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Jornal de Ideias da Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens Ano XXI - N. 71 • 1º Trimestre - 2013 • Florianópolis/SC • www.portalser.net Educar é transformar-se, admirar-se Pág. 3 Entrevista: Celso Vasconcellos “Educar é transformar-se, admirar-se” C aminhamos para os 25 anos oportuni- zando que escolas, professores, alu- nos e pais participem, junto ao Cen- tro de Filosofia Educação para o Pensar, à Editora Sophos e ao Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R., de um projeto de educação reflexiva em todos os segmentos escolares. Vamos construir juntos, cada vez mais, uma Filosofia Viva, uma Educação Reflexiva. Págs. 8 a 12 Filosofia viva! Transformando pessoas e escolas

Jornal Corujinha 71

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Jornal de Ideias da Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens

Ano XXI - N. 71 • 1º Trimestre - 2013 • Florianópolis/SC • www.portalser.net

Educar é transformar-se, admirar-se

Pág. 3 Entrevista: Celso Vasconcellos“Educar é transformar-se, admirar-se”

Caminhamos para os 25 anos oportuni-zando que escolas, professores, alu-

nos e pais participem, junto ao Cen-tro de Filosofia Educação para o Pensar, à Editora Sophos e ao Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R., de um projeto de educação reflexiva em todos os segmentos escolares.

Vamos construir juntos, cada vez mais,

uma Filosofia Viva, uma Educação Reflexiva.

Págs. 8 a 12Filosofia viva! Transformando pessoas e escolas

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nessa questão, do papel do olhar. Que é um ponto, por exemplo, que Rubem Alves já vem trabalhando há muitos anos. Trata-se dessa necessidade de uma mudança de olhar por parte do professor em relação aos alunos e, através dessa mudança de olhar, conseguir ajudar também os alunos a mudarem seus olhares. Porque, para mim, há uma questão básica: conseguirmos apreender, preservar, aquele olhar da criança, aquela sensibilidade da criança que não foi ainda forma-tada, que não foi ainda estampada, que não foi ainda domesticada, que não foi ainda imbecilizada. A cri-ança tem muito essa sensibilidade, esse olhar marcado por um brilho, marcado pela confiança, marcado pela curiosidade, pelo carinho, pela pureza, pela alegria, pelo lúdico, pela ingenuidade.

É preciso que aprendamos, reaprendamos esse olhar. E, em alguns casos, não só nós adultos, mas também algumas crianças, que já perderam esse olhar, em função do seu processo equivocado de socialização, de (des)educação. E

ajudá-las a crescer, a desenvolver-se, mantendo essa sensibilidade, mantendo esse olhar, ou um mínimo desse olhar, digamos assim, con-siderando todos os fatores que con-dicionam a ação humana ao longo da vida. Não perder um certo grau de ingenuidade, a capacidade de confiar no outro, essa meiguice no olhar e, sobretudo, uma boa dose de curiosidade, do desejo de saber. Estas são marcas fundamentais de uma sensibilidade que está se per-dendo na sociedade. A sociedade está muito embrutecida e imbeci-lizada...

Corujinha: O que dizer aos alunos (Ed. Infantil ao EM) que estão aprendendo a filosofar em suas escolas em todo o País?

Eu diria: que eles possam ajudar aos adultos, seus profes-

Tenho a disciplina de Filoso-fia como um centro de conheci-mento do saber humano de for-ma racional, isto é, um pensar dinâmico de uma sociedade que não pensa e pouco age diante das dificuldades. Sou professor há dez anos e busco conhecimentos pela Filosofia. Enfim, podemos ter como base de busca o Jornal Corujinha, isto é, conhecimento e discussão entre profissionais da educação para um país e pessoas melhores. Portanto o Corujinha sempre será a base de um co-nhecimento do saber na socie-dade hoje.

Prof. Ademir L. dos Santos

Os meus agradecimentos ao Centro de Filosofia, que hoje é referência nacional no processo de desenvolvi-mento do “S.E.R”. Possibilita aos educadores construir, em sala de aula, uma cidadania pautada por valores morais e éticos, em parceria com e por esse Brasil afora.

Profª. Maria Sonia Araujo

Eu sou professora de Filoso-fia da EJA na Escola Estadual de Educação Básica Raul Pilla, em Cidreira/RS. Gostei muito do Jornal Corujinha, principal-mente para a Aula Inaugural e como subsídio para reflexões filosóficas. O jornal propõe o estudo da filosofia por meio de leitura de atividades investiga-tivas que orientam e organizam o estudo da filosofia.

Profª. Liane Marisa Almeida

Às vezes fico me perguntan-do: o que ensinar sobre a filoso-fia se o que querem que eu en-sine não tem novidades? Mas com vocês recebo uma carga de ânimo onde o improvável se torna provável com uma boa prática pedagógica. Quero colocar-me exclusivamente em parceria com o material do S.E.R. - Sistema de Ensino Re-flexivo. Que minhas forças e objetivos sejam superiores ao desafio de fazer algo significa-tivo para a humanidade.

Prof. David Ribeiro

A escola na qual atuo, o Cen-tro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora, já desenvolve, há mais ou menos 20 anos, a Edu-cação para o Pensar e adotamos coleções da Editora Sophos. Por isso não poderia deixar de apresentar a apreciação so-bre a nova edição do livro da Coleção Filosofia o Início de uma Mudança. Considero que o livro tornou-se mais atrativo quanto ao novo formato, as mudanças em sua estrutura só somaram ao trabalho tão im-portante que já desenvolvemos junto aos adolescentes.

Ao acrescentar o capítulo “Hoje a importância vital de uma educação ética”, consi-derei pertinente, pois antes de iniciar o estudo do livro, dis-cutia com os alunos sobre a im-portância da ética para a vida em sociedade.

Profª. Maria de F. Coelho

Eu não estou em sala de aula, gosto de ler com minha filha o jornal, a partir dos as-suntos conversamos bastante.

Editorial Entrevista

Expediente

O Corujinha é um Jornal de Ideias do Pro-grama filosófico-pedagógico “Educar para o Pensar: Filosofia com Crianças, Adoles-centes e Jovens”. Todas as matérias, ideias e opiniões aqui expressas são de respon-sabilidade das pessoas que contribuíram para este informativo. Querendo reproduzir partes, favor citar a fonte.

Endereço do S.E.R. para correspondência:

Rua Cristovão Nunes Pires, 161 CEP 88.010-120

Centro - Florianópolis/SC (48) 3025-2909 / 3222-8826

[email protected] www.portalser.net

Projeto gráfico e diagramação: A. Cezar Boamorte

[email protected]

Revisão: Rodrigo Brasil

É gratificante organizar, planejar e participar

das comemorações do jubi-leu (25 anos) de realizações do Centro de Filosofia e da Editora Sophos. Uma cami-nhada histórica feita por muitas pessoas e por muitas escolas em todo País. No tempo pre-paratório, a importância de fazer com que essa história continue viva na memória das pessoas, pois assim é possível projetar o futuro.

No momento de recordar a história construída, a importân-cia de ter presente a evolução dos ideais filosóficos e educacio-nais defendidos desde o início, em julho de 1989. Em primeiro plano o sonho de quem iniciou o Centro de Filosofia como insti-tuição de pesquisa e formação: a Filosofia como disciplina sendo feita com as crianças (desde a

Espaço para registros e participações dos amigos da Filosofia

Vejo que ela tem suas próprias ideias a respeito de política, economia e educação, relatos em relação às pessoas. O jornal Corujinha é um “pé de conversa”. Continuem com esse trabalho, é muito bom!

Sirlandia França

Trabalhamos em 2012 no Col. Madalena Sofia (Curitiba/PR) com a Coleção Filosofia, o Início de uma Mudança no Ensino Fundamental 2. Tive-mos ótimos resultados, prin-cipalmente com as turmas de 6º e 7º anos, onde as aulas de Filosofia se tornaram uma das preferidas pelos alunos. Inclu-sive com a turma do 8º ano na consolidação e revitalização do nosso Grêmio Estudantil. Em reunião com o gestor professor Claudio, decidimos formalizar o convite para que realizemos o Projeto Filósofo na Escola e demais projetos apresenta-dos neste ano pelo Centro de Filosofia.

