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impressão Pedagógica 3 ] Direção-Geral: Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer CEEE: Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Jornalista Responsável: Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) Revisão: Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Design: Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Marketing: Jomara T Jomara T Jomara T Jomara T Jomara Teixeira eixeira eixeira eixeira eixeira Pré-Impressão: Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente: Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – Tel.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Tiragem: 15 000 exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. 4 Entrevista: o economista Luis Carlos Ewald, o Senhor Dinheiro, fala sobre alfabetização financeira EXPEDIENTE 22 Encontros temáticos: novo formato propõe ação aos educadores 28 Artigo: arte pra quê? Expoente 25 anos: construindo uma nova geração 8 [ índice Armindo Angerer Diretor-Geral Grupo Educacional Expoente Caros Educadores! Lá se foram 25 anos da fundação do EXPOENTE! Dizer que foram vinte e cinco anos tranquilos não seria adequado aos fatos, no entanto a história desta Instituição de Ensino mostra que foram anos de mais acertos que de erros... Esses vinte e cinco anos do EXPOENTE tiveram a contribuição prestimosa de colaboradores, de clientes e de fornecedores. Obrigado a todos. Nesta edição da Impressão Pedagógica, há um pouco da história do EXPOENTE nas páginas 8 e 9. No site www.expoente.com.br/25anos, aparecem detalhes dessa história. A IP nº 47 antecede a mais im- portante feira e congresso de edu- cação do país – a Educar. Depois de alguns anos ausente, o EXPOENTE retorna ao evento com o lançamento de três livros para o Ensino Médio e com as primeiras palestras virtuais, conteúdo que, a partir de agora, será constante no Portal Escola Interativa. Assim, o Expoente busca oferecer ao seu cliente conteúdo complementar ainda mais rico para tornar o dia a dia da escola mais significativo. As matérias que compõem esta edição, assim como as anteriores, sempre foram ricas em conteúdo e certamente foram de grande contri- buição aos educadores parceiros do Sistema de Ensino Expoente. Por essas razões, a entrevista do enge- nheiro e economista Luiz Carlos Ewald é altamente oportuna neste momento em que a “educação finan- ceira” aparece como uma das prio- ridades na formação dos alunos; aliás, com o envolvimento das famí- lias, essa educação financeira valo- riza-se ainda mais. A reportagem de capa sobre limi- tes é também das mais atuais! Quem não se questiona sobre esse assunto hoje? Para educa- dores e famílias, esse tema constitui constante preocu- pação. Por fim, parabéns à Silvia Castilho e à Mônica Palandi, assessoras pedagógicas do EXPOENTE, pelo brilhante artigo a respeito do Enem. Nada mais oportuno sobre essa gran- de mudança que vem acontecendo no sistema de ingresso no ensino superior. [ editorial Boa Leitura a todos. 10 Matéria de capa: a aceitação de limites faz parte do desenvolvimento pedagógico e emocional da criança 24 Projetos de leitura: criatividade desperta pequenos leitores IP-47-PRIVADA FINAL.pmd 15/04/2011, 10:35 3

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Direção-Geral: Armindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererCEEE: Sandra PoliSandra PoliSandra PoliSandra PoliSandra Poli

Jornalista Responsável: Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas(Mtb 3853/15/46v)(Mtb 3853/15/46v)(Mtb 3853/15/46v)(Mtb 3853/15/46v)(Mtb 3853/15/46v)

Revisão: Daniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela Sbeghen

Design: Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal NetoMarketing: Jomara TJomara TJomara TJomara TJomara Teixeiraeixeiraeixeiraeixeiraeixeira

Pré-Impressão: Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre StraubeFotolitos e Impressão:

Editora Gráfica Expoente: Antonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothAv. Maringá, 350 – Pinhais-PRAv. Maringá, 350 – Pinhais-PRAv. Maringá, 350 – Pinhais-PRAv. Maringá, 350 – Pinhais-PRAv. Maringá, 350 – Pinhais-PR

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Tiragem: 15 000 exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação

nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores,sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por

opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados.

4Entrevista: o economistaLuis Carlos Ewald, o SenhorDinheiro, fala sobrealfabetização financeira

EXPEDIENTE

22Encontrostemáticos: novoformato propõe açãoaos educadores

28Artigo: arte pra quê?

Expoente 25 anos:construindo uma novageração

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[ índice

Armindo AngererDiretor-GeralGrupo Educacional Expoente

Caros Educadores!

Lá se foram 25 anos da fundaçãodo EXPOENTE!

Dizer que foram vinte e cinco anostranquilos não seria adequado aosfatos, no entanto a história destaInstituição de Ensino mostra queforam anos de mais acertos que deerros...

Esses vinte e cinco anos doEXPOENTE tiveram a contribuiçãoprestimosa de colaboradores, declientes e de fornecedores. Obrigadoa todos.

Nesta edição da ImpressãoPedagógica, há um pouco da históriado EXPOENTE nas páginas 8 e 9. Nosite www.expoente.com.br/25anos,aparecem detalhes dessa história.

A IP nº 47 antecede a mais im-portante feira e congresso de edu-

cação do país – a Educar. Depois dealguns anos ausente, o EXPOENTEretorna ao evento com o lançamentode três livros para o Ensino Médio ecom as primeiras palestras virtuais,conteúdo que, a partir de agora, seráconstante no Portal Escola Interativa.Assim, o Expoente busca oferecer aoseu cliente conteúdo complementarainda mais rico para tornar o dia a diada escola mais significativo.

As matérias que compõem estaedição, assim como as anteriores,sempre foram ricas em conteúdo ecertamente foram de grande contri-buição aos educadores parceiros doSistema de Ensino Expoente. Poressas razões, a entrevista do enge-nheiro e economista Luiz CarlosEwald é altamente oportuna nestemomento em que a “educação finan-ceira” aparece como uma das prio-ridades na formação dos alunos;aliás, com o envolvimento das famí-lias, essa educação financeira valo-riza-se ainda mais.

A reportagemde capa sobre limi-tes é também dasmais atuais! Quemnão se questionasobre esse assuntohoje? Para educa-dores e famílias,esse tema constituiconstante preocu-pação.

Por fim, parabéns à Silvia Castilhoe à Mônica Palandi, assessoraspedagógicas do EXPOENTE, pelobrilhante artigo a respeito do Enem.Nada mais oportuno sobre essa gran-de mudança que vem acontecendono sistema de ingresso no ensinosuperior.

[ editorial

Boa Leitura a todos.

