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MANDIOCA AMARELA Inhame é nova alternativa em São Gonçalo 05 CORREIO DA BAHIA PUBLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DO MEIO RURAL ANO I Nº 17 - Salvador, 08 de julho 2006 Novas variedades de mandioca dispensam o uso de corantes na produção da farinha de copioba e apresentam maior diversidade nas formas de consumo. Projeto combate mosca-das-frutas 09

Mandioca 05 aMarela - Moscamed · 2006-07-28 · CEBOLA CEASA/JUAZEIRO SC 20 KG 12,50 ... COCO SECO MÉDIO CEASA/SALVADOR CENTO 120,00 COCO VERDE MÉDIO CEASA/SALVADOR CENTO 35,00

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Mandioca aMarelaInhame é nova

alternativa em São Gonçalo

05

correio da bahiaPublicação das atividades do Meio ruralano i nº 17 - salvador, 08 de julho 2006

Novas variedades de mandioca dispensam o uso de corantes na produção da farinha de copioba e apresentam maior diversidade nas formas de consumo.

Projeto combatemosca-das-frutas09

Salvador - sábado, 08 de julho de 20062 eventos e cotações

Encartado no jornal Correio da Bahia. Não pode ser vendido separadamente.

Av. Tancredo Neves, 939Edf. Esplanada Tower , sala 505Caminho das Árvores - Salvador-BaTelefax.: (71) 3342.4440/[email protected]

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Departamento ComercialTel.: (71) 3203-1864/1353 [email protected]

Departamento de MarketingTel.: (71) 3203-1469/[email protected]

Editora de MarketingRafaela [email protected]

Produção

PRODUTOS TIPO PRAÇA UNIDADE PREÇO (R$)

ABACAXI MÉDIO CEASA/SALVADOR CENTO 80,00

ALGODÃO PLUMA BARREIRAS ARROBA 41,34

CAROÇO BARREIRAS ARROBA 15,00

ARROZ COM CASCA BARREIRAS SC 60 KG 18,00

BANANA PACOVAN CEASA/SALVADOR KG 1,00

PRATA CEASA/SALVADOR CENTO 10,00

CACAU ILHÉUS/ITABUNA ARROBA 53,00

FUTURO NEW YORK (US$) TON 1.701,00

CAFÉ ARÁBICA DURO TIPO 6 LUIZ E. MAGALHÃES SC 60 KG 220,00

RIO LUIZ E. MAGALHÃES SC 60 KG 170,00

DESPOLPADO LUIZ E. MAGALHÃES SC 60 KG 230,00

DESPOLPADO VITÓRIA DA CONQUISTA SC 60 KG 230,00

DURO VITÓRIA DA CONQUISTA SC 60 KG 208,00

DISPONÍVEL SANTOS SC 60 KG 237,50

DISPONÍVEL NEW YORK (U$$) LIBRA-PESO 0,81

FUTURO NEW YORK (U$$) LIBRA-PESO 0,96

CAFÉ CONILLON TIPO 7 EUNÁPOLIS SC 60 KG 147,00

TIPO 7/8 EUNÁPOLIS SC 60 KG 144,00

CEBOLA CEASA/JUAZEIRO SC 20 KG 12,50

IRECÊ SC 20 KG 10,00

COCO SECO MÉDIO CEASA/SALVADOR CENTO 120,00

COCO VERDE MÉDIO CEASA/SALVADOR CENTO 35,00

FEIJÃO CARIOCA ADUSTINA SC 60 KG 50,00

IRECÊ SC 60 KG 55,00

RIBEIRA DO POMBAL SC 60 KG 70,00

LARANJA/PERA GRANDE CEASA/SALVADOR CENTO 12,00

INDÚSTRIA RIO REAL TONELADA 180,00

LIMÃO TAITI GRANDE CEASA/SALVADOR SC 20 KG 18,00

MAMÃO FORMOSA CEASA/SALVADOR KG 0,80

MAMÃO HAWAI CEASA/SALVADOR CX 7/8 KG 8,00

MAMONA IRECÊ SC 60 KG 30,00

MANGA TOMMY ATKINS CEASA/JUAZEIRO KG 0,55

MELANCIA CEASA/JUAZEIRO KG 0,22

MELÃO CEASA/JUAZEIRO KG 0,90

MILHO BARREIRAS SC 60 KG 14,50

IRECÊ SC 60 KG 17,00

SISAL EXTRA VALENTE KG 1,06

TIPO 2 VALENTE KG 0,93

REFUGO VALENTE KG 0,70

SOJA BARREIRAS SC 60 KG 21,00

CHICAGO-USA (U$$) BUSCHEL 5,93

TOMATE MESA 1ª CEASA/SALVADOR CX 20/22 KG 15,00

1ª CEASA/JUAZEIRO CX 26 KG 13,50

UVA ITÁLIA CEASA/JUAZEIRO CX 06 KG 14,50

BOI GORDO FRIGORÍFICO FEIRA DE SANTANA ARROBA 49,00

FRIGORÍFICO ITAPETINGA ARROBA 46,00

CAPRINO FEIRA DE SANTANA ARROBA 75,00

OVINO FEIRA DE SANTANA ARROBA 75,00

LEITE (NA PLATAFORMA) FEIRA DE SANTANA LITRO 0,40

TEIXEIRA DE FREITAS LITRO 0,45

Fonte: EBAL, EBDA, Coordenação de Conjuntura Agrícola - SEAGRI - Fone : 3115 - 2725

