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Cancro do fígado

O que é o cancro do fígado?

Deixe-nos explicar isso a você.

Guias ESMO/ACF para o Paciente baseadas nas Diretrizes para a Prática Clínica da Esmo

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CancrodoFígado:umguiaparaodoente-InformaçõesbaseadasnasRecomendaçõesdePráticaClínicadaESMO–v.2014.1 Página1

EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

CANCRODOFÍGADO:UMGUIAPARAODOENTE INFORMAÇÕESPARAODOENTEBASEADASNASRECOMENDAÇÕESDEPRÁTICA

CLÍNICADAESMOEste guia para o doente foi preparado peloAnticancer Fund comoum serviço para doentes, paraajudá-los,eaosseusfamiliares,acompreendermelhoranaturezadocancrodofígado,bemcomoavaliar,deacordocomosubtipodecancrodofígado,asmelhoresopçõesdetratamentodisponíveis.Recomendamos aos doentes que perguntem aos seus médicos quais os testes ou tipos detratamento necessários para o seu tipo e estadio da doença. A informaçãomédica descrita nestedocumentoébaseadanasrecomendaçõesdepráticaclínicadaESMO(EuropeanSocietyforMedicalOncology)paraagestãodocancrodofígado.EsteguiaparaodoentefoiproduzidoemcolaboraçãocomaESMOeédivulgadocomautorizaçãodamesma.Foiredigidoporummédicoerevistopordoisoncologistas da ESMO, incluindo o autor principal das recomendações de prática clínica paraprofissionais.FoitambémrevistoporrepresentantesdedoentesdoGrupodeTrabalhodeDoentescomCancrodaESMO.ParamaisinformaçõessobreoAnticancerFund:www.anticancerfund.orgParamaisinformaçõessobreaEuropeanSocietyforMedicalOncology:www.esmo.orgPara as palavras assinaladas com um asterisco é facultada uma definição na parte final dodocumento.

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Índice

Definiçãodecancrodofígado................................................................................................................3

Ocancrodofígadoéfrequente?............................................................................................................5

Quaisascausasdocancrodofígado?....................................................................................................6

Comosediagnosticaocancrodofígado?..............................................................................................9

Oqueéimportantesaberparaobterumtratamentootimizado?......................................................13

Quaissãoasopçõesdetratamento?...................................................................................................17

Quaissãoosefeitossecundáriospossíveisdotratamento?................................................................25

Oqueaconteceapósotratamento?....................................................................................................28

Definiçõesdetermosmédicos.............................................................................................................31

EstetextofoiredigidopelaDra.AnnemieMichiels(AnticancerFund)erevistopeloDr.GauthierBouche(AnticancerFund),pela Dra. Svetlana Jezdic (ESMO), pelo Prof. Svetislav Jelic (ESMO), por Ivan Gardini (Associação Europeia de DoentesHepáticos,ouELPA),porHiljeLogtenberg-vanderGrient(ELPA),porGreetBoland(ELPA)eporIngovanThiel(ELPA).

Esta atualização (2014) reflete as alterações na última versão das Recomendações de Prática Clínica da ESMO. AatualizaçãofoiefetuadapeloDr.GauthierBouche(AnticancerFund)erevistapelaDra.SvetlanaJezdic(ESMO),peloProf.Dr.ChrisVerslype(ESMO),porIvanGardini(ELPA),porHiljeLogtenberg-vanderGrient(ELPA)eporIngovanThiel(ELPA).

EstetextofoitraduzidoparaportuguêsporumtradutorprofissionalevalidadopeloProf.JoséCrespoMendesdeAlmeida.

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DEFINIÇÃODECANCRODOFÍGADOOcancrodofígadoéumtumorqueseformainicialmentenotecidohepático.Existemváriostiposdecancrodofígado,deacordocomotipodecélulascancerosas.Ocarcinomahepatocelularéotipomaisfrequentedecancrodofígado.Representa90%detodososcancros do fígado. O carcinoma hepatocelular começa nos hepatócitos, as principais células dofígado.

Anatomiadosistemadigestivo.

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AnatomiadofígadoeórgãoscircundantesNotaimportanteemrelaçãoaoutrostiposdecancrodofígadoExisteumtiporarodecancrodofígadoqueocorresobretudoemdoentesjovensequeédesignadoporcarcinoma fibrolamelar*. Esta variante está geralmente bem circunscrita, comparativamente aocarcinomahepatocelularque crescede formamais invasiva. É tambémcaracterizadoporumacicatrizcentral,quandovisualizadoatravésdetécnicasdeimagiologiamédica.Ocarcinomafibrolamelar*é,namaiorpartedasvezes,diagnosticadoetratadodamesmaformaqueocarcinomahepatocelular.A informaçãofacultadanesteGuiaparaoDoentenãoseaplicaacancrosdofígadoquenãosejamcarcinomashepatocelulares.Osoutrostiposdecancrodofígadosão:

• Tumoresquesedesenvolvemnofígado,mastêmorigemnoutroórgão,comoporexemplo,no cólon, no estômago ou nos ovários. Estes tumores são designados por metástaseshepáticas* ou cancros do fígado secundários. A informação sobre o tratamento demetástaseshepáticas*estádisponível,juntamentecomainformaçãosobreotipodecancroondeocorreuinicialmenteoprimeirocancro.

• Os cancros que se iniciam nos vasos sanguíneos do fígado são designados porangiossarcomas* e hemangiossarcomas*. Paramais informações sobre angiossarcomas* ehemangiossarcomas,cliqueaqui.

• Os cancros que se iniciam nas vias biliares são designados por cancros das vias biliares oucolangiocarcinomas*. Porém, se envolveremvias biliaresno fígado são, por vezes, designadosporcancrosdofígado.Paramaisinformaçõessobreocancrodasviasbiliares,cliqueaqui.

• Os tumores designados por hepatoblastomas* ocorrem em bebés e crianças. Para maisinformaçõessobrehepatoblastomas*,cliqueaqui

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OCANCRODOFÍGADOÉFREQUENTE?Ocancrodofígadorepresentaosextocancromaiscomumemtodoomundo.NaEuropa,cercade10emcada1000homense2emcada1000mulheresirãodesenvolvercancrodofígadoemalgummomento da sua vida. A nível mundial, é muito mais prevalente no Sudeste Asiático e na ÁfricaOcidental.Istodeve-seprincipalmenteaofactodeainfeçãopelovírusdahepatiteB,maisfrequentenessasáreas,aumentaroriscodedesenvolvercancrodofígado.NosEUAenoSuldaEuropa,ovírusdahepatiteC*évistomaisfrequentementecomoumadascausasdocancrodofígado.Em2008,cercade40.000homense20.000mulheresforamdiagnosticadoscomcancrodofígadonaEuropa.Aidademédianomomentodediagnósticosituava-seentre50e60anos,masnaÁsiaeÁfricasitua-segeralmenteentre40e50anos.

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QUAISASCAUSASDOCANCRODOFÍGADO?Na maioria dos doentes, os cancros do fígado são antecedidos pelacirrose hepática. A cirrose hepática é uma consequência da doençahepática crónica, embora apenas uma pequena percentagem dedoentes comdoençahepática crónica venha a desenvolver cirrose.Nacirrose, o tecido hepático vai-se alterando, comprometendo as célulashepáticasnormaisesendocadavezmais formadopor tecido fibrosoecicatricial. Nesta situação, as células hepáticas não crescem, nemfuncionamnormalmente.Osmecanismos e razões exatas para a ocorrência do cancro do fígado ainda não são totalmentecompreendidos. Porém, a cirrose e suas causas são os principais fatores de risco* do carcinomahepatocelular,oprincipaltipodecancrodofígado1.O fator de risco* aumentao risco deocorrência do cancro,mas não é necessário, nem suficienteparacausarocancro.Nãoé,porsipróprio,umacausa.Algumaspessoascomestesfatoresderisco*nuncadesenvolverão cancrodo fígado, enquantoqueoutras sem ter nenhumdestes fatores derisco*irão,mesmoassim,desenvolvercancrodofígado.Os principais fatores de risco* são os que causam a cirrose, mas existem também outros nãoassociadosàcirrose.

• Causasdacirrosehepática:o InfeçãocrónicapelovírusdahepatiteB*(HBV)ouhepatiteC*(HCV).Umainfeção

pelo vírus HBV* ou HCV* é considerada crónica quando o vírus da hepatitepermanece no sangue durante mais de 6 meses, provocando um declínio nofuncionamento do fígado. A nívelmundial, a infeção por hepatite B é responsávelpor50%detodososcasosdecancrodofígado,eainfeçãoporhepatiteC*por25%dos mesmos. Ser portador de uma infeção por hepatite B* aumenta o risco dedesenvolvercancrodofígado100vezes,enquantoqueserportadordeumainfeçãoporhepatiteC aumentao risco17 vezes.Até 85%dos indivíduos com infeçãoporhepatite C* desenvolve uma infeção crónica e destes, cerca de 30%progride paracirroseedesses,1a2%desenvolvemanualmentecancrodofígado.Aco-infeçãoporHBV*, o que significa que ambos os vírus ocorremem simultâneo, aumenta aindamaisorisco.A infeçãoporhepatiteB*podetambémprovocardiretamentecancrodo fígado, semque tenha havido uma cirrose prévia. O vírus podemisturar o seupróprio ADN* (ácido desoxirribonucleico) com o ADN de uma célula hepática,provocandomutações*nosseusgenes.Estasmutações*podemfazercomqueumacélula perca o controlo sobre o seu funcionamento normal, reprodução e mortenatural das células. Parte-se geralmente do princípio que se estas funções ficamdescontroladas,talpoderálevaraocancro.

1Acirrosenãoéumfatorderisco*paraocarcinomafibrolamelar*.

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Prevê-seque, se a vacinação fosse introduzida emtodo o mundo, haveria muito menos casos dehepatite B*, bem como de cancro do fígadoassociado a este vírus. Prevê-se também que otratamentoantiviralcontraahepatiteB*iráreduziramorteassociadaao fígado (incluindoocancrodofígado)nainfeçãocrónicaporhepatiteB*.Deigualforma, os estudos recentes sugerem que otratamento antiviral de um doente com infeçõescrónicasporhepatiteC*podereduzirsignificativamenteoseuriscodecancrodofígado.

o Oabusodoálcoolalongoprazopodeprovocarcirrosehepáticaecancrodofígado.EmpaísesondeainfeçãoporHBV*ébaixa,o álcool é a principal causa dos cancros do fígado. Emportadoresdehepatite,oabusodoálcoolaumentaaindamaisorisco.A prevenção do abuso do álcool a longo prazo pode reduzirsignificativamente o risco de desenvolver cirrose e cancro dofígado.

o Algumas condições hepáticas hereditárias podem tambémprovocar cirrose, tais como a hemocromatose ou a deficiênciadealfa-1-antitripsina.Ahemocromatoseéumadoençahereditáriaqueprovocaumamaior absorção de ferro a partir dos alimentos. O ferro é depois depositado emváriosórgãos,sobretudonofígado.Nadeficiênciadealfa-1-antitripsina,umaformaanormal da proteína* alfa-1-antitripsina é depositada nas células hepáticas. Istopode provocar cirrose hepática, aumentando o risco de desenvolver cancro dofígado.

o A esteatose hepática não alcoólica e a esteato-hepatite não alcoólica são duascondições que afetamo fígado e que podem também levar à cirrose e ao cancro.Estascondiçõesnãosãoprovocadasporumainfeção,nempeloelevadoconsumodeálcool, mas parecem estar ligadas à obesidade grave e à diabetes mellitus*. Porconseguinte, a obesidade e a diabetes são também vistas como fatores de risco*para o cancro do fígado. Além disso, se um doente diabético consumir grandesquantidadesdeálcool,oriscoaumentamuitomais.Preveniraobesidadeeadiabetesdotipo2,adotandoumestilodevidasaudável,podereduziro riscodedesenvolveresteatosehepáticanãoalcoólicaecancrodofígado. As intervenções para mudança do estilo de vida em pessoas obesas oudiabéticosdotipo2podetambémreduziresterisco.

o Existem outras condições médicas menos frequentes que afetam o fígado,aumentandoo riscodecancro.Estas condições incluemahepatiteautoimune*,asinflamaçõesbiliaresintra-hepáticas*(cirrosebiliarprimária*ecolangiteesclerosanteprimária*) e a doença de Wilson*. Estas condições não são provocadas por umainfeção,nempeloálcool.

