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Desempenho de paredes
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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO
INSTITUTO DE ENGENHARIA DO PARAN
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA
MARCELO QUEIROZ VARISCO
ANLISE DO DESEMPENHO DE BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO
EM UM SISTEMA DE VEDAO EXTERNA
CURITIBA 2014
MARCELO QUEIROZ VARISCO
ANLISE DO DESEMPENHO DE BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO
EM UM SISTEMA DE VEDAO EXTERNA Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento de Tecnologia, rea de Concentrao em Tecnologia dos Materiais, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, em parceria com o Instituto de Engenharia do Paran, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia. Orientador: Prof. Dr. Luiz Alkimin de
Lacerda
CURITIBA 2014
Bibliotecria Responsvel Vania Cristina Gracia Gonalves CRB5/1465
V312a Varisco, Marcelo Queiroz. Anlise do desempenho de blocos de concreto celular
autoclavado em um sistema de vedao externa / Marcelo Queiroz Varisco. Curitiba: LACTEC, 2014.
147 p. : il. ; 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Alkimin de Lacerda. Dissertao (Mestrado) Institutos de Tecnologia para o
Desenvolvimento, LACTEC Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento de Tecnologia, 2014.
Inclui Bibliografia
1.Edificao Habitacional. 2. BCCA. 3. SWIE. I. Varisco, Marcelo Queiroz. II. Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, LACTEC - Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento de Tecnologia. III. Ttulo.
CDD 690.028
DEDICATRIA
Deus;
Aos meus pais, Aldo e Maria da Graa, pelos exemplos de vida;
minha querida esposa Tania, pelo incentivo e cumplicidade;
minha filha Carolina, pela incondicional ajuda, e;
Aos meus queridos IIrmos pelos crditos a mim confiados.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por todas as ddivas a mim concedida.
minha famlia, composta pela minha esposa Tania e minha filha Carolina,
reverenci-os pela compreenso despendida devido a minha ausncia para a
elaborao dessa dissertao.
Ao meu orientador Prof. Dr. Luiz Alkimin de Lacerda, por sua absoluta
compreenso e presteza dispensada nos momentos mais rduos.
Ao Prof. Dr. Alexandre Rasi Aoki, pela pacincia, dedicao e
comprometimento exemplar na gerncia do programa.
Aos professores do PRODETEC pela indiscutvel competncia no mbito de
suas unidades curriculares.
Ao Prof. Dr. Kleber Franke Portella pela ajuda incondicional durante todo o
desenvolvimento e aprimoramento dessa dissertao.
Carinhosamente, aos professores Dr. Akemi Kan, Dr. Vitoldo Swinka Filho e
Dr. Juliano de Andrade pelo exemplo de educadores.
equipe maravilhosa do LACTEC-LAME que em momento algum deixou de
dar apoio e essa dissertao, recebendo-me com grande carinho, dividindo o espao
fsico e, principalmente, conferindo-me a oportunidade de, humildemente, poder
participar do desenvolvimento de alguns equipamentos relacionados a NBR 15575
(ABNT, 2013) junto a ITA.
Aos professores e colegas de profisso do DACOC, da UTFPR pelos
incentivos e colaboraes tcnicas para a realizao dessa.
Aos amigos de mestrado, em especial ao Ir Luiz Claudio Skrobot Junior,
Willian Pelissari e Alexandre dos Santos pelo companheirismo e incentivo durante a
jornada.
RESUMO
Diante da problemtica do deficit habitacional, no exclusiva do Brasil, a normatizao, tambm na construo civil, se fez presente, cuja tica de normalizar processos e mtodos, visando o desempenho das edificaes norteou a ABNT a editar em julho de 2013 a NBR 15575. Diante desse cenrio, essa dissertao veio contribuir junto a implantao da primeira ITA (Instituio Tcnica Avaliadora) do Paran, na participao nos desenvolvimentos dos equipamentos e aparelhos referenciados pela norma de desempenho, na sua quarta parte, que enfoca Sistemas de Vedaes Verticais Internas e Externas SVVIE, cujos croquis e descries pertinentes aos equipamentos, so bsicos e incompletos, dificultando em muito a confeco dos mesmos. Assim sendo, propositadamente, essa dissertao rica em Quadros e Figuras, de modo a propiciar ao leitor um maior entendimento aos processos e mtodos empregados e parametrizados pela referida norma. Na seara da performance de uma edificao, cujas paredes, no estruturais, so construdas usando blocos de concreto celular autoclavado, vem, essa dissertao contribuir em avaliar o desempenho dessa tecnologia construtiva, limitado-se aos ensaios descritos na quarta parte do conjunto normativo NBR 15575 (ABNT, 2013), construindo em ambiente laboratorial, conforme NBR 14956 (ABNT, 2013), dois prottipos de S V V, com finalidade Externa devido o maior rigor normativo (SVVE). Os nveis de desempenho obtidos nos ensaios de estanqueidade gua de chuva, resistncia ao calor e choque trmico e resistncia aos impactos de corpo duro e corpo mole, foram satisfatrios, contudo no ensaio de resistncia s solicitaes de cargas suspensas, o SVVIE apresentou deficincia, obtendo ndice satisfatrio apenas no ensaio envolvendo cargas aplicadas em cantoneiras L, inspirando assim, cuidados que devero estar referenciados junto ao manual do proprietrio, ou de uso do imvel, quando das instalaes envolvendo mo francesa e cargas inclinadas, como no caso das aplicadas em gancho de rede. Palavras-chave: Desempenho das edificaes habitacionais. Bloco de concreto celular autoclavado. Sistemas de vedao vertical em edificaes.
ABSTRACT
Brazilian housing deficit triggered the development of standardization methods for construction processes targeting the performance of buildings, guiding ABNT to edit in July 2013 the NBR 15575 standard. Given this scenario, this dissertation contributes to the implementation of the first ITA (Technical Evaluation Institute) in Paran, and to the development of equipment and devices referenced by the ABNT standard, in its fourth part, which focuses Indoor and Outdoor Wall Sealing Systems - SVVIE, whose sketches and descriptions are basic and incomplete, hindering much their elaboration. Therefore, purposely, this dissertation is rich in Tables and Figures, in order to provide the reader a greater understanding of the applied processes and methods parameterized by the ABNT standard. In the performance area of buildings, whose nonstructural walls are built using autoclaved blocks of aerated concrete, this dissertation contributes with the evaluation of this technology, limited to the tests described in the fourth part of NBR 15575 (ABNT, 2013), constructing in laboratory two SVVIE prototypes according to NBR 14956 (ABNT, 2013), with Outdoor purposes due to its greater stringency (SVVE). The performance levels obtained from impermeability tests for rainwater, heat resistance and thermal shock, and impact resistance of hard body and soft body were satisfactory. However, the test of resistance for requested hanging loads, the SVVIE showed deficiency, obtaining a satisfactory grade only in tests involving forces applied with "L" profile steel bars, thus, inspiring caution that must be referenced in the property owner's manual, when involving crane arms and inclined loads as, for instance, in the case of net hangers. Keywords: Performance of residential buildings. Autoclaved blocks of aerated concrete. Sealing Systems in buildings.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Espectro que correlaciona as massas especficas dos agregados e
dos concretos, bem como suas resistncias compresso.............
09
Figura 2 - Cronograma da classificao dos concretos leves............................ 10
Figura 3 - Detalhe da presena de bolhas de ar ou de vazios no CCA............. 11
Figura 4 - Detalhes de um concreto com presena de argila expandida
segregada como agregado grado...................................................
11
Figura 5 - Detalhe de um concreto com vermiculita e argila expandida............ 12
Figura 6 - Detalhe de um concreto celular com presena de argila expandida. 12
Figura 7 - Fotomicrografia de uma seo de concreto com ar incorporado...... 13
Figura 8 - Detalhe de um gerador de espuma................................................... 14
Figura 9 - Preparo de CC em betoneira, com detalhe da adio da espuma... 14
Figura 10 - Casas monolticas executadas com CC, que lanado e
curado in loco...................................................................................
14
Figura 11 - Detalhe de um BCC produzido artesanalmente em pequena
indstria de artefatos de concreto.....................................................
14
Figura 12 - Detalhe de BCCA produzidos industrialmente com espessuras de
7,5cm 20cm ...................................................................................
14
Figura 13 - Detalhe de blocos e painis de CCA produzidos industrialmente .... 14
Figura 14 Esquema de uma indstria de BCCA............................................... 17
Figura 15 - Distribuio percentual do consumo de BCCA no Brasil .................. 21
Figura 16 - Croquis de um bloco de concreto celular .......................................... 22
Figura 17 - Detalhe do uso do rasgador e do serrote em um BCCA .................. 23
Figura 18 - Esquemtico de uma amostra do corpo de prova a ser avaliado
quanto aos seus desempenhos .......................................................
34
Figura 19 - Detalhe da cmara de ensaio, reservatrio de retro-alimentao da
gua, bomba de gua, filtro de gua, bomba de ar e vlvula de
alvio e regulagem da presso interna da cmara ......................
35
Figura 20 - Detalhe do manmetro diferencial, que efetua a leitura da presso
interna da cmara ............................................................................
35
Figura 21 - Detalhe do equipamento para o ensaio de carregamento usando
mo francesa ..........................................................................................
