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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
NÚCLEO REGIONAL DE FRANCISCO BELTRÃO
COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR
2011
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 2
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ARTES............................................................................. 6
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA ................................................................... 19
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE CIÊNCIAS ...................................................................... 27
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ....................................................... 36
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO ...................................................... 56
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA ..................................................................... 65
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA ........................................................................... 70
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE GEOGRAFIA .................................................................. 82
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE HISTÓRIA ...................................................................... 92
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA ............................................... 104
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE MATEMÁTICA .............................................................. 117
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE QUÍMICA ..................................................................... 134
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SOCIOLOGIA ............................................................... 142
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS................. 146
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ESPANHOL ........... 154
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO DE LÍNGUA PORTUGUESA ................ 162
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO DE MATEMÁTICA ............................... 166
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: DEFICIENCIA INTELECTUAL E
TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS .................................................................................... 171
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: ALTAS HABILIDADES E
SUPERDOTAÇÃO .............................................................................................................................. 176
2
INTRODUÇÃO
Na atual conjuntura educacional construir a proposta pedagógica da escola requer dos
educadores perceberem e assumirem sua função social, que historicamente justifica a existência da
escola pública, a qual deve focar na formação integral dos alunos observando que sociedade temos
e que sociedade almejamos, para isso precisamos direcionar os objetivos educacionais na formação
que queremos propiciar.
Sabemos que a formação dos sujeitos também é fruto do seu tempo histórico, das suas
relações sociais e da sua subjetividade, a partir dessas relações eles atuam no mundo em que
vivem e constroem o seu ser social.
A partir desses propósitos, intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o
papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país, sobretudo com a
ampliação de oito para nove anos Ensino Fundamental. No entanto, a escola reproduz aspectos da
sociedade em que esta inserida. Pensamos, discutimos e até projetamos a Escola que queremos,
porém ainda não há condições de realmente pensar e executar a Democracia no interior da escola,
pois, ainda é um espaço hierárquico, burocrático e excludente, sem autonomia para a gestão,
defasagem de profissionais e recursos financeiros e com muitos alunos sem perspectiva de vida
digna, uma das principais causas da indisciplina escolar.
Neste modelo em que a educação se apresenta a escola não consegue dar conta de
resolver todos os problemas e, principalmente, de atingir sua função dentro da formação dos
sujeitos. Acabamos priorizando a formação que proporcione o mínimo de condição para se viver,
formando para o mercado de trabalho como mercadoria, para simplesmente viver na sociedade que
está posta, deixando de proporcionar a formação que vai além das necessidades diárias, aquela
que prioriza a socialização dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade,
buscando projetar como este deverá ser apropriado como possibilidade de autonomia consciente.
Temos, ainda, muitos alunos com a percepção da realidade reduzida, pois sua maior fonte
de informação ainda é a televisão, ouvem pouco rádio, não lêem jornais, mas ouvem muita música.
Suas formas de lazer também são limitadas, pois a maior preocupação, está em adquirir bens de
consumo imediato (celulares de última geração, roupas da moda e alimentos para o dia-a-dia.
3
Contudo, sabemos que o conhecimento é primordial para o desenvolvimento de nossos
alunos, e este é apresentado na escola através das disciplinas. Assumir um currículo disciplinar na
escola pública significa ter como principal objetivo o acesso ao conhecimento elaborado,
proporcionando o acesso à educação para as massas menos favorecidas, pois estes são “os
sujeitos da educação básica, crianças, jovens, e adultos, em geral oriundos das classes
assalariadas, urbanas e rurais, de diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais” (
FRIGOTTO, p 30.2004), voltado para a superação do status quo, do consumismo exacerbado e
desnecessário e abrindo a possibilidade de uma vida em que haja o acesso ao lazer, cultura e
entretenimento de boa qualidade para todos.
Para isso, os alunos necessitam de educação de qualidade e devem ter acesso aos
conhecimentos produzidos pela humanidade, que na escola é vinculado aos conteúdos das
disciplinas escolares, aplicando a função social da escola e assim oportunizando o exercício da
elaboração do pensamento crítico, exercendo seus deveres e seus direitos na atual sociedade do
capital, tendo possibilidade de agir contra alienação. E é neste sentido que estamos construindo a
Proposta Pedagógica do Colégio João Paulo II.
Uma proposta de ensino de qualidade perpassa pela abordagem do conhecimento através
dos Desafios Educacionais Contemporâneos e Temas da Diversidade, como formas de reflexão
sobre assuntos da sociedade contemporânea que nos influenciam diariamente.
Tendo conhecimento da diversidade que se encontra no espaço escolar e também da
legalidade de estar inserindo todos no processo de ensino/aprendizagem, não podemos deixar de
mencionar as transformações pelas quais o Colégio Estadual João Paulo II está passando com o
processo de inclusão, não apenas com relação à Cultura afro-brasileira, garantida pela Lei nº
106039/03 e Lei 11645/08, que estabelecem a obrigatoriedade da História da Cultura Afro-brasileira
e indígena, mas buscando promover o reconhecimento da identidade da cultura paranaense,
sobretudo visando a superação de preconceitos estabelecidos na sociedade.
Outro tema importante a ser refletido, analisado e repensado pela escola, visando a tomada
de diferentes atitudes é a questão de gênero, sobretudo com relação aos preconceitos assimilados
sobre o papel social da mulher e a diversidade sexual educando os alunos o respeito, a valorização
da diversidade e do ser humano.
4
A Educação Ambiental visa estimular a reflexão, a tomada de consciência dos aspectos
sociais que envolvem as questões ambientais locais e mundiais tendo em vista o consumismo
exagerado e a necessidade de pensar e agir sobre formas auto-sustentáveis de utilização dos
recursos naturais.
No que se refere à Educação fiscal, busca-se estabelecer mudanças de valores, crenças e
cultura do indivíduo, visando à formação integral para atuar diante das transformações da
sociedade em que vive, através da formação inicial do professor que vem sendo ampliada
anualmente no curso de Educação Fiscal on-line oferecido pelo Ministério da Educação.
Da mesma forma, especialmente nas áreas de estudos humanos, busca-se a compreensão
de conceitos como cidadania e direitos humanos, voltando para a real formação do cidadão
consciente e preparado para organizar-se na sociedade.
O Enfrentamento da Violência na Escola e a Prevenção do uso Indevido de Drogas, busca
capacitar os profissionais da educação, promovendo reflexão e discussão, pois entendemos que
tudo que acontece na escola é resultado daquilo que os nossos alunos vivem fora dela, trata-se um
processo complexo e desafiador que requer o envolvimento de toda a comunidade, pois se há
violência e uso de drogas fora da escola, em outros locais que o aluno convive, seja ele familiar ou
entre amigos, haverá consequentemente o reflexo na escola, daí a importância da escola assumir
uma postura de formação que vise a superação destas situações e outras que coloquem suas vidas
em risco, buscando no conhecimento uma forma de desatar as amarras estabelecidas.
Tendo como especificidade o conhecimento, a escola começa a tomar um caminho diferente
no processo de ensino/aprendizagem, pois deixa de se omitir diante de tanta diversidade e começa
a construir algumas possibilidades de cumprir na integra sua função social, não deixando de
priorizar o conhecimento científico, mas também abordando e intervindo no modo de pensar e agir
dos nossos educandos, confrontando conhecimento e realidade.
Nós educadores do Colégio Estadual João Paulo II, percebemos a responsabilidade que
temos ao elaborar as Propostas Pedagógicas Curriculares, com base nas Diretrizes Curriculares
(2008), em selecionar e organizar seus conteúdos, pois é através desta organização que a escola
explicita suas intenções, visão de mundo, de sujeito, de sociedade e, principalmente, de educação,
possibilitando que o educador tenha suporte para planejar, organizando seus conteúdos, objetivos,
metodologia, critérios de avaliação e principalmente intencionalidades de seu trabalho.
5
Contudo, mesmo considerando as especificidades de cada disciplina, houve a
necessidade da organização coletiva de um sistema de avaliação que possa garantir ao aluno ao
menos duas avaliações por trimestre e recuperação dos conteúdos não aprendidos
adequadamente, que possibilite aos professores uma forma clara de mensurar em forma de nota a
aprendizagem dos alunos e que os pais tenham possam acompanhar a aprendizagem dos seus
filhos(as), através dos trabalhos, das pesquisas e dos demais instrumentos de avaliação, os quais
terão peso dez.
Com relação ao Ensino Fundamental de nove anos, acreditamos que não haverão
grandes mudanças com relação ao conteúdo a ser trabalhado em cada série, mas sim, com relação
à metodologia de trabalho, pois esperamos que os alunos que estão passando por um ano a mais
na rede municipal de ensino receberão uma base maior com relação à alfabetização e ao
letramento, bem como no que se refere ao raciocínio lógico, havendo necessidade de maior
aprofundamento dos conhecimentos específicos a serem trabalhados de 6º a 9º ano e no Ensino
Médio.
6
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ARTES
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A seguinte proposta curricular elaborada para a realidade do Colégio Estadual João
Paulo II, fundamenta-se dentro de uma visão crítica da realidade, (Proposta da Pedagogia Histórico
Crítica), considerando os educadores como seres em formação, com capacidade e abertos a
aprendizagem. Visa formar cidadão crítico, participante, onde o mesmo desenvolva suas
potencialidades no sentido de atuar como cidadão consciente do seu papel social como agente
transformador.
Através do ensino da Arte queremos propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico,
que caracteriza um modo particular de dar sentido ás experiências das pessoas: por meio dela, o
aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve,
basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve também conhecer as
formas da natureza e as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas.
Em 1971, a Lei Federal 5692/71 em seu artigo 7º, determina a obrigatoriedade do
ensino da Arte nos currículos do Ensino Fundamental (a partir do 6ºano) e no Ensino Médio.
Segundo a atual legislação, a Arte passa a vigorar como área do conhecimento e
trabalho, tendo sido incluída como componente obrigatório na educação básica com 2h/a semanais
por serie abrangendo as linguagens artísticas : Artes visuais, musica, dança e teatro
A proposta curricular vem enriquecendo o Projeto Político Pedagógico da Escola,
norteando o trabalho do docente, visando um ensino /aprendizagem dialético, buscando formar não
só um cidadão crítico, mas sim com visão estética voltada para a arte.
Isso ocorre através do trabalho realizado em conjunto envolvendo os docentes da área ,
com um planejamento participativo estimulando a construção do saber levando o aluno a apreciar,
contextualizar e produzir.
Visa-se também envolver na disciplina de Arte os portadores de necessidades especiais
através de diversas atividades.
Perpassando de Arte, estaremos contemplando os Desafios Educacionais
Contemporâneos, bem como aspectos da agenda 21 e da educação do campo.
A arte é criação que se manifesta através do poder criador do homem. Criar é
transformar, e nesse processo o sujeito também se recria. A arte, quando cria uma nova realidade,
reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas criações, amplia e enriquece a realidade já
humanizada pelo trabalho.
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A arte, compreendida como área do conhecimento, apresenta relações como a cultura
por meio das manifestações expressas em bens matérias e imateriais. É possível considerar que
toda produção artística e cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e marcam a sua
existência.
A arte é e traz conhecimento
“(...) O conhecimento implica em sentir, pensar, fazer, construir, compreender, comparar, relacionar, selecionar, simbolizar... Ora, na Arte estão presentes todos estes aspectos: sentimentos, razão, produção, comparação, seleção, construção, simbolização, representação de mundo, expressão. Assim podemos afirmar, com toda segurança: Arte é conhecimento...” (GUALDA, 1994, Fascículo 1)
A articulação dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizados, aliados a
pratica no ensino de arte possibilita a apreensão dos conteúdos específicos da disciplina e das
relações entre seus elementos constitutivos, baseando-se nos seus conteúdos estruturastes
proposto para esta disciplina, conteúdos estes, selecionados a partir de uma análise histórica, com
base num projeto de sociedade que visa a superação das desigualdades e injustiças vindo a
constituir em uma abordagem fundamental para a compreensão da disciplina.
De acordo com as propostas da disciplina de Arte, pretende-se levar o aluno a
compreender novos conceitos, aprimorar seus conhecimentos em Arte através de um processo
criador transformando o real vivenciado juntamente com os adquiridos através da Arte e ideologia,
da Arte e o seu conhecimento e da Arte e trabalho criador, o mesmo será encorajado a produzir
novas maneiras de ver e sentir o mundo.
O ensino de Arte, no Ensino Fundamental, deixa de ser coadjuvante no sistema
educacional, passando a constituir uma possibilidade para os alunos exercitarem suas
responsabilidades de uma vida cultural individual e coletiva mais digna, sem exclusão de pessoas
por preconceitos de qualquer ordem. O objeto de estudo e de conhecimento de Arte é a própria
Arte, nas situações de aprendizagem frente a uma sociedade construída historicamente e em
constante transformação.
No Ensino Fundamental, segundo as DCES do Paraná “A cultura será bordada como
resultante do trabalho que abrange as praticas sociais historicamente pelos sujeitos. Desvelar essas
culturas propicia autoconhecimento, visto que os sujeitos são formados por e pelas relações
socioculturais.” (DCE, 2006, p.28)
A Arte é linguagem por tratar de um sistema de representação que utiliza principalmente
signos não verbais (cor, luz, sombra, forma, som, silencio, gesto, movimento, etc.) com os quais o
artista/aluno, com alguma intenção compõe uma obra, atribuindo significados a esses elementos.
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Se Arte é linguagem, pressupõe leitura, e é nessa decodificação, na fruição estética, que o aprecia
mento torna-se quase um co-autor, pois retira/empresta à obra significados tanto quantas forem sua
capacidade de leitura e historia de vida. Cresce em conhecimento de si mesmo, de mundo e em
humanidade.
Na disciplina de Arte no Ensino Fundamental serão abordados os conteúdos
estruturastes que são fundamentais para a compreensão de cada uma das áreas de Arte
envolvendo as artes visuais, música, dança e teatro.
Os quais possibilitam à organização dos conteúdos específicos, permitindo uma
correspondência entre as linguagens, levando à compreensão dos aspectos significativos dos
objetos de estudo.
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Arte são:
- Elementos formais
- Composição
- Movimentos e períodos
A arte é considerada como um importante trabalho educativo, pois procura através de
tendências individuais, mostrar caminhos para formação do gosto de cada individuo, bem como
estimular a inteligência, contribuindo para a formação da personalidade do ser humano, sem ter
como preocupação a formação de artistas. É bom acrescentar em seu trabalho criador o individuo
utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a observação, a percepção, a imaginação, o
raciocínio e o controle da motricidade ampla e fina.
Esse projeto oferece aos alunos a oportunidade de iniciar o aprendizado nas diversas
linguagens relacionadas às artes visuais não envolveram os alunos apenas em uma atividade, mas
também os fazendo entender o que é feito nos nossos dias e o que era realizado antes através
historia da humanidade.
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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ensino Fundamental
6º Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro
Ponto Linha Forma, Superfície, Textura, Personagem, Ação, Espaço Expressão corporal, vocal, gestual e facial
Figurativa, Enredo, Roteiro, Espaço Cênico, Adereços, Jogos Teatrais Técnicas Gêneros
Greco-Romana Arte Pré-história
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música Dança
Forma Cor Luz Movimento Corporal Tempo Espaço Duração Intensidade Timbre Ação,
Ritmo Figurativo Cenas de Mitologia Técnicas: pintura, escultura, arquitetura Movimentos Articulares Fluxo (livre e interrompido) Deslocamento (direto/indireto) Improvisação Gênero (circular) Escala: diatônica, pentatônica, cromática
Arte Africana Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Dança Artes Visuais Teatro Dança
Ponto Superfície Volume Cor e Luz Altura Duração Timbre Densidade Tempo, Espaço, Ação, Personagem Kinesfera
Eixo, Ponto de Apoio Movimentos Circulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Técnicas Gêneros
Bidimensional Figurativo Geométrico Simetria Melodia Ritmo Gênero Improvisação
Arte Africana Arte Oriental Dança e Teatro no Renascimento Dança Clássica
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7º Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Dança
Ponto Linha Forma Cor Movimento Corporal Tempo Espaço
Proporção Tridimensional Figura fundo Abstrata Técnica Gênero Ponto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido, conduzido) Lento, rápido e moderado Níveis (alto, médio e baixo) Formação e direção
Arte Brasileira e Paranaense Arte Popular Arte Indígena Renascimento Barroco Dança Popular/Africana/Indígena/Brasileira/Paranaense
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro
Textura Luz Personagem: expressão corporal, vocal, gestual e facial Ação Espaço
Abstrata Figurativo Representação Leitura dramática Cenografia Gêneros Técnicas
Arte Popular Teatro Popular/ Brasileira/Paranaense Teatro Africano Comédia dell’
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música
Superfície Volume Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Perspectiva Figura e fundo Ritmo Melodia Escalas Gêneros Técnicas
Arte Popular Arte Brasileira/Paranaense Música Popular e Étnica (Ocidental e Oriental)
11
8º Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música
Linha Cor Luz Volume Intensidade Densidade Altura Duração Timbre
Contraste Ritmo Visual Deformação Desenho Fotografia Audio-visual Eletrônica Rap, Rock, Tecno Sertanejo Vanguarda Clássica Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos Técnicas: vocal, instrumental e mista
Indústria Cultural Eletrônica Minimalista
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Dança Teatro
Linha Cor Luz Textura Forma Densidade Timbre Movimento Corporal Tempo Espaço Volume Superfície
Ritmo Melodia Harmonia Vocal, Instrumental, Eletrônica Direção Improvisação Coreografia Sonoplastia Contraste e Semelhança Ritmo visual Desenho, Fotografia, Audio-visual Estilização Deformação Técnicas Gêneros
Arte do Século XX Indústria Cultural Rep, Rock, Sertanejo Dança Moderna Arte Contemporânea Cinema Novo
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música Teatro Dança
Personagem Expressão corporal, gestual, e facial Tempo e espaço Ação Forma Luz Cor Volume Intensidade Densidade Movimento Corporal
Representaçoão Teatral e Musical Semelhança Ritmo Visual, Fotografia Audio-visual Direção Improvisação Coreografia Sonoplastia Giro, Rolamento, Saltos Gêneros Técnicas
Realismo Expressionismo (Van Gogh) Indústria Cultural Arte Contemporânea Dança Moderna Hip Hop
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9º Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro
Ponto Linha Forma Cor Personagem Ação Espaço Luz Superfície
Bidimensional Tridimensional Figura fundo Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino Gêneros Técnicas
Realismo Vanguarda Teatro Engajado Teatro Oprimido Teatro Pobre Teatro do Absurdo Muralismo Arte Latino-Americana
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Dança
Superfície Volume Movimento Corporal Tempo Espaço Forma
Kinesfera Ponto de apoio Peso Fluxo Queda Salto Giro Rolamento Extensão (perto e longe) Coreografia Tridimensional Figura fundo Gêneros Técnicas
Vanguarda Dança Moderna Dança Contemporânea Hip Hop
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música
Textura Luz Altura Duração Timbre Intensidade Densidade Linha Forma Superfície
Ritmo Melodia Harmonia Gêneros Técnicas Ritmo Visual
Hip Hop Vanguarda Música Engajada Música Popular/Brasileira Música Contemporânea
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Ensino Médio
1ª Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro
Cores Ponto Linha Forma Textura Espaço Tempo Personagem: expressão corporal, gestual, facial, ação e espaço
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança Contraste Deformação Técnicas Gêneros: jogos teatrais, dramáticos
Expressionismo Renascimento Pré-história Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira, Paranaense Arte Moderna Teatro Greco-Romana, Arte Ocidental, Africana, Indígena, Folclórica
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Dança Música
Movimentos Corporais Tempo Espaço Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Proporção Gêneros Técnicas: jogos teatrais, jogos dramáticos, formação inicial, níveis altos, médios e baixos, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, cenas do cotidiano, de religiosidade e mitologia, coreografia, improvisação, melodia, harmonia, ritmo
Dança Clássica Dança Folclórica Dança Moderna Música Clássica Música Folclórica Música Moderna
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro Música Dança
Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Luz Movimentos Corporais Tempo Espaço Personagem Ação Altura Densidade Duração Intensidade Timbre
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança, Contraste, Deformação Técnicas, Gêneros, Proporção Técnicas: jogos teatrais, jogos dramáticos, formação inicial, níveis altos, médios e baixos, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, cenas do cotidiano, de religiosidade e mitologia, coreografia, improvisação, melodia, harmonia, ritmo
Expressionismo Renascimento Pré-história Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira, Paranaense Arte Moderna Teatro Greco-Romana, Arte Ocidental, Africana, Indígena, Folclórica Dança Clássica Dança Folclórica Dança Moderna Música Clássica Música Folclórica Música Moderna
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2ª Ano
1º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Teatro
Cores Ponto Linha Forma Textura Espaço Tempo Personagem: expressão corporal, gestual, facial, ação e espaço
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança Contraste Deformação Técnicas: pintura, escultura, fotografia, história em quadrinhos, arquitetura, tragédia, comédia, drama, épico, caracterização, sonoplastia, iluminação, produção e direção Gêneros: Teatro direto, indireto, mímica, teatro-fórum, roteiro, ensaio, encenação e leitura dramática
Realismo Modernismo Arte Clássica Arte Pop Pop Arte Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre, Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino-americano Teatro Realista Teatro Simbolista Teatro de Rua
2º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Dança Artes Visuais
Movimentos Corporais Tempo Espaço Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Luz
Movimentos corporais, lento, rápido, moderado, plano, espaço, formação inicial, níveis, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, coreografia, improvisação, Técnica: pintura, desenho, instalação, performance Gêneros: paisagem, Técnicas Tridimensional Figurativo Estilização Proporção
Dança Clássica Dança Indígena Dança Africana Dança Salão Hip Hop Dança Contemporânea Arte Clássica Arte Contemporânea
3º TRIMESTRE
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
Artes Visuais Música
Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Luz Altura, intensidade, timbre, densidade, duração, melodia, harmonia, ritmo
Escala diatônica Escala pentatônica Temperada ou cromática Proporção Figurativo Abstracionismo Expressionismo
Arte Ocidental Arte Greco-Romana Arte Renascentista Barroco Romantismo Pré-hitória Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira/Paranaense
15
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A Arte é uma área do conhecimento que interage nas diferentes instâncias intelectuais,
culturais, políticas e econômicas, pois os sujeitos são construções históricas que influem e são
influenciados pelo pensar, fazer e fruir Arte.
Na metodologia de Arte, buscar-se-á formas originais e interdisciplinar de expressão de
ideias com o grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e analises e, que
possa entrar em contato não só com a forma e as linguagens técnicas, mas também com as ideias
e reflexões propostas pelas diferentes formas de arte.
As atividades do Ensino Fundamental serão realizadas através da teoria, da
explanação oral, da apreciação de imagens, da leitura e releitura de imagens, vídeos e atividades
plásticas.
É através da exploração de materiais e técnicas vinculadas a produção artística que
possibilita ao aluno a familiarização com as variadas linguagens artísticas.
A área de Arte contribui para ampliar o entendimento e a atuação dos alunos ante os
problemas vitais que estão presentes na sociedade de nossos dias.
A pesquisa cientifica, a prática dos trabalhos, as apresentações individuais e em
grupos, a produção de roteiro de teatro, a exposição através de transparências, os cartazes e as
sucatas, são fundamentais para o aluno desenvolver suas potencialidades.
Nas artes visuais é explorado o bidimensional, tridimensional, na estrutura, na cor , na
superfície, nas formas e na disposição desses elementos no espaço.
O principal elemento a ser estudado na dança é o movimento, o espaço, as ações, a
dinâmica e o ritmo interligados.
Na linguagem musical será explorado através da musica, propriedades do som
propiciando repertorio pessoais, cultural e composições.
O teatro poderá explorar as possibilidades de improvisação, levando a compreensão da
realidade ou do imaginário, transcendendo os limites.
As práticas artísticas e estéticas em música, artes visuais, dança e teatro, possibilitam
articulações com as demais linguagens da área, favorecendo a formação da identidade e de uma
nova cidadania jovem, formando uma consciência de uma sociedade multicultural, onde o aluno
confronta seus valores, crenças e cultura, no mundo no qual está inserido.
O fazer Arte e pensar sobre o que se realiza, pode garantir ao aluno sempre uma
aprendizagem contextualizada em relação a valores em meios de produção artísticos das diferentes
sociedades, em diferentes épocas. Para isso, é importante que o aluno adquira gradualmente
16
autonomia para aprender a buscar a informação desejada, ser um individuo investigador e que
saiba dividir o que aprendeu. Dai a importância de o professor, enquanto mediador no processo de
ensino e aprendizagem, proporcione que o aluno esteja em contato constante com temas e
atividades que o ajudem a compreender criticamente o seu papel como cidadão numa sociedade.
Através da apreciação das obras de Arte, o aluno compreende a estética, pois criticar
esteticamente e ensinar a ver, ouvir, criticar, interpretara realidade a fim ampliar as possibilidades de
fruição e expressão artística.
Ao contextualizar a história da Arte, este deve ser um processo continuo que focaliza,
em dado momento histórico o registro do sentimento estético e da visão do artista diante dos
acontecimentos que os envolverá ou envolveram. Conhecendo a historia da Arte, o aluno poderá
estabelecer relações mais profundas com a produção, possibilitando intervir e reinventar a sua obra.
O aluno devera relacionar-se com a Arte, o aluno poderá estabelecer relações mais profundas com
a produção, possibilitando intervir e reinventar a sua obra . O aluno deverá relacionar com a Arte de
diversas épocas e estilos, conhecendo os diferentes elementos que entram na sua composição,
construindo um conhecimento teórico – prático sobre o assunto.
AVALIAÇÃO
De acordo com a LDBN 9394/96, Art. 24,Inciso V, e com a Deliberação 07/99 do
Conselho Estadual de Educação (Cap. I , Art.8º), a avaliação em Arte devera levar em conta as
relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em Arte e a sua realidade,
evidentemente tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva, desenvolvidas a partir
de um conjunto de saberes.
Para tratar da avaliação em Arte, é necessário referir-se ao conhecimento especifico
das linguagens artísticas tanto em seus aspectos experiências (práticas), quando conceituais
(teóricas), pois a avaliação consistente e fundamental, permite ao aluno posicionar-se em relações
aos trabalhos artísticos estudados e produzidos.
Deve-se considerar o histórico de cada aluno e sua relação com atividades na escola,
observando a qualidade dos trabalhos em seus diversos registros (sonoros, textuais ou
audiovisuais), guiando-se pelos resultados obtidos, pode-se planejar algumas formas criativas de
avaliação como roda de leitura, textos, avaliações de pastas de trabalho, audição musical, produção
de vídeos, dramatização, etc.; tendo por fonte materiais alternativos que podem favorecer a
compreensão dos conteúdos das disciplinas.
É interessante que os alunos participem da avaliação dos seus trabalhos e dos colegas
17
manifestando seu ponto de vista, o que contribuirá para ampliar o processo de aprendizagem de
cada um, sendo através de produção individual e coletiva num processo formativo e permanente,
onde os alunos também participam avaliando a produção coletiva e se auto avaliando.
A avaliação precisa ser um estimulo ao desenvolvimento artístico cultural dos alunos. A
pesquisa cientifica, a elaboração pratica dos trabalhos, as apresentações individuais e em grupos,
produção de roteiro de teatro, exposição de trabalho, etc. são atividades avaliadas através do
potencial criador de cada um.
Através da avaliação, discute-se as dificuldades e progressos de cada um a partir da
sua própria produção, sendo o suporte para qualidade dos processos de ensino e aprendizagem,
onde o professor pode rever sua pratica pedagógica que possibilite ao aluno dirigir – se para a
apropriação do conhecimento.
Em suma, a avaliação poderá ser realizada através de diversos instrumentos (trabalhos
artísticos, pesquisa bibliográfica ou de campo, debates em forma de seminários ou simpósios,
provas teóricas e práticas, registro através de relatórios, gráficos, portifólio, áudio-visual, etc.), sejam
eles individuais ou em grupos de forma diagnóstica, contínua, permanente, levando em
consideração a criatividade, a expressividade, sensibilidade e a imaginação a partir de critérios
como:
A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea;
A produção de trabalhos de arte visando a atuação do sujeito em sua realidade singular e social;
A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo. (PARANÁ, 2010)
A recuperação paralela deverá acontecer imediatamente após diagnosticar a não
apropriação dos conteúdos trabalhados, utilizando novas metodologias e formas avaliativas (provas,
pesquisas, apresentações, etc.) para que ocorra o entendimento dos mesmos.
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, F. de. A Cultura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos (Ed.Da USP), 5ª ed. 1971.
BARBOSA, Ana Mãe. A imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 1996.
___Arte – Educação: Conflitos/Acertos. São Paulo: Max Limonad,1984.
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Cortez, 1993.
LOWENFELD,Vi Brittain. Desenvolvendo a Capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
OSTROWER,Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes,1987.
Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
PARANÁ, Currículo Básico para a Escola Publica do Estado do Paraná. Curitiba, 1990.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação
Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
19
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A proposta curricular do ensino de biologia está voltada para apropriação de um
conhecimento científico em seu aspecto, político, social, ético e ideológico.
A disciplina de biologia é muito ampla e vista como uma ciência aberta, inacabada,
possibilitando ao educando um pensamento crítico capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos
no ambiente, investigando a realidade e buscando respostas para solucionar determinados
problemas.
(…) tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre este fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreendê-lo. Os conhecimentos biológicos adquiridos e transmitidos de geração a geração ao longo dos tempos auxiliaram os seres humanos a desenvolver hábitos, atitudes e técnicas tendo revelado com isso uma notável capacidade do homem ao longo de sua marcha na Terra (DCE, 2009, 38).
Nesse contexto, a biologia tem um papel fundamental e marcante, pois contribui para a
integração dos princípios biológicos do sistema econômico vigente através da exploração racional
dos recursos naturais disponíveis, sem ocasionar desequilíbrios ambientais.
De acordo com a contextualização histórica das Diretrizes Curriculares Estaduais para o
Ensino de Biologia (2009) ao longo da história da humanidade, muitos conceitos foram elaborados
sobre a vida e seus fenômenos e durante milhares de anos, o homem tem buscado estas respostas,
e ainda não chegamos a elas, na sua totalidade. Na antiguidade, por meio de interpretações
filosóficas começou-se a questionar sobre a vida, sendo esta subordinada aos momentos históricos
pelos quais a humanidade tem passado.
A igreja, com sua visão teocêntrica, muito influenciou os estudiosos da época na Idade
Média. Já na Revolução Industrial, muitas concepções foram modificadas, determinando a queda do
poder arbitrário da Igreja.
Na Renascença, Leonardo Da Vinci, Carlos Linné, foram expoentes nas áreas de
Ciências, mas apenas no século XVI, Francis Bacon, contribuiu para uma nova visão da Ciência,
propondo o método indutivo, baseado no controle metódico e sistemático da observação, e não
mais na pura explicação da Igreja Católica, para tudo o que não tinha explicação científica e no
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século XVII, Francesco Redi, lança novo olhar sobre as teorias da origem da vida, contrapondo-se a
geração espontânea, defendida por Aristóteles e outros cientistas.
No fim do século XVIII e início do século XIX, a imutabilidade da vida é questionada com
as evidências do processo evolutivo dos seres vivos. Devemos ressaltar, neste momento, o
naturalista Charles Darwin, que com suas pesquisas, produto de suas viagens, questiona a
imutabilidade dos seres vivos, introduzindo a teoria da evolução das espécies.
Em 1865, Gregor Mendel, apresenta suas pesquisas sobre a transmissão das
características hereditárias, lembrando que naquela época, Mendel não tinha e não conhecia os
mecanismos das estruturas celulares em sua total complexidade.
No século XX, com a descoberta do microscópio eletrônico, as ideias de Mendel se
confirmam e o homem passa a ter uma visão detalhada dos mecanismos intracelulares. Surge
então, o pensamento biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em
compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes alterações biológicas.
No Brasil, a busca da ciência passa por inúmeras fases e transformações, acompanhando
as mudanças globais.
Esta disciplina tem como objetivo a importância de conscientizar os educandos sobre a
preservação do meio ambiente, quesito fundamental para a conservação da vida no planeta, bem
como a compreensão dos conceitos científicos, afim de perceber as relações existentes entre o
ambiente, seres vivos e o universo. Percebendo os aspectos positivos e negativos da ciência e da
tecnologia para que possam atuar de forma consciente no meio em que vivem e interferir no
ambiente social de forma positiva considerando a ética, os valores sociais, morais e políticos que
sustentam a vida.
Os conteúdos estruturantes foram assim definidos: Organização dos Seres Vivos,
Mecanismos Biológicos, Biodiversidade, Manipulação Genética, que são interdependentes e não
passíveis de seriação e hierarquização, sendo necessário a contemplação em todos os conteúdos
específicos em cada série do ensino médio.
Os conteúdos do ensino médio de Biologia seguem as Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná. Estão organizados em conteúdos estruturantes sendo interdependentes. Mas, devem ser
abordados de forma integrada capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e
com outros; priorizando o conhecimento científico produzindo como posterior reflexão sobre
mudanças que irão acontecer em decorrência de questões emergenciais. O conhecimento biológico
não deve ser algo isolado, mas, sempre parte de um todo e de um conhecimento cientifico maior.
21
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ensino Médio
1º ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
seres vivos
Mecanismos
biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
-Classificação dos Seres
Vivos critérios taxonômicos
e filogenéticos.
-Sistemes biológicos,
anatomia, morfologia e
fisiologia.
- Mecanismos celulares
biofísicos e bioquímicos.
-Teorias evolutivas.
-Transmissão das
características hereditárias
1º Trimestre
- Origem, abrangência e importância da Biologia.
- Características básicas dos seres vivos.
-Níveis de organização dos seres vivos.
-Teorias evolutivas: abiogênese e biogênese.
- Hipóteses autotróficas e heterototroficas.
- Origem da vida.
- Compostos orgânicos e inorgânicos.
2º Trimestre
- Citologia
- Componentes celulares e suas funções
- Divisão celular
- Direitos humanos: doenças
3º Trimestre
- Histologia
- Anatomia, morfologia e fisiologia dos diferentes tecidos
- Biotecnologia e manipulação genética no uso de
células tronco, clonagem e seres transgênicos
22
2º Ano
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos seres
vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
-Classificação dos seres vivos:
critérios taxonômicos e filogenéticos.
-Sistemas biológicos: anatomia,
morfologia e fisiologia.
- Mecanismos de desenvolvimento
embrionário.
- Mecanismos celulares biofísicos e
bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
-Transmissão das características
hereditárias.
-Dinâmica dos ecossistemas:
relações entre os seres vivos e
interdependência com o ambiente.
-Organismos geneticamente
modificados.
1º Trimestre
- Classificação dos seres vivos, segundo a
teoria de Lineu.
- Seres vivos organizados em reinos: monera,
protista e fungi.
-Vírus.
- Doenças causadas por vírus, bactérias,
fungos e protozoários.