• Género: o cancro do fígado é quatro a oito vezes mais comum nos homens que nasmulheres,emboraistosedevaprovavelmenteàsdiferençasdecomportamentoqueafetamosfatoresderisco*descritosacima.

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• Exposiçãoaagentestóxicos:o Os esteroides anabolizantes são hormonas tomadas por alguns atletas para

aumentar a sua força emassamuscular. A utilização a longo prazo de esteroidesanabolizantes aumenta o risco de adenomahepatocelular, um tumor benigno*dofígadoquesepodetornarmaligno*e,posteriormente,emHCC.

o Consumodealimentoscontaminadoscomaflatoxina:Aaflatoxinaéumasubstânciatóxicaproduzidaporumfungoquepodedesenvolver-senosalimentos(amendoins,trigo, grãosde soja, frutos secosmoídos,milhoe arroz), quandoarmazenados emcondiçõesquentesehúmidas.Quandosãoregularmenteingeridos,podemprovocarmutações* no ADN* das células hepáticas, fazendo com que se tornem célulascancerosas.Areduçãodaexposiçãoaosalimentoscontaminadoscomaflatoxinapodereduziroriscodecancrodofígado,sobretudoempessoasinfetadascomHBV*.

Foi demonstradoqueoutros fatores, como fumar, aumentamo riscode cancrodo fígado,mas asprovas são inconsistentes. Para estabelecer estes fatores de risco possíveis será necessária maisinvestigação*.

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COMOSEDIAGNOSTICAOCANCRODOFÍGADO?Pode suspeitar-se de cancro do fígado em diferentes circunstâncias. A maioria dos doentes temcirrose hepática e/ou hepatite crónica, antes de desenvolver cancro do fígado. As pessoas comcirrose hepática requerem uma vigilância rigorosa para detetar, tão cedo quanto possível, umpotencial tumorno fígado.Recomenda-seamesmavigilânciaparaaspessoas infetadascomHBV*que não desenvolveram cirrose, bem como para pessoas que possuemmais de 10.000 cópias dovírus(cargaviral)pormililitrodesangueeaindaparaaspessoasinfetadascomHCV,cujofígadoestánumestadioavançadodefibrose*.Muitoemboraapenasumpequenosubconjuntodedoentescomesteato-hepatite não alcoólica venha a desenvolver cancro do fígado, é necessária uma vigilânciasemelhante,porqueumcancropodedesenvolver-se,mesmoquenãohajacirrose.Por conseguinte, as circunstâncias de diagnóstico irão diferir entre doentes com cirrose hepáticaconhecidaedoentessemqualquercirrosehepáticaconhecida.Vigilância do tumor em doentes que se sabe estarem em risco de desenvolvercancrodofígadoTodososdoentescomcirrosehepáticarequeremumavigilânciarigorosa,bemcomoalgunsdoentessemcirrose,mascominfeçõesporHBV*eHCV*,conformeédescritoacima.Acada6mesesdeveserefetuadaumaecografia*dofígado,comointuitodefazerorastreiodequalquernovonódulo*,quisto*oumassa*quepossatornar-secancro.

1. Otestedaecografia*éutilizadoparadetetarnódulos*quegeralmentesósãovisíveisporimagiologia.Quandoumnódulo*évistonumaecografia*,ospassosseguintesdependemdotamanhoedascaracterísticasimagiológicasdonódulo*.Estesdoisaspetosdãoinformaçõessobreaprobabilidadequeumnódulo*temdesetornaremcancrodofígado.− Umnódulo*detamanhoinferiora1cmdeveserseguidoporecografias*emintervalos

de6meses.Aprobabilidadedeestetipodenódulo*ser-oupodertornar-se-cancrodofígadonospróximosmesesébaixa.

− Umnódulo*entre1e2cmdeveser investigadoatravésde,pelomenos,doisexamesradiológicos*diferentes(TAC*comcontraste,ecografia*ouRMcomcontraste).o Se duas técnicas diferentes mostrarem um aspeto típico de cancro do fígado, o

nódulo*deveserinterpretadocomotal.o Senão foresseocaso,omédicodevecolherumabiópsia*ou removeronódulo*

paraanalisá-lomelhoremlaboratório.Biópsia*éumaamostradetecidoque,nestecaso,écolhidoatravésdeumaagulhafinaougrossaqueatravessaapeledoflancodireitoatéaofígadopararemoverumapequenaamostradetecidohepático.Umaamostracolhidacomumaagulhafinaédesignadaporpunçãoaspirativaporagulhafina.Aremoçãodeumnódulo*podeefetuar-seduranteumaoperação.

− Porvezes,odiagnósticoétãoprovávelquenãoseránecessáriaumabiópsia*.Oscasosseguintesdevemserconsideradoscomocancrodofígadocomprovado.o Se uma técnica de imagiologiamostrar que o nódulo* é superior a 2 cme tiver o

aspetotípicodeumtumordofígado.

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o Se houver algum um nódulo* no fígado e, ao mesmo tempo, o nível de alfa-fetoproteína*(verabaixo)nosangueforelevado(400ng/mloumais)oucontinuaraaumentar.

2. Umaanálisesanguíneaparaumaproteína*designadaporalfa-fetoproteína*ouAFP,pode

dar informaçãoadicional.AAFPestánormalmentepresenteemelevadosníveisnosanguedefetos,masoseuníveldiminuiemantém-semuitobaixo(nívelnormal)poucotempoapóso nascimento. Se for encontrado no sangue de adultos um nível superior ao normal, talsugerequeapessoapoderátercancrodofígado.Asanálises sanguíneasparaaAFPpodemserutilizadasparadetetar tumoresprecocesempessoasquesofremdecirrose*.Porém,asanálisesnãosãogeralmenteaconselhadasparaorastreioempessoassemcirrose,porquenemsempresãoexatas.ExistemcancrosdofígadoemquenãoháaumentononíveldaAFPnosangue,massãoumaminoria.OníveldaAFPtambémnãoéelevadonocarcinomafibrolamelar*.Emmuitoscasos,oníveldaAFPapenaséelevadonumestadiotardiodecancrodofígado.Alémdisso,umnívelelevadodeAFPpodetambémserencontradonoutrascondições, incluindodoençashepáticasnãocancerosasoutumoresadesenvolver-senoutrosórgãos,talcomoostestículosouovários.Emdoentescomcirrose émuitas vezes visto um nível alterado de AFP. Por conseguinte, esta análise só éconsideradaútilquandocombinadacomumaecografia*.

SintomaspossíveisdecancrodofígadoEmdoentessemqualquervigilânciaespecífica,conformedescritoacima,osprincipaissintomasquepodemestarassociadosaocancrodofígadosãoosseguintes:

• Perdadepesoinexplicável• Fadiga• Perdadeapetiteousensaçãodeenfartamentoapósumarefeiçãoleve• Náuseasouvómitos• Febre• Fígadodilatado,sentidocomoumamassasobascostelas,doladodireito• Baçodilatado,sentidocomoumamassasobascostelas,doladoesquerdo• Dorabdominaloujuntoàomoplatadireita• Inchaçoouacumulaçãodefluidosnoabdómen• Prurido• Peleeolhosdecoramarela(icterícia)• Veiasdilatadasnoabdómenquesetornamvisíveisatravésdapele

Todosestessintomaspodemtambémserprovocadosporoutrascondiçõesoupoderãoapenassernotadosnumestadioavançadodecancrodofígado.Porém,emcasodeumacombinaçãodeváriosdos sintomas referidos acima, sobretudo se forem persistentes, deve sempre investigar-se maisprofundamente.Ocasionalmente,podeserdetetadaumadeterioraçãodafunçãohepática,aquandodeumaanálisesanguínea por outros motivos. Isto pode ser provocado por várias condições diferentes e, porconseguinte,devetambémserinvestigadomaisprofundamente.

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DiagnósticoEmgeral,odiagnósticodecancrodofígadobaseia-senosexamesseguintes:

1. ExameclínicoOmédico far-lhe-á perguntas sobre as queixas e sintomas,examinará o abdómen e o resto do corpo. O médico iráverificar se há dilatação do fígado ou baço, presença defluidosnoabdómen,peleeolhosdecoramarela(indicativosde icterícia) ou quaisquer outros sinais que indiquem umfuncionamentoindevidodofígado.

2. AnálisessanguíneasUmaanálisesanguíneapode revelarníveiselevadosdealfa-fetoproteína* (AFP),ummarcadortumoral*,masistoapenasévistoem50-75%dedoentescomcancrodofígado.Porconseguinte,mesmoqueoreferidonívelnãoestejaelevado,talnãosignificaquenãoexistatumor.Deigualforma,umaAFPelevadanãosignificanecessariamentequeexistaumtumor.

3. Exameradiológico*Emprimeirolugarseráefetuadaumaecografia*dofígadoparaavaliara consistência do órgão e procurar possíveis nódulos*. Em 75% doscasos de cancro do fígado, os tumores são multifocais aquando dodiagnóstico.Multifocal significaqueestãopresentes váriosnódulos*(outumores)emdiferentespartesdofígado.Paraobteruma imagemmaisprecisaepoderdetetarnódulos*maispequenos pode também efetuar-se uma TAC* ou RM*. Uma RM*pode ser especialmente útil em doentes que já possuem nódulos*(benignos*), devido à sua cirrose*. Estes exames são, por vezes,efetuados após a injeção, por via intravenosa, de um fluido decontrasteparamarcarqualquernódulo*.Asequênciadetestesutilizadosparadiagnosticarocancrodofígadodependerádaextensãodaslesõesedapresençadecirrose,detetadaapósosexamesradiológicos*.

4. Examehistopatológico*

Oexamehistopatológico*éefetuadonumaamostradetecidohepático designada por biópsia*. A decisão de efetuar umabiópsia deve ser discutida com vários especialistas, incluindoum cirurgião especializado em cirurgia hepática. É a melhorforma de avaliar se uma lesão observada durante um exameradiológico* é benigna* ou maligna*. Pode ser colhida umabiópsia*atravésdeumaagulhafinaougrossaqueatravessaapeledoflancodireitoatéaofígadopararemoverumaamostrade tecido hepático. Por vezes utiliza-se, em simultâneo, uma ecografia* ou TAC* paraassegurarqueaagulhavaidiretamenteaumnódulosuspeito*.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

O cirurgião pode também colher uma biópsia* durante uma operação designada porlaparoscopia*. Durante a laparoscopia*, o cirurgião introduz uma pequena câmara einstrumentosfinosatravésdeumaoumaisincisõespequenasnapeledoabdómen,paravero interior do mesmo e colher uma biópsia* sem ter que fazer uma incisão grande noabdómen. A amostra de tecido será analisada num laboratório, ao microscópio, por umespecialista designado por patologista*. Este poderá também efetuar outros testes paradefinir o tipo específico e as características do tumor. Porém, mesmo que o patologistaconcluaqueabiópsianãocontémqualquercélulacancerosa,podenãoserpossívelexcluirapossibilidadedeotumorsermaligno*.Oprocedimentocomportaoriscodehemorragia,dadoqueofígadoémuitovascularizadoea coagulação sanguínea*podeestar afetadaemdoentes comcirrose*. Existe tambémumriscopequenodequeumabiópsiahepática*possadisseminarocancroaolongodocaminhopercorridopelaagulhadabiópsia*.Seocancroaindanãosedisseminou,éimportanteevitaresterisco.Porém,esteriscoémenorquandoabiópsia*écolhidacomumaagulhafina.Nãoháqualquerriscodequeumtumorpossaexplodirquandoperfuradoporumaagulha.Porém,abiópsia*nãoseráefetuadanassituaçõesseguintes:

- o doente é considerado demasiado frágil para poder tolerar qualquer forma deterapia

- odoentetemumaformaavançadadecirrose*eaguardaumtransplantehepático- odoentepodeseroperadocomointuitoderemovertodootumor(vermaisadiante

oparágrafosobrearessectabilidade)Também é possível, em alguns doentes com cirrose* conhecida, basear-se na imagiologiapara o diagnóstico. A biópsia apenas pode ser evitada quando um exame radiológico*específicomostraromarcadorvasculartípicodocancrodofígado.EsteexamepodeserumtipodeTAC*(TACmultidetetoraemultifásica*)oudeRM*(RMdinâmicacomcontraste*).