36
Figura 22 - Detalhe do equipamento cantoneira L ........................................... 36
Figura 23 - Detalhe do equipamento para o ensaio de carga faceando a
parede ..............................................................................................
37
Figura 24 - Detalhe do equipamento para o ensaio de carga inclinada, tipo as
aplicadas nos ganchos de rede de dormir .......................................
37
Figura 25 - Detalhe do transdutor de deslocamento tipo digital instalado de
forma independente atuando na face oposta s fixaes ................
37
Figura 26 - Detalhe do paqumetro, bem como do parafuso e bucha utilizada
na fixao da mo francesa .............................................................
37
Figura 27 - Detalhe do painel radiante com temperatura controlada de 80 C
junto ao corpo de prova por meio de termopares ............................
38
Figura 28 - Detalhe do dispositivo aspersor de gua responsvel pelo
resfriamento .....................................................................................
38
Figura 29 - Detalhe do transdutor de deslocamento tipo digital instalado de
forma independente atuando na face oposta ao ensaio ..................
38
Figura 30 - Detalhe da instalao do prtico independente, sustentador do
corpo duro ........................................................................................
39
Figura 31 - Detalhe da instalao do prtico independente, sustentador do
corpo mole .......................................................................................
39
Figura 32 - Detalhe do paqumetro adaptado de forma a melhor medir as
mossas provenientes do ensaio .......................................................
39
Figura 33 - Croquis de um corpo de prova mnimo de um SVVE no ensaio de
estanqueidade...................................................................................
40
Figura 34 - Esquemtico do equipamento para verificao da estanqueidade
em um SVVE ....................................................................................
42
Figura 35 - Esquemtico do equipamento para verificao da estanqueidade
instalado em um SVVE....................................................................
43
Figura 36 Fluxograma da execuo do ensaio para verificao da
estanqueidade em um SVVE............................................................
44
Figura 37 Esquema de mo-francesa padro para ensaios de peas
suspensas, como lavatrios e prateleiras ........................................
47
Figura 38 - Esquemtico do equipamento para determinao da resistncia
dos SVVIE s solicitaes de peas suspensas ..............................
48
Figura 39 Fluxograma da execuo do ensaio para verificao da
determinao da resistncia dos SVVIE s solicitaes de peas
suspensas ........................................................................................
49
Figura 40 - Esquemtico dos equipamentos usados para verificao do
comportamento de um SVVIE exposto ao de calor e choque
trmico .............................................................................................
52
Figura 41 Fluxograma da execuo do ensaio para verificao do
comportamento de um SVVIE exposto ao de calor e choque
trmico .............................................................................................
53
Figura 42 - Esquemtico do equipamento para verificao da resistncia a
impactos de corpo duro ....................................................................
56
Figura 43 Fluxograma da execuo do ensaio para verificao da resistncia
a impactos de corpo duro .................................................................
57
Figura 44 - Esquemtico do equipamento para verificao da resistncia a
impactos de corpo mole ...................................................................
61
Figura 45 Fluxograma da execuo do ensaio para verificao da resistncia
a impactos de corpo mole ................................................................
62
Figura 46 Fluxograma referente a seqncia da realizao dos
ensaios.............................................................................................
63
Figura 47 - Vista do incio do levantamento dos BCCA, assentados com
argamassa colante............................................................................
64
Figura 48 - Detalhe do processo de umidificao das faces de
um BCCA..........................................................................................
64
Figura 49 - Detalhe do processo de umidificao das faces do BCCA que
estiverem em contato com a argamassa..........................................
64
Figura 50 - Preparo para execuo da quinta fiada, a 1,5 m da base, onde
haver uma pausa............................................................................
64
Figura 51 - Detalhe INCORRETO do sentido da aplicao da argamassa
colante..............................................................................................
64
Figura 52 - Detalhe CORRETO do sentido da aplicao da argamassa
colante..............................................................................................
64
Figura 53 - Vista do CP em BCCA construdo sob o prtico do
LAME.................................................................................................
65
Figura 54 - Vista dos dois corpos de prova em BCCA construdos sob os
prticos do LAME..............................................................................
65
Figura 55 - Vista dos corpos de prova j devidamente revestidos e
pintados............................................................................................
65
Figura 56 - Vista dos CP, com detalhe da face interna do CP2,
propositalmente no revestida..........................................................
65
Figura 57- Apresentao dos equipamentos envolvidos no ensaio de
estanqueidade...................................................................................
66
Figura 58 - Condies de exposio conforme as regies brasileiras e
respectivas presses estticas para SVVE......................................
67
Figura 59 - Vista do equipamento de estanqueidade instalado e operando,
antes do ensaio de choque trmico..................................................
68
Figura 60 - Vista do equipamento de estanqueidade instalado e operando,
aps o ensaio de choque trmico.....................................................
68
Figura 61 - Apresentao dos equipamentos envolvidos no ensaio de Choque
Trmico ............................................................................................
69
Figura 62 - Vista do corpo de prova a ser analisado quanto ao seu
desempenho ao choque trmico.......................................................
71
Figura 63 - Vista do corpo de prova a ser analisado com a instalao dos
termmetros e dos termopares.........................................................
71
Figura 64 - Vista da face posterior do corpo de prova, com a instalao
independente do transdutor de deslocamento tipo digital para
medir os deslocamentos horizontais.................................................
72
Figura 65 - Vista da instalao do painel radiante, na face externa do SVVE,
entrando em operao, aps a estabilizao trmica em 803 oC...
72
Figura 66 - Vista do equipamento resfriador por meio de asperso de gua,
operando at a superfcie se estabilizar em 203 oC........................
72
Figura 67 - Vista da face posterior, apresentando no detalhe, a presena de
duas fissuras no CP .........................................................................
72
Figura 68 - Vista do mapeamento da furao, oriunda de outros ensaios, junto
ao corpo de prova CP 2 em destaque..............................................
73
Figura 69 - Comparativo da visualizao das fissuras, fotografia comum e
termografia do SVVE antes do choque trmico................................
74
Figura 70 - Visualizao bem evidente por meio de termografia, de duas
fissuras no CP 1................................................................................
74
Figura 71 - Apresentao dos equipamentos envolvidos no ensaio de cargas
suspensas.........................................................................................
75
Figura 72 - Vista do corpo de prova a ser analisado quanto ao seu
desempenho a cargas suspensas....................................................
78
Figura 73 - Vista do corpo de prova com a instalao dos equipamentos: mo
francesa, gancho de rede e cantoneira L - situao 1......................
78
Figura 74 - Vista do corpo de prova na face posterior, com a instalao
independente do transdutor de deslocamento tipo digital para
medir os deslocamentos horizontais durante o ensaio.....................
79
Figura 75 - Vista do carregamento junto mo francesa ................................... 79
Figura 76 - Vista da mo francesa no suportando o momento solicitante......... 79
Figura 77 - Vista do incio do carregamento junto ao dispositivo de carga
inclinada, tipo gancho de rede..........................................................
79
Figura 78 - Vista do momento do arranque do gancho de rede, detalhe da
parede e do sistema de engaste.......................................................
80
Figura 79 - Vista do incio do carregamento junto ao dispositivo cantoneira L. 80
Figura 80 - Vista do detalhe do rompimento do sistema de fixao junto a mo
francesa situao 2........................................................................
81
Figura 81 - Vista do incio do carregamento junto ao dispositivo de carga
inclinada, tipo gancho de rede de dormir..........................................
81
Figura 82 - Vista do gancho de rede no suportando o carregamento, bem
como detalhe da parede e do sistema de engaste...........................
81
Figura 83 - Vista do incio do carregamento junto ao dispositivo cantoneira L. 81
Figura 84 - Vista do conjunto a ser ensaiado situao 3.................................. 82
Figura 85 - Vista do incio do carregamento junto a mo francesa...................... 82
Figura 86 - Vista do gancho de rede sendo carregado........................................ 83
Figura 87- Vista do carregamento junto ao dispositivo cantoneira L................. 83
Figura 88 - Apresentao dos equipamentos envolvidos no ensaio de impacto
de corpo duro....................................................................................
84
Figura 89 - Vista do corpo de prova a ser analisado quanto ao seu
desempenho de resistncia ao impacto de corpo duro....................
86
Figura 90 - Vista do corpo percussor de impacto sendo posicionado para
efetuar sua trajetria pendular em direo ao SVVE........................
86
Figura 91 - Vista do corpo percussor de 500g no instante do impacto,
imprimindo no corpo de prova uma mossa.......................................
87
Figura 92 - Vista do corpo percussor de 1000g no instante do impacto,
imprimindo no corpo de prova uma mossa.......................................
87
Figura 93 - Vista das mossas impressas na face do corpo de prova.................. 87
Figura 94 - Vista da determinao mtrica da profundidade da mossa, atravs
do paqumetro...................................................................................
87
Figura 95 - Apresentao dos equipamentos envolvidos no ensaio de impacto
de corpo mole...................................................................................
88
Figura 96 - Vista do corpo de prova a ser analisado quanto ao seu
desempenho de resistncia ao impacto de corpo mole..................
90
Figura 97 - Vista do transdutor de deslocamento tipo digital instalado na face
posterior do corpo de prova, localizado no centro geomtrico da
rea de impacto do corpo mole com o SVVE.................................
90
Figura 98 - Vista do corpo percussor mole sendo posicionado respeitando o
diferencial de altura exigido pelo ensaio.........................................
