilização de computadores na educação. Infelizmente, grande parte das afirmações feitas, tanto de um lado como do outro, reflete, freqüentemente, algum desconhecimento de causa. As vezes até‚ muita desinformação. Tanto do lado dos defensores como dos críticos há pessoas que, no fervor do entusiasmo ou no zelo da crítica, não foram, lamentavelmente, informar-se, antes de tomar posição. E o essencial, aqui, mesmo mais importante do que ser a favor ou contra, é compreender do que efetivamente se trata. ( CHAVES, 2011)
Portanto, entender a utilização desse recurso se faz necessário para que
possamos tomar posições seguras e coerentes. E para início de reflexão é interessante
lembrar que a discussão sobre a utilização do computador, da informática na educação
não vem de hoje, mas de décadas atrás.
Em 1979, foi criado a Secretaria Especial de Informática – SEI, que desenvolveu
vários projetos, entre eles a EDUCOM – Educação e Computadores. Partindo em
seguida para a constituição da Comissão Especial de Educação, com o objetivo de
discutir as questões relacionadas à informática e à educação e "assessorar o Ministério
da Educação e Cultura (MEC) no estabelecimento de política e diretrizes para a
19
educação na área de Informática, com vistas à formulação do planejamento educacional
na área”3. Após um ano de criação a SEI realizou com o apoio do Ministério da
Educação e Cultura - MEC e do Conselho Nacional de Pesquisas Cientificas e
Tecnológicas (CNPq), o primeiro Seminários de Informática na Educação, sediado na
Universidade de Brasília.
Entre as conquistas desse seminário, Chaves (2011) afirma:
Mesmo reconhecendo-se o quadro de graves desequilíbrios na oferta de oportunidades educacionais, enfatizou-se a necessidade de que a educação, em especial a dos níveis médio e superior, apresente melhor desempenho e qualidade, em face do avanço dos padrões tecnológicos e organizacionais do mundo do trabalho e das relações sociais. Embora não elimine, a curto ou médio prazo, aqueles desequilíbrios, o uso de computadores pode ajudar a melhorar o desempenho e a qualidade da educação oferecida. (CHAVES, 2011)
O autor acrescenta ainda que neste mesmo seminário impôs uma política de incentivos fiscais e financiamentos para a produção de produtos nacionais, como também a implantação de centros pilotos junto as Universidades:
Impões-se, por isso, a adoção de uma política de incentivos fiscais e financiamentos aos produtores nacionais de hardware e software voltados para a educação, bem como a criação de sistemas de financiamento aos usuários de produtos nacionais e de mecanismos de proteção para os investimentos realizados. Recomendou-se a implantação de centros-piloto de informática na educação, de natureza interdisciplinar, junto a universidades com capacitação tecnológicas nas áreas de informática e educação. Abrangeriam, em princípio, tanto o ensino regular como o não-formal, em todas as suas variedades. Deveria merecer prioridade, porém o ensino regular de 1º. , 2º. , 3º. Graus, pois tais projetos teriam como objetivo pesquisar a utilização do computador na educação em colaboração direta com os órgãos que ministram esse ensino.( Idem)
No ano seguinte, em agosto de 1982, realizou-se o segundo Seminário Nacional
de Informática na Educação. Desta vez sediada na Universidade Federal da Bahia, com
a participação de outras entidades, empresas ligadas ao ramo da computação e
comunicação como também outras universidades. Os trabalhos desse segundo
Seminário foram divididos, segundo o autor, em quatro grupos e conforme áreas de
3 Informações retirada do Livro O uso do Computador nas escolas de Eduardo Chaves e Valdemar Setzer in: http://edutec.net/Textos/Self/EDTECH/scipione.htm
20
interesse, as quais abrangiam os aspectos socioeducacionais, pedagógico-educacionais,
psicológico-educacionais e os relacionados à informática.
O primeiro grupo que tratou dos aspectos socioeducacionais reforçou a
implantação dos centros-piloto de informática na educação, vinculando a centros
universitários, questões estas que foram tratadas no primeiro seminário. O grupo que
discutiu os aspectos relacionados à informática recomendou que as experiências-piloto
fossem realizadas sempre com equipamentos, tecnologia e recursos humanos nacionais,
“não devendo, em nenhuma hipótese, deixar-se curvar por pressões de qualquer tipo ou
por conveniências de mercado”. Quanto às psicológico-educacionais, Chaves afirma:
No que se refere às questões psicológico-educacionais, tratou-se de refletir clara e objetivamente sobre duas questões: A introdução do computador na escola pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem? Em caso afirmativo, de que forma? Mais especificamente, esse grupo de trabalho formulou as seguintes perguntas: Quais os aspectos do desenvolvimento cognitivo do aluno que podem ser favorecidos? O computador possibilita maior domínio de conceitos, generalizações, princípios, procedimentos ou habilidades? Em que áreas curriculares e em que níveis o computador atuará com maior dificuldade? Que conseqüências o uso do computador na educação gerar? Serão elas desejáveis ou indesejáveis? Como essas indagações não comportavam respostas inequívocas, o grupo recomendou que todas as possibilidades de uso do computador na educação fossem exploradas, sem imposição de limitações a priori, mas que esse uso fosse sempre subordinado aos propósitos da educação. (Chaves, 2011)
Embora se tenham muitos questionamentos e perguntas sem respostas, percebe-
se neste seminário que a utilização do computador na educação é favorável desde que
estejam subordinados aos propósitos educacionais. Percebe-se também que indagações
formuladas a mais de vinte anos, continuam pertinentes nos dias atuais.