2º Trimestre
- Reino Animal (características gerais,
anatomia, fisiologia e evolução).
- Filos, poríferos, cnidae, platelmintos,
nematelmintos, moluscos, anelídeos,
artrópodes, equinodermos
- Vertebrados: características e classificações
- Peixes e aves
3º Trimestre
- Anfíbios, repteis, mamíferos
- Reino Plantae (importância, características,
morfologia, fisiologia das angiospermas e
gimnospermas
- Tipos de hormônios
- Tipos de movimentos e plantas
- Prevenção no uso de drogas
- Educação ambiental
- História e cultura afro-indígena
23
3º ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos seres
vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
- Classificação dos seres vivos:
critérios taxonômicos e filogenéticos.
-Sistemas biológicos: anatomia,
morfologia e fisiologia.
- Mecanismos de desenvolvimento
embrionário.
- Mecanismos celulares biofísicos e
bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
-Transmissão das características
hereditárias.
-Dinâmica dos ecossistemas: relações
entre os seres vivos e
interdependência com o ambiente.
-Organismos geneticamente
modificados.
1º Trimestre
- Biodiversidade
- Sistema reprodutor Masculino e Feminino
- Tipos básicos de reprodução
- Casos especiais de reprodução
- Regulação hormonal
- Embriologia (tipos de óvulos) e anexos
embrionários
2º Trimestre
- Genética
- 1ª Lei de Mendel
- 2ª Lei de Mendel
- Grupos Sanguineos
- Interação Genética
- Epistasia
- Herança ligada ao sexo
- Doenças (daltismo, hemofilia, calvície)
- Anomalias Humanas (Síndromes: Turner,
Klinefelter, Dowm, Patau e Edwards)
- Manipulação genética: aplicações e
implicações.
3º Trimestre
- Evolução
- Mecanismos adaptativos
- Leis de Darwin e Lamarck
- Fluxo de energia e matéria no ecossistema
- Ciclos biogeoquímicos
- Populações naturais
- Desquilibrio ambiental
- Relações ecológicas
- Sucessão ecológica
- Prevenção ao uso indevido de drogas
- Educação Ambiental
- História e cultura afro-indígena
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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Como metodologia a disciplina objetiva em trazer os conteúdos de volta para os currículos
escolares, mas, uma perspectiva diferenciada onde se retoma a história da produção do
conhecimento científico e da disciplina escolar e seus determinantes: políticos, éticos e ideológicos.
Para viabilizar essa forma de metodologia utilizamos a aula dialogada, leitura e produções escritas
que favorecem aos alunos a expressão de pensamentos e interpretações que promovem novas
ideias em sala de aula. O uso de vídeos, transparências, fotos que auxiliam em detectar situações
de nossa prática social na qual se analisa, problematiza, interpreta e busca uma compreensão do
aluno diante a certas atividades.
De acordo com as Diretrizes (2009), os experimentos aproximam teoria e prática, assim
como o estudo do meio como: rios, parques, lixões, matas, que propiciam “uma concepção sobre a
relação homem-ambiente possibilitando elaboração de pesquisa, questionamentos, discussões e
até ações com os mesmos”.
Também pode-se trabalhar por temas geradores ou tópicos onde o aluno observe todas as
interações do tema com fatores e aspectos históricos, geográficos, físicos, biológicos, químicos,
matemáticos e outros.
O aluno deve ser levado a:
a) interagir com o meio ambiente
b) problematizar todas as abordagens biológicas
c) utilizar suas práticas sociais como forma de desenvolver seu intelecto.
A metodologia utilizada irá se basear no método da Pedagogia Histórico Crítica
(Gasparim, 2005). Iremos partir da prática social e problematização para fazer a instrumentalização
e avaliação voltando para a prática social, articulando a organização dos seres vivos, mecanismos
biológicos, biodiversidade e a implicações dos avanços biológicos no fenômeno Vida. Sabendo que
estes conhecimentos são passíveis de alterações ao longo da história do homem. Para isso se faz
uso de aulas expositivas, produção de textos, experimentos, desenhos, livros didáticos, leitura
complementar, relatos de experiências, debates, recursos audiovisuais, visitas a indústrias,
laboratórios, visitas às universidades, jogos didáticos, feiras, revistas, vídeos, softwares.
Desde o ensino da célula, passando pelos seres vivos, genética, cultura afro-brasileira e
africana, prevenção do uso de drogas, sexualidade e educação ambiental, todos os assuntos
abordados devem promover a interação de todos os alunos e disciplinas afins. Isto será possível
através de palestras com profissionais da área, seminários, entrevistas, pesquisa, trabalhos, etc.
Assim o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes devem ocorrer de forma articulada,
25
integrada e histórica para compreender por que determinados fenômenos acontecem e como a vida
se organiza na terra e suas implicações diante dos avanços biológicos.
Deve-se também propiciar discussões e atividades que tenham foco as contribuições dos
povos africanos para os avanços da ciência e tecnologia ainda, a importância da inclusão dos
alunos portadores de necessidades especiais, bem como a educação fiscal, a prevenção das
drogas e educação sexual e ambiental na formação do educando.
Desta forma o professor de Biologia, no momento da seleção de conteúdos específicos e da
opção por determinadas abordagens, estratégias e recursos, dentre outros critérios, precisa levar
em consideração o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, atendendo as necessidades
especiais de cada aluno realizando assim a adaptação dos conteúdos voltados para o ensino-
aprendizagem.
AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que se faz necessário uma
mudança didática, pois os processos avaliativos requerem análise e questionamento. De acordo
com Carvalho (2001), é fácil avaliar o conhecimento científico devido a sua precisão e objetividade.
A avaliação é um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano
letivo, onde professores e alunos percebam os avanços e dificuldades a fim de superarem
obstáculos existentes. Assim, para desmistificar a função essencial da avaliação, como capaz
apenas de medir a capacidade e o aproveitamento do aluno, destinando a promoção e seleção
classificatória, deve-se levar em conta alguns elementos importantes:
Conceber e considerar a avaliação em um instrumento de aprendizagem que permita promover o
avanço dos alunos.
Ampliar o conceito e a prática de avaliação ao conjunto de saberes, atitudes que contemplem a
aprendizagem de conceitos biológicos e que superem sua habitual limitação de conteúdos
conceituais.
Introduzir formas de avaliação da prática docente com instrumento para melhorar o ensino.
A avaliação visa a melhor formação do educando através de variados instrumentos
(exercícios, relatos, provas oral e escrita, estudo em equipe, etc.) tendo por finalidade obter
informações necessárias sobre o desenvolvimento da aprendizagem com vistas a melhoria da
prática pedagógica.
A recuperação paralela dar-se-á através da retomada do conteúdo, utilizando-se de
metodologias diferenciadas, visando a apropriação do conhecimento pelo educando.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Lei de Diretrizes de base da Educação (9394/96), 1996.
CARVALHO, A.M.P. (org). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo:
Pioneira Thonson Learning 2004.
GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia. Ensino Médio. São Paulo, 2005.
KNELLER, G.F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahavi, São Paulo, USP, 1980.
MOSER, A. Biotecnologia e biótica. São Paulo: Vozes, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Biologia para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
27
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A disciplina de Ciências perante as demais disciplinas do currículo tem uma trajetória
recente dentro da História da Educação. Pois primeiro teve que se firmar e demonstrar
comprovadamente sua importância para a evolução humana, tendo em vista que nos primórdios os
questionamentos da humanidade eram respondidos pela religião, pelo conhecimento empírico
através da observação e das experiências do cotidiano. Neste sentido, devemos refletir sobre o
conhecimento cientifico a partir do contexto histórico de cada período e suas necessidades.
Entretanto, optamos nesta Proposta Pedagógica Curricular de fazermos um recorte do contexto
histórico da Disciplina de Ciências no Brasil.
A disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no currículo das escolas brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir conhecimentos científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência já consolidadas no currículo escolar brasileiro. (PARANÁ, 2008, p.51).
A Reforma teve sua relevância para impulsionar o crescimento da observação e da
pesquisa científica no país, sendo transposto em conteúdo para disciplina de Ciências. A partir
deste momento a preocupação dos educadores ficou em legitimar a disciplina na legislação da
educação brasileira.
Tais ideias atingiram a escola brasileira na década de 1960 pela necessidade de
preparação dos estudantes “mais aptos” para defesa do progresso, da ciência e da tecnologia
nacionais.( PARANÁ, 2008, p.53).
Em 1961, com Lei de Diretrizes e Bases 4024, a disciplina de ciências passou a ser
obrigatória no currículo das escolas brasileiras. Já em 1964 impôs mudanças no sentido de
direcionar o ensino como um todo, envolvendo dessa forma os conhecimentos científicos para a
formação do trabalhador, “considerado agora peça importante para o desenvolvimento econômico
do país” (KRASILCHIK, 2000, p. 86 apud PARANÁ, 2008, p.54).
Com esta mudança percebe-se a preocupação com a manutenção da sociedade vigente,
pois com o Golpe Militar, havia a necessidade de pessoas preparadas para o saber fazer, numa
perspectiva de mão -de – obra barata e não pensante.
Mais tarde com a LDB 5692/71, marcou a consolidação do sistema ensino tecnicista,
articulando a educação ao sistema capitalista, o qual tem como principal objetivo trabalho como
28
mercadoria e a educação como reprodução do conhecimento alienado.
Os avanços no Sistema Educacional e principalmente no Ensino de Ciências ganharam
força a partir da década de 90 com a promulgação da LDB 9394/96, pois houve valorização dos
conteúdos específicos dentro da disciplina.
Mesmo com tantos avanços havia a necessidade de articular o ensino com a forma de
pensar dos educadores, os quais percebiam a necessidade de um ensino que priorização a
formação humana como um todo. Com estes anseios e muita discussão em 2003, inicio-se a
produção das Diretrizes Curriculares no Estado do Paraná, as quais nós educadores estamos
tomando como base para a construção de uma nova identidade para o Ensino de Ciências.
Com esta proposta atenderemos alunos provenientes da periferia, de famílias da classe
trabalhadora, na grande maioria, com condição sócio-econômica compatível com o salário mínimo.
Heterogêneos e muitos com dificuldades de aprendizagem devido a realidade multicultural de onde
vivem.
A disciplina de Ciências oportunizará o direito de igualdade de acesso ao conhecimento
científico proporcionando a formação global e integral do educando para que seja apto a interagir na
sociedade e capaz de modificar a realidade. Além disso, ao priorizar o conhecimento científico no
que se refere aos fenômenos naturais, integra a relação entre ciência, tecnologia e sociedade.
A disciplina de Ciências se constitui num conjunto de conhecimentos científicos
necessários para compreender e explicar fenômenos da natureza e suas interferências no mundo.
Por isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos,
dentre outros, e o cotidiano, como os problemas reais, socialmente importantes, enfim, a prática
social.
Quando se pensa em ciências como construção humana, falível e intencional numa
perspectiva histórica, é fundamental considerar evolução do pensamento do ser humano, pois é a
partir dele que a história da ciência se constrói.
Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos à sua volta e aprender
com eles, a ciência já estava presente, embora não apresentasse o caráter sistematizado do
conhecimento. Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem já utilizava técnicas para apanhar
alimentos, caçar com instrumentos feitos de pedra e usar outros materiais disponíveis na
natureza, procurando satisfazer suas necessidades cotidianas.
Com isso, o homem assumiu outras condutas frente ao seu meio, tornando-se um
observador ainda mais atento da natureza, com objetivo de tirar melhor proveito desta, garantindo
sua subsistência. Essas observações possibilitaram ao homem aperfeiçoar suas técnicas.
O estudo de Ciências objetiva que os educandos adquiram conhecimentos científicos de
29
forma crítica, analítica e argumentativamente, conciliando teoria e prática, de forma a propiciar
melhoria na qualidade de vida. A formação científica visa ampliar a visão dos educandos,
permitindo que os mesmos deixem de ser agentes passivos do processo ensino-aprendizagem,
tornando-se agentes ativos, transformadores e críticos da realidade atual.
Visa também, desenvolver o pensamento lógico e o espírito crítico, utilizando-os para
identificar e resolver problemas buscando entender os fenômenos relacionados ao cotidiano,
relacionando o conhecimento científico ao desenvolvimento da tecnologia e as mudanças na
sociedade, entendendo esse conhecimento, ligado aos fatores políticos, sociais e econômicos de
cada época de modo a utilizar conceitos científicos básicos, identificando as relações e a
interdependência entre os seres vivos e os demais elementos da natureza, avaliando como o
equilíbrio dessas relações é importante para a continuidade da vida no planeta.
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que
resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza o
conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser
humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das
relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo,
energia e vida.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes Astronomia, Matéria, Sistemas biológicos, Energia e
Biodiversidade são interdependentes, não passíveis de seriação e hierarquização. Os mesmos
deverão ser contemplados em todos os anos do Ensino Fundamental.
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6º ano
TRIMES-TRE
CONTEÚDOS ESTRUTU-RANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º
Astronomia
Universo Sistema solar Movimentos celestes Movimentos terrestres Astros
- Teoria heliocêntrica e geocêntrica - Características dos corpos celestes -Movimentos de rotação e translação dos planetas constituintes do sistema solar.
Energia Formas de energia Conversão de energia Transmissão de energia
- Formas, conversão, transmissão, fontes, irradiação, convecção e condução.
Biodiversi-dade
Organização dos seres vivos Evolução dos seres vivos Ecossistema
- Relação entre os seres - Cadeias alimentares, população, comunidades - Extinção dos seres vivos, desequilíbrio - Níveis de organização dos seres vivos
2º Matéria Constituição da matéria
- Matéria: constituição, propriedades e transformações. -Água: composição da água e fundamentos teóricos ( estados físicos: pressão e vasos comunicantes). - Água e saúde. - Atmosfera: características, gases, propriedades, movimento do ar. - Modificações atmosféricas
3º
Matéria Constituição da matéria - Terra: crosta, solos, rochas, minerais, manto e núcleo.
Biodiversi-dade
Ecossistema - Fenômenos meteorológicos e catástrofes naturais
Sistemas Biológicos
Níveis de Organização
- Características gerais, orgânicas e fisiológicas dos seres vivos - Teoria celular - Níveis de organização celular
RELAÇÕES CONCEITUAIS: vulcões, tsunamis, terremotos, desertos, chuva ácida, fósseis. RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de diferentes narrativas, medidas de grandeza,pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos. RELAÇÕES CONTEXTUAIS: instrumentos astronômicos, história da astronomia, inovação tecnológica, fermentação,contaminação da água,desertificação, minerais e a tecnologia ( jóias, relógios e outros) mineração, sismógrafos, poluição do solo, poluição da água, queimadas e desmatamento, manejo do solo para a agricultura, compostagem, contaminação do solo,contaminação dos aquíferos, tratamento dá água, lixo tóxico, aquecimento global,biotecnologia,plástico biodegradável, fibra ótica, elevadores hidráulicos, lixo e ambiente, coleta seletiva de lixo,tratamento de esgotos,reservas ambientais, código floresta brasileiro, fauna brasileira, ameaça de extinção, ocupação da mata atlântica, exploração da amazônia,conservação da mata ciliar, exploração da mata das araucárias, tráfico de animais, panela de pressão, ultra-sonografia, máquina fotográfica, óculos, telescópios, poluição sonora.
31
7º ano
TRIMES-TRE
CONTEÚDOS ESTRUTU-RANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º
Astronomia Astros Movimentos terrestres Movimentos celestes
- Eclipses, estações do ano, movimentos celestes e constelações. - Sol: composição e produção de energia
Matéria
Constituição da matéria
- Formação, constituição e evolução do planeta terra e sua atmosfera - Origem do planeta terra, como se formou, big – bang ( planeta primitivo)
2º e 3º
Biodiversi-dade
Origem da vida Organização dos seres vivos Sistemática
- Origem da vida: teorias evolutivas e eras geológicas. - Biodiversidade e evolução das espécies animais e vegetais. - Classificação dos seres vivos em reinos: taxonomia e filogenia. - Interrelações ecológicas entre os seres vivos e o ambiente.
Sistemas biológicos
Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos.
- Organização celular - Constituição, tipos e evolução celular. - Mecanismos celulares: funções e relações entre órgãos e sistemas animais e vegetais.
Energia Formas de energia Transmissão de energia
- Energia luminosa, solar, luz, cores, radiações e energia térmica. - Fotossíntese e conversão de energia na célula.
RELAÇÕES CONCEITUAIS: efeito estufa, camada de ozônio, ação do vento, luminosidade,
tornados.
RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: literatura brasileira e os casos de doenças, influência da
altitude na prática de esportes, medidas de grandeza, localização geográfica,distribuição dos
seres vivos no planeta, crescimento da população humana, doenças e condições sociais de
moradia, representação da natureza em obras de arte.
RELAÇÕES CONTEXTUAIS: ação humana nos ecossistemas, espécies exóticas,
desenvolvimento industrial, impactos ambientais, desmatamento,exploração da caça e pesca,
tráfico de animais e vegetais, poluição do ar, balões e aviões, instrumentos de vôo, aquecimento
global, resíduos químicos no ambiente, uso de agrotóxicos na agricultura, instituições
governamentais e ONGs, tecnologia na produção vegetal: estufas, bactérias e degradação do
petróleo, dengue e saúde pública no Brasil, biotecnologia dos fungos,automedicação:
antibióticos, polinização provocada pelo homem, hidroponia, interferência do ser humano na
produção de frutos, saneamento básico, vacinas e soros.
32
8º ano
TRIMES-TRE CONTEÚDOS
ESTRUTU-RANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º
Astronomia Origem e evolução do universo
- Origem e evolução do universo - Fundamentos da classificação cosmológica ( galáxias, estrelas, planetas, asteroides, meteoros...)
Biodiversi-dade
Evolução dos seres vivos
- Teorias evolutivas
1º e 2º Matéria Constituição da matéria
- Matéria: constituição e modelo atômico, átomo, íon, elemento químico e ligações químicas. - Lei de conservação das massas. - Compostos orgânicos.
2º e 3º Sistemas biológicos
Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos
- Constituição química dos organismos vivos - Célula: morfologia e fisiologia das organelas celulares - Estrutura e funcionamento dos tecidos, órgãos e sistemas(reprodutor, digestório, cardiovascular,respiratório, excretor e urinário)
3º Energia Formas de energia - Energia química, mecânica e nuclear
RELAÇÕES CONCEITUAIS: a ação de substâncias químicas no organismo, gases
RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: evolução cultural do ser humano, formas de comunicação humana,
o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras explicações sobre a origem da vida,
distribuição da população humana, importação e exportação de alimentos, práticas esportivas.
RELAÇÕES CONTEXTUAIS: raças e preconceito, fome e desnutrição, questões de higiene, tecnologia e
testes diagnósticos, saneamento básico, obesidade, anorexia e bulimia, melhoramento genético e
transgenia, alimentos transgênicos, exames sanguíneos, transfusões e doações, soros e vacinas,
medicamentos, terapia gênica, CTN bio, influência da alimentação na saúde, consumo de drogas,
métodos contraceptivos, Organização Mundial da Saúde.
33
9º ano
TRIMES-TRE CONTEÚDOS
ESTRUTURAN-TES CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º
Astronomia Astros Gravitação universal
- Leis de Kepler e Newton - Fenômenos terrestres
Matéria Propriedades da matéria
- Propriedades gerais e específicas da matéria
1º e 2º Sistemas biológicos
Morfologia e fisiologia dos seres vivos Mecanismos de herança genética
- Estrutura e funcionamento dos sistemas ( nervoso, sensorial, locomotor, reprodutor e endócrino) - herança genética( conceitos básicos, 1ª lei de Mendel)
3º
Energia Formas de energia Conservação de energia
- Energia: fontes, conversores e conservação. - Fundamentos da física: movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência. - Energia elétrica e magnetismo
Biodiversidade Interações Ecológicas - Ciclos biogeoquímicos - Relações ecológicas.
RELAÇÕES CONCEITUAIS: fontes de energia renováveis e não renováveis, ilhas de calor, máquinas
simples, alavancas polia engrenagens.
RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade, medidas de
grandeza, o contexto da revolução científica, instrumentos musicais,órgãos sensoriais e a arte.
RELAÇÕES CONTEXTUAIS: instrumentos e medidas, tecnologia em produtos de eletrônica,
dessalinização, panela de pressão, ligas metálicas, aterro sanitário, biodiesel, corantes e tingimento de
tecidos, estações de tratamento de esgotos, biogás, adubos e fertilizantes químicos,coleta seletiva e
reciclagem, usinas geradoras de energia,instrumentos e escalas termométricas, acidentes, forno
microondas, lâmpadas, chuveiro elétrico, consumo de energia elétrica residencial, bússola, microfone,
pára-quedas e asa delta,tecnologia da comunicação, reprodução humana assistida, projeto genoma
Humano, gravidez precoce, DSTs, pilhas, baterias e questões ambientais.
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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os conteúdos devem ser ministrados de forma integrada, através de um ponto de
partida com objetivo de compreender a significação do senso comum do aluno e
problematização para o conteúdo a ser trabalhado.
Para isso é necessário utilizar métodos diversificados, tendo como referencias: tempo
disponível (horas/aulas semanais), o Projeto Político-Pedagógico da escola, os interesses da
realidade local e regional onde a escola está inserida; análise critica dos livros didáticos e
paradidáticos da disciplina de ciências, usando estratégias que procurem estabelecer as
relações interdiciplinares e contextuais, transformando em instrumento de construção pessoal.
Para viabilizar esta forma de metodologia podemos utilizar como encaminhamento a
observação, trabalho de campo, jogos didáticos, visitas industriais, palestras, projetos
individuais, seminários, música, desenho, poesia, livros de literatura, dramatizações, vídeos,
história em quadrinhos, painéis, murais, feiras, entre outros.
A metodologia aplicada a disciplina de ciências pode usufruir de recursos pedagógicos
como slides, TV multimídia, fitas VHS, DVD, CD, CD-rom, educativo e softwares livres. Ainda
podemos articular-nos com os programas do Portal Dia-a-Dia Educação e TV Paulo Freire.
AVALIAÇÃO
Deverá ser de forma continuada e processual, diagnóstica, observando-se a coerência
do que foi planejado conforme a metodologia aplicada para posterior superação dos problemas
detectados.
Busca-se avaliação adequada para inclusos, buscando ajuda com professores
especializados na Educação Especial, equipe pedagógica e NRE.
Deve-se ainda analisar o nível cognitivo do aluno levando-se em conta as diferentes
formas de apropriação dos conhecimentos dos alunos.
Ensinar e avaliar ciências naturais é um grande desafio, pois essa disciplina comporta
diferentes ciências: astronomia, biologia, física, geografia e química cada qual com seus
métodos de investigações sempre integrados com o avanço da tecnologia. As diferentes ciências
possuem métodos próprios de investigação, diferentes objetos de estudos,embora todas
busquem compreender a natureza e gerar representações do mundo expresso em teorias.
Assim a avaliação se dará ao longo do processo de ensino e de aprendizagem,
35
possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos, contribuições
importantes para verificar em que medida os alunos se apropriam dos conteúdos específicos
tratados no processo.
A avaliação deve conter instrumentos avaliativos diversificados: provas escritas ou
orais, relatórios, pesquisas, trabalhos, leitura, produção de textos. Por meio desses, os alunos
podem expressar os avanços na aprendizagem, a medida em que interpretam, produzem,
discutem relacionam, refletem, analisam , justificam, se posicionam e argumentam, diante do
conteúdo trabalhado e os critérios estabelecidos no Plano de Trabalho Docente.
A recuperação paralela acontecerá sempre que necessário, através da retomada do
conteúdo trabalhado com metodologias diferenciadas, possibilitando ao aluno a recuperação de
estudos e não apenas da nota.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENCA, Jenner Procópio de. Ciências Naturais no dia-a-dia. Curitiba, Positivo 2004.
GASPARIN J.C. Uma pedagogia para a pedagogia histórico-crítica.
NISKIER, Arnaldo. LDB: A nova lei da educação: tudo sobre a lei de diretrizes e bases da
educação nacional: uma visão crítica. Rio de Janeiro, Cosultor, 1996.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
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PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Educação Física transitou em diversas perspectivas teóricas. Anteriormente era
voltada para o treinamento do corpo com vistas à preparação para o trabalho e treinamento
militar.
Atualmente foi superada a visão fragmentada do homem, tendo uma forma mais
abrangente, propiciando uma consciência crítica, sendo objeto de estudos a cultura corporal,
garantindo o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica de manifestações ou praticas
corporais.
A disciplina de Educação Física tem grande relevância na situação histórica que ora
vivemos, pois possibilita ao individuo através das mais variadas formas de linguagem e
comunicação, que não necessariamente as formais, a busca de seu espaço na sociedade, a
auto – afirmação, seu resgate como ser humano e cidadão crítico e consciente de seus diretos e
deveres, que sabe respeitar, mas que também gosta e quer se sentir respeitado, além de seu
auto conhecimento, de conhecer, e respeitar seus próprios limites e limitações, e suas
capacidades.
A Educação Física passou através dos tempos por varias transformações, atingindo
em alguns momentos da maturidade, um senso critico amparado pela comunidade cientifica e
cultural. Hoje se faz necessário um repensar sobre as necessidades atuais de ensino, onde
devemos buscar o sentido da coletividade e do tratamento igualitário, bem como a formação do
cidadão onisciente, conhecedor de si próprio. De uma forte acepção marcada pelas ciências da
natureza, a Educação Física permite abordagens biológica, antropológica, psicológica, filosófica
e política das praticas corporais, justamente por seu constituinte interdisciplinar. Apesar disso, a
Educação Física não pode ser um apêndice das demais disciplinas e projetos da escola, nem um
momento de compensação às atividades em sala de aula, onde se premia ou pune o aluno
conforme o comportamento nas demais disciplinas.
Ela é parte integrante do processo de escolarização e como tal, deve articular – se ao
Projeto Político Pedagógico da escola, e o professor deve ser comprometido com a escola e
com o projeto de escolarização.
Considerando os antecedentes históricos da Educação Física, pode – se dizer que
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este é o momento da superação, de aproveitar tudo que de bom houve nas concepções e
atuações anteriores, a aprender com o que não deu certo. Devemos considerar a Educação
Física de uma maneira mais abrangente, oportunizando uma educação voltada para o
desenvolvimento de uma consciência critica do cidadão.
Desde os primórdios dos tempos que a vida humana em sociedade se desenvolve
pelas relações do homem com a natureza, e com o próprio homem. Nessa relação, o homem
desenvolveu varias habilidades físicas e organizacionais, com o intuito de superar obstáculos.
Outras manifestações corporais eram realizadas em festas, em rituais, nas celebrações dos
frutos dos trabalhos.
Sendo assim, o trabalho é para o homem histórico, que ao longo do tempo vem
assumindo diferentes papéis. No capitalismo tornou – se alienante, desumanizador, criou
estereótipos, disciplinou, o que são características essenciais para atender a produção
capitalista.
Há que se propor, então, discussões teóricas acerca da área de conhecimento da
disciplina de Educação Física, da necessidade de se compreendê-la em um contexto mais
amplo, como parte integrante de uma totalidade que interage social, política, econômica e
culturalmente. Precisamos entender de que forma o capitalismo dita as regras do pensar e do
agir sobre o corpo, e qual a sua influencia em nossa pratica pedagógica, sendo pra tanto,
necessário nosso entendimento de que:
(...) o profissional de Educação Física precisa compreender-se como aquele intelectual responsável pela organização e sistematização competente e critica das praticas corporais conscientes do homem e suas determinações pelas relações com o trabalho, à linguagem e o poder, elementos estruturantes de uma sociedade cindida em classes e, consequentemente, em interesses antagônicos. O trabalho, no sentido de transformação da condição natural do homem, produzindo, este, a sua própria historia. Porém, esta produção da historia (cultura) não se dá sem um substrato ideológico que determina as formas de linguagem. A conformação dos signos sociais (palavras, gestos, etc.) se dá sempre num contexto de relações sociais e orientações ideológicas (...). Finalmente, as relações de poder, também orientadas pelo jogo de forças determinado ideologicamente pela própria cultura, que cristaliza a condição dos sujeitos em determinada estrutura social. Pensar a Educação Física no interior da escola, sem pensar os seus determinantes culturais é, como a sua história bem tem demonstrado, torná-la acéfala. (OLIVEIRA, 1998, p. 126)
Considerando o exposto, os conteúdos estruturantes da Educação Física devem
contemplar a expressão corporal, os conteúdos específicos contemplarão os esportes, jogos e
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brincadeiras, ginástica, danças e lutas, tendo como elementos articuladores, o corpo que brinca
e aprende, o desenvolvimento corporal e da saúde e a relação do corpo com o mundo do
trabalho.
Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os
objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais,
considerando a noção de corporalidade, entendida como expressão criativa e consciente do
conjunto de manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite
ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física,
superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem, no entanto negar o movimento
como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número
possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já traduzidos pelos
educandos e sua potencialidade formativa.
Procurando cumprir plenamente com o papel que cabe ao educador dentro de uma
perspectiva histórica, deverão ser abordados os conteúdos que visão a inclusão de todos: tanto
racial ( cultura afro – descendente e demais etnias) quanto para portadores das mais diversas
formas de necessidades especiais, inserindo-os nesse processo de ensino. Com isso,
respeitando a individualidade de cada ser numa perspectiva de direitos iguais.
Ainda na perspectiva de atuar na formação de um aluno/cidadão critico e responsável,
a educação fiscal torna – se imprescindível. Tendo em vista, que o conhecimento sobre os
conceitos básicos sobre a cidadania, dentre os quais podemos destacar, a responsabilidade
sobre direitos e deveres relativos à arrecadação de tributos, e quais suas implicações na
aplicação destes tributos, e como isto pode afetar a comunidade onde estes alunos estão
inseridos.
Dando um significado as aulas, exercitando ampliação das possibilidades de
intervenção, superando a dimensão meramente motriz por uma dimensão histórica, cultural,
social, rompendo assim com a idéia que o corpo restringe – se somente ao biológico e ao
mensurável, priorizando assim, a construção do conhecimento sistematizado como oportunidade
impar de reelaboração de ideias e praticas que identifiquem a compreensão do aluno sobre a
gama de conhecimento produzido pela humanidade e suas implicações para a vida;
Destacando a importância da dimensão social da Educação Física, possibilitando a
consolidação de um novo entendimento em relação ao movimento humano como expressão de
um novo entendimento em relação ao movimento humano como expressão da identidade
corporal. Como prática social e como uma forma do homem se relacionar como mundo.
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Considerando a disciplina de forma mais abrangente, propiciando uma educação
voltada para uma consciência critica, onde o trabalho, enquanto categoria, é um dos princípios
fundantes das reflexões acerca da disciplina de Educação Física dentro das Diretrizes
Curriculares;
Transcendendo aquilo que se apresenta como senso comum, desmistificando formas
já arraigadas e equivocadas sobre o entendimento das diversas práticas e manifestações
corporais, tendo como objetivo ultimo a modificação das suas relações sociais;
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A cultura corporal, objeto de estudo da educação física, deve ampliar a dimensão
motriz, enriquecendo os conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas,
sendo abordados em níveis de complexidade crescente.
Serão conteúdos estruturantes da Educação Básica da E.E. João Paulo II:
ESPORTES – origem dos diferentes esportes e sua mudança na história; o esporte
como fenômeno de massa, analisando a interferência da mídia sobre o mesmo; princípios
básicos dos esportes, táticas e regras; o sentido da competição esportiva, discutindo e refletindo
noções de ética nas competições esportivas; possibilidades dos esportes como atividade
corporal, como lazer, esporte de rendimento, condicionamento físico, assim como benefícios e
malefícios do mesmo à saúde ; elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos,
deslocamentos, passes, fintas, práticas esportivas: esportes com ou sem materiais e
equipamentos; analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico; organização de
festivais esportivos com elaboração de tabelas e súmulas de competições esportivas.
GINÁSTICA – origem da ginástica, até o surgimento da educação física e sua mudança
no tempo; diferentes tipos de ginástica; práticas ginásticas, pesquisar sobre a ginástica , cultura
da rua e cultura do circo: malabares, acrobacia, analise sobre o modismo relacionado a ginástica
e vivencia das técnicas especificas das ginásticas esportivas, analisando a interferência de
recursos ergogênicos, estimular a consciência corporal, aprendendo e vivenciando os
movimentos básicos da ginástica.
JOGOS E BRINCADEIRAS – abordar a origem histórica da dos jogos, brinquedos e
brincadeiras a construção coletiva de jogos e brincadeiras. Por que brincamos? Oficina de
construção de brinquedos. Brinquedos e brincadeiras tradicionais, brinquedos cantados, rodas e
cirandas. Diferentes manifestações e tipos de jogos, suas diferenças regionais. Jogos e
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brincadeiras com ou sem materiais. Diferenças entre jogo e esporte. Organização de festivais e
elaboração de estratégias de jogo. Organização e criação de gincanas , diferenciação dos jogos
cooperativos e competitivos.
DANÇA – recorte histórico da dança e suas diferentes manifestações, delimitando
tempos e espaços da dança, a dança e o teatro como possibilidades de manifestação corporal;
diferentes tipos de dança; analisando os elementos e técnicas da dança. Danças tradicionais e
folclóricas; desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas; mímica, imitação e
representação; expressão corporal com ou sem material. Criação e adaptação de coreografias,
organização de festivais de dança. Construção de instrumentos musicais.
LUTAS – Pesquisar a origem e os aspectos históricos das lutas, vivenciar atividades
com materiais alternativos relacionados as lutas, experimentar a vivencia de jogos de oposição,
jogos adaptados para aprender alguns movimentos característicos da luta. Organizar rodas de
capoeira apresentando e experimentando a musica e sua relação com a luta.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Serão conteúdos específicos da Educação Básica, em esporte: handebol, basquetebol,
futsal, voleibol, tênis de mesa, atletismo, futvolei.
Na Ginástica: ginástica geral, ginástica rítmica, ginástica circense.
Em Dança: danças folclóricas, danças criativas, danças circulares, danças de rua.
Em jogos e brincadeiras: jogos de tabuleiro, brincadeiras da cultura local, brincadeiras
tradicionais, cantadas e de roda, jogos cooperativos, jogos dramáticos, brincadeiras de rua/
populares.
Nas lutas: lutas de aproximação, lutas com instrumento mediador, capoeira.
Alem dos Elementos articuladores que são: corpo, ludicidade, saúde, mundo do
trabalho, desportivização, tática e técnica, lazer, diversidade étnico-racial, de gênero e de
pessoas com necessidades educacionais especiais e mídia.
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6º ANO
1º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E
BRINCADEIRAS
Jogos de Tabuleiro Ensinar a disposição e movimentação básica dos jogos de tabuleiros;
Jogos e Brincadeiras Populares
Possibilitar a vivência e confecção de brinquedos, jogos e brincadeiras com e sem materiais alternativos;
Brincadeiras e Cantigas de Roda
Possibilitar a vivência das brincadeiras e cantigas de roda; Fazer um resgate histórico das mesmas.