2ª EXPOSIÇÃO ESP. DE CAPRINOS E OVINOS DE SERRINHAPeríodo: 7/7/2006 a 9/7/2006Local: Serrinha - Bahia Informações: (75) 3261-2364

EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE ILHÉUSPeríodo: 03 a 06/08/06Local: Ilhéus - Bahia Informações: (73) 3234-5082

links

CURsos

AGRISHOW DO SEMI-ÁRIDOPeríodo: 11/7/2006 a 15/7/2006 Local: Embrapa de Petrolina – PEInformações: [email protected]

3º CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL Período: 26/7/2006 a 29/7/2006 Local: Varginha - MG Informações: (35) 3829-1364 ou [email protected]

Nos próximos dias o tempo estará nublado a parcialmente nublado com possibilidade de chuva em áreas isoladas, como no nordeste, recôncavo e litoral norte. Nas demais áreas do estado, o tempo estará parcialmente nublado a claro. A temperatura máxima ficará em torno de 30ºC e a mínima de 14ºC.

16ª REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA Período: 23/7/2006 a 27/7/2006Local: Aracaju - SE Informações: (79) 3107-8584

CURSO DE CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DA PASTAGEMPeríodo: 28/7/2006 a 30/7/2006Local: Auditório do Centro de treinamento da EBDA. Salvador- BAInformações: (71) 3240-3794 / 9172-1248

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

www.agricultura.gov.brEmbrapawww.embrapa.gov.br

Confederação Nacional da Agriculturawww.cna.org.br

Conabwww.conab.gov.br

CAR - Companhia de Desenvolvimento e Ação Regionalwww.car.ba.gov.br

Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia www.seagri.ba.gov.br

EBDAwww.ebda.ba.gov.br

FAEB - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahiawww.faeb.org.br

Associação Nacional dosCriadores e Pesquisadores www.ancp.org.br

AIBA - Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahiawww.aiba.com.br

ADAB - Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahiawww.seagri.ba.gov.br/adab

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006 �agrobahia

O Projeto de Sustentabi-lidade do Agronegócio para Pequenos Agricultores Rurais de Teolândia vai beneficiar 400 famílias com renda per capita inferior a R$ 100. O objetivo é fortalecer a cadeia produtiva da banana e incrementar a renda dos pequenos produ-tores que vivem do cultivo do produto. As ações do projeto incluem o cultivo da bananei-ra associado ao seu aproveita-mento com a implantação da

agroindústria familiar e de infra-estrutura para

a comercialização. O programa

c o n t a r á

com recursos do Fundo Es-tadual de Combate e Erradica-ção da Pobreza (Funcep), que está disponibilizando R$ 414,6 mil para a execução das ativi-dades. A iniciativa contem-plará três comunidades car-entes do município, que fica a 273 quilômetros de Salvador.

O Projeto de Sustentabi-lidade do Agronegócio para Pequenos Agricultores Rurais de Teolândia vai beneficiar pequenos produtores com, no máximo, 100 hectares que estão divididos em 20 asso-

ciações. Está prevista ain-da a formação de uma

Projeto fortalece cadeia produtiva da bananacomissão composta por repre-sentantes da prefeitura e das associações para acompanhar a execução do projeto. A pre-visão é de que cada produtor tenha um incremento na renda de um salário mínimo por mês.

Para o secretário de Com-bate à Pobreza e às Desigual-dades Sociais, padre Clodoveo Piazza, os projetos voltados para os pequenos agricultores são fundamentais para a fixa-ção das famílias no campo, di-minuindo o êxodo rural. “Quan-do os produtores se unem em associações, as chances de inserção dos produtos no mer-cado aumentam e eles podem ter um incremento significa-tivo na renda. Isso evita que

as famílias deixem a zona rural”, destaca.

O prefeito de Teolândia, Antônio Santana Júnior, ex-

plica que a banana é o produ-to de maior importância

econômica do município. “Esta-mos dando continuidade a um projeto de desenvolvimento sustentável no município, que contempla, principalmente, o cultivo da bananeira. Uma das vantagens é que as ações envolvem desde a produção, passando pela industrialização e comercialização do produto”, afirma, explicando que serão construídas duas agroindústri-as e implantados oito estandes ao longo da BR-101 para a ven-da de bananas, doces, geléias e outros produtos.

Além de 12 unidades de demonstração, assistência técnica aos produtores e ins-talação de uma unidade de beneficiamento em cada uma das três comunidades, o pro-jeto prevê a implantação de um viveiro para produção de mudas e de um Centro de Refe-rência para Comercialização dos Produtos, que ficará num

ponto estratégico da BR-101. Para a capacitação dos

pequenos produtores serão ministradas aulas práticas e teóricas sobre temas como normas de higiene, segurança e meio ambiente, preparação de frutas para produção de polpas e doces, gestão e em-preendedorismo, entre outros assuntos.

Na comunidade do Tanque Grande, o projeto inclui ainda a implantação de uma Unidade de Produção de Leite de Vaca, com a finalidade de difundir a pecuária leiteira na região, aproveitando as suas poten-cialidades. O leite produzido será comercializado a R$ 0,50 e destinado à complementa-ção alimentar e nutricional de crianças de 2 a 7 anos, além de idosos assistidos pelo Centro de Referência da Assistência Social da Secretaria Municipal de Assistência Social.

agrobahia

universidade lança programa de caprino-ovinocultura

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) lançou, em Vitória da Con-quista, o Programa de Apoio à Caprino-Ovinocultura do Sudoeste da Bahia, denomi-nado de Procriar. Na ocasião, estiveram presentes produ-tores rurais do município e de cidades circunvizinhas.