Profª Camila Roberto

Educar é transformar-se, admirar-seProf. Celso Vasconcellos por ele mesmo: Entendo que o que jus-

tifica minha presença nesse jornal é o fato de eu ser um ser humano, que é filósofo e é professor. Sendo que esse ser é naquele sentido dialético: “Sou, Ainda Não Sou e Posso Vir a Ser Mais”, tanto como ser humano, como filósofo e como professor. A quase totalidade de minha formação deu-se em escolas públicas. Fiz técnico em eletrôni-ca (pois queria ser “cientista”; na época, não tinha a menor noção de que um professor também poderia ser cientista...), dois anos e meio de engenharia eletrônica, achei que ia ser padre, fui para o seminário, fiquei um brevíssimo tempo, saí, fui fazer Filosofia, de-pois Pedagogia, mestrado em História e Filosofia da Educação e doutorado em Educação.

Sou casado, pai de três filhos maravilhosos (desculpem a coru-jice), vovô do Rafael, este enorme presente de Deus, e esperando mais um netinho para junho e uma netinha para agosto, se Deus quiser. Muito do que sou devo certamente, antes de tudo, à minha família, mas também aos mestres que tive. Correndo o enorme risco de ser injusto, agradeço aqui a todos eles.

sores, seus pais, seus educadores, aos adultos com os quais con-vivem, no sentido de que esses adultos não percam aquela atitude básica da filosofia que é o espanto, aquela capacidade de estranha-mento, aquela curiosidade, aquela disposição epistemofílica, aquele desejo, aquela motivação, enfim, aquela busca do saber, aquela cons-ciência da incompletude, como nos diria Paulo Freire (é claro que tudo isso na linguagem da criança). Creio que a grande con-tribuição que as crianças podem nos dar é ajudar-nos a manter, a não perder esse espanto, essa ati-tude básica da filosofia, que é esse não conformismo. A disposição de perguntar sempre: Por quê? Para quê? Como? Onde? Enfim, essas relações, todas essas perguntas que, de um modo geral, as crian-ças têm, mas que depois são sufo-cadas.

Sabemos que é um jogo muito pesado porque os adultos, a meu ver, no fundo, morrem de medo dessa atitude. Porque quando os adultos começam a se integrar, no

pior sentido, no sistema, essas in-terrogações incomodam demais.

Para uma pessoa que está se vendendo ao sistema, que abriu mão dos seus sonhos, abriu mão das suas relações, abriu mão dos seus projetos, dos seus valores, em nome de se dar bem, de ser uma pessoa de sucesso nesse sistema, é muito dolorido ouvir, sentir (sim, pois a criança pode não dizer uma palavra, mas seu olhar é implacá-vel...) questionamentos nesse ní-vel de um toquinho de gente. Mexe profundamente com a opção que fez e que muitas vezes não quer tomar consciência. Então, a raiva que tem, o seu ódio inconsciente

com esta situação volta-se contra a criança. É assustador! Precisa si-lenciar a infância que interroga...

Enquanto crianças, enquanto jovens que participam da comu-nidade de aprendizagem, desses projetos todos, quero dizer que, apesar de tudo, não abram mão de sua forma básica de ser. A hu-manidade precisa muito resgatar esse elemento que trazem. Em-bora, em alguns casos, possam se manifestar num nível elementar, a raiz de tudo está aí. Que possamos fazer aquele percurso preconizado por Paulo Freire: passar da cu-riosidade ingênua à curiosidade epistemológica. Todavia, se não há essa curiosidade ingênua, não haverá a curiosidade crítica. Não é possível fazer essa transposição, essa superação para a curiosidade epistemológica. Neste percurso, os adultos têm um papel muito importante, enquanto mediadores, portadores da cultura. Nosso papel histórico-cultural é fundamental, desde que consigamos fazer, de fato, o encontro entre o olhar in-gênuo, mas profundamente inquie-tador, que é o olhar de espanto da criança, e os elementos da cultura. Para isso, contudo, é preciso que a criança se mantenha enquanto tal, com essa capacidade de questio-nar, de interrogar, enfim, manter o espanto!

Corujinha: Como educador e intelectual orgânico, deixe uma mensagem aos nossos leitores na caminhada dos 25 anos.

Bem, a minha mensagem é de total apoio a vocês. Se não me falha a memória, creio que conheço o pro-fessor Silvio há mais de 20 anos. E tenho visto, ao longo destes anos, ora mais de perto, ora mais de longe, de acordo com as dinâmicas de vidas, todo o esforço, toda a dedicação, toda a seriedade desse grupo, no sen-tido de buscar mediações, a produção de materiais, de orientações didáticas curriculares, para favorecer esse pro-cesso todo que também defendemos. Então, a minha palavra é de muito carinho, de muito apoio a todo esse projeto. Desejar, pelo menos, mais 25 anos com este trabalho. Que o Centro de Filosofia Educação para o Pensar possa se ampliar, que mais e mais as pessoas possam conhecer e compreender a sua proposta filosó-fica e pedagógica. Que este trabalho possa ser cada vez mais conhecido, difundido e implantado nas escolas brasileiras.

Corujinha: Que "paixão" motivou você para se tornar educador?

Essa é uma pergunta bastante importante e delicada. Tenho que mexer um pouco em minhas memórias, sobretudo na memória afetiva. Penso que, a rigor, o fato desencadeador foi uma experiência que tive, em 1973, a partir do con-vite que um amigo fez, na época em que cursava a Escola Técnica Industrial Lauro Gomes, em São Bernardo do Campo/SP. Era uma escola incrível, de tempo integral; tínhamos mais de vinte organi-zações de alunos, desde estação de rádio, clube de física, até cor-rida de carrinho de rolimã. Uma das atividades era a comunidade de jovens. Eu estava no terceiro ano de eletrônica, e o amigo Wilson Rocha Filho convidou-me para dar umas aulas de reforço, na Vila Carioca, em São Paulo, numa igreja muito simples tocada por umas irmãzi-

nhas missionárias. Ali, encontrei-me com alunos, de escola pública, que estavam com dificuldade em Matemática. Fui mais pela ami-zade, pois não sabia bem o que ia significar aquilo. Mas lembro-me que aquela experiência me mar-cou, porque senti um prazer, uma alegria muito especial, ao ver que, com aquele pouco conhecimento que eu tinha, afinal era um aluno de terceiro ano de uma escola téc-nica, pude ajudar aquelas crianças, aqueles jovens. Creio que essa foi uma experiência fundadora dessa minha paixão, desse meu desejo de ser professor.

Corujinha: A escola é um local privilegiado para o desen-volvimento da sensibilidade hu-mana?

Vejo que realmente uma das grandes tarefas que temos na edu-cação é o desenvolvimento da sen-sibilidade. Tenho insistido muito

LEIA em www.portalser.net e www.editorasophos.com.br “Conversa com Educadores” a entrevista completa do Prof. Celso Vasconcellos.

Ed. Infantil) e em todas as eta-pas escolares. Num momento de maturidade e realizações jun-to aos educadores e às escolas: a certeza e defesa de uma Educação para o Pensar indo além da disci-plina e do professor de Filosofia. Que nas escolas, a par-tir das vivências humanas e no cur-rículo, haja profes-sores e alunos re-flexivos, pensadores críticos e criativos. Nos últimos anos, com a sistematização do Pro-grama filosófico-pedagógico “Educar para o Pensar: Filoso-fia com crianças, adolescentes e jovens”: a defesa de uma escola reflexiva (espaço privilegiado do diálogo) desencadeando uma educação para e com sensibilidade.

Significativos relatos de atividades e reflexões em to-dos os jornais Corujinhas são socializados (são 21 anos de

publicações). Também é importante a constante

presença do Centro e da Editora Sophos

junto às escolas e aos professores, por meio das as-sessorias filosó-ficas e pedagógi-cas e dos projetos

e ações. Neste ano e em 2014 tere-

mos resultados para apresentar e projetar

os próximos 25 anos de nossa existência.

Ler e refletir sobre o que queremos e fazemos é uma forma de conhecer cada vez mais o que temos, somos e que-remos. Também são significati-

vas as reflexões oportunizadas pelo Prof. Celso Vasconcelos na entrevista (a versão completa está na nova seção – Conversa com Educadores, que se encon-tra nos sites do Centro e da Edi-tora).

É nosso desejo proporcio-nar boas leituras, reflexões e socializações para ampliar as boas ações. Queremos que você realize, a partir do que socializa-mos, uma educação reflexiva, e faça parte das nossas instituições.

Venha construir conosco a sua e a nossa história.

Prof. Dr. Silvio WonsoviczPresidente do Centro de Filosofia,

Editora Sophos e S.E.R.