GINÁSTICA Ginástica Geral
Estudar a origem e histórico da ginástica e das diferentes manifestações; Construção e experimentação de materiais utilizados nas diferentes modalidades ginásticas; Estimular a ampliação da consciência corporal.
ESPORTE
Coletivos Handebol Voleibol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: Sua origem, sua evolução e seu contexto atual; Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
Individuais Atletismo
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS
E BRINCA-DEIRAS
Jogos Cooperativos
Abordar e discutir a origem e histórico dos jogos, brinquedos e brincadeiras. Possibilitar a vivência dos jogos cooperativos com e sem materiais alternativos;
ESPORTE
Coletivo Futsal
Basquetebol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
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ESPORTE Individual
Badminton
Pesquisar e discutir sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos deste esporte e possíveis adaptações às regras.
DANÇA
Dança Folclórica Dança de Rua Danças Criativas
Pesquisar e discutir a origem e histórico das danças; Contextualizar os diversos tipos de danças folclóricas; Conhecer sobre a origem e alguns significados( místicos, religiosos, entre outros) das diferentes danças; Vivenciar movimentos em que envolvam a expressão corporal e o ritmo.
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
ESPORTES
Coletivo Voleibol Futsal
Basquetebol Handebol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
Individual Xadrez
Tênis de Mesa
Vivenciar este esporte através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.
GINÁSTICA
Ginástica Rítmica
Ginástica Circense
Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, rolamentos, paradas de mão, roda); Construção e experimentação de materiais utilizados nas diferentes modalidades ginásticas; Pesquisar a cultura do circo;
LUTAS
Lutas de
aproximação Capoeira
Pesquisar a origem e histórico da capoeira; Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes.
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7º ANO
1º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E BRINCADEIRAS
Jogos de tabuleiro
Jogos
cooperativos
Reflexão e discussão a cerca da diferença entre jogo, brincadeira e esporte; Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos e suas diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno a cooperação – diferença entre cooperação e competição.
GINÁSTICA
Ginástica Circense
Ginástica Geral
Estudar os aspectos históricos e culturais da ginástica circense e geral; Aprender sobre as posturas e elementos ginásticos; Pesquisar e aprofundar os conhecimentos acerca da cultura circense. Vivenciar os movimentos específicos desta ginásticas; Entender e praticar o alongamento, o aquecimento e o relaxamento como elementos constitutivos das ginásticas.
ESPORTE
Coletivo Handebol Voleibol
Individuais Atletismo
Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos; Compreender, por meio de discussões que provoquem a reflexão, o sentido da competição esportiva;
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E BRINCA-DEIRAS
Jogos de tabuleiros
Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos de tabuleiro e suas diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno concentração e atenção as estratégias de cada jogo.
DANÇA
Dança folclóricas
Dança de rua
Dança Criativa
Danças Circulares
Recorte histórico de tempos e espaços, na dança; Experimentação de movimentos corporais rítmico/expressivos; Criação e adaptação de coreografias (rítmicas e expressivas); Vivenciar os mais diversos tipos de danças existentes. Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da dança.
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ESPORTE
Coletivo Basquetebol
Futsal
Individuais Badminton
Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos;
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
ESPORTES
Coletivo Voleibol Futsal
Basquetebol Handebol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
Individual Xadrez
Tênis de Mesa
Vivenciar este esporte através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.
GINÁSTICA
Ginástica Rítmica
Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, piruetas, rolamentos, equilíbrios, giros); Construção e experimentação de materiais utilizados na GR;
LUTAS
Lutas de
aproximação
Capoeira
Karatê
Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes. Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;
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8º ANO
1° TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E BRINCADEIRAS
Jogos dramáticos
Recorte histórico delimitando tempos e espaços, nos jogos; Festivais de mímica e expressão; Construção coletiva dos jogos;
GINÁSTICA
Ginástica Circense
Ginástica Geral
Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na ginástica. Noções de postura e elementos ginásticos. Origem da Ginástica com enfoque especifico nas diferentes modalidades, pensando suas mudanças ao longo dos anos. Manuseio dos materiais e vivência dos elementos da Ginástica Geral e Circense; Movimentos acrobáticos diversos.
ESPORTE
Coletivo Handebol Voleibol
Individuais Atletismo
Recorte histórico delimitando tempos e espaços, no esporte. Possibilidade do esporte como atividade corporal: lazer, esporte de rendimento, condicionamento físico; Esporte e mídia; Esporte: benefícios e malefícios; Pratica dos fundamentos das modalidades esportivas. Discutir e refletir sobre noções de ética nas competições esportivas. Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos; Compreender, por meio de discussões que provoquem a reflexão, o sentido da competição esportiva;
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E BRINCA-DEIRAS
Jogos cooperativos
Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos de cooperação e verificar as diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno a criação das mais diversas estratégias de jogo.
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DANÇA
Dança Criativa
Danças Circulares
Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na dança. Elementos e técnicas de dança Esquetes (são pequenas sequências cômicas). Vivenciar os mais diversos tipos de danças, dando ênfase aos movimentos criativos e ritmados.
ESPORTE
Coletivo Basquetebol
Futsal
Individuais Badminton
Radicais
Entender que as práticas esportivas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de lazer, como esporte de rendimento ou como aptidão física e saúde. Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes esportes. Reconhecer os aspectos positivos e negativos das práticas esportivas. Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos;
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
ESPORTES
Coletivo Voleibol Futsal
Basquetebol Handebol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
Individual Xadrez Tênis
de Mesa
Vivenciar estes esportes através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.
GINÁSTICA Ginástica Rítmica
Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, piruetas, rolamentos, equilíbrios, giros); Construção e experimentação de materiais utilizados na GR;
LUTAS
Lutas como instrumento mediador
Roda de capoeira Projeto e imobilização Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes. Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;
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9º ANO
1° TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
JOGOS E BRINCA-DEIRAS
Jogos dramáticos
Jogos
Cooperativos
Organização e criação de gincanas e RPG (RolePlaying Game, Jogo de Interpretação de Personagem), compreendendo que é um jogo de estratégia e imaginação, em que os alunos interpretam diferentes personagens, vivendo aventuras e superando desafios. Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes elementos: - Visão do jogo; - Objetivo; - O outro; - Relação; - Resultado; - Consequência; - Motivação.
GINÁSTICA
Ginástica Rítmica
Ginástica Geral
Noções de postura e elementos ginásticos. Manuseio dos materiais e vivência dos elementos da Ginástica Geral e Rítmica; Movimentos acrobáticos diversos. Origem da Ginástica: trajetória até o surgimento da Educação Física. Construção de coreografias. Análise sobre o modismo. Vivencia das técnicas especificas das ginásticas desportivas. Recursos ergo-gênicos (doping).
ESPORTE
Coletivo Handebol Voleibol
Individuais Atletismo
Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Organização de festivais esportivos Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. A pratica dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Súmulas, noções e preenchimento.
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2° TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
GINÁSTICA
Ginástica de Condicionamento Físico (academia)
Análise sobre o modismo. Vivência das ginásticas de academia (aeróbica, localizada, pilates...); Recursos ergo-gênicos (doping).
DANÇA
Dança Criativa
Danças Circulares
Reconhecer a importância das diferentes manifestações presentes nas danças e seu contexto histórico. Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros elementos presentes no forro, vanerão e nas danças africanas. Criar e vivenciar atividades de dança, nas quais sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas realizadas pelos alunos.
ESPORTE
Coletivo Basquetebol
Futsal
Individuais Badminton
Radicais
Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Organização de festivais esportivos Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. A pratica dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Súmulas, noções e preenchimento.
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
ESPORTES
Coletivo Voleibol Futsal
Basquetebol Handebol
Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.
Individual Xadrez Tênis
de Mesa
Vivenciar estes esportes através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.
LUTAS
Lutas como instrumento mediador
Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas de lutas e vivenciar algumas manifestações; Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, Taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;
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ENSINO MÉDIO
1º ANO
1º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Handebol
Voleibol
Individuais
Atletismo
Recorte histórico
Esporte de rendimento X qualidade de vida
Diferentes esportes no Contexto social, econômico e cultural.
Regras oficiais e sistemas táticos.
Ginástica Ginástica artística/
olímpica
Função social da ginástica.
Fundamentos da ginástica.
Jogos e Brincadeiras Jogos de tabuleiros
Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos
espaços e tempos de lazer.
Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Futsal
Basquetebol
Recorte histórico
Esporte de rendimento X qualidade de vida
Diferentes esportes no Contexto social, econômico e cultural.
Regras oficiais e sistemas táticos.
Dança Danças de salão Diversidade de culturas
Ritmo
Jogos e Brincadeiras Jogos cooperativos Recorte histórico delimitando tempo e espaço Diferença entre jogos cooperativos e competitivos
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Voleibol
Futsal
Basquetebol
Handebol
Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural
Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico
Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos
básicos
Esporte
Individual
Xadrez
Tênis de Mesa
Prática dos fundamentos dos esportes, movimentos básicos e
fundamentos
Lutas
Lutas com aproximação
Capoeira
Histórico da capoeira
Classificação, Estilos da capoeira
Jogo/luta/dança
Musicalização e ritmo
Ginga
Confecção de instrumentos
Movimentação
Roda
50
2º ANO
1º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Handebol
Voleibol
Individuais
Atletismo
Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.
Conhecimento popular X conhecimento científico sobre o
fenômeno esporte.
Esporte nos seus diferenciados aspectos:
Enquanto meio de Lazer.
Sua função social
Sua relação com a mídia Relação com a ciência
Doping e recursos ergogênicos
Esporte alto rendimento.
Ginástica Ginástica de
academia
Ginástica, sedentarismo e qualidade de vida.
Relação da ginástica com:
Tecido muscular,
Resistência muscular,
Diferença entre resistência e força;
Tipo de força;
frequência cardíaca
Fontes energéticas,
fonte metabólica,
gasto energético,
composição do corporal,
desvios posturais,
LER, DORT.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiros
Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos
espaços e tempos de lazer.
Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
51
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Futsal
Basquetebol
Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.
Conhecimento popular X conhecimento científico sobre o
fenômeno esporte.
Esporte nos seus diferenciados aspectos:
Enquanto meio de Lazer.
Sua função sócial
Sua relação com a mídia
Relação com a ciência.
Doping e recursos ergogênicos
Esporte alto rendimento
Dança Danças de rua
Ritmo
Interpretação e criação coreográfica.
Apropriação da dança pela indústria cultural e questões de
gênero
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Voleibol
Futsal
Basquetebol
Handebol
Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural
Analise dos diferentes esportes no contexto social e
econômico
Atividades desportivas e aplicação de suas regras e
fundamentos básicos
Individual
Xadrez
Tênis
de Mesa
Prática dos fundamentos dos esportes, seus movimentos
básicos e seus fundamentos
Lutas
Lutas com
aproximação
Lutas como
instrumento
mediador
Histórico, filosofia e características das diferentes artes
marciais
Técnicas, táticas/estratégias
Apropriação da luta pela indústria cultural
Lutas X artes marciais
52
3º ANO
1º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Handebol
Voleibol
Individuais
Atletismo
Nutrição, saúde e prática esportiva.
Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.
Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos
básicos e sistema de jogos
Ginástica Ginástica de
academia
Testes físicos
Planejamento de treinos
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
cooperativos
Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos
espaços e tempos de lazer.
Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
2º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Futsal
Basquetebol
Nutrição, saúde e prática esportiva.
Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.
Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos
básicos e sistema de jogos
Dança Danças de
folclórica
Ritmo, interpretação e criação coreográfica.
Apropriação da dança pela indústria cultural e questões de gênero
3º TRIMESTRE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDO
ESPECÍFICO
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esporte
Coletivo
Voleibol
Futsal
Basquetebol
Handebol
Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico
Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos
básicos
Individual
Xadrez
Tênis de Mesa
Prática dos fundamentos dos esportes, seus movimentos básicos e
seus fundamentos
Lutas
Lutas com
aproximação
Lutas como
instrumento
mediador
Histórico, filosofia e características das diferentes artes marciais
Técnicas, táticas/estratégias
Apropriação da luta pela indústria cultural
Lutas X artes marciais
53
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O encaminhamento metodológico demonstra o alargamento da compreensão das
práticas corporais na escola, reorientando as formas de conceber o papel da Educação Física na
formação do aluno, identificando as múltiplas possibilidades de intervenção sobre a
corporalidade que surgem no cotidiano de cada escola.
Apresentamos a cultura corporal como concepção orientadora da Educação Física por
meio de praticas corporais, pretendendo seja no esporte, dança, ginástica, jogos, brincadeiras, ir
além da dimensão motriz levando em conta as experiências manifestadas pelo corpo os quais
permeiam estas práticas, ou seja, manifestam - se expressões de alegria, raiva, dor, violência,
preconceito, sexualidade, dentre outras, quem tem sentido amplo no corpo e são historicamente
produzidos. Ao professor cabe, compreender – se como intelectual responsável pela organização
e sistematização destas práticas corporais que possibilitam a comunicação e o dialogo com as
diferentes culturas.
Para tanto, a Educação Física deve articular o trabalho com todos os envolvidos no
processo de escolarização com o intuito de repensar e reestruturar rituais, regras, valores,
tempos e espaços que compõe o trabalho pedagógico a abrangem a educação do corpo na
escola. Reorganizar as diversas práticas pedagógicas por intermédio de uma interação entre os
sujeitos.
O trabalho docente será balizado por uma intencionalidade que pretenda repensar o
papel do professor e da Educação Física ao longo da escolarização, desmistificando formas
naturalizadas de compreender a função social. Ainda, o professor será o articulador do
conhecimento e não o detentor de uma verdade única.
O professor deverá estar atento às peculiaridades que envolvem a cultura corporal,
nem resumir a educação do corpo a pratica de atividades físicas descontextualizadas, mas sim,
entendê-la como uma dimensão complexa e abrangente.
Para o ensino fundamental, o professor pode apresentar aos alunos os diversos
conteúdos estruturantes, levando em consideração aquilo que o aluno traz como referência do
conteúdo proposto, de acordo com sua cultura local, verificando as possibilidades de
apropriação e recriação dos conteúdos trabalhados.
54
AVALIAÇÃO
A avaliação deve estar em concordância com o PPP da escola, tendo coerência com a
LDB, DCEs e regimento escolar e não deve servir apenas para classificar alunos em aprovados
e reprovados, deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o conjunto
de ações pedagógicas e não como elemento externo a este processo. A avaliação deve priorizar
a qualidade e o processo de ensino aprendizagem.
Para proceder a avaliação da aprendizagem, de maneira clara e consciente, e
entendê-la como processo continuo e sistemático.
A avaliação será diagnóstica, continua e progressiva, avaliando-se a participação do
educando nas atividades e em todas as suas etapas, a colaboração, a presteza, o respeito, a
higiene, o conhecimento adquirido, a capacidade de resolução de problemas propostos, a
iniciativa e o domínio dos conteúdos.
Serão instrumentos de avaliação a participação em aulas praticas e teóricas, o domínio
das formas escritas, avaliações teóricas e praticas dos conteúdos, trabalhos de pesquisa,
elaboração de trabalhos de pesquisa, apresentação de temas pesquisados. Outra sugestão para
se concretizar uma avaliação critica em Educação Física, é a organização, realização e
participação de atividades extracurriculares, tais como festivais, jogos inter séries, cuja finalidade
é demonstrar a apreensão dos conhecimentos e como estes se aplicam numa situação real de
atividade que demonstre a capacidade de liberdade e autonomia dos alunos.
A recuperação paralela dar-se-á concomitantemente ao desenrolar das aulas, e será
substitutiva, permitindo que os alunos com dificuldades em determinados conteúdos, possam
estar revendo os mesmos, estudando-os, buscando uma melhor forma de assimilação e
participando novamente do processo avaliativo para que se faça novamente o diagnostico do
que foi apreendido, e se necessário, retomar o ponto novamente, como forma de fortalecer e
consolidar o processo de ensino e aprendizagem.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPARROZ, Francisco Eduardo (org). Educação Física Escolar: política, investigação e
intervenção. Vitória: Proteoria, 2001.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
________(org). Dossiê corporeidade e educação. Educar em revista. Curitiba, nº 16, 2000.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
SOARES, Carmem Lúcia. Educação física escolar conhecimento e especificidade. São Paulo:
Revista Paulista de Educação Física, suplemento 2, nº 2, 1196.
TABORDA DE OLIVEIRA, Marcus Aurélio. Existe espaço para o ensino da educação física na
escola básica? Pensar a prática. Goiânia, 1998.
VAGO, Tarcísio Mauro. Educação Física Escolar: temos o que ensinar? Revista Paulista de
Educação Física, São Paulo, supl. Nº 1, p. 20-24, 1995.
VAZ, Alexandre Fernandez, SAYÂO, Deborah Thomé, PINTO, Fábio Machado. Educação do
corpo e formação de professores: reflexão sobre a prática de ensino de Educação Física.
Florianópolis: editora da UFSC, 2002.
56
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Há muito tempo a disciplina de Ensino Religioso participa dos currículos escolares no
Brasil e, em cada período histórico, assumiu diferentes características pedagógicas e legais.
No contexto do Brasil Colônia a primeira forma de inclusão dos temas religiosos na
educação brasileira, que se perpetuou até a Constituição da República em 1891, pode ser
identificada nas atividades de evangelização promovidas pela Companhia de Jesus e outras
instituições religiosas de confissão católica.
Com o advento da República, contudo, e do ideal positivista de separação entre Estado
e Igreja, todas as instituições e assuntos de ordem pública e, consequentemente, a educação do
povo foram incumbidos da tarefa de se reestruturar de acordo com o critério de laicidade
interpretada no sentido de neutralidade religiosa.
Em 1934, o Estado Novo introduziu a disciplina de Ensino Religioso nos currículos da
educação pública, procurando salvaguardar o direito individual de liberdade de credo. Para
atender tanto as demandas republicanas quanto as demandas confessionais, o governo
apresentou, em forma de lei, uma proposta de ensino da temática religiosa que, por um lado,
garantisse a existência de uma disciplina desse teor na educação pública e que, por outro lado,
mantivesse um caráter facultativo para os estudantes não católicos .
Com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos ocorrida em
1948, reafirmou-se o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. No Brasil esse
posicionamento só foi assumido em meados da década de 60, quando o aspecto confessional
do Ensino Religioso foi suprimido do inciso IV do artigo 168 da Constituição de 1967: “o ensino
religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas oficiais
de primário e médio”. Foi aberta, então, a possibilidade de reelaboração da disciplina em função
de uma perspectiva aconfessional de ensino.
Prova desse fato pode ser encontrada no item Disposições Gerais e Transitórias,
constante na LDB 4.024/61, que mantinha em seu artigo 97 o caráter facultativo da disciplina e
afirmava que o Ensino Religioso não poderia acarretar ônus aos poderes públicos. Sobre o
provimento dos professores, estabeleceu a criação de um cadastro de docentes e um registro de
profissionais que atuariam nas aulas de Ensino Religioso. Tal cadastro deveria ser feito perante
às autoridades das respectivas tradições religiosas. Embora o Ensino Religioso fosse parte da
57
formação pública, a responsabilidade pelos docentes não competia ao Estado.
A perda do aspecto confessional rompeu com o modelo de ensino dos assuntos
religiosos, vigente desde as primeiras formas de consideração da religião na educação brasileira,
e impôs aos profissionais responsáveis pela disciplina de Ensino Religioso a tarefa de repensar a
fundamentação teórica sobre a qual se apoiar, os conteúdos a serem trabalhados em sala, a
metodologia a ser utilizada no ensino, etc. Surgiram, desde então, dos mais diversos setores da
sociedade civil, propostas pedagógicas que pretendiam, cada uma delas, encerrar a melhor
maneira de se planejar o Ensino Religioso laico previsto nas leis supracitadas. O documento que
o leitor tem em mãos é uma dessas propostas.
Para viabilizar a proposta de Ensino Religioso no Paraná, a Associação
Interconfessional de Curitiba (Assintec), formada por um grupo de caráter ecumênico,
preocupou-se com a elaboração de material pedagógico e cursos de formação continuada. O
resultado desse trabalho foi o Programa Nacional de Tele Educação (Prontel), elaborado em
1972, que propôs a instituição do Ensino Religioso radiofonizado nas escolas municipais. A
Secretaria de Estado da Educação (SEED) e a Prefeitura Municipal de Curitiba aceitaram o
Prontel, com parecer favorável do Conselho Estadual de Educação.
No ano de 1987 teve início o curso de Especialização em Pedagogia Religiosa, com
carga horária de 360 h/a, numa parceria da SEED, Assintec e PUC/PR, voltado à formação de
professores interessados em ministrar aulas de Ensino Religioso.
Durante o desenvolvimento do curso, ficou evidenciada a preocupação com a
formação do professor para a pluralidade religiosa, ainda que, por conta da concepção de Ensino
Religioso que vigorava na época, prevalecessem atividades marcadas por celebrações e
vivências de valores.
As discussões iniciadas durante a Constituinte foram intensificadas com a promulgação
da Constituição Federal, em 1988, por meio da organização de um movimento nacional, que
buscou garantir o Ensino Religioso como disciplina escolar. A emenda constitucional para o
Ensino Religioso foi a segunda maior emenda popular que deu entrada na Assembléia
Constituinte e contou com 78 mil assinaturas. Assim, na década de 1980, no processo de
redemocratização do país, as tradições religiosas asseguraram o direito à liberdade de culto e de
expressão religiosa.
As discussões nacionais a respeito do Ensino Religioso não se esvaziaram após a
promulgação da nova Constituição Federal. O passo seguinte foi elaborar uma concepção do
Ensino Religioso que legitimasse a perspectiva deste componente curricular, para superar o
58
caráter proselitista que marcou a disciplina historicamente, conforme ficou expresso na LDBEN
9.394/96:
Art. 33 – O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. §1o – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão de professores. §2o – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.
Cumpre destacar que, desde 1995, os debates instaurados pelo Fonaper (Fórum
Nacional Permanente do Ensino Religioso), constituído por um grupo de educadores
ligados às escolas, às entidades religiosas, às universidades e às Secretarias de
Educação, permitem rever aspectos relativos ao Ensino Religioso, em que se destaca a
diversidade cultural e religiosa brasileira, e buscam encaminhamentos para uma nova forma
curricular desta disciplina.
Somente a partir das discussões da LDBEN 9.394/96, incentivadas pela sociedade civil
organizada, o Ensino Religioso passou a ser compreendido como disciplina escolar. Em
decorrência desse processo, sua instituição nas escolas públicas do país foi regulamentada.
O Conselho Estadual de Educação do Paraná, em 2002, aprovou a Deliberação 03/02,
que regulamentou o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Sistema Estadual de Ensino do
Paraná. Com a aprovação dessa deliberação, a SEED elaborou a Instrução Conjunta n. 001/02
do DEF/SEED, que estabeleceu as normas para esta disciplina na Rede Pública Estadual. No
início da gestão 2003-2006, o Estado retomou a responsabilidade sobre a oferta e organização
curricular da disciplina no que se refere à composição do corpo docente dos conteúdos da
metodologia, da avaliação e da formação continuada de professores.
Entre os notáveis avanços obtidos a partir dessa deliberação, destacam-se:
O repensar do objeto de estudo da disciplina;
O compromisso com a formação continuada dos docentes;
A consideração da diversidade religiosa no Estado frente à superação das
tradicionais aulas de religião;
A necessidade do diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes leituras do
59
Sagrado na sociedade;
O ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das diferentes
manifestações culturais e religiosas.
Nessa perspectiva, a SEED sustentou um longo processo de discussão que resultou,
em fevereiro de 2006, na primeira versão das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para a
Educação Básica. De acordo com o princípio de abertura constante a novas ideias, esse
documento foi continuamente submetido a discussões e a apreciação por parte dos professores
da Rede Pública Estadual de Ensino, dos representantes dos Núcleos Regionais de Educação
para os assuntos pedagógicos e, também, dos professores do Ensino Superior interessados na
questão do Ensino Religioso. O resultado final, mas não conclusivo, deste processo é a proposta
de implementação de um Ensino Religioso laico e de forte caráter escolar que será apresentada
nas páginas seguintes.
A disciplina de Ensino Religioso tem como objeto de estudo, o Sagrado.
Etimologicamente, o termo Sagrado se origina do termo latino sacrátus e do ato de sagrar. Como
adjetivo, refere-se ao atributo de algo venerável, sublime, inviolável e puro. Assim, o Sagrado
remete sempre a algo que lhe sirva de suporte. Portanto, algo ou alguém que foi consagrado
está ligado invariavelmente ao campo religioso.
O espaço e o sentido do Sagrado, não se constituem, no entendimento das Diretrizes,
como um a priori. Ao contrário, no contexto da educação laica e republicana, as interpretações e
as experiências do Sagrado devem ser compreendidas racionalmente como resultado de
representações construídas historicamente no âmbito das diversas culturas e das tradições
religiosas e filosóficas. Não se trata, portanto, de viver a experiência religiosa ou a experiência
do Sagrado, tampouco de aceitar tradições, ethos, conceitos, sem maiores considerações, trata-
se antes, de estudá-las para compreendê-las, de problematizá-las
O Ensino Religioso é de matricula facultativa e parte integrante da formação básica do
cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas da Educação Básica,
assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedada qualquer forma de
proselitismo. (Lei 9475/97 art. 33 da LDBN/96).
A disciplina de E.R. busca expressar a necessidade de reflexão em torno dos modelos
de ensino e dos processos de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que
exigem a compreensão ampla da diversidade cultural posta como também no âmbito religioso,
no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente
da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que
60
marcam a humanidade.
É necessário que o E. R. adquira status de disciplina, a partir da definição de seus
conteúdos escolares da produção de referencias didático-pedagógicas e científicas bem como a
formação dos professores para que dela surja a contribuição na unidade da construção do
planeta.
Fazem parte do foco de trabalho de E R conteúdos que tratam da diversidade de
manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vistas
as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas.
Alguns fatores ajudam a entender o enfoque do E R. O primeiro atribuindo à
pluralidade social, num estado não confessional, laico e que garante, pela constituição, a
liberdade religiosa.
Outro diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento, devido às
profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia da educação e da comunicação,
alem da globalização dos meios de comunicação que atinge todos os domínios da vida humana,
repercutindo também nas manifestações religiosas, nas crenças e na própria forma de interpretar
o sagrado.
Destaca-se ainda, que as chamadas tecnologias da comunicação aliadas aos estudos
relativos à aprendizagem, tem aplicados as possibilidades de compreensão dos processos de
apropriação de novos saberes ao longo da vida, condição para a vida em sociedade, marcada
pelas exigências do capitalismo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
O E. R. assim como as demais áreas do conhecimento que compõem esta disciplina
contribuem para o desenvolvimento do sujeito. A LDB tem como meios básicos o pleno domínio
da leitura, da escrita e do cálculo, assim como a compreensão do ambiente natural e social do
sistema político da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade,
também do desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição do
conhecimento, habilidades e a formação de atitudes e valores.
São conteúdos estruturantes:
O trabalho pedagógico da disciplina de Ensino Religioso será organizado a partir de
seus conteúdos estruturantes. Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de
grande amplitude que envolvem conceitos, teorias e práticas de uma disciplina escolar,
61
identificam e organizam seus campos de estudos e se vinculam ao seu objeto de estudo.
Para a disciplina de Ensino Religioso, três são os conteúdos estruturantes, a saber:
Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado.
- Paisagem Religiosa: se refere à fenomênica do sagrado, a qual é aprendida
através dos sentidos. Refere-se à exterioridade do sagrado e sua concretude, ou seja, os
espaços sagrados.
- Universo Simbólico Religioso: apreensão conceitual da razão, onde concebe-se o
sagrado pelos seus predicados e se reconhece a sua lógica simbólica. Sendo assim, entende-se
como sistema simbólico e projeção cultural.
- Texto Sagrado: é a tradição e a natureza do sagrado enquanto fenômeno, pode ser
manifestado de forma material ou imaterial. Neste sentido é reconhecido através das Escrituras
Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.
Tais conteúdos não devem ser abordados isoladamente, pois são referências que se
relacionam intensamente, contribuem para a compreensão do objeto de estudo e orientam a
definição dos conteúdos básicos e específicos de cada série.
A relação do objeto de estudo com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada
conforme o seguinte esquema:
Conteúdos Específicos
6º ano: 7º ano:
Organizações Religiosas
Lugares Sagrados
Textos Sagrados Orais ou Escritos
Símbolos Religiosos
Temporalidade Sagrada
Festas Religiosas
Ritos
Vida e Morte
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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Com o estabelecido de que o Sagrado é o objeto de estudo do Ensino Religioso
seus objetivos são a compreensão, o conhecimento e o respeito das expressões religiosas
advindas de culturas diferentes, inclusive das que não se organizam em instituições, e suas
elaborações sobre o fenômeno religioso. Além disso, proporcionar aos alunos a oportunidade de
identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes
manifestações religiosas presentes na sociedade de tal forma que amplie sua própria cultura em
que estão inseridos;
Refletir e entender como os grupos sociais se constitui culturalmente e como se
relacionam com o sagrado;
Ampliar a abordagem no que se refere a diversidade religiosa tendo como objeto de
estudo o Sagrado e como foco do Fenômeno Religioso como algo que está presente em todas
as manifestações religiosas e como cerne da experiência religiosa do cotidiano que o
contextualiza no universo cultural.
O processo de ensino aprendizagem defendido pelo E. R. visa a construção/ produção
do conhecimento e que, por consequência, se caracteriza por uma metodologia de promoção do
debate da hipótese divergente, da dúvida, do confronto de idéias, de informações discordantes,
da pesquisa e também da exposição competente de conteúdos formalizados.
Este processo tem como premissa o aluno como sujeito social do conhecimento
científico que interage com os conteúdos, objeto social do conhecimento, tendo o professor
como mediador social do conhecimento científico.
A forma de apresentação dos conteúdos específicos, explicita a intenção de partir de
abordagens de manifestações religiosas ou expressões do sagrado mais comuns que já fazem
parte do universo cultural da comunidade, para posteriormente inserir os conteúdos que tratam
de manifestações religiosas desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos.
Os conteúdos de E.R. não tem o compromisso de legitimar manifestações do sagrado
em detrimento de outra, uma vez que a escola não é um espaço de doutrinação, evangelização,
de expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações.
Ao adotar uma abordagem pedagógica e não religiosa dos conteúdos, o professor
estabelecerá uma relação com os conhecimentos que compõem o universo sagrado das
manifestações religiosas como construção histórico-social, agregando-se ao patrimônio cultural
da humanidade. Não estará, portanto, propondo que se faça juízo desta ou daquela prática
63
religiosa.
É preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e a opção religiosa do
educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos conteúdos valorizarão aspectos
reconhecidos como pertinentes ao universo do Sagrado e da diversidade sociocultural.
Portanto, para a efetividade do processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso,
propõe-se que seja destacado o conhecimento das bases teóricas que compõem o universo das
diferentes culturas, nas quais se firmam o Sagrado e suas expressões coletivas.
AVALIAÇÃO
Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é necessário estabelecer os
instrumentos e definir os critérios que explicitem o quanto o aluno se apropriou do conteúdo
específico da disciplina e foi capaz de relacioná-lo com as outras disciplinas. A avaliação pode
revelar também em que medida a prática pedagógica, baseada no pressuposto do respeito à
diversidade cultural e religiosa, contribui para a transformação social.
A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo professor em
diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas sugestões que podem ser tomadas
como amplos critérios de avaliação no Ensino Religioso:
• o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções
religiosas diferentes da sua?
• o aluno aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé?
• o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de
cada grupo social?
• o aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do
Sagrado?
A avaliação é um elemento integrante do processo educativo na disciplina do Ensino
Religioso. Cabe, então, ao professor implementar práticas avaliativas e construir instrumentos de
avaliação que permitam acompanhar e registrar o processo de apropriação de conhecimentos
pelo aluno em articulação com a intencionalidade do ensino explicitada no Plano de Trabalho
Docente. O que se busca, em última instância, com o processo avaliativo é identificar em que
medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do
Sagrado pelos alunos.
Diante da sistematização dos resultados da avaliação, o professor terá elementos para
64
planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico, bem como para retomar as
lacunas identificadas na aprendizagem do aluno. Terá também elementos indicativos dos níveis
de aprofundamento a serem adotados em conteúdos que desenvolverá a posteriori e da possível
necessidade de reorganização do trabalho com o objeto de estudo e os conteúdos estruturantes.
Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem aprovação ou
reprovação do aluno, recomenda-se que o professor registre o processo avaliativo por meio de
instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis a identificação
dos progressos obtidos na disciplina.
A avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do conteúdo, como
resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de concepção da realidade
social e, como, enfim, ampliou o seu conhecimento em torno do objeto de estudo do Ensino
Religioso, o Sagrado, sua complexidade, pluralidade, amplitude e profundidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: Ed. Scipione, 1994.
DECLARAÇÃO universal dos direitos humanos. (http://www. mj.gov.br/ sedh/dpdh/gpdh /
ddh_bib_inter_universal.html)
ELIADE, Mircea. O sagrado e o Profano. A essência das Religiões. São Paulo. Ed. Paulinas,
1989.
_____. Tratado de História das Religiões. trad N. Nunes & F. Tomaz, Lisboa: Cosmos, 1977.
FEUERBACH, L. A essência do Cristianismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.
MACEDO, Carmem Cinira. Imagem do Eterno: Religiões no Brasil. São Paulo: Ed. Moderna
Ltda, 1989.
OTTO, R. O sagrado. Lisboa: Edições 70,1992.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso
para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1991.
WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Tradução José Marcos Mariani
de Macedo. São Paulo: Cia. das Letras, 2004.
65
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Constituiu-se como forma de pensamento a mais de 2600 anos, a Filosofia tem sua
origem na Grécia Antiga, traz consigo o problema de seu ensino a partir do embate entre o
pensamento de Platão e as Teorias dos Sofistas, naquele momento, tratava-se de compreender
a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. (DCE, 2009)
No Brasil a disciplina de Filosofia sempre esteve inserida nos conteúdos escolares
desde o início da colonização, num primeiro momento sob o domínio dos jesuítas, como
instrumento de formação moral e intelectual da Igreja Católica. Num segundo momento, sob o
domínio do Estado brasileiro, que se manifestou na forma de Monarquia, República oligárquica,
Populismo e Ditadura, não chegando a caracterizar um movimento de crítica aos elementos da
sociedade e da política brasileira. Por último, a partir da década de 80 houve a retomada da
discussão sobre o papel da Filosofia como disciplina curricular no Ensino Médio que, por meio
de um movimento que possuia articulações políticas, defendeu a retomada do espaço da
Filosofia nos currículos escolares, contestando, desse modo, o tecnicismo na educação.
Essa discussão também enfatizou a função pedagógica da Filosofia, principalmente no
que se refere ao exercício da cidadania. No entanto, no governo ditatorial esta disciplina foi
banida das escolas. Nas épocas que se seguiram, seu valor também não foi reconhecido,
porque numa sociedade pragmática se valoriza somente o que traz resultados imediatos. A
tendência tecnicista enfatizou apenas o treinamento para o mercado de trabalho, colocando
numa posição subalterna no currículo escolar as disciplinas das áreas humanas.