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

OQUEÉIMPORTANTESABERPARAOBTERUMTRATAMENTOOTIMIZADO?Não existe um único tratamento otimizado que ajude todos os doentes. Osmédicosterãoqueconsiderarváriosaspetos,tantododoente,comodocancroparadecidirqualseráotratamentoideal.Informaçãorelevantesobreodoente

• Idade• Históriaclínica• Resultadosdoexameclínico.Oseumédicoiráespecialmente:

o avaliaroseuestadonutricionalo inspecionarasuapeleeolhos,procurando icterícia,bemcomoquaisquermanchas

escurasnapele,indicativasdebaixoníveldeplaquetaso procurar sinais indiretos de aumento de pressão na veia responsável pelo aporte

sanguíneodofígadoo verificarsehádilataçãodofígadoebaço,ousehápresençadefluidosnoabdómen,

designadaporascite*o procurar sinais de estadomental alterado, no âmbito de uma condição complexa,

designadaporencefalopatia*.• A presença de outras doenças hepáticas e o funcionamento atual do fígado, por vezes

também designado por "função hepática residual". O médico pode examinar a funçãohepática através de certos parâmetros no sangue, tais comoo tempode protrombina*, oníveldealbumina*,oníveldebilirrubina*eonúmerodeplaquetas*.

• InfeçãocrónicaporHBV*ouHCV*,possíveltratamentoeníveldeatividadedainfeção• Consumoatualdeálcool• Usodedrogasinjectáveis• Oestadododesempenho,queavaliaobem-estargeraleasatividadesdiáriasdosdoentes

cancerosos.Oestadododesempenhoavaliaascapacidadesfísicasdosdoentes,atribuindouma pontuação de 0, para um doente totalmente ativo, a 4, para um doente que estátotalmenteincapacitado,devidoàsuadoença.

Através da consideração destes elementos, omédico decidirá se o doente está embomestado ereúne as condições necessárias para ser submetido à ressecção de parte do fígado ou a umtransplantehepático.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Informaçãorelevantesobreadoença

• Estadiamento

Osmédicosutilizamoestadiamentoparaavaliaraextensãodapresençadocancroeoprognóstico*dodoente.Oestadioéfundamentalparatomaradecisãocertaquantoaotratamento.Quantomaisavançado for o estadio, pior será o prognóstico*. As diferentes investigações visam descobrir atéondeéqueocancrosedesenvolveu,dentroe forado fígado,e se já sedisseminou,ounão,paraoutraspartesdocorpo.SeráefetuadaumaTAC*ouRM*doabdómenparaavaliaraextensãolocaldotumoresesedisseminouparaoutrosórgãos.Sehouveralgumasuspeitadequeocancropodeter-sedisseminadoparaoutrasáreas,poderárecorrer-setambémàimagiologiadeoutraspartesdocorpo,especialmenteumaTAC*torácicaeumacintigrafiaóssea*.Oestadiamentoégeralmenteefetuadoduasvezes:apósumexameclínicoeradiológico*eapósacirurgia. Se for efetuada a cirurgia, o tumor removido pode ser analisado no laboratório. Osresultadosdestaanálisepodemtambémajudarnoestadiamentodadoença.Dadoqueamaioriadoscancrosdofígadoocorrenapresençadeumacirrose*subjacente,deveserefetuado o estadiamento, tanto do cancro, como da doença hepática (se presente). Ambosdeterminam as opções de tratamento e o resultado esperado. Existem vários sistemas deestadiamento, tendo cada um deles vantagens e desvantagens. Aqui apresentaremos os 2 tiposessenciais de sistemas de estadiamento, nomeadamente, TNM para estadiamento do cancro, eChild-Pugh para estadiamento da doença hepática ou cirrose. É também apresentado um sistemamais sofisticado e amplamente utilizado por especialistas no cancro do fígado. É designado porsistema de estadiamento Barcelona Clinic Liver Cancer (BCLC) e a sua principal vantagem é queidentifica os doentes com cancro em estadio inicial que podem beneficiar de terapias curativas(estadio 0 e estadio A), os de estadio intermédio (estadio B) ou avançado (estadio C) que podembeneficiarde tratamentosparaprolongaravidae,porúltimo,osque têmumaesperançadevidamuitolimitada(estadioD).

• OestadiamentoTNMclassificaocancrodeacordocomacombinaçãodeo T,tamanhodotumoreinvasãodotecidoadjacente,o N,envolvimentodosgânglioslinfáticos*,eo M,metástase*oudisseminaçãodocancroparaoutrosórgãosdocorpo.

OsestadiosbaseadosnosistemaTNMsãoexplicadosnatabelaabaixo.Asdefiniçõessão,porvezes, muito técnicas, por isso recomenda-se que peça ao seu médico explicações maisdetalhadas.

Estadio DefiniçãoEstadioI Otumoréúnicoenãoinvadiuosvasossanguíneosdofígado,nãosedisseminou

paraosgânglioslinfáticos*,nemparaoutraspartesdocorpo.EstadioII Ouotumoréúnicoeinvadiuosvasossanguíneosdofígado,ouexistemtumores

múltiplos no fígado, mas nenhum tem diâmetro superior a 5 cm, nenhum sedisseminouparaosgânglioslinfáticos*,nemparaoutraspartesdocorpo.

EstadioIII O estadio III divide-se nos três subestadios seguintes. Em qualquer caso, ascélulastumoraisnãosedisseminaramparaosgânglioslinfáticos*,nemparaosórgãosmaisafastados.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

EstadioIIIA − Existemváriostumoresnofígadoepelomenosumtemdiâmetrosuperiora5cm.

EstadioIIIB − Otumorinvadiuumaartériadeumadasveiasprincipaisdofígado.EstadioIIIC − Otumordisseminou-separaumórgãoadjacente(quenãoavesículabiliar)

ouparaorevestimentoexteriordofígado.EstadioIV O tumor disseminou-se para os gânglios linfáticos* ou para os órgãos mais

afastados.EstadioIVA − Qualquerdosacimaindicadoseinvasãodeumgângliolinfáticoregional*EstadioIVB − Qualquerdosacimaindicadosedisseminaçãodotumorparaoutraspartes

docorpo

• AclassificaçãodeChild-Pughdefineoprognóstico*,bemcomoanecessidadedetransplantena doença hepática crónica. Esta classificação é utilizada para qualquer doença hepáticacrónicaenãoapenasparaocancrodofígado.IstoresultanumaclassificaçãodeChild-Pughde A, B ou C. "A" indica cirrose* menos avançada e "C" cirrose mais avançada. Estaclassificaçãoincluiaavaliaçãodaacumulaçãodefluidosnoabdómen,designadaporascite*,qual o nível de 2 proteínas* (designadas por albumina* e bilirrubina*) no sangue, se acoagulação sanguínea ainda funciona devidamente e, por fim, se há presença deencefalopatia*.O método utilizado para atribuir uma classificação de Child-Pugh é complexo, não seenquadrandonoâmbitodesteguia.Recomenda-sequepeçaaoseumédicoexplicaçõesmaisdetalhadas.

• OsistemadeestadiamentoBarcelonaClinicLiverCancer(BCLC)

OBCLCdefinequatroestadiosdecancrodofígado,deAaD.Baseia-senotamanhoenonúmerodetumores no fígado, na invasão dos vasos sanguíneos pelo tumor, na disseminação do cancro parafora do fígado, na pressão na veia responsável pelo suprimento sanguíneo do fígado, no nível debilirrubina*nosangue,naclassificaçãodeChild-Pughenoestadododesempenho.A pressão na veia responsável pelo suprimento sanguíneo do fígado (designada por veia porta*)podeestarelevadaquandoofígadonãodeixaosanguepassarfacilmente,devidoaumaalteraçãona consistência. Bilirrubina é uma proteína* normalmente excretada pelo fígado na bílis. Porém,quandoafunçãohepáticaestáafetada,podeseracumuladatambémnosangue.AclassificaçãodeChild-Pugh foi descrita anteriormente e inclui a avaliação da acumulação de fluidos no abdómen(ascite*), qual o nível de albumina* e bilirrubina no sangue, se a coagulação sanguínea aindafuncionadevidamentee, por fim, sehápresençadeencefalopatia*.Oestadododesempenho foidescritonasecçãoanterior.Avaliaascapacidadesfísicasdosdoentes,atribuindoumapontuaçãode0,paraumdoentetotalmenteativo,a4,paraumdoentequeestátotalmenteincapacitado,devidoàsuadoença.ComooBCLC inclui tantos fatores, considera-sequedáamelhorprevisãodoprognóstico*paraodoentequesofredecirrose*ecancrohepático,sendomuitoútilaoplanearotratamento.

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• Resultadosdabiópsia*

A biópsia* será analisada no laboratório. Este exame é designado por histopatologia*.O segundoexamehistopatológico*éefetuadonotumorenosgânglioslinfáticos*removidosporcirurgia.Istoémuito importante para confirmar os resultados da biópsia* e facultar mais informações sobre ocancro.Osresultadosdaanálisedabiópsia*devemincluiroseguinte:Emprimeirolugar,opatologista*iráverificarseotumorsedesenvolveunofígado,istoé,umtumorhepático, ou se é uma disseminação distante de outro tumor (ex.: dos intestinos), analisando ascélulastumoraisedeterminandoseapresentamascaracterísticasdecélulashepáticasoudeoutrascélulas.Se for um tumorhepático, o patologista irá defini-lo como carcinomahepatocelular ou carcinomafibrolamelar*ouumdosoutrostiposdecancrodofígadomencionadosanteriormente,nadefiniçãodecancrodofígado.

• Ressecabilidade

Oscirurgiõesirãoconsiderarotumoroperávelouressecável,oquesignificaqueépossívelremovertodoo tumornumaoperação,ou inoperávelounão ressecável,oquesignificaquenãoépossívelremovê-lo.Nãoháumalinhadivisóriadistintaentreoqueéressecáveleoquenãoé,emtermosdoestadio TNM do cancro, mas os cancros de estadio inicial têm maior probabilidade de seremressecáveis. Um tumor pode, por exemplo, ser não ressecável quando é muito grande ou estápróximodeumvasosanguíneoimportante,oquetornadifícilremovê-losemdanificarestevaso.

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QUAISSÃOASOPÇÕESDETRATAMENTO?O planeamento do tratamento envolve uma equipa multidisciplinar deprofissionaismédicos.Istoimplicaumaavaliaçãopordiferentesespecialistas,designadaporreuniãomultidisciplinar*.Duranteestareunião,oplaneamentodotratamentoserádiscutido,deacordocomainformaçãorelevantereferidaanteriormente, tal como se o doente sofre de cirrose hepática*, qual é aextensãodadoença,qualéopadrãodecrescimentodotumor,comoestáafunçãohepática,seocancroéressecávelecomoestáoestadogeraldesaúdedodoente.Osriscosdecadatipodetratamentosãotambémconsiderados.A extensão do tratamento dependerá do estadio do cancro, dascaracterísticasdotumoredosriscosenvolvidos.Todos os tratamentos enunciados abaixo têm os seus benefícios, riscos e contraindicações*. Érecomendável perguntar aos médicos sobre quais os benefícios e riscos esperados de cadatratamento,paraestar informado sobreaspossíveis consequênciasdomesmo.No casodealgunstratamentos há várias possibilidades disponíveis, devendo a escolha ser discutida com base naponderaçãodosseusbenefícioseriscosrespetivos.

Conformeéreferidonasecçãoanterior,oplanodetratamentodependesobretudodoestadio,deacordo com o sistema de estadiamento Barcelona Clinic Liver Cancer (BCLC). Os tratamentos porestadiossãoapresentadosna figuraabaixoeosdetalhessobreas terapiassão indicadosestadioaestadio,maisadiantenotexto.