“Enquanto crianças, enquanto jovens que participam da comunidade de

aprendizagem, desses projetos todos, quero dizer que, apesar de tudo, não abram mão de sua forma básica de

ser. A humanidade precisa muito res-gatar esse elemento que trazem.”

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4 5Educação Reflexiva em Escolas Educação Reflexiva em Escolas

Formação ContinuadaCol. Salesiano Paralela – Salvador/BACol. Machado de Assis – Joinville/SC

Col. Novo Ello – Salvador/BACol. Menino Jesus – Passo Fundo/RS

Quando escolas e professores buscam transformar a sala de aula em Comunidades de Aprendi-zagem Investigativa, quando educadores percebem a importância de leitura, estudo, reflexões e

discussões, surge a necessidade e a importância da Formação Continuada. Na Semana Pedagógica de 2013, preparatória ao início das aulas, vários colégios abriram

espaços para os trabalhos de entendimento e aprofundamento teórico e prático no Programa filosófico-pedagógico que defendemos há duas décadas e meia. Vamos conferir:

Col. Salesiano Paralela – Salvador/BA

Há anos compromissos com a Formação ContinuadaCol. Novo Ello – Salvador/BA

Colégio retorna utilizando nossos livros e nosso Programa FilosóficoCol. Machado de Assis – Joinville/SC

A Rede de Educação Notre Dame caminha juntoCol. Notre Dame e Col. Menino Jesus – Passo Fundo/RS

No dia 08 de fevereiro aconteceu a Formação dos professores do Fundamental I dos Colégios Notre Dame e Menino Jesus, de Passo Fundo. O assessor filosófico e pedagógico Prof. Luciano Tar-tari coordenou a formação, onde 36 professores participaram ativamente do encontro. Foi possível discutir a retomada da parceria com o Centro de Filosofia, bem como refletir com os professores sobre os caminhos do ensino reflexivo, tendo a disciplina de filosofia como eixo norteador.

Depoimento: Iniciamos novamente as atividades junto com o Centro de Filosofia, frisando a importância da Educação para o Pensar em todas as áreas do conhecimento. Reconhecendo que a filosofia é muito mais que um intercâmbio entre as disciplinas, ela permite aprofundar o conheci-mento sobre o humano e também possibilita a articulação necessária ao desenvolvimento do pen-samento complexo. - Daniela Dal´maso e Cristina Moller - Coordenação Fund. I.

Colégios do Oeste do Paraná ampliam discussões e projetosCol. Intentus – Toledo/PRITECNE – Cascavel/PR

Sempre presente e vibrando com a FilosofiaFlorianópolis/SC

Centro de Filosofia oferece Formação na modalidade EaD

Florianópolis – SC.

Os cursos de Educação a Distância são voltados para a formação contínua de professores que ministram a disciplina de Filosofia nos níveis Infantil, Fundamental e Médio. Neste semestre, oferecemos três cursos, cada um objetivando a pre-paração para o trabalho pedagógico e filosófico em sala de aula:

Curso - Construindo as bases do pensar reflexivo com crianças, adolescentes e jovens.

Curso - Os desafios de conhecer, agir e ser – do 6º ao 9º ano.Curso - Estratégias para a construção do conhecimento

na prática reflexiva do Ensino Médio.

A carga horária de cada curso é de 80 horas e o CENFEP emite certificado de participação ao final do aprendizado. O período de duração de cada curso é de dois meses (abril e maio/2013). Todo o material didático utilizado é disponibilizado ao estudante no ambiente virtual do curso em que estiver ins-crito. O acesso à sala de aula virtual de cada curso é obtido por meio de senha enviada após a inscrição online e a efetivação do pagamento do curso. Mais informações em http://www.centro-filos.org.br/ead_2013/

No final da Semana Pedagógica, no mês de ja-neiro (30), aconteceu no Col. Salesiano da Paralela, em Sal-vador, com a presença do au-tor e presidente do Centro de Filosofia, Prof. Silvio Won-sovicz, a palestra e o início dos trabalhos filosóficos com os educadores. Participaram todos os professores, coorde-nações e direção. O objetivo do envolvimento de todos, conforme abertura feita pelo Diretor Pe. Raimundo: “Bus-camos e queremos que todos ensinem os conteúdos de ma-neira reflexiva e filosófica, es-tabelecendo com o Centro de Filosofia uma parceria sólida. Esta é a garantia de caminhar-mos seguros neste e nos pró-ximos anos por uma aprendi-

Todos os educadores em umaEducação Reflexiva

zagem filosófica e reflexiva com todos os professores e alunos”. Na parte da manhã, ocorreu a palestra, com sinali-zações do que será realizado, e no início da tarde a primeira assessoria aos professores da disciplina de filosofia que adotam com seus alunos a Coleção Novo Espaço Filosó-fico Criativo do 1º ao 9º ano.

Depoimento: “Os edu-cadores necessitam desen-volver uma Educação Reflexi-va capaz de realizar diálogos filosóficos que valorizem a relação entre as disciplinas. Que os nossos alunos se tor-nem pessoas com espírito hu-manista, capazes de ver os que es-tão ao seu redor. Enxerguem a partir dos seus conhecimen-tos e assim tenham vontade de mudar a realidade em que vivem”. – Profª. Kyria P. Cu-nha – 3º ano fundamental.

No dia 30 de janeiro, o assessor do Centro de Filosofia, prof. Luciano, esteve no oeste do Paraná, onde aconteceram encontros com escolas parcei-ras. No Colégio ITECNE, jun-tamente com o prof. Ederson, de filosofia, e a coorde-nadora Fran-cieli, foram anunciadas as novas ações do Centro de Filosofia e a retomada da parceria, com a apresentação dos cadernos de subsídios para auxiliar os professores, distribuição de senhas para acesso e espaço para propor projetos a serem realizados na escola.

Dia 31 de janeiro, o prof. Luciano esteve na Es-cola Intentus de Toledo. Escola pioneira da educação reflexiva com o Centro de Filosofia na região. Foi realizado um en-contro com 15 professores da

Dias 4 e 5 de fevereiro, na Semana Pedagógica, ocor-reu a retomada da Formação Continuada dos professores, visto que há anos atrás, com a Filosofia, buscaram-se outros caminhos. Ao retornar em todo o Ensino Fundamental, todos os professores discutiram e aprofundaram os conhecimen-tos e as ações presentes no Pro-grama Educação para o Pensar, em seu viés reflexivo, emanci-patório, conscientizador, com perspectivas e desafios. Todo o trabalho foi coordenado pelo as-sessor filosófico Prof. Luciano.

Depoimento: “Em nossa proposta, apresentamos a escola humanizada e humanizadora, a educação como caminho de rea-lização e transformação do ser humano em pessoa humanizada, consciente, reconhecido em suas dimensões, produtor de conheci-mento e de transformação. Com o Programa Educação para o Pensar do Centro de Filosofia e Editora Sophos, tenho absoluta certeza de que a grande maioria dos professores estarão dando muito de si para que a proposta reflexiva possa dar certo. Acre-dito que temos que acompanhar,

fazer junto e vigiar para que as ideias e reflexões nesta capacitação entrem de fato no cotidiano da es-cola, dos professores e alunos. A semente foi bem plantada, agora vamos cuidar para que germine e dê bons frutos. Agradeço ao Centro de Filosofia, ao professor Luciano, e contem conosco para o bom uso do material didático-filosófico”.

Diretora Sandra Calegari.

educação infantil e fundamen-tal I e a participação da Dire-tora Doracildes e coordenadora Gislaine.

Nesta formação, o foco de discussão foi uma escola reflexiva, com professores re-

flexivos, educa-dores de alunos reflexivos, liga-dos a propostas, projetos e pers-pectivas para o ano letivo o f e r e c i d o s pelo Centro de Filosofia.

Depoimento: “Para li-dar com a complexidade do mun-do atual e com a multiplicidade de informações, é vital que as pessoas (professores e alunos) for-taleçam a capacidade de pensar. Pensar bem diante dos desafios éticos, tecnológicos, econômicos, políticos e científicos propostos pelo mundo contemporâneo.”

Doracildes e Gislaine.

O espaço que se constrói para receber os alunos é tam-bém o espaço para a Formação Continuada dos educadores. Por isso, no dia 31 de janeiro, durante a Semana Pedagógica, aconteceu mais uma manhã de estudos teóricos e práticos junto com o assessor Prof. Sil-vio. Estavam presentes todos os professores da Ed. Infantil ao Ensino Fundamental II, coorde-nações e direção.