A Filosofia, como disciplina curricular, deve manter e alimentar os elementos que lhe
são característicos desde a sua origem: o pensamento crítico, a resistência ao autoritarismo e
ao dogmatismo e a criação de conceitos. Por isso, ela tem uma dimensão política que deve
ultrapassar o espaço escolar, que é a tomada de consciência do ser humano para que o
individuo tenha conhecimentos reais de suas atitudes e do papel dos indivíduos como cidadãos
numa sociedade democrática. É justamente esse o papel da filosofia enquanto disciplina
curricular no Ensino Médio.
Mesmo sendo disciplina curricular, ela apresenta algumas peculiaridades, não sendo
um conhecimento fechado, pronto e acabado, mas um conhecimento sempre aberto a novas
possibilidades, em questionamento, para se buscar explicações mais racionais e mais
66
fundamentadas que se aproximem do que seja o conhecimento verdadeiro, não como verdades
absolutas e imutáveis.
A Filosofia tem como objetivo questionar a realidade social instituída através de
dogmas, crenças, mitos e outros conceitos. Tem o objetivo de através de questionamentos,
diálogos chegar a uma melhor explicação possível para determinados assuntos ou para
determinadas situações. Esta disciplina tem como objetivo fazer com que o ser humano tenha
uma visão critica do mundo que o cerca, pensando melhor a realidade e podendo assim dar um
direcionamento melhor para sua vida e agir de maneira consciente com os seus pares, através
da produção de conceitos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
1º ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
MITO E FILOSOFIA
Saber mítico; Saber filosófico; Relação entre Mito e Filosofia; Atualidade do Mito; O que é Filosofia?
TEORIA DO CONHECIMENTO
Possibilidade do conhecimento; As formas de conhecimento; O problema da verdade; A questão do método; Conhecimento e lógica.
2º ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
ÉTICA
Ética e moral; Pluralidade e concepções éticas; Ética e violência; Razão, desejo e vontade; Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.
FILOSOFIA POLÍTICA
Relações entre comunidade e poder; Liberdade e igualdade política; Política e ideologia; Esfera pública e privada; Cidadania formal e/ou participativa.
67
3º ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Concepções de ciência; A questão do método científico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia; Ciência e ética.
ESTÉTICA
Natureza da arte; Filosofia e arte; Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, etc.; Estética e sociedade
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A filosofia deve ser trabalhada como forma capaz de superar o caráter fragmentado do
senso comum, a parcialidade do método positivo possibilitando uma visão crítica da realidade,
que permita uma ação transformadora, levando-se em conta o homem que se quer formar e o
tipo de estrutura social que o determina, trazendo respostas ao obscurantismo das relações
simples e mágicas.
Deste modo o trabalho em sala de aula realizar-se-á através de aulas expositivas,
trabalhos em grupos, pesquisas, exposição oral com a participação dos alunos e
questionamentos que levem o aluno a refletir sobre a sua realidade social, sempre com o
encaminhamento, acompanhamento e avaliação do professor para que se façam as devidas
intervenções pedagógicas, quando necessárias.
Leitura, análise e discussão de textos filosóficos clássicos ou contemporâneos no
sentido de proporcionar a confrontação das suposições e conceitos produzidos individual e
coletivamente.
Os métodos aplicados para a exposição dessa disciplina devem ser mais variáveis
possíveis, mas ao mesmo tempo tem que se levar em conta o meio em que o aluno está
inserido. Para isso acontecer de um modo proveitoso é preciso fazer com que o aluno saiba a
importância desta matéria e como a mesma poderá ajudá-Io em sua vida. Somente após
compreender a importância da filosofia, os métodos com que essa matéria pode ser aplicada é
que ele vai ter condições de relacioná-la com o seu cotidiano.
Levando em conta as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares, todos os
conteúdos serão trabalhados em quatro momentos, os quais podem acontecer de modo
68
separado ou concomitante, dependendo das características peculiares de cada conteúdo. São
eles:
Mobilização para o conhecimento;
Problematização;
Investigação;
Criação de conceitos.
AVALIAÇÃO
Como a metodologia de trabalho privilegiará uma ação mais participativa, valorizando
a criatividade dos alunos, seus conhecimentos e experiências, a avaliação terá um significado
dialético e será um instrumento de observação e diagnóstico (permanente e contínuo) desse
processo dinâmico e não linear de construção do conhecimento.
A avaliação será um meio para repensar as práticas pedagógicas, as necessidades
de retomada dos conteúdos, tendo a finalidade de dar suporte e subsídios para o professor
repensar e redimensionar o processo de ensino-aprendizagem, garantindo, que o aluno
aprenda e domine os conhecimentos básicos que fazem parte do currículo da disciplina e que
o trabalho educativo seja reorganizado por meio de uma intervenção consciente sobre as
dificuldades dos alunos. Pelas características peculiares da disciplina de Filosofia, a
avaliação será feita por meio dos seguintes critérios:
Coerência e clareza das idéias desenvolvidas pelos alunos;
Capacidade de argumentação, raciocínio lógico e crítico dos alunos, por
meio de atividades orais e/ou escritas;
Fundamentação teórica e crítica dos conceitos e assuntos trabalhados.
É importante lembrar que a própria natureza da avaliação em Filosofia já possui
inerente o pressuposto de que o aluno sempre terá a oportunidade de retomar por meio de
atividades diferenciadas aqueles assuntos e conteúdos que não tenha atingido os objetivos
propostos, garantindo sistematicamente a recuperação paralela.
69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São
Paulo: Moderna, 1998.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Filosofia para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
VÁRIOS AUTORES. Filosofia: ensino médio. Curitiba: SEED – PR, 2008.
70
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Física tem como objeto de estudo o universo, em toda sua complexidade. Por isso a
disciplina de Física propõe o estudo da natureza, não a natureza propriamente dita, mas
modelos de elaborações humanas, que tentam explicar determinados fenômenos.
O olhar sobre a natureza tem origem em tempos remotos, provavelmente no período
paleolítico, na tentativa humana de resolver seus problemas cotidianos e garantir a subsistência.
Assim, a astronomia é, talvez, a mais antiga das ciências, tendo encontrado sua racionalidade
pelo interesse dos gregos em explicar as variações cíclicas no céu. É o início do estudo dos
movimentos.
Muitos foram os estudos e contribuições, mas a História da Física nos mostra que até o
renascimento a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à Geometria Euclidiana, a
Astronomia geocêntrica de Ptolomeu e a Física de Aristóteles.
Na idade média, a igreja tornou-se mais poderosa, sendo que o conhecimento do
universo foi associado a Deus e oficializado pela Igreja Católica que o transforma em dogmas
que não eram questionados.
As navegações e a ampliação da sociedade comercial favoreceram mudanças
econômicas, políticas e culturais, e contribuiu para a queda do poder, abrindo caminho para as
revoluções industriais do séc. XVII e, para que a ciência se desenvolvesse.
Nesse contexto, a Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por Galileu Galilei,
no séc. XVI, com uma nova forma de conceber o universo, através da descrição matemática dos
fenômenos físicos, partindo do particular para o geral, tornando possível a construção de leis
universais.
Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente muitos anônimos, ao instituírem o método
científico retiram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e iniciam a era
moderna, abrindo caminho para que Isaac Newton fizesse a primeira grande unificação da
ciência elevando a Física, no séc. XVII, ao status de Ciência.
A nova Ciência, que vem a partir de Newton e seus sucessores, carregam a idéia de que
o universo se comporta com uma regularidade mecânica e esta alicerçada em dois pilares: a
Matemática, como linguagem para expressar leis, idéias e elaborar modelos para descrever
fenômenos físicos e a Experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar ou
71
confirmar idéias de testar novos modelos.
Com a evolução do contexto social e econômico o avanço do conhecimento físico evolui,
estabelecendo as Leis da Termodinâmica e o calor passa a ser entendido como forma de energia
relacionada ao movimento.
Com a Revolução Industrial, a burguesia passa a levantar a bandeira da educação
gratuita para todos, onde os estados passam a ser responsáveis pela educação dos
trabalhadores marcando o surgimento da Instituição escola tal qual conhecemos hoje, porém
uma escola que não é para todos.
Nessa época, com a vinda da família real ao Brasil o ensino de Física é trazido para o
nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local, formando engenheiros e
médicos, ou seja, os dirigentes do país. Portanto, não era para todos, visto que esse
conhecimento não fazia parte da grade curricular das escolas primárias ou profissionais que as
classes populares frequentavam.
Os materiais didáticos utilizados eram traduções europeias até meados do séc. XX,
quando começam a ocorrer contribuições nacionais com a criação da USP.
No cenário mundial, o inicio do séc. XX é marcado por uma revolução no campo da
pesquisa da Física. Em 1905, Einstein propõe a Teoria da Relatividade Especial ao perceber que
as equações de Maxwell não obedeciam as regras de mudança de referencial da teoria
newtoniana. A decidir pela preservação da teoria, altera os fundamentos da Mecânica,
apresentando uma nova visão do espaço e do tempo.
No período entre guerras, vários cientistas se transferiram para outros países onde
pudessem desenvolver suas pesquisas. Graças a isso, em 1934, surgiu o curso de “Sciencias
Phisicas”, junto a USP para formar bacharéis e licenciados em Física, permitindo ao país que a
pesquisa e a construção de novos conhecimentos começassem efetivamente.
O final da segunda Guerra Mundial marca uma euforia no ensino de Ciências,
provocando mudanças no currículo da disciplina. Surge então a primeira Instituição Brasileira de
Educação, Ciência e Cultura (IBECC) que tinha como papel construir material para laboratório,
livros didáticos e paradidáticos.
A intensificação do processo de industrialização do Brasil, a partir de 1950, a Física
tornou-se parte dos currículos de ensino médio, pois às elites creditavam à ciência progresso e
poder, ou o segredo da tecnologia ocidental.
Portanto, o ensino da Física sempre oscilou entre a formação dos professores e a
produção de materiais, esse último prevalecendo, sendo o livro didático o ditador sobre o
72
trabalho dos professores.
Os projetos desenvolvidos no país influenciaram e inspiraram mudanças nos projetos
curriculares, tanto na educação geral como no nível pré-universitário. Eles também contribuíram
para formar grupos temporários de professores e cientistas, normalmente de instituições de
pesquisas, para preparação de materiais visando a melhoria das disciplinas científicas, origem
de muitos Centros de Ciências existentes e a comunidade acadêmica de educadores em
Ciência, hoje apoiada em associações de classe, publicações periódicas e cursos de formação e
especialização.
Hoje, continuamos com o tratamento disciplinar porque consideramos que a Física é um
campo de conhecimentos específicos socialmente reconhecidos. Por isso não aceitamos a
generalidade, obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento científico, capaz de levar o
espírito cientifico a se prender às soluções fáceis, imediatas e aparentes.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, a Física deve ser
compreendida como uma ciência em construção, cujo conhecimento atual é a cultura científica e
tecnológica deste tempo em suas relações com as outras produções humanas. Ao abordar o
conhecimento científico em seus aspectos qualitativos e conceituais, filosóficos e históricos,
econômicos e sociais, o ensino de Física contribuirá para a formação de estudantes críticos.
Então, a Física deve educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de
um sujeito critico, capaz de admirar a beleza da produção cientifica ao longo da História e
compreender a necessidade desta dimensão do conhecimento para o estudo e o entendimento
do universo de fenômenos que o cerca. Mas também, que percebam a não neutralidade de sua
produção bem como os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais desta Ciência, seu
comprometimento e envolvimento com as estruturas que representam esses aspectos.
O ensino de física deve ser centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar os
estudantes a uma reflexão sobre o mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta, não é
somente fruto da racionalidade científica. É preciso ver o ensino da física”com mais gente e
menos álgebra”.
Portanto, o conhecimento físico deve ter em vista a evolução histórica das ideias e
conceitos, voltados para a formação de sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a
visão da natureza, das produções e das relações humanas.
A produção do conhecimento está diretamente ligada á necessidade de sobrevivência do
homem. À medida que ele busca suprir suas necessidades práticas, ele soma ao senso comum,
a relação entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade.
73
Dentro do papel da Ciência no desenvolvimento tecnológico e social, a disciplina de
Física possibilita ao homem que se coloque como agente cada vez mais atuante. A ciência e a
história não foram construídas apenas por gênios. Todos contribuíram para a sua construção.
Para que possamos atuar de maneira efetiva nesse processo, necessita-se de uma
cultura científica abrangente, permitindo ao indivíduo a interpretação de fatos, fenômenos e
processos naturais, redimensionando as suas relações com a natureza e/ou seus pares.
Há uma necessidade de articulação entre o conhecimento científico e temas do
cotidiano. Esta articulação só será concreta caso haja uma abordagem histórica de tal
conhecimento, e isto, possibilitará uma formação crítica.
A partir de uma formação crítica, o sujeito poderá conceber melhor temas atuais como
inclusão, cultura afro, educação do campo e educação fiscal, além de conceber cada vez mais e
melhor o universo físico e os fenômenos que nele acontecem.
Isto posto, entende-se que o estudo dos movimentos estão fortemente ligados às
questões externas ao meio cientifico com origem na Astronomia, Cosmologia, Geometria e
técnicas de construção de máquinas e evolução dos automóveis assim, justifica-se tratar da
História e Evolução da Física.
Para que os estudantes compreendam os fenômenos relacionados ao seu cotidiano,
bem como os demais conteúdos a serem abordados, faz-se necessário a compreensão das
entidades fundamentais: massa, espaço e tempo.
Segundo Rocha (2005), é fundamental entender que na física, a teoria eletromagnética
desempenha papel semelhante aos estudos dos movimentos e da termodinâmica. Embora
tenham evoluído separadamente, elas são teorias unificadoras: a mecânica de Newton, no
século XVII, unificou a estática, a dinâmica e a astronomia; a termodinâmica, no século XIX,
unificou conhecimentos sobre gases, pressão temperatura e calor e a teoria eletromagnética, de
Maxwell, unificou o magnetismo, a eletricidade e a ótica.
74
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ao se tratar do estudo de forças, abrangem-se o estudo de vetores, conceitos de
velocidade, deslocamento e aceleração, introduzindo ao estudo de Momentum, Lei de Newton e
Energia, que abrangem estudos desde equilíbrio dos corpos, colisões, impulso, até o Princípio
da Conservação de Energia envolvendo também a queda dos corpos.
Termodinâmica é conteúdo específico para o 2º ano, mas quando se trata de Mecânica
dos Fluídos (campo específico do movimento). Também deve-se destacar o estudo das
condições de equilíbrio como: centro de gravidade, equilíbrio estático e dinâmico, pressão e
empuxo.No entanto, abre-se espaço para destacar a evolução das idéias que levaram ao
desenvolvimento do conceito de calor, fazendo-se necessário, uma abordagem às propriedades
físicas da matéria, estados de agregação, viscosidade dos fluidos até a tensão superficial.
O estudo da óptica no 2º ano, abrangendo o eletromagnetismo quando se apresenta a
luz como uma onda eletromagnética, resultado dos estudos de Maxwell que conduzem ainda as
famosas equações que englobam as 4 Leis do Eletromagnetismo Clássico.
Termodinâmica é o conteúdo estruturante mais estudado no 2º ano e pode ser
desdobrado em suas Leis, com conceitos de temperatura e calor, retomando o conceito da
conservação de energia que está relacionado a MOVIMENTO. No contexto geral da
Termodinâmica é possível fazer uma apresentação da Teoria Cinética, que aplica as Leis da
Mecânica Newtoniana as moléculas individuais de um sistema, fortalecendo o estudo da
Entropia, que ainda podem estar relacionados à queda de um objeto de uma mesa, ou à
expansão do universo, pois manifestam a beleza e a importância da 2ª e 3ª Leis da
Termodinâmica ao desenvolvimento da Física.
O 3º ano baseia-se quase somente em ELETROMAGNETISMO, porém é importante
que se façam paralelos aos demais conteúdos estruturantes. No estudo de cargas elétricas,
conceito do Eletromagnetismo, é necessário que se fale em Movimento, o que gera outros
conceitos como os estudados em circuitos elétricos, campo elétrico e magnético.
Quando se estudam os circuitos elétricos abre-se a oportunidade de estudo dos circuitos
eletrônicos, responsáveis pelo que chamamos de 3ª Revolução Industrial, cujas tecnologias
geram novas necessidades, matérias, técnicas, podendo-se assim dar seqüência ao estudo de
Geradores e Receptores que nos induz às formas alternativas de energia e novamente ao
conceito de conservação de Energia.
75
Como resultado das equações de Maxwell, estabelece-se a natureza dual da Luz e
adentra-se à Física Moderna, destacando-se o efeito fotoelétrico (Quanta de luz) e a
imutabilidade da velocidade da Luz como um dos princípios da relatividade.
1º Ano
1º Trimestre
Conteúdos Estruturantes
Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Movimento Momentum
inércia
Espaço, tempo, deslocamento
Velocidade
Aceleração
Movimentos (uniforme e uniforme variado)
Queda livre
2º Trimestre
Conteúdos Estruturantes
Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Movimento Leis de newton
momentum
Força
Lei da inércia
Lei da ação e reação
Força resultante
Atrito
Movimento circular
3º Trimestre
Conteúdos Estruturantes
Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Movimento
- Conservação e variação da
quantidade de movimento
- Energia
Impulso
Colisões
Princípio da conservação de energia
Tipos de energia (cinética, potencial,
mecânica)
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2º ano
1º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Termodinâmica
Condições de equilíbrio
Fluídos
Lei zero da termodinâmica
Centro de gravidade
Equilíbrio estático /dinâmico
Lei de hooke
Pressão e empuxo
Calor
Temperatura
Escalas termométricas
Dilatação térmica
Calorimetria
2º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Termodinâmica 1ª e 2ª Lei Da Termodinâmica
Princípio da conservação da energia
Energia e trabalho
Potência e rendimento
Máquinas térmicas
3º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Eletromagnetismo A natureza da luz e
suas propriedades
Fenômenos luminosos: refração, reflexão,
interferência e difração
Dualidade onda-partícula
Efeito fotoelétrico
Efeito compton
Oscilações e ondas eletromagnética
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3º ano
1º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Eletromagnetismo Carga Elétrica
Carga elétrica
Processos de eletrização
Quantização de carga
Força elétrica
Campo elétrico, tensão e corrente elétrica
2º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Eletromagnetismo Força Eletromagnética
Lei de ampère
Resistência
Lei de ohm
Geradores e receptores
3º Trimestre
Conteúdos
Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Eletromagnetismo Equações de Maxell
Força e campo magnético
Lei de Gauss (linhas de campo)
Indução eletromagnética
78
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Segundo Freire (1997, p. 25) “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina
ao aprender” então, toda a ação pedagógica deve ser vinculada ao conhecimento que o
educando já possui e ao meio em que o mesmo esta inserido, para então conduzi-lo ao
conhecimento sistematizado possibilitando assimilação e construção de novos saberes.
Por outro lado, o Ensino de Física realiza-se em geral, mediante a apresentação
desarticulada e descontextualizada de conceitos, leis e fórmulas, distanciadas da vida do
professor e do aluno, e, portanto, desprovidos de significados. Esse modelo de ensino prioriza a
teoria e a abstração e insiste na solução de exercícios repetitivos, pretendendo que o
aprendizado aconteça pela automatização ou memorização, e não pela construção do
conhecimento.
É necessário rediscutir o papel da Física no ambiente escolar, procurando possibilitar
uma melhor compreensão do mundo e uma formação mais adequada, voltada a construção da
cidadania. Isso não significa elaborar novas listagens de tópicos e conteúdos a serem
desenvolvidos, mas, sobretudo, dar novas dimensões e significado ao trabalho realizado em sala
de aula.
O conhecimento da Física deve, necessariamente, começar pela pergunta, pela
inquietação, pela existência de problemas e pela curiosidade. Cabe ao professor, antes de
qualquer coisa, ensinar a perguntar. Essa é uma questão fundamental no processo de ensino-
aprendizagem. Para que o aluno possa fazer perguntas, é necessário que o ponto de partida
sejam situações concretas da vida e do cotidiano, como, por exemplo, a origem do universo e
sua evolução, os gastos com a conta de luz, o funcionamento de aparelhos usados no dia-a-dia.
Isto trará o aluno mais próximo do propósito que o professor deseja ao ensinar Física.
Muitos dos conceitos abordados no ensino de Física – como força, movimento,
velocidade, temperatura, etc.- já tem um significado para o aluno, pois são fruto de suas
experiências diárias. Nem sempre o modelo que o aluno traz para a sala de aula coincide com o
cientifico. Na maioria das vezes, a compreensão da realidade a partir da teoria cientifica implica,
para o aluno, uma mudança na maneira de olhar determinado fenômeno. Assim, as situações de
aprendizagem devem permitir, em primeiro lugar, que o aluno explicite suas idéias sobre os
assuntos em estudo e, posteriormente, vem apresentar problemas que não sejam resolvidos
pelas ideias dos alunos. A percepção de que suas justificativas sobre o fenômeno não explicam
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todas as questões relativas a este, leva o aluno a uma postura de investigação da realidade,
permitindo-lhe avaliar suas percepções frente às teorias científicas e dando um significado
concreto àquilo que lhe esta sendo proposto e apresentado.
Dessa forma, o ensino de Física deve promover o livre diálogo entre as idéias científicas
e as ideias dos alunos.
A história da ciência tem mostrado que o desenvolvimento do conhecimento não ocorre
num espaço sociocultural vazio, mas é condicionado por fatores externos. O ensino da Física,
em particular, deve acompanhar o contexto do momento em que vivemos.
No Ensino Médio, a Física contribui para a formação de uma cultura cientifica efetiva,
permitindo ao individuo a interpretação de fatos, fenômenos e processos naturais,
redimensionando sua relação com a natureza em transformação.
A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução cósmica,
investigar mistérios do mundo microscópico, das partículas que compõem a matéria e, ao
mesmo tempo, permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos materiais, produtos e
tecnologias.
O ensino de Física terá um significado real quando a aprendizagem partir de idéias e
fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar o senso comum e
fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida. Nesse sentido, os fenômenos
físicos devem ser apresentados de modo prático e vivencial, privilegiando a interdisciplinaridade
e a visão não fragmentada da ciência, a fim de que o ensino possa ser articulado e dinâmico
podendo ainda, verificar as contribuições que os povos africanos trouxeram para os avanços da
Ciência e da Tecnologia. Assim como despertar nos alunos a criticidade na fiscalização de suas
contas de luz, impostos, enfim ir além da interdisciplinaridade e incorporar os conteúdos da
Educação Fiscal.
Considerando toda a complexidade do processo ensino-aprendizagem e admitindo ser o
conhecimento uma conquista pessoal do aluno somos levados a acreditar que qualquer
metodologia, por melhor que seja, não será, por si só, garantia de aprendizagem. Ela deverá ser
acompanhada pela consciência e pela vontade do aluno em querer aprender. Desta maneira, o
elemento motivação é fundamental, cabendo ao professor a difícil tarefa de oferecer ao aluno
condições favoráveis para a sua aprendizagem.
Assim sendo, o ensino de Física vai abordar: aulas expositivas, e aulas práticas;
envolvendo experimentações, simulações com uso de computadores, vídeos, discussões e
trabalhos em grupo, resolução de problemas com uso de fórmulas a partir de exemplos; leitura e
80
discussão de textos científicos, para que todos possam vivenciar as emoções da Física não
como meros expectadores, mas como personagem principal neste roteiro que tem como cenário
a natureza e como palco a sala de aula.
AVALIAÇÃO
Necessita-se conceber a avaliação como uma incessante busca de compreensão das
dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento.
A avaliação é um processo contínuo e sistemático, constantemente planejado
fornecendo retorno ao professor e permitindo a recuperação do aluno.
A avaliação no contexto da pedagogia Histórico Critica é diagnóstica, contínua,
processual e dialógica. Ela mesma é momento de aprendizagem para todos os envolvidos no
processo educativo, visa também à reorientação da prática pedagógica.
Diagnóstica: porque é entendida como um momento de compreensão da situação da
aprendizagem em que os educandos se encontram a cada programa.
Contínua: pois pressupõe que o educador reflita sobre a prática desenvolvida nas aulas
presenciais, reorientando-a sempre que se fizer necessário.
Processual: pois possibilita, durante a aprendizagem, a retomada e/ou o aprofundamento dos
conteúdos.
Dialógica: porque tem por princípio o diálogo permanente entre educadores e educandos como
sujeitos do processo de ensinar e aprender.
Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve-se verificar:
A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e
aprendizagem planejada;
A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;
A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;
A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis
e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os
conhecimentos da Física.
Assim, os Critérios e Instrumentos de Avaliação, na disciplina de Física, serão
basicamente:
PROVAS:
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- Desenvolvimento
- Unidade de Medida
- Interpretação e clareza na obtenção dos resultados
TRABALHOS ESCRITOS:
- Normas metodológicas
- Conteúdo
- Se o trabalho for listas de exercícios a observação será a mesma das provas;
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS:
-Confecção e apresentação da atividades.
- Resultados obtidos.
- Relatório da atividade.
PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES:
- Tarefa de casa e em classe.
- Desempenho e interesse na resolução principalmente em classe.
- Frequência e interação em sala de aula e durante os trabalhos realizados.
Quando os alunos não atingirem o nível de aprendizagem exigido, será realizada a
recuperação paralela, retomando os conteúdos através de trabalhos, pesquisas, atividades em
sala de aula, tarefas de casa e provas.
Assim, a avaliação visa o aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem em
ambiente de confiança e neutralidade.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FISICA/ vários autores – Curitiba: SEED – PR, 2006.
FREIRE - 1997
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Física para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
ROCHA – 2005
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PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Geografia é uma ciência que tem como foco de análise as relações homem-natureza.
Desde os primórdios essa dependência é muito forte por isso o ser humano sempre se
preocupou entender seu entorno, conhecê-lo, compreendê-lo para modificá-lo conforme suas
necessidades.
O conhecimento geográfico tem seu inicio há séculos quando o homem busca
representar com detalhes os espaços devido aos interesses militares de conquista e expansão e
interesses mercantis (rotas marítimas, lugares, etc.). Os saberes geográficos, nesse processo
histórico, passaram a serem evidenciadas nas discussões filosóficas, econômicas, políticas, que
buscavam explicar questões referentes ao espaço e a sociedade. Temas como: comércio,
formas de poder, organização do Estado, produtividade natural do solo, recursos minerais,
crescimento populacional, formas de representação de territórios, extensões territoriais eram
preocupações dos grandes impérios e “cabia indagações cientificas” (MORAES, 1987).
Estudos sobre esses questionamentos subsidiaram o surgimento de escolas nacionais
de pensamento geográfico com destaque na Europa para a escola alemã com Humboldt, Ritter e
Ratzel fundador da geografia sistematizada, considerada científica. E na escola francesa com
Vidal de La Blache.
Conforme Ratzel, a relação Sociedade e Natureza era influenciada por uma relação
direta conforme o domínio de técnicas e a organização social de determinada sociedade.
Enquanto que para La Blache a relação Sociedade ↔ Natureza criava um gênero de
vida, próprio de uma determinada sociedade. Para ele, o contato entre diferentes gêneros de
vida seria, então, um elemento fundamental para o progresso humano, pois através disso a
humanidade evolui. Tal idéia contribuiu para justificar a colonização, bem como, a ideia de
missão civilizadora européia.
Esse modo de pesquisar e pensar o espaço pressupunha que a compreensão da
totalidade do espaço geográfico do planeta seria alcançada pelo entendimento da soma de suas
partes. Isso foi transposto para o ensino por meio de uma metodologia que valorizava a
abordagem enciclopédica e fragmentada dos conteúdos e sua intensa memorização. Esta visão
de regionalismo de La Blache influenciou na Geografia brasileira, a exemplo, quando estuda-se
por continentes ou por regiões do Brasil, ao invés de partir de uma temática e analisá-la em
diferentes escalas geográficas.
83
No Brasil a institucionalização da geografia se consolidou a partir de 1930 com
pesquisas que buscavam compreender e descrever o ambiente físico nacional a fim de servir
aos interesses políticos do Estado na perspectiva do nacionalismo econômico. Essa forma de
abordagem do conhecimento geográfico prolongou-se por boa parte do séc. XX tendo como
papel principal à descrição do espaço. Essa forma de abordagem do conhecimento em
Geografia perdurou até os anos de 1950-1960, caracterizando-se, na escola, por um ensino de
compêndio e pela ênfase na memorização de fatos e informações que refletiam a valorização
dos conteúdos em si, sem levar, necessariamente, a compreensão do espaço. O foco do ensino
de Geografia estava na descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo,
para a consolidação do Estado Nacional brasileiro, este período ficou conhecido como
Geografia Tradicional e, permaneceu, até o final da década de 1970 e início dos anos de 1980.
As transformações históricas dos modos de produção, após a 2° Guerra Mundial,
trouxeram muitas mudanças no contexto mundial e interferiram no saber geográfico originando
novos enfoques para a análise, apropriação e uso do espaço, bem como para as relações de
trabalho e a exploração da natureza. A escola enquanto instituição formadora passa por um
processo de readequação para satisfazer as necessidades de mão-de-obra que o mercado
industrializado exige.
A partir deste período outros enfoques desenvolveram-se, essas mudanças
influenciaram o pensamento geográfico brasileiro, as discussões teóricas, centravam-se em
torno das ideias de Ives Lacoste e seu livro “a Geografia: Isso serve antes de tudo para fazer a
guerra”.Surge a Geografia Crítica, a disciplina desprende-se da abordagem meramente da
observação, descrição e memorização dos elementos naturais e humanos para uma análise
social, política e econômica sobre o espaço geográfico.
A geografia no atual contexto procura tornar-se uma ciência mais plural, mais
comprometida socialmente, democrática, que aborda situações regionais e locais principalmente
no que tange as questões ambientais, no entanto, ainda encontra-se retraída, passiva a
situações sociais, político-econômicas que exigem ações mais arrojadas de enfrentamento e
busca de possíveis soluções.
Para superar esta perspectiva, tem-se como objeto de estudo da disciplina o Espaço
Geográfico, compreendido como o espaço apropriado e modificado pelos seres humanos,
composto pela inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e
sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996).
Podemos pensar que a contribuição da geografia para a formação do aluno está na
84
compreensão que ele terá da realidade, ao estudar o espaço geográfico, o educando refletirá
sobre a análise da dinâmica social, da dinâmica da natureza e a relação que existe entre os
seres humanos e entre estes e a natureza. Este conhecimento deve servir para que o aluno seja
“sujeito” do seu espaço de vivência com capacidade de promover a leitura crítica deste e agir
como cidadão consciente neste processo de transformação. Para tal temos os conteúdos
estruturantes:
A dimensão econômica do espaço geográfico.
A dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico.
A dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
A dimensão política do espaço geográfico.
Estes conteúdos estruturantes objetivam a compreensão do espaço geográfico como
uma construção das sociedades humanas e sua relação com os conceitos básicos em diferentes
escalas e configurações geográficas, bem como, identificar as diferentes formas de apropriação
do espaço geográfico pelos seres humanos e os problemas gerados por esta apropriação,
utilizar-se da linguagem cartográfica para ler, interpretar e compreender diferentes espaços
geográficos, possibilitar a compreensão das diversidades culturais, econômicas e políticas nas
diferentes escalas mundiais estabelecidas a partir das relações de poder e entender as formas
de apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos em busca do desenvolvimento
econômico e os problemas ambientais causados por estas atividades no decorrer do tempo e em
diferentes lugares.
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CONTEÚDOS BÁSICOS E ESTRUTURANTES
6º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-As diversas regionalizações do espaço geográfico. - Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. - Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.
- As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista. - A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. -A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
7º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. - As diversas regionalizações do espaço geográfico. -A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. -A evolução demográfica da população, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos. - Movimentos migratórios e suas motivações. - O espaço rural e a modernização da agricultura.
- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. -A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.
86
8º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
- As diversas regionalizações do espaço geográfico. - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. - Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. - A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - O comércio e suas implicações socioespaciais. - A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
-O espaço rural e a modernização da agricultura. - As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. - A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. - Os movimentos migratórios e suas motivações.
9º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-As diversas regionalizações do espaço geográfico. -A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. -A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.
- A Revolução tecnico-cientifica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. - O comércio mundial e as implicações socioespaciais. -A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. -A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.
- A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. -As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
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Ensino Médio
1º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre
-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
- As diversas regionalizações do espaço geográfico -A formação e transformação de paisagens. - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. -O espaço rural e a modernização da agricultura. -A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico
-O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial - As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
2º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre
-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico --Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. - As diversas regionalizações do espaço. Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.- -O comércio e as implicações socioespaciais.
-As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. -O espaço rural e a modernização da agricultura. -A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial
- A evolução demográfica,a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. -Os movimentos Migratórios e suas motivações. -As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
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3º ano
Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre
-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. -A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. -As implicações socioespaciais do processo de mundialização. - As diversas regionalizações do espaço.
-As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. -A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. -A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. - A Revolução tecnico-cientifica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
-o comércio e as implicações socioespaciais. -O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. - A evolução demográfica,a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. - Os movimentos migratórios e suas motivações. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os conteúdos estruturantes serão pontos de partida e de chegada para a seleção e
organização dos assuntos abordados em cada ano, porém, não acontecerá uma separação nas
abordagens, pois as dimensões sócio-ambiental, cultural, demográfica, econômica e geopolítica
não se separam, mas se entrecruzam o tempo todo.
Na dimensão Econômica do Espaço Geográfico, o enfoque principal deverá considerar
os sistemas de produção e circulação das riquezas e as diferenças, bem como, as relações de
poder que se estabelece entre os países que detém o domínio e os que dependem do mesmo.
Na dimensão socioambiental a ênfase recairá sobre o esgotamento das jazidas; os
custos ambientais da opção pelo uso desse combustível, os lugares mundiais mais afetados pela
poluição causada pelo uso do petróleo e outros geradores de energia, a busca de tecnologias
alternativas, que países estão a frente nessas pesquisas e como eles se portam diante da
89
problemática ambiental planetária, etc. Enfatizando as relações de poder, a geopolítica, que se
estabelecem entre os que dominam e os que dependem dos recursos naturais e a análise dos
conflitos mundiais gerados pelos interesses e posicionamento assumido pelos países.
Na dimensão cultural e demográfica através dos índices ou indicadores econômicos
(renda per capita, PIB, IDH e outros) considerará os modos de vida, a distribuição de riqueza
entre a população desses países, suas estruturas demográficas e sociais em relação àquela
distribuição, entre outras questões.
Ao concluir o Ensino Fundamental, o aluno deverá ter noções geográficas sobre os
continentes, os países e os elementos físicos e humanos-objetos e ações que os compõem.
Com o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem através de uma problematização
inicial que tem por objetivo mobilizar o aluno para o conhecimento, elaborando questões que
estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de
aprendizagem (VASCONCELOS, 1993. Apud dce, 2008, p.75).