Desenvolvido pela Uesb desde 1997, em 2006, o Pro-criar passou a ter a parceria das secretaria de Combate à Po-breza e às Desigualdades Soci-ais (Secomp) e da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri). O Padre Clodovel Piazza, secretário de Combate à Pobreza, também esteve presente no lançamento do

programa. Para ele, o trabalho é importante, sobretudo, porque revela as possibilidades e a capa-cidade dos pequenos produtores em produzir riquezas e se inserir no mercado. O produtor Domin-gos Moreira concorda com o pa-dre: “o programa está ajudando a gente na renda familiar, pois nos ensina a cuidar direito da criação com a assistência dos técnicos”.

O Procriar, que vai atender a 120 famílias na Região Sudoeste da Bahia, tem o objetivo de for-talecer a estrutura familiar rural por meio do desenvolvimento da caprino-ovinocultura como uma atividade sustentável. Algumas das ações do programa são a melhoria da infra-estrutura das propriedades cadastradas, no

que se refere à implantação de reserva estratégica de alimen-tos, incluindo conjunto moto-forrageiro; disponibilização de serviços nas áreas de sanidade, melhoramento genético e ali-mentação dos rebanhos; e ativi-dades de capacitação e organiza-ção das famílias.

A Secomp disponibilizará cerca de 427 mil reais dos 820 mil investidos no programa. A Seagri, por meio da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário (EBDA), irá colaborar na definição dos processos de extensão, ca-pacitação, assistência técnica e articulação com as ações de defesa sanitária.

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006�

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006 5agrobahia

inhame é nova alternativa em são gonçalo dos campos

A cultura do inhame começa a ser apoiada como uma nova alternativa econômica para agricultores familiares do mu-nicípio de São Gonçalo dos Campos, a 108 quilômetros de Salvador. Através do projeto Proinhame, serão implantadas cinco unidades de demons-tração, onde 125 pequenos produtores reunidos em asso-ciações terão a oportunidade de cultivar o produto, que deverá ser comercializado até para outros estados.

O convênio para a execução do projeto foi assinado entre a Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (Secomp) e a prefeitura do município. O investimento total é de R$ 89 mil, sendo proveniente do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) e do mu-nicípio.

Além da implantação das

cinco unidades, os recursos serão utilizados na capacitação dos pequenos produtores para o manejo da cultura do inhame, na aquisição de sementes, insumos, equipamentos e na realização de dias-de-campo, cursos, palestras, seminários e excursões, entre outras ativi-dades.

Para a superintendente de Articulação e Programas Especi-ais, Elisa Pellegrini, o Proinhame vai fortaler os agricultores fa-miliares. “Estamos investindo, principalmente, na organização da produção, capacitando os pequenos produtores para que eles possam produzir com mais qualidade, inserir-se no mercado e incrementar a renda de suas famílias”, disse.

A idéia é diversif icar a produção porque o homem do campo precisa ter novas al-ternativas à mandioca, que é a principal cultura do município.

O quilo do inhame chega a ser vendido por R$ 1,70 e, após a colheita, que acontece dentro

de nove meses, a produção deve ser comercializada para uma empresa pernambucana.

Foto: AGECOM

Salvador - sábado, 08 de julho de 20066 Matéria da caPa

nova mandioca amarela dispensa uso de corantesDuas novas variedades de

mandioca vêm sendo testadas pela Embrapa na região do Recôn-cavo baiano. Conhecidas como variedades amarelas, a mandioca Gema de Ovo e a Dourada, tam-bém conhecida como Dendê são espécies biofortificadas. Elas possuem grande concentração de betacaroteno, substância que, ao atingir a corrente sangüínea, transforma-se em vitamina A.

A concentração de betaca-roteno permite a utilização das cultivares na produção de farinha fina amarela (farinha de copioba), dispensando o uso de corantes, normalmente utilizados pelos agricultores para dar coloração amarela ao produto. Outra vanta-gem é que elas podem ser cozidas, fritas em forma de chips ou palito e usadas em bolos e pudins. O cozimento é rápido, o sabor é doce e suas raízes não apresentam fibras.

Segundo a pesquisadora da

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical de Cruz das Almas, na Bahia, Wania Fukuda, responsável pela seleção e identificação das cultivares, as raízes não têm a quantidade total diária de vitami-na A necessária para uma pessoa, porém são fontes complemen-tares do nutriente. “A Gema de Ovo é usada principalmente para consumo cozido e para farinha. Já a Dourada serve para tudo”, garante a pesquisadora. Fukuda destaca a importância da raiz para a subsistência dos pequenos produtores rurais e para o incen-tivo ao comércio. “Afinal, o aipim e a farinha são produtos típicos da mesa do brasileiro”, explica.

O cultivo dessas variedades é recomendado, inicialmente, para áreas do Recôncavo Baiano e dos Tabuleiros Costeiros, que apre-sentam pluviosidade anual em torno de 1200 mm, concentrada nos meses

de abril a agosto, temperatura média anual de 24 graus e umi-dade relativa do ar em torno de 80%. O plantio deve ser efetuado no início das chuvas, utilizando manivas selecionadas de 20cm de comprimento. O campo deve ser mantido limpo, no mínimo nos primeiros 120 dias após o plantio.

As variedades já estão sendo testadas também no Semi-Árido, nas regiões de São Luís (MA), Caetité (BA) e Araripina (PE). A va-riedade Gema de Ovo é originária do estado do Amazonas e a Dou-rada é originária de Maragogipe, na Bahia.