10Matéria de capa: a aceitaçãode limites faz parte dodesenvolvimento pedagógico eemocional da criança

24Projetos de leitura: criatividadedesperta pequenos leitores

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AlfabetizaçãoFinanceira

Economista e engenheiro, pós-graduado em Mercado de Capitaispela Fundação Getúlio Vargas, ondeleciona a disciplina de Finanças noscursos de MBA, Luis Carlos Ewaldficou conhecido como Senhor Dinheiroao participar do Fantástico em umquadro de orientações e dicas sobreeconomia doméstica e orçamentofamiliar. Com voz firme e cativante,

Ewald encanta por sua maneiradescontraída e prática de tratar umtema considerado maçante –educação financeira.

No início de abril, centenas depessoas se reuniram na 6a ExpoMoney, em Curitiba (PR), para ouviros conselhos do Senhor Dinheiro.Apesar das brincadeiras, o SenhorDinheiro leva o tema a sério.

“Problemas financeiros atrapalham avida pessoal e profissional. Quemconsegue trabalhar pensando nasdívidas?” Por isso, segundo ele, oimportante é começar a educaçãofinanceira desde cedo. É aalfabetização financeira. A RevistaImpressão Pedagógica conversousobre esse tema, com exclusividade,com o economista e professor.

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revi

sta

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IP – Quem é o principal res-ponsável pela educação financeirade uma criança: a família ou aescola?

Luís Carlos Ewald – Essa é umaboa pergunta! Eu acho que todo tipode educação deve sempre começarem casa, principalmente em relaçãoà parte financeira, em que a principallição é o exemplo. Com uma mãeconsumista e um pai gastador, serámuito difícil que uma criançacompreenda os ensinamentos deeducação financeira da escola.

IP – Como as instituições deensino devem iniciar a alfabeti-zação financeira?

LCE – As escolas podem edevem criar projetos de educaçãofinanceira. Mas um dos primeirospassos é reunir os pais, apresentar oobjetivo do programa e mostrar que oexemplo vem de casa. São os paisque devem estabelecer limites para osfilhos, esclarecendo o que podem ounão podem comprar em função doorçamento doméstico. Eles devemfalar claramente: “Não está na hora”,“Eu não tenho dinheiro”, ou “Você nãoestá na idade de ter isso”. Recen-temente, por exemplo, queriam dar umlaptop para minha neta, de 6 anos, eeu me revoltei. Não aceito de jeitonenhum. Já avisei à família que estáproibido.

IP – A pressão de consumodas crianças é um problema realpara as famílias, e acaba gerandouma situação de comparação so-cial entre os alunos dentro daescola. Como lidar com isso?

LCE – Eu sou absolutamentecontra criança com computador,laptop, celular etc. Sou contra. Nãopodemos queimar etapas. Indepen-

dente dos pais terem ou não dinheiropara comprar, a escola deve deixarclaro que não é aconselhável. Existemalguns rituais de passagem queprecisam ser seguidos. É claro quejogar e brincar de quebra-cabeça comuma criança dá trabalho, por issomuitos pais preferem deixá-labrincando sozinha no computador. Eudigo sempre que quem não quer ter otrabalho de cuidar do filho que nãotenha filhos. É inclusive muito maisbarato (risos). Criar um filho custa ummilhão de reais no nosso atual padrãoeconômico.

IP – De que maneira a escolapode inserir a educação financeirana grade curricular? Dentro dadisciplina de Matemática ou demaneira transversal, em diversasdisciplinas?

LCE – Já existem iniciativasmuito interessantes, até mesmo emescolas públicas, que dividem aeducação financeira principalmenteentre as disciplinas de História,Geografia e Matemática. Assim oensino não fica maçante e tedioso. Emcada uma delas, o aluno aprendeaspectos diferentes, como o uso dodinheiro, o comportamento social e oconsumo. Algumas universidades jáestão colocando na grade letiva pales-tras sobre planejamento financeiro,renda variável, investimento e mercadode ações. Mas tudo ainda é muitoembrionário.

IP – Qual é a idade apro-priada para começar a educaçãofinanceira de crianças?

LCE – Eu dei um porquinho,desses de guardar moedas, paraminha neta quando ela tinha quase 4anos. Cada vez que ela encontravaalguém da família, pedia uma moeda

de R$1,00. Ao final de um período, elaconseguiu guardar R$110,00 ecomprou a bicicleta que queria. A partirde 4 ou 5 anos, a criança já consegueentender a recompensa que virádepois.

IP – Muitos pais oferecemcompensações financeiras aosfilhos em troca do desempenhoescolar. É uma atitude aceitável?

LCE – Isso é um critérioindividual. Na minha opinião, não éruim. Eu mesmo costumava passarpor isso com meu pai. Quando euqueria ganhar uma revista ou um gibi,ele me dizia “vamos ver seu boletim”.Aquilo funcionava como um estímulo,um incentivo.

IP – Mas não existe o risco dea criança aprender a barganharnotas por dinheiro?

LCE – Eu não vejo por esseângulo. Premiar uma boa nota nãoquer dizer que a criança está sendocomprada, mas estimulada. É claroque crianças devem ser tratadascomo crianças, sem que o fatordinheiro seja sempre o mais impor-tante, mas nós, adultos, funcionamosda mesma maneira na vidaprofissional. Quem não quer serrecompensado?

“Independentedo valor, a

escolaprecisa deixarclaro que nem

sempre ospais devem

comprar tudoimpressão Pedagógica [ 5

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LançamentosExpoente na Educar

A participação do GrupoExpoente na 18a edição daEducar – Feira Internacional deEducação, que aconteceem São Paulo de 18 a 21 demaio, será marcada pelolançamento de três obrasdirecionadas especialmenteao Ensino Médio. São livrosparadidáticos de Filosofia,Sociologia e Arte, produzidospelo Centro de Excelência emEducação Expoente (CEEE).

“O formato permite maioraprofundamento e embasamento deconteúdos, em consonância com asnormas da PNLD, proporcionando aprofessores e alunos uma propostapedagógica única e de progressãodidática articulada com o currículodas três séries do Ensino Médio”,explica Elizabete Piscke,Coordenadora de Desenvolvimentode Material Didático.

Outra atração será adivulgação das Palestras Virtuais,

novo canal do Portal EscolaInterativa, direcionado às escolasconveniadas ao Sistema de EnsinoExpoente. Os visitantes do estandepoderão assistir às palestras:Tecnologias em Sala de Aula, com aprofessora Rosana Romanó,Coordenadora do curso de Sistemasde Informação da FaculdadeExpoente; Reforma Ortográfica, como professor Élio Antunes; e OrienteMédio, com o professor Arno Boing,ambos docentes do Ensino Médio

[ edu

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das Unidades Expoente emCuritiba (PR).