No Col. Novo Ello, con-forme afirma o Diretor Prof. Marcos, “nossos professores, junto com seus alunos, são os construtores de um novo saber, que pela Filosofia, desde a Ed. Infantil até o Fundamental II, oportuniza os alicerces de uma nova sociedade”. Nota-se em toda estrutura física do colégio, bem como na coordenação dos professores em suas discipli-nas, uma preocupação filosó-fica com o saber.

Depoimento: : “Para que se tenha uma boa convivência no ambiente escolar ou na comunidade, é necessário seguir regras, pois através delas aprendemos a trabalhar em grupo (ouvindo opiniões e críticas). Nós, como educadores, devemos proporcio-nar aos alunos momentos de concentração, deixando-os à von-tade para pensar e expor suas opiniões. A palavra convence e o exemplo arrasta”.

Profª. Patrícia Azevedo e Celane Oliveira.

Col. Notre Dame – Passo Fundo/RSITECNE – Cascavel/PR

Col. Intentus – Toledo/PRRede Divina Providência – Florianópolis/SC

Com alegria e gratidão, queremos agradecer pela colaboração, parceria e presença valiosa em nossa Semana Pedagógica de 2013, no dia 4 de fevereiro, na Sede da Mantenedora. O evento oportunizou aos cola-boradores da SDP crescimento, socialização de saberes para inovar, reno-var e refletir suas práticas educativas e fortalecer seus valores enquanto

pessoa e educador de nossas instituições educativas. Agradecemos sua generosa contribuição e rogamos a Deus que envie suas mais ricas bençãos. Irmã Rita Fambomel.

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6 7Assessoria Filosófica Pedagógica Assessoria Filosófica Pedagógica

Com uma equipe de assessoria filosófica-pedagógica, o Centro de Filosofia, a Editora Sophos e o Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R. elaboram planos de ações para que cada vez mais as atividades reflexivas sejam efetivas. Com isso, oferece às escolas de todo País uma educação mais reflexiva, empenhando-se para que as ações (= projetos) tenham qualidade, agilidade e sempre potencializem a partilha de saberes.

Projeto Exposição “Corujas Itinerantes: re-fletindo sobre Símbolos e Sinais” – Visa a resgatar a discussão sobre os símbolos e sinais, e principalmente a relação dos símbolos na filosofia. Aborda a importância histórica, cultural, social dos símbolos e sinais, fazendo ligação com toda a problemática que envolve uma edu-cação reflexiva. Essa discussão peculiar tem intenção de envolver os professores das diversas disciplinas, alunos e pais, para que possam construir um espaço de aprendi-zagem criativo, crítico e criterioso.

Projeto “Filósofo na escola” – Quer levar o pro-fessor assessor (filósofo) a participar das aulas junto com os professores de filosofia e de outras disciplinas, e assim ampliar a reflexão e o debate em torno do fortalecimento da Comunidade de Aprendizagem Investigativa.

Projeto “Assessoria Filosó-fico-Pedagógica” – A equipe de filósofos está sempre atuante e à dis-posição dos professores. O diferen-cial desta presença, em comparação com outras propostas, é que a escola conta com momentos de visitas e encontros direcionados especial-mente aos professores. São momen-tos ricos, que servem para trocas de experiências, momentos de tirar dúvidas, retomada na proposta do Programa Educar para o Pensar.

Projeto “Filosofar é só começar” – No decorrer das duas décadas e meia de existência, sempre houve ações filosóficas e pedagógicas junto à educação pública (municipal e estadual).Esse projeto visa a subsidiar e assessorar profes-sores de filosofia e das séries iniciais que montam projetos reflexivos, e assim contribuir para a melho-ria da qualidade do ensino público e o aumento da autoestima dos educadores e educandos. Funciona como incentivo para que escolas públicas organ-izem projetos reflexivos, e após análise e aprovação pela Equipe de Assessores, esses estabelecimentos são indicados para receber da Editora Sophos os li-vros para os alunos, e a seguir o Centro de Filosofia acompanha e organiza as assessorias.

Projeto “Jornal Corujinha” – O “Corujinha: Jornal de ideias da Filoso-fia com crianças, adolescentes e jovens” existe há duas décadas. É o veículo oficial de comunicação escrita do Centro de Filosofia, da Editora Sophos e do Sistema de Ensino Reflexivo. Visa a compartilhar experiências vividas nas esco-las por professores dos mais diversos níveis de ensino e áreas de conhecimento. O Corujinha é publicado ao final de cada trimestre, e as escolas que trabalham com nosso Programa e nossos livros filosóficos e didáticos são convidadas a enviar notícias.

Projeto “O dia D... Reflexões filosóficas” – Este projeto abrange o envio de artigos eletrônicos a cada quinta-feira. A sociali-zação das reflexões acontece para mais de 25.000 cadastrados em nosso banco de dados, via e-mail. Professores escrevem artigos (con-vidaremos os professores de sua escola para escreverem) sobre os mais variados assuntos e a partir da relevância são publicados vir-tualmente. Todos os artigos ficam disponibilizados no blog http://boletimodiad.blogspot.com.br/ e a partir da relevância em outras mídias do Centro de Filosofia, da Editora Sophos e do Sistema de Ensino Relexivo.

Projeto “Formação Continuada e a Distância – EaD do SER” – Esta ação do Centro de Filosofia e do Sistema de Ensino Relexivo visa a oferecer cursos na modalidade ensino a distância, semipresencial e presen-cial, com temas sobre o Programa Educar para o Pensar. São cursos abertos duas vezes ao ano (1º e 2º semestre – EaD online) para todos os interessados. Cursos moni-torados por tutores capacitados, que acompanham os professores em sua busca de aprofundamento teórico e melhor desempenho na prática de sala de aula. São cursos direcionados à pesquisa e compreensão da proposta filosófica e pedagógica do Programa, em vista de uma educação reflexiva.Escolas parceiras que adotam os livros e o programa podem fazer a formação de todos os seus professores na modalidade “in company”, que envolve parte presencial e parte online da formação.

Projeto “Educadores reflexivos es-crevem sobre sua história – PhiloS” – Com intenção explícita de motivar os professores a escreverem sobre suas práticas, pesquisas e re-flexões, e assim ampliar as reflexões filosóficas e pedagógicas. É a motivação para que todos os educadores registrem suas práticas pedagógicas e filosóficas, busquem embasamentos teóricos e pesquisem outras visões sobre o assunto. Isto com a intenção de estimular a produção acadêmi-ca e a elaboração de textos científicos. O Centro de Filosofia, a Editora e o Sistema de Ensino Relexivo lançam semestralmente a Revista Brasileira de Filosofia Fundamental – PhiloS. Uma revista online onde professores são convidados a escrever artigos e socializá-los.

Projeto “Troféu Amigos da Filosofia” – Um troféu é uma demonstração do reconhecimento dos feitos pela comunidade, um prêmio que valoriza os esforços, a coragem e a dedicação por uma causa. Estamos vivendo um tempo de redescoberta da importância do pensamento filosófico na vida cotidiana. O Centro de Filosofia Edu-cação para o Pensar, a Editora Sophos e o Sistema de Ensino Relexivo defendem um ensino reflexivo-filosófico em todos os segmentos escolares. Na história de nossa existência (data da fundação – 18/07/1989) junto aos pro-fessores, às famílias, aos alunos e colégios de todo país, sempre defendemos a importância de ensinar e aprender a filosofar.Foi pensando nisso que instituímos o prêmio “Amigos da Filosofia”. Um troféu entregue todos os anos aos edu-cadores e às instituições que têm ações em favor de um ensino filosófico, que apresentem e executem projetos significativos em prol de um ensino da filosofia e de uma educação reflexiva.

O dia D...

Primeiros seis anos: 1989 – 19941989 – Em 18 de julho data oficial da criação do Centro de Filosofia. – Durante o 2º semestre, cursos de formação de professores em Florianópolis.

1990 – Realização do 1º Encontro Estadual de alunos e professores de Filosofia [Florianópolis/SC]. – No ano cursos de formação e assessoria aos professores em Santa Catarina.

1991 – Realização do 2º Encontro Estadual de alunos e professores de Filosofia [Curitibanos/SC]. – Cursos de formação e assessoria aos professores em Santa Catarina e Paraná.

Projeto “Escrevendo a história a várias mãos”: [parte I – 1989 a 1994]O Centro de Filosofia Educação para o pensar é composto por pessoas que têm sua história e que construíram em conjunto a história dessa estrutura que está chegando aos 25 anos.Conforme Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio – “Quando está realmente viva, a memória não contempla a história, mas convida a fazê-la”. Nesta perspectiva se escreve e faz a história do Centro de Filosofia. Começa com um relato dos seis primeiros anos de atividades, e nos próximos jornais desse ano (junho, setembro e outubro) completa-se a história dos preparativos para o Jubileu.