91
Figura 99 - Vista do corpo percussor mole no instante do impacto junto ao
SVVE...............................................................................................
91
Figura 100 - Vista do corpo percussor mole sendo posicionado com um
diferencial de altura de 1,80 m........................................................
91
Figura 101 Cmara monobloco atual, proposta de cmara composta por
duas partes, moldura e cmara......................................................
94
Figura 102 Termografia de uma parede aps o aquecimento e sendo
resfriada abruptamente...................................................................
100
Figura 103 Esboo de situao de risco junto ao trabalhador, bem como
apresentao de uma proposta de instalao dos equipamentos..
106
Figura 104 Esboo do aparelho mo francesa apresentado pelas NBR
15575 e 11678................................................................................
106
Figura 105 Esboo do aparelho mo francesa instalado em SVVE sem
acesso ao lado posterior.................................................................
107
Figura 106 Proposta de prticos auxiliares durante o ensaio de corpo duro ... 112
Figura 107 Representao grfica dos deslocamentos dos seis impactos do
ensaio de corpo mole......................................................................
114
Figura 108 Vista dos prticos auxiliares durante o ensaio de corpo mole........ 117
Figura 109 Proposta de prticos auxiliares durante o ensaio de corpo mole... 118
Figura 110 Croquis do dispositivo apresentado pela ASTM E695 (2009)........ 118
Figura 111 Vista do dispositivo apresentado pela ASTM E695 (2009),
dispositivo composto por alapo...................................................
119
Figura 112 Mtodo de leitura de algumas tabelas apresentadas pela NBR
15575 (ABNT, 2013).......................................................................
119
Figura 113 Vista da execuo do ensaio de corpo mole, em uma edificao
prottipo, com a necessidade da retirada parcial do beiral.............
120
LISTA DE QUADROS Quadro 1 Dados de referncia da massa especfica
dos concretos leves.........................................................................
08
Quadro 2 - Valores mnimos de resistncia compresso em funo da
massa especfica para concreto leve ...............................................
09
Quadro 3 - Influncia do tipo de cura na resistncia compresso do bloco de
CCA ..................................................................................................
20
Quadro 4 - Principais propriedades fsicas do
BCCA................................................................................................
20
Quadro 5 - Resistncias compresso dos BCCA e suas respectivas
densidades .......................................................................................
22
Quadro 6 - Posicionamento em relao qualidade e as mudanas
paradigmticas .................................................................................
28
Quadro 7 - Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia
decorrente.........................................................................................
56
Quadro 8 - Massa do corpo percussor de impacto, altura e energia, aplicados
em edifcios trreos ..........................................................................
59
Quadro 9 - Massa do corpo percussor de impacto, altura e energia, aplicados
em edifcios com mais de um pavimento .........................................
60
Quadro 10 - Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia
decorrente.........................................................................................
85
Quadro 11 - Requisitos quanto estanqueidade gua, em sistemas de
vedaes verticais externas (fachadas)..........................................
93
Quadro 12 - Comparativo dos parmetros usados nos ensaios pela
ABNT x ASTM.................................................................................
95
Quadro 13 - Cargas de ensaio e critrios para peas suspensas fixadas por
mo francesa padro e cantoneira L .............................................
104
Quadro 14 - Cargas de ensaio para peas suspensas com
carregamento inclinado a 60 com a vertical..................................
105
Quadro 15 - Impacto de Corpo Duro para SVVIE
NBR 15575-2 Anexo D....................................................................
109
Quadro 16 - Impacto de Corpo Duro para SVVIE
NBR 15575-4 Anexo F....................................................................
110
Quadro 17 - Impactos de corpo mole para SVVE, casas trreas, sem funo
estrutural.........................................................................................
115
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Ensaio de estanqueidade gua antes e aps o Choque
Trmico...............................................................................................
92
Tabela 2 - Dados do ensaio de Choque
Trmico, corpo de prova 1..................................................................
96
Tabela 3 - Dados do ensaio de Choque
Trmico, corpo de prova 2..................................................................
97
Tabela 4 - Dados do ensaio de Carga Suspensa Bucha SX - 8
Situao 1...........................................................................................
101
Tabela 5 - Dados do ensaio de Carga Suspensa Bucha UX 8
Situao 2...........................................................................................
102
Tabela 6 - Dados do ensaio de Carga Suspensa Bucha FUR 8x80 SS
Situao 3...........................................................................................
103
Tabela 7 - Qualificao quanto ao nvel de desempenho nos ensaios de
cargas suspensas...............................................................................
105
Tabela 8 - Dados do ensaio de Impacto de Corpo
Duro.....................................................................................................
108
Tabela 9 - Dados do ensaio de Impacto de Corpo
Mole.....................................................................................................
113
LISTA DE SMBOLOS
D Densidade da parede (kg/m2) - quilos por metro quadrado de parede
LISTA DE SIGLAS
a.C. Antes de Cristo
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ASTM American Society for Testing and Materials
BCC Bloco de Concreto Celular
BCCA Bloco de Concreto Celular Autoclavado
BNH Banco Nacional da Habitao
CBIC Cmara Brasileira da Indstria da Construo
CC Concreto Celular
CCA Concreto Celular Autoclavado
CEF Caixa Econmica Federal
d.C Depois de Cristo
DACOC Departamento Acadmico de Construo Civil
dh Deslocamento horizontal
dhr Deslocamento horizontal residual
DIN Deutsches Institut fr Normung
dm3 decmetro cbico
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
h hora
I Patamar Intermedirio de desempenho
IBTQC Instituto Brasileiro de Tecnologia em Qualidade da Construo
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo
ITA Instituio Tcnica Avaliadora
J Joule
kg quilograma
kgf quilograma-fora
LACTEC Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento
LAME Laboratrio de Materiais e Estruturas
Ltda Limitada
m metro
M Patamar Mnimo de desempenho
m2 metro quadrado
min minuto
mm milmetro
MPa Mega Pascal
N Newton
NBR Norma Brasileira
NBR NM Norma Brasileira e Norma Mercosul
OV rgo Validador
p Profundidade da mossa
Pa Pascal
S Patamar Superior de desempenho
S.A. Sociedade Annima
STF Supremo Tribunal Federal
SVV Sistema de Vedao Vertical = Parede
SVVE Sistema de Vedao Vertical Externa = Parede externa
SVVI Sistema de Vedao Vertical Interna = Parede interna
SVVIE Sistema de Vedao Vertical Interna e Externa
t Tempo em segundos ou em munutos ou em horas
T Temperatura oC
USP Universidade de So Paulo
SUMRIO
1 INTRODUO................................................................................................
1.1 PROBLEMTICA.........................................................................................
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................
1.2.1 Objetivo Geral...........................................................................................
1.2.2 Objetivos Especficos................................................................................
1.3 JUSTIFICATIVA...........................................................................................
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAO...............................................................
2 REVISO DA LITERATURA..........................................................................
2.1 DEFINIES DE CONCRETO...................................................................
2.2 TIPOS DE CONCRETOS............................................................................
2.3 CONCRETO LEVE......................................................................................
2.3.1 Concreto Celular.......................................................................................
2.3.2 Concreto Celular Autoclavado - CCA........................................................
2.3.3 Definies de CCA....................................................................................
2.3.4 Bloco de Concreto Celular Autoclavado (BCCA)......................................
2.3.5 Esquema do processo de fabricao BCCA.............................................
2.3.6 Principais propriedades fsicas do BCCA.................................................
2.3.7 Consumo no Brasil do BCCA....................................................................
2.3.8 O BCCA como elemento de vedao e enchimento.................................
2.4 DESEMPENHO DE EDIFICAES HABITACIONAIS...............................
2.4.1 Definio...................................................................................................
2.4.2 Histrico do conceito de desempenho na construo..............................
2.4.3 A qualidade na construo civil................................................................
2.4.4 Apresentao normativa...........................................................................
3 MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E MTODOS ..............................................
3.1 MATERIAIS..................................................................................................
3.1.1 Apresentao dos materiais......................................................................
3.1.2 Caractersticas dos materiais empregados...............................................
3.1.3 Caracterstica visual do conjunto ensaiado...............................................
3.2 EQUIPAMENTOS........................................................................................
3.2.1 Estanqueidade gua de chuva em SVVE..............................................
3.2.2 Solicitao sob ao de peas suspensas...............................................
3.2.3 Exposio ao do calor e ao choque trmico......................................
3.2.4 Impactos de corpo duro e corpo mole.......................................................
01
03
05
05
05
06
06
07
07
07
08
13
15
16
16
17
18
21
21
24
24
24
27
29
32
33
33
33
34
35
35
36
38
39
3.3 MTODOS NORMALIZADOS.....................................................................
3.3.1 Determinao da verificao da estanqueidade gua em SVVE..........
3.3.2 Determinao da resistncia dos SVVIE s peas suspensas.................
3.3.3 Determinao da verificao da resistncia quanto ao choque trmico...
3.3.4 Determinao da verificao da resistncia a impactos de corpo duro......
3.3.5 Determinao da verificao da resistncia a impactos de corpo mole......
4 INVESTIGAO EXPERIMENTAL FSICA...................................................
4.1 PREPARAO DOS CORPOS DE PROVA...............................................
4.2 VERIFICAO DA ESTANQUEIDADE GUA EM SVVE........................
4.2.1 Aparelhagem Utilizada..............................................................................
4.2.2 Procedimento do Ensaio Estanqueidade...............................................
4.2.3 Detalhes do Equipamento em Operao..................................................
4.3 VERIFICAO DA EXPOSIO AO DE CALOR E AO CHOQUE
TRMICO EM SVVE...................................................................................