Por meio de kits demons-trativos, os profissionais daassessoria pedagógica da insti-tuição também proporcionarãouma oportunidade para queeducadores e gestores educa-cionais aprofundem seus conhe-cimentos sobre a proposta peda-gógica e sobre os MateriaisDidáticos e ParadidáticosExpoente.

Uma das novidades da feiraé o espaço Arena, palco depalestras e workshopspedagógicos dos parceiros doevento. O Grupo Expoenteoferecerá a palestra “InteligênciaAdormecida – como despertá-lana prática da Educação Infantil”,apresentada pela professoraLiliane Dutra, proprietária e

Diretora da Escola Caminhodo Sol, de São João DelRei (MG), conveniadaao Sistema de Ensino.O projeto tem o objetivode investigar a influênciadas práticas familiares eescolares na formação dointelecto da criança naEducação Infantil.

Em paralelo à feira,acontece 18o Educador –Congresso Internacional deEducação, que em 2011 terá comotema A Educação transforma oureproduz a sociedade? Em quatro dias,os participantes poderão escolher entremais de cem palestras e mesasredondas com profissionais nacionais einternacionais renomados.

Uma das novidades dessa ediçãoé a realização do 1o Edutec – SeminárioInternacional sobre Tecnologias para

Educação, que terá a participaçãodo consultor técnico do Expoente,Maurício Gebran, com a palestraOtimização dos laboratórios deinformática nas escolas. O softwareeducativo morreu?

Para participar , faça suainscrição no www.educador.com.br.

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25 ANOSGERAÇÕESCONSTRUINDO

E HISTÓRIAS PARA CONTAR

Conheça os passosde uma históriavoltada à excelênciaem educação

EXPOENTE

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Sistema de EnsinoInstituições educacionais de todo o país falam sobre a parceria com o Sistema de Ensino Expoente

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Desinteresse pelos estudos, distúrbiosde comportamento em casa e na escola,descontrole emocional, agressividade físicae verbal. Diariamente convivemos comcrianças e jovens que não aprenderam aaceitar regras, limites e frustrações. Famíliae escola vivem o dilema do equilíbrio entre arigidez completa e a tolerância total. Aomesmo tempo que não queremos criarcrianças amedrontadas e passivas, tambémnão desejamos ser responsáveis por umageração marcada por indisciplina edesrespeito.

“A aceitação de limites faz parte daconstrução de uma personalidade maisequilibrada e saudável. A criança precisaaprender a conviver socialmente, e precisaentender que vai ouvir não, e vai se frustrar,mas que isso faz parte da vida”, explicaCarla Baldini, psicóloga e diretorapedagógica do Colégio Villa Lobos, emRibeirão Preto (SP). Segundo ela, um dospapéis da escola é justamente ensinar acriança a sair do egocentrismo e perceberque existe um mundo que nem sempre vairealizar todas as suas vontades.

A psicóloga deixa bem claro qual é oprimeiro passo para se trabalhar limites na

Nolimite

O respeito às regras e a aceitação defrustrações fazem parte do aprendizado que

transforma crianças mimadas em adultos saudáveis

escola: “Antes de tudo é preciso ajuda dospais. A escola e a família devem estar demãos dadas nessa questão. Os pais temque entender que sozinha a escola nãocoloca esse limite”. Por isso, o Colégio VillaLobos desenvolve atividades deconscientização dos pais, como palestras eenvio mensal de textos para reflexão. “Nósexplicamos que o limite é importante nodesenvolvimento pedagógico e emocional dacriança. Um comportamento adequado, comrespeito às regras, faz com que o alunoconsiga se inserir melhor no ambienteescolar, o que potencializa aaprendizagem”.

A postura da instituição tambémprecisa ser bem definida. “Ao escolheremnosso colégio, os pais sabem qual é anossa filosofia, e sabem como nósvamos conduzir o processo de aceitaçãode regras”, completa Carla. No iníciodo ano letivo, a família recebe as normasda escola por escrito, assina e devolveuma cópia. Não se trata de umapreocupação jurídica, mas de um sinalde comprometimento e de aceitação.Somente depois disso, pode-se partirpara a próxima etapa – o aluno.

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A criançapercebe a

fraqueza doadulto e

tentaassumir ocomando

cumpridas. De nada adianta, porexemplo, proibir a entrada de celularna escola, quando sabemos que épraticamente impossível conferirisso. É muito mais coerenteestabelecer que não se podeutilizar o telefone dentro da sala deaula, e que o aparelho seráapreendido caso seja utilizado.Quando a escola não possui regrasdetalhadas, o professor tem que“inventar” o que fazer emdeterminadas situações. É a brechapara que aconteçam conflitostambém entre o posicionamentopessoal do profissional e dainstituição.

“Quanto mais minucioso oregimento, menos exceções vãoexistir e menos o professor vai ficarexposto a problemas. A direção e acoordenação também precisamreforçar a autoridade do professor nodia a dia, perante os alunos”, alertaMarcos Méier. Atitudes simplespodem criar um efeito poderososobre os alunos. (Veja Situaçõesiguais, reações diferentes)

Emcasa, o

comando estánas mãos dos

pais; na escola,com o professor. Equando as duasfiguras deautoridade nãoestão em sintonia?Na prática, o conflitoaparece quando afamília não aceita asdecisõesdisciplinadoras daescola. “Os pais

precisam entenderque algumas atitudesnão são de punição,

mas de correçãode

comportamentoe de postura.

Porém, é

preciso ser justo e coerente nasações. Um professor que, pelo maucomportamento de alguns, deixatoda a turma de castigo não estápromovendo a justiça”, alertaMarcos Meier.

Para evitar que os pais setornem advogados de defesa dosfilhos, intercedendo e interferindo emtodas as decisões da escola, asregras, as consequências e osprocedimentos devem ser muitobem explicados. Marcos Meierreforça as palavras de Carla Baldini:“A escola deve deixar claro quaissão os objetivos educacionais(bons modos, valores, respeito,princípios, ética) e explicar comovai atingi-los”.E que postura a instituição deveassumir quando se encontrano fogo cruzado entre pais e

Vínculo e autoridade“O abraço, o carinho e a

afetividade são fundamentais noprocesso de estabelecimentode limites e normas. Quando acriança cria vínculos com ospais e com os professores, elaaceita e recebe melhor as regras.Do contrário, vai sempre tentarcompetir e medir forças”, explicaMarcos Meier, psicólogo e mestreem educação. No entanto,esclarece ele, o adulto precisa terconsciência de sua autoridade.“Algumas atitudes de birra,competição e gritos sãodemonstrações de crianças quepercebem a fraqueza do adulto etentam tomar seu lugar. Se ela nãoreconhece o adulto como referência,ela mesma resolve assumir ocomando”, completa.