As primeiras sementes foram distribuídas no município de Cruz das Almas, em dezembro de 2005, para 200 pequenos produtores do Recôncavo, incluindo as cidades de Santo Amaro e Maragogipe.

O trabalho de pesquisa foi desenvolvido em parceria com o

Programa de Biofortificação de Produtos Agrícolas para

Melhor Nutrição H u m a n a

(HarvestPlus), que tem como objetivo melhorar a qualidade nutricional das principais culturas alimentares (com teores mais elevados de ferro, zinco e pró-vitamina A), adaptadas a zonas carentes em todo o mundo.

A Bahia é o segundo maior produtor de mandioca do país, tendo alcançado em 2003, o patamar de quatro milhões de toneladas da raiz. No ano passado, o estado ultrapassou essa marca.

O cultivo no estado ocorre em praticamente todos os municípios, sendo explo-rada principalmente por pequenos produ-tores que utilizam, com predominân-cia, a mão-de-obra familiar. Esta pe-culiaridade con-duz a cultura da mandioca a uma posição de grande importância socio-econômica no estado, pois, além de absorver com intensidade a mão-de-obra disponível, du-rante os dozes meses do ano, ocupa 2º lugar na oferta de posto

de serviço, dentre as culturas nessa faixa social.

Os produtores que quiserem cultivar as variedades amarelas devem solicitar as sementes (ma-nivas) para a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical de Cruz das Almas, através do e-mail [email protected] ou pelo tele-fone (75) 3621-8000.

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006 7

nova mandioca amarela dispensa uso de corantesembrapa vai lançar

outras variedades

A Embrapa Mandioca e Fru-ticultura Tropical irá lançar as variedades de mandioca Prata e Rosada. O evento será rea-lizado no Centro de Tecnologia em Mandioca da Embrapa, em Cruz das Almas, em 27 de ju-lho, às 9h. Na ocasião, além da apresentação técnica da raiz e orientação sobre o cultivo, haverá degustação e depoi-mento de produtores.

“O nosso programa de melhoramento está direcio-

nado, atualmente, para dois fo-cos: o valor nutritivo das raízes em termos de ferro, zinco e carotenóides e a qualidade de fécula, que hoje é uma grande demanda nacional”, afirma a pesquisadora Wania Fukuda, líder do programa.

Mandioca rosada auxilia na prevenção do câncerOriginária do município de Ibiassucê, no Sudoeste da Bahia, a variedade Rosada tem elevado teor de licopeno (substância carotenóide), alto potencial de rendimento de raízes e qualidade para o consumo fresco. “O licopeno é encontrado em grande quan-tidade em hortaliças, como o tomate, tem efeitos antioxidantes e é recomendado para a prevenção do câncer, sobretu-do o câncer de próstata”, expli-ca a melhorista Wania Fukuda. A coloração ro-

sada dos produtos feitos com as raízes da mandioca Rosada é resultante da presença do licopeno, que alia valor nutritivo com o aspecto colorido dos seus derivados. As raízes da variedade Rosada podem ser cozidas ou usadas para o preparo de sucos, bolos, pudins e outros derivados.A Rosada é resultado do Projeto de Desenvolvi-mento de Germoplasma de Mandioca para as Condições Semi-áridas do Nordeste do Brasil, desen-volvido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, em parceria com o CIAT (Centro Internacional de Agri-cultura Tropical), e financiado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA).

variedade Prata é ideal para a indústria Indicada para a indústria de farinha e fécula, a va-riedade Prata de mandioca destaca-se principalmente no semi-árido da Bahia, especialmente nos municípios de Itaberaba e Boa Vista do Tupim. A cultivar tem diversas vantagens em relação às variedades tradicio-nais: alta taxa de germinação, produção de material de plantio de boa qualidade, maior produtividade de raízes, com maiores teores de amido e matéria seca. “A película e a polpa na cor branca facilitam o descascamento para a indústria de fécula”, afirma Wania Fukuda.

Em campos de observação conduzidos em Itabera-ba, o híbrido foi selecionado por sua resistência à seca, sobrevivendo a um período de 10 meses de estiagem e ainda produzindo oito toneladas por hectare de raízes, aos 10 meses. “A produtividade da mandioca Prata é três vezes maior do que a variedade local, a Platina”, garante Fukuda.De 1998 a 2001, o híbrido foi avaliado em provas participativas em propriedades de agricultores de

vários ecossistemas da região semi-árida do Nordeste, utilizando-se o sistema tradicional de cultivo do agricul-tor, sem o uso de insumos. Na comunidade de Lagoa de Jenipapo, no município de Boa Vista do Tupim-Ba, seus rendimentos de raízes variaram entre 18,8 t/ha a 26,0 t/ha de raízes com teores de amido em torno de 33%, aos 18 meses após o plantio, contra 12 t/ha e 36% de matéria seca da variedade local, a Olho Roxo.O híbrido Prata adapta-se bem às condições semi-áridas do Estado da Bahia, sobretudo aquelas simi-lares aos dos municípios de Itaberaba, Boa Vista do Tupim e Marcionílio Souza, que se carac-terizam por apresentar uma precipitação mé-dia anual de 500mm a 750mm, concentrada nos meses de novembro a janeiro.

