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Livreto produzido para comemoração dos 85 anos de vida da Missionário Margarida Lemos Gonçalves.
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MINHAGRATIDÃOA DEUSMARGARIDA LEMOS GONÇALVES
Querido Deus, meu Pai, meu Senhor,
Hoje estou grata a Ti, por ter me per-mitido viver esses 85 anos de idade e quase 64 anos de atividades missioná-rias. Trago na memória, as lembranças felizes da infância, do carinho dos fa-miliares e dos primeiros amigos... Não esqueço as divertidas brincadeiras, a inocência, o cheiro e o sabor peculiar daquela fase tão doce!
Ainda na infância pude testemunhar o Teu amor, que entre tantos outros cui-
dados, livrou-me de uma grave doença, que me sentenciara à morte em, talvez, sete anos. Mas pela Tua misericórdia, hoje comemoro oito décadas e meia de vida, sempre na Tua companhia.
Tenho saudade daqueles tempos de mocidade! Foi quando o Senhor forta-leceu o chamado que já estava em meu coração desde a infância. O Senhor fez a minha história se cruzar com os pro-pósitos de outras pessoas tão queridas. Pois, foi no mesmo ano de meu nasci-mento, em 1927, que o doutor Lewis Malen Bratcher saiu do Rio de Janeiro em viagem missionária, e entre tantos
Lígia de Castro e Beatriz siLva deixam o rio de Janeiro no navio da linha itas, com destino ao sertão, numa viagem que duraria 33 dias (1936)
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1 - Beatriz Silva e Lígia de Castro (1937); 2 - Zacarias Campelo, pastor da Igreja Batista em Piabanha durante a implantação do colégio; 3 - Primeiro dia de aula na Escola Batista em Piabanha (1936) ; 4 - Beatriz Silva e o pastor Almir Gonçalves (pai de Margarida) em frente ao primeiro prédio do Colégio Batista (década de 40); 5 - Margarida Lemos ao lado das pioneiras
lugarejos visitados, enxergou na vila Piabanha (hoje cidade de Tocantínia) a possibilidade dos Batistas abrirem ali uma escola.
Os anos se passaram e, no tempo cer-to, o Senhor fez brotar essa semente no coração de muitos. Os Teus propósitos, Deus, são muito diferentes dos planos humanos, mas quando nos dispomos a fazer a Tua-Boa-Perfeita-e-Agradável Vontade, o Senhor coloca em nós o de-sejo latente de realizar os Teus planos. Assim, o Senhor fez com a missionária Beatriz Rodrigues da Silva, que de ma-neira diferente das outras jovens de sua
idade, trocou a “Cidade Maravilhosa” para iniciar os trabalhos em Piabanha e se tornou a fundadora e primeira di-retora do Colégio Batista de Tocantínia.
Em tudo enxergo o Teu direciona-mento, o Teu cuidado e a Tua proteção. Em 1948, quando foi a minha vez de deixar o Rio de Janeiro e junto com a cidade deixei, a família, os amigos e a igreja que o Senhor havia me dado! Fui trabalhar primeiramente em Carolina, estado do Maranhão, lugar onde colo-quei em prática um pouco do preparo que havia recebido durante minha for-mação. Hoje, me sinto honrada em dar
Lewis MaLLen BratCher, diretor executivo da Junta de Missões nacionais da Convenção Batista Brasileira, que em 1927 visitou Piabanha e identificou a necessidade de implantação do colégio
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Marcolina Magalhães e Beatriz Silva (anos 40); 6 - Alunos do Colégio Batista. Beatriz Silva, a primeira do lado esquerdo, e pastor Zacarias Campelo, último do lado direito (1937); 7 - Margarida Lemos no Rio de Janeiro (1945);
nome a uma escola de alfabetização in-fantil que fundei naquele município du-rante os dois anos de trabalho naquele campo missionário.
Mas o Senhor havia preparado um enredo ainda mais longo que veio mar-car minha história no sertão brasileiro. Em 1951, cheguei a Tocantínia para tra-balhar ao lado da missionária Beatriz Rodrigues da Silva, a corajosa “dona Beatriz”, que dois anos depois de minha chegada, me transferiu a direção do Co-légio Batista.
Juntas e, sustentadas por Ti, imprimi-mos algumas mudanças significativas
na escola: contruímos um novo pré-dio, com salão de reuniões, aforamos o terreno atual, medindo 81 mil metros quadrados e construímos os três prédios que ainda hoje existem: “Edifício Artie Porter Bratcher”, “Edifício Isoltina Fer-reira” e “Edifício Samuel Mitt”. Foram 35 anos de trabalho prestado ao Colé-gio Batista de Tocantínia como diretora. Por lá passaram muitas crianças que se tornanaram adultos valorosos e hoje são de grande relevância no Tocantins, em Goiás e em outros estados.
Depois disso, o Senhor me deu um novo desafio. Em 1986, aceitei o convite
Beatriz siLva, “a missionária que veio para ficar”, foi pioneira na implantação e primeira diretora do Colégio Batista de tocantínia (1946) 8
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8 - Vista áerea do Colégio Batista de Tocantínia (anos 60); 9 - Beatriz Silva com turma do jardim da infância (1965); 10 - Alunos em frente a escola (1949) ; 11 - Desfile de 7 de setembro, na futura avenida Beatriz Silva (1977);
para dirigir o Colégio Batista de San-tarém, no Pará, onde fui acolhida por uma gente muito amigável e alegre. Mas no meu coração, era intensa a saudade do então norte de Goiás.