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Tratamentodocancrodeestadio0eestadioA,deacordocomaclassificaçãoBCLCAos doentes com cancros em estadio inicial (estadio 0 e estadio A, de acordo com o sistema deestadiamento BCLC), é possível propor um tratamento com o intuito de curar o cancro. Estetratamento pode ser uma ressecção cirúrgica, um transplante hepático ou a ablação local*,dependendo os métodos e a decisão do nível de cirrose* e do tamanho e número de tumoreshepáticos.Estesdoentesdispõemdeváriasopçõesdetratamento.Oparecermultidisciplinar*irádecidirqualéo mais adequado, de acordo com a informação relevante referida anteriormente. As 3 opçõesprincipaisnestesestadiossão:

• Ressecçãodotumorporcirurgia• Transplantehepático• Métodosdeablação*local

Ressecçãoporcirurgia

Aressecçãodotumorporcirurgiaéaopçãopreferidapara:• doentessemcirrose*enosquaispodeserpreservadaumapartesuficientedofígado;• doentes com cancro com classificação BCLC de estadio O ou A, cujo desempenho lhes

permiteseremsubmetidosacirurgiaequetêmumúnicotumorhepáticoquenãoprovocaqualquerhipertensãoportal.

Em casos individuais, é possível efetuar a ressecção de mais lesões, mas dado que a cirurgia dofígadocomportaalgunsriscos,oriscodacirurgiapordoentedeveserconsiderado,antesdetomarqualquerdecisão.Dependendo da extensão do tumor e do grau de cirrose hepática, pode ser removida a parte dofígadoquecontémotumor,oumesmotodoofígado.Aressecçãodotumorconsisteemremoverapartedofígadoquecontémotumor. Este tipo de cirurgia é designado por hepatectomia. Este tipo decirurgiaapenaspodeserefectuadoemdoentessemcirrose*oucomcirroselimitada(BCLCdeestadio0eestadioA),dadoqueofígadoaindafuncionacorretamente nesses doentes. A parte restante do fígado irá assumir afunçãohepática.Após a cirurgia, aparte ressecada será analisadaporumpatologista* no laboratório. O patologista* irá verificar se o tumor foitotalmente removido, analisando se este está totalmente circundado portecidonormal.Istoérelatadocomomargensnegativasderessecção,oquesignificaqueémuitoprovávelque tenha sido removido todoo tumor,oucomo margens positivas de ressecção, o que significa que é muito provável que não tenha sidoremovidotodootumor.Seasmargensforemnegativas,ésinaldeumprognóstico*melhor.

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TransplantehepáticoQuando não é possível efetuar a ressecção do tumor, deve considerar-se o transplante hepático,quer quando exista um único tumor com diâmetro inferior a 5 cm, quer quando existam 2 a 3tumores,comdiâmetroinferiora3cm.EstesrequisitossãodesignadosporcritériosdeMilão.

• CritériosparainscrevercomocandidatoatransplantehepáticodoentescomcancrodofígadoOtransplanteapenasépossívelemcondiçõesmuitorigorosas,devidoàescassezdefígadosde

dadores disponíveis. A primeira condição é que o doente preencha os critérios de Milão referidosanteriormente, no que respeita ao número e tamanho dos tumores hepáticos. Os regulamentos emmatériadedadoresdefígadosetransplantesdiferemdepaísparapaís.Ainformaçãoespecíficadecadapaíspode serobtida,perguntandoao(s)médico(s)ouaoutrosprofissionaisenvolvidosno transplantehepático.Geralmente,osfígadosdedadoresvêmdeoutrosdoentesquefaleceramrecentementeouaquem foi diagnosticada "morte cerebral".Morte cerebral significa que o cérebro sofreu umdéfice deoxigénio e, por conseguinte, nunca mais funcionará, sendo que a respiração e circulação sanguíneaapenaspodemsermantidascomrecursoaequipamentomédico.Umavezmais,quandoecomoalguémpodeserconsideradocomoestandoemmortecerebraléalgodefinidoporleisespecíficasdecadapaís.Dadoqueestassituaçõessãoescassasenemtodososcasospodemobterofígadodeumdador,odoente deve primeiro reunir as condições necessárias para a cirurgia. De igual forma, o seuprognóstico*devesersuficientementebomparaseinscrevernalistadeespera.Osdoentesquesofremdecirrose*hepáticaprovocadaporabusodoálcooleaindaoconsomemouosdoentes que têm ummau prognóstico* devido às características do seu cancro, ou devido a outrasdoençasconcomitantes,nãoserãoconsideradosparatransplante.Algunscentroscommuitaexperiênciasãocapazesdeefetuartransplantesdefígadoparciais(nosquaisváriosdoentesrecebempartedofígadodeumdador),transplantesdeenxertosmarginais(fígadosquenãoestãocompletamentesaudáveis)outransplantes hepáticos de dadores vivos (parte do fígado de um dador vivo é transplantada para odoente).Dadoquese tratadesituaçõesexcecionais,apossibilidadedecadadoentedeveseravaliadapelocomitédeética,bemcomopeloconselhoconsultivodetransplantesdohospital.

• Procedimentodeumtransplantehepático

Otransplantehepáticoéumaoperaçãoquedecorresobanestesiageral*,demorandoentre6 a 10 horas. Durante este tempo, os cirurgiões começam por fazer uma incisão em forma debumeranguenapartesuperiordoabdómen,removendoofígadoantigododoenteedeixandopartedos principais vasos sanguíneos locais. O novo fígado é então introduzido e ligado a esses vasossanguíneoseàsviasbiliaresdodoente.

• TerapiasparadoentesqueaguardamumtransplantehepáticoDevidoàescassezdeórgãos,oscandidatosatransplantehepáticosãoconfrontadoscomtemposdeesperalongos,oquenãodeveatrasaradiscussãosobreumtratamentoalternativoeficaz.Casosejaprevistoumtempodeesperalongo(superiora6meses),poderápropor-seaodoentearessecção,ablação*localouquimioembolização*transarterial,paraminimizaroriscodeprogressãodotumoreofereceruma"ponte"paraotransplante.Maisadiantenesteguiaserãodadosmaisdetalhessobreastécnicasdeablaçãolocalequimioembolizaçãotransarterial.

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Métodosdeablação*localOobjetivodaablação*localédestruirascélulascancerosas, lesando-asatravésdemeiosquímicosoufísicos.Osdoismétodosprincipaisdeablaçãolocalsãoaablaçãoporradiofrequênciaeainjeçãopercutânea*deetanol,osquaisserãodescritosmaisadiante.Emboraestastécnicassejameficazesna destruição de pequenos tumores, infelizmente não impedem a ocorrência de novas lesões notecidohepáticocirrótico*circundante.Forampropostoscomoalternativasà cirurgia.Estas técnicas são recomendadasparadoentescomBCLCdeestadio0quenãopodemsersubmetidosàressecçãocirúrgica,nematransplantehepático.Sãotambémrecomendadascasosejaprevistoumtempodeesperalongo(superiora6meses)paraotransplantehepático.Estas duas técnicas mostram resultados semelhantes nos tumores BCLC de estadio 0, isto é, umúnico nódulo* com diâmetro inferior a 2 cm, podendo ser consideradas alternativas à ressecção.Porém,aablaçãoporradiofrequênciadámelhoresresultadosemtermosdecontrolodocrescimentodotumor,emtumorescomdiâmetrosuperiora2cm.AblaçãoporradiofrequênciaAablaçãoporradiofrequênciautilizaondasderádiodealtaenergiaparadestruirascélulascancerosas.Éintroduzidaumasondafina*,dotipoagulha,atravésnapeleenotumor.Emseguida,faz-sepassarumacorrentedealtafrequênciaatravésdapontadasonda.Istoaqueceotumor,destruindoassimascélulascancerosas. Aomesmo tempo, o calor proveniente da energia da radiofrequência fecha os pequenosvasos sanguíneos, reduzindo o risco de hemorragia. As células tumorais mortas são gradualmentesubstituídasportecidocicatricialquevaireduzindoaolongodotempo.Podeserutilizadaumaecografia*ouTAC*paraorientaraablação.Oprocedimentodecorregeralmentesobanestesialocal*,masporvezesé também efetuado durante uma cirurgia aberta ou laparoscopia* e, por conseguinte, sob anestesiageral*.Durantealaparoscopia*,ocirurgiãointroduzumapequenacâmaraeinstrumentosfinosatravésde umaoumais incisões pequenas na pele do abdómen. Isto ajuda a ver o interior do abdómene aefetuarintervençõessemterquefazerumagrandeincisãonoabdómen.Aablaçãoporradiofrequênciaémaiseficaznoscancroscomatécinconódulos*eumdiâmetronãosuperior a 5 cm. Em tumores maiores é improvável que possam ser destruídos completamenteatravés desta técnica. Quando um tumor está perto de vasos sanguíneos principais pode haver oriscodehemorragiae,porconseguinte,aablaçãoporradiofrequêncianãoéaconselhada.Injeçãopercutânea*deetanol

Estainjeçãopercutânea*utilizaetanol(álcoolconcentrado)paradestruirotumor. O etanol é injetado diretamente no tumor, através da pele. Porvezes, é utilizada uma ecografia* ou TAC* para orientar a agulhadiretamente para o tumor. Foi demonstrado que a injeção percutânea deetanolémenoseficazdoqueaRFAnosnódulos*comdiâmetrosuperiora2cm.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

TratamentodocancrodeestadioB,deacordocomaclassificaçãoBCLCPara os doentes com cancro de estadio intermédio (estadio B, de acordo com o sistema deestadiamentoBCLC),otratamentoconsisteeminjetarumfármaco–quimioterapia-eumabobinaoupequenaspartículasdegradáveisdiretamentenaartériaquefornecesangueaofígado.Estetipodetratamentoédesignadoporquimioembolização*transarterial*.Quimioembolização*transarterial*(TACE)Para além dos doentes com cancro BCLC de estadio B, os doentes que aguardam um transplantehepáticopodembeneficiardaquimioembolização*transarterial,ouTACE,paraminorarotempodeespera,seesteforsuperiora6meses.TACEéainjeçãodeumaquimioterapiadiretamentenaartériaquefornecesangueaofígado(artériahepática*).Istopassaporintroduzirumcateter*naartérialocalizadanavirilha,orientando-oparaaartériahepática*.Esteprocedimentoéefetuado,utilizandoraiosX*paraassegurarqueocateter*estáno(s)vaso(s)quefornece(m)sangueaotumor.Ofármacoutilizadoéumaquimioterapia*,oquesignifica que visa matar as células cancerosas e/ou limitar o seu crescimento. Através dos vasossanguíneos,ofármacoalcançaascélulascancerosaseascélulashepáticasnormais,masasúltimasdecompõemofármacoantesdeestechegaraorestodocorpo.Osfármacosanticancroquepodemserutilizadossãoadoxorrubicina*,acisplatina*e/ouamitomicina*.O lipiodol*podetambémsermisturadocomosfármacosquimioterapêuticos*,antesdestessereminjetados.Ascélulastumoraisabsorvempreferencialmenteolipiodoleirão,aomesmotempo,absorverosfármacos.Apósainjeçãodestefármaco,éinjetadoGelfoam®oupequenasesferasdegradáveisparabloquearas pequenas artérias que fornecem sangue ao tumor, privando assim o tumor da provisão denutrienteseoxigénio.A TACE pode também ser utilizada para aliviar os sintomas sentidos pelos doentes com cancrohepatocelular e cirrose*. O objetivo não é curar o cancro, mas proporcionar mais conforto aodoente.Porém,àmedidaqueotamanhoenúmerodetumoresnofígadoaumenta,osresultadosdaTACEsãomenosfavoráveis.ATACEnãodeveserutilizadaemdoentescom:

• cirrosehepáticadegrauCnaclassificaçãodeChild-Pugh,• disseminaçãodotumorem2lobosdofígadoouparaoutraspartesdocorpo,• trombosedaveiaportaou• umaligaçãoexcecionalentreaartériaeaveiaprincipalquefornecesangueaofígado.