Transcorrendo as discussões sobre a implementação das políticas de
informáticas para educação, constata-se que muitos obstáculos impediram para que a
informática chegasse ao ambiente escolar com a mesma velocidade que chegaram a
outros segmentos de produção no país. Entre os obstáculos encontrados pelo projeto
EDUCOM, ressalta-se a questão financeira e a utilização de hardware e software, que
ainda são pertinentes na atualidade. Para a EDUCOM, não haveria problema em copiar
21
ou adaptar produções estrangeiras de hardware. No entanto, quanto ao software
poderiam possibilitar a proliferação de uma ideologia estrangeira moldassem a mente
das crianças, fazendo com que os valores e as tradições nacionais fossem esquecidos.
Ainda refletindo sobre o impacto que a informática trará a educação, Chaves
(2011), cita palavras de Ladislav Cerych, que elaborou um relatório para o Ministério da
Educação e Ciência da Holanda sobre as experiências de informática na educação
realizadas em vários países, no qual Cerych afirma;
Talvez o impacto da informática na educação formal não seja tão grande quanto o desejado por uns e temido por outros, pois as escolas e a educação em geral são particularmente resistentes à introdução de novas tecnologias educacionais. Porém, assim como ocorre com a televisão, a informática influenciará a educação mais pelo modo como os computadores serão utilizados fora da sala de aula (como, por exemplo, nas residências) do que pela maneira como serão utilizados na escola. A questão, portanto, é saber se o sistema educacional irá, do mesmo modo como fez com os televisores, desprezar a difusão dos computadores e todas as suas conseqüências, isto é, se o sistema educacional irá permitir que o conhecimento e as atitudes das crianças sejam mais influenciados pelo que aprendem fora da escola (hoje pelos televisores, amanhã pelos computadores residenciais) do que pelo que aprendem na escola propriamente dita. (CERYCH, apud, CHAVES, 2011)
Com as colocações supracitadas, podemos conceber que é imprescindível a
utilização da informática na educação, visto que, ela está presente além dos muros
escolares, e que influenciará diretamente na formação do individuo, assim como a
televisão e outros meios de comunicação.
Entre as criticas feitas com relação à introdução do computador na educação,
Chaves (2011), caracteriza três grupos principais. O primeiro diz respeito à
oportunidade, pois investir na aquisição e a manutenção de caros equipamentos de
informática, não seria conveniente visto, que vivemos num país onde necessitamos de
infraestrutura adequada para as escolas, condições mínimas de saúde, alimentação,
habitação, saneamento, para os alunos e melhores salários para os professores.
Embora estas questões sejam prioritárias não podemos deixar-nos influenciar
pela realidade apresentada, colocando a informática em segundo plano, pois o
22
profissional que desconhece o valor da informática pode ser considerado como
analfabeto na sociedade informatizada.
O processo de informatização da sociedade, que já atinge o Brasil, caminha com espantosa rapidez e parece irreversível. Temos a responsabilidade de oferecer a melhor preparação possível aos nossos alunos, inclusive aos da rede pública, para que eles possam viver e atuar numa sociedade informatizada. Numa sociedade altamente informatizada, como a nossa em parte já o é, o conhecimento – por contato e experiências – do computador será um componente essencial da formação geral e até profissional de cada indivíduo. Não há como pretender que a educação, que se ocupa da formação geral e profissionalizante dos alunos, possa ficar alheia a esse fato, mesmo dentro do quadro de carências que assola a educação no Brasil.
Chaves (2011) acrescenta ainda que a escola tem que formar cidadãos
familiarizados com os mais básicos desenvolvimento tecnológicos, de forma que
possam participar do processo de geração e desenvolvimento tecnológico que o país
passa.
23O PAPEL DAS TISC NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMATICA
2.1 A importância do computador e o software no processo de ensino/aprendizagem
de matemática.
A precariedade do ensino brasileiro foi mostrado no PISA – Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (2000) – onde os estudantes brasileiros ficaram na
última colocação na prova de matemática concorrendo com outros trinta países. Em
decorrência disso, devemos pensar em algo que possa mudar a visão dos alunos e
comunidades com relação à matemática, pois é comum ouvirmos discursos do tipo: “Eu
odeio a matemática” ou “Eu não consigo aprender matemática”. A maioria dos alunos
traz consigo concepções desafiadoras a respeito do ensino da matemática, com tanta
ironia, que desestimula qualquer profissional em atuação.