Outro pressuposto metodológico para a construção do conhecimento em sala de aula é
a contextualização do conteúdo que leve à compreensão do maior número de aspectos que
constituem o espaço geográfico. Trata-se de mais do que relacioná-lo à realidade vivida do
aluno, mas, principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas,
culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas fazendo com
que consiga compreender:
Onde ocorre o fato?
Por que ocorre nesse lugar e não em outro?
Como é esse lugar?
Por que esse lugar é assim?
Por que os objetos estão dispostos desta maneira?
Quais significados podem ser atribuídos a esse ordenamento espacial?
Quais as consequências desse ordenamento espacial?
O ensino de geografia, visto desta forma, visa fazer com que os alunos ampliem suas
capacidades de análise e compreensão do espaço geográfico da forma com que o mesmo se
organiza, bem com as alterações que poderá sofrer através da ação humana.
AVALIAÇÃO
É imprescindível que a avaliação seja diagnóstica, contínua e priorize a qualidade e o
90
processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo. O professor
deve usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos alunos,
tais como: leitura e interpretação de textos, fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas, pesquisas
bibliográficas, relatórios de aulas de campo, apresentação de seminários, construção e análise
de maquetes, provas escritas e orais.
A avaliação deve dar ênfase ao aprender, considerar que os alunos apresentam ritmos
e processos de aprendizagem diferentes. Oportunizar aos alunos a retomada dos conteúdos
sempre que necessário através de metodologias e instrumentos variados e realizar nova
avaliação. O professor deve observar, então, se os alunos formaram os conceitos geográficos e
assimilaram as relações de poder, de espaço-tempo e de sociedade-natureza para compreender
o espaço nas diversas escalas geográficas.
Conforme regimento escolar, o colégio em consonância com a LDB 9.394/96 garante a
efetivação da recuperação paralela por meio da retomada de conteúdos não aprendidos
diagnosticados em avaliações, utilizando metodologias variadas e materiais de apoio, durante o
trimestre, sendo realizada três avaliações por trimestre todas com peso dez e a recuperação é
substitutiva da menor nota que o aluno tenha obtido nas avaliações anteriores. As informações
devem estar obrigatoriamente registradas no Livro de Registro de Classe, a disposição para
qualquer consulta e comprovação desses dados.
Far-se-á adaptação de pequeno porte, adequando os critérios de avaliação, bem
como, as metodologias e recursos utilizados conforme a necessidade dos alunos avaliados.
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEMOS, A.I.G de. Geografia da modernidade e geografia da pós-modernidade. GeoUsp, São
Paulo, n.5,1999.
MENDONÇA, F. Geografia sócio-ambiental.In: MENDONÇA,F. e KOZEL,S. (orgs.)Elementos de
epistemologia da geografia contemporânea, Curitiba:Ed. da UFPR, 2002, p.121-144.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Geografia e ensino: os parâmetros curriculares nacionais em
discussão. In:OLIVEIRA, A. U. e CARLOS,A.F.A.(orgs.)Reformas no mundo da educação,
parâmetros curriculares e geografia. São Paulo:Contexto,1999,p.43-67.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
_________.Cadernos Temáticos dos Desafios Educacionais Contemporâneos. SEED, Curitiba,
2008.
SANTOS, Milton.A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
HUCITEC,1996.
SPOSITO, Eliseu S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento
geográfico. São Paulo: Editora da UNESP,2004.
SPOSITO, M.E.B.Parâmetros curriculares nacionais para o ensino de geografia:pontos e
contrapontos para uma análise. In: OLIVEIRA, A.U. e CARLOS, A.F.A.(orgs.) Reformar no
mundo da educação, parâmetros curriculares e geografia. São Paulo: Contexto, 1999, p.19-
34.
92
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A História é a ciência que tem como objeto de estudo as múltiplas manifestações e
transformações das ações humanas, relacionadas com a natureza e do homem com o homem,
no tempo e no espaço, desde seu aparecimento na terra até a atualidade. Haja vista que,
As relações humanas determinam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços para escolhas e projetos de futuro. A investigação histórica voltada para descoberta das relações humanas busca compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações. (DCE, 2008, 46)
Desse modo, pretende reinterpretar aspectos do passado, a partir das possibilidades
abertas pela ação humana coletiva, permitindo que o conhecimento adquirido possibilite o
desbravar de fronteiras imaginadas e imagináveis no futuro.
A Proposta Curricular vai contemplar os conteúdos estruturantes: Relações de
trabalho, Relações de cultura e Relações de poder . Além disso, a proposta também contemplará
a Inclusão, História e Cultura Afro, História do Paraná, Educação Fiscal e Cidadania,Educação
para os Direitos Humanos,Enfrentamento à Violência na Escola e Prevenção ao Uso Indevido
das Drogas.
Mais do que criar condições para os alunos com necessidades especiais, a inclusão é
um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante
dos educandos, na filosofia.
O professor deve se reconhecer nesse espaço , inserir conteúdos históricos afro-
brasileiros nas suas práticas de ensino, ampliar sua própria leitura de mundo. Mas, sobretudo,
lembrar que admitir a existência e identificar as práticas racistas no cotidiano escolar é passos
para a prevenção da discriminação.
A inclusão desses temas da Diversidade e Desafios Contemporâneos no currículo de
História pretende aproximar os conteúdos de História da vivência e da história dos educandos.
Essa orientação temática pretende contribuir para atualização e a renovação do Ensino de
História, respeitando a autonomia de o professor decidir como, quando e por que inserir esse
tema no seu trabalho.
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Os demais temas dos Desafios Educacionais Contemporâneos devem ser abordados
sempre que o conteúdo permitir.
A partir desta proposta, a História passa a ressaltar a importância do sujeito comum, a
partir do estudo de espaços e de relações sociais pautadas pela relação de poder. Os conteúdos
estruturantes tomados em conjunto articulam os conteúdos básicos e específicos e permitem
acesso ao conhecimento de várias ações humanas no tempo e no espaço.
A importância da disciplina é que através do processo pedagógico, busca-se construir
uma consciência histórica que possibilite compreender a realidade contemporânea e as
implicações do passado em sua constituição.
Os conteúdos estruturantes Relações de Trabalho, de Poder e Culturais permitem
construir uma fundamentação histórica das abordagens relativas aos temas ou conteúdos
básicos e aos conteúdos específicos porque um está relacionado com o outro e no agir humano
na formação do pensamento histórico.
O ensino de História deve estimular a formação da visão crítica ao fornecer ao aluno
um instrumental que o auxilie na interpretação da realidade vivenciada por ele. Mostrando, por
exemplo, que o mundo de hoje foi construído ao longo do tempo, como resultados de processos
históricos que envolveram vários grupos sociais. Assim, o aluno poderá perceber que a realidade
vivenciada por ele não é eterna e tampouco, imutável, mas consequências de pessoas como ele,
que viveram em tempos e espaços diferentes.
O ensino de História presta-se também, de modo particular, para dotar o aluno de
espírito participativo, qualidade que ele deve ter tanto na vida familiar, quanto escolar e, mais
tarde, no trabalho, na administração de seu município, do estado e do país.
Vale lembrar que a visão crítica e espírito participativo são duas faces de uma mesma
moeda. Uma não existe sem a outra. O objetivo maior é formar educando conscientes e
responsáveis pelo seu mundo, pelas pessoas que o cercam e pelo futuro que irão legar às novas
gerações.
Objetiva-se superar a visão de que os sujeitos históricos de significância locais e
nacionais seriam menos importantes do que os de significância mundial, criando uma hierarquia
na qual o Brasil assumiria o papel periférico.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ensino Fundamental
Relações de Trabalho, Relações de Poder e Relações de Cultura.
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6º ano
Conteúdos Básicos
A experiência humana no tempo; Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo; As culturas locais e a cultura comum.
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
1. O historiador e a produção do conhecimento histórico,
1.1 Tempo, temporalidade,
1.2 Fontes, documentos,
1.3 Patrimônio material e imaterial,
1.4 Pesquisa.
2. Articulação da História com outras áreas do conhecimento
2.1 Arqueologia, antropologia, paleontologia, geografia,
geologia, sociologia, etnologia e outras
3. A humanidade e a História
3.1 De onde viemos, quem somos, como sabemos?
4. Arqueologia no Brasil
4.1 Lagoa Santa Luzia (MG)
4.2 Serra da Capivara (PI)
4.3 Sambaquis (PR)
5. Surgimento, desenvolvimento, a humanidade e grandes
migrações
5.1 Teorias do surgimento do homem na América
5.2 Mitos e lendas da origem do homem
5.3 Desconstrução do conceito de Pré-história
5.4 Povos ágrafos, memória e história oral
1. Povos indígenas no Brasil e no Parana;
1.1 Ameríndios no território brasileiro
(Kaingang,Guarani,Xetá e Xokleng)
a) Organização política, social e trabalho;
b) Religião;
2. As primeiras civilizações na América:
2.1 Olmecas, Mochicas, Maias, Incas e
Astecas.
2.2 Ameríndios da América do norte.
2.3 Primeiras civilizações na Ásia:
2.4 China e Índia.
2.5 Relações de poder, trabalho e cultura.
3. Situação do índio no Paraná atual.
1. Primeiras Civilizações na África e Ásia:
1.1 Egito;
1.2 Mesopotamia;
2. Fenícios,Hebreus e Persas:
a) Aspectos da vida
3. Povos da Europa:
3.1 Gregos;
3.2 Romanos:
4. Relações de trabalho, cultura e poder
social,política e econômica
95
7º ano
Conteúdos Básicos
As relações de propriedades;
A constituição histórica do mundo do campo e da cidade;
As relações entre campo e a cidade;
Conflitos e resistência/produção cultura campo/cidade.
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
1-Idade Média:
1.1-Sociedade, Religião, economia e política.
1.2-Renascimento.
2-O protestantismo e a Reforma Católica;
3-Consolidação dos Estados Nacionais
3.1-Absolutismo(inglês e francês)
4-A formação de Portugal e da Espanha:
4.1-A Reconquista;
4.2-A Revolução de Avis.
5-A expansão marítima europeia.
6- O mercantilismo
7-África e Ásia:
7.1-Reinos Africanos
7.2-Os impérios asiáticos.
8-O continente americano(Séc.XV eXVI):
8.1-Incas, Maias Asteca e Tupi-Guarani.
8.2-Modo de vida e guerra
1-América espanhola, portuguesa:
1.1-Colonias francesas, holandesas e inglesas.
2-Escravidão e resistência:
2.1-Quilombos no Brasil e Paraná.
3-As sociedades coloniais americanas (XVI-XVII)
4.1-A colonização da América;
4.2-Engenhos de açúcar;
4.3-As cidades coloniais espanholas.
5-A administração da colonia portuguesa.
6-A América holandesa.
7-A expansão territorial da América portuguesa.
8-As sociedades mineiras:
8.1-transformações na colonia;
8.2-Guerra dos Emboabas
9-As revoluções inglesas(1640-1689.
1-Iluminismo;
2-Movimentos de contestação:
2.1-Inconfidência Mineira;
2.2-Conjuração Baiana;
2.3-Insurreição Pernambucana;
2.4-Revolta da cachaça e da Maneta;
2.5-Guerra dos Mascates;
2.6-Independência do Haiti.
3-Independência das Treze Colonias;
4-Revolução Francesa;
5-Expansão militar na França:
5.1-Bloqueio continental;
5.2-Vinda da família Real.
96
8º ano
Conteúdos Básicos
História das relações da humanidade com o trabalho;
O trabalho e a vida em sociedade;
O trabalho e as contradições da modernidade;
Os trabalhadores e as conquistas de direito.
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
1-Revisão:Iluminismo, Revolução Francesa/inglesa. 2-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: 2.1-O movimento operário e o socialismo; 2.2-Imperialismo e neocolonialismo; 2.3-A expansão dos Estados Unidos da América. 3-Brasil: 3.1-O Primeiro Reinado; 3.2-O Governo regencial; 3.3-As Revoltas contra o Império. 3.4-Segundo Reinado.
4-As independências da América Espanhola.
5-A independência política do Brasil.
6-PARANÁ: 6.1-Emancipação politica
1-Os conflitos entre os países sul-americanos. 1.1 – Conflitos Platinos. 1.2 - Alianças perigosas. 1.3 - A Guerra da Tríplice Aliança. 1.4 – A Guerra do Pacífico. 2-A Segunda Revolução Industrial. 2.1 – Números da industrialização. 2.2 – Aumento da produtividade. 2.3 – A linha de produção. 2.4 – Cartéis,Trustes, Holdings. 3-As Revoluções liberais. ( França – Alemanha) 4- As imigrações para o Brasil. 4.1 – Substituição de mão-de- obra. ( livres e escravos) 4.2 – Parceria e colonato. 4.3 – Imigração. 5-Brasil: Abolição da Escravidão (1845-1888) 5.1 Lei de Terras- 1850
1- A proclamação da República Brasileira (1870-1889) 1.1 – Os projetos republicanos. 1.1 – A questão religiosa. 1.2 – Os militares querem o poder. 1.3 – A preparação do golpe. 1.4 – Oligarquia, coronelismo ,clientelismo 2- O primeiro governo militar brasileiro ( 1889-1894). 2.1 – A República da Espada. 2.2 – O encilhamento. 2.3 – Governos de Deodoro e Floriano Peixoto.. 2.4 – Revolução federalista. 3- Messianismo no Brasil 3.1 – Canudos, (relação com a denominação “favela”) 3.2 – O Contestado 5- Urbanização e higienismo no Brasil. 5.1 – As cidades e as doenças. 5.2 – A Revolta da Vacina. 5.3 – Urbanização do Paraná ( nova sugestão)
6- Breve contextualização da Revolução Mexicana
97
9º ano
Conteúdos Básicos
A constituição das instituições sociais;
A formação do Estado;
Sujeitos, guerras e revoluções.
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
1-Neocolonialismo.
2-A primeira guerra Mundial
3-As revoluções russas;
4-A semana de arte moderna
5-A crise de 29/Consequências para o Brasil:
5.1-A quebra da bolsa de Nova York.
5.2-O New Deal;
5.3-Crise do café/industrialização.
6-Brasil 1930:
6.1-O movimento de 30 e as eleições de Vargas
6.2-O poder do voto.
7-O governo provisório de Getúlio Vargas(1930-1934);
8-Comunistas e fascistas no Brasil e na Itália:
8.1-Integralista fascistas;
8.2-AIB e ANL;
8.3-Guerra civil espanhola.
9-O Estado Novo(Getúlio Vargas)
10-Segunda Guerra Mundial:
10.1-Os campos de concentração;
10.2-Guerra Fria.
1-A descolonização da África e da Ásia;
2-A revolução chinesa:
2.1-De império a República Popular;
2.2-A revolução camponesa;
2.3-Governo Comunista;
2.4-Revolução Cultural.
3-Os conflitos no Oriente Médio:
3.1-A criação de Israel;
3.2-A guerra árabe-israelense;
3.3-Os palestinos;
4-A guerra Irã-Iraque.
5-Populismo na América Latina(Argentina-Bolívia)
6-Construção do Parana moderno:
6.1-Governos:Manoel Ribas,Moisés Lupion,Bento
Munhoz da Rocha,Ney Braga.
6.2-Revolta dos Colonos;
6.3-Década de 50;
6.4-O regime militar no Paraná.
3.4-A guerra dos seis dias.
1-A revolução Cubana e a crise dos mísseis:
1.1-Comunistas na América;
1.2-A revolução cubana
2-As ditaduras na América Latina.
3-Brasil:
3.1-Golpe de Estado(1961-1964);
3.2-Governos militares(1964-1964);
3.3-Milagre econômico;
3.4-Fim da ditadura
4-Fim da guerra fria.
5-Brasil Collor a Lula.
98
Ensino Médio
Conteúdos Estruturantes
Relações de trabalho Relações de poder Relações culturais
1º ano
1º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
Introdução aos estudos históricos
Conceito de trabalho
Conceitos e importância do estudo da história
Fontes históricas
Divisões da história
Ciências auxiliares da disciplina
Modos de produção
2º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
O mundo do trabalho em diferentes sociedades
O estado em diferentes sociedades
Povos da antiguidade: egito e mesopotâmia
Economia, religião, política, sociedade,
cultura
3º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
As cidades na história
Relações culturais nas sociedades grega e
romana na antiguidade, no Brasil e no
Paraná
Mesopotâmia
Fenícios
Esparta e Atenas
Legado grego-romano
Religiosidade
99
2º ano
1º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
As grandes navegações
Os portugueses em terras brasileiras
Os espanhóis em terras paranaenses
O mundo do trabalho em diferentes
sociedades pré-colombianas
A construção do trabalho assalariado
Descobertas do continente americano
Mudanças socio-culturais
Contatos: europeus e indígenas
Exploração econômica
Colonização do paraná
Astecas, maias, incas e suas diferentes culturas
Artesanato
Manufatura
Maquinofatura
2º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
O estado e as relações de poder
Movimentos sociais, políticos e religiosos na
sociedade moderna
Relaçòes de dominação e resistência no
mundo do trabalho contemporâneo séculos
xvii e xix
Formação dos estados nacionais
Absolutismo na frança e inglaterra
Renascimento, absolutismo, reforma religiosa
Revolução industrial e revolução francesa
3º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
Urbanização/industrialização economia no Brasil e
Paraná no século XIX
As relações sociais e de trabalho no Brasil
O processo de independência do Brasil
A sociedade e a economia brasileira nos períodos
imperiais
Revoltas sociais
Cultura afro
Escravidão, resistência e preconceito
Emancipação política do Paraná
Guerra do Paraguai
Fim da escravidão
100
3º ano
1º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
Urbanização e industrialização no Paraná
A colonização do sudoeste do Paraná
O trabalho na sociedade contemporânea
Revolta dos posseiros no sudoeste do Paraná (1957)
Questão abolicionista (revisão)
República velha
Era Vargas
Populismo
2º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
O estado imperialista e sua crise
Relações de poder e violência no estado nacional
Rivalidades imperiais
Regimes totalitários
Bipolarização
Crise do socialismo na URSS
Primeira e segunda guerra mundial
Nazismo e fascismo
Guerra fria
Ditadura militar no Brasil e Paraná
3º TRIMESTRE
Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares
O mundo atual
Urbanização/industrialização na sociedade brasileira
atual
Urbanização/industrialização no Paraná atual
Conflitos urbanos e rurais
Violência e poder
Inclusão/exclusão social
Preconceito e racismo
Ataques terroristas
Propriedades públicas estatais
Propriedades privadas
101
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Quando se pretende que o ensino de historia contribua para o desenvolvimento da
consciência histórica e imprescindível que o professor retome constantemente com seus alunos
como se dá o processo da construção do conhecimento histórico.
É tarefa do professor instigar o aluno a capacidade de questionar e criticar os
conteúdos e as abordagens existentes nos livros consultados para que com o passar do tempo
os levem a buscar o conhecimento.
O uso da biblioteca é indispensável para a ampliação do conhecimento do aluno,
sendo orientados pelo professor de História a conhecer o acervo específico e as obras que
poderão ser pesquisadas ao longo do ano letivo usar também o Laboratório de Informática a fim
de pesquisa.
Além disso, as imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas,
gravuras, museus, filmes, músicas, etc, são documentos que podem ser utilizados pelos
professores de História como material didáticos de grande valor na construção do conhecimento
histórico.
Há também que haver a consciência por parte do professor de História que a
interdisciplinaridade ocorre na articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas
do conhecimento. Assim, narrativas, imagens, sons, etc., de outras disciplinas relacionadas
devem ser tratadas como documentos a ser abordados historiograficamente.
Os conteúdos contemplados, como a Inclusão, História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, História do Paraná, Educação Fiscal, Cidadania, Educação para os direitos
Humanos,Enfrentamento á violência na Escola e Prevenção ao uso indevido das drogas serão
desenvolvidos ao longo do ano letivo, na escola,
Busca-se construir o conhecimento a partir de:
Problematização do presente/passado por meio de pesquisas, fontes históricas,
buscando respostas a todas as indagações.
Interpretação de imagens através de livros, figuras, filmes, fotos e documentos em
geral.
Análise de diferentes visões historiográficas através da oralidade, em seus variados
aspectos.
Reconstruções de trajetórias históricas através da oralidade, em seus variados
aspectos.
102
Uso constante da cartografia e objetos históricos.
Os desafios Educacionais Contemporâneos serão trabalhados através de textos
complementares sempre que o conteúdo estiver relacionado.
Sendo o livro didático o documento pedagógico mais popular segue um
encaminhamento metodológico para melhor aproveita-lo:
Ler o texto;
Construir uma enunciação da ideia principal do texto;
Identificar e analisar as imagens e as ilustrações,mapas e gráficos;
Explicar as relações feitas;
Registrar de forma organizada as ideias principais e as secundárias do texto.
AVALIAÇÃO
E necessário observar na avaliação se os conteúdos históricos estão sendo
apropriados pelos alunos, se analisam as diferentes conjunturas históricas a partir das relações
de trabalho, cultura e poder diante disso, propõe-se uma avaliação formal, processual,
continuada e diagnóstica.
A partir da avaliação diagnóstica, tanto o professor quanto os alunos poderão
revisitar as práticas desenvolvidas até então, para identificar lacunas no processo de ensino e
aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos para superar dificuldades
constatadas.
Retomar a avaliação com os alunos permite situá-los como parte de um coletivo, onde
a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vistas à aprendizagem de todos.
Propondo maior participação dos alunos no processo avaliativo, não se objetiva
esvaziar o papel do professor, mas ampliar o significado das práticas avaliativas para todos os
envolvidos. No entanto, é necessário destacar que cabe ao professor planejar situações
diferenciadas das avaliações.
Os instrumentos avaliativos consistirão em produção e interpretação de narrativas
históricas, pesquisas bibliográficas, Questões orais e escritas, debates entre outros.
Os critérios que serão considerados na avaliação dos alunos ao longo do Ensino
Fundamental serão:
Se os conteúdos e conceitos de história estão sendo apropriados;
Se o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o estudo das diferentes
103
dimensões e contextos históricos propostos para o nível de ensino em questão;
Se empregam conceitos históricos para analisar diferentes contextos;
Se analisam as diferentes conjunturas históricas a partir das dimensões econômico-
social,política e cultural no ensino fundamental;
Se compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base no método
da problematização de distintas fontes documentais, a partir das quais o pesquisador
produz a narrativa histórica;
Se explicitam o respeito à diversidade étnico-racial, religiosa,social e econômica, a
partir do conhecimento dos processos históricos.
A recuperação será paralela aos conteúdos trabalhados, observando que não promova
apenas um aumento de nota, mas uma efetiva aprendizagem do aluno, sendo registrada nos
documentos próprios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURKE, Peter. O que é historia cultural. Rio de Janeiro:I(mago,1993.
BURKE. Peter (org.).A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis, Vozes, 2001.
HOBSBAWM, Eric J. Sobre a História. São Paulo:Companhia das Letras,1998.
LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs). História: novos problemas.: Rio de Janeiro:
Francisco Alves , 1979.
PARANA. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de
Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: inserção dos conteúdos de história e cultura afro-
brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba:SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
104
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Na dimensão histórica apresentada na DCE (2009), a Língua Portuguesa tornou-se
idioma oficial do Brasil em 1758, por Marquês de Pombal. E em 1759, com a reforma Pombalina,
tornou-se o idioma-base do ensino, que pretendia modernizar o sistema educacional da época,
que até então era dominado pelos Jesuítas. A Educação brasileira passou por mudanças
estruturais, através de ideias iluministas, não se limitando somente as escolas elementares,
voltadas ao ler e contar, para os indígenas, mas também com cursos secundários de Letras e
Filosofia e o curso de Teologia para a formação de sacerdotes.
Quando os Jesuítas foram expulsos, teve inicio as aulas régias, ministradas por
profissionais nomeados por indicação política ou religiosa, que atendia apenas parcela da elite
colonial, visando à preparação para a continuação dos estudos na Europa. Com o passar do
tempo, o ensino passou a ser de domínio da Coroa Portuguesa, com influências da educação
clássica e européia. Permanecendo assim até 1808, com a vinda da família real ao Brasil. Foi
nessa época também que nascem as primeiras instituições de ensino superior no Rio de Janeiro
privilegiando as camadas superiores da sociedade.
A Disciplina de Língua Portuguesa só passou a fazer parte dos currículos escolares
brasileiros no final do século XIX, ainda sem grande importância, pois prevalecia o ensino
através das disciplinas clássicas. O conteúdo gramatical foi denominado de Português em 1871,
juntamente com a criação do cargo de Professor de Português. Não havendo mudanças
relevantes no sistema educacional até meados do século XX, pois continuava a ter como público
alvo a elite.
Somente com a industrialização, e a Lei n.5692/71, ampliam-se as vagas nas escolas,
com o intuito de qualificação para o trabalho, onde a disciplina de Língua Portuguesa é
concebida como meio de comunicação, fazendo da língua o objeto de estudo, vista apenas como
código, desvinculada da interação social, conforme a teoria de Saussure. Lembrando ainda que
a Disciplina de Língua Portuguesa, continua a privilegiar as classes letradas da elite, pois o
ensino se baseia somente na Norma Culta da língua.
Entre os anos 70 e 80 é que chegam ao Brasil as primeiras obras do teórico Bakhtin,
apontando o texto, ou seja, os vários discursos produzidos nas diferentes esferas sociais
(gêneros discursivos) como ponto de partida para o estudo da Língua Materna, podendo aqui ser
observado e analisado todos os tipos de variações lingüísticas construídas em contextos sociais
105
e históricos, em situações da língua em uso real. Assim sendo não desprezando nenhuma das
variantes lingüísticas, e trabalhando a norma culta, não mais para privilegiar a elite, mas sim
como mais uma das variações lingüísticas que possibilite ao aluno o conhecimento desta, para
que possa refletir e utilizá-la adequadamente sempre que necessário, visando sua formação
cidadã e buscando a transformação da sociedade.
De acordo com essa perspectiva bakhtiniana, enfatizamos que o ensino de Língua
Portuguesa, pautado nos gêneros discursivos, através da análise reflexiva e compreensiva do
conteúdo temático, bem como da estrutura composicional e do próprio estilo dos discursos,
oferece ao aluno a formação necessária para que este possa interagir na e com a sociedade,
enfrentando os obstáculos que permeiam a linguagem, tanto oral como escrita.
As sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais centradas na escrita, portanto ser
alfabetizado de fato, isto é, saber escrever bem, e ler fluentemente, interagindo com o texto,
fazendo inferências são condições inquestionáveis para responder às demandas
contemporâneas. É pelo ensino da língua materna que podemos oferecer essa condição aos
alunos. Letrados eles terão a possibilidade de interagir com os diversos discursos produzidos na
contemporaneidade.
Partindo do pressuposto de que a língua é viva, dinâmica e evolui constantemente em
um processo histórico de interação social, e que se concretiza através de textos orais e escritos
que circulam e são produzidos socialmente, estes tem que ser compreendidos como a
materialidade do discurso das mais variadas esferas da atividade humana. O trabalho com a
língua materna justifica-se por sua função mediadora das práticas sociais no que se refere à
analise da produção, compreensão e interpretação de enunciados presentes na comunicação
oral e escrita, sendo portanto o discurso o objeto de estudo, da disciplina.
Assim, é tarefa da escola promover a competência discursiva do aluno associada à sua
capacidade discursiva de interagir com as formações sócio-discursivas existentes em todas as
esferas da atividade humana, conforme Bagno (2007) ”Para formar um cidadão consciente do
seu papel na sociedade é necessário levá-lo a reconhecer quais identidades sociais o formam e,
para isso, inevitavelmente, passar por questões de língua e de significados sociais do texto
escrito”
106
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Conteúdo estruturante: O discurso como prática social.
6º ano
GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS
1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-Verbete de dicionário;
-Bilhetes;
-Textos Instrucionais;
-Poema (Helena Kolody).
-Fábulas;
-Contos (em prosa/verso e
fantásticos, incluindo os
contemporâneos)
-Reportagem e notícias;
-Diálogo Argumentativo;
-Tiras e HQS.
Através dos gêneros selecionados para a 6º ano privilegiar-se-á os seguintes aspectos
relacionados à leitura, à oralidade e à escrita:
Tema do texto; discurso direto e indireto; narrador (1ª pessoa e 3ª pessoa) ; aspas;
travessão; divisão do texto em parágrafos (noção de parágrafo); acentuação; ortografia; leitura
compreensiva; vocativo; principais elementos composicionais dos gêneros, selecionados locutor
e interlocutor; abreviaturas ( dos verbetes do dicionário) ordem alfabética; uso de maiúsculas e
minúsculas modo indicativo dos verbos e respectivos tempos.
Diferenciar uso da linguagem formal e informal (no gênero oral “exposição oral”) noção
de substantivo como palavra que dá nome aos seres. Noção de adjetivo como palavra que tem
a função de mudar o substantivo; utilização dos artigos, pronomes pessoais. Conotação e
denotação (sentido literal e figurado) figuras de linguagem: metáfora, composição, prosopopéia,
onomatopéia.
-sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos,
-polissemia.
-informatividade, interlocutor e finalidade em tiras e HQS.
-coesão e coerência.
107
7º ano
GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-História de Aventuras;
-Contos;
-Diários;
-Blogs;
-Gênero Poético (Helena
Kolody).
-Crônicas;
-Autobiografia;
-Notícias;
-Poemas (músicas e
classificados poéticos).
-Reportagem;
-Artigo de Opinião;
-Entrevista;
-Relatos e memórias;
Ao estudar os textos selecionados para a 7ºano dar-se-á ênfase aos conteúdos:
-tema do texto o literário e não literário
-discurso direto e indireto ( verbos de dizer)
-uso da 1ª e 3ª pessoa
-paragrafação _ noção de parágrafo e escrita.
-uso de conectores (enquanto, quanto, tanto, quando...)
- linguagem formal e informal ( em gêneros, variados)
- linguagem figurada (conotação e denotação)
-uso adequado da pontuação (ponto final), dois pontos, vírgula, reticências)
-estudo dos antônimos, sinônimos e polissemia
-uso adequado de períodos.
-pronome: estudo dos pronomes pessoais , possessivos, demonstrativos interrogativos
-preposições;
-uso do travessão nos discursos direto e indireto.
-tema, interlocutor, finalidade e informatividade em cartaz
-uso do verbo no modo imperativo
-verbo haver no sentido de existir
-uso do dicionário; ordem alfabética,
-uso das aspas (para destacar uma palavra que está sendo usada em sentido diferente,
apresentar palavra estrangeira, registrar discurso direto e destacar gírias)
-argumentos contra e a favor com uso da língua padrão
-exploração da semântica em todos os gêneros da série.
108
8º ano
GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-Conto e epopéia;
-Conto e romance;
-Crônicas;
-Poema( Helena Kolody)
-Artigo Informativo ;
-Artigo de Opinião;
-Publicidade e propaganda.
-Poemas;
-Gêneros expositivos (
seminários e debates).
O trabalho com os gêneros textuais escolhidos para série contemplará,
essencialmente, os seguintes conteúdos:
-Linguagem formal e informal
Elementos composicionais da Crônica e conceitualização; marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, recursos semânticos.
-Figuras de linguagem: metáfora, composição, prosopopeia, onomatopeia, antítese,
hipérbole, metonímia, ironia.
-Vocativo, aposto, verbo no imperativo, slogan
-ambiguidade e polissemia
-Conjunções, advérbios: coesão referencial e sequencial.
-Pronomes: revisão de todos os pronomes
-principais casos de concordância nominal e verbal.
-Noções iniciais de sintaxe em uso sujeito, predicado e transitividade verbal (para dar
conta da progressão que já vem desde a 6º e o 7º anos através do uso de VERBETE).
109
9º ano
GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
- Revisão das classes de palavras;
- Efeitos de sentido na linguagem em seus vários
contextos sociais;
- Gênero Conto (clássico e contemporâneo);
- Gênero Romance (introduzindo para aula de
leitura);
- Gênero Crônica;
- Gênero Poesia (com ênfase em letras de
músicas, poesia concreta e especificamente os
haicai e poemas de Helena Kolody).
- Entrevista;
- Editorial;
- Artigo de opinião
- Romance (noção
básica do gênero)
- Resumo
- Manifestos
(Declaração dos
Direitos e Estatutos);
- Debate regrado;
- Carta do leitor
- Currículo Vitae
- Peça teatral (escrita)
O estudo dos gêneros selecionados abordará essencialmente os seguintes conteúdos:
-Noção de debate regrado (tema, contra ou a favor, como argumentar, moderador, inscrições)
-Modo indicativo e tempos.
-Uso da linguagem formal e informal em diferentes situações.
-Elementos composicionais do CONTO, marcas linguísticas: conotação, denotação, coesão, coerência,
função das classes gramaticais, aspas, travessão, negrito, itálico.
-polissemia e ambiguidade
-Verbos no modo indicativo relacionando-os aos gêneros narrativos a serem trabalhados na série e
também às noções de concordância verbal e nominal.
Período simples e período composto (conhecimentos básicos com finalidade de promover o entendimento
de TEXTUALIDADE).
-conjunções coordenadas com vistas à coesão, coerência e progressão do texto
-verso, estrofe, metrificação
-Discurso direto e indireto e turnos de fala na entrevista oral e escrita.
-Reconhecer os mais variados gêneros que circulam socialmente e reconhece os diferentes estilos.
-Sistematização dos principais aspectos da ortografia, da acentuação e da pontuação contextualizado às
produções e observando suporte, fonte, interlocutores, finalidade e época.
-Romance – elementos composicionais e principais marcas lingüísticas; tempo, lugar, ações, enredo e
drama central na sinopse.
-Figuras de linguagem: Metáfora, comparação, metonímia, catacrese, eufemismo, paradoxo, ironia,
antítese, elipse, anáfora, hipérbole, gradação, prosopopéia.
110
Ensino Médio
Conteúdo Estruturante: O Discurso como Prática Social
LEITURA
Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto ;
Intencionalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Vozes sociais presentes no texto;
Discurso ideológico presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Contexto de produção da obra literária;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das
classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como
aspas, travessão, negrito;
Progressão referencial;
Partículas conectivas do texto;
Relação de causa e consequência entre partes e
elementos do texto;
Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras
de linguagem; sentido conotativo e denotativo.
É importante que o professor:
Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções,
contexto de produção do gênero;
Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual;
Conduza a utilização adequada dos conectivos;
Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
Acompanhe a produção do texto;
Instigue o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo;
Estimule produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;
Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que
compõe o gênero (por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão
problema, se apresenta defesa de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há
continuidade temática, etc.);
Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende
à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
111
ESCRITA
Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Intencionalidade;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Referência textual;
Vozes sociais presentes no texto;
Ideologia presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Progressão referencial;
Relação de causa e consequência entre as artes
e elementos do texto;
É importante que o professor:
Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções, contexto de
produção do gênero;
Proporcione o uso adequado de palavras e
expressões para estabelecer a referência textual;
Conduza a utilização adequada dos conectivos;
Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
Acompanhe a produção do texto;
Instigue o uso de palavras e/ou expressões no
sentido conotativo;
Estimule produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;
Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõe o gênero
(por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão problema, se apresenta defesa
de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há continuidade temática, etc.);
Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.