4.3.1 Aparelhagem Utilizada..............................................................................
4.3.2 Procedimento do Ensaio Choque trmico..............................................
4.3.3 Detalhes dos Equipamentos em Operao...............................................
4.3.4 Uso de fotografia de deteco da radiao infravermelha........................
4.4 VERIFICAO DO COMPORTAMENTO SOB AO DE CARGAS
SUSPENSAS EM SVVE...............................................................................
4.4.1 Aparelhagem Utilizada..............................................................................
4.4.2 Procedimento do Ensaio Cargas Suspensas.........................................
4.4.3 Consideraes sobre o processo de engaste mecnico...........................
4.4.4 Detalhes dos Equipamentos em solicitao, situao 1..........................
4.4.5 Detalhes dos Equipamentos em solicitao, situao 2..........................
4.4.6 Detalhes dos Equipamentos em solicitao, situao 3..........................
4.5 VERIFICAO DA RESISTNCIA AO IMPACTO DE CORPO DURO EM
SVVE............................................................................................................
4.5.1 Aparelhagem Utilizada..............................................................................
4.5.2 Procedimento do Ensaio Impacto de Corpo Duro..................................
4.5.3 Detalhes dos Equipamentos em Operao..............................................
4.6 VERIFICAO DA RESISTNCIA AO IMPACTO DE CORPO MOLE EM
SVVE............................................................................................................
4.6.1 Aparelhagem Utilizada..............................................................................
4.6.2 Procedimento do Ensaio Impacto de Corpo Mole..................................
4.6.3 Detalhes dos Equipamentos em Operao..............................................
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63
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84
84
85
86
88
88
89
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5 ANLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSES..........................................
5.1 ANLISE DA ESTANQUEIDADE GUA DE CHUVA..............................
5.1.1 Dados coletados no ensaio Estanqueidade
antes e aps o choque trmico.................................................................
5.1.2 Requisitos da NBR 15575 (ABNT, 2013)..................................................
5.1.3 Resultados quanto qualificao do desempenho..................................
5.1.4 Anlise crtica............................................................................................
5.2 ANLISE DA EXPOSIO AO DE CALOR E
AO CHOQUE TRMICO............................................................................
5.2.1 Dados coletados no ensaio Choque trmico.........................................
5.2.2 Requisitos da NBR 15575 (ABNT, 2013)..................................................
5.2.3 Resultados quanto qualificao do desempenho..................................
5.2.4 Anlise crtica............................................................................................
5.3 ANLISE DO COMPORTAMENTO SOB AO
DE CARGAS SUSPENSAS.......................................................................
5.3.1 Dados coletados no ensaio Cargas Suspensas situao 1................
5.3.2 Dados coletados no ensaio Cargas Suspensas situao 2................
5.3.3 Dados coletados no ensaio Cargas Suspensas situao 3................
5.3.4 Requisitos da NBR 15575 (ABNT, 2013)..................................................
5.3.5 Resultados quanto qualificao do desempenho..................................
5.3.6 Anlise crtica............................................................................................
5.4 ANLISE DA RESISTNCIA AO IMPACTO DE CORPO DURO................
5.4.1 Dados coletados no ensaio Impacto de Corpo Duro.............................
5.4.2 Requisitos da NBR 15575 (ABNT, 2013)..................................................
5.4.3 Resultados quanto qualificao do desempenho..................................
5.4.4 Anlise crtica............................................................................................
5.5 ANLISE DA RESISTNCIA AO IMPACTO DE CORPO MOLE................
5.5.1 Dados coletados no ensaio Impacto de Corpo Mole.............................
5.5.2 Requisitos da NBR 15575 (ABNT, 2013)..................................................
5.5.3 Resultados quanto qualificao do desempenho..................................
5.5.4 Anlise crtica............................................................................................
6 CONCLUSES...............................................................................................
7 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS.............................................
REFERNCIAS..................................................................................................
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1
1 INTRODUO
Historicamente, a construo civil est ligada ao desenvolvimento do
Homem. Inicialmente, estava associada a questes de proteo e segurana, mas
gradativamente, progride de forma exponencial, transformando-se em um mercado
promissor, que leva a desencadear o expressivo desenvolvimento imobilirio na
primeira dcada do sculo XXI.
Alguns aspectos como coordenao modular, engenharia de materiais e
racionalizao estavam presentes, mesmo que rudimentar, na complexa Arquitetura
Gtica, e assim foram trazidos para a Era moderna. A partir da, aliam-se ao novo
conceito de construo civil e estabelecem, na relao construtor-construtora-
consumidor, requisitos de segurana e qualidade, personificao, confiabilidade,
conforto, confiana e esttica. Estes fatores devem integrar o escopo, logo no
projeto da construo e avanar at o momento de entrega do imvel construdo.
No velho continente, terminada a Segunda Grande Guerra Mundial, em
1945, em meio s turbulncias e inmeras habitaes deflagradas, o europeu diante
dessa problemtica, comeou a reconstruir o continente, iniciando por novas
habitaes para abrigar suas famlias e atender situaes especficas de
instabilidade que, aliadas a cronogramas imobilirios ousados, proporcionaram
maior qualidade e desempenho, culminando em sistemas construtivos de elevado
padro e apelo esttico, conquistando espaos e produtividade no cenrio mundial.
Desse momento em diante houve aprimoramentos substanciais, bem como
desenvolvimento tecnolgico, visando uma procura crescente por solues
fundamentadas em uma arquitetura renovadora, focada em necessidades
prementes do consumidor moderno, que, alm de exigente estava muito mais
consciente, comparado h algumas dcadas atrs, devido a informatizao e a
tecnologia que se alastrou e globalizou o mundo, interligando mercados, produtos e
servios.
No Brasil, muito se avanou e muito se conquistou. Polticas habitacionais
de responsabilidade das esferas municipais, estaduais e federais sempre foram uma
constante, contudo nos ltimos 50 anos, afloraram programas habitacionais mais
alicerados, culminando em um avano significativo na rea habitacional.
Diante de to promissor mercado, houve a necessidade da parametrizao,
de uma normatizao, cuja finalidade alcanar patamares mnimos de qualidade
2
da EDIFICAO, do local onde se habita ou trabalha, visando padres de
desempenho da edificao analisada, amplamente descritos na NBR 15575 (ABNT,
2013).
O atual momento brasileiro de grande expanso no setor da construo
civil, decorrente de vrios fatores que, somados, criaram condies para o incio de
um ciclo de crescimento, alm disso, o governo brasileiro tem priorizado medidas
para incrementar essa to importante atividade no pas. O crdito imobilirio, antes
escasso e pouco atrativo para o sistema financeiro, torna-se cada vez mais
acessvel, e hoje visto pelos bancos como um importante instrumento de
fidelizao dos clientes.
Assim sendo, independentemente do fato do crescimento atual da construo
civil no Brasil estar mais direcionado s habitaes populares, h um aspecto que
precisa ser considerado por toda a sociedade tcnica, bem como pelo governo,
pelas instituies financeiras e pelas entidades representativas do setor, que o
desempenho mnimo das construes brasileiras. Deste modo, devem ser
preconizados padres tcnicos que, obrigatoriamente, precisam ser atendidos pelo
setor da construo civil.
Essa preocupao de parametrizar esses requisitos mnimos de desempenho,
j h algum tempo vem sendo discutido junto s entidades representativas do setor,
cujo objetivo a melhoria da qualidade das construes, bem como do ambiente
contrudo na relao Homem-Edificao.
No Brasil, at o momento da publicao da NBR-15575 (ABNT, 2013) no
havia parmetros de desempenho para as habitaes, o que levava a qualidade dos
materiais elementares da construo civil, tornar-se um tanto duvidosa, tanto para
quem construa como para quem adquiria a obra construda, justificada na ausncia
de padro de qualidade tcnica, que resultava em um produto final de baixa
resistncia, durabilidade duvidosa e desconhecimento de suas caractersticas
tcnicas.
A parametrizao destas caractersticas tcnicas exigidas pela referida
norma segue uma tendncia mundial de mercado e tem como finalidade promover a
qualidade do uso dos ambientes construdos, vindo de encontro aos anseios do
pblico consumidor, bem como das sociedades afins da construo civil.
At o momento em que a Norma NBR 15575 (ABNT, 2013) foi editada, nas
construes nem sempre se consideravam os aspectos ambientais do entorno da
3
obra construda e da mesma forma, desconsiderava a destinao do uso da
habitao, desencadeando em patologias construtivas que resultavam na baixa
qualidade ambiental de seu interior.
1.1 PROBLEMTICA
No Brasil, o crescimento na demanda da construo civil, justificado pelo
incentivo poltico e pela facilidade em obter financiamentos do Estado, visto a grande
necessidade de disponibilizar edificaes habitacionais para atender uma clientela
pontual, fez com que os legisladores sobre o setor parametrizassem a construo
civil, visando qualificar e quantificar o desempenho da edificao.