Por esse motivo, as escolas estão demonstrando grande interesse voltado ao
ensino de matemática aliada a uma nova metodologia que apoia a utilização das TIC,
que surgindo desde levantamento o qual comprovou que 70% do número de reprovação,
desistência, mudanças de turno, transferência de uma escola para outra, são atribuída a
complexidade da disciplina de matemática, ficando bem claro o fracasso das instituições
brasileiras publica de ensino no tocante ao ensino desta disciplina. Assim sendo, o uso
do computador e o software no ensino da Matemática, desde tempos passados, vem
revolucionando a educação.
A utilização do computador, como ferramenta de investigação, e o uso de
software, como maneira de renovar os cursos tradicionais, tem-se firmado como uma
das áreas mais atrativas e relevantes da Educação Matemática. Assim sendo, o
computador exerce um papel decisivo nos dias atuais, em virtude das possibilidades de
construção de modelos virtuais para a Matemática. Seu uso pedagógico apresenta uma
série de vantagens, conforme os modos de uso e com base em cada proposta pedagógica
na qual está apoiado.
De acordo com Ponte (1995), o uso do computador no ensino de
Matemática contribui para uma relativização da importância das competências de
cálculo e de simples manipulação simbólica, que podem ser realizadas de forma mais
rápida e
24
eficiente. Além disso, amplia o papel da linguagem gráfica e de novas formas de
representação, permitindo novas estratégias de abordagem para os mais variados
problemas. Contribui, também, para aumentar o desenvolvimento de atividades de
investigação matemática.
A defesa do uso dos computadores no ensino da matemática esta fundamentada
nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio que ao apresentarem as
novas diretrizes para o ensino de matemática salientam o seu papel para a discussão e
argumentação de temas de interesse de ciência e tecnologia. Conforme esta descrito:
perceber o papel desempenhado pelo conhecimento matemático no desenvolvimento da tecnologia e a complexa relação entre ciência e tecnologia ao longo da história; acompanhar criticamente o desenvolvimento tecnológico contemporâneo, tomando contato com os avanços das novas tecnologias nas diferentes áreas do conhecimento para se posicionar frente às questões de nossa atualidade. (BRASIL, 2002, p. 117-118).
Para Frota (2011), o uso da tecnologia na educação básica está fortemente
presente no discurso educacional oficial, e consequentimente incorporado ao discurso
de professores, seja pelos elogios ou queixas. Entre as queixas encontra-se a dificuldade
de acesso que as escolas têm as novas tecnologias.
No seu artigo intitulado “Perfis do Entendimento do Uso de Tecnologia no
Ensino da Matemática” Frota (2011) afirma que:
a superação das barreiras no uso efetivo de tecnologia nas escolas depende de dois movimentos paralelos: do professor enquanto sujeito, no sentido de se formar para uma incorporação tecnológica, e do sistema educacional,enquanto responsável pela implantação das condições de incorporação da tecnologia na escola.( FROTA, 2011. p.3)
Dando continuidade ao seu discurso, a autora prossegue ressaltando o trabalho
de formação que cada professor deve buscar no tocante ao uso das tecnologias e o seu
entendimento, que está centrada em três concepções: a de consumir a tecnologia; a
incorporar a tecnologia e por fim matematizar a tecnologia.
A concepção, “consumir tecnologia”, está relacionada às possibilidades que as
TIC podem proporcionar como recurso pra ensinar e aprender matemática.
25
Para nós o que é importante nessa primeira concepção sobre o uso da tecnologia na educação matemática é aquilo que ela promove quando implementada: ela promove a formação de consumidores de tecnologia, pessoas que podem se tornar dependentes da tecnologia para realizar as mesmas tarefas que eram feitas sem o recurso tecnológico.( idem. p. 4)
Esclarecendo melhor essa concepção, a autora explica que consumir tecnologia
consiste em entender que o uso da tecnologia pode promover a automatização da todas
as tarefas educacionais que, não sendo bem compreendidas, pode acarretar estagnação
didática, conforme o trecho a seguir.
A literatura mostra que há nos projetos de uso de tecnologia na educação matemática, que se fundamentam na visão de consumir tecnologia para a automatização de tarefas, um grande risco de se produzir uma estagnação didática e, sobretudo, curricular: fazer a mesma tarefa antiga apenas com novas tecnologias, fazer a mesma matemática de sempre, utilizando novos recursos. Nesse caso, o professor que consome a tecnologia pode utilizá-la apenas como um recurso didático para impressionar o aluno, dando uma fachada nova para uma instrução matemática convencional.( FROTA, 2011, p.
Essa situação está bem clara quando, ao solicitar inovações nas metodologias
educacionais, o professor inova apenas os recursos, não modificando nada na sua
metodologia. Uma vez que, para representar avanços na automatização das tarefas, é
necessário que o ensino da matemática deixe de ser operacional, para assumir a
perspectiva mais conceitual. Entende-se, portanto, que a concepção consumir tecnologia
pode trazer eficiência para o ensino ou simplesmente a dependência do aluno para com
esses recursos. Como é possível verificar no trecho seguinte.