Atrombosedaveiaporta*consistenaformaçãodecoágulosnaveiaprincipalquefornecesangueaofígado. Isto visa evitar que os fármacos tóxicos injetados acabemnoutro local que não o local dotumor.Outrastécnicastransarteriais*As técnicas transarteriais evoluíram nos últimos anos. Atualmente, estão a emergir váriasalternativasàtípicaTACEdescritaanteriormente.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Autilizaçãodepequenasesferascarregadasdedoxorrubicina*(quimioterapia),ao invésdatípicaTAC,visa embolizar* os vasos que fornecem sangue ao(s) tumor(es), administrando em simultâneodoxorrubicinaaotumor.Estaspequenasesferasdemonstrarammenosdifusãodequimioterapiaforadofígado,originandomenosefeitossecundáriose,pelomenos,amesmaatividadedoqueatípicaTACE.Aradiação*internacompartículasdeIodo131ouÍtrio90visaembolizar*,bemcomoaproximararadioterapia*omaispossíveldotumor.Estetipodetratamentoéexperimentaledeveserefetuadonumensaioclínico*.Umtubopequenoécolocadonaprincipalartériaquefornecesangueaofígado(artériahepática*)e,atravésdessetubosãolibertadasesferasmicroscópicas.EssasesferasalcançamotumoratravésdosvasossanguíneosdofígadoecontêmumasubstânciaradioativadesignadaporIodo131ouÍtrio90.Estassubstânciasbloqueiamofornecimentodesangueaotumore,aomesmotempo, emitem uma radiação* que destrói as células tumorais circundantes. Devido aodirecionamento preciso desta abordagem, pode administrar uma dose muito mais potente deradiação*doque a radioterapia* externanormal. A radioatividadedas esferas desaparece após 2semanas. Uma vantagem é que pode ser utilizada, independentemente de quão numerosos ougrandessãoosnódulos*nofígadoepodeaindaserutilizadaparatratartumorespossivelmentenãodetetados.PodeserutilizadaemalgunsdoentesquenãopossamreceberTACEouquejáreceberamTACE,masnãoemdoentescomcancroquesetenhadisseminadoparaforadofígado.Sorafenib*emcasodeprogressãodadoença,apesardaTACEEmdoentescujadoençaestáaprogredir (desenvolvimentodenovos tumoresoucrescimentodosexistentes)recomenda-seotratamentocomumfármacodesignadoporsorafenib*.TratamentodocancrodeestadioC,deacordocomaclassificaçãoBCLCOtratamentopadrãonesteestadioéosorafenib*,umfármacotomadoporviaoral.Seosorafenibnãoforbemtolerado,ouseocancroprogredirapesardotratamentocomosorafenib,recomenda-seoscuidadosdeapoioeaparticipaçãoemensaiosclínicos*.Dadoqueotumorsedisseminouparalongedofígado,querparaosgânglioslinfáticos*,querparaórgãosdistantes, o tratamento visará destruir as células cancerosas por todo o corpo. A isto se chamaterapêuticasistémica*.Aopçãoprincipaléosorafenib*.Seosorafenibnãoforbemtolerado,ounãoforcapazdeafetarocrescimentodotumor,otratamentovisaráaliviarossintomasprovocadospeladoença.Tambémépossívelparticiparnumensaioclínico*.Numensaioclínico*sãotestadosnovostratamentosounovas combinaçõesdosmesmos.Recomenda-seperguntaraomédico seháensaiosemcursoquesejamadequadosaoestadiodotumoreàsituaçãoespecíficadodoente.Desta forma,odoentepodeobteracessoanovasterapêuticase,aomesmotempo,ajudaraoprogressocientífico,noqueserefereaodesenvolvimentodemelhorestratamentosparaocancro.

Terapêuticasistémica*

Sorafenib*éumfármacoquedemonstrouprolongarasobrevivênciageralemdoentescomcancrodofígadoemestadioavançado.Porexemplo,prolongouasobrevivêncianumamédiade2,8mesesem doentes com doença hepática de grau A na classificação de Child–Pugh, num ensaio clínicoaleatorizado.É tomadoporviaorale chegaa todoocorpoatravésdacorrente sanguínea,apósaabsorçãopelosintestinos.Osorafenibédesignadoporterapiadirigida*,umavezquefoiproduzidocomoobjetivodevisarespecificamenteascélulastumorais.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Outras terapias dirigidas* estão a ser investigadas, mas não devem ser administradas fora dosensaiosclínicos*.A quimioterapia* que é administrada sistemicamente, quer porvia oral, quer intravenosa* e, por conseguinte, sem ser porinjeção na artéria do fígado pode também ser considerada.Porém,nenhumdosfármacosdequimioterapia*utilizadosparaocancro do fígado demonstrou prolongar a esperança de vida dodoente,masalgunsregimesdequimioterapiacomooXELOX(queconsistenumacombinaçãodecapecitabina*eoxaliplatina*)eoGEMOX (combinação de gencitabina* e oxaliplatina)demonstraram que conseguiam interromper ou abrandar o crescimento do tumor em algunsdoentes.Aquimioterapiasistémica*nãodeveserincluídaempadrõesdetratamento,maspodeserdiscutida com - e proposta a - candidatos selecionados para o tratamento sistémico*, se nãoestiveremdisponíveisoutrasopçõesnohospitalondeodoenteétratado.

Radioterapia

A radioterapiautiliza radiação*paramatar as células cancerosas. Está aser investigadaparadoentescomcancrodo fígadocujo tumor invadiuaveiaporta*ouaveia cava inferior.A radioterapiapode serutilizadaemcasodeumtumorgrandecomalgunssatélites(tumorespequenosàsuavolta) e se houver uma porção suficiente de fígado saudável a serpoupado.Astécnicaspossíveissãoasseguintes:

• Radioembolização* com microesferas* de ítrio-90 em doentesque soframde coágulosquebloqueiamumaartériadeumadasveias principais do fígado, o que é designado por trombose daveiaporta*.Estetratamentojáfoidescritoanteriormente.

• Radioterapia externa através de radioterapia tridimensionalconformada (3D-CRT). As radiações* são produzidas por umdispositivo fora do corpo, sendo depois direcionadas para o tumor. É designada por 3Dconformacional porque, ao contrário da técnica clássica de radioterapia externa, umcomputadorcalculaadireçãoeformaexatadosfeixesderadiação*.Istoajudaadirecioná-losdeformamuitoprecisaparaotumor,danificandoomínimopossíveldecélulashepáticasnormais. Esta estratégia prometedoranecessita, porém,demais validação antes depoderserrecomendada.

TratamentodocancrodeestadioD,deacordocomaclassificaçãoBCLCOtratamentopadrãonesteestadiovisaaliviarossintomasprovocadospeladoença.Aosdoentes comcancrodoestadioD,deacordo coma classificaçãoBCLC sãodisponibilizadososmelhorescuidadosdeapoio.Oobjetivodosmelhorescuidadosdeapoionãoécurarocancro,nemprolongarasobrevivência.Visareduzirossintomasemaximizaroconfortododoente.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Existem medicamentos eficazes para o controlo da dor, das náuseas e de outros sintomas. Éimportante quemantenha omédico ou a enfermeira informados sobre qualquer desconforto, deformaaadaptaramedicaçãoconsoanteassuasnecessidades.Icteríciaéadescoloraçãoamareladadapeleeolhos.Éprovocadaporumexcessodebilirrubina*quedeixadeserexcretadapelofígado,porestarbloqueadapelotumor.Éumproblemamuitofrequenteemdoentes com cancro do fígado emestadio avançado. Pode ser tratada pela introdução de umstentnaviabiliar,querduranteumaintervençãocirúrgica,querduranteumaendoscopia*.Ostentéumtuboocopequenoqueasseguraapassagemlivredoexcessodebilirrubinaparaosintestinos.Aradioterapiaexternapodeserutilizadaparacontrolaradorprovocadapelasmetástases*ósseas.Comoéavaliadooefeitodotratamento?Em doentes com cancro em estadio avançado pode ser difícil avaliar o efeito do tratamento,sobretudo quando o cancro é composto por vários tumores. A melhor forma de avaliar se otratamentotemumefeitopositivoéavaliar:

• Aformacomootumorreageaotratamento,utilizandotécnicasdeimagiologia,taiscomoaTAC*ouaRM*.Recomenda-seastécnicasdinâmicasdaTACouRMquerequeremainjeçãodeumagentedecontraste,dadoquepermitemobservarumadiminuiçãodaatividadedotumor, mesmo na ausência de redução do tamanho do tumor. Muitas das terapêuticasutilizadasparatratarocancrodofígadopodemefetivamentematarascélulascancerosasoureduzir o fornecimentode sangue ao tumor, semnecessariamenteprovocar a reduçãodotamanhodotumor.

• Aformacomoodoentesesenteduranteaterapiaeapósamesma.• Aformacomooníveldealfa-fetoproteína*nosangueevoluiaolongodotempo.Istopode

serespecialmenteútil emdoentesparaosquaisas técnicasde imagiologianãodãomuitainformaçãosobrearespostadotumor.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

QUAISSÃOOSEFEITOSSECUNDÁRIOSPOSSÍVEISDOTRATAMENTO?RiscoseefeitossecundáriosdaremoçãocirúrgicadepartedofígadoA remoção de umaparte do fígado é umprocedimento cirúrgico de elevado risco. Existem váriosriscos e pode provocar problemas de saúde indesejáveis, designados por complicações. Ascomplicaçõespodemgeralmentesertratadas,massãoporvezesdifíceisdetratar,podendoatéserfatais.Alguns riscos são partilhados por todas as intervenções cirúrgicas efetuadas sob anestesia geral*.Estas complicações são raras e incluem trombose venosa profunda*, problemas cardíacos ourespiratórios,infeçãooureaçãoàanestesia.Emboraexistamriscos,osmédicostomarãoasmedidasmaisapropriadasparaosminimizar.Ahemorragiaexcessivaéoprincipalriscodacirurgiaaofígadoemdoentescomcancrodofígado.Ofígadocontrolanormalmenteacoagulaçãosanguíneaequalquerdano infligidoao fígadoantesouduranteacirurgiapodeaumentarahemorragia.Ainsuficiênciahepáticaéoutradascomplicaçõesdacirurgia ao fígado, sobretudo em doentes cuja função hepática não seja a melhor, devido a umadoençahepáticacrónica.RiscoseefeitossecundáriosdotransplantehepáticoOtransplantehepáticoéumagrandecirurgiaecomportariscosdecomplicaçõesgraves.Osriscosdacirurgia incluem hemorragia excessiva, infeções ou complicações resultantes da anestesia*. Ahemorragia pode ocorrer, porque o fígado controla normalmente a coagulação sanguínea e podenãosercapazdefazê-lonosprimeirosdiasapósotransplante.Apósotransplante,osistemaimunitário*podecomeçaracombateronovoórgão"desconhecido".Estareaçãoédesignadaporrejeiçãoedeveserevitada,sepossível,dadoquepodedanificaronovofígado.Ossinaisderejeiçãopodemserfebre,fadiga,faltadear,sensaçãodepruridoeicterícia,queéumadescoloraçãoamareladadapeleeolhos.

Odoente teráde tomar fármacos supressoresdo seu sistema imunitário*durante todaavida,deformaaevitarumarejeição.Osfármacosantirrejeiçãomaiscomunssão:

o Tacrolimuso Azatioprinao Prednisolonaououtroscorticosteróideso Ciclosporinao MicofenolatodemofetiloufármacosdesignadosporinibidoresdomTOR*(sirolimuse

everolimus).

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

O efeito secundário mais significativo desta supressão é que o doente fica muito suscetível ainfeções.Éimportantetomaralgumasprecauçõesparadiminuiroriscodeinfeção.Asmãosdevemser lavadas regularmente e deve evitar-se o contacto com pessoas que possam estar doentes ousimplesmentegripadas.Odoentedeveevitarpermaneceremespaçosfechadoscommuitaspessoasouponderarutilizarumamáscaradescartável.Osfármacosantirrejeiçãotambémaumentamoriscode ocorrência de um novo cancro. Isto porque também suprimem a ação do sistema imunitário*contraascélulasmalignas*quepodemdesenvolver-seemqualquer localdocorpo.Outrosefeitossecundáriosincluemhipertensãoarterial,colesterolelevado,diabetes*eenfraquecimentodosossose rins.Porestemotivo,e tambémparadetetarumarejeiçãooquantoantes, serão feitasanálisessanguíneas regulares. Quando ocorre uma rejeição, o aumento de fármacos antirrejeição podegeralmente ajudar o doente a recuperar. Os médicos também proporão um acompanhamentorigoroso, paramonitorizar a funçãohepática e detetar quaisquer novos tumores tão cedo quantopossível.