O permanente desenvolvimento de pesquisas e de novas tecnologias
trouxeram avanos e aporte tecnolgico para os materiais e tcnicas construtivas,
que favoreceram a rapidez dos processos e otimizao nos canteiros de obras,
visando a melhoria na qualidade do imvel como um todo, em respeito ao
consumidor e ao meio ambiente.
Atualmente, construtoras e construtores, enquanto operadores do setor,
esto muito mais atentos ao mercado e seus potenciais clientes e passaram a
demonstrar maior comprometimento nos seus projetos e empreendimentos, em
consonncia aos requisitos preconizados na NBR 15575 (ABNT, 2013), tornando o
imvel pronto uma estrutura de vivncia com atributos jamais observados
anteriormente.
Diante do exposto, para atender moderna conjuntura, a Associao
Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), em conjunto com as inmeras entidades da
Construo Civil, desenvolveram a Norma Brasileira NBR 15575 (ABNT, 2013),
vigente no pas desde julho de 2013.
Deste modo, para que o fornecedor atinja os parmetros exigidos na atual
conjuntura normativa da construo civil, construtores e construtoras devem,
obrigatoriamente, orientar-se em princpios da referida norma, ou em outras que so
citadas nesse conjunto normativo e, conseqentemente, percorrem o caminho da
validao imediata para quantificar a qualidade parametrizada pelo rgo Validador
(OV) ou pela Instituio Tcnica Avaliadora (ITA).
4
Contudo, o mercado ficou mais competitivo, o consumidor brasileiro, cliente
por excelncia, o foco das atenes, pois ficou mais exigente, cuja trajetria
comportamental conseqncia de muitos esforos, com mister ateno
implantao do cdigo defesa do consumidor, que em muito colaborou nessa nova
postura comercial.
O espectro de qualidades exigidas sinalizado s construtoras, que
respondem, para todas as classes sociais, por meio de empreendimentos com
projetos arquitetnicos cuidadosamente elaborados, enfatizando a localizao do
imvel, a segurana, as reas de laser e o custo, sendo este ltimo, detentor de uma
ateno especial do consumidor.
O consumidor valoriza seu poder de compra, no basta apenas existir o
financiamento, como j exposto. O bem adquirido tem que valer os esforos de um
financiamento, que por vezes, se estende por anos, comprometendo o oramento
familiar.
Diante dessa problemtica, onde solues que afetem os projetos, tais como
localizao e segurana, so analisadas com muita cautela pelos fornecedores.
Porm, aquelas que afetem o custo final da obra, sem afetar a qualidade dos
materiais empregados e nem o desempenho do habitat, so bem vindas.
As tecnologias construtivas que possam contribuir, para a problemtica
exposta, devem ser amplamente conhecidas, e a partir dessa dissertao pretende-
se contribuir, parcialmente, quanto ao conhecimento do desempenho de uma delas.
A construo em blocos de concreto celular autoclavados (BCCA), cuja massa
especfica induz no alvio das cargas junto s fundaes e pilares, com substancial
economia nas escavaes, no volume de concreto e ao.
O modelo construtivo com uso de BCCA, j empregado no Brasil, contudo
devido ao exposto, seu uso tem avanado nesse cenrio, principalmente nos centros
urbanos da regio sudeste do Brasil, onde existe deficit habitacional e,
consequentemente, grandes incorporaes.
5
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral dessa pesquisa o de analisar o desempenho de um sistema
de vedao vertical externo (SVVE), sem funo estrutural, construdo com
Blocos de Concreto Celular Autoclavado (BCCA).
1.2.2 Objetivos Especficos
Os objetivos especficos dessa dissertao so: (a) desenvolver equipamentos pertinentes aos ensaios contemplados na
quarta parte do conjunto normativo NBR 15575 (ABNT, 2013) de
forma conjunta com a ITA-LACTEC;
(b) por meio de ensaios de desempenho, utilizando os equipamentos
desenvolvidos, verificar:
(i) a estanqueidade gua de chuva;
(ii) a resistncia do SVVE s solicitaes de peas
suspensas;
(iii) o comportamento do SVVE exposto ao de calor e
choque trmico;
(iv) a resistncia a impactos de corpo duro, e;
(v) a resistncia a impactos de corpo mole.
(c) identificar durante os ensaios, possveis aprimoramentos aos
equipamentos bem como suas implantaes em consonncia com a
ITA-LACTEC, e;
(d) efetuar uma anlise crtica sobre os processos apresentados pela NBR
15575 (ABNT, 2013), limitando aos que foram realizados por essa
dissertao.
6
1.3 JUSTIFICATIVA
O principal motivo da escolha do tema dessa dissertao foi a falta de
estudos relativos ao desempenho desse material construtivo, cujas caractersticas
so leveza, facilidade de corte, resistncia, entre outras. Este material o concreto
celular, utilizado nas alvenarias, ora monoltico, ora por meio de blocos autoclavados
assentados em amarrao com argamassa industrializada ou colante.
Diante disto, nessa dissertao, foram enfatizados os estudos relacionados
ao desempenho de um Sistema de Vedao Vertical Externa (SVVE), trreo e sem
funo estrutural, construdo com BCCA, limitando-se aos ensaios citados nos
objetivos especficos dessa, com respaldo da ITA-LACTEC.
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAO A presente dissertao encontra-se subdividida em sete captulos
fundamentais, para verificar o desempenho das paredes construdas com blocos de
concreto celular autoclavado (BCCA), em obedincia aos parmetros da Norma
Brasileira NBR 15575 (ABNT, 2013), sendo o captulo introdutrio, entendido aqui
como captulo um.
No captulo dois, foi feita a reviso da literatura, com nfase aos
concretos leves, por conseguinte, ao concreto celular, seus usos e
propriedades, bem como ao conceito de desempenho, qualidade na
construo civil e apresentao do conjunto normativo NBR 15575
(ABNT, 2013);
No captulo trs, foram apresentados os materiais, equipamentos e
mtodos usados durantes os trabalhos desenvolvidos;
No captulo quarto, foi apresentado a investigao experimental fsica
dos trabalhos;
No captulo cinco, foram apresentadas as anlises dos resultados, dis-
cusses e crticas envolvendo segurana, equipamentos e mtodos, e;
No captulo seis, foram apresentadas as concluses, e;
No captulo sete, foram apresentados as sugestes para trabalhos
futuros.
7
2 REVISO DA LITERATURA 2.1 DEFINIES DE CONCRETO
Concreto a mistura de cimento Portland, juntamente com a gua, forma
uma pasta mais ou menos fluida, dependendo do percentual de gua
adicionado. Essa pasta envolve as partculas de agregados com diversas
dimenses para produzir um material, que, nas primeiras horas, apresenta-se
em um estado capaz de ser moldada em frmas das mais variadas formas.
Com o tempo, a mistura endurece pela reao da gua com o cimento,
adquirindo resistncia mecnica capaz de torn-lo um material de excelente
desempenho estrutural, sob os mais diversos ambientes de exposio.
(HELENE e ANDRADE, 2007)
Concreto um compsito comum com partculas grandes, onde as fases
matriz e dispersa so materiais cermicos, deste modo consiste em um
agregado de partculas que esto ligadas umas s outras em um corpo slido
atravs de algum tipo de meio de ligao.
(CALLISTER, 2012) 2.2 TIPOS DE CONCRETOS
Mehta e Monteiro (2008), apresentam os principais tipos de concretos, entre
eles o concreto leve, cuja subclassificao entre outros, tem-se o concreto celular
espumoso, o concreto celular autoclavado e todos os concretos que apresentem
massa especficas iguais ou inferiores a 2000 kg/m3, conforme exposto:
Concreto simples
Concreto armado
Concreto protendido
Concreto pesado
Concreto massa
Concreto bombeado
Concreto projetado
Concreto de alta-resistncia
Concreto de alto-desempenho
Concreto compactado com rolo
Concreto com fibras
Concreto com polmeros
Concreto colorido
Concreto estampado
Concreto pr-moldado
Concreto resfriado
Concreto auto adensvel
Concreto extrudado
Concreto ciclpico
Concreto dosado em central
Concreto aparente
Concreto apicoado
Concreto de pavimentao
Concreto submerso
Concreto para pisos industriais
Concreto poroso
Concreto leve
- Concreto celular espumoso
- Concreto celular autoclavado
8
2.3 CONCRETO LEVE
No entendimento de Isaia (2011), h 3000 anos j havia evidncias da
aplicabilidade do concreto com agregados leves (1100 a.C.), perodo em que
construtores pr-colombianos, que viviam em El Tajin, no Mxico, utilizaram uma
mistura de pedra pomes com um ligante base de cinzas vulcnicas e cal, para
construir elementos estruturais mais leves que os tradicionais, podendo assim
entender que nessa poca o conceito de concreto leve j havia sido usado.
comum, nos concretos leves, a correlao com suas massas especficas,
porm existem na literatura atual, algumas divergncias quanto a esses limites,
dessa forma no Quadro 1 esto apresentados tais valores:
Quadro 1 Dados de referncia da massa especfica dos concretos leves
Referncia Massa especfica ( em kg/m3)
1 RILEM (1975) < 2000
2 CEB-FIP (1977) < 2000
3 NS 3473 E (1992) 1200 < < 2200
4 ACI 213R-87 (1997) 1400 < < 1850
5 CEN prEN 205-25 (1999) 800 < < 2000
Legenda: 1 Unio internacional de ensaios laboratoriais de materiais e estruturas
2 Comit euro-internacional do concreto Federao internacional de
estudos do concreto
3 Conselho noruegus da construo
4 Instituto americano do concreto
5 Comit europeu de normalizao
Fonte: Rossignolo, (2003)
Isaia (2011), em seu livro, Concreto: Cincia e Tecnologia, relata que os
concretos leves so elaborados com agregados leves, com massa especfica
reduzida ou, ainda, substituindo uma parte dos materiais slidos pelo ar. Os
concretos leves classificam-se em: concreto celular, concreto sem finos e concreto
com agregados leves, cuja massa especfica seca final, no deve ser superior a
2000 kg/m3.