Utilizar tecnologia na educação matemática segundo a concepção de consumir tecnologia pode trazer eficiência para a realização das tarefas antigas, mas também pode gerar dependência na consecução da tarefa. De certa forma esse efeito se faz notar hoje, principalmente na universidade, quando alunos só conseguem sucesso em tarefas matemáticas, antes realizadas com lápis e papel, através do uso de suas calculadoras gráficas. (FROTA, 2011, p.5)
Quanto à eficiência do consumir tecnologia, caracteriza-se pela capacidade que
os professores e alunos têm para executar novas tarefas que se propõem, inclusive a
26
tarefas mais complexas, sem depender única e exclusivamente da tecnologia, ou de
alguém que oriente as etapas de procedimento.
A segunda concepção, denominada “incorporar a tecnologia”, caracteriza-se pela
transformação das tecnologias em ferramentas e instrumentos cognitivos, na qual
professores e educandos mudam a forma de fazer e pensar matemática. Para melhor
compreender essa concepção a autora propõe dois níveis de entendimento:
Num primeiro destes, o professor entende que em virtude do acúmulo de experiências pessoais com o uso de tecnologias, a incorporação da tecnologia pelo educando se acentua e as formas de fazer matemática se modificam: o uso de calculadoras gráficas, o uso de calculadoras simbólicas, o uso de simulações, a construção de modelos, o teste de hipóteses numéricas dentre outras, passam a constituir o arsenal de estratégias que se usa para fazer matemática. É claro que mudar a forma de fazer matemática implica em mudar também as tarefas matemáticas e problemas tradicionais podem assumir versões mais complexas. Num segundo nível, o professor entende que a incorporação de novas formas de fazer matemática leva os educandos a desenvolverem novas formas de pensar e resolver problemas. Por exemplo, podem passar a utilizar mais as representações gráficas, os recursos de visualização, as construções geométricas dinâmicas, o pensar algorítmico, as regras heurísticas inferidas de situações anteriores, o teste da plausibilidade de hipóteses antes de tentar a sua demonstração, etc. (FROTA, 2011, p.7)
Quanto à crítica que se faz a essa concepção a autora nos alerta para a
dependência que pode acarretar pelo uso do recurso tecnológico, ou seja, o educando
pode restringir sua aprendizagem ao uso dessas tecnologias. Ou seja, mesmo mudando o
modo de pensar e de fazer matemática, o aluno está sujeito a essa dependência.
Na terceira concepção, que a autora denomina “matematizar a tecnologia”,
caracteriza-se em desvelar a matemática que está em ação nos objetos e processos
tecnológicos que usamos no nosso cotidiano que, segundo Frota (2011):
Nessa concepção a tecnologia pode ser incorporada à educação matemática, não como recurso ou ferramenta material ou simbólica, mas como um objeto curricular de matemática valioso em si e por si mesmo. Ela se torna objeto de estudo matemático e objetivo do estudo da matemática. O primeiro nível consiste num entendimento de matematizar a tecnologia enquanto fonte de temas matemáticos. Nesse nível reconhece se que há muito conhecimento matemático incorporado aos objetos tecnológicos e processos tecnológicos. Assim, o esforço do
27ensino e do estudo deve se concentrar no desvelar da matemática subjacente e incorporada a cada objeto ou processo tecnológico. (FROTA, 2011, p. 10)
No segundo nível Frota, (2011) esclarece que matematizar a tecnologia
modelando objetos e processos, consiste em entender que a educação matemática pode
visar o desenvolvimento da habilidade de elaborar modelos de objetos e processos com
um propósito em mente. Caracteriza-se pela capacidade de projetar tecnologias e de
adaptar a matemática disponível para resolver problemas reais e concretos, ou projetar
processos que criarão novas realidades sociais.
Reforçando esses conceitos, recorre-se a D’ Ambrosio (1998), que afirma:
O indivíduo, ao mesmo tempo que observa a realidade, a partir dela e através de novas idéias (mentefatos) e de objetos concretos (artefatos), exerce uma ação na realidade como um todo (D’AMBROSIO, 1986, p.38).
Entende-se, portanto, que “Matematizar a tecnologia” é desvendar a matemática
que está presente em nosso cotidiano além de perceber que ela esta presente nos objetos
com outras linguagens, que vai desde a compreensão de um relógio digital a utilização
de GPs. Nesse sentido, trabalhar dentro da concepção matematizar a tecnologia é
contribuir para que o educando adquira o domínio dos princípios científicos e
tecnológicos que presidem a produção moderna, principio este assegurado pela LDB no
Art.36.
Assim sendo com as três concepções aqui detalhadas justifica-se a importância
que as novas tecnologias têm para com o ensino da matemática, desde que professores e
a alunos saibam manuseá-las para entender o que estão fazendo e, por fim, percebam a
importância do raciocínio para a solução dos problemas.
2.2 O papel do educador de matemática no laboratório de informática
É necessário que todo professor, desde já, se integre dentro do processo da
Tecnologia da Informação e Comunicação e incorpore essa metodologia dentro de um
contexto normal de sala de aula. Querendo lembrar que não vale apenas aceitar a TIC
como se fosse simplesmente um momento que isola a teoria da prática. Acreditando
28
que não seja simplesmente uma experimentação, pois a utilização dessa ferramenta,
dentro do contexto escolar, vem dando novos horizontes à educação.