Projetos e ações que transformam escolas e alunos

AÇÕES EM SUA ESCOLA:Com a sua escola, que faz a opção de utilizar nossas Coleções e nosso Programa junto aos alunos, queremos realizar os projetos acima descritos. Propomos que, após a análise dos projetos e de suas par-ticularidades, possamos escolher as melhores ações e ve-rificar os melhores momentos para agendarmos a reali-zação da Assessoria e a organização das ações coletivas.

Projeto “Café com Ideias” – Tem a intenção de despertar nos estudantes, junto com seus professores, o interesse pela pesquisa, investigação, argumentação e discussão. A razão é o objeto de estudo da filosofia, e por isso permite que o “fazer filosofia” nunca se esgote, mas seja fonte de conhecimento incomensurável e ines-gotável.

1992 – Realização do 3º Encontro Estadual de alunos e professores de Filosofia [Tubarão/SC]. – Lançamento do Jornal de Ideias da Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens – CORUJINHA. – Cursos de formação e assessoria aos professores em Santa Catarina, Paraná e abertura de escolas no Rio Grande do Sul.

1993 – Lançamento da Revista Brasileira de Filosofia Fundamental – PhiloS. – Vários cursos de formação e assessoria aos professores em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

1994 – Realização, em Florianópolis, do Iº Encontro Nacional de Educação para o Pensar (palestrantes: Prof. Mathew Lipman [EUA], Ann M. Sharp [EUA], Eugenio Echeverría [México]). – Ampliação dos cursos de formação e assessoria aos professores em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

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8 9Filosofando nas Escolas Filosofando nas Escolas

Crianças brincam, fazem relações ... são filósofas

Educação Infantil

As crianças na Ed. Infantil e nos primeiros anos escolares questionam e investigam sempre. Estão querendo saber de tudo e entender o que e como tudo acontece. Por isso, elas têm algo em comum com os filósofos, estão e são inquietas, curiosas, questionando tudo, e, muitas vezes, é só o questionamento que importa.

Soltar os pensamentos ... Filosofar desde a Ed. InfantilÉ fundamental que junto com as intenções e as teorias tenhamos caminhos para trilhar.

Ajudar as crianças e educadores a soltar os pensamentos. Fazer uma filosofia viva e trans-formadora, tendo referenciais e caminhos que estão sendo trilhados em escolas públicas e particulares do nosso país.

Em 2001, foi lançado o livro de filosofia para a Educação Infantil chamado O Meu Quintal. Uma novela filosófica na qual os protagonistas são o galo e a coruja, levando em consideração que a coruja era de Minerva, aquela que só levanta voo quando cai o entardecer. E lemos em Hegel que é preciso pôr ao lado da coruja de Minerva o canto do galo que, de madrugada, olhando para frente, para o futuro, anuncia o dia que está por vir. Ele exprime o que deve ser, o ideal que ainda não se concretizou, mas que estamos antecipando.

Em 2007, essa novela filosófica foi reescrita e passou a ser utilizada com os alunos da alfabetização (1º ano). Nesta nova edição, além da coruja e do galo, foram acrescentadas duas outras aves, o beija-flor e o quero-quero. Ambas representando um modo de fazer filosofia viva (beija-flor como filósofo latino-americano e o quero-quero como filósofo sul brasileiro). No jornal do 2º trimestre, traremos as comparações entre os símbolos (aves) e o fazer filosofia (crianças, filósofos).

Filosofando com crianças a partir dos 3 anos“Ser filósofo é amar o saber e viver, desde a mais tenra

idade, em busca da verdade”. Com esta afirmação, a autora Maria das Neves motivou-se para a concretização do livro “Filosofando com Fadas e Bruxas: com crianças a partir dos 3 anos”.

Com seus alunos e em sintonia com as famílias, iniciou um projeto de filosofar vivo num colégio em Florianópolis/SC. Em 2005, esse projeto transformou-se no livro da Ed. Infantil, na Coleção Filosofia o Início de uma Mudança.

Em suma, a construção do pensamento filosófico está na possibilidade de direcionarmos o sentido e o significado do coti-diano das crianças, partindo do imaginário infantil, de tal maneira que estas sejam coautoras das respostas aos seus questionamentos sobre o mundo.

Conforme a profª Maria das Neves: “minha expectativa é apresentar aos professores de crianças pequenas uma proposta que busque na filosofia, no lúdico, nas brincadeiras, uma forma de trabalhar com prazer o Cuidar e o Educar na Ed. Infantil, sem a pretensão de oferecer uma receita ou dar um direcionamento pedagógico”. Ela defende que não se ensina Filosofia, mas que deve o educador como mediador, nos diferentes espaços educa-tivos formais e informais, criar condições para o filosofar e assim alcançar o objetivo de filosofar na e com a infância.

Transformação... Crianças filosofando...Ensino Fundamental I

As crianças são naturalmente “questionadoras e investigadoras”, admirando-se (no sentido aristotélico do filoso-far) com o mundo em que começam a existir. Motivadas por uma fome de compreender todas as coisas, fazem uma imensidade de perguntas, pois há uma disposição para aprender e compreender, e aí surge o primeiro filosofar, pois tudo é novidade, e é preciso falar sobre isso.

E assim começou a aula de FilosofiaE.E.F. Santa Terezinha – Tijucas/SC.

Corujas ItinerantesCol. Intentus – Toleto/PR.

Um convite a cada educa-dor, desde a educação infantil, e toda a estrutura escolar para fazer filosofia. É importante então que cada educador possa:

• Aprender novamente a olhar;

• Deixar de lado, romper com visões cegas, esvaziadas e cristalizadas de significados;

• Perceber que a sua for-mação não pode ser vista somente como sinônimo de um professor conteudista;

• Entender que a aprendi-zagem dos alunos se faz na cons-trução de conhecimentos, desta

Conforme a Profª. Simone Dias Haverroth, do 5º ano da E.E.F. Santa Terezinha, sobre suas aulas de filosofia: “Começou com um diálogo com os alunos acerca de uma coleção de corujas, pois sempre gostou de colecioná-las. Um dia, conheceu alguém que também gostava de colecionar corujas, e acabaram se transfor-mando em grandes amigos. O tem-po passou, e depois de algum tem-po descobriram que esta amizade havia se transformado num grande amor, então resolveram se casar. E, com isso, juntar as coleções de corujas”.

A história, que encantou as crianças, serviu de fio condu-tor para o início do tema: corujas e, automaticamente, Filosofia. Assim, deu-se a primeira aula de filosofia, com a apresentação do símbolo e o significado da pala-vra filosofia e a solicitação de uma pesquisa sobre as corujas.

Olhos no céu e pés no chãoColégio Notre Dame – Passo Fundo/RS.

forma transformando a si mesmo e a sociedade;

• Ter um olhar crítico e sig-nificativo em relação aos textos didáticos.

Bom também é lembrar que a Filosofia não é uma viagem que se faz sozinho, pelo contrário, ela é espaço do diálogo de muitas vozes, de muitos olhares, de tan-tos que percorrem seus caminhos, entrelaçando os saberes e ousan-do transcender o já sabido, o já vivido, construindo nova morada para o homem novo. Veja o que nos diz o poeta João Cabral em seu poema:

Sejamos companhei-ros nessa viagem, viajemos juntos, em longa, atenta e sa-borosa conversação filosófica. Que em nosso diálogo pos-samos tecer um amanhã lu-minoso já desde a Educação Infantil e por todo processo escolar.

Tecendo a manhãUm galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos,

Filosofia na educação tem o papel importante de contribuir na aprendizagem, na formação intelectual, ética e social, possi-bilitando competências que não se esgotam na habilidade intelectual, mas que, a partir de uma formação geral, possibilitam uma ação do educando, em seu universo social, a partir de uma postura crítica di-ante do quadro ideológico que muitas vezes sufoca o próprio pen-samento.

Para lidar com a com-plexidade do mundo atual e com a multiplicidade de informações, é vital que as pessoas (alunos) for-taleçam a capacidade de pensar. Diante dos desafios éticos, tec-nológicos, econômicos, políticos e

científicos, propostos pelo mundo contemporâneo, há que se seguir buscando, na humanidade, aquilo que a caracteriza como tal. Sem dúvida, a Filosofia pode contribuir para a construção de um projeto educacional sério, responsável e consequente.