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Maria do Rosário alerta que oprofessor também precisa deconhecimento psicopedagógico dafaixa etária em que atua e das fasesde desenvolvimento da criança, paraque possa entender quais regras elimites são coerentes com acapacidade do aluno naquelemomento.

Em muitas escolas é comumque as regras de convivência sejamconstruídas em conjunto entreprofessor e alunos, por meio decombinados ou acordos

pedagógicos. A criançaparticipa, aprende a secomprometer e entendeque toda ação tem pesoe consequência. “Maspara incorporá-las, elastêm que fazer parte da

rotina. Os alunos menores,especialmente, precisam

ser constantementerelembrados. Não é deuma hora para outraque você fala e elesentendem”, ressaltaMaria do Rosário.

No Colégio VillaLobos, um bomexemplo de equilíbrio

entre instituição e alunosé o uso do boné. “Em

princípio nossa posição erade não aceitar o boné

dentro da escola, maschegamos a um acordocom os alunos. Dentroda sala é proibido, maspode ser usado nopátio”, conta CarlaBaldini. Segundo ela,outra vantagem dos

acordos é a vigilância daprópria turma, que se tornamais atenta e crítica emrelação aos colegas quedescumprem as regras.

Culpa e medoO psicólogo explica o que

leva alguns pais a interferiremtanto contra a escola. “Além dasensação de culpa por deixar o filhosob os cuidados de outra pessoa,eles também têm medo que acriança encontre na escola umafigura de autoridade mais querida.Por isso, mesmo queinconscientemente, muitos paiscompetem com os professores”,esclarece. “Ao invés de se tornarparceiro na educação do filho, o paise torna competidor e não admiteque a criança olhe o professor comadmiração”.

Marcos Meier também écategórico ao afirmar que muitasvezes a própria escola alimentaessa competição, em algunsdiscursos. “Escola é escola, não éfamília. Ela é formada porprofissionais que estão ali paraeducar. Isso precisa serconstantemente verbalizadopara os pais. Quando a escolase coloca como família, incentivaa sensação de competição coma família biológica”, alerta.Outra falha comum é que ospais sejam chamados na escolasomente em momentos críticos.Para Marcos, o relacionamentocom a família precisa serconstante.

Transformaçãoe equilíbrio

Em 38 anos de atuação naárea educacional, a psicólogaescolar e coordenadora do ColégioDourado, de Recife (PE), Maria doRosário Dourado Paiva observou deperto as transformações norelacionamento família–escola e asposturas em relação aos limites.“Primeiro o professor era soberano.A escola tratava os alunos com

rigidez e os pais apoiavam.Depois houve uma liberaçãototal, com pais perdidos ecom medo de frustrar osfilhos ao dizer não. Agoravejo que a situação estávoltando a ser um poucomais equilibrada. Os paisperceberam que apermissividade total não foiboa. Hoje, eles aceitammelhor a interferência daescola nesse processo ebuscam mais ajuda”, explica.

Além de reuniões periódicascom os pais, o ColégioDourado oferece palestras etextos de orientaçãopedagógica. “A equipe nãoespera só as reuniões paraconversar com os pais.Nós pedimos que eles nosavisem sobre qualqueralteração no cotidiano dacriança. Um final de semanadifícil ou um atrito familiar podemdeixar o aluno agressivo sem que omotivo real esteja na escola”,explica.

Umregimento

escolarminuciosodiminui aschances deproblemas

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Situações iguais, reações diferentesO respeito ao professor faz parte da aceitação das regras e limites da escola. Segundo o

psicólogo e mestre em educação Marcos Meier, as instituições de ensino devem ajudar a

reforçar a autoridade do profissional dentro da sala de aula. Isso pode ser feito com pequenas

atitudes.

Imagine uma situação cotidiana em uma escola. O diretor já combinou com o professor

que vai passar nas salas de aula para dar um aviso. Veja como duas posturas diferentes na

mesma cena podem modificar, mesmo que inconscientemente, a reação dos alunos:

Cena 1) O diretor abre a porta e entra na sala. O professor larga o giz, para de falar e

recua para o canto da sala. O diretor dá o aviso e vai embora. Imediatamente os alunos

pensam: “Nossa, meu professor não manda nada. O diretor aparece e ele morre de medo”.

Cena 2) O diretor bate à porta e pede licença para entrar. O professor autoriza. O diretor

dá o aviso e ao sair agradece e se desculpa por ter interrompido a aula. Imediatamente os

alunos pensam: “Nossa, até o diretor respeita meu professor. Eu tenho mais é que me comportar

porque ele tem autoridade por aqui”.

Palestra sobre limites, voltadaaos pais, no Colégio Villa Lobos

“A influência é tanta que até mesmouma criança indisciplinada em casase transforma na escola, em buscada aceitação do grupo”, afirma.

Em geral, as situações deconflito mais graves envolvemalunos adolescentes. “Eles batemde frente com o pai, a mãe e oprofessor, até por questão deafirmação de personalidade, isso étípico”, confirma Carla. No ColégioVilla Lobos, os alunos do EnsinoMédio frequentam aulas quinzenaisde orientação educacional.

“Nessa idade, o jovem jásabe o que é certo e errado. Burlaras regras e testar os limites fazparte dessa fase. A grande liçãodele é aprender a reconhecer,assumir e encarar asconsequências dos seus atos”,alerta Maria do Rosário.

“Ao final de um tempo, épossível perceber a evoluçãodaquele aluno. O processo éárduo e trabalhoso, masgratificante”, finaliza Carla.

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A tragédia provocada pelas chuvas na regiãoserrana do Rio de Janeiro, no início do ano, mobilizouo país para uma lição de solidariedade. Em meio àtragédia, a Escola CEC, de Nova Friburgo (RJ), reuniuforças para refazer a estrutura da instituição, quefoi atingida pela enchente. As escolasconveniadas ao Sistema de Ensino Expoentee os colaboradores e alunos do Expoente emCuritiba (PR) encaminharam livros, água,materiais de higiene e limpeza, e roupas emquantidade suficiente para encher um caminhãode doações. Para recuperar todos os detalhes daescola, foram 41 dias de muito trabalho. Exaustosmas felizes, os profissionais do CEC estavam debraços abertos para receber os alunos no primeirodia de aula. “Recomeçar após 20 anos defuncionamento nos traz força e serenidade, nos fazreavaliar nossas vidas até aqui, a rever valores eprioridades, nos faz ver a iminência da construçãode um mundo melhor e reforça a nossa missãode formar indivíduos melhores. Umaexperiência como essa nos ensina a sermosdiferentes, ficar sem água, sem luz, semestrada, sem carro, sem combustível, semtelefone, sem internet, sem vaidade, em meioa tanta lama e tantas perdas, nos desnuda detal maneira, que nos faz enxergar o que sabemosmuito bem: as coisas simples são as maisessenciais e o que realmente importa são as pessoasque estão ao nosso lado”, declara Adriane dos Santos,Diretora da instituição.