Entretanto, os educadores estão todos diante da tecnologia que vem a cada dia
oportunizando professores e alunos enriquecerem as habilidades do pensar e tornando o
trabalho entre mestre e alunos mais participativo e motivado.
“Se um dos objetivos do uso do computador no ensino for o de ser
um agente transformador, o professor deve ser capacitado para
assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento pelo
aluno e não um mero transmissor de informações.” (Lopes, 2011).
Levando como base as informações dessa nova situação, é importantíssimo que
o professor “corra contra o tempo” e reflita sobre essa nova realidade, reformulando sua
prática constantemente, construindo novas formas de ação que permitam não só fazer
parte dessa nova realidade, com também construí-la.
Para que isso ocorra o professor tem que buscar utilizar os recursos que a escola
oferece, indo ao Laboratório de Informática nos momentos oportunos, de acordo com a
sua necessidade e, sem via de dúvidas, procurar ministrar sua aula não permitindo que o
professor do laboratório o faça, para não ficar subentendido que o ele foi buscar algo
melhor para benefício próprio e não para o aluno. Assim sendo, fica a entender que a
função do professor do Laboratório de Informática, que é dar suporte ao professor, está
em sintonia com Coordenadores e professores regentes, procurando juntamente com
eles softwares e sites que tragam novidades, colaborem com os professores da escola de
outras disciplinas na elaboração e execução de projetos educativos utilizando o LEI, etc.
Todavia, o professor tem o dever de ser eficaz em suas obrigações e, mais do
que nunca, onde ele precisa se apropriar das TIC e fazer com que elas o acompanhem
em seu dia a dia, da mesma forma que o livro didático faz parte de sua ferramenta de
trabalho.
Ele possa ser consciente que a diferenças da sala-computador é que o aluno, na
sala de aula, fica diante do professor e o quadro negro. Já no laboratório de informática
é uma realidade diferente, onde ele pode manipular o software e ser capaz de visualizar
algo que reforça a sua compreensão e consiga comparar com a sua realidade.
29
Mas, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, deve mobilizar-se, preparar-
se para o uso do Laboratório de Informática na sua prática diária de ensino-
aprendizagem. Não se trata, de se tornar um técnico em informática, mas reconhecer as
possibilidades e criar condições para que se apropriem, professor e aluno, do
conhecimento.
Por fim, qualquer professor pode ser mais do que um mero transmissor de
informações, desde que se sinta realmente incomodado a ponto de buscar novos rumos
para sua prática profissional.
30
CONHECENDO A REALIDADE
3.1 Metodologia
É pertinente no projeto de pesquisa a definição prévia dos pressupostos
metodológicos a serem empregados. Este trabalho tem caráter explicativo tendo como
preocupação central identificar fatores que determinam ou contribuem para o
entendimento do uso das TICs no processo ensino aprendizagem de matemática, por
meio de análises qualitativas e exploratórias.
Para Gil (1994, p.42) pesquisa tem por objetivo fundamental “descobrir
respostas para problemas, mediante o emprego de procedimentos científicos”. E pra
chegar essas respostas, confirmar ou refutar as hipóteses levantadas inicialmente foram
utilizados a pesquisa bibliográfica de diversas fontes documentais como livros e artigos,
além de publicações na internet (teses, monografias e artigos) a respeito do tema
proposto. Partindo em seguida para entrevistas com os professores de matemática da
Escola André Cartaxo. A abordagem dos dados tem enfoque qualitativo para que se
possam analisar melhor as informações fornecidas pelos entrevistados.
3.2 Os laboratórios da Escola André Cartaxo
Nos últimos anos, a tecnologia vem se expandindo e ocupando espaços cada vez
maiores no cotidiano das pessoas. A escola, como um organismo vivo, não poderia ficar
inerte a essa realidade. Desde o ano de 2000 que a informática foi introduzida na
comunidade escolar da Escola de Ensino Médio André Cartaxo.
Essa nova tecnologia educacional entra em consonância com os Parâmetros
Curriculares Nacionais que indicam como um dos objetivos que os alunos têm de ser
capazes de “saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para
adquirir e construir conhecimentos”. Cada geração inventa, cria, inova e a educação tem
seu processo também de criação, invenção e inovação, principalmente no campo do
conhecimento. É preciso evoluir para se progredir, e a informática desenvolve os
31
assuntos com metodologia alternativa, que muitas vezes auxiliam o processo de
aprendizagem.
O primeiro Laboratório Educativo de Informática (LEI) foi montado na E.E.M.
André Cartaxo no ano 2000 com o projeto Airton Sena, composto por 7 computadores e
uma impressora de agulhas (ex.: LX300-Epson). Na época foi um momento de grande
euforia, a escola estava se “renovando”, atualizando-se junto às novas tecnologias. O
projeto que concorreu ao premio junto ao Instituto Airton Sena tinha como titulo
“Educar para irrigação, que a terra tem vocação”. Esse projeto foi desenvolvido e a
escola contemplada com os computadores. Com esses computadores a escola
desenvolveu apenas cursos básicos de informáticas para os alunos.