Como o Centro de Filoso-fia vem sendo nosso parceiro, es-tamos realizando na Escola o Pro-jeto Corujas Itinerantes: refletindo símbolos e sinais. Está fantástico, cada turma realizando a sua aula inaugural com pesquisas, colóqui-os, dinâmicas, oficinas com sucata, mosaicos, interdisciplinarmente e com reflexão sobre os Valores Hu-manos. Houve até caça ao tesouro, onde as pistas eram os valores Hu-

manos que, vivenciados, levavam ao “tesouro” (baú com coruja).

Como um dos significados da coruja é a sabedoria, a aula inaugural foi refletir sobre qual a importância que terá o pensar na aula de filosofia e consequente-mente em todas as outras discipli-nas. Chegaram à conclusão de que a vivência dos Valores Humanos requer uma prática do pensar, começando com o lema da Escola: “ENSINANDO A APRENDER, ENSINANDO A VIVER”.

Doracildes, Gislaine, Ligia, Sirlene, Carolina, Dilvania e

Milene.

pletas de livros. Eram exemplares da obra didática que irá guiar as experiências filosóficas neste ano letivo: “Aprender a Filosofar com os Colegas”, de autoria de Silvio Wonsovicz e Sandra Magalhães Albertino.

Contudo, nem só os es-tudantes matriculados neste seg-mento tiveram um primeiro con-tato lúdico e diferenciado com o livro didático da disciplina. A obra “Vamos Filosofar?”, escrita pelos mesmo autores, foi encontrada pe-los estudantes de 1º Ano do Ensino Fundamental I somente após uma busca, guiada por pistas deixadas em diversos ambientes da insti-tuição de ensino por dois amigos ainda desconhecidos. Após visitar o parque infantil, a cantina, a re-cepção e o ginásio de esportes, as

crianças encontraram o Filos e a Sofia, os mascotes do seu estudo e os guardiães do livro.

“Atividades como esta des-pertam o interesse para os estudos que vão se seguir e criam a expecta-tiva de que o pensar filosófico pode ser atrativo e prazeroso. Por isso, para cada segmento, uma aula inau-gural, adequada à sua faixa etária, foi planejada”, justifica a coordenadora pedagógi-ca do Ensino Funda-mental I do Colégio Notre Dame, Daniela Dal’Maso.

Veja mais em - http://p a s s o f u n d o . n o -tredame.org.br/noti-cias/aulas-inaugurais-de-filosofia/

Enfileirados, direcionando seus olhares curiosos para o te-lhado do Colégio Notre Dame e se-gurando em suas pequeninas mãos balões coloridos, os estudantes de 2º Ano do Ensino Fundamental I vibraram com a surpresa que mar-cou a aula inaugural de filosofia do segmento. Lá do alto, o símbolo do estudo milenar – que reflete sobre questões relacionadas à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem –, a coruja, acenava e interagia com os educandos, sinali-zando que, além de fomentar o pen-samento filosófico, as aulas serão para lá de atrativas.

Ao deixar as alturas e ir ao encontro dos estudantes, reunidos no pátio da instituição de ensino, a coruja trouxe também malas re-

se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de ar-mação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(MELO NETO, João C. de. A educação pela pedra. Rio

de Janeiro: Editora do Autor, 1966.)

Com este conhecimento, uma mascote foi introduzida na turma: uma corujinha de pelúcia - Sofia, que passou a fazer parte das aulas de filosofia e visitar as casas das crianças. A cada dia, uma criança levava a coruja para dormir em sua casa.

Conforme afirmação da Simone: “as aulas de filosofia só fazem sentindo se forem concre-tizadas por diálogos reflexivos. Assim, para que acontecessem momentos dialógicos, algumas re-gras deveriam ser criadas e enten-didas pelas crianças.

Outras reflexões estão sen-do realizadas em torno do “eu” e da conquista de um mundo me-lhor, ou seja, como contribuir para a construção de um mundo melhor. Além das regras de convivência, o que faz eu ser eu, e o que acontece nas aulas de filosofia.

Tecendo a manhã

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10 11Filosofando nas Escolas Filosofando nas Escolas

Adolescentes construindo um pensar consequente

Ensino Fundamental II

Um ensino filosófico no currículo precisa ser dialógico e dinâmico junto aos outros conteúdos. É preciso levar em conta os procedimentos metodológicos adequados, os instrumentos e a visão de avaliação, condizentes com as

aprendizagens filosóficas das crianças e dos ADOLESCENTES.

Sim ou Não... Levantando hipótesesCol. Imaculada Conceição – Barbacena/MGOs alunos dos 7º anos começaram o ano tirando as teias de

aranha do pensamento! Para começar a pensar ‘Lógica + mente”, eles quebraram a cabeça tentando desvendar alguns mistérios.

Apresentado o problema, os alunos tentaram solucioná-lo através de perguntas que foram respondidas apenas com SIM ou NÃO. Precisaram, então, associar as informações e organizar as ideias para levantar hipóteses e chegar a uma solução.

Foi e continua sendo um exercício para o cérebro e uma grande diversão, pois alguns mistérios ainda não foram desvenda-dos. E você, seria capaz?

Diante da cena:Quarto de hotel, janela aberta, vidro que-

brado, chão molhado, casal morto.O que aconteceu?

Um homem entra em um bar e pede um copo d’água.

O garçom lhe aponta uma arma.O homem agradece e sai satisfeito.

Por quê?

Cutuque no SORITESCol. Carrossel – Itabuna/BA

Alunos do 7 º ano da Escola Carrossel, de Itabuna, interagindo com a onda da rede social Facebook, realizaram projeto de Filosofia a partir do trabalho feito em sala de aula sobre sorites, do livro Pensando Logica + mente.

Depois da fundamentação teórica, eles usaram o recurso do Face para cutucar e compar-tilhar com os colegas a formação de inúmeros sorites. O recorde foi batido, com mais de 1074 acessos. A professora Alane Dias acompanhava o trabalho via web, curtindo cada um dos sorites que cumprissem os critérios de avaliação.

Confiram no link o dinamismo, a criatividade e o empenho dos alunos: http://www.face-book.com/alane.dias/posts/283121091778547

Aula Inaugural: “Refletir para Transformar”Col. Santa Teresa – São Luís/MA

Fazer um filosofar vivo com os alunosAbrir espaços para uma educação filosófica com as crianças, adolescentes e jovens é, acima de tudo, buscar um

novo posicionamento diante da realidade social, ou seja, sair do senso comum e ir para a consciência crítica. Isso não está somente a cargo do ensino da Filosofia, não será ela somente que possibilitará ao aluno as mudanças de atitudes perante o mundo, que o fará agir como sujeito de sua história. Porém, é da sua essência e do seu fazer alcançar tais finalidades, quando é aprendida e vivenciada na escola, junto às demais disciplinas.

Educação para o Pensar é o caminho da aprendizagem investigativaCol. Universitário – Londrina/PR.

2013! Iniciou-se a cami-nhada filosófica no Ensino Funda-mental II no Col. Catarinense, em parceria com o Centro de Filosofia e Editora Sophos.

Com apenas duas semanas de aulas, as expectativas se con-firmaram, conforme depoimento unânime dos professores: “é de grande valia o projeto, o material didático, e a recepção dos alunos foi muito boa”.

A importância da Educação para o PensarCol. Salesiano N.S.Auxiliadora – Campinas/SP

Desde a alfabetização, na mais tenra idade, as crianças já lidam com questões de fundo. É um engano considerar que o filosofar é uma atividade abstrata superior, própria somente do pensamento adulto, quando se é capaz de manusear os termos técnicos difundidos pelos grandes pensadores.

A Educação para o filosofar é uma educação para o pensar bem, e pensar bem é poder compreender as questões de fundo que se escondem nos feitiços da linguagem, aproveitando suas rachaduras, para perscrutar em suas profundezas os significados mais cheios de amplidão, suscetíveis de compreensão vasta, capazes de aquietar as indagações mais profundas, que podem ser formuladas com o que chamamos “questões de fundo”.

Alunos do 4º ano do Fundamental I até o 9º ano iniciaram com bastante empenho as propostas esco-lares no ano de 2013.

Nesse período inicial, já com o objetivo de fortalecer os conteúdos abordados através do livro didáti-co (NEFC), foram desenvolvidas diversas atividades, entre elas: discussões, rodas de conversa, análise de vídeos e filmes, pesquisas e encenações. Um ganho significativo da disciplina de Filosofia são as relações interdisciplinares, que visam a ampliar a capacidade de conhecimento e fortalecer a proposta pedagógica do colégio. Através desse investimento teórico e humano, temos a certeza da contribuição para uma sociedade mais ética e com ações voltadas para o bem comum.