Lição de

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Solidariedade

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O Colégio Dom Helder, de Afogados da Ingazeira (PE), participou da primeiraedição do concurso Doodle4Google no Brasil, promovido pelo site Google e direcionadoa crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de todo o país. Com o tema Brasil doFuturo, os alunos do Colégio Dom Helder usaram a imaginação para criar diversasreleituras em desenhos da logomarca do Google, conhecidas como doodle, utilizadaspela empresa em datas comemorativas. Para motivar a participação dos alunos, aempresa anunciou que para cada desenho recebido será plantada uma árvore. Oconcurso, que já é tradicional em outros países, teve a parceria da ONG ambientalTNC (The Natural Conservancy) e o IBF (Instituto Brasileiro de Florestas).

Uma trajetória de inovação e qualidade de ensino. No início do ano, o ColégioDimensão, de Navegantes (SC), comemorou 25 anos de existência. A instituiçãocomeçou sua história de sucesso em 1986, como Jardim de Infância Bambino,voltada à Educação Infantil. Com o passar dos anos, como resultado da competênciae do comprometimento com o ensino, surgiu o Colégio Dimensão, que atualmenteatende os níveis Infantil, Fundamental e Médio. “Essa história de sucesso não foiconstruída de um dia para outro, como todo processo de crescimento, o ColégioDimensão é o resultado de muito trabalho, competência e, especialmente, envolvimentode pessoas altamente comprometidas com a Educação”, afirmam Martinha Corrêa daSilva e Rosana Fátima Gaya, proprietárias da instituição.

Desenhando para o Google

Bodas de Prata

A Escola Tio Patinhas, de Marmeleiro (PR), e o Colégio Futura Vividense,de Coronel Vivida (PR), foram premiados no Concurso Agrinho 2010, promovidopelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Administração Regional doEstado do Paraná (Senar). Os alunos foram selecionados por séries. PelaEscola Tio Patinhas, os alunos Isadora Crestani Lui, da 4a série, e LeonardoRuffato, do 3o ano, conquistaram os segundos lugares na categoria Redação.Pelo Colégio Futura Vividense, Isabela Strapazzon Holtz, da 2a série, eStéphano Bernardo Petzhold Ferri, da 5a série, ficaram com os primeiros

lugares na mesma categoria. Com o tema Saber e atuar para melhorar omundo, os textos foram avaliados e pontuados de acordo com critérios deoriginalidade, coerência, e clareza nas ideias.

Premiações Concurso Agrinho

Ensinando com Amor!Ensinando com Amor!

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Em uma cerimônia emocionante, o Colégio e Curso Interativo, de Itabuna (BA), reinaugurou suabiblioteca com uma homenagem a um dos fundadores da instituição – Talma Alves Minervino, falecido em2009. “Ele foi uma pessoa com um conhecimento irrefutável, ler era uma de suas atividades predileta, liamuito, e estimulava os seus alunos e quem estivesse a sua volta a lerem também. Não havia outramaneira de homenageá-lo que não fosse batizando a nossa nova biblioteca com seu nome”, afirmaMárcia Rejane Santos Minervino, esposa e diretora da instituição. No evento de reinauguração da biblioteca,que aconteceu no final do ano passado, os alunos prepararam uma dramatização da obra O PequenoPríncipe, primeiro livro lido porTalma Minervino. Ao términoda apresentação, os quatrofilhos do educador, Tárcio,Tarcila, Thaíse e Márciorepresentaram as atividadespreferidas do pai: motociclis-mo, pesca em alto mar, leiturae aviação e, junto com a única neta Bianca, distribuíram sementes de girassol para a platéia. “Cada umque passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só. Leva um pouco de nósmesmos e deixa um pouco de si mesmo. E esta é a maior responsabilidade de nossa vida. Semearmosboas sementes para obtermos bons frutos. Talma nos deixou bons frutos e muitos princípios éticos, paradarmos continuidade a nossa missão de educadores, foi um homem sábio, cumpriu sua tarefa e deixauma herança, para os filhos de seus filhos... o incentivo a leitura”, assegura Márcia.

Homenagem entre livros

Aprovações contagiantesA euforia e a sensação de dever cumprido dos alunos ao serem aprovados no vestibular contagiam também

os profissionais das instituições de ensino, que compartilham os méritos desse sucesso. As escolas conveniadasao Sistema de Ensino Expoente na região Nordeste estão em festa pelos resultados de seus alunos.

[ conveniadas

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Com o projeto pedagógico“Criança Segura, Criança Feliz”, oCentro Educacional Candeias, deJaboatão dos Guararapes (PE), mos-trou que é possível conscientizar,educar e divertir as turmas de Educa-ção Infantil. Após uma pesquisa emsala de aula, constatou-se que o índicede acidentes domésticos entre ascrianças, principalmente queimadurase quedas, era relevante na história dospequenos.

O objetivo do projeto foi cons-cientizar as crianças entre 2 e 5 anosquanto aos riscos de acidentes ao seuredor, em casa e na escola, muitasvezes causados por imprudência ou

em primeiro lugarSegurança

Com criatividade, escola conscientizacrianças sobre os riscos de acidentes

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desconhecimento. O projeto trans-correu ao longo de dois meses,divididos em etapas criativas edivertidas, com teatro de fantoches,passeio de trenzinho, contação dehistórias, entrevistas com os pais,produção de mural e de desenhos,exibição de filme educativo e muitomais. A partir do conto de Ziraldo “APipa do Menino Maluquinho”, porexemplo, as crianças aprenderamsobre os cuidados com essabrincadeira. Em um passeio ciclístico,eles perceberam a importância do usode equipamentos de proteção para osciclistas mirins. Os professorestambém foram envolvidos em ativi-

dades de capacitação, como treina-mento e palestra sobre como prestarprimeiros socorros a crianças. Naetapa final ocorreu a apresentação deuma peça teatral produzida pelascrianças.

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Mais do que garantir uma vagano ensino superior, o Exame Nacionaldo Ensino Médio – Enem somentedeverá ser revolucionário, levandoinstituições educacionais públicas eprivadas (em todos seus segmentos)a repensarem seus conceitos esuas práticas educacionais. Emnossa ativid Expoente, percebemosdiariamente a preo-cupação dasescolas conveniadas frente a essenovo desafio.