Em 2007 a escola foi contemplada com dois (LEI) compostos por 40
computadores e 1 (um) Data Show pelo Projeto Alvorada/convenio 197/200-PREGAO:
18/2007. Em 2009 foi implantado mais um LEI com 17 computadores e uma impressora
pelo Projeto MEC/SEESP - Pregão: FNDE 76/2009. Assim a Escola fica com um total
de 3 (três) Laboratório Educativo de Informática) que se encontra com 57 computadores
funcionando nos mesmos LEI e um Data Show.
Diante desses dados pode-se constatar que a Escola de Ensino Médio André
Cartaxo esta informatizada, os alunos têm a oportunidade de construir satisfatoriamente
sua aprendizagem. Entretanto essa realidade, esses recursos materiais não são
suficientes para tornar a escola preparada para o uso das novas tecnologias como
veremos nas colocações dos professores.
Hoje são desenvolvido no LEI os Projetos informática Educativa, Utilização do
Laboratório de Educativo de Informática e o Universo da Pesquisa. Entre os objetivos
desses projetos destaca-se:
• Integrar o aluno ao universo da tecnologia em beneficio do seu
crescimento pessoal;
• Ampliar seus conhecimentos além do livro didático.
• Apoiar o trabalho pedagógico escolar
• Envolver professores e alunos no universo da pesquisa;
• Interagir com turnos e turmas todos com os objetivos únicos de aprender;
32
• Transformar a busca pelo saber numa olimpíada interessante de quem
descobre mais para troca de informações;
• Disponibilizar a alunos e professores mais um recurso didático
pedagógico para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem,
utilizando a informática como eixo de ligação na construção de um
trabalho interdisciplinar, desta forma,
• proporcionar ao corpo docente e alunos da Escola André Cartaxo, acesso
a utilização desta nova ferramenta de trabalho, através de seu manuseio
prático, mesclado com conhecimentos teóricos.
• Empregar a informática como agente interdisciplinar para a
operacionalização dos componentes curriculares pelo método do
aprender fazendo.
• Utilizar a informática como mecanismo de divulgação do trabalho
escolar, inserindo a Escola André Cartaxo no mundo digital.
• Fomentar o uso intensivo dos recursos de TIC`s (Serviços de Tecnologia
da Informação e Comunicação do Programa GESAC) possibilitando a
aprendizagem e a formação de redes de conhecimento solidárias.
• Capacitar os professores, com auxilio do NTE-CREDE 20, para
utilização do LEI como ferramenta pedagógica indispensável no
desenvolvimento do ensino-aprendizagem.
• Divulgar trabalhos escolares de professores a alunos no ambiente Web,.
• Criar sites de divulgação dos projetos pedagógicos desenvolvidos na
escola e, também, serem publicados no portal ID BRASIL por
intermédio dos pacotes disponibilizados a Escola André Cartaxo.
• Ministrar aulas de informática aos pais de nossos alunos possibilitando-
os o acesso à internet e o manuseio de microcomputadores em outros
recursos.4
Esses objetivos segundo os professores entrevistados não foram atingidos ou
atendem a realidade das TICs na educação. Eles entendem que computador passa a ser o
“aliado” do professor na aprendizagem, proporcionando transformações no ambiente da
4 Objetivos retirados dos projetos apresentados pela escola e segue em anexo no final dessa pesquisa
33
aprendizagem e nas formas de ensinar. O corpo docente da Escola de Ensino
Fundamental e Médio André Cartaxo vem sentindo a necessidade de ensinar e aprender,
respectivamente, através da utilização de outros recursos didáticos além do quadro e
pincel e de outros métodos além de aulas puramente expositivas.
Entretanto, a informática adotada nesta escola está restringindo a pesquisa, ela
deve, portanto, integrar o aluno, o professor ao ambiente que as TICS proporciona, não
só como ferramenta, mas como recurso interdisciplinar, constituindo-se também em
alguma coisa a mais com que o professor possa contar para bem realizar o seu trabalho,
desenvolvendo com os alunos atividades, projetos e questionamentos, construindo assim
conhecimento significativo.
O laboratório de informática só tem sentido se servir como mais um recurso
didático-pedagógico que em conjunto com outras mídias proporcione ao aluno o acesso
a novos conhecimentos e a apreensão das novas tecnologias contextualizando-as e
fortalecendo os conceitos de interdisciplinaridade ou, até mesmo, a transdisciplinaridade
na escola. Disponibilizar a alunos e professores mais um recurso didático pedagógico
para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem, utilizando a informática
como eixo de ligação na construção de um trabalho interdisciplinar, desta forma,
proporcionar ao corpo docente e alunos da Escola André Cartaxo, acesso a utilização
desta nova ferramenta de trabalho, através de seu manuseio prático, mesclado com
conhecimentos teóricos.
De acordo com (FRÓES) os recursos atuais da tecnologia, os novos meios
digitais: multimídia, a internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e,
portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de texto mostra como alguém
pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo
datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que
escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um
pensar diferente.
Dessa mesma forma devemos entender a Informática, não é uma ferramenta
neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo, como vem sendo
realizado no âmbito dessa escola, mas um recurso que possibilita a construção do
conhecimento.