Prof. Marcos Rogério Soares

É de imensa necessidade a discussão de temas como a universalidade dos valores mo-rais, principalmente quando estes contribuem diretamente para a boa convivência entre humanos. Em período de adap-tação, após um mês do início das aulas, fez-se uma reflexão

sobre comporta-mento e respeito. Foi neste viés que a Orienta-dora Pedagógica do Colégio Santa Teresa (São Luís – MA), Fernanda Couto, e o Pro-fessor de Filoso-fia Thiago Araújo

criaram uma aula pra as turmas de 8º ano do Ensino Fundamen-tal II, buscando refletir sobre o Bullying, discutindo desde o real significado de tal atitude até suas consequências.

O ponto norteador da discussão marcada para o dia 22 de fevereiro foi um peque-no documentário sobre o caso

Casey Heynes, em que um es-tudante aus-traliano causou espanto na in-ternet depois da publicação de um vídeo no qual reagiu com violência após ser

No norte do Paraná, fa-zendo filosofia com alunos e professores, encontra-se o Col. Universitário de Londrina den-tre os pioneiros que, junto ao Centro de Filosofia, acreditam que com e pela Filosofia é pos-sível mudar a educação e a relação entre as pessoas.

Trabalhar a disciplina “Educação para o Pensar” no Colégio Universitário é auxiliar os alunos no processo de cons-trução de conhecimentos sobre o mundo e sobre eles mesmos. É, antes de tudo, refletir sobre as coisas, as ideias, os fatos, as situações e os comportamen-tos de nosso cotidiano, não os aceitando, assim como defende

Marilena Chauí, como óbvios e evidentes, e sim buscando compreendê-los através da in-vestigação.

Entendemos que a cons-trução desse olhar investigativo é fornecer aos alunos a fer-ramenta da curiosidade, fer-ramenta esta tão necessária à formação de um pensamento crítico. Entendendo este pen-samento crítico como a ca-pacidade questionadora e de-liberativa, que problematiza, examina e avalia as razões, os fundamentos e as crenças. Não se trata apenas de ensinar con-ceitos, mas sim de estimular o desenvolvimento do pensamen-to reflexivo e do raciocínio

lógico e crítico. Através de dinâmicas re-

flexivas, o aluno é chamado a trabalhar as dimensões do cor-po e da criatividade, aplican-do valores no próprio pensar. Considerando a dimensão da emoção, daquilo que se apre-cia, se considera importante, valoroso, tal como o exemplo de uma obra de arte ou a aten-ção dada às relações humanas. Por criatividade, entendemos a capacidade de inovar, buscar soluções, de ser pluralista, apli-cando critérios na busca de juí-zos que transcendem a si mes-mos e enfatizando a variedade e a diferença.

Filosofar não é apenas

Como o projeto e a discipli-na são novos nas turmas de 6º ao 9º ano, foi realizada uma introdução geral e motivação em todas as tur-mas, para em seguida seguir com o conteúdo sugerido para cada série na coleção Novo Espaço Filosófi-co Criativo. Inicialmente, uma dis-cussão e investigação da ideia e do conceito de Filosofia, partindo dos termos Philos: Sabedoria, Diálo-go, Reflexão, e Sophia: Amizade. Em seguida, com o pensamento

de Leonardo Boff, foi feita uma grande reflexão, iniciando os diálogos filosóficos: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto. (...) a compreensão é sempre uma interpretação. (...) Cada um com-preende e interpreta a partir do mundo que habita.”

Em seguida, associado a este pensamento, trabalhamos a questão do “OLHAR”, recolhendo algumas imagens da internet que continham características de ilusão

agredido diversas vezes por outro adolescente.

Após assistir ao vídeo, professor e alunos discutiram sobre o episódio e a reper-cussão do fato. As colocações mostraram que os alunos acreditam que, apesar das imen-sas diferenças étnico-sociais, precisamos manter e defender posturas éticas que favoreçam o respeito e a tolerância. “O valor moral é indispensável para a integração dos indi-víduos, e para que eu possa me relacionar bem eu preciso res-peitar o outro, seu espaço e suas limitações”, comentou um dos alunos. “Promover discussões sobre esses temas é fundamen-

de ótica. Os alunos perceberam como pode acontecer o diálogo filosófico em sala de aula: • respeitando o ponto de vista do outro;• mudando o seu ponto de vista quando necessário;• tendo presente que ideias e opi-niões dependem do contexto no qual estão inseridas ou foram ditas;• percebendo que, apesar de mui-tas vezes olharmos todos a mesma realidade, nem sempre vemos os

mesmos aspectos ou detalhes des-sa realidade;• tomando consciência de que, juntos, através do diálogo, nossos olhares e pontos de vista se com-pletam ou descobrem novos co-nhecimentos.

Foi assim que essa ex-periência aconteceu, e esperamos que dessa forma entusiasmada continue a mais nova COMUNI-DADE DE APRENDIZAGEM INVESTIGATIVA do Colégio Catarinense.

Prof. Osnildo - Pedro Baesso

aprender a pensar, mas também a ouvir e a respeitar a opinião do outro, compreendendo a filosofia como inerente à vida, e con-templando o mundo com admiração e respeito. Nosso propósito não é criar conclusões, mas abrir portas, gerir oportunidades, dar início a um processo, experimentar a vida através de atitudes filosóficas.

Professoras: Edilaine Rizzuto Cruz e Juliana Lima Arruda

tal para que os alunos possam se colocar no lugar do outro e avaliar situações semelhantes ou outras mais simples que en-frentamos no dia a dia. Além de que quando trabalhamos as diferenças fortalecemos no aluno o orgulho de ser único e a importância de ter caracterís-ticas e pensamentos próprios”, completa Fernanda Couto.

Filosofar, dialogar, refletirCol. Catarinense – Florianópolis/SC

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Educadores! Disponibilizamos assessorias, suporte e apoio para suas aulas. Venham fazer parte da grande comunidade filosófica do Centro de Filosofia, da Editora Sophos e do S.E.R.! Vejam alguns benefícios de estabelecermos um relacionamento mais próximo com vocês e suas es-colas, quando optam por nosso Programa e nossos ma-teriais didáticos:

• Livros Didáticos Integrados – Elaborados num centro de pesquisas e estudos com assessores especializados e links de conteúdos com o Portal SER, o Portal da Filosofia e nossos outros sites.

• Ações Filosóficas e Educacionais – Seminários, pa-lestras, cursos presenciais, Ensino a Distância - EaD do S.E.R., troféu Amigos da Filosofia, Projetos Filosófico-Pedagógicos.

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• Suporte Tecnológico – Um portal de filosofia – www.portalser.net com recursos e conteúdos, boletins sema-nais, reuniões virtuais, atendimentos online e sites que complementam os trabalhos de reflexão dos professores e em sala de aula. O grande presente na preparação dos 25 anos – Nova Edição DIGITAL da Coleção Filosofia Fundamental, com a disponibilização do LABORATÓRIO FILOSÓFICO. Aguardem!

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Assessoria Filosófica Pedagógica atuanteCentro de Filosofia e Ed.Sophos – Florianópolis/SC

Iniciar as comemorações dos 25 anos com certezas e sinalizações para vislumbrar caminhos percorridos. Assim a equipe de assessores filosófico-pedagógicos, composta por professores

de filosofia e educadores comprometidos com uma escola reflexiva, está à disposição de escolas e professores que trabalham com o Programa e as Coleções.

Segue a programação do 1º semestre em cada região:

REGIÃO SUL – Prof. Luciano Tartari Neto – [email protected]

Janeiro: 30 - Reunião na Secretaria Municipal de Educação - Cascavel/PR.30 - Encontro com professores do ITECNE de Cascavel/PR.31 - Formação de professores do Colégio Alfa Intentus de To-ledo/PR.31 - Encontro com educadores do Colégio La Salle de Toledo/PR.

Fevereiro:04 e 5 – Formação dos professores - Colégio Machado de Assis/ Joinville.07 – Reunião na Secretaria Municipal de Educação de Passo Fundo/RS.08 – Formação dos professores - Colégios Notre Dame e Menino Jesus de Passo Fundo/RS.14 a 28 – Assessorias e agendamentos via email e telefone.

Março:04 a 08 – Visita às escolas de São José/SC.11 a 15 - Visita a escolas de Florianópolis/SC.18 a 22 – Visita a Escolas do Norte do Paraná (Londrina, Cornélio, Apucarana, Maringá...).