9
Mehta e Monteiro (2008), apresentaram um espectro de agregados leves
correlacionando as massas especficas do concreto elaborado, com esses
agregados, conforme Figura 1. Contudo ressalta Neville (2013), que a massa
especfica dos concretos normais ou convencionais, no armados, est no intervalo
de 2200 kg/m3 a 2600 kg/m3 .
Figura 1 Espectro que correlaciona as massas especficas dos agregados e dos
concretos, bem como suas resistncias compresso
Fonte: MEHTA e MONTEIRO (2008)
Segundo a NBR MN 35 (ABNT, 1995), para produzir concretos leves
utilizam-se agregados midos leves com massa unitria no estado seco e solto
inferior a 1120 kg/m3 bem como, o uso de agregados grados com massa unitria
inferior a 880 kg/m3. A norma traz valores mnimos de resistncia compresso para
os concretos leves em funo de sua massa especfica como apresentado no
Quadro 2.
Quadro 2 Valores mnimos de resistncia compresso do concreto em funo da massa
especfica para concreto leve
RESISTNCIA COMPRESSO AOS
28 DIAS (MPa)
MASSA ESPECFICA
(kg/m3)
28 1840
21 1760
17 1680
Fonte: NBR NM 35 (ABNT, 1995)
10
Ateno especial expressou Neville (2013) aos concretos leves, quanto s
diminuies das resistncias, compresso e abraso, comparados ao concreto
normal, contudo salientou ganhos quanto ao isolamento trmico e ao alvio das
cargas. Apresentou ainda, uma classificao dos concretos leves segundo o mtodo
de produo, como:
pela utilizao de agregados com massa especfica menor que 2,6
g/cm3;
pela introduo de vazios em seu interior, e;
pela excluso do agregado mido, propiciando, desde que no
vibrados, vazios intersticiais junto aos agregados grados.
Importante, tambm, ressaltar a classificao geral dos concretos leves
segundo Mota (2001), que expe o organograma conforme a Figura 2:
Figura 2 - Cronograma da classificao dos concretos leves
Fonte: CEMENT AND CONCRETE ASSOCIATION apud MOTA (2001)
Nota: a terminologia empregada pela Cement and Concrete Association, na classificao dos concretos leves, observa-se que o concreto celular autoclavado (CCA) refere-se ao concreto aerado com formador de gs.
11
Como apresentado, o concreto celular, um concreto aerado, que possui
em sua matriz slida, clulas oriundas da formao de bolhas, ora de origem qumi-
ca, ou ainda inseridas mecanicamente no processo de sua execuo (MOTA, 2001).
Na Figura 3, est apresentado no detalhe, o aspecto visual de uma
superfcie de concreto celular autoclavado (CCA), onde existem uma grande
quantidade de poros, deixando a superfcie spera e com elevada caracterstica de
ponte de aderncia.
Figura 3 - Detalhe da presena de bolhas de ar ou de vazios no CCA
Fonte: PRECON Industrial S.A. (2013)
Os concretos sem finos, so produzidos apenas com gua, aglomerante e
agregado grado de massa especfica menor que os comumente usados, essa
caracterstica fsica dos agregados usados, inspira cuidados durante o processo de
adensamento, pois a possibilidade de exsudao e conseqente segregao
elevada (FREITAS et al. , 2004).
Na Figura 4, esto apresentados detalhes do aspecto visual de uma amostra
de concreto sem finos, cabe salientar tambm a observao feita por Freitas et al.,
(2004) quanto segregao evidente em seus ensaios dos agregados leves,
principalmente, da argila expandida.
Figura 4 A Detalhe de dois moldes de concreto fresco, com presena de argila expandida
segregada. B Corpo de prova seccionado, apresentando segregao da argila expandida
Fonte: Freitas et al. (2004)
12
Os concretos com agregados leves, so os produzidos com total ou parcial
substituio dos agregados usados no concreto convencional, por agregados leves,
conferindo a este novo concreto, caractersticas quanto a massa especfica, tendo
como exemplo de agregado mido leve a vermiculita e do agregado grado leve a
argila expandida e a brita leve.
Na Figura 5, esto apresentados maiores detalhes do aspecto visual de uma
amostra de concreto com agregados leves.
Figura 5 - Detalhe de um concreto com vermiculita e argila expandida em substituio
parcial e total aos respectivos agregados mido e grado de um concreto convencional
Fonte: Refrtil refratrios Ltda (2013)
A classificao mencionada pela Cement and concrete association
apresentada Mota (2001), contempla tambm a combinao entre os subitens do
concreto leve, como por exemplo, o apresentado na Figura 6. Trata-se de um
concreto celular, contendo argila expandida em sua composio.
O concreto aerado com o agregado leve um tipo de concreto leve formado
por uma estrutura celular semelhante a do concreto aerado, com a adio de
agregado leve. A baixa massa especfica conferida tanto pelas clulas da estrutura
celular, quanto pelos vazios existentes no interior do agregado leve (MOTA, 2001).
Figura 6 - Detalhe de um concreto celular com presena de argila expandida
Fonte: LR Engenharia e Consultoria Ltda (2013)
13
2.3.1 Concreto Celular
Freitas et al. (2004) em seu artigo apresentado no XXIV Encontro Nacional de
Engenharia de Produo - ENEGEP, em Florianpolis, SC, explanam que o concreto
celular um produto que, apesar de suas excelentes vantagens no uso como
isolante trmico de baixo peso especfico, ainda vem sendo pouco utilizado na
indstria da construo civil. O concreto celular basicamente formado por bolhas
de ar ou gs em matriz slida, geralmente cimentcia, como observado na Figura 7.
Figura 7 - Fotomicrografia de uma seo de concreto com ar incorporado, mostrando vazios em seu
interior, correspondente as regies escuras da figura apresentada
Fonte: Allen e Iano (2013)
Na fabricao do concreto celular espuma-cimento, consumindo
aproximadamente sete sacos de cimento por metro cbico de concreto celular,
dosagem esta geralmente recomendada pelos fabricantes dos aditivos
incorporadores de ar. Esta proporo do cimento Portland onera demasiadamente o
custo da produo e tambm causa um elevado grau de fissurao, devido s taxas
de retrao. Contudo, a aplicabilidade deste concreto na construo civil ampla.
Legastski (1994) exemplifica as aplicaes tais como: isolante acstico, superfcies
corta-fogo, enchimentos de lajes entre outros.
Ferreira (1986) complementa dividindo as aplicaes do CC em: in-loco
como apresentado nas Figuras 8, 9, 10 e 11, e produtos pr-fabricados
industrialmente como blocos e painis divisrios como apresentados nas Figuras 12
e 13. Como exemplo de aplicao do primeiro caso, alm dos j citados, salienta-se
tambm da propriedade de absoro de energia ao choque e isolante trmico no uso
como revestimento externo em tanques armazenadores de combustveis, gs
natural liquefeito, produtos qumicos, frigorficos e fornos com altas temperaturas.
14
Figura 8 - Detalhe de um gerador de espuma
Fonte: Concretos Celulares Brasil (2013)
Figura 9 - Preparo de CC em betoneira, com
detalhe da adio da espuma
Fonte: acervo do autor (2013)
Figura 10 - Casas monolticas executadas
com CC, que lanado e curado in loco
Fonte: Ecopore do Brasil (2013)
Figura 11 - Detalhe de um bloco de CC
produzido artesanalmente em pequena
indstria de artefatos de concreto
Fonte: acervo do autor (2013)
Figura 12 - Detalhe de blocos de CCA
produzidos industrialmente com espessuras
de 7,5cm 20cm
Fonte: PRECON Industrial S.A. (2013)
Figura 13 - Detalhe de blocos e painis de CCA
produzidos industrialmente
Fonte: PRECON Industrial S.A. (2013)
15
2.3.2 Concreto Celular Autoclavado - CCA
O concreto aerado um material originrio dos pases escandinavos (Sucia
e Dinamarca), tendo sido desenvolvido primeiramente na Sucia, em 1924. A
principal caracterstica deste material est relacionada ao isolamento trmico, por
isso utilizado na fabricao de blocos usados no levantamento de paredes,
principalmente em locais de clima to hostil como dos pases escandinavos.
Segundo Isaia (2011), o concreto com agregado leve foi utilizado pelos
romanos, h 2.000 anos, para a construo do domo do Pantheon, e aplicado at
hoje nas construes. Supe-se que, alm da baixa massa especfica, os romanos
acreditavam na durabilidade deste material.