34
3.3 Concepção e perspectiva dos Professores
Diante das mudanças dos cenários sociais decorrente da atual revolução
industrial percebe-se uma constante necessidade da utilização de novos instrumentos
para transmissão das informações. O mundo capitalista e globalizado exige de nós
cidadãos uma postura firme e segura diante do aumento do progresso tecnológico e com
ele a demanda de mão de obra capacitada não apenas intelectualmente, mas ainda
tecnologicamente. E por isso o processo de educação não pode mais se apoiar apenas no
seu objeto principal de transmissão do conhecimento, o professor. Este capacitado e
orientado apenas para formar cidadãos que pudessem provocar mudanças sociais na
sociedade humanista.
As mudanças no campo do trabalho e na vida das pessoas podem por uma nova
postura no processo educacional inserido no seu meio e auxiliando o professor as novas
tecnologias de informações.
Começou-se com a utilização do televisor e das aulas, videoaulas, projeção de
slides, retroprojetor, até chegar ao mais novo e mais utilizado instrumento de
transmissão do conhecimento, o computador, acompanhado por ele o data show.
Ao observar as entrevistas realizadas os professores reconhecem que o governo
tem se preocupado em subsidiar financeiramente as escolas para que estas comprem
instrumentos tecnológicos como computadores e data shows. Esta pratica segundo o
professor A vem atingindo muito bem a maioria das escolas brasileiras. Elas estão se
modernizando e se incluindo na era digital, com a compra dos computadores e
montagem de laboratórios de informática. Este por sinal bastante equipado, moderno e
conectado a rede mundial de computadores, a internet. Mas, como em tudo que é novo,
muitos problemas, que chegam a dificultar o acesso por parte dos alunos, podem ser
observados.
Entre os problemas relatados, os professores, todos os entrevistados, citam que
boa parte das escolas recebe os computadores, instalam seus laboratórios, mas não tem
acesso a internet, dificultando assim o acesso a informação, transformando o ambiente
que deverá ser considerado a sala onde “os alunos percorrem-se novos horizontes,
35
viagens pelo mundo repleto novidades e curiosidades, numa simples sala de
informática, utilizando apenas cursos básicos de digitação”.( professor C )
Para o professor B, algumas escolas podem ter acesso à internet, mas ou a sala
do laboratório é pequena, ou a quantidade de computadores é insuficiente para atender a
demanda de alunos, levando assim a divisão da sala em grupos menores e com isso
desorganizando o horário direcionando á outras áreas do conhecimento. E essa realidade
é comprovada na maioria das escolas.
Outro problema a ser considerado segundo o professor D é a falta de
profissionais capacitados para direcionar o objetivo da atividade aplicada ao
conhecimento.
Como esse profissional é, na maioria das vezes, apenas um técnico em informática, portanto não tem a obrigação de um planejamento pedagógico de suas atividades e por isso, ficam os alunos dispersos na sala do laboratório, visitando sites de maneira irrelevantes no contexto educacional.( professor D)
A falta de capacitação não esta relacionado apenas ao professor encarregado dos
laboratórios,, o professor titular também apresenta certas dificuldade em lidar com as
TICS.
O professor titular, principalmente os das ciências ditas exatas e que exigem cálculos e gráficos como matemática e física, não carregam a sua bagagem uma formação tecnológica voltada a sua disciplina e aos conteúdos por ela apresentados. ( professor C)
Esse mesmo professor afirma que ainda existe no quadro de professores da
escola alguns chegam até a falarem que mal sabem ligar ou desligar o aparelho. Isto
pode até ter uma justificativa, pois temos em nosso quadro de profissionais professores
que estão a muito tempo na ativa, tiveram uma formação totalmente tradicionalista e
mais humanista como haverá dito inicialmente, sem ter contato algum com o mundo
moderno e tecnológico que hoje existe. Por isso, esse medo e recusa de enfrentar as
novas metodologias de ensino.
Outro ponto apresentado pelo professores dificulta a inclusão digital no processo
educacional é sobrecarga do profissional diretamente em sala de aula. Isso lhe toma
36
grande parte do seu tempo de planejamento das atividades, correlacionando as novas
tecnologias e os conteúdos programados na grade curricular, pois para que se obtenha
êxito nas atividades que são propostas é necessário que o professor tenha conhecimento
de sites, programas e conteúdos, que apresentem atividades relacionando ao conteúdo
programado anualmente, e para isso se faz necessário de um tempo extra, fora de sala de
aula, para planejamento de suas atividades.
As questões apresentadas pelos professores também são apresentadas por
Valente (2008) que afirma que o computador esta proporcionando uma verdadeira
revolução no processo ensino/aprendizagem pelo fato de ele ser capaz de ensinar, mas
trouxe também questionamentos e problemas, pois provocou insegurança nos métodos e
práticas educativas. Outro ponto apresentado pelo autor está relacionado ao custo
financeiro, “para implantar e manter laboratórios de computadores exige que os
administradores adicionem alguma verba ao já minguado orçamento da escola”.
