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Manejo do Derrame Pleural Maligno Roberta Sales Pneumologia - InCor/HC- FMUSP Comissão de Pleura da SBPT

Manejo do Derrame Pleural Maligno - SBPTbkpsbpt.org.br/arquivos/pdf/cnap2017_d21_RobertaKarla.pdf · 2017-05-24 · Baseado na desidrogenase pleural, ECOG, relação sérica de linfócitos

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Manejo do Derrame Pleural

Maligno

Roberta SalesPneumologia - InCor/HC- FMUSP

Comissão de Pleura da SBPT

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Declaro que não existe conflito

de interesses

Roberta SalesPneumologia - InCor/HC - FMUSP

Comissão de Pleura da SBPT

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Causa frequente de derrame pleural

Apresentação inicial 25% dos casos

Definir o tipo histológico e status mutacional

Derrame Pleural Maligno

Análise citológica 60-70% de positividade

associar imunohistoquímica - ↑ em 20%

50mL de líquido

Histologia toracoscopia ou biópsia guiada

toracoscopia - diagnóstico em até 95%

biópsia - por ultrassom (80%) e Ct (90%)

Azzopardi M. Semin Respri Crit Care Med, 2014

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Porque abordar?

Quando abordar?

Como abordar?

Manejo do derrame neoplásico

Porque abordar?

Diminuir os sintomas → dispnéia

Quando abordar?

Sintomas impactam na qualidade de vida

Como abordar?

Equalizando status performance, sintomas,

qualidade de vida e tempo fora do hospital

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Dispnéia relacionada ao derrame

→ Melhora após toracocentese

Porque abordar?

Série prospectiva de 1 ano - 160 pacientes

Somente 65/40,6% → tratamento definitivo

Estudo sobre mesotelioma - 390 casos

Indicação de intervenção → 42%

Série multicêntrica - 902 pacientes

Apenas 51,3% → tratamento definitivo

Azzopardi M. Semin Respri Crit Care Med, 2014

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Resposta insatisfatória a quimioterapia

Recidiva do derrame

Quando abordar?

Relacionar com preditores de sobrevida

Escala de ECOG e escala de Karnofsky

Burrows CM. CHEST, 2010Azzopardi M. Semin Respri Crit Care Med, 2014

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Escore LENT

Baseado na desidrogenase pleural, ECOG,

relação sérica de linfócitos e neutrófilos e

histologia tumoral

Clive AO. Thorax, 2014

Preditor sobrevida em derrame maligno

Risco Escore Sobrevida ( dias)

Baixo 0 -1 319

Moderado 2 - 4 130

Alto 5 - 7 44

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Observar a resposta ao tratamento

Toracocentese de repetição

Pleurodese

Cateter pleural de longa permanência

Shunt pleuroperitoneal

Paliação dos sintomas

Como abordar?

Azzopardi M. Semin Respri Crit Care Med, 2014

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Melhora sintomática

Velocidade de formação do derrame

Condição clínica

Toracocentese

Feller-Kopmam. Ann thorac Surg, 2007Thomas R. Respirology, 2014

Melhora sintomática - presente

Velocidade de formação do derrame - lenta

Condição clínica – avançada e ↓ sobrevida

Guiada por ultrassom - 941 procedimentos

complicações em apenas 9% (86 eventos)

Edema de reexpansão - n: 185 → 0,5% dos casos

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Sínfese pleural → agentes químicos ou mecânicos

inflamação aguda → descamação mesotelial →

cccronificação → fibrose → obliteração pleural

Pleurodese

Thomas R. Respirology, 2014

↑ efeitos adversos

↑ inflamação ↑ pleurodese

Mais frequentes - dor torácica e febre

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Abrasão mecânica + pleurectomia parietal