Com a proposta de avaliar aqualidade do Ensino Médio, tendocomo base a aplicação de uma provaanual padronizada, o Enem criademandas que não existiam. Obrigaas escolas a repensarem suas bases.Exige dos professores uma sériecomportamentos e atitudes que antesnão lhes eram comuns. Enfatiza anecessidade de leitura e de atuali-zação constante dos estudantes e,em contrapartida, dos educadores.Propõe, por meio de suas questões,o desenvolvimento do raciocínio, da

capacidade de se relacionar, dapossibilidade de ir além da meramemorização de fórmulas e dados. Aocontrário da maioria dos vestibulares,em que cada disciplina tem seupróprio conteúdo, a prova do Enemrevolucionou essa prática, trazendocomo diferencial disciplinas inte-gradas, priorizando a interdiscipli-naridade, a avaliação de competên-cias e não apenas dos conteúdosespecíficos.

Acompanhamos de perto asmudanças que o Ministério daEducação (MEC) realizou junto aoEnem. A principal foi a substituiçãodo vestibular em grande parte dasuniversidades federais brasileiras, coma intenção de acelerar o ritmo dareorganização curricular e estruturaldo Ensino Médio, que ainda era refémde conteúdos até então ditados pelosvestibulares e de dinâmicas distantesda realidade de sala de aula.

Por Silvia Castilho e Mônica Palandi

Reflexões sobreo Enem

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E a cada edição do exame, nos pergunta-mos: “como anda a prática pedagógica emsala de aula?” O Enem provoca em nós,educadores, reflexão que nos instiga aredimensionar a dinâmica da sala de aula apartir dos referenciais de competências ehabilidades exigidas nesse novo modelo deexame nacional.

Mas o maior questionamento que aindafazemos é: “de que forma a escola que estáancorada em um modelo de educação dequalidade irá preparar eficientemente seusalunos para o Enem?” Essa pergunta nos levaa refletir sobre a educação que queremosconstruir com os nossos alunos. Chegamosà conclusão de que não há mais como deixarde exercitar o raciocínio lógico, fundamentadoem uma dinâmica trabalhosa, porémsatisfatória, que relaciona conteúdos à práticae ao exercício do pensar, do agir, do construire do interagir com o contexto da sala de aulae do mundo.

Nas reportagens educacionais publi-cadas na mídia, já se percebe a preocupaçãode algumas redes privadas, que estãoreprogramando suas linhas de ação em buscada melhor preparação de seus alunos paraessa nova demanda. Apesar das boasintenções, muitas erram o alvo porqueassumem essas novas atitudes focando(propositalmente) nos resultados do Enem.Não percebem que a formação ampla, crítica,cidadã, ética, e multidisciplinar pretendida éo principal e verdadeiro objetivo. Elascontinuam preparando mais para uma provado que para a vida, os relacionamentos, otrabalho, e a felicidade.

Contando com profissionais altamentecapacitados, o Centro de Excelência emEducação Expoente desenvolveu um materialriquíssimo, que fornece subsídios para essanova proposta educacional desde o início daformação do aluno. Reforçamos a nossa

parceria com as escolas conveniadas pelofato de contarmos com um material didáticoque permite trabalhar conteúdos de formainterdisciplinar, desde a Educação Infantil, pormeio de atividades que desenvolvemhabilidades e competências.

E nós, assessoras pedagógicas doGrupo Expoente, reforçamos essa propostaem nosso trabalho diário em instituições detodo país, auxiliando na preparação dosprofissionais de educação. Orientamosprofessores e mantenedores a usarem todasas ferramentas de que dispõem (laboratóriosde ciência, bibliotecas, salas de informática,quadras, além do suporte do Portal EscolaInterativa) e a pensarem que, muito antes decursarem o Ensino Médio, nossos alunosdeverão sua capacidade de ação para alémdos limites escolares, o que pode serauxiliado pelo professor com a proposição deatividades externas (visitas a cinemas,museus, shows, exposições e mostras).

Nosso tema pedagógico 2011, Arte -Leitura de Mundo, tem justamente o propósitode promover uma abordagem ampla desde asséries iniciais, para que nosso aluno não seprepare apenas para uma prova, mas para quese torne um cidadão na integridade do termo,gerando benefícios futuros para toda asociedade.

Silvia Castilho e Mônica Palandi sãoAssessoras Pedagógicas do Centro de

Excelência em Educação Expoente (CEEE)

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A busca pela inovação, o exercício da criatividade ea valorização das diversas formas de interpretar arealidade ao nosso redor, propostos pelo TemaPedagógico Arte – Leitura de Mundo, serão colocadosem prática nos Encontros Temáticos Expoente em2011. Em um ciclo de palestras e oficinas, professores,coordenadores e gestores participarão de momentos dereflexão, discussão e ação, voltados a reforçar aeducação humana, sob perspectiva crítico-reflexiva.Esse ano, o evento será marcado por uma série denovidades voltadas a sensibilizar os educadores para apercepção de como o outro lê o mundo e o interpreta. A

Em novo formato, Encontros Temáticos propõemreflexão, discussão e ação de educadores

práticaDa teoria à

participação ativa do público será fundamental nesseprocesso. “Queremos interação, pois ao trocarmosexperiências incorporamos novos conhecimentos evalorizamos o saber do outro.”, afirma Sandra Poli,gerente do Centro de Excelência em EducaçãoExpoente (CEEE).

Serão oferecidas três modalidades de oficinas, aserem previamente selecionadas pelos participantes:música, artes plásticas e teatro/dança. O públicoparticipará desde o processo de escolha dos temas atéa montagem e apresentação das oficinas. Além depropiciar o trabalho em conjunto e não de formacompartimentada, cada oficina será encaminhada apartir das preferências e realidades dos participantes.“Essa sistemática propiciará aos profissionais deeducação a vivência de interação de trabalhos, por

Educadores detodo o país têmoportunidade detrocar idéias eexpêriencias

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eixos, por temas, para posteriormente desenvolver comos alunos um trabalho que integre disciplinas,desenvolva habilidades, preparando-os, de forma natural,não só para o Enem, mas também para a vida.”, afirmaSandra Poli. Algumas das características atualmenteconsideradas fundamentais para o desenvolvimentopessoal e profissional, segundo ela, podem serestimuladas por meio da arte.

HistóricoOs Encontros Temáticos surgiram com o objetivo

de proporcionar momentos de reflexão e discussão detemas fundamentais para o aprimoramento da práticapedagógica. Desde 2005, o Expoente oferece àsescolas conveniadas ao Sistema de Ensino essaoportunidade para atualização pedagógica e troca deexperiências. Os eventos são realizados anualmentenas principais cidades do país. A inscrição é exclusivaaos professores, coordenações e diretores das escolasconveniadas. Para participar, basta preencher a ficha deinscrição no convite do evento, que também está nosite: www.escolainterativa.com.br.Em seguida, envie as fichas por fax (41) 3312-4090 oupor e-mail [email protected].