(Valente, 2008, p. 136)
Ao questionar sobre a realidade local, no caso A Escola de Ensino Médio André
Cartaxo no município de Maurití os professores estão “satisfeitos” com o número de
computadores, mas a proposta pedagógica deixa a desejar, não há um trabalho
direcionado para o desenvolvimento da aprendizagem, aos alunos utilizam na maioria
das vezes com biblioteca, não existe programas, sites, que os alunos possam utilizar
para explorar um determinado conteúdo.
Para professora A, que ensina matemática nesta escola a quatro anos só utilizou
os computadores com seus alunos na resolução das questões do ENEM e do ESPAECE.
Para ela era preciso que os professores das ciências exatas desenvolvessem projetos que
possibilitassem o uso das TICs como orienta os manuais de capacitação.
Embora tantos problemas tenham sido apresentados, para os professores as tecnologias
de informação têm proporcionado ao processo de ensino aprendizagem uma maior
acessibilidade á oferta educativa, com a entrada de novos educadores com uma
formação mais atualizada, vai se abolindo todas as barreiras que dificultam o acesso às
oportunidades de educação e trabalho. E muitos objetivos propostos serão alcançados,
em grande escala e com qualidade, distinguindo as novas gerações de estudantes e
jovens brasileiros.
37
CONCLUSÕES
Não há dúvida de que, a utilização de novas tecnologias de informação atende às
novas necessidades dos alunos, é evidente que ela esta presente em todos os ambientes e
a escola não poderia de forma alguma ficar alheio e essa realidade. Hoje o uso da
tecnologia é essencial tanto para aluno como professore, o desconhecimento pode gerar
exclusão ou colocar as pessoas no grau de “analfabetos”, pó não saber utilizar-la.
Entretanto são muitos os empecilhos para se tornar eficaz a sua utilização, que
vai desde a aquisição de recursos materiais a formação de professores. Os incentivos
estão presentes, o governo vem aos poucos equipando as escolas e preparando
professores, mas os resultados ainda não são satisfatórios.
Contudo alguns avanços podem ser notados, o mito de que os computadores
assumiriam o lugar dos professores como aconteceu nas fabricas e indústrias já são
superadas, o computador já é tido como um aliado na tarefa de construção do
conhecimento. O que preocupa na verdade é a falta desses recursos na maioria das
escolas e a preparação e atualização dos professores. Pois o computador e o software
educacional, seja ele qual for, é uma ferramenta auxiliar do processo de aprendizagem
do aluno e que o professor deve ter o conhecimento desse recurso. Não é ter-lo que vai
garantir sucesso nas aulas, já que uma aula ruim é ruim com ou sem tecnologia. Isto
significa dizer que a qualidade está no conteúdo que deve ser bem planejado e
disponibilizado de modo que seja possível a aquisição de conhecimento pelo aluno.
Diante dos conhecimentos já existentes, os professores de matemática,
concordam e acreditam que uso das TIC, é considerado uma ferramenta de grande valia
dentro do contexto escolar. Conscientes da sua participação como o mediador do
processo de Ensino/Aprendizagem, confiante no seu dever, que sem via de dúvida, tem
a tarefa de pesquisar o software que melhor atenda a sua necessidade e de seus alunos.
Não esquecendo, que é fundamental compreender todas as suas paisagens gráficas para
poder ter resposta também as curiosidades dos alunos dentro do assunto estudado.
Sendo assim, o educador vai estar capacitado para enfrentar os desafios, que as
TICs impõem no processo ensino/aprendizagem aonde possibilitando aos educandos
resultados satisfatórios e assim, traga dias melhores para as nossas futuras gerações.
38
O computador passa a ser o “aliado” do professor na aprendizagem,
proporcionando transformações no ambiente da aprendizagem e nas formas de ensinar.
Os corpos docente e discente da Escola de Ensino Fundamental e Médio André Cartaxo
vêm sentindo a necessidade de ensinar e aprender, respectivamente, através da
utilização de outros recursos didáticos além do quadro e pincel e de outros métodos
além de aulas puramente expositivas.
Portanto, a informática quando adotada nas escolas deve se integrar ao ambiente
e a realidade dos alunos, não só como ferramenta, mas como recurso interdisciplinar,
constituindo-se também em alguma coisa a mais com que o professor possa contar para
realizar o seu trabalho pedagógico.
O corpo docente desta escola tem consciência de que os laboratórios de
informática só têm sentido se servir como mais um recurso didáticopedagógico que em
conjunto com outras mídias proporcione ao aluno o acesso a novos conhecimentos e a
apreensão das novas tecnologias contextualizando-as e fortalecendo os conceitos de
interdisciplinaridade ou, até mesmo, a transdisciplinaridade na escola.
Com esse estudo entendemos que o aluno, ao lidar com o computador ele
começa a explorar, a perceber e refletir sobre como ele próprio pensa. A Informática há
muito tempo vem atuando no cenário educacional e a cada dia ganha adepto na
utilização dos diversos softwares que tem definição específica para aplicação dos
cálculos matemáticos. Assim, os inúmeros recursos oferecidos por ele, vêm
revolucionando o campo matemático, aonde suas utilizações como instrumento de
aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós.
Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a
essa nova tecnologia, que nos professores precisamos encarar com responsabilidade e
compromisso.
39
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