Salvador - sábado, 08 de julho de 20068 agrobrasil

SOjA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai lançar este mês o Plano Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, que terá manual técnico contendo recomendações aos produtores para evitar a disseminação da doença. Entre as medidas a serem adotadas consta o vazio sanitário, o que significa que a soja não poderá ser plantada em áreas irrigadas no período seco, a não ser em casos específicos, sob controle técnico do Ministério. O vazio sanitário prevê um período de 90 dias sem plantio da cultura.

MAMÃO

O mamão produzido no extremo sul da Bahia, está ajudando a aumentar o saldo da balança comercial do Brasil. Toda semana, 16.000 quilos da fruta são embarcados para o mercado norte-americano. O que significa 64 toneladas por mês. A fruta é exportada através do porto de Salvador. Depois de quase seis anos de pesquisa para obter o controle do ataque das moscas das frutas, a ADAB - Agência de Defesa

infoRmes RURais

Agropecuária da Bahia, fez o monitoramento em 4 áreas no extremo sul do Estado. Dois tipos de armadilhas foram espalhadas entre os mamoeiros, o que garantiu segurança nas operações do plantio à colheita.

VITóRIA DA CONqUISTAApós permanecer três meses fechado para conclusão das obras de reforma exigidas pelo Ministério Público estadual, o Frigorífico Municipal de Vitória da Conquista foi reaberto na última semana, depois de inspeção de representantes do MP, da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e do Centro de Recursos Ambientais (CRA).

CAfÉ

O Ministério da Agricultura e o Banco do Brasil definiram um montante adicional de R$ 550 milhões do Funcafé a serem disponibilizados ao setor cafeeiro ainda neste ano. Os recursos destinam-se às linhas de custeio das despesas de colheita de café da safra 2006/2007, tais como herbicida, arruação, transporte, secagem, mão de obra e materiais para as várias etapas da colheita. Os encargos da linha são de 9,5% ao ano e o prazo de pagamento é de cerca de 180 dias, conforme a região.

a biotecnologia e a agricultura Familiar

A introdução de tecnologias na agricultura familiar poderá ser um instrumento fundamen-tal e decisivo para a contínua e mais eficiente participação deste importante setor do agronegócio no desenvolvi-mento social e econômico do Brasil. Entretanto, tecnologias devem ser configuradas como parte de uma estratégia de de-senvolvimento que requerem uma análise ex-ante em rela-ção a sua natureza e pujança, associadas a um conjunto de intervenções complementares, que permitam maximizar seus efeitos benéficos e mitigar os custos sociais. Apesar de pouco conhecido por algumas cama-das da população, o setor da agricultura familiar apresenta uma grande diversidade em relação ao seu meio ambi-ente, a sua situação e tipos de produtores, à aptidão às terras, à disponibilidade de infra-es-trutura, ao acesso ao crédito, às variações econômicas, entre outras.

De acordo com o censo agropecuário de 1995/1996 do IBGE, a agricultura familiar representa 85,2% do total de estabelecimentos, ocupando 30,5% da área total. Apesar de receberem apenas 25,3% do financiamento destinado à agricultura, a agricultura familiar tem sido responsável por 37,9% do VBP (Valor Bruto da Produção) da agropecuária nacional e a principal fonte geradora de empregos no meio rural.

O acesso à tecnologia tem apresentado uma grande varia-ção, tanto entre os agricul-tores familiares como entre os

grandes produtores. A utilização da tração animal ou mecânica ainda é muito reduzida em uma grande parcela dos agricultores familiares, onde apenas 16,7% utilizam assistência técnica, contra 43,5% entre os grandes produtores. O uso da biotec-nologia poderá contribuir para a solução de diferentes pro-blemas e amplificar, de forma ainda mais significativa, os resultados atingidos pela agri-cultura familiar, com profundos reflexos na qualidade de vida do agricultor familiar e no agronegócio moderno.

O uso da cultura de teci-dos de plantas viabilizará a produção de mudas sadias e livres de doenças; as técnicas de reprodução na área animal possibilitarão o aumento da produtividade; os kits de diag-nósticos serão utilizados para a identificação de doenças; o desenvolvimento de novas vacinas será um importante componente na sanidade ani-mal; a expansão de produção em áreas que não poderiam ser utilizadas no passado, por meio de culturas tolerantes à seca, ao frio e à salinidade; o aumento do valor nutricional de dife-rentes alimentos; as sementes e o leite natural que agrega medicamentos terapêuticos como hormônios, anticorpos e outras biomoléculas de inte-resse farmacêutico e industrial; a redução da exposição a re-síduos de defensivos agrícolas; o aumento do tempo de matu-ração de frutos, facilitando sua comercialização; a redução de perdas de pós-colheita; a redução de impactos ambien-tais, graças à redução da utiliza-

ção de defensivos; a indução de variabilidade; a biorremediação de áreas alagadas e poluídas; entre outras.

Para países em desenvolvi-mento como o Brasil, que que-rem adotar o desenvolvimento de suas próprias capacidades de inovação ou adaptar tec-nologias às condições locais, o incremento nos sistemas de pesquisa e desenvolvimento do setor público, focado na produção tecnológica para a solução de demandas, será um ponto fundamental. Devido à importância e à prioridade es-tratégica, o desenvolvimento de parcerias para o uso de algumas tecnologias deverá ser conside-rado, com base nos aspectos de propriedade intelectual e biossegurança. Ao longo dos últimos 25 anos, o Estado tem investido no desenvolvimento da biotecnologia, permitindo o domínio de praticamente todas as tecnologias associadas, que poderão servir de base para a geração de novos produ-tos e processos. Isto tem sido demonstrado pela Embrapa, por meio da produção de plan-tas de feijão, de batata e de mamão geneticamente modifi-cados, contendo características como resistência a doenças, que contribuirão para a solução de problemas prioritários da agricultura familiar.