O público poderáescolher entre

três modalidadesde oficinas

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Uma biblioteca vazia,interditada. No lugar dos livros,folhas secas espalhadas pelasestantes e pelo chão. Na volta àsaulas, os alunos da Escola Caminhodo Sol, de São João Del Rei (MG),foram surpreendidos por essecenário. Após o susto inicial, elesforam convidados a dar nova vida àbiblioteca. Nas semanas seguintes,alguns exemplares foramencontrados nos cantos da escola,e as crianças se mobilizaram para

O despertardo leitor

trazer livros de casa. “Até os paisnos ligavam para saber como ajudare o que havia acontecido. Entãofalávamos sobre o projeto, maspedíamos que o segredo fossemantido”, explica Liliane dos SantosDutra, Diretora Pedagógica dainstituição.

O segredo? Todo aquelecenário foi uma maneira criativa deapresentar o projeto de incentivo àleitura “Biblioteca Viva eMultimodalidades”, desenvolvido

durante o ano de 2010 nas turmasdo Ensino Fundamental. Um mêsdepois, para alegria das crianças, abiblioteca foi reinaugurada em climade magia. “Estava toda decoradacom cópias das obras de Portinari,e cenários montados especialmentepara a ocasião. O projeto integrouliteratura, arte e releituras digitais”,afirma Liliane.

Em 2010, as crianças doEnsino Fundamental da EscolaCaminho do Sol também tiveram a

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Criatividade nosprojetos deincentivo à leituraencanta alunos

oportunidade de ver seus textoseditados e publicados, como partedo projeto Pequenos Escritores.Mas uma das atividades literáriasmais duradouras é a Gripe Literária,que começou há seis anos e segueaté hoje. Na época, o país vivia opavor da gripe aviária, e o escritorRubem Alves declarou que a leituradeveria ser tão contagiosa quanto agripe. A partir desta ideia, toda aescola foi contaminada. “Nas aulasde balé, de informática, de futebol...

não importava. Durante algunsminutos por dia, a escola inteiraparava para ler”, conta a diretorapedagógica. Na época, uma duplade bonecos se transformou no xodódos alunos. Lenito e Lenita, criadospor Liliane com a missão dedisseminar a cultura literária,participam de todas atividadespedagógicas. “A presença deles ésignificativa para as crianças. Osbonecos gostam de ler, sãoorganizados, usam uniforme, têm

boas maneiras. A cada dia, elesdormem na casa de um aluno, queprecisa cuidar deles”, explica. Acriatividade é uma das marcas dainstituição, e Liliane afirma que osucesso dos projetos se deve aoenvolvimento de toda a equipe, quesugere, aceita e põem em prática asnovas ideias.

Na Bahia, em Paramirim, aEscola Arco Íris também despertoucom criatividade este gosto peloslivros, que acompanha alguns

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alunos por toda a vida. Por serdirecionado à Educação Infantil, oprojeto Palco de Leitura uniuliteratura, fantasia e criatividade.“Para motivar os pequenos,precisamos criar enfeites e aguçar afantasia do aluno por meio dospersonagens”, afirma PatríciaCardoso, vice-diretora e proprietáriada instituição.

Com a ajuda da família, cadaaluno do Nível II ao 1o anoselecionou um livro e preparou umaapresentação. Em um palcomontado dentro da própria sala deaula, a cada semana, uma criançaapresentou sua história fantasiadado personagem principal do livro.“No sorteio semanal, feito paraescolher o próximo leitor, ascrianças ficavam eufóricas, torcendo

para serem escolhidas. Além dissopromovemos uma interação entre asturmas, permitindo que uma classeassista à apresentação da outra”,conta Patrícia Cardoso.

Toda a dinâmica de contagemda história era criada pela família,que, no dia, podia participar e ver aapresentação de seus filhos. Aofinal, cada criança presenteou oscolegas com uma lembrançarelacionada ao livro. “Não importavao valor, podia ser uma bala ou umchaveiro. O que valia era osimbolismo”, afirma a vice-diretora.No final do ano, todos participaramde uma grande festa a fantasia, comprofessores, alunos e familiares.

A Escola Meu Caminho, deJequitinhonha (MG), desenvolveprojetos específicos para alunos de

diferentes faixas etárias. A turma domaternal, que ainda nem aprendeu aler, faz a “releitura” de históriasinfantis. A criança leva para casauma cadeirinha enfeitada e, juntocom os pais, prepara umahistorinha. De volta à escola, elasenta na cadeira e conta a históriapor meio das figuras. Para os alunosdo Ensino Médio, foi criado o projetoMinha Vida, desenvolvido nas aulasde Língua Portuguesa. Os jovenscriam textos com a história de suasvidas, e editam seus próprios livroscom fotos e recordações. Muitosaprendem sobre si mesmos coisasque não sabiam, e o resultado,normalmente, se torna um presentepara toda família.

A Escola Início da Vida, deJoão Pessoa (PB), acrescentou o

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tempero do folclore ao seu plano deincentivo à leitura. A união resultouno projeto Lendo e Criando Históriaspor meio da Música Folclórica,desenvolvido ao longo de 2010 comalunos do Maternal à 5a série doEnsino Fundamental. Cada turmaescolheu uma música folclórica(cantiga de roda ou de ninar, porexemplo) para ser recontada emuma história coletiva. Em seguida,os alunos deram vazão à criatividadee à imaginação para produzir novashistórias e ilustrações. Ao final, todoo material foi transformado em livros.Durante a tarde de autógrafos, comfesta e participação dos familiares,os alunos realizaram adramatização de seus livros.

Dessa forma, a instituiçãoespera ter contribuído para a pre-

servação da cultura regional aomesmo tempo em que despertounos alunos o gosto pela leitura.“Todo ano, nós desenvolvemosprojetos de incentivo à leitura, comtemas diferentes.

E é possível perceber clara-mente o resultado na progressãodos textos dos alunos ano a ano.Além do avanço na produçãotextual, eles tambémapresentam mais desenvolturana parte artística e na aprendizagemde forma geral”, afirma Maria dasNeves S. Luz, CoordenadoraPedagógica da Escola Inícioda Vida.

Segundo Maria das Neves, oimportante é apresentar o universodos livros de maneira divertida,especialmente em um país onde

50% dos alunos possuemdificuldades de utilizar a leituracomo meio para adquirirconhecimentos em outras áreas.“A aprendizagem se torna maissignificativa quando a criançausa a imaginação para criar umcenário, desenvolver diálogos edramatizar a história, em especialquando a atividade é feita emgrupos”, afirma.