A partir de 1890, novas pesquisas visando o aprimoramento de mtodos para
a introduo de bolhas junto massa do concreto, se fez presente, aerando-o
mecanicamente, contudo com resultados aqum do esperado. Com o avano
tecnolgico, respaldado pela indstria qumica, houve a substituio do mtodo
mecnico pelo qumico, a partir de reaes capazes de liberar gases junto mistura.
Faltava ainda maior resistncia ao produto e o alinhamento dos
conhecimentos da qumica e da fsica, contribuiu para estudos relacionados cura
desse concreto, em meio de elevada temperatura e presso, contribuindo em muito
na consolidao da formao dos cristais oriundos da reao do cimento com a
gua.
Material promissor, com caractersticas diversas ainda no totalmente
exploradas no meio da construo, que tem algumas propriedades semelhantes
madeira, tais como, bom isolamento trmico, estrutura slida, massa especfica e
facilidade de manuseio, ao serrar e lavrar. Possui ainda, desde que revestidos e
pintados, vantagens em relao madeira quanto deteriorao biolgica em sua
superfcie (ISAIA, 2011).
No Brasil, o bloco de concreto celular autoclavado (BCCA) utilizado na
execuo de paredes de alvenaria, os chamados SVVIE (sistema de vedao
vertical interna e externa), contudo o maior problema que o emprego deste material
acarreta, cuja tecnologia de produo foi importada, a adaptao da nossa mo de
obra cultura construtiva exigida, em seus cuidados e especificidades.
16
2.3.3 Definies de CCA
Na NBR 13438 (ABNT, 2013) define-se:
um concreto leve, obtido atravs de um processo industrial, constitudo por
materiais calcrios (cimento, cal ou ambos) e materiais ricos em slica,
granulados finamente. Esta mistura expandida atravs da utilizao de
produtos formadores de gases, gua e aditivos, se for o caso, sendo
submetidos presso e temperatura atravs de vapor saturado. O concreto
celular autoclavado contm clulas fechadas, aeradas e uniformemente
distribudas.
Na DIN 4223:2003 define-se que:
O concreto aerado autoclavado (dampfgehrtetem porenbeton) como um
concreto de poros finos, elaborado de cimento e/ou cal e substncias
finamente modas ou de granulometria fina, com a utilizao de produtos
formadores de gases, gua e aditivos, se for o caso, endurecidos sob presso
e vapor.
Segundo Lucas (1986), designam-se por concretos celulares autoclavados, os
concretos leves que apresentam uma estrutura alveolar uniforme, cujo dimetro dos
alvolos, ou clulas da ordem do milmetro e o volume por eles ocupado dever
ser superior a 50% do volume total do concreto.
2.3.4 Bloco de Concreto Celular Autoclavado (BCCA)
Intrinsecamente entende-se que o bloco de concreto celular autoclavado o
produto oriundo da fabricao do concreto celular autoclavado, que durante seu
processo de fabricao, passa por cortes transversais, longitudinais e sagitais antes
de entrarem na autoclave, aps o processo de cura na autoclave, com incidncias
de calor, umidade e presso, os blocos j possuem as caractersticas fsicas
desejveis quanto ao incremento em sua resistncia compresso, como mostrado
no Quadro 2, e so chamados de BCCA.
17
2.3.5 Esquema do processo de fabricao do BCCA
Existem vrias propostas de plantas para a produo de concreto celular
autoclavado e, por conseguinte, do BCCA como produto final. Dentre as atuantes
destaca-se a da Shanghai Zaonee Heavy Industry Co cujo esquemtico
apresentado conforme exposto na Figura 14.
1- silos gua, agregado mido, 12- autoclaves aglomerantes e aditivos 13- sada do lote da autoclave, curado!
2- homogenizador 14- paletizao e preparo para o
3- Lanamento na forma transporte
4- pr-cura 15- expedio e carregamento
5- tombamento 16- volta do palete industrial
6- desforma 17- volta da forma
7- cortes verticais na longitudinal 18- volta da forma e do palete
8- cortes horizontais na longitudinal 19- limpeza das formas e dos paletes
9- cortes verticais na transversal 20- montagem das formas e paletes
10- lote totalmente cortado 21- fbrica de formas e paletes
11- carregamento do lote na autoclave
Figura 14 - Esquema de uma indstria de BCCA
Fonte: Shanghai Zaonee Heavy Industry Co., Ltd. (2013)
18
2.3.6 Principais propriedades fsicas do BCCA
A Massa Especfica
A massa especfica a principal caracterstica dos blocos de concreto celular
autoclavado, pois influencia a maior parte de suas propriedades, principalmente a
resistncia compresso e a condutibilidade trmica. A resistncia tende a abaixar
com a diminuio da massa especfica, enquanto que a condutibilidade trmica
tende a aumentar com a mesma.
O processo de produo dos blocos de concreto celular autoclavado
influencia diretamente sua massa especfica final, pois, conforme o tipo e a dosagem
dos constituintes, pode-se obter diversas massa especficas, variando entre 400
kg/m3 e 650 kg/m3 (MOTA, 2001).
B - Porosidade e absoro de gua
A absoro de gua influencia vrias propriedades dos materiais porosos, tais
como:
condutividade trmica e retrao na secagem. Como os blocos de
concreto celular autoclavado apresentam alta porosidade em sua
superfcie, a caracterstica de absoro de gua se torna importante
frente s demais propriedades, pois o teor de umidade que poder
influenci-las determinado em grande parte pela absoro de gua do
material.
absoro de gua. Esta pode influenciar o desempenho das funes da
alvenaria, pela falta de aderncia na interface do bloco com a argamassa.
Quando a taxa inicial de suco de gua dos blocos, ou seja, a
intensidade com que o bloco poder retirar gua da argamassa alta,
poder ocorrer absoro da gua da mesma ainda em estgio de cura ou
at a perda precoce da trabalhabilidade durante o assentamento. A
absoro inicial dos blocos, interfere na plasticidade da argamassa no
momento do assentamento dos mesmos, e a absoro de gua pelos
blocos, com o tempo, interfere nas caractersticas da argamassa, durante
seu perodo de cura (MOTA, 2001).
19
C - Condutividade trmica
A condutividade trmica uma propriedade que representa o fluxo de calor
atravs do material. Os materiais de construo, em sua grande maioria, possuem
no seu interior matria no estado slido, lquido (gua) e gasoso (ar ou gases
especiais). Por isso, a transferncia de calor interna envolve trs processos distintos:
a conduo atravs do slido, da gua e do ar, a conveco atravs dos
movimentos dos gases e a radiao entre as superfcies slidas (MOTA, 2001).
Os blocos de concreto celular autoclavado apresentam baixa condutividade
trmica, devido principalmente sua baixa massa especfica determinada pelos
poros da estrutura interna. A existncia de gua nesses poros preenchidos com ar
tende a aumentar a condutividade trmica do material, pelo fato da gua conduzir
maior quantidade de calor que o ar (MOTA, 2001).
D - Resistncia mecnica
Segundo Legatski apud Mota (2001), alm da influncia direta com a massa
especfica, a resistncia compresso dos blocos de concreto celular autoclavado
influenciada pela umidade dos corpos de prova e condies de cura da mistura no
processo de produo dos blocos. A resistncia compresso tende a aumentar
com o aumento da massa especfica, enquanto que o incremento do teor de
umidade dos blocos provoca a reduo da resistncia.
Alm da massa especfica, o teor de umidade apresentado pelo bloco de
concreto celular autoclavado influencia tambm sua resistncia compresso, pois
segundo Houst et al. apud Mota (2001), no apenas esta propriedade, mas todas as
propriedades mecnicas dos materiais porosos so influenciadas pelo teor de
umidade.
A resistncia compresso dos blocos de concreto celular autoclavado
tambm influenciada pelo seu processo de fabricao, pelo mtodo de cura
empregado. Vale lembrar, que a cura responsvel pela formao do material
cimentante, tambm chamado de silicato monoclcico hidratado que, por sua vez,
determina o desenvolvimento de resistncia do produto.
Observa-se no Quadro 3 que, com a cura em autoclave, obtm-se valores de
resistncia compresso superiores cura ao ar, para a mesma massa especfica
do produto.
20
Quadro 3 Influncia do tipo de cura na resistncia compresso do bloco de CCA
Massa especfica no
estado seco (kg/m3)
Resistncia compresso (MPa)
Cura ao ar Cura em autoclave
400 - 1,5
600 - 4,5
800 2,0 -
1000 3,5 15
1200 5,0 -
1400 7,0 -
Fonte: Adaptado de Tesuka (1989)
E - Resumo das principais propriedades fsicas do BCCA
Com intuto orientativo, composto de um grande nmero de informaes, a
SICAL Ltda. (2013) elaborou um quadro com as principais caractersticas do bloco
de concreto celular, como apresentado no Quadro 4.
Quadro 4 - Principais propriedades fsicas do BCCA
Fonte: Fonte: PRECON Industrial S.A. (2013)
21
2.3.7 Consumo no Brasil do BCCA As suas caractersticas fsicas e qualidades apresentadas, fazem do BCCA
uma alternativa como elemento construtivo, que vem sendo utilizado em larga escala
pela construo civil. apresentada na Figura 15, a distribuio do consumo desse
produto entre os 11 estados brasileiros que o utilizam.