Elibio Rech*

* Elibio Rech é engenheiro agrônomo, mestre e PHD em genética molecular. É cientista da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006 9agrobahia

Projeto combate mosca-das-frutas no vale do são Francisco

O projeto de pesquisa para combate à mosca-das-frutas, conhecida como moscamed, ou mosca do mediterrâneo, é apoiado pelo Banco do Nordeste, através do Fundo de Desenvolvi-mento Científico e Tecnológico (Fundeci). O Projeto-Piloto para Uso de Moscamed Estéril no Pólo de Fruticultura do Sub-Médio São Francisco é coordenado pela Biofábrica Moscamed Brasil (BMB), sob supervisão do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Antônio Souza do Nascimento.

Em funcionamento desde abril deste ano, o projeto quer se tornar uma ferramenta impor-tante para a agricultura nacional, promovendo a manutenção e a expansão dos atuais mercados de exportação de frutas, por meio da diminuição da população de moscas-das-frutas nas áreas de

cultivo.Considerada uma das pragas

mais destrutivas do mundo, a mosca-das-frutas está atualmente distribuída em quase todo o ter-ritório nacional. Como as larvas da mosca se desenvolvem no interior dos frutos, alimentando-se das polpas, os frutos ficam inutilizados para o mercado, ameaçando a produção dos pólos de fruticultura irrigados do Nordeste.

O projeto é desen-volvido tendo como base a utilização da Téc-nica do Inseto Estéril (TIE), em escala piloto. A tecnologia emprega-da é ambientalmente segura, já que quase não utiliza sub-stâncias químicas para diminuir a população do inseto.

Projeto já apresenta resultados

Para criar condições de liberação dos insetos estéreis

no campo e fazer o acom-panhamento e o monito-ramento populacional das

moscas, foram implantados dois laboratórios: um na sede da BMB em Juazeiro (BA), que atende aos municípios de Curaçá (BA) e Nilo Coelho (BA); e outro localizado em Livramento de Nossa Senhora (BA).

De acordo com o técnico da Embrapa, Antônio Souza Nascimento, semanalmente, os dados do monitoramento feito nos laboratórios são disponibilizados nosite da Biofábrica Moscamed Brasil, o www.moscamed.org.br. Com base nesses dados, os téc-nicos da Biofábrica e da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) in-formam aos produtores os níveis populacionais da praga que é expresso pelo índice MAD (mosca/armadilha/dia). “Essas ações permitem ra-cionalizar o controle da praga com o emprego de tecnologia

moderna, até então inédita no país”, completa.

Entre as ações já desen-volvidas, está o treinamento de mão-de-obra do setor público e privado para o uso de técnicas de liberação, con-trole de qualidade e avaliação da eficiência de moscamed estéril, e ainda o desenvolvi-mento de logística apropriada ao Pólo de Fruticultura do Vale do São Francisco. Os re-sultados do projeto atendem às expectativas. “A redução da população da praga nos municípios de Livramento e Curaçá tem sido satisfatória”, afirmou Nascimento.

Além do Banco do Nor-deste e da Embrapa, a inicia-tiva é apoiada pela Agência Es-tadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Universidade Estadual do Sudoeste da Ba-hia (Uesb), Associação dos Produtores e Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Deriva-dos do Vale do São Francisco (Valexport), e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

Além de minimizar o emprego de inseticidas, a TIE protege o meio ambiente, adequando-se aos padrões de segurança alimentar preconizada pela Organização das Nações Unidas para Agricul-tura e Alimentação (FAO).

De acordo com Francisco Lean-dro de Paula Neto, técnico do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão que operacionaliza o Fun-

deci, a técnica ainda apresenta outras vantagens, como servir de oportunidade para outras ferramentas de controle

de pragas qua-rentenárias.

Salvador - sábado, 08 de julho de 200610 agrobrasil

novo ministro quer priorizar agroenergiaAo tomar posse no Palácio

do Planalto, o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Luis Carlos Guedes Pinto, afirmou que manterá como prioridades da sua gestão algumas metas definidas por seu antecessor, Roberto Rodrigues. Entre elas, destacou o setor de agroenergia, prometendo con-solidar a implantação do Centro Nacional de Agroenergia, recém criado pela Embrapa.

“Há um vasto campo de pes-quisa para melhorar os índices de produtividade, tanto no processo de produção agrícola, quanto industrial para o álcool e o biodie-sel. Por outro lado, é preciso aperfeiçoar os mecanismos de in-tegração das diversas instituições públicas e privadas envolvidas neste programa que podem contribuir decisivamente para a geração de renda e emprego no país”, explicou Guedes.

Ele destacou também que a defesa sanitária, animal e vegetal, será objeto de permanente preo-cupação do ministério, conside-rando-a “condição essencial para a manutenção, consolidação e ampliação de nossa posição de grande exportador”. Para Guedes a melhoria da promoção co-mercial dos produtos agropecuá-rios brasileiros depende de um planejamento estratégico com a “indispensável participação do setor privado”. Segundo o minis-tro, além de grande exportador, o Brasil precisa se preocupar com a qualidade dos produtos exportados, incorporando valor e garantindo mercados.