Abril:01 – Início do Projeto Corujas Itinerantes em SC. 02 – Na Rede Municipal de Educação em Tijucas/SC, início de quatro projetos (EaD do SER, Assessorias, Filósofo na Escola e Corujas Itinerantes).08 a 12 – Assessorias e vistas às escolas da Grande Porto Alegre e região de Caxias do Sul.15 a 19 – Assessoria e acompanhamento das escolas.

Maio:06 a 10 – Visitas às escolas da região norte de Santa Catarina.- Jornal Corujinha: Contatos com colégios e professores para na 2ª quinzena de maio enviar matérias para jornal do 2º trimestre.13 a 16 – Acompanhamento das escolas da região e assessoria.20 a 24 – Visita a escolas do sul e oeste de Santa Catarina.– Início do Projeto Corujas Itinerantes no Rio Grande do Sul (Passo Fundo/RS).27 a 29 – Acompanhamento das escolas da região e assessoria.

Junho:03 a 28 – Trabalhos no Centro de Filosofia e Acompanhamen-tos da Rede La Salle na região Sul (análise dos livros didático-reflexivos).- Envio do Corujinha 2º trimestre.

REGIÃO SUDESTE – Prof. Geverson Godoy – [email protected]

Janeiro: - Revisão dos Roteiros pedagógicos 2013 da Coleção Filosofia Fun-damental. - Envio do Roteiro pedagógico personalizado para as escolas par-ceiras. - Atendimento aos professores - Roteiros Pedagógicos 2013.

Fevereiro:- Propagação do boletim O dia D. - Reenvio do Roteiro pedagógico personalizado para as escolas que adotam as coleções. - Atendimento aos professores inscritos no site dos Roteiros Pe-dagógicos 2013.

Março:- Contato com escolas que participarão do projeto Corujas Iti-ner-antes. - Criação no Linkedin do grupo “Corujas Itinerantes”. - Organização de conteúdos na página do facebook – “Corujas Iti-ner-antes”.- Organização didática das atividades do 2º ao 5º ano no Projeto Corujas Itinerantes. - Assessoria aos professores que adotam o programa e livros didáti-cos. - Divulgação do Curso EaD do S.E.R.

Abril: - Início do projeto Corujas Itinerantes.- Assessoria e acompanhamento das escolas. - 15 a 19 - Visita às escolas que adotam o programa na região de Campinas e que participam do Projeto Corujas Itinerantes. - 22 a 26 - Assessoria e formação às escolas da Região de Ribeirão Preto/SP.

Maio:- 6 a 17 - Assessoria e formação às escolas da Grande São Paulo.- Jornal Corujinha: Contatos com colégios e professores para na 2ª quinzena de maio enviar matérias para jornal do 2º trimestre.- 20 a 31 - Visita às escolas do Rio de Janeiro, acompanhamento do Projeto Corujas Itinerantes, formação e assessoria.

Junho:- Encerramento do Projeto Corujas Itinerantes no Rio de Janeiro. - Assessoria aos professores de filosofia e escolas que adotam o pro-grama.- Envio do Corujinha 2º trimestre.

REGIÃO NORDESTE – Prof. Silvio Wonsovicz – [email protected]

Fevereiro:- Formação Continuada aos professores dos Colégios Salesiano e Novo Ello Salvador/BA.

Março:- 19 a 24 – Visita às escolas e organização do Projeto Corujas Itine-rantes – Fortaleza/CE.

Abril:- Realização do Projeto Corujas Itinerantes – Ceará - Maranhão - Piauí e Bahia.- Visita às escolas e assessorias em São Luis/MA. - Agendamento das visitas às escolas de Rio Grande do Norte e Paraíba.

Maio:- Agendamento das visitas às escolas de Pernambuco, Alagoas e Sergipe. - Jornal Corujinha: Contatos com colégios e professores para na 2ª quinzena de maio enviar matérias para jornal do 2º trimestre.

Junho:- Formação e assessoria para professores de Fortaleza / São Luís e Te-resina.- Encerramento do Projeto Corujas Itinerantes. - Envio do Corujinha 2º trimestre.

REGIÃO NORTE e CENTRO-OESTE – Prof. Luiz Carlos Kons –[email protected]

Fevereiro:- Jornal Corujinha: Escolha e contatos com colégios de Campo Grande para na 2ª quinzena de fevereiro fazer envio de matérias para jornal do 1º trimestre – final de março.- Planejamento dos trabalhos de 2013 e atualização das Fichas SER.- Assessoria às escolas da Região Norte e Centro Oeste e Minas Gerais.

Março:- Planejamento dos trabalhos de 2013 e atualização das Fichas SER. - Agendamento das visitas às escolas de Minas Gerais. - Assessoria às escolas da Região Norte e Centro Oeste e Minas Gerais.

Abril: - Agendamento e Visita às escolas de MG para formação de pro-fessores e assessoria ao trabalho realizado e visando novos clientes. - Envio do Corujinha para todas as escolas de campo Grande e para as escolas do SESI - MS (Colégios clientes e os que desejo no futuro).- Assessoria às escolas da Região Norte e Centro Oeste e Minas Gerais.

Maio:- Jornal Corujinha: Contatos com colégios e professores para na 2ª quinzena de maio enviar matérias para jornal do 2º trimestre.- Visita às escolas de Campo Grande/MS, Formação e Assesso-rias.- Realização do Projeto Corujas Itinerantes com as Escolas de Campo Grande e Rede SESI/MS.- Visita às escolas do SESI/MS para Formação e Assessoria.- Agendamento e visita às escolas de Goiânia para formação, as-sessoria.

Junho: - Assessoria às escolas da Região Norte e Centro Oeste e Minas Gerais.- Envio do Corujinha 2º trimestre.

Distrito Federal – Profª. Lia Anhesim Bazzo - [email protected]

Janeiro:- No Colégio CENCE de Taguatinga - Apresentação do Centro e do Programa. Prática em sala de aula - como trabalhar com o Material. - No Colégio IBAN o IIº Encontro - Práticas em sala de aula: Professores planejam em grupo as aulas e se socializam.

Fevereiro:- Atendendo Colégios que solicitavam livros e Roteiros de Plane-jamento.- Colégio CENCE de Taguatinga - Reunião com os Pais - Apre-sentação do Centro e da proposta Educar para o Pensar.- Colégio CENCE Taguatinga - IIIº Encontro Práticas em sala de Aula: Como trabalhar com o material.- Solicitação de matéria para o Corujinha para todos os Colégios.- Organizando um grupo para o EAD semipresencial no DF.

Março: - Repassando link dos roteiros pedagógicos e conferindo e re-pondo os cadernos do Professor.- Atualização das Fichas SER e divulgação do projeto Corujas Iti-nerantes. - Atualização da página NUFEP-DF no Facebook. - Visita a Escola Classe 312 Norte – Projeto “Filosofar é só começar”.

Abril:- Oficinas em sala de aula do col. CENCE: “Pais convivendo melhor”.- Práticas em sala de aula com professores do Col.D.Pedro II - 6º ano.- EAD semi presencial.- Início do Projeto Exposição “Corujas Itinerantes: refletindo so-bre Símbolos e Sinais”.

Maio:- Práticas em sala de aula com professores do Col. D. Pedro II 6º ano.- EAD semipresencial.- Práticas em sala de Aula com prof. do JK Junior - (Gama, Asa Norte).- Projeto Exposição “Corujas Itinerantes: refletindo sobre Sím-bolos e Sinais”.

Junho:- Lançamento da Gincana de 1º ao 5º ano entre Colégios da rede. Maior coleção de corujas. Apuração em Agosto na volta às aulas.- Encerramento do Projeto “Corujas Itinerantes” no Distrito Federal - balanços, encaminhamentos...- Projeto Café com ideias. - Formação continuada do 1º ano Fund. I ao Ensino Médio.

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Como participar?

PARA SABER MAIS:

Editora Sophos www.editorasophos.com.br

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Existem diferenças entre os materiais didáticos para o ensino da filosofia encontrados no mercado e o que temos apresentado durante duas décadas e meia. A Editora

não busca somente disponibilizar o material didático, mas tem a preocupação com todo o processo, para que a aprendizagem realmente aconteça (aluno, professor, família).

A Editora tem como objetivo primeiro o aluno e o professor, e acredita que mais importante do que o livro é a forma como este é utilizado (dentro de uma metodologia e com objetivos reflexivos).

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