Efeitossecundáriosdosmétodosdeablaçãolocal*Os efeitos secundários possíveis após a terapia de ablação por radiofrequência incluem dorabdominal,infeçãonofígadoehemorragianacavidadetorácicaounoabdómen.Osefeitosadversosmaiscomunsdainjeçãopercutânea*deetanolsãoadorefebre.Adorsitua-sesobretudonolocaldainjeção,maspodeocasionalmentesersentidanoutrolocaldoabdómen,oqueestáassociadoàfugadoálcoolparaasuperfíciedofígadoeacavidadeabdominal.Efeitossecundáriosdaquimioembolização*transarterial(TACE)A quimioembolização* transarterial* pode provocar algumas náuseas, dor ou febre após otratamento.Comoosfármacosnãochegamaorestodocorpoemconcentraçõeselevadas,osoutrosefeitos secundários são menos graves do que na quimioterapia* clássica. Podem, no entanto,provocaralgumafadiga,quedadecabelo,diarreiaediminuiçãodacontagemdecélulassanguíneas.Efeitossecundáriosdosorafenib*Os efeitos secundáriosmais comuns (observados emmais de 1 doente em cada 10) do sorafenibincluem:

o fadigao diarreiao vermelhidão,sensibilidade,inchaço,formaçãodebolhasnaspalmasdasmãosousolasdos

pés(designadoporsíndromepalmo-plantar)o erupçãoevermelhidãocutâneao náuseasevómitos o perdadeapetiteo hipertensãoarterialo doro inchaço

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o hemorragiao quedadecabeloo aumentosdosníveisdealgumasenzimasproduzidaspelopâncreas(amilaseelipase)o baixoníveldelinfócitos(umtipodeleucócito*)nosangueo baixoníveldefosfatonosangue

Podemaindaocorreroutros efeitos secundáriosmenos comuns.Qualquer sintoma tidoduranteotratamentocomsorafenib*deveserrelatadoaosseusmédicos.Efeitossecundáriosdaquimioterapia*Osefeitossecundárioscomunsdaquimioterapia*incluemfadiga,quedadecabelo,úlcerasnaboca,perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia. Os fármacos podem também provocar baixascontagens de células sanguíneas, levando a um aumento da probabilidade de infeções (devido àsbaixas contagens de leucócitos*), à facilidade de sofrer nódoas negras ou hemorragias (devido àsbaixascontagensdeplaquetas*sanguíneas)eàfadiga(devidoàbaixacontagemdeeritrócitos*).Aquimioterapia* pode ser nociva para um bebé, por isso é importante que o tratamento não sejaefetuado durante uma gravidez. Além disso, a doxorrubicina* pode provocar uma coloraçãovermelha temporáriadaurina, sensibilidadeà luz solar, olhos lacrimejantese, emalgunsdoentes,até mesmo uma perda permanente de fertilidade. A cisplatina* pode danificar os rins, porconseguinteé importantebebermuitaáguaduranteotratamento.Podetambémprovocaralgumaperdadeaudição.Porém,amaioriadestesefeitossecundáriossãotratáveisetemporários.EfeitossecundáriosdaradioterapiaexternaOs efeitos secundários da radioterapia* externa (tal como a 3D-CRT) incluemproblemas cutâneossemelhantes a queimaduras solares onde a radiação* entra no corpo, náuseas, vómitos e, muitofrequentemente,fadiga.

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OQUEACONTECEAPÓSOTRATAMENTO?Apósofimdotratamento,nãoérarotersintomasassociadosaomesmo.

• Nãoé raro teransiedade,problemasdesonooudepressãona fasepós-tratamento.Osdoentesqueapresentemestessintomaspodembeneficiardeapoiopsicológico.

• Ocansaçopodeprolongar-seporváriosmesesapósotratamento.Amaioria dos doentes vê os seus níveis de energia normalizarem noprazodeseismesesaumano.

• A falta de memória e a dificuldade de concentração são efeitossecundários comuns da quimioterapia*, sendo geralmentereversíveisapósalgunsmeses.

Após o transplante, o doente terá que tomar fármacos supressores do sistema imunitário* paraprevenirqueestecomecearejeitaroórgão"desconhecido".Oefeitosecundáriomaissignificativodestasupressãoéqueodoenteficamuitosuscetívelainfeções.Recomenda-sequesejamtomadasalgumas precauções para que o risco de infeções seja sempremínimo. Estas precauções incluemlavar as mãos regularmente, evitar o contacto com pessoas que estejam doentes ou atésimplesmente constipadas e utilizar uma máscara descartável quando não for possível evitar ocontactopróximocomoutraspessoas.AcompanhamentocommédicosApósconcluídootratamento,osmédicosirãopropor-lheumacompanhamentocomointuitode:

• avaliarosefeitosadversosdotratamentoetratá-los• darapoiopsicológicoeinformaçõesparamelhoraroretornoàvidanormal• detetarumapossívelrecidiva*omaisrápidopossível• apósumtransplante

o detetararejeiçãoomaisrápidopossívelo ajustaradosagemdosfármacosantirrejeiçãoo detetaretratarqualquerinfeçãoomaisrápidopossívelo avaliarofuncionamentodonovofígadoo detetarumnovotumor(devidoaoefeitodosfármacosantirrejeição)omaisrápido

possível

Apósahepatectomia,ablaçãoporradiofrequênciaouinjeçãopercutânea*deetanol,serápropostoaodoenteterumaconsultamédicaacada3meses,nosprimeirosdoisanose,apartirdaí,acada6meses.Apósotransplante,asconsultasdeacompanhamentoserãoagendadasnumcentroespecializadodetransplantescomumafrequênciamensalatéaos6meses,depoisumavezacada3mesesaté1ano,depoisduasvezesporanoatéaos2anose,apartirdaí,umavezporano.

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Após a quimioembolização* transarterial*, sorafenib* ou quimioterapia*, recomenda-se umaconsultamédicaacada2mesesparaorientarasdecisõesdeterapiaposteriores.Duranteasconsultadeacompanhamento,omédicoirá:

• perguntarporsinaisesintomas• efetuar um exame físico e procurar sinais de perda gradual da função hepática

(descompensaçãohepática)• colhersangueparaanalisarafunçãohepáticaeoníveldeAFP*• agendarmarcaçõesdeumaTAC*ouRM*paraverificaroefeitodostratamentosedetetar

qualquersinalderecidivadocancronofígadoounoutrolocaldocorpo.Após um transplante hepático é também importante efetuar análises sanguíneas regulares, paraidentificar sinais de que o corpo está a rejeitar o novo fígado. Por vezes são colhidas biópsias*hepáticas para ver se está a ocorrer rejeição e se é necessário fazer alterações nos fármacosantirrejeição.Em alguns doentes que sofrem de hepatite B* ou C* pode ser útil um tratamento com fármacosantivirais e/ou com interferão*,para abrandar a evoluçãoda cirrose*emanter a funçãohepáticaatual. Se já estavam a receber tratamento antiviral antes do cancro, tal deve ser retomado, sepossível.A vigilância rigorosa da função hepática, também em doentes sem hepatite, pode orientar osmédicosnosseusesforçosparamanterofígadoafuncionaromelhorpossível.RetornoàvidanormalPode ser difícil viver com a ideia de que o cancro pode reincidir. Atualmente, não conhecemosnenhumaformaespecíficadediminuiroriscoderecidiva*queéotermomédicoparadizerqueocancroreapareceu.Sobretudoseocancrofoiprovocadoporumadoença(cirrose*devidoàhepatiteB*ouC*ou ainda ao abusodo álcool), a doença subjacentenão será curadapelo tratamentodocancro,continuandoaconstituirumriscoderecidiva.Porcausadoprópriocancroedotratamento,retomaravidanormalpodenãoserfácilparaalgumaspessoas. Podem surgir dúvidas relativamente à imagem corporal, ao cansaço, ao trabalho, àsemoçõesouaoestilodevida.Discutirestasdúvidascomfamiliares,amigosoumédicospoderáserútil.Algumaspessoaspoderão tambémquererencontrarapoiodegruposdeex-doentesou linhastelefónicasdeinformação.Eseocancroreincidir?Seocancroreincidir,édesignadoporrecidiva*eotratamentodependedaextensãodamesma.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Após o tratamento por cirurgia não é invulgar que o cancro tenha uma recidiva. Estima-se quemetade a dois terços dos doentes operados tenham uma recidiva no período de 5 anos após acirurgia. As novas lesões podem sermetástases* no fígado do primeiro cancro (muitas vezes noperíodo de 2 anos após a cirurgia) ou um novo cancro do fígado na porção restante do fígado(ocorrendonoperíodode2anosapósacirurgia).Se o cancro tiver uma recidiva local (ou seja, apenas no fígado), os médicos irão, uma vezmais,decidirseotumoré,ounão,ressecável.Seotumorforressecável,acirurgiaseráponderada.Por vezes, após ser efetuada uma ressecção parcial do fígado pormotivos de cancro do fígado, otumor pode ter uma recidiva em diferentes locais da porção restante do fígado. Em centrosespecializados,apossibilidadedetransplantehepáticopodeserdiscutidanessescasos.Quandoumcancro tem uma recidiva dentro do novo fígado após o transplante, os médicos irão ponderar aressecção do fígado, um retransplante ou tratamento médico, de acordo com a extensão darecidiva*ecomasoutrasinformaçõesrelevantesreferidasacima.Seotumornãoforressecávelpoderãoseraplicadosapenastratamentosablativosousorafenib*.Senãoexistircirrose*eoscirurgiõesdecidiremqueotumornãoéressecável,podeaplicar-seaTACEousorafenib*.Seotumortiverumarecidivaapósotransplanteesedisseminarparaforadofígado,osorafenib*éotratamentoescolhidoparadoentesselecionados.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

DEFINIÇÕESDETERMOSMÉDICOSAblação(Local)Remoçãooudestruiçãodetecidos,atravésdemeiosfísicosouquímicos.ADNAbreviaturadeácidodesoxirribonucleico.OADNatuacomotransportadordeinformaçãogenética.AlbuminaUmtipodeproteínaencontradanosangue,nasclarasdeovos,noleiteenoutrassubstâncias.Alfa-fetoproteína(AFP)Umaproteína*normalmenteproduzidapelo feto.OsníveisdeAFPnãosãogeralmentedetetáveisnosanguedeumadultosaudável,homemoumulher(quenãoestejagrávida).UmnívelelevadodeAFPsugereapresençadeumcancroprimáriodofígadooutumordecélulasgerminativas.AnestesiaEstadoreversíveldeperdadeconsciência,noqualodoentenãosentedor,nãotemreflexosnormaisereagemenosaostress.É induzidoartificialmentepeloempregodecertassubstânciasconhecidasporanestésicos*.Podesercompletaouparcialepermiteaosdoentesseremsubmetidosacirurgia.AnestésicoSubstânciaqueprovocaumaperdadesensaçõesouconsciência.Podeser local(provocandoperdadesensaçõesnumapartedocorpo)ougeral(adormecendoapessoa).AngiossarcomaUmtipodecancroquecomeçanascélulasquerevestemosvasossanguíneosoulinfáticos.Ocancroquecomeçanosvasossanguíneosédesignadoporhemangiossarcoma*.Ocancroquecomeçanosvasoslinfáticosédesignadoporlinfangiossarcoma.AsciteAcumulação anormal de fluidos no abdómen que pode provocar inchaço. Num cancro de estadioterminal,ascélulastumoraispodemserencontradasnofluidodoabdómen.Aascitetambémocorreemdoentescomumadoençahepática.BenignoNão canceroso. Os tumores benignos podem crescer mais, mas não se disseminam para outraspartesdocorpo.Tambémdesignadospornãomalignos.BilirrubinaSubstânciaqueseformaquandooseritrócitos*sãodecompostos.Abilirrubinafazpartedabílisqueéproduzidanofígadoearmazenadanavesículabiliar.Aacumulaçãoanormaldebilirrubinaprovocaicterícia.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