O ministro prometeu tam-bém aprofundar estudos para reduzir as oscilações ineren-tes à produção agropecuária e lembrou que os instrumentos e mecanismos do seguro agrí-cola e dos títulos relacionados ao mercado futuro dos produtos agrícolas já foram estabelecidos pelo ministro Roberto Rodrigues. “Trata-se agora de caminhar na direção do aprimoramento e da consolidação desse processo”

Guedes enfatizou ainda a ne-cessidade de reduzir o desequilí-brio na relação entre produtores e processadores de produtos agropecuários, buscando-se uma distribuição mais eqüitativa da riqueza do setor. O ministro garantiu que, a exemplo de Ro-drigues, manterá as portas do Mapa abertas a todos. “O diálogo franco e leal é tônica da qual não abriremos mão. Estou seguro que, quando não há pré-juízos e pré-conceitos e se busca o inte-resse nacional, sempre é possível encontrar a melhor solução para os destinos do país”.

Ao empossar Guedes, o presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a atuação de Roberto Ro-drigues, afirmando que ele não será lembrado com o ministro

da crise, mas pela combinação entre o intelectual e o homem prático do campo. “Nestes três anos e meio aprendi a conhecer a sensibilidade de um ser humano que amargava os dissabores dos momentos delicados da crise na agricultura”, disse o presi-dente, que também lembrou a respeitabilidade internacional de Rodrigues.

O presidente Lula pediu ainda que as entidades representativas do agronegócio, como a Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), apóiem o novo ministro. “Eu peço a compreensão e ajuda das enti-dades para que ele (Guedes) possa fazer igual, mais e até melhor do que o professor lhe ensinou”.

Nascido em Vera Cruz, interior paulista, Guedes já foi presidente da Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab), secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Enge-nheiro agrônomo e professor da Unicamp, o novo ministro da Agricultura foi secretário-exe-cutivo na gestão do ex-ministro Roberto Rodrigues. No Governo Federal, também participou do processo de implantação da Em-presa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa), da qual foi assessor e chefe do Gabinete da Presidência. Desempenhou ainda a presidência do Conselho de Ad-ministração da Ceasa Campinas.

No setor não-governamental,

o professor Guedes Pinto par-ticipou da direção de diversas organizações, tendo sido presi-dente da Associação Brasileira de Reforma Agrária e da Associação de Docentes da Universidade de Campinas.

Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (1965), doutorou-se pela mesma Univer-sidade, em 1973. Em 1991, fez pós-doutorado na Universidade de Córdoba, na Espanha. Além de professor da Unicamp, desde 1983, foi chefe do Departamento de Política e História Econômica e pró-reitor de Desenvolvimento Universitário. Lecionou também na Universidade Católica de Campinas e na Universidade de Brasília (UnB).

Guedes foi secretário-executivo na gestão do ex-ministro Roberto Rodrigues.

Salvador - sábado, 08 de julho de 2006 11agrobrasil

estendido prazo para renegociar dívida Tema da semana: Manga - clima e soloaBC do pRodUtoR

Produtores de cacau que quiserem renegociar suas dívi-das ganharam prazo extra para pedir a prorrogação aos bancos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a ampliação do prazo, que terminaria em junho. Agora o prazo termina em 29 de dezembro, explicou o assessor especial para Assuntos Agríco-las do Ministério da Fazenda, Gerardo Fontelles.

“As regras para renegocia-ção continuam as mesmas”, disse o assessor. Em janeiro, o CMN aprovou a prorrogação das dívidas dos produtores de cacau por um prazo de até cinco anos. O primeiro vencimento

continua mantido para janeiro de 2007.

O CMN também restabele-ceu o spread bancário para os empréstimos para os cafeicul-tores em 4,5% ao ano. Em abril, o spread, que é margem que o banco recebe nos empréstimos, tinha sido reduzido pelo CMN para 4%, mas muitas instituições alegavam que o porcentual era muito baixo e não repassavam recursos para os produtores. Fontelles explicou que os ajustes feitos pelo governo no pacote de ajuda aos agricultores anun-ciado em 25 de maio já foram ratificados em reuniões ex-traordinárias do CMN. (AE)

que condições climáticas são favoráveis ao cultivo da mangueira? A mangueira adapta-se bem às regiões onde as estações secas e chuvosas são bem definidas. Como a planta floresce no período seco, a ocorrência de chuvas ou o uso da irrigação durante quatro a seis semanas após o pegamento do fruto contribui para aumentar a produção e o tamanho dos frutos, pois este é o período crítico de seu desenvolvimento.

Como a temperatura influencia o crescimento e o florescimento da mangueira? As temperaturas baixas paralisam o crescimento das mangueiras, de importância fundamental para a ocorrência do florescimento. As plantas tendem a crescer vegetativamente e a florescer irregularmente em condições de temperaturas elevadas (> 30oC dia/25oC noite). A 15OC já ocorre paralisação do crescimento do ramo, estimulando intenso florescimento. A iniciação das brotações florais depende dos dias de frio que ocorrem de dezembro a fevereiro, no Hemisfério Norte, e de junho a outubro, no Hemisfério Sul. Próximo ao equador, esses períodos são variáveis.

Como a latitude pode afetar o crescimento e o desenvolvimento da mangueira? A latitude refere-se à distância da linha do equador (latitude 0) aos pólos (latitude 90o norte ou sul, conforme o hemisfério). Quanto mais próximo da linha do equador, mais quente, e quanto mais próximo dos pólos, mais frio.

Assim, quanto mais os cultivos se aproximam de temperaturas extremas (acima de 40oC, nas proximidades do equador, e abaixo de 10oC, nas proximidades dos pólos), mais o crescimento e o desenvolvimento das mangueiras são afetados.