Com a criação do Estado do Tocan-tins, a Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira me convo-cou para estar presente nos eventos pio-neiros do sonhado Estado. E, seguido a isso, recebi o convite do governo instala-do, para dar atendimento aos encargos de implantação do Sistema Estadual de Educação. Graças a capacidade que o Senhor me deu e ao reconhecimento dos
profissionais de educação, autoridades e companheiros de trabalho, cheguei a ocupar a presidência do Conselho Es-tadual de Educação, a vice-presidência do Conselho Municipal de Educação de Palmas, além de me tornar membro da Academia Tocantinense de Letras, da Academia Palmense de Letras e ter recebido no ano de 2007, com muita honra, o título de Cidadã Tocantinense, concedido pela Assembleia Legislativa do Tocantins.
Não esqueço também da experiência vivida em Lajeado. Foi confiando em Ti e esperando em Ti que alcançamos um
a diretora Margarida LeMos (ao centro) com a equipe de professoras do Colégio, formada por missionárias que dedicaram suas vidas a deus e ao serviço ao próximo (1971)
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12 - A tradicional feira de ciências (1975); 13 - Beatriz Silva discursa durante o aniversário de 30 anos do colégio (1966); 14 - Turma do CBT (1970);
novo fôlego na congregação daquela ci-dade, conseguindo até mesmo construir um novo prédio, um novo santuário, e ter hoje um trabalho seguindo em plena expansão!
Creio que o Senhor tem reservado um novo tempo de batalhas e vitórias! Muitas vezes da tristeza o Senhor faz a alegria! Foi um momento de lamenta-ções quando em dezembro de 2010, o Colégio Batista de Tocantínia precisou encerrar formalmente suas atividades, após sua mantenedora perceber a invia-bilidade de continuação da escola. Po-rém, a Junta de Missões Nacionais não cerrou as portas definitivamente, mas
disponibilizou o espaço físico daquela propriedade para os órgãos que desejas-sem e pudessem prosseguir com aquele trabalho. Foi, então, que por iniciativa do senhor José Wilson Siqueira Cam-pos, nosso atual governador, e do pro-fessor Danilo Melo, secretário estadual de educação, foi assinado um comodato, no qual, por 20 anos, o Colégio Batista de Tocantínia será somado à rede esta-dual de educação, continuando a exer-cer, portanto, seu papel, agora com uma nova proposta, ser uma escola profissio-nalizante. Louvo a Ti, Senhor Deus, por essa nova oportunidade, que é certa-mente significativa para o crescimento
Professores do Colégio Batista de tocantínia. ao centro, Beatriz siLva e à direita Margarida LeMos gonçaLves (1986)
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12 - Margarida Lemos Gonçalves, no Seminário Batista do Sudoeste dos Estados Unidos (1962); 13 - Dia do ex-aluno (1983); 14 - Time de voleibol com Margarida Lemos ao centro (década de 70) ; 15 - Com os imortais da Academia Tocantinense de Letras (2007); 16 - Culto em ação de graça pelos 50 anos de ministério e 70 anos de vida, com alunos do Colégio Batista de Palmas (1997);
dos jovens de nossa região.Apesar de ser conhecida pelos meus
amigos como uma mulher de muitas palavras, diante de Ti, Senhor, meu vo-cabulário é insuficiente para agradecer por tantas amizades, por tantas parce-rias de árduo trabalho, pela oportuni-dade de ajudar a muitos, pela alegria de muitos momentos, até pela dor, pela força, pela lucidez e pela prudência que me tens dado!
Quero continuar Te servindo e para isso peço que o Senhor me permita con-tinuar a vida com entusiasmo, esperan-ça, bondade e otimismo!
Peço que o Senhor encha os corações
de todos os que me cercam de compre-ensão, idealismo e paz e que eles expe-rimentem, como eu, o quão agradável é viver dependendo de Ti e, assim, tam-bém eles testemunhem Tua soberania, óh, Deus!
Nas Tuas mãos estão estes 85 anos de vida, além desses 64 anos de ministério, também são Teus os novos anos que vi-rão! Minha vida é totalmente dedicada a Ti.
Obrigada, meu Deus!Obrigada, Deus de amor!
Margarida Lemos GonçalvesTocantínia - TO, 5 de fevereiro de 2012
a missionária atuou no Conselho estadual de educação por muitos anos 15
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17 - Margarida mostra o Plano Diretor de Palmas à obreiros batistas na biblioteca do Colégio em Tocantínia (1989); 18 - Margarida Lemos Gonçalves homenageia a amiga Beatriz Silva, escrevendo em seu túmulo, na ocasião de seu falecimento em 29/07/96; 19 - Recebendo o título de cidadã palmense (1998); 20 - No lançamento da pedra fundamental de Palmas (1989)
Comemoração de 80 anos de idade e 60 anos de ministério com a presença de amigos, autoridades, artistas e imprensa no teatro Fernanda Montenegro, em Palmas - to (2007)
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“Mas em nada tenho a minha vida
por preciosa, contanto que cumpra
com alegria a minha carreira, e o
ministério que recebi do Senhor Jesus,
para dar testemunho do evangelho
da graça de Deus.” Atos 20:24
Colaboraram na execução deste material: Junior Maciel, Rosana Brelaz, Marcelo da Silva, Hamistelie Soares e Ronaldo Mitt. Impresso pela Provisão Gráfica e Editora (63) 3212 9500
21 - Conduzindo a tocha olímpica dos Jogos Pan-americanos (2007); 22 - Recebendo o título de cidadã tocantinense (2007); 23 - Na direção da congregação de Lajeado (2011); 24 - Atividade missionária no alto da Serra de Lajeado, no assentamento Palminha (2011).