BiópsiaA remoçãode células ou tecidospara análiseporumpatologista*.Opatologista*podeestudarotecidoaomicroscópioouefetuaroutrostestesnascélulasoutecido.Existemmuitostiposdiferentesdeprocedimentosdebiópsia.Ostiposmaiscomunsincluem:(1)biópsiaincisional,emqueapenaséremovidaumaamostradetecido;(2)biópsiaexcisional,emqueéremovidoumnódulo*inteiroouáreasuspeita;e (3)biópsiacomagulha,emqueé removidaumaamostrade tecidoou fluidocomuma agulha. Quando é utilizada uma agulha larga, o procedimento é designado por biópsia porfragmento.Quandoéutilizadaumaagulhafina,oprocedimentoédesignadoporpunçãoaspirativaporagulhafina.CapecitabinaAcapecitabinaéumfármacocitotóxicoquepertenceaogrupodosantimetabolitos.Acapecitabinaéum"profármaco"queéconvertidoem5-fluorouracilo (5-FU)nocorpo,masémaisconvertidonascélulastumoraisdoquenostecidosnormais.Étomadasobaformadecomprimidos,enquantoqueo5-FU, um análogo da pirimidina, necessita geralmente de ser injetado. A pirimidina faz parte domaterial genético das células (ADN* e ARN). No corpo, o 5-FU toma o lugar da pirimidina,interferindo com as enzimas envolvidas na criação de ADN novo. Por conseguinte, inibe ocrescimentodascélulastumorais,eventualmentematando-as.CarcinomafibrolamelarUm subtipo raro de carcinoma hepatocelular que afeta normalmente os jovens adultos. Aomicroscópio, é caracterizado pela presença de camadas fibrosas de tecido entre as célulascancerosas.CateterUm tubo que pode ser introduzido no corpo. Possui muitas utilizações, incluindo drenar ouadministrarfluidosougases.CintigrafiaósseaUm procedimento para procurar quaisquer áreas anormais ou lesões nos ossos. É injetada umaquantidade muito pequena de material radioativo numa veia, sendo transportado através dacirculação sanguínea. O material radioactivo acumula-se nos ossos e é detetado por um scanner(uma câmara especial que recolhe imagens do interior do corpo). A cintigrafia óssea pode serutilizada para diagnosticar tumores ósseos ou um cancro que se disseminou para o osso. Podetambém ser utilizado para ajudar a diagnosticar fracturas, infeções ósseas ou outros problemasósseos.CirrosebiliarprimáriaDoençahepáticacaracterizadaporcicatrizesefibrose*,devidoàdestruiçãoprogressivaelentadascélulashepáticaspelabílis.Acirrosebiliarprimáriaécaracterizadapeladestruiçãodascélulasdasviasbiliaresnofígado,possivelmenteprovocadaporumareaçãoalérgicaanormalcontraascélulasnormaisdasviasbiliares (reaçãoautoimune).Assimqueasviasbiliares sãodestruídas,abílis,quenormalmentedigereosalimentos,acumula-senofígadoedestróigradualmenteascélulashepáticas.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

Cirrose(Hepática)Acirrosehepáticaéumacondiçãoemqueo tecidohepáticonormalé substituídopor fibrose*outecidocicatricial.Assuascausasmaiscomunssãooalcoolismo,ahepatiteBeCealgumasdoençashepáticas.Levaàperdadafunçãohepática.Nosestadiosmaisavançados,umtransplantehepáticoéaúnicaopção.CisplatinaUmfármacoutilizadoparatratarmuitostiposdecancro.Acisplatinacontémometalplatina.Mataascélulascancerosas,danificandooseuADN*eimpedindo-asdesedividirem.Acisplatinaéumtipodeagentealquilante.CoagulaçãoO processo normal em que o sangue forma coágulos com o objetivo de interromper umahemorragia.Osdistúrbiosdecoagulaçãopodemprovocarumahemorragiaanormalouexcessiva,ouumacoagulaçãosanguíneaexcessiva.ColangiocarcinomaUmtiporarodecancroquesedesenvolvenascélulasquerevestemasviasbiliaresnofígado.OcancroqueseformanaintersecçãodasviasbiliaresdireitaeesquerdaédesignadoportumordeKlatskin.ColangiteesclerosanteprimáriaInflamação crónica das vias biliares, provocada possivelmente por uma reação alérgica anormalcontraascélulasdasviasbiliaresnormais(reaçãoautoimune).Asviasbiliaressãoprogressivamentedestruídasedesenvolvem-seáreasdecicatrizesefibrose*,provocandooestreitamentodealgumaspartes das vias biliares. Consequentemente, a bílis acumula-se no fígado e, eventualmente, irádestruirascélulashepáticas.ContraindicaçãoCondiçãoousintomaqueimpedeaadministraçãodeumdeterminadotratamentoouprocedimentoaodoente.Ascontraindicaçõespodemserabsolutas,oquesignificaqueotratamentonuncadeveseradministradoadoentescomestacondiçãoousintoma,ourelativas,oquesignificaqueoriscopodesercompensadopelosbenefíciosemalgunsdoentescomestacondiçãoousintoma.Diabetes(mellitus)Qualquer uma das várias doenças em que os rins produzem uma grande quantidade de urina. Adiabetesrefere-segeralmenteàdiabetesmellitus,emquetambémseverificaumelevadoníveldeglicose(umtipodeaçúcar)nosangue,devidoaofactodeocorponãoproduzirinsulinasuficienteounãoautilizardaformaquedeveria.DoençadeWilsonUma doença rara e geneticamente hereditária na qual o cobre se acumula excessivamente nostecidos do corpo, danificando os órgãos, tais como o fígado, o cérebro e os olhos. O cobre (empequenasquantidades)énecessárioparao funcionamentonormaldocorpo,porémnadoençadeWilson,ometabolismonormaldocobreéafetadoeacumula-senofígado.Assimqueacapacidadede armazenamento do fígado é excedida, o cobre começa a ser libertado através do sangue paraoutrosórgãosnocorpo.AdoençadeWilsonétambémdesignadapordegeneraçãohepatolenticular.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

DoxorrubicinaUmfármacoqueéutilizadoparatratarmuitostiposdecancroeestáaserestudadonotratamentodeoutrostiposdecancro.AdoxorrubicinavemdabactériaStreptomycespeucetius.DanificaoADN*epodematarascélulascancerosas.Éumtipodeantibióticoantitumoraldogrupodasantraciclinas.EcografiaUmprocedimentoqueconsisteemfazerrefletirondasdesomdealtaenergiadostecidosinternosouórgãoseproduzirecos.Ospadrõesdeecosãomostradosnoecrãdeumaparelhodeecografia,formando uma imagem de tecidos corporais designada por ecografia. É também designada porultrassonografia.Embolizar/EmbolizaçãoO bloqueio de uma artéria por um coágulo ou material estranho. Isto pode ser efetuado comotratamento,parabloquearofluxodesangueparaumtumor.EncefalopatiaQualquerumadasváriasdoençasdocérebro.EndoscopiaUm procedimentomédico em que ummédico introduz um instrumento tipo tubo no corpo paraobservá-lopordentro.Existemmuitostiposdeendoscopias,sendocadaumadelasconcebidaparaobservarumacertapartedocorpo.Ensaio/estudoclínicoUm tipo de estudo de investigação que testa em que medida as novas abordagens médicasfuncionamnaspessoas.Estesestudostestamnovosmétodosderastreio,prevenção,diagnósticooutratamentodeumadoença.Étambémdesignadoporestudoclínico.Ensaioclínicorandomizado(RCT)Um estudo em que os participantes são atribuídos de forma aleatória a grupos separados paracomparar diferentes tratamentos; nem os investigadores, nem os participantes podem escolher ogrupo.Atribuiraleatoriamenteaspessoasaosgrupossignificaqueestesserãosemelhantesequeostratamentosquerecebempodemsercomparadosdeformaobjetiva.Nomomentodoensaionãosesabequaléomelhortratamento.Aparticipaçãonoensaioaleatorizadoédaescolhadodoente.EritrócitosO tipomais comumdeglóbulo vermelho. É a substânciaque fazo sangue serde cor vermelha.Aprincipalfunçãoéotransportedeoxigénio.EstadodedesempenhoOestadodedesempenhoavaliaascapacidadesfísicasdodoente,atribuindoumapontuaçãode0,paraumdoentetotalmenteativo,a4,paraumdoentequeestátotalmenteincapacitado,devidoàsuadoença.

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EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

ExameradiológicoTeste que utiliza a tecnologia imagiológica (tal como a radiografia, a ecografia*, a tomografiacomputorizadaeamedicinanuclear)paravisualizarórgãos,estruturasetecidosnocorpo,tantoparadiagnosticar,comoparatratardoenças.FatorderiscoAlgoqueaumentaaprobabilidadededesenvolverumadoença.Algunsexemplosdefatoresderiscoparaocancrosãoaidade,umhistorialfamiliardecertoscancros,oconsumodeprodutosdetabaco,a exposição à radiação* ou a certos químicos, a infeção por certos vírus ou bactérias e certasalteraçõesgenéticas.FibroseOcrescimentodetecidofibroso.GângliolinfáticoUmamassaredondadetecidolinfáticoqueestárodeadaporumacápsuladetecidoconjuntivo.Osgânglioslinfáticosfiltramalinfaearmazenamoslinfócitos.Situam-seaolongodosvasoslinfáticos.Tambémdesignadoporglândulalinfática.GencitabinaO ingrediente ativo num fármaco que é utilizado para tratar o cancro do pâncreas em estadioavançadoouquesedisseminou.Étambémutilizado,juntamentecomoutrosfármacos,paratratarocancrodamamaquesedisseminou,ocancrodosováriosemestadioavançadoeocancrodopulmãodecélulasnãopequenasemestadioavançadoouquesedisseminou.Estátambémaserestudadonotratamentodeoutrostiposdecancro.AgencitabinaimpedeacéluladeproduzirADN*epodematarascélulascancerosas.Éumtipodeantimetabolito.HemangiossarcomasUmtipodecancroquecomeçanascélulasquerevestemosvasossanguíneos.HepáticoHepático refere-se ao fígado. Uma veia hepática é a veia que drena o sangue do fígado; doençahepáticaéumadoençaqueafetaofígado.HepatiteautoimuneDoençaemqueosistema imunitário*docorpoatacaascélulashepáticas,possivelmentedevidoauma predisposição genética ou infeção hepática aguda. Em qualquer dos casos, esta reação éanormal. É caracterizada por uma inflamação crónica e progressiva do fígado, podendo levar àcirrose*einsuficiênciahepática.HepatiteB(HBV)InfeçãodofígadoprovocadapelovírusdahepatiteB (HBV).OHBVétransportadoetransmitidoaoutros através do sangue ou do contacto sexual. Os bebés nascidos de mães infetadas podemtambémficarinfetadoscomovírus.