112
ORALIDADE
Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica
Semântica:
- operadores
- argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
Marcas linguísticas:
- coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos
como aspas, travessão, negrito, etc.;
Vícios de linguagem;
Sintaxe de concordância;
Sintaxe de regência.
É importante que o professor:
Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;
Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a
utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e
informal;
Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como
entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas e outros;
Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como seminários, telejornais,
entrevistas, reportagens, entre outros;
Propicie análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais, emissoras de
TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas esferas.
113
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º ano
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-Estudo da linguagem;
-Revisão da estrutura dos
gêneros;
-Introdução aos gêneros
literários (conto, crônica, novela);
-Gênero Poesia
-Narrativa histórica (prosa e
versos).
-Escolas literárias;
-Diário pessoal.
-Carta do leitor;
-Notícia;
-Editorial.
2º ano
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-Estudo da linguagem;
-Revisão da estrutura dos
gêneros;
-Introdução aos gêneros
literários (conto, crônica, novela);
-Gênero Poesia
-Narrativa histórica (prosa e
versos).
-Escolas literárias;
-Diário pessoal.
-Carta do leitor;
-Notícia;
-Editorial.
3º ano
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre
-Estudo da linguagem;
-Revisão da estrutura dos
gêneros;
-Introdução aos gêneros
literários (conto, crônica, novela);
-Gênero Poesia
-Narrativa histórica (prosa e
versos).
-Escolas literárias;
-Diário pessoal.
-Carta do leitor;
-Notícia;
-Editorial.
114
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Propõe-se um trabalho voltado para as três práticas discursivas: oralidade, leitura e
escrita, uma vez que as mesmas estão materializadas em forma de gêneros que circulam
socialmente.
O interacionismo bakhtiniano privilegia, portanto as funções sociais da linguagem.
Nesse caso, no processo de ensino aprendizagem visar-se-á o letramento do aluno. Para tanto,
pretende-se, numa perspectiva dialógica, formar leitores competentes, situados historicamente.
As leituras serão enriquecidas através de relações interdisciplinares a fim de que o aluno possa
buscar o conhecimento através de pesquisas em diversas fontes.
As produções escritas serão amparadas tendo como perspectivas, em primeiro lugar, a
visão de que a língua faz-se através da interação verbal, e também, que toda produção possui
um discurso, uma intencionalidade, intertextualidade, interdiscursividade, variedades lingüísticas,
textualidade, coerência, coesão, etc.
O estudo da língua fundamentar-se-á também através dos elementos verbais e dos
elementos extra-verbais, os quais serão responsáveis pela construção dos sentidos dos
enunciados.
Partiremos da premissa de que a linguagem permeia todas as atividades humanas, em
todas as esferas sociais e que, na esfera escolar, a linguagem, seja oral, seja escrita, é
indispensável para a construção de conhecimentos em todas as disciplinas.
O processo de ensino aprendizagem da língua materna considerando o trabalho com
os gêneros textuais não será voltado apenas para o contexto escolar, uma vez que
compreendemos que é função da escola ensinar o aluno a produzir escritos, tendo em vista que
cada vez mais a sociedade exige pessoas que saibam argumentar, discutir, opinar, tanto por
escrito quanto oralmente.
A literatura será proposta numa abordagem que tenha como fios condutores aspectos
diacrônicos e sincrônicos, uma vez que não pretendemos eliminar a historicidade da literatura.
Buscamos formar leitores que mantenham diálogo com o nosso tempo, mas que entendam, a
importância e a construção histórica literária. Neste sentido, com base em pesquisas em livros,
seminários, saraus literários, debates de obras literárias, ou assistindo a filmes relacionados com
a literatura, tornaremo-la mais significativa para o adolescente.
115
AVALIAÇÃO
A avaliação será através de um processo de aprendizagem contínuo e que dê prioridade à
qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo. Ao ter o conteúdo estruturante o
Discurso como prática social, e os gêneros como ponto de partida para o ensino-aprendizagem,
devemos pensar em uma avaliação formativa e dialógica, as quais consistem em considerar os
alunos com ritmos e processos de aprendizagens diferentes, bem como uma avaliação contínua e
diagnóstica, que possibilita ao aluno e ao professor a possibilidade de verificar a aprendizagem e
buscar estratégias diferenciadas para que haja mais participação e a efetiva apropriação do
conhecimento.
Partindo do ensino-aprendizagem dos gêneros discursivos textuais, que abranja os três
eixos: a leitura, a oralidade e a escrita, de acordo com a teoria bakhtiniana, esses eixos podem ser
explorados concretamente, através do conteúdo temático, de sua estrutura composicional e do estilo,
lembrando que os discursos são produzidos nas diferentes esferas sociais, e com diferentes
finalidades, bem como a língua deve ser vista como dinâmica, a medida que é produzida no contexto
social e histórico dos falantes.
Sendo assim o professor deverá levar em conta os elementos que compõem o gênero
(conteúdo temático, a estrutura composicional e o estilo), e os critérios solicitados no momento da
avaliação. Fará parte do processo também a observância na produção dos diálogos, relatos e
discussões com certa fluência, clareza e argumentação apropriada tanto na oralidade e na escrita,
contudo não com o intuito de apenas atribuir nota, mas através de reestruturações e refacções
proporcionar aos alunos meios para que analisem e critiquem seus textos (orais e escritos) assim
como os dos colegas. A língua não será abordada de forma fechada e imutável, mas como um
processo dinâmico de interação. Primar-se-á pela gramática reflexiva, em uso, explorando aspectos
ligados à semântica e ao discurso, para tanto a gramática descritiva não será um fim em si mesma,
mas um meio para dialogar e fazer inferências com e no texto, de maneira crítica e consciente.
Ainda, ao avaliar o desempenho dos alunos, serão levados em consideração os objetivos
propostos no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico da escola e serão utilizados os
seguintes instrumentos: provas, trabalhos orais e escritos (individuais e em grupo), produção de
textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática. A recuperação para o aluno
que não atingir resultado satisfatório se dará por meio de recuperação de conteúdos. A expressão
dos resultados desse processo será feita conforme o previsto no Regimento Escolar deste
estabelecimento.
116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo : Parábola Editorial, 2003.
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BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahus e Yara Frateschi. 9
ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
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PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Língua Portuguesa. Curitiba: SEED/DEB, 2008.
117
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A palavra “Matemática” vem do termo grego Máthema que quer dizer “ciência,
conhecimento aprendizagem” e da palavra Mathematikós que significa “apreciador do
conhecimento”. Os primeiros documentos escritos conhecidos remontam ao ano 2000 a.c na
Babilônia, que correspondiam ao que hoje se chama de álgebra elementar. Mas só na Grécia do
século V a.c que a Matemática foi considerada uma ciência num sentido próximo do atual.
Existem várias formas de definir a matemática: o estudo de padrões de quantidade,
estrutura, mudanças e espaço; a ciência do raciocínio lógico; a investigação de estruturas
abstratas. De qualquer forma, um dos seus maiores valores é o fato de constituir uma verdadeira
ferramenta, uma vez que contém em si mesma a capacidade de resolução de problemas. Com
ela podemos organizar, simplificar e interpretar dados bem como efetuar inúmeros cálculos, além
de muitas outras potencialidades que nos podem ajudar no dia-a-dia de casa, de escola, do
trabalho.
Muitos séculos depois, continua a estar na ordem do dia e a preocupar milhares de
alunos, professores e pais por todo o mundo, pois os nossos alunos não poderão viver sem ela.
A dificuldade na aprendizagem dos conteúdos matemáticos é de longa data, é uma luta que nós
educadores, pais, e todos os demais envolvidos na Educação não podemos deixar de travar.
Procurar métodos inovadores, outras ferramentas, metodologias mais eficazes, para que os
alunos encontrem na Matemática uma verdadeira forma de apreciar o conhecimento.
Conforme as DCEs (2008, p. 15 a 17), a História da matemática nos revela que os povos
das antigas civilizações conseguiram desenvolver os rudimentos de conhecimentos matemáticos
que vieram compor a matemática que se conhece hoje. Mas é com a civilização grega que
regras, princípios lógicos e exatidão de resultados foram registrados e ocorrem as preocupações
iniciais sobre a importância e o papel da matemática no ensino e na formação das pessoas.
A matemática se inseriu no contexto educacional grego, com a função de encontrar
respostas sobre a origem do mundo. Ou seja, a partir desta época ocorre o desenvolvimento da
aritmética, geometria, álgebra e trigonometria. No século V a.C. iniciam-se as práticas
pedagógicas em matemática, com os sofistas. O objetivo era formar o homem político com
caráter de intelectualidade e valor científico.
A matemática se configurou como disciplina básica na formação das pessoas a partir do
118
século I a.C., sendo que o ensino era baseado no pensamento euclidiano. Já do século V d.C.
até o século VII, a matemática era ensinada com objetivo de entender datas religiosas. Nessa
época iniciam-se no oriente produções matemáticas entre Hindus, Árabes, Persas e Chineses.
No decorrer dos séculos VIII e IX, o ensino de matemática passou por mudanças
significativas, pois surgiram as escolas e com elas também a organização dos sistemas de
ensino. Mesmo assim, entre os séculos X e XV a matemática tornou-se especulativa,
considerando premissas como verdadeiras, sem questionamentos e apenas após os séculos XV,
a matemática tornou-se experimental, contribuindo para a descoberta de novos conhecimentos e
se colocou em oposição à concepção de ensino humanística que predominava na época.
As produções matemáticas do século XVI contribuíram para uma fase de grande
progresso científico e econômico que se aplicou na construção, aperfeiçoamento e uso produtivo
de máquinas e equipamentos, concentrando estudos na matemática pura e aplicada.
No Brasil, na metade do século XVI, os jesuítas instalaram colégios católicos, mas o
ensino de conteúdos matemáticos como disciplina escolar não alcançou destaque nas práticas
pedagógicas.
No século XVIII, a pesquisa matemática se direcionou a atender os processos da
industrialização, havendo, portanto, a necessidade do rigor dos métodos, pois as leis
matemáticas não podiam falhar nos diversos ramos da atividade humana. Assim, do final do
século XVI ao início do século XIX o ensino da matemática desdobrou-se em aritmética,
geometria, álgebra e trigonometria favorecendo o domínio de técnicas para solucionar os
problemas de ordem prática.
Com a vinda da família real ao Brasil implementou-se a matemática nos cursos técnico-
militares, sendo dividida em elementar para os alunos primários até nível médio e superior.
Surge então, o período das matemáticas contemporâneas, com o objetivo de construir
um sistema de fundamentos matemáticos que subsidiasse soluções para problemas acumulados
por meio de experiência e avanços científicos e tecnológicos.
Frente a essa evolução, surgem propostas de renovação do ensino da matemática
propondo o rompimento entre a formação geral e a prática, a formação clássica e a técnica.
Nesse contexto, emergem as primeiras discussões sobre educação matemática, propondo nova
organização dos conteúdos específicos.
Várias tendências influenciaram o ensino de matemática em nosso país. Muitas delas
continuam fundamentando o ensino da matemática até hoje. Exemplo disso é a tendência
histórico-crítica, onde a aprendizagem efetiva da matemática consiste no desenvolvimento de
119
estratégias que possibilitem ao aluno atribuir significado as ideias matemáticas e tornar-se capaz
de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. O professor é articulador do processo
de ensino e aprendizagem da visão de mundo do aluno, suas opções diante da vida, da história
e do cotidiano.
Essa tendência fez com que a educação matemática se desenvolvesse, sendo seu
objeto de estudo a prática pedagógica matemática, de forma a envolver-se com as relações
entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático.
Dessa forma o ensino da matemática tratará a construção do conhecimento matemático,
por meio de uma visão histórica em que os conceitos foram apresentados, discutidos,
construídos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento humano e na produção
de sua existência por meio das ideias e das tecnologias.
É nessa reflexão que se abre espaço para um discurso matemático voltado, tanto para a
cognição do estudante como para a relevância social do ensino da matemática.
Portanto, é necessário que o processo de ensino aprendizagem em matemática
contribua para que o estudante tenha condições de constatar regularidades matemáticas,
generalizações e apropriação da linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos
ligados a matemática e as outras áreas do conhecimento possibilitando que o estudante, a partir
do conhecimento matemático, critique questões sociais, políticas, econômicas e históricas.
Sendo assim pode-se afirmar que o ensino da matemática será feito com metodologias
que procuram alterar as maneiras pelas quais se ensina matemática, que podem ser através da
resolução de problemas, modelagem matemática, história da matemática, etnomatemática, uso
de mídias tecnológicas e Investigação Matemática.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Matemática para Educação Básica são
Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias, Funções e Tratamento de informação
Para o ensino básico da Rede Pública Estadual e para esta escola temos a seguinte
distribuição:
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6º ano
TRIMESTRE CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º e 2º NÚMEROS
E ÁLGEBRA
Conjuntos Numéricos - Sistema de Numeração Decimal - Números Naturais - Expressões Numéricas
- Múltiplos e Divisores - Frações e Decimais - Potenciação - Radiciação
2º e 3º
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de Comprimento - medidas padrão - múltiplos e submúltiplos do metro - perímetro de figuras planas - perímetro de polígonos Medidas de massa - medida padrão - múltiplos e submúltiplos do grama Medidas de tempo - milênio, século, ano, mês e dia - horas e minutos Medidas de área - medidas convencionais - medidas não-convencionais - área de figuras planas - área do círculo
Medidas de volume - múltiplos e submúltiplos do litro - metro cúbico - volume do cubo, paralelepípedo e cilindro Medidas de ângulos - ângulo reto - ângulo raso - ângulo agudo - ângulo obtuso - ângulos no circulo Medidas de velocidade - metro por segundo - quilômetro por hora Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas
3º GEOMETRIAS
Geometria Plana - Ponto - Retas - O Espaço Bidimensional - Figuras Planas
Geometria Espacial - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos
1º, 2º e 3º TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES
Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores
Matemática Financeira - Porcentagem
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7º ano
TRIMESTRE CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º NÚMEROS
E ÁLGEBRA
Conjuntos Numéricos - Expressões Numéricas - Números Inteiros - Números Racionais - Frações - Potenciação - Radiciação
Equações e Inequações - Equação do 1º Grau Proporcionalidade - Razão e Proporção - Escalas - Regra de Três Simples
1º e 2º GRANDEZAS E
MEDIDAS
-Medidas de Ângulos -Medidas de Temperatura
- Escala Celsius * Escala Maranheiro (noção) * Escala Kelvin (noção) Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas
2º GEOMETRIAS
Geometria Plana - Ponto - Retas - O Espaço Bidimensional - Figuras Planas - Circunferência e Círculo - Congruência e Semelhança de Figuras Geometria Espacial (incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos
Geometrias não-euclidianas - Noções de Topologia
3º TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas - Média Aritmética - Moda Mediana - População e Amostra
Matemática Financeira - Porcentagem - Regra de três e grandezas - Juros Simples
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8º ano
TRIMESTRE CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º e 2º NÚMEROS
E ÁLGEBRA
Conjuntos Numéricos - Números Racionais - Números Irracionais - Potências - Expressões Numéricas
Equações e Inequações - Equação do 1º Grau - Sistema de Equação do 1º Grau Polinômios - Monômios e Polinômios - Produtos Notáveis - Fatoração Algébrica - Operações com polinômios
3º GRANDEZAS E
MEDIDAS
Medidas de Comprimento - medidas padrão - comprimento da circunferência Medidas de área - medidas convencionais
Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas Medidas de Volume e de Ângulos
2º GEOMETRIAS
Geometria Plana Geometria Espacial (Incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos - Geometria Analitica
Geometrias não-euclidianas - Introdução a Geometria Fractal
1º TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas
Matemática Financeira - Porcentagem - Regra de três e grandezas - Juros Simples - Juros Compostos
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9º ano
TRIMESTRE CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º NÚMEROS
E ÁLGEBRA
Conjuntos Numéricos - Números Irracionais - Números Reais - Expressões Numéricas - Notação Científica - Potenciação - Radiciação
Números Reais Propriedade dos radicais Teorema de Pitágoras - Equação do 2º Grau - Equações Irracionais - Equações Biquadradas - Regra de três Composta
1º e 2º GRANDEZAS E
MEDIDAS
Trigonometria - Relações Métricas no Triângulo Retângulo - Trigonometria no Triângulo Retângulo
2º FUNÇÕES Função Afim - Noção de Função Afim
Função Quadrática - Noção de Função Quadrática
2º e 3º GEOMETRIAS
Geometria Plana - Circunferência e Círculo - Congruência e Semelhança de Figuras Geometria Espacial (Incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos
Geometria Analítica (Trabalhar junto com funções) - Sistema Cartesiano Geometrias não-euclidianas - Noções de Topologia - Introdução a Geometria Fractal - Introdução a Geometria Projetiva
3º TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas
Noções de Analise Combinatória Noções de Probabilidade - Possibilidades e Chances - Cálculo de Chance - Conceito de Probabilidade - Juros Compostos
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Ensino Médio
1º Ano
PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º Trimestre
Equações e Inequações; Conjuntos numéricos Intervalos Introdução as funções Função afim Função quadrática
2º Trimestre
Função Exponencial Função Logarítmicas Função Trigonométrica Função Modular Progressão aritmética Progressão geométrica
3º Trimestre A trigonometria no triângulo retângulo Relações trigonométricas num triângulo qualquer
2º Ano
PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º Trimestre
Trigonometria
A trigonometria no triângulo – retângulo
Seno, cosseno e tangente em um triângulo - retângulo
Relações trigonométricas num triângulo qualquer
Circunferência trigonométrica
Números trigonométricos
2º Trimestre
Transformações trigonométricas
Funções trigonométricas
Análise combinatória
Princípio multiplicativo
Arranjos simples
3º Trimestre
Permutação simples
Combinação simples
Sistemas Lineares
Probabilidade
Probabilidade da reunião de dois eventos
Eventos independentes.
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3º Ano
PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS
1º Trimestre
- Geometria Plana - Geometria Espacial
Poliedros
Prismas
Pirâmides
Cilindro
Cones -Esfera (área, volume do sólido e do tronco
.Grandezas e Medidas
2º Trimestre
- Geometria analítica
Ponto
Distribuição entre dois pontos
Ponto que divide o segmento numa razão
Baricentro
Condição de alinhamento entre dois pontos -Reta
Equação que passa por dois pontos
Coeficiente angular
Distancia de um ponto a reta
Área do triângulo
Condição de perpendicularismo e paralelismo - Geometria Não-Euclidiana -Circunferência
Equação reduzida Equação normal Posição do ponto em relação a circunferência
- Posição da reta em relação a circunferência
3º Trimestre
-Números complexos 11. Operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potencia) 12. Forma trigonométrica 13. Forma exponencial
-Polinômios
Função polinomial
Operações
Divisão de polinômios ( chave e Ruffini) - Equação polinomial
Relação de Girard Raízes , radicais (pesquisa de raízes )
- Estatística - Matemática financeira
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ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A proposta Metodológica da disciplina visa desenvolver os diversos campos de
investigação e de produção do conhecimento de natureza científica, propiciando melhor
qualidade de ensino e de aprendizagem da Matemática, de modo a que o estudante possa
construir através do saber matemático, valores e atitudes de naturezas diversas, visando a
formação integral do ser humano e particularmente da sociedade, do cidadão e do homem
público.
Ao serem abordados numa prática docente, os conteúdos estruturantes evocam outros
conteúdos estruturantes e conteúdos básicos / específicos, priorizando relações e
interdependências que, consequentemente, enriquecem os processos pelos quais acontecem
aprendizagens em Matemática. O olhar que se volta para os conteúdos estruturantes não é
hermético. A articulação entre os conhecimentos presentes em cada conteúdo estruturante é
realizada na medida em que os conceitos podem ser tratados em diferentes momentos e,
quando situações de aprendizagens possibilitam, por ser retomados e aprofundados.
Portanto, busca-se direcionar o trabalho docente de forma que o mesmo se paute em
abordagens a partir dos inter-relacionamentos e articulações entre os conceitos de cada
conteúdo específico.
Com a perspectiva de um trabalho docente com conteúdos de Matemática, pensados a
partir de uma noção que vise romper com abordagens que apregoam a fragmentação de tais
conteúdos como se eles existissem em patamares distintos e sem vínculos.
Dessa forma, como proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
Matemática – Paraná (2008) Estaduais, seguem-se considerações sobre as tendências
metodológicas elencadas e estudadas pela Educação Matemática as quais devem dar ação no
processo de ensino aprendizagem dos conteúdos estruturantes e seus desdobramentos
propostos para a disciplina de Matemática.
127
Etnomatemática
O papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância social que
produzem conhecimento matemático. Esta tendência leva em consideração que não existe um
único saber, mas vários saberes distintos e nenhum menos importante que outro. As
manifestações matemáticas são percebidas através de diferentes teorias e práticas, das mais
diversas áreas que emergem dos ambientes culturais.
A etnomatemática considera uma organização da sociedade que permite o exercício da
critica e da análise da realidade. Nesse sentido, é um importante campo de investigação que, por
meio da Educação Matemática, prioriza um ensino que valoriza a história dos estudantes através
do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais e raízes culturais de outros grupos.
Modelagem Matemática
Essa abordagem tem como pressuposto que o ensino e a aprendizagem da Matemática
podem ser potencializados quando se problematizam situações do cotidiano. A Modelagem
Matemática, ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura
levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida.
A Modelagem Matemática consiste na arte de transformar problemas reais com os
problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real.
Diante das possibilidades de situações diferenciadas de aprendizagens oriundas da
Modelagem Matemática, esta tendência contribui para a formação do estudante ao possibilitar
maneiras pelas quais os conteúdos de Matemática sejam abordados na prática docente, cujo
resultado será, um aprendizado, significativo.
Resolução de Problemas
Uma das razões de ensinar Matemática é abordar os conteúdos matemáticos a partir da
resolução de problemas, meio pelo qual, o estudante terá a oportunidade de aplicar
conhecimentos previamente adquiridos em novas situações. Na solução de um problema, o
estudante precisa ter condições de buscar várias alternativas que almejam a solução.
128
É importante lembrar que a resolução de exercícios e resolução de problemas são
metodologias diferentes. Enquanto na resolução de exercícios os estudantes dispõem, utilizam
mecanismos que os levam, de forma imediata, pois muitas vezes, é preciso levantar hipóteses e
testá-las. Desta forma, uma mesma situação pode ser um exercício para alguns e um problema
para outros, dependendo dos seus conhecimentos prévios.
Mídias Tecnológicas
No contexto da Educação Matemática, os ambientes de aprendizagem gerados por
aplicativos informáticos, dinamizam os conteúdos curriculares e potencializam o processo de
ensino e da aprendizagem. O uso de mídias tem suscitado novas questões, sejam elas em
relação ao currículo, à experimentação Matemática, às possibilidades do surgimento de novos
conceitos e de novas teorias matemáticas (Borba 1999). Atividades realizadas com o uso do
lápis e do papel, ou mesmo o quadro e o giz como a construção de gráficos, por exemplo, com o
uso dos computadores amplia as possibilidades de observação e investigação, visto que
algumas etapas formais de construção são sintetizadas (D’ Ambrosio, 1989).
Os recursos tecnológicos sejam eles o software, a televisão, as calculadoras, os
aplicativos da Internet entre outros, têm favorecido as experimentações matemáticas,
potencializando formas de resolução de problemas.
A Internet segundo Tajra (2002) é outro recurso que também pode favorecer a formação
de várias comunidades virtuais que, relacionadas entre si, promovem trocas e ganhos de
aprendizagem.
História da Matemática
É importante entender a História da Matemática no contexto da prática escolar como
componente necessário de um dos objetivos primordiais da Matemática. Sendo assim se faz
necessário que os estudantes compreendam a natureza da Matemática e a sua relevância na
vida da humanidade. Não se trata com esta tendência histórica de, apenas, retratar curiosidades
ou um conjunto de biografias de matemáticos famosos, mas sim, de vincular as descobertas
129
matemáticas aos fatos sociais e políticos, às circunstâncias históricas e às correntes filosóficas
que determinavam o pensamento e influenciavam no avanço científico de cada época.
Considera-se a História da Matemática como um elemento orientador na elaboração de
atividades, na criação das situações-problema, na fonte de busca, na compreensão e como
elemento esclarecedor de conceitos matemáticos. Possibilita o levantamento e a discussão das
razões para a aceitação de certos fatos, raciocínios e procedimentos por parte do estudante.
Para Miguel e Miorim (2004) a história permite refletir sobre as explicações dadas aos porquês
da Matemática, bem como, para a promoção de ensino e da aprendizagem da Matemática
escolar baseada na compreensão e na significação. É pela História da Matemática que se tem
possibilidade do estudante entender como o conhecimento matemático é construído
historicamente.
Elaborar problemas, partindo da História da Matemática é oportunizar ao aluno conhecer
a Matemática como campo do conhecimento que se encontra em construção e pensar em um
ensino, não apenas em resolver exercícios repetitivos e padronizados, sem nenhuma relação
com os outros campos do conhecimento. É também, uma possibilidade de dividir com eles as
dúvidas e questionamentos que levam à construção da Ciência Matemática.
Investigação Matemática
As investigações matemáticas podem ser desencadeadas a partir da resolução de
simples exercícios e se relacionam com a resolução de problemas. Uma investigação é um,
problema, em aberto e, por isso, as coisas acontecem de forma diferente do que na resolução de
problemas e exercícios. O objeto a ser investigado não é explicitado pelo professor, porém o
método de investigação deverá ser indicado por meio, de uma introdução oral, por exemplo, de
maneira que o aluno compreenda o significado de investigar. Assim, uma mesma situação
apresentada poderá ter objetos de investigação distintos por diferentes grupos de alunos. E
mais, se os grupos partirem de pontos de investigações diferentes, com certeza obterão
resultados também diferentes. Na investigação matemática, o aluno é, chamado a agir como um
matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente, porque
formula conjecturas a respeito do que está investigando. Assim, “as investigações matemáticas
envolvem, naturalmente, conceitos, procedimentos e representações matemáticas, mas o que
130
mais fortemente as caracteriza é este estilo de conjectura-teste-demonstração” (PONTE,
BROCARDO & OLIVEIRA, 2006, p.10).
Como são estabelecidas diferentes conjecturas, os alunos precisam verificar qual é a
mais adequada à questão investigada e, para isso, devem realizar provas e refutações,
discutindo e argumentando com seus colegas e com o professor. Esse é exatamente o processo
de construção da matemática pelos matemáticos e, portanto, o espírito da atividade matemática
genuína está presente na sala aula. Enfim, investigar significa procurar conhecer o que não se
sabe, que é o objetivo maior de toda ação pedagógica.
AVALIAÇÃO
Mudanças na maneira de conceber a aprendizagem e de abordar os conteúdos
matemáticos implicam mudar o modo de avaliar e seus objetivos. Deve-se olhar a avaliação
como parte integrante do processo educativo. Sendo assim ela não pode ter apenas caráter de
finalização de etapas.
Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno: • Comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004); • Compreende, por meio da leitura, o problema matemático; • Elabora um plano que possibilite a solução do problema; • Encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático; • Realiza o retrospecto da solução de um problema. Dessa forma, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a: • Partir de situações-problema internas ou externas à matemática; • Pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos problemas; • Elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las; • Perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades; • Sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada, generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares; • socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem adequada; • argumentar a favor ou contra os resultados (PAVANELLO & NOGUEIRA, 2006, p. 29).
O processo de avaliação é trimestral, de caráter formativo ou seja processual,
diagnóstico, contínuo e dialógico praticado sob forma de atribuição de qualidade aos resultados
131
da aprendizagem, tendo por base seus aspectos essenciais, como objetivo final, para uma
tomada de decisão que direciona o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do
aluno. Seu registro é expresso em documento próprio, considerando a atuação do mesmo, frente
ao processo de ensino-aprendizagem.
Observa-se que a utilização de formas inovadoras de avaliação traz benefícios ao
processo educativo, pois assim ela assume uma nova função: a de auxiliar e orientar os
estudantes sobre o desenvolvimento de suas capacidades e competências, bem como auxiliar o
professor a identificar se os objetivos a que se propôs foram atingidos.
A avaliação também fornece ao professor informações sobre como está ocorrendo à
aprendizagem de seus alunos quanto a conceitos adquiridos, raciocínios desenvolvidos e
domínio de certas regras, possibilitando uma reflexão contínua sobre sua prática em sala de
aula.
As diferentes formas de avaliar sejam elas provas, trabalhos, participação em atividades
desenvolvidas em sala de aula ou fora dela, devem contemplar explicações, justificativas e
argumentações orais, uma vez que estas revelam aspectos do raciocínio que muitas vezes não
ficam evidentes em avaliações escritas.
As estratégias alternativas de avaliação devem possibilitar que o professor verifique se
os alunos sabem utilizar corretamente o pensamento Matemático para questionar, argumentar,
formular hipóteses e apresentar diferentes soluções para situações desafiadoras.
A recuperação paralela de ensino deverá constituir um conjunto integrado ao processo
de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos. Dar-se-á de forma a recuperar
conteúdos e consequentemente refletirá no ensino-aprendizagem. Serão utilizados os outros
instrumentos de avaliação para a recuperação, de acordo com a organização do professor e da
escola.
Ao aluno que apresentar dificuldade de aprendizagem e necessidades especiais, serão
oferecidos momentos de reorientação conforme prevê a legislação em vigor, com sala de apoio
de 6º ano e 9º ano, sala de recursos. Sendo que esta será conduzida através da apresentação
do conteúdo de forma diferenciada como:
132
• Utilização de materiais manipuláveis (jogos, materiais concretos, etc.);
• Monitorias prestadas pelos alunos com mais facilidade de aprendizagem;
• Textos informativos;
• Auxilio de mídias.
Para que a aprendizagem aconteça, é preciso que, o professor estabeleça critérios de
avaliação claros e que os resultados sirvam para intervenções no processo ensino-
aprendizagem, quando necessárias. Assim, a finalidade da avaliação é proporcionar aos alunos
novas oportunidades para aprender e possibilitar ao professor refletir sobre seu próprio trabalho,
bem como fornecer dados sobre as dificuldades de cada aluno (ABRANTES, 1994, p. 15).
Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:
• comunica-se matematicamente, oral ou por escrito;
• compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
• elaborar um plano que possibilite a solução do problema;
• encontra meios, diversos para a resolução de um problema matemático;
• realiza o retrospecto da solução de um problema.
• participação em produção coletiva
• interpretação do texto matemático.
Da mesma forma, devem-se utilizar diferentes instrumentos de avaliação, tais como
debates, avaliações escritas, avaliações práticas, avaliações orais, pesquisas, etc. que
possibilitem ao aluno demonstrar sua aprendizagem de variadas maneiras, uma vez que esta
pode ocorrer em diferentes situações e demonstra-se em diversas formas na sala de aula.
133
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BURIASCO, R. L. C. de. Análise da produção escrita: a busca do conhecimento
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SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: Primeiras Aproximações. 2 ed. São Paulo: Cortez,
1991.
SCHOENFELD, A.H. Heurística na sala de aula. In: KRULIK. S.; REYS, R.E. A resolução de
problemas na matemática escolar. São Paulo: atual, 1997.
134
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE QUÍMICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas à transformação da matéria e
presentes na formação das diversas civilizações foi estimulado por necessidades humanas, tais
como: a comunicação, o domínio do fogo e, posteriormente, o domínio do processo de
cozimento. Esses saberes e/ou práticas (manipulação dos metais, vitrificação, feitura dos
ungüentos, chás, remédios, a iatroquímica, entre outros), em sua origem, não podem ser
classificados como a ciência moderna denominada Química, mas como um conjunto de ações e
procedimentos que contribuíram para a elaboração do conhecimento químico desde o século
XVII.(DCE 2008)
Desses benefícios, a extração, produção e o tratamento de metais como o cobre, o
bronze, o ferro e o ouro merecem destaque na história da humanidade, no que diz respeito aos
fatos políticos, religiosos e sociais que os envolvem.(Peruzzo & Canto 2003).
Durante este tempo, os filósofos gregos Tales e Aristóteles especularam sobre a
composição da matéria. Eles acreditavam que a Terra, Ar, Fogo e Água (alguns acreditavam em
uma quinta substância conhecida como “quintessência”, ou “éter”) eram os elementos básicos
que compunham toda a matéria. Na historia do conhecimento químico, por exemplo, vários fatos
podem ser relembrados como forma de atender a constituição desse saber, entre eles a
alquimia. Os alquimistas europeus buscavam o elixir da vida e a pedra filosofal; dedicavam-se a
esses procedimentos, mas agiam de modo hermético, ocultista, uma vez que a sociedade da
época era contra essas práticas por acreditar tratar-se de bruxaria.(Feltre, 2004, Peruzzo &
Canto 2003).
Da metade do século XIX até hoje estamos vivendo a chamada Química Moderna, esta
foi à era na qual a Química floresceu. As teses de Lavoisier deram aos químicos a primeira
compreensão sólida sobre a natureza das reações químicas. O trabalho de Lavoisier levou um
professor inglês chamado John Dalton a formular a teoria atônica. Pela mesma época, um
químico italiano chamado Amedeo Avogadro formulou sua própria teoria (A Lei de Avogadro),
concernente a moléculas e suas relações com temperatura e pressão.(DCE 2008),(Peruzzo
&Canto 2003).
A atividade cientifica começou com o homem pré-histórico e vem se aperfeiçoando no
conhecimento científico dinâmico, permitindo a construção de uma visão de mundo mais
135
articulado e menos fragmentado.
Destaca-se que o conhecimento químico, assim como todos os saberes, não é algo
pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. Esse processo de
elaboração e transformação do conhecimento ocorre em função das necessidades humanas,
uma vez que a ciência é construída por homens e mulheres, portanto, falível e inseparável dos
processos sociais, políticos e econômicos. (DCE, 2008) (Peruzzo& Canto, 2003).
Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e reconstrução
de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de aula. Desse modo, o objetivo
é subsidiar reflexões sobre o ensino de Química, bem como possibilitar novos direcionamentos e
abordagens da prática docente no processo ensino-aprendizagem, para formar um aluno que se
aproprie dos conhecimentos químicos em relação ao objeto de estudo “Substancias e Materiais”,
e seja capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.(DCE,2008).
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande amplitude que
identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados
fundamentais para a compreensão de seu jeito de estudo e ensino. A seleção dos conteúdos
estruturantes foi fundamentada no estudo da história da Química e da disciplina escolar.
Destaca-se como conteúdos estruturantes:
Matéria e Sua Natureza: é o conteúdo que dá inicio ao trabalho pedagógico da disciplina de
Química por se tratar especificamente de seu objeto de estudo: matéria e sua natureza. É ele
que abre um caminho para melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes
Biogeoquimica: é a parte da Geoquímica que estuda a influencia dos seres vivos sobre a
composição química da Terra, caracteriza-se pelas interações existentes entre hidrosfera,
litosfera e atmosfera e pode ser explorada a partir dos ciclos biogeoquímicos.