Figura 15 Distribuio percentual do consumo de BCCA no Brasil
Fonte: http://www.piniweb.com/datapini/bancomaterias/images/67_alternativas.pdf
2.3.8 O BCCA como elemento de vedao e enchimento
Legastski (1994) destaca qualidades do bloco de concreto celular nos
exemplos de utilizao, tais como:
A - elemento de vedao:
uniformidade dimensional;
planicidade;
massa especfica;
facilidade de cortes e entalhos, e;
resistncia.
22
Quanto s dimenses, em exemplo da Figura 16, o bloco ofertado com
espessuras (e) de 7,5 cm, 10 cm, 12,5 cm, 15 cm, 17,5 cm e 20 cm, sendo o
comprimento (L) e a altura (h) padres de 60 cm e 30 cm ou de 30 cm e 25 cm,
respectivamente. Contudo, em casos especiais, sob encomenda e volume adquirido,
as dimenses podero ter valores diversificados.
Figura 16 - Croquis de um bloco de concreto celular
Fonte: autoria prpria (2013)
Os blocos de concreto celular autoclavado so fabricados conforme as
normas brasileiras NBR 13438 (ABNT, 2013), 13440 (ABNT, 2013). Podendo ser
produzidos nas classes, resistncia compresso e massa especfica, conforme
Quadro 5 informativo.
Quadro 5 - Resistncias compresso dos BCCA e suas respectivas massa especficas
Classes Resistncia compresso Mdia (MPa)
Resistncia compresso Mnima (MPa)
Massa especfica
(kg/m3)
C 12 1,2 1,0 450
C 15 1,5 1,2 500
C 25 2,5 2,0 550
C 45 4,5 3,6 650
Fonte: Mota (2001)
Nota:
No Brasil s produzido o BCCA Classe 25 (C 25), at a presente data, contudo salienta Mota (2001) que as massa especficas dessa classe no Brasil, variam de 500 a 650 kg/m3 conforme o fabricante.
.
23
B - elemento de enchimento, igual destaque se d respectivamente pelas seguintes
qualidades:
massa especfica;
incombustibilidade, e;
facilidade de cortes e entalhos.
Assim sendo, reporta-se ao item 2.3.6 letra E desta dissertao, onde o
quadro de caractersticas fsicas informa as principais propriedades do BCCA, com
destaque para massa especfica, ponto de fuso, condutividade trmica, resistncia
ao fogo e ao ndice de isolamento sonoro ou de atenuao sonora.
Contudo, cabe ainda salientar algumas informaes, quanto estabilidade
dimensional e facilidade de corte (SICAL Ltda, 2013):
uniformidade dimensional e planicidade: por tratar-se de produto
industrializado, cimentcio, de cura hidrulica em autoclave, com
baixos coeficientes de dilatao trmica e de retrao por
secagem, bem como no ter a necessidade de queima para se
enrijecer, sua estabilidade dimensional e planicidade o tornam
superior aos elementos de vedao usados tradicionalmente.
facilidade de cortes e entalhos; a adequao dimensional, por
vezes comum, no levantamento das paredes se faz necessria,
no entanto por tratar-se de um elemento de vedao altamente
aerado (BCCA) a execuo dos cortes feita com serrote e a
lavradura por meio de rasgadores especficos e com vrios
dimetros.
Desta forma, est apresentado na Figura 17 como proceder na execuo de
cortes e lavraduras, usando duas ferramentas essenciais e desenvolvidas para uso
exclusivo junto ao BCCA.
Figura 17 A - Detalhe do uso do rasgador executando entalho para embutimento de
tubulao. B Detalhe do uso do serrote.
Fonte: acervo do autor (2013)
24
2.4 DESEMPENHO DE EDIFICAES HABITACIONAIS
2.4.1 Definio
Comportamento em uso de uma edificao e de seus sistemas Fonte: CBIC (2013)
2.4.2 Histrico do conceito de desempenho na construo
Borges (2008) descreveu a evoluo do conceito de desempenho na
construo civil no Brasil, apresentando-a com riqueza de detalhes vivenciados por
ele, visto que o mesmo fez parte da equipe que escreveu este momento na histria
da construo civil do pas, como explanado na sequncia:
No Brasil, uma das primeiras apresentaes do conceito de desempenho
ocorreu pelo trabalho acadmico do Prof. Teodoro Rosso, na dcada de 70, na
Faculdade de Arquitetura da Universidade de So Paulo (USP) (ROSSO, 1980).
Nesta dcada, poca de grande crescimento da economia brasileira e de
grandes investimentos na Construo Civil, houve um estmulo racionalizao e
industrializao da construo, que se traduziu no surgimento de novos sistemas
construtivos com alternativas aos produtos e processos tradicionais at ento
utilizados.
Os agentes envolvidos no setor perceberam que, ao mesmo tempo em que
surgiam propostas de solues inovadoras, tornava-se fundamental a criao de
instrumentos para avali-las tecnicamente, com base em critrios que permitissem
prever o comportamento das edificaes durante a sua vida til esperada.
A escassez de referncias e a conseqente dificuldade de avaliao desses
sistemas inovadores restringiram sua utilizao na escala prevista e da forma
tecnicamente correta. Na prtica, houve a implementao de tecnologias ainda no
suficientemente consolidadas ou desenvolvidas para as necessidades especficas
do Brasil, e com resultados, na maioria dos casos, desastrosos, gerando prejuzos a
todos os agentes intervenientes no processo da construo. Patologias precoces e
altos custos de manuteno e reposio foram transferidos ao prprio estado e aos
usurios de imveis, que acabaram arcando com os prejuzos.
25
O setor da Construo Civil foi altamente prejudicado, pois a sucesso de
experincias fracassadas na utilizao de solues inovadoras criou um crculo
vicioso, que o tornou menos receptivo s inovaes tecnolgicas e ainda mais
desatualizado tecnologicamente, se comparado a outros setores produtivos da
economia brasileira.
Na dcada de 80, o tema Desempenho de edificaes se evidenciou no
Brasil, especialmente pelo trabalho do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do
Estado de So Paulo (IPT), bem como pelos trabalhos cientficos de grande
expresso.
O Banco Nacional da Habitao (BNH), que na dcada de 70 foi o maior
rgo financiador de habitaes populares do Brasil, na tentativa de resolver o
problema de falta de normas tcnicas no pas, especialmente no tocante a avaliao
de solues inovadoras, contratou, em 1981, no final de sua existncia, o IPT,
investindo assim em pesquisas para a elaborao de critrios voltados avaliao
de sistemas construtivos inovadores. Esse foi um dos primeiros trabalhos produzidos
no Brasil baseado no conceito de desempenho.
Na ocasio, toda a normalizao brasileira era prescritiva, e quase toda ainda
, ou seja, voltada especificao de solues construtivas e sem a descrio de
limites mnimos de qualidade que pudessem servir de referncia para a avaliao de
desempenho de novos produtos ou sistemas. Ao longo da dcada de 80, muito em
funo do trabalho realizado pelo IPT em 1981, foram elaboradas vrias normas que
levaram em conta o aspecto desempenho, mas no de maneira uniforme ou
sistmica.
O BNH foi extinto em 1986, e sua sucessora foi a Caixa Econmica Federal
(CEF). Este fato acarretou uma descontinuidade na busca por instrumentos que
pudessem servir de base para a avaliao de sistemas construtivos e inovadores.
Em 1997, a CEF contratou o IPT para revisar os trabalhos de 1981, e
concomitantemente outros estudos avanaram por meio do Instituto Brasileiro de
Tecnologia em Qualidade da Construo (IBTQC). Neste cenrio, considerando a
existncia de vrias referncias desenvolvidas de forma independente, a CEF e o
meio tcnico identificaram a necessidade de harmoniz-las, transformando-as em
normas tcnicas que facilitariam ainda mais o processo de avaliao. Para
elaborao dessas Normas, a CEF, com o apoio da Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP), forneceu respaldo econmico ao projeto de pesquisa Normas
26
Tcnicas para Avaliao de Sistemas Construtivos Inovadores para Habitaes, no
ano de 2000. Tal projeto foi concebido com o objetivo de desenvolver um conjunto
de normas tcnicas brasileiras normas da Associao Brasileira de Normas
Tcnicas (ABNT), para avaliao de edifcios habitacionais, utilizando como princpio
fundamental o conceito de desempenho.
A metodologia definida para a elaborao do projeto consistiu numa reviso
bibliogrfica nacional e internacional sobre o tema, que serviu de base para a
estruturao das Normas, levando-se em conta as seguintes questes:
a existncia de distintas classes de edifcios, e diferente necessidades
dos usurios, como por exemplo, os edifcios residenciais, escolares,
industriais, entre outros;
as exigncias dos usurios a serem consideradas nas Normas;
a possibilidade de se avaliar a edificao como um todo integrado, e
avaliar isoladamente os sistemas que a compem, tais como, sistemas de
estruturais, hidrossanitrios, entre outros, e;
a compatibilidade com o arcabouo normativo existente no Brasil.
A partir dessas premissas foi criada uma Comisso de Estudos e grupos de
trabalho, com o objetivo de coordenar a discusso sobre o assunto no meio tcnico,
buscando consenso para a transformao do produto final em Norma Brasileira, no
mbito da ABNT. O coordenador eleito para Comisso de Estudos em 2000 foi o
Eng. rcio Thomaz, do IPT, e a partir da contratao de dois consultores de
renomada experincia no conhecimento de cada sis