Como a altitude pode influenciar o florescimento da mangueira? A altitude interfere alterando principalmente a temperatura do ambiente e, assim, atrasando o florescimento da planta. A cada 100 m de aumento da altitude, a temperatura diminui aproximadamente 1oC e a data de florescimento é atrasada em, aproximadamente, 5 dias. Como a precipitação pluvial pode influenciar o florescimento e a produção da mangueira? A mangueira vegeta e frutifica em regiões onde a precipitação pluvial varia de 240 a 5.000 mm por ano. Nas áreas com distribuição regular das chuvas, a mangueira apresenta desenvolvimento vegetativo vigoroso, com prejuízo para o florescimento. A ocorrência de chuvas na época do florescimento:

• Retira o grão de pólen depositado no estigma.• Dilui o fluído estigmático.• Favorece a perda da viscosidade e a não retenção do pólen. • Contribui para a queda de flores

e frutos. • Prejudica a polinização por insetos. • Favorece a proliferação de doenças como oídio e antracnose.

A luminosidade é importante para a mangueira? Sim. A quantidade de luz interceptada pela planta tem influência direta na realização da fotossíntese, processo biológico essencial da nutrição vegetal. A radiação solar é, também, um fator importante para o florescimento da mangueira, e, em geral, as plantas ou os locais da copa sombreados não florescem ou florescem mal. Além disso, a luminosidade é importante para melhorar a coloração avermelhada dos frutos, beneficiando o desenvolvimento do pigmento antocianina.

Por que a mangueira produz frutos de boa qualidade, no clima semi-árido? Porque no Semi-Árido as estações secas e chuvosas são bem definidas, tendo baixa precipitação (<800 mm/ano) e baixa umidade relativa do ar. Dessa forma não há problemas com doenças como antracnose e oídio. Na frutificação, quando a mangueira necessita de maior quantidade de água, esta é fornecida por irrigação.destaQues na tv

Confira tudo isso e muito mais neste domingo, às 7h da manhã, na TV Bahia (Globo).

Jovens de Paulo Afonso trocam à agricultura de sequeiro pela produção de flores

Mandioca de 2m e 9kg surpreende moradores do Distrito de Iguá, em Vitória da Conquista

Produtores da região nordeste do estado esperam uma boa safra do feijão de inverno

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cresce a exportação de mel no brasil

Após queda significativa em abril deste ano, em função do embargo da União Euro-péia, a exportação brasileira de mel, mas já se recuperou. O crescimento, segundo avaliam especialistas, está relacionado ao crescimento das vendas para países que não estão no conti-nente europeu, principalmente os Estados Unidos.

“O fraco desempenho de abril é de fato reflexo do em-bargo da União Européia e a recuperação observada em maio revelou um movimento para outros mercados, princi-palmente o norte-americano”, avalia Henrique Faraldo, presi-dente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abe-mel).

Em valores, a exportação de mel brasileiro, em abril de 2006, ficou em US$ 616,2 mil. Em peso, atingiu 381,2 mil qui-los. A recuperação se deu em maio, com vendas externas de US$ 1,9 milhão, com 1,2 milhão

Os reflexos do embargo eu-ropeu ao mel brasileiro no mês de abril de 2006 ficam ainda mais evidentes quando se comparam as vendas com o igual período de 2005. Em abril de 2005, foram comercializados, em valores, US$ 2,6 milhões e 1,9 milhão de quilos, ante os US$ 616,2 mil e 381,2 mil quilos apurados em abril deste ano.

“Houve uma forte redução em valores, com queda de 76,3% na receita e de 80,66% em volu-me”, frisa Reginaldo Rezende, da Unidade de Agronegócios e Territórios Específicos do Sebrae Nacional e um dos coordenadores nacionais da carteira de projetos de apicultura pela Instituição.

Ele ressalta, no entanto, a re-cuperação significativa observada em maio de 2006 como um sinal de que é possível trabalhar ou-tros mercados. “Certamente essa reversão da curva descendente das exportações é decorrente do incremento de 83,6% das vendas para os Estados Unidos, que com-

prou US$ 2,74 milhões de janeiro a maio deste ano, superando o volume adquirido no mesmo período de 2005”, aponta.

O aumento das exportações brasileiras de mel em maio, se-gundo avalia um operador do mercado de mel que preferiu não se identificar, também pode estar relacionado a um movimento de revenda do produto para a Eu-ropa. Países compradores de fora do continente europeu estariam adquirindo o mel brasileiro e o reenviando para a Europa.

Segundo esse mesmo espe-cialista, outro motivo que tam-bém pode estar influenciando o aumento das exportações, apesar do embargo europeu, são in-formações sobre a mortandade de enxames alemães no último inverno, por motivo de doen-ças. Essa redução dos enxames alemães teria feito com que os europeus, já cientes da iminência do embargo, antecipassem com-pras para formar estoques de mel do Brasil.

novos mercados são explorados

agrobrasil

de quilos exportados. Esses índices superaram, inclusive, o mês de maio de 2005, quando a receita foi de US$ 1,4 milhão e o volume enviado foi de 1,1 milhão de quilos.

Para o presidente da Abe-mel, o desafio, neste momento, é manter ou, se possível, am-pliar o patamar exportado no mês de maio. “É viável ampliar as vendas e os Estados Unidos são uma boa opção, mesmo sendo um mercado caracteri-zado por pagar preços meno-res pelo mel, ao contrário da Europa”, informa.

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