Química Sintética: esse conteúdo estruturante tem sua origem na síntese de novos produtos e
materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos, da industria alimentícia
(conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), dos fertilizantes e dos agrotóxicos.
136
1º Ano
Trimestre Conteúdos
estruturantes Conteúdos Basicos
1º Matéria e sua natureza
Matéria
Constituição da matéria; estados de agregação; natureza elétrica da matéria; modelos atômicos (Rutherford,Tthomson, Dalton,Bohr...); estudo dos metais; tabela periódica.
Soluções
Substância: simples e composta; misturas; métodos de separação; tabela periódica.
2º Biogeoquímica
Velocidade das reações
Reações químicas; lei das reações químicas; representações das reações químicas; tabela periódica.
Ligações químicas
Interações.Propriedades dos materiais. intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares.
3º Biogeoquímica
Radioatividade
Modelos atômicos (rutherford); elementos químicos (radioativos); tabela periódica.
Funções químicas Funções inorgânicas; tabela periódica.
137
2º Ano
Trimestre Conteúdos
estruturantes Conteúdos Basicos
1º Matéria e Sua Natureza
Matéria Constituição da matéria; Tabela periódica.
Soluções
Solubilidade; Concentração; Forças intermoleculares; Temperatura e pressão; Densidade; Dispersão e suspensão; Tabela periódica.
2º
Biogeoquímica Velocidade de reação
Reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas (natureza dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria de colisão); Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores); Lei da velocidade das reações químicas; Tabela periódica.
Química Sintética Equilíbrio químico
Reações químicas reversíveis; Concentração; Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio); Deslocamento de equilíbrio (princípio de Lê Chatelier): concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalisadores; Equilíbrio químico em meio aquoso (ph, constante de ionização, Ks); Tabela periódica.
3º Química Sintética
Ligações quimicas
Solubilidade e as ligações químicas; Interações intermoleculres e as propriedades das substâncias moleculares; Tabela Periódica.
Reações quimicas
Reações de oxi-redução; Reações exotérmicas e endotérmicas; Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas; Variação de entalpia; Calorias; Equações termoquímicas; Princípios da termodinâmica; Lei de Hess; Entropia e energia livre; Calorimetria; Tabela periódica.
138
3º Ano
Trimestre Conteúdos
estruturantes Conteudos Basicos
1º
Matéria e Sua Natureza
Matéria Constituição da matéria; Tabela periódica
Radioatividade
Modelos atômicos (Rutherford); Elementos químicos (radioativos); Tabela periódica; Reações químicas; Velocidades das reações; Emissões radioativas; Leis da radioatividade; Cinética das reações químicas; Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear);
Biogeoquímica
Soluções (petróleo)
Substâncias: simples e composta; Misturas; Métodos de separação; Forças intermoleculares; Tabela Periódica.
Velocidade das reações
Reações químicas; Representação das reações químicas; Tabela periódica.
Química Sintética Ligação química
Tabela periódica; Propriedades dos materiais; Tipos de ligações químicas em relação aos materiais; Ligações de Hidrogênio; Ligações sigma e pi; Ligações polares e apolares; Alotropia.
2º e 3º Química Sintética Funções químicas Funções Orgânicas; Tabela Periódica.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
É importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio dos estudantes,
no qual se incluem as idéias pré-concebidas sobre o conhecimento da Química, ou as
concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um conceito cientifico.
Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e reconstrução
de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de aula (MALDANER, 2003, p.
144). O ensino de Química, na perspectiva conceitual, retoma a cada passo o conceito estudado,
139
na intenção de construí-lo com a ajuda de outros conceitos envolvidos, dando-lhe significado em
diferentes contextos.
Propõe-se que a compreensão e a apropriação do conhecimento químico aconteçam por
meio do contato com o objeto de estudo da Química: as substâncias e os materiais. Esse
processo deve ser planejado, organizado e dirigido pelo professor numa relação dialógica, em
que a aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação de parte do conhecimento
cientifico, o qual, segundo Oliveira (2001), deve contribuir para a formação de sujeitos que
compreendam e questionem a ciência do seu tempo.
Para isto, uma proposta metodológica é a aproximação do aprendiz com o objeto de
estudo químico, via experimentação. Na abordagem conceitual do conteúdo químico, considera-
se que a experimentação favorece a apropriação efetiva do conteúdo e “o importante é a
reflexão advinda das situações nas quais o professor integra o trabalho prático na sua
argumentação” (AXT, 1991, p.81).
A experimentação deve ser uma forma de problematizar a construção dos conceitos
químicos, sendo ponto de partida para que os alunos construam sua própria explicação das
situações observadas por meio da prática experimental.( DCE,2008).
A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua
função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão, enfim, na
significação dos conceitos químicos (DCE, 2008).
Portanto, propõe-se um trabalho pedagógico com o conhecimento químico que propicie
ao aluno compreender os conceitos científicos para entender algumas dinâmicas do mundo e
mudar sua atitude em relação a ele. Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de
modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo, sobre as razões dos problemas
ambientais. Deve ser superada a mera transmissão de conteúdos realizada ano após ano com
base na disposição seqüencial do livro didático tradicional que afirma, entre outros aspectos, a
fragmentação e a linearidade dos conteúdos químicos, bem como o distanciamento da Química
em relação a outros saberes (DCE, 2008).
O aluno tem um saber prévio (senso comum ou concepção alternativa) sobre, por
exemplo, drogas e lixo. Sabe, também, que é importante preservar a água limpa. No entanto,
cabe ao professor de química dar-lhe os fundamentos teóricos para que se aproprie dos
conceitos da Química e do conhecimento cientifico sobre esses assuntos para que desenvolva
atitudes de comprometimento com a vida no planeta.
A disciplina de Química trabalhará a diversidade de alunos deste colégio ofertando
140
flexibilização curricular aos alunos de acordo com a sua necessidade específica.
Os desafios contemporâneos serão abordados sempre que houver possibilidade e
necessidade dentro do conteúdo trabalhado na sala de aula em todos os anos.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob os condicionantes do
diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em interações recíprocas, no dia-a-dia, no
transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto, está sujeita a alterações no
sue desenvolvimento (DCE, 2008).
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 9394/96, a avaliação formativa e
processual, como resposta às históricas relações pedagógicas de poder, passa a ter prioridade
no processo educativo.
A Diretriz Curricular da Educação Básica de Química tem como finalidade uma avaliação
que não separe teoria e prática, antes, considere as estratégias empregadas pelos alunos na
articulação e análise dos experimentos com os conceitos químicos. Tal prática avaliativa requer
um professor que compreenda a concepção de ensino de Química na perspectiva crítica.
É necessário que os critérios e instrumentos de avaliação fiquem bem claros também
para os alunos, de modo que se aproprie efetivamente de conhecimentos que contribuam para
uma compreensão ampla do mundo em que vivem. (DCE,2008).
“(...) Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. É um processo dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas (...)”. (BIZZO, 2002, pg. 61).
Busca-se uma avaliação mediadora, emancipatória, dialógica, integradora, democrática
e participativa, pois nem todos aprendem da mesma maneira, por isso precisamos usar
diferentes instrumentos avaliativos. Tais como trabalhos e atividades em sala de aula, tarefas e
pesquisas, participação e oralidade, exercícios de fixação, avaliação e relatórios de experiências,
apresentação de seminários e textos, interpretação da tabela periódica, avaliação descritiva e
objetiva, etc.
Ao aluno que apresentar dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais, serão
oferecidos momentos de reorientação e recuperação paralela conforme prevê a legislação em vigor.
141
Sendo que esta será oferecida a todos que assim o quiserem, conduzida através da apresentação do
conteúdo de forma diferenciada como: utilização de materiais manipulativos (materiais concretos),
monitorias prestadas pelos alunos com mais facilidade de aprendizagem, textos informativos, auxílio
de mídias e retomada do conteúdo.
Após a reapresentação do conteúdo esses alunos serão reavaliados, no processo
contínuo, dialógico e diagnóstico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MALDANER, Otavio Aloísio, A formação inicial e continuada de professores de Química. 2ª ed.
Editora Unijui, 2003. Ijui – Rio Grande do Sul
SANTOS, Wildson L. Pereira dos; Schnetzler, Roseli Pacheco. Educação em Química:
Compromisso com a Cidadania; 3ª ed.; editora Unijui – 2003
HAZEN, Robert M. e Trefil, James. Saber Ciência. 2ª Ed - Ed. Cultura- São Paulo
CHAGAS, Aécio Pereira, Como se faz Química, 3ª ed., Ed. Unicamp, Campinas- S. Paulo, 2001
BAIRD, Colin – Química Ambiental, 2ª Ed, Porto Alegre – 2002, Ed. Bookma
RUSSEL, John B., Química geral, 2ª ed., S. Paulo – 1994, ed. Pearson- Makron Books
GOLDFARB – Ana Maria Afonso – Da alquimia à química, Landy editora - S. Paulo – 2005
MATEUS, Alfredo Luis – Química na cabeça – ed. UFMG – Belo Horizonte- 2001
VANIN, José Atílio – Alquimista e químicos. O passado, o presente e o futuro. – 2ª ed. Ed.
Moderna. S. Paulo -2005
ROMANELLI, L. Izapovitz; Justi Rosaria da Silva. Aprendendo Química, Ed Unijui, Ijui, 2005
KUENZER, Acácia. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do
trabalho. Ed. Cortez, S. Paulo, 2005.
PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares Química, Curitiba: SEED, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
142
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O surgimento da sociologia como disciplina científica é marcada pelas consequências de
três grandes revoluções: Revolução Francesa de 1789; Revolução Industrial e Revolução
Científica. A queda do Antigo Regime e a ascensão da democracia; com o advento da
industrialização, a criação da máquina e a admissão de um método científico propiciado pelo
racionalismo garantem as condições de um pensamento sobre a sociedade. Dessa forma,
compreende-se que a forma de entender o mundo pela fé e pela tradição foi substituída pela
razão.
Pode-se dizer que o contexto histórico da sociologia, é marcada por grandes
transformações sociais, que trouxeram a necessidade da sociedade ser pensada, como uma
ciência para dar conta das questões sociais. Importante destacar que o objeto de estudo e
Ensino da disciplina de Sociologia são as relações que se estabelecem no interior dos grupos na
sociedade, como se estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.
Os primeiros pensadores sociais são Comte, Durkheim, Weber e Marx. A sociologia
ganhou corpo teórico com a obra de Emile Durkheim – primeiro a lecionar a disciplina, onde a
sociologia passou pelo processo de desenvolvimento do objeto, dos instrumentos de pesquisa
de sua institucionalização e formação do campo de trabalho. Weber desenvolveu o método
compreensivo e a análise histórica- para descobrir os possíveis sentidos da ação humana. O
revolucionário Karl Marx desenvolveu o método dialético, isto é, o materialismo histórico e
dialético.
No entanto, compreende-se que as teorias sociológicas respondem aos problemas
sociais, mas a teoria e a metodologia devem comprometer-se uma com a outra, pois são
momentos-chave da formação cientifica, onde questionam a razão de ser da ciência, a pretensão
dos cientistas em produzi-la e a formação social em que foi gerada.
A Sociologia tem mostrado que nem a técnica e nem a informática foram capazes de
mudar a essência das relações, dos processos e estruturas de dominação da sociedade
capitalista. Neste sentido, percebemos que a sociologia é desafiada a interpretar a realidade
complexa e múltipla que se esconde sob a aparência das mudanças, percebendo o novo e
compreendendo como o velho se reproduz na realidade nova. É de fato trabalhar para a
desnaturalização das ações que se estabelecem na sociedade.
143
Destaca-se que o objetivo da disciplina de sociologia é propiciar aos alunos as bases
para a compreensão de como as sociedades se organizam, estruturam-se, legitimam-se e se
mantêm, habilitando-os para uma atuação crítica e transformadora, tendo percepções de que a
realidade social é histórica e socialmente construída.
Objetiva-se também, a partir do trabalho com a Sociologia, o entendimento do aluno
quanto a sua inserção como sujeito social, que compreende a sua realidade imediata, mas que
percebe o que se estabelece além dela. E ainda, o questionamento quanto a existência de
verdades absolutas, sejam elas na compreensão do cotidiano ou constituição da ciência.
Desta forma, o conhecimento científico trabalhado com os alunos, exerce um efeito
libertador, pois através do olhar sociológico a sociedade pode voltar-se sobre si mesma e os
agentes sociais podem saber melhor o que são, para plena formação de seres humanos
conscientes, críticos, reflexivos de suas ações e das ações da própria sociedade.
A partir de 02 de junho de 2008 torna-se obrigatória a disciplina de sociologia no Ensino
Médio, através da alteração do artigo 36 da Lei 9394/96.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1º Ano
Conteúdo estruturante
A sociologia como ciência
Conteúdo estruturante
Processo de Socialização e
as Instituições Sociais
Conteúdo estruturante
Trabalho, Produção e
Classes Sociais
O Surgimento da Sociologia e as Teorias
Sociológicas;
As Teorias Sociológicas Clássicas;
Concepções Sociológicas:
August Comte,
Emile Durkheim,
Max Weber
Karl Marx;
Formação e Consolidação da Sociedade
Capitalista e o Desenvolvimento do
Pensamento Social;
Pensamento Social Brasileiro;
Concepções Sociológicas:
Antonio Gramsci;
Pierre Bourdieu;
Florestan Fernandes;
O Processo de Socialização,
Definição de Instituições
Sociais;
Instituição Familiar;
Instituição Escolar;
Instituição Religiosa;
Instituição de Reinserção, etc.
O Conceito de Trabalho e o
Trabalho nas diferentes
sociedades;
Desigualdades Sociais e
Classes Sociais;
Organização do Trabalho
das Sociedades
Capitalistas e suas
contradições;
Globalização e
Neoliberalismo;
Trabalho no Brasil;
Relações de Trabalho;
144
2º Ano
Conteúdo Estruturante: Poder, Política e
Ideologia
Conteúdo estruturante: Direitos, Cidadania
e Movimentos Sociais;
Formação e Desenvolvimento do Estado
Moderno;
Conceito de Poder;
Conceito de Ideologia;
Conceito de Dominação e Legitimidade;
Conceito de Política;
Estado do Brasil;
Democracia, Autoritarismo e Totalitarismo;
Expressões da violência nas sociedades
contemporâneas;
Conceitos, Problematização e Prevenção ao
uso indevido de drogas;
Conceito de Cidadania, direitos e deveres;
Direitos Civis, políticos, sociais e Humanos;
Educação Fiscal;
Movimentos Sociais e Movimentos sociais no
Brasil;
Preconceito e Inclusão;
A questão ambiental e os movimentos
ambientalistas;
Questão - Problematização das ONGs,
OSCIPs (Org. Soc. Civil de Interesse
Público);
3º Ano
Conteúdo Estruturante: Cultura e Indústria Cultural
Desenvolvimento antropológico do conceito de
cultura e sua contribuição na análise das
diferentes sociedades;
Diversidade cultural;
Identidade;
Relações – questões de gênero;
Educação das relações Etnicorraciais;
Cultura Afro-brasileira e africana;
Culturas indígenas;
Indústria cultural;
Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Indústria cultural no Brasil;
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O método de ensino de sociologia deve, antes de tudo, fazer com que os alunos se
sintam inseridos na sociedade que se pretende estudar nesta disciplina. Deste modo, é
necessário uma organização teórico/prática que possibilite estabelecer o ponto de partida para
145
estudo na própria prática social dos educandos, de modo que, após a exposição da
fundamentação teórica, ou do conteúdo propriamente dito, e da realização de atividades sobre o
tema, o educando seja capaz de rever sua postura cotidiana e passe a pensar e agir de modo
diferente do inicial, promovendo uma transformação em si mesmo e na realidade social que o
cerca.
Disponibilizar aos educandos o entendimento da sociologia através de: aulas
expositivas, dialogadas, debates, seminários com temas relevantes baseado e fundamentado em
leituras.
AVALIAÇÃO
A avaliação será diagnóstica e processual priorizando a ação participativa do aluno,
valorizando seus conhecimentos cotidianos, buscando um movimento dialético de construção do
conhecimento por parte do aluno, da mesma forma que será um meio para repensar as práticas
pedagógicas por parte do professor.
Destacam-se como critérios básicos da avaliação pelos alunos:
A apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a prática social;
A capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
A clareza e coerência na exposição das idéias sociológicas;
Mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais;
A recuperação é paralela, com revisões de conteúdos quando necessário e
trabalhos de pesquisas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Pérsio Santos, Introdução à Sociologia, 2003;
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
_____, Sociologia, Ensino Médio, 2ªed, Livro Didático Publico, SEED, vários autores, 2007.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
146
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A retrospectiva histórica do processo de ensino de LE no Brasil é fundamental para a
compreensão do atual estado de coisas na educação em geral e, em especial, no que concerne
à LE, pois facilita a compreensão do desenvolvimento do ensino desse componente curricular,
do valor e da importância a ele atribuídos nos diversos momentos da educação nacional.
O linguista russo Bakthin considera a língua um processo interacional/ discursivo, na
perspectiva do materialismo histórico-social. Para ele, o sentido da palavra é determinado pelo
contexto social de uso, não admitindo a existência de um sentido único, pois o discurso permite
sentidos diversos, a partir do contexto social e cultural em que ele ocorre. Assim, a significação
varia de contexto para contexto. O texto é visto como a concretização do discurso e objeto de
significação de uma cultura cujo sentido depende da inserção do sujeito em um determinado
contexto histórico-social.
Os estudos de Bakhtin tem marcado diferentes áreas do conhecimento, e tem a
interação social como seu principal foco. Para ele, a língua é um produto social e histórico, uma
forma de interação social concretizada pelas enunciações, considerando-se a linguagem como
ação, não apenas como meio de comunicação, destacando-se o lugar da linguagem na
construção da subjetividade.
Dessa forma, o objetivo do ensino de língua estrangeira deixa de ser apenas o
linguístico e passa a ser um caminho para que o aluno:
· use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
· vivencie, na aula de Inglês, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer
relações entre ações individuais e coletivas;
· compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,
portanto, passíveis de transformação na prática social;
· tenha maior consciência sobre o papel da Língua Inglesa na sociedade;
· reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Assim, a pedagogia crítica deve ser o referencial teórico que alicerça o trabalho
147
pedagógico com a Língua Inglesa, com o objetivo de levar o educando à “apropriação crítica e
histórica do conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais e para
transformação da realidade.” (DCE, 2009, p. 52)
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais, o Conteúdo Estruturante é o
discurso como prática social e é a partir dele que advêm os conteúdos básicos a serem
trabalhados nas práticas discursivas, assim como os conteúdos básicos que pertencem às
práticas da oralidade, leitura e escrita, conforme segue:
LEITURA ORALIDADE ESCRITA
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Vozes sociais presentes no texto;
Léxico;
Coesão e coerência;
Marcadores do discurso;
Funções das classes gramaticais
no texto;
Elementos semânticos;
Discurso direto e indireto;
Emprego do sentido conotativo e
denotativo no texto;
Recursos estilísticos ( figuras de
linguagem)
Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão, negrito):
Variedade linguística;
Acentuação gráfica;
Ortografia.
Elementos
extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos, etc
Adequação do discurso
ao gênero
Turnos de fala
Vozes sociais
presentes no texto
Variações linguísticas
Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
gírias, repetição
Diferenças e
semelhanças entre o
discurso oral e o escrito
Adequação da fala e o
contexto
Pronúncia
Tema do texto
Interlocutor
Finalidade do texto
Intencionalidade do texto
Intertextualidade
Condições de produção
Informatividade (Informações
necessárias para a coerência do texto)
Vozes sociais presentes no texto
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido denotativo e
conotativo do texto
Léxico
Coesão e coerência
Funções das classes gramaticais no
texto
Elementos semânticos
Recursos estilísticos (figuras de
linguagem)
Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão, negrito)
Variedade linguística
Acentuação gráfica e Ortografia.
148
ENSINO FUNDAMENTAL
6º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Diálogos
b. Álbum de família
c. Convites
a. Exposição oral
b. Fotos/álbum de família
c. Receitas
a. Diário
b. Entrevista
c. História em quadrinhos
d. Cartazes
Através dos gêneros selecionados para o 6º ano, privilegiar-se-á os seguintes aspectos
relacionados à leitura, oralidade e escrita:
Tema do texto
Verbo to be: simple present
Pronomes pessoais
Numerais
Cores
Saudações
Animais
Partes de uma casa
Expressões de sentimentos
Roupas e calçados
Alimentos (menu cardápio)
Questions words
Pronomes interrogativos: Who/where/what/how/why/how much/how many/ther is/there are
Profissões
149
7º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Diálogos
b. Entrevista
c. Notícias
a. Publicidade
b. Autobiografia
c. Exposição oral
a. Pesquisa
b. Blog
c. Cartazes
d. História em quadrinhos
Ao estudar os gêneros selecionados dar-se-á ênfase aos seguintes conteúdos:
Greetings (saudações)
Verbs simple present (verbos: tempo presente)
Personal pronouns (pronomes pessoais)
Questions words (pronomes interrogativos)
Places (lugares)
Possessive pronouns (pronomes possessivos)
Professiones
Em todos os conteúdos será trabalhado a leitura, oralidade, escrita (listen, read, speak
and write).
8º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Artigo de jornal
b. Legendas e fotos
c. Mensagens em código
a. Receita
b. Entrevista
c. Pôster
a. Fotos
b. Slides
c. Resenhas
d. Cartas
Ao estudar os gêneros selecionados dar-se-á ênfase aos seguintes conteúdos:
Present simple
Adjetivos possessivos
Pronome, sujeito e objeto
Futuro com going to adjetivos
To be (past simple)
There + to be (Presente e passado)
Pronomes demonstrativos
Simple past (regular e irregular)
Advérbios
150
9º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Diálogos
b. Entrevista
c. Notícias
a. Publicidade
b. Autobiografia
c. Exposição oral
a. Pesquisa
b. Blog
c. Cartazes
d. História em quadrinhos
O trabalho com os gêneros textuais selecionados contemplarão essencialmente os
seguintes conteúdos:
Simple present e Simple past (revisão dos tempos verbais)
Question words (pronomes interrogativos)
Past progressive (affirmative, negative and interrogative forms)
Comparative forms of adjetives
Superlative forms of adjectives: adjetivos
Countable and uncountable nouns: many, much, little, few, a lot of
Future with Will: affirmative, interrogative and negative forms
Em todos os conteúdos será trabalhado a leitura, oralidade e a escrita: listen, read,
speak and write.
ENSINO MÉDIO
2º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Comunicados
b. Receitas
a. Diário
b. Biografia
c. Autobiografia
a. Músicas
b. Letras de músicas
3º ano
Conteúdos Básicos
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
a. Bilhetes
b. Convite
c. Entrevista
a. Músicas
b. Notícia
c. Exposição Oral
a. Comercial para TV
b. Blog
151
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Segundo as DCEs (2009: 63), a Língua Inglesa tem como conteúdo estruturante o
discurso enquanto prática social, sendo assim o professor deverá embasar as práticas de leitura,
oralidade e escrita nos mais diversos gêneros textuais, verbais e não verbais. Esse trabalho
utilizará atividades diversificadas, priorizem o entendimento da função e estrutura do texto em
questão, para só depois trabalhar os aspectos gramaticais que o compõem. Assim, o ensino
deixará de priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la.
No trabalho com a leitura, as atividades desenvolvidas devem possibilitar ao aluno um
novo modo de ver a realidade, indo além daquela compreensiva, linear, para trazer-lhe um “novo
modo de ver a realidade” ( DCE, 2009, p. 66).
No que diz respeito a prática de oralidade, o professor deverá expor os alunos a textos
orais e/ou escritos com o intuito de levá-los a expressar ideias em Língua Inglesa, mesmo que
com limitações, e ainda possibilitar que exercitem sons e pronúncias desta língua. Com esse
intuito, o professor pode direcionar debates, seminários, dramatizações, júri simulado,
declamações, entrevistas etc.
Com relação a escrita, deverão ser apresentadas atividades de produção de texto que
assumam papel significativo para o aluno. Para que isso ocorra, o professor precisará esclarecer
qual o objetivo da produção, para quem se escreve, quais as situações reais de uso do gênero
textual em questão, ou seja, qualquer produção deve ter sempre um objetivo claro, pré-
determinado.
A fim de despertar a atenção dos alunos, abordaremos tópicos e situações diversas,
próximas da sua realidade e interesse, para motivar sua participação ativa. Recursos variados,
tais como textos, fatos, diagramas, tabelas, história em quadrinhos, cartoons etc., serão
utilizados com a finalidade de facilitar e dinamizar o aprendizado, deixando-o mais agradável,
divertido e proveitoso.
Considerando a flexibilidade dada pelo trabalho com os gêneros textuais, serão
trabalhados ainda temas como cultura afro-brasileira, cultura indígena, sexualidade, drogas,
meio-ambiente entre outros que possibilitem o estímulo do pensamento crítico do aluno.
152
AVALIAÇÃO
Segundo Luckesi (1995, apud DCE, 2009, p. 69) para que a avaliação assuma “o seu
verdadeiro papel, ela deve subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida”, deixando de
ser um simples instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Assim, o processo
avaliativo deverá servir para reflexão acerca dos avanços e dificuldades dos alunos e ainda,
servirá como norteadora do trabalho do professor, que poderá, a partir dele, “identificar as
dificuldades, planejar e propor outros encaminhamentos que busquem superá-las.” (Idem, p. 71)
Optamos pela avaliação formativa, uma avaliação que seja processo e não fim; sem o
objetivo de mensurar, mas sim de acompanhar o ensino-aprendizagem, de modo que as
correções necessárias sejam avaliadas e permitidas ao longo do caminho. A avaliação que
propomos não reside apenas no conhecimento sistêmico, mas também no conhecimento de
mundo que o educando traz consigo e de modo esse saber, associado aos novos, contribui para
a transformação de atitudes dos alunos.
Ainda, ao avaliar o desempenho dos alunos, serão levados em consideração os
objetivos propostos no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico da escola e serão
utilizados os seguintes instrumentos: provas, trabalhos orais e escritos (individuais e em grupo),
produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática. A
recuperação para o aluno que não atingir resultado satisfatório se dará por meio de recuperação
de conteúdos. A expressão dos resultados desse processo será feita conforme o previsto no
Regimento Escolar deste estabelecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.
CHAGURI, Jonathas de Paula. A importância da língua inglesa nas séries iniciais do ensino
fundamental. Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná (Facinor). Loanda. 2004.
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Formação continuada de professores: uma releitura
das áreas de conteúdo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 143-153.
LEITURAS COMPLEMENTARES
CELANI, M.A. (orgs) Professores e Formadores em Mudança. Relato de um Processo de
Reflexão e Transformação da Prática Docente. Campinas: Mercado de Letras, 2002.
153
LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão.
Pelotas, 2001. v.1,p. 333-335.
LEFFA, V. A Interação na Aprendizagem das Línguas. Pelotas: Educat, 2003.
BRASIL/MEC, DCN para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília- DF. In: BRASIL. Ministério da Educação.
Lei n. 10.639/2003. 2004
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.I n:BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira
Moderna para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
154
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ESPANHOL (CELEM)
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
No decorrer da história social, cultural e educacional aconteceram muitas mudanças e
transformações no que tange o ensino de Língua Estrangeira no Ensino Público.
Em 20 dezembro de 1996 foi publicada Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei nº9.394) a qual dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da Língua Estrangeira em todos os
níveis de ensino, desse modo, de acordo com o 5º parágrafo do Art. 26, “na parte diversificada do
currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da 5ª série do ensino fundamental o ensino de, pelo
menos uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro
da possibilidade escolar, dentro das possibilidades da instituição”, dessa forma, na maioria das
escolas optou-se pela Língua Inglesa.
Contudo, em 2005, foi criada a Lei nº 11.161, que tornou obrigatório a oferta de Língua
Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio visando melhorar as relações comerciais do Brasil
com países de Língua Espanhola do Mercosul, com prazo de 5 anos para implementação, sendo
obrigatória a oferta da disciplina pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, dessa forma,
como teremos professores formados e disponíveis para atuar no Ensino Médio, pode-se pensar na
oferta de uma segunda língua estrangeira nas escolas de ensino fundamental através do CELEM.
A Língua Espanhola é a segunda língua mais utilizada nos diversos tipos de comunicação
entre os povos, como na linguagem da cultura popular (música, cinema, quadrinhos, literatura,
videogames) sendo por isso, a que trará benefícios ao aluno tanto na vida acadêmica quanto a
social, pois, através do Ensino de Língua Espanhola, estamos valorizando o desejo de se comunicar
com outros e com o mundo.
Ao contextualizar, o ensino da Língua Estrangeira (Língua Espanhola), pretendeu-se
problematizar as questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos que o tem marcado,
sejam eles políticos econômicos sociais, culturais e educacionais. A partir dessa análise, serão
apresentados os fundamentos teórico-metodológicos que orientarão o ensino de Língua Estrangeira
no CELEM desta escola.
A aprendizagem de Língua Espanhola contribui para o processo educacional como um
todo, indo além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas pois uma nova percepção da
linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna e
ao mesmo tempo, promove e contribui para apreciação dos costumes e valores de outras culturas.
O aluno vem para a escola trazendo consigo determinadas leituras de mundo que constitui
155
a sua cultura e como tal deve ser respeitados. Ao utilizar uma língua estrangeira na interação com
outras culturas os alunos podem ser levados a refletir sobre a língua como um meio cultural, como
um produto que constrói e é construído por determinadas comunidades, podendo reconhecer a
diversidade cultural em diferentes línguas, culturas e modos de pensar compreendendo que os
significados são social e historicamente construídos e possíveis de transformação.
Por isso é importante trabalhar temas sociais contemporâneos, abordando assuntos
importantes presentes na mídia nacional e internacional. Mas isto não é o suficiente, trata-se de
abordar o uso da Língua Espanhola como espaço de construção de significados dependentes da
situação de uso independente dos recursos que dispõe.
Este processo de escolarização demanda uma escola participativa onde a disciplina de
Língua Espanhola exerce uma contribuição significativa na formação geral do aluno levando a situar-
se no mundo. É a escola, através principalmente dos trabalhos de LEM, que proporciona ao aluno
uma visão mais ampla para ir ao encontro de outras línguas e culturas, podendo surgir então a
consciência do lugar que ocupa no mundo.
Dentre os objetivos gerais da Língua Espanhola mencionamos:
Abrir um novo mundo para quem a aprende, contribuindo para a formação e o desenvolvimento
social, intelectual, psicológico e econômico do aluno;
Auxiliar no progresso cultural do aluno, trazendo-lhe informações sobre os povos que utilizam a
língua estudada;
Possibilitar o acesso à literatura e a outros meios de armazenar informações em Língua
Espanhola, melhorando, assim, seu conhecimento científico, tecnológico e artístico;
Colaborar no amadurecimento de muitos aspectos da personalidade do aluno, tais como: receber
e aceitar elementos culturais diversos dos seus, participar ativamente da sociedade, conscientizar-se
do seu lugar na realidade social, política e cultural e, principalmente valorizar a sua própria cultura;
Auxiliar ao próprio aprendizado da língua materna, ao comparar estruturas gramaticais, explorar
a estrutura e a formação de palavras, treinar técnicas de interpretação de textos;
Contribuir para a formação de pessoas cidadãs melhores;
Tornar o aprendizado de Língua Espanhola divertido e proveitoso;
Sistematizar as estruturas básicas da Língua Espanhola de forma eficiente, atual, contextualizada
e temática;
Levar o educando a integrar-se no mundo atual através da leitura de textos de cunho cultural,
científico e vivencial, de forma crítica e consciente;
Tornar o aluno capaz de expressar-se, em Língua Espanhola, diante de situações diversas.
156
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1º Ano
Apresentar-se, apresentar o outro e perguntar sobre a vida do outro (nome,
idade, nacionalidade)
Descrever uma pessoa (aspecto físico e características (cabelo, olhos,
estatura, vestuário, profissão), datas comemorativas
Textos informativos curtos
Notícias curtas e revistas, jornais, etc.
Jogos, Palavras cruzadas, etc.
Trabalhar objetos como: material escolar, produtos de supermercado, lojas,
Expressar vontades (programar uma festa de aniversário)
Localizar objetos no espaço, descrever peças da casa, desenhar e pintar com
as cores determinadas, elaborar cartazes com temas estudados, maquetes, etc.)
Diálogos
Profissões, família (árvore genealógica)
Perguntar sobre as preferências do outro (sobre animais, esportes, livros,
jogos, frutas, roupas, etc.).
Descrever objetos.
Música, filmes, datas comemorativas
Estruturas gramaticais pertinentes a série e aos tópicos mencionados:
(adjetivos, artigo definidos e indefinidos, números cardinais, alfabeto, verbos no
presente simples formas:
◦ interrogativa, negativa e afirmativa;
◦ pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos,
singular e plural, pronomes interrogativos)
Passar alimentos durante uma refeição
Pedir um favor, uma ajuda
Dar ordens (diretas ou não)
Pedir permissão para fazer algo
Textos descritivos curtos
Textos informativos curtos
Estações do ano, material escolar e disciplinas escolares
Meses do ano, números cardinais e ordinais, partes do corpo humano
Músicas, filmes, jogos, etc.
Pedir a opinião de alguém sobre o país, sua população e outro assunto
estudado.
157
Horas e datas, endereços, número de telefones, vestuário
Partes da casa, alimentos, refeições, receitas simples
Tipos de comidas, empregos
Fazer um convite (para uma festa, um almoço, para um fim de semana)
Aceitar ou rejeitar um convite e explicar o porquê
Fazer perguntas no passado (recente) férias, passeios, festas, testes na
escola, o que fez ontem
Expressar opiniões sobre fatos (como férias, passeios, ida ao cinema, etc.)
Textos de instruções (como executar uma receita, praticar um jogo, etc.)
Criar comunicações, condições do tempo
Fazer entrevistas (perguntas para pesquisar sobre assuntos variados: cinema,
lazer, etc.)
Elaboração de questionários em grupos, dessa forma, o oral e a escrita serão
trabalhados
Fazer planos para o futuro (estudos, profissão, etc.)
Entrevistas
Textos informativos sobre diversos assuntos
Danças Típicas
Narrar fatos num passado mais remoto
Artigos de jornal e revistas
Expressar a proibição e o dever (é proibido, é preciso, etc.)