Instilação de agente esclerosante

Toracotomia

Toracoscopia vídeo-assistida → VATS

Pleurodese - Cirúrgica

Thomas R. Respirology, 2014

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Toracotomia

Maior incisão cirúrgica

Tempo de hospitalização → 5 a 7 dias

Dor crônica – em até 50% dos casos

Thomas R. Respirology, 2014

Pleurodese - Cirúrgica

VATS

Menor incisão → 2 a 4 pequenas incisões

Menor tempo de internação

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Talco

Tetraciclina e seus derivados

Nitrato de Prata

Iodopolvidine

Bleomicina, Quinacrina, OK432

Pleurodese - agentes químicos

Thomas R. Respirology, 2014

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Silicato de Magnésio hidratado

Partículas mistas

Partículas < 10µm → podem ser absorvidas

Falência respiratória → 2,3% dos casos

Talco

Werebe EC. CHEST, 1999Dresler CM. CHEST, 2005

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Agente mais utilizado

Disponível em pó seco ou suspensão

Talco

Yim AP. Ann Thorac Surg, 1996Dresler CM. CHEST, 2005

Terra RM. CHEST, 2009

Pó seco vs

Suspensão (n)Desfechos Resultados

Terra et al (60)Sintomas

Recorrência Rx

Sucesso 25/30 vs

26/30

Dresler et al (501)Recorrência Rx -

Em 30 dias78% vs 71%

Yim et al (57)

Recorrência, tempo

da hospitalização e

complicações

Sem diferença

significativa

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Concentração → 0,5 a 1%

Sucesso → 89 a 96%; recidiva → até 1,1%

Eficiência similar ao talco

Dor intensa e febre

Similar resultado com Nitrato de prata a 0,3%

Nitrato de prata

Terra RM. Respiration, 2015Bucknor A. Interact Cardiovasc Thorac Sur, 2015

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Agente antisséptico

Solução tópica 10% → 1% de iodo ativo

Sucesso → 88,4 - 91,6%

Falência → 8,3 - 11,6%

Sem efeitos na função tireoidiana e ocular

Iodopolvidine

Teixeira LR. Clinics, 2013Godazandeh G. J Thorac Dis, 2013

Caglayan B. Annals of Surgical Oncology, 2015

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Cateter silicone → tunelizando → válvula

unidirecional

Passagem ambulatorial

Auto manejo → sintomático

Cateter de longa permanência

Azzopardi M. Semin Respir Crit Care Med, 2014

Thomas R. Respirology, 2014

Falha de pleurodese ou

encarceramento pulmonar

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Revisão - 19 estudos, 1370 pacientes

Melhora sintomas - 95,6% casos

Pleurodese espontânea - 45,6%

Complicações →

Cateter de longa permanência

Van Meter ME. J Gen Interm Med, 2011

Empiema - 2,8%

Pneumotórax - 5,9%

Celulite - 3,4%

Obstrução - 3,7%

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Pleurodese

Recidiva em 50% após 6 meses

Maior tempo internação

Febre e dor

Cateter versus Pleurodese

Thomas R. Respirology, 2014

Cateter

Pleurodese espontânea em até 50%

Aparente ↓ dispneia ↑ qualidade de vida

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Dispositivo com 2 cateteres - pleural e peritoneal

conectada uma bomba de válvula unidirecional

Shunt pleuroperitoneal

Genc O. Eur J Cardiothorac Surg, 2000Thomas R. Respirology, 2014

Falha de pleurodese ou encarceramento

pulmonar

Complicações – dor e infecções

Oclusão do shunt – 14 a 25% dos casos

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Metanálise - 62 estudos (3428 pacientes)

Adultos sintomáticos respiratórios

Toracoscopia com talco → mais efetivo

Avaliaram febre, dor e sobrevida

Não avaliaram qualidade de vida, efeitos

colaterais ou satisfação do paciente

Manejo do Derrame Maligno

Clive, AO Cochrane Database of Systematic Reviews, 2016

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Grupo heterogêneo → estratificar e planejar

Controle da malignidade pleural

Terapia → controle sintomático, qualidade de

vida e tempo fora de hospital

Conclusão