“A aquisição do hábito deler, leva o educando a compreenderque o ciclo de aprendizagemnão se encerra na escola. Elerepresenta apenas o iníciode uma fonte inesgotável deinformação e prazer”,conclui a Coordenadora.

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Século XXI. Milênios de conquistastecnológicas e culturais supostamente pos-sibilitam nosso bem-estar e realização, à custa,é claro, de muito trabalho. Nesse mundo deferramentas e utilidades, urgências e neces-sidades, métodos e soluções, permitimos asobrevivência de algo que para muitos parece inútilou, pelo menos, extravagante: a arte. Por quê?

Quando pensamos em arte, sabemos queestamos falando de uma infinidade demanifestações. Existe arte popular, erudita,conceitual, figurativa, abstrata, religiosa,acadêmica, contemporânea, minimalista, non-sense... As definições são tão variadas quanto anossa própria sociedade, formada por mais deseis bilhões de pessoas, e poderiam ocuparpáginas e páginas. Mas talvez só serviriam paraaumentar a angústia diante da pergunta: “E euno meio de tudo isso?” Afinal, arte pra quê?

Vou formular uma das muitas respostaspossíveis valendo-me de um exercício deimaginação. A partir de fatos reais, deixo claro.

Já que não sabemos onde nem quandoexatamente a arte nasceu, vamos nos ater aalgumas evidências que chegaram até nós. Nosudoeste da França, foi descoberto na décadade 1940 um complexo de cavernas, chamadoLascaux, que ficou famoso por suas pinturasrupestres. Estudos comprovaram que essaspinturas foram realizadas por volta de 15 mil anos

antes de Cristo. São mais de mil figuras repre-sentando touros, cavalos e outros animais.Mesmo feitas primitivamente com carvão epigmentos naturais, as pinturas impressionam atéhoje pela vivacidade e senso estético. Sãoalgumas das mais antigas manifestaçõesartísticas do homem ainda existentes.

O homem, nessa época, vivia uma luta diáriae ininterrupta pela sobrevivência. Frio, fome eameaças naturais eram constantes. Mas entãonos perguntamos: por que tantos se meteram porcentenas de metros dentro de cavernas paraperder horas de seu precioso tempo pintandoanimais, como crianças no jardim de infância,enquanto lá fora sua tribo vivia à beira da extinção?A principal hipótese está no que os pesquisadoresdenominam rituais propiciatórios. E eles, paramim, representam claramente uma das funçõesda arte. Vamos entender o que é isso.

O homem pré-histórico dessa região viviabasicamente da caça. E o sucesso da caça, alémda perícia do caçador, dependia do humor dosanimais, ou seja, eles precisavam procriar, crescere se deixar serem caçados, pois em algummomento surgiu entre os xamãs (artistas?!) aideia de que, se os caprichosos animais pudes-sem ser “imobilizados” ou “apreendidos” emdesenhos, poderiam ser igualmente capturadosno “mundo real”. O efeito preciso dessa operaçãonão sabemos, mas podemos supor que quanto

pra quê?ArteMarcelo Munhoz

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mais impactantes e críveis fossem esses rituais e seusdesenhos, mais inspirados e confiantes estariam oscaçadores para a caçada do dia seguinte. O propósito,o talento e a performance do artista-xamã, somadosà disponibilidade do espectador-caçador, influenciavamno destino da tribo de ambos.

Dessa forma vemos, a partir da necessidade desobrevivência naquele momento, que a arte surgiu comopossibilidade de conduzir o homem para além dascondições que se apresentavam, fazendo-o sentir quepenetrava e interferia nas forças que movem a natureza.Aquelas pinturas, associadas a transes ou“sugestionamentos” ritualísticos, produziam algo maisdo que o mero registro da caça. Elas mexiam com ocaçador por completo: seu corpo, sua mente e seuespírito (ou vontade, como queira). Isso é mais do quesimples conhecimento sobre a vida, é viver maisintensamente.

Muito bem, esses foram os primórdios da arte. Edepois, a História. Com a invenção da agricultura e dapecuária entre 9000 e 7000 a.C, o homem não precisoumais correr incessantemente atrás da caça parasobreviver. Surgiu o tempo livre, a convivência, a escrita,as cidades, as técnicas, o comércio, as religiões, osimpérios... Tudo isso formou a cultura, ou seja, oconhecimento acumulado pela humanidade, que vemnos auxiliando ao longo dos séculos a lidar com anatureza e com as nossas próprias invenções.

A angústia da ameaça natural foi parcialmentevencida, mas surgiram inúmeras novas ameaças eexigências. Como “sobreviver” no emaranhado dacultura? Como conciliar conhecimentos necessários,condutas, convenções e leis, sem falar nas tentações,desejos e ambições despertados pelas “maravilhas”da civilização?

E mais uma vez o homem sonhou.E compartilhou seu sonho por meio da arte. Criou

formas de reconstruir a experiência de estar vivo, derenovar (ou encontrar) o sentido de todas as coisas,mesmo que fosse por momentos. Como descrever aexperiência de ouvir e se deixar levar por uma músicaque nos toca? É como se, sem perceber,selecionássemos desse vasto e diverso mundo aquiloque “vibra” na pulsação da música e colocássemos

isso para dançar junto conosco. Ou como se falás-semos sobre o que sentimos quando nos iden-tificássemos com as dificuldades de um personagemem uma peça teatral, um filme ou um livro.

Como os touros nas paredes das cavernas,sabemos que não são reais, mas vivemos umaexperiência por meio da alquimia entre nós e o artista.Impactados pela experiência, podemos fazer com queela influa na nossa “caçada” diária ou não. Essa é anossa parte. E aí vamos nos entender com a nossatribo, nossa família e, em última instância, com nósmesmos.

A arte deve ser sempre uma resposta ao nossotempo. Na Pré-História, ela era como tinha que ser:simples, poderosa, fundamental. Na sociedade diversa,multicultural, multifacetada, tecnológica, repleta decontrastes e contradições que construímos, o desafioda arte é grande. Mas esse desafio pode ser superado,e tem sido superado por muitos artistas atuais dasformas mais diversas e bem-sucedidas, da mesmaforma que os artistas paleolíticos o fizeram: olhando avida, se importando com a vida e respondendo a ela.Se essa resposta for, ao mesmo tempo, evocadora davida, geradora de energia e criadora de beleza, teremosaí uma obra de arte, não importa sua forma. Aliás, asformas podem ser infinitas, como é a obra dessagrande artista denominada natureza.

Enfim, arte pra quê? Para continuarmos vivos.

Marcelo Munhoz éjornalista, diretor,

roteirista, ator de teatro ecinema e arte-educador

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