Expressar a noção de hipótese (presente e futuro)
Partes do corpo internas
Tipos de filmes
Feriados espanhóis e brasileiros
Descrever ações rotineiras
Convites, cartas e bilhete
Pedir permissão
Esportes
Falar ao telefone: pedir informações sobre cinema, teatro, horário de ônibus
Contatar um amigo e fazer para pedir ajuda
Sentido emoções (carta / bilhete, mensagem)
Artigos de jornais e revistas
Defender um ponto de vista (não gosto disso por isso ou por aquilo)
Vestuários, modelos e estilo
Carreira futura
158
2º Ano
Textos informativos e literários
Textos referentes a feriados, comemorações, cidadania, meio ambiente,
saúde, atualidade, ciência e tecnologia, inclusão social, músicas
Interpretação de textos
Relato e comentários breves de filmes
Expressões idiomáticas
Vocabulário de informática
Textos de diferentes temas
Músicas, jogos
Estruturas gramaticais:
Plural dos substantivos
pronomes pessoais
Adjetivos possessivos e pronomes possessivos
Forma imperativa
Verbos regulares e irregulares no passado
Graus comparativos e superlativos
Dar opinião
Vocabulário de informática
Expressões idiomáticas
Interpretação de textos
Textos de diferentes temas
Discurso direto e indireto
Pronomes relativos, indefinidos e reflexivos
Verbos preposicionados
Verbos auxiliares
Advérbios
Condicional
Voz passiva
159
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Partindo do pressuposto de que o objetivo da Educação Básica é a formação de um
sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo a sua volta, o ensino de Língua
Espanhola ofertado nas escolas públicas, deve contribuir para esse fim. É preciso trabalhar a
língua enquanto discurso, entendido como prática social significativa de forma oral e/ou escrita.
Para o cumprimento dos objetivos propostos utilizaremos o método de ensino da
pedagogia histórico-crítica, adaptada às diversas situações do ensino de Língua Espanhola,
fazendo o uso da bagagem de conhecimento que cada aluno traz à comunidade escolar,
partindo do conhecimento dos alunos para a aquisição de novos conceitos e internalização de
uma nova língua. Assim sendo de mero receptor de conteúdos, o aluno torna-se um elemento
participante e consciente de sua posição como indivíduo no processo de ensino-aprendizagem,
ou seja, torna-se o centro do processo ensino e aprendizagem.
Entende-se, com base numa educação emancipadora, que a escola tem o
compromisso de promover junto aos alunos, meios necessários para que não apenas assimilem
o saber enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção e a transformação da
sua realidade.
A linguística ensina que é importantíssimo no aprendizado de um idioma estrangeiro
assimilar as estruturas básicas, o que só se obtém por meio de muitos exercícios de reflexão,
orais e escritos, envolvendo o universo do aluno. Para isso, todas as atividades comunicativas
serão amplamente contempladas de uma maneira gradativa, contextualizada e temática.
A fim de despertar a atenção dos alunos, abordaremos tópicos e situações diversas,
próximas da sua realidade e interesse, para motivar sua participação ativa, recursos variados,
tais como textos, diagramas, tabelas, história em quadrinhos, etc., serão utilizados com a
finalidade de facilitar e dinamizar o aprendizado, deixando-o mais agradável, divertido e
proveitoso.
Os conteúdos deverão ser levados em consideração, assim, os conhecimentos prévios
dos alunos sobre os assuntos deveram ser abordados através de atividades, para sensibilizar o
aluno. Para tanto, o professor poderá iniciar sempre a aula com uma atividade ou uma conversa
relacionada ao que se vai estudar naquele dia. Pode ser um texto, um jogo, uma música ou
simplesmente um bate-papo motivador, da mesma forma que a apresentação de musicas e
filmes tem por finalidade o desenvolvimento da compreensão auditiva.
Propomos um trabalho em que o aluno saiba enfrentar uma situação de leitura com
160
algum sucesso, sabendo reconhecer as informações essenciais de um artigo curto de jornal, de
publicidade, uma página de instrução de um produto, texto informativo, texto literário, etc. Para
isso, é fundamental que se estude diferentes tipos de textos, material paralelo como jornais,
revistas, prospectos de propaganda, anúncios, etc. Os alunos serão levados a praticar uma
comunicação de forma simples e agradável nas mais variadas situações sendo sujeito de uma
Educação transformadora.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser permanente, diagnóstica e formativa. Já que o objetivo da
avaliação não é apenas medir a aprendizagem, mas estabelecer um quadro de aprendizagem
efetiva por meio da participação dos alunos nas atividades propostas. Nesse sentido, a avaliação
não deve ser restrita a provas, testes e trabalhos.
Elemento que integra ensino e aprendizagem, a avaliação tem por meta o ajuste e a
orientação para a intervenção pedagógica, visando a aprendizagem da forma mais adequada
para o aluno. É um elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa e
um instrumento para que o aluno possa tomar consciência de seus progressos, dificuldades e
possibilidades.
Considerando a avaliação como um processo e como tal tem um sentido dinâmico de
crescimento, de progresso: no entanto, o ato avaliativo só se completa quando se tomam
decisões a respeito da continuidade do processo.
Portanto, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o desenvolvimento
e identificar as dificuldades ocorridas, bem como planejar e propor outros procedimentos que
visem a superação das dificuldades constatadas.
A recuperação contínua será subsidiada aos alunos durante o trimestre a medida em
que o professor e os alunos perceberem a necessidade da mesma. Será realizada através de
novas oportunidades de diferentes avaliações resgatando assim a aprendizagem dos conteúdos
já trabalhados.
O sistema de avaliação terá com peso 10,0 para todas as avaliações realizadas. Sendo
garantido ao aluno no mínimo três avaliações por trimestre, sendo duas provas e um trabalho.
A recuperação dos estudos poderá ser realizada por blocos de conteúdos ou a cada
avaliação, sendo garantida ao aluno sempre que houver necessidade de retomar o conteúdo e
posteriormente aplicar uma avaliação, com instrumentos diferenciados, para confirmar a
161
apropriação do mesmo pelos alunos.
Os alunos dos anos finais do ensino fundamental, do ensino médio, do formação de
docentes e técnico em administração que apresentarem frequência mínima de 75% do total de
horas letivas e média anual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão
considerados aprovados ao final do ano letivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Encina, ¿Cómo ser profesor/a y querer seguir siéndolo? Madrid, Edelsa, 1994.
LAROUSSE, Diccionario Enciclopédico. Coedición Internacional Argentina: Larousse, 1996.
MARINERO, Jaime Vanega. Curso de Español para Brasileiros. Curitiba: Centro Cultural
Hispano-Brasileiro, 1994.
MARTIN, Ivan Rodrigues, Síntesis: Curso de lengua Española. São Paulo, Ed. Ática, 2ª, 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira
Moderna para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
SOUZA, JAIR SE OLIVEIRA, Español para Brasileños. São Paulo: FTD, 1997.
ZANDONÁ, CLARMI BUENO, DALMASSO, Elsa Inés. Viajando por el Mercosur. Itajaí:
Univali,1996.
162
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O ensino de língua portuguesa deve ser voltado para a função social da língua, não
apenas para ingresso no mundo letrado, acesso ao conhecimento histórico e cultural
acumulados pelos homens, mas sobretudo, para integrar-se na sociedade a poder atuar sobre
ela de maneira ativa, construindo um processo de cidadania e constituindo-se enquanto cidadão.
Sendo assim o aluno precisa dominar habilidade de leitura e escrita que o capacitem a
viver em sociedade, atuando nas mais diversas situações sociais interagindo compreendendo,
participando e produzindo textos orais e escritos, dos diversos gêneros que circulam
socialmente.
As aulas de sala de apoio à aprendizagem no ensino fundamental são um suporte que
visa aprofundar estudos de conteúdos já desenvolvidos em sala de aula e aos quais o aluno não
se apropriou adequadamente durante o ensino regular, com o objetivo de possibilitar a melhoria
do processo de ensino e aprendizagem nas escolas.
As salas de apoio à aprendizagem tem como objetivo oportunizar aos alunos revisar,
tirar dúvidas, fixar e reforçar conteúdos vistos na sala de aula. Com esta alternativa pretende-se
desenvolver as potencialidades dos educandos através de metodologia adequada e condizentes
com faixa etária e escolaridade em que se encontram.
CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 5º ANO
Oralidade
Tem noções básicas de argumentação, atendendo aos objetivos do texto e aos do interlocutor.
Observa a concordância verbal e nominal, nos casos mais comuns, levando em conta o contexto
de produção.
Tem adequação vocabular, considerando o contexto de uso e as variantes linguísticas.
É capaz de recontar o que leu ou ouviu, mantendo a sequência na exposição das idéias.
Percebe as diferenças básicas entre a oralidade e a escrita.
Leitura
Lê com relativa fluência, entonação e ritmo, observando os sinais de pontuação.
163
Reconhece a idéia central de um texto.
Localiza informações explícitas no texto.
Percebe informações implícitas no texto.
Reconhece os efeitos de sentido do uso da linguagem figurada.
Identifica a finalidade e os objetivos dos textos de diferentes gêneros.
É capaz de fazer relações de um texto com novos textos e/ou textos já lidos.
Interpreta linguagem não verbal.
Escrita
Escreve com clareza, coerência e utiliza a argumentação.
Escreve conforme a norma padrão, utilizando as regras ortográficas vigentes.
Tem noções básicas de utilização dos sinais de pontuação.
Tem noções básicas de acentuação.
Reconhece maiúsculas e minúsculas, empregando-as na escrita.
Faz concordância verbal e nominal.
Utiliza adequadamente os elementos coesivos (pronomes, adjetivos, conjunções...)
substituindo palavras repetidas no texto.
CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 9º ANO
Localizar informações explícitas em um texto.
Inferir o sentindo de uma palavra ou expressão.
Inferir uma informação implícita em um texto.
Identificar o tema de um texto.
Distinguir um fato da opinião relativa a esse respeito.
Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso ( propagandas, quadrinhos,
fotos, entre outros).
Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que
tratam do mesmo tema.
Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou
ao mesmo tema.
164
Estabelecer relações entre partes de um texto, identificado repetições ou substituições
ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
Identificar a tese de um texto.
Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Estabelecer relações/consequência entre partes e elementos do texto.
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
advérbios, etc.
Identificar efeito de humor ou ironia em textos variados.
Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras anotações.
Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e interlocutor de um texto.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A concepção de linguagem norteará a aplicação de metodologias e, por esta razão, os
estudos do conteúdo oralidade, leitura e escrita, estará sempre subordinado à dinâmica de
textos.
Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as possíveis
situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo como objetivo identificar a
finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico,
econômico, filosófico, entre outros, como destaque para as variedades linguísticas, os
mecanismos gramaticais e léxicas na construção do texto.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Os mecanismos gramaticais devem ser trabalhados de forma contextualizada para que a
partir do texto, o aluno possa reconhecê-los, como elementos de construção textual dos gêneros
estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar o uso da
linguagem para a norma padrão. Para isso faz-se necessária a prática orientada da produção
oral e escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento desta prática é
importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento do mundo, os conteúdos
aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.
165
As metodologias utilizadas na Sala de Apoio, certamente são as mais variadas, pois
estamos falando de alunos com dificuldades, com defasagem de aprendizagem portanto, estes
são único, com suas particularidades e dificuldades, assim, se faz necessário trabalhar de forma
diferenciada, muitas vezes para cada um de uma maneira, momentos de trabalho individual e
coletivo, promovendo a interação entre o sujeito e a aprendizagem. Neste sentido, o professor
passa a ser um mediador desse processo de interlocução. Dominar a linguagem oral e escrita é
fundamental para que o aluno tenha condições e possa seguir adiante, nas demais séries. Assim
sendo, cada professor estará empenhado na busca de alternativas didáticas e recursos para
contribuir nessa.
AVALIAÇÃO
A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de
aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e
análise linguística, para que o educador possa re-encaminhar seu planejamento.
O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os
encaminhamentos metodológicos. Sendo assim, o erro no processo de ensino e aprendizagem
indica os conteúdos que devem ser retomados.
A avaliação é então uma oportunidade de reflexão sobre o próprio processo de ensino e
de seus resultados. Após diagnosticar a dificuldade do aluno, deve ser proporcionado atividades
paralelas e contínuas que oferecerão aprimoramento e desenvolvimento permanente.
REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação básica de
Língua Portuguesa para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/ficha_lingua_portuguesa.pdf
disponível em 12 de setembro de 2011.
Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28
disponível em 12 de setembro de 2011.
166
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Historicamente, é inegável o papel do ensino da matemática para resolver problemas da
vida cotidiana e as suas inúmeras aplicações no mundo do trabalho, além de sua importância
para o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, contudo, ao longo dos anos verificou-
se que os alunos demonstram muitas dificuldades na aprendizagem de matemática e cada vez
mais, busca-se alternativas para resolver este problema educacional, pois aos índices
apresentados pelos meios de avaliação educacional e comunicação, estão preocupantes.
A escola é responsável pela transmissão de conhecimento, porém na atual situação
exige-se que a escola tenha uma nova concepção, portanto uma forma diferenciada de trabalhar,
uma nova postura, novas metodologias para transmitir aprendizagem. Partindo deste princípio e
diante das muitas dificuldades apresentadas pelos alunos de 6º e 9º ano do Ensino
Fundamental, anos finais, a escola oferece uma nova oportunidade de aprendizagem, o aluno
participar de aulas no turno contrário através do programa de Sala de Apoio à Aprendizagem,
amparado pela INSTRUÇÃO Nº 004/2011; 007/2011; 1690/2011 e 2772/2011 – SUED/SEED,
com quatro aulas semanais e atividades que visam à superação das dificuldades.
Procura-se propor meios e alternativas de superar este déficit com o Ensino da
Matemática, assim, a escola oferece, no período contrário ao que o aluno estuda, atividades nas
salas de apoio á aprendizagem de alunos de 6º e 9º ano, com aulas nas quais o trabalho é
realizado de forma diferenciada. Onde o professor por ter um número menor de alunos pode
direcionar um contato mais individualizado com os mesmos intervindo nas dificuldades, para que
as mesmas sejam possam ser superadas através de atividades adequadas ao nível de
aprendizagem e idade dos alunos.
CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 6º ANO
Objetivos: atender alunos dos 6º e 9º ano com dificuldades de aprendizagem e
defasagens de conhecimentos, julga-se importante captar as percepções dos professores acerca
de como o aluno aprende e da influência dessa concepção em suas práticas para que ocorra a
aprendizagem em Matemática.
167
Números e álgebra
Sistema de numeração decimal, tais como agrupamento e troca na base 10 e princípio
do valor posicional.
Classificação e seriação numérica.
Adição ou subtração de números naturais.
Multiplicação ou divisão de números naturais.
Situações problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da
adição ou subtração.
Situações problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da
multiplicação ou divisão.
Número racional.
Fração como representação que pode estar associada a diferentes significados.
Números racionais expressos na forma decimal envolvendo diferentes significados da
adição ou subtração.
Escrita decimal, a partir de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro.
Grandezas e medidas
Medida de grandeza utilizando unidades de medida convencionais ou não.
Problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como
km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml.
Relações entre unidades de medida de tempo (dia e semana, hora e dia, dia e mês, mês
e ano, ano e década, ano e século, década e século, hora e minuto, minuto e segundo),
incluindo leitura de calendário.
Problemas envolvendo o cálculo do perímetro.
Problemas envolvendo o cálculo ou estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas
em malhas quadriculas.
Geometrias
Localização/movimentação de objetos em mapas e outras representação gráfica.
Propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de lados.
Propriedades comuns e diferenças entre poliedros e corpos redondos, relacionando
figuras tridimensionais com suas planificações.
168
Tratamento da Informação
Leitura de informações e dados apresentados em tabelas.
Leitura informações e dados apresentados em gráficos.
Retirar dados e informações de gráficos, tabelas e textos para resolver problemas.
CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 9ºANO
Números e álgebra
Números Reais em suas diferentes formas.
Números Reais na reta numérica.
Regra de Três Simples.
Razão e Proporção entre grandezas e realiza operações.
Polinômios.
Equações e inequações de 1º grau.
Expressão algébrica.
Sistemas de Equação de 1º Grau.
Grandezas e medidas
Conversão das unidades de medida de comprimento, massa, ângulo, grau, superfície,
tempo, volume, velocidade e do Sistema Monetário.
Problemas envolvendo conceitos de perímetro, área e volume.
Geometria
Propriedades de figuras planas, corpos redondos e sólidos geométricos.
Planificação dos sólidos geométricos.
Coordenadas em gráfico cartesiano.
Interpretação de informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas.
Tratamento da informação
Princípio Fundamental da Contagem e desenvolve raciocínio combinatório.
Média Aritmética e Moda a partir de dados estatísticos.
Estimativa no cálculo e solução de problemas.
Cálculo de Porcentagem e Juros simples.
169
Funções
Lei de formação de uma função do 1º Grau e compreende a relação de dependência entre
elementos de um conjunto.
Noções intuitivas de Função Quadrática e identifica a concavidade da parábola através do
sinal da função.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A Sala de Apoio à Aprendizagem trabalhará com todos os alunos ao mesmo tempo,
observando as dificuldades individuais, utilizando-se de uma metodologia baseada nas
Tendências em Educação Matemática presentes nas Diretrizes Curriculares Estaduais (2008).
Entre tais tendências, será usada a modalidade de ensino, a Resolução de Problemas e
as Mídias Tecnológicas. Também será oferecido o uso de outros materiais didáticos, jogos e a
utilização de recursos tecnológicos entre eles, sites especializados em jogos e atividades
lógicas, que podem ser utilizados nas salas de apoio e aprendizagem matemática, possibilitando
ao aluno uma aprendizagem, onde ele se sinta incluído no processo, como sujeito ativo e
participante de sua própria aprendizagem.
AVALIAÇÃO
A avaliação dos alunos acontecerá durante o processo de forma continua, durante o
desenvolvimento dos conteúdos no decorrer das atividades. Iniciando pelo diagnostico na sala
regular onde o professor regente indicará ao da Sala Apoio as dificuldades do aluno quanto aos
conteúdos. O professor da Sala de Apoio Aprendizagem do 6º e 9°ano estará avaliando esses
alunos, juntamente com o professor da sala regular e a equipe pedagógica. Para que juntos
possam diagnosticar se defasagens de aprendizagem foram sanadas, e quais ainda precisam
serem atendidas. Ao superar as defasagens, o aluno será dispensado da Sala Apoio, podendo
retornar posteriormente se apresentar outras dificuldades de aprendizagem.
170
REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a
Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.
______. Orientações pedagógicas da Sala de Apoio à aprendizagem
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/ficha_matematica.pdf,
disponível em 12 de setembro de 2011.
Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28
disponível em 12 de setembro de 2011.
Sites Educativos: www.somatematica.com.br www.geometria.com.br www.ensinomedio.com.br www.matematica.com.br www.cienciaonline.org www.portaleconomia.com.br www.mathematikos.psico.ufrgs.br http://super.abril.com.br/index.shtml http://novaescola.abril.uol.com.br
171
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: DEFICIENCIA INTELECTUAL E TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A educação inclusiva tem como principal objetivo a universalização da educação: É uma
proposta que contém uma aposta na possibilidade de aprimorarmos o processo educativo das
escolas que temos, para todos e todas.
As propostas de orientação inclusiva dizem respeito a qualquer aprendiz, independente
de sua raça, gênero, etnia ou nível sócio-econômico. Todos e todas têm direito público e
subjetivo de aprender e de participar.
A constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo
que alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado
preferencialmente na escola, que não substituí o ensino regular.
Também – ECA, Lei nº 8.069/90, art. 55 e a Declaração Mundial de Educação para todos
( 1990) e a Declaração de Salamanca ( 1994), bem como outras leis e decretos.
Nosso colégio consta com o apoio de especialistas para trabalharem com os aprendizes
em salas de Recursos e Multifuncionais tipo I e de Altas Habilidades, Superdotação e oferta a
Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica Instrução nº 16/2011 – Resolução
nº 4459/11. É um atendimento educacional especializado, de natureza pedagógica que
complementa a escolarização de alunos que apresentam Deficiência Intelectual, Deficiência
Física, Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos Funcionais
Específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino. Funcionará com características próprias
em consonância com as necessidades específicas do aluno nela matriculado.
CONTEÚDOS TRABALHADOS
MATEMÁTICA
Números naturais;
Ordem e classe;
Números ordinais;
Números romanos;
As quatro operações e
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender o conceito de número;
Levar o aluno a classificar, ordenar e seriar;
Trabalhar com desafios matemáticos e cálculo mental;
Propor jogos com números e com tabuada;
172
suas propriedades;
Expressões numéricas;
Resolução de
problemas;
Cálculo de um termo
desconhecido;
Divisibilidade;
Frações;
Operações com
frações;
Desenhos e formas,
ponto, reta e linha
curva;
Figuras geométricas;
Área e perímetro
Explorar problemas que utilizem textos escritos;
Problematizar, registrar, ler e representar números utilizando
as regras do sistema de numeração decimal;
Compor e decompor números, utilizando regras do SND;
Efetuar as quatro operações com a técnica operatória;
Entender e utilizar as tabuadas;
Resolver problemas envolvendo as quatro operações;
Associar a divisão a ideia de repartir uma quantidade em
partes iguais e a ideia de medida.
Construir imagens partindo do conceito de ponto, linha reta
e linha curva, bem como utilizando as cores e suas
possibilidades de combinação para compor desenhos e
formas geométricas;
Compreender o processo de fração, e assim realizar o
cálculo utilizando as 4 operações matemáticas.
LÍNGUA PORTUGUESA
Oralidade;
Leitura;
Escrita.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Valorizar a experiência do aluno através da prática oral estimulando
frequentemente a expor suas ideias e opiniões de forma espontânea;
Criar sempre situações para que todos os alunos se manifestem;
Orientar os alunos a adequar sua fala a diferentes interlocutores e
situações sociais;
Garantir um clima de respeito durante as conversas e debates,
valorizando a diversidade;
Estimular no aluno a capacidade de expressar seus pensamentos
oralmente e por escrito de forma clara e organizada;
Rever o processo de organização textual, considerando as idéias e a
pontuação.
Desenvolver habilidade de comunicar-se, utilizando outras formas de
expressão;
173
ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO
HABILIDADE SENSORIAL
Acuidade auditiva;
Decodificação auditiva;
Associação áudio-verbal;
Memória auditiva;
Acuidade visual;
Coordenação e acompanhamento
visual;
Descrição visual das formas;
Diferenciação visual figura/fundo;
Memória visual.
HABILIDADE COGNITIVA
Análise sistematização, interpretação de
dados, fatos e situações;
Atividades planejadas de raciocínio lógico,
hipotético-dedutivo e cálculo mental;
Conceito de número, processos aritméticos,
compreensão analítico do todo;
Classificar, ordenar, seriar, discriminar e
generalizar;
Respostas por antecipação.
HABILIDADE SOCIAL
Habilidade de lidar com pessoas,
aceitação e reconhecimento social;
Julgamento de valor;
Maturidade e criticidade;
Conhecimento e controle próprio de
conduta;
Aprendizagem de hábitos sociais e
adaptação.
HABILIDADE MOTORA
Correr;
Arremessar;
Saltitar;
Dançar;
Destreza motora;
Força muscular;
Equilíbrio e ritmo;
Coordenação muscular.
HABILIDADE PSICOMOTORA
Organização do corpo no espaço;
Reações rápidas;
Discriminação tátil;
Sentido de direção;
Lateralidade;
Orientação no tempo;
Viso-motora fina (forma e espaço);
Auto identificação;
Abstração do corpo e localização espacial;
Velocidade de aprendizagem viso-motora.
174
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia desenvolvida está de acordo com a necessidade de cada aluno, auxilia e
contribui efetivamente na superação destas dificuldades. Dessa forma, se propõe a atender
problemas cognitivos, sócio/afetivos, emocionais e motores, bio/psico/social, através de
trabalhos individuais e coletivos, como: leitura de vários tipos de textos poéticos, literários,
informativos, narrativos, notícias, etc., estimulando o gosto pela leitura e explorando a
interpretação oral e escrita de cada texto. Trabalha também produção de textos individuais ou
coletivos, como forma de aprimorar a sequência de ideias, coerência, coesão, parágrafo, estética
textual, grafia, concordâncias, fonemas, letra maiúscula e minúscula e elementos gramaticais.
Desenvolve atividades lúdicas com jogos, de estratégia, tabuleiro, utilizando a
informática e raciocínio lógico, como: xadrez, memória, quebra-cabeças, dominó, tangram, como
forma de desenvolver a atenção, concentração, memória, agilidade mental, raciocínio lógico,
áreas cognitiva e sócio/emocional. Busca trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e
desafiadoras, para estimular o pensamento a reflexão e percepção, onde o aluno busque
respostas completas e coerentes.
Aulas expositivas, atividades individuais, duplas e em grupos. Pesquisas, vídeos
educativos, música, passeios, debates. Jogos,desafios matemáticos, atividades lúdicas e
cooperativas.
RECURSOS
TV, vídeos, DVD's, Jogos de raciocínio lógico, jogos de matemática, jogos de estratégia,
material dourado, ábaco, sucatas, calculadora, EVA colorido, cola, tesouras, pincel, tinta guache,
retalhos, material de costura(botão, linha, agulha), dicionário, quadro branco, livros didáticos,
figuras, gibis e quadrinhas, computador, internet, bola, textos diversos, sementes, barbante,
caderno.
AVALIAÇÃO
Será realizada uma avaliação diagnóstica e contínua para verificar o desempenho e
evolução do aluno durante a intervenção na sala de recursos, bem como na série em que o
aluno está cursando correspondente ao ensino fundamental, esta será medida qualitativa e
175
quantitativamente através de seu desempenho nas disciplinas específicas, afim de atender os
objetivos pretendidos neste plano de trabalho docente de acordo com a especificidade de
aprendizagem de cada aluno.
OBSERVAÇÃO: Sempre que necessário apoio multiprofissional o mesmo será solicitado.
REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPELO,Sonia, 4º volume –Coleção Desafios, editora Ática, 1992.
Coletânea de textos Português e Coletânea de atividades de Matemática, para Sala de Apoio a
Aprendizagem.
Manual pedagógico de matemática, 5ª série, de imenes e lellis, Editora Scipione.1996.
PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Especial
para a Construção de Currículos Inclusivos, Curitiba: SEED/DEB, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
Sitios :
http://www.google.com.br
http://www.rachacuca.com.br
http://www.diaadia.pr.gov.br
http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62
http://www.cempem.fae.unicamp.br
http://www.geocities.com.br/curiosidadesdesafios
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
176
PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Sala de Recursos de Altas Habilidades e Superdotação iniciou seu funcionamento em
nossa escola no ano de 2011, com respaldo legal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação -
LDB (Lei 9394/96) – Arts Nº 58 a 60 – 20/12/96, no Plano Nacional de Educação – (Lei
10172/01) – 09/01/01, no Parecer Nº 17/01 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de
Educação Básica de 03/07/01, na Resolução Nº 2 do Conselho Nacional de Educação/Câmara
de Educação Básica de 11/09/01 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica do Ministério da Educação, pela Política Nacional de Educação Especial e o
Decreto 6571 (2008), alem do Parecer Nº 13 do CNE/CEB.
Segundo O Ministério da Educação (1994), as pessoas com altas habilidades atingem
entre 3 e 5% da população e desenvolvem características como
Capacidade intelectual geral,
Aptidão acadêmica especifica,
Pensamento criativo ou produtivo,
Capacidade de liderança,
Talento especial para artes,
Capacidade psicomotora.
Teoricamente identificam-se dois tipos de AH/SD: acadêmico e produtivo-criativo,
contudo, ambos são igualmente importantes e normalmente apresentam uma interação entre si.
Segundo Renzulli (1976,1979,2004), o tipo Acadêmico apresenta as seguintes
características:
Competências nas habilidades cognitivas mais valorizadas nas situações de
aprendizagem tradicional (mais analíticas do que práticas) – habilidades lingüísticas
e lógico-matemáticas;
Freqüentemente apresenta notas altas na escola;
Tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, a aquisição, armazenamento e
recuperação das informações;
Ênfase no pensamento convergente;
Gosta de ler muito;
177
Pensamento abstrato;
Mais estável, no tempo;
Concentra-se nas atividades que lhe interessam;
Consumidor de conhecimento;
Melhor adaptação ao ritmo da sala de aula;
É o tipo mais facilmente identificado por testes de QI.
Concentra suas leituras em focos específicos;
Percebe a sua diferença e assincronismo como algo negativo;
Tem mais dificuldade em estabelecer relações afetivas e de amizade;
Preferência por trabalhar sozinho;
Porque podem ter sucesso sem tentar, elas raramente se esforçam muito em seu
trabalho escolar;
Está sempre esperando que os outros terminem o que ele já fez, ou que o professor
continue com a aula.
Quando constantemente trabalhando com tarefas demasiadamente fáceis, podem
tentar criar seus próprios desafios, tal com testar, ou mesmo quebrar regras
estabelecidas
Já o tipo produtivo-criativo parece:
Ser mais questionador;
Não gostar da rotina;
Dispersivo quando a tarefa não lhe interessa com picos de rendimento;
Extremamente imaginativo, intuitivo e inventivo;
Habilidades mais restritas a um campo específico;
Ideias, produtos, expressões artísticas originais;
Modos originais de abordar e resolver os problemas;
Muitas vezes seu desempenho é considerado baixo e/ou com falta de motivação;
Usa mais o pensamento divergente;
Ênfase investigativa (modelo indutivo);
Produtor de conhecimento;
Criatividade a serviço da capacidade e
Envolvimento diferenciados.
Gosta de ler muito e em muitas áreas diferentes;
178
Percebe sua diferença, mas de forma positiva;
Tem preocupações sociais muito claras e fortes;
A família é extremamente importante na sua vida;
O encaminhamento do aluno para a sala de recursos AH/SD é feito pelos professores da
classe comum, professor especializado, pedagogo da escola, equipe multiprofissional externa e
equipe do NRE e/ou Secretaria Municipal de Educação, devidamente orientada pela
SEED/DEEIN, complementada ou não com laudo psicológico.
O principal objetivo da sala de recursos AH/SD é oportunizar intervenções nas áreas das
habilidades e interesses dos alunos, explorando a criatividade, a fim de motivá-los, buscando
trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e desafiadoras, para estimular o
pensamento, a reflexão e percepção, onde o aluno busque respostas completas e coerentes,
com parcerias estabelecidas pela escola e outras instituições/organizações afins.
Simultaneamente, trabalham-se as emoções e sentimentos:
Construção de uma auto-estima e autoconceito consistente,
Conhecimento e educação das emoções,
Habilidades em elaborar planos e projetos para o futuro,
Reconhecimento de talentos e habilidades pessoais,
Desenvolvimento da percepção, através do treino das habilidades sensoriais,
Habilidades musicais e poéticas,
Relaxamento físico e mental,
Desenvolvimento da imaginação e capacidade de visualização.
CONTEÚDOS TRABALHADOS
Gêneros Literários;
Meios de Comunicação;
Informática e Tecnologia;
Artes Visuais;
Geometria;
Meio Ambiente e Sustentabilidade;
Música;
Teatro;
Dança;
Saúde e Sexualidade;
Diversidade.
179
ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO
HABILIDADE SENSORIAL
Acuidade auditiva;
Decodificação auditiva;
Associação áudio-verbal;
Memória auditiva;
Acuidade visual;
Coordenação e acompanhamento visual;
Descrição visual das formas;
Diferenciação visual figura/fundo;
Memória visual.
HABILIDADE MOTORA
Correr;
Arremessar;
Saltitar;
Dançar;
Destreza motora;
Força muscular;
Equilíbrio e ritmo;
Coordenação muscular.
HABILIDADE PSICOMOTORA
Organização do corpo no espaço;
Reações rápidas;
Discriminação tátil;
Sentido de direção;
Lateralidade;
Orientação no tempo;
Viso-motora fina (forma e espaço);
Auto identificação;
Abstração do corpo e localização espacial;
Velocidade de aprendizagem viso-motora.
HABILIDADE COGNITIVA
Análise sistematização, interpretação de
dados, fatos e situações;
Atividades de raciocínio lógico, hipotético-
dedutivo e cálculo mental;
Conceito de número, processos aritméticos,
compreensão analítica do todo;
Classificar, ordenar, seriar, discriminar e
generalizar;
Respostas por antecipação.
HABILIDADE DE LINGUAGEM
Vocabulário;
Fluência verbal;
Articulação;
Habilidade de lidar com as palavras;
Compreensão de leitura, escrita e gestos.
HABILIDADE SOCIAL
Habilidade de lidar com pessoas, aceitação e
reconhecimento social;
Julgamento de valor;
Maturidade e criticidade;
Conhecimento e controle de conduta;
Aprendizagem de hábitos sociais e adaptação.
180
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Desenvolve atividades lúdicas com jogos de estratégia, tabuleiro, utilizando a informática
e raciocínio lógico, como: xadrez, memória, quebra-cabeças, dominó, tangran, como forma de
desenvolver a atenção, concentração, memória, agilidade mental, raciocínio lógico, áreas
cognitiva e sócio/emocional. Busca trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e
desafiadoras, para estimular o pensamento a reflexão e percepção, onde o aluno busque
respostas completas e coerentes.
Estimular a oralidade através de assuntos de interesse dos alunos. Desenvolver a
expressão corporal através de mímicas, dramatizações, contos, músicas e brincadeiras.
Desenvolver a autoestima com atividades de expressão corporal, que estimulem sua
autoconfiança, interesse e autonomia, usando dinâmicas, elogios, desafios e conversas.
Trabalhar situações-problemas em matemática, partindo de operações simples até as mais
complexas.
Através de aulas expositivas, atividades individuais, duplas e em grupos. Pesquisas,
vídeos educativos, leitura, dança, música, passeios, debates. Jogos, desafios matemáticos,
atividades lúdicas e cooperativas.
RECURSOS
TV, vídeos, DVD's, Jogos de raciocínio lógico, jogos de matemática, jogos de estratégia,
material dourado, ábaco, sucatas, calculadora, EVA colorido, cola, tesouras, pincel, tinta guache,
retalhos, material de costura (botão, linha, agulha), dicionário, quadro branco, livros didáticos,
figuras, gibis e quadrinhas, computador, internet, bola, textos diversos, sementes, barbante,
caderno.
AVALIAÇÃO
Será realizado uma avaliação diagnóstica e contínua para verificar o desempenho e
evolução do aluno durante a intervenção na sala de recursos, que será medida qualitativa e
quantitativamente através de seu desempenho nas disciplinas específicas, a fim de atender os
objetivos pretendidos neste plano de trabalho docente de acordo com a especificidade de
aprendizagem de cada aluno.
181
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, MEC/SEESP, 1994
PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Especial
para a Construção de Currículos Inclusivos, Curitiba: SEED/DEB, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.
RENZULLI, J. S. The Three-ring conception of giftedness: A Developmental Model for
Creative Productivity. In: RENZULLI, J. S.; REIS, S. M. The Triad Reader. Connecticut:
Creative Learning Press, 1986 p. 11/12.
Sítios:
http://www.google.com.br
http://www.rachacuca.com.br
http://www.diaadia.pr.gov.br
http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62
http://www.cempem.fae.unicamp.br
http://www.geocities.com.br/curiosidadesdesafios
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/Lista1.pdf