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HepatiteC(HCV)Infeção do fígado provocada pelo vírus da hepatite C (HCV). O HCV provoca uma inflamaçãoduradouraepodelevaràcirrose*eaocancrodofígado.AhepatiteCétransmitidaporcontactocomsangueinfetadoe,ocasionalmente,atravésdoatosexual.HepatoblastomaUmtipomuitorarodetumorhepáticoprovenientedecélulashepáticas imaturasequeocorreembebésecrianças.HistopatologiaOestudodecélulasetecidosdoentes,pormeiodeummicroscópio.ImagemporRessonânciaMagnética(MRI)Uma técnica de imagiologia que é utilizada na medicina. Utiliza uma ressonância magnética. Porvezes, é injetado um fluido que melhora o contraste entre os diferentes tecidos para tornar asestruturasmaisclaramentevisíveis.Inflamaçãobiliarintra-hepáticaInchaçodasviasbiliares intra-hepáticas, asquais se situamno fígadoe recolhemabílisproduzidapelomesmo.Esta inflamaçãoé caracterizadapor febre, fadiga,dornoabdominal superiordireito,pruridoeicterícia.Podelevaràcirrose*einsuficiênciahepática.InibidoresdomTORGrupodefármacosanticancroqueseligamaumaproteína*situadadentrodascélulasparaformarumcomplexoquebloqueiaoutraproteínadesignadaporproteínaalvoderapamicinanosmamíferos(mTOR). Esta proteína, entre outras funções, regula a divisão celular e pode estarmais ativa nascélulascancerosas,levandoaumaproliferaçãocelulardescontrolada.IntravenosaEmoudentrodeumaveia.Intravenosageralmenterefere-seàformadeadministrarumfármacoououtrasubstânciaatravésdeumaagulhaoutuboinseridonumaveia.TambémdesignadoporIV.LaparoscopiaUmaoperaçãoemquesãointroduzidosinstrumentoscirúrgicosnoabdómenounapélvis,atravésdepequenasincisõesecomrecursoaumacâmara.LeucócitosCélulasdosistemaimunitário*queestãoenvolvidasnadefesadocorpocontraasinfeções.LipidiolUmaformadeóleodesementedepapoilaquecontémiodo.Olipiodoléadministradoporinjeçãoeacumula-senosangueevasoslinfáticosemtumores.Éutilizadonaimagiologia(colheitadeimagens)dasglândulassalivaresedosistemalinfático.Estátambémaserestudadonaimagiologiadeoutrosórgãos,taiscomoofígado,ospulmões,oestômagoeatiroide.Éumtipodeagentedeimagiologiadediagnóstico.Tambémdesignadoporóleoetiodizado,ouóleoiodado.

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MalignoA palavra maligno é utilizada para descrever uma doença grave que está a agravar-seprogressivamente.Umtumormalignoésinónimodecancro.MarcadortumoralUmcompostoproduzidoporumtumormaligno,geralmenteumaproteínapresenteedetetadanosangue,queservedeindicadordasuapresença.MetástaseAdisseminaçãodocancrodeumapartedocorpoparaoutra.Umtumorformadopelascélulasquesedisseminaramdesigna-seumtumormetastáticoouumametástase.Otumormetastáticocontémcélulasquesãoidênticasàsdotumororiginal.MicroesferaUmapartículapequeníssima,redondaeocafeitadevidro,cerâmica,plásticoououtrosmateriais.Asmicroesferas injetadas nos vasos sanguíneos que alimentam um tumor podem matar o mesmo,privando-odoseufornecimentodesangue.Podemtambémserenchidascomumasubstânciaquepodeajudaramatarmaiscélulastumorais.MitomicinaUmfármacoutilizadopara trataro cancrodoestômagoepâncreasemestadioavançadoquenãotenhamelhoradocomoutrotratamento.Estátambémaserestudadonotratamentodeoutrostiposdecancro.AmitomicinaCprovémdebactérias.DanificaoADNdacélulaepodemataras célulascancerosas.Éumtipodeantibióticoanticancro.Multidetetoraemultifásica(TAC)Método de imagiologia que utiliza o princípio da TAC*,mas permite captar várias perspetivas docorpoemsimultâneo(numabrirefechardeolhos).Tambémutilizaumasubstânciadecontrastequepermite a avaliação dos órgãos e tecidos em diferentes fases, dependendo da distribuição docontraste.Nofígado,porexemplo,asimagenssãocolhidastantoquandoasubstânciadecontrasteéobservadanaartériahepática,comoquandoévistanaveiaporta.MutaçãoUmaalteraçãonasequênciadosparesdebasesnoADN*quecompõemumgene.Asmutaçõesnumgenenãoalteramforçosaepermanentementeomesmo.NóduloUmpequenotumor*quesepodeformardevidoaocrescimentoanormaldecélulas.Osnódulossãomuitasvezesbenignos*eindolores,maspodeminfluenciarafunçãodoórgãoondesedesenvolvem.OxaliplatinaUmfármacoutilizadoemassociaçãocomoutrosparatratarocancrocolorretalemestadioavançadoouque tenha reincidido.Está tambéma serestudadono tratamentodeoutros tiposdecancro.Aoxaliplatina liga-se ao ADN* nas células, podendo matar as células cancerosas. É um tipo decompostodeplatina.

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PatologistaUmmédicoespecializadoemhistopatologia*queéoestudodecélulasetecidosdoentes,pormeiodeummicroscópio.PercutâneoQuepassaatravésdapele,comoumainjeçãoouummedicamentotópico.Plaqueta(sanguínea)Pequenos fragmentos de células que desempenham um papel fundamental na formação decoágulos. Os doentes com baixa contagem de plaquetas correm risco de grave hemorragia. Osdoentescomaltacontagemcorremriscodetrombose;aformaçãodecoágulosquepodebloquearos vasos sanguíneose resultarnumAVCououtras condiçõesgraves, correndo tambémo riscodegravehemorragia,devidoàdisfunçãoplaquetária.PrognósticoOresultadoprováveloucursodeumadoença;aprobabilidadederecuperaçãoourecidiva*.ProteínasNutrientesessenciaisquesãofeitosdeaminoácidos.Sãoessenciaisparaofuncionamentodemuitosorganismos, incluindo o corpo humano. São responsáveis pelo transporte e comunicação entre ascélulas,pelasalteraçõesquímicaseaindapelamanutençãodaestruturade,entreoutras,ascélulas.QuimioembolizaçãoUmmétodoemqueumfármacoquimioterapêutico*éadministrado,atravésdeumcateter,numaartéria juntamente comumagentedeoclusãode vasos sanguíneos,mesmono local do tumor.Oresultadoéqueumadosealtamente concentradade fármacoanti-neoplásicoéadministradaeosvasossanguíneosestãoparcialmentebloqueadospeloagentedeoclusão,comointuitodeprivarotumordoseufornecimentodesangue.Istopodeabrandarouinterromperocrescimentodotumor,podendoaindareduzi-lo.Quimioterapia/QuimioterapêuticoUm tipo de tratamento do cancro, utilizando fármacos que matam as células cancerosas e/oulimitam o seu crescimento. Estes fármacos são geralmente administrados ao doente por infusãolentanumaveia,maspodemtambémseradministradosoralmente,por infusãodiretanomembroouporinfusãonofígado,deacordocomalocalizaçãodocancro.QuistoUmabolsaoucápsulanocorpo.Podeestarrepletadefluidoououtromaterial.RadiaçãoPodeserdefinidacomoenergiaqueviajapeloespaço.OsexemplosderadiaçãoincluemosraiosUVeX*quesãovulgarmenteutilizadosnamedicina.

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RadioembolizaçãoUmtipoderadioterapia*utilizadoparatratarocancrodofígadoemestadioavançadoouquetenharecidivado.MicroesferasquecontêmoradioisótopoítrioY90sãoinjetadasnaartériahepática*(ovasosanguíneoprincipalque transportaosangueparao fígado).Asmicroesferasacumulam-senotumor e o ítrio Y 90 emite a radiação. Este processo destrói os vasos sanguíneos de que o tumornecessita para crescer emata as células cancerosas. Radioembolização é um tipo de radioterapiainternaseletiva(SIRT).RadiografiaAs radiografias constituem uma forma de radiação* usada para captar imagens do interior dosobjetos.Namedicina,as radiografias sãogeralmenteutilizadasparacaptar imagensdo interiordocorpo.RadioterapiaUmaterapiaemqueéutilizadaaradiação*notratamentodocancro,sempreorientadaparaaáreaespecíficadomesmo.RecidivaCancrooudoença (geralmente, autoimune) que reincidiu, geralmente após umperíodode tempodurante o qual o cancro ou doença não estava presente ou não pôde ser detetado. Isto podeacontecer nomesmo local que o tumor original (primário) ou em outro local no corpo. Tambémdesignadoporcancrooudoençarecidivados.ReuniãomultidisciplinarUmaabordagemdeplaneamentodotratamentoemqueváriosmédicosespecialistasemdiferentesáreas(disciplinas)analisamediscutemacondiçãomédicaeasopçõesdetratamentodeumdoente.Notratamentodocancro,umparecermultidisciplinarpodeincluirodeumoncologistamédico(quetrataocancropormeiodefármacos),odeumoncologistacirúrgico(quetrataocancropormeiodecirurgia) e um oncologista de radiação* (que trata o cancro por meio da radiação*). Tambémdesignadoporconselhodeavaliaçãodotumor.RMdinâmicacomcontraste(RM)A obtenção de imagens de RM, utilizando uma substância de contraste injetada numa veia. Estemétododeimagiologiapermiteaanálisedosvasossanguíneosnumtumor,antes,duranteeapósainjeçãode contraste, contrariamenteàRMconvencionalde contrasteemqueéobtidaumaúnicaimagemapósainjeçãodocontraste.SistemaimunitárioO sistema imunitário é um sistema biológico de estruturas e processos que protege o corpo dedoenças, identificando ematando as células tumorais e os invasores estranhos, tais como vírus ebactérias.SondaÉuminstrumentolongoefinoutilizadoparaexplorarferidas,cavidadesoupassagensdocorpo.

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CancrodoFígado:umguiaparaodoente-InformaçõesbaseadasnasRecomendaçõesdePráticaClínicadaESMO–v.2014.1 Página40

EstedocumentoéfacultadopeloAnticancerFund,comapermissãodaESMO.Ainformaçãocontidanestedocumentonãosubstituiumaconsultamédica.Destina-seapenasautilizaçãopessoalenãopodeseralterada,reproduzida,nemdivulgadadenenhumaforma,semoconsentimentoporescritodaESMOedoAnticancerFund.

SorafenibSorafenib é um inibidor da quinase de proteína. Isto significa que bloqueia algumas enzimasespecíficas,conhecidasporquinasesdeproteína.Estasenzimaspodemserencontradasemalgunsrecetores,àsuperfíciedascélulascancerosasondeestãoenvolvidasnocrescimentoedisseminaçãodecélulascancerosas,enosvasossanguíneosquefornecemostumores,ondeestãoenvolvidasnodesenvolvimentodenovosvasos sanguíneos.Osorafenibatua,abrandandoa taxadecrescimentodas células cancerosas e cortando o fornecimento de sangue que alimenta o crescimento dasmesmas.TAC(Tomografiaaxialcomputorizada)UmaformaderadiografianaqualosórgãosdocorposãoanalisadoscomraiosX*eosresultadossãosintetizadosporumcomputadorparagerarimagensdepartesdocorpo.TempodeprotrombinaAnálise sanguínea que avalia as capacidades de coagulação. É utilizada no diagnóstico emonitorizaçãodealgunsdistúrbioshemorrágicoseparaajustaradosagemdosfármacosutilizadosparapreveniraformaçãodecoágulos.TerapiadirigidaUm tipo de tratamento que utiliza fármacos ou outras substâncias, tais como anticorposmonoclonais, para identificar e atacar células cancerosas específicas. A terapia dirigida pode termenosefeitossecundáriosdoqueoutrostiposdetratamentosparaocancro.TerapiasistémicaTratamento que utiliza substâncias que percorrem a corrente sanguínea, alcançando e afetandocélulasportodoocorpo.Aquimioterapia*eimunoterapiasãoexemplosdeterapiasistémica.TransarterialQualquerprocedimentoefetuadoatravésdasartérias.TrombosevenosaprofundaA formação de um coágulo numa veia profunda da perna, ou pélvis inferior, ou extremidadesuperior. Os sintomas podem incluir dor, inchaço, calor e vermelhidão na área afetada. TambémdesignadaporDVT.VeiaportaUmvasosanguíneoquetransportaosangueparaofígadodesdeosintestinos,obaço,opâncreaseavesículabiliar.Tambémdesignadoporveiaportahepática.

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Os Guias para o Doente da Esmo / Anticancer Fund foram concebidos para ajudar os doentes, suas famílias e seus cuidadores a entender a natureza dos vários tipos de cancro e avaliar quais são as melhores opções de tratamento disponíveis. As informações médicas contidas nos Guias para o Doente baseiam-se nas Diretrizes para a Prática Clínica da Esmo, que foram criadas para orientar os oncologistas na elaboração do diagnóstico, no acompanhamento e no tratamento dos vários tipos de cancro.Estes guias são produzidos pela Anticancer Fund em colaboração direta com o Grupo de Trabalho para Diretrizes da Esmo e com o Grupo de Trabalho para o Doente de Cancro da Esmo.

Para obter mais informações acesse: www.esmo.org e www.